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INTRODUÇÃO A IMUNOLOGIA
CONCEITOS E HISTÓRICO
O que é imunologia?
O termo imunologia surgiu a partir da palavra latina immunitas que se refere a proteção
contra demandas judiciais que os senadores romanos sofreram durante o seu mandato,
que é o que chama de imunidade parlamentar. . Historicamente imunidade significa
proteção contra doenças e, mais especificamente, contra doenças infecciosas. Então por
conceito, imunologia é o estudo da imunidade e dos eventos celulares e moleculares que
ocorrem após o organismo encontrar micro-organismos ou outras macromoléculas
estranhas.
Então tudo o que for estranho, tudo que vem do ambiente externo e tenta de alguma
forma agredir as barreiras do sistema imunológico, tudo o que o corpo identificar como
não próprio, que não é da sua natureza, o nosso corpo, o nosso organismo vai tentar
expulsar esse corpo estranho de alguma forma e isso dá origem a uma resposta
imunológica.
Vocês já devem ter ouvido em algum momento da vida acadêmica de vocês que o
sistema imunológico funciona como um exército de armas protegendo o nosso
corpo contra os inimigos invasores.
“Aqueles que sentiam mais pena pelos doentes e pelos que morriam eram aqueles que
haviam tido a praga eles próprios e não haviam morrido dela. ....eles se sentiam seguros,
uma vez que ninguém adquiriu a mesma doença duas vezes, ou, se adquiriu, o segundo
ataque nunca foi fatal. Estas pessoas se sentiam afortunadas ... e imaginavam que elas
poderiam nunca morrer de nenhuma outra doença no futuro.”
Tucídides, A guerra do Peloponeso, 430 a.C.
Descreveu a imunoproteção adquirida somente em indivíduos que haviam sido
previamente infectados.
Variolização
A varíola era uma doença que dizimou populações deixando marcas físicas e sociais
indeléveis O que consistia a variolização que era promovida pelos chineses e turcos?
Consistia na inoculação deliberada das crostas secas das feridas de varíola nas narinas
ou pequenos cortes da pele de indivíduos sãos para se protegerem contra a varíola que
era fatal na época.
A eficiência de tal procedimento foi reconhecida e utilizada por Lady Mary que era esposa
de um embaixador inglês na China para imunizar os próprios filhos. E nessa época
começou a utilizar o termo vacinologia ou variolização e descobriu-se também o
surgimento dos sorologistas, que eram os estudiosos que estudam o soro do sangue
Criação - Vacina
EDWARD JENNER – percepção de ordenhadores imunes à varíola, mesmo quando
inoculados com o vírus em presença de com cowpox.
Em 14 de maio de 1798, Jenner inoculou James Phipps, um menino de 8 anos,
com o pus retirado de uma pústula de uma ordenhadeira que sofria de cowpox. O garoto
contraiu uma infecção extremamente benigna e, dez dias depois,estava recuperado.
Meses depois, Jenner inoculou Phipps com pus varioloso. O menino não adoeceu. Era ,
assim, descoberta a vacina.
Baseado no conhecimento popular de que as mulheres ordenadoras de vacas
desenvolviam uma varíola branda, com sintomas mais fracos, pois se infectavam no
trabalho com o vírus da varíola da vaca, descreveu um processo de vacinação voluntário
em humanos.
Jenner inoculou o líquido de uma ferida de varíola da vaca em um menino saudável e,
posteriormente, o inoculou deliberadamente com o vírus da varíola humana, obtendo
como esperado, ausência da doença.
Apesar do procedimento por ele descrito sofrer fortes restrições éticas hoje, na ocasião
levou a grande avanço na profilaxia da varíola, pois foi utilizado por mais um século em
toda a Europa na busca contra proteção contra essa infecção viral.
A partir da pústula desenvolvida na vaca, jenner obteve o produto da pústula de vaca e
passou a chamar de vacina (que significa ‘da vaca’) que ao ser inoculada no homem,
fazia surgir no local das inoculações erupções que eram semelhantes a varíola.
Dessas erupções era retirada a linfa ou o pus variólico utilizado para novas inoculações.
Formava-se assim uma cadeia de imunização entre os homens, funcionando a pústula da
vaca como o primeiro agente imunizador e o homem como produtor e difusor da vacina.
A diferença entre a variolização e a vacina jenneriana era que a primeira tentava implantar
a doença de forma benigna e a segunda tinha o objetivo de evitar a doença através do
acometimento da doença não letal
Retrospecto - Vacina
A inoculação enfrentou muita repulsa, muitos tinham medo de serem vacinados e
acabaram contraindo outras doenças.
Em 1920 surgia uma epidemia de varíola e muitos daqueles que eram inoculados
acabaram adoecendo.
A medida profilática era a cauterização. Na tentativa de criar uma nova vacina para
esses animais, Pasteur conseguiu isolar o vírus da raiva de um cão doente.
Transferiu esse vírus entre coelhos e dissecou a medula espinal para conseguir um
vírus mais estável e que podia então ser reproduzido em laboratório.
Vírus atenuado levam esta denominação pois passam por um processo no qual sua
virulência é reduzida a níveis considerados seguros para a aplicação clínica. O método
pasteur é o mais utilizado para a obtenção do vírus atenuado. Nesse procedimento, vírus
patogênico são utilizados para promover infecções sequenciais em culturas celulares ou
em ovos embrionados.
O que se obtém nessas multiplicações, nessas infecções em série são cepas menos
virulentas, menos perigosas. Quando aplicado no corpo de um indivíduo, o vírus atenuado
é capaz de se replicar, porém de maneira lenta, sem causar maiores danos ao organismo.
A prolongada exposição ao vírus durante a lenta replicação viral induz uma resposta
imune.
Essa resposta imune leva a produção de grande quantidade de células de memória aos
quais garantem o estabelecimento de imunidade contra o vírus em questão.
Também chamado de imunização ativa.
Imunização ativa x imunização passiva
1883: Elie Metchnikoff demonstrou que células também contribuíam para o estado
imune do animal.
Notou também que essas células eram mais ativas em animais que tinham sido
imunizados do que em animais não imunizados;
Todas essas descobertas das células sanguíneas só foi possível com o advento do
microscópio. Os cientistas da época tinham muita curiosidade de saber que líquido era
aquele que corria pelo corpo e porque que quando um ferimento no corpo era feito, esse
líquido escorria. O sangue por muito tempo foi chamado de humor e só depois de um
tempo é que recebeu esse nome.
SISTEMA IMUNE
● Linfócitos, que são as células que normalmente estão mais alteradas durante
infecções, uma vez que garante especificidade à resposta imunológica. Há três
tipos de linfócitos, o B, T e o Natural Killer (NK), que desempenham funções
diferentes;
● Monócitos, que estão circulantes temporariamente no sangue e que podem
ser diferenciados em macrófagos, que são importantes para o combate ao
agente agressor do organismo;
● Neutrófilos, que circulam em maiores concentrações e são as primeiras a
identificar e atuar contra a infecção;
● Eosinófilos, que normalmente estão circulantes em menores quantidades no
sangue, mas têm sua concentração aumentada durante reações alérgicas ou
em caso de infecções parasitárias, bacterianas ou por fungos;
● Basófilos, que também circulam em menores concentrações, porém podem
aumentar devido a alergias ou inflamações prolongadas.
A partir do momento que há entrada de algum corpo estranho e/ou agente infeccioso no
corpo, as células do sistema imune são ativadas e atuam de forma coordenada com o
objetivo de combater o agente agressor.
Como funciona
O sistema imunológico é composto por dois tipos de resposta principais: a resposta imune
inata, que é a primeira linha de defesa do organismo, e a resposta imune adaptativa, que
é mais específica e é ativada quando a primeira resposta não funciona ou não é
suficiente.
● Barreiras físicas, que são a pele, pêlos e muco, sendo responsáveis por
impedir ou retardar a entrada de corpos estranhos no organismo;
● Barreiras fisiológicas, como por exemplo a acidez do estômago, temperatura
do corpo e citocinas, que impedem o microrganismo invasor se desenvolver no
corpo, além de promover a sua eliminação;
● Barreiras celulares, que é constituída pelas células consideradas como
primeira linha de defesa, que são os neutrófilos, macrófagos e linfócitos NK,
responsáveis por englobar o patógeno e promover sua destruição.
Devido à eficiência do sistema imune inato, as infecções não ocorrem a todo tempo,
sendo os microrganismos rapidamente eliminados. No entanto, quando a imunidade
natural não é suficiente para combater o patógeno, a imunidade adaptativa é estimulada.
Esse tipo de imunidade é ativada pelo contato com os agentes infecciosos e possui dois
tipos:
Além da imunidade humoral e celular, a resposta imune adaptativa também pode ser
classificada em ativa, quando adquirida por meio da vacinação, por exemplo, ou passiva,
quando provêm de outra pessoa, como por exemplo por meio do aleitamento, em que
anticorpos podem ser transmitidos da mãe para o bebê.
Antígenos e anticorpos
Para que haja uma resposta do sistema imunológico, são necessários antígenos e
anticorpos. Os antígenos são substâncias capazes de desencadear uma resposta
imunológica, sendo específico para cada microrganismo, e que se liga diretamente ao
linfócito ou a um anticorpo para gerar a resposta imune, que normalmente resulta na
destruição do microrganismo e, assim, fim da infecção.
A imunização ativa é aquela adquirida por meio da vacinação ou devido ao contato com o
agente de determinada doença, estimulando o sistema imune e levando-o a produzir
anticorpos.
A imunização ativa é capaz de gerar memória, ou seja, quando o corpo entra em contato
novamente com o agente causador de determinada doença, o corpo reconhece e
combate o agente invasor, impedindo que a pessoa desenvolva a doença ou a tenha de
forma mais grave. Dessa forma, esse tipo de resposta é duradoura, no entanto demora
para que seja estabelecida, ou seja, logo após a exposição ao agente nocivo, não há
formação de resposta imunológica adequada de forma imediata. O sistema imune leva um
tempo para processar e assimilar essa informação.
A exposição natural ao patógeno é uma forma de se obter a imunização ativa. Além disso,
é importante obter a imunização ativa de forma artificial, que é por meio da vacinação,
assim, previne-se infecções futuras. Na vacinação, é administrado na pessoa o
microrganismo morto ou com sua atividade diminuída com o objetivo de estimular o
sistema imune a reconhecer o patógeno e criar imunidade contra ele.
Imunização passiva
A imunização passiva acontece quando a pessoa adquire anticorpos produzidos por outra
pessoa ou animal. Esse tipo de imunização é normalmente obtido de forma natural
através da passagem de imunoglobulinas, principalmente do tipo IgG (anticorpo), pela
placenta, ou seja, por meio da transferência direta da mãe para o bebê.
A imunização passiva também pode ser adquirida de forma artificial, por meio a injeção de
anticorpos de outras pessoas ou de animais, como acontece na picada de cobra, por
exemplo, em que é extraído o soro do veneno da cobra e depois administrado
diretamente na pessoa.
Esse tipo de imunização gera uma resposta imune mais rápida, porém não é duradoura
como é o caso da imunização ativa.
Bibliografia
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