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2014

DISFUNÇÃO TEPOROMODIBULAR

Eduardo Januzzi, Rafael Tardin


DEFINIÇÃO DE DOR OROFACIAL
Por definição, dor orofacial é toda a dor associada a tecidos moles e mineralizados (pele, vasos sanguíneos,
ossos, dentes, glândulas ou músculos) da cavidade oral e da face. Usualmente, essa dor pode ser referida
na região da cabeça e/ou pescoço ou mesmo estar associada a cervicalgias, cefaleias primárias e doenças
reumáticas como fibromialgia e artrite reumatoide. As principais fontes de dor orofacial são problemas
odontogênicos, cefaleias, patologias neurogênicas, dores musculoesqueléticas, dores psicogênicas, câncer,
infecções, fenômenos autoimunes e trauma tecidual.
DEFINIÇÃO DE DTM
Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, a DTM é definida como um conjunto de distúrbios que
envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas.
Os sintomas mais frequentemente relatados pelos pacientes são: dores na face, ATM e/ou músculos
mastigatórios, dores na cabeça e na orelha. Outros sintomas relatados pelos pacientes são as
manifestações otológicas como zumbido, plenitude auricular e vertigem.
Quanto aos sinais, encontram-se primariamente a sensibilidade muscular e da ATM à palpação, limitação
e/ou incoordenação de movimentos mandibulares e ruídos articulares.
EPIDEMIOLOGIA
Estudos epidemiológicos estimam que 40% a 75% da população apresentem ao menos um sinal de DTM,
como ruídos na ATM e 33%, pelo menos um sintoma, como dor na face ou na ATM.
Existe uma diferença entre a prevalência de sinais e sintomas de DTM na população e a necessidade de
tratamento desses indivíduos. Em uma revisão sistemática com metanálise publicada recentemente, a
prevalência de necessidade de tratamento para DTM na população adulta foi estimada em 15,6%, sendo
que as estimativas para a população jovem, de 19 a 45 anos, foi maior do que para a de adultos mais
velhos (acima de 46 anos).

ETIOLOGIA
A tentativa de isolar uma causa nítida e universal da DTM não tem sido bem-sucedida. Estudos recentes
concluem que a DTM tem origem multifatorial. Faz parte de uma anamnese completa a identificação de
fatores predisponentes (que aumentam o risco da DTM), fatores iniciadores (que causam a instalação das
DTMs) e fatores perpetuantes (que interferem no controle da patologia). Dentre esses fatores citaremos
aqueles que supostamente são mais relevantes.
Trauma
• Trauma direto ou macrotrauma.
• Trauma indireto: representado por lesões do tipo chicote.
• Microtrauma: provocado por traumas de pequena monta, realizados de maneira repetitiva, como
hábitos parafuncionais (bruxismo, apertamento dentário, etc).
Fatores psicossociais
• Ansiedade, depressão, etc.
Fatores fisiopatológicos
• Fatores sistêmicos: doenças degenerativas, endócrinas, infecciosas, metabólicas, neoplásicas,
neurológicas, vasculares e reumatológicas.
• Fatores locais: alteração na viscosidade do líquido sinovial, aumento da pressão intra-articular,
estresse oxidativo, etc.
• Fatores genéticos: presença de haplótipos associados à sensibilidade dolorosa.
É consenso entre pesquisadores e clínicos especializados em dor orofacial que a oclusão dentária não mais
pode ser considerada fator primário na etiologia da DTM. Alguns fatores de relacionamento oclusal são
citados como predisponentes das DTM, entretanto, estudos demonstram que a correção desses fatores
em indivíduos sintomáticos tem pouca eficácia no controle da DTM.
TARTAMENTO
O objetivo do tratamento da DTM é controlar a dor, recuperar a função do aparelho mastigatório,
reeducar o paciente e amenizar cargas adversas que perpetuam o problema.
A etiologia indefinida, o caráter autolimitante e a altíssima eficácia recomendam a utilização inicial de
terapias não-invasivas e reversíveis para os pacientes que sofrem de DTM.
Educação do paciente, automanejo, intervenção comportamental, utilização de fármacos, placas
interoclusais, terapias físicas, treinamento postural e exercícios compõem a lista de opções aplicáveis a
quase todos os casos de DTM.
A prática da Odontologia Baseada em Evidência (OBE) não ampara a prescrição de técnicas que promovem
mudanças oclusais complexas e irreversíveis, como o ajuste oclusal por desgaste seletivo, terapia
ortodôntica, ortopedia funcional, cirurgia ortognática ou técnicas de reabilitação oral protética no
tratamento da disfunção temporomandibular.
Com relação às cirurgias de ATM, é possível afirmar que são necessárias em alguns poucos casos
específicos, tais como anquilose, fraturas e determinados distúrbios congênitos ou de desenvolvimento.

Anatomia e Função do Sistema Neuromuscular

Unidade Motora
É o componente básico do sistema neuromuscular, composta por um numero de fibras musculares que são
inervadas por um neurônio motor. Cada neurônio liga-se à fibra muscular através da placa motora. Ativando
um neurônio , a placa motora é estimulada a libera acetilcolina, que despolariza as fibras musculares. Essa
despolarização causa o encurtamento ou a contração das fibras musculares. O numero de fibras inervadas
por um único neurônio varia de acordo com a função da unidade motora. Quanto menos fibras musculares
por neurônio motor, mais preciso o movimento. Um neurônios motor pode inervar somente duas ou três
fibras musculares

Nocicepção: estimulo nocivo urinário do receptor sensorial. Esta informação é levada ao SNC pelo
neurônio primário
Dor: é uma sensação desagradável percebida no córtex geralmente como resultado de um estimulo
nociceptivo de entrada.

Cocontracao Protetora:
resposta do SNC a injúria ou ameaça de injúria . ex; um paciente com cocontracao apresentara um aumento
na atividade muscular dos elevadores durante a abertura da boca. Essa acoativacao dos músculos
antagonistas é tida como um mecanismo normal de proteção ou guarda.
Etiologia: Qualquer mudança no estimulo sensorial ou proprioceptivo das estruturas associadas

Mialgia não inflamatória


é a primeira resposta do tecido muscular a uma cocontracao prolongada. Conciderando que a cocontracao
seja uma resposta muscular induzida pelo SNC a sensibilidade dolorosa muscular local representa uma
condição caracterizada por mudanças no ambiente local dos tecidos musculares. Estas mudanças são
caracterizadas pela liberação de certas substancias algogênicas ( bradicinina, substancia P, histamina) que
causam dor .

Efeito do Sistema Nervoso Central na Dor Muscular


ocorre quando uma alteração dentro do SNC excita neurônios periféricos (aferentes primários) criando a
liberação antidromica de substancias algogenicas nos tecidos periféricos, resultando em dor muscular . Estes
efeitos excitatorios centrais podem também levar a efeitos motores resultando num aumento da tonicidades
muscular ( cocontracao)

Dor Miofascial
É uma dor miogênica regional caracterizada por áreas locais firmes hipersensitivas de tecidos musculares
conhecidos como pontos de gatilho. Os pontos Gatilho podem criar efeitos excitatorios centrais levando a
dor referida.
Os pontos gatilho tem uma característica clinica de apresentar tanto em estado ativo como latente.
Em um estado ativo ele causa efeito excitatorio central , apresentando dor referida. No estado Latente um
ponto gatilho é sensível a palpação porem não produz dor referida
Esses pontos gatilho podem ser ativados por vários fatores como aumento so uso do músculo, sobrecarga no
músculo, estresse emocional, etc.
Mandíbula - Vista Lateral

Mandíbula - Vista Lateral

Anatomia da A.T.M.
Este desenho mostra a articulação têmporo-mandibular
(A.T.M.) e suas estruturas.

1- Ligamento retro-discal (zona bilaminar)


2- Disco articular
3- Fossa articular
4- Músculo Pterigóideo lateral
5- Côndilo mandibular

Anatomia e disco articular normais, paciente com a


boca fechada e côndilo centrado na fossa articular.

Mandíbula - Vista Lateral

. Disco articular bem posicionado, anatomia sem alterações e


com aspecto normal.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Definicao de Disfincao Motora Shirley A. Sahrmann 2005
Sao disturbios osteosmuscular miofaciais, sindromes de uso execessivo, traumas cumulativos e lesoes devidas ao
esforco repetitivo.

Conceito e Principios do Moimento Shirley A. Sahrmann 2005


O movimento é um sistema composto de varios elementos, cada um deles exerce uma funcao basica relativamente
unica, necessaria para a producao e regulacao do movimento. Por sua vez, esses elementos basicos sao formados
por sistemas anatomicos e fisiologicos que precisam ser considerados as acoes ideais e asinteracoes entre o
diferentes sistemas anatomicos e fisiologicos que participam do movimento, a fim de podermos entender como a
movimento é capaz de provocar as sindromesdolorosas.

Síndrome de Disfunção Motora da Cintura Escapular Shirley A. Sahrmann 2005

Diagnosticar e tratar os problemas dolorosos da musculatura do esqueleto, Segundo Sahrmann as alterações


mínimas e as precisão dos movimentos provocam microtraumas e que sua permanencia leva aos macrotraumas e ao
aparecimento da dor.

Ombro
Posicionados ligeiramente abaixo do eixo horizontal que atravessa a vertebra T1 na vista posterior. Na
vista lateral, a linha perpendicular ao solo deve cortar o acrômio ao meio.

Escápula
Borda medial da escápula é paralela a coluna vertebral, localiza-se a cerca de 7 cm de distância em relação
à linha media do tórax. Situa-se entre a segunda e sétima vértebra torácica.

Rotação escapular para baixo: ângulo inferior da escápula situa-se para dentro da raiz da espinha. Na
maioria dos casos existe encurtamento dos músculos romboide e elevador da escápula e alongamento da
porção superior do trapézio.

Depressão: refere-se a margem superior da escápula que ocupa a posição mais baixa que os pontos de
referência (T2 e T7) apresentando um alongamento de trapézio e uma dominância de peitoral maior e
grande dorsal.

Elevação: apresenta a margem superior da escápula ocupando a posição mais alta que T2 e T7. Dominância
do trapézio superior.
Adução: distância da borda medial da escápula menor que 7 cm. Encurtamento dos músculos romboide e
trapézio médio e alongamento do serrátil anterior.

Abdução: distância da borda medial da escápula maior que 7 cm . Encurtamento do serrátil, grande dorsal
e peitoral maior.

ATM

A articulação têmporo-mandibular (ATM) é responsável pelos movimentos da mandíbula (fonação,


mastigação).

Tipo muscular: músculo estriado esquelético (contração voluntária). O tecido muscular esquelético é
chamado de estriado por apresentar faixas alternadas claras e escuras podendo ser vistas no microscópio
óptico.

Músculos da ATM

1. Temporal
2. Masseter
3. Pterigoideo Medial
4. Pterigoideo Lateral
5. Esternocleidomastoideo
6. Digastrico

1 – Temporal

Origem: Linha temporal inferior


Inserção: processo coronóide da mandíbula e face anterior do ramo da mandíbula
Inervação: nervo temporal (ramo mandibular do nervo trigêmeo – V par craniano)
Ação: elevação (oclusão) e retração da mandíbula
2 – Masseter

Origem: arco zigomático da maxila


Inserção: feixe superficial: ângulo e ramo da mandíbula
feixe profundo: ramo e processo coronóide da mandíbula
Inervação: nervo massetérico (ramo mandibular do nervo trigêmeo – V Par Craniano)
Ação: elevação (oclusão) da mandíbula

3 - Pterigoideo Medial
Origem: face medial da lâmina do processo pterigóideo do osso esfenóide
Inserção: face medial do ângulo e ramo da mandíbula
Inervação: nervo pterigóideo medial (ramo mandibular do nervo trigêmeo- V par craniano)
Ação: elevação (oclusão) mandibular e profusão

4 - Pterigoide Lateral
Origem:
cabeça superior: asa do esfenóide
cabeça inferior: face lateral da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide
Inserção:
cabeça superior: face ântero-medial do disco articular
cabeça inferior: colo mandibular
Inervação: nervo pterigóideo lateral (ramo mandibular do nervo trigêmeo- V par craniano)
Ação: abertura da boca e protrusão da mandíbula.
PTLI: auxilia na abertura e protrusão da mandíbula puxando a cabeça da mandíbula para frente e para
baixo do tubérculo articular.
PTLS: é ativado durante o fechamento mandibular contraindo conjuntamente com os músculos
levantadores da mandíbula.

5- Estenocleidomastoideo
Origem: porção esternal; manúbrio
porção clavicular; terço medial da clavícula
Inserção: processo mastoide
Inervação: nervo acessório
Ação: agindo em conjunto fletem a cabeça. E quando isolados a cabeça é fletida lateralmente, para o lado
do músculo que age, e a face rodada para o lado oposto
6- Digastrico
Origem: ventre posterior- incesura mastóidea e processo mastóide
Ventre anterior- superfície lingual da mandibula
Ação: abaixa a mandíbula e elevam o osso hioide

Articulação temporomadibular (ATM)

É uma combinação de articulação gínglimo e plana, formada pela parte anterior da fossa mandibular do
osso temporal e a cabeça da mandíbula.

Os meios de união dessa articulação são:

Cápsula Articular – tecido conjuntivo fibroso que define os limites anatômicos e funcionais da articulação.
Unida superiormente ao osso temporal e inferiormente ao colo da mandíbula. Uma membrana, que
reveste a superfície interna, secreta fluido sinovial que tem a função de suprimento nutricional e
metabólico e lubrificação da articulação.

Disco Articular – estrutura bicôncava oval, apresentando uma parte central fina (zona intermediária) e
bandas posterior e anterior espessas que geram estabilidade ao mesmo (previne deslocamentos). A zona
intermediária é avascular e sem inervação, o que possibilita receber carga (compressão).

Ligamento Posterior – (tecido retrodiscal/ zona bilaminar). Ocupa o espaço entre o disco e a parede
posterior da cápsula articular. Unido anteriormente à banda posterior do disco e posteriormente à placa
timpânica e porção posterior da cabeça da mandíbula. Função estringir os movimentos na articulação
inferior, permitindo que o disco se mova passivamente com a cabeça da mandíbula em uma direção
anterior e posterior. Por serem vascularizados e inervados, os ligamentos podem se tornar inflamados e
doloridos.
Ligamento Temporomandibular Lateral - consiste em dois curtos fascículos estreitos. Está inserido acima
no arco zigomático e abaixo na face lateral do colo da mandíbula. Tem a função de prevenir a distração
inferior da cabeça da mandíbula.

Ligamento Esfenomandibular - é uma faixa fina e achatada localizada medial à cápsula. Está inserido na
espinha do esfenóide e abaixo na lígula do forame mandibular. Não apresenta função significativa na ATM.

Ligamento Estilomandibular - posterior à cápsula, insere-se no processo estilóide e na margem posterior


do ângulo da mandíbula. Separa a glândula parótida da submandibular. Tem a função de limitar a excessiva
protusão mandibular.

Movimento Mandibular

Os movimentos voluntários da mandíbula são: abertura, fechamento, protusão, retrusão e lateralidade.

Abertura: contração bilateral de ambos os pterigóides laterais

Fechamento: contração bilateral dos músculos masseter, temporal, pterigóideo medial e pterigóideo
lateral superior

Protusão: contração bilateral dos pterigóideos laterais inferiores

Retrusão: contração dos músculos temporais médios e supra-hioides

Excursões Laterais: contração do pterigóideo lateral inferior homolateral/ipsilateral (do mesmo lado)

Etapas Para Estabelecer o Diagnóstico

O diagnóstico preciso é a chave do sucesso no controle e tratamento da Dor Orofacial e DTM.


Obedecendo as etapas de avaliação do paciente e obtendo uma sequência ordenada e compreensiva das
informacões:
-Evitar repetições
-Diminuir tempo de avaliação
-Direcionar a tomada da historia: certeza de uma completa coleta de informacões

Diagnóstico Preciso

Critérios a serem observados durante a avaliação;


-Localização da fonte da dor;
-Características do tipo de dor ( somática, neuropática, psicogênica );
-Exame físco intra e extra-oral;
-Considerar o diagnóstico diferencial ( exame complemetntar ); *O exame complementar é indispensável
quando ele mudar o diagnóstico e/ou o tratamento.
-Considerar a utilização de bloqueios anestésicos;
-Considerar patologias vasculares e neuropáticas.

Etapas para o Diagnostico


(Academia Americana de Dor Orofacial)

-Tomada da historia: queixa principal, história da doença atual, história médica, história psicossomática;
-Exame fisico;
-Testes de diagnóstico;
-Imagens;
-Exame laboratorial (pequisa de fatores reumatoides).

Tomada da Historia

-Queixa principal (motivo da consulta);


-História da doença atual (localização, início, quantidade, intensidade, duração, frequência, sintomas
associados);
-exame fisico ( exame geral da face, cabeça, pescoço, exame muscular, exame intra oral, pares cranianos ).

Exame das ATMs

-Palpação: 0,5 kg de pressão;


-Abertura – 36mm a 40mm (máxima confortável, total não assistida, abertura assistida, desvio/deflexão,
hiper e hipomobilidade);
-Excursão lateral (¼ da abertura);
-Protusão;
-Sons articulares.

Abertura

Okson 36 a 44mm
Pertes 40 a 50mm
Bell 53 a 58mm
Considerar 36 a 40 mm

Caracteristica da ATM

 Articulação sinovial
 Bilaminar
 Recobrimento das estruturas articulares ( tecido conjutivo denso – fibrocartilagem na superfície da
cabeça da mandíbula e fossa mandibular)
 Rotação e Translação ( ginglimo artroidal)
 Nutrição / lubrificação: líquido sinovial
 Disco articular
 Ligamentos ( fibricolágeno)
 Cápsula articular
 Membrana sinovial

Definição de Disfunção Temporomandibular

Desordens temporomandibulares (DTM) compreendem um termo coletivo que envolve alterações clínicas
nos músculos da mastigação, na articulação temporomandibular (ATM) e/ou estruturas associadas(AAOP).

A disfunção temporomandibular (DTM) pode ser entendida como uma série de alterações funcionais das
estruturas envolvidas na mastigação. Podem ocorrer como sinais e sintomas desta condição: cefaléia,
otalgia e estalido, além de sensibilidade da musculatura mastigatória e cervical. É uma desordem de
etiologia multifatorial onde estão incluídos fatores de riscos, tais como bruxismo, condições oclusais,
fatores neuromusculares e psicogênicos.
Sabe-se que hábitos parafuncionais como o apertamento e/ou bruxismo, oclusão de risco para a DTM, má
postura, traumas na região orofacial, estresse emocional, doenças sistêmicas, tais como fibromialgia e
doenças reumáticas podem contribuir de maneira significativa para o estabelecimento e perpetuação
desta afecção. O diagnóstico das DTM é essencialmente clínico e depende do treinamento e capacitação
do examinador.

O sucesso do tratamento das Disfuncões Temporomandibulares depende de:

-Diagnóstico correto;
-Conhecimento do curso natural da doença;
-Necessidade de intervenção e possibilidade de controle;
-Manejo adequado do paciente.

Sinais e Sintomas de DTM

-Dor difusa e constante nas regiões dos músculos da mastigação;


-Dor pré-auricular;
-Dor ao mastigar;
-Dificuldade de abrir a boca;
-Travamento dos movimentos mandibulares ( DDSR, DDCR...);

- Sons articulares ( estalidos e/ ou creptações);


-Redução da mobilidade mandibular.

Fatores de Risco/ Contribuintes


 Bruxismo e apertamento;
 Oclusão de risco;
 Hipermobildade;
 Alterações psicogênicas – eixo II;
 Alterações posturais e sistêmicas;
 Sexo feminino;
 Distúrbios do sono;
 Traumas diretos (acidentes).
Identificacao dos fatores de risco para
-Oclusao
-Deslocamento do disco
-Bruxismo / Apertamento
-Disturbio do sono
-Hipermobilidade
-Alteracoes posturais
-Doencas sistemicas degenerativas que podem afetar a ATM
-Traumas diretos
-Eixo II

DTMs articulares
Intra Articulares
1. Desvio de forma
2. DDA –com reducao, sem reducao (sem travamento e com travamento)
3. Desl do complexo cabeca musc disco – hipermobilidade, Subluxacao, travamento aberto
4. Condicoes inflamatorias – capsulite, sinovite,retrodicite
Sinais e sintomas da DTM articular:
 Dor localizada na região;
 A dor normalmente aumenta ou ocorre na função;
 Edema na região da articulacão;
 Irregularidades nos movimentos;
 Travamento da mandibula;
 Alteracões oclusais;
 Ruidos articulares: estalidos / creptação.

Fatores de risco para DTM articular


-Estresse psicossocial (nível fraco)
-Apertamento / bruxismo (nível médio)
-Mordida cruzada (nível fraco)
-Tratamento Ortotodôntico (nível fraco)
1.Disfunção da articulação temporomandibular
1.1Desordens congênitas e de desenvolvimento

1.1.1 Aplasia
1.1.2 Hipoplasia
1.1.3 Hiperplasia
1.1.4 Neoplasia

1.1.1 Aplasia
É o desenvolvimento defeituoso ou incompleto dos ossos do crânio ou da mandíbula. Ex: microssomia
hemifacial ou síndromes do primeiro e segundo arco braquial.

1.1.2 Hipoplasia
É o desenvolvimento incompleto ou subdesenvolvimento dos ossos do crânio ou mandíbula, que é
congênita ou adquirida . O crescimento é considerado normal apesar de reduzido proporcionalmente.

1.1.3 Hiperplasia
É o desenvolvimento excessivo dos ossos do crânio ou mandíbula, podendo ser congênita ou adquirida.

1.1.4 Neoplasia
É o crescimento novo, frequentemente descontrolado de tecido anormal, surgindo na ou envolvendo a
ATM.

Sinais e sintomas que podem estar presentes

 Alterações oclusais que podem apresentar-se de discretas a severas.


 Limitação da amplitude dos movimentos mandibulares.
 Alterações da dinâmica mandibular como desvios e ou deflexões.
 Alterações do padrão facial que podem apresentar-se de discretas á severas.
 Confirmação da condição por imagem

1.2Deslocamento do disco articular


1.2.1 Deslocamento funcional do disco
1.2.2 Deslocamento do disco com redução
1.2.3 Deslocamento do disco sem redução
1.2.4 Com travamento ( agudo e crônico)
1.2.5 Sem travamento

1.2.1 Deslocamento funcional do disco


Estágio inicial das desordens de desarranjo do disco decorre de mudanças estruturais nos ligamentos
capsulares e discais (alongamento) associadas a alteração morfológica do disco. Tais mudanças resultam
de micro ou macrotrauma.
Desvios na forma:
Defeito na Superfície Articular: Ocorre uma alteração na superfície articular que pode ser causadas por
trauma à mandíbula, inflamação, anormalidades.
Sinais e Sintomas: normalmente não apresenta quadro álgico. Ocorre um desvio da boca na abertura.
Tratamento: Analgesia, placa estabilizadora, alongamento, exercícios para desenvolver um padrão de
movimento que evite a interferência, com a intenção de permitir que ocorra a resolução do lado afetado.
Caso não melhore encaminhar para o cirurgião.

Afinamento e Perfuração: A sobrecarga enquanto os dentes estão juntos pode resultar em um afinamento
da parte central do disco e a pressão contínua pode gerar perfuração. Acomete indivíduos mais velhos e
leva consequentemente a degeneração na superfície articular.
Sinais e Sintomas: Apresenta sons desconfortáveis ou creptação durante o movimento articular.
Tratamento: Placa estabilizadora, analgesia, controle da ADM, mobilização articular, alongamento.

1.2.2 Deslocamento do disco com redução


• Obstrução temporária da translação da cabeça da mandibula;
• Presença de estalido ( Click );
• Desvio para o lado afetado durante abertura;
• Fechamento da boca e novo click ( Menos audível ).

Refere-se ao estágio ao qual o disco está deslocado em uma posição anterior ou anteromedial com a boca
fechada e retorna na posição normal com a abertura da boca. A atividade dos músculos mastigatórios
frequentemente acompanha o deslocamento gerando um quadro álgico muscular.
Sinais e Sintomas: Sons de clique ou estalos durante a abertura da boca, outro achado clinico é o desvio da
linha media para o lado articular afetado no inicio da abertura, retorna para posição central ao final do
fechamento,frequentemente ausência de restrição no movimento mandibular, interferência
momentânea na abertura e/ou fechamento, que se reduz com a protrusão mandibular voluntária

Tratamento: Viscosuplementação, dispositivo interoclusais, fisioterapia

CRITÉRIO DE INCLUSÃO DE ESTALIDO: 2 de 3 episódios no mesmo exame

1.2.4 Deslocamento do disco sem redução


Deslocamento do disco articular sem redução na ATM é comumente conhecido como “Closed Lock” e é
geralmente acompanhado de dor severa e limitação de abertura da boca (Okeson, 1998).
Deslocamento do disco articular sem redução é descrito como uma relação estrutural disco articular-
cabeça da mandíbula alterada ou desalinhada, mantida durante a translação mandibular, onde o disco
articular não é reduzido para sua posição anatomicamente normal (Okeson, 1998).

Sinais e Sintomas: Historia pregressa de estalido , Historia de DDCR, resolucao gradual da limitacao da
abertura da boca, dor à palpacao na articulacao afetada, alteracao osteoartite discreta a moderada na
imagenologia dos tecidos

Critérios de diagnóstico para o deslocamento do disco articular foram estabelecidos pela “Academia
Americana de Dor Orofacial” (1998), e classificam esta desordem em aguda e crônica.

1- abertura da boca acentuadamente limitada (≤ 35mm), persistente, com história de instalação súbita;
2- deflexão para o lado afetado na abertura da boca;
3 - laterotrusão acentuadamente limitada no lado contra-lateral (se for unilateral), ausência de estalido;
4- imagenologia do tecido mole revelando disco articular deslocado sem redução e imagenologia de tecido
duro não revelando nenhuma alteração osteoartrítica extensa;
5- quadro de dor devido à inflamação da cápsula articular e dos ligamentos discais.

Os critérios de diagnostico podem acompanhar

1-dor precipitada pela abertura da boca forçada;

2- história de estalos que cessaram com o travamento;

3- dor à palpação na articulação afetada;

4- hiperoclusão ipsilateral;

5- alterações osteoartríticas moderadas na imagenologia dos tecidos duros.

Tratamento: terapia inicial é diretamente voltada a redução do disco por meio de mobilização manual
(manobra de Farra), fármacos, dispositivos interoclusais, fisioterapia

Os critérios de diagnóstico para o deslocamento crônico do disco articular sem redução

1- história de instalação súbita de abertura de boca limitada que ocorreu há mais de 4 meses;
2- imagenologia de tecido mole revelando disco articular deslocado sem redução, e imagenologia de tecido
duro sem revelar alteração osteoartrítica extensa;
3- apresenta o disco permanentemente deformado e a zona bilaminar disfuncional tornando difícil atingir
a redução.

Os critérios de diagnostico do deslocamento crônico do disco articular sem redução pode acompanhar:

1- a dor, quando presente, é acentuadamente reduzida comparada a do estágio agudo, geralmente se


apresentando como uma sensação de rigidez;

2- história de estalo que se resolveu com a instalação súbita do travamento;

3- alterações osteoartríticas moderadas na imagenologia dos tecidos duros;

4- resolução gradual da abertura da boca limitada.

O tratamento do deslocamento do disco articular sem redução da ATM (Eduardo Januzzi tese de
doutorado):

1. é importante procurar restabelecer a biomecânica da ATM, mesmo que o disco articular esteja
deslocado permanentemente;
2. a biomecânica funcional da ATM sem dor e o aumento da efusão intra-articular parecem promover uma
lubrificação adequada minimizando os danos degenerativos que acompanham grande parte desta
condição;
3. quando a dor e a limitação da função estiverem presentes nesta condição, o tratamento conservador
deve ser primariamente instituído e apresenta bom prognóstico;
4. o tratamento invasivo só deve ser instituído depois de considerar falho o tratamento conservador;
5. ao instituir o tratamento invasivo, devemos priorizar os procedimentos mais conservadores como
infiltrações e artrocentese, uma vez que existem evidências comprovando sua eficácia;
6. até o presente momento, não existem ensaios clínicos aleatórios (RCT) para cada modalidade
terapêutica, além de existirem muitas falhas metodológicas nos existentes. Sendo assim, devemos nos
guiar com a necessária cautela pelos estudos existentes, porém, com boa qualidade metodológica.

Na adaptação dos ligamentos retrodiscais no DDSR ocorre uma metaplasia (aumento das células
indiferenciadas , aumento dos fibroblastos, diminuição da luz dos vasos sanguíneos) fribrosando o tecido
criando um “pseudo disco”.
Uma vez estabelecidos os critérios de diagnóstico do deslocamento do disco articular sem redução da
articulação temporomandibular, é importante definir qual o melhor tratamento para esta condição (Kurita
et al, 1998; Sato et al, 1999).
Características Clinicas

• Ausência de ruído articular;


• Abertura limitada ( 25 a 30mm );
• Deflexão para o lado afetado;
• Colapso do espaço articular;
• Movimento limitado para o lado oposto.

Fatores de Risco para DDSR ( closed lock )


 Macrotraumas
 Hipermobilidade
 Presença de hábitos parafuncionais
 DDCR
 Perda de suporte dental posterior

Hipermobilidade ou Subluxacao

Observacoes clinicas revela que assim que a boca se abre ao Maximo há uma pausa momentania seguida
de um salto para a posição de abertura máxima acompanhado por um baque surdo podendo observar
também na face lateral do paciente os pólos laterais dos côndilos apresentando uma depressão pré
auricular. A subluxação pode ocorrer bilateralmente mais nunca simultaneamente.
Imagenologia revela a cabeça da mandíbula desloca-se à frente do tubérculo articular.
Tratamento: ensinar ao paciente a limitar o movimento, evitando bocejar, abrir muito a boca quando
comer, exercícios de fortalecimento dos músculos levantadores

Deslocamento Espontâneo
quando a boca é aberta alem do seu normal e a mandíbula trava. Ocorre tipicamente com pacientes que
tenham a anatomia da fossa que permita a subluxacao
DTMs musculares

DTMs musculares Agudo


• Contração Protetora ( co-contração muscular )
• Mialgia local
• Mioespasmo
• Miosite

DTMs musculares Crônico

• Dor Miofacial
• Fibrimialgia
• Contratura muscular ( miotatica, miofibrotica)

Desordens dolorosas

Contração protetora
Resposta inicial de um músculo, induzida pelo SNC a uma injúria proprioceptiva ou ameaça de injúria
Etiologia: Alteração sensorial ou proprioceptiva.Presença de dor profunda constante. Estresse emocional
aumentado.
Características clínicas: Movimenta normalmente se solicitado. Dor mínima em repouso aumenta com
função. Sensação de fraqueza muscular.
Tratamento: Remover a fonte da dor, orientações, fisioterapia

Mialgia

Distúrbio de dor muscular crônico e contínuo.


Como produz dor profunda pode induzir uma co-contração secundária e um ciclo pode ser criado.
Criterios de diagnostico:
-Historia de dor muscular prolongada e continua
-Dor regional difusa
-Dor agravada pela função

Os criterios de diagnostico podem acompanhar:


-Ponto gatinho e dor referida à palpação;
-Sensação de rigidez, fraqueza e fadiga;
- Sintomas articulares, zumbido, vertigem, dor dentária, cefaléia tensional
-ADM reduzida
Tratamento: Eliminar fonte de dor profunda, orientações para relaxamento, AINE, fisioterapia

Mioespasmo

É um distúrbio muscular agudo que envolve a contração repentina, involuntária caracterizado pela
contração muscular contínua.
Contração induzida pelo SNC
Etiologia: dor profunda prolongada; metabólitos nos músculos devido a fadiga; idiopáticos
Características: restrição súbita e acentuada de movimentos, dor em repouso, função piora, músculo rígido
e dolorido.

Critérios de diagnostico:
-Dor em repouso;
-Dor agravada pela função dos músculos afetados;
-EMG aumentada em relação a normalidade;
- Sensação de rigidez muscular.
Tratamento: Eliminar fatores etiológicos, Spray e alongamento, injeção anestésica e alongamento,
fisioterapia

Miosite
Caracteriza sinais e sintomas clínicos associados à inflamação tecidual. Apresentando edema, rubor e calor
aumentado sobre a região afetada.
Dor intensa à palpação e repouso, apresentando também aumento da dor na função. Pode induzir atrofia
muscular ou contratura associada com a presença prolongada de substâncias algogênicas no músculo.

Criterios de diagnostico:
-Dor continua em uma area localizada após lesão ou infeccão;
-Sensibilidade difusa sobre toda região afetada;
-Dor agravada pela função;
-ADM diminuida devido a dor e edema.
Tratamento: Restrição de movimentos, AINE, evitar injeções, calor úmido. Após fase aguda, iniciar
lentamente a mobilização do músculo.

Dor miofascial
Caracterizada por dor muscular difusa e pela presença de pontos gatilhos nos músculos, tendões ou
fáscias. Pontos gatilhos quando palpados podem produzir um padrão dor referida e/ou sintomas
autonômicos de provocação.
Etiologia: estresse, distúrbio do sono, fonte contínua de dor profunda
Fatores locais: parafunção, má postura
Fatores sistêmicos: condicionamento físico deficiente

Critérios de Diagnósticos:
-Dor difusa regional;
-Agravo da dor pela função;
-Teste de provocação dos pontos dolorosos altera a queixa da dor revelando uma padrão de dor referida;
-Redução de pelos menos 50% da dor com spray gelado ou injeção anestésica nos pontos gatilhos.

Os critérios de diagnósticos podem acompanhar:


-Sensação de rigidez muscular;
-Sensação de mal oclusão;
- Sintomas articulares, zumbido, vertigem, dor dentaria, cefaléia tensional;
-ADM reduzida

Tratamento:farmacologia , fisioterapia, inibição dos pontos gatilhos, controle de parafunções , correção


postural, atividade física aeróbica, melhora da qualidade de sono, spray, agulhamento dos TPs e
alongamento, acupuntura.

Fatores de risco para DTM muscular


 estresse psicossocial ( nivel forte )
 apertamento/ Bruxismo (nivel medio )
 sexo feminino ( nivel medio )

Sinais e Sintomas da DTM muscular


 Dor difusa em várias regiões da face: ouvido, fundo dos olhos ...;
 A dor pode espalhar e normalmente aumentar na função;
 Dor maior a palpação;
 Pode levar a limintação da ADM;
 Pode levar a eventuais alterações oclusais agudas.

DESORDENS INFLAMATÓRIAS DA ATM

Sinovite/Capsulite

Sinovite: inflamação do revestimento sinovial da ATM que pode ser devida à infecção, condição
imunológica secundária à degeneração da cartilagem ou trauma.
Apresenta dor localizada que é exacerbada pela função e ou sobrecarga das articulações .
Dor à palpação das sinoviais ( difícil execução)
Pode acompanhar ma capsulite

Capsulite: inflamação da cápsula relacionada à distensão dos ligamentos capsulares

Critérios para disgnóstico:


Dor à palpação lateral da capsula articular
-Dor localizada na ATM exarcerbada pela função, clinicamente produzida com sobrecarga na articulação ou
palpação
Dor presente em movimentos excursivos da mandíbula (abertura/lateralidade Max
Pode apresentar ma-oclusao aguda

Sinais que podem acompanhar:


-Dor localizada;
-Limitação de amplitude;
-Edema intermitente;
-Hipersinal (sinal claro) na RM;
-Dor na orelha.

Tratamento: Restrição de movimentos, orientação, fisioterapia (U.S, termoterapia), Farmacoterapia


Retrodiscite

Os tecidos retrodiscais sao altamente vascularizados e inervados. Nao sendo capazes de torelar muita
carga. Por Exemplo se o condili invadir a area desse tecido provavelmente ira provocar um processo
inflamatorio
Etiologia: Trauma ou infecção da estrutura. Pode ocorrer hemartrose intracapsular que pode levar à
aderências ou anquilose.
Dor na região retrodiscal da ATM, dor aumentada com a palpação da região posterior da ATM. Pode esta
relacionada à coompressao da zona bilaminar por DD.
Dor pré-auricular: piora com movimento e função.

DOENÇAS DEGENERATIVAS

Afetam principalmente as superfícies articulares da ATM.


Classificação: osteoartrose, osteoartrite e poliartrites
Podem ser causada por um processo artrítico sistêmico (artrite reumatóide / osteoartrite ).

Osteoartrose
Processo degenerativo não inflamatório, caracterizado pela deterioração dos tecidos articulares e
remodelação da camada óssea subcondral. Pode alterar a biomecânica articular, presença de creptação
(estágios mais avançados), normalmente indolor (ausência de sensibilidade à palpação da articulação),
pode ocorrer alteração oclusal importante.

Osteoarteite
(Primária e Secundaria)

Primária
Doenca degenerativa articular, caracterizada pela deterioração e abrasão do tecido articular e
remodelamento do osso subcondral sudjacente. A Osteoartrite Primaria é quando nao há fator etiologico,
sendo considerada idiopática.
Similar à osteoartrose, porém apresenta inflamação na sinóvia da ATM, levando à dor. Processo local que
pode ser influenciado pela presença de osteoartrite em outras articulações do corpo.

Critérios de diagnósticos
-Ausência de fator etiológico;
-Dor com função;
-Sensibilidade pontual à palpação;
-Imagem com esclerose subcondral, formações de osteófitos, erosões, diminuição do espaço articular.

Critérios de diagnósticos que podem acompanhar:


-Limitação de ADM com movimentos assimétricos do lado afetado
-Creptação ou ruídos articulares

Secundária
Envolve o mesmo processo das condições primárias, embora exista um evento ou doença prévia associada.
Critérios de diagnósticos:
-Presença de uma doença ou evento claramente documentado;
-Dor na função;
-Sensibilidade pontual à palpação;
-Imagem com esclerose subcondral, formações de osteófitos, erosões, diminuição do espaço articular.

Critérios de diagnósticos que podem acompanhar:


-Limitação de ADM com movimentos assimétrico do lado afetado
-Crepitação ou ruídos articulares
1. Alterações do complexo articular

1.1. Perfurações do disco articular

Critérios diagnósticos:
.Presença de crepitação
.Imagenologia ( artrotomografia) revelando perfuração no disco
Sinais e sintomas que podem estar presentes:
.Dor espontânea ou durante a função

1.2. Aderências

Critérios diagnósticos:
.Restrição da abertura da boca de leve á moderada ou sensação de enrijecimento articular de curta
duração com um quadro de dor do tipo em pressão
.História de macro, ou microtrauma podendo estar presente um hipersinal em ponderação T2( efusão, ou
hemartrose).
.Imagenologia revelando disco fixo à vertente posterior do tubérculo articular, ou mais raramente à cabeça
da mandíbula.
.Pode estar presente deflexão mandibular para o lado acometido
1.3. Adesividade

Critérios diagnósticos:
.Presença de limitação da abertura bucal, principalmente durante o movimento translatório( 25-30mm)
similar a um quadro de DDSR
.Dor do tipo em pressão que aumenta frente a demandas funcionais e/ou se realizar manipulação da
mandíbula(forçar a mandíbula para baixo)
.Pode estar presente durante a abertura da boca uma deflexão da mandíbula para o lado acometido
.Imagenologia(artroressonância) revelando disco fixo à vertente posterior ou ao topo do tubérculo
articular, onde não se consegue visualizar com nitidez o espaço supra discal.

2. Anquilose

2.1 Fibrótica

Critérios diagnósticos:
.História pregressa compatível com trauma ou processo infeccioso
.Amplitude limitada de movimento na abertura.
.Deflexão acentuada para o lado afetado (condição unilateral).
.Látero-trusão acentuadamente limitada para o lado contralateral.
.Imagenologia revela ausência de translação da cabeça da mandíbula na abertura, mas apresenta espaço
do disco.

2.2 Óssea

Critérios diagnósticos:
.História pregressa compatível com trauma, processo infeccioso e ou inflamatório.
.Amplitude de movimento extremamente limitada comparada a anquilose fibrótica na abertura, sobretudo
quando a condição é bilateral.
.Deflexão acentuada para o lado afetado, quando a condição é unilateral.
.Látero-trusão acentuadamente limitada para o lado contralateral, quando a condição é unilateral.
. Diagnóstico por imagem identificando proliferação óssea , obliteração do espaço do disco e ausência de
translação da cabeça da mandíbula.

3 Fratura da cabeça da mandíbula

3.1 Intra capsular

Critérios diagnóstico:
. Dor durante a abertura bucal
. Assimetria facial
. Edema pré-auricular do lado envolvido
. Desvio da mandíbula para lado afetado durante a abertura bucal
. Limitação da abertura da boca
. Eventualmente, pode-se observar trismo, crepitação óssea no local da fratura e maloclusão.
. Confirmação por diagnóstico de imagem

3.2 Extra capsular

Critérios de diagnóstico:
1.Dor durante a abertura bucal
. Assimetria facial
.Desvio da mandíbula para lado afetado durante a abertura bucal
.Limitação dos movimentos mandibulares com impossibilidade de lateralizar a mandíbula para o lado
normal
.Eventualmente, pode-se observar maloclusão dentária, mordida aberta anterior, ou posterior nos casos
unilateral e bilateral respectivamente, aumento da dimensão vertical e desvio da linha média para o lado
afetado.
.Confirmação por diagnóstico de imagem

Placa Reposicinadora

Indicações: diminuir dor da ATM , controle de estalido , redução dos sintomas musculares

Objetivo: diminuir cargas adversas na ATM , alterar o posicionamento da cabeça da mandíbula com o disco

Fármacos
Farmacocinética: É como a droga movimenta-se através do corpo
Farmacodinâmica: Refere-se ao estudo das intervenções dos receptores da droga e todos os eventos
subseqüentes que levam ao efeito farmacológico
Tipos de Vias:
Tópico
Transdérmico
Parentenal
Oral
Retal

Analgésicos ( opioides e não opioides ):


Utilizados para reduzir dor associadas às DTMs
-Opioides agem no sitios receptores específicos de opioides no sistema nervoso central e periférico.
Apresenta quantidade depressora do SNC e propensão para dependência. Podem ser considerados para
uso em curto prazo na dor aguda moderada a intensa
Ex: anti depressivos, anti- convucivante
Produzem: analgesia, sedação,euforia,constipação,depressão respiratória,depressão do reflexo de
tosse,náusea evomito
Indicações: dor aguda,tendência a ser utilizado nas dores refratarias
-Não Opioides constitui um grupo heterogênico de compostos que compartilham certas ações
terapêuticas e efeitos colaterais. Podem ser utilizados para dores leves a moderadas
Ex: AINEs, acetaminofen, dipirona

Analgesicos Agudo Forte:


Opioide leve: Tulex
Toragesic ( cetoralaco)
Profenio ( cetoprofeno)
Dor aguda estalada (dipirora, novalgina)
Dor leve a moderada ( paracetamol )

Anti-inflamatórios
Os AINEs são eficazes nas condições inflamatórias leves a moderadas e na dor pós-operatória aguda
Ex: Tenoxican (Tilatil), Ibuprofeno (Advil), Piroxicam (Feldene)

Coticosteróides
Potentes anti-iflamatórios que não estão comumente prescritos nas DTMs devido seus efeitos colaterais. A
exceção consiste da dor articular aguda e intensa por inflamação.
Injeção intracapsular de corticosteróides tem sido recomendada de forma limitada em casos agudos de dor
articular no qual o tratamento conservador foi mal sucedido. Embora existam algumas dúvidas sobre os
efeitos a longo prazo ( degeneração articular).
Ex: Betametasona (Celestone ) obs: sem cristais

Benzodiazepinicos
Agentes ansiolíticos administrados em dores crônicas. Sendo potencialmente viciantes.
Ex: Clonazepam (Rivotril), Bromazepam(Lexotam), Diazepam (Valium), Alprazolam (Frontal)

Relaxantes Musculares
Ajuda a prevenir o aumento da atividade muscular associada às DTMs
Ex: Ciclobenzaprina(Miosan), Baclofeno (Lioresal), Carisoprodol (Trilax)
Somaflex, Dorilax,Mioflex

Antidepressivos
Prescritos na dor crônica associada à depressão e distúrbios do sono.
Ex: Amitriptilina (Triptanol), Nortriptilina (Pamelor), Fluoxetina (Prozac), Imipramina (Tofranil)
Anti Convulsivante
Ex: Gabapentina

Hialuronato de Sódio
Aplicado nas articulações sinoviais, estudo mostra que apresenta um suporte na viscosidade do fluido
sinovial e sustenta as propriedades lubrificantes e amortecedoras do impacto na cartilagem articular.
Ex: Polireumin

Indicações do Polireumin:

-Todos os casos com DDSR agudos ou crônicos com o objetivo de liberação do disco articular e de diminuir
a doença articular degenerativa que normalmente acompanha essa condição;
-Quando formos realizar manipulação mandibular para liberar o disco articular na presença de DDSR com
travamento agudo ou crônico para facilitar a liberação do disco que se encontra travado;
-Em casos de DDCR e travamento intermitente para melhorar a condição biomecânica desta articulação
-Em casos de DDCR (estalido) com o objetivo de minimizar ou eliminar o som articular independente da
posição que o disco articular irá assumir;
-Como tratamento complementar (coadjuvante) para som articular e / ou recaptura do disco em casos
agudos;
-Quando a queixa principal do paciente for som articular (estalido e / ou crepitação) orientando o paciente
das limitações deste tipo de intervenção;
-Na presença de doenças degenerativas que afetam a ATM, com o objetivo de minimizar os danos
degenerativos, assim como a melhora das articulações acometidas;
-Controlar processos inflamatórios da ATM, sobretudo quando associadas a alterações biomecânicas
relacionadas ao DDA;
-Em casos de adesividade e / ou colamento temporário do disco articular antes de se indicar alguma
intervenção mais invasiva.
Farmacologia Aplicada a Dor Orofacial

Cefaléia
A maioria da dores de cabeça se apresenta como dor heterotopica, produzidas por dores associadas ou
ate remotas. Duas estruturas mais comuns que produzem esta dor heterotópica são os tecidos vasculares
e musculares. As produzidas por estruturas neurovasculares é a enxaqueca, e as cefaléias originadas por
tecidos musculares tem sido referida como cefaléia do tipo tensional
Enxaqueca, dor de cabeça neurovascular que se apresenta como uma dor intensa, pulsátil, unilateral,
praticamente debilitante, pode ser acompanhada por náusea fotofobia e fonofobia. Um pesódio
deenxaqueca dura de 4 a72 horas; pode relatar de 5 a 15 minutos antes da dor de cabeça uma aura
(sintomas neurológicos temporários como parestesias, visao prejudicada ou aparições de focos luminosos)
A cefaleia do tipo tensional não são debilitantes, pode ser bilateral e pode durar por dias ou semanas.

Classificação

1. Cefaleia Primaria
2. Cefaleia Secundaria
A diferença entre a primaria e a secundaria é que a primaria não apresenta nenhum transtorno como causa.
Cefaleia Primaria
1. Cefaleia do tipo tensional
2. Migranea sem e com aura
3. Cefaleias em salvas
Cefaleia Secundaria
1. Traumas
2. Doencas vasculares cranianas ou cervical
3. Transtono intracraniano não vascular
4. Atribuída a uma substancia ou a sua retirada
5. Atribuida a infecção

2.1 Migranea sem aura


Cefaléia durando de 4 a 72 horas, unilateral, caráter pulsátil, intensidade moderada a forte, aumenta no esforço,
pode gerar náusea ou vômitos, fotofobia e fonofobia
2.2 Migranea com aura
Apresenta as mesmas características da sem aura porem relata presença de aura 5 a 15 minutos antes da crise
FISIOTERAPIA

Alongamento

Um termo geral usado para descrever qualquer manobra terapêutica elaborada para aumentar o
comprimento (alongar) de estruturas de tecidos moles patologicamente encurtados e desse modo
aumentar a amplitude de movimento.

Quando o tecido mole é alongado, ocorrem tanto alterações elásticas quanto plásticas. A elasticidade é a
capacidade do tecido mole retornar ao seu comprimento de repouso após o alongamento. A plasticidade é
a tendência do tecido mole de assumir um comprimento novo e maior após a força de alongamento ter
sido removida.

Eletroterapia

TENS: A eletroterapia consiste em um sistema de geração de impulsos elétricos para o complexo


neuromuscular. A corrente elétrica é definida como a quantidade total de carga elétrica que atravessa uma
seção transversal de um condutor, por um intervalo de tempo.10 Uma vez moduladas com parâmetros
apropriados, estas correntes podem atuar em diferentes condições, com objetivos terapêuticos variados

Ultrassom

Ocilacoes em alta freqüência do cabeçote são convertida em calor que pode alcançar uma profundidade de
5 cm
Mobilização Intrabucal

Exercício Para Ganho de Abertura Bucal

Exercício Para Fortalecimento Muscular

O objetivo de todo o tratamento fisioterapeutico é equilibrar a musculatura que envolve a ATM e o


sistema mastigatório, aliviar as dores ocasionadas pela DTM, reestabelecer as funções musculares e a
amplitude articular, prevenir o aparecimentos de outros sinais e sintomas, promover uma mudança de
comportamento no paciente, dando-lhe consciência funcional e postural; e proporcionando-lhe uma
melhoria significativa no seu quadro de disfunção e consequentemente na sua qualidade de vida.

Laser

As radiações emitidas na região do infravermelho próximo (904 nm) apresentam baixo coeficiente de
absorção e, conseqüentemente, máxima penetração nos tecidos, favorecendo sua interação com as
estruturas moleculares e celulares8,12. Uma vez absorvida pelos tecidos, a radiação laser leva à liberação
de substâncias, como histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas, relacionadas com a dor, bem
como pode modificar atividades celulares e enzimáticas, inibindo-as ou estimulando-as13. Para que isto
aconteça, a densidade de energia é o parâmetro mais importante na técnica, sendo que, se a dose aplicada
for muito baixa, não se obtém o resultado esperado, e, se for muito alta, pode-se ter como resultado um
efeito inibitório – e não estimulativo18. Por ser a DTM uma patologia crônica, foram utilizados 6J/cm2. A
irradiação laser exerce um estímulo sobre as mitocôndrias celulares, provocando um aumento na
produção ATP no interior das células e, conseqüentemente, aceleração da mitose, levando a um aumento
do consumo de oxigênio e ativação da respiração celular, eliminando as atividades anaeróbicas ocorridas
em um processo inflamatório12,19,20. Outros mecanismos relatados de efeitos benéficos induzidos pela
radiação laser incluem a modulação dos níveis de prostaglandinas, o aumento da atividade fibroblástica, a
alteração do potencial evocado somatosensorial e da velocidade de condução nervosa, além de melhora
da circulação local dos tecidos tratados, levando ao alívio da dor e reparo tecidual

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