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Vacinação e saúde

Capítulo 12 – 7º ano
Prof. Adriana Allek Litaiff
A varíola e o desenvolvimento da vacina
Há alguns séculos, a varíola foi uma das doenças que
mais causou mortes no mundo. Ela já foi usada como
arma biológica em guerras, e algumas civilizações até
possuíam divindades relacionadas à doença.

Até o início do século XX, as pessoas que adquiriam a


doença estavam condenadas à morte ou ficavam com
sequelas, como cicatrizes no corpo e cegueira. A
varíola era identificada principalmente pela presença
de feridas cheias de pus na pele, além de sintomas
como vômitos, cansaço e dores no corpo.

O grande impacto causado pela doença impulsionou o


desenvolvimento das vacinas.
A varíola e o
desenvolvimento da vacina
A variolização: Entre os séculos X e XI, os chineses realizavam um ritual que
consistia em moer cascas de feridas dos pacientes com varíola e, com o
auxílio de bambus, soprá-las nas narinas de indivíduos. Essa prática era
utilizada contra a varíola, como forma de proteger as pessoas saudáveis,
tornando-as imunes à doença. O método nem sempre era bem-sucedido, e
boa parte das pessoas acabava morrendo de varíola. Porém, nos casos em
que funcionava, impedia as pessoas saudáveis de serem contaminadas pela
doença.
O método se espalhou por toda a Inglaterra. Grande parte das pessoas
submetidas ao tratamento ficou imune à varíola, mas ainda houve mortes
pela doença após o processo.
A varíola e o
desenvolvimento da vacina
A vacina contra a varíola: Edward Jenner (1749-1823) foi um médico que
viveu na área rural da Inglaterra no final do século XVIII. Ele conhecia e
aplicava o método de variolização.

Experimento 1 - Jenner também sabia que mulheres ordenhadeiras que


haviam contraído a varíola bovina eram imunes à varíola humana. Por isso,
ele usou a secreção das feridas de uma jovem que contraiu a doença do gado
para inoculá-la em uma criança saudável, atitude, atualmente, antiética e
proibida. O menino adoeceu, mas de forma menos grave. Depois de um
tempo, ele repetiu a operação, e o menino se manteve saudável.
A varíola e o desenvolvimento da vacina
Experimento 2 - Outro experimento que Jenner realizou foi inocular o
material das feridas de uma pessoa com a doença do gado em um indivíduo
saudável e, posteriormente, inocular no mesmo indivíduo o material de uma
pessoa com varíola humana. Ao fazer isso, ele constatou que a pessoa não
contraiu a doença. Assim, Jenner conseguiu desenvolver uma vacina para a
varíola, que consistia em um método seguro de imunização e que não levava
as pessoas à morte, diferentemente da variolização.

Após alguns anos, a vacinação contra a varíola foi disseminada, e o processo


de variolização foi proibido.
A vacina de Pasteur
No final do século XVIII, Louis Pasteur (1822-1895) pesquisava a cólera aviária,
causada pela bactéria Pasteurella multocida.
O cientista já sabia que a doença era causada por uma bactéria que se alojava no
intestino desses animais. Ele estava criando essas bactérias em tubos de ensaio com o
objetivo de descobrir como elas poderiam ser eliminadas sem que os animais
morressem.
Em certa ocasião, alguns dos tubos acabaram sendo deixados fora das estufas. Sem
saber do ocorrido, Pasteur injetou amostras dessas bactérias em algumas galinhas,
que não foram acometidas pela doença.
A vacina de Pasteur
Estranhando o fato de as galinhas não terem adoecido, Pasteur preparou
novas culturas de bactérias e injetou-as nas mesmas aves que haviam sido
inoculadas com a cultura envelhecida.
A vacina de Pasteur
Novamente, as galinhas permaneceram saudáveis. O cientista, então, injetou
a amostra fresca em um grupo de animais que não havia sido submetido a
nenhuma inoculação, o que provocou sua morte.
A vacina de Pasteur
Levando em consideração os trabalhos de Edward Jenner,
Pasteur pensou que tais culturas possuíam bactérias
atenuadas ou enfraquecidas, mas ainda assim capazes de
gerar resistência à doença nas galinhas. A fim de
comprovar sua hipótese, ele realizou testes com as
bactérias de uma doença chamada antraz, que acomete
rebanhos. Ao injetar bactérias enfraquecidas dessa
doença nos animais, Pasteur observou que eles também
ficaram imunes ao antraz. É com base nesse princípio,
desenvolvido por Pasteur, que as vacinas são produzidas
atualmente.
Implementação da vacina no Brasil
No Brasil, o processo de implementação
da vacinação foi bastante conturbado.
No começo do século XX, a cidade do Rio
de Janeiro era foco de uma série de
doenças, o que fez o governo decretar a
vacinação obrigatória à população.
A medida, porém, foi aplicada sem o
devido esclarecimento ao povo, que
chegou a ter suas casas invadidas por
agentes sanitários para a realização do
procedimento. Esse cenário gerou forte
reação popular e culminou no evento
conhecido como Revolta da Vacina.
Implementação da vacina no Brasil
Diante disso, a obrigatoriedade da vacina
contra a varíola acabou sendo revogada
pelo presidente. No entanto, ainda havia
algumas imposições para convencer as
pessoas a se vacinarem, como as
permissões para casar e para estudar
concedidas apenas a quem se submetesse
ao processo.

Com o tempo, o número de pessoas


contaminadas reduziu, e a população
começou a se dirigir voluntariamente às
unidades de saúde para receber a vacina.
Posteriormente, a varíola foi controlada,
não havendo mais casos da doença.
Defesas do corpo humano
• As estruturas de defesa do corpo
humano formam o sistema imunitário
(imunológico ou imune).

• O sistema de defesa do corpo humano


apresenta componentes distribuídos pelo
organismo que interagem com quase
todos os tecidos e órgãos. Nos tecidos
linfoides, incluem-se o timo, a medula
óssea, o baço e os linfonodos. Além
desses componentes, também é
fundamental a participação do sangue e
da linfa, que são fluidos constituídos
basicamente de água, solutos dissolvidos
e componentes celulares.
Defesas do corpo humano

• Nos linfonodos é onde ocorre a


maturação de uma variedade de
glóbulos brancos (ou leucócitos),
que são células de defesa do
organismo. Os linfonodos
funcionam como filtros para a
retenção de materiais estranhos ao
corpo.
Imunidades inata e adaptativa
• Qualquer resposta imune envolve, primeiramente, o
reconhecimento do patógeno (organismo nocivo que pode causar
doenças) ou de qualquer outro material estranho e, em seguida, a
elaboração de uma reação, com o objetivo de eliminá-lo do
organismo.
• De uma forma mais ampla, os diferentes tipos de resposta imune
enquadram-se em duas categorias: respostas inatas (ou não
adaptativas) e respostas adaptativas.
Imunidade inata
As defesas inatas são mecanismos de proteção que promovem a
inibição da entrada de patógenos em outros organismos. Nos humanos,
a defesa inata inclui barreiras físicas e mecanismos de defesa celulares
e químicos.
Exemplos: pele, microbiota normal, tecidos que secretam muco,
lágrimas, o muco nasal, saliva.
Essas barreiras e secreções são mecanismos de defesa não específicos
porque agem da mesma maneira sobre todos os patógenos invasores.
Imunidade adaptativa
• As defesas inespecíficas (inatas) são numerosas e eficientes, mas
alguns invasores escapam e precisam ser combatidos por
mecanismos de defesa específicos. O reconhecimento e a destruição
de substâncias específicas são importantes funções do sistema
imune dos animais.
• A resposta imune adaptativa é um mecanismo específico para um
patógeno. Ou seja, as moléculas estranhas que ultrapassam as
barreiras inatas e penetram no corpo, chamadas de antígenos, são
reconhecidas no organismo por um conjunto de células, os
linfócitos.
Imunidade adaptativa
• Além disso, apesar de a resposta inata não se alterar mediante
exposição repetida a um agente infeccioso, a resposta adaptativa
torna-se mais eficiente após cada encontro com o mesmo
patógeno.
A exposição aos patógenos causadores dessas
doenças induz a uma resposta imune adaptativa,
que gera uma imunidade prolongada após a
MEMÓRIA
infecção. Isso significa que o organismo “guarda”
IMUNOLÓGICA uma memória do causador de determinada
doença e estabelece um poder de resposta
eficiente caso volte a ter contato com ele.
Imunidade adaptativa
• Quando o ser humano é submetido, pela primeira vez, a um
antígeno tem-se uma resposta imunitária primária.
• Essa ação ocorre porque, após a invasão pelo antígeno, um conjunto
de linfócitos (linfócitos T e B) identifica antígenos, produz anticorpos
e desenvolve as células de memória imunológica.
• Desse modo, os encontros subsequentes com o mesmo antígeno
irão resultar em uma maior e mais rápida produção de anticorpos,
denominada resposta imunitária secundária.
Imunidade adaptativa
Imunidades inata e adaptativa
Imunização: passiva e ativa
Mini teste capítulo 12

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