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HIDROFOBIA (RAIVA
HUMANA)
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O que é a Hidrofobia?
A hidrofobia (raiva humana) é uma doença viral aguda, progressiva e mortal, de notificação
compulsória, individual e imediata aos serviços de vigilância sanitária municipal, estadual e
federal.
infectado, seja através de mordidas ou penetrando por feridas abertas, seja através de lambidas
na lesão ou em mucosas, como a da boca, por exemplo, que são permeáveis a esse tipo de
germe.
O Lyssavirus tem predileção pelas células do sistema nervoso. Assim que é inoculado através de
uma lesão na pele, ele se multiplica, invade os nervos periféricos e, movendo-se lentamente –
cerca de 1 cm por dia -, propaga-se pelos neurotransmissores, alcança o cérebro (fase
centrípeta) e provoca um quadro grave de encefalite. Dali, ele se espalha por vários órgãos do
corpo (fase centrífuga), mas é nas glândulas salivares que torna a multiplicar-se e é excretado
pela saliva do animal doente.
A raiva humana é uma doença viral aguda, progressiva e mortal, de notificação compulsória,
individual e imediata aos serviços de vigilância sanitária municipal, estadual e federal.
Conhecida desde a Antiguidade, antes de a vacina ser descoberta por Louis Pasteur, no final do
século 19, representava sentença de morte em praticamente 100% dos casos.
O vírus da raiva está difundido em todos os continentes, exceção feita à Austrália e Oceania.
Alguns países da América, da Europa, o Japão, a Austrália e outras ilhas do Pacífico conseguiram
erradicar a forma urbana da doença. No entanto, a transmissão por animais silvestres,
especialmente pelo morcego da espécie Desmodus Rotundus, continua sendo um desafio que
ainda precisa ser vencido.
Hidrofobia, palavra de origem grega que significa pavor, aversão pela água, é outro nome pelo
qual a enfermidade é conhecida. Na realidade, a hidrofobia é apenas um dos sintomas da
doença, que aparece quando ela já se tornou avançada.
Transmissão
Qualquer mamífero, doméstico ou não, o homem inclusive pode ser infectado pelo vírus da
hidrofobia, que não penetra em pele íntegra, somente através de ferimentos abertos ou das
mucosas. A transmissão pode ocorrer antes mesmo de surgirem os primeiros sintomas da
doença.
Embora o vírus esteja presente na urina, fezes e sangue dos animais infectados, não costuma
oferecer risco maior de transmissão, porque não consegue sobreviver por muito tempo fora do
organismo do hospedeiro.
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Exceção feita aos mamíferos, não há notícia de que outra classe de animais possa transmitir o
vírus da raiva. Na maior parte dos casos, cães e morcegos são os animais que mais transmitem a
doença pela saliva carregada de vírus. Entretanto, embora bastante raros, há casos de
transmissão inter-humana pelo transplante de tecidos ou de órgãos infectados (especialmente
pelo transplante de córnea), e casos de transmissão por via respiratória, quando uma pessoa
não vacinada inala o ar carregado de vírus em cavernas infestadas de morcegos, por exemplo.
É considerada remota a possibilidade de que o vírus da raiva possa ser transmitido por via
sexual, da mãe para o feto durante a gestação ou digestiva.
Incubação e sintomas
O tempo de incubação do vírus varia de acordo com o local da inoculação (quanto mais perto da
cabeça, menor o tempo), a carga viral e a natureza do vírus. É um período assintomático, que
pode estender-se de alguns dias a mais de um ano.
Os primeiros sintomas geralmente só aparecem quando o vírus atinge o cérebro. No início, são
sintomas inespecíficos, que podem ser confundidos com os de uma infecção banal: mal-estar,
febre baixa, dor de cabeça e de garganta, falta de apetite, vômitos e desconforto
gastrointestinal. Podem surgir, ainda, formigamento, ardência ou coceira no local da mordida
ou arranhadura. Essa fase, marcada também por inquietação e ansiedade, é conhecida por
pródromos, dura de 2 a 10 dias e ocorre antes de estar instalada a encefalite.
A destruição causada pelo vírus da raiva atinge inúmeras áreas do sistema nervoso central e
produz uma síndrome paralítica generalizada, que evolui para coma e morte por parada
respiratória.
Tratamento
O tratamento da raiva humana deve ser aplicado em duas situações distintas:
•Profilaxia pós-infecção: é o tratamento indicado depois que a pessoa foi mordida ou arranhada
por um mamífero. Ele inclui a aplicação da vacina antirrábica e de imunoglobulina antirrábica
humana (produzida a partir do plasma de doadores previamente imunizados).
A Rede D’Or possui hospitais espalhados por 6 estados brasileiros. Todas as instituições
possuem selos de qualidade nacionais e internacionais, como o que é oferecido pela
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Ao todo, são mais de 80 mil médicos das mais diversas especialidades, disponíveis para auxiliar
no tratamento e no diagnóstico de condições diversas.
Todas as vacinas contra hidrofobia para uso humano são produzidas com vírus atenuado, ou
seja, não utilizam vírus vivos. Basicamente, podem ser de dois tipos:
Tanto uma quanto a outra podem ser aplicadas em qualquer idade e não têm contraindicação,
mesmo durante a gravidez ou no período de amamentação.
Havendo indicação e sempre sob supervisão médica, a vacina antirrábica deve ser administrada
por via intradérmica ou intramuscular na região deltóide (músculo em forma de triângulo que
faz parte da articulação do ombro) ou na região vasto lateral da coxa, se a criança for pequena.
Sob nenhuma hipótese, pode ser aplicada na nádega, porque nessa região tem a eficácia
comprometida, nem utilizando a mesma seringa ou no mesmo local anatômico que a
imunoglobulina antirrábica.
Diagnóstico
Se por um lado o diagnóstico baseado nos sintomas tem pouco significado para o tratamento da
doença em fase avançada, já que a possibilidade de cura é remota depois que eles se instalam;
por outro, chegar ao diagnóstico definitivo é de suma importância para o tratamento profilático
pós-exposição ao vírus nas fases iniciais da doença. Ele torna possível não só controlar o avanço
da infecção, como propor medidas para identificar a fonte de transmissão e deter a circulação do
vírus.
Atualmente, existem técnicas de biologia molecular, com bons resultados, para o diagnóstico da
raiva em portadores vivos da infecção. Embora nenhum método, isoladamente, apresenta
resultados definitivos, juntos aumentam a chance de estabelecer o diagnóstico conclusivo.
Primeiros socorros
Diante da possibilidade de ter ocorrido exposição ao vírus da raiva excretado pelas glândulas
salivares de animal supostamente infectado, ou desconhecido, através de ferimentos abertos na
pele ou de mucosas íntegras, a primeira medida profilática é lavar sem perda de tempo o
ferimento com muita água corrente, sabão ou detergente. Sempre que possível, é recomendável
utilizar substâncias antissépticas na limpeza do local, porque ajudam a inativar vírus. Salvo
raríssimas exceções, o ferimento não deve ser suturado; precisa ser mantido aberto.
Se o animal que provocou o ferimento for conhecido, deve ser mantido em observação durante
10 dias. Se não apresentar nenhum sintoma que sugira a infecção pelo vírus da raiva nesse
período, pode ser liberado e a pessoa que sofreu a agressão está dispensada do tratamento
profilático.
Reservatórios do vírus
Considerando os principais reservatórios desse agente infeccioso no Brasil, o Ministério da
Saúde assim define os ciclos mais comuns de transmissão da doença:
Ciclo rural – representado pelos animais de produção: bovinos, cabras, cavalos, etc;Ciclo
urbano – relacionado sobretudo com os cães e gatos;Ciclo silvestre: a)aéreo – envolve morcegos
hematófagos e não hematófagos; b) terrestre – engloba saguis, raposas, macacos em geral,
guaxinim etc.
Grupos de risco
São considerados grupos de risco para a doença:
Profissionais que estão em contato direto com animais: veterinários, zootécnicos, biólogos,
tratadores e adestradores de animais, guias de turismo de maneira geral e de ecoturismo em
particular;Atividades que favorecem o maior contato com o vírus: trabalho em laboratório de
pesquisa e análise, em pet shops, na exploração de cavernas, ou em viagem para países,
especialmente da África e Sudeste Asiático, onde o controle da infecção é precário;Moradias em
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locais próximos a regiões que funcionam como habitat natural para mamíferos selvagens ou
silvestres, como morcegos, gato do mato, raposas, macacos, etc.
Observações importantes
•A hidrofobia (raiva humana) é uma doença endêmica, no Brasil. Nos estados da Região Sul, a
raiva humana praticamente desapareceu. Norte e Nordeste registram número maior de casos
transmitidos por animais domésticos ou silvestres. Para ocorrer o contágio, não é preciso que a
pessoa seja mordida; basta que entre em contato com a saliva do animal doente.
•O cão e o gato são os principais transmissores da hidrofobia (raiva humana) nos ambientes
urbanos. De acordo com os sintomas apresentados, nesses animais a doença pode manifestar-se
de duas formas diferentes: raiva furiosa ou raiva muda. No primeiro caso, conhecido
popularmente como a “síndrome do cachorro louco”, o animal passa por um período de
agitação intensa, fica agressivo e sofre crises convulsivas antes de ser tomado pela paralisia,
entrar em coma e morrer. Na forma muda, especialmente nos animais herbívoros, o sintoma
predominante é a paralisia localizada nos músculos da cabeça e pescoço ou nos membros
posteriores. Em pouco tempo, porém, a perda dos movimentos se estende por todo o corpo e o
animal morre.
•Cuidados preventivos elementares como: 1) não chegar perto de cães e gatos desconhecidos,
feridos ou que estejam se alimentando, mesmo que tenham a aparência de mansos , 2) respeitar
os espaços em que vivem mamíferos silvestres que podem ser reservatórios naturais do vírus, 3)
não apartar brigas entre animais, 4) não mexer com fêmeas e suas crias, 5) utilizar guias curtas,
coleiras e focinheiras nos animais durante os passeios nas ruas e parques, podem evitar
ferimentos graves provocados por mordidas ou arranhaduras de animais que podem não estar
vacinados contra a raiva.
•Nas zonas rurais, o morcego hematófago é importante transmissor da raiva para mamíferos de
maneira geral, humanos inclusive. Alguns podem atacar repetidas vezes sem que a vítima
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perceba, especialmente se estiver dormindo. Por isso, viajar para lugares onde eles vivem
habitualmente, visitar cavernas e dormir ao ar livre sem a devida proteção pode aumentar o
risco de inoculação do vírus da raiva contido na saliva desses animais.