Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
2020
3
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
Convém ainda ressaltar que as contribuições de Geoff Maitland para o
universo da fisioterapia foram enormes, sendo bastante evidenciadas
no diagnóstico e tratamento das disfunções articulares, porém, saiba
que este também contribuiu com seu conhecimento, fundamentando
testes de análise da imobilidade neural que facilitaram as interpreta-
ções da mobilidade deste sistema.
4
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
Defenderemos, portanto, o conceito da abordagem multidisciplinar, no
qual aliaremos na avaliação e tratamento do paciente técnicas articulares,
musculares e neurais, além de observar os fatores contribuintes, sejam
eles internos ou externos, tais como ambiente, cultura e processo de indi-
viduação.
Porém, a dor ainda é inespecífica em 85% dos casos, sendo que os sin-
tomas podem derivar de diversas estruturas, ligamentos, discos, articu-
lações, músculos e/ou sistema nervoso e, por isso, muitos estudos são
feitos acerca do tema, pois se trata de uma disfunção extremamente co-
mum em nossos pacientes (MACHADO; BIGOLIN, 2010).
Estes autores também são partidários da ideia de que não somente uma
técnica precisa ser abordada na reabilitação, mas que o paciente deve
5
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
ser avaliado e atendido mediante suas necessidades. Aqui fica a ressalva
frente à presença de testes neurais na avaliação do paciente. Quantos
fisioterapeutas, em verdade, conhecem isto? Será que a influência da téc-
nica como abordagem de tratamento pode ser um triunfo nas mãos do
terapeuta? (MACHADO; BIGOLIN, 2010).
Para que consigamos reabilitar o paciente com este olhar, será preciso
conhecer a união entre a anatomia e a fisiologia do sistema nervoso, algo
que denominamos de neurodinâmica, além de avaliar a funcionalidade
desta, pois, se estiver alterada, o paciente sofrerá implicações, bem como
cita Vasconcelos et al. (2011).
Princípio da continuidade
6
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
sistema central através de potenciais de ação;
• Quimicamente: neurotransmissores centrais e periféricos interli-
gam todas as respostas do corpo humano.
Será muito difícil encontrarmos alguma estrutura com este grau de com-
plexidade, agora talvez fique claro por que precisamos considerar que
uma entorse no pé que estire a inervação pode resultar em dor em qual-
quer parte do sistema, uma vez que a tensão pode ser transmitida do
sistema periférico ao central e vice-versa (BUTLER, 2003).
7
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
movimentos; a biomecânica do sistema nervoso não se adaptará para
tudo o que fazemos. E aqui se dá o início de muitas disfunções. É exata-
mente quando a neurodinâmica é afetada que geramos a TNA, tal como
nos explica Butler (2003).
A anatomia funcional que envolve o sistema nervoso, por ser muito com-
plexa, possui dois tipos de tecidos, os que conduzem impulsos nervosos,
tal como o axônio, e os que suportam e protegem os axônios e estruturas
de condução de qualquer agressão, tais como as meninges, endoneuro,
perineuro, entre outros (BUTLER 2003).
8
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
nervosas) reúnem-se em feixes, constituindo fascículos. Células de prote-
ção, conhecidas como Schwann, os envolvem com um tecido conectivo
que possuem interrupções (nódulos de Ranvier) com o intuito de acelerar
a condução do impulso nervoso (BUTLER, 2003).
9
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
Nota-se que em locais nos quais o tronco nervoso cruza uma articulação,
ou em áreas de túneis, o perineuro se faz mais espesso, para proteger
o sistema nervoso. Estes três tecidos conjuntivos que envolvem o nervo
periférico são extremamente inervados, possuem gordura como forma de
amortecimento e um sistema circulatório intrínseco impecável (BUTLER,
2003).
Toda esta proteção existe porque os nervos do corpo não são feixes
uniformes, muito pelo contrário, são estruturas inconstantes. Podemos
apenas considerar que a malha fascicular é mais complexa na porção
proximal do tronco do que distalmente e que, quanto mais fascículos pre-
sentes, mais o nervo estará protegido (BUTLER, 2003).
10
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
balhando de forma coordenada (BUTLER, 2003).
O dano maior à raiz nervosa vem de estruturas vizinhas, tais como discos
e articulações apofisárias. Mesmo quando se aplica uma grande força de
tração nos troncos nervosos e plexos, a raiz nervosa não se separa da me-
dula por nada. Algumas forças serão transmitidas centralmente, porém,
saiba que tanto os tecidos conjuntivos quanto os neurais são prontos
para absorvê-las (BUTLER, 2003).
A pia máter e a aracnoide são uma malha, tal como já dissemos anterior-
mente, que evita que o líquido cefalorraquidiano do espaço subaracnói-
deo entre em contato com o líquido presente nos espaços extracelulares
espinais. Esta malha também impede que pressões sejam feitas no líqui-
do cefalorraquidiano durante o movimento corporal (BUTLER, 2003).
11
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
com a idade e que é altamente vascularizado e inervado, porém, dentro
do crânio, ela é frouxamente aderida (BUTLER, 2003).
A dura máter espinal é uma continuação da dura máter cranial, que pos-
sui uma forte ligação no forame magno e na extremidade caudal, próxi-
mo ao cóccix. Este tubo elástico funciona como uma proteção à medula
espinal (BUTLER, 2003).
Observe, também, que dentro do canal vertebral temos que ter um espa-
ço ao redor do tecido neural e do tecido conjuntivo, para assim permitir
os movimentos funcionais da coluna vertebral, caso contrário, qualquer
movimento poderia causar uma lesão nervosa (BUTLER, 2003).
Perceba que não nos referimos a nada novo, estes termos já eram conhe-
cidos. Em aulas de neuroanatomia, os conceitos de proteção do sistema
nervoso são estudados em discussões sobre as meninges ou sobre as
estruturas que protegiam os neurônios, porém, a complexidade da interli-
gação entre eles pode ser uma novidade.
12
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
AS DESCOBERTAS DA NEUROCIÊNCIA
A presença do ligamento de estabilidade
Nem tudo que aprendemos nos livros se dá de forma tão perfeita; preci-
samos desmistificar algumas ideias que criamos até mesmo ao observar
as ilustrações dos livros
Para ter uma ideia dessa força de estabilidade, na região lombar, ao re-
13
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
dor, mais precisamente de L4, estes ligamentos são muito mais numero-
sos e fortes, ao ponto de não serem deslocados por uma sonda. Eles são
pontos importantes inclusive na distribuição de forças. Na coluna torácica
são mais finos e longos e, na coluna cervical, são finos e curtos (BUTLER,
2003).
O vaso nervorum
Este sistema torna-se mais seguro porque mesmo que a condição extrín-
seca falhe, existe um mecanismo intrínseco que impede que o neurônio
14
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
fique sem oxigênio, pois a condução do impulso nervoso e toda a movi-
mentação dentro do citoplasma ficariam prejudicadas com isso (BUTLER,
2003).
Temos também que reter atenção em uma região crítica, que recebe um
menor volume sanguíneo devido ao diâmetro dos vasos. Ela fica entre as
vértebras torácicas T4 e T9, o que pode ocasionar uma síndrome impor-
tante (síndrome T4) (BUTLER, 2003).
15
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
A circulação neural
O neurônio é uma célula como todas as outras, ou seja, ele contém subs-
tâncias em seu citoplasma, é mais sensível à presença de oxigênio e, por
ser grande o tamanho do axônio, às vezes chegando a ter mais de um
metro de extensão, ele precisa ter um movimento intracelular especializa-
do (BUTLER, 2003).
16
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
gada há um tempo. A inervação da pia máter e aracnoide ainda está sob
investigação, já a inervação da pia radicular é um pouco diferente, uma
vez que recebem inervação de fibras advindas do gânglio da raiz dorsal
(BUTLER, 2003).
Algumas regiões do corpo já são propícias a lesões, são locais nos quais
o sistema nervoso passa por regiões estreitas, tais como túneis e saídas
dos plexos. Quando as articulações se espessam formando osteófitos,
também temos risco de lesão e, até mesmo, diante do espessamento de
alguns ligamentos devido a uma sobrecarga laboral (BUTLER, 2003).
17
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
O quanto o sistema nervoso puder se adaptar ao movimento, com cer-
teza ele fará. Sua dificuldade vem do fato de ser uma estrutura contínua
desde o SNC até o SNP, porém, ele possui estruturas elásticas que permi-
tem até Fenômenos de tensão e compressão no movimento certo ponto
assegurar mobilidade, sem interferir em seu funcional integral, tal como
cita Oliveira Junior e Teixeira (2007).
18
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
provavelmente, os movimentos rotacionais, embora não estimulem o
alongamento, influenciarão a estrutura do canal através dos ligamentos
denticulados que estabilizam as estruturas neurais. A coluna torácica, por
exemplo, sofre bastante impacto de tensão neural frente aos movimentos
cervicais e lombares e de toda a movimentação dos membros (BUTLER,
1989).
19
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
2003).
Um dado clínico relevante sobre esta análise é que pessoas sentam com
uma postura cifótica e ficam com a região cervical em extensão ao olhar
para frente, colocam sobre tensão o tronco simpático, e esta postura é
muito mais comum no dia a dia das pessoas do que podemos imaginar
(BUTLER, 2003).
20
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
movem e que apenas acompanham de forma mínima o movimento, que
já foram citadas anteriormente e estas são consideradas como pontos
críticos no sistema nervoso, propícios a desencadear dores neurais (OLI-
VEIRA JUNIOR; TEIXEIRA, 2007).
21
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
AVALIAÇÃO
A formação das LGIAs
Sempre que pensamos em lesões nervosas nos vêm à mente lesões ex-
tensas, porém, começaremos a nos ater às lesões menores deste sistema
e tratá-las; para isto, precisamos compreender o que elas podem promo-
ver no corpo.
Bem como nos afirma Marcolino et al. (2008), relembremos que o teci-
do neural tem dois caminhos. O mais grosseiro, bem conhecido, que diz
respeito aos nervos e suas passagens por túneis e estruturas ósseas, e o
intraneural, que se trata dos mínimos movimentos realizados pelas fibras
nervosas dentro do endoneuro, assim como dos fascículos dentro do teci-
do neural, a observação mais recentemente estudada.
22
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
é que temos diferentes gradientes de pressão que permitem que o san-
gue entre e saia, levando nutrientes e retirando sujidades (BUTLER, 2003).
O grande problema disto é que esta região fibrótica começa a gerar im-
pulsos anormais e muitos dos sinais clínicos e sintomas dos pacientes
advêm deste fato tão pouco estudado anteriormente (BUTLER, 2003).
Axônios foram feitos para transmitir impulsos nervosos, e não para gerá-
-los. Para que o próprio nervo se torne um mecanismo de dor, ele deve
ter algum local que gere estes impulsos anormais persistentes. Este local
é denominado de LGIAs (BUTLER, 2003).
A formação destes locais se dá por uma lesão ou doença que atinja tanto
intraneural quanto extraneural. Uma vez que esta LGIA foi estabelecida,
qualquer estímulo (metabólico, mecânico, temperatura) passa a desenca-
dear dor (BUTLER, 2003).
23
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
mações suficientes sobre o estado da região inervada e, portanto, a capa-
cidade de produzir neurotransmissores corretos fica diminuída (BUTLER,
2003).
Este fato pode justificar o fracasso de cirurgias de disco, tal como afirma
Butler (2003). Alterações na dura máter, as fibroses, encarceram nervos
sinuvertebrais intrínsecos, causando a falta de mobilidade do sistema e
um aumento da sensibilidade mecânica.
24
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
sobre o sistema neural para termos uma lesão, esta é uma visão do pas-
sado. Sabemos, através da evolução da neurociência, que estas lesões
podem ser provocadas por uma postura, uma contração muscular que é
realizada de forma repetitiva, ou seja, o mecanismo desta mínima lesão
neural pode vir de interfaces próximas, até mesmo um edema pode gerar
disfunções (BUTLER, 2003).
Mecanismos de dor
25
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
peuta um grande desafio profissional, tal como cita Oliveira Junior e Tei-
xeira (2007).
Tudo isto porque não sabemos de onde pode vir estas dores. A dor asso-
ciada ao sistema nervoso era antes classificada em central, neurogênica e
nociceptiva. Agora teremos que considerar que esta dor pode advir dos
tecidos conjuntivos que envolvem este sistema. (BUTLER, 2003).
Outro fato importante é que a dor dural não apenas gera sintomas dolo-
rosos, mas também pode causar rigidez muscular, parestesia e sensações
de calor e frio (BUTLER, 2003).
Observe, então, que a lesão não precisa ser direta sobre o sistema ner-
voso, tal como nos orienta Machado e Bigolin (2010). Interfaces que são
independentes do sistema nervoso podem gerar lesões, em verdade, o
sistema nervoso sempre estará envolvido, de forma indireta ou direta.
26
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
agravam por sintomas neurais (MACHADO; BIGOLIN, 2010).
Percebe-se assim que a tensão neural adversa pode ser um achado clíni-
co comum, porém pouco estudado pelos fisioterapeutas e que merece
um olhar apurado desde o momento da avaliação (MACHADO; BIGOLIN,
2010).
Como também cita Butler (2003), áreas do corpo nas quais o sistema ner-
voso fica vulnerável também merecem atenção, tais como túnel do carpo,
forame intervertebral e cabeça da fíbula.
27
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
é insignificante para gerar tal sintomatologia (BUTLER, 2003).
28
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
axoplasmático. Bertolini et al. (2009) também salienta que a mobilização
neural restabelece a homeostase do sistema nervoso.
Segundo Butler (2003), o autor da técnica, ela não somente serve para
tratamento, como também para avaliar, uma vez que os testes de ten-
são (manobras irritativas ao sistema) acentuam as tensões adversas e nos
orientam no percurso de direcionamento do tratamento.
Avaliação Neural
Caso queira incluir testes de reflexos nas regiões do bíceps, tríceps, qua-
dríceps e panturrilha, o terapeuta também pode. Avaliar a resposta neu-
rológica mesmo em se tratando Avaliação neural de patologias ortopé-
dicas confere uma diferenciação no prognóstico e tratamento, evitando
que lesões graves deixem de ser detectadas a tempo (BUTLER, 2003).
29
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
Butler (2003) também orienta avaliar a força muscular, prestando aten-
ção em atrofias e perda de trofismo. A dor pode também limitar o grau
de força, portanto a avaliação deve ser feita de forma cuidadosa. Segue
abaixo uma relação dos testes de força muscular, como sugestão:
C4 – elevação da escápula;
C5 – deltoide;
C6 – bíceps;
C7 – tríceps;
C8 – flexor longo dos dedos e polegar;
T1 – interósseos e lumbricais;
L2 – flexores de quadril;
L3 – extensores de joelho;
L4 – dorsiflexores de tornozelo;
L5/S1 – extensores da falange do hálux;
S1 – eversores de tornozelo;
S1/S2 – flexores plantares de tornozelo;
S2 – flexores dos artelhos.
Teremos, assim:
30
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
• Teste de tensão dos membros superiores (ULTT) 1, 2 e 3.
Este teste pode ser feito sozinho ou em associação com outros para
acentuar as tensões do sistema neural. O paciente fica deitado em decú-
bito dorsal sem apoio, com os membros superiores ao longo do corpo e
membros inferiores estendidos juntos. De forma passiva, o terapeuta leva
a cabeça em flexão na direção do tórax dentro da amplitude suportada
pelo paciente (queixo no peito) (BUTLER, 2003).
Este teste pode ser feito sozinho ou em associação com outros para
acentuar, assim como o primeiro, as tensões do sistema neural. O pacien-
te fica deitado em decúbito dorsal sem apoio, com os membros supe-
riores ao longo do corpo e membros inferiores estendidos juntos. O te-
rapeuta segura o tendão de Aquiles com uma das mãos e coloca a outra
acima do joelho (BUTLER, 2003).
31
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
causando uma pressão central, segundo Oliveira Junior e Teixeira (2007).
Quanto a este teste, não sabemos ao certo se foi idealizado por Lazarevic
em 1880, ou por Lasegue em 1864, porém, sabemos que ele se refere ao
nervo isquiático e isto se confirma quando o paciente, no movimento de
flexão do quadril, flete o joelho e a dor cessa (BUTLER, 2003).
As indicações deste teste podem ser mais amplas, como para sintomas
de coluna, dores nas pernas, dores nos pés, dor de cabeça, entre outros.
Existem também duas formas de intensificar o teste de tensão, realizando
uma dorsiflexão e uma plantiflexão com inversão associada. A dorsiflexão
aumentará a tensão no trato tibial, já a inversão do pé aumentará a ten-
são ao longo do nervo sural (BUTLER, 2003).
O terapeuta realiza uma flexão de joelho, que pode ser comparada bila-
teralmente. O teste deve ser indolor, porém, se causar dor ou referir a sin-
tomatologia do paciente, ele é considerado positivo. A maioria dos pa-
cientes sente dor na realização deste teste ou um estirão no quadríceps.
A tensão neural pode ser intensificada se associarmos uma extensão de
quadril (BUTLER, 2003).
Magee (2005) relata que neste teste, quando o paciente sente dor lom-
bar, glútea ou na face posterior da coxa, indica uma lesão de raiz nervosa
L2 ou L3. Butler (2003) relata que o nervo femoral se estende medialmen-
te e encontra o nervo safeno e este até o dorso do pé, sendo este um
teste de tensão para este nervo.
Este é um dos mais novos testes de tensão neural que apresenta uma
progressão lógica, sendo o mais comum para membros inferiores. A
descrição a seguir é feita para um paciente que não esteja com uma dis-
função irritável, caso contrário, precisa-se de outra abordagem (BUTLER,
32
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
2003).
Ainda mantendo esta posição, solicita-se que o paciente realize uma dor-
siflexão com o joelho estendido, e isto também será feito com as duas
pernas de forma separada e todos os sintomas devem ser observados.
Lentamente, depois de todas as observações, a flexão cervical é liberada
pelo terapeuta de forma lenta (BUTLER, 2003).
33
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
apoiadas e o terapeuta primeiramente faz o posicionamento da escápula,
deprimindo-a (OLIVEIRA JUNIOR; TEIXEIRA, 2007).
34
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
namente o ombro e posteriormente flete o punho e os dedos, colocan-
do o nervo radial em tensão (posição similar ao teste de De Quervain)
(BUTLER, 2003).
35
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
TRATAMENTO
Precauções e contraindicações
Precauções e contraindicações
Compreenda que a lesão que atinge o sistema nervoso pode ser intra-
neural ou extraneural, ou ainda ambas. Portanto, precisamos tratar tudo o
que impera no sentido de agravar a dor do paciente (BUTLER, 2003).
36
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
O tratamento através da mobilização neural é complexo, exige habilidade
e não existe receita pronta, são os achados dos testes que norteiam sua
direção. O raciocínio envolve visualizar o corpo como um todo, ficando
atento a que forma o paciente tem seu sistema nervoso colocado em ten-
são (BUTLER, 2003).
A técnica não deve ser provocativa nestes casos, pelo contrário, o tera-
peuta mobilizará o sistema sem causar nenhum sintoma; para isto, dimi-
nuirá a amplitude de movimento e realizará movimentos lentos e rítmicos
no intuito de devolver a mobilidade do sistema (BUTLER, 2003).
37
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
lado ipsilateral. Se a dor não for tão irritativa, partimos para amplitudes
maiores e podemos até permitir a presença de sintomas leves ao mobili-
zar o sistema (OLIVEIRA JUNIOR; TEIXEIRA, 2007).
38
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
dores pela falta de mobilidade (BUTLER, 2003).
39
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
precisa de movimento, e não de imobilidade. Por vezes o aumento da
dor se dá pela lesão neural do mediano, portanto, ele precisa receber a
mobilização neural (BUTLER, 2003).
Pode-se iniciar por locais com menos dor, pela mobilidade das pernas,
dos braços, enfim, tudo mediante a sintomatologia do paciente. Movi-
mentos lentos e delicados podem ser introduzidos respeitando-se o grau
de dor do paciente (BUTLER, 2003).
40
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
de desordem de Mckenzie. Tentativas de retomar a extensão lombar são
realizadas por esta técnica, assim como pressões idealizadas por Maitland
defendem a mesma ideia, porém nem sempre elas trazem o resultado sa-
tisfatório. Butler (2003) orienta que nestes pacientes sejam realizados os
testes SLR, PNF e slump test a fim de se a averiguar a presença de uma
lesão neural.
41
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
Aliança com o método Pilates
42
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
Machado e Bigolin (2010) compararam os efeitos do alongamento ver-
sus mobilização neural em pacientes com lombalgia crônica e concluíram
que, embora os dois métodos tragam melhora dos sintomas, a mobiliza-
ção neural apresentou estatisticamente uma melhora significativa, apon-
tando a necessidade de aliar técnicas de atendimento para atender me-
lhor a necessidade do paciente.
Este novo olhar sobre a biomecânica neural nos faz refletir o quanto
podemos exigir de uma estrutura corporal enquanto a disfunção está
presente em outra região. Podemos forçar o alongamento muscular, utili-
zando de técnicas para promover o aumento deste e, ao mesmo tempo,
podemos promover o aumento da tensão neural.
43
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
mesmo o problema deste paciente? Será que não podemos começar a
avançar na busca de integralidade de técnicas para melhorar o quadro do
paciente?
44
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTOLINI G.R. et al. Neural mobilization and static stretching in an ex-
perimental sciatica model – na experimental study. Revista Brasileira de
Fisioterapia. 2009; 13(6):493-498.
45
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
braquial: Relato de caso. Fisioter. Mov. 2008; 21(2); 53-60.
46
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43
47
Aline Modolo Serafim - lineserafim@hotmail.com - CPF: 113.078.377-43