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Os Benefícios da Técnica Ventosa Terapia em 

Mulheres com Dor Lombar do Município de 


Tabuleiro do Norte – CE 
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RESUMO

Objetivo: Avaliou-se a eficácia da técnica ventosa terapia, em mulheres com


dor lombar do município de Tabuleiro do Norte, CE. Metodologia: Tratou-se
de uma pesquisa exploratória, experimental e quantitativa, com 30 mulheres
cadastradas. Utilizou-se um questionário sócio demográfico, a aplicação da
técnica ventosa terapia, a escala visual analógica de dor EVA e o teste de
Finger- floor. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa do
Centro Universitário Estácio do Ceará, protocolo n. 1.993.121. Resultados e
Discussão: 41,33% (13) mulheres eram casadas e 41,33% (13) solteiras, com
idade média de 40 anos. 36,66% (11) mulheres com ensino fundamental
incompleto, 26,66% (08) médio completo. 53,33% (16) mulheres possuem
renda de até 01 salário mínimo, 23,33% (07) não possuem nenhuma renda.
60% (18) mulheres possuem alguma doença crônica e 60% (18) mulheres
fazem uso de medicamento. Apresentaram um escore de dor inicial de 7,43 e
final de 3,07, com média final de 3,73. A flexibilidade inicial foi de 17.63 e final
12.56, com média de 5.07. Conclusão: Deste modo, o estudo comprovou que
70% das mulheres tiveram diminuição da dor e 60% melhora da flexibilidade.
Trazendo grandes benefícios para essas mulheres, contribuindo em vários
âmbitos da sua vida. Por isso, recomenda-se a realização de estudos
longitudinais com objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o uso da
técnica, o tratamento da afecção referenciada que acometem o sistema
locomotor e a atuação da Fisioterapia junto ao público acometido por tal
afecção.

Palavras Chaves: Dor lombar; Mulheres; Maleabilidade, Fisioterapia.


ABSTRACT

Objective: It was evaluated the effectiveness of suction therapy technique in


women with low back pain in the municipality of Tabuleiro do Norte, CE.
Methodology: It was an exploratory, experimental and quantitative research,
with 30 women registered. We used a socio-demographic questionnaire, the
application of the suction therapy technique, the visual analog scale of EVA
pain and the Finger-floor test. The research was approved by the ethics and
research committee of Estácio do Ceará University Center, protocol no.
1,993,121. Results and Discussion: 41.33% (13) women were married and
41.33% (13) were single, with an average age of 40 years. 36.66% (11)
women with incomplete elementary education, 26.66% (08) complete middle.
53.33% (16) women have income of up to 01 minimum wage, 23.33% (07) do
not have any income. 60% (18) women have some chronic disease and 60%
(18) women use medication. They presented an initial pain score of 7.43 and
final of 3.07, with a final average of 3.73. The initial flexibility was 17.63 and
final 12.56, with an average of 5.07. Conclusion: Thus, the study showed that
70% of women had pain reduction and 60% improvement in flexibility.
Bringing great benefits to these women, contributing in various areas of their
lives. Therefore, it is recommended to carry out longitudinal studies in order to
deepen the knowledge about the use of the technique, the treatment of the
referenced condition that affects the locomotor system and the performance of
the Physiotherapy with the public affected by such affection. Keywords:
Lumbar pain; Women; Malleability, Physiotherapy.

INTRODUÇÃO

A dor segundo a IASP (associação Internacional de estudo da dor) pode ser


considerada como uma manifestação do organismo em relação a uma
determinada lesão ou deformação do tecido. Causa incômodo e alterações no
ser humano em vários âmbitos da sua vida, tanto pessoal como social.
Impossibilitando sua permanência no ambiente de trabalho e execução das
suas AVD’s. Sendo um dos principais motivos da grande demanda ao serviço
de saúde pública e privada. Gera desconfortos emocionais como a
irritabilidade, a angústia e a depressão (ALMEIDA et al, 2008, p.97).

A dor lombar ou lombalgia refere-se à dor na coluna lombar. Segundo


Briganó e Macedo (2005, p.76) “ela pode se dar de forma súbita ou
compassada e tardia, perdurando por tempo prolongado. Durante
movimentos repetitivos, com excesso de peso, ou má postura adotada
principalmente no ambiente de trabalho”. Atinge indivíduos de ambos os
sexos, e em fase produtiva, levando em alguns casos ao afastamento do
trabalho (BRIGANÓ; MACEDO, 2005).

A coluna vertebral é formada por 7 vértebras cervicais,12 torácicas,5


lombares, sacro e cóccix. Possue 4 curvaturas, sendo duas cifoses e duas
lordoses. O crescimento acentuado dessas curvaturas (hipercifose e
hiperlordose) geram distúrbios e patologias no corpo humano, que podem
levar a uma série de comprometimentos motor, nervoso e ligamentar com
perca da capacidade funcional (ALEXANDRE; MORAES, 2001).

Pode ser considerada como uma epidemia, pois atinge uma média de 70% a
85% da população mundial. Quase todas as pessoas irão sofrer de dor
lombar, em algum contexto de sua vida. Quando essa algia excede a seis
meses é classificada como crônica e pode levar a perda da capacidade de
locomoção de forma satisfatória, determinando altos custos para o sistema de
saúde e afastamento do campo de trabalho e visa social (ALMEIDA et al,
2008).

Não há uma causa específica para essa determinada sintomatologia, uma


vez que sua causa é decorrente de vários fatores. O tratamento da mesma é
voltado inicialmente para o alívio dos sintomas, muito embora não se deva
menosprezar as possíveis causas, que serão pré-determinadas durante a
avaliação. (NOVAES; SHIMO; LOPES, 2006).

Podendo se estabelecer, através de lesões degenerativas ou traumáticas do


disco intervertebral ou corpo vertebral, que pode se dar pela quantidade de
carga sustentada, repetidos movimentos trabalhistas, fraqueza da
musculatura abdominal e paravertebral, diminuição da flexibilidade,
obesidade, sedentarismo, tabagismo e postura inadequada (POLITO;
MARANHÃO NETO; LIRA, 2003).

O músculo transverso abdominal é um importante estabilizador da coluna


lombar, ele age dando o suporte necessário a coluna durante a realização
dos movimentos, prevenindo qualquer instabilidade causadora de dor lombar.
Em pacientes sadios ele se contrai antes dos movimentos das extremidades,
enquanto que em pacientes com lombalgia ele falha antes do movimento,
ocasionando uma deformação no controle desse músculo (GOUVEIA;
GOUVEIA, 2008).

Para Latey et al(2001) apoud Corrêa et al (2015) , a Fisioterapia desempenha


um papel de suma importância no tratamento das patologias e disfunções da
coluna lombar, utilizando recursos de eletroanalgesia, alongamento neural da
musculatura posterior, exercícios de fortalecimento dos paravertebrais e
abdominais, além do trabalho postural e a prática do método pilates, que
estabelece um controle respiratório e contração da musculatura lombosacra e
abdominal, gerando uma estabilidade durante a realização dos movimentos.
Prevenindo assim possíveis lesões.

Segundo Cunha (1996) apud Farias (2009, p.34) “a ventosa terapia é uma
técnica da medicina tradicional chinesa, que constitui na aplicação de copos
de ventosa no corpo sobre a pele para gerar sugação do local, provocando
alívio das dores e contraturas”.

Para Pereira et al. (2010 p. 79-80):

A ventosa é uma cúpula de vidro que, quando aplicada a superfície da pele,


produz uma pressão interna negativa, essa pressão é formada por uma
bomba aspirante chamada pistola, que, acoplada a cúpula, retira o ar da
mesma. O mecanismo de ação da ventosa terapia está relacionado ao
relaxamento muscular local provocado pala sucção da pele, ocasionado pela
liberação miofascial dos músculos trabalhados.

Tem como finalidade ativar os pontos onde há uma maior concentração de


estímulo nervoso e equilibrar os meridianos. Utiliza-se a ventosa em partes
lesionadas ou no ventre do músculo, sendo mais comum à sua aplicação na
região dorsal do tronco, em toda a musculatura dos paravertebrais (PEREIRA
et al., 2010).

Sendo indicada no tratamento de lesões osteomioarticulares, espasmos


musculares, algias e relaxamento muscular. É contraindicada em úlceras e
inflamações da pele ou quando o paciente apresenta hipersensibilidade
cutânea. (PEREIRA, 2014).

Sendo a fisioterapia, uma ciência que estuda as disfunções do corpo humano


e suas sintomatologias, a técnica ventosa terapia é mais uma forma de
tratamento que se baseia na liberação das fáscias e nutrição tecidual do local
dar dor, objetivando um efeito analgésico e relaxante (PEREIRA, 2014).

Sendo a lombalgia considerada como uma sintomatologia que deriva de


muitos fatores, a ventosa terapia será engajada de forma que venha a
proporcionar o alívio desses sintomas, por meio do aumento do fluxo
sanguíneo no local com efeito analgésico. Podendo melhorar através da
liberação das fáscias, a flexibilidade dessas mulheres, possivelmente
contribuindo para que tenham um melhor desempenho em suas funções do
cotidiano e social.

Em meio a diversas formas de tratamento da dor lombar, a aplicação da


técnica ventosa terapia será utilizada com o intuito de promover uma maior
qualidade de vida para essas mulheres, que ainda em fase de vida produtiva
necessitam desempenhar suas atividades domésticas e em meio a
sociedade.

Contudo perante a funcionalidade da técnica remeto-me a seguinte


problemática do inquérito científico: a ventosa terapia terá um efeito
satisfatório da redução da dor e melhora da qualidade de vida dessas
mulheres que residem no município de Tabuleiro do Norte? Desenvolvendo
os seguintes questionamentos, sobre o assunto em questão:
1. Quem são essas mulheres que referem fortes dores na região
lombar?
2. Qual o nível de dor inicial dessas mulheres?
3. Como está sua flexibilidade?
4. Há perda de funcionalidade?
5. Como a técnica ventosa terapia poderá influenciar no alívio da
sintomatologia dolorosa?

Diante da questão proposta, buscou-se analisar a eficácia dessa técnica na


diminuição da dor dessas mulheres e aumento da sua flexibilidade,
contribuindo para que tenham a sensação de bem-estar no seu dia a dia e
desempenho satisfatório na execução de suas funções. Reduzindo o
afastamento das mesmas do ambiente de trabalho e ainda possibilitando a
inserção no mercado. Aumentando a sua renda familiar, autoestima e
expectativa de vida.

Teve como objetivo mensurar os efeitos da técnica de ventosa terapia em


mulheres com dor lombar do município de Tabuleiro do Norte-Ce. Traçar o
perfil sócio demográfico e econômico das mulheres portadoras de lombalgia,
participantes do estudo; mensurar a intensidade da dor lombar, antes e após
a aplicação da técnica; avaliar o nível de flexibilidade das pacientes, antes e
após a aplicação da técnica.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi do tipo exploratória e experimental com abordagem


quantitativa. A pesquisa exploratória de acordo com Vieira (2002, p.65)
delibera-se pela indagação de um assunto, até então pouco conhecido.
Proporcionando uma melhor compreensão do tema, e formulação de
possíveis soluções do problema, já a pesquisa experimental é criada
condições de intervenções para determinada condição, buscando
correlacionar causa e efeito.

Para Terence e Escrivão Filho (2006, p.07), “a pesquisa quantitativa


preocupa-se em medir (quantidade, frequência e intensidade) e analisar as
relações causais entre as variáveis, é restritiva e utiliza grandes amostras”.

A pesquisa foi realizada no período de agosto de 2016 a maio de 2017, na


Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, do município de Tabuleiro
do Norte-Ce, referência no atendimento à saúde da mulher.

A Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, funciona com duas


equipes de programa saúde da família. Atende mais de 3.000 famílias. Conta
com um total de 02 médicos, 02 enfermeiros, 04 técnicos de enfermagem, 02
recepcionistas, 02 auxiliares de serviços gerais, 01 motorista e 24 agentes
comunitários de saúde. Funciona de segunda a quinta-feira de manhã das 07
às 11h e pela tarde das 13 às 17h, nas sextas-feiras das 07 às 13h.
Juntamente com o NASF (núcleo de apoio a saúde da família).

O público alvo foi um grupo de mulheres, em fase de vida produtiva,


atendidas na Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, que residem
no munícipio de Tabuleiro do Norte-Ce. O estudo fundamenta-se em um meio
finito, dentro do limite de tempo, na ocasião da pesquisa.

Foram incluídas mulheres a partir de 18 anos, que se encontraram ativas e


em fase de vida produtiva, independentemente de sua ocupação e
escolaridade. Foram excluídas mulheres que apresentaram alguma
deficiência auditiva, cognitiva ou neurológica, que impossibilitou a execução
da técnica.

O acesso às mulheres ocorreu de forma direta, visto que a pesquisadora em


ação desenvolve o trabalho de agente comunitário de saúde, sendo efetivada
pelo município há 05 anos, por meio do termo de solicitação para ingresso no
campo da pesquisa – Carta de Anuência (APÊNDICE A) e foi encaminhado
para o comitê de ética (CEP) do Centro Universitário Estácio do Ceará,
seguindo todos os regulamentos da bioética.

O projeto de pesquisa foi encaminhado para a direção da instituição da


Unidade Básica de Saúde selecionada para o inquérito, para o andamento da
pesquisa e exame do instrumento que foi aplicado para a coleta de dados,
onde relatou a ausência de problemas em relação à aplicação dos mesmos
pelo pesquisador que fez as suas considerações necessárias e registrou as
informações referentes ao seu inquérito científico.

A fonte de coleta de dados foi primária, junto às mulheres participantes


cadastradas na instituição escolhida no período estabelecido, seguindo os
critérios de inclusão e exclusão do inquérito. Sendo utilizado um termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE) do participante (APÊNDICE B),
onde constaram as informações sobre a confidencialidade dos dados e
anonimato dos participantes, conforme preconiza a Resolução 466 / 12 do
CONEP (BRASIL, 2012), que foram identificados apenas pela inicial do nome
e pelo tempo de permanência na instituição.
Os participantes do inquérito foram avaliados antes e no término da aplicação
do protocolo fisioterápico, que teve uma duração de 01 atendimento
fisioterapêutico, pelo pesquisador. No protocolo de atendimento foi utilizado a
Técnica de Ventosa Terapia na região lombar nos meses de fevereiro a abril
de 2017 (ANEXO A).

Segundo Pereira et al (2010, p.79-80) a ventosa terapia é uma técnica que


utiliza copos de vidro ou plástico, e uma bomba para sucção do local
determinado, gerando uma pressão negativa. Pode ser aplicada de forma
pontual ou em varredura, seguindo todo o trajeto das fibras musculares
trabalhadas. Com o intuito de relaxar a musculatura e melhorar a circulação
local.

A avaliação inicial e final foi realizada, pelo pesquisador do inquérito, com as


mulheres portadoras de lombalgia. Nessa avaliação, os passos realizados
foram os seguintes:

1. a) A aplicação do questionário demográfico, socioeconômico e do


perfil clínico (APÊNDICE C) que caracterizou os indivíduos da
pesquisa quanto aos aspectos: sexo, idade, estado civil, grau de
escolaridade, renda mensal e estado de saúde.
2. b) O teste Teste de Finger-floor (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001)
(ANEXO A).

O teste constituiu uma avaliação global da flexão de tronco, na qual intervêm


também as articulações coxofemorais e a musculatura posterior das
extremidades inferiores. O paciente tenta alcançar o solo por flexão da
coluna, mantendo os joelhos em extensão, o examinador irá anotar a
distância entre a ponta do terceiro dedo ao solo em centímetros (GABRIEL;
PETIT; CARRIL, 2001).

Figura 1 Mensuração da distância entre a ponta do dedo médio e o chão

Fonte: Hoppenfield (1999).


1. c) A Escala Visual Analógica de Dor – EVA (AGNE, 2005)
(ANEXO B).

A Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na aferição da


intensidade da dor no paciente, é um instrumento importante para
verificarmos a evolução do paciente durante o tratamento e mesmo a cada
atendimento, de maneira mais fidedigna. Para utilizar a EVA o profissional de
saúde (fisioterapeuta) deve questionar ao participante (atleta) quanto ao seu
grau de dor sendo que 0 significa AUSÊNCIA TOTAL DE DOR e 10 o nível de
DOR MÁXIMA suportável pelo participante.

Fonte: Agne (2006).

Ao término da aplicação do protocolo selecionado para a pesquisa foi


realizada à reaplicação do Teste de Finger-floor e da Escala Visual Analógica
– EVA nos participantes, que foi feita pelo pesquisador.

As informações coletadas durante o estudo foram arquivadas em pastas e


fichas de anotações sob a tutela do pesquisador responsável e ao término do
inquérito científico as mesmas foram destruídas, visando o sigilo e a
integridade dos participantes.
Dos itens avaliados foram enfatizados os benéficos da técnica de ventosa
terapia e a sua associação na reabilitação da sintomatologia dolorosa e
flexibilidade da coluna lombar como referência no tratamento da lombalgia.
Todos os participantes da pesquisa foram avaliados por um único
pesquisador que seguirá rigorosamente a metodologia escolhida.

A aplicação do questionário demográfico, socioeconômico e do perfil clínico


(APÊNDICE C) e do protocolo de atendimento fisioterápico não apresentou
nenhum risco de vida para os participantes, pois a aplicação do questionário
e do protocolo selecionado para o inquérito científico foi realizada pelo
pesquisador, que apresentou conhecimento e treinamento suficiente para
aplicação dos mesmos.

A aplicação da técnica e a utilização do protocolo escolhido para a pesquisa


não apresentou nenhum risco de vida para os participantes, mas caso
apresentasse riscos de vida, o participante da pesquisa seria avaliado
imediatamente no local do desenvolvimento da pesquisa, onde seria feito os
primeiros atendimentos e as medidas emergenciais adequadas ao contexto
da situação e logo em seguida encaminhados para a Unidade Básica de
Saúde Maria de Fátima I e II, referência no município de Tabuleiro do
Norte-Ce, para uma avaliação clínica mais precisa com um médico clínico
geral da unidade.

Os resultados, adquiridos durante a pesquisa, foram organizados, tabulados e


analisados pelo programa Excel 2013, sendo os resultados apresentados na
forma de gráficos, e contrapostos com a literatura nacional e internacional,
sobre os assuntos contemporâneos no inquérito científico.
As informações coletadas pelo pesquisador através da entrevista, só foi
empregada no protocolo de pesquisa, depois da permissão livre e por escrito
do participante. A concordância se deu por meio do registro da assinatura do
mesmo no TCLE (APÊNDICE B), sendo deferido aos entrevistados discrição
e privacidade de suas identidades, métodos, finalidades e tempo de
aplicação. Onde os mesmos puderam optar por não participar do estudo ou
desistir a qualquer momento no decorrer da pesquisa, sem sofrer nenhum tipo
de dano ou prejuízo.

Os benefícios dessa pesquisa é proporcionar um direcionamento para tal


problemática. As informações coletadas têm por objetivo comprovar a eficácia
da técnica ventosa terapia em mulheres com lombalgia do município de
Tabuleiro do Norte-Ce, mensurar a intensidade da dor lombar, após a
aplicação da técnica; avaliar o nível de flexibilidade dessas mulheres,
correlacionar os benefícios da técnica com a qualidade de vida no âmbito
social e pessoal, analisar os benefícios na recuperação da funcionalidade em
suas atividades do cotidiano e trabalhistas e apontar medida educativa e
preventiva, no âmbito da fisioterapia, baseado nas políticas públicas, junto ao
público alvo da pesquisa. Os riscos da pesquisa se deu pela presença de
hipersensibilidade cutânea com formação de edema no local de aplicação da
técnica e dor física muscular leve ou moderada durante a realização do teste
de flexibilidade.

A presente pesquisa atendeu as normas do Conselho Nacional de Saúde, em


consentimento com a resolução 466/12 do Conselho Nacional em
Saúde-CNS (BRASIL,2012), passando pela avaliação do Comitê de Ética do
Centro Universitário Estácio do Ceará, com número de aprovação 1.993.121.
O termo de consentimento livre e esclarecido deixou o participante consciente
de que as informações coletadas foram utilizadas apenas para a pesquisa,
que o mesmo poderia desistir a qualquer momento, sendo que suas
informações se manteriam em sigilo e o anonimato ficaria preservado no
interrogatório.

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foi aplicada a técnica ventosa terapia em 30 (trinta) mulheres, seguindo o


protocolo de avaliação proposto no inquérito da pesquisa. Os resultados
serão apresentados em forma de gráficos e tabelas, seguidas de suas
análises e discussões como apresentamos logo abaixo, em relação ao perfil
sócio demográfico dessas mulheres.

A dor lombar pode surgir através do processo natural de envelhecimento do


corpo humano ao longo dos anos, como também há uma série de agentes
que estão diretamente ligados ao surgimento deste sintoma. Entre eles
podemos citar os fatores sócio demográfico, comportamental, excesso de
cargas e posturas inadequadas (FERREIRA et al., 2011).

Tabela 1- Perfil socioeconômico e demográfico de mulheres com dor lombar.


Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.

N=30

Gênero
Feminino

Idade (ano) 41,36

Estado civil

Solteira 13 (41,33%)

Casada 13 (41,33%)

Divorciada 01 (3,13%)

Viúva 03 (10%)

Escolaridade

Analfabeta 02 (6,66%)

Fundamental incompleto 11 (36,66%)

Fundamental completo 01 (3,33%)

Médio incompleto 03 (10%)

Médio completo 08 (26,66%)


Outros 05 (16,66%)

Religião

Católica 20 (66,66%)

Evangélica 03 (10%)

Protestante 02 (6,66%)

Outros 05 (16,66)

Renda

Até 01 salário 16 (53,33%)

01 a 02 05 (16,66%)

02 a 03 02 (6,66%)

Nenhum 07 (23,33%)

Raça

Branca 01 (3,33%)
Parda 29 (96,66%)

Habitação

Própria 28 (93,33%)

Alugada 01 (3,33%)

Cedida 01 (3,33%)

Com quem mora

Cônjuge 02 (6,66%)

Filhos 06 (20%)

Familiares 19 (63,33%)

Sozinho 02 (6,66%)

Outros 01 (3,33%)

De acordo com os dados obtidos no questionário sócio demográfico, pode-se


perceber que a faixa etária que mais acomete mulheres com dor lombar é a
partir dos 40 (quarentas) anos, com uma média de 41,36 do total de mulheres
avaliadas. Estudos apontam que a prevalência de dor aumenta, conforme
aumenta a idade dos indivíduos. E normalmente o pico de prevalência ocorre
entre os trinta e cinquenta anos” (KRELING; CRUZ; PIMENTA, 2006). Para
Maraschin, Vieira, Leguisamo (2010) apesar da prevalência da dor lombar
ocorrer em torno dos 40 (quarenta) anos, ela também pode manifestar seu
maior índice em mulheres com idades mais avançadas.

Em relação ao estado civil, tanto as mulheres solteiras como as casadas


apresentaram o mesmo percentual para dor lombar. Sendo as solteiras com
41,33% (13 mulheres) casadas 41,33% (13 mulheres) divorciadas 3,13%
(01mulher) e viúva 10% (03 mulheres). Em oposição a alguns autores, que
apontam um maior índice de dor lombar em mulheres casadas e com baixo
nível socioeconômico e de escolaridade (OLIVEIRA et al., 2013).

Conforme a tabela 1, 6,66% (02) das mulheres avaliadas são analfabetas,


36,66% (11) possuem o fundamental incompleto, 3,33% (01) fundamental
completo, 10% (03) médio incompleto, 26,66% (08) médio completo e 16,66%
(05) outros. A baixa escolaridade é um fator que contribui para o surgimento
da dor lombar, segundo Salvetti e colaboradores (2012), ela reflete a
realidade brasileira até mesmo nas metrópoles mais desenvolvidas.

Gráfico I- Escolaridade das mulheres avaliadas. Amostra 2017; Tabuleiro do


Norte-Ce.
Pessoas com baixa escolaridade tendem a apresentar um maior índice de dor
lombar, pois os indivíduos com grau maior de escolaridade são mais
preparados para procurar soluções e resolutividade para o determinado
problema (PONTE, 2005; SILVA et al., 2004 apud BENTO; PAIVA;
SIQUEIRA, 2009).

Gráfico II – Renda das mulheres avaliadas. Amostra 2017; Tabuleiro do


Norte-Ce.
De acordo com a pesquisa, 53,33% (16 mulheres) possuem renda de até 01
salário mínimo, 16,66% (05 mulheres) tem uma renda de 01 a 02 salários
mínimos, 6,66% (02 mulheres) com renda de 02 a 03 salários mínimos, e
23,33% (07mulheres) não possuem nenhuma renda.

Segundo autores, mulheres com baixa renda são mais suscetíveis a sentirem
dores lombares, pois geralmente trabalham com maior esforço e com serviços
que utilizam posturas inadequadas prejudicando o bom funcionamento
musculoesquelético, ocasionando uma má condição em saúde (SALVETI;
PIMENTA; BRAGA, 2012).

Nesta tabela pode-se observar que 18 dessas mulheres (60%) possuem


alguma doença, e que a mesma quantidade de mulheres faz uso de
medicamentos. 21(70%) procuraram o serviço de saúde nos últimos 06
meses, o que determina o cuidado com a sua saúde de forma geral. Muito
embora apenas dez delas sejam acompanhadas por algum profissional de
saúde e somente 03 (10%) participam de programas de saúde.

Tabela 2: Perfil Clínico das mulheres. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte–Ce.

N=30

Doença

Sim 18 (60%)
Não 12 (40%)

Serviço de Saúde

Sim 21 (70%)

Não 09 (30%)

Medicamento

Sim 18 (60%)

Não 12 (40%)

Atividade Física

Sim 10 (33,33%)

Não 20 (66,66%)

Convívio Familiar

Ótimo 19 (63,33%)

Bom 11 (36,66%)
Atividades de Lazer

Sim 18 (60%)

Não 12 (40%)

Boa Alimentação

Sim 19 (63,33%)

Não 11 (36,66%)

Fuma

Sim 02 (6,66%)

Não 28 (93,33%)

Bebe

Sim 03 (10%)

Não 27 (90%)

Serviço público de Saúde


Sim 30 (100%)

Plano de Saúde

Sim 02 (6,66%)

Não 28 (93,33%)

Acompanhamento Profissional

Sim 10 (33,33%)

Não 20 (66,66%)

Programa de saúde

Sim 03 (10%)

Não 27 (90%)

Estudos apontam que quanto menos as pessoas compreenderem o


significado da palavra “saúde”, maior será o índice de pessoas acometidas
por doenças crônicas (FERREIRA et al., 2011), pois isso implicará na busca
pela prevenção e resolutividade do problema. De acordo com Arcanjo, Valdés
e Silva (2008) o objetivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), é manter
as pessoas informadas sobre as principais desordens articulares e ósseas
que geram dores crônicas e problemas graves de saúde, implicando no
bem-estar físico e mental do ser humano.

Gráfico III- Mulheres que praticam atividade física. Amostra 2017; Tabuleiro
do Norte-Ce.

Com relação à prática de atividades físicas, apenas 10 mulheres (33,33%)


tem o hábito de se exercitar, o que pode gerar muitos problemas
musculoesqueléticos, metabólicos e psicológicos. Segundo Benedetti et al.
(2008) a prática de atividades físicas retarda o desenvolvimento de doenças
degenerativas crônicas como o Alzheimer e a Depressão. E que a prática
regular de exercício por no mínimo três vezes na semana diminui o risco de
demência em pessoas idosas.

Como mostra os dados coletados, 100% da amostra utilizam o serviço público


de saúde. Para Siqueira, Facchini e Hallad (2005) apud Ferreira et al (2011),
a dor lombar é uma das principais causas de procura pelo serviço público de
saúde e fisioterapia. Já em relação ao uso de nicotina, apenas 02 mulheres
(6,66%) são fumantes. A nicotina é considerada prejudicial para o organismo,
ela estimula a produção catecolaminas, substância que desenvolve o
aumento da pressão arterial, frequência cardíaca, diminuição da resistência
periférica, formação de coágulos e diminuição de oxigênio nos glóbulos
vermelhos (CAETANO, 2008).

Com base no estudo realizado por Pinto e Ugá (2010), relatam que o
tabagismo foi responsável por grande parte das despesas com internações e
quimioterapia fornecidas pelo SUS para os problemas de saúde em 2005.
Para Baptista e Matos (2009), pessoas que fizeram uso da nicotina ou que
ainda a utilizam, apresentam mais chances de desencadearem dores
crônicas.

Das mulheres participantes do estudo 19 (63,33%), tem uma boa relação com
seus familiares, sendo um dos pontos fundamentais para desenvolver uma
boa qualidade de vida. No que diz respeito às dificuldades encontradas nos
relacionamentos com familiares, Cade (2001) apud Arcanjo, Valdés e Silva
(2008), o estresse e a insatisfação podem levar a uma perca da motivação
para a prática de atividades direcionadas para a saúde.

Como refere-se na tabela 2, 60% (18 mulheres) possuem atividades de lazer.


Para Benedetti et al (2008), mulheres desfrutam menos de atividades de lazer
devido à redução de tempo disponível, pois desempenham sua função no
mercado de trabalho e no lar, relacionando-se também, a cultura de que as
mulheres não devem estar presentes em determinados ambientes.

Gráfico IV – Mulheres que participam de programas de saúde. Amostra 2017;


Tabuleiro do Norte-Ce.
Quanto à participação em programas de saúde 10% (03) mulheres estão
engajadas nesses programas. O grande índice de dores lombares em jovens
deixa-nos vigilantes quanto à necessidade de investimentos em programas
de saúde, visando prevenir o agravo dessa sintomatologia e promovendo
uma boa qualidade de saúde para esses jovens (SILVA et al., 2011).

Gráfico V- Mulheres que fazem uso de medicação. Amostra 2017; Tabuleiro


do Norte-Ce.

Segundo os achados da pesquisa, 60% (18) mulheres fazem uso de


medicação para a redução da dor. Em estudo realizado por Dellaroza et al
(2008), a utilização de medicamentos para o tratamento da dor crônica, pode
resultar em efeitos colaterais significativos, gerando agravos e afetando ainda
mais a saúde dos pacientes. Por esse motivo pode-se evidenciar a
importância das técnicas de tratamento não farmacológico da dor, onde os
resultados são satisfatórios, além de não causar danos para à saúde de seus
usuários (DELLARAZO et al., 2008).

A maioria das mulheres avaliadas 63,33% (19 mulheres) tem uma boa
alimentação. O uso de medicamento apropriado, a prática de atividade física
diariamente, e uma boa alimentação, aumenta a produção de cálcio no
organismo, fortalecendo a musculatura e nutrindo os tecidos, contribuindo
assim para a ausência de dores musculoesqueléticas (TRINDADES;
RODRIGUES, 2007).

Já em relação ao consumo de álcool, apenas 10% (03 mulheres) fazem uso.


De acordo com Montini e Neman (2012), seria um ponto importante para ser
analisado, pois o número de estudos sobre o efeito do álcool nas dores
crônicas ainda são poucos, muito embora seja citada a eficácia do consumo
em pequenas doses, para o alívio das dores e tensões musculares. Já para
Leveille et al (2005) apud Sá et al (2009), o uso do álcool possui um maior
fator determinante para o surgimento de dor crônica em homens, em relação
as mulheres. Sendo necessário um maior número de estudos para fomentar
tal discussão.

Em meio a todos esses fatores, observa-se que 70% (21mulheres),


procuraram o serviço de saúde nos últimos 06 meses. O que gera uma
demanda muito alta aos serviços de saúde públicos e privados. Para Almeida
et al. (2008) é um causador de problemas sociais e psicológicos, podendo
ocasionar patologias secundárias e dificuldades nas relações pessoais e
comportamentais do dia a dia, implicando assim no bem esta geral dessa
população.

A Escala Visual Analógica de Dor (EVA), é um método eficaz e seguro para


avaliar a intensidade da dor do paciente. Podendo ser utilizada antes, durante
e após o tratamento com o intuito de mensurar a intensidade da dor inicial e
final do paciente, contribuindo com a evolução do quadro clínico.

Tabela 3. Escala analógica de dor em mulheres com dor lombar. Amostra


2017; Tabuleiro do Norte-Ce.

Dor inicial N=30

Escore de dor 03 05 06 07 08 09 10

Número de mulheres 01 04 02 08 08 02 05

______________________________________________________________

Escore de dor 00 01 02 03 04 05 06 07 08

Número de mulheres 05 01 02 03 06 08 03 01 01

______________________________________________________________
Resultado da Média da Dor

______________________________________________________________

Dor inicial 7,43

Dor final 3,07

______________________________________________________________
_

Diferença 3.73

______________________________________________________________

É notável na tabela 3, a diferença entre a dor inicial e a final da amostra antes


e após a aplicação da técnica ventosa terapia. Inicialmente apresentaram no
geral um escore maior de dor (7,43) com diminuição da sintomatologia no
resultado final (3,7) fazendo uma média de 3.73 na redução desse sintoma.
Apenas duas mantiveram o mesmo escore de dor durante o tratamento e
nenhuma das mulheres avaliadas apresentaram um agravo da sintomatologia
dolorosa.

A ventosa terapia proporciona relaxamento total da musculatura,


relacionando-se à liberação miofascial, liberando todo o tecido e melhorando
a amplitude de movimento (ADM) das articulações compostas pelos grupos
musculares afetados (PEREIRA et al., 2010).

De acordo com Lorenzetti et al (2006), a ventosa terapia por ser uma técnica
da medicina tradicional chinesa, que trabalha o corpo como um todo, quando
aplicada em um determinado local, sua eficácia alcança também áreas
circunvizinhas como articulações e cadeias musculares, resultando em
grande melhora do local da dor com aumento da mobilidade articular.

Com base em estudos de Barcala (2008), percebe-se que um dos principais


efeitos do uso da ventosa terapia é a capacidade de renovação do sangue,
com o aumento de células brancas e vermelhas, trocando o sangue ácido
pelo alcalino ou neutro, deixando-o purificado.

Gráfico VI – Média de dor. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.

A diminuição da dor ocorre pelo aumento da circulação local, que está


lesionado, enfraquecido, rígido, trazendo para o tecido, nutrientes visando o
seu fortalecimento e oxigênio para deixá-lo maleável ao movimento fisiológico
executado pelo corpo, sendo considerados fundamentais para a recuperação
daquele músculo, ligamento ou articulação acometido por fatores externos
(PEREIRA et al., 2010).

Segundo Meirelles, Gonçalo e Sousa (2009), quando o corpo está em perfeito


equilíbrio, ele consequentemente estará com saúde, já se houver uma
desarmonia entre as passagens de energia e circulação ele adoecerá, devido
a diminuição da passagem do fluxo causar a sintomatologia dolorosa no
corpo.

Para Fernandes (2011) apud Pereira (2014), a ventosa terapia libera os


canais de energia que estão bloqueados, melhorando a circulação sanguínea
e a passagem de energias pelo corpo, harmonizando todo o sistema
musculoesquelético e o seu interior, gerando alívio imediato da dor,
principalmente em casos de dores agudas que promove dificuldades de
locomoção, e dos movimentos executados pelas articulações e áreas
circunvizinhas.

Além de ser uma técnica que utiliza a analgesia natural do corpo, não
oferendo efeitos colaterais para o paciente e podendo ser feito de forma
contínua, assim seja necessário (BRANCO et al., 2005).

A flexibilidade é desenvolvida por meio do relaxamento muscular, onde a


musculatura é alongada ao máximo melhorando o desempenho das
articulações. Quando a musculatura está muito rígida, pode causar dores
dificultando a posição correta do alongamento (AGOSTINHO et al, 2016).

Tabela 4. Média da Flexibilidade. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.


N=30

Flexibilidade inicial 17,63

Flexibilidade final 12,56

Diferença 5.07

Percebe-se na tabela 4, que a ventosa terapia teve efeito significativo no


aumento da flexibilidade das mulheres com sintomatologia lombar,
apresentando um escore de 17,63 na flexibilidade inicial e um escore de
12,56 na final, com uma diferença de 5.07 para melhoria desse sintoma.

De acordo com o estudo feito por Agostinho et al (2016), a ventosa terapia


proporciona o relaxamento da musculatura trabalhada, nutrindo o tecido,
liberando e umidificando as articulações, proporcionando maior liberdade de
movimento, gerando estímulos sensoriais e diminuindo o processo doloroso
local.

Desse modo, como foi citado por Barcala (2008) é uma técnica de medicina
tradicional chinesa, que estimula a corrente sanguínea desobstruindo a
circulação e liberando a musculatura, favorecendo a produção do líquido
sinovial das articulações, aumentando a amplitude de movimento e
contribuindo para uma vida mais confortável.

Gráfico VII- Média de flexibilidade. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.


Para Livramento et al (2010), quando a musculatura é sobrecarregada por
algum esforço repetitivo no ambiente de trabalho, ou por conta de postura
inadequada por período prolongado, há uma perca da força muscular gerada
pela rigidez local, onde o fluxo sanguíneo é interrompido incapacitando a
nutrição e oxigenação dos tecidos, podendo levar a perca da função.

A medicina tradicional chinesa trata essas incapacidades, trazendo o


equilíbrio energético para todo o corpo através do aumento da circulação
local e subjacente. Do meio externo para o interior dos órgãos, fazendo a
comunicação com todo o corpo, possibilitando o alívio imediato dos sintomas
(LIVRAMENTO et al., 2010).

Quando ganhamos flexibilidade, consequentemente melhora-se a qualidade


de vida dessas mulheres, diminuindo a chance de adquirir problemas
psicológicos, melhorando o humor, a ansiedade, trazendo bem está para sua
rotina de trabalho e lazer, diminuindo o quadro doloroso (ZAVARIZE;
WECHSLER, 2012).
4. CONCLUSÃO

Com base no presente estudo, a idade média que mais acomete mulheres
com dor lombar é a partir dos 40 anos. Sendo elas em sua maioria casadas
13 mulheres (43,33%) e solteiras 13 mulheres (43,33%). Com ensino
fundamental incompleto 11 mulheres (36,66%), católica 20 mulheres
(66,66%), e com renda de até 01 salário mínimo 16 mulheres (53,33%).

Inicialmente relataram um nível de dor correspondente a 7,43, avaliadas pela


escala visual analógica de dor (EVA). Em seguida, após a aplicação da
técnica ventosa terapia na região lombar, as mesmas tiveram uma
diminuição desse sintoma para 3,07 do nível de dor, com uma média final de
3,73.

Obteve-se um ganho notável de flexibilidade do tronco, após a aplicação da


técnica, com 17,63 de flexibilidade inicial para 12,56 de flexibilidade final,
fazendo uma média de 5,07 no ganho total de flexão do tronco.

Diante aos resultados obtidos na pesquisa, constatou-se que a técnica de


medicina tradicional chinesa ventosa terapia, desempenha um papel
importante no tratamento da dor lombar das mulheres selecionadas para o
inquérito científico. Agindo de forma eficácia no alívio imediato das dores e
relaxamento da musculatura, melhorando o tônus muscular e amplitude de
movimento articular (ADM).
Outro ponto importante foi o aumento da flexibilidade, estimulando a
realização das atividades diárias, melhorando a deambulação.
Proporcionando as mulheres melhora na qualidade de vida, evitando
afastamento do trabalho, possibilitando inserção no mercado, aumentando à
autoestima, melhorando o humor e vida social. Transmitindo segurança e
realização emocional.

Contudo, vale ressaltar a necessidade de realizar novos estudos sobre tal


temática, a fim de aprofundar os conhecimentos sobre o assunto e assegurar
a sua eficácia, possibilitando o uso da técnica como forma de tratamento
convencional pelo sistema público de saúde, diminuindo assim o uso das
medicações contínuas e prevenindo a cronicidade.

Autores:

Maria Ferreira Souza1;


Denilson de Queiroz Cerdeira 2;
Daniel Corrêia Souza3;
Iderlânia de Sousa Duarte4

1. Fisioterapeuta. Graduado em Fisioterapia. Faculdade Vale do Jaguaribe.

2. Fisioterapeuta. Orientador. Doutor em Biotecnologia (UECE). Centro Universitário Estácio


do Ceará e Faculdade Vale do Jaguaribe.

3. Fisioterapeuta. Mestre em Fisioterapia (UNICID). Faculdade Vale do Jaguaribe.

4. Fisioterapeuta. Especialista em Saúde da Família (ESP/CE). Faculdade Vale do


Jaguaribe.

Como citar este artigo:


SOUZA, M F. CERDEIRA, D Q. SOUZA, D C. DUARTE, I S. Os Benefícios da Técnica
Ventosa Terapia em Mulheres com Dor Lombar do Município de Tabuleiro do Norte – CE.
Rev. Novafisio, Rio de Janeiro, v. 21, n. 101, p. 1-20, Abril. 2018.
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