Você está na página 1de 12

DENGUE

LARISSA SANTANA
THIAGO ALCÂNTARA
02

INTRODUÇÃO
CONCEITO:
Antes de entrarmos verdadeiramente no Vamos imaginar: um indivíduo sofre
assunto, devemos nos perguntar: o que infecção pelo sorotipo 1, algum
causa a dengue? De maneira sucinta, tempo depois (que pode variar em
podemos dizer que a dengue é causada média de 6 meses a 4 anos) o mesmo
por um vírus, transmitido pelo mosquito indivíduo sofre infecção pelo
Aedes aegypti. Por ser uma virose o sorotipo 3. Após uma tempestade de
tratamento é um pouco complicado, sendo citocinas, a virulência do sorotipo e
focado em sintomatologia. O vírus dengue
outros fatores desconhecidos, esta
é um arbovírus – vírus que são
transmitidos por artrópodes – que possui pessoa pode desenvolver a febre
RNA como material genético, o que hemorrágica do dengue. Mas isso
contribui para a – supracitada – não é uma regra, algumas pessoas
dificuldade no tratamento. desenvolvem a forma hemorrágica na
primeira infecção.
É importante dizer que existem 4
sorotipos de vírus dengue. Certo, mas por Nota: todos os 4 sorotipos podem
que isso é importante? Comumente,
causar a Dengue Clássica ou a Febre
ficamos nos questionado se o paciente terá
a dengue clássica ou a febre hemorrágica Hemorrágica da Dengue.
do vírus dengue. Isto é dependente de
alguns fatores. Observe o vírus logo abaixo.

Alguns estudiosos defendem que se trata


da resposta imunológica do paciente;
outros afirmam que além da resposta
imunológica, uma segunda exposição em
curto espaço de tempo a um sorotipo
diferente da primeira tem potencial de
causar febre hemorrágica e uma terceira
opinião diz que depende da virulência do
vírus.
03
Patogênese Bom, ainda na patogênese, os 4
A infecção ocorre da seguinte maneira: sorotipos da dengue são: DENV1,
durante o repasto (processo DENV2, DENV3 e DENV4.
característico de mosquitos Havendo qualquer infecção por
hematófagos; alimentação de sangue) quaisquer um desses sorotipos,
do Aedes aegypti, o vírus infecta o considera-se uma Dengue Clássica.
homem. O vírus usa as células estriadas,
lisas e fibroblastos, bem como em Se porventura o indivíduo tiver uma
linfonodos locais, para a replicação. infecção com o sorotipo 1, e logo em
seguida ocorrer uma nova infecção
Abaixo, da esquerda para a direita, com o mesmo sorotipo, ainda
temos: linfonodo, um músculo estriado configura Dengue Clássica. Mas,
esquelético e um músculo liso. Entre os vamos lembrar do nosso paciente do
dois últimos podemos perceber, primeiro caso, por serem sorotipos
nitidamente, a diferença das estrias e, diferentes nas infecções podemos ter
mais abaixo, os fibroblastos. a Febre Hemorrágica do Dengue.

Mas por que a mesmo sorotipos


diferentes de vírus é um fator para a
Febre Hemorrágica do Dengue?
Primeiramente, temos o que
chamamos de primo-infecção,
processo no qual o nosso corpo
consegue produzir seus anticorpos,
responsáveis pela neutralização
desses vírus.

Então, temos as células defensoras


que irão tentar barrar essa primeira
infecção. Quando o indivíduo é
Após a primeira replicação, começa o reinfectado por um sorotipo diferente
processo de viremia. Ou seja, o vírus da primeira infecção, os anticorpos
entra na corrente sanguínea, usa tentarão fazer o mesmo processo de
algumas células para conseguir se neutralização. Obviamente, não
movimentar livremente no plasma haverá êxito. Acontece que os
como macrófagos e monócitos. anticorpos foram gerados para
Lembrando que os macrófagos nada combater o outro sorotipo e, por
mais são do que monócitos que conseguinte, não ocorre uma
migraram da corrente sanguínea para neutralização efetiva.
os tecidos.
Nota: os vírus não se movimentam.
Todo o seu processo de locomoção é
derivado da “carona” de outras
células.
04
Os anticorpos, então, terão o auxílio dos Achados clínicos Febre Hemorrágica
macrófagos, que haverão de se ligar a da Dengue (FHD): os sintomas
eles, incorporando a partícula viral. iniciais são semelhantes aos da
Apesar de incorporado, o vírus ainda Dengue Clássica, porém, evoluem
permanece dentro da célula, o que é um rapidamente para manifestações
problema. E assim, mais uma vez, tem- hemorrágicas e/ou derrames
se a participação de outras células: os cavitários; e/ou instabilidade
linfócitos, sendo eles classificados como hemodinâmica; e/ou choque. Dengue
citotóxicos. Clássica (DC): os adultos podem
apresentar pequenas manifestações
Os linfócitos são células importante no hemorrágicas, tais como petéquias,
combate a invasores intracelulares. epistaxe, gengivorragia, sangramento
Entretanto, objetivando acabar com o gastrointestinal, hematúria e
vírus de qualquer jeito, o linfócito metrorragia. E dentre os sintomas da
citotóxico destruirá – juntamente com o DC, podemos citar:
vírus – a própria célula, acarretando na
liberação de citocinas. Com a liberação
de tromboplastina e marcadores
inflamatórios podemos observar com
destaque os acontecimentos que irão
refletir no hemograma. E estes são: •
Células endoteliais afetadas, causam
plaquetopenia por início da coagulação
e aumento do hematócrito pelo aumento
da permeabilidade celular.
Febre alta (de 39 a 40 ºC), Cefaleia,
Nota: o aumento da permeabilidade
Mialgia, Prostração, Artralgia,
celular resulta na diminuição do plasma
Anorexia, Astenia, Dor retroorbital,
na corrente sanguínea. De que forma?
Vômitos, Exantema, Prurido cutâneo,
Quando as hemácias estão se movendo
Hepatomegalia dolorosa (que pode
no vaso, e há um aumento dessa
ocorrer).
permeabilidade, o plasma passa para
outro meio. Como consequência temos
o aumento do hematócrito
(hemoconcentração) até 20%.
05
Hemograma Linfócitos Reativos

Eritrograma: devido ao aumento de Muitos deles podem apresentar intensa


permeabilidade, pode ocorrer um basofilia na maioria das vezes,
aumento de hematócrito em até 20% do citoplasma regular ou irregular,
valor basal, ou valores superiores a 38% presença de nucléolo podem ser vistos
em crianças, a 40% em mulheres e a
45% em homens.

Leucograma: a contagem de leucócitos


é variável, podendo ocorrer desde
leucopenia até leucocitose leve. A
linfocitose com reatividade linfocitária é
um achado comum. Na hemorrágica,
particularmente, no 5° dia de febre,
pode haver neutrofilia e neutrófilos com
granulações tóxicas.

Plaquetograma: podemos encontrar


trombocitopenia com valores abaixo de
100.000/mm³.
06

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é feito por isolamento,


sorologia e pesquisa de antígeno. São
usados exames de monitoramento e
suporte, como hemograma, coagulação
e bioquímica. Fora os sinais clínicos
comuns. Não há tratamento específico.
Pode ser usado medicação apenas como
acompanhamento para a sintomatologia.
Porém, devem ser evitados medicações
como os salicilatos e os anti-
inflamatórios não hormonais, já que o
uso destes pode favorecer o surgimento
de manifestações hemorrágicas e
acidose.
08

O QUE É O TIME ATLAS?

O Time Atlas é a maior comunidade hematologia do país e seus membros tem


acesso a diversos benefícios como:

Curso de extensão em leitura de lâminas do básico ao domínio nos blastos,


reconhecido pelo MEC (120h de certificação).
08

O QUE É O TIME ATLAS?

O Time Atlas é a maior comunidade hematologia do país e seus membros tem


acesso a diversos benefícios como:

Acesso ao grupo do TIME, lá os membros podem falar com a gente para tirar
dúvidas de células, casos, como laudar e sobre o curso.
08

O QUE É O TIME ATLAS?

O Time Atlas é a maior comunidade hematologia do país e seus membros tem


acesso a diversos benefícios como:

Acesso ao treinamento mensal de leitura de lâminas, os membros recebem


uma lâmina virtual para liberar e em uma data determinada a gente se reúne
no zoom, contamos e liberamos juntos.
08

O QUE É O TIME ATLAS?

O Time Atlas é a maior comunidade hematologia do país e seus membros tem


acesso a diversos benefícios como:

Acesso a bancada digital com com cursos feitos para te tornar expert na
hematologia.
08

O QUE É O TIME ATLAS?


08

REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DA SAÚDE (Org.). Dengue Aspectos Epidemiológicos,


Diagnóstico e Tratamento, v. 1. 24 p Monografia. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_
diagnostico_trat amento.pdf. Acesso em: 8 set. 2021. 2. FERREIRA, Milena
Fonseca.

INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA FRENTE A SUSPEITA DE


DENGUE, v. 1. 11 p Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível em:
https://oswaldocruz.br/revista_academica/content/pdf/Edicao_12_Ferreira_Mil
ena_Fonseca.pdf. Acesso em: 8 set. 2021.

. Oliveira, Éveny Cristine Luna de et al. Alterações hematológicas em


pacientes com dengue. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
[online]. 2009, v. 42, n. 6 [Acessado 8 Setembro 2021] , pp. 682-685.
Disponível em: . Epub 26 Fev 2010. ISSN 1678-9849.
https://doi.org/10.1590/S0037- 86822009000600014.

FARIA, Ronaldo Jose; BAZONI, Patricia Silva. ALTERAÇÕES NO


HEMOGRAMA DE PACIENTES COM DENGUE NO MUNICÍPIO DE SÃO
JOSÉ DO CALÇADO, ES, BRASIL. Infarma - Ciências Farmacêuticas, [S.l.],
v. 28, n. 4, p. 241-246, dec. 2016. ISSN 2318-9312. Disponível em: . Acesso
em: 08 sep. 2021.doi:http://dx.doi.org/10.14450/2318-
9312.v28.e4.a2016.pp241-246.

Virus: An Illustrated Guide to 101 Incredible Microbes. By Marilyn J.


Roossinck. 2016. Princeton University Press. (ISBN: 978-0-691-16696-4). 256
pp.

Você também pode gostar