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COLÉGIO DOS SANTOS ANJOS

MARIA EDUARDA SIVA DE OLIVEIRA

LARA MAIOLLI ATALAH AZEVEDO

KAILAYNE AMARAL

DROGAS PSICOTRÓPICAS

ESTUDO SOCIAL, PSICOLÓGICO E FÍSICO

JUIZ DE FORA

2023
MARIA EDUARDA SILVA DE OLIVEIRA

LARA MAIOLLI ATALAH AZEVEDO

KAILAYNE AMARAL

Drogas Psicotrópicas: estudo social, psicológico e físico

Trabalho de monografia apresentado a


disciplina de química, do Colégio dos Santos
Anjos de Juiz de Fora, para conclusão do
segundo ano do ensino médio.

Área de concentração: Farmacologia,


química, biologia, psicologia, história,
sociologia

Orientador: Cristhian Blenke

JUIZ DE FORA
2023

RESUMO

A seguinte pesquisa sobre drogas psicotrópicas busca deixar o máximo de


pessoas o mais bem informadas possíveis, em um mundo em que há a prevalência
de Fake News e é difícil achar documentos com informações confiáveis.
Com base em livros, artigos, reportagens, teses, sites e muita pesquisa o
trabalho tem como objetivo informar sobre o contexto histórico, explicar o que é cada
droga, como são feitas, mostrar as suas composições químicas principais, os seus
efeitos físicos e psíquicos, sua utilidade e vantagens ou desvantagens, de uma
forma não tão complexa para que seja acessível inclusive a alunos do ensino médio.
Além disso foi abordado o contexto social, cuja a ideia é fazer com que não
haja qualquer tipo de julgamento aos usuários dessas substâncias, mas sim
pensamentos e questionamentos de como fazer para ajudar essas pessoas a se
tratarem do vício, pois, além de ser um processo dolorido (psiquicamente e
fisicamente) não é algo fácil para fazer sozinho, sem apoio, ajuda ou compreensão
da parte do outro.
O buscar entender o que os usuários passam no dia a dia com a dependência
querendo acabar com ela, foi um ponto crucial para se ter um olhar crítico
socialmente e empaticamente falando.

Palavras chave: drogas; sistema nervoso central; sociedade;


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Sistema Nervoso Central e Periférico...........................................................................11


Figura 2 - Chá de ayahuasca...........................................................................................................33
Figura 3 - Maconha...........................................................................................................................47
Figura 4 - Ecstasy e sua composição química..............................................................................55
Figura 5 - Cogumelos psicodélicos da espécie Psilocybe cyanescens.....................................59
Figura 6 - Lança Perfume.................................................................................................................63
Figura 7 - Criança inalando cola de sapateiro...............................................................................68

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes comerciais de algumas anfetaminas..............................................................35


Tabela 2 - Maiores países usuários de crack no mundo.............................................................43
LISTA DE ABREVIATURAS

CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas


OMS – Organização Mundial de Saúde
CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool
Sisnad – Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas
LSD – Dietilamida do ácido lisérgico
THC – Tetrahidrocanabinol
DMT – Dimetiltriptamina
SNC – Sistema Nervoso Central
HDL – High Density Lipoprotein (lipoproteína de alta densidade)
LDL – Low Density Lipoprotein (lipoproteína de baixa densidade)
Confen – Conselho Federal de Entorpecentes
Conad – Conselho Nacional Antidrogas
AIDS – Síndrome de Imunodeficiência adquirida
MDMA – 3,4-metilenodioximetanfetamina
TEPT – Tratamento de Transtorno de Estresses Pós-traumático
CBD – Canbidiol
CBN – Canabinol
CBG – Canabigerol
CBDA – Ácido canabidiólico
FDA – Food and Drug Administration
SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................................................3
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................................................................................................4
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................................4
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................................................5
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas............................................5
Introdução..............................................................................................................................................7

1. O que são drogas?..........................................................................................................................9

2. O que são drogas Psicotrópicas?..................................................................................................10

3. Como as drogas Psicotrópicas são dividas?..................................................................................11

4. Drogas lícitas e ilícitas...................................................................................................................12

a) Lícitas....................................................................................................................................12
b) Ilícitas....................................................................................................................................35
5. Tipos de sintomas ocasionados pelas drogas...............................................................................69

a) Físicos...................................................................................................................................69
b) Psicológicos..........................................................................................................................74
6. Por que as pessoas começam a usar?...........................................................................................74

7. Processos de Internação...............................................................................................................75

8. Como isso afeta socialmente?......................................................................................................76

9. Como isso pode ser tratado socialmente?...................................................................................78

Conclusão.............................................................................................................................................79
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Introdução

As drogas psicotrópicas têm sido uma presença constante na história da


humanidade, exercendo influência significativa em diversos aspectos da vida social,
psicológica e física dos indivíduos. Desde tempos imemoriais, os seres humanos
têm utilizado substâncias psicoativas para buscar alívio, prazer, transcendência ou
mesmo cura de diversas condições físicas e emocionais. Esse fenômeno intriga
pesquisadores, cientistas e estudiosos há séculos, levantando questões complexas
sobre seus efeitos e consequências.

Uma análise das drogas psicotrópicas do ponto de vista social é fundamental


para compreender a dinâmica das relações humanas e como as substâncias podem
moldar situações comportamentais, psicológicas e sociais. O uso recreativo ou
abusivo de drogas pode gerar desafios nas esferas familiar, escolar, profissional e
comunitária, afetando a estabilidade e a harmonia social. Questões de
marginalização e violência também podem surgir como resultados do consumo
problemático de substâncias.

No âmbito psicológico, as drogas psicotrópicas têm um impacto profundo na


mente humana, influenciando o humor, a percepção, a cognição e a motivação.
Alguns indivíduos buscam o uso dessas substâncias como uma forma de lidar com
questões emocionais ou para escapar da realidade. No entanto, o abuso de drogas
pode levar a emoções graves, como a dependência química, a ansiedade, a
depressão, psicose, e até mesmo, desejos suicidas.

Já do ponto de vista físico, o consumo de drogas psicotrópicas pode afetar


diretamente o funcionamento do organismo humano. Algumas substâncias agem
sobre o sistema nervoso central, alterando os neurotransmissores e,
consequentemente, modificando as funções corporais. Dependendo da substância e
da quantidade consumida, podem surgir efeitos adversos, como danos ao fígado,
coração, pulmões e outros órgãos.
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As pesquisas sobre drogas psicotrópicas têm evoluído significativamente ao


longo dos anos, abrindo caminho para uma melhor compreensão dos procedimentos
de ação, dos riscos envolvidos e das estratégias de prevenção e tratamento. É
essencial entender que nem todas as substâncias psicoativas são iguais, o contexto
do uso, bem como a individualidade de cada pessoa, são elementos importantes na
análise dessas questões.

Neste contexto, as políticas públicas adotadas para a prevenção e tratamento


do abuso de drogas desempenham um papel crucial na minimização dos impactos
negativos das psicotrópicas na sociedade. Além disso, a educação sobre os riscos e
efeitos das substâncias pode ajudar a conscientizar as pessoas sobre as
consequências de um uso irresponsável.

No decorrer deste estudo, buscaremos explorar mais a fundo o panorama


social, psicológico e físico das drogas psicotrópicas, a fim de ampliar nosso
conhecimento e colaborar para uma abordagem mais completa e humana desse
complexo fenômeno que atravessa a história da humanidade. É crucial que nos
mantenhamos atualizados sobre as pesquisas e avanços nessa área, a fim de
promover a saúde e o bem-estar de todos os indivíduos, combatendo os problemas
relacionados ao uso inadequado dessas substâncias e trabalhando por uma
sociedade mais resistente e responsável.
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1. O que são drogas?

Existem vários significados para a palavra droga, ela é vista como algo bom
ou ruim, depende do contexto em que é inserida, se é por exemplo para tratar de
uma doença, é vista como algo que vai fazer bem a pessoa que vai consumi-la,
porém, dependendo da droga, se for para o mais puro prazer é visto como algo
inaceitável, que vai fazer mal a pessoa e fazer ela ficar viciada, entrar para o tráfico
e virar “marginal”, termo que de acordo com o mini Aurélio o dicionário da língua
portuguesa significa “Que vive fora do âmbito da sociedade ou da lei, como
vagabundo, mendigo ou delinquente”.
Segundo o livreto informativo do Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas (CEBRID, 1987, p.7)

O termo droga teve origem na palavra droog (holândes antigo) que


significa folha seca; isso porque antigamente quase todos os
medicamentos eram feitos à base de vegetais. Atualmente, a
medicina define droga como qualquer substância capaz de modificar
a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas
ou de comportamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que droga “é qualquer


substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um
ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento”.
O autor do livro Se liga! O livro das drogas, traz uma visão do preconceito
com esse termo, já que tudo o que ingerimos pode se tornar uma droga ou algo
tóxico para o corpo, “se o fizermos de modo excessivo, inadequado e impróprio”
(FREIRE, 1997). Há ainda a fala de Yoko Ono citada por Roberto Freire, “tóxico é o
segundo copo d’água quando o primeiro me matou a sede”.
Como tudo em excesso faz mal para o ser humano de alguma forma, não é
aceitável julgamento aos usuários de drogas, pois, uma pessoa que joga, come,
utiliza aparelhos eletrônicos (televisão, celular, computador, nootbook...) em
demasia ou é viciada em jogos de futebol, compras, colecionar diferentes coisas,
também pode fazer mal para si mesma se não se controlar, é assim também com
quem usa essas substâncias.
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Esses vícios ocorrem por conta do sistema de recompensa do cérebro que é


ativado principalmente em situações que deixam o ser humano feliz, confortável ou
relaxado, e você passa a querer mais daquela experiência para ter aquela sensação
novamente.
Portanto, no geral, com base em pesquisas pode-se afirmar, de forma objetiva
que droga é qualquer tipo de substância, não produzida pelo corpo, que altera o
funcionamento do organismo humano, fisicamente ou psiquicamente, seja ela,
química, natural ou sintética.
É importante citar que para cada cultura, desde de sempre, as drogas
possuíam e possuem diferentes significados, usos e valores, os julgamentos não
são aceitos, pois, cada sociedade tem uma visão e pensamento diferente, não quer
dizer que estejam errados ou certos, são somente diferentes.
É possível sempre citar os grupos de pessoas que utilizavam essas
substâncias para seus cultos religiosos, pois, isso existe até hoje nas igrejas com o
vinho sendo mostrado como o sangue de Jesus e o uso da ayahuasca no Santo
Daime, por exemplo.

2. O que são drogas Psicotrópicas?

Existem diversas maneiras de dividir os tipos de drogas existentes, e uma


dessas formas é classificar uma substância como psicotrópica, o termo psicotrópicos
é derivado da junção das palavras psyché e tropos que significam respectivamente,
mente e atração por, juntando os dois o resultado é atração pela mente, mas o que
isso quer dizer?
Essas drogas com sua grande capacidade de atuar no cérebro atingem o
sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinal
(demonstrado na figura 1), e mudam as atividades psíquicas no geral, já que esse
sistema está relacionado a compreensão, percepção e resposta aos estímulos
internos e do ambiente, por isso essas drogas também podem ser chamadas de
drogas psicoativas.
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Figura 1 - Sistema Nervoso Central e Periférico

Fonte: modificado de Bear; Connors; Paradiso, 2002

Essas mudanças geram alterações no comportamento, humor, cognição, ou


seja, mudam a forma de sentir, pensar e agir do usuário, levando-o a dependência.
São classificadas em três tipos, pois, cada uma causa um efeito diferente no
Sistema Nervoso Central.

3. Como as drogas Psicotrópicas são dividas?

As drogas psicotrópicas são divididas atualmente em três grupos:

 Psicolépticas ou depressoras: este tipo de droga deprime o funcionamento do


SNC, causando efeitos como sonolência, desleixo, descuido e desinteresse,
sendo o contrário de seu início que causa uma elevada euforia momentânea,
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como exemplo podemos citar o álcool, solventes, barbitúricos, opiáceos/opioides


(morfina, heroína, metadona, hidromorfona, fentanil, oxicodona...) e ansiolíticos.
 Psicoanalépticas ou estimulantes: este tipo de droga, ao contrário das
depressoras, estimulam o funcionamento do SNC, deixando seus usuários muito
energéticos, com insônia e euforia, é o caso do uso de anfetaminas, da cocaína,
cafeína e nicotina.
 Psicodislépticas ou perturbadoras: para este grupo, é possível citar os
alucinógenos, já que é um tipo de droga que distorce o funcionamento do SNC, o
que faz com que o usuário tenha delírios e alucinações. É ainda possível separá-
los em primários e secundários, sintéticos ou naturais, alguns exemplos são o
LSD-25, psilocibina presente em alguns cogumelos, mescalina do cacto peiote,
N,N-dimetiltriptamina (DMT) e 5-metoxi-N,N-di-isopropiltriptamina.

De acordo com o CEBRID as drogas psicotrópicas mais comuns usadas


demasiadamente, são o álcool, os soníferos, opiáceos, ansiolíticos, inalantes,
anorexígenos, cocaína, LSD-25, anticolinérgicos, o Tetrahidrocanabinol (THC)
presente na maconha, a psilocibina, a mescalina do cacto mexicano, o êxtase e o
lírio.

4. Drogas lícitas e ilícitas

a) Lícitas

As drogas lícitas, tem a comercialização, produção e consumo liberados por


lei (algumas delas possuem restrições) e estimulados, principalmente porque sua
venda é uma forma de obter lucro.
Isso faz com que sejam drogas aceitas e normalizadas pela sociedade, porém
isso não quer dizer que não façam mal e que seu uso não traga consequências,
assim como as drogas que são ilícitas.

Algumas delas são:

I. Álcool
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O álcool é possivelmente uma das drogas mais antigas e mais usadas, sua
palavra é derivada do árabe al-kuhūl, que significa colírio de pó de antimônio, um
produto que era utilizado como uma maquiagem para passar nos olhos e que mais
tarde virou um termo para produtos destilados.
Quimicamente falando, ele faz parte do grupo dos álcoois e é formado por
hidroxilas (-OH) que são ligadas a carbonos saturados (fazem somente ligações
simples), podendo ser classificado em primário, secundário e terciário ou em
monoálcool, diálcool e poliálcool.
Atualmente, a palavra álcool pode ser utilizada para se referir a diversas
coisas, como por exemplo o álcool 70% utilizado para fazer limpeza em casa, o
etanol que é usado como combustível para os automóveis e até mesmo para o
tópico principal, as bebidas alcoólicas.
Segundo o Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (CISA)

Acredita-se que a bebida alcoólica teve origem na Pré-História, mais


precisamente durante o período Neolítico, quando houve a aparição
da agricultura e a invenção da cerâmica. A partir de um processo de
fermentação natural ocorrido há aproximadamente 10.000 anos, o
ser humano passou a consumir e a atribuir diferentes significados ao
uso do álcool. Os celtas, gregos, romanos, egípcios e babilônios
registraram de alguma forma o consumo e a produção de bebidas
alcoólicas.

Esses líquidos foram tornando-se cada vez mais comuns na sociedade,


sendo importantes por exemplo economicamente, em comemorações e em rituais
religiosos, de acordo com o livro Álcool e Drogas na História do Brasil

Como disse Sigmund Freud, as drogas ocupam um lugar de primeira


importância na economia libidinal de todos os povos, ao ponto de
chegarem a ser divinizadas. Muitas drogas são consideradas os
próprios deuses corporificados (como no caso do vinho, visto como a
representação de Dioniso/Baco, e como o próprio Cristo, cuja bebida
simboliza, nas cerimônias, seu sangue). (CARNEIRO, 2005, p.15)

Essas bebidas são feitas pelo processo da fermentação, já bem conhecido


por povos antigos, como por exemplo os egípcios, israelitas e germanos, para a
produção de vinho e cerveja e também podem ser feitas pelo procedimento da
destilação, já usado desde a Idade Média, difundido pelos árabes.
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O que deixa as bebidas diferentes é a matéria prima que foi utilizada, a forma
que foi armazenada e feita.
No Brasil essas substâncias são produzidas a partir da fermentação do
melaço, feito a partir da moagem da cana-de-açúcar, nesse processo adiciona-se
leveduras que transformam a sacarose em etanol e no final do processo é obtido o
mosto fermentado, o qual sofre destilação fracionada gerando no fim uma solução
com 96% de etanol.
Os beberes fermentados possuem um teor alcóolico menor, é o caso do
vinho, champanhe, cerveja, já a cachaça ou o uísque que são bebidas destiladas,
possuem teor alcóolico maior.
É notório e comprovado que essas bebidas continuam sendo de grande
importância principalmente econômica, pelos lucros que geram, porém é importante
citar que há um lado ruim, essas substâncias, ainda que legais, podem causar muito
mal as pessoas, já que fazem parte do grupo de drogas depressoras da atividade
mental.
O álcool quando em excesso afeta partes do cérebro que são responsáveis
pelo reflexo, autocontrole, aprendizagem e memória. Quando está em doses baixas
no sangue tem efeitos euforizantes, facilitam a interação social, prejudicam as
funções sensoriais e a coordenação motora, em doses médias os reflexos ficam
mais lentos, assim como a capacidade de raciocinar, há aumento da sonolência,
dificuldade no andar e no falar. Já casos em que há uma quantidade muito alta de
álcool no sangue, a bebida causa vômitos, tontura, visão dupla e os outros efeitos se
reforçam.
Os usuários dessas drogas sempre querem um pouco mais, para obterem o
mesmo efeito de antes, isso por que o sistema de recompensa do cérebro é
atingido, em muitos casos é possível levar a uma forte dependência, assim causam-
se lesões no cérebro e como excesso sempre faz mal, nesse nível o usuário pode
sofrer com problemas mais graves como a cirrose, miocardite, esteatose,
pancreatite...e além disso tem os problemas que afetam socialmente.
Muitas pessoas após o consumo dessas bebidas perdem o controle e ficam
violentas, perdem o sentido de tudo ao seu redor, isso ajuda inclusive nas violências
contra a mulher dentro de casa, há relatos desesperados do medo do parceiro beber
de mais ao ponto de se descontrolar e em casa cometer certos tipos de violências.
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Os acidentes de transito também não pode deixar de serem citados, há vários


avisos e propagandas com o famoso “se beber não dirija”, porém sabe-se que
algumas pessoas não ligam muito para isso e acabam o fazendo, o que acaba
causando acidentes muito graves.

II. Cafeína

A cafeína é uma substância química classificada como um alcaloide do grupo


das xantinas. É uma substância amplamente conhecida e consumida em todo o
mundo, encontrada em diversos produtos, como café, chá, refrigerantes e
energéticos.
A história da cafeína começa na região da Etiópia, no continente africano,
onde as origens do consumo de cafeína remontam a lendas e tradições de várias
culturas antigas. Algumas lendas sugerem que os povos etíopes e africanos
começaram a consumir café a partir do século IX, quando um pastor notou que suas
cabras ficavam mais animadas após comer as sementes do cafeeiro. Intrigado, ele
experimentou esses frutos e logo notou os efeitos estimulantes da cafeína em seu
próprio corpo.
A partir dessa observação, acredita-se que os monges sufi do Iêmen foram os
primeiros a instruir uma bebida a partir dos grãos torrados da planta do café. Essa
bebida logo ganhou popularidade e se tornou uma parte importante da cultura e das
tradições sociais nessas regiões.
A expansão do comércio e das rotas comerciais durante os séculos seguintes
permitiu que o café fosse introduzido em outras partes do mundo. Durante o século
XVII, o café chegou à Europa, especificamente à cidade de Veneza, onde os
primeiros cafés públicos foram estabelecidos. Esses locais se tornaram espaços de
encontro para intelectuais, comerciantes e artistas, impulsionando ainda mais o
consumo e a popularidade da bebida.
A cafeína no chá também teve uma história milenar, originando-se na China
antiga. A lenda chinesa conta que o imperador Shen Nong descobriu o chá
acidentalmente no século III a.C. quando folhas de uma árvore caíram em sua xícara
de água quente e produziram um aroma agradável. O chá era inicialmente utilizado
por razões medicinais antes de ser adotado como uma bebida popular ao longo dos
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séculos, primeiro na Ásia e depois se espalhando pelo mundo através das rotas
comerciais.
Durante o século XIX, a revolução industrial teve um impacto significativo na
disponibilidade e no consumo de cafeína. A invenção da máquina de café expresso
no final desse século tornou a preparação do café mais rápida e acessível, levando
à proliferação de cafeterias em todo o mundo. A mesma também passou a ser
utilizada na medicina como estimulante. Diversos medicamentos contendo cafeína
foram desenvolvidos para tratar enxaquecas, dores de cabeça, problemas
respiratórios e sonolência.
Atualmente, a cafeína é uma das substâncias psicoativas mais consumidas
globalmente e desempenha um papel significativo nas culturas e hábitos sociais de
muitos países. Seus efeitos estimulantes a tornam uma aliada para o aumento da
energia e da concentração, mas também é importante lembrar que o consumo
excessivo pode ter efeitos negativos sobre a saúde, como insônia e dependência.
Os efeitos do consumo de café irão depender da qualidade e quantidade do
composto, a cafeína atua como efeito estimulante e melhoria na performance
cognitiva e psicomotora, como melhoria do estado de alerta, ganho de energia,
melhoria na capacidade de concentração, melhoria no desempenho de tarefas
simples e diminuição da sonolência e cansaço.
Os efeitos do consumo de café irão depender da qualidade e quantidade
do composto ingerido. Doses elevadas podem induzir efeitos negativos psíquicos e
físicos, como:

 Ansiedade: pode aumentar a ansiedade em algumas pessoas, especialmente


em doses mais altas. Ela pode levar a sentimentos de nervosismo, inquietação e
até mesmo ataques de pânico em indivíduos sensíveis.
 Insônia: A cafeína é conhecida por interferir no sono, especialmente se
consumida próximo à hora de dormir.
 Irritabilidade: Em algumas pessoas, o consumo excessivo pode levar a
irritabilidade e mudanças de humor, a pessoa pode evidenciar sentimentos de
estresse e tensão emocional.
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 Agravamento de condições psiquiátricas existentes: Pessoas com


transtornos de ansiedade, transtornos do sono ou outras condições psiquiátricas
podem ter seus sintomas agravados pelo consumo excessivo de cafeína.
 Taquicardia: A cafeína estimula o sistema nervoso central, o que pode resultar
em aumento da frequência cardíaca em algumas pessoas. Isso pode ser
especialmente preocupante para indivíduos com problemas cardíacos
preexistentes.
 Tremores: Em doses elevadas, pode causar tremores nas mãos e em outras
partes do corpo, conhecidos como tremor essencial. Esses tremores são
involuntários e podem ser incômodos.
 Distúrbios gastrointestinais: O consumo excessivo pode irritar o trato
gastrointestinal, levando a sintomas como azia, refluxo ácido, náuseas e diarreia.
 Aumento da pressão arterial: Pode temporariamente elevar a pressão arterial
em algumas pessoas, o que acaba sendo problemático para aqueles com
pressão arterial já elevada.
 Dependência e sintomas de abstinência: O consumo frequente de cafeína
pode levar à dependência física e psicológica. Quando alguém tenta reduzir ou
interromper o consumo, pode experimentar sintomas de abstinência, como dores
de cabeça, fadiga, irritabilidade e dificuldade de concentração.

III. Nicotina

A nicotina é um alcaloide que deriva do nome Nicot, encontrado


principalmente nas folhas da planta do tabaco (Nicotiana tabacum) e, em menor
quantidade, em outras variedades de espécies do gênero Nicotiana, como por
exemplo, a Nicotiana rústica, Nicotiana glutinosa, Nicotiana penicilata e outras
variedades, especialmente as identificadas no Peru.
Em destaque são a Nicotiana tabacum, mais difundida por ser suave e de
aroma delicado, e a Nicotiana rústica, mais forte e de paladar menos agradável,
usada por mais tempo em algumas regiões, como na Rússia.
A origem do tabaco e da nicotina remonta às Américas, onde as primeiras
plantas de tabaco foram cultivadas por povos indígenas. Os mesmos utilizavam as
folhas do tabaco em rituais religiosos, práticas medicinais e até mesmo como forma
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de interação social. Acredita-se que o uso do tabaco e, consequentemente, da


nicotina tenha se originado nas Américas.
Após o "descobrimento" das Américas por Colombo, o tabaco foi levado para
a Europa no final do século XV. O navegador espanhol Rodrigo de Jerez é
frequentemente creditado como o primeiro europeu a experimentar o tabaco e a
nicotina. Esta chegou à Europa por quatro caminhos: Espanha, Portugal, França e
Inglaterra.
A notícia à Espanha foi levada por Don Rodrigo de Jeres, capitão da
tripulação de Colombo, levando para a Corte a planta e sementes de tabaco, para
Portugal foi a primeira leva de tabaco através de Luís de Góes, donatário no Brasil
em 1542, sendo cultivado pela Farmácia Real em Lisboa.
Na França, o tabaco chegou por dois caminhos, em 1560 por Damião Góes,
ex-embaixador na Flandres, a Jean Nicot, embaixador da França em Portugal que
atribuiu à erva denominada “petum”, a cura de úlcera renitente que tinha na perna.
Outro caminho foi através de André Thevet, frade franciscano, que esteve no Brasil
como capelão da expedição francesa chefiada por Cologny.
Já na Inglaterra, o tabaco chegou em 1565 por meio de Sir Hawkins, que
trouxe das plantações da colônia Virgínia e cultivou em Londres.
No início, a nicotina não era isolada ou estudada como a substância
responsável pelos efeitos psicoativos do tabaco. No século XIX, a ciência começou a
dar os primeiros passos no estudo da nicotina.
Foi o químico alemão Wilhelm Heinrich Posselt e o médico suíço Karl Ludwig
Reimann que, em 1828, isolaram pela primeira vez a nicotina em sua forma pura.
Logo, a pesquisa sobre os efeitos da substância ganhou impulso, e os cientistas
começaram a investigar suas propriedades e efeitos no organismo.
Nos últimos anos, novas formas de consumo de nicotina, como cigarros
eletrônicos e dispositivos de vaporização, também surgiram, o que gerou novos
desafios para a saúde pública.
Em suma, a história da nicotina está interligada à história do tabaco e do
hábito de fumar.
Sobre os efeitos psíquicos é possível compreender que é uma substância
psicoativa que pode afetar o funcionamento do SNC, resultando em diversos
sintomas.
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Quando uma pessoa consome nicotina, ela é rapidamente absorvida pelo


corpo, chegando ao cérebro em aproximadamente 10 segundos para alcançar o
SNC, devida à rápida absorção nos alvéolos e até mesmo na mucosa oral.
Seus efeitos psíquicos podem incluir:

 Sensação de prazer e relaxamento: Estimula a liberação de


neurotransmissores, como a dopamina, que estão associados ao sistema de
recompensa do cérebro, o que pode levar a uma sensação temporária de
prazer e relaxamento.
 Sintomas de abstinência: Quando uma pessoa dependente de nicotina fica
sem a substância, pode experimentar sintomas de abstinência, que incluem
irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, alterações de humor,
aumento do apetite e vontade intensa de fumar novamente.
 Alívio da ansiedade e do estresse: Pode ter um efeito tranquilizante em
algumas pessoas, leva a uma diminuição temporária da ansiedade e do
estresse.
 Melhora da concentração e do foco: Algumas pessoas relatam que a nicotina
aumenta temporariamente sua capacidade de concentração e foco, o que pode
explicar o porque que algumas pessoas usam o cigarro como uma forma de
"aliviar o estresse" ou se concentrar melhor em tarefas específicas.
 Impacto na saúde mental: Embora a nicotina possa temporariamente
proporcionar uma sensação de bem-estar, o uso a longo prazo pode contribuir
para problemas de saúde mental. Estudos têm abordado que fumantes têm
maior risco de desenvolver depressão e outras condições psiquiátricas.

Além disso, sobre os efeitos físicos, com base em pesquisas é possível


confirmar que, quando alguém consome essa droga, seja através de fumo, vaping,
ou outras formas, ela é rapidamente absorvida pelo corpo, levando a uma série de
efeitos físicos, são eles:

 Estimulação do sistema nervoso central: É um estimulante que afeta o SNC,


resultando em um aumento temporário do estado de alerta, da frequência
cardíaca e da pressão arterial.
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 Alterações na pele: Fumar pode causar uma série de problemas na pele, como
o envelhecimento precoce, rugas, manchas e uma aparência opaca.
 Contração dos vasos sanguíneos: Provoca a contração dos vasos sanguíneos,
o que pode levar a uma redução temporária do fluxo sanguíneo para diversas
partes do corpo, incluindo os dedos das mãos e dos pés.
 Tremores: Em algumas pessoas, pode causar tremores nas mãos e em outras
partes do corpo.
 Distúrbios gastrointestinais: A nicotina pode causar problemas
gastrointestinais, como azia, indigestão e náuseas.
 Dependência e síndrome de abstinência: O uso regular de nicotina pode levar
à dependência física, o que significa que o corpo se adapta à presença da
substância e requer mais dela para obter o mesmo efeito. Quando alguém tenta
parar de fumar ou reduzir o consumo, pode experimentar a síndrome de
abstinência, que inclui sintomas como irritabilidade, ansiedade, dores de cabeça,
dificuldade de concentração, aumento do apetite e insônia.
 Sudorese: O uso de nicotina pode levar a um aumento da sudorese,
especialmente em momentos de abstinência ou quando o consumo é elevado.

IV. Medicamentos

O contexto histórico dos medicamentos é uma narrativa contínua de


descobertas, desenvolvimento científico e avanço tecnológico moldado pelas
necessidades e conhecimentos das diferentes sociedades ao longo do tempo,
começando com práticas antigas de cura e evoluindo para as terapias farmacêuticas
sofisticadas que temos hoje.
O contexto histórico dos medicamentos remonta a milênios de práticas,
descobertas e evolução da medicina e da farmácia. Desde os primórdios da
humanidade, os seres humanos têm buscado alívio para seus males e
enfermidades, recorrendo a substâncias naturais, como plantas e minerais, que
acreditavam possuir propriedades medicinais.
Na antiguidade, as civilizações egípcias, gregas, romanas, chinesas e
indianas desenvolveram sistemas de medicina que incorporaram diversas
substâncias naturais em suas práticas terapêuticas. Os egípcios utilizavam ervas e
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compostos orgânicos para tratar uma variedade de doenças e feridas, enquanto os


gregos e romanos baseavam-se em conhecimentos empíricos para criar
formulações medicinais.
No mundo islâmico medieval, o conhecimento médico foi preservado e
aprimorado, especialmente com os trabalhos de grandes estudiosos como Ibn Sina
(Avicenna) e Ibn al-Nafis, que escreveram extensivamente sobre medicina e
farmacologia. Na Ásia, uma medicina tradicional chinesa e ayurvédica na Índia
também prosperaram, usando ervas e formulações medicinais complexas.
Na Europa, durante a Idade Média, o conhecimento médico e farmacêutico foi
impulsionado pelos monges que desenvolveram ervasnários e receitas medicinais
em mosteiros. A chegada da Peste Negra no XIV também teve um papel importante
na evolução da medicina, pois estimulou pesquisas e desenvolvimento de
tratamentos para combater a doença no século.
No Renascimento, com o crescimento do comércio, houve um aumento no
contato entre culturas diferentes, o que gerou a disseminação de conhecimentos
médicos e botânicos. O século XVII viu o estabelecimento das primeiras farmácias
como instituições formais, que se dedicavam à preparação e distribuição de
medicamentos.
O avanço da ciência no século XIX levou a grandes descobertas na
farmacologia e à produção de medicamentos em larga escala. A química orgânica e
a síntese de compostos químicos permitiram o desenvolvimento de medicamentos
mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Nesse período, surgiram
medicamentos como a aspirina e a morfina, que revolucionaram o tratamento da dor
e de outras condições médicas.
O século XX foi marcado por avanços ainda mais vivenciados na indústria
farmacêutica. Novas classes de medicamentos foram desenvolvidas para tratar
diversas doenças, como antibióticos para combater infecções bacterianas, vacinas
para prevenir doenças infecciosas, corticosteróides para tratar doenças infecciosas,
entre outros. A descoberta da penicilina por Alexander Fleming em 1928, foi um
marco importante na história da medicina, inaugurando a era dos antibióticos e
salvando milhões de vidas.
A partir da segunda metade do século XX, com os avanços na biologia
molecular, a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos, se tornaram mais
direcionados e precisos. O sequenciamento do genoma humano abriu novas
22

perspectivas para o desenvolvimento de terapias experimentais na genética e na


biotecnologia.
Hoje, a indústria farmacêutica é uma das áreas mais importantes da ciência e
da saúde. Milhares de medicamentos estão disponíveis para tratar uma ampla gama
de condições médicas, melhorando a qualidade de vida e prolongando a expectativa
de vida das pessoas em todo o mundo. A pesquisa e inovação na área farmacêutica
continuam avançando, buscando novos tratamentos e terapias mais eficazes e
seguras para as doenças do presente e do futuro.
Os medicamentos são substâncias ou formulações utilizadas com o objetivo
de prevenir, tratar, aliviar sintomas ou diagnosticar doenças em seres humanos e
animais. Eles desempenham um papel crucial na medicina moderna, confiantes para
a melhoria da saúde e qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
Os medicamentos podem ter origem em diversas fontes incluindo produtos
naturais, como plantas e minerais, ou são sintetizadas em laboratório por meio de
processos químicos e biotecnológicos. Eles podem ser encontrados em diferentes
formas farmacêuticas, como comprimidos, cápsulas, xaropes, pomadas, injeções,
entre outras, cada uma adaptada para uma via de administração específica.
Para entender como os medicamentos funcionam, é fundamental
compreender o conceito de farmacologia, que é o estudo dos efeitos das
substâncias químicas no organismo. A farmacologia engloba absorção, distribuição,
metabolismo e eliminação das substâncias, bem como sua interação com células e
tecidos do corpo. Cada medicamento possui uma ação específica, seja alterando a
atividade de enzimas, receptores, neurotransmissores ou outras emissões
envolvidas em processos biológicos.
Os medicamentos podem ser classificados em várias categorias, de acordo
com suas indicações e controle de ação. Por exemplo, temos os antibióticos,
empregados no tratamento de bactérias, e os antivirais, usados contra vírus.
Além disso, existem os medicamentos de uso contínuo, que são tomados
por longos períodos ou durante toda a vida para controlar condições crônicas como
diabetes, hipertensão e doenças autoimunes. Outros medicamentos são indicados
para situações agudas, como tratamento de transtornos temporários ou alívio de
sintomas pontuais.
É essencial ressaltar que o uso de medicamentos requer acompanhamento
médico adequado. Os profissionais de saúde avaliam a condição do paciente antes
23

de prescrever qualquer tratamento farmacológico, considerando fatores como idade,


histórico médico, possíveis alergias e reações medicamentosas. A automedicação
pode ser perigosa e levar a efeitos colaterais adversos ou até mesmo agravar o
quadro clínico do indivíduo.
Os medicamentos são utilizados para diversas finalidades na medicina e na
saúde, com o objetivo de prevenir, tratar ou aliviar sintomas de doenças e condições
médicas em seres humanos e animais. Eles desempenham um papel essencial na
prática médica e são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e prolongar a
expectativa de vida das pessoas. Abaixo estão algumas das principais finalidades
dos medicamentos.

 Tratamento de doenças: Os medicamentos são projetados para tratar doenças


específicas, sejam elas infecciosas, inflamatórias, autoimunes, genéticas ou
degenerativas. Eles operam contra os agentes causadores da doença ou
regulam processos biológicos para controlar ou eliminar a condição médica.
 Alívio de sintomas: São frequentemente usados para aliviar sintomas
desconfortáveis ou dolorosos, como dor, febre, inflamação, tosse coriza, entre
outros. Eles ajudam a melhorar o bem-estar do paciente, mesmo quando a causa
subjacente não pode ser curada.
 Controle de condições crônicas: Em algumas doenças crônicas, como
diabetes, hipertensão, asma e epilepsia, o uso de medicamentos é essencial
para controlar os sintomas e evitar complicações a longo prazo. Esses
medicamentos ajudam a manter a condição sob controle e garantem a qualidade
de vida dos pacientes.
 Medicina preventiva: Também são usados como forma de prevenção de
doenças. As vacinas, por exemplo, são uma forma importante de prevenir
infecções virais e bacterianas, protegendo indivíduos e comunidades contra
surtos de doenças.
 Terapia adjuvante: Em tratamentos de câncer, por exemplo, os medicamentos
podem ser usados como terapia adjuvante, junto com cirurgia ou radioterapia,
para diminuir o tamanho do tumor, impedir a disseminação da doença ou
melhorar a resposta ao tratamento principal.
24

 Saúde mental: Medicamentos psicotrópicos são utilizados para tratar transtornos


psiquiátricos, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia.
Esses medicamentos atuam no SNC para regular os neurotransmissores e
melhorar o equilíbrio emocional.
 Situações emergenciais: Com emergências médicas, como parada cardíaca,
reações alérgicas graves (anafilaxia) ou crises convulsivas, medicamentos
específicos podem ser administrados rapidamente para salvar vidas e estabilizar
o paciente até que cuidados médicos mais abrangentes sejam prestados.

A automedicação, ou seja, o ato de tomar medicamentos por conta própria


sem orientação médica adequada, pode parecer uma solução rápida e conveniente
para aliviar sintomas leves ou até mesmo tratar algumas condições médicas. No
entanto, é uma prática arriscada que pode acarretar em sérios perigos para a saúde.
A seguir, foram mencionados alguns dos principais perigos da automedicação.

 Diagnóstico inadequado: Um dos maiores perigos da automedicação é a falta


de um diagnóstico adequado. Os sintomas de muitas doenças podem ser
semelhantes, e tomar um medicamento inapropriado pode mascarar o quadro
clínico real, dificultando o diagnóstico correto pelo profissional de saúde. Isso
pode levar a um tratamento inadequado e agravar a condição médica subjacente.
 Efeitos colaterais e reações adversas: Cada medicamento possui uma ação
específica no corpo, e tomar um medicamento sem avaliação médica, pode
causar efeitos colaterais e reações adversas graves. Cada indivíduo é único, com
características genéticas e histórico de saúde diferentes, o que torna os efeitos
dos medicamentos variáveis de pessoa para pessoa.
 Interações medicamentosas: A combinação de diferentes medicamentos pode
levar a um relaxamento perigoso do medicamento. Alguns podem potencializar
ou inibir os efeitos de outros, diminuindo a sua eficácia, podendo levar a
complicações de saúde. Apenas um profissional de saúde pode prescrever
medicamentos de forma segura.
 Resistência antimicrobiana: A automedicação com antibióticos, por exemplo, é
uma das principais causas da resistência antimicrobiana. Quando os antibióticos
25

são usados de forma infecciosa ou desnecessária, as bactérias podem se tornar


resistentes ao medicamento, dificultando o tratamento de infecção futura.
 Agravamento de condições médicas: Tomar um medicamento sem o devido
acompanhamento médico pode agravar a condição médica em vez de melhorá-
la. Doenças com tratamentos e cuidados específicos exigem um
acompanhamento mais aprofundado com um profissional da área para evitar
complicações e piorar o quadro clínico.
 Subdosagem ou superdosagem: A automedicação pode levar a administração
medicamentosa da dose do medicamento. Alguns indivíduos podem acabar
tomando doses insuficientes ou excedendo a dose recomendada, tornando o
tratamento ineficaz ou correndo o risco de intoxicação e danos aos órgãos.
 Dependência e abuso de medicamentos: Alguns têm potencial para causar
dependência física ou psicológica. A automedicação com essas substâncias
pode levar ao desenvolvimento de vícios e ao abuso de medicamentos, gerando
sérios problemas de saúde e sociais.

Para evitar os perigos da automedicação, é fundamental buscar sempre a


orientação de um profissional de saúde qualificado antes de tomar qualquer
medicamento. Os médicos, enfermeiros e farmacêuticos são os profissionais
capacitados para avaliar o estado de saúde do paciente, fazer o diagnóstico correto
e prescrever o tratamento mais adequado, levando em consideração os fatores
individuais de cada pessoa.

V. Anorexígenos

Os anorexígenos, também conhecidos como inibidores de apetite, são


medicamentos utilizados para suprimir o apetite e, assim, auxiliar no controle do
peso corporal. O contexto histórico dos anorexígenos remonta ao século XX, quando
essas substâncias supuseram a ser desenvolvidas e utilizadas para o tratamento da
obesidade e outras condições relacionadas.
Essas drogas remonta ao século XX quando, esses medicamentos eram
associados e utilizados como auxiliares no tratamento da obesidade e do sobrepeso.
26

A preocupação crescente com a saúde e o controle do peso corporal, levou à


busca por substâncias que pudessem suprimir o apetite e auxiliar na perda de peso,
o que resultou no envolvimento dos anorexígenos.
Na década de 1930, a anfetamina foi sintetizada e tornou-se o primeiro
anorexígeno conhecido. Originalmente desenvolvido como um medicamento para
tratar doenças respiratórias, logo foi descoberto que a anfetamina também tinha
propriedades estimulantes do SNC, que ocasionavam à redução do apetite. Essa
descoberta levou à sua utilização como medicamento para o tratamento da
obesidade.
Nos anos 1950, as anfetaminas ganharam popularidade como anorexígenos.
Amplamente prescritas e disponíveis em diversas formulações, essas substâncias
eram eficazes na supressão do apetite e na promoção da perda de peso. Nessa
época, as anfetaminas eram utilizadas não apenas por pacientes com sobrepeso ou
obesidade, mas também por pessoas que buscavam emagrecer por razões
estéticas.
No entanto, na década de 1960, houve uma preocupação em relação ao uso
indiscriminado e prolongado das anfetaminas. Foram relatados problemas
cardiovasculares, psiquiátricos e dependência associados ao uso dessas
substâncias. Isso levou ao desenvolvimento de novos anorexígenos com menos
efeitos colaterais e potencial de abuso.
Na década de 1970, foram introduzidos novos medicamentos anorexígenos,
como a fentermina e a dietilpropiona (anfepramona), que também eram anfetaminas,
mas com menos efeitos colaterais e menor potencial de dependência. Essas novas
substâncias continuaram sendo prescritas para auxiliar no controle do peso corporal.
No entanto, ao longo das décadas seguintes, cresceram as preocupações
sobre os riscos associados ao uso de anorexígenos. Além dos efeitos colaterais já
conhecidos e testemunhados, algumas dessas substâncias eram associadas a
problemas cardíacos, hipertensão arterial e outras complicações de saúde.
No início do século XXI, a sibutramina foi administrada como um novo
anorexígeno que atuava de maneira diferente das anfetaminas, mas com o mesmo
objetivo de suprimir o apetite. A sibutramina foi classificada como inibidora seletiva
da recaptação de serotonina e noradrenalina, o que prolongava a ação desses
neurotransmissores no cérebro e contribuía para a redução do apetite.
27

No entanto, em 2010, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados


Unidos, retirou a sibutramina do mercado devido a preocupações com seus efeitos
cardiovasculares incluindo, aumento do risco de acidente vascular cerebral e ataque
cardíaco. Essa decisão, refletiu as crescentes preocupações com a segurança dos
anorexígenos e levou à revisão das orientações de prescrição desses medicamentos
em diversos países.
Hoje, o uso de anorexígenos é mais restrito e deve ser feito apenas sob
prescrição médica criteriosa. A avaliação individual de riscos e benefícios é
essencial, e esses medicamentos, são geralmente indicados apenas para pacientes
com obesidade ou sobrepeso que apresentam riscos à saúde associados ao
excesso de peso.
A composição química dos anorexígenos pode variar, uma vez que existem
diferentes medicamentos pertencentes a essa classe. Em sua maioria, operam no
SNC, modificando a atividade de neurotransmissores e suprimindo a sensação de
fome. A seguir, foram mencionados alguns exemplos comuns de anorexígenos e
suas composições químicas.

 Fentermina: É um dos anorexígenos mais usados. Sua composição química é


representada pela fórmula C10H15N. Trata-se de uma amina simpatomimética que
atua como um agente liberador de noradrenalina. A noradrenalina é um
neurotransmissor que estimula a liberação dos hormônios norepinefrina,
responsável por suprimir o apetite e aumentar o gasto de energia. A fentermina
estimula a liberação de norepinefrina no cérebro, reduz a sensação de fome e
aumenta a saciedade.
 Dietilpropriona (anfepramona): Também conhecida como anfepramona, tem a
fórmula química C13H19C12NO. Assim como a fentermina, a dietilpropiona é uma
amina simpatomimética e atua aumentando os níveis de norepinefrina no
cérebro. Ela age bloqueando a recaptação desse neurotransmissor, prolongando
sua ação e consequentemente, diminuindo de o apetite.
 Sibutramina: Tem a fórmula química C17H26CIN. Ela é um anorexígeno que age
como inibidor seletivo da recaptação de serotonina e noradrenalina. A
sibutramina bloqueia a recaptação desses neurotransmissores, prolongando sua
ação e aumentando a sensação de saciedade, o que resulta em uma redução do
apetite.
28

Vale ressaltar que os anorexígenos são medicamentos que devem ser


utilizados sob prescrição médica e acompanhamento adequado. Eles são
recomendados para pacientes com sobrepeso ou obesidade, quando outras
medidas não farmacológicas, como dieta e exercícios, não são suficientes para
alcançar os objetivos de perda de peso. O uso indevido ou sem orientação médica,
pode causar efeitos colaterais, como aumento da pressão arterial, taquicardia,
insônia, ansiedade e problemas cardiovasculares.
Essas substâncias possuem efeitos clínicos específicos no organismo,
ocorrendo principalmente no sistema nervoso central para reduzir a sensação de
fome e aumentar a saciedade. A seguir, foram citados detalhadamente os principais
efeitos clínicos dos anorexígenos, bem como, as considerações importantes para
seu uso.

 Supressão do apetite: O efeito mais evidente e desejado dos anorexígenos é a


supressão do apetite. Eles atuam em áreas do cérebro responsáveis pelo
controle da fome, alterando a liberação e a reabsorção de neurotransmissores
como a noradrenalina e a serotonina. Essas mudanças neuroquímicas resultam
em uma redução da sensação de fome, o que leva a um menor consumo de
alimentos e, consequentemente, à perda de peso.

 Aumento da saciedade: Além de suprimir o apetite, os anorexígenos também


aumentam a sensação de saciedade após as refeições. Eles afetam o sistema de
recompensa cerebral, regulando a liberação de dopamina, um neurotransmissor
associado ao prazer e a satisfação. Dessa forma, os pacientes se sentem
satisfeitos com menores porções de comida, o que contribui para o controle do
peso.
 Modulação do metabolismo: Alguns anorexígenos têm a capacidade de
aumentar o metabolismo basal do organismo. Eles podem estimular a liberação
de hormônios como a norepinefrina, que atuam no tecido adiposo para promover
a queima de gordura e aumentar o gasto energético. Isso resulta em uma maior
perda de calorias, favorecendo a redução de peso.
29

 Melhoria do perfil lipídico: Estudos têm mostrado que o uso de anorexígenos


pode levar a melhorias no perfil lipídico do paciente. Eles podem reduzir os níveis
de colesterol total, triglicerídeos e LDL (colesterol ruim), enquanto aumentam os
níveis de HDL (colesterol bom). Esses efeitos são benéficos para a saúde
cardiovascular ajudando a prevenir doenças.
 Controle da glicemia: Alguns anorexígenos, especialmente aqueles que
acompanham a modulação do metabolismo, podem contribuir para o controle dos
níveis de glicose no sangue. Eles podem ajudar a reduzir a resistência à insulina
e melhorar a sensibilidade das células à ação desses hormônios. Esses efeitos
são particularmente importantes para pacientes com diabetes tipo 2 e sobrepeso
ou obesidade.
Apesar dos benefícios potenciais, é importante destacar que os anorexígenos
também podem ter efeitos colaterais e contraindicações importantes a serem
considerados.
 Efeitos colaterais: Podem causar efeitos colaterais, como boca seca, insônia,
nervosismo, taquicardia, aumento da pressão arterial, constipação, entre outros.
Esses efeitos geralmente são mais comuns no início do tratamento e tendem a
diminuir ao longo do tempo.
 Dependência e abuso: Tem potencial para causar dependência física ou
psicológica. O uso indiscriminado ou prolongado desses medicamentos pode
levar ao desenvolvimento de vícios e abuso de substâncias.
 Contraindicações: Não são recomendados para todos os pacientes. Eles são
contraindicados para pessoas com histórico de problemas cardíacos, hipertensão
arterial, distúrbios psiquiátricos, abuso de substâncias, grávidas e lactantes, entre
outros. Além disso, pacientes com certas condições médicas, como diabetes,
devem usar anorexígenos com cautela, pois podem afetar os níveis de glicose no
sangue.
 Tolerância: Em alguns casos, a eficácia dos anorexígenos pode diminuir ao
longo do tempo, devido ao desenvolvimento da tolerância. Isso pode levar ao
aumento das doses ou à troca de outros medicamentos para manter os efeitos
desejados.
30

É importante enfatizar que o uso de anorexígenos deve ser feito sob


orientação médica e acompanhado por um profissional de saúde considerando os
riscos e benefícios individuais de cada paciente. Além disso, esses medicamentos
não são uma solução compreensiva para perda de peso e mudanças no estilo de
vida. Dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, são fundamentais para
alcançar resultados duradouros e saudáveis.

VI. Anabolizantes

Os anabolizantes, também conhecidos como esteroides anabolizantes ou


esteroides androgênicos anabólicos (EAA), são substâncias sintéticas que
mimetizam os efeitos da testosterona, o principal hormônio sexual masculino. Eles
são derivados da testosterona ou são substâncias similares a ela.
O termo "anabolizante" se refere ao efeito dessas substâncias de promover o
crescimento e desenvolvimento de tecidos, especialmente músculos.
O uso dessa substância remonta ao início do século XX, quando cientistas
começaram a sintetizar compostos semelhantes aos hormônios sexuais masculinos,
como a testosterona, que foi isolada e identificada pela primeira vez em 1935, e
seus efeitos anabólicos foram reconhecidos logo depois.
Inicialmente, foram usados com propósitos médicos legítimos, como a
estimulação do crescimento dos ossos, apetite, puberdade e crescimento muscular,
além de ser utilizado também em indivíduos em pós operatório e portadores de
AIDS.
Durante a década de 1940, a testosterona e começou a ser utilizada por
soldados alemães na Segunda Guerra Mundial, para aumentar a agressividade e
força muscular.
Com o passar do tempo, os efeitos anabólicos das substâncias atraíram o
interesse de atletas e fisiculturistas que buscavam melhorar seu desempenho
esportivo e a aparência física.
Nas décadas de 1950 e 1960, os esteroides anabolizantes começaram a ser
amplamente utilizados por atletas em esportes competitivos, como levantamento de
peso e atletismo. O objetivo era aumentar a força, resistência e construir músculos
de forma mais rápida.
31

Em meados dos anos 80 e 90, o abuso dessas substâncias e outras drogas


ergogênicas (que melhoram o desempenho) se tornou uma preocupação crescente
devido a casos de atletas sendo pegos em testes de doping. Além dos efeitos
colaterais negativos à saúde, o uso de esteroides tornou-se um problema de saúde
pública.
Os anabolizantes são compostos sintéticos ou naturais que têm efeitos
similares aos hormônios sexuais masculinos, principalmente a testosterona, eles
podem ser administrados oralmente, por injeção, através de cremes ou adesivos.
O funcionamento dos anabolizantes ocorre através de diversos aspectos,
sendo alguns deles:

 Síntese de glicogênio muscular: Aumento das reservas de energia dentro do


músculo.
 Síntese proteica: Facilitação do processo de cicatrização do músculo após uma
sessão de treino, preparando o mesmo para uma nova sessão. Esse processo é
fundamental para o crescimento e desenvolvimento muscular.
 Inibição da degradação muscular: Além de estimular a síntese proteica, os
anabolizantes também podem inibir a degradação muscular, ajudando a manter e
preservar a massa muscular.
 Ligação a receptores específicos: Quando administrados no corpo, os entram
na corrente sanguínea e se ligam a receptores específicos presentes nas células,
chamados de receptores de androgênio. Esses receptores são encontrados em
várias partes do corpo, incluindo músculos e ossos, a proteína receptora é
alterada para formar uma proteína com menor peso molecular, ou então o
hormônio esteróide é transferido para uma segunda proteína menor.

Os resultados benéficos também estão presentes com o uso, alguns deles


são o aumento de força e volume muscular, aumento do nível respiratório e
resistência, aumento da vascularidade (fisiculturistas), melhoria no tempo de
recuperação após lesão ou treinamento, aumento da capacidade de executar
repetições e séries com mais intensidade e peso.
32

Os efeitos psíquicos variam de pessoa para pessoa e podem depender da


dose, da duração do uso, da predisposição individual e de outros fatores. Alguns dos
principais associados ao uso de anabolizantes incluem:

 Mudanças de humor: O uso pode levar a mudanças rápidas e intensas de


humor, incluindo agressividade, irritabilidade, hostilidade e explosões de raiva
(comumente conhecidas como "raiva de esteroides" ou "roid rage").
 Distúrbios do sono: Pode afetar o padrão de sono, levando a dificuldades para
dormir ou a um sono agitado.
 Comportamento impulsivo: Alguns usuários podem apresentar
comportamentos impulsivos e imprudentes, com pouca consideração às
consequências de suas ações.
 Sintomas psicóticos: Em casos raros, o uso pode levar a sintomas psicóticos,
como alucinações, delírios e pensamentos paranoiais.
 Ansiedade: Pode aumentar a ansiedade em algumas pessoas, levando a
sentimentos de nervosismo, agitação e inquietação.

O uso de anabolizantes é pautado em efeitos tanto positivos quanto


negativos. É importante ressaltar que os efeitos podem variar de pessoa para
pessoa e dependem da dose, duração do uso, tipo de anabolizante e
susceptibilidade individual. Alguns dos principais efeitos físicos associados ao uso
de anabolizantes incluem:

 Problemas cardiovasculares: Podem aumentar o colesterol ruim (LDL) e


diminuir o colesterol bom (HDL), aumentando o risco de doenças
cardiovasculares.
 Danos ao fígado: Leva a danos no fígado, incluindo condições como hepatite e
até mesmo câncer hepático.
 Ginecomastia: Pode causar o aumento das glândulas mamárias em homens,
resultando em ginecomastia (desenvolvimento de seios).
 Acne e pele oleosa: Causa problemas de pele, como acne grave e pele
excessivamente oleosa.
33

 Queda de cabelo: Alguns anabolizantes podem acelerar a queda de cabelo em


homens geneticamente predispostos à calvície.

É importante destacar que muitos desses efeitos negativos são mais


policiados em casos de uso abusivo, doses elevadas ou ciclos prolongados de
anabolizantes.

VII. Ayahuasca

Um chá bem conhecido principalmente pelos seguidores da religião Santo


Daime, a ayahuasca ou huasca vem da língua dos indígenas quíchuas e possui
vários significados, como vinho da vida, vinho dos mortos ou vinho das almas,
acredita-se que essa bebida tenha sido utilizada pelo povo inca por muitos anos, e
com as invasões dos europeus eles tentaram preservar seu bem mais precioso e
foram ensinando a como produzir o chá para diversos outros povos, o que ajudou a
difundi-lo. Logo depois, a huasca começou a ser utilizada por diversos caboclos e
povos indígenas.
Esta bebida é feita a partir das folhas chacrona ou folha rainha e cipós jagube
vegetais amazônicos com propriedades alucinógenas, os alcaloides presentes são a
harmina, harmalina, monometil, tripotamina, tetrahidro B carbolina e dimetiltriptamina
(DMT).

Figura 2 - Chá de ayahuasca

Fonte: iStock
34

Dentre os alcaloides citados, o DMT é a substância psicoativa mais potente e


assim que ataca o SNC através da corrente sanguínea, faz com que o usuário tenha
as alucinações, efeito característico que faz com que os seguidores acreditem que o
uso da droga proporciona experiências místicas e transcendentais.
Mas por que uma bebida com propriedades alucinógenas seria utilizada para
um ritual religioso? É possível ter como resposta o trecho do livro Se liga! O livro das
drogas:

A associação de plantas alucinógenas a rituais religiosos acompanha


a história das civilizações mais antigas das Américas. Astecas, maias
e incas, ao descobrir que vegetais como a chacrona, cacto peiote ou
cogumelo tinham efeitos sobre a mente, passaram a considerá-los
como divinos. (SEVERIANO, 1997, p.62)

O Santo Daime é uma religião originada no Acre na década de 30 , ifundida


por Irineu Raimundo Serra, um negro, neto de escravos que logo após usar a planta
oaska recebeu uma visão espiritual da Virgem da Conceição que passou-lhe as
informações necessárias sobre o ritual religioso e pediu para que ele difundisse a
religião.
Após Irineu, ainda teve o Padrinho Sebastião, outro nome muito importante
para os seguidores, pois, ele ajudou a expandir a crença e assim aconteceu, hoje
existem adeptos do Santo Daime por boa parte do mundo.
Os seguidores acreditam que o uso da ayahuasca é importante para se
alcançar o profundo autoconhecimento, ajudando-os a encontrar respostas para as
angústias da vida e a ter uma comunhão com Deus.
A ayahuasca eleva os efeitos de serotonina, noradrenalina, norepinefrina e
dopamina, causando os efeitos de expansão da consciência aos usuários.

Ela instala, segundo especialistas, a hiperativação das funções


psíquicas perceptivas, cognitivas e mnemônicas. Isto é, leva toda a
psique a operar numa taxa muito maior do que costumeiramente se
verifica, desenvolvendo as funções de percepção, conscientização e
memória. (SEVERIANO, 1997, p.64)

A utilização dessa bebida causa euforia, visões psicodélicas, delírios,


alterações de percepção e de cognição, diarreia, vômitos, cólicas, tremores,
náuseas, taquicardia, tontura, aumento da pressão sanguínea, dor no peito e até
35

convulsões e hipertensão, algumas pessoas sentem muito medo, ansiedade,


paranoia, porém, o uso para usuários já comuns e acostumados com o chá pode
apresentar bem-estar, além disso há relatos de pessoas que o utilizaram e sentiram
melhoras significativas na depressão.

O teste psiquiátrico mostra que os usuários de ayahuasca,


comparados com os não-usuários (grupo de controle), são mais
“reflexivos, resistentes, leais, estóticos, calmos, frugais, ordeiros e
persistentes”. Mostram-se mais “confiantes, otimistas,
despreocupados, desinibidos, dispostos e energéticos”.
(SEVERIANO, 1997, p.67)

O chá tomado pela primeira vez desestabiliza a pessoa. É comum


provocar vômito, que os adeptos chamam de limpeza geral no
organismo (SEVERIANO, 1997, p.68)

Especialistas recomendam que pessoas que possuem doenças neurológicas,


utilizam medicamentos antidepressivos, que possuem ansiedade, hipertensão ou
são cardiopatas, renais crônicos, diabéticos, crianças, idosos, grávidas e lactantes
não façam o uso da ayahuasca, para serem evitados problemas.
É importante lembrar que em 1991, o Confen (Conselho Federal de
Entorpecentes), atual Conad (Conselho Nacional Antidrogas), liberou o uso da
ayahuasca no Brasil em rituais religiosos, então é um ritual legal, o chá não é
proibido, mas é restrito a religião.

b) Ilícitas

As drogas ilícitas são aquelas que não possuem a comercialização, produção


e consumo liberados por lei, ou seja, não são legais, o que o gera punições para as
pessoas que cometem alguma dessas ações.
A Lei 11.343 de 2006, conhecida como lei Anti-Drogas instituída pelo Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) anuncia que:
36

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,


adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-
multa.

Isso ajuda a definir essas drogas, como uma das causas dos crimes já que
para obter ou comercializar essas substâncias, pessoas tem que se envolver em
meios considerados ilegais.
Algumas das substâncias ilegais são:

I. Anfetaminas

As anfetaminas são drogas estimulantes do SNC, sintéticas, produzidas em


laboratórios e vendidas com nomes comerciais de remédios, como demostra a
tabela a seguir:

Tabela 1 - Nomes comerciais de algumas anfetaminas

Fonte: Dicionário de Especialidades Farmacêuticas – DEF – 2002/2003

Essas substâncias são utilizadas por conta dos efeitos causados, que mexem
com a estimulação do cérebro e aumento da produção de substâncias como a
dopamina e a noradrenalina.
Um dos principais efeitos é a insônia, o que faz com que a maioria dos
usuários sejam estudantes, pessoas que trabalham a noite ou que precisam de mais
energia no dia a dia. Além da insônia também é comum presenciar a perda de
apetite.
37

O Brasil, país com 30 milhões de famintos, é o maior consumidor


mundial de remédios para tirar a fome. São os anoréxicos, nome
genérico para os moderadores de apetite, entre os quais as
anfetaminas. (SEVERIANO, 1997, p.58)

Os outros efeitos comuns são dilatação das pupilas, hiperatividade, a pessoa


fala mais rápido, sente menos cansaço, taquicardia, elevação da pressão arterial,
aumento significativo da energia, a pessoa se sente mais disposta e faz coisas além
do que o seu organismo sem o efeito da substância faria, algo que pode ser
prejudicial depois que ele passa.

Por causa desses efeitos, as anfetaminas foram largamente usadas


na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tanto pelos alemães
quanto pelos aliados (norte-americanos e outros adversários
nazistas). (SEVERIANO,1997, p.60)

Além do mais, é uma droga que pode causar dependência, pois, a medida
que o usuário utiliza, os efeitos vão ficando menores, o organismo se acostuma com
a anfetamina, e precisa de mais e mais doses para sentir as mesmas coisas de
antes.
Quando a pessoa toma muitas doses exageradas os danos tóxicos vão estar
presentes, o usuário fica mais agressivo, irritadiço, tem o delírio persecutório, ou
seja, acha que as pessoas estão lhe seguindo, começa a ter psicoses e paranoias,
são as psicoses anfetamínicas, a pessoa começa a ficar pálida e pode ter até
convulsões.
Há relatos de pessoas que pararam de tomar e os sintomas foram
depressivos, ou seja, sentiam falta de energia, desânimo e falta de motivação, algo
muito sério pois, em momentos assim nem as atividades que ela conseguia fazer
antes sem o uso dessas drogas, ela estava tendo forças, energia e vontade de
realizar.

Finalmente, trabalhos recentes em animais de laboratório mostram


que o uso continuado de anfetaminas pode levar à degeneração de
determinadas células do cérebro. Esse achado indica a possibilidade
de o uso crônico de anfetaminas produzir lesões irreversíveis em
pessoas que abusam dessas drogas. (CEBRID, 1987, p.35)

O Livreto-Informativo sobre drogas psicotrópicas proporciona informações


sobre o consumo das anfetaminas no Brasil:
38

O consumo dessas drogas no Brasil chega a ser alarmante, tanto


que até a Organização das Nações Unidas vem alertando o Governo
brasileiro a respeito. Por exemplo, entre estudantes brasileiros do
ensino fundamental e do ensino médio das dez maiores capitais do
País, 4,4% revelaram já ter experimentado pelo menos uma vez na
vida uma droga tipo anfetamina. O uso freqüente (6 ou mais vezes
no mês) foi relatado por 0,7% dos estudantes, sendo mais comum
entre as meninas.
Outro dado preocupante diz respeito ao total consumido no Brasil:
em 1995 atingiu mais de 20 toneladas, o que significa muitos milhões
de doses.

II. Cocaína

A cocaína é uma substância psicoativa extraída das folhas da planta de coca


(Erythroxylum coca), nativa da região dos Andes, na América do Sul, que abrange a
Colômbia, Peru, Bolívia e outros países daquela região.
Sua história remonta a séculos atrás, com uma trajetória que abrange usos
culturais, medicinais e recreativos.
Há evidências arqueológicas que sugerem que a coca era cultivada há mais
de 4.000 anos pelos antigos povos indígenas da região, como os Incas. Eles
acreditavam que a planta tinha propriedades medicinais e a utilizavam para aliviar a
fadiga, aumentar a resistência física, ajudar na adaptação à altitude elevada e até
mesmo para propósitos religiosos e cerimoniais.
A cocaína foi descoberta em meados do século XIX, em 1855, o químico
alemão Friedrich Gaedcke foi o primeiro a isolar o alcaloide da cocaína a partir das
folhas de coca. No entanto, o verdadeiro impulso para a popularização da cocaína
veio com o químico austríaco Albert Niemann, que em 1860 obteve a cocaína na sua
forma cristalina mais pura. Ela foi comercializada como medicamento e considerada
uma panaceia, sendo amplamente utilizada para tratar várias condições médicas,
incluindo dores, enxaquecas e até mesmo como anestésico local.
Um dos exemplos mais notáveis da presença da cocaína em produtos
comerciais foi a Coca-Cola original. Em sua formulação inicial, lançada em 1886, a
bebida continha uma pequena quantidade de extrato de folhas de coca. No entanto,
em 1903, devido a preocupações com a dependência e efeitos colaterais, a cocaína
foi removida da fórmula, embora o nome da bebida tenha sido mantido.
39

Durante o final do século XIX e início do século XX, a cocaína ganhou


popularidade e foi amplamente utilizada em diversas formas, incluindo pó,
comprimidos e em bebidas. Sua utilização se espalhou, especialmente entre a elite
intelectual e artística da época. Sigmund Freud, por exemplo, inicialmente defendia o
uso terapêutico da cocaína, antes de reconhecer seus perigos potenciais.
À medida que os efeitos prejudiciais da cocaína se tornaram mais evidentes,
surgiram preocupações sobre seu uso recreativo e efeitos colaterais. Diversos
países começaram a impor restrições à cocaína, e em 1914, os Estados Unidos
promulgaram a Lei Harrison, que controlava a venda e distribuição da cocaína.
Posteriormente, em 1922, a Liga das Nações (hoje conhecida como
Organização das Nações Unidas) restringiu a importação, exportação e manufatura
da cocaína.
Apesar das restrições, o tráfico ilícito de cocaína cresceu ao longo do século
XX, ela começou a ser produzida em larga escala nos países andinos e traficada
para outras partes do mundo, especialmente para os Estados Unidos e a Europa.
Na década de 1980, houve um crescimento no consumo de cocaína,
especialmente em sua forma cristalina, conhecida como "crack". Isso levou a uma
crise de saúde pública e uma resposta repressiva por parte das autoridades para
combater o tráfico e o consumo da droga.
São várias as vias de administração dessa substância, algumas delas são:

cocaína é consumida oralmente (mascada): Sua absorção é lenta e incompleta, requer mais de 1
mente 25% da droga ingerida alcança o cérebro e isso requer um longo período de tempo.
a aspirada: Somente uma quantidade atravessa a mucosa nasal. De 20% a 30% da droga é
e o pico de concentração nos níveis sanguíneos acontece entre 30 e 60 minutos.
njetada: A cocaína cruza todas as barreiras de absorção e alcança a corrente sanguínea
te. O tempo que leva para atingir o cérebro e instalar seus efeitos é entre 30 e 60 segundos. Produz
oso e breve efeito.
ão da cocaína vaporizada e fumada: Esse é o método mais utilizado pelos usuários, sua absorção é
uase completa. Os efeitos se instalam em segundos e duram de 5 a 10 minutos, por essas razões, o
ck gera uma dependência mais rápida que o uso intravenoso.

A cocaína é uma droga estimulante do SNC que pode causar uma série de
efeitos físicos adversos, seus efeitos variam de acordo com a quantidade
40

consumida, a forma de uso (inalada, injetada ou fumada) e a sensibilidade individual,


sendo alguns deles:

 Aumento da energia e hiperatividade: Os efeitos estimulantes podem levar a


uma hiperatividade física e verbal, com os usuários falando rapidamente e se
movendo de maneira agitada.
 Euforia intensa: causa uma rápida liberação de dopamina no cérebro, um
neurotransmissor associado ao prazer e recompensa, isso leva a uma sensação
intensa de euforia, confiança e bem-estar.
 Hiperestimulação: Pode levar à hiperestimulação sensorial, onde os sentidos
ficam mais aguçados, tornando as cores mais vibrantes e os sons mais intensos.
 Depressão e exaustão: Após o efeito da cocaína passar, os usuários
frequentemente experimentam uma sensação de depressão, exaustão e desejo
intenso de consumir mais da droga para evitar a "queda" desagradável.
 Comportamento impulsivo: Os efeitos podem levar a um comportamento
impulsivo e imprudente, muitas vezes colocando o usuário em situações
perigosas.

Alguns efeitos psíquicos:

 Aumento da frequência cardíaca: essa substância estimula o SNC e pode


levar a um aumento significativo da frequência cardíaca, conhecido como
taquicardia.
 Dilatação das pupilas: Os olhos podem apresentar pupila dilatada após o uso.
 Tremores e espasmos musculares: Alguns usuários podem experimentar
tremores nas mãos e em outras partes do corpo.
 Náuseas e vômitos: Pode causar desconforto gastrointestinal, resultando em
náuseas e, em alguns casos, vômitos.
 Insônia: Pode perturbar o padrão de sono, causando insônia e dificuldade para
dormir.
 Lesões no nariz: A forma inalada da cocaína pode causar lesões no septo
nasal, resultando em sangramentos e problemas respiratórios.
41

 Supressão do apetite sexual: A droga pode causar uma redução do desejo


sexual e dificuldades na função sexual.

III. Crack

O contexto histórico do crack remonta ao final da década de 1970 e início da


década de 1980, quando surgiu uma forma mais acessível e potente de cocaína.
O crack é uma droga derivada da cocaína, processada de modo a criar
pequenos cristais ou pedras que podem ser fumadas. A origem do crack está
associada à expansão do tráfico de drogas e ao aumento do consumo de cocaína
nos Estados Unidos.
Durante a década de 1970, a cocaína era popular em círculos sociais
elitistas, conhecida como ‘’droga das celebridades’’. No entanto, à medida que a
demanda aumentava, o preço da cocaína também subia, tornando-a inacessível
para muitas pessoas de baixa renda.
Foi nesse contexto que surgiu o crack, como uma alternativa mais barata e de
ação rápida à cocaína em pó, pode ser produzido de forma relativamente simples,
misturando bicarbonato de sódio ou amônia com cocaína em pó e, após a
evaporação do solvente, resulta em cristais prontos para fumar.
Essa substância rapidamente se seguiu pelas comunidades urbanas,
especialmente nos bairros mais pobres e marginalizados, sua natureza intensa e
efeitos rápidos de curta duração criam uma forma de uso altamente viciante e
devastadora para muitos usuários.
Ao ser fumado, a droga chega ao cérebro mais rapidamente do que a cocaína
em pó, criando uma poderosa euforia que é seguida por um forte desejo de repetir a
experiência, alimentando a dependência e o ciclo vicioso.
Essa substância teve um impacto significativo na epidemia de drogas nos
Estados Unidos, com grandes cidades enfrentando uma crise de saúde pública.
O seu uso desenfreado resultou em altas taxas de criminalidade, violência e
instabilidade social em muitas comunidades urbanas. Além disso, a guerra às
drogas declarada pelo governo norte-americano durante a década de 1980 evoluiu
em políticas de repressão diversas, levando a uma alta taxa de encarceramento,
especialmente entre as minorias.
42

Ao longo dos anos, houve esforços para lidar com a epidemia do crack
através de abordagens mais centradas na saúde pública e no tratamento da
dependência, em vez de apenas na repressão.
A cocaína em pó é um estimulante do SNC, derivada das folhas da planta da
coca, originária da América do Sul. É conhecido por suas propriedades estimulantes,
que causam uma sensação temporária de euforia, aumento de energia e diminuição
da fadiga. Ao ser transformada em crack, a cocaína torna-se ainda mais potente e
volátil.
O processo de fabricação envolve o aquecimento da cocaína em pó com
bicarbonato de sódio ou amônia em uma mistura líquida, gerada em uma reação
química que forma os cristais de crack. A baixa temperatura necessária para a sua
fabricação evita que a cocaína se destrua e, assim, torna-se uma opção mais
acessível para pessoas de baixa renda.
A forma de administração dessa substância é diferente da cocaína em pó,
que geralmente é inalada ou injetada, eé fumado, permitindo que a droga alcance
rapidamente o cérebro através dos pulmões, produzindo uma euforia intensa quase
instantaneamente. Essa rapidez de ação e os efeitos extremamente prazerosos são
um dos principais motivos pelos quais o é altamente viciante e leva ao uso
compulsivo.
No entanto, a curta duração dos seus efeitos cria um ciclo vicioso de
dependência, levando o usuário a buscar incessantemente a próxima dose para
manter os sentimentos de prazer e euforia. Esse ciclo, juntamente com a intensidade
dos efeitos, resulta em um alto potencial de vício e dependência, o que torna o crack
uma das drogas mais perigosas e devastadoras em termos de impacto na vida dos
usuários.
É uma droga extremamente potente e viciante que origina uma série de
sintomas físicos e psicológicos graves. Esses sintomas podem variar dependendo
da frequência e intensidade do uso, bem como das características individuais de
cada usuário. Vamos explorar detalhadamente os principais sintomas físicos e
psicológicos associados ao uso do crack:

 Euforia intensa: Um dos efeitos mais marcantes é a intensa sensação de


euforia e prazer que surge quase instantaneamente após fumar uma droga. Essa
euforia é causada pela liberação rápida de dopamina.
43

 Aumento da energia: Os usuários frequentemente experimentam um aumento


acentuado de energia, sentindo-se extremamente estimulados e alertas após
fumarem uma droga.
 Aceleração dos batimentos cardíacos: Estimula o sistema cardiovascular,
causando um aumento significativo da frequência cardíaca, o que pode levar a
palpitações e aumento da pressão arterial.
 Dilatação das pupilas: O uso resulta na dilatação das pupilas, tornando-as
anormalmente grandes e ativas à luz.
 Hiperatividade física: Os usuários podem apresentar hiperatividade física,
comportamento agitado e dificuldade em ficar quietos ou sentados.
 Perda de apetite: Suprime o apetite, levando a uma diminuição significativa na
ingestão de alimentos.
 Insônia: Devido à estimulação intensa, os usuários podem experimentar
dificuldades em dormir.
 Danos pulmonares: Ele é fumado, o que pode causar danos aos pulmões e nas
vias respiratórias ocorrido em tosse crônica e problemas respiratórios.
 Craving intenso: a euforia causada pelo crack leva a um desejo intenso e
irresistível de usar a droga repetidamente, o que é conhecido como ‘’craving’’.
 Irritabilidade e agressividade: após o uso muitos usuários podem experimentar
mudanças de humor, tornando-se irritáveis, impacientes e até agressivos.
 Ansiedade e paranoia: Causa intensa ansiedade e paranoia, com os usuários
se sentindo extremamente desconfiados e suspeitos em relação aos outros.
 Dificuldades de concentração e memória: O uso contínuo pode prejudicar a
capacidade de concentração, aprendizado e memória, tornando difícil a
realização de tarefas cotidianas.
 Comportamentos de riscos: Os indivíduos podem se envolver em
comportamentos de risco, como dirigir perigosamente, praticar atividades sexuais
sem proteção ou envolver-se em atividades criminosas.

É importante ressaltar que o uso do crack pode ter consequências


devastadoras na vida dos usuários, incluindo problemas de saúde, relacionamentos,
trabalho e questões legais.
44

A sua dependência é um dos vícios mais desafiadores de enfrentar, sendo


necessário um tratamento multidisciplinar, que envolve intervenção médica, terapia
comportamental e apoio psicossocial para proporcionar uma recuperação bem
sucedida e duradoura.
De acordo com o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela
População Brasileira, realizado em 2019 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
cerca de 0,7% da população brasileira adulta já havia experimentado crack em
algum momento da vida. Esse número pode parecer baixo, mas, quando
considerado o tamanho da população do Brasil, representa um grande número de
pessoas que podem ser aproveitadas pela droga.
Segundo algumas pesquisas o Brasil está em terceiro lugar no ranking de
maiores países usuários de crack, como mostra a tabela

Tabela 2 - Maiores países usuários de crack no mundo

Fonte: Unifesp/Levantamento Nacional de Álcool e Drogas

As regiões metropolitanas e áreas urbanas são os principais locais de uso e


distribuição de crack no país, sendo as grandes cidades como São Paulo e Rio de
Janeiro, as mais impactadas pela presença dessa droga.

IV. LSD

O LSD (dietilamida do ácido lisérgico) foi descoberto pelo químico suíço Albert
Hofmann em 1943 que trabalhava como pesquisador para a empresa farmacêutica
45

Sandoz (hoje conhecida como Novartis) e estava buscando novas aplicações para o
ergot, um fungo que cresce em grãos, especialmente no centeio.
Enquanto investigava a estrutura química do ergot, Hofmann sintetizou pela
primeira vez o composto LSD-25 em 1938, mas não deu muita atenção a ele na
época, considerando-a um composto não muito interessante. No entanto, cinco anos
depois, em 16 de abril de 1943, decidiu revisitar o composto para uma análise mais
detalhada e acidentalmente entrou em contato com uma pequena quantidade de
LSD através da pele e inalou alguns vapores.
Seguidamente começou a experimentar efeitos incomuns e fortes
alucinações, pouco depois da manipulação. Ele descreveu suas experiências como
uma sucessão de imagens coloridas e distorcidas, acompanhadas por uma
sensação alterada de percepção do tempo e do espaço. Preocupado decidiu
interromper seu trabalho e voltar para casa, onde os efeitos se intensificaram.
O pesquisador sentiu-se desorientado e mergulhado em uma profunda
experiência psicodélica que levou-o a se perguntar se o composto que ele havia
sintetizado anteriormente era responsável por esses efeitos psicoativos.
Após essa experiência, decidiu investigar mais a fundo as propriedades do
LSD. Ele sintetizou uma nova quantidade da substância e começou a conduzir uma
série de experimentos em animais e em si mesmo para entender melhor os efeitos e
o potencial terapêutico da substância.
Em 19 de abril de 1943, Hofmann realizou sua segunda autoexperiência
intencionalmente, desta vez com uma dose calculada e uma quantidade maior de
LSD. Ele ingeriu 250 microgramas do composto, quantidade que considerava
pequena. No entanto, os efeitos se mostraram novamente intensos o que o fez
passar outra experiência psicodélica significativa.
Essa segunda autoexperiência, foi o marco que levou o pesquisador a
perceber o potencial do LSD como uma ferramenta para a exploração da mente e da
consciência. Ele descreveu a droga como uma "substância problemática" que
poderia ter aplicações terapêuticas e psicoterapêuticas significativas, mas que
também apresentava riscos e desafios.
Após a descoberta dessa substância, a Sandoz começou a produzi-la e
comercializa-la sob o nome comercial Delysid. Inicialmente, o LSD foi considerado
uma promissora ferramenta para a psicoterapia, mas seu uso posteriormente se
46

espalhou além do âmbito médico, alcançando a contracultura dos anos 1960 e


resultando em restrições legais severas em muitos países.
Apesar das controvérsias e das restrições, a descoberta de Albert Hofmann
teve um impacto duradouro no campo da psicofarmacologia, estimulando a pesquisa
científica sobre os efeitos dos psicodélicos e levando ao ressurgimento do interesse
terapêutico em substâncias psicodélicas nas últimas décadas.
O estudioso descreveu os efeitos psíquicos e físicos dessa droga com base
em suas próprias experiências e observações feitas durante seus estudos e
pesquisas, sendo eles:

 Alterações na percepção do tempo e espaço: Pode distorcer a percepção do


tempo, fazendo com que pareça que os eventos estão ocorrendo mais rápido
ou mais devagar do que realmente são. Além disso, a noção de espaço pode
ser alterada, com a percepção de distorções nas proporções e nas distâncias.
 Experiências sinestésicas: Leva a experiências que os sentidos se misturam
e se fundem, resultando em uma experiência sensorial cruzada. Por exemplo,
as pessoas podem ver cores ou formas associadas a sons ou sentir o gosto de
certos objetos sem comê-los.
 Intensificação das emoções: Intensifica as emoções, tornando-as mais vívidas e
profundas. Isso pode incluir tanto emoções positivas, como alegria e euforia,
quanto emoções negativas, como medo e ansiedade. A intensidade das
emoções pode variar de pessoa para pessoa e de experiência para experiência.
 Expansão da consciência: Hofmann afirmava que o LSD poderia expandir a
consciência dos indivíduos, permitindo que eles percebessem e
experimentassem aspectos da mente e da realidade que normalmente não são
acessíveis. Ele descrevia essa expansão como uma ampliação da percepção
sensorial e da capacidade de introspecção.
 Experiências místicas e espirituais: Hofmann acreditava que o LSD poderia
induzir experiências místicas e espirituais profundas, levando as pessoas a uma
sensação de conexão com algo maior do que elas mesmas. Essas experiências
podem ser descritas como transcendentais e relacionadas a um senso de
unidade com o universo ou com uma dimensão espiritual.
47

 Sensações táteis alteradas: Afeta a percepção tátil, levando a uma sensação


alterada de toque, ou seja, uma maior sensibilidade ao toque ou uma sensação
de formigamento na pele.
 Tremores musculares: Causa tremores musculares ou espasmos involuntários
em certas partes do corpo.
 Dilatação das pupilas: Resulta em um aumento visível do tamanho das pupilas
dos olhos.
 Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial
 Aumento da temperatura corporal: resultando em sensações de calor ou suor
excessivo.

É importante ressaltar que, apesar de Hofmann defender o uso dessa


substância no campo medicinal e na psiquiatria, o descobridor levanta suas
preocupações sobre o uso não medicinal do LSD, ou seja, o uso recreativo,
exploratório ou fora do contexto médico.
O mesmo enfatizou a importância de uma abordagem cuidadosa, respeitosa e
bem informada ao usar o LSD, destacando que o contexto, a dose e a mentalidade
do indivíduo desempenham papéis importantes nos resultados e nas experiências.
Ele acreditava que o uso descontrolado e não supervisionado do LSD poderia levar
a consequências negativas para os indivíduos e para a sociedade em geral,
principalmente à exploração do LSD na contracultura dos anos 1960.
Embora o descobridor visse o potencial do LSD fora do contexto médico, ele
defendia a importância de um uso consciente, responsável e informado. Foi
colocado em pauta a necessidade de respeitar a substância e seus efeitos, bem
como os limites individuais e o ambiente em que é utilizado.
O pesquisador, acreditava no potencial terapêutico dessa substância e
defendia seu uso na psiquiatria, afirmava que poderia ser uma ferramenta valiosa
para ajudar no tratamento de diversas condições psiquiátricas.
Hofmann argumentava que essa substância poderia facilitar a exploração da
mente, permitindo que os pacientes mergulhassem em seus pensamentos, emoções
e experiências profundas. Ele via o LSD como capaz de proporcionar insights,
compreensão interna de algo que estaria oculto, e perspectivas novas, podendo ser
utilizada como uma ferramenta auxiliar no processo terapêutico e que poderia ajudar
48

os pacientes a superar traumas, especialmente o transtorno de estresse pós-


traumático. Afirmava que a substância poderia permitir que os pacientes
revisitassem e processassem experiências traumáticas de uma maneira controlada e
segura, possibilitando a resolução e a cura emocional.
Além disso, ele também defendia que o LSD poderia ser usado para facilitar a
comunicação e a terapia de casais e famílias, já que a substância ajudaria na
expressão de emoções reprimidas, melhoria da empatia e na compreensão mútua,
proporcionando uma abordagem terapêutica mais profunda e eficaz.

V. Maconha

Carol sonnereich (1982) aponta que o uso de substâncias psicoativas se


insere no contexto de problemas sociais, econômicos e culturais. O nome científico
da maconha é cannabis sativa, que em latim, significa cânhamo, que denomina o
gênero da espécie, e sativa, que se refere à semeada, e também indica a espécie e
a natureza (Ásia) do desenvolvimento da planta.

Figura 3 - Maconha

Fonte: Wikimedia Commons

Quanto aos efeitos, o usuário pode apresentar uma leve euforia com
alterações na percepção do tempo (espaço), distância e do controle do próprio
49

corpo. Quando consumida, os efeitos fisiológicos se manifestam em minutos através


de tontura, sensação de peso nos braços e pernas, distúrbios de coordenação
motora, aumento da frequência cardíaca, sensação de apetite excessivo, irritação
nos olhos.
Em relação aos processos mentais, encontram-se com distúrbios de memória
e falta de atenção. Porém, pode ocorrer um fortalecimento do sentido do alto valor e
da sua socialização.
A autora apresenta 8 fenômenos psicológicos observados em usuários da
Cannabis, são eles sentimento de felicidade, excitação, dissociação de ideias,
enganos na variação do tempo e do espaço, aumento da sensibilidade auditiva,
ideias fixas, convicções delirantes, lesões dos afetos, Impulsos irresistíveis Ilusões e
alucinações.
A embriaguez canábica dá-se em 4 fases:

 Fase de bem-estar eufórico


 Fase de hiperestesia sensorial (com perturbação de espaço temporais e euforia)
 Fase estática
 Fase do sono e desperta

A maconha, dentre outros efeitos físicos incluí o desequilíbrio da capacidade


de localização, aumento do ritmo cardíaco, queda da pressão arterial, hiperemia
conjuntival com queda da pressão intra-ocular. Entretanto, a Cannabis compromete
a memória de curto prazo, e os fumantes crônicos demonstram apatia e falta de
motivação.
Os efeitos dos alucinógenos (maconha) dependem particularmente da dose,
da estrutura emocional, do seu estado de ânimo por conta do uso e das
circunstâncias que os rodeiam. É possível afirmar que o usuário da maconha
apresentará nítidas alterações psíquicas, como perdas da discriminação temporal e
espacial, sonolência, apatia e desinteresse pelo meio, podendo ter crises
alucinatórias e reações de pânico.
O uso moderado da maconha, não leva a tolerância, porém, quando ingeridos
em doses elevadas, pode-se apresentar uma adaptação aos efeitos do THC - um
dos principais componentes químicos da maconha, responsável pela maioria dos
50

efeitos psicotrópicos da planta1, age de forma muito semelhante aos produtos


químicos produzidos naturalmente pelo corpo e se conecta aos receptores de
canabinoides concentrados no cérebro e o SNC para produzir efeitos colaterais -
tanto mentais quanto físicas, constatando a dependência física mais constante.
Possui também, a possibilidade da ocorrência de psicoses canábicas e
manifestações através de perturbações do caráter, ansiedade, anorexia e insônia.
Embora haja alguns usuários múltiplos de maconha e cocaína, no caso
particular da maconha, o seu uso estaria atrelado a atos bucólicos com associações
ao dia, ao campo, natureza, comida, saúde e ao ócio. Já a cocaína seria associada
a um uso mais urbano, a saída noturna para boates, ao viver agitado e a
degeneração do corpo.
Sobre os efeitos prejudiciais da maconha, não são bem coincidentes se
comparada a cocaína, porém, são frequentes problemas de concentração e
memória, dificultando a aprendizagem e a execução de tarefas de dirigir ou operar
máquinas, por exemplo. Seu uso contínuo pode causar tosse crônica, alteração da
imunidade, redução dos níveis de testosterona, e desencadear doenças mentais
como a esquizofrenia, depressões e crises de pânico, pode ocorrer também a
redução do interesse e de motivação pela vida, com a observação da síndrome
motivacional.

VI. Heroína

A heroína, é uma droga opiácea ilegal e derivada da morfina, um alcaloide


natural do ópio que deprime o SNC, as quais são obtidas a partir de uma planta
denominada Papaver somniferum. Esta planta também é conhecida pela papoila de
ópio que dá origem à morfina, que em seguida é transformada em heroína.
No século XIX, a partir da extração da morfina do ópio, a droga começou a
ser utilizada como um analgésico e sedativo eficaz, especialmente durante a Guerra
Civil Americana. No entanto, rapidamente se percebeu que a morfina tinha um alto
potencial de vício e abuso devido a muitos veteranos viciados em morfina.
51

Apesar da certeza que a substância era altamente perigosa e causadora de


dependência, continuou a ser usada nos Estados Unidos da América no tratamento
de diversas patologias.
Em busca de uma alternativa, desenvolveram-se a heroína em 1898 na
Alemanha com o intuito de substituir a morfina. Inicialmente, a heroína foi
comercializada como um remédio para aliviar a tosse e como tratamento para a
dependência de morfina, porém, logo depois foi comercializada amplamente pelo
laboratório alemão da Bayer como um analgésico, e sua disponibilidade aumentou
significativamente.
A heroína passou a ser utilizada como remédio para a cura do alcoolismo e
uso nos doentes que foram tratados anteriormente por morfina. Então, logo após a
administração desta substância em dependentes da morfina comprovou-se que ela
aliviava os sintomas de abstinência dos toxicodependentes e que poderia substituir
eficazmente, a morfina.
No entanto, logo se tornou evidente que a heroína era ainda mais viciante e
perigosa do que a morfina. A década de 1920 marcou o início do controle e da
restrição da heroína em muitos países, especialmente após os Estados Unidos
promulgarem a Lei Harrison de 1914 para regular a distribuição e venda de
opiáceos.
Esse controle foi fortalecido ainda mais com a Convenção Internacional do
Ópio de 1912, que buscava limitar a produção e distribuição de ópio e outros
opioides.
A partir da década de 1930, essa substância começou a ser associada a
problemas sociais e de saúde pública, como criminalidade, abuso de substâncias e
overdose. Entretanto, aumentaram os esforços para controlar seu uso,
especialmente com a promulgação das leis antidrogas durante a Guerra às Drogas,
iniciada nas décadas de 1970 e 1980.
Do mesmo modo que se procurou um substituto para a morfina, começou-se
a pesquisar substâncias para resolver o problema do vício da heroína. Uma das
substâncias encontradas foi a metadona.
Com o estudo sobre os efeitos psíquicos é possível compreender que a
heroína é uma droga altamente potente que afeta o SNC e que seus efeitos
psíquicos são intensos e variados, e o uso da droga pode levar a mudanças
significativas no comportamento e na mente dos usuários. Sendo eles:
52

 Euforia intensa: A heroína é conhecida por proporcionar uma sensação intensa


de prazer e euforia. Os usuários relatam uma sensação de calor, relaxamento e
bem-estar, muitas vezes descrita como "onda de felicidade".
 Sedação e sonolência: Pode levar a um estado de relaxamento profundo e
sonolência extrema. Esses efeitos podem ser tão poderosos que os usuários
podem cair em um estado de torpor ou até mesmo adormecer.
 Alívio da ansiedade: A heroína tem propriedades ansiolíticas, o que significa
que ela pode aliviar temporariamente a ansiedade e o estresse, levando a uma
sensação de tranquilidade.
 Redução da dor emocional: Essa substância proporciona uma sensação
temporária de alívio das dores emocionais e traumas psicológicos. Isso pode ser
uma das razões pelas quais algumas pessoas procuram a droga como uma
forma de escapismo.
 Alterações do humor: O uso pode levar a flutuações emocionais extremas,
alternando entre euforia e depressão.
 Confusão mental: Em doses elevadas, pode causar confusão mental,
dificuldades de concentração e comprometimento das habilidades cognitivas.

As pesquisas sobre os efeitos físicos da heroína confirmaram que são


variados e podem ser imediatos após o uso, alguns são:

 Analgesia: É um potente analgésico, o que significa que ela pode reduzir


significativamente a percepção da dor.
 Náusea e vômito: Os efeitos iniciais do uso podem levar a sensações de
náusea e, em alguns casos, resultar em vômitos.
 Redução da frequência respiratória: Um dos efeitos mais perigosos é a
depressão respiratória, que pode levar a problemas respiratórios graves e, em
casos extremos, levar à parada respiratória e morte.
 Constipação: Afeta o sistema digestivo, levando a problemas de constipação
e dificuldades para evacuar.
53

 Coceira intensa: Os usuários frequentemente relatam coceira intensa na


pele, conhecida como "prurido heroico". Essa coceira é um efeito colateral
comum e desconfortável.
 Contração das pupilas: O uso causa uma contração extrema das pupilas,
fazendo com que pareçam pequenas e pontudas, um efeito conhecido como
"miose".
 Danos aos órgãos: O uso prolongado de pode causar danos ao fígado, rins e
coração, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e complicações
médicas.
 Supressão do sistema imunológico: O uso contínuo pode enfraquecer o
sistema imunológico do usuário, tornando-os mais suscetíveis a infecções e
doenças.

VII. Morfina

A morfina desempenhou um papel importante no campo da medicina, tanto


como um analgésico poderoso quanto como uma substância que causou
dependência e vício.
Ao explorar o contexto histórico da morfina, é importante considerar sua
descoberta, uso médico generalizado, impacto social e avanços subsequentes,
sobretudo sua história que remonta o século XIX.
Essa substância foi isolada pela primeira vez em 1804 pelo farmacêutico
alemão Friedrich Wilhelm Adam Sertürner. Ele extraiu a droga a partir do ópio.
Friedrich escolheu nomear o composto em homenagem ao deus grego do
sono, Morfeu, devido aos seus efeitos sedativos. Inicialmente, a morfina era
considerada uma descoberta revolucionária no alívio da dor, sendo um analgésico
para pacientes com condições graves ou após cirurgias.
Durante o século XIX, seu uso se tornou difundido durante a Guerra Civil
Americana, entre 1861 e 1865, quando foi usada para tratar a dor dos soldados
feridos. No entanto, à medida que o uso da morfina se disseminava, também ficou
evidente que ela possuía um alto potencial para causar dependência e vício.
O aumento da dependência de morfina entre os veteranos de guerra causou o
fenômeno conhecido como "soldado morfina" ou "doença do exército". Essa
54

dependência levou a consequências negativas, como indivíduos sofrendo de


abstinência, problemas de saúde e dificuldades sociais.
A crescente preocupação com os efeitos adversos da morfina levou à busca
de alternativas menos viciantes para o tratamento da dor.
No final do século XIX, foram desenvolvidos derivados da morfina, como a
heroína, na esperança de que fossem menos viciantes. Porém, essas substâncias
revelaram-se ainda mais viciantes e causaram uma crise de dependência ainda
maior, levando a uma conscientização crescente sobre os perigos associados ao
uso dessas substâncias.
Atualmente, a morfina continua sendo um medicamento analgésico utilizado
em condições de dor intensa, como no tratamento do câncer ou no controle da dor
pós-operatória. Porém, seu uso é estritamente regulamentado e acompanhado de
cuidados e monitoramento devido ao seu potencial para causar dependência e
efeitos colaterais significativos.
Em tese, o contexto histórico da morfina é marcado por sua descoberta como
um poderoso analgésico no século XIX, seu uso generalizado na medicina e sua
associação com dependência e vício. A história da morfina envolve a busca por
tratamentos eficazes para a dor, os desafios e as consequências sociais
relacionadas à sua dependência e os avanços científicos para compreender melhor
seus efeitos e melhorar sua administração.
Com o estudo geral feito é possível relatar sobre alguns efeitos psíquicos que
ocorrem com os usuários:

 Euforia: Pode causar uma sensação intensa de prazer e euforia em alguns


usuários, levando a um estado de bem-estar mental.
 Disforia: Embora a morfina possa causar euforia em algumas pessoas, em
outras pode ocorrer o oposto, com sintomas de disforia, caracterizados por
sentimentos de tristeza, ansiedade ou inquietação.
 Sedação: Conhecida por seu efeito sedativo, que pode causar sonolência e
diminuição do entusiasmo mental.
 Alterações de humor: Alguns indivíduos podem experimentar mudanças de
humor, oscilando entre estados de euforia e depressão durante o uso da
morfina.
55

E além do estudo dos efeitos psíquicos, também houve pesquisa dos físicos
que afetam bastante quem consome essa droga, são alguns:

 Analgesia: Conhecida por sua elevada capacidade analgésica, aliviando a dor


de forma eficaz.
 Constipação: Causa constipação significativa, pois reduz a motilidade
intestinal.
 Náuseas e vômitos: Comuns no início do tratamento com morfina e podem
diminuir com o tempo.
 Respiração reduzida: Possui um efeito depressor no sistema respiratório, o
que pode levar a uma diminuição da taxa respiratória e à supressão da
resposta do reflexo respiratório.
 Coceira e erupções cutâneas: Algumas pessoas podem experimentar
coceira intensa e erupções cutâneas como efeitos colaterais.
 Pupilas contraídas: Leva à contração das pupilas, conhecida como miose.
 Redução da libido: Pode diminuir o desejo sexual e afetar a função sexual.

É importante evidenciar que os efeitos e sintomas tanto físicos quanto


psicológicos podem variar de pessoa para pessoa e dependem da dose, frequência
e duração do uso da morfina e da sensibilidade à substância. Além disso, o uso
indevido ou abuso de morfina pode aumentar o risco de efeitos colaterais graves,
incluindo overdose e problemas respiratórios graves.

VIII. Ectsasy

O contexto histórico do ecstasy, também conhecido como MDMA, remonta à


década de 1910, quando a substância foi inicialmente sintetizada pelos químicos
alemães Anton Kollisch, sendo empregada para a empresa farmacêutica Merck. No
entanto, o composto era relativamente obscuro até a década de 1970, quando o
químico Alexander Shulgin, que trabalhava para a Dow Chemical, redescobriu e
investigou suas propriedades psicoativas.
Na década de 1970, Shulgin começou a testar a MDMA em si mesmo e em
um pequeno grupo de colegas, percebendo que a droga produzia efeitos emocionais
56

positivos e promovia uma sensação de empatia e introspecção. Através de suas


pesquisas, ele passou a acreditar que a substância tinha potencial terapêutico e
poderia ser usada em psicoterapia. Essa crença levou a um aumento no interesse
pela droga na comunidade terapêutica e psiquiátrica.
Durante a década de 1980, o ecstasy se tornou cada vez mais popular em
círculos recreativos e festas noturnas, especialmente em cenários como clubes de
música eletrônica. A cultura rave, que surgiu no final dos anos 80 e início dos anos
90, desempenhou um papel significativo na disseminação d oseu uso, pois, a droga
era considerada uma ‘’droga do amor’’ que promovia a união e a conexão entre as
pessoas.
O uso recreativo e não terapêutico chamou a atenção das autoridades e, na
década de 1980, a substância foi criminalizada em vários países, incluindo os
Estados Unidos, o que levou ao aumento das apreensões e perseguições de
traficantes. Ainda assim, a popularidade da droga continua a crescer, com relatos de
efeitos colaterais graves e até mortes relacionadas ao seu uso.
No início do século XXI, aumentou a preocupação com a segurança e os
riscos associados ao ecstasy, com várias campanhas de conscientização sobre os
perigos do uso não supervisionado da droga. Paralelamente, os investigadores
continuaram a explorar o potencial terapêutico do MDMA, especialmente no
tratamento de transtorno de estresses pós-traumático (TEPT) e o outros distúrbios
mentais.
A pesquisa científica sobre o seu uso medicinal ganhou mais destaque na
década de 2010, e ensaios clínicos foram monitorados para avaliar sua eficácia
terapêutica. Esses estudos apreciaram resultados promissores no tratamento de
TEPT, o que levou a um interesse crescente em considerar a possibilidade de
legalizar a droga para fins terapêuticos em alguns países.
A composição química do ecstasy 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA),
é uma substância sintética, derivada da modificação da estrutura química de uma
anfetamina. Sua fórmula química é C 11H15NO2, e a molécula possui um anel de
benzeno com uma estrutura química característica, como mostra a figura 3.
57

Figura 4 - Ecstasy e sua composição química

Fonte: Cannews

A parte mais distintiva da estrutura do MDMA é a presença de dois grupos


metilenodioximetil na posição 3,4 do anel de benzeno. Esses grupos
metilenodioximetil são responsáveis por conferir ao MDMA suas propriedades únicas
e também por seu nome, já que 3,4-metilenodioximetanfetamina significa,
literalmente, ‘’3,4-metilenodioximetanfetamina’’.
A combinação específica desses grupos químicos é fundamental para suas
ações no cérebro. Quando uma droga é ingerida, ela é recebida pelo sistema
digestivo e, eventualmente, atinge a corrente sanguínea, onde pode atravessar a
barreira hematoencefálica e alcançar o cérebro.
Uma vez no cérebro age principalmente aumentando a liberação de
neurotransmissores, como a serotonina, dopamina e norepinefrina. A liberação
excessiva de serotonina é responsável pelos efeitos de euforia, empatia e
sensações de amor e conexão com os outros. Aumentos nas concentrações de
dopamina também ocorreram para os sentimentos de prazer e recompensa,
enquanto a norepinefrina está associada ao aumento do estado de alerta e da
frequência cardíaca.
No entanto, esse aumento descontrolado de neurotransmissores pode levar
a efeitos colaterais e riscos à saúde como hipertermia, desidratação, tensão
muscular e problemas cardiovasculares. Além disso, o uso intenso de MDMA pode
afetar a produção e a regulação dos neurotransmissores no cérebro, potencialmente
gerada em efeitos neurológicos a longo prazo.
58

Os efeitos do ecstasy são variados e podem afetar diferentes sistemas do


corpo e da mente. É importante ressaltar que os efeitos do ecstasy podem variar
dependendo da dose, da pureza da droga, da frequência de uso, do ambiente e das
características individuais de cada usuário. Abaixo estão detalhadas alguns dos
principais efeitos da ecstasy.
 Euforia e Bem-Estar: Um dos efeitos mais marcantes, é uma sensação intensa
de euforia e bem-estar. Os usuários podem experimentar uma felicidade
avassaladora e uma profunda sensação de contentamento, muitas vezes
acompanhada de uma sensação de conexão emocional com os outros.
 Empatia e Abertura Emocional: O MDMA é conhecido por aumentar a empatia
e a capacidade de se conectar emocionalmente com outras pessoas. Os
usuários podem se sentir mais abertos, comunicativos e carinhosos com os
outros, tornando-se sociais e mais acolhedores.
 Aumento da Sensibilidade Sensorial: O êxtase pode aumentar a sensibilidade
sensorial dos usuários, desencadeada em uma habilidade intensificada de cores,
luzes e músicas. Muitas pessoas relatam que o prazer de ouvir música é
amplificado, tornando-a uma parte essencial da experiência com a droga.
 Hiperestimulação: Pode levar a uma hiperestimulação física e emocional. Os
usuários podem experimentar um aumento na energia, conversa excessiva e
inquietação.
 Bruxismo: O bruxismo, ou ranger de dentes, é um efeito colateral comum do
ecstasy. Devido à estimulação do sistema nervoso, os usuários podem
acidentalmente apertar e ranger os dentes, o que pode causar danos aos dentes
e às gengivas.
 Desinibição: O MDMA pode reduzir as inibições sociais, levando os usuários a
se sentirem mais corajosos e dispostos a experimentar coisas novas. Essa
desinibição pode resultar em comportamentos arriscados ou em situações
potencialmente perigosas.
 Aumento da Frequência Cardíaca e Pressão Arterial: O uso pode causar um
aumento significativo da frequência cardíaca e da pressão arterial, o que pode
ser perigoso para pessoas com condições cardíacas pré-existentes.
 Desidratação e Hipertermia: Pode levar a um aumento da temperatura corporal
e à redução do controle da temperatura, gera a desidratação e a hipertermia
59

(aumento perigoso da temperatura do corpo). Isso pode ser especialmente


perigoso em ambientes quentes ou superlotados, onde a capacidade do corpo de
resfriar pode ficar comprometida.
 Comportamento compulsivo: O ecstasy pode levar a um comportamento
compulsivo, com alguns usuários buscando repetidamente uso da droga para
replicar os efeitos prazerosos experimentados anteriormente.
 Efeitos posteriores: Após o uso alguns usuários podem experimentar um
período de depressão e melancolia conhecido como ‘’baque’’ ou ‘’ressaca’’ do
MDMA. Isso pode estar relacionado à redução temporária dos níveis de
serotonina no cérebro.
 Aumento da Frequência Cardíaca e Pressão Arterial: O uso pode causar um
aumento significativo da frequência cardíaca e da pressão arterial, o que pode
ser perigoso para pessoas com condições cardíacas pré-existentes.
 Desidratação e Hipertermia: O êxtase pode levar a um aumento da temperatura
corporal e à redução do controle da temperatura, o que pode levar à
desidratação e a hipertermia (aumento perigoso da temperatura do corpo). Isso
pode ser especialmente perigoso em ambientes quentes ou superlotados, onde a
capacidade do corpo de resfriar pode ficar comprometida.
 Comportamento compulsivo: Pode gerar um comportamento compulsivo, com
alguns usuários buscando repetidamente uso da droga para replicar os efeitos
prazerosos experimentados anteriormente.

IX. Cogumelos alucinógenos

Os cogumelos são fungos, existem vários tipos e um deles são os cogumelos


mágicos, alucinógenos, ou psicodélicos que fazem parte do grupo 1 dos
alucinógenos, ou seja, seus efeitos não são tão fortes, mas são perceptíveis.
Nesses cogumelos psicodélicos do gênero psilocybe está presente o alcaloide
psilocibina (C12H17N2O4P) que causa as alucinações e distorções da realidade.
A espécies mais conhecidas são a Psilocybe mexicana, Psilocybe
zapotecorum, Amanita muscaria, Conocybe tenera, Lycoperdon perlatum, Mycena
cyanorrhiza e Psilocybe cubensis.
Além de causarem alucinações esses fungos também fazem com que o
usuário tenha sensação de euforia, sentimento de paz, relaxamento, náuseas,
60

dilatação das pupilas, sonolência, cansaço, fraqueza muscular, falta de coordenação


motora, paranóia, aumento do pulso, da pressão sanguínea e da temperatura.
A seguir uma figura de um cogumelo psicodélico.

Figura 5 - Cogumelos psicodélicos da espécie Psilocybe cyanescens

Fonte: / Alan Rockefeller/Mushroom Observer/Wikimedia Commons

X. Skunk

O Skunk, também conhecido como ‘’Marijuana Skunk’’, é uma variedade


altamente potente da planta Cannabis sativa, caracterizada por seu alto teor de
tetrahidrocanabinol (THC), o principal composto psicoativo da maconha. O contexto
histórico do Skunk remonta às décadas de 1960 e 1970, durante o auge do
movimento hippie e da contracultura nos Estados Unidos e na Europa.
Foi na década de 1960 que a planta de Cannabis começou a ganhar
popularidade entre os jovens, que abraçaram uma filosofia de liberdade, paz e amor,
contrapondo-se às normas conservadoras da sociedade da época. O uso da
maconha, inclusive do Skunk, era relacionado à busca por experiências psicodélicas
e espirituais, bem como ao desejo de se afastar das restrições impostas pelo
estabelecimento.
O nome ‘’Skunk’’ foi dado a essa variedade de Cannabis devido ao seu odor
extremamente forte e característico que se assemelha ao cheiro de uma glândula
anal animal conhecida por sua capacidade de liberar um odor característico como
61

mecanismo de defesa, então esse termo acabou sendo associado a variedades de


maconha com alto teor de THC e um aroma particularmente intenso.
À medida que a cultura da maconha é controlada e ganha mais
personalidade, o cultivo e a produção do Skunk tornaram-se mais sofisticados, tendo
uma variedade ainda mais poderosa e distinta. O seu uso recreativo e o da
maconha, foram proibidos em muitos países durante os anos de 1970 e 1980,
impulsionado pela Política Internacional de Controle de Drogas e Pressão dos
Estados Unidos.
No entanto, nas últimas décadas, houve uma mudança gradual nas atitudes
em relação à Cannabis, com muitos países considerando suas políticas de controle.
O uso medicinal da maconha, incluindo o Skunk, tem sido legalizado em
várias localidades dos EUA e em outros países, devido ao crescente
reconhecimento de seus benefícios terapêuticos em condições médicas específicas.
A composição química do Skunk é complexa como a de qualquer variedade
de Cannabis. A planta contém uma ampla gama de compostos químicos, mas os
principais componentes que conferem suas propriedades psicoativas e terapêuticas
são os canabinóides.
Dentre os canabinóides encontrados no Skunk, o mais proeminente é o
tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos efeitos de euforia, relaxamento e
alteração da percepção que são associados ao consumo dessa variedade de
Cannabis. Surpreendentemente, o teor de THC no Skunk é consideravelmente mais
elevado do que em outras variedades de, podendo variar de 15% a 30% ou mais, o
que o torna extremamente potente.
Outro componente relevante encontrado no Skunk é o Canabidiol (CBD) que
diferentemente do THC, não causa efeitos psicoativos prolongados e é conhecido
por suas propriedades terapêuticas potenciais. A proporção de THC para CBD no
Skunk pode variar dependendo da variedade cultivada e das condições de
crescimento, o que influencia nos efeitos experimentados pelos usuários.
Além dessas há outras variedades de canabinóides, incluindo o canabinol
(CBN), o canabigerol (CBG) e ácido canabidiólico (CBDA). Esses compostos
também têm sido objeto de estudos para entender melhor seus efeitos e possíveis
benefícios terapêuticos, expandindo os conhecimentos sobre a complexidade da
planta de Cannabis.
62

Os terpenos são outros componentes importantes encontrados no Skunk,


são eles os responsáveis pelo aroma e sabor distintivos da variedade, bem como
por interagir com os canabinóides para produzir efeitos diferentes. Dentre os
terpenos encontrados na droga estão o mirceno, limoneno, pineno e linalol.
A composição química do Skunk não se limita apenas aos canabinóides e
terpenos, a planta também contém outros compostos não canabinóides como
flavonoides, carboidratos, esteroides e compostos nitrogenados. Alguns deles
podem contribuir para as propriedades terapêuticas da planta, o que aumenta o
interesse e a pesquisa em torno dos usos medicinais.
É importante observar que a composição química do Skunk pode variar
dependendo de vários fatores, incluindo a genética da planta, como condições de
cultivo, o momento da colheita e os métodos de processamento. Além disso, o uso
de pesticidas e fertilizantes durante o cultivo também pode afetar a composição
química da planta.
O seu uso pode ter consequências negativas, especialmente quando é de
forma abusiva ou por indivíduos com predisposição a problemas de saúde mental.
Seu consumo pode levar a uma série de sintomas físicos e psicológicos que diferem
significativamente de outras variedades de Cannabis.
A dependência do Skunk também pode ser um problema para alguns
usuários, tornando-se uma preocupação de saúde pública em muitas regiões. Os
efeitos do uso dessa substância psicoativa podem variar de pessoa para pessoa e
são influenciados por fatores como tolerância individual, genética e o ambiente, por
exemplo.
Alguns sintomas são:

 Euforia: Um dos efeitos mais comuns, em que o usuário pode experimentar uma
intensa sensação de bem-estar e felicidade.
 Relaxamento muscular: Essa substância tem propriedades relaxantes que
podem levar a uma sensação de relaxamento muscular.
 Boca seca: O consumo pode levar a uma redução na produção de saliva,
causando boca seca ou ‘’boca de algodão’’.
63

 Aumento do apetite: O famoso ‘’munchies’’ é um sintoma frequente relacionado


ao consumo de Skunk, em que a pessoa sente um aumento no apetite e pode ter
vontade de comer mais do que o habitual.
 Redução da coordenação motora: em alguns casos, pode afetar a
coordenação motora, desenvolvida em movimentos mais lentos e menos
precisos.
 Alteração da percepção: O THC presente pode alterar a percepção sensorial do
usuário, representada em cores mais vivas, distorções visuais e sensações
sensoriais intensificadas.
 Ansiedade e paranoia: Embora algumas pessoas possam se sentir relaxadas
com o consumo de Skunk, outras podem experimentar ansiedade e paranoia,
especialmente quando o teor de THC é muito alto.
 Sensação de introspecção: Algumas pessoas relatam que o consumo pode
levar a uma maior reflexão interna e uma sensação de introspecção.
 Confusão mental: Em doses elevadas, pode causar confusão mental e
dificuldade de concentração.
 Aumento da sociabilidade: Em certos contextos, pode levar a um aumento da
sociabilidade, com as pessoas se sentindo mais extrovertidas e comunicativas.

XI. Lança perfume

O Lança Perfume é uma substância psicoativa que teve grande popularidade


no Brasil e em outros países durante o século XX. Sua história remonta ao final do
século XIX e início do século XX, quando a substância foi desenvolvida e
comercializada inicialmente como perfume. Na época, o Lança Perfume era vendido
em pequenos frascos como um líquido aromático, e as pessoas utilizavam como um
perfume convencional, aplicando-o em suas roupas e pele. No entanto, rapidamente
se descobriu que o Lança Perfume tinha efeitos estimulantes e alucinógenos quando
inalado. A figura a seguir mostra gravura publicitaria do lança perfume.
64

Figura 6 - Lança Perfume

Fonte: gravura publicitária, de Alphons Mucha (1896-97)

A década de 1920 foi um período de grande popularidade para o Lança


Perfume no Brasil. Festas e eventos sociais frequentemente envolviam o uso dessa
substância, que era conhecida por seus efeitos eufóricos e de aumento da
disposição física. No entanto, também houve relatos de intoxicações e acidentes
associados ao seu consumo, levando a discussões sobre sua regulamentação e
bloqueio.
Na década de 1930, foi proibido no Brasil e em outros países, sendo
classificado como uma droga ilícita devido aos seus efeitos psicoativos e ao
potencial de abuso. No entanto, mesmo com a proibição, continuava a ser usado
clandestinamente em festas e eventos sociais, além de fazer parte da cultura
65

popular e da música na época. Nas décadas seguintes, gradualmente caiu em


desuso, e seu uso foi substituído por outras drogas recreativas.
Hoje em dia, o Lança Perfume é ilegal em muitos países, incluindo o Brasil, e
é considerado uma substância tóxica devido aos seus efeitos psicoativos e aos
riscos associados ao seu consumo.
A composição química exata, pois, não era padronizada, e a mistura variava
dependendo da época e da região em que era produzida. Como mencionado
anteriormente, é uma substância psicoativa que ganhou popularidade no Brasil e em
outros países durante o século XX, mas que foi proibida devido aos seus efeitos
tóxicos e alucinógenos.
Algumas das substâncias relacionadas em formulações de Lança Perfume
histórico incluíam:

 Éter (éter etílico): Um líquido incolor e volátil, amplamente utilizado no século


XIX início do século XX como anestésico e solvente, era a principal substância
psicoativa presente no Lança Perfume, responsável pelos seus efeitos eufóricos
e alucinógenos.
 Clorofórmio: Um líquido volátil e inicialmente usado como anestésico, mas que
foi posteriormente abandonado devido aos seus efeitos tóxicos no fígado e no
sistema nervoso.
 Benzeno: Líquido inflamável, utilizado em processos industriais, mas também
conhecido por ser tóxico e cancerígeno em concentrações elevadas.
 Acetona: Líquido inflamável comumente usado como solvente em produtos
químicos e também encontrado em removedores de esmalte.

Essas substâncias voláteis eram combinadas em proporções diferentes,


formando uma mistura líquida que era armazenada em pequenos frascos para ser
inalada ou borrifada no ar. Ao ser inalado, liberava vapores dessas substâncias, que
eram absorvidos pelos pulmões e chegavam rapidamente ao cérebro, causando
efeitos psicoativos e estimulantes.
O Lança Perfume histórico é conhecido por seus efeitos estimulantes,
eufóricos e alucinógenos, mas também é extremamente perigoso para a saúde. Seu
66

consumo pode levar a intoxicações graves, danos ao sistema nervoso e ao sistema


controlado, além de apresentar riscos de dependência e overdose.
Como visto anteriormente, é uma droga ilícita e perigosa que não possui
nenhum benefício terapêutico. Seu consumo é extremamente perigoso e prejudicial
à saúde sendo seus efeitos colaterais graves. Os usuários experimentam euforia
repentina, sensação de alegria e de hiperatividade, perturbações motoras auditivas e
visuais e perda de controle emocional, são sintomas bastantes comuns.
A inalação dessa substância tóxica, atinge o SNC e causa sintomas
imediatos como a aceleração cardíaca, bronquite crônica, enfisema, tremores das
extremidades, desequilíbrio postural e perda da memória. Em um longo prazo,
surgem também, insônia, ansiedade excessiva, náuseas, vômitos, dores de cabeça,
comportamento agressivo e violento.
Além desses sintomas, o uso irresponsável e o consumo em doses
excessivas, aumentam os riscos de overdose, uma vez que suas substâncias
químicas tóxicas satisfizeram o funcionamento do sistema nervoso e de descarga. A
overdose pode levar à perda de consciência, convulsões, insuficiência respiratória e
até mesmo a morte.
Diversos acidentes acontecem envolvendo essa substância, um caso
registrado em maio de 2021, de uma jovem de 20 anos atingida por uma explosão
da droga em um baile funk na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, ganhou
destaque nas redes e foi muito repercutido em todo o país.
Carolina Gonçalves Oliveira estava perto de onde ocorreu a explosão dos
frascos contendo a substância. Ela teve 80% de seu corpo queimado e não resistiu,
vindo a óbito.
Outro caso ocorreu no mesmo ano também de uma jovem de 21 anos que
morreu após inalar Lança Perfume, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Após fazer
o uso diversas vezes da substância psicoativa, a estudante começou a sentir falta de
ar, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Estima-se que mais de 45% da população jovem consome esse tipo de
droga. É fundamental estar atento às consequências e aos riscos dessa droga à
saúde e os malefícios que ela pode causar a longo prazo.

XII. Cola de sapateiro


67

Essa é uma droga psicotrópica do grupo das depressoras do SNC, um


inalante, ou seja, pode ser aspirado pela boca ou pelo nariz, altamente tóxico,
solúvel e inflamável, que teve sua venda proibida para menores de idade pela lei
5.673/2016:

Art. 1° O art. 4° da Lei n° 226, de 30 de dezembro de 1991, passa a


vigorar com a seguinte redação:
Art. 4° É vedada a venda, a cessão e a doação aos menores de 18
anos da cola de sapateiro, do antirrespingo para solda sem silicone,
do solvente de tinta, dos solventes benzeno, tolueno, xileno,
clorofórmio, éter e benzina, dos derivados dessas substâncias e dos
produtos tóxicos que contenham qualquer uma dessas substâncias.
§ 1° A proibição estabelecida neste artigo compreende os
estabelecimentos que comercializam ou usam as referidas
substâncias, seja como matéria prima de sua atividade fim, seja
como produto de limpeza ou manutenção de seu estabelecimento e,
também, qualquer pessoa natural que tenha sob sua guarda os
produtos referidos no caput.
Art. 2° O art. 5° da Lei n° 226, de 1991, passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 5° O descumprimento das disposições desta Lei sujeita o infrator
às penalidades previstas nas Leis federais n° 6.437, de 20 de agosto
de 1977, n° 8.069, de 1990; e n° 11.343, de 23 de agosto de 2006.
Parágrafo único. O descumprimento do estabelecido no art. 4° sujeita
o infrator, sem prejuízo das sanções previstas na legislação
relacionada no caput, às seguintes penalidades:
I - multa no valor de R$1.500,00;
II - em caso de reincidência, multa no valor de R$5.000,00;
III - interdição.

É uma substância que está presente no grupo dos hidrocarbonetos, assim


como a maioria dos solventes e inalantes, o folheto informativo sobre drogas
psicotrópicas do CEBRID (1987, p.16) cita alguns exemplos de cola de sapateiro e
sua composição

Para exemplificar, eis a composição de algumas colas de sapateiro


vendidas no Brasil: Cascola® – mistura de tolueno + n-hexano®;
Patex Extra® – mistura de tolueno com acetato de etila e aguarrás
mineral; Brascoplast® – tolueno com acetato de etila e solvente para
borracha.

Segundo a diretriz da Associação Brasileira de Psiquiatria e da Associação


Médica Brasileira os inalantes são divididos em três grupos:
68

Grupo I:

a) Solventes voláteis: butano, propano, tolueno, cloreto de metila,


acetato de etila, tetracloroetileno (encontrados em sprays diversos,
tintas, removedores de manchas, líquido para correção de texto,
desengraxantes, colas e cimento de borracha);
b) Combustíveis: butano e propano (encontrados nos isqueiros,
gasolina e propulsores de carros de corrida);
c) Anestésicos: éter, cloreto de etila e halotano.

Grupo II Óxido nitroso (encontrado no gás hilariante, anestésicos e


aerossóis).

Grupo III Voláteis tipo nitritos de Áquila, ciclohexil, nitrito de butila,


álcool isopropílico, nitrito isobutil (encontrados em poppers,
limpadores de cabeçote, purificadores de ar e odorizadores de
ambiente).
(Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015, p.2)

Assim como mencionado anteriormente, por ser um inalante faz parte das
drogas depressoras do SNC, não costuma atingir os outros órgãos do corpo sem ser
o cérebro, que fica altamente danificado após o uso.
Após a inalação os efeitos vêm de imediato e duram de 15 a 40 minutos, o
que faz com que o usuário aspire mais vezes buscando os mesmos efeitos, que
dizem ser parecidos com o do álcool, porém este não causa alucinações como
alguns solventes.
Nos inalantes no geral, inicialmente o usuário sente euforia, excitação,
tonturas e podem aparecer tosse e muita salivação, logo depois, vêm o efeito
depressivo e a pessoa começa a ficar com a visão meio embaçada, confusa, com a
voz pastosa, pálida, as alucinações auditivas e visuais começam e a dor de cabeça
também, depois a incoordenação motora e ocular se fazem presentes, os reflexos já
não são tão bons e as alucinações se acentuam, finalmente chega a depressão
tardia que pode levar a inconsciência, convulsões, queda da pressão e até a morte
dependendo dos casos.
Quando o uso é crônico ocorre a destruição dos neurônios o que pode
causar lesões graves no cérebro, na medula óssea, nos rins, no fígado e nos nervos,
existe ainda um fenômeno muito perigoso de acordo com a CEBRID (1987, p.18)
69

Entretanto, existe um fenômeno produzido pelos solventes que pode


ser muito perigoso. Estes tornam o coração humano mais sensível a
uma substância que o nosso corpo fabrica, a adrenalina, que faz o
número de batimentos cardíacos aumentar. Essa adrenalina é
liberada toda vez que temos de exercer um esforço extra, como, por
exemplo, correr, praticar certos esportes etc. Assim, se uma pessoa
inala um solvente e logo depois faz esforço físico, seu coração pode
sofrer, pois ele está muito sensível à adrenalina liberada por causa
do esforço. A literatura médica já cita vários casos de morte por
arritmia cardíaca (batidas irregulares do coração), principalmente de
adolescentes.

Pessoas que utilizam essa substância tendem a ter déficit de memória e


dificuldade de se concentrar, os usuários mais comuns são os garotos de rua, mas
por que?
Os garotos de rua vivem uma realidade diferente da dos garotos que
têm família e frequentam escolas. Em geral, a sua escola é a rua e
sua família são os outros garotos. Pela convivência com os garotos
mais velhos, aprendem a sobreviver nessas difíceis condições,
quando nem sempre têm o que comer. Assim, também absorvem
seus vícios, como cheirar cola de sapateiro.

A cola de sapateiro, ou simplesmente cola, custa pouco, é fácil de


ser encontrada e simples de ser usada. Ela dá uma sensação de
alívio da fome e também um “barato” (sensação de embriaguez
psicológica, diminuição da censura, principalmente para rir e roubar)
e sensação corporal de moleza, de torpor. A cola também alivia as
tensões e angústias existenciais. Ela funciona como anestésico das
agruras, mas provoca dependência psicológica. Os garotos de rua
acabam cheirando cola, no início, como anestésico de fome e
angústia e, depois, por dependência, portanto, a qualquer hora,
estando ou não com fome ou angustiados. (TIBA, 2000, p.82)

Figura 7 - Criança inalando cola de sapateiro

Fonte: UNALE
70

Com essas informações sobre cada substância escolhida como exemplo, é


possível analisar que a principal diferença entre as drogas lícitas e ilícitas é o fato de
elas serem ou não permitidas por lei e o porque de serem ou não permitidas, pois,
no contexto de fazer bem a saúde, fisicamente e psiquicamente falando, não tem
nenhuma diferença, todas de algum jeito fazem mal e levam ao vício.
Entretanto, é mais fácil acreditar que as drogas consideradas legais não são
tão perigosas assim, porque não são ilegais, mas a verdade é que elas ajudam
economicamente, então seria o encerramento de um lucro que pode continuar, pois,
a maior parte da sociedade já está viciada ou normalizou.
Além disso, é importante lembrar que essa legislação muda em outros países,
ou seja, uma droga que é ilegal em um país, pode ser legal em outro ou o contrário.
Não é uma divisão definida para todo o mundo.

5. Tipos de sintomas ocasionados pelas drogas

a) Físicos

Este tópico tem como objetivo analisar e fornecer informações fundamentais


sobre os sintomas físicos associados ao uso de algumas drogas, desde aquelas
consideradas mais leves, como o álcool e a maconha, até as mais pesadas, como a
cocaína, a heroína e outras substâncias ilícitas. É crucial compreender como esses
efeitos podem afetar o organismo humano, causando danos significativos a curto e a
longo prazo.
As drogas exercem um papel complexo e impactante na sociedade, afetando
a saúde física, mental e social daqueles que as utilizam. Os efeitos das substâncias
psicoativas são diversos, e um dos aspectos mais preocupantes reside nos sintomas
físicos que podem surgir em consequência do seu consumo. Ao longo dos anos, o
uso de drogas tem sido uma questão de extrema relevância na saúde pública,
exigindo uma abordagem informada e responsável.
É fundamental esclarecer o que significa dizer ‘’sintomas físicos das drogas’’.
Os sintomas físicos das drogas referem-se às alterações observáveis e mensuráveis
71

no corpo humano que ocorrem como resultado do consumo de substâncias


psicoativas.
Quando uma droga é introduzida no organismo, ela interage com os sistemas
fisiológicos, desencadeando uma série de respostas que podem variar desde
sensações temporárias até mudanças duradouras e, em alguns casos, irreversíveis.
Esses sintomas são uma manifestação tangível dos efeitos químicos que as
drogas exercem no sistema nervoso central, cardiovascular, respiratório e em outros
sistemas vitais. A gravidade dos sintomas pode variar de acordo com a dose, a via
de administração e o tempo de consumo da droga.
Para ficar mais fácil de compreender como os sintomas físicos fazem mal, é
importante citar de algumas drogas específicas como exemplo.

I. Álcool
O álcool é uma das drogas mais antigas e amplamente utilizadas em todo o
mundo. Os efeitos físicos no organismo são variados e podem ser percebidos a
curto e longo prazo. A substância age principalmente no sistema nervoso central,
afetando a comunicação entre neurônios. Seu consumo em excesso pode levar a
sintomas desagradáveis, como os mencionados a seguir:

 Embriaguez: Fala arrastada, coordenação motora prejudicada, visão turva e


dificuldade para raciocinar.
 Náuseas e vômitos: O álcool pode irritar o estômago e levar ao desconforto
gastrointestinal.
 Dor de cabeça: O consumo excessivo pode causar dores de cabeça intensas.
 Desidratação: É um diurético que leva a um aumento da produção de urina e à
desidratação.
 Tremores: Em casos de abstinência ou consumo crônico, podem ocorrer
tremores nas mãos e no corpo.

II. Maconha (Cannabis)


72

Embora a maconha seja frequentemente considerada uma droga de baixo


risco em comparação com outras substâncias, seu uso excessivo e frequente pode
ter consequências negativas. Os principais efeitos físicos da maconha incluem:

 Olhos vermelhos: Os olhos podem ficar vermelhos e com sensação de secura.


 Taquicardia: O coração pode bater mais rápido do que o normal.
 Aumento do apetite: Conhecido como ‘’larica’’, o consumo de maconha pode
aumentar o apetite.
 Coordenação motora comprometida: Pode levar a dificuldades dos
movimentos na realização de tarefas.

III. Cocaína

A cocaína, uma droga estimulante e poderosa, é conhecida por seus efeitos


intensos e rápidos no organismo humano. Atua no SNC, aumentando os níveis de
dopamina no cérebro. Seus efeitos físicos criam uma sensação temporária de
energia e poder, que pode ser altamente viciante. Os principais incluem:

 Euforia e hiperatividade: Sensação de extrema energia e excitação.


 Dilatação das pupilas: As pupilas se expandem significativamente.
 Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial: Pode levar a
complicações cardiovasculares, como ataques cardíacos e acidentes vasculares
cerebrais.
 Sudorese: Transpiração excessiva.
 Irritação nasal: Quando inalada, pode causar danos ao revestimento das vias
nasais, provocando problemas respiratórios e até mesmo perfuração do septo
nasal.

IV. Heroína

A heroína é uma das drogas mais viciantes e com alto potencial de


dependência. A substância atua no SNC, transformando-se em morfina depois de
atravessar a barreira hematoencefálica.
73

Após a administração, o usuário pode experimentar uma onda de prazer


intensa, conhecida como “rush”, sendo esta sensação, efêmera frequentemente
descrita como ‘’estar sob os lençóis de Deus’’. Seus sintomas físicos incluem:

 Sensação de euforia e relaxamento: O usuário pode se sentir extremamente


relaxado.
 Pupilas contraídas: As pupilas diminuem de tamanho.
 Sonolência extrema: A heroína é um sedativo potente e pode levar ao sono
profundo.
 Constipação: Problemas gastrointestinais como a constipação são comuns.

Os riscos associados ao uso de heroína são inúmeros e graves. O usuário


pode sofrer de depressão respiratória, que pode levar à parada respiratória e à
morte.
O risco de overdose é extremamente alto, principalmente quando a heroína é
consumida em combinação com outras substâncias depressoras, como álcool ou
benzodiazepínicos.
O uso contínuo de heroína também leva à rápida tolerância, o que significa
que o usuário precisa de doses cada vez maiores para alcançar os mesmos efeitos.
Isso pode resultar em um ciclo de uso perigoso, no qual o usuário está
sempre em busca de uma dose maior, aumentando significativamente o risco de
overdose e morte, é o que acontece com a maioria das drogas.
Como visto, o usuário pode se tornar fisicamente dependente em pouco
tempo, um grande problema e um dos principais motivos pelos quais esses têm
dificuldades em abandonar o vício, é a chamada Síndrome de Abstinência.
Trata-se de uma condição física e também psicológica desencadeada pela
interrupção ou redução abrupta do uso de uma substância à qual o indivíduo se
tornou dependente, neste caso, da heroína. Ela ocorre porque o corpo de adaptou à
presença constante da substância, e sua retirada repentina leva a uma série de
sintomas e desconfortos. Essa síndrome varia de acordo com a substância e a
extensão do vício, podendo incluir sintomas físicos como náuseas, vômitos, diarreia,
tremores, dores musculares e cólicas.
74

V. Anfetamina

As anfetaminas são drogas estimulantes que afetam o SNC , aumentando a


liberação de neurotransmissores como a dopamina, norepinefrina e serotonina. Elas
são frequentemente utilizadas para aumentar o estado de alerta, a concentração e a
energia física. Quando consumidas, as anfetaminas desencadeiam uma série de
efeitos físicos, tais como:

 Aumento da energia: O usuário pode ficar acelerado e com muita disposição.


 Insônia: Dificuldade em dormir ou permanecer dormindo.
 Perda de apetite: As anfetaminas podem suprimir drasticamente o apetite,
resultando na perda de peso.
 Aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca: Podem ocorrer
problemas cardiovasculares, como hipertensão, arritmias e acidente vascular
cerebral.
Além desses sintomas, o uso prolongado também pode levar a danos no
fígado e nos rins.
É essencial compreender que o uso contínuo e abusivo de qualquer droga
pode levar a efeitos físicos mais graves e até mesmo colocar a vida do usuário em
risco. Além dos sintomas acima mencionados, cada droga tem seus próprios riscos
e complicações associadas ao consumo prolongado.
É crucial reconhecer que o uso de drogas não se limita a sintomas físicos,
ele também está associado a alterações psicológicas e comportamentais que podem
levar a consequências devastadoras para a vida do indivíduo e daqueles ao seu
redor.
O abuso de drogas pode levar a dependência química, prejudicar
relacionamentos pessoais, dificultar o desempenho acadêmico e profissional e
aumentar as chances de envolvimento em atividades criminosas.
Neste contexto, é fundamental abordar a questão das drogas de maneira
holística, considerando fatores sociais, psicológicos e biológicos. A prevenção
desempenha um papel vital na redução do uso de drogas, através da educação e
conscientização desde idades precoces. Além disso, é imprescindível fornecer apoio
75

e tratamento adequado para os indivíduos que já enfrentam problemas relacionados


ao consumo de substâncias.
Profissionais de saúde, políticas públicas, educadores e a sociedade em
geral, têm um papel importante a desempenhar na abordagem dos sintomas físicos
e das consequências mais amplas das drogas. Isso inclui o acesso a programas de
tratamento, terapias de suporte, apoio familiar e a promoção de ambientes
saudáveis que ofereçam alternativas positivas para os desafios enfrentados pelas
pessoas.
Portanto, é essencial adotar uma abordagem compreensiva e empática,
fornecendo informações precisas sobre os sintomas físicos das drogas e buscando
soluções colaborativas para enfrentar esse complexo problema de saúde pública,
com o objetivo de promover o bem-estar e a qualidade de vida para todos os
membros da sociedade.

b) Psicológicos

As drogas psicotrópicas, que agem diretamente no sistema nervoso central,


atuam de modo temporário nos neurônios, afetando o humor, o comportamento e os
processos cognitivos. Assim, elas podem provocar confusão mental, dificuldade na
fala e até alucinações.
Inicialmente, os efeitos das drogas são, aparentemente, muito positivos:
geram uma sensação momentânea de bem-estar, euforia, felicidade e coragem.
Porém, com o passar do tempo, o consumo causa um impacto negativo em
diferentes áreas da vida do indivíduo. Tão logo uma pessoa começa a usar drogas,
os impactos são percebidos no aspecto pessoal, na vida afetiva, no desempenho
sexual, na produtividade profissional e no convívio social.
Efeitos psíquicos como transtornos de ansiedade, crises depressivas,
síndrome do pânico, irritabilidade e agitação também são comuns após o seu uso
contínuo. O usuário tende a se afastar da família, dos amigos e a procurar viver
cada vez mais isolado, juntamente com ideias suicidas.

6. Por que as pessoas começam a usar?


O uso de drogas e suas causas são bastante relativas, porém, os fatores mais
comuns são emoções e sentimentos associados a um intenso sofrimento psíquico,
76

como depressão, culpa, ansiedade, baixa autoestima, insegurança, estresse e


traumas, o que leva as pessoas a buscarem o prazer diante das tensões, já que
algumas drogas possuem efeito estimulantes ou prazerosos. Também pode ser
colocado em evidência os problemas sociais e econômicos, no qual as pessoas em
situações de vulnerabilidade social, desemprego ou falta de perspectiva podem
recorrer ao uso de drogas como uma maneira de lidar com suas dificuldades.
Outro fator decisivo é a disfuncionalidade familiar. Muitas vezes os jovens
passam por situações de grande pressão e não encontram o suporte na própria
família, portanto; quando precisam buscar apoio emocional ou ajuda para iniciar um
tratamento, não se sentem apoiados. Consequentemente, a ajuda que pode ajudar o
prognóstico não ocorre, levando o indivíduo a recorrer ao uso de substâncias para a
fuga de problemas pessoais e emocionais.
É importante ressaltar que cada indivíduo é único e pode ser influenciado por
diferentes fatores, ou combinação deles. A prevenção e o tratamento do uso de
drogas devem levar em consideração essa complexidade abordando não apenas os
aspectos físicos, mas também os emocionais e sociais envolvidos. A educação, o
apoio familiar, a orientação profissional e a relação de ambientes saudáveis são
algumas das estratégias para lidar com os problemas das drogas na sociedade.

7. Processos de Internação

Os processos de internação podem variar dependendo do país, do sistema de


saúde e das políticas específicas em vigor. No entanto, os principais passos
envolvidos em uma internação relacionado ao uso de drogas são os seguintes:

 Admissão: Os processos de internação geralmente começam com a admissão


do paciente em uma unidade de saúde especializada em tratamento de
dependência química. Isso pode ser feito por vontade própria do indivíduo ou por
encaminhamento de profissionais de saúde, familiares ou de autoridades.
 Avaliação médica: Após a admissão, é realizado uma avaliação médica para
determinar O estado psicológico do paciente, bem como o nível de dependência
das drogas. Isso pode envolver exames laboratoriais, testes de urina, avaliação
psiquiátrica e entrevistas com o paciente.
77

 Desintoxicação: Se paciente estiver dependente de drogas, pode ser


necessário um processo de desintoxicação para remover a substância no
organismo. Isso é realizado sob supervisão médica e pode envolver o uso de
medicamentos para ajudar a controlar os sintomas de abstinência.
 Tratamento e terapia: Após a desintoxicação, o paciente recebe um plano
individualizado que pode incluir terapia individual, em grupo, familiar e outras
abordagens terapêuticas. O objetivo é ajudar o indivíduo a compreender as
causas do uso de drogas, desenvolver estratégicas de enfrentamento saudável e
habilidades para evitar recaídas.
 Reabilitação e acompanhamento: O processo de internação inclui um período
de reabilitação no qual o paciente permanece na unidade de tratamento por um
período. Durante esse tempo, o paciente recebe suporte como educação sobre
dependência química, treinamento em habilidades sociais e oportunidades para
praticar um estilo de vida saudável e livre de drogas. Após alta, é aconselhável
um acompanhamento regular para garantir a continuidade do tratamento e ajudar
a prevenir recaídas.
Vale ressaltar que a abordagem de internação pode variar de acordo com a
gravidade da dependência. A escolha do tipo de internação dependerá das
necessidades individuais dos pacientes e das opções disponíveis em cada
localidade.

8. Como isso afeta socialmente?

Com base nas leituras anteriores percebe-se que o uso de drogas pode levar
a sérias dependências variando da pessoa, seu organismo, sua resistência,
frequência com que utiliza e o tipo de droga que usa, mas é fato que se uma
substância é usada com frequência, não necessariamente em altas doses, é quase
certeiro que o usuário criará uma dependência, ou seja, vai ter dificuldade de viver
sem aquilo, tanto é que se decidir parar, precisa recorrer a profissionais e receber
cuidados médicos, pois, não pode ser tirada totalmente de uma vez para não causar
problemas mais sérios e graves.
Nessa relação de usuários e droga as situações são diversas, pois as
pessoas são diferentes, tem condições diferentes, vidas completamente diferentes
78

umas das outras, então, não começam a utilizar pelo mesmo motivo, não tem o
mesmo apoio, mesma família, mesma influência, por isso não é aceitável o
julgamento só pelo fato daquela pessoa estar usando uma droga, ela tem os motivos
dela e independentemente de quais sejam, deve ser respeitada em sociedade.
Nem sempre as pessoas foram julgadas pelas substâncias que consumiam,
mas com a evolução da tecnologia e da medicina em que foi descoberto como os
usuários ficam depois de um uso crônico e o que eles podem fazer para conseguir
droga quando estão tão dependentes, virou um motivo.
Mas o grande problema é que se uma pessoa bebe cerveja ela terá um olhar
normalizado, o fato de ela cometer certas atrocidades bêbada não é um problema ao
ponto de ilegalizarem. Trechos da música cachimbo da paz, fazem referências a
este tipo de pensamento nos trechos:

Na delegacia só tinha viciado e delinquente


Cada um com um vício e um caso diferente
Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar
Porque ele não vendia pinga fiado
E um senhor bebeu uísque demais
Acordou com um travesti e assassinou o coitado
Um viciado no jogo apostou a mulher
Perdeu a posta e ela foi sequestrada
Era tanta ocorrência, tanta violência
Que o índio não ‘tava entendendo nada
[...]
Foi mandado pro presídio e no caminho assistiu
Um acidente provocado por excesso de cerveja
Uma jovem que bebeu demais
Atropelou um padre e os noivos
Na porta da igreja
E pro Índio nada mais faz sentido
Com tantas drogas
Por que só o seu cachimbo é proibido?
(PENSADOR, 1998)

É uma visão hipócrita já que o objetivo da sociedade é encontrar as soluções


precisas para tais problemas e não é isso o que ela faz.
Além disso pode-se citar o preconceito com camadas populares, já que
quando algum ator, cantor, ou pessoas da sociedade mais alta aparecem usando,
são vistas como legais, maneiras, como pessoas que estão fazendo o certo, mas se
algum garoto preto, que tem tatuagem, está de correntinha e chinelo de dedo fuma a
mesma droga em algum lugar, é julgado e as pessoas sentem medo, nojo, os mais
79

velhos apontam na rua e falam para não seguir o exemplo e ser um ‘vagabundo’
igual.
Essas coisas que, naturalmente ocorrem tem que ser levadas em
consideração, não é só porque uma pessoa que segue estes estereótipos está
usando alguma droga que ela automaticamente é um ‘marginal’. E assim surge outro
tópico necessário, porque a maioria dos traficantes de drogas são da periferia? O
estado não tem nada haver com isso? A origem de um país ser patriarcal,
escravocrata, racista, repleta de golpes, não interfere em nada? São
questionamentos profundos e necessários para se fazer e estudar antes de julgar e
compartilhar que as pessoas só vão para o tráfico por que querem, porque não tem
caráter e moral, que era só elas estudarem que passariam em uma faculdade e
ganhariam o dinheiro necessário para sobreviver.
É importante citar também que os ricos mesmo comprando uma droga ilícita
saem ilesos, porque não são eles os prejudicados, não são eles que se forem pegos
vão sofrer a maior das consequências e ficar anos em uma prisão ou serem
cruelmente violentador pelas autoridades, eles possuem dinheiro e infelizmente isso
resolve tudo. Em 2020 viralizou o vídeo de uma senhora falando sobre isso, as
consequências da atual política antidrogas: “Legaliza essa porcaria, começa a
vender lá na farmácia [...] que eu quero ver os grandes empresários se matar igual
os nossos estão se mantando, por um dinheiro que nem é deles”.
Há ainda a música chapa, chapa 2, que também comenta sobre a legalização

Pago as minhas contas não devo a ninguém


Mas essas leis não me enxergam bem
[...]
Ainda é fora da lei, porque ainda não sei
Se o mundo inteiro cultiva não é de agora
[...]
Legalize legalize já
Eles sempre querem forjar
Eles querem sempre associar
Maconha a violência
To na contra mão desse sistema
(Start Rap, Medellin, 2021)
80

9. Como isso pode ser tratado socialmente?

Inicialmente é importante está de mente aberta para realizar está ajuda, a


empatia tem sempre que está fortemente presente, pois, são vários casos com os
quais nossa sociedade tem que lidar e ajudar.
A educação em casa é crucial, as famílias são uma parte de extrema
importância, pois, é um dos meios em que você tem mais convívio, então aprende
várias coisas e tem as influências dos pais, porém, nem todos tem uma família “bem
estruturada” com capacidade para se preocupar em ensinar para os filhos sobre
drogas, as vezes suas preocupações são outras ou eles mesmo estão envolvidos,
então é sempre importante que haja debates nas escolas entre os alunos e
professores, é fato que isso deve ser discutido e ensinado antes de que qualquer
coisa ocorra.
É crucial que as pessoas sejam bem informadas, a boa informação muda tudo
então é importante passar seus conhecimentos para frente para ajudar o outro.
Quando a pessoa já se envolveu no meio e quiser parar, pois, o tratamento só
vai dar certo se isso for uma vontade do usuário é importante dar apoio e incentivos,
leva-lo a um profissional para ele ir se tratando aos poucos.
Pode-se considerar também participar de campanhas contra e fazer trabalho
voluntário para entender um pouco mais o que os usuários passam, quais foram os
seus motivos, conhecer os meios em que viviam e o que os influenciou.

Conclusão

O trabalho executado proporcionou principalmente entendimentos químicos,


biológicos, farmacológicos e sociológicos sobre as drogas psicotrópicas.
O contexto histórico foi crucial para entender a origem de tais substâncias, o
que ajudou a compreender as pesquisas, os descobrimentos, em que situações e
quando foram muito utilizadas, para o que era usadas e o porque de se tornarem
ilícitas ou lícitas.
Seguidamente no contexto social foi possível compreender que os motivos
que levam pessoas a usarem drogas são muito relativos, mas os principais motivos
estão pautados em fugir de tensos problemas emocionais como depressão, traumas
e ansiedade ou também vulnerabilidade econômica e falta de ajuda social.
81

Além disso a compreensão aos usuários foi estimulada e o questionamento


sobre os julgamentos e a hipocrisia em nossa sociedade também.

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