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SUMÁRIO
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5.3 Efeitos tóxicos .................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 35
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1 DROGAS PSICOTRÓPICAS
Fonte: www.cuantas.net
3
(os chamados neurônios) fiquem mais ativas, “disparem” mais (modificam a função) e
como consequência a pessoa fica mais acordada, perdendo o sono (mudança
comportamental).
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Para exaltar sensações corporais e provocar gratificações sensoriais de
natureza estética e, especialmente, eróticas;
Para aumentar rendimentos psicofísicos, reduzindo sensações corporais
desagradáveis, como dor, insônia, cansaço ou superando necessidades
fisiológicas como o sono e a fome;
Como meio de transcender as limitações do corpo e o jugo do espaço-
temporalidade, unindo-se à realidade por trás de todos os fenômenos ou, mais
limitadamente, a alguma entidade espiritual qualquer, capaz de conferir-lhe, pelo
menos temporariamente, poderes especiais.
As três principais categorias de drogas são as estimulantes, depressoras e
perturbadoras.
Os psico-estimulantes abrangem um grupo de drogas de diversas estruturas e
que têm em comum, ações como aumento da atividade motora e redução da
necessidade de sono (CARLINI, 1994).
Estas drogas diminuem a fadiga, induzem a euforia e apresentam efeitos
simpaticomiméticos (aumento das ações do sistema nervoso simpático).
Compreendem as seguintes drogas: anfetamina e cocaína.
As drogas alucinógenas ou “psicodélicas” apresentam a capacidade de
produzir alucinações sem delírio, dentre elas está o LSD, dietilamina do ácido lisérgico
e a maconha (CARLINI, 1994).
São características, as alterações sensoriais cuja intensidade depende da dose
utilizada, indo de simples aberrações da percepção de cor e forma dos objetos até a
degradação da personalidade. As características das alucinações variam de um
indivíduo para outro, presumivelmente de acordo com sua personalidade e com os
tipos de interesse que desenvolve. As alucinações podem ser visuais, auditiva, tátil,
olfativa, gustativa ou percepção anestésica na ausência de um estímulo externo
(CARLINI, 1994).
Há distorção do espaço, e os objetos visualizados agigantam-se ou se
reduzem, inclusive partes do próprio corpo. Pode ocorrer o fenômeno da
despersonalização, com a sensação de que o corpo ou uma de suas partes estão
desligados. Altera-se a sensação subjetiva de tempo, e minutos podem parecer horas
(CARLINI, 1994).
5
Nas fases de alucinações mais intensas podem ocorrer ansiedade,
desorientação e pânico. Muitos apresentam depressão grave com tentativa de
suicídio.
No caso da Maconha, o princípio ativo é o D9 canabinol (THC) descrito como
uma substância neuromoduladora que atua através de receptor localizado na
membrana celular e altera a produção de um 2 º mensageiro regulado por outro
neurotransmissor (CARLINI, 1994).
O THC produz uma alteração bifásica, euforia (fase estimulante) e sedação
(fase depressiva). Durante a fase estimulante é descrito como uma ação semelhante
ao estado de sonho, pode ocorrer distorção visual e do tempo. A concentração pode
estar comprometida. A memória diminui e o apetite é suprimido refletindo o efeito do
THC sobre os receptores da acetilcolina e da serotonina respectivamente. Após a fase
estimulante, é comum sono e letargia.
Os efeitos psíquicos são decorrentes do uso dependente. A literatura descreve
sinais de ansiedade que pode aproximar do pânico. A síndrome amotivacional é outra
característica da personalidade do indivíduo.
Voltando um pouco às drogas psicoativas, estas alteram o comportamento,
humor e cognição, agindo preferencialmente nos neurônios e afetando o Sistema
Nervoso Central. Já as drogas psicotrópicas vão além das psicoativas, pois possuem
grande propriedade reforçadora, sendo passíveis de autoadministração, ou seja,
levam à dependência.
Conforme ressalta Carlini (1994), apesar do desconhecimento da maioria das
pessoas, o álcool é considerado também uma droga psicotrópica, tendo seu consumo
admitido e incentivado pela sociedade, sendo encarado de forma diferenciada,
quando comparado com as demais drogas.
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais
(DSM IV), os distúrbios relacionados com uso de drogas podem ser divididos em dois
grupos: por uso das substâncias ou induzido por elas.
No primeiro grupo estão as dependências e os abusos das substâncias e no
segundo grupo: intoxicação, privação, delírios, demências, distúrbios amnésticos
persistentes, psicótico, afetivo, de ansiedade, sexual e do sono.
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2 DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
7
resultados dependem em grande parte da maneira de implementação de programas
de prevenção (MOURÃO, 2000).
O álcool é um depressor de muitas ações no Sistema Nervoso Central, e esta
depressão é dose-dependente. Apesar de ser consumido especialmente pela sua
ação estimulante, esta é apenas aparente e ocorre com doses moderadas, resultando
da depressão de mecanismos controladores inibitórios. O córtex, que tem um papel
integrador, sob o efeito do álcool é liberado desta função, resultando em pensamento
desorganizado e confuso, bem como interrupção adequada do controle motor (SILVA
E AMARAL, 1999).
Embora não seja objetivo específico deste curso falar sobre o trânsito, temos
que aceitar uma verdade: grande parte dos acidentes acontece em decorrência de
condutores alcoolizados.
Segundo o site Vias Seguras (2009), dentre as causas comportamentais de
acidentes tem-se:
Sub-avaliação da probabilidade de acidente;
Desatenção;
Cansaço;
Deficiências (visual, auditiva ou motora);
Consumo de álcool;
Consumo de droga;
Excesso de velocidade;
Desrespeito à distância mínima entre veículos;
Ultrapassagem indevida;
Outras infrações de motoristas;
Não-uso de cinto, de capacete, de proteção para criança;
Imprudência de pedestres, de ciclistas, de motociclistas.
8
A Portaria n. 168 de 14/12/2004, em vigor a partir de junho de 2006, exige que
todo condutor tenha curso de “Direção Defensiva” como condição de obtenção ou
renovação da Carteira de Habilitação. Um manual sobre a direção defensiva foi
editado pelo DENATRAN em maio de 2006 e contém instruções sobre todos os
aspectos da direção segura que permite prevenir e evitar os acidentes ou limitar as
consequências dos mesmos: manutenção do veículo e verificação das suas
condições, postura do condutor, uso do cinto, dos retrovisores, atenção aos elementos
externos (via, condições climáticas, outros usuários) e recomendações quanto a
possíveis situações de risco (VIAS SEGURAS, 2009).
As alterações sofridas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), lei n. 9.503 de
23 de setembro de 1997, principalmente em seu artigo 218, através da lei n. 11.334
de 25 de julho de 2006, alterando os limites de velocidade é mais uma ação em prol
da diminuição dos acidentes de trânsito, visto que o excesso de velocidade, distração
e alcoolismo são os grandes vilões.
9
A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta
deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, consequentemente,
gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo
de problema devido ao uso excessivo de álcool.
Fonte: avnutrition.webnode.com.br
11
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação
motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar
outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados
por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Neste sentido, segundo a legislação
brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em janeiro de 1998)
deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool
por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração
no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou
três copos de chope), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas
doses).
2.6 Alcoolismo
Fonte: dicassobresaude.com
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A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta,
tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber
problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber
cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da
importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do “grande desejo” de beber e
da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência
(aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber)
e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.
A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução
ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo
crônico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo
caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais,
distúrbios de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5%
dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa
ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas acima referidos,
caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo
e espaço.
13
2.8 Durante a gravidez
Fonte: www.ultracurioso.com.br
Fonte: www.cerebromente.org.br
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3 EFEITOS TÓXICOS
Fonte: www.dentcare.odo.br
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4.3 Efeitos tóxicos
Conforme já foi dito existem muitas dezenas de remédios no Brasil à base dos
ansiolíticos benzodiazepínicos. Até recentemente era comum os médicos chamados
de obesologistas (que tratam das pessoas obesas para emagrecerem) colocarem nas
receitas estes benzodiazepínicos para tirar o “nervoso” produzido pelas drogas que
tiram o apetite. Atualmente, segundo CEBRID (2002) a legislação não permite essa
mistura.
21
Além disso, há um verdadeiro abuso por parte dos laboratórios nas indicações
destes medicamentos para todos os tipos de ansiedades, mesmo aquelas que são
normais, isto é, causadas pelas tensões da vida cotidiana.
Não é, portanto, surpreendente que, em um levantamento sobre o uso não
médico de drogas psicotrópicas por estudantes em dez capitais brasileiras, em 1997,
os ansiolíticos estivessem em terceiro lugar na preferência geral, sendo esse uso
muito mais intenso nas meninas do que nos meninos.
Os benzodiazepínicos são controlados pelo Ministério da Saúde, isto é, a
farmácia só pode vendê-los mediante receita especial do médico, que fica retida para
posterior controle, o que nem sempre acontece (CEBRID, 2002)
5 CALMANTES E SEDATIVOS
Fonte: www.blogdasaude.com.br
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Quando um sedativo é capaz de diminuir a dor ele recebe o nome de
analgésico. Já quando o sedativo é capaz de afastar a insônia, produzindo o sono, ele
é chamado de hipnótico ou sonífero. E quando um calmante tem o poder de atuar
mais sobre estados exagerados de ansiedade, ele é denominado de ansiolítico.
Finalmente, existem algumas destas drogas que são capazes de acalmar o cérebro
hiperexcitados dos epilépticos. São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as
convulsões destes doentes.
Neste tópico será abordado um grupo de drogas - tipo sedativos-hipnóticos -
que são chamados de barbitúricos. Alguns deles também são úteis como
antiepilépticos.
Estas drogas foram descobertas no começo do século XX e diz a história que
o químico europeu que fez a síntese de uma delas pela primeira vez - grande
descoberta - foi fazer a comemoração em um bar. E lá, encantou-se com a garçonete,
linda moça que se chamava Bárbara. Num acesso de entusiasmo, o nosso cientista
resolveu dar ao composto recém-descoberto o nome de barbitúrico (CEBRID, 2003).
23
5.2 Efeitos no resto do corpo
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ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. A síndrome de abstinência requer
obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização, pois há perigo de a pessoa vir
a falecer.
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6 ÓPIO E MORFINA – PAPOULA DO ORIENTE, OPIÁCEOS, OPIÓIDES
Fonte: www.taringa.net
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Estas substâncias todas são chamadas de drogas opiáceas ou simplesmente
opiáceos, ou seja, oriundas do ópio; podem ser:
Opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação (morfina,
codeína) ou,
Opiáceos semi-sintéticos quando são resultantes de modificações parciais das
substâncias naturais (como é o caso da heroína).
Mas o ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios
várias substâncias com ação semelhante à dos opiáceos: a meperidina, o propoxifeno,
a metadona são alguns exemplos. Estas substâncias totalmente sintéticas são
chamadas de opióides (isto é, semelhantes aos opiáceos).
Estas substâncias todas são colocadas em comprimidos ou ampolas, tornando-
se então medicamentos. A tabela abaixo dá exemplos de alguns destes
medicamentos.
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Pastilhas Warton;
Benzotiol
Sintéticos: Analgésico Dolantina: Demerol; Ampola; comprimidos
Meperidina ou Meperidina
Petidina
Propoxífeno Analgésico Algafan®; Doloxene Ampolas; comprimidos
A; Febutil; Previum
Compositum;
Femidol
Fentanil Analgésico Fentanil; Inoval Ampolas
Semi-Sintético: Proibido o - -
Heróina uso médico
Metadona Tratamento de Não existe no Brasil -
dependentes de
morfina e heroína
Zipeprol* Antitussígeno Eritós; Nantux; Gotas; xaropes;
Silentós; Tussiflex supositórios
* A classificação do Zipeprol como uma substância com ação de opiáceo foi recente. A
intoxicação com esta substância pode com frequência vir acompanhada de convulsões (CEBRID,
2003).
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morfina e a heroína; outras, por sua vez, necessitam doses 5 a 10 vezes maiores para
produzir os mesmos efeitos como a codeína e a meperidina.
Algumas drogas podem ter também uma ação mais específica, por exemplo,
de deprimir os acessos de tosse. É por esta razão que a codeína é tão usada como
antitussígeno, ou seja, é muito boa para diminuir a tosse. Outras têm a característica
de levarem a uma dependência mais facilmente que as outras; daí serem muito
perigosas como é o caso da heroína.
Além de deprimir os centros da dor, da tosse e da vigília (o que causa sono)
todas estas drogas em doses um pouco maior que as terapêuticas acabam também
por deprimir outras regiões do nosso cérebro como, por exemplo, os que controlam a
respiração, os batimentos do coração e a pressão do sangue.
Via de regra as pessoas que usam estas substâncias sem indicação médica,
ou seja, abusam das mesmas, procuram efeitos característicos de uma depressão
geral do nosso cérebro: um estado de torpor, como que isolamento das realidades do
mundo, uma calmaria onde realidade e fantasia se misturam, sonhar acordado, um
estado sem sofrimento, o afeto meio embotado e sem paixões. Enfim, um fugir das
sensações que são a essência mesma do viver: sofrimento e prazer que se alternam
e se constituem em nossa vida psíquica plena.
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6.3 Efeitos tóxicos
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aconselhado os médicos de todo o mundo que nestes casos, o uso contínuo de
morfina é plenamente justificado.
Felizmente, são pouquíssimos os casos de dependência com estas drogas no
Brasil, principalmente quando comparado com os problemas de outros países.
Entretanto, nada garante que esta situação não poderá modificar-se no futuro
(CEBRID, 2003).
Fonte: www.medclick.com.br
8 EFEITOS NO CÉREBRO
O cérebro humano possui uma certa área - a chamada Centro da Tosse - que
comanda os nossos acessos de tosse. Isto é, toda vez que ele é estimulado há a
emissão de uma “ordem” para que a pessoa tussa. Existem drogas (codeína,
zipeprol), que são capazes de inibir ou bloquear este centro da tosse; assim, mesmo
que haja um estímulo para ativá-lo, o centro estando bloqueado pela droga não reage,
isto é, não dá mais a “ordem” para a pessoa tossir; ou seja, a tosse que vinha
ocorrendo deixa de existir.
Mas a codeína e o zipeprol agem em mais regiões no cérebro. Assim, outros
centros que comandam as funções de nossos órgãos são também inibidos; com a
codeína, a pessoa sente menos dor (ela é um bom analgésico), pode ficar sonolenta,
a pressão do sangue, o número de batimentos do coração e a respiração podem ficar
diminuídas.
O zipeprol pode atuar no nosso cérebro, fazendo a pessoa sentir-se meio
aérea, flutuando, sonolenta, vendo ou sentindo coisas diferentes. E com frequência
leva também a acessos de convulsão, o que é obviamente bastante perigoso.
A codeína possui os vários efeitos das drogas do tipo opiáceas. Assim, é capaz
de dilatar a pupila, de dar uma sensação de má digestão e produzir prisão de ventre.
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O zipeprol, além da possibilidade de produzir convulsões, já discutida, pode
também produzir náuseas.
33
9 SITUAÇÃO NO BRASIL
34
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Lei n. 11.705 de 19 de junho de 2008. Altera o CTB e dispõe sobre restrições
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37
10 LEITURA COMPLEMENTAR
Benzodiazepínicos
Abuso e dependência
INTRODUÇÃO
38
dependentes de benzodiazepínicos, metade destes gostariam de parar o uso, no
entanto 30% pensam que o uso é estimulado pelos médicos5(D).
A mortalidade nos dependentes de benzodiazepínicos é três vezes maior que
na população geral, porém não se observa aumento significativo da mortalidade em
pacientes dependentes de benzodiazepínicos quando comparados com pacientes
com similar grau de morbidade6 (C).
Há algumas características farmacológicas que influenciam a escolha do tipo
de benzodiazepínico a ser prescrito pelo médico:
LIPOSSOLUBILIDADE
METABOLIZAÇÃO E MEIA-VIDA
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Os benzodiazepínicos possuem cinco propriedades farmacológicas. São
sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes8 (D).
Apesar de presentes em qualquer tipo de BDZ, algumas propriedades são mais
notórias em um do que em outro. O midazolam é um BDZ com propriedades
eminentemente sedativa-hipnóticas. Já o alprazolam é mais ansiolítico e menos
sedativo.
EFEITOS COLATERIAIS
Quadro 3
Sinais e sintomas da síndrome de abstinência por BDZ 11(D)
Sinais menores Sinais maiores
Físicos Químicos Convulsões
Tremores Insônia Alucinações
Sudorese Irritabilidade Delirium
Palpitações Dificuldade de
concentração
Letargia Inquietação
Náuseas Agitação
Vômitos Pesadelos
Anorexia Disforia
41
Sintomas gripais Prejuízo da
memória
Cefaleia Despersonalização
Dores musculares
MEDIDAS NÃO-FARMACOLÓGICAS
Suporte psicológico deve ser oferecido e mantido tanto durante quanto após a
redução da dose, incluindo informações sobre os benzodiazepínicos,
43
reasseguramento, promoção de medidas não-farmacológicas para lidar com a
ansiedade.
BIBLIOGRAFIA
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Pharmac Ther 1988; 36:173-88.
COCAÍNA
INTRODUÇÃO
A cocaína ressurgiu em nosso cotidiano nos últimos 20 anos1 (D). Desde lá,
novos padrões de consumo e apresentações da substância foram introduzidos2 (C).
O consumo da cocaína atinge hoje todos os estratos sociais3 (C).
A cocaína e o crack são consumidos por 0,3% da população mundial4 (C). A
maior parte dos usuários concentra-se nas Américas (70%). No Brasil, cerca de 2%
46
dos estudantes brasileiros já usou cocaína pelo menos uma vez na vida e 0,2% o
crack5 (C). Entre as maiores cidades do Estado de São Paulo, o uso na vida de
cocaína atinge 2,1% da população, constituindo-se na terceira substância ilícita mais
utilizada, atrás dos solventes (2,7%) e da maconha (6,6%). O consumo de crack ao
longo da vida foi de 0,4%6 (C).
Nas salas de emergência, a cocaína é responsável por 30% a 40% das
admissões relacionadas a drogas ilícitas7 (D), 10% entre todos os tipos de drogas8
(C) e 0,5% das admissões totais9 (C). A população de usuários é extremamente
jovem, variando dos 15 aos 45 anos, com predomínio da faixa etária dos 20 aos 30
anos10(C).
A cocaína é um alcaloide extraído das folhas da coca (Erythroxylon coca),
planta originária dos altiplanos andinos11(D). Genericamente, a obtenção da cocaína
passa por duas etapas e origina diversos subprodutos4 (C).
A maceração das folhas, misturada a determinados produtos químicos, produz
uma pasta de natureza alcalina, denominada pasta base de cocaína11(D). O refino
da pasta origina a cocaína em pó (cloridrato de cocaína), apresentação mais
conhecida em nosso meio. O crack e a merla são a cocaína em sua forma de base
livre12(D). Ambas apareceram em nosso meio a partir de meados dos anos 80 e
permanecem até os dias de hoje.
O consumo da substância pode dar por qualquer via administração, com rápida
e eficaz absorção pelas mucosas oral e nasal e pela via pulmonar13(D). A euforia
desencadeada reforça e motiva, na maioria dos indivíduos, o desejo por um novo
episódio de consumo, porém quanto mais rápido o início da ação, quanto maior a sua
intensidade e quanto menor a sua duração, maior será a chance de o indivíduo evoluir
para situações de uso nocivo e dependência. Esses fenômenos são todos
influenciados pela via de administração escolhida14(B). Desse modo, a via de
administração é um importante fator de risco para o uso nocivo e para dependência.
MANIFESTAÇÕES AGUDAS
47
SNC14(B). Os efeitos agudos produzem um quadro de euforia, com sintomas físicos
de natureza autonômica13(D).
As complicações relacionadas ao consumo de cocaína capazes de levar o
indivíduo à atenção médica são habitualmente agudas16(C). A via de administração
escolhida pode ocasionar complicações específicas. Frente a essas complicações, é
importante que o clínico inclua o consumo de cocaína entre os diagnósticos a serem
descartados, além do padrão de uso nocivo de várias substâncias (em especial o
álcool) realizado por esses indivíduos14(B). As complicações psiquiátricas são as que
mais levam os usuários de cocaína à atenção médica. Quadros agudos de pânico, os
transtornos depressivos e os psicóticos agudos são os mais relatados. O prognóstico
dos indivíduos portadores de comorbidades é mais comprometido17(C) e aumenta a
chance da procura de atendimento médico por estes18(C).
INTOXICAÇÃO AGUDA
OVERDOSE
48
complicações relacionadas à overdose possuem suas próprias diretrizes e não serão
objetos do presente trabalho. As complicações relacionadas ao aparelho
cardiovascular e ao sistema nervoso central receberão alguns comentários, devido à
maior incidência de ambas e do valor que representam para o manejo clínico.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
49
cerebrovasculares33(B). Desse modo, é fundamental descartar consumo de drogas
entre esses indivíduos.
As convulsões atingem uma pequena parte dos usuários de cocaína que
procuram as salas de emergência, apesar de ser a complicação neurológica mais
comum34(C). A tomografia e o eletroencefalograma são habitualmente normais35(C).
Episódios isolados são considerados benignos e não requerem farmacoterapia de
manutenção36(D).
GRAVIDEZ
50
psiquiátrica que trouxe o indivíduo à atenção médica. Em segundo, a questão
temporal: há escassez de tempo43(D) e a necessidade de uma história mais
elaborada, raramente ocorre nesse ambiente44(D). Por último, o quadro apresentado
é muitas vezes mascarado ou potencializado pela presença do consumo de drogas
ou pela síndrome de abstinência dessas45(C). Desse modo, medicar os sintomas que
nos apresentam, dar suporte clínico e tranquilizar o paciente com abordagens voltadas
para a realidade, que demonstrem segurança profissional, são as melhores
condutas46(D).
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
51
BIBLIOGRAFIA
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