Você está na página 1de 18

Glomerulonefrite(síndrome nefrítica)

A glomerulonefrite é um distúrbio de glomérulos (aglomerações de vasos sanguíneos


microscópicos nos rins com pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado). É
caracterizada pelo inchaço do tecido do organismo (edema), hipertensão arterial e aparecimento
de glóbulos vermelhos na urina.

Os néfrons, glomérulos e túbulos

A glomerulonefrite pode ser causada por vários distúrbios, como infecções, um distúrbio genético
hereditário ou distúrbios autoimunes.

O diagnóstico baseia-se em exames de sangue e urina e, algumas vezes, exames de imagem,


biópsia dos rins ou ambos.

As pessoas frequentemente precisam restringir a ingestão de sal e proteína e tomar diuréticos e


antibióticos até a função renal melhorar.

Glomerulonefrite pode ser

Aguda: desenvolve-se após um curto período


Crônica: desenvolve-se e progride lentamente

Em 1% das crianças e 10% dos adultos que sofrem de glomerulonefrite aguda, ela evolui para
glomerulonefrite rapidamente progressiva, onde a maioria dos glomérulos são destruídos,
resultando em insuficiência renal.

Causas

Glomerulonefrite pode ser:

Primária, originando-se nos rins


Secundária, causada por uma vasta gama de distúrbios

Os distúrbios que causam glomerulonefrite secundária afetam outras partes do corpo além dos
rins.
Glomerulonefrite aguda

A glomerulonefrite aguda ocorre, muito frequentemente, como uma complicação de uma


infecção de garganta ou pele com estreptococos (p.ex., faringite estreptocócica), um tipo de
bactéria. A glomerulonefrite aguda que ocorre após uma infecção estreptocócica
(glomerulonefrite pós estreptocócica) tipicamente se desenvolve em crianças entre as idades de 2
e 10 anos, após a recuperação da infecção. Infecções com outros tipos de bactérias, como
estafilococos e pneumococos, infecções virais, como varicela, e infecções parasitárias, como
malária, também podem resultar em glomerulonefrite aguda. A glomerulonefrite aguda que
resulta de qualquer uma dessas infecções é chamada de glomerulonefrite pós-infecciosa.

A glomerulonefrite aguda também pode ser causada por distúrbios não infecciosos, incluindo
glomerulonefrite membranoproliferativa, nefropatia por imunoglobulina A (IgA), vasculite
associada a imunoglobulina A, lúpus eritematoso sistêmico (lúpus), crioglobulinemia, síndrome
de Goodpasture e granulomatose com poliangeíte. Na maioria das vezes, a glomerulonefrite
aguda que se converte em glomerulonefrite rapidamente progressiva é o resultado de doenças que
envolvem uma reação imunológica anormal.

Glomerulonefrite crônica

Frequentemente, a glomerulonefrite crônica parece ser o resultado de alguns dos mesmos quadros
clínicos que causam a glomerulonefrite aguda, como nefropatia por IgA ou glomerulonefrite
membranoproliferativa. Algumas vezes, a glomerulonefrite aguda não é curada e, ao contrário,
tem longa duração (crônica). Ocasionalmente, a glomerulonefrite crônica é causada por nefrite
hereditária, um distúrbio genético hereditário. Em muitas pessoas com glomerulonefrite crônica
não é possível identificar a causa

Algumas causas da glomerulonefrite:

Infecções,
Infecções bacterianas (por exemplo, com estreptococos, estafilococos ou pneumococos)
Infecções fúngicas,
Infecções parasitárias (por exemplo, malária)
Infecções virais (por exemplo, infecções por hepatite B e hepatite C ou HIV)
Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos)
Crioglobulinemia
Granulomatose eosinofílica com poliangeíte
Granulomatose com poliangeíte
Poliangeíte microscópica
Distúrbios imunológicos
Síndrome de Goodpasture
Lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus)

Outras causas

Nefrite hereditária
Medicamentos (por exemplo, quinina, gencitabina, mitomicina C ou certos medicamentos
quimioterápicos)
HIV = vírus da imunodeficiência humana.

Sintomas

Cerca de metade das pessoas com glomerulonefrite aguda não têm sintomas. Quando aparecem
sintomas, o primeiro a manifestar-se é inchaço dos tecidos (edema) devido a retenção de líquidos,
baixo volume de urina e produção de urina escura devido ao sangue nela contido. O edema pode
manifestar se no início como um inchaço da face e das pálpebras, depois se torna evidente nas
pernas. A pressão arterial aumenta (consulte Controle da pressão arterial pelo corpo) à medida
que a função renal se deteriora. Algumas pessoas ficam sonolentas e confusas. Nos adultos, é
frequente manifestarem-se sintomas não específicos, como náusea e uma sensação geral de
doença (mal-estar), são os mais comuns.

Quando surge uma glomerulonefrite rapidamente progressiva, fraqueza, fadiga e febre são os
sintomas iniciais mais frequentes. Também são comuns perda de apetite, náuseas, vômitos e dor
abdominal e nas juntas. Cerca de 50% das pessoas sofrem de uma doença semelhante à gripe um
mês antes de a insuficiência renal começar a evoluir. Essas pessoas apresentam edema e é
frequente que produzam muito pouca urina. Pressão arterial alta é incomum e raramente grave
quando se manifesta.
Visto que a glomerulonefrite crônica normalmente causa apenas sintomas muito leves ou sutis,
ela passa despercebida por muito tempo na maioria das pessoas. Pode ocorrer edema. Hipertensão
arterial é comum. A doença pode converter-se em insuficiência renal, que pode causar coceira,
diminuição do apetite, náuseas, vômitos, fadiga e dificuldade respiratória.

Diagnóstico

Exames de sangue
Exames de urina
Biópsia do rim

Médicos investigam a possibilidade de glomerulonefrite aguda em pessoas que desenvolvem


sintomas sugerindo o distúrbio. Eles também investigam a possibilidade em pessoas cujos
resultados dos exames laboratoriais (que podem ser feitos para avaliar sintomas inespecíficos ou
como parte da avaliação médica de rotina) indicando disfunção renal ou sangue na urina. Os
exames laboratoriais revelam uma quantidade variável de proteína e de glóbulos vermelhos na
urina e frequentemente disfunção renal, como mostrado por uma alta concentração de ureia e
creatinina (resíduos) no sangue.

Nas pessoas com glomerulonefrite rapidamente progressiva, cilindros (aglomerados de glóbulos


vermelhos ou glóbulos brancos) são frequentemente visíveis em uma amostra de urina examinada
sob um microscópio. Os exames de sangue geralmente detectam anemia.

Quando os médicos suspeitam de glomerulonefrite, uma biópsia do rim normalmente é realizada


para confirmar o diagnóstico, ajudar a descobrir a causa, determinar a quantidade de cicatrização
e o potencial de reversibilidade. A biópsia do rim é feita pela inserção de uma agulha em um dos
rins, sob orientação de ultrassom ou tomografia computadorizada (TC) para obter uma pequena
quantidade de tecido do rim. Embora a biópsia renal seja um procedimento invasivo e
ocasionalmente possa causar complicações, ela é normalmente segura.

A glomerulonefrite crônica desenvolve-se gradualmente, de tal modo que o médico não é capaz
de estabelecer com exatidão quando começou. Pode ser descoberta quando se realiza um exame
de urina como parte de um exame médico e este revela a presença de proteínas e glóbulos
vermelhos numa pessoa que está se sentindo bem, tem função renal normal e que não apresenta
sintomas. Os médicos normalmente fazem um exame de imagem dos rins, como ultrassonografia
ou TC.

Uma biópsia renal é o método mais confiável para distinguir a glomerulonefrite crônica de outros
distúrbios renais. Uma biópsia, entretanto, raramente é realizada em estágios avançados. Nesses
casos, os rins estão encolhidos e com cicatrizes e a oportunidade de obter informações específicas
sobre a causa é pequena. Os médicos suspeitam que os rins estejam encolhidos e com cicatrizes
se a função renal estiver prejudicada por um longo período de tempo e os rins parecerem
anormalmente pequenos em um exame de imagem.

Determinando a causa da glomerulonefrite

Exames complementares são úteis, por vezes, para ajudar a identificar a causa. Por exemplo, no
diagnóstico de glomerulonefrite pós-infecciosa, uma cultura de garganta pode fornecer evidência
de infecção estreptocócica. Os níveis sanguíneos de anticorpos contra os estreptococos podem ser
mais elevados do que o normal ou aumentar progressivamente depois de várias semanas. A
glomerulonefrite aguda posterior a uma infecção, diferente da faringite estreptocócica, é, de
forma geral, mais fácil de diagnosticar, porque os seus sintomas começam quase sempre quando
a infecção ainda está presente. Para poder confirmar o diagnóstico, por vezes são necessárias
culturas e exames de sangue, que ajudam a identificar os microrganismos que causam esses tipos
de infecção.

Quando os médicos suspeitam de uma causa autoimune para a glomerulonefrite, eles fazem
exames de sangue para verificar os anticorpos direcionados contra alguns dos tecidos do próprio
corpo (chamados de autoanticorpos) e exames que avaliam o sistema complemento, um sistema
de proteínas envolvido no sistema imune do corpo.

Prognóstico

A glomerulonefrite pós-estreptocócica aguda soluciona-se completamente na maioria dos casos,


especialmente em crianças. Cerca de 1% das crianças e 10% dos adultos desenvolvem doença
renal crônica.
O prognóstico das pessoas afetadas com glomerulonefrite rapidamente progressiva depende da
seriedade da cicatrização glomerular e do fato de a doença subjacente ser curável ou não, como
no caso de uma infecção. Em algumas pessoas que recebem tratamento na etapa inicial (em
poucos dias ou semanas), mantém-se a função renal e a diálise não é necessária. No entanto, visto
que os sintomas iniciais podem ser sutis e indefinidos, a maioria das pessoas com
glomerulonefrite rapidamente progressiva não percebe a doença subjacente e só recorre à
assistência médica quando surge a insuficiência renal.

Se o tratamento começar tarde, é mais provável que a pessoa desenvolva doença renal crônica
com insuficiência renal. Como a insuficiência renal tende a se desenvolver antes de a pessoa
notar, 80 a 90% das pessoas que sofrem de glomerulonefrite rapidamente progressiva se tornam
dependentes da diálise. O prognóstico também depende da causa, da idade da pessoa e de
qualquer outra doença que esta possa ter. Nos casos em que se desconhece a causa ou a pessoa é
idosa, o prognóstico é pior.

Em algumas crianças e adultos que não se recuperam por completo da glomerulonefrite aguda,
aparecem outros tipos de distúrbios renais, como a síndrome de hematúria e proteinúria
assintomática ou síndrome nefrótica. Outras pessoas com glomerulonefrite aguda, especialmente
adultos mais idosos, frequentemente desenvolvem glomerulonefrite crônica.

Tratamento

Tratamento do distúrbio causador

No caso de glomerulonefrite rapidamente progressiva, supressão do sistema imunológico.

Para glomerulonefrite crônica, um inibidor da enzima de conversão da angiotensina (ECA) ou um


bloqueador do receptor da angiotensina II (BRA) e redução do sal na dieta

Glomerulonefrite aguda

Não existe um tratamento específico disponível para a maioria dos casos de glomerulonefrite
aguda. O distúrbio que causa a glomerulonefrite é tratado quando possível. Pode ser necessário
seguir uma dieta baixa em proteínas e sódio até que a função renal seja restabelecida. Diuréticos
podem ser prescritos para ajudar os rins a excretar o excesso de sódio e de água. A pressão
arterial alta precisa ser tratada.

Quando se suspeita da presença de uma infecção bacteriana como causa da glomerulonefrite


aguda, os antibióticos costumam ser ineficazes, visto que a nefrite começa entre a primeira e a
sexta semana (uma média de duas semanas) depois da infecção, que já terá, nesse momento, sido
curada. No entanto, se a infecção bacteriana ainda estiver presente quando a glomerulonefrite
aguda é descoberta, é iniciada uma terapia com antibióticos. Medicamentos antimaláricos podem
ser benéficos se a glomerulonefrite for causada por malária.

Alguns distúrbios autoimunes que causam a glomerulonefrite são tratados com corticosteroides,
medicamentos que suprimem o sistema imunológico, ou ambos.

Glomerulonefrite rapidamente progressiva

Para tratar a glomerulonefrite rapidamente progressiva, devem ser administrados prontamente


medicamentos que inibam o sistema imunológico. Doses elevadas de corticosteroides são
geralmente administradas por via intravenosa durante cerca de uma semana, seguidas de um
período variável de tempo no qual são tomadas por via oral. Também se pode administrar
ciclofosfamida, um imunossupressor. Além disso, por vezes, utiliza-se a plasmaferese para extrair
os anticorpos do sangue. Quanto mais cedo o tratamento começar, menos provável é a ocorrência
de insuficiência renal e a necessidade de diálise. Por vezes, se considera o transplante renal para
as pessoas que sofrem de doença renal crônica com insuficiência renal, mas pode haver
recorrência de glomerulonefrite rapidamente progressiva no rim transplantado.

Glomerulonefrite crônica

Tomar um inibidor da ECA ou um BRA costuma retardar a progressão da glomerulonefrite


crônica e tende a reduzir a pressão arterial e a excreção de proteína na urina. Reduzir a pressão
arterial e a ingestão de sódio são consideradas benéficas. A restrição da quantidade de proteínas
na dieta é modestamente útil na redução da taxa de deterioração do rim. A insuficiência renal
terminal deve ser tratada com diálise ou transplante renal.

Síndrome nefrótica
A síndrome nefrótica é um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos
microscópicos nos rins que têm pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado) em que
quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva
tipicamente leva ao acúmulo de líquido no corpo (edema) e níveis baixos de albumina de proteína
e altos níveis de gorduras no sangue.

Os medicamentos e distúrbios que lesionam os rins podem causar síndrome nefrótica.

As pessoas se sentem cansadas e apresentam inchaço (edema) do tecido.

O diagnóstico é embasado nos exames de sangue e de urina e, algumas vezes, imagem dos rins,
uma biópsia dos rins, ou ambos.

As pessoas que têm distúrbios que podem causar a síndrome nefrótica recebem inibidores de
enzima conversora de angiotensina (ECA) ou bloqueadores de receptor de angiotensina II (BRA-
II) para diminuir a lesão do rim.

A restrição da ingestão de sódio mais diuréticos e estatinas também são usadas para tratar este
distúrbio.

A síndrome nefrótica pode desenvolver-se gradual ou repentinamente. A síndrome nefrótica pode


manifestar-se em qualquer idade. Nas crianças, é mais frequente entre 18 meses e 4 anos de
idade, sendo os meninos mais afetados do que as meninas. Os adultos de ambos os sexos são
afetados igualmente.

A excreção de proteína em excesso na urina (proteinúria) resulta em baixos níveis de proteínas


importantes, como albumina, no sangue. As pessoas também apresentam níveis aumentados de
gorduras (lipídios) no sangue, uma tendência para coágulos sanguíneos aumentada e uma
suscetibilidade maior à infecção. O nível aumentado da albumina no sangue faz o fluido deixar a
corrente sanguínea e entrar nos tecidos. O líquido nos tecidos leva a edema. O líquido que deixa a
corrente sanguínea faz os rins compensarem retendo mais sódio.

Causas

Síndrome nefrótica pode ser:


Primária, originando-se nos rins
Secundária, causada por uma ampla gama de outros distúrbios

Uma variedade de distúrbios renais primários pode danificar os glomérulos e causar a síndrome
nefrótica. Doença de lesão mínima é a causa mais comum de síndrome nefrótica em crianças.

As causas secundárias podem envolver outras partes do corpo. Os distúrbios mais comuns
causando a síndrome nefrótica são diabetes mellitus, lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) e certas
infecções virais. A síndrome nefrótica também pode resultar de inflamação do rim
( glomerulonefrite). Vários medicamentos tóxicos para os rins podem também causar síndrome
nefrótica, em especial os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). A síndrome pode ter como
causa certas alergias, entre elas, as provocadas por picadas de insetos e hera venenosa ou
carvalho venenoso. Alguns tipos de síndrome nefrótica são hereditários.

Causas secundárias de síndrome nefrótica

 Doenças
 Amiloidose
 Câncer ( linfoma, leucemia, ou vários tumores sólidos)
 Diabetes mellitus

Algumas glomerulonefrites (incluindo glomerulonefrite rapidamente progressiva causada por


infecção estreptocócica ou estafilocócica)

Obesidade*

Pré-eclâmpsia (também chamada de toxemia da gravidez)

Infecções protozoárias (normalmente esquistossomose ou malária)

Lúpus eritematoso sistêmico (lúpus)*

Distúrbios vasculíticos ( vasculite associada à imunoglobulina A, granulomatose com poliangeíte


ou poliangeíte microscópica)
Infecções virais (particularmente hepatite B,* hepatite C* ou o vírus da imunodeficiência humana
[HIV]*)

Medicamentos

Ouro, Heroína intravenosa, Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),


Penicilamina, Alergias, Picadas de inseto, Pólen, Hera venenosa e carvalho venenoso

Sintomas

Os sintomas iniciais incluem

Perda de apetite, Uma sensação de mal-estar geral e Edema palpebral e edema de tecidos
(edema) devido ao excesso de sódio e retenção de água e dor abdominal

Urina espumosa

O abdômen pode inchar devido a um grande acúmulo de líquido na cavidade abdominal ( ascite).
Falta de ar pode desenvolver-se porque os líquidos se acumulam no espaço circundando os
pulmões ( derrame pleural). Outros sintomas podem incluir inchaço dos lábios vaginais nas
mulheres e do escroto nos homens. Com frequência, o líquido que causa o inchaço dos tecidos
fica sujeito à força da gravidade e, dessa forma, circula. Durante a noite, o líquido acumula-se nas
partes superiores do corpo, como as pálpebras. Durante o dia, quando a pessoa está sentada ou em
pé, o líquido acumula-se nas partes inferiores do corpo, como nos tornozelos. O inchaço pode
ocultar o desgaste muscular que está progredindo ao mesmo tempo.

Nas crianças, a pressão arterial costuma ser baixa, e quando a criança fica de pé, a pressão arterial
pode cair ( hipotensão postural ou ortostática). Ocasionalmente, há o desenvolvimento de choque.
Os adultos podem ter pressão arterial baixa, normal ou alta.

A produção de urina pode diminuir e insuficiência renal(perda da maior parte da função renal)
pode se desenvolver se o vazamento de fluido das veias sanguíneas para os tecidos esgota o
componente líquido do sangue e o suprimento de sangue para os rins diminui. Em algumas
situações, a insuficiência renal com baixa produção de urina ocorre de forma repentina.

As deficiências nutricionais podem resultar porque os nutrientes são excretados na urina. Em


crianças, o crescimento pode ser atrofiado. Pode haver perda de cálcio dos ossos e as pessoas
podem apresentar deficiência de vitamina D, resultando em osteoporose. O cabelo e as unhas
podem tornar-se frágeis e pode haver queda de cabelo. Por razões desconhecidas, podem surgir
linhas brancas horizontais na base das unhas.

A membrana que reveste a cavidade abdominal e os órgãos abdominais (peritônio) pode se


inflamar e se infectar. Infecções oportunistas - infecções causadas por bactérias normalmente
inofensivas - são comuns. Acredita-se que a maior probabilidade de infecção ocorra porque os
anticorpos que normalmente combatem as infecções são excretados na urina ou não produzidos
em quantidades normais. A tendência para o sangue coagular (trombose) aumenta, sobretudo
dentro da veia principal que drena o sangue dos rins. Com menor frequência, pode acontecer que
o sangue não coagule quando é necessário, o que tende a levar ao sangramento excessivo. A
hipertensão arterial, acompanhada de complicações que afetam o coração e o cérebro, é mais
provável em pessoas com diabetes ou com lúpus eritematoso sistêmico.

Diagnóstico

Exames de sangue e urina

O médico baseia o diagnóstico de síndrome nefrótica nos sintomas, nos achados do exame físico
e nos achados laboratoriais. Algumas vezes a síndrome nefrótica é, primeiramente, confundida
com insuficiência cardíaca em adultos mais idosos porque o inchaço ocorre em ambos os
distúrbios e insuficiência cardíaca é comum entre as pessoas mais idosas.

Um exame laboratorial da urina recolhida dentro de 24 horas é útil para medir o nível de perda de
proteínas, ainda que para muitas pessoas seja difícil recolher a urina durante um período tão
extenso. Alternativamente, para estimar a perda de proteína, uma amostra de urina única pode ser
testada para medir a razão do nível de proteína para o da creatinina (um resíduo).
Outros exames de sangue e de urina detectam outras características da síndrome. O nível de
albumina no sangue é baixo porque se perde esta proteína vital pela urina e a sua produção é
prejudicada. É habitual a urina conter aglomerados de células que podem estar combinadas com
proteínas e gordura (cilindros). A urina contém baixos níveis de sódio e altos níveis de potássio.

As concentrações de lipídios no sangue estão elevadas, em muitos casos 10 vezes mais do que o
normal. Os níveis de lipídios na urina também são elevados. A anemia pode estar presente. Os
níveis de proteínas de coágulos de sangue podem aumentar ou diminuir.

Determinando a causa da síndrome nefrótica

O médico investiga as possíveis causas da síndrome nefrótica, incluindo os medicamentos.

As análises da urina e do sangue podem revelar um distúrbio subjacente. Por exemplo, o sangue é
testado quanto à evidência de infecção anterior que poderia causar síndrome nefrótica e quanto a
anticorpos direcionados contra os tecidos do próprio corpo (chamados de autoanticorpos) que
indica um distúrbio autoimune.

Um exame de imagem dos rins, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada (TC),


pode ser feito. Se a pessoa perdeu peso ou se for idosa, deve-se procurar por câncer. Uma biópsia
renal é útil, em particular, para determinar a causa e a extensão da lesão renal.

Prognóstico

O prognóstico varia dependendo da Causa da síndrome nefrótica Idade da pessoa, Tipo de lesão
renal e Grau da lesão renal.

Os sintomas podem desaparecer por completo se a síndrome nefrótica for causada por um
distúrbio que pode ser tratado, como uma infecção, um câncer ou por medicamentos, desde que o
quadro clínico seja tratado de forma precoce e eficaz. Essa situação é verificada em cerca de
metade dos casos que se apresentam nas crianças, mas com menos frequência nos adultos. Se o
distúrbio subjacente responder à administração de corticosteroides, às vezes detém-se a evolução
da doença e, com menos frequência, o quadro clínico se reverte parcialmente ou, em casos raros,
completamente. Quando a síndrome é causada por uma infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV), ela avança implacavelmente, frequentemente resultando em insuficiência renal
completa ao fim de três ou quatro meses. As crianças que nascem com a síndrome nefrótica quase
nunca sobrevivem além do primeiro ano, embora algumas tenham sobrevivido graças ao
tratamento com diálise ou ao transplante renal.

Quando a causa é o lúpus eritematoso sistêmico ou diabetes mellitus, o tratamento


medicamentoso quase sempre estabiliza ou diminui a quantidade de proteínas na urina.
Entretanto, algumas pessoas não respondem ao tratamento medicamentoso e desenvolvem doença
renal crônica que progride para insuficiência renal em poucos anos.

Prevenção

O uso de um inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA), como enalapril, quinapril ou


lisinopril ou um bloqueador do receptor da angiotensina II (BRA-II), como candesartana,
losartana ou valsartana é o esteio da prevenção e do tratamento. Quando uma pessoa com uma
doença como lúpus eritematoso sistêmico ou diabetes mellitus apresenta uma proteinúria leve ou
moderada, deve-se utilizar um inibidor de ECA ou BRA o mais rápido possível, porque este
medicamento pode evitar o aumento da proteinúria e a piora da função renal.

Tratamento

Medicamentos, muitas vezes incluindo um inibidor de enzima conversora de angiotensina (ECA)


ou bloqueador de receptor de angiotensina II (BRA)

Tratamento de complicações

Quando uma pessoa já afetada pela síndrome nefrótica recebe tratamento com um inibidor da
ECA ou BRA-II, os sintomas podem melhorar, a quantidade excretada de proteínas pela urina
geralmente diminui e é provável que as concentrações de gordura no sangue diminuam. No
entanto, esses medicamentos podem aumentar os níveis de potássio no sangue, nas pessoas que
sofrem de insuficiência renal moderada a grave, que podem potencialmente causar anormalidades
sérias no ritmo cardíaco.

A terapia geral para a síndrome nefrótica inclui uma dieta que contenha quantidades normais de
proteínas e potássio, mas que seja baixa em gorduras saturadas, colesterol e sódio.
Caso se acumule líquido no abdômen, a pessoa poderá ter que comer com frequência e em
pequenas quantidades, pois a capacidade do estômago fica reduzida.

Pressão arterial alta é normalmente tratada com diuréticos. Os diuréticos também podem diminuir
a retenção de líquidos e o inchaço dos tecidos, mas podem aumentar o risco de formação de
coágulos sanguíneos.

Os anticoagulantes podem ajudar a controlar a formação de coágulos, se ocorrer. As infecções


podem ser fatais e devem ser tratadas com rapidez.

Estatinas, medicamentos que abaixam a quantidade de colesterol no sangue, também podem ser
necessárias se as pessoas tiverem níveis elevados de gorduras (lipídios) no sangue.

As pessoas devem receber a vacina pneumocócica. Raramente, tanta proteína é perdida na urina
que os rins devem ser removidos.

Sempre que possível, o tratamento específico deve ser dirigido à causa. O tratamento da infecção
que causa a síndrome nefrótica pode curá-la. Se uma doença tratável, como certos cânceres, for a
causa da síndrome, o tratamento dela pode eliminar a síndrome. Se um usuário de heroína afetado
pela síndrome nefrótica deixar de consumir a droga na fase inicial da doença, a síndrome pode
desaparecer. Se outras drogas forem responsáveis pela síndrome, a interrupção do consumo pode
ter efeito curativo. As pessoas que são sensíveis ou alérgicas a carvalho venenoso, hera venenosa
ou picadas de inseto devem evitar esses agentes irritantes.

Se não se encontrar uma causa reversível, pode-se administrar corticosteroides e outros


medicamentos que inibam o sistema imunológico, como a ciclofosfamida. Entretanto, os
corticosteroides causam problemas, particularmente para crianças, em quem esses medicamentos
podem afetar o crescimento e inibir o desenvolvimento sexual (veja a barra lateral
Corticosteroides: usos e efeitos colaterais).
Conclusão

A síndrome nefrótica causada por lesões mínimas é a doença glomerular mais comum da
infância. Desta maneira, o diagnóstico precoce é de suma importância para conduta imediata do
tratamento e manejo do paciente, para que este tenha um bom prognóstico clínico e não necessite
de intervenções mais invasivas.

Neste panorama, sinais e sintomas como edema associados às alterações laboratoriais de


proteinúria e hipoalbuminemia, na criança, já condiz com o diagnóstico das lesões mínimas e
pode dar entrada na corticoterapia. No tratamento é imperativo um bom relacionamento entre
médico, família e paciente, assim como a conscientização e elucidação da causa, progressão e
comprometimento da doença.
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/dist
%C3%BArbios-da-filtra%C3%A7%C3%A3o-dos-rins/s%C3%ADndrome-nefr%C3%B3tica

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/dist
%C3%BArbios-da-filtra%C3%A7%C3%A3o-dos-rins/glomerulonefrite#

Você também pode gostar