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Histórico da Microbiologia

Microbiologia e Parasitologia I  Postulados de Robert


Professora: Roseneide Koch:
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler  Estudou o Bacillus anthracis,
Aula 1 causador do carbúnculo, e chegou
à conclusão que esse organismo
era um bacilo gram positivo. Para
ter certeza de que era essa a
 Iniciou-se em 1600 por meio de
causadora do Carbúnculo ele
observações.
inoculou em cobaias e viu seus
 Teoria Abiogênica: os seres
sintomas e também amostras
surgem inanimados, ou seja, geração
sanguíneas, chegando ao veredito
espontânea (Aristóteles).
de que esse era o causador.
 Teoria Biogênica: a origem
 No mesmo tempo ele chegou a
desses seres vivos é oriunda de
conclusão de que essa doença era
ancestrais comuns, ou seja, por meio
transmitida por meio de esporos e
da reprodução ( Francesco Redi).
também que um tipo especifico de
 Pasteur e Tyndall:
microrganismo cauda um tipo
conseguiram demonstrar, por meio do
definido de doença.
experimento do balão com pescoço de
 Quatro Postulados de Koch:
cisne que só nascem seres vivos por
1. Microrganismos específicos
meio de outro ser vivo.
podem sempre estar associados a
 Teoria microbiana da
uma doença.
Fermentação (Pauster):
2. O microrganismo pode ser isolado
 Diz que a fermentação é um
e cultivado, em cultura pura, em
produto de microrganismos.
condições laboratoriais.
Assim, ele assegurou que a
3. Cultura pura do microrganismo
seleção de microrganismos leva a
produzira doença quando
um bom produto (queijo, vinho...).
inoculada.
 Pasteurização: é quando
4. É possível recuperar o
você produz um alimento e o
microrganismo inoculado do
aquece (entre 50 e 60 graus
animal infectado
Celsius) sem alterar o
experimentalmente.
sabor/textura/cor fazendo com
 Descobertas:
que ele dure mais tempo.
 Dmitri Ivanovski:
 Argumenta que microrganismos
o Chegou a conclusão de que os
causam doenças (agente
vírus não crescem em meios
etiológico) e que agentes distintos
artificiais.
geram doenças distintas.
o Tentou isolar o MO do filtro do
 Teoria Microbiana da tabaco.
doença:
 Theoblad Smith:
 Girolamo Fracastoro
o Descobriu que um protozoário
(1546) -> MO transmitidos de
era parasita intracelular de
pessoa a pessoa.
artrópode que se alimentava
 Anton Von Plencie (1705-
de gado, causando a febre do
1786) -> diferentes agentes =
gado.
diferentes doenças.
 Com o descobrimento do uma amostra antiga em carneiros
vírus alguns postulados não obteve a doença. Mostrando
de Koch caíram, e novos assim que aquele vírus perdeu sua
surgiram: virulência.
o Um microrganismo pode  Culturas avirulentas = vacina.
causar doenças distintas.  Processo de imunização =
o Uma doença pode ser causada vacinação. Só se foi dados esses
por mais de um tipo de termos após descobrir a vacina
microrganismo. contra hidrofobia (raiva).
 Após isso se iniciou os conceitos  Elie Metchnikoff:
de antissepsia e imunização, além  Observou que no organismo
do tratamento que já era humano existiam células capazes
existente. de englobar outros elementos.
o Sepsis: efeito toxico da
 Esses organismos foram chamados
presença de microrganismos
de fagócitos, e que esses seriam a
no corpo, durante a infecção.
primeira e mais importante linha
o Antissepsia: Medidas que
de defesa contra infecções.
previnem a doença por meio
 Quimioterapia:
de inibição ou destruição total
 Mercúrio era usado para tratar
de microrganismos.
sífilis, casca de cinchona para
 Técnicas Assépticas:
malaria, ipecacuanha para
 Oliver Holmes (1843) ->
disenteria. Portanto, plantas eram
dizia que a febre puerperal era
as fontes originais de agentes
transmissível e contagiosa de
quimioterápicos.
pessoa em pessoa.
 Paul Ehrlich -> sintetizou o
 Ignaz Philpp Semmelweis
composto 606 = Salvarsan (sífilis)
(1946) -> substancias cloradas
tinham ótima reação com  Gerald Domagk -> descobriu
microrganismo, sendo bons para a classe das sulfonamidas, o que
lavagens de mãos. diminuiu bruscamente o numero
de soldados mortos por infecção
 Joseph Lister (1864) ->
percebeu que 45% dos pacientes meningocócica após a segunda
morriam no pós-cirúrgico, para guerra mundial.
evitar isso ele iniciou o uso de  Alexander Fleming ->
solução de fenol n pele do descobriu a substancia química
paciente e na sala cirúrgica Penicilina, sintetizada pelo
reduzindo exponencialmente o Penicillium notatum (fungo).
Sendo posteriormente usada para
numero de mortos.
o tratamento de doenças no
 Imunização (Pasteur):
campo de batalha.
 Pesquisando sobre a cólera
aviaria, ele descobriu que algumas
bactérias podem se tornar
avirulentas quando cultivadas por
muito tempo.
 Bactérias avirulentas podem
estimular no hospedeiro a
produção de substancias que
protegem de infecções
subsequentes, tornando-o imune
a doença.
 Para descobrir isso ele descobriu o
causador de cólera e ao inocular
Classificação e características
distintivas de microrganismos
Microbiologia e Parasitologia I  Robert h. Whittaker – 1969:
Professora: Roseneide  Analisa as três formas de nutrição
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler (fotossíntese, absorção e ingestão),
Aula 2 além da presença de carioteca, e
formula a ideia de 5 reinos.
 Fotossíntese: luz fornece
energia para converter CO2 em
 Taxonomia: água e açúcar.
 Classificação: Reino -> Filo -> Classe
 Absorção: capitação de
-> Ordem -> Família -> Gênero ->
nutrientes químicos dissolvidos em
Espécie. (ReFiCOFaGE).
água.
 Nomenclatura nomeia as unidades
 Ingestão: entrada de partículas
definidas.
alimentares não dissolvidas.
 Identificação, descrição e o Monera: bactérias (procarioto de
caracterização. absorção)
o Protista: plantas verdes,
 Linnaeus:
protozoários e fungos limosos
 Determina que a unidade
(eucariontes unicelulares com os
taxonômica mais simples é a
3 tipos de nutrição).
espécie, e que o nome cientifico é
o Plantae: plantas verdes e algas
Gênero + espécie.
superiores.
 Essa deve ser feita com o gênero o Animalia: animais (eucarioto)
maiúsculo, espécie minúsculo e o Fungi: fungos (possuem parede
sublinhada (quando escrito a mão) celular e sem pigmento
ou em itálico. Ex: Homo sapiens fotossintético).
 1753 -> Divide em dois reinos,
Plantae (plantas e algas  Carl Woese e Co. (1977):
unicelulares), Animalia  Percebe que temos dois tipos de
(protozoários e animais superiores). bactérias (Arqueobactérias e
Eubactérias). Chegara, a essa
 Hackel:
conclusão ao estudar o RNA-r de
 1853 -> Propõem os reinos
bactérias.
Plantae (plantas e algas
 Arqueobactérias, Eubactérias e
unicelulares), Animalia (animais) e
Eucariontes representam os três
Protista (bactérias, fungos, algas e
reinos primários que evoluíram de
protozoários).
maneira distinta.
 Década de 40 -> descobre-se
dois tipos de células, as eucariotas
 Teoria endossimbiôntica:
(possuem a carioteca – núcleo
 Ideia da origem das organelas
definido) e procarióticas (não
eucarióticas a partir de
possuem) – diferença base para
organismos procarióticos.
separação de todas as células.
 Organelas ->estruturas celulares
internas que possuem membrana
própria.
 Características distintivas:

 Protozoários: Eucariontes,
unicelulares, fazem ingestão (sem
clorofila), parede celular ausente,
móveis (flagelos/ cílios) ou imóveis
(pseudopodes – movimento
ameboide), aclorofilados, presentes
no ambiente terrestre e aquático,
podem ser parasitas ou mutualistas.
 Algas: Seres eucariontes, uni ou
pluricelular, com parede celular
rígida (composição diferente das
bactérias), possuem clorofila, com
tamanho e formas variadas, maioria
é aquática, são fonte de alimento,
espessante, emulsificador e de
fonte de Agar, podem liberar
substancias tóxicas (maré
vermelha).
 Fungos: Eucarionte com parede
celular rígida, uni/pluricelular,
micro/macroscópicos, ausentes de
clorofila, fazem a absorção de
nutrientes e produzem antibióticos
(penicilina), molho de soja e
queijos. Causam doenças em
animais e deterioração de
materiais.
 Bactérias: procariontes;
o Eubactérias: possuem
formas diversas, sendo
unicelulares, moveis ou não,
fazem a reciclagem de lixo
orgânico, produção de
antibióticos e causam
doenças no homem.
o Arqueobactérias:
Semelhantes na microscopia,
porém com composição
química diferente, habitat
inóspito, produzem gás
metano a partir de dióxido de
carbono e hidrogênio.
 Vírus: São menores que
eucariotos e procariotos, contem
um ácido nucleico (só RNA ou só
DNA ou ambos) que é envolto por
envelope proteico ou capa,
multiplicam-se somente dentro de
células vivas.
Ultraestrutura bacteriana
Microbiologia e Parasitologia I
Professora: Roseneide  Fimbria:
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler o Constituição de uma proteína
Aula 3 denominada pilina.
o Função: aderência entre as
superfícies mucosas ->
colonização.
 Célula procariótica: o Filamentos curtos, retos e
 DNA – circular, dupla fita e finos.
disperso no citoplasma. o Distribuídos pelo corpo
 Não possui organelas revestidas bacteriano.
por membranas. o Podem fixar em sentidos
 DNA não esta associado a distintos, causando infecção
proteínas histonas. urinaria repetida.
 Parede Celular - Ex: escherichia coli.
peptideoglicano e polissacarídeo
complexo.  Pili:
 Replicação por divisão binária o Pili F -> transferência de
material genético durante a
conjuração bacteriana.
o No pili passa pedaços de plasmidio,
portanto dissemina a resistência
plasmidal e informação genética do
cromossomo.
o Reprodução por conjunção
o Mais longo que fimbria

 Glicocalix:
o Composta por polímeros
viscoso, gelatinoso e frouxo.
o Produção na maioria das
bactérias – dentro da célula e
 Estruturas externas: excretado para a superfície
 Flagelos: celular ajudando na adesão.
o Constituído de proteína Composto de polímeros
flagelina e tem corpo basal. (viscoso e gelatinoso) situado
o Filamento longo e função de externamente à parede celular.
locomoção.  Cápsula:
o Fixado à parede celular e à o Polímeros orgânicos de
membrana citoplasmática. glicoproteinas e
o Possui antígeno H (Ag H) – polissacarídeos.
proteína presente só no o Polímero viscoso, firme e
flagelo. reveste a bactéria.
o Inibe a fagocitose.
o Proteção da célula bacteriana
contra desidratação.
o Fixação da bactéria em varias
superfícies.
o Evitar a absorção de  Esses peptideoglicanos
bacteriófagos na célula protegem a bactéria.
bacteriana.
o Possui antígeno K (Ag K) – que  Quando corada com álcool
esta presente só na capsula. ela contrai, desidrata e
o Quando esta presente, ela se fica púrpura/roxa pois os
torna mais virulenta e menos corantes se aderem nessa
permeável à antibióticos, uma parede.
vez que impede a fagocitose.  É mais suscetível a penicilina.
o É a estrutura mais externa. o Gram Negativa:
o Quando juntam diversas  Possui camada mais fina e rica
bactérias com capsula elas se em lipídeos (LPS) e esses ao
juntam e formam o Biofilme. serem tratados com álcool
Estrutura limosa que dificulta a perdem a coloração e ficam
entrada de antibióticos. vermelha, após tratados com
 Parede Celular: safrina ou fucsina.
o N-acetiglicosamina, ácido N-  O lipídio A é a estrutura mais
acetilmurâmico e um antigênica/ imunogênica
tetrapeptídeo. presente na membrana
o Estrutura complexa, externa (exclusivo das gram -).
semirrígida e que confere  Os peptideoglicanos (que são
forma à célula. pouquíssimos) ficam no
o Previne a ruptura da célula (lise espaço periplasmático – entre
celular). MP e Membrana Externa.
o Proteção contra choques  Possuem maior virulência e
térmicos. são mais resistentes à
o Essencial para crescimento e antibióticos.
divisão da célula.  Possui o antígeno O (Ag O) – é
o Importância clinica e taxonômica. presente só na estrutura da
o Membrana Externa: parede.
 Composta de o Processo de coloração:
lipopolssacarídeos.  Nesse processo são necessários 4
 Lipídio A- endotoxina. corantes “gram”, totalizando 4
 Polissacarídeos O- atuam etapas.
como antígenos e são uteis  Inicialmente a lâmina é pingada
para diferenciar espécies de com solução de cristal
bactérias Gram-negativas. violeta/púrpura, após a retirada de
o Gram positiva: corante em excesso a lâmina é
 Possui N-acetilglcosamina pingada com Lugol (solução de
(NAG), ácido N- Iodo) fixando a cor. Na terceira
acetilmurâmico (NAM), porém etapa a lâmina é limpa com álcool -
não tem membrana externa e, nesse estágio as bactérias gram -
portanto o corante cora a perdem a sua camada de lipídios
célula. devido a interação e devido a
 Possuem proteínas de pequena [peptideoglicanos] (até
superfície, e ácidos que são antes dessa etapa ambas as
imunogênicas. bactérias eram roxas). A etapa final
 Possui coloração roxa/ é a coloração com fucsina ou
púrpura, pois tem uma parede safranina, deixando as grams -
espessa rica em vermelhas e as gram positivas
peptideoglicanos. roxo-púrpuras.
 A diferença de cor é devido ao fato de que o complexo cristal violeta- iodo (CVI) se
gruda nos peptideoglicanos enquanto nos lipídios esse fato não ocorre.

 Membrana Citoplasmática:  Cromossomo:


o Bicamada de fosfolipídios com o DNA -> circular e único com
proteínas, lipídeos, carboidratos e informações hereditárias.
colesterol. o As filhas dessa célula herdarão tudo
o Reveste o citoplasma da célula. que há nele.
o Sitio de localização de permeasses. o Caso haja gene de resistência a
o Função: antibiótico nesse DNA, todas as
 Transporte seletivo de bactérias desse gênero e espécie
moléculas solúveis em água. serão resistentes.
 Apresenta enzimas envolvidas  Plasmídio:
na produção de energia, síntese o DNA extracromossômico interno que
da parede celular e replicação é responsável pela disseminação da
do DNA (mesossomos). resistência antimicrobiana (isso é
 Comunicação entre a célula e chamado de resistência plasmidial) e
seu ambiente. características de metabolismo.
o Ele é fora do cromossomo
 Estruturas internas: (extracelular)
 Citoplasma: o Esse DNA é mais responsável pela
o Espesso, aquoso e diversidade/variabilidade genética.
semitransparente. o Portanto a bactéria X é resistente a
o 80% -> água. penicilina, porém o Y, do mesmo
o 20% -> proteínas, carboidratos, gênero e espécie da X, não.
lipídios, íons inorgânicos, o Circular ou linear
compostos de peso molecular leve.  Ribossomos:
o DNA, ribossomos e inclusões. o Síntese proteica.
o 40% proteína e 60% RNA
ribossômico (rRNA).
 Inclusões:  Forma e arranjo dizem o
o Função de armazenamento de gênero e possivelmente a
carbono, energia e outras espécie – quando agregados
estruturas. Ou é utilizado como com a classificação gram:
reservatório de constituintes
estruturais. o Cocos (formas esféricas)
o Envolvidas por uma fina camada de – divisão em diferentes planos e
lipídios. agrupamentos.
o Polímeros de armazenamento de  Os arranjos são: Diplo;
carbono. Tetra; Staphylo;Saecina e
o Bactérias com inclusão são Strepto.
chamadas de Grânulos o Bacilos ou bastonetes –
metacromáticos. cilíndricos, forma de bastão, longos
 Esporos (formas latentes): ou delgados, pequenos e grossos
o Formas metabolicamente inativas, sendo eles ou extremidade retos
resistentes a dessecamento e calor ou convexos ou arredondados.
(mais de 80°C), com capacidade de  Não possuem arranjo.
voltar a germinar sob condições o Espiral- possuem 3 formas que
favoráveis. variam de 5 a 40 μm de largura e
o Os esporos formados dentro das 100 μm de comprimento. Formas:
células (endósporos) são exclusivos Vibrio; Spirillum (corpo rígido e
das bactérias. movimentação com flagelos);
o Mas frequentes nos gêneros Spirochete.
Bacilus e Clostridium.  Não possuem arranjo.
o As bactérias multiplicam seu
material genético e iniciam uma
invaginação com a membrana
plasmática e a camada de
peptídeos. Após isso ela faz uma
camada de parede celular, dentro
da célula ate quando formar a
estrutura esporo. Essa estrutura
pode ficar dentro da célula, sendo
endósporo ou sair, exósporo.
o Quando essa nova “célula” sai da
bactéria ela se chama esporo.

 Bactéria – morfologia
bacteriana:
 Tamanho 0,3 a 2um (micro
milímetros) de diâmetro e 2 a 8um de
comprimento.
o Patogênicas variam entre 0,5 a
1um por 2 a 5um.
 Formas: cocos, bacilos, vibrio e
espirilo.
Metabolismo Microbiano
Microbiologia e Parasitologia I  Condições Físicas para
Professora: Roseneide Campos crescimento:
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler  Temperatura
 pH
 Atmosfera gasosa
 Pressão osmótica
Exigências físicas para  Pressão hidrostática
crescimento bacteriano  Luz

Temperatura:
 Metabolismo microbiano  Psicrófilos -> sobrevivem em baixa
temperatura
 Metabolismo: é o conjunto de  Mesófilos -> sobrevivem em temperaturas
transformações que as substâncias medianas (10 a 38°C) e crescem mais de 35 a
químicas sofrem no interior dos 37°C. Mais de 80% das patogênicas são dessa
organismos vivos. classe
 Catabolismo: relações químicas que  Termófilos -> crescem em temperatura
liberam energia a partir de substancia superior a 120°C
orgânica. (decomposição/degradação).
 Altas Temperaturas -> as enzimas
 Anabolismo: reações químicas que sofrem desnaturação e perdem duas
consomem energia para formação de propriedades catalíticas.
compostos mais complexos. (síntese).
 Baixas Temperaturas -> a taxa de
reação metabólica diminui.

PH:
 Acidófilicas -> pH de 1,8 a 5.
Extremamente ácido tendo crescimento
otimizado em pH 3.
 Neutrófilas -> pH entre 5,5 a 8,5.
Sendo seu pH ideal 7.
 Alcalifílicas -> pH entre 7,5 a 11. São as
 Crescimento Bacteriano que metabolizam o enxofre e deixam
mau cheiro.
 Cada bactéria tem um pH ideal para
sobreviver, porém grande maioria
floresce melhor em um pH neutro.

Atmosfera Gasosa:
 Aeróbio obrigatório -> só crescem na
presença de oxigênio.
 Anaeróbio -> sem O2
 Aeróbio facultativo -> não se
importa.
 Microaerófilo -> querem oxigênio
porém com pouca quantidade ,ou seja,
sobrevivem com pouca quantidade de
oxigênio.
 Aerotolerante -> atura os dois tipos de
meio, tanto com oxigênio, quanto sem
oxigênio.

Pressão Osmótica:
 É a força que a água exerce sobre a
membrana plasmática para que ela
passe para o citoplasma.
 De baixa concentração de soluto para o
meio com alta concentração de soluto.
 Osmoadaptação -> A capacidade dos
microrganismos de se adaptar a
pressões osmóticas.
 Meio hipertônico -> célula
desidratada;
 Devido a saída da água do meio
menos para o mais concentrado
em soluto.
 Meio hipotônico -> célula entra em
lise.
 Pois a água vai para o meio
menos concentrado em soluto.

Pressão Hidrostática:
 Pressão exercida pela água sobre os
microrganismos.
 Mais relacionada aos microrganismos
que sobrevivem dentro da água.

Umidade:
 Altas concentrações abaixam a aeração
e aumentam a proliferação das
bactérias anaeróbias.

 Tempo de geração:
 Tempo que leva para a reprodução das
células.
Exigências nutricionais dos
microrganismos
Microbiologia e Parasitologia I Hidrogênio e oxigênio
Professora: Roseneide Campos  Absorvidos por meio de compostos
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler orgânicos.

Enxofre
 Microrganismos são versáteis e
 São essências na biossíntese de
diversificados em suas exigências
algumas proteínas (cisteina, cistina e
nutricionais.
metionina).
 Compartilham algumas necessidades
nutricionais em comum. Fósforo
 Todos necessitam de variedades de  Usados na síntese de ácidos nucleicos
elementos químicos para síntese e e ATP.
função normal dos componentes
celulares. Outros
 K -> atividade enzimática
Elementos Químicos  Mg -> estabilidade do ribossomo
 São metabolizados em:  Ca -> estabilidade da parede ceular/
 Compostos orgânicos termoestabilidade do endósporo.
 Compostos inorgânicos  Na -> maior quantidade para
microrganismos marinhos.
Carbono  Bactérias halofílicas extremas não
 É obtido por meio de carboidratos, crescem com menos de 15% de sal.
lipídios e proteínas.  Fe -> componente dos citocromos e
 São usados para gerar energia. proteínas envolvidas no transporte de
 Bactérias Heterotróficas: elétrons.
recebem o carbono por meio de  Elementos traço-> pouquíssima
compostos orgânicos (glicose). concentração; Atuam nas enzimas.
 Bactérias Autotróficas:  Zinco, cobre, manganês, cobalto e
Adquirem carbono pelo dióxido de
molibdênio. O ultimo faz conversão
carbono.
de N2 em N3 (fixação de
nitrogênio).
Nitrogênio:
 Faz parte dos aminoácidos.
Classificação nutricional dos
 São adquiridos por meio do nitrogênio microrganismos
gasoso, compostos nitrogenados  Quimiotróficos -> obtém energia
inorgânicos e orgânicos. por meio de compostos químicos.
 Nitrogênio gasoso -> fixação de  Fototrópicos -> obtém energia
nitrogênio. por meio da luz.
 Compostos nitrogenados
inorgânicos -> nitratos, nitritos ou
sais de amônia.
 Compostos nitrogenados
orgânicos -> aminoácidos,
peptídeos.
Exigências especificas de  Polissacarídeo agarose e agaropectina
bactérias e leveduras  Propriedades:
 São usados para identificar a  Funde a 100°C
taxonomia.  Estando líquido a 40°C
 Sistemas automatizados de  Não é metabolizado
identificação.  Meios para cultivo de bactérias
 Microrganismos requerem meios de especificas normalmente imitam seu
cultura apropriados para o habitat natural.
crescimento em laboratório.  Microrganismos fastidiosos
 Meios de cultura consistem da ->necessitam de meios de cultivo
associação qualitativa e complexos que podem conter certa de
quantitativa de substancias que 20 aminoácidos e várias vitaminas.
fornecem os nutrientes necessários
ao desenvolvimento (cultivo) de Meios para cultivo de fungos
microrganismos fora do seu meio  Heterotróficos aeróbicos (precisam de
natural. compostos orgânicos)
 Cada bactéria tem seu habitat  Concentração maior de açúcar (4%)
natural, e portanto o meio deve ser  pH 3,8 a 5,6
similar/imitar o mesmo.  A absorção é auxiliada por enzimas
secretadas.
Meios para cultivo de
microrganismos Meios para cultivos de
 Quimicamente definidos -> protozoários
composição exata do meio é conhecida  Heterotróficos aeróbios
(sabe que tem X, Y e Z).  Possuem exigências nutricionais
 Usado para determinar a complexas
necessidade nutricional.  Aminoácidos, vitaminas e
 Quimicamente indefinidos -> carboidratos.
são produtos naturais complexos.  Soro fetal bovino, emulsão de
 Como extrato de carne, tecido cerebral, infusão de
peptonas, açucares, fígado.
aminoácidos, extrato de  pH 6 a 8.
leveduras, sangue, sais e
vitaminas. Meios para cultivos de algas
 Fotoautotróficas
Meios de Cultivo
 Necessitam de luz, CO2, luz, água e
 Sólidos -> 1 a 2% ágar
íons inorgânicos solúveis.
 Semissólidos -> 0,075% a 0,5%
 Euglena sp -> no escuro cresce
ágar
como heterotrófica com pequena
 Consistência intermediária -> variedade de substratos. (exceção)
permite crescimento de
microrganismos em tensões variadas Meios para cultivo de anaeróbios
de oxigênio/ verificação da motilidade.  Livre de O2/ baixas concentrações
 Líquidos sem agentes  Camada profunda de meio solidificado
solidificantes (caldo) -> carecem de O2
ativação das culturas, repiques de
 Adição de agente redutor remove O2
microrganismo, provas bioquímicas,
 Tioglicato de sódio, cisteina.
entre outros.

Ágar
 Derivado de algas marinhas – Classe
Rhodophyceae
Meios de cultivos seletivos  Evitar contaminação com MO
 Permitem o crescimento de um tipo  Aplicações:
particular de microrganismo e/ou  Cultivo de vírus in vitro,
suprimem o crescimento de outros clamídias, riquetsias e algumas
tipos. espiroquetas.
 Exemplos:
 Ágar Sabouraud: fungos. Isolamento e conservação de
 Ágar verde brilhante: Gram-negativas. culturas puras
 Ágar feniletanol: Gram-positivas.  Cultura pura -> todas as células
 Adição de antibióticos específicos aos da população se originaram de uma
meios de cultivo. mesma célula parental.
 Cultura mista -> composta por
Meios de cultivo diferenciais espécie diferentes num mesmo
 Esses fazem a diferenciação de ambiente.
diversos tipos de microrganismos.
 Ex: ágar sangue demonstra os Técnicas de isolamento
microrganismos hemolíticos dos não  Estrias -> “cortes”/ traços na placa
hemolíticos. Esses não possuem halo para orientar o crescimento.
branco/amarelado, já aqueles possuem  Pour-plate -> ágar a 45°C,
halos amarelado/brancos. crescendo entre o ágar e os nutrientes.
 Semeadura em superfície ->
Meios seletivos e diferenciais coloco os microrganismos acima dos
 Ágar MacConkey -> inibe gram- nutrientes. Alça de Drigalsky.
positivas porém diferencia os lactose
positivos e negativos. Essas ficam Conservação de culturas puras
amareladas e aquelas roxas.  Refrigeração -> Geladeira; de 4 a
10°C.
Meios de enriquecimento  Duração de dias a meses
 Favorecem o crescimento da espécie  Congelamento -> freezer de -70 a
desejada e não o de outras espécies. -120°C.
 Técnicas de enriquecimento resultam  Dura por longos períodos de
em aumento do numero da espécie tempo.
inicialmente em minoria.  Nitrogênio liquido ->
 Ambiente químico/ físico. temperatura de -196°C.
 Dura por longos períodos de
Meios de cultivo para ensaios tempo.
microbiológicos  Liofilização -> Congeladas,
 Microrganismos específicos usados desidratadas e fechadas a vácuo.
para medir concentrações de  Viável por muitos anos.
antibióticos e vitaminas.
 Concentração de antibióticos no soro
usando microrganismos sensíveis grau
de inibição é proporcional à
quantidade do fármaco.
 Concentração inibitória mínima (MC) <
concentração de substancia que inibe o
crescimento do MO
 Meios padronizados

Meios para cultivo de tecidos


 Células animais e vegetais
 Cuidadosa preparação e manuseio
Reprodução e Genética em
Procariotos
Microbiologia e Parasitologia I
Professor: Paulo França
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler Vieira

Introdução Tipos de Reprodução


 Procariotos = bactérias/ seres +
simples/ capacidade de auto 1. Fissão Binária Transversa:
reprodução.
 Um dos critérios que definem VIDA é a o Modo de reprodução da maioria dos
capacidade do organismo de gerar procariotos.
indivíduos semelhantes a ele. o Ocorre a replicação do cromossomo
 Sendo assim, quando uma bactéria só e bacteriano e a célula desenvolve
considerada viva se ela tem o potencial uma parede celular transversa,
de se reproduzir. dividindo-se então em duas novas
 Do contrario é considerada morta células.
mesmo que metabolicamente ativa. o Células parentais (que tem flagelo)
individualmente se dividem em 2
Crescimento de uma célula células filhas (criam flagelo depois da
divisão) de tamanho +/- igual.
o Sem flagelo a bactéria fica séssil
 Crescimento de uma CÉLULA
o Células filhas podem separar-se
microbiana: tem como finalidade a
completamente ou permanecer
divisão celular (replicação); crescimento
acopladas em arranjos característicos
ordenado (síntese).
(Streptococus e Estafilococos).
 Crescimento de uma CULTURA/
Cultivo/ População/ Conjunto o Exemplo: Nitrosomonas.
microbiana: Aumento no número de
células devido ao conjunto de bactérias 2. Brotamento:
ter se dividido, ou seja, crescimento o Similar à reprodução em leveduras
populacional. (fungos).
o Geração de pequena protuberância
 Geralmente se reproduzem em
em uma das extremidades da célula
minutos ou algumas horas.
parental com separação desta após a
 Aumento do n° de células devido à
síntese de todos os constituintes
reprodução dos organismos
celulares.
individuais.
o A célula mãe expele uma célula filha
que “brota” originando uma nova
Características
bactéria.
o Após sucessivos brotamentos forma-
 A reprodução em procariotos é apenas se uma colônia.
de forma assexuada (ausência do o Exemplo: gênero Mycobacterium
envolvimento de células sexuais). (lepra) e Corynebacterium (difteria)
 As células filhas são idênticas às células – ambos só fazem brotamento.
mãe (célula parental única).
 Não ocorre troca de material genético.
3. Fragmentação aminoácidos na proteína,
o Bem rara. podendo ou não alterar sua
o Realizada por bactérias de estabilidade ou funcionalidade.
crescimento filamentoso.  Ex: ATG (met) -> GTG (val).
o Bactéria= tem carioteca  Nonsense: Sem sentido;
(basicamente núcleo)  Interrompe a síntese proteica.
o Exemplo: gênero Nocardia.  Alterações de bases nitrogenadas
que acarretam na formação de
4. Conídios: um códon terminal, produzindo
o Esporos externos. terminação prematura e
o Esporos externos com fins de produção de uma proteína
reprodução. truncada.
o Exemplo: Streptomyces (muitas  Ex: TCG (cis) -> TGA (códon
espécies fazem antibióticos). terminal).
 Alteração de fase de leitura:
Variabilidade Genética em  Inserção ou deleção: ocorre
Procariotos perda ou ganho de nucleotídeos.

 Existem quatro maneiras para ocorrer à 2. Conjunção:


variabilidade genética em procariotos: o Transmissão de informação genética
mutação, conjugação, transformação e (plasmidial e cromossômica) através
transdução. de fímbrias sexuais, que estabelecem
conexão citoplasmática direta entre
1. Mutação: duas células bacterianas.
o Variação passada em sucessivas o Através de uma conexão
variações. citoplasmática (“pelo sexual”) entre
o Transferência vertical de genes. duas células bacterianas, ocorre a
o Mais frequente. transferência unidirecional de
o É qualquer mudança na sequencia de informação genética de uma bactéria
bases no DNA. doadora para uma receptora.
o Pode ser: o Insensível a DNAse (enzima que
 Letal (resultando em morte quebra DNA) extracelular.
celular). o Transferência horizontal de genes.
 Condicional (expressa apenas em o Exemplo: Escherichia coli
determinadas condições o Tipos:
ambientais). a) F+ vs. F- : A célula F+, durante o
o Mecanismos: contato com uma célula F-,
 Espontânea: Quando as causas que transfere para esta ultima cópia
deram origem à alteração no DNA do plasmidio F, tornando-a F+.
são desconhecidas. Menos  F+ =Doador; contem fator
frequente. extracromossomal F ->encarregado
 Induzida: Quando ocorre da formação do pelo sexual.
exposição a agentes mutagênicos  F- = Receptor
(químicos ou físicos). Mais  Baixa frequência de recombinação
frequente. É randômica. (baixa vantagem evolutiva).
o Tipos:
 Silenciosa: Alteração de bases b) Hfr (alta frequência de
nitrogenadas sem que haja recombinação): passa +
alteração de aminoácidos na informação genética.
proteína codificada, uma vez que  Nessa linhagem somente parte do
diferentes códons podem fator F é transferida conjuntamente
especificar o mesmo aminoácido. com parte do cromossomo (trecho
 Ex: AGG (arg) -> CGG (arg) de DNA) da doadora F+.
 Missense: Perda de sentido;  Nesse caso, a célula receptora
 Substituição; permanece F- após a conjugação.
 Alteração de bases nitrogenadas  Fator F como epissomo (infiltrou-se
que acarretam substituição de no cromossomo).
3. Transformação:
o DNA é responsável pela informação.
o Transferência horizontal de genes
o Incorporação de fragmentos de DNA,
livres no meio extracelular, por
bactéria competente.
o Bactéria competente -> possui
maquinário enzimático para trazer.
o Algumas bactérias conseguem adquirir
trechos de moléculas de DNA ou
plasmídios livres no meio extracelular
e incorporá-los ao seu DNA.
o Requerimento-> compatibilidade
entre linhagens doadora e receptora,
ausência de DNAse no meio
extracelular, etc...
o A competência da transformação
depende da espécie bacteriana e do
estágio do desenvolvimento.
o Exemplo: Streptococcus pneumonia,
Bacillus, Neisseria, Pseudomonas,
Heremophilus influenzae.

4. Transdução:
o É o tipo de reprodução bacteriana
mais frequente.
o Transferência horizontal de genes
o Um vírus bacteriano como vetor
(bacteriófago) leva informações
genéticas de uma bactéria a outra.
o Quando o bacteriófago entra numa
célula bacteriana, o DNA do vírus
mistura-se com uma parte do DNA
bacteriano, de modo que o vírus
agora carrega esta parte do DNA.
o Se ele infectar uma segunda bactéria, o
DNA da primeira bactéria poderá
misturar-se com o DNA da segunda
bactéria.
o Possui vantagem de adaptação.
o Classificada como:
 Generalizada: ocorre durante o
ciclo lítico (ruptura da célula) de
fagos virulentos.
 Quando a incorporação de
fragmentos de DNA (da célula
hospedeira) é randômica devido
a um empacotamento acidental.
 Especializada: se os fagos em
questão incorporarem sequencias
especificas de DNA da célula
hospedeira.
 Ocorre durante o ciclo lítico de
fagos temperados.
Métodos químicos de controle
do crescimento microbiano
Microbiologia e Parasitologia I
Professor: Tarcisio Crocomo
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler Vieira

Terminologia relacionada ao  Degerminação: eliminação parcial ou


controle do crescimento microbiano redução de microorganismos (exceto
endósporos) de determinada região por
 Esterilização: destruição total de ação quimiomecânica.
microrganismos, mesmo nas formas mais  Exemplo: limpeza de uma região da
resistentes, sendo um processo absoluto. pele antes da aplicação de uma
 Pode ser realizada por meio de injeção.
esterilizantes físicos, químicos, ou vapor  Sanitização: redução de
de gás. microorganismos a níveis seguros de saúde
 Exemplo: calor seco, ácido peracético e pública, tornando mínima a chance de
vapores de peróxido de hidrogênio. transmissão de doenças entre os usuários
 CME = central de materiais e de um mesmo objeto.
esterilização.  Para grandes ambientes- > precisa
 Descontaminação: o tratamento de seguir regras da ANVISA (ex: indústrias de
um objeto ou uma superfície, de modo a alimentos).
torná-los seguros à manipulação.  Agente antimicrobiano: são agentes
 É a continuação da limpeza e se aplica químicos que inibem o crescimento de
mais ao que fazemos com objetos e microorganismos.
embalagens.  Concentração inibitória mínima
 Desinfecção: : Destruição ou remoção (CIM): é a mais baixa concentração de um
de patógenos na forma vegetativa, produto químicos responsável por limitar
embora possa não eliminar todos os o crescimento visível dos microrganismos.
microrganismos.  Seu valor depende do microrganismo,
 Quando a desinfecção é realizada em do alvo da infecção e do antibiótico
tecido vivo, é denominada ASSEPSIA. em uso.
 Não é considerado esterilizante pela  Mede a atividade antimicrobiana.
baixa eficácia sobre as formas  Menor concentração de agente capaz
esporulantes. de inibir completamente o crescimento
 Em seu nível alto elimina a forma do organismo-teste.
vegetativa e esporulada, além dos  Agentes biocidas: tratamentos que
vírus; Utilizada geralmente em área causam a morte direta dos micro-
hospitalar. organismos.
 Não precisa seguir regras da ANVISA.  Ligam-se fortemente a seus alvos
 Asséptico: ausência de germes, entre celulares e matam as células dos micro-
eles bactérias, vírus e outros organismos.
microrganismos que podem causar  Agentes biostáticos: tratamentos
doenças. que inibem ou diminuem o crescimento e
 Ambiente asséptico: sem a multiplicação de bactérias.
microrganismo.  São geralmente inibidores de algum
 Antissepsia: processo que visa reduzir importante processo bioquímico,
ou inibir o crescimento de microrganismos como a síntese proteica, e a ligação é
na pele ou nas mucosas. relativamente fraca; se o agente é
removido, as células podem retomar
 Os produtos usados para fazer a
antissepsia são chamados de seu crescimento.
antissépticos.  Muitos antibióticos se enquadram
nesta categoria.
 Agentes biolíticos: matam as células
devido à lise e liberação do conteúdo Danos dos agentes antimicrobianos
citoplasmático.
 A lise resulta em uma diminuição tanto  Síntese da parede celular
no número de células viáveis quanto  Membrana plasmática: Danos aos
no número de células total. lipídeos ou proteínas da membrana
plasmática por agentes antimicrobianos
 A escolha de um desinfetante depende da produzem câmbios na permeabilidade,
eficácia, segurança, toxicidade, efeitos potencial, na síntese de ATP e no
corrosivos e facilidade de remoção, entre transporte de elétrons, causando o
outros fatores. extravasamento do conteúdo celular no
 No entanto, a eficácia dos desinfetantes é meio circundante e interferindo no
frequentemente afetada pela presença de crescimento da célula.
materiais orgânicos, pH, temperatura,  Citoplasma: coagula-se
dureza da água, inibidores químicos,  Proteínas, enzimas e ribossomos:
concentração, tempo de exposição e sofrem desnaturação pelo rompimento
resistência bacteriana. das ligações de hidrogênio, produzindo a
perda da estrutura tridimensional, e das
Fatores que influenciam a efetividade ligações covalentes.
dos tratamentos antimicrobianos  Ácidos nucleicos DNA e RNA:
sofrem danos que frequentemente são
 Número de micro-organismos: letais para a célula, que não pode mais se
Quanto mais micro-organismos existem replicar, nem realizar funções metabólicas
no início, mais tempo ou concentração normais como a síntese de enzimas.
são necessários para eliminar a população  Biossíntese de lipídeos
inteira.
 Influências ambientais: A presença
de matéria orgânica (gorduras e proteínas
especialmente) inibe frequentemente a Métodos químicos de controle do
ação dos antimicrobianos químicos. crescimento microbiano
 Os desinfetantes agem melhor em
condições climáticas mais quentes  Uso para controlar o crescimento de
porque sua atividade é condicionada a microrganismos em tecidos vivos e objetos
reações químicas dependentes de inanimados.
temperatura.  Agentes químicos -> poucos
 Tratamentos com calor são muito proporcionam a esterilidade.
mais eficientes sob condições ácidas. o Maioria reduz as populações
 Tempo de exposição: Os microbianas em níveis seguros ou
antimicrobianos químicos frequentemente removem as formas vegetativas de
requerem exposição prolongada para que patógenos.
os microrganismos ou endósporos mais
resistentes sejam afetados. 1. Compostos fenólicos e bifenóis:
 Características microbianas: Os  Contêm uma molécula de fenol que
microrganismos variam consideravelmente foi quimicamente alterada - reduz
quanto à susceptibilidade aos agentes propriedades irritantes ou aumentar
antimicrobianos em função de sua sua atividade antibacteriana em
constituição. combinação com um detergente.
 Os príons são as formas mais  Lesam as membranas plasmáticas
resistentes, resistindo à desinfecção e à lipídicas.
autoclave, seguido dos endósporos  Permanecem ativos em presença de
bacterianos, as micobactérias, os cistos compostos orgânicos, são estáveis e
e os oocistos protozoários, bactérias persistem por longos períodos após a
gram-negativas, fungos vegetativos e aplicação.
esporos de fungos, vírus não  Os bifenóis são derivados do fenol
envelopados, bactérias gram-positivas que possuem dois grupos fenólicos
e os vírus envelopados. ligados por uma ponte, como o
 Micro-organismos em biofilmes sobre triclosano.
superfícies são mais difíceis de serem
atingidos com eficiência pelos biocidas.
2. Biguanidas:
 Apresentam um amplo espectro de 5. Metais pesados e seus compostos:
atividade, sendo especialmente efetivas  A prata, o mercúrio e o cobre são
contra gram-positivas e maioria de biocidas ou antissépticos com ação
gram-negativas (exceto pseudômonas). oligodinâmica (atividade
 Não apresentam atividade esporocida, antimicrobiana a baixas concentrações)
mas possuem alguma ação contra vírus que se combinam com os grupos
envelopados. sulfidrila nas proteínas celulares
 Afetam principalmente as membranas causando a sua desnaturação.
celulares bacterianas.  A prata é usada como antisséptico
 A biguanida mais conhecida é a (nitrato de prata a 1%) e como agente
clorexidina. antimicrobiano em embalagens
plásticas de alimentos (nanopartículas
3. Halogênios: de prata) e em camisas para reduzir
 São agentes antimicrobianos eficazes, odores.
tanto isoladamente quanto como  O cloreto de mercúrio é um agente
constituintes de compostos inorgânicos bacteriostático de amplo espectro,
ou orgânicos. porém seu uso é limitado devido à sua
 O iodo é um antisséptico eficiente toxicidade, poder de corrosão e
contra todos os tipos de bactérias, ineficácia em presença de matéria
muitos endósporos, vários fungos e orgânica.
alguns vírus.  O sulfato de cobre é usado como
 Impede a síntese de algumas algicida em reservatórios, tanques,
proteínas e causa alterações nas piscinas e aquários.
membranas celulares, sendo  O zinco é usado como antimicrobiano
usado na desinfecção da pele e em telhas galvanizadas, impedindo o
no tratamento de feridas. crescimento de algas.
 Um iodóforo é a combinação
de iodo e uma molécula 6. Agentes de Superfície:
orgânica, da qual o iodo é  Os agentes de superfície (tensoativos
lentamente liberado. ou surfactantes) podem reduzir a
 Eles possuem a atividade tensão superficial entre as moléculas de
antimicrobiana do iodo, mas um líquido.
não mancham e são menos  Os mais amplamente usados são os
irritantes. detergentes catiônicos, como os
 O cloro, como gás ou em combinação compostos quaternários de amônio
com outras substâncias químicas (cloreto de benzalcônio, cloreto de
(hipoclorito de cálcio, hipoclorito de cetilpiridínio).
sódio, dióxido de cloro e cloraminas),  Alteram a permeabilidade celular e
é amplamente usado como causam a perda de constituintes
desinfetante. citoplasmáticos essenciais (K+ ).
 Sua ação germicida é causada pelo  São antimicrobianos eficazes contra
ácido hipocloroso (HOCl), formado bactérias gram-positivas, gram-
quando o cloro é adicionado à água, negativas, fungos, amebas e vírus
sendo um forte agente oxidante de envelopados, mas não matam
fácil difusão através da parede celular endosporos ou micobactérias.
que impede o funcionamento de boa  São incolores, inodoros, insípidos,
parte do sistema enzimático celular. estáveis, facilmente solúveis e atóxicos,
exceto em altas concentrações, porém
4. Alcoóis: a matéria orgânica interfere com sua
 Alcoóis como o etanol e o isopropanol atividade e são neutralizados por
matam efetivamente as bactérias e os sabões e detergentes aniônicos.
fungos, mas não os endósporos e os  O sabão é um agente degerminante
vírus não envelopados. que emulsiona os óleos dos
 Seu mecanismo de ação é a microrganismos em gotículas pequenas
desnaturação de proteínas, o que são removidas junto com a água.
rompimento de membranas e a  Os desinfetantes ácido-aniônicos
dissolução de lipídeos. reagem com a membrana plasmática,
 Os alcoóis têm a vantagem de agir e são de amplo espectro, são atóxicos,
então evaporar rapidamente, sem não corrosivos e possuem rápida ação.
deixar resíduo.
7. Conservantes químicos de proteínas, inibindo funções celulares
alimentos: vitais.
 São adicionados aos alimentos para  Ele é altamente penetrante e capaz de
retardar sua deterioração. esterilizar à temperatura ambiente,
 O ácido sórbico, o sorbato de matando todos os microrganismos e
potássio e o benzoato de sódio inibem endosporos, mas requer um período
o crescimento de bolores em certos de exposição prolongado, é tóxico e
alimentos ácidos, interferindo no seu explosivo em sua forma pura.
metabolismo ou na integridade de sua  A esterilização por plasma é um
membrana plasmática. método confiável para a esterilização
 São ácidos orgânicos simples ou sais de de instrumentos médicos tubulares.
ácidos orgânicos, que o corpo  Os instrumentos são colocados em um
metaboliza prontamente e que em recipiente onde peróxido de
geral são considerados seguros em hidrogênio é excitado em vácuo por
alimentos. um campo eletromagnético para
 O nitrato de sódio e o nitrito de sódio formar o plasma.
interferem no crescimento de  Este plasma possui muitos radicais
endosporos botulínicos presentes em livres, que rapidamente destroem todo
produtos derivados de carne, porém a tipo de microrganismos. Este processo
sua reação com os aminoácidos da possui elementos de esterilização tanto
carne produz os carcinogênicos química quanto física e requer apenas
conhecidos como nitrosaminas. baixas temperaturas, embora seja
relativamente caro.
8. Antibióticos:  O uso de fluidos supercríticos em
 A nisina é uma bacteriocina (proteína processos de esterilização combina
que é produzida por uma bactéria e métodos físicos e químicos.
que inibe outra) frequentemente  O dióxido de carbono comprimido
adicionada ao queijo para inibir o em estado “supercrítico” apresenta
crescimento de certas bactérias maior solubilidade e menor tensão
formadoras de endosporos que causam superficial, inativando a maioria dos
deterioração. A nisina é insípida, organismos vegetativos que causam
facilmente digerida e atóxica. deterioração e que se desenvolvem em
 A natamicina (pimaricina) é um alimentos. Mesmo a inativação dos
antibiótico antifúngico aprovado para endosporos requer apenas uma
uso em alimentos, principalmente para temperatura de cerca de 45°C.
os queijos.
11. Peroxigênios e outras formas de
9. Aldeídos: oxigênio.
 Os aldeídos (formaldeído,  Os peroxigênios são um grupo de
glutaraldeído) são antimicrobianos agentes oxidantes que inclui:
muito eficazes que inativam as  O peróxido de hidrogênio: é um
proteínas pela formação de ligações bom antisséptico de objetos
cruzadas covalentes com vários grupos inanimados, e chega a apresentar
funcionais orgânicos delas. efeito esporocida em concentrações
 O glutaraldeído é um desinfetante elevadas. O peróxido suplanta as
químico líquido menos irritante e mais enzimas protetoras das bactérias
efetivo que o formaldeído, sendo um aeróbicas e anaeróbicas facultativas.
dos poucos que pode ser considerado  O ácido peracético: é um dos mais
como agente esterilizante. efetivos esporocidas químicos
líquidos disponíveis e pode ser usado
10. Esterilização química:
como esterilizante. Seu modo de
 Os quimioesterilizantes gasosos
ação é similar ao do peróxido de
frequentemente são utilizados como
hidrogênio. Não deixa resíduos
substituintes de processos físicos de
tóxicos e é minimamente afetado
esterilização.
pela presença de matéria orgânica.
 Sua aplicação requer a utilização de
 O ozônio: forma altamente reativa
uma câmara fechada similar a uma
do oxigênio, gerada pela passagem
autoclave.
de oxigênio por descargas elétricas
 O óxido de etileno forma ligações
de alta voltagem.
cruzadas em ácidos nucleicos e
 É usado para complementar a
cloração na desinfecção da
água, pois ajuda a neutralizar  A atividade bactericida da água
sabores e odores. eletrolisada procede da ação
 Também é utilizado na combinada de pH, potencial de
descontaminação de produtos oxidação-redução e concentração de
alimentícios, superfícies de cloro disponível.
contato com alimentos,  A água eletrolisada danifica as
equipamentos e ambiente de membranas celulares e reduz a
processamento de alimentos. atividade enzimática.
 O ozônio é gerado no local e
apresenta baixo impacto 14. Bacteriófagos:
ambiental porque se decompõe  Consiste na aplicação de vírus que
rapidamente sem deixar infectam as bactérias presentes na
resíduos tóxicos. cadeia alimentar.
 O ozônio não tem dianas  Estes vírus expressam proteínas
seletivas nos microrganismos, específicas, tais como endolisinas e
pelo que estes não foram outras hidrolases que degradam ou
capazes de gerar resistências. interferem diretamente na biossíntese
 No entanto, a estabilidade do de peptídeoglicanos bacterianos.
ozônio é afetada pelas  Esta técnica é versátil para o controle
condições de temperatura e pH de biofilmes, altamente ativa e
e sua eficácia é diminuída pela específica (sem efeitos adversos sobre a
presença de matéria orgânica. microbiota intestinal e inócua para
células de mamíferos), de baixo custo e
12. Óleos essenciais: geneticamente maleável.
 São conhecidos mais de 3000 óleos  O espectro de infeção limitado de cada
essenciais extraídos de diferentes partes bacteriófago necessita da identificação
das plantas, como flores, frutos, folhas, de patógenos bacterianos causais e da
raízes e sementes. sua susceptibilidade a fagos.
 Os óleos essenciais têm uma versátil  Algumas bactérias podem desenvolver
composição, que pode variar resistência aos fagos bloqueando a
dependendo da área geográfica, do adsorção dos fagos, inibindo a injeção
clima, da estação, da composição do de genomas fágicos, sistemas de
solo, da idade, do ciclo vegetativo da modificação de restrições e sistemas de
planta e do método de extração infecção abortados.
utilizado, entre outros fatores.  Os bacteriófagos devem ser
 Ademais, numerosos óleos essenciais geneticamente bem caracterizados para
mostraram ter propriedades evitar a disseminação de traços
antioxidantes, bactericidas, indesejáveis (virulência e genes de
antiparasitas, inseticidas, antivirais e resistência aos antibióticos) que
antifúngicas. possam envolver preocupações com a
 Os óleos essenciais são capazes de segurança.
causar mudanças na morfologia das
células, nas propriedades físicoquímicas 15. Nanopartículas:
da membrana, assim como alterar a  Nanopartículas de prata, ouro ou
produção de toxinas, romper a quitosana mostraram uma alta eficácia
membrana intracelular, inibir reações como antimicrobianos pela sua alta
enzimáticas e a divisão celular. reatividade contra sistemas biológicos.
 Porém, a utilização dos óleos essenciais  Estas nanopartículas podem carregar
vem sendo limitada pelo seu sabor adicionalmente outros antimicrobianos
marcante, por terem pouca por encapsulação física, adsorção ou
solubilidade e parcial volatilidade. conjugação química, controlando a sua
libertação e melhorando a sua
13. Água eletrolisada: atividade bactericida contra patógenos
 É considerado um desinfetante seguro, microbianos.
não poluente e não corrosivo.
 É mais rentável do que os
desinfetantes tradicionais porque, uma
vez comprada a unidade geradora, as
únicas despesas operacionais são água,
sal e eletricidade.
Controle do crescimento
microbiano: Aspectos físicos
Microbiologia e Parasitologia I
Professora: Dra. Roseneide Campos Deglmann
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler Vieira

 Ignaz Philip Semmelwes (1818-1865)  Tempo de exposição: de acordo com a


 Joseph Lister: técnicas antissépticas em OMS (Organização Mundial da Saúde), o
operações cirúrgicas. tempo mínimo de exposição é 30
 Destruir, inibir ou remover microrganismo minutos.
agentes físicos ou químicos.  Temperatura: temperaturas mais altas
 Microrganismo em n° aceitáveis ou -> mais eficiência no tratamento.
ausência dos mesmos.  PC aumenta 10x eficiência.
 Condições Ambientais: presença de
Por que controlar o crescimento material orgânico inibe a ação dos
microbiano? antimicrobianos químicos.
 pH do meio e calor, ácido (potencializa
 Bem estar da humanidade. o resultado).
 Prevenir a transmissão de doenças
 Evitar a decomposição de alimentos Método Físico
 Evitar a contaminação da água com o
ambiente.

Como controlar?

 Agentes físicos
 Agentes químicos (aula do professor
Tarcisio)

Controle do crescimento microbiano

 Sufixo CIDA causam a morte direta dos


micróbios -> germicida, fungicida.
 Sufixo STÁTICO/STASE inibem o
crescimento e multiplicação ->
bacteriostático.

Fatores que influenciam o tratamento


microbiano

 Tamanho da população: quanto> a


população microbiana > tempo de
tratamento. 1. Calor:
 Natureza da população:  Calor seco:
 Presença de endósporos mais resistentes.  Flambagem: o material é levado
 Diferentes estágios de crescimento; diretamente ao fogo, seja seco ou
células jovens mais suscetíveis (do que as embebido em álcool (utilizado na
na fase estacionaria). desinfecção de alças de vidro)
 Concentração dos agentes:  Incineração: processo de eliminação dos
MAIOR concentração do agente > microrganismos e destroem o produto.
eficiência.  Esterilização com ar quente- oxidação
(ex: vidros vazios, agulhas, instrumentos
e seringas de vida) – Forno de Pasteur radiação ionizante (normalmente acima
(180° por 2 horas). de 1nm)
 Calor úmido: o Luz ultravioleta (UV): comprimento de
 Fervura ou fluxo de vapor (100°C)- onda de 4 a 400nm, sendo o
desnaturação proteica- mata células comprimento de 260nm mais eficiente.
vegetativas (bactérias e fungos) e vírus. o Desvantagem: baixo poder de
 Autoclave: temperatura acima da água penetração (não atravessa vidros,
fervente (através do vapor sob pressão). filmes escuros e outros materiais).
o Quanto maior a pressão da autoclave
> a temperatura.
o 121°C – suficiente para matar todos os
microrganismos e seus endósporos por
15 minutos.
 Pasteurização: desnaturação proteica –
72°C por 15 segundos (mata a maioria
dos microrganismos patogênicos).
 Filtração: para líquidos com
composição que seria inativada pelo calor.
 Filtros de membrana compostos de
substancias como ésteres de celulose ou
polímeros plásticos.
 Filtros HEPA: removem quase todos os
microrganismos – maiores que cerca de
0,3 micrometros de diâmetro (ar)
 Frio:
 Refrigeração e congelamento:
o Redução das reações químicas e
possíveis alterações nas proteínas.
o Tem efeito bacteriostático.
o É utilizado para a conservação dos
alimentos, fármacos e culturas.
 Liofilização: redução das reações
químicas e possíveis alterações de
proteínas.
o É efetivo para conservação prolongada
de culturas microbianas em que a água
é removida por alto vácuo em baixa
temperatura.
 Ressecamento, interrupção do
metabolismo:
 Remoção de água dos micróbios, mas os
endósporos/ esporos permanecem
viáveis.
 Tem efeito bacteriostático.
 É utilizado na conservação de alimentos.
 Radiação: tem vários efeitos sobre as
células, dependendo do seu comprimento
de onda, intensidade e duração.
 Radiação ionizante: ioniza
macromoléculas -> altera composição
química da célula -> formação de
radicais OH -> reagem com
componentes orgânicos especialmente o
DNA (destroem as pontes de H, duplas
ligações).
o Ionizantes (alfa, beta, gama, Raio X)
-> grande poder de penetração.
 Radiação não ionizante: possui
comprimento de onda > que da
Processo Infecioso
Microbiologia e Parasitologia I
Professor: Tarcísio Crocomo
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler Vieira
bactérias que não sobrevivem em
Etapas pH´s baixos.
❖ Enzimas -> proteolíticas e
→ Penetração no hospedeiro – >passando hidroliticas.
defesas primárias. ❖ Bactérias com capsula tem +
→ Adesão ao hospedeiro. chances de sobrevivência
→ Propagação. (principalmente as primeiras
→ Danos ->toxinas ou respostas etapas)
inflamatórias. 2. Aderência ao hospedeiro:
→ Passar pelas defesas. ❖ Pili, fímbrias, moléculas de adesão
ou parede celular hidrofóbica
Conceitos Básicos ❖ Uma vez aderida-> impede a
remoção por muco ou fluidos
→ Patógeno: organismo que vive na ❖ A aderência permite a formação de
superfície ou no interior do hospedeiro, colônias
causando danos. ❖ Biofilme
→ Patogenicidade: capacidade do 3. Invasão:
microrganismo provocar danos em um ❖ Que entram nas células ou
hospedeiro (doenças). penetram mucosas e se espalham
❖ Dependente do sucesso do ❖ Facilitada por enzimas ->
microrganismo completar os colagenase e hialuronidase
estágios. ❖ Enzimas que degradam estrutura
→ Virulência: grau de patogenicidade, ou extracelular e facilita acesso a
seja, a dose ou o número de células que superfície da célula hospedeira.
resultará em resposta patológica em um ❖ Após invasão-> pode ser piogênica
dado período de tempo. (produz pus- detritos-neutrófilos)
❖ Quantos organismos precisa para ou granulomatosa (inflamação –
causar uma doença. oque sobra são cicatrizes-
→ É importante saber o tempo de fibroblastos, linfócitos e
incubação da doença para saber o macrófagos).
provável lugar de contágio, tempo ideal 4. Toxinas Bacterianas:
para realizar o exame. ❖ Possuem 2 tipos:
a. Exotoxina: gram positiva e gram
Fatores de Virulência negativa.
o Mais “venenosas”
→ Características da bactéria que o Pequeno volume é capaz de
aumentam sua patogenicidade
causar dano importante
(capacidade de causar doença).
(exemplo: tétano)
1. Entrada no Hospedeiro:
o Geralmente tem 2 componentes
❖ Várias portas
polipeptídicos-> 1 ligante da
❖ No interior do hospedeiro ->
proteína a célula do hospedeiro
ultrapassa várias defesas, até se
e outro do efeito toxico.
estabelecer
o Alvos identificados->toxina
❖ Fagocitose-> bactérias que tem
diftérica (exemplo)
substâncias inibem a fagocitose
o Maioria inativadas por
❖ pH do ambiente-> estomago, com
aquecimento médio (60°) ->
pH ácido, muitas vezes mata
com exceção do estafilo e expressos- a partir disso Ag
toxinas termoestáveis. incorpora estruturas diferentes.
o Formaldeído-> destrói
atividade da maioria das Identificar o patógeno
exotoxinas (mas não afeta sua → Isolado: não se pode concluir que o que
antigenicidade) – uteis para foi isolado inicialmente seja o
vacinas. responsável por uma lesão de pele.
o Codificadas por genes de ❖ Pode ter seu habitat natural a pele
plasmídeos (DNA- extracelular) → Não sendo seu habitat natural =
e bacteriófagos. oportunista.
b. Endotoxina: mais relacionada aos
→ Koch: definiu critérios para determinar a
gram negativos; lipoproteína em
identidade de um organismo causador
parte integrante da parede celular
(falho para não cultiváveis in vitro)
gram negativa.
o LPS termoestáveis da membrana Infecção em Populações Humanas
externa gram negativa.
o Liberadas na circulação após a → Doenças podem ser transmissíveis ou
lise bacteriana. não entre pessoas.
o LPS-> com o polissacarídeo O → Oportunistas = geralmente, pessoas
(ag. Somático) protuberante, saudáveis não desenvolvem doenças,
um cerne polissacarídeo e mas quando a pessoa está
componente lipídico (lipídio A) imunodeprimida, desenvolve.
voltado para dentro. → Cólera -> muito transmissível –
❖ Efeitos dessas toxinas-> febre, contagiosa- epidemias.
choque, hipotensão e trombose → Botulismo -> não transmissíveis
(produzidos indiretamente pela
ativação de macrófagos) com
liberação de citocinas, ativação de
complemento e ativa a cascata de
coagulação.
❖ Falência de múltiplos órgãos =
morte.
❖ LPS em gram + = efeitos de menor
gravidade.
→ A eliminação da bactéria causadora por
antibióticos pode inicialmente exacerbar
os sintomas por provocar uma liberação
súbita e massiva da endotoxina na
circulação.

Variação Antigênica
→ Patógeno bem sucedido escapa das
defesas.
→ Estratégias -> várias Ag de superfície.
→ Mecanismos:
❖ Variação de fase -> capaz de
geneticamente ativar ou desativar
genes que codificam a expressão
dos Ag.
❖ Modificação genética -> modifica
gene que expressa o Ag – por
exemplo sequencia genes não
Microbiota Humana Normal
Microbiologia e Parasitologia I
Professor: Tarcísio Crocomo
Acadêmica: Ana Júlia Trierweiler Vieira

→ Microrganismos permanecem de forma


→ Humanos no período fetal estão em um comensal no organismo (ambos são
ambiente estéril e protegido. beneficiados).
→ Ao nascer ->fica exposto a → Função: proteção e defesa do
microrganismos que passam a colonizar organismo na tentativa de colonização
seu organismo de maneira equilibrada. de patógenos.
→ Cada região do corpo tem características → Estimula o sistema imune em recém
-> temperatura, umidade, substâncias natos.
inibitórias e nutrientes do local. → Auxiliam na absorção de nutrientes
→ O microrganismo no corpo humano → Os microrganismos são ubíquos
está submetido a constantes mudanças. (habitam diversos locais).
→ Fatores que podem alterar o balanço → Ecossistemas -> colonizados por uma
dos microrganismos: ampla e diversa microbiota.
➢ Idade → Microbiota que coloniza o corpo
➢ Alimentação humano = numerosa, complexa e
➢ Higiene diversa.
➢ Regulação hormonal → Corpo humano é habitado por 100
trilhões de células microbianas (10x + o
n° de células humanas).
→ Órgãos -> contato com o ambiente Microbiota Normal específica de
externo, ricos em microbiota. cada região
→ Cavidades -> são estéreis, como a
cavidade peritoneal.
→ Escherichia coli: organismo anaeróbio
facultativo que constitui menos de 0,1%
da população total de bactérias do trato
intestinal. Entretanto, essa E. coli
endógena é a principal causa de
infecções do trato urinário.
→ Existem dois tipos:
➢ Microbiota residente: microrganismo
que em grande quantidade em uma
região anatômica, em uma dada
população.
➢ Microbiota transitória: local, que não
o habitual, temporária, eliminada por
mecanismos naturais de defesa ou por
ações de limpeza.

Microbiota Residente vs. Transitória 1. Pele:


→ Toda extensão, + concentrada em
→ Caso a microbiota permanente esteja regiões + quentes e úmidas. (Exemplo:
intacta, a microbiota transitória não axila e períneo).
causa danos e é eliminada. → Chegando ao n° de 106 bactérias por
→ Porém, em desequilíbrio, a microbiota cm2.
transitória pode provocar doenças. → Predominam as bactérias Gram
➢ Se tornam patógenos se encontrados positivas, como: Staphylococcus,
em outro local que não o habitual. Corynebacterium e Propionobacterium.
→ Microbiota residente, indígena, normal (São normais).
ou autóctone:
➢ É importante na manutenção da 2. Vias aéreas superiores:
integridade do hospedeiro, quando → Cavidade bucal, orofaringe e
em equilíbrio. nasofaringe.
➢ Oferecem barreiras contra colonização → Podem ser encontrados: Streptococcus,
por patógenos: Lactobacillus, Fusobacterium, Velionella,
• Produzem substâncias utilizáveis Neisseria, Treponema, Candida,
pelo hospedeiro. Staphylococcus, Mycoplasma dentre
• Degradam produtos tóxicos. outras.
• Participam da modulação do → A microbiota da cavidade oral tem
sistema imune dos hospedeiros. grande importância já que doenças
→ Microrganismos podem se comportar periodontais e até endocardites
como patógenos oportunistas em subagudas podem ser causadas por
situações de desequilíbrio ou ao serem constituintes dessa microbiota.
introduzidos em sítios estéreis ou não → Fossas nasais = Corynebacterium e
específicos. Staphylococcus.
→ Microbiota Transitória:
➢ Microrganismo não patogênicos ou 3. Vias aéreas Inferiores:
potencialmente patogênicos, → Laringe, traqueia e bronquíolos
encontrados em superfícies externas → São regiões estéreis.
e internas, horas, dias ou semanas.
➢ Pouca importância se a microbiota
residente estiver em equilíbrio. 4. Trato geniturinário:
➢ Caso ocorra alteração neste → Predominam as Gram negativas.
equilíbrio, podem produzir doença.
→ Vagina -> população variada devido a
alterações hormonais.
→ Recém-nascidos são colonizadas por
lactobacilos nas primeiras 6 semanas.
→ Depois, a taxa de estrogênio decai, e há
colonização por estreptococos,
estafilococos e enterobactérias.
→ No início da puberdade a alteração nas
taxas de estrogênio geram novas
mudanças, tendo lactobacilos
predominantes.
→ O pH também é responsável por essas
mudanças, devido a quantidade de
glicogênio, que ao sofrer fermentação,
diminui o pH, dificultando o
→ Esôfago -> microbiota pouco
desenvolvimento de algumas bactérias.
numerosa, geralmente de colonização
→ Uretra anterior ->colonização variada,
apenas transitória.
podendo lactobacillus, estreptococos,
→ Estômago -> devido ao pH altamente
estafilococos, epidermidis e difteróides.
ácido, são tolerantes poucas bactérias,
➢ Estreptococos fecalis e Candida
como Lactobacillus, Streptococcus spp.
pode também estar presente de
(produtoras de ácido lático) e
forma transitória, assim como E.coli.
Helicobacter pylori (causadora de
→ Ureteres, bexiga e rins -> não possuem
gastrites e úlceras).
microbiota residente e a cérvice
→ Intestino Delgado -> mais frequentes,
geralmente não é colonizada.
estafilococos, estreptococos e
lactobacilos, encontrados anaeróbicos.
5. Conjuntiva:
➢ Podem ser encontrados no delgado
→ Pode ser estéril ou colonizada por
proximal também cocos Gram
Difteróides, Estafilo epidermidis e
positivos resistentes a acidez gástrica.
estreptococos não hemolíticos.
➢ Ácidos biliares são inibidores do
→ Esta microbiota é controlada pela
crescimento das bactérias um vitro.
lágrima que contém lizosima que age
→ Íleo -> aumenta a microbiota, inclui
como importante bactericida.
bactérias anaeróbias devido ao baixo
poder de oxirredução.
6. Ouvido externo:
→ Intestino grosso -> maior concentração
→ Possui semelhança com a microbiota da
de microrganismos até 1011 g/ fezes, além
pele.
do aumento de bactérias anaeróbias,
7. Microbiota Intestinal Humana:
superando as outras.
→ Atuação:
➢ Nesta microbiota normal, predomina
➢ Modulação do sistema imune
a Eubacterium, Bifidobacterium e
➢ Degradação de componentes não
Bacterióides.
digeríveis da dieta
➢ Todos humanos também são
➢ Produção de ácido graxo de cadeia
portadores de E.coli nesta
curta
microbiota. Também de cocos Gram
➢ Proteção do epitélio intestinal contra
+ resistentes á acidez.
patógenos
→ Distribuição horizontal: luz, camada de muco e
➢ Síntese de vitaminas -> tiamina,
epitélio.
riboflavina, piridoxina, B12 e K
→ A luz intestinal é a região com maior variedade
→ Papel importante na manutenção da
microbiana comparada com a camada de muco
integridade do hospedeiro, forte
e o epitélio,
impacto na fisiologia e na nutrição do
→ Algumas ações são feitas pela própria flora
hospedeiro e é crucial para a vida
intestinal para garantir suas características
humana.
próprias:
➢ E.coli inibe o crescimento bacteriano que as outras crianças. Também
de Shiguela e de outras bactérias por influenciam o crescimento bacteriano da
competir por fontes de carbono em mesma ou de diferentes espécies.
locais com baixo oxigênio. → Os lactobacilos não são influenciados
➢ Lactobacilos competem por sítios de pelo tipo de amamentação.
adesão com outras bactérias, além de → Crianças amamentadas LM menos
produzir substanciais inibidoras de colonizadas por Klebsiella, Enterobacter
crescimento para outros e menos quantidade de sorotipos de
microrganismos da microbiota. E.coli (possuem menor frequência de
➢ Bactérias facultativas, por seu alto E.coli portadora de antígeno K I, que
consumo de oxigênio, criam costuma causar meningite em recém-
condições de anaerobiose, nascidos)
garantindo o crescimento de → A microbiota da criança deriva da mãe,
anaeróbios. (canal de parto), e tardiamente bactérias
➢ Subprodutos do metabolismo que se encontram nos alimentos e do
próprio principalmente das bactérias meio em que vive (cesárea).
anaeróbias, como ácido acético, → As bactérias hospitalares e dos
butírico e propiônico, promovem profissionais da saúde envolvidos no
um ambiente intralumial de restrito nascimento também fontes de formação
crescimento bacteriano, contribuindo da microbiota do bebê.
para um equilíbrio da microbiota → Portanto há diferença MB de RN de
intestinal. países desenvolvidos e
➢ Quorum-sensing é realizado com a subdesenvolvidos, principalmente por
produção e detecção de moléculas questões de higiene, do local de
sinalizadoras denominadas auto nascimento e da própria mãe.
indutoras, utilizando por bactérias
Gram positivas e Gram negativas. 2. Idosos:
Moduladores bacterianos, → Mais rica em clostrídeos e menos
importantes para a formação e acentuada, em lactobacilos, coliformes e
manutenção da flora intestinal. enterococos que adulta.
→ As bifidobactérias em menor
Microbiota Intestinal em diferentes
quantidade, enquanto os bacterióides e
fases da vida
eubactérias se mesma proporção em
ambas as faixas etárias.

Desequilíbrio da microbiota intestinal


→ Pode ser provocada por diversos fatores
como alimentação inadequada,
utilização indiscriminada de alguns
medicamentos, estresse e
envelhecimento.
→ Algumas doenças decorrentes deste
desequilíbrio são:
➢ Síndrome do intestino irritável
➢ Infecções intestinais
➢ Enterocolite pseudomembranosa
➢ Síndrome da alça estagnante
➢ ITU
➢ Infecções peritoneais
1. Recém-nascido:
➢ Infecções intravasculares
→ Quando amamentado com leite
➢ Doenças inflamatórias intestinais
materno, possui maior concentração de
➢ Câncer
estafilococos e bifidobactérias e menor
quantidade de clostrídeos e enterococos
Interações bactérias hospedeiro
→ Corpo humano é um conjunto de
nichos ambientais que fornece nutrientes
necessários para o seu crescimento.
→ Corpo não é ambiente uniforme –
crescimento de determinados
microrganismos é favorecido:
➢ Pele: ambiente relativamente seco
favorece crescimento d e S. aureus.
➢ Pulmões: ambiente altamente
oxigenado favorece crescimento do
aeróbio Mycobacterium tuberculosis.
➢ Intestino grosso: ambiente anóxico
favorece crescimento dos anaeróbios
estritos Clostridium e Bacteroides.
→ Hospedeiros -> mecanismo de defesa.
→ Microrganismos que conseguem
colonizar um hospedeiro com sucesso
sobrepujam esses mecanismos de defesa.

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