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➢ A dengue é a arbovirose mais frequente e representa um sério

NOÇÕES BÁSICAS DE problema de saúde pública devido ao grande número de casos da


doença.

DOENÇAS AGENTE ETIOLÓGICO


➢ A principal forma de transmissão é pela picada dos mosquitos
Aedes aegypti. Há registros de transmissão vertical (gestante -
➢ As doenças endêmicas preocupam, a saúde pública há quase um bebê) e por transfusão de sangue.
século, graças ao avanço das investigações científicas e da ➢ A Dengue é provocada por um flavivírus – um vírus do gênero
medicina, essas doenças puderam ser controladas. Flavivirus e da família Flaviviridae -, que é um patógeno de RNA,
➢ As doenças endêmicas são assim chamadas quando atingem uma envelopado e que possui 4 sorotipos bem estabelecidos:
determinada área geográfica e apresenta um padrão de DENV-1 / DENV-2 / DENV-3 / DENV-4.
ocorrência relativamente estável com elevada incidência ou ➢ Em termos de virulência, o 2 é o que mais se destaca, seguido pelo
prevalência. 3, depois o 4 e, por último, o sorotipo 1 (2 > 3 > 4 > 1).
➢ Por definição, Endemia é uma enfermidade, geralmente infecciosa
que reina constantemente um certo país ou região por influência TRANSMISSÃO
de causa local. ➢ A dengue é transmitida pelo Aedes aegypti, um mosquito de hábito
➢ As principais doenças endêmicas do Brasil são: a malária; a diurno, com preferência por ambientes urbanos.
leishmaniose; a esquistossomose; a febre amarela; a dengue; o ➢ Sua proliferação ocorre através da deposição de ovos em água
tracoma; a doença de Chagas; a Hanseníase; a tuberculose; a parada, que eclodem posteriormente formando larvas.
cólera e a gripe A. ➢ Esses ovos podem sobreviver por cerca de 1 ano ou mais fora da
➢ As grandes endemias constituem hoje um dos maiores desafios à água, aguardando condições favoráveis para se desenvolver.
saúde pública, uma vez que atingem principalmente pessoas ➢ O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa doente na fase de
menos favorecidas, entre as doenças endêmicas citadas a maioria viremia, que começa um dia antes do surgimento da febre e vai até
delas são oriundas da pobreza, isto é, de condições precárias de o sexto dia de doença. Uma vez infectada a fêmea do mosquito
vida, a falta de saneamento básico é um dos principais fatores que inocula o vírus junto com a sua saliva ao picar a pessoa sadia.
contribuem para o aparecimento de algumas doenças, tais como:
a malária, a cólera, a hanseníase , etc.

➢ O mosquito Aedes aegypti é o transmissor de dengue, zika,


chikungunya e febre-amarela (ciclo urbano). Essas doenças
infecciosas transmitidas por insetos são chamadas arboviroses.
➢ A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar
doença grave, levando à morte.
PREVENÇÃO
➢ Uma forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o FISIOPATOLOGIA DA DENGUE
domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. ➢ Assim que o paciente é contaminado pelo mosquito, o vírus penetra
➢ Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando na corrente sanguínea e nesse primeiro momento ele vai se
os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às deslocar preferencialmente para 3 locais: Monócitos, Linfonodos e
picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Musculatura Esquelética.
➢ Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as ➢ O objetivo nessa etapa é se multiplicar. Então o RNA viral vai ser
instruções do rótulo. interpretado nos lisossomos para que sejam produzidas proteínas
➢ Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que virais e, daí, a maturação dos vírions irá ocorrer dentro de organelas
dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e como o Complexo de Golgi ou o Retículo Endoplasmático, o que
trabalhadores noturnos). permitirá a liberação dos mesmos novamente na corrente
sanguínea após um determinado período.
ASPECTOS CLÍNICOS ➢ É nesse momento que o vírus irá se disseminar por todo o corpo do
➢ Doença viral infecciosa febril aguda, que pode ser de curso paciente estimulando a produção de citocinas pró-inflamatórias –
benigno ou grave, a depender de sua forma de apresentação: como a TNF-a e IL-6, especialmente – e iniciando a fase sintomática
formas inaparentes, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da da doença, sendo que uma das estruturas mais afetadas pela
dengue (FHD) ou síndrome do choque da dengue (SCD), podendo inflamação é a parede vascular, o que acaba aumentando a sua
evoluir para o óbito. permeabilidade.
➢ Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta
(39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, QUADRO CLÍNICO DA DENGUE
acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, ➢ A dengue pode ser assintomática ou sintomática. Nos casos
prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na sintomáticos, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo
pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril espectro clínico, variando desde formas oligossintomáticas até
inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. quadros graves, podendo evoluir para o óbito.
➢ A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, ➢ O Ministério da Saúde classifica a dengue em 3 fases clínicas: Febril,
vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros crítica e de recuperação.
sintomas. ➢ FEBRIL:
→ Corresponde ao período sintomático clássico da doença. Ela se
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS apresenta com uma febre alta (39-40ºC) de início súbito e
➢ Estima-se que a Dengue acometa, nas regiões tropicais, cerca de duração de 2 a 7 dias.
50 milhões de pessoas anualmente, sendo que dessas, em torno de → Além disso, o paciente também pode ter náuseas e vômitos,
500 mil são quadros graves com sintomas hemorrágicos. anorexia, diarreia e exantema (no padrão máculo-papular,
➢ Desde 1980 o Brasil tem se destacado por contribuir com afetando todo o corpo do paciente.
aproximadamente 70% desses casos. O que nos faz entender que a ➢ CRÍTICA:
Dengue é, na verdade, um problema de saúde pública – e é até → Após a fase febril, boa parte dos pacientes evoluem direto para
por isso que se trata de uma doença de notificação compulsória, ou a recuperação, havendo melhora dos sintomas e do estado
seja, é obrigatório notificar não só o diagnóstico, mas também os geral.
casos em que foi levantada a suspeita de Dengue.
→ Contudo, uma parte das pessoas podem entrar no que
chamamos de fase crítica, a qual se caracteriza por uma
melhora da febre entre o 3º e o 7º dia de doença, associada ao
desenvolvimento de sinais de alarme, os quais são:
Dor abdominal intensa / Vômitos persistentes / Acúmulo de
líquidos / Letargia, irritabilidade / Hipotensão Postural /
Hepatomegalia > 2cm / Sangramento de mucosa / Aumento do
hematócrito.
→ De maneira sistemática, a gente sempre precisa investigar a
presença desses sinais em pacientes com diagnóstico ou suspeita
de Dengue e mesmo quando não encontramos nada,
deveremos orientar os pacientes para que retornem ao serviço
caso identifiquem qualquer um desses sinais.
→ O que a presença de algum sinal quer dizer? Que o paciente está
deteriorando tem uma chance maior de evoluir com
complicações da doença, sendo as principais: choque,
hemorragia grave e disfunção orgânica.
➢ RECUPERAÇÃO:
→ Por fim, a última fase da doença é a de recuperação, que é
quando o paciente começa a ter uma melhora progressiva dos
sintomas e do estado geral, mas isso não significa que vamos ficar
tranquilos e pronto.
→ Lembre-se que a fase crítica começa do mesmo jeito, então é
importante continuar acompanhando o paciente por um tempo
e mantê-lo orientado de que deve retornar aos serviços caso
identifique algum dos sinais de alarme.
ESTADIAMENTO CLÍNICO DA DENGUE
➢ O atendimento inicial ao paciente com suspeita de dengue deve
ser baseado na anamnese e história clínica.
➢ Deve-se classificar o paciente em grupos para manejo adequado.
São eles, o grupo:
• A: paciente com suspeita de dengue, sem sinais de alarme ou
condições especiais;
• B: paciente com suspeita de dengue, sem sinais de alarme, mas
com condições especiais;
• C: paciente com diagnóstico de dengue e com sinais de alarme;
• D: paciente com diagnóstico de dengue grave, apresentando
choque, hemorragia ou disfunção orgânica.
TRATAMENTO PARA A DENGUE
➢ CATEGORIA A:
→ O paciente do grupo A é aquele com que a gente menos se
preocupa porque ele está bem e desenvolvendo um quadro
clássico da doença que tende a regredir dentro de dias. Dessa
forma, é solicitado os exames diagnósticos e prescrição de
dipirona.
→ Somado a isso, o acompanhamento desses pacientes deve ser
feito em ambulatório, no entanto, é fundamental que o paciente
seja orientado a fazer repouso e a se hidratar bastante, bem
como ele deve ser informado para retornar ao serviço o mais
rápido possível caso apareça qualquer um dos sinais de alarme.
➢ CATEGORIA B:
→ É aquele em que, apesar de os pacientes estarem bem, eles
possuem alguma condição de base que pode piorar com o
quadro de dengue, como é o caso de doenças
cardiovasculares, por exemplo.
→ Dessa forma, o melhor é manter o acompanhamento em leitos
DIAGNÓSTICO de observação.
➢ A presença de um quadro clínico clássico somado com um período ➢ CATEGORIA C:
somado a um período epidemiologicamente ativo – como → O paciente agora está em um quadro grave.
acontece nos casos de surto, por exemplo -, dispensa qualquer → Normalmente precisa ser internado e receber reposição
outra investigação para a doença. Mas fora isso, o método de volêmica imediata (10mL/kg de soro fisiológico na 1ª hora), além
escolha para fazer o diagnóstico da Dengue depende do tempo de receber aqueles medicamentos para controle de sintomas.
de início da doença. → Além disso, esses pacientes também precisam ser submetidos a
➢ ATÉ 5 DIAS todos os exames diagnósticos e mais um pouco, o que inclui:
→ Durante os 5 primeiros dias da doença, o paciente ainda não vai Hemograma; Transaminases; Albumina Sérica; Ureia e Creatinina;
ter desenvolvido sorologia para Dengue, de modo que a única Glicemia; Gasometria; ECG/ECO; Radiografia de Tórax; USG de
forma que teremos de fazer esse diagnóstico é através da Abdome.
dosagem de partículas relacionadas ao próprio vírus causador. ➢ CATEGORIA D:
→ Assim, as opções são: Pesquisa de Antígeno Viral (NS1) / Teste de → O paciente da categoria D já está em um quadro tão grave que
Amplificação Genética (RRT-PCR) / Imuno-histoquímica Tecidual precisa ser manejado na sala de emergência, sendo que ele
/ Cultura. também receberá medicamentos para controle de sintomas,
➢ APÓS 5 DIAS fará todos aqueles exames do grupo C e receberá reposição
→ Do sexto dia em diante, aqueles métodos que de ver aqui não volêmica imediata (20mL/kg de solução salina por via parenteral
serão mais tão válidos para fazer o diagnóstico do paciente e é em até 20min).
por isso que entra em cena a sorologia com pesquisa de
anticorpos IgM e IgG. VACINA PARA DENGUE: ATUALIZAÇÕES SOBRE O ASSUNTO
➢ Até fevereiro de 2023, a única vacina disponível no Brasil para a ➢ No entanto, a dor nas articulações pode persistir por
Dengue era a chamada de Dengvaxia, do laboratório francês aproximadamente um mês.
Sanofi Pasteur. Entretanto, esse imunizante não está disponível no ➢ Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem,
Sistema Único de Saúde (SUS), apenas nas redes privadas. excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês
➢ Além disso, essa vacina, segundo a Anvisa e OMS, é recomendada de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
apenas para aqueles que já tiveram contato com o vírus e não para
uso de todos, como forma de prevenção. TRANSMISSÃO
➢ Entretanto, no início de março do mesmo ano, outra vacina surgiu ➢ O principal modo de transmissão descrito do vírus é pela picada do
ao mercado: a Qdenga, do laboratório japanês Takeda. Essa Aedes aegypti.
vacina, segundo a Anvisa é autorizada para ser usada também em ➢ Outras possíveis formas de transmissão do vírus zika precisam ser
pacientes que nunca tiveram contato com o vírus da dengue. avaliadas com mais profundidade, com base em estudos
➢ A Qdengue, que é uma vacina composta com quatro sorotipos científicos.
diferentes dos vírus da dengue, é indica para faixa etária de 4 a 60 ➢ Não há evidências de transmissão do vírus zika por meio do leite
anos. Será aplicada em duas doses, sendo necessário um intervalo materno, assim como por urina e saliva.
de três meses entre cada aplicação. ➢ Conforme estudos aplicados na Polinésia Francesa, não foi
identificada a replicação do vírus em amostras do leite, assim como
a doença não pode ser classificada como sexualmente
transmissível.
➢ Também não há descrição de transmissão por saliva. É crescente a
evidência de que o vírus pode ser sexualmente transmissível.
➢ O zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela
primeira vez no Brasil em abril de 2015. PREVENÇÃO
➢ O vírus zika recebeu a mesma denominação do local de origem de ➢ Ainda não existe vacina ou medicamentos contra zika.
sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas ➢ A única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo
para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros.
Uganda. ➢ Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando
➢ Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus zika não os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às
desenvolvem manifestações clínicas. picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos.
➢ Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as
SINTOMAS instruções do rótulo.
➢ Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves ➢ Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que
nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e
vermelhidão nos olhos. trabalhadores noturnos). A OMS recomenda, dentre outras
➢ Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de medidas, a prática de sexo seguro por mulheres gestantes que
garganta, tosse e vômitos. vivem em áreas de alta transmissão do vírus.
➢ No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas
desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.
Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações)
torna-se crônica, podendo persistir por anos.

➢ O Chikungunya é um arbovírus (“vírus transmitidos por artrópodes”) Importante: É possível que se desenvolva manifestações atípicas no
com um único sorotipo, diferente do vírus da dengue que tem sistema nervoso, cardiovascular, pele, rins e outros (informações
quatro sorotipos. detalhadas no quadro abaixo).
➢ Pode ser transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes
albopictus. Portanto, a doença deve ser prevenida da mesma
forma com que se combate à dengue, ou seja, eliminando os
criadouros do inseto.
➢ No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em
2014. Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um
dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos
pacientes que foram atendidos na primeira epidemia
documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África, entre
1952 e 1953.
➢ Não há vacina ou antivirais para o Chikungunya e o tratamento
deve ser feito sob orientação médica, para combater os sintomas
da doença.

SINTOMAS
➢ Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas
nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e
pulsos.
➢ Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas
vermelhas na pele.
➢ Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de
infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.
➢ Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do
mosquito.
➢ O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada,
durante o período em que o vírus está presente no organismo
infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
➢ Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:
→ Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias
→ Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses.
→ Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o
início da doença, considera-se instalada a fase crônica.
CASOS SUSPEITOS
➢ Ao contrário da dengue e de outras arboviroses, a febre do
Chikungunya tem uma elevada taxa de ataque e
aproximadamente 70% dos casos são sintomáticos.
➢ Indivíduo que apresentar febre de início súbito maior que 38,5ºC e
artralgia ou artrite intensa (dor nas articulações e/ou juntas) de início
agudo, não explicado por outras condições, residente em (ou que
tenha visitado) áreas com transmissão até duas semanas antes de
começar os sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico* com
caso importado confirmado.

CASOS CONFIRMADOS
➢ É todo caso suspeito de chikungunya confirmado laboratorialmente
por isolamento viral positivo, detecção de RNA viral por RT-PCR,
detecção de IgM em uma única amostra de soro durante a fase
aguda (a partir do 6º dia) ou convalescente (15 dias após o início
dos sintomas), demonstração de soro conversão entre as amostras
na fase aguda (1a amostra) e convalescente (2a amostra) ou
detecção de IgG em amostras coletadas de pacientes na fase
crônica da doença, com clínica sugestiva.

TRATAMENTO
➢ O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas.
➢ Até o momento, não há tratamento antiviral específico para
chikungunya.
TRANSMISSÃO
➢ A terapia utilizada é analgesia e suporte.
➢ A transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) é feita através da
➢ É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes e a escolha
picada de insetos-vetores do gênero Aedes, que em cidades é
dos medicamentos devem ser realizadas após a avaliação do
principalmente pelo Aedes aegypti e em ambientes rurais ou
paciente, com aplicação de escalas de dor apropriadas para
selvagens pode ser por Aedes albopictus.
cada idade e fase da doença.
➢ Em casos de sequelas mais graves, e sob avaliação médica
DIAGNÓSTICO conforme cada caso, pode ser recomendada a fisioterapia.
➢ O diagnóstico da chikungunya é clínico e feito por um médico. ➢ Em caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é
➢ Todos os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). fundamental procurar um profissional de saúde para o correto
➢ Em caso de confirmação da doença a notificação deve ser feita diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a
ao Ministério da Saúde em até 24 horas. automedicação.
➢ Em situações de epidemia a maioria dos casos serão confirmados ➢ Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio
por critério clínico. do Sistema Único de Saúde (SUS).
➢ Importante: A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o ➢ É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo
diagnóstico e agravar o quadro do paciente. Somente um médico evento suspeito (tanto morte de primatas não humanos, quanto
pode receitar medicamentos. casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser
prontamente comunicado, em até 24 horas após a suspeita inicial,
às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone,
fax, email, etc).
➢ Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar os eventos de
febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde.
➢ Atualmente, a febre amarela silvestre (FA) é uma doença
endêmica no Brasil (região amazônica).
➢ Na região extra-amazônica, períodos epidêmicos são registrados
ocasionalmente, caracterizando a reemergência do vírus no País. O
padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos
casos incidindo entre dezembro e maio, e com surtos que ocorrem
com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições
favoráveis para a transmissão (elevadas temperatura e
pluviosidade; alta densidade de vetores e hospedeiros primários;
presença de indivíduos suscetíveis; baixas coberturas vacinais;
eventualmente, novas linhagens do vírus), podendo se dispersar
para além dos limites da área endêmica e atingir estados das
regiões Centro.

Importante: Qualquer pessoa não vacinada, independentemente da


idade ou sexo, que se exponha em áreas de risco e/ou com
recomendação de vacina. É fundamental cobertura vacinal da
população em todo o território nacional, esta é a principal forma de
prevenir a febre amarela.

SINTOMAS
➢ Os sintomas iniciais da febre amarela são: início súbito de febre /
calafrios / dor de cabeça intensa / dores nas costas / dores no
corpo em geral / náuseas e vômitos / fadiga e fraqueza.
➢ A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No
entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a
➢ A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave
por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos da doença.
de transmissão: silvestre (Haemagogus e Sabethes) e urbano (Aedes ➢ Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na
aegypti). unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem
para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e ➢ Apesar desses ciclos diferentes, a febre amarela tem as mesmas
se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico
que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe, ainda, e fisiopatológico.
se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data. ➢ No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos
➢ Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e
informe imediatamente as autoridades sanitárias do município ou os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo
estado, de preferência, diretamente para a vigilância ou controle os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na
de zoonoses. América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um
➢ O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
Saúde, elabora normas e coordena as ações de vigilância e ➢ No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância
controle da doença. Também auxilia os estados e municípios na epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos
implementação e manutenção dessas ações, supervisiona as (Aedes aegypti) infectados.
atividades e fornece a vacina contra a febre amarela. ➢ A pessoa apresenta os sintomas iniciais da febre amarela de 3 a 6
dias após ter sido infectada.
Importante: Os macacos não transmitem a febre amarela! Eles são
importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da Febre Importante: O ciclo da doença atualmente é silvestre, com
Amarela está circulando. Macacos mortos são analisados em exames transmissão por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e
específicos para detectar se a causa morte foi Febre Amarela, o que Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela
aciona o alerta de cuidado com as pessoas. urbana foi registrado no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados
desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

TRANSMISSÃO
➢ O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos VIGILÂNCIA DE CASOS HUMANOS
transmissores infectados. ➢ A vigilância de casos humanos para febre amarela é feita por meio
➢ A doença não é passada de pessoa a pessoa. da notificação da ocorrência de casos com sintomatologia
➢ A série histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior compatível com FA. Todo caso suspeito deve ser prontamente
frequência de ocorrência de casos humanos nos meses de comunicado por telefone, fax ou e-mail às autoridades, por se tratar
dezembro e maio, como um padrão sazonal. de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do
➢ Esse fato ocorre principalmente no verão, quando a temperatura território nacional e mesmo internacional.
média aumenta na estação das chuvas, favorecendo a ➢ Além da comunicação rápida (até 24 horas), o caso suspeito deve
reprodução e proliferação de mosquitos (vetores) e, por ser notificado por meio do preenchimento da Ficha de Investigação
consequência o potencial de circulação do vírus. de Febre Amarela, do Sistema de Informação de Agravos de
➢ Os vetores silvestres têm hábito diurno, realizando o repasto Notificação (Sinan).
sanguíneo durante as horas mais quentes do dia, sendo os vetores ➢ Para efeito de vigilância, a definição de caso humano suspeito é:
dos gêneros Haemagogus e Sabethes, geralmente, mais ativos “Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito,
entre às 9h e 16h da tarde. acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas,
➢ Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: silvestre e residente ou precedente de área de risco para febre amarela ou
urbano. de locais com ocorrência de epizootias em primatas não humanos
ou isolamento de vírus vetores nos últimos 15 dias, não vacinado dos vetores, nos níveis das interações com hospedeiros humanos e
contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado” animais reservatórios, sob a influência de fatores ambientais, que
➢ Em situações de surto, recomenda-se adequar a definição de caso proporcionem o conhecimento para detecção de qualquer
suspeito, tornando-a mais sensível para detectar o maior número mudança no perfil de transmissão das doenças.
possível de casos, levando-se em conta o amplo espectro clínico ➢ Tem por finalidade recomendar medidas de prevenção e controle
da doença. dos riscos biológicos mediante a coleta sistematizada de dados e
sua consolidação no Sistema de Informações da Vigilância
VIGILÂNCIA DE EPIZOOTIAS Ambiental.
➢ O sistema de vigilância de epizootias em primatas foi iniciado em ➢ A vigilância entomológica constitui uma ferramenta alternativa de
1999, após período de intensa transmissão na região centro-oeste investigação de evento suspeito de Febre amarela e outros
brasileira, onde foi observada a ocorrência de epizootia em arbovírus, baseando-se na pesquisa de vírus a partir de mosquitos.
primatas de formas precedente e concomitante aos casos ➢ A partir de um resultado positivo, é possível estabelecer vínculo
humanos de febre amarela silvestre. epidemiológico entre esse achado laboratorial e o evento sob
➢ A partir de então, o Ministério da Saúde passou a incentivar investigação.
iniciativas regionais para identificar a circulação do vírus em seu ➢ A vigilância entomológica da febre amarela divide-se em dois tipos:
ciclo enzoótico. • Vigilância passiva: refere-se às atividades realizadas por ocasião
➢ Essa estratégia de vigilância consiste essencialmente em captar de notificações de casos humanos ou epizootias em PNH
informações em tempo oportuno sobre adoecimento ou morte de suspeitos de FA, a partir das quais são desencadeadas medidas
PNH e investigar adequadamente esses eventos, já que as de bloqueio de transmissão. Nessa modalidade, são levantados
epizootias em PNH alertam para o risco de transmissão de Febre dados que contribuem para classificar os eventos notificados
Amarela Silvestre para o homem. como descartados ou confirmados, a depender dos resultados
➢ A finalidade é subsidiar a tomada de decisão para a adoção de encontrados.
medidas de prevenção e de controle e para reduzir a • Vigilância ativa: ações que se baseiam no monitoramento
morbimortalidade da doença na população humana, em áreas: sistemático e contínuo de áreas estratégicas (sentinelas e
afetadas (com transmissão ativa) e ampliadas (áreas adjacentes). vulneráveis/receptivas), com o intuito de acompanhar espacial
➢ Para efeito de vigilância, a definição de epizootia suspeita de FA é: e temporalmente populações de culicídeos potencialmente
“Primata não humano de qualquer espécie, encontrado doente ou vetores, detectar precocemente a circulação viral e definir áreas
morto (incluindo ossadas), em todo o território nacional”. com potencial de transmissão (receptivas), nas quais serão
➢ Considera-se primata não humano doente, um animal que desencadeadas medidas preventivas.
apresenta comportamento anormal, movimenta-se lentamente, São realizadas independentemente da notificação de casos
não demonstra instinto de fuga, esteja segregado do grupo, com humanos ou epizootias em primatas não humanos suspeitos de
perda de apetite, baixo peso (magro), desnutrido, desidratado, febre amarela.
com lesões cutâneas, secreções nasais, oculares e diarreia, dentre Constitui um instrumento para predição/estratificação do risco
outros sinais ou sintomas. de emergência da febre amarela, e permite detectar
precocemente a circulação viral, subsidiando o planejamento
VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA das ações de prevenção e controle antes da ocorrência de
➢ É definida como a contínua observação e avaliação de casos humanos.
informações originadas das características biológicas e ecológicas
transmissão urbana, que poderia eventualmente ser sustentada
num ciclo homem-mosquito-homem.
➢ Não existe transmissão de uma pessoa para outra diretamente.
➢ A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo ➢ O sangue dos doentes é infectante para os mosquitos durante o
quadro clínico geralmente é de curso benigno, semelhante à período de viremia, que dura em média 5 dias.
Dengue e à Chikungunya. ➢ A transmissão ocorre a partir da picada de mosquitos fêmeas que
➢ A doença é causada pelo vírus (Mayaro (MAYV), um arbovírus (vírus se infectam ao se alimentar do sangue de primatas (macacos) ou
transmitido por artrópodes) da família Togaviridae, gênero humanos infectados com o MAYV.
Alphavirus, assim como o vírus Chikungunya (CHIKV), ao qual é ➢ Depois de infectados, e após um período de incubação extrínseca
relacionado genética e antigenicamente. (em torno de 12 dias), os mosquitos podem transmitir o vírus por toda
➢ O vírus Mayaro foi isolado pela primeira vez em Trinidad, em 1954, e a vida.
o primeiro surto no Brasil foi descrito em 1955, às margens do rio ➢ Assim como a febre amarela, a doença pelo vírus Mayaro é
Guamá, próximo de Belém/PA. considerada uma zoonose silvestre e, portanto, de impossível
➢ Desde então, casos esporádicos e surtos localizados têm sido eliminação.
registrados nas Américas, incluindo a região Amazônica do Brasil, ➢ O homem é considerado um hospedeiro acidental, quando
principalmente nos estados das regiões Norte e Centro-Oeste. frequenta o habitat natural de hospedeiros, reservatórios e vetores
➢ A febre do Mayaro compõe a lista nacional de doenças de silvestres infectados.
notificação compulsória imediata, conforme Portaria de
Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017. SINTOMAS
➢ As manifestações clínicas nos pacientes com Febre do Mayaro são
TRANSMISSÃO semelhantes àquelas provocadas pelo vírus Chikungunya e outros
➢ O ciclo epidemiológico do vírus Mayaro (MAYV) é semelhante ao arbovírus.
da Febre Amarela Silvestre e se dá com a participação de ➢ O quadro clínico inicia-se com síndrome febril aguda inespecífica,
mosquitos silvestres, principalmente do gênero Haemagogus, com e que pode acompanhar cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor
hábitos estritamente diurnos e que vivem nas copas das árvores, o muscular) e exantema (manchas avermelhadas na pele),
que favorece o contato com os hospedeiros animais. dificultando o diagnóstico diferencial, assim como a determinação
➢ Nesse ciclo, os primatas são os principais hospedeiros do vírus e o da incidência da Febre do Mayaro.
homem é considerado um hospedeiro acidental. Possivelmente, ➢ A artralgia (dor nas articulações), que pode ser acompanhada de
outros gêneros de mosquitos participam do ciclo de manutenção edema (inchaço) articular, é o principal sintoma das formas severas
do vírus na natureza, tais como Culex, Sabethes, Psorophora, e, ocasionalmente, pode ser incapacitante ou limitante, persistindo
Coquillettidia e Aedes; além de outros hospedeiros vertebrados por meses.
como pássaros, marsupiais, xenartras (preguiças, tamanduás e ➢ Casos graves podem apresentar encefalite (inflamação no
tatus) e roedores, que podem atuar na amplificação e cérebro), mas na maioria dos casos a doença é autolimitada, com
manutenção do vírus em seu ambiente natural. o desaparecimento dos sintomas em uma semana.
➢ Dada a comprovação em laboratório da possiblidade de infecção ➢ Depois de identificar alguns desses sintomas, é preciso procurar um
do Aedes aegypti pelo MAYV (competência vetorial) e de achados médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre
de infecção natural, considera-se haver risco potencial de residência, trabalho, passeio ou qualquer viagem para áreas rurais,
de mata ou silvestres, nos últimos 15 dias antes do início dos DIAGNÓSTICO
sintomas. ➢ O diagnóstico da Febre do Mayaro é clínico, epidemiológico e
➢ Também é importante informar se, no local visitado recentemente, laboratorial.
foi observada a presença de macacos, sadios ou doentes. Além ➢ A suspeita se dá a partir da avaliação clínica do paciente, com
disso, é aconselhado relatar as atividades realizadas e o uso de base nos sintomas descritos, e do histórico de exposição a situações
repelentes e roupas protetoras a picadas de insetos. de risco nos 15 dias que antecedem o início dos sintomas.
➢ Em decorrência das similaridades com outras arboviroses,
Importante: A Febre do Mayaro não é contagiosa, portanto, não há principalmente Chikungunya, o diagnóstico laboratorial é
transmissão de pessoa a pessoa ou de animais a pessoas. Ela é fundamental para a conclusão da causa etiológica, em conjunto
transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus com os achados clínicos e epidemiológicos.
Mayaro. ➢ O diagnóstico laboratorial pode ser realizado a partir de provas
diretas (isolamento viral, biologia molecular) ou indiretas
(sorologias).
TRATAMENTO
➢ Não existe terapia específica ou vacina. Os pacientes devem VIAJANTES
permanecer em repouso, acompanhado de tratamento ➢ O vírus Mayaro é considerado endêmico na região Amazônica, que
sintomático, com analgésicos e/ou drogas anti-inflamatórias, que envolve os estados da região Norte e Centro-Oeste.
podem proporcionar alívio da dor e da febre. ➢ O vírus ocorre em área de mata, rural ou silvestre e geralmente
afeta indivíduos susceptíveis que adentram espaços onde macacos
PREVENÇÃO e vetores silvestres habitam.
➢ Considerando que atualmente não existe uma vacina disponível e ➢ Uso de roupas compridas e de repelentes podem ajudar a evitar o
que não é possível eliminar o ciclo silvestre de transmissão do vírus , contato com o vetor silvestre e diminuir o risco de infecção pelo vírus
as medidas de prevenção consistem em evitar o contato com áreas Mayaro.
de ocorrência e/ou minimizar a exposição à picada do vetor, seja ➢ Cuidado especial deve ser observado em áreas endêmicas e
por meio de recursos de proteção individual (uso de repelentes, recentemente afetadas.
roupas compridas) ou coletiva (uso de cortinas; mosquiteiros,
principalmente em área rural e silvestre, além de evitar exposição
em área afetada), visando minimizar o contato homem e vetor
silvestre.
➢ É indicado evitar exposição com corpo desprotegido em locais de
mata e beira de rios, principalmente nos horários de maior atividade ➢ A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por
do vetor (entre 9 e 16 horas). protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da
➢ Também é indicado utilizar roupas compridas, que minimizem a fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também
exposição aos vetores silvestres, preferencialmente acompanhado conhecido como mosquito-prego.
do uso de repelentes. ➢ Não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é
➢ Cuidado adicional deve ser tomado nas áreas com ocorrência capaz de transmitir malária diretamente a outra pessoa.
recente de transmissão do vírus Mayaro. ➢ A malária também é conhecida como impaludismo, paludismo,
febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã
maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, ➢ Através da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles
tremedeira, batedeira ou febre. infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero
➢ Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários Plasmodium.
episódios de malária podem atingir um estado de imunidade ➢ O mosquito anofelino também é conhecido como carapanã,
parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma. Porém, muriçoca, sovela, mosquito-prego e bicuda.
uma imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até ➢ Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao
hoje não foi observada. Caso não seja tratado adequadamente, o amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o
indivíduo pode ser fonte de infecção por meses ou anos, de acordo período noturno.
com a espécie parasitária. ➢ Apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes
➢ No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentram na região de transmitir a malária. A malária não pode ser transmitida pela
amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, água.
Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na ➢ Os locais preferenciais escolhidos pelos mosquitos transmissores da
região extra-amazônica, composta pelas demais unidades malária para colocar seus ovos (criadouros) são coleções de água
federativas, apesar das poucas notificações, a doença não pode limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia
ser negligenciada, pois a letalidade nesta região é maior que na Brasileira.
região amazônica. ➢ O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária
➢ A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, sugando o sangue com parasitos (plasmódios).
simples e gratuito. Entretanto, a doença pode evoluir para suas ➢ No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O
formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um
oportuna e adequada. novo indivíduo, infectando a pessoa com os parasitos.
➢ Desta forma, o ciclo de transmissão envolve: o plasmódio (parasito),
SINTOMAS o anofelino (mosquito vetor) e humanos.
➢ Os sintomas mais comuns da malária são: febre alta, calafrios, ➢ O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do
tremores, sudorese, dor de cabeça, que podem ocorrer de forma parasito pela picada da fêmea do mosquito até o surgimento dos
cíclica. primeiros sintomas, varia de acordo com a espécie de plasmódio.
➢ Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais Para Plamodium falciparum, mínimo de sete dias; P. vivax, de 10 a
características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de 30 dias e P. malariae, 18 a 30 dias.
apetite. ➢ Não há transmissão direta da doença de pessoa a pessoa. Outras
➢ A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e formas de transmissão também podem ocorrer em casos mais raros
sintomas: prostração, alteração da consciência, dispneia ou por: transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas,
hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, acidentes de laboratório e transmissão congênita.
hemorragias, entre outros.
➢ As gestantes, as crianças e as pessoas infectadas pela primeira vez PREVENÇÃO
estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por ➢ Entre as principais medidas de prevenção individual da malária
infecções pelo P. falciparum, que, se não tratadas estão: uso de mosquiteiros / roupas que protejam pernas e braços /
adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais. telas em portas e janelas / uso de repelentes.
➢ Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são:
TRANSMISSÃO borrifação residual intradomiciliar / uso de mosquiteiros
impregnados com inseticida de longa duração / drenagem e aterro c) interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de
de criadouros / pequenas obras de saneamento para eliminação medicamentos que impedem o desenvolvimento de formas
de criadouros do vetor / limpeza das margens dos criadouros / sexuadas dos parasitos (gametócitos).
modificação do fluxo da água / controle da vegetação aquática /
melhoramento da moradia e das condições de trabalho / uso Importante: Não existe vacina contra a malária no Brasil. A vacina
racional da terra. disponível serve apenas para alguns países africanos com alta
transmissão de malária por Plasmodium falciparum e é exclusiva para
DIAGNÓSTICO crianças pequenas.
➢ O diagnóstico correto da infecção malárica só é possível pela
demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no
sangue periférico do paciente, pelos métodos diagnósticos A malária é uma doença de notificação compulsória e, portanto,
especificados a seguir: gota espessa / esfregaço delgado / testes todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser, obrigatoriamente,
de diagnóstico rápido (TDRs) / técnicas moleculares / diagnóstico notificados às autoridades de saúde, utilizando-se as fichas de
diferencial da malária. notificação e investigação. A notificação deverá ser feita tanto na
rede pública como na rede privada conforme estabelecido no
TRATAMENTO decreto 78.231, de 12 de agosto de 1976.
➢ Após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento
em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos
gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
➢ Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
➢ O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie
do protozoário infectante; a idade e o peso do paciente; condições ➢ A Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, com
associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até
da gravidade da doença. 90% dos casos.
➢ Importante: Quando realizado de maneira correta e em tempo ➢ É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor
oportuno, o tratamento garante a cura da doença. infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente
➢ O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento ➢ como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros.
correto são os meios mais efetivos para interromper a cadeia de No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a
transmissão e reduzir a gravidade e a letalidade por malária. O Lutzomyia longipalpis.
tratamento da malária visa atingir ao parasito em pontos-chave de
seu ciclo evolutivo, que podem ser didaticamente resumidos em: SINTOMAS
a) interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela ➢ A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica.
patogenia e manifestações clínicas da infecção; ➢ Os principais sintomas da doença são: Febre de longa duração /
b) destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual Aumento do fígado e baço / Perda de peso / Fraqueza / Redução
(hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as da força muscular / Anemia
recaídas;
FORMAS DE TRANSMISSÃO
➢ É transmitida por meio da picada de insetos conhecidos ➢ Neste caso, eutanásia é recomendada como uma das formas de
popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, controle da Leishmaniose Visceral, mas deve ser realizada de forma
dentre outros. integrada às demais ações recomendadas pelo Ministério da
➢ Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração Saúde.
amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas
permanecem eretas e semiabertas. PREVENÇÃO
➢ A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou ➢ A prevenção da Leishmaniose Visceral ocorre por meio do
outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o combate ao inseto transmissor.
protozoário Leishmania chagasi, causador da Leishmaniose ➢ É possível mantê-lo longe, especialmente com o apoio da
Visceral. população, no que diz respeito à higiene ambiental. Essa limpeza
deve ser feita por meio de:
DIAGNÓSTICO • Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em
➢ O diagnóstico da Leishmaniose Visceral pode ser realizado por meio decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos
de técnicas imunológicas e parasitológicas. que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se
➢ É fundamental procurar o médico assim que surgirem os primeiros desenvolvem).
sintomas. • Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o
➢ Uma vez diagnosticada, quanto mais cedo for iniciado o desenvolvimento das larvas dos mosquitos.
tratamento maior são as chances de evitar agravo e complicações • Limpeza dos abrigos de animais domésticos, além da
da Leishmaniose Visceral, que se não for tratada adequadamente, manutenção de animais domésticos distantes do domicílio,
pode ser fatal. especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos
➢ É importante ressaltar que títulos (anticorpos) variáveis dos exames flebotomíneos para dentro do domicílio.
sorológicos podem persistir positivos por longo período, mesmo após • Uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos
o tratamento. Assim, o resultado de um teste positivo, na ausência de animais). No entanto, a indicação é apenas para as áreas
de manifestações clínicas, não autoriza a instituição de terapêutica. com elevado número de casos, como municípios de transmissão
intensa (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de
TRATAMENTO 4,4), moderada (média de casos humanos dos últimos 3 anos
➢ Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral tem tratamento para os acima de 2,4) ou em surto de leishmaniose visceral.
humanos. Ele é gratuito e está disponível na rede de serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS). Importante: Atualmente, existe uma vacina antileishmaniose visceral
➢ Os medicamentos utilizados atualmente para tratar a LV não canina em comercialização no Brasil. No entanto, não existem estudos
eliminam por completo o parasito nas pessoas e nos cães. No que comprovem a efetividade do uso dessa vacina na redução da
entanto, no Brasil o homem não tem importância como reservatório, incidência da leishmaniose visceral em humanos. Dessa forma, o seu
ao contrário do cão - que é o principal reservatório do parasito em uso está restrito à proteção individual dos cães e não como uma
área urbana. ferramenta de saúde pública.
➢ Nos cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos
sinais clínicos, porém eles continuam como fontes de infecção para
o vetor, e, portanto um risco para saúde da população humana e
canina.
Quanto ao subgênero Viannia, existem outras espécies de
Leishmania recentemente descritas: L. (V) lainsoni identificada nos
estados do Pará, Rondônia e Acre; L. (V) naiffi, ocorre nos estados
➢ A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não do Pará e Amazonas; L. (V) shawi, com casos humanos encontrados
contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. no Pará e Maranhão; L. (V.) lindenberg foi identificada no estado
➢ A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania. do Pará.
➢ No Brasil, há sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência
de casos de LT. SINTOMAS
➢ As mais importantes são: Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. ➢ Os sintomas da Leishmaniose Tegumentar (LT) são lesões na pele
(Viannia) guyanensis e L.(V.) braziliensis. e/ou mucosas.
➢ A doença é transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas de ➢ As lesões de pele podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa.
flebotomíneos (espécie de mosca) infectadas. ➢ Elas apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo
➢ Os insetos pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, granuloso, geralmente indolor. As lesões mucosas são mais
subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomyia, conhecidos frequentes no nariz, boca e garganta.
popularmente, dependendo da localização geográfica, como ➢ Quando atingem o nariz, podem ocorrer: entupimentos,
mosquito palha, tatuquira e birigui, são os principais vetores da sangramentos, coriza, aparecimento de crostas, feridas.
Leishmaniose Tegumentar. ➢ Na garganta, os sintomas são: dor ao engolir, rouquidão, tosse.
➢ Importante: A suscetibilidade de infecção por Leishmaniose
Tegumentar (LT) é universal. A infecção e a doença não conferem DIAGNÓSTICO
imunidade ao paciente. ➢ É feito por métodos parasitológicos.
➢ Essa confirmação laboratorial é fundamental, tendo em vista o
ESPÉCIES número de doenças que fazem diagnóstico diferencial com a LT -
➢ LEISHMANIA (LEISHMANIA) AMAZONENSIS: Distribuída pelas florestas como, por exemplo, sífilis, hanseníase e tuberculose.
primárias e secundárias da Amazônia legal (Amazonas, Pará, ➢ A utilização de métodos de diagnóstico laboratorial é importante
Rondônia, Tocantins e Maranhão). Sua presença amplia-se para o não apenas para a confirmação dos achados clínicos, mas
Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Centro-oeste também pode fornecer informações epidemiológicas (por meio da
(Goiás) e Sul (Paraná). identificação da espécie circulante), fundamentais para o
➢ LEISHMANIA (VIANNIA) GUYANENSIS: Aparentemente limitada à direcionamento das medidas a serem adotadas para o controle do
Região Norte (Acre, Amapá, Roraima, Amazonas e Pará) e agravo.
estendendo-se pelas Guianas. É encontrada principalmente em
florestas de terra firme, em áreas que não se alagam no período de TRANSMISSÃO
chuvas. ➢ Os vetores são insetos conhecidos popularmente, dependendo da
➢ LEISHMANIA (VIANNIA) BRAZILIENSIS: Foi a primeira espécie de localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui,
Leishmania descrita e incriminada como agente etiológico da LT. entre outros.
É a mais importante, não só no Brasil, mas em toda a América Latina. ➢ Ocorre pela picada de fêmeas infectadas desses insetos.
Tem ampla distribuição, desde a América Central até o norte da ➢ São numerosos os registros de infecção em animais domésticos.
Argentina. Entretanto, não há evidências científicas que comprovem o papel
Esta espécie está amplamente distribuída em todo país.
desses animais como reservatórios das espécies de leishmanias,
sendo considerados hospedeiros acidentais da doença. PREVENÇÃO
➢ No homem, o período de incubação, tempo que os sintomas ➢ As principais formas de prevenir a Leishmaniose Tegumentar (LT),
começam a aparecer desde a infecção, é de, em média, 2 a 3 segundo orientações do Ministério da Saúde, são as seguintes
meses, podendo apresentar períodos mais curtos, de 2 semanas, e ações direcionadas:
mais longos, de 2 anos. ➢ POPULAÇÃO HUMANA: Adotar medidas de proteção individual,
como usar repelentes e evitar a exposição nos horários de
HOSPEDEIROS E RESERVATÓRIOS DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR atividades do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este
➢ A interação reservatório-parasito é considerada um sistema habitualmente possa ser encontrado.
complexo, na medida em que é multifatorial, imprevisível e ➢ VETOR: Manejo ambiental, por meio da limpeza de quintais e
dinâmica, formando uma unidade biológica que pode estar em terrenos, para evitar o estabelecimento de criadouros para larvas
constante mudança, em função das alterações do meio ambiente. do vetor.
➢ São considerados reservatórios da LT as espécies de animais que ➢ EDUCAÇÃO EM SAÚDE: Devem ser inseridas em todos os serviços que
garantam a circulação de leishmanias na natureza, dentro de um desenvolvam as ações de vigilância e controle da LT, com o
recorte de tempo e espaço. envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais e
➢ Infecções por leishmanias que causam a LT foram descritas em multinstitucionais, para um trabalho articulado nas diferentes
várias espécies de animais silvestres, sinantrópicos e domésticos unidades de prestação de serviços.
(canídeos, felídeos e equídeos). Com relação a esse último, seu
papel na manutenção do parasito no meio ambiente ainda não foi
definitivamente esclarecido.
➢ Animais domésticos e a LT: São numerosos os registros de infecção
em animais domésticos. Entretanto, não há evidências científicas
que comprovem o papel desses animais como reservatórios das ➢ É uma infecção viral causada por um arbovírus (mosquito), assim
espécies de leishmanias, sendo considerados hospedeiros como Dengue, Zika, Chikungunya e a Febre do Mayaro.
acidentais da doença. ➢ Os fatores de risco estão relacionados à presença do ser humano
A LT nesses animais pode apresentar-se como uma doença crônica, em áreas rurais e silvestres que contenham o mosquito infectado e
com manifestações semelhantes às da doença humana, ou seja, o que, por ventura, venha a picar estes seres humanos.
parasitismo ocorre preferencialmente em mucosas das vias aero ➢ A doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas distintos,
digestivas superiores. de acordo com cada pessoa e com o nível de gravidade da
➢ Reservatórios silvestres da LT: Já foram registrados, como doença.
hospedeiros e possíveis reservatórios naturais, algumas espécies de ➢ No caso desta infecção, a causa é o vírus do gênero Flavivirus,
roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestres. família Flaviviridae, assim como os vírus da Dengue e da Febre
Amarela.
TRATAMENTO ➢ As formas graves da Febre do Nilo Ocidental atingem com maior
➢ O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento específico e frequência as pessoas idosas.
gratuito para a Leishmaniose Tegumentar (LT).
➢ O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos, TRANSMISSÃO
repouso e uma boa alimentação.
➢ É transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, ➢ Estima-se que 20% dos indivíduos infectados pelo vírus desenvolvam
principalmente do gênero Culex (pernilongo). sintomas, na maioria das vezes leves e até mesmo nem apresentem
➢ Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, qualquer sintoma.
que atuam como amplificadoras do vírus e como fonte de infecção ➢ A forma leve da doença caracteriza-se pelos seguintes sinais: febre
para os mosquitos. aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-
➢ Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros estar / anorexia / náusea / vômito / dor nos olhos / dor de cabeça
mamíferos. / dor muscular / exantema máculo-papular e linfoadenopatia.
➢ O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais ➢ O período de incubação intrínseca (tempo entre a infecção do
e terminais, uma vez que a contaminação do vírus se dá por curto hospedeiro e a manifestação de sinais e sintomas): nos humanos
período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, varia de 3 a 14 dias após a picada do mosquito e pode apresentar
encerrando o ciclo de transmissão. manifestação subclínica ou com sintomatologia de distintos graus
➢ Outras formas mais raras de transmissão já foram relatadas e de gravidade, variando desde febre passageira, acompanhada ou
incluem transfusão sanguínea, transplante de órgãos, aleitamento não de mialgia (dor muscular), até sinais e sintomas de
materno e transmissão transplacentária. acometimento do sistema nervoso central com encefalite ou
➢ A transmissão por contato direto já foi demonstrada em laboratório meningoencefalite grave.
para algumas espécies de aves, no entanto não há transmissão de ➢ Um em cada 150 indivíduos infectados desenvolve doença
pessoa para pessoa. neurológica severa (meningite, encefalite ou poliomielite). A
encefalite é o quadro mais comum entre as manifestações
TRATAMENTO cerebrais. Em menos de 1% das pessoas infectadas, o vírus causa
➢ Não existe vacina ou tratamento antiviral específico para a Febre uma infecção neurológica grave, incluindo inflamação do cérebro
do Nilo. (encefalite) e das membranas que envolvem o cérebro e a medula
➢ O tratamento é sintomático para redução da febre e outros espinhal (meningite). A Síndrome de Guillain Barré também pode se
sintomas. apresentar, assim como em outros tipos de infecção.
➢ Para casos leves, analgésicos podem ajudar a aliviar dores de ➢ As formas mais graves ocorrem com maior frequência em indivíduos
cabeça leves e dores musculares. Não consuma nenhum tipo de com idade superior a 50. Se não tratada corretamente, em casos
medicamento sem a devida orientação médica. raríssimos a Febre do Nilo Ocidental pode matar.
➢ Os casos mais graves, frequentemente, necessitam de ➢ Após a infecção, a pessoa pode desenvolver imunidade duradoura
hospitalização para tratamento de suporte, com reposição contra o vírus causador da Febre do Nilo Ocidental.
intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de
infecções secundárias. DIAGNÓSTICO
➢ Há também tratamentos específicos para pacientes com quadros ➢ Detecção de anticorpos IgM contra o vírus do Nilo Ocidental em
de encefalites ou menigoencefelite em sua forma severa. soro (coletado a partir do 5º dia após o início dos sintomas) ou em
➢ Tenha cuidado ao administrar aspirina, pois os componentes líquido cefalorraquidiano (LCR; coletado após o 8º dia a partir do
podem provocar hemorragia e agravar o quadro de saúde da início dos sintomas), utilizando a técnica de captura de anticorpos
pessoa. IgM (ELISA).
➢ Pacientes recentemente vacinados (contra febre amarela, por
SINTOMAS exemplo) ou infectados com outro flavivírus (ex: Febre Amarela,
Dengue, Zika, Saint Louis, Rocio, Ilhéus) podem apresentar resultado ➢ Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que
de IgM-ELISA positivo (reação cruzada). pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se
➢ Outras provas, como a inibição da hemaglutinação, detecção do manifestar nas formas indeterminada (assintomática), cardíaca,
genoma viral (PCR), isolamento viral e PRNT também podem ser digestiva ou cardiodigestiva.
utilizadas.
SINTOMAS
PREVENÇÃO ➢ A doença de Chagas pode apresentar sintomas distintos nas duas
➢ Não existem formas efetivas de se prevenir a Febre do Nilo fases que se apresenta, que são a aguda e a crônica.
Ocidental, exceto evitar a presença de insetos nas áreas onde ➢ Na fase aguda, os principais sintomas são: febre prolongada (mais
vivem os seres humanos. de 7 dias) / dor de cabeça / fraqueza intensa / inchaço no rosto e
➢ As medidas abaixo ajudam a reduzir os riscos: pernas.
• Evite água parada e locais sem saneamento básico. ➢ No caso de picada do barbeiro, pode aparecer uma lesão
• Quem vive ou trabalha em área onde há mosquitos infectados semelhante a um furúnculo no local
está em risco de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental (VNO). ➢ Após a fase aguda, caso a pessoa não receba tratamento
Portanto, todos os trabalhadores devem ter o cuidado de reduzir oportuno, ela pode desenvolver a fase crônica da doença,
o seu potencial de exposição à infecção. inicialmente sem sintomas (forma indeterminada), podendo, com o
• Trabalhadores em risco são aqueles que trabalham ao ar livre, passar dos anos, apresentar complicações como:
que incluem: médicos veterinários, agrônomos, zootecnistas, - problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca;
biólogos, agricultores, paisagistas, jardineiros, trabalhadores da - problemas digestivos, como megacólon e megaesôfago.
construção civil, entomologistas e outros trabalhadores de
campo. TRANSMISSÃO
• Coloque tela nas janelas e portas. ➢ As principais formas de transmissão da doença de Chagas são:
• Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos, rios e • Vetorial: contato com fezes de triatomíneos* infectados após o
riachos. repasto/alimentação sanguínea. A ingestão de sangue no
• Use inseticidas e larvicidas. momento do repasto sanguíneo estimula a defecação e, dessa
• Use repelentes. forma, o contato com as fezes.
• Evite manusear animais mortos quando possível. • Oral: ingestão de alimentos contaminados com parasitos
• Evite o contato direto. Se você deve lidar com animais mortos, provenientes de triatomíneos infectados ou suas excretas.
usar luvas duplas de procedimento, que fornecem uma barreira • Vertical: ocorre pela passagem de parasitos de mulheres
protetora entre sua pele e sangue ou outros fluidos corporais. infectadas por T. cruzi para seus bebês durante a gravidez ou o
parto.
• Transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores
infectados a receptores sadios.
• Acidental: pelo contato da pele ferida ou de mucosas com
material contaminado durante manipulação em laboratório ou
➢ A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção na manipulação de caça.
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi.
➢ O período de incubação da doença de Chagas (tempo que os • Ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentes antes
sintomas começam a aparecer a partir da infecção) é dividido da de 1992;
seguinte forma: • Ter familiares ou pessoas do convívio habitual ou rede social que
• Transmissão vetorial – de 4 a 15 dias. tenham diagnóstico de doença de Chagas, em especial mãe e
• Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias ou mais. irmão (s).
• Transmissão oral – de 3 a 22 dias. ➢ Atenção especial deve ser dada a gestantes com os fatores de
• Transmissão acidental – até, aproximadamente, 20 dias. risco acima, devendo ser realizado o exame para doença de
• Transmissão vertical – tempo indeterminado, a transmissão pode Chagas durante o pré-natal.
ocorrer em qualquer período da gestação ou durante o parto. ➢ Para confirmação laboratorial é necessária a realização de exame
de sangue (parasitológico e/ou sorológico, a depender da fase da
doença) que é realizado gratuitamente pelo SUS. É importante que
 Triatomíneos: são insetos popularmente conhecidos como barbeiro, você procure um médico para que ele possa solicitar os exames e
chupão, procotó ou bicudo. interpretá-los adequadamente, além de avaliar caso a caso os
 O seu ciclo de vida é composto pelos estágios de ovo, ninfa (cinco sintomas e sinais clínicos de cada pessoa.
estádios ninfais) e adulto.
 Tanto as ninfas como os adultos, de ambos os sexos, alimentam-se TRATAMENTO
de sangue e, portanto, se infectados, podem transmitir o T. cruzi. ➢ Deve ser indicado por um médico, após a confirmação da doença.
➢ O remédio, chamado benznidazol, é fornecido gratuitamente pelo
Ministério da Saúde, mediante solicitação das Secretarias Estaduais
DIAGNÓSTICO de Saúde e deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença
➢ Na fase aguda: o diagnóstico se baseia na presença de sinais e aguda assim que ela for diagnosticada.
sintomas sugestivos da doença e na presença de fatores ➢ Para as pessoas na fase crônica, a indicação desse medicamento
epidemiológicos compatíveis, como a ocorrência de surtos. depende da forma clínica e deve ser avaliada caso a caso.
➢ Fase Crônica: a suspeita diagnóstica também é baseada nos ➢ Em casos de intolerância ou que não respondam ao tratamento
achados clínicos e na história epidemiológica, porém como parte com benznidazol, o Ministério da Saúde disponibiliza o nifurtimox
dos casos não apresenta sintomas, devem ser considerados os como alternativa de tratamento, conforme indicações
seguintes contextos de risco e vulnerabilidade: estabelecidas em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas.
• Ter residido, ou residir, em área com relato de presença de vetor ➢ Independentemente da indicação do tratamento com benznidazol
transmissor (barbeiro) da doença de Chagas ou ainda com ou nifurtimox, as pessoas na forma cardíaca e/ou digestiva devem
reservatórios animais (silvestres ou domésticos) com registro de ser acompanhadas e receberem o tratamento adequado para as
infecção por T. cruzi; complicações existentes.
• Ter residido ou residir em habitação onde possa ter ocorrido o
convívio com vetor transmissor (principalmente casas de PREVENÇÃO
estuque, taipa, sapê, pau-a-pique, madeira, entre outros modos ➢ Está intimamente relacionada à forma de transmissão e uma das
de construção que permitam a colonização por triatomíneos); formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias
• Residir ou ser procedente de área com registro de transmissão dentro das residências, por meio da utilização de inseticidas
ativa de T. cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da residuais por equipe técnica habilitada.
ocorrência da transmissão da doença no passado;
➢ Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas ➢ No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como
aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas. “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”.
➢ Também recomenda-se usar medidas de proteção individual ➢ O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas
(repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização começam a aparecer a partir da infecção, é de duas a seis
de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de semanas.
mata. ➢ A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das
formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma
➢ TRIATOMÍNEOS NO DOMICÍLIO grande relevância como problema de saúde pública.
• Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto; ➢ A transmissão da esquistossomose ocorre quando o indivíduo,
• Proteger a mão com luva ou saco plástico; hospedeiro definitivo, infectado elimina os ovos do verme por meio
• Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e
com tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos; liberam larvas que infectam os caramujos, hospedeiros
• Amostras coletadas em diferentes ambientes (quarto, sala, intermediários que vivem nas águas doces. Após quatro semanas,
cozinha, anexo ou silvestre) deverão ser acondicionadas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam
separadamente. livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo
contato com essas águas.
➢ PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO ORAL
• Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as Importante: Destaca-se que a transmissão da esquistossomose não
etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à ocorre por meio do contato direto com o doente. Também não ocorre
contaminação, com especial atenção ao local de manipulação “autoinfecção”.
de alimentos.
• Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos de ➢ Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e sexo, pode ser
processamento do alimento para evitar a contaminação infectada com o parasita da esquistossomose, mas as situações
acidental por vetores atraídos pela luz. abaixo são grandes fatores de risco para se contrair a infecção:
• Realizar ações de capacitação para manipuladores de • Existência do caramujo transmissor;
alimentos e de profissionais de informação, educação e • Contato com a água contaminada;
comunicação. • Fazer tarefas domésticas em águas contaminadas, como lavar
roupas;
• Morar em região onde há falta de saneamento básico;
• Morar em regiões onde não há água potável.

Importante: A infecção por esquistossomose é prevalente em áreas


➢ É uma doença parasitária, diretamente relacionada ao tropicais e subtropicais, em comunidades carentes sem acesso a água
saneamento precário, causada pelo Schistosoma mansoni. potável e sem saneamento adequado. Milhões de pessoas em todo o
➢ A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água mundo sofrem de patologias graves em consequência da
doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores esquistossomose.
da esquistossomose.
SINAIS E SINTOMAS • Comunidades inteiras que vivem em áreas de alta
➢ FASE CRÔNICA: Nessa fase da doença, a diarreia se torna mais contaminação;
constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer • Crianças em idade escolar nas áreas urbanas residentes em
sangue nas fezes. áreas endêmicas;
• Além disso, o paciente pode apresentar outros sinais, como: • Pessoas com profissões que envolvem contato com a água
Tonturas / Sensação de plenitude gástrica / Prurido (coceira) anal contaminada, tais como pescadores, agricultores, trabalhadores
/ Palpitações / Impotência / Emagrecimento / Endurecimento e de irrigação;
aumento do fígado. • Pessoas que praticam tarefas domésticas que envolvem contato
com água contaminada.
➢ FASE AGUDA: A maioria dos portadores são assintomáticos.
• No entanto, nessa fase, o paciente infectado por PREVENÇÃO
esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como: Febre ➢ Evitar o contato com águas onde existem os caramujos hospedeiros
/ Dor de cabeça /Calafrios / Suores / Fraqueza / Falta de apetite intermediários infectados, implementação de medidas de
/ Dor muscular / Tosse / Diarreia. saneamento básico, educação em saúde.

➢ CASOS GRAVES: Nesse estágio, o estado geral do paciente piora


bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento
do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga
d’água.
• Se não tratada adequadamente, a esquistossomose pode ➢ Os animais silvestres, nativos ou não, que conseguem se adaptar a
evoluir e provocar algumas complicações, como, por exemplo: viver junto ao homem são chamados de animais sinantrópicos.
Aumento do fígado / Aumento do baço / Hemorragia digestiva Diferentemente dos animais domésticos, que o homem cria e cuida
/ Hipertensão pulmonar e portal /Morte. para companhia (como cães e gatos), produção de alimentos
(como galinhas e porcos) ou para transporte (como cavalos e
DIAGNÓSTICO jumentos).
➢ É feito por meio de exames laboratoriais de fezes. ➢ Algumas espécies de animais sinantrópicos podem causar danos
➢ É possível detectar, por meio desses exames, os ovos do parasita econômicos e transmitir doenças, causando danos à saúde de
causador da doença. seres humanos e outros animais.
➢ O médico também pode solicitar teste de anticorpos para verificar ➢ A perda de ambientes naturais com o crescimento das cidades e o
sinais de infecção e para formas graves ultrassonografia. desmatamento para diferentes fins são fatores que contribuíram
para que esses animais se adaptassem a viver na zona urbana.
TRATAMENTO ➢ Em alguns casos, a presença desses indivíduos pode gerar
➢ Para os casos simples, é em dose única e supervisionado feito por incômodos e riscos à saúde pública, mas também é possível uma
meio do medicamento Praziquantel, receitado pelo médico e convivência harmônica, como no caso de aves, abelhas, formigas
distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde. e capivaras.
➢ Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até ➢ De acordo com a Instrução Normativa IBAMA 141/2006, a fauna
mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação. sinantrópica pode ser definida da seguinte forma:
➢ Grupos-alvo para o tratamento são: (…)
IV – fauna sinantrópica: populações animais de espécies silvestres nativas ou
exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu
deslocamento, como via de passagem ou local de descanso; ou permanente,
utilizando-as como área de vida; ➢ É uma zoonose viral aguda, cuja infecção em humanos, no Brasil, se
➢ Cabe ainda citar o Decreto n.º 37.078/2016 que regulamenta o apresentam na forma da Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus.
artigo 41, da Lei nº 5.321, de 06 de março de 2014, que Institui o ➢ Na América do Sul, foi observado importante comprometimento
Código de Saúde do Distrito Federal, e dá outras providências. De cardíaco, passando a ser denominada de Síndrome
acordo com a referida normativa: Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH).
(…) ➢ Os hantavírus possuem como reservatórios naturais alguns roedores
Art. 2º Define-se como vetores, animais sinantrópicos ou peçonhentos ou silvestres, que podem eliminar o vírus pela urina, saliva e fezes.
moluscos, para efeitos deste Decreto: ➢ Os roedores podem carregar o vírus por toda a vida sem adoecer.
I – Vetor mecânico: ser vivo que veicula o agente patogênico desde o reservatório ➢ A Hantavirose é causada por um vírus RNA, pertencente à família
até o hospedeiro potencial; Hantaviridae, gênero Orthohantavirus. Os membros desse gênero e
II – Animais sinantrópicos ou peçonhentos: espécies de animais que, família podem ser chamados de, simplesmente, Hantavirus.
indesejavelmente, coabitam com o homem em sua morada ou arredores e que ➢ Nas Américas, a hantavirose se manifesta sob diferentes formas,
trazem incômodos, prejuízos ou riscos à saúde pública, tais como baratas, desde doença febril aguda inespecífica, até quadros pulmonares e
formigas, ratos, cupins, brocas, pulgas, aranhas, escorpiões, carrapatos, moscas, cardiovasculares mais severos e característicos, podendo evoluir
mosquitos, vespas, pombos, morcegos, traças, caramujos, percevejos, grilos, etc; para a síndrome da angústia respiratória (SARA).
III – Molusco: animal de corpo mole, não segmentado, viscoso, com simetria
bilateral, excepcionalmente assimétrico, com concha interna ou externa. SINTOMAS
➢ Na fase inicial, a hantavirose causa os seguintes sintomas: Febre /
POR QUE ESTES ANIMAIS PODEM SE INSTALAR NAS CIDADES? Dor nas articulações / Dor de cabeça / Dor lombar / Dor abdominal
➢ Os animais sinantrópicos precisam de três elementos para sua / Sintomas gastrointestinais.
sobrevivência: abrigo, alimento e água. ➢ Na fase cardiopulmonar, os sintomas da hantavirose são: Febre /
➢ Essas três condições são suficientes para a espécie se adaptar e Dificuldade de respirar / Respiração acelerada / Aceleração dos
permanecer no ambiente. batimentos cardíacos / Tosse seca / Pressão baixa.
➢ A água não é um fator limitante no meio urbano, mas é possível ➢ Diversos fatores ambientais estão associados com o aumento no
interferir nos outros fatores para que espécies indesejadas não se registro de casos de hantavirose, e estão ligados ao aumento da
instalem ao nosso redor. Por isso é importante conhecer o que serve população de roedores silvestres como, o desmatamento
de alimento e abrigo para cada espécie que pretendemos desordenado, a expansão das cidades para áreas rurais e as áreas
controlar, e tomar ações preventivas, para evitar o uso de produtos de grande plantio, favorecendo a interação entre homens e
químicos que podem afetar outras espécies. roedores silvestres.
➢ Exemplos de animais sinantrópicos: sagui-de-tufos-pretos, rato-
castanho, Morcego-fruteiro, Saruê, Tuim/periquitinho, quero-quero, TRANSMISSÃO
coruja-buraqueira, aranha-bananeira/armaderia, escorpião- ➢ A infecção humana por hantavirose ocorre mais frequentemente
amarelo, carrapato-estrela, Abelhas indígenas, Taturana, mosquito- pela inalação de aerossóis, formados a partir da urina, fezes e saliva
da-dengue, Saúva-mata-pasto, barbeiro, vespa polistina de roedores infectados.
neotropical, barata-americana, etc. ➢ As outras formas de transmissão, para a espécie humana, são:
➢ As medidas de controle devem conter ações que impeçam a
• Percutânea, por meio de escoriações cutâneas ou mordedura aproximação dos roedores, como, por exemplo, roçar o terreno em
de roedores; volta da casa, dar destino adequado aos entulhos existentes,
• Contato do vírus com mucosa (conjuntival, da boca ou do nariz), manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de
por meio de mãos contaminadas com excretas de roedores; roedores, além de outras medidas que impeçam a interação entre
• Transmissão pessoa a pessoa, relatada, de forma esporádica, na o homem e roedores silvestres, nos locais onde é conhecida a
Argentina e Chile, sempre associada ao hantavírus Andes. presença desses animais.
➢ O período de transmissibilidade do hantavírus no homem é
desconhecido. Estudos sugerem que o período de maior viremia DIAGNÓSTICO
seria alguns dias que antecedem o aparecimento dos ➢ Atualmente, os exames laboratoriais para diagnóstico específico da
sinais/sintomas. hantavirose são realizados em laboratórios de referência.
➢ Já o período de incubação do vírus, ou seja, o período que os ➢ Os exames estão disponíveis na rede pública de laboratórios para
primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é, confirmação ou descarte dos casos.
em média, de 1 a 5 semanas, com variação de 3 a 60 dias. ➢ O diagnóstico é feito, basicamente, por meio da sorologia. O
➢ Diversos fatores ambientais estão associados com o aumento no Ministério da Saúde disponibiliza os kits necessários para testes
registro de casos de hantavirose, e estão ligados ao aumento da sorológicos.
população de roedores silvestres como, o desmatamento
desordenado, a expansão das cidades para áreas rurais e as áreas TRATAMENTO
de grande plantio, favorecendo a interação entre homens e ➢ Não existe um tratamento específico para as infecções POR
roedores silvestres. hantavírus.
➢ As medidas terapêuticas são fundamentalmente as de suporte,
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ministradas conforme cada caso por um médico profissional.
➢ Em algumas regiões do Brasil, observa-se um padrão de ➢ Por tratar-se de uma doença aguda e de rápida evolução, é de
sazonalidade, possivelmente decorrente da biologia / notificação compulsória imediata.
comportamento dos roedores reservatórios. ➢ Como a hantavirose é uma doença com transmissão respiratória,
➢ Apesar de a doença ser registrada em todas as regiões brasileiras, profissionais que possam estar expostos devem utilizar os seguintes
o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste concentram maior percentual de equipamentos de proteção individual: Máscara pff3 / Luva /
casos confirmados. Avental / Óculos de proteção.
➢ As infecções ocorrem principalmente em áreas rurais, em situações
ocupacionais relacionadas à agricultura, sendo o sexo masculino
com faixa etária de 20 a 39 anos o grupo mais acometido.
➢ A taxa de letalidade média é de 46,5% e a maioria dos pacientes
necessita de assistência hospitalar.
➢ É uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da
PREVENÇÃO exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente
➢ Baseia-se na utilização de medidas que impeçam o contato do ratos), infectados pela bactéria Leptospira.
homem com os roedores silvestres e suas excretas (resíduos
eliminados do organismo).
➢ Sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra -Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração
imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de hemoptoica
mucosas. -Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
➢ O período de incubação pode variar de 1 a 30 dias e normalmente -Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e
ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. sistema nervoso central
➢ A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas
além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais DIAGNÓSTICO
graves. ➢ É feito a partir da coleta de sangue no qual será verificado se há
➢ Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a
infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As presença da bactéria (exame direto).
inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria ➢ O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em
no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. que se encontra o paciente.
➢ Considerando-se que a leptospirose tem um amplo espectro clínico,
SINTOMAS os principais diagnósticos diferenciais são:
➢ As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e - Fase precoce – dengue, influenza (síndrome gripal), malária,
subclínicas até quadros graves, associados a manifestações riquetsioses, doença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre
fulminantes. São divididas em duas fases: fase precoce e fase tardia. tifóide, entre outras doenças.
➢ Os principais da fase precoce são: Febre / Dor de cabeça / Dor - Fase tardia – hepatites virais agudas, hantavirose, febre amarela,
muscular, principalmente nas panturrilhas / Falta de apetite / malária grave, dengue hemorrágica, febre tifóide, endocardite,
Náuseas / Vômitos riquetsioses, doença de Chagas aguda, pneumonias, pielonefrite
➢ Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou aguda, apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, colecistite
hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, tosse; mais raramente aguda, coledocolitíase, esteatose aguda da gravidez, síndrome
podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, hepatorrenal, síndrome hemolíticourêmica, outras vasculites,
aumento de linfonodos e sufusão conjuntival. incluindo lúpus eritematoso sistêmico, dentre outras.
➢ Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre
a evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente PREVENÇÃO
iniciam-se após a primeira semana de doença. ➢ As medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas aos
➢ Nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a reservatórios (roedores e outros animais), à melhoria das condições
síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade de proteção dos trabalhadores expostos e das condições higiênico-
alaranjada muito intensa - icterícia rubínica), insuficiência renal e sanitárias da população, e às medidas corretivas sobre o meio
hemorragia, mais comumente pulmonar. Pode haver necessidade ambiente, diminuindo sua capacidade de suporte para a
de internação hospitalar. instalação e proliferação de roedores.
➢ Manifestações na fase tardia: ➢ Cuidados com a água para consumo humano Garantia da
- Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e utilização de água potável, filtrada, fervida ou clorada para
hemorragias consumo humano, haja vista serem comuns quebras na
-Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e canalização durante as enchentes.
sangramento maciço ➢ A lama de enchentes tem alto poder infectante e adere a móveis,
paredes e chão. Recomenda-se retirar essa lama (sempre com a
proteção de luvas e botas de borracha) e lavar o local,
desinfetando-o a seguir com uma solução de hipoclorito de sódio a
2,5%, na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas
xícaras de chá (400mL) de hipoclorito de sódio a 2,5%. Aplicar essa ➢ A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete
solução nos locais contaminados com lama, deixando agir por 15 mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma
minutos. encefalite progressiva e aguda com letalidade de
➢ Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que aproximadamente 100%.
crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham ➢ É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família
na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem Rabhdoviridae.
usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos ➢ A raiva é de extrema importância para saúde pública, devido a sua
amarrados nas mãos e nos pés). letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível
➢ Para o controle dos roedores, recomenda-se acondicionamento e de eliminação no seu ciclo urbano (transmitido por cão e gato) e
destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a
alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, vedação de vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico
frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de raticidas humano, a realização de bloqueios de foco, entre outras.
(desratização) deve ser feito por técnicos devidamente
capacitados. SINTOMAS
➢ Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos
QUIMIOPROFILAXIA inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10
➢ Em virtude da insuficiência de evidências científicas sobre dias.
benefícios e riscos do uso de quimioprofilaxia para um grande ➢ Nesse período, o paciente apresenta: Mal-estar geral / Pequeno
contingente populacional, o uso de quimioprofilaxia não é indicado aumento de temperatura / Anorexia / Cefaleia / Náuseas / Dor de
pelo Ministério da Saúde como medida de prevenção em saúde garganta / Entorpecimento / Irritabilidade / Inquietude / Sensação
pública em casos de exposição populacional em massa por de angústia.
ocasião de desastres naturais como enchentes. ➢ Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto
➢ A orientação para profissionais de saúde, militares e de defesa civil de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações
que se expuserem ou irão se expor a situações de risco durante de comportamento.
operações de resgate, é utilizar equipamentos de proteção
individual e ampliar o grau de alerta sobre o risco da doença entre TRANSMISSÃO
os expostos, de forma a permitir o diagnóstico e tratamento ➢ A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados,
oportunos dos pacientes. principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida
➢ Essa orientação caberá até que estudos nacionais sobre também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
quimioprofilaxia possam ser realizados, contemplando aspectos ➢ O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias
locais e características da população que servirão para validar os até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser
atuais resultados e recomendações obtidos por estudos realizados mais curto em crianças.
no exterior. ➢ O período de incubação está relacionado à localização, extensão
e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de
contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da
porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração ➢ A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor
de partículas virais inoculadas e cepa viral. medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição.
➢ Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 ➢ Quando a profilaxia antirrábica não ocorre em tempo oportuno
dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante e a doença se instala, pode-se utilizar o Protocolo de
toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). Tratamento da Raiva Humana, baseado na indução de coma
➢ A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.
apresentação dos sintomas. ➢ Entretanto, é importante salientar que, diante de uma doença
➢ Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em que letalidade é de quase 100%, os pacientes, mesmo
em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros submetidos ao protocolo, raramente sobrevivem, ressaltando a
(morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem importância da prevenção.
sintomatologia aparente.
VACINAÇÃO ANTIRRÁBICA CANINA E FELINA
COMPLICAÇÕES ➢ O Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), criado em 1973,
➢ A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves implantou entre outras ações, a vacinação antirrábica canina e
e complicadas, como: Ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes felina em todo o território nacional.
/ Febre / Delírios / Espasmos musculares involuntários, generalizados ➢ Essa atividade resultou num decréscimo significativo nos casos de
e convulsões. raiva naqueles animais, e com isso permitiu um controle da raiva
➢ Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando urbana no país.
o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia ➢ Em 2010 o Ministério da Saúde alterou definitivamente as vacinas
intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um usadas na rotina e nas campanhas de vacina antirrábica canina e
quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, felina pelas vacinas de cultivo celular, por apresentarem maior
retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a segurança e apresentar maior eficácia na conversão de títulos
presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia. protetores nesses animais.
➢ Importante: O paciente se mantém consciente, com período de ➢ Essa vacina é enviada aos estados e estão disponíveis de forma
alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução gratuita no SUS para a vacinação de cães e gatos em campanhas
para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de massivas e para demandas da rotina.
instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
➢ A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos
casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de
imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de ➢ A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de
mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical (tecido gravidade variável.
bulbar de folículos pilosos). ➢ Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas
➢ A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não graves, com elevada taxa de letalidade.
se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da ➢ A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero
autópsia é de extrema importância para a confirmação Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato.
diagnóstica.
➢ No Brasil duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros ➢ Os resultados dos testes laboratoriais podem levar semanas. Por isso,
clínicos da Febre Maculosa. se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com
• Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa antibióticos urgentemente, tendo em vista que quanto mais cedo a
Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte terapia for iniciada, maiores são as chances de se evitar
do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste. complicações e morte do paciente.
• Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata
Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), TRATAMENTO
produzindo quadros clínicos menos graves. ➢ É essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo
➢ De acordo com a Portaria do MS de consolidação PORTARIA Nº 264, a morte da pessoa. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é
DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020 - todo caso de febre maculosa é de importante procurar uma unidade de saúde para avaliação
notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. médica.
➢ Deve-se iniciar a investigação epidemiológica em até 48 horas após ➢ O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados
a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica
controle pertinentes. é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por
3 dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento
SINTOMAS da Febre Maculosa pode agravar o caso podendo levar ao óbito.
➢ Os principais sintomas da Febre Maculosa são: Febre / Dor de
cabeça intensa / Náuseas e vômitos / Diarreia e dor abdominal. Dor
muscular constante / Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos
e sola dos pés / Gangrena nos dedos e orelhas / Paralisia dos
membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões
causando paragem respiratória.
➢ Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o
aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que
não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das
mãos, braços ou solas dos pés.

DIAGNÓSTICO
➢ O diagnóstico oportuno da Febre Maculosa é muito difícil,
principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista
que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como
leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite,
malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia.
➢ No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e perguntará
onde você mora ou se esteve em locais de mata, florestas,
fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um
carrapato, ele também poderá solicitar uma série de exames para
confirmar ou contribuir com o diagnóstico.

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