Você está na página 1de 13

Arboviroses

 Introdução:
Os vetores dessas doenças estão mais adaptados a países tropicais, com clima quente, maiores
índices pluviométricos. São doenças que tem que ter um vetor.
Arbovírus – Artrophode-borne Viruses.

 Quem são esses artrópodes?


Os artrópodes são o maior filo do reino animal, do qual fazem partes diversos animais.
São animais invertebrados que possuem várias pares de apêndices.

 Quais são as arboviroses de importância para o homem?


São 4 famílias.
Flaviviridae, Tagoviridae, Bunuaviridae e Reoviridae.
Esses dois últimos são prevalentes em países de clima mais ameno, principalmente norte-
americanos e Europa.

 Principais vetores das arboviroses no Brasil:


São 3 – Aedes, Haemagogus (mosquito de floresta) e Culex.
Culex – é o pernilongo comum.

 Principais Manifestações Clínicas:


 Síndrome Febril inespecífica, na maioria das vezes.
Febre, mal-estar, hiporexia, mialgia, artralgia, náuseas.
 Doença Neuroinvasiva – pode trazer diversas manifestações.
Meningite asséptica, síndrome de Guillain-Barré, encefalite, até destruição de parênquima
cerebral (microcefalia).
 Síndromes Hemorrágicas – desde hemorragias leves como petéquias, equimoses,
gengivorragias, epistaxe, até hemorragias importantes como hematêmese, melena,
metrorragia, enterorragia, choque hemorrágico (mais na Dengue).

As sublinhadas são as de importância no Brasil.


Síndrome Febril inespecífica – todas as arboviroses têm, é a manifestação mais comum.
Doença neuroinvasiva/sintomas neurológicos – não são todas, Zika principalmente pode dar, e
dengue até pode dar, mas é raro.
Sintomas Hemorrágicos – Dengue, Febre Amarela, já Chikungunya e Zika não.

(TABELA DENGUE, ZIKA e CHI)


- Febre mais alta em DENGUE E CHI.
- Exantema – mais frequente e intenso na Zika.
Mas, a Dengue e a CHI também podem ter – aqui, o exantema costuma vir depois da febre, é
mais tardio.
- Mialgia – a da Dengue é a mais intensa.
- Artralgia – mais frequente, específica e intensa na CHI, pode fazer uma artralgia
incapacitante, podendo evoluir com artrite, pode cornificar.
- Conjuntivite – muito mais frequente na Zika, é uma hiperemia conjuntival.
- Hipertrofia ganglionar – mais comum na Zika.

 Dengue:
 Situação Epidemiológica no Brasil:

A transmissão por Dengue já foi confirmada por via Vertical.


Mas, a principal é VETORIAL.
Complicação – acontece, principalmente, no período de defervescência da febre.
O paciente precisa retornar quando a febre melhorar.
Transmissão transovariana – a fêmea contaminada pelo vírus da Dengue coloca ovos que dão
origem a larvas já contaminadas, os mosquitos já nascem infectados.
Arboviroses e Zoonoses – o objetivo não é erradicar, é controle.

Slide mais importante da aula.


Pessoa infectada pelo vírus da Dengue, começa a fazer replicação viral e tem viremia.
A viremia é mais alta no começo da doença (linha vermelha) – a partir de 5/7 dias de doença, a
viremia cai bastante.
Durante o período de viremia temos a ativação imune – produz citocinas inflamatórias, ativa
outras células do sistema imunológico e assim vai -> isso gera febre, até chegar um pico de
produção inflamatória, que coincide com a baixa da viremia e aí passa a febre.
O momento pós-febre com a viremia mais baixa, onde é a FASE CRÍTICA da doença – porque é
o momento em que a permeabilidade vascular atingiu seu máximo.
Quem evolui para gravidade é porque teve alteração da permeabilidade vascular que é uma
resposta à produção das citocinas inflamatórias.
Aqui, também tem partículas virais sendo eliminadas no sangue – uma glicoproteína viral que é
característica do vírus da Dengue, que é eliminada nesse começo de doença, no período de
alta viremia é o NS1 (proteína que pode ser dosada para confirmar, laboratorialmente, o
diagnóstico). Tem que ser dosada no período de viremia – 3º ao 5º dia de doença.

O vírus circula até cerca do 5º dia.


Período crítico: quando se tem mais permeabilidade vascular – é a consequência da
intensidade inflamatória.

Glicocálice sendo modelado levando a uma alteração da permeabilidade vascular.


Isso acontece por algumas coisas: o próprio NS1, liberação de sulfato de heparina (predispõe
sangramento), ativação do sistema complemento, degranulação de neutrófilos, mediadores
inflamatórios levando a redução do número de plaquetas (trombocitopenia – sangramento).
Essa permeabilidade vascular faz com que comece a extravasar coisas do vaso do meio intra
para o extravascular -> plasma, proteínas de coagulação, albumina.
Perda de proteínas como albumina – pressão oncótica diminui e isso faz com que tenha mais
perda do intra para o extra, perda de líquida.
Tem acúmulo de líquido no terceiro espaço – ascite, derrame pleural, pericárdico, edema geral.

Paciente pode estar seco e sem perda de líquido visível.

O que eu posso fazer no laboratório que me fala dessa perda de líquidos?


Hematócrito -> paciente fica hemoconcentrado.

 Sinais de Alarme:

 Quadro de Suspeita de Dengue Clássico:


Nós vivemos, no caso.
 Caso suspeito de Dengue Grave:
Não bastam só os sinais de alarme.

OBS: Prova do Laço.


Ela serve para avaliar a indução de um sangramento de pele.
É o risco do paciente sangrar.
IgM – ele tem uma queda depois de 2 meses, pode chegar a negativar.
IgG – persiste positivo por mais tempo, em uma infecção primária.
Em uma infecção prévia, já vai ter IgG, tem uma produção mais rápida e precoce dessa IgG
pelos anticorpos de memória.
A dosagem dos anticorpos vale a pena ser feita a partir do 6º dia de doença.
PCR – detecta material genético específico do vírus.
NS1 – doso proteína, me serve para ver a viremia. É um teste rápido.
SLIDE MAIS IMPORTANTE DA AULA 2.
Para sabermos como vamos classificar um paciente com Dengue.

 Quando chega um paciente com Dengue, qual é a primeira coisa que pergunto?
Esse paciente tem sinal de alarme ou gravidade?
Chocado – GRAVIDADE.
Vômitos com Sangue – DENGUE GRAVE.
Ictérico com Enzimas hepáticas elevadas – GRAVIDADE.
É um caso de Dengue Grave -> Ele é GRUPO D, vai direito para uma Unidade de Terapia
Intensiva: Hidratação venosa vigorosa e medidas de suporte.
Hemorragia importante – posso ter que transfundir.
Rebaixamento do nível de consciência – intubar.
E por aí vai.

 Grupo C – Dengue com Sinais de Alarme.


Internar por, pelo menos, 48h e fazer hidratação venosa.
Coletar exames – hemograma, avaliação de transaminases e albumina.

 Qual a diferença entre Grupo A e B?


O grupo B é um pessoal que tem risco, ou seja, um grupo de risco.
Não tem sinal de alarme, mas ele é de um Grupo de Risco -> pode ser uma vulnerabilidade
social, pneumopata crônico etc.
Se tem prova de laço positiva já é Grupo B.
Grupo A – saudável, sem comorbidade, sem sinais de alarme, prova do laço negativa.
Hidratação em casa e alertar quanto aos sinais de alarme para voltar, e pedir para voltar
quando baixar a febre. Passo sintomáticos também – NUNCA AAS/ ASPIRINA.
No Grupo B – vai coletar o hemograma.
Aqui, vamos avaliar dois sinais de alarme que só são visíveis após a coleta desse exame:
plaquetas e hematócrito.
Enquanto isso, vou ficar hidratando esse paciente.
A hidratação aqui é oral.
C e D – é hidratação venosa.

 Zika
LEMBRAR: É uma IST.

Alta taxa de morbidade: por conta da contaminação de gestantes e a síndrome da Zika


Congênita.
Microcefalia – principal acometimento neurológico.
Foi visto que a Zika tem uma imunidade mais duradoura.
A principal fonte de transmissão é a vetorial.

OBS: As infecções nas gestantes costumam ser mais graves no primeiro trimestre do que no
terceiro, onde o bebê já está bem formado.
Com a Zika, foi visto doenças muito graves até com 24 semanas de gestação, ou seja, bebês
adequadamente formados e esse parênquima foi destruído.

Outras malformações eram vistas: implantação dos olhos, surdez etc.


Maior causa de morte: mal epiléptico.
 Chikungunya:
É uma infecção do vírus da família Togaviridae.
Prima do Mayaro.
Outro vetor: Hemagogo.

Tem umas complicações dermatológicas – das mais variadas.


Alguns bebês foram internados com suspeita de sepse neonatal, tipo pele escaldada.
Importante: possibilidade para evolução para Artrite Reumatoide.

Principal transmissão também é vetorial.

A maioria dos casos sintomáticos evoluem para formas típicas.


Uma minoria pode ir para doença crônica.
Formas atípicas – doença neurológica grave, por exemplo.
Dor neuropática – podemos usar anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos.
Dor musculoesquelética, artralgia, mialgia – podemos começar sempre com analgésico
simples, se não resolver vou escalonando.
Sempre fisioterapia para ajudar.
NÃO FAZER CORTICOIDE NA FASE AGUDA – pode aumentar replicação viral, pode piorar o
desfecho da doença.
Quando evolui para artrite – uso o corticoide.
Zika – até 14 dias na urina eu identifico material por PCR.
Reação cruzada entre elas – sempre da mesma família de vírus.
(RESUMÃO DE TODAS)

 Febre do Oeste do Nilo:

Ele não causava problemas aqui no Brasil


Cavalo – Animal sentinela.

 Mayaro:

Autoctónes – as pessoas não viajaram, pegaram aqui mesmo.


 Prevenção:

Slide mais importante da aula 3.

Vacina da Dengue – Vírus Vivo Atenuado.


Contém os 4 genótipos dos sorotipos da Dengue.
Exclusivo do serviço privado.
Pessoas de 9 a 45 anos, que já tiveram Dengue antes.
Isso visa a prevenção de quadros graves de Dengue – Dengue hemorrágica.

Você também pode gostar