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Centro Universitário Jorge Amado

Departamento de Ciências da Saúde


Bacharelado em Enfermagem

Saulo Renato Castro Guimarães

Atividade avaliativa III de Anatomia dos Sistemas Humanos

Salvador, Ba
2023
SAULO RENATO CASTRO GUIMARÃES

Atividade avaliativa III de Anatomia dos Sistemas Humanos

Trabalho apresentado para avaliação na matéria “Anatomia dos


Sistemas Humanos”, do curso de graduação em Enfermagem do
Centro Universitário Jorge Amado, como requisito para obtenção de
nota final do trimestre de 2023.

Prof° Drº Michael N Macedo

Salvador, Ba
2023
Dentre as diversas patologias que afetam o nosso Sistema Nervoso, temos a neuralgia
trigeminal, conhecida mais comumente como trigeminalgia, que é uma condição médica
extremamente dolorosa que vem a afetar o nervo trigêmeo, um dos principais nervos do
sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP). O entendimento da neuralgia trigeminal e
suas complicações para o sistema nervoso só são possíveis ao entendermos alguns aspectos da
anatomia deste sistema e o funcionamento do nervo trigêmeo.
O nervo trigêmeo é aquele o agente responsável por transmitir inúmeras sensações da
região da face para o cérebro, controlando os músculos envolvidos em processos como a
mastigação. O nome “trigêmeo” se deve devido a sua composição e forma que possui três
ramos principais: O ramo oftálmico, responsável pela sensação na testa, na área dos olhos e na
parte superior do nariz; O ramo maxilar, que é responsável pela sensação na bochecha, na
parte lateral do nariz e na parte superior da boca; e o ramo mandibular, responsável pela
sensação na mandíbula, na parte inferior da boca e no queixo. (LEOCÁDIO,2014)
Quando o nervo é afetado por algum problema, ocorre a neuralgia trigeminal, onde a
mísera compressão, irritação ou lesão, resulta em episódios de dor intensa e súbita nas
diversas áreas as quais este nervo trigêmeo inerva. A dor é muitas vezes descrita como aguda,
elétrica, queimação e lancinante. Esses episódios de dor podem ser desencadeados por
atividades cotidianas como falar, comer, escovar os dentes ou tocar o rosto.
Esse transtorno afeta fortemente os sistemas nervosos central e periférico,
modificando o funcionamento e a homeostasia destes sistemas. No SNC, que desempenha um
papel fundamental na percepção e processamento da dor, ao ocorrer uma crise de neuralgia
trigeminal, os sinais de dor são transmitidos ao SNC por meio dos ramos do nervo trigêmeo.
O cérebro interpreta esses sinais como dor intensa, o que pode levar a uma experiência
extremamente desconfortável para o paciente (FRIZZO, 2004). No SNP, que é a parte do
sistema nervoso que se estende além do SNC e inclui os nervos periféricos, como o próprio
nervo trigêmeo, a disfunção ou irritação ocorre no SNP, mais especificamente no nervo
trigêmeo, resultando na transmissão inadequada de sinais sensoriais, o quefaz com que os
pacientes sintam dor severa nas áreas da face inervadas pelo nervo trigêmeo (FRIZZO, 2004).
A neuralgia trigeminal pode ser desencadeada por diversas causas, incluindo pressão
sobre o nervo devido a uma veia ou artéria, esclerose múltipla, tumor, lesões ou inflamação. O
diagnóstico e tratamento dessa condição são geralmente feitos por médicos especialistas,
como neurologistas e neurocirurgiões, podendo também ser feito por odontologistas.
Temos em voga algumas formas para o tratamento desse empecilho patológico, variam
desde o uso de medicamentos para alívio da dor, injeções de anestésicos locais,
procedimentos de estimulação nervosa ou, em casos mais gravosos, as cirurgias para
descompressão do nervo trigêmeo.
Dentre as técnicas tradicionais, vamos ter o uso de medicamentos como
anticonvulsivantes, a exemplo da carbamazepina, oxcarbazepina ou gabapentina, que são
prescritas para controlar a dor neuropática, os analgésicos como o tramadol, podem ser usados
para aliviar a dor, embora a recomendação seja de evitar analgésicos devido a dependência
que estes medicamentos podem causar em síndromes como esta.(KRAYETE, 2012)
Além das técnicas tradicionais, o ramo da pesquisa em saúde vem evoluindo,
buscando novas formas e tecnologias a fim de lidar com diversas enfermidades que assolam a
saúde de todo um coletivo, o que reforça, inclusive, a importância da pesquisa e da
investigação científica para o descobrimento de artefatos que melhorem a vida de inúmeras
pessoas.
Dentre os tratamentos considerados inovadores frente a esta patologia, temos a
Microtomia por balão, um procedimento envolve o uso de um balão para comprimir o nervo
trigeminal e reduzir a dor, ou até mesmo Estimulação cerebral profunda (DBS), uma técnica
em que eletrodos são implantados no cérebro para modular a atividade neural e aliviar a dor,
mas algumas pesquisas estão em andamento para desenvolver novas terapias, e consideram
desde a estimulação do nervo vago até a terapia genética para tratar a neuralgia trigeminal de
forma mais eficaz e com menos efeitos colaterais. (SUIZO et al, 2021)
Os Enfermeiros e outros profissionais da enfermagem, como técnicos e auxiliares,
desempenham um papel importante no cuidado de pacientes com neuralgia trigeminal,
trabalhando em estreita colaboração com outros profissionais de saúde para proporcionar
apoio e assistência aos pacientes que enfrentam essa condição dolorosa.
Como o profissional que mais mantém contato com os pacientes é o profissional da
enfermagem, eles acabam coletando informações sobre os sintomas, a intensidade da dor, os
fatores desencadeantes e o impacto na qualidade de vida, o que auxilia no diagnóstico,
tratamento e acompanhamento do tratamento ao longo do tempo.
Outra forma essencial de apoio dos pacientes é a educação dos pacientes sobre a
neuralgia trigeminal, explicando a natureza da condição, quais são os possíveis
desencadeadores, reforçando as possíveis opções de tratamento e as estratégias, ajudando os
pacientes a entenderem melhor sua condição e a tomar decisões autônomas informadas sobre
o tratamento. O apoio emocional também se faz essencial ao tratamento da neuralgia
trigeminal, afinal, tal condição pode causar dor intensa e impactar significativamente a
qualidade de vida dos pacientes. Os enfermeiros podem fornecer apoio emocional, ouvindo as
preocupações dos pacientes, oferecendo suporte psicológico e encaminhando-os a
profissionais de saúde mental, quando necessário.
Em síntese, os enfermeiros desempenham um papel fundamental na assistência aos
pacientes com neuralgia trigeminal, ajudando-os a gerenciar a dor, entender a condição e
fornecer apoio emocional durante o tratamento e a recuperação, e embora essa condição afete
e comprometa o bem estar e qualidade de vida devido a importunação dos sistemas nervosos
central e periférico, os profissionais da saúde devem sempre dar a devida atenção para esta e
demais outras condições, de maneira a tornar, de forma interdisciplinar, o cuidado e
tratamento do paciente o mais confortável possível.
Não obstante, é importante salientar o cuidado necessário aos pacientes com doenças
consideradas simples ou que não estão em fase terminal ou estágio avançado. Os profissionais
de saúde precisam de treinamento que os capacite para compreender que cada ser humano é
único, com tal pluralidade necessita-se de um entendimento acerca dos processos de cura e de
cuidado dos pacientes, afinal, embora não tenham o devido conhecimento fisiológico,
bioquímico ou farmacêutico, o mais simples caso pode ser extremamente angustiante para
aquele ou aquela que enfrenta tal patologia, onde se clama a presença de um profissional
empático e humano a fim de melhorar a qualidade de vida de toda uma sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Leocádio, J.C.M et al. Neuralgia do Trigêmeo - Uma revisão de Literatura. Brazilian


Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR..Vol.7,n.2,pp.33-37 (Jun - Ago 2014)

Frizzo, H.M et al. Neuralgia do Trigêmeo: Revisão Bibliográfica. Analítica. 2004

D.C. Kraychete et al. Use and rotation of opioids in chronic non-oncologic pain. Rev Bras
Anestesiol. (2012)

Suizu, Lina & Souza, Emanuelle & Filho, Luiz & Jerez, Beatriz & Reis, Franklin. (2021).
Tratamentos invasivos da neuralgia trigeminal: uma revisão sistemática. Headache
Medicine. 12. 8. 10.48208/HeadacheMed.2021.Supplement.8.

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