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SAÚDE MENTAL
Introdução
O álcool é a substância mais consumida entre os jovens, sendo que a idade de início de uso tem
sido cada vez menor, aumentando o risco de dependência futura. O uso de álcool na adolescência
está associado a uma série de comportamentos de risco, além de aumentar a chance de
envolvimento em acidentes, violência sexual e participação em gangues.
O uso de álcool por adolescentes está fortemente associado à morte violenta, queda no
desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, prejuízo no desenvolvimento e estruturação
das habilidades cognitivo-comportamentais e emocionais do jovem.
Entretanto, é importante destacar que os critérios empregados por alguns instrumentos para o
diagnóstico de abuso e dependência de álcool foram desenvolvidos para adultos e devem ser
aplicados com ressalvas para adolescentes. Assim, é fundamental que os profissionais conheçam
as características da adolescência e as particularidades da dependência química nesta faixa etária.
OBJECTIVOS
1. Droga e Adolescência
Além disso, esse contexto de representação social sobre o adolescente tem sido agravado com o
aumento do consumo de drogas por esta parcela da população. Assim, o consumo de álcool e
outras drogas, em excesso, pelo adolescente traz várias consequências graves para sua saúde
biopsicossocial. Além disso, o álcool, por ser uma droga socialmente aceita é a porta de entrada
para o consumo para outras drogas, ditas ilícitas (ALAVARSE; CARVALHO, 2006).
Segundo Kail (2004), em todos os tempos, sempre houve consumo de substância que alteravam o
comportamento, os pensamentos e/ou as emoções. Hoje em dia, existem várias substâncias
utilizadas para este fim. As drogas consumidas habitualmente incluem o álcool, a maconha, os
alucinógenos, a heroína, a cocaína, os barbitúricos e as anfetaminas.
O efeito das drogas sobre o corpo humano, as substâncias chamadas de psicotrópicas, tem
origem no sistema nervoso, produzindo resultados conhecidos como psicoativos. Estas
substâncias são classificadas, segundo o grupo farmacológico, em: psicolépticos (sedativos),
psicoanalépticos (estimulantes), psicodislépticos (perturbadores); segundo os efeitos em efeitos
combinados ou potenciados. Podem, quanto à origem, ser divididas em naturais, semisintéticas
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ou sintéticas; e ainda, como lícitas ou ilícitas. Do ponto de vista sociocultural, tanto podem ser
socialmente integradas ou rejeitadas; de finalidade terapêutica ou não. Por último, essas
substâncias podem provocar ou não dependência física.
Considera-se droga toda substância que são introduzidas no corpo através da inalação, ingestão
ou injectada por via parenteral, e que provoca alterações do funcionamento do organismo
humano. Dentre estas, há um grupo que atua no psiquismo, as denominadas psicotrópicas, outras
que provocam alterações do humor, percepção, sensações de prazer e euforia, alívio, medo, dor.
Para efeito iremos considerar para esse grupo a denominação de droga.
O abuso de drogas é um fenómeno global que atinge grande número de país, sendo difícil
denominar algum país no qual ele não ocorra. De acordo com a distribuição geográfica há
tendência de maior consumo, das diversas substâncias psicoativas, daquelas que têm maior
facilidade de acesso, que são aceitas de acordo com os aspectos culturais mais ou menos comuns
a cada região e aos factores socioeconómicos.
Como fenómeno global este tem atingido parcela da população cada vez mais jovem, o que leva
a necessidade de entenderem-se os aspectos epidemiológicos do consumo de drogas entre
adolescentes.
A questão do uso de drogas é relevante, sendo que “o consumo de álcool em excesso pelo
adolescente traz várias consequências graves para sua saúde, evidenciando-se que esta droga
socialmente aceita é a porta de entrada para o consumo e o vício em outras drogas, ditas ilícitas”
O uso de drogas causa prejuízos à saúde, sendo classificados e podem ser classificados como
agudos e crónicos, onde são chamados de agudos, os períodos relativos à intoxicação ou
"overdose". Já os crónicos, são responsáveis por alterações duradouras ou mesmo irreversíveis
(MARQUES; CRUZ, 2000).
Considerando que as consequências do uso abusivo de drogas, pelos adolescentes, atingem várias
dimensões de seu desenvolvimento, é necessário discorre sobre os principais sinais e síntomas
presentes nas pessoas que fazem uso abusivo de drogas.
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O uso de drogas muitas vezes é visto de forma a causar medo e preconceito pelas pessoas devido
à percepção negativa pelos famílias, sendo que na maioria das vezes, o primeiro contacto da
criança com estas substancias ocorre no meio familiar e social (SANCEVERINO; ABREU,
2004).
O “uso do álcool demonstrou ser um factor de risco para o consumo de outras drogas como
tabaco, drogas ilegais e a manifestação de condições como desordens depressivas, ansiedade,
brigas na escola, danos à propriedade e problemas com a policia”
Por tanto o uso e abuso da droga estão, em um primeiro momento, directamente relacionados à
busca da maximização do prazer, que é inerente ao psiquismo. O ser humano, ao longo de sua
existência, procura, de um lado, encontrar situações que lhe propiciem prazer e, de outro, que
irão diminuir ou até mesmo eliminar certas condições que possam causar dor ou sofrimento
(SANTOS; PRATTA, 2002, p. 174).
Violência sexual é qualquer ato sexual ou tentativa de obtenção de ato sexual por violência ou
coerção, comentários ou investidas sexuais indesejados, actividades como o tráfico humano ou
directamente contra a sexualidade de uma pessoa, independentemente da relação com a vítima.
A delinquência se refere a todos aqueles delitos que as crianças que ainda são menores de idade
cometem. Uma definição mais criminológica contemplaria não somente os comportamentos
constitutivos de infracções penais, mas também outras como o alcoolismo, o vício em drogas, a
evasão escolar.
Teorias psicobiológicas
indivíduo em cometer o delito tanto de forma isolada, como relacionando-se entre si. Alguns
exemplos: excesso de agressividade, estados patológicos, anomalias genéticas.
Teorias psicomorais
Teorias psicossociais
Teorias do conflito
Nesse caso são as contradições internas das sociedades modernas que provocam o
desencadeamento do ato delituoso. A frustração, a instabilidade social da época em que vivemos
e o ressentimento diante de um futuro incerto podem provocar agressividade e condutas
criminosas.
Concebem a delinquência como uma mera etiqueta que foi imposta de forma social às classes
mais baixas e pobres, por parte de todos que exercem o controlo formal e informal. A
delinquência passaria a não ser algo real, mas sim artificial.
a) Consequências jurídicas
Internamento terapêutico
Assistência ao centro durante o dia
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Desequilíbrio mental
Desintegração familiar ou deterioramento do núcleo familiar
Promiscuidade sexual e falta de valores morais
Doenças sexuais comuns
Mortes prematuras em brigas de rua
Perda de valores
a) O insolente
O tipo de violência geralmente não tem uma motivação fixa nem um padrão, é bem mais
impulsivo e instrumental e algumas vezes, sob os efeitos das drogas e do álcool. Alguns
exemplos de delito são:
Violações
Homicídios simples
Roubo com violência
Agressões com lesões graves
Sequestros
c) O incorrigível
O tipo menos comum de todos. Apresenta um nível maior de reincidência violenta e geralmente
agem sozinhos. São os mais perigosos quanto à sua expressividade e potencial criminoso. O
nível de psicopatologia é global e geralmente apresentam transtornos agudos tanto em funções
socializadoras como em educativas e nutritivas. Geralmente não sentem remorso e apresentam
violência extrema, chegando a sentir prazer com o sofrimento alheio. Suas possibilidades de
reabilitação são escassas, já que é provável que quando eram mais novos estes indivíduos não
desenvolveram processos psicológicos associados à empatia e à resiliência.
a) Factores de risco
Encontramos, por um lado, os factores de risco. Estes podem afectar de forma negativa no
desenvolvimento do comportamento dos jovens, podendo dar lugar a situações de maior tensão,
de falta de controlo emocional, condutas criminais...
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Factores familiares: stresse familiar, abuso, negligência, estilo parental hostil, crítico e
punitivo.
Factores ligados ao grupo de iguais: participação de grupos de pares envolvidos em
delitos.
Factores sociais ou comunitários: residir em áreas com baixo compromisso comunitário,
alta taxa de desemprego, falta de oportunidades legítimas, falta de confiança nos vizinhos
e baixos níveis de participação comum.
Factores socioeconómicos e culturais: pobreza e desemprego juvenil.
Factores de protecção
Por outro lado, aparecem os factores de protecção, que são todas aquelas variáveis que atenuam
o efeito dos factores de risco presentes nos indivíduos, se encarregando de diminuir a
probabilidade de desenvolver os problemas já mencionados.
Dentre os sinais e sintomas apresentados, existe ainda a tolerância que se caracteriza pela
diminuição dos efeitos de uma dose fixa da substância psicoativa no decorrer da administração
prolongada, ou ainda, pela necessidade de se aumentar a dose para obtenção dos efeitos iniciais.
A tolerância farmacodinâmica resulta da alteração do equilíbrio ou homeostase de circuitos
neurais, de tal forma que esses atingem novos pontos de equilíbrio na presença de inibição ou
estimulação por uma determinada substância. O processo de alteração da homeostase decorre do
fenómeno denominado genericamente neuroadaptação.
Diante dos sinais e síntomas descritos comuns entre as pessoas que fazem uso abusivo de drogas,
os comportamentos que dificultam o convívio familiar, escolar, social, levam a prejuizo que vai
além do âmbito pessoal, atingindo o contexto social.
Saúde mental
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e
ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. Ter saúde
mental é: Estar bem consigo mesmo e com os outros.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar
no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro,
ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a
ausência de doenças mentais.
A ansiedade é uma emoção normal, experienciada pelas pessoas no seu dia-a-dia, e caracterizada
por sentimentos de tensão, preocupação, insegurança, normalmente acompanhados por alterações
físicas como o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, sudação, secura da boca,
tremores e tonturas.
O que causa ansiedade, de modo geral, são momentos de grande stress ou situações
traumáticas. Elas são reacções extremas, em que o indivíduo se sente alarmado, como se algo
muito ruim fosse acontecer.
Existem diferentes formas de ansiedade, cada uma delas com sintomas diferentes, sendo as
principais as seguintes:
Depressão.
A depressão é uma doença psiquiátrica que afecta o emocional da pessoa, que passa a apresentar
tristeza profunda, falta de apetite, desânimo, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com
frequência e podem combinar-se entre si.
Consequências
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Uma depressão não tratada pode gerar graves consequências físicas, mentais, emocionais e
comportamentais, como: aumento da probabilidade de comportamentos de risco, problemas de
saúde, predisposição para o consumo de drogas, álcool entre outros.
Os fatores que podem fazer com que as pessoas sejam vulneráveis à esquizofrenia incluem:
Predisposição genética
Problemas ocorridos antes, durante ou depois do nascimento, como infecção pelo vírus influenza
na mãe durante o segundo trimestre da gravidez, falta de oxigênio no momento do parto, baixo
peso ao nascer e incompatibilidade do tipo de sangue entre mãe e filho
Infecções no cérebro
Uso de canabis no início da adolescência
Sintomas da esquizofrenia
Delírios são falsas convicções que, geralmente, implicam em má interpretação das percepções ou
das experiências.
Alucinações envolvem ouvir, ver, sentir o gosto ou ter a sensação física de coisas que ninguém
mais sente.
A redução das demonstrações de emoções (embotamento afetivo) é quando a pessoa exibe pouca
ou nenhuma emoção. A face pode parecer imóvel.
Anedonia é a diminuição da capacidade de sentir prazer. A pessoa pode ter pouco interesse nas
atividades anteriormente realizadas e gastar mais tempo com atividades sem objetivo.
Consequências
Violência e Suicídio
Atraso mental.
Demências.
Bipolaridade
A Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença
psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão
e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua
frequência bastante variável.
Sintomas
Nos episódios depressivo, os principais sintomas são: diminuição da disposição para a vida;
aumento da necessidade do sono; retracção e isolamento; tristeza profunda; falta de vontade para
realizar actividades e pensamentos pessimistas, de menos valia e que trazem um ambiente de
piora e risco
Consequências da Bipolaridade
Ficam malvistos e têm dificuldade para viver em sociedade, encontrar e/ou manter trabalho e
parceiros amorosos. Na fase de depressão, enfrentam muitos dos mesmos problemas. E ficam
mais suscetíveis a doenças e/ou ao agravamento das que têm. Acabam sozinhos e o quadro se
agrava
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Segundo Abreu (2007), os problemas originados das drogas são complexos e dinâmicos. Assim,
pressupõem-se que as complexas relações que envolvem o uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas
fazem parte de um cenário de vulnerabilidade e violência. Portanto, deve ser encarado como um
problema complexo e desafiante que carece de ser enfrentado pelos governantes.
O papel dos profissionais da saúde “é alertar os pais para que se aproximem de seus filhos nessa
fase tão conturbada de suas vidas, destacando sempre a importância da família e da manutenção
de uma convivência familiar saudável”. Assim, “os pais tem papel importante, pois é eles que
ensinam aos filhos a distinguir entre o certo e o errado, fazendo-se presentes em qualquer que
seja o caminho tomado pelo filho” (Alves, 2018).
Como um problema que atinge a sociedade como um todo, não pode ser ignorado o papel que
esta sociedade e as instituições de assistência em saúde têm para minimizar a ocorrência do
mesmo. Assim, para que haja uma participação efectiva da sociedade é necessário conhecermos
os factores que influenciam o consumo de droga.
Segundo Castro e Rosa (2010, p. 20), “a pessoa não começa a usar drogas ou abusar delas por
acaso ou por uma decisão isolada”, sendo que o uso indevido de drogas fruto da acção de
múltiplos factores, como influência de amigos de traficantes, além dos contextos social, político,
cultural e económico.
Assim, alguns factores de risco para o uso de substancias psicoativas pelos adolescentes são:
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A adolescência é uma fase do ciclo vital, onde muitas vezes ocorre o início do uso de drogas,
“seja como mera experimentação seja como consumo ocasional, indevido ou abusivo”
A família, pelo papel de inserir seus membros na cultura e ser instituidora das relações primárias,
influencia a forma como o adolescente reage à ampla oferta de droga na sociedade actual.
Relações familiares saudáveis desde o nascimento da criança servem como factor de protecção
para toda a vida e, de forma muito particular, para o adolescente.
O papel do profissional de saúde, envolve acções que permitam o levantamento das necessidades
de saúde da população adstrita, assim como o desenvolvimento de programas de educação em
saúde que englobe aspectos biológicos, sociais e psicológicos e também os factores presentes na
própria comunidade.
Ressalta-se que os modelos de programas de prevenção devem ser desenvolvidos com filosofias
definidas: que ofereçam aos alunos informações sobre os efeitos das drogas;
Devem quando dirigidos à família, valorizar o vínculo familiar, relações familiares, técnicas de
comunicação, etc.;
Devem quando para ensino fundamental e médio aumentar as habilidades sociais; Proporcionar
aos alunos sentimentos positivos de auto-estima; oferecer aos alunos habilidades de resistência às
pressões negativas; ser vantajosos do ponto de vista do custo-benefício; ser específicos para as
diferentes idades e culturas”
As intervenções de prevenção podem ser feitas em três níveis: prevenção primária, secundária e
terciária. Na prevenção primária o objectivo é evitar que o uso de drogas se instale ou retardar o
seu início. Portanto, exige que as acções sejam desenvolvidas em vários âmbitos, integradas
entre as diferentes áreas sociais.
Entende-se que as equipes de saúde se preocupam cada vez mais com os riscos envolvidos nessa
problemática. Portanto, considera-se imprescindível uma actuação activa, mediante um projecto
de intervenção no cenário da atenção primária de saúde.
Nessa perspectiva, enfrentar a violência sexual requer a cooperação de vários sectores, como
saúde, educação, assistência social e justiça criminal. A saúde pública busca ampliar a atenção e
a segurança a toda a população e enfatiza a prevenção, garantindo que as vítimas de violência
tenham acesso a serviços e apoio adequados.
Conclusão
Contudo, pode-se concluir que; Problemas de saúde mental, tais como depressão e ansiedade,
podem contribuir para a probabilidade do uso de álcool na adolescência e vice-versa, O baixo
preço e a fácil disponibilidade comercial ou pública das bebidas alcoólicas impactam o consumo
entre os adolescentes.
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Recomendações
1. Os adolescentes não devem beber bebidas alcoólicas de forma alguma. Para evitar danos
relacionados ao álcool e transtornos relacionados ao uso do álcool na vida adulta, é fundamental
postergar o início do consumo.
2. Os pais e responsáveis devem implementar e monitorar regras especícas sobre o álcool para
reduzir o risco de início precoce do consumo de álcool, do início precoce de consumo excessivo
e dos danos relacionados ao álcool. Os pais e outros familiares não devem incentivar a iniciação
ao consumo de álcool. Os adultos devem ser modelos a ser seguidos; se bebem, não devem
tolerar a embriaguez.
Bibliografia