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Afonso Kilola
Andreia Manuel
Claudina Miguel
Faustina Júnior
Germano Teixeira
Jandira Lopes Monteiro
Jéssica Sobral
Kisevisa Teresa A. João
Lídia E. Segunda
Maria Isabel Bartolomeu
Neide Inês da Costa
Ruth A. Simão Sukila
Sara da Glória Cipriano
Sofia Silva Quiala
Verónica Nsambo
Verónica José
Winelssa M.Garcia
Introdução
Neste trabalho iremos falar sobre a a historia da imunulogia ,que é a ciência que estuda
o sistema imunitário (ou imunológico ou imune) na saúde e na doença. O sistema
imunitário tem papéis muito variados desde o controlo de infeções e tumores, até à
manutenção da homeostasia dos diferentes tecidos, particularmente daqueles que estão
na interface com o mundo exterior. A sua regulação que é essencial para prevenir
respostas contra o próprio (auto-imunes) e contra o meio ambiente (alérgicas),
constituindo uma área importante de intervenção terapêutica em oncologia e
transplantação.
Histórico
A palavra imunidade, de origem latina, significa “isento” ou “livre”, e refere-se aos
mecanismos utilizados pelo organismo como proteção contra agentes presentes no
ambiente e estranhos ao corpo. Os primeiros relatos históricos sobre imunidade foram
feitas pelo historiador ateniense Tucídides em 430 a.C. Durante a “praga de Atena”,
Tucídides observou que aqueles, que haviam contraído a praga e se recuperado,
conseguiam cuidar dos doentes sem contrair a doença pela segunda vez.
Louis Pasteur, químico e microbiologista francês, também deixou sua contribuição para
a imunologia, especialmente para os estudos de vacina. Em seus experimentos com
cólera aviária, Pasteur notou que culturas de bactérias velhas perdem parte de sua
capacidade de causar doenças e matar. Ao inocular uma cultura velha de bactérias nas
aves, elas adoeceram, mas conseguiram se recuperar. Ao reinoculá-las com uma cultura
nova, Pasteur observou que elas permaneceram sadias. Desta forma, ele demonstrou não
só a diminuição da virulência da bactéria, mas também comprovou que o uso do
patógeno atenuado pode levar à proteção contra uma doença. A este processo, Pasteur
deu o nome de vacinação, em honra ao trabalho de Jenner. Até os dias atuais o termo
vacinação é usado para descrever a inoculação de amostras atenuadas de agentes
patogênicos em indivíduos saudáveis, a fim de conferir proteção contra determinadas
doenças.
A pesquisa por novos métodos que levassem à proteção contra doenças deu seguimento.
No início da década de 1890, Emil von Behring e Kitasato Shibasaburo descobriram que
o soro de animais imunes à difteria ou ao tétano continha uma atividade antitóxica
específica que poderia conferir uma proteção a curto prazo contra os efeitos das toxinas
em pessoas. Atualmente esta técnica também é utilizada para a produção de anticorpos
contra venenos de serpentes, escorpiões e aranhas. Os anticorpos produzidos se ligam
especificamente às toxinas e neutralizam suas atividades.
1. Fatores mecânicos
O epitélio serve como uma barreira física que dificulta a penetração da maioria dos
microorganismo infecciosos. Deste modo, a pele age como nossa primeira linha de
defesa contra organismos invasores. O processo de descamação do epitélio da pele é
importante para ajudar a remover bactérias e outros agentes infecciosos que ficam
aderidos ao epitélio. A movimentação conferida aos cílios e ao intestino (peristaltismo)
ajuda a manter os microorganismos longe das vias aéreas e do trato gastrointestinal.
A produção das lágrimas e da saliva cooperam para prevenir as infecções nos olhos e
na boca. Assim como o muco presente no trato respiratório e gastrointestinal também
ajuda a prevenir infecções nos pulmões e no sistema digestivo.
2. Fatores químicos
Os ácidos graxos são exemplos de primeira linha de defesa através de fatores químicos,
eles estão presentes no suor,e deste modo inibem o crescimento de bactéria. Do mesmo
modo, a lisozima e fosfolipase encontrados na lágrima, saliva e secreção nasal tem a
propriedade de destruir as bactérias através da dissolução das paredes bacterianas e da
destabilização de suas membranas. O pH também é uma importante ferramenta para o
combate a invasão de patógenos, o pH baixo, comum no suor e na secreção gástrica
ajuda a previnir o crescimento bacteriano.
3. Fatores biológicos
Existem bactérias que convivem em harmonia com nosso organismo. Essa flora normal
da pele e no trato gastrointestinal ajudam a prevenir a colonização de bactérias que
causam doenças, através da secreção de substâncias tóxicas ou pela competição com
bactéria patogênica por nutrientes ou pela ligação à superfície da célula.
Segunda linha de defesa - O Sistema Imune Inato
Caso a primeira linha de defesa não tenha sido suficiente para conter a entrada do
patógeno, a segunda linha de defesa entra em ação. Esta linha de defesa consiste em
combater os microorganismos que entram nas células, incidindo em mecanismos de
defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma
infecção. Tratase de um mecanismo inato, que não mudarão durante toda a vida. Esta
linha de defesa elimina cerca de 12% dos antígenos.
Deste modo, esta linha de defesa possui baixa especificidade, sendo capaz de
reconhecer microorganismos que expressam determinado padrão molecular, mas não
diferenciando os entre sí.
Imunidade Inata (natural ou nativa) significa que o individuo já nasce com ela;
esse tipo de defesa está sempre presente nos individuos saudavéis, estando
preparado para bloquear a entrada de microorganismo e para eliminar
rapidamente aqueles que conseguem entrar nos tecidos do hospedeiro. Os
elementos que conferem essa proteção estão sempre presentes e disponiveis no
intuito de proteger o organismo de invasores externos. Os elementos podem ser
externos (a peles, membranas mucosas, reflexos da tosse, o pH, etc) ou podem
ser internos (febre, interferons, substancias secretadas pelos leucócitos, células
fagocíticas, etc).
A imunidade adquirida ainda pode ser dividida em dois grupos que interagem entre si,
com o intuito de eliminar o antígeno. Um desses grupos é mediado essencialmente pelo
linfócito B e os anticorpos circulantes, chamado de humoral. O outro grupo é mediado
pelas células T, que atacam o antígeno através da liberação de citocinas, este grupo é
chamado de imunidade celular.
Mas a vigilância efetuada pelo sistema imunológico estende-se muito para além dos
microorganismos patogénicos, sendo hoje, por exemplo, claro o seu contributo para a
defesa contra tumores. Um dos principais avanços da oncologia na última década foi a
manipulação terapêutica da resposta imunológica.
Numa visão alargada, podemos, portanto, dizer que o sistema imunitário assegura a
homeostasia dos tecidos conseguindo identificar os fatores de perigo e promover as
respostas para a sua eliminação.
Nestes processos é muito importante que este reconhecimento seja adequado e que não
sejam desenvolvidas respostas contra estruturas do próprio organismo. A quebra desta
tolerância para com o próprio está na base das doenças autoimunes, como a Diabetes
tipo 1, o Lupus Eritematoso Sistémico, a Artrite Reumatóide ou a Esclerose Múltipla.
O sistema imunitário deve ainda ser tolerante para com o ambiente em que o indivíduo
está integrado de forma a não gerar respostas inapropriadas contra por exemplo
alimentos, pólenes, etc, traduzindo-se no que chamamos de alergias.
A importância da Imunologia
O sistema imunitário fornece modelos únicos para o estudo da organização genómica e
da regulação da expressão génica, bem como de Biologia Celular, Bioquímica e
Biofísica. Os avanços das técnicas de sequenciação massiva, da proteómica,
metabolómica, etc, promoveram um avanço enorme no nosso conhecimento e geraram
um grande número de novas questões. Salienta-se a identificação de múltiplas mutações
que estão na base de imunodeficiências primárias e que constituem modelos naturais
para a compreensão dos determinantes genéticos do funcionamento do sistema
imunitário. Por outro lado para integrar todos os componentes e mimetizar as respostas
imunológicas e o equilíbrio basal do sistema, é muito importante o recurso às
metodologias da sociologia e ecologia, bem como à modelação matemática e ao
machine learning. Estas metodologias são também essenciais para integrar a
diversidade individual e a heterogeneidade das respostas, o que pode ser essencial por
exemplo quando se analisam os resultados de uma vacina ou de uma terapêutica com
intervenção no sistema imunitário ou, mesmo, de uma resposta imunológica numa
pandemia como a do SARS-CoV-2.
Conclusão
A imunologia estuda este sistema que é complexo mas fascinante na forma
hierarquizada como se organiza e se auto-regula a todos os níveis desde o órgão, à
célula e suas vias metabólicas, à proteína e ao gene, assegurando os múltiplos tipos de
respostas efetoras apropriadas para qualquer possível agente patogénico e para manter a
homeostasia.