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Ensino Médio

Livro de Revisão 3
Biologia
1. Vírus, Reino Monera e Reino Protoctista
O conhecimento sobre os micro-organismos leva à compreensão do relacionamento deles com outros seres vivos,
de sua importância ecológica e de seu impacto na ocorrência dos ciclos naturais. Além disso, ajuda a entender melhor
as doenças que algumas espécies podem ocasionar ou, no caso dos vírus, seu parasitismo obrigatório e específico de
determinadas células.

©Shutterstock/AuntSpray
Vírus
Características principais
• São acelulares, mas apresentam relação parasitária obrigatória com as células.
• Apresentam estrutura muito simples: cápsula proteica (capsídeo) e ácido
nucleico (genoma viral).
• Muitos são envelopados, ou seja, contêm envoltório viral constituído de
lipídios, carboidratos e proteínas. Representação esquemática do zika
vírus
• Não apresentam metabolismo próprio.
• No interior de células vivas, apresentam capacidade de replicação (reprodução viral).
• Podem ser visualizados somente com o auxílio de microscópio eletrônico, pois são extremamente pequenos.
• Têm o genoma constituído de DNA ou RNA (raramente apresentam ambos, como o citomegalovírus).
• Fora das células, os vírus assemelham-se a pequenos cristais, chamados vírions.
• São causadores de diversas doenças, denominadas viroses.
• Sofrem mutações com facilidade, o que dificulta seu combate, especialmente por meio de vacinação.
• No Brasil, existem vacinas contra algumas viroses, como a poliomielite, hepatites A e B, sarampo, rubéola, caxumba
e gripe.
• São importantes fontes de inovação genética na natureza, contribuindo para a diversidade genética dos seres vivos.
• Alguns tipos de vírus são utilizados como vetores de genes na fabricação de medicamentos e vacinas.

Multiplicação dos vírus


Na reprodução viral (replicação), ocorrem a duplicação do ácido nucleico e a síntese das proteínas que formam o cap-
sídeo. Para tanto, os vírus invadem as células hospedeiras e utilizam os ribossomos e as enzimas celulares para formar novas
proteínas, que produzem cópias virais. Há dois ciclos de replicação: lítico e lisogênico.
CICLO DE REPLICAÇÃO DO VÍRUS BACTERIÓFAGO
O vírion adere-se à parede celular da bactéria. As enzimas da cauda auxiliam na perfuração da parede bacteriana e o DNA do bacteriófago é injetado
no citoplasma.
Ciclo lítico Ciclo lisogênico
• O DNA é transcrito em RNAm e traduzido em proteínas virais. • O DNA viral incorpora-se ao cromossomo
• As enzimas de transcrição e tradução da bactéria não distinguem os genes do invasor de seus bacteriano sem interromper a atividade da
próprios genes. bactéria.
• As proteínas virais formadas induzem a replicação do DNA viral e interrompem a atividade • Quando a bactéria se reproduz
metabólica bacteriana. assexuadamente, ocorre a formação de duas
novas células com o DNA viral incorporado e
• O cromossomo bacteriano é inibido e a bactéria passa a ser totalmente controlada pelo
inativo.
bacteriófago.
• Esse DNA invasor pode se manifestar,
• A célula hospedeira, repleta de partículas virais, produz enzimas para destruir a parede
separando-se do cromossomo bacteriano e
bacteriana, que se rompe e libera vários vírions completos, os quais podem infectar outras
iniciando o ciclo lítico.
bactérias.

2 Livro de Revisão 3
Doenças virais (viroses)
Virose Contágio Sintomas Profilaxia
Relações sexuais sem proteção, transfusões Uso de preservativos nas
sanguíneas e uso de seringas contaminadas. Deficiência do sistema imunitário e surgimento relações sexuais, controle dos
Aids
Também pode ocorrer durante a fase de doenças oportunistas. bancos de sangue e esterilização
intrauterina e a amamentação. adequada de seringas.
Varicela Contato direto com saliva e objetos Febre alta, falta de apetite, náuseas e manchas
Vacinação.
(catapora) contaminados. avermelhadas na pele.
Febre, náuseas, vômitos, cefaleia, dores Vacinação. Evitar os focos de
Picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti
Dengue musculares e, nos casos mais graves, água parada (criadouros dos
infectada.
hemorragias. mosquitos vetores).
Picada dos mosquitos dos gêneros Aedes Febre alta, cefaleia e vômitos. Nos casos
Febre
(febre amarela urbana) e Haemagogus (febre mais graves, erupção na pele, náuseas e Vacinação.
amarela
amarela silvestre) infectados. hemorragias.
Gripe Contato com gotículas de saliva expelidas por Disfunções respiratórias, febre alta, dores no
Vacinação.
(influenza) tosse, espirro ou fala. corpo, cefaleia, náuseas e vômitos.
Dor de cabeça, calafrios, falta de apetite, mal-
Caxumba Contato com gotículas de saliva expelidas por
-estar, febre e inchaço das glândulas salivares Vacinação.
(parotidite) tosse, espirro ou fala.
parótidas.
Contato com gotículas de saliva expelidas por Febre alta, tosse seca, conjuntivite e erupções
Sarampo Vacinação.
tosse, espirro ou fala. na pele.
Raiva Mordida de animais infectados (cães, Afeta o sistema nervoso periférico e pode
Vacinação de cães e gatos.
(hidrofobia) morcegos). atingir o sistema nervoso central.
Manchas avermelhadas na pele, febre, mal-
Contato com gotículas de saliva expelidas -estar, dor muscular e articular e conjuntivite.
Rubéola por tosse, espirro ou fala. Também pode ser A forma congênita pode provocar má-formação Vacinação.
transmitida via congênita. fetal, principalmente até o terceiro mês de
gestação.
Contato com gotículas de saliva expelidas por Afeta o sistema nervoso, causando paralisia
Poliomielite tosse, espirro ou fala e objetos contaminados e atrofia da musculatura das pernas (mais Vacinação.
por fezes. comum) e dos braços.
Contato com gotículas de muco ou saliva e
Mal-estar, fraqueza, náuseas, dores
Hepatite A contaminação fecal da água e objetos de uso Vacinação.
abdominais, urina escura e icterícia.
pessoal.

A chikungunya e a zika também são doenças causadas por vírus e transmitidas pela picada da fêmea infectada
do mosquito Aedes sp. No entanto, além de certos sintomas semelhantes aos da dengue, a chikungunya caracteriza-se
principalmente por provocar dores nas articulações. Já o zika vírus pode provocar alterações durante o desenvolvimento
embrionário, como a microcefalia.

Reino Monera
Compreende os domínios Bacteria e Archaea.
• Domínio Bacteria: engloba as bactérias e as cianobactérias, procariontes mais disseminados e presentes em prati-
camente todos os ambientes.
• Domínio Archaea: compreende os procariontes que vivem em ambientes extremos da Terra, como locais com frio
intenso e calor extremo.

Biologia 3
Domínio Bacteria Membrana
Parede plasmática
Cápsula celular
Flagelo

Luis Moura. 2012. Digital.


Ribossomos

Mesossomo

Plasmídeo

Filamentos de actina

Fímbrias
Representação
Material genético esquemática da
estrutura celular de
uma bactéria em
corte
Citoplasma Canal de
conjugação (pili)

Características gerais • Podem realizar três processos para a liberação de


• São unicelulares e procariontes, sendo encontradas energia: respiração aeróbia, respiração anaeróbia e
em praticamente todos os ambientes. fermentação.
• Desempenham importantes papéis nos ecossistemas • As bactérias podem ser aeróbias, anaeróbias obriga-
e na manutenção da vida na Terra, pois decompõem tórias ou estritas e anaeróbias facultativas.
a matéria orgânica e participam dos ciclos da matéria.
• As células bacterianas apresentam, basicamente, Classificação
cápsula, parede celular, membrana plasmática, • Quanto à forma, as bactérias são classificadas em
material genético, citoplasma, fímbrias e flagelos. cocos, bacilos, espirilos e vibriões.
• As cianobactérias realizam fotossíntese e consti- • De acordo com a composição da parede celu-
tuem a base das cadeias alimentares aquáticas. lar, as bactérias podem ser gram-negativas ou
• Muitas bactérias realizam fermentação e são utilizadas gram-positivas.
na produção de queijos, iogurtes e leites fermentados.
Outras são utilizadas em processos de biorremedia- Reprodução
ção, degradando substâncias tóxicas do ambiente. • As bactérias podem se reproduzir assexuadamente
por cissiparidade (bipartição ou fissão binária).
Nutrição • Também realizam a troca de material genético
• Podem ser heterotróficas – absorvem matéria orgâ- (recombinação gênica), mecanismo que pode
nica do ambiente – ou autotróficas – produzem ocorrer de três formas: conjugação, transdução e
seu próprio alimento por meio da fotossíntese ou transformação, possibilitando o aumento da varia-
quimiossíntese. bilidade genética.

4 Livro de Revisão 3
Doenças bacterianas (bacterioses)

Doença Agente etiológico Transmissão Características


Geralmente, ataca os pulmões, provocando
Mycobacterium febre, tosse e expectoração sanguinolenta.
Contato com gotículas de saliva expelidas por Também pode afetar outros órgãos, como
Tuberculose tuberculosis (bacilo de
tosse, espirro ou fala. ossos, rins, meninges e próstata.
Koch)
Profilaxia por meio da vacina BCG.

Contato com gotículas de saliva expelidas por Os principais sintomas são tosse e febre.
Coqueluche Bordetella pertussis
tosse, espirro ou fala. Profilaxia por meio de vacinação.
A bactéria libera uma neurotoxina responsável
Contaminação acidental por ferimentos por espasmos musculares e distúrbios
Tétano Clostridium tetani respiratórios.
profundos.
Profilaxia por meio de vacinação.
Contato com água de enchentes contaminada Os sintomas incluem febre, dores musculares,
Leptospirose Leptospira interrogans
com urina de ratos infectados. cefaleia, tosse e dor torácica ou abdominal.
Entre os sintomas, estão cefaleia, febre,
Meningite Contato com gotículas de saliva expelidas por vômitos, rigidez na nuca e convulsões.
Neisseria meningitidis
bacteriana tosse, espirro ou fala.
Profilaxia por meio de vacinação.
Contato sexual, transmissão congênita e Provoca lesões nos órgãos genitais
Sífilis Treponema pallidum
transfusão sanguínea. masculinos e femininos.
Blenorragia Causa infecção uretral que provoca ardência
Neisseria gonorrhoeae Contato sexual.
(gonorreia) urinária e secreção.
Pode causar infecção pulmonar e nos
Peste bubônica Yersinia pestis Picada da pulga de ratos ou outros roedores.
gânglios linfáticos.
Contaminação orofecal por dejetos presentes
Cólera Vibrio cholerae Causa infecção intestinal grave.
na água ou nos alimentos.
Principais sintomas: tosse, febre, dificuldade
Corynebacterium Contato com gotículas de saliva expelidas por respiratória e rouquidão.
Difteria
diphteriae tosse, espirro ou fala.
Profilaxia por meio de vacinação.
Mycobacterium leprae Os sintomas incluem lesões avermelhadas na
Hanseníase (lepra) Contato direto com uma pessoa infectada.
(bacilo de Hansen) pele e áreas insensíveis ao toque.
Intoxicação alimentar causada por uma
Botulismo Clostridium botulinum Ingestão de alimentos contaminados. neurotoxina produzida pela bactéria. Pode
causar paralisia muscular.
Os sintomas incluem febre alta, dor no corpo,
Febre maculosa Rickettsia rickettsii Picada do carrapato-estrela infectado. dor de cabeça e manchas avermelhadas na
pele.

Domínio Archaea
Compreende os micro-organismos conhecidos como arqueas, que habitam ambientes extremos (extremófilos),
como as profundezas dos oceanos ou os locais de grande concentração de sal, temperatura elevada ou frio excessivo.

Reino Protoctista
Engloba os protozoários e as algas e, filogeneticamente, apresenta várias origens, não tendo apenas um único ances-
tral. Por isso, é denominado polifilético.

Biologia 5
Protozoários
Características gerais

©Shutterstock/Lebendkulturen.de
• São eucariontes, unicelulares e heterótrofos.
• Habitam, principalmente, os ambientes aquáticos.
• A maioria tem vida livre e algumas espécies vivem fixas ao substrato.
• Algumas espécies são parasitas e outras mantêm relações harmoniosas com
outros organismos.
Amoeba proteus fagocitando
Paramecium bursaria (em verde).
• Apresentam digestão intracelular; após a entrada do alimento, forma-se um
Micrografia óptica de contraste vacúolo digestivo (alimentar). Os resíduos são eliminados da célula por exocitose.
por interferência diferencial, sem
informação de aumento. • Podem apresentar estruturas de locomoção, como cílios, flagelos e pseudópo-
des. O Filo Apicomplexa (esporozoários) não apresenta estruturas locomotoras.

Reprodução Classificação
• Assexuada: ocorre por fissão binária. O principal critério de classificação dos protozoários
• Sexuada: ocorre por recombinação gênica por considera o tipo e a presença ou não de estruturas respon-
conjugação. sáveis pela locomoção (pseudópodes, cílios ou flagelos).
©Shutterstock/Lebendkulturen.de

Rhizopoda
Apresentam pseudópodes para locomoção e captura de alimentos
(fagocitose).

©Shutterstock/Jenny Pollak
Foraminifera
Apresentam pseudópodes e revestimento com carapaça rígida de
carbonato de cálcio.
Latinstock/SPL

Actinopoda
Apresentam pseudópodes afilados e rígidos, que auxiliam na locomoção
e captura de alimentos.

Latinstock/Photoresearchers/

Zoomastigophora
Michael Abbey

Apresentam flagelos para locomoção e captura de alimentos.

Ciliophora
©iStockphoto.com/
Nancy Nehring

Apresentam cílios para locomoção e captura de alimentos.


©Wikimedia Commons/Ke Hu

Apicomplexa
and John M. Murray

São parasitas e não apresentam estrutura de locomoção.

6 Livro de Revisão 3
Principais protozooses humanas
Doença Agente etiológico Principais sintomas Profilaxia Hospedeiro(s)
Dores de cabeça, picos de febre, Combate ao mosquito vetor Intermediário: ser humano
Malária Plasmodium sp. anemia, sudorese, calafrios e e cuidados na recepção de Definitivo: fêmea do mosquito
aumento do fígado e do baço. sangue e hemoderivados. Anopheles (mosquito-prego)
Combate ao inseto vetor Intermediário: Triatoma sp.
Doença de Cardiomegalia, taquicardia, (barbeiro) e cuidados na (barbeiro)
Trypanosoma cruzi
Chagas miocardite, entre outros sintomas. recepção de sangue e
hemoderivados. Definitivo: ser humano

Dores abdominais, intensa diarreia Saneamento básico e higiene


Amebíase Entamoeba histolytica Definitivo: ser humano
com sangue e anemia. sanitária.
Lesões na parede intestinal, dor Saneamento básico e higiene
Giardíase Giardia intestinalis Definitivo: ser humano
abdominal, náuseas e diarreia. sanitária.
Leishmaniose Intermediário: fêmea do
tegumentar Leishmania sp. Lesões na pele (nariz e boca). Combate ao mosquito vetor. mosquito Lutzomyia sp.
americana Definitivo: ser humano
Prurido na região genital, inchaços,
Tricomoníase Trichomonas vaginalis Uso de preservativos. Definitivo: ser humano
leucorreia, vaginite e uretrite.
Na maioria dos casos, a infecção Evitar o contato direto com Definitivo: principalmente o
não apresenta sintomas. Quando as fezes de gatos infectados gato
Toxoplasmose Toxoplasma gondii estes surgem, podem ocorrer e a ingestão de carne crua
doenças oculares, cegueira e ou malcozida e leite não Intermediário: vários animais,
problemas neurológicos. pasteurizado ou fervido. incluindo o ser humano

Algas
Características gerais
©iStockphoto.com/VargaJones

• São eucariontes, uni ou multicelulares, micro ou macroscópicas e autótrofas.


• Não apresentam tecidos e órgãos especializados.
• Habitam diversos ambientes úmidos e aquáticos, vivendo fixas (fitobentônicas) ou
de modo flutuante (fitoplanctônicas).
• Constituem importantes organismos fotossintetizantes, formando a base das
Sargassum sp., alga parda cadeias alimentares dos ecossistemas aquáticos.
• Auxiliam na manutenção da temperatura global por meio da captação (fixação) do carbono da atmosfera.
• Algumas espécies são amplamente utilizadas nas indústrias de alimentos, produtos farmacêuticos, fertilizantes,
higiene pessoal, entre outras.
• Determinadas espécies do grupo das dinófitas (dinoflagelados) provocam o fenômeno da maré-vermelha.

Reprodução
• Assexuada: pode ocorrer por fissão binária ou fragmentação.
• Sexuada: ocorre por conjugação em algumas espécies, como no gênero Spirogyra.

Classificação
Chlorophyta Phaeophyta Rhodophyta Chrysophyta Dinophyta Euglenophyta
• Algas verdes • Algas pardas • Algas vermelhas • Algas douradas • Dinoflagelados • Euglenoides
• Uni e multicelulares • Multicelulares • Multicelular • Unicelulares • Unicelulares e • Unicelulares com
• Marinhas, dulcícolas • Maioria marinha • Maioria marinha • Habitam diversos biflagelados um ou dois flagelos
ou terrestres • Formam talos ambientes • Maioria marinha • Maioria dulcícola
filamentosos • Diatomáceas • Zooxantelas

Biologia 7
1. (IFSC) Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, hospedeira, a partir dos seus processos metabólicos,
pois só se reproduzem no interior de uma célula recodificando sua própria replicação.
hospedeira. São também agentes causadores de muitas
d) Tem um ciclo biológico no qual as partículas virais
doenças infecciosas que afetam seres humanos.
penetram, inicialmente, nas células da camada pro-
Assinale a alternativa correta. funda da pele ou das mucosas que são células mais
Dentre as sequências abaixo, qual apresenta doenças diferenciadas do epitélio escamoso e que não têm ati-
que são causadas somente por vírus? vidade mitótica.
a) Poliomielite, gripe e sífilis. e) Nos seus estágios de ativação, pode replicar-se e
b) Varíola, cólera e raiva. permanecer em sítio primário, ou pode trilhar outros
caminhos, tais como causar o condiloma, doença
c) Leptospirose, tétano e caxumba. que, nos seres humanos, pode se expressar de forma
d) Coqueluche, sarampo e cólera. assintomática, após o contato inicial.
e) Dengue, catapora e febre amarela. 3. (UNESP – SP) Considere as seguintes manchetes, noti-
2. (UPE) ciadas por diferentes meios de comunicação no primeiro
semestre de 2015.
O papilomavírus humano (HPV) é o principal
causador do câncer de colo do útero, enfermidade Brasil pode ser o primeiro país a ter
considerada um dos principais problemas de
vacina contra a dengue.
saúde pública do Brasil. Em Recife, esse tipo de
câncer tem colocado o estado de Pernambuco
em evidência mundial, principalmente pelo Mosquito da dengue é o mesmo que
elevado número de casos registrados e por ser a transmite a febre chikungunya.
terceira neoplasia mais comum entre mulheres.
Atualmente, para prevenir e/ou reduzir a Sobre a relação existente entre esses dois temas, vacina
mortalidade por essa doença, o Ministério da contra dengue e febre chikungunya, é correto afirmar
Saúde resolveu imunizar jovens na faixa entre 11 que a vacina
e 13 anos de idade. a) diminuirá o número de casos de dengue, mas poderá
(Diário de Pernambuco, 11/03/2014. Disponível em: <http:// contribuir para o aumento do número de pessoas com
monsystemeimmunitaire.fr/etiquette/cancer>. Adaptado.)
febre chikungunya.
Assinale a alternativa correta, com base no conheci- b) fará diminuir o tamanho das populações de Aedes
mento sobre o papilomavírus humano. aegypti, diminuindo o número de casos de dengue e o
a) São vírus de DNA de dupla fita, ou seja, adenovírus, número de casos de febre chikungunya.
que provocam o aparecimento de verrugas de colora-
c) tornará as pessoas imunes a ambas as doenças, mas
ção rosada, úmidas e macias, de aspecto semelhante
a presença de mosquitos Aedes aegypti no ambiente
à couve-flor tanto no órgão sexual do homem quanto
no da mulher. continuará alta.

b) Pode ser transmitido indiretamente, pelo contato com a d) tornará as pessoas imunes ao mosquito Aedes
pele ou mucosa contaminada, durante a relação sexual, aegypti, mas não imunes aos agentes etiológicos da
ou pela contaminação por meio de objetos como toa- dengue e da febre chikungunya.
lhas, roupas íntimas, vasos sanitários ou banheiras. e) protegerá contra a febre chikungunya apenas nos
c) São vírus heterogêneos capazes de multiplicarem-se casos em que o Aedes aegypti for portador de ambos
e de alterarem o seu genoma no interior da célula os agentes etiológicos.

8 Livro de Revisão 3
4. (UFES) Em 2014, a imprensa noticiou exaustivamente o b) O fato de ser frequentemente transmitida por secre-
surto de febre hemorrágica provocada pelo vírus ebola. ções das vias respiratórias, como gotículas eliminadas
Os vírus são organismos bastante peculiares em relação pelo espirro ou pela tosse.
à sua estrutura corporal e à sua reprodução e, muitas
c) O fato de ser transmitida apenas por meio de insetos
vezes, não são considerados seres vivos. No que se
vetores.
refere aos vírus, explique
d) O fato de ser extremamente contagiosa apenas em
a) o que diferencia o corpo de um vírus do corpo dos
crianças desnutridas, recém-nascidos e crianças por-
demais organismos vivos.
tadoras de imunodeficiências.
6. (UEG – GO) O Trypanosoma cruzi é o protozoário
causador da doença de Chagas. A relação entre a
doença e o protozoário foi descoberta por Carlos Chagas
ao investigar a presença do protozoário no sangue
de indivíduos que moravam em casas infestadas por
barbeiros. A principal forma de transmissão da doença é
a) pela transfusão de sangue, seguida pela transmissão
congênita e, menos frequentemente, pelo coito.
b) pelo vetor, seguida pela transmissão oral e, menos
frequentemente, por transfusão de sangue.
b) como se reproduzem os vírus de RNA.
c) pelo vetor, seguida pela transfusão de sangue e,
menos frequentemente, por transplantes de órgãos.
d) pela transfusão de sangue, seguida pela transmissão
sexual e contaminação acidental.
7. (UECE) Atente às seguintes afirmações sobre as algas.
I. Diatomáceas, cianofíceas e clorofíceas são grupos
representados por espécies de algas exclusivamente
fitoplanctônicas.
II. Não possuem tecidos e órgãos especializados: por-
tanto, não desenvolvem raiz, caule, folha e nem flor,
assim como nas pteridófitas.
c) o motivo pelo qual parte da comunidade científica não
considera vírus como ser vivo. III. Podem ser encontradas diferentes espécies no solo,
associadas a outras plantas, em água doce ou salgada.
IV. Principalmente as unicelulares pertencentes ao fito-
plâncton são responsáveis por mais da metade do gás
oxigênio liberado diariamente na Terra.
V. O glicogênio é o produto de reserva dentro do cloro-
plasto, em associação com os pirenoides.
5. (UNICAMP – SP) O sarampo é uma doença infectoconta- É correto o que se afirma somente em
giosa provocada pelo Morbilivirus. Em 2015 apareceram
vários casos dessa doença em diversas cidades do Brasil a) II, III e V.
e do mundo. O que faz com que esta doença seja extre- b) III e IV.
mamente contagiosa e muito comum na infância?
c) I, II, IV e V.
a) O fato de ser transmitida por um vírus para o qual não
existe vacina. d) I, II e IV.

Biologia 9
2. Reino Fungi e Reino Plantae
Os fungos e as plantas constituem organismos fundamentais nos ecossistemas, representando grande parte da bio-
diversidade do planeta. Os fungos atuam como decompositores da matéria, e as plantas são importantes organismos
autótrofos.

Reino Fungi Características principais


• São organismos uni ou multicelulares, com hábitat
predominantemente terrestre.
roeng chinnapan

• São heterótrofos e a maioria é saprófaga.


• Realizam a reciclagem de nutrientes, atuando como
©Shutterstock/sum

decompositores. Algumas espécies são parasitas.


• Nos fungos multicelulares, as células encontram-se
intimamente ligadas umas às outras, formando uma
massa compacta de longos filamentos denomina-
dos hifas. O conjunto de hifas denomina-se micélio.
• Suas células têm parede celular com depósito de • O micélio vegetativo atua na obtenção de alimento, e
o reprodutivo produz esporos (células reprodutivas).
quitina.
• Apresentam glicogênio como substância de reserva. Reprodução
• A digestão é extracorpórea, e a respiração celular • Assexuada: pode ocorrer por brotamento nos uni-
pode ser aeróbia ou anaeróbia facultativa. celulares (como as leveduras) e formação de espo-
ros nos multicelulares.
• Quando associados às raízes das plantas, podem
• Sexuada: nos zigomicetos, ascomicetos e basidio-
auxiliá-las na absorção de minerais, compondo as
micetos, ocorre a fusão de hifas, em que o zigoto
micorrizas. realiza meiose (zigótica) e forma esporos que ger-
• Podem formar associações mutualísticas com algas, minam e dão origem a novas hifas. As hifas se entre-
formando os liquens. laçam e formam um novo corpo de frutificação.

Nos ascomicetos, o corpo de frutificação denomina-se ascocarpo e, nos basidiomicetos, basidiocarpo. Nos ascocarpos,
ocorre a produção de esporos denominados ascósporos e, nos basidiocarpos, há a produção de basidiósporos.

Classificação
Filo Características
• São fungos principalmente aquáticos.
Chytridiomycota • Podem ser decompositores, parasitas ou se relacionar a outros organismos por mutualismo.
• Apresentam esporos flagelados.
• Incluem algumas leveduras (unicelulares) e outros fungos multicelulares.
Zygomycota • Podem ser terrestres ou aquáticos.
• Atuam como decompositores, parasitas ou formam micorrizas.
• Apresentam ascocarpo: corpo de frutificação.
Ascomycota • Incluem espécies unicelulares (leveduras) e multicelulares.
• Podem ser decompositores ou parasitas.
• Incluem os cogumelos.
• Apresentam basídios que produzem esporos (basidiósporos); vários basídios se unem para formar o corpo de frutificação
Basidiomycota
(basidiocarpo).
• Dependendo da espécie, podem ser parasitas de plantas, comestíveis, alucinógenos e decompositores.

10 Livro de Revisão 3
Liquens: associações mutualísticas entre fungos e algas, em que a alga fornece substâncias orgânicas (resultantes da
fotossíntese) ao fungo, e este a auxilia na retenção de umidade e na absorção de minerais, além de lhe fornecer proteção.
Os liquens são extremamente sensíveis à poluição do ambiente, sendo considerados bioindicadores da qualidade do ar.

Doenças causadas por fungos


• O fungo Hemileia vastatrix é responsável pela ferrugem do cafeeiro, doença que destrói plantas de café.
• Os fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, quando presentes em alimentos como amendoim, milho, trigo
e nozes, produzem compostos tóxicos que, se ingeridos, podem provocar vários problemas de saúde.
• Fungos parasitas podem causar micoses, que afetam diversos tecidos ou órgãos, como a pele, as unhas e os cabe-
los. As mais comuns são:
– pé de atleta ou frieira – causada pelos fungos Trichophyton sp. e Tinea pedis, que parasitam a pele principal-
mente entre os dedos dos pés;
– candidíase – causada pelo fungo da espécie Candida albicans. Nas crianças, a candidíase é chamada de sapinho
e atinge, principalmente, a mucosa oral.

Reino Plantae
Características principais
• São organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos.
s
k/Alasdairjame

• Habitam quase todos os ambientes terrestres; há espécies aquáticas.


• Produzem seu próprio alimento por meio da fotossíntese.
©Shutterstoc

• Apresentam células com parede celulósica, vacúolos e diferentes plastos,


entre eles os cloroplastos, responsáveis pela fotossíntese.

Reprodução
• As plantas realizam alternância de gerações haploide (n) e diploide (2n). Os indivíduos haploides denominam-se
gametófitos (n) e formam os gametas. Após a fecundação, origina-se um zigoto diploide que, após sucessivas
mitoses, forma um indivíduo diploide chamado esporófito (2n).
• No esporófito adulto, as células se dividem por meiose espórica, originando os esporos (n). Cada esporo forma um
gametófito, completando o ciclo.
• A duração das fases e a estrutura do gametófito e do esporófito são variáveis nos diferentes grupos de plantas.

Classificação
Reino Plantae
Angela Giseli. 2012. Digital.

Plantas avasculares Plantas vasculares

Plantas com semente

Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas


Representação de cladograma
que mostra as relações
Fruto filogenéticas entre os grupos
Semente pertencentes ao Reino Plantae
Alga verde Vasos condutores, raiz, caule e folhas
ancestral
Embrião pluricelular

Biologia 11
Briófitas
• São avasculares, compreendendo plantas com rizoide, cauloide e filoide.
• Não apresentam flor, fruto e semente.
irjames

• Apresentam alternância de gerações em que a fase de gametófito (n) é duradoura;


©iStockphoto.com/Alasda

e a de esporófito (2n), efêmera.


• Dependem da água para a fecundação.
• São indicadores de poluição ambiental.
• As briófitas são classificadas em Bryophyta (musgos), Hepatophyta (hepáticas) e
Anthocerophyta (antóceros).

Musgo

Reprodução das briófitas

Jack Art. 2012. Digital.


Anterozoides
(gametas )
Água

Oosfera
(gameta )

A
fec pós a
u
(mi ndaçã
tos o
es)

Arquegônio (n)
Gametófito Gametófito
masculino (n) feminino (n)

Esporófito jovem
(2n)
i ose Esporófito
Me
Cápsula (2n)

Protonema
(n) Urna
Germinação
de esporos Gametófito
(n)
Esporo
(n) Representação
esquemática do ciclo
de vida de um musgo

Pteridófitas
• São vasculares (traqueófitas), compreendendo plantas com raiz,
©iStockphoto.com/Keiichi Hiki

caule e folhas.
• Não apresentam flor, fruto e semente.
• Apresentam alternância de gerações em que a fase de esporófito
(2n) é predominante em relação à de gametófito (n).
• Dependem da água para a fecundação.
• As pteridófitas são classificadas em Pterophyta ou Pteridophyta
(samambaias, avencas, xaxins e cavalinhas) e Lycophyta ou
Lycopodiophyta (selaginelas e licopódios).
Samambaias

12 Livro de Revisão 3
Algumas adaptações possibilitaram o sucesso das pteridófitas no meio terrestre, como a predominância da fase espo-
rofítica sobre a gametofítica e o desenvolvimento dos tecidos condutores xilema e floema.

Reprodução das pteridófitas

Folhas Folíolo em corte transversal

Meiose

Esporos
Soro com
(n)
esporângios

Jack Art. 2012. Digital.


Esporófito
adulto (2n)
Protalo cordiforme
Esporângios (gametófito monoico)
Arquegônio
(n)

Esporófito Zigoto Oosfera (n)


jovem (2n) (2n)
Caule
(rizoma) Gametófito
(n) Anterozoides
Raízes
Fecundação
Anterídio

Representação esquemática do ciclo de vida de uma samambaia

Briófitas Pteridófitas
Avasculares Vasculares
Pequeno porte Porte arbustivo ou arbóreo
Presença de rizoide, cauloide e filoide Presença de raiz, caule e folhas
Gametófito dominante Esporófito dominante

Dependem da água para a fecundação e não apresentam


flores, frutos ou sementes.

Gimnospermas
• São vasculares e constituem as primeiras plantas com sementes.
©Shutterstock/Iuliia Timofeeva

• Apresentam estruturas reprodutivas agrupadas em estróbilos.


• Compreendem árvores de grande porte que habitam regiões temperadas.
• Apresentam raiz, caule, folha, estróbilo e semente. Além de atuar na dispersão da
espécie, as sementes são fundamentais para a proteção e a nutrição do embrião.
• Não apresentam frutos.
• Presença de grãos de pólen e independência de água para a reprodução.
• O gametófito constitui a fase reduzida; e o esporófito, a fase duradoura.
• As gimnospermas são classificadas em Coniferophyta (coníferas),
Cycadophyta (cicadáceas), Gnetophyta (gnetáceas), Ginkgophyta (Ginkgo
Araucaria angustifolia biloba).

Biologia 13
Reprodução das gimnospermas

1. Gimnospermas do Estróbilo Óvulo 3. A escama do cone ovulado


gênero Pinus tem dois óvulos, cada um contendo
apresentam estróbilos
feminino
um megasporângio (somente um
masculinos e femininos óvulo é mostrado na imagem).
na mesma planta.
Megasporócito
Megastróbilo em corte
(2n) Megasporângio
com os óvulos aparentes
Grãos de (2n)
Estróbilo
masculino pólen (n)
Microstróbilos Tegumento
(2n) e (2n)
eios Grão de pólen
M germinando
Microsporângio
Esporófito maduro 4. Após a polinização, o grão
(2n) de pólen germina formando o
2. Corte longitudinal Microsporócitos
tubo polínico, que se estenderá
do estróbilo masculino (2n) pelo megasporângio.
Oosfera
Plântula Arquegônios (n)

5. Enquanto o tubo polínico se desenvolve,


o megasporócito sofre meiose, produzindo
quatro células haploides. Apenas uma delas
Luis Moura. 2010. Digital.

Sementes sobrevive, como o megásporo.


Oosfera (n)
6. A fecundação
Tegumento ocorre somente
Reserva de
(2n) quando o núcleo Tubo Oosfera
alimento (n) gamético se polínico (n)
une à oosfera.
Arquegônio
Fecundação
Embrião (2n)
Núcleo gamético (n)

Representação esquemática do ciclo de vida de uma gimnosperma

Angiospermas
• São vasculares, compreendendo plantas com sementes protegi-
©Shutterstock/Jesse Nguyen

das por fruto.


• É o grupo mais abundante, com plantas que apresentam raiz,
caule, folha, flor, semente e fruto.
• O gametófito é a fase reduzida; e o esporófito, a fase duradoura.
• Apresentam flores como estruturas reprodutivas.
• Flores completas apresentam órgãos sexuais femininos e mas-
culinos (monóclinas), sendo constituídas por um conjunto de
peças florais: sépalas, pétalas, estames e carpelos.
• Principais verticilos florais (folhas modificadas):
– verticilos protetores – cálice (formado pelo conjunto de sépalas) e corola (formada pelo conjunto de pétalas);
– verticilos reprodutores – androceu (conjunto de órgãos reprodutores masculinos, representados pelos esta-
mes) e gineceu (conjunto de órgãos reprodutores femininos, constituídos pelos carpelos).
• As angiospermas são classificadas em dois grupos principais: monocotiledôneas (liliopsidas) e eudicotiledôneas
(magnoliopsidas).

14 Livro de Revisão 3
Reprodução das angiospermas

Marcos Gomes. 2012. Digital.


Representação esquemática do ciclo de vida de uma angiosperma

Gimnospermas Angiospermas
Maioria de grande porte Porte variado
Estróbilos Flores
Sementes nuas Frutos protegendo as sementes
Polinização anemófila (vento) Polinização variada
Fecundação simples Fecundação dupla
Endosperma haploide (n) Endosperma triploide (3n)

Biologia 15
1. (EMESCAM – ES) Há muitos anos atrás, os povos antigos A sequência correta em que ocorrem essas etapas é:
fabricavam pães pesados e muito consistentes, denomi-
a) I – III – II – IV. d) II – I – III – IV.
nados pães ázimos. Atualmente, não é possível produzir
um tipo de pão, como estamos acostumados a consumir, b) I – IV – II – III. e) III – I – IV – II.
sem a utilização dos fermentos, que tornam a massa do c) II – III – IV – I.
pão leve e macia. Considerando que a leveza da massa
do pão é resultante de um processo realizado por seres 3. (UFPA) Escavações arqueológicas em solos rochosos
vivos, responda. do Período Carbonífero, com aproximadamente 300
milhões de anos, descobriram fósseis vegetais. A aná-
a) A que reino pertencem esses seres vivos? lise dos fósseis mostrou a presença de traqueídes, com
paredes reforçadas de lignina, e ausência de óvulos.
Baseando-se nas características dos vegetais fossiliza-
b) Que denominação recebe o processo realizado, nos dos, pode-se incluí-los no grupo das
ingredientes da massa do pão, por esses organismos
(seja específico)? a) pteridófitas. d) briófitas.
b) angiospermas. e) fanerógamas.
c) gimnospermas.
c) Por que a massa do pão se torna leve durante a ação
dos organismos? 4. (UECE) As plantas, assim como todos os demais seres
vivos, possuem ancestrais aquáticos e desta forma sua
história evolutiva encontra-se relacionada à ocupação
progressiva do ambiente terrestre. Para que isso pudesse
acontecer algumas características foram selecionadas e
dentre elas podemos destacar:
I. Sistema vascular

d) Com que finalidade esses seres vivos realizam esse II. Esporófito dominante
fenômeno biológico? III. Filoides
IV. Esporófito não ramificado
São características próprias de pteridófitas e briófitas,
respectivamente:
a) I e III; II e IV. c) II e IV; I e III.
e) Como se reproduzem, na massa do pão, esses agen-
b) I e II; III e IV. d) III e IV; I e II.
tes biológicos?
5. (UEG – GO) Todas as características a seguir pertencem
ao grupo dos pinheiros (gimnospermas), exceto.
a) As sementes são produzidas em cones ou estróbilos.
2. (UFES) No ciclo de vida das briófitas podem ser conside- b) O esporófito, que pode atingir grande porte, é a gera-
radas as seguintes etapas. ção duradoura.
I. Produção de esporos. c) Os gametófitos são reduzidos e de sexos separados.
II. Produção de gametas. d) A fecundação não depende de água.
III. Formação de um vegetal haploide. e) Os dois núcleos gaméticos são aproveitados durante a
IV. Formação de um vegetal diploide. fecundação.

16 Livro de Revisão 3
6. (UCS – RS) Relacione as estruturas vegetais, apresen- importante para garantir seu sucesso reprodutivo,
tadas na coluna A, às suas respectivas definições, elen- pois permite a conquista de novos territórios. A
cadas na coluna B. dispersão é favorecida por certas características
Coluna A dos frutos (ex.: cores fortes e vibrantes, gosto e
odor agradáveis, polpa suculenta) e das sementes
1. Prótalo (ex.: presença de ganchos e outras estruturas
2. Gineceu fixadoras que se aderem às penas e pelos de
animais, tamanho reduzido, leveza e presença
3. Estróbilo
de expansões semelhantes a asas). Nas matas
4. Endosperma brasileiras, os animais da fauna silvestre têm uma
importante contribuição na dispersão de sementes
Coluna B
e, portanto, na manutenção da diversidade da
( ) Reserva nutritiva encontrada nas sementes flora.
( ) Gametófito das samambaias CHIARADIA, A. Minimanual de pesquisa: Biologia. Jun. 2004
(adaptado).
( ) Estrutura reprodutora feminina presente nas flores
Das características de frutos e sementes apresentadas,
( ) Estrutura reprodutora da maioria das plantas gim-
quais estão diretamente associadas a um mecanismo de
nospermas
atração de aves e mamíferos?
Assinale a alternativa que completa correta e respectiva-
a) Ganchos que permitem a adesão aos pelos e penas.
mente os parênteses, de cima para baixo.
b) Expansões semelhantes a asas que favorecem a
a) 1 – 2 – 4 – 3 d) 4 – 3 – 1 – 2
flutuação.
b) 3 – 1 – 2 – 4 e) 4 – 1 – 2 – 3
c) Estruturas fixadoras que se aderem às asas das aves.
c) 3 – 2 – 1 – 4
d) Frutos com polpa suculenta que fornecem energia aos
7. (ENEM) dispersores.
Os frutos são exclusivos das angiospermas, e e) Leveza e tamanho reduzido das sementes, que favo-
a dispersão das sementes dessas plantas é muito recem a flutuação.

3. Histologia vegetal
Os tecidos vegetais são grupamentos de células com formas e funções específicas na planta, sendo classificados em
embrionários (meristemas) e adultos (permanentes).

Tecidos embrionários ou meristemas


• Apresentam células com intensa atividade mitótica e capacidade de sofrer expansão.
• São responsáveis pelo crescimento e pela formação das diversas partes da planta.
• Por meio da diferenciação celular, formam os diferentes tecidos adultos do vegetal.

Meristemas apicais e primários


• Apresentam células embrionárias responsáveis pelo crescimento primário da planta (crescimento longitudinal).
• Determinam o alongamento das raízes e dos caules e a formação das folhas.
• No caule, suas células situam-se nas gemas ou brotos apicais e laterais (axilares) e nos primórdios foliares.
• Na raiz, elas se localizam na região subapical, logo acima da porção protetora denominada coifa.

Biologia 17
• Apresentam células pequenas e com paredes celulares delgadas e núcleo bem desenvolvido.
• No caule e na raiz, a atividade dos meristemas apicais origina os meristemas primários, os quais são classificados em:
– protoderme – responsável pela formação da epiderme, tecido de revestimento das partes jovens da planta;
– meristema fundamental – forma os tecidos fundamentais, como os parênquimas e os tecidos de sustentação;
– procâmbio – origina os tecidos condutores primários (floema e xilema primários).

1 2

Raiz lateral
Parênquimas e tecidos
de sustentação originados
do meristema fundamental
Folha
Epiderme
Revestimento
externo da planta
Tecido condutor
Zona de Pelos da raiz
maturação
celular Caule
Protoderme
Marcos Gomes. 2012. Digital.

Protoderme
Meristema
Meristema fundamental
Meristemas
Zona de fundamental Procâmbio
primários
alongamento
celular Procâmbio

No meristema apical da raiz, Raiz Protoderme


produzem-se novas células-filhas.
Zona de A maioria dessas células se Meristema
divisão celular diferencia nos tecidos primários fundamental
da raiz. Nesse meristema, há o
caliptrogênio, que origina a coifa. Procâmbio
Coifa

Representação esquemática da planta jovem eudicotiledônea mostrando o corte longitudinal da raiz (1) e os meristemas primários
em diferentes tecidos vegetais (2)

Meristemas secundários • Esse tipo de crescimento ocorre com mais intensi-


• Após o crescimento longitudinal, inicia-se o dade nos vegetais de maior porte, como eudicotile-
aumento da espessura da raiz e do caule, consti- dôneas e gimnospermas.
tuindo o crescimento secundário. • Nas pteridófitas e na maioria das monocotiledô-
neas, não ocorre crescimento secundário.
• Esse crescimento é realizado pelas células dos
meristemas secundários: felogênio e câmbio vas-
cular. A formação desses meristemas ocorre por Tecidos adultos ou
meio da desdiferenciação celular, que consiste
na alteração de células adultas em embrionárias permanentes
(meristemáticas). • São responsáveis por executar determinadas fun-
• O felogênio origina o súber externamente e a felo- ções no organismo vegetal; nessa fase, as células
derme internamente, constituindo a casca secun- normalmente não se dividem.
dária ou periderme (conjunto de súber, felogênio • Os principais tecidos adultos são os de revestimento,
e feloderme). preenchimento, sustentação e condução.
• O câmbio vascular forma os tecidos conduto-
res (xilema e floema secundários) e é o principal Tecidos de revestimento
tecido responsável pelo crescimento da planta em Protegem a planta contra a perda excessiva de água
espessura. e as variações de temperatura. Além disso, os tecidos de

18 Livro de Revisão 3
revestimento garantem proteção mecânica aos órgãos (reserva de amido), oleoplastos (reserva de óleos)
vegetais e impedem a invasão de agentes patogênicos. e proteoplastos (reserva de proteínas).
• Epiderme: constituída por células vivas que • Parênquima aquífero: apresenta vacúolos desen-
revestem as partes jovens da planta. Pode apresen- volvidos que armazenam água em seu interior. É
tar tricomas, papilas, acúleos (roseiras) e estômatos encontrado nas plantas xerófitas.
(trocas gasosas). • Parênquima aerífero (aerênquima): apresenta
• Súber: constituído por células mortas que reves- espaços entre as células para acúmulo de ar, faci-
tem as partes mais velhas da planta. Pode apre- litando as trocas gasosas e a flutuação das plantas
sentar modificações estruturais, como lenticelas e aquáticas, como a vitória-régia e o aguapé.
ritidomas.
Tecidos de sustentação
Tecidos de preenchimento Tecidos mecânicos e resistentes que sustentam a planta.
Compreendem os parênquimas, tecidos constituídos • Colênquima: formado por células vivas, com reforço
por células vivas (com formas variadas) e que podem ou de celulose; confere flexibilidade.
não apresentar espaços intercelulares. Localizam-se princi-
• Esclerênquima: formado por células mortas,
palmente em raízes, caules e folhas, ocupando os espaços
internos desses órgãos. Nas folhas, formam o mesofilo, com reforço de lignina; confere rigidez e certa
região localizada entre as duas epidermes. Apresentam elasticidade.
capacidade de divisão celular, podendo cicatrizar lesões e
regenerar o tecido lesionado. Tecidos de condução
• Parênquima clorofiliano (assimilador ou clo- Possibilitam o transporte de água e nutrientes (seivas).
rênquima): apresenta células com cloroplastos As plantas que apresentam esses tecidos são denominadas
(fotossíntese) e, por isso, localiza-se no interior dos vasculares ou traqueófitas, como as pteridófitas, as gim-
órgãos clorofilados, principalmente no mesofilo nospermas e as angiospermas.
(paliçádico e lacunoso) e sob a epiderme dos cau- • Xilema (lenho): constituído por células mortas que
les jovens. formam os vasos lenhosos, responsáveis pela con-
• Parênquima de reserva: armazena substâncias dução da seiva bruta (água e sais minerais).
nutritivas em plastos (leucoplastos) presentes em • Floema (líber): constituído por células vivas e anu-
órgãos que recebem pouca luminosidade, como cleadas que formam os vasos liberianos, responsá-
raízes, caules e sementes. Há os amiloplastos veis pela condução da seiva elaborada ou orgânica.

1. (PUC-Rio – RJ) As plantas, assim como os animais, apre- 2. (UECE) As plantas são organismos cobertos por um tecido
sentam órgãos compostos de diferentes tecidos, e esses superficial denominado epiderme vegetal. Esse tecido
tecidos apresentam diferentes funções: revestimento; pode ser formado por uma ou mais camadas de células
assimilação e reserva; sustentação; condução. e possui estruturas especializadas nas trocas gasosas e
Os tecidos que desempenham essas funções são, na prevenção da perda de água nesses organismos que,
respectivamente: de acordo com as alternativas abaixo, compreendem
respectivamente os
a) epiderme, parênquima, floema, esclerênquima.
b) colênquima, epiderme, xilema, parênquima. a) estômatos e as lenticelas.
c) epiderme, esclerênquima, xilema, parênquima. b) hidatódios e os tricomas.
d) epiderme, parênquima, esclerênquima, floema. c) tricomas e os hidatódios.
e) parênquima, colênquima, floema, esclerênquima. d) estômatos e os tricomas.

Biologia 19
3. (FMP – RJ) Há mais de 300 anos, o cientista italiano Marcello Malpighi realizou um experimento no qual ele retirou um
anel de casca do tronco de uma árvore. Com o passar do tempo, a casca intumesceu na região acima do corte.
O intumescimento observado foi causado pelo acúmulo de
a) seiva bruta nos vasos condutores removidos junto com o anel de casca.
b) substâncias que não puderam ser usadas no processo fotossintético.
c) produtos da fotossíntese no xilema que foi partido com o corte na casca.
d) solutos inorgânicos nos vasos lenhosos acima do anel removido.
e) solutos orgânicos que não puderam ser transportados pelo floema rompido.

4. (UNISC) Os meristemas primários: procâmbio, meristema fundamental e protoderme originam, respectivamente, os


seguintes tecidos vegetais:
a) parênquima, colênquima e esclerênquima, periderme, epiderme.
b) xilema e floema primários, epiderme, parênquima, colênquima e esclerênquima.
c) periderme, xilema e floema secundários, parênquima, colênquima e esclerênquima.
d) xilema e floema primários, parênquima, colênquima e esclerênquima, epiderme.
e) felogênio, xilema e floema secundários, parênquima, colênquima e esclerênquima.
5. (UFU – MG) Considere o quadro a seguir em que os algarismos romanos de I a IV representam os principais tecidos
vegetais, e os algarismos arábicos de 1 a 4 indicam algumas características, a constituição e as funções desses tecidos.

Tecidos Características, constituição e funções


Formado por células vivas, cuja função geral é o preenchimento de espaços
I Colênquima 1
internos da planta.
Constituído por células com grande capacidade de divisão e que descendem
II Esclerênquima 2
diretamente de células embrionárias.
É um tecido de sustentação constituído por células vivas, dotadas de pare-
III Parênquima 3
des com reforços extras de celulose.
Constituído por células mortas, tem paredes impregnadas de lignina e sua
IV Meristema primário 4
função é a sustentação esquelética do corpo da planta.

Assinale a alternativa que associa, corretamente, esses tecidos vegetais com suas respectivas características, constitui-
ção e funções.
a) I 3, II 1, III 4 e IV 2. b) I 1, II 2, III 3 e IV 4. c) I 3, II 4, III 1 e IV 2 d) I 4, II 3, III 1 e IV 2.
6. (UEM – PR) Em uma aula de botânica, o professor fez algumas afirmações, relacionadas abaixo. Assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) No corpo vegetal, os primeiros tecidos a passarem pelo processo de diferenciação celular são o xilema primário e
floema primário.
02) O crescimento secundário de uma raiz de dicotiledônea é resultante da atividade dos tecidos meristemáticos, câmbio
vascular e felogênio.
04) Colênquima e esclerênquima são tecidos que apresentam células com paredes espessas, sendo que o esclerên-
quima é constituído por células mortas.

20 Livro de Revisão 3
08) As monocotiledôneas e as dicotiledôneas que não crescem em espessura apresentam um arranjo de tecidos conhe-
cido como estrutura secundária.
16) Parênquima é um tecido abundante no corpo vegetal constituído por células vivas com parede celular relativamente
fina e que realizam funções como fotossíntese e reserva.
Somatório:
7. (UNICAMP – SP) Muitas vezes se observa o efeito do vento nas plantas, que faz com que a copa das árvores e eventual-
mente o caule balancem vigorosamente sem, contudo, se romper. No entanto, quando ocorre a ruptura de um ramo, as
plantas têm a capacidade de retomar o crescimento e ocupar novamente o espaço deixado pela queda do ramo.
a) Cite e caracterize os tipos de tecidos que promovem a sustentação e a flexibilidade dos ramos e caules.

b) Como se dão o surgimento e o crescimento do novo ramo em plantas danificadas pelo vento?

4. Organologia vegetal
As plantas são formadas por diferentes órgãos que se integram possibilitando a sobrevivência do vegetal. Com base
nas funções que exercem, esses órgãos podem ser divididos basicamente em dois grupos: vegetativos (raiz, caule e folha)
e reprodutivos (flor, fruto e semente).

Raiz Colo ou coleto (transição): região de


transição entre a raiz e o caule.
Divo. 2012. 3D.

• Órgão geralmente subterrâneo e aclorofilado.


• Suas funções incluem a fixação da planta e Zona suberosa (ramificação): região mais velha
da raiz, de onde saem as ramificações ou raízes
a absorção de água e sais minerais do solo. secundárias (radicelas).

Também pode atuar como órgão de reserva


(amido).
Zona pilífera (absorção): região que apresenta pelos
• Seu desenvolvimento possibilitou a fixação absorventes, por onde ocorre a entrada de água e sais
minerais.
das plantas vasculares em ambiente terrestre,
Zona lisa (crescimento): região onde se localizam os meristemas
aumentando a eficiência na absorção e con- primários responsáveis pelo alongamento da raiz.
dução da seiva. Coifa ou caliptra (proteção): região que reveste a raiz,
protegendo-a à medida que ela cresce e se aprofunda no solo.

Biologia 21
Estrutura primária da raiz • cilindro vascular – é constituído pelo periciclo, que
origina as raízes laterais, e por tecidos vasculares
Na estrutura primária das raízes de eudicotiledô-
(xilema e floema primários).
neas e gimnospermas, é possível distinguir três regiões:
• epiderme – tecido de revestimento aclorofi- Estrutura secundária da raiz
lado, desprovido de estômatos e com inúme-
ros pelos na região pilífera (absorção); Promove o crescimento secundário das raízes, que
se inicia no cilindro central com a formação do câmbio
• córtex – formado especialmente pelo parên- vascular, o qual produz xilema secundário para dentro e
quima cortical e pela endoderme, pode arma- floema secundário para fora, aumentando a espessura do
zenar amido (leucoplastos) e não apresenta cilindro central. O córtex acompanha o engrossamento
cloroplastos; do cilindro central. Com isso, forma-se o felogênio, que se
diferencia em feloderme (para dentro) e súber (para fora).
Tipos de raiz

Raízes subterrâneas
©Shutterstock/foto76

Axial ou pivotante
Apresenta um eixo principal bem desenvolvido que emite raízes laterais secundárias. Exemplos:
eudicotiledôneas e gimnospermas.

pumsom
©Shutterstock/subin
Fasciculada ou em cabeleira
Não apresenta eixo principal e evita processos erosivos. Exemplo: monocotiledôneas.
©Shutterstock/Love_chote

Tuberosa
Armazena substâncias de reserva (amido). Tuberosa axial: cenoura, nabo e rabanete; tuberosa
fasciculada: batata-doce e mandioca.

Raízes aéreas
©Shutterstock/Aggie 11

Raízes-suporte (escora)
São adventícias, ou seja, partem diretamente do caule e atingem o solo, auxiliando na estabilidade
da planta. Exemplo: milho.
©iStockphoto.com/Marje

Tabulares
São raízes achatadas que sustentam troncos muito altos. Exemplo: figueira.
Cannon
©Wikimedia Commons/Peter

Estrangulantes
Resistentes e ramificadas, enrolam-se em troncos de árvores. Podem matar a planta de apoio em
Woodard

razão do rompimento do fluxo da seiva. Exemplo: cipó-mata-pau.

22 Livro de Revisão 3
©iStockphoto.com/Suc

Respiratórias
Apresentam pneumatóforos com poros (pneumatódios) por onde ocorrem as trocas gasosas.
Exemplo: árvores de manguezais.

k/PHOTO FUN
Grampiformes
Raízes curtas que se agrupam em forma de grampos, conferindo maior aderência.

©Shutterstoc
Exemplo: trepadeiras, como a hera.
©Shutterstock/Gabriela Insuratelu

Raízes-cintura
Ocorrem em plantas epífitas. Exemplos: orquídeas e bromélias.

©Shutterstock/Dr. Morley Read


Sugadoras ou haustórios
Ocorrem em plantas parasitas e atingem os vasos condutores da planta parasitada. Quando
alcançam o xilema, são denominadas hemiparasitas (exemplo: erva-de-passarinho) e, quando
chegam ao floema, holoparasitas (exemplo: cipó-chumbo).

Raízes aquáticas
©Shutterstock/StudioNeosiam

Apresentam abundante parênquima aerífero (aerênquima), que facilita as trocas gasosas e a flutuação
da planta. Exemplo: aguapé.

Caule Gemas (brotos)


São regiões formadas por
células meristemáticas
• Órgão geralmente aéreo. primárias do caule.
A gema apical ou terminal é
• Entre suas funções, estão a condução de nutrientes e a sustentação responsável pelo crescimento
longitudinal, e as gemas
das partes aéreas da planta. Também pode atuar na reserva de subs- laterais determinam a
tâncias nutritivas e na fotossíntese (quando clorofilado). Nós
formação de novas
folhas e ramos.
• No caule de monocotiledôneas, não existe distinção entre o córtex Constituem as regiões
do caule onde ocorre a
e o cilindro central. Os feixes liberolenhosos estão distribuídos de inserção das folhas.

forma difusa no parênquima. Além disso, a maioria das monocotile-


Eduardo Borges. 2007. Digital.

dôneas não apresenta crescimento secundário.


Entrenós (internós)
• No caule de eudicotiledôneas e gimnospermas, observam-se niti- Espaços localizados
entre dois nós
damente duas regiões: córtex e cilindro central. Os feixes liberole- consecutivos.
nhosos estão distribuídos de forma organizada, sendo constituídos
por xilema, câmbio vascular e floema, quando a planta apresenta
estrutura secundária.

Biologia 23
Tipos de caule

Caules aéreos
©iStockphoto.com/Sieboldianus

Tronco
Espesso, lenhoso e com ramificações. Exemplo: árvores de grande porte de eudicotiledô-
neas e gimnospermas.

©Shutterstock/Iakov Kalinin
Estipe
Cilíndrico e sem ramificações, com folhas somente no ápice. Exemplos: palmeiras,
coqueiros e palmiteiros.
©Shutterstock/Kenneth Dedeu

Colmo
Geralmente sem ramificações, com entrenós e nós bem nítidos. Exemplos: bambu e
cana-de-açúcar.

©Wikimedia Commons/Manuel
Haste
Pouco desenvolvido, flexível e clorofilado. Exemplos: plantas herbáceas, como soja, agrião,
couve, feijoeiro e alface.

Anastácio
©iStockphoto.com/eyecrave

Cladódio
Achatado e geralmente suculento, acumula água. Também pode realizar fotossín-
tese, pois é clorofilado. Exemplo: cacto.

Rastejantes

©Shutterstock/ER_09
Também chamados de estoloníferos ou estolhos, crescem rentes ao solo. Exemplos:
grama-de-jardim e morangueiro.

Trepadores
©Shutterstock/bouybin

Característicos de plantas trepadeiras, podem ser sarmentosos, quando a fixação no


suporte ocorre por meio de gavinhas (exemplos: maracujá, videira e chuchu), ou volúveis,
quando enrolam-se em um suporte sem utilizar gavinhas (exemplo: lúpulo).

Caules aquáticos
©Shutterstock/Vladimir Arndt

Podem ser clorofilados e apresentam parênquima aerífero, que possibilita a flutuação.


Exemplos: vitória-régia, aguapé e elódea.

24 Livro de Revisão 3
Caules subterrâneos
©Shutterstock/Madlen

Tubérculo
Armazena reserva nutritiva (geralmente amido). Exemplos: batata-inglesa e inhame.

©Shutterstock/Denis Pogostins
Bulbo
Caule reduzido (prato) com gemas protegidas por folhas modificadas suculentas (catáfilos).
Exemplos: cebola e alho.
©Shutterstock/Napat

Rizoma
Cresce paralelo ao solo, de onde partem raízes adventícias. Exemplos: samambaia e
bananeira.

Folha
• Órgão laminar e clorofilado.

Divo. 2012. Digital.


• Sua principal função é a reali- Limbo: porção achatada e laminar que
apresenta maior superfície de absorção
zação da fotossíntese. luminosa e trocas gasosas.

• Realiza outras funções, como Pecíolo: haste flexível que sustenta o limbo.
trocas gasosas e transpiração.
Bainha: porção basal e dilatada que une a folha ao caule.

Modificações foliares e caulinares


Espinhos da laranjeira e do
limoeiro: modificações
caulinares.
Espinhos (protegem e
reduzem a transpiração)
Espinhos do cacto:
Folhas insetívoras modificações foliares.
(“carnívoras”)

Gavinhas

Brácteas e espatas Epicarpo


Mesocarpo
©Shutterstock/Roman Samokhin

Endocarpo
Fruto Semente
• Órgão formado a partir do desenvolvimento do ovário da flor.
• Tem como funções a proteção e a dispersão da(s) semente(s).
• É constituído pelo pericarpo (epicarpo, mesocarpo e endocarpo).

Bi l
Biologia 25
©Shutterstock/
Baga

raksina
Carnosos

©Shutterstock/
Anna Kucherova
Drupa
Quanto à
consistência

©Shutterstock/
greatstockimages
Secos

Frutos

MIGUEL GARCIA
©Shutterstock/
Deiscentes

SAAVEDRA
Quanto à
deiscência

©Shutterstock/
Indeiscentes

kzww
©Shutterstock/
Anna Kucherova
Simples Frutos partenocárpicos

Desenvolvem-se sem que ocorra a


©Shutterstock/

Pseudofrutos Compostos fecundação


Tim UR

©Shutterstock/
Anna Kucherova
©Shutterstock/

Tiger Images
Múltiplos
(infrutescências)

Semente
• Desenvolve-se a partir do óvulo fecundado.
• Contém o embrião em seu interior.
• É formada pelo tegumento (testa e tégmen) e pela amêndoa (embrião, cotilédone e endosperma).
• Apresenta reserva de amido.
• A germinação é influenciada por fatores internos e externos, e algumas sementes precisam passar por quebra de
dormência para estimular a germinação.
• A dispersão dos frutos e das sementes ocorre por meio de três processos:
– anemocoria (vento);
– hidrocoria (água);
– zoocoria (animais).

Reprodução assexuada em plantas


• A propagação vegetativa é um tipo de reprodução assexuada que ocorre por meio de fragmentos ou gêmulas de
plantas dos grupos das pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
• Pode ocorrer em diferentes órgãos vegetais e originam plantas com o mesmo material genético.

26 Livro de Revisão 3
Estaquia Enxertia
Tipo de propagação vegetativa no qual estacas (fragmentos Caracteriza-se pelo processo de inserir uma estaca retirada
de caules ou ramos) com gemas são cortadas e inseridas no solo. de uma planta (enxerto) em outra planta enraizada de espécie
Suas células meristemáticas se aglomeram e desenvolvem novas diferente ou proximamente relacionada (porta-enxerto). A enxertia
raízes. Nesse caso, a remoção da gema apical promove o desen- normalmente é realizada em plantas jovens.
volvimento mais rápido de ramos laterais.

Mergulhia Alporquia
Nesse processo, enterra-se uma parte do ramo sem destacá- Consiste em fazer um pequeno corte no ramo e envolvê-lo
-lo da planta original. Após a formação de raízes na parte que ficou com um substrato úmido revestido por um saco plástico. Esse pro-
no solo, pode-se transplantar a nova planta para outro local. cedimento retém a umidade até que as raízes iniciem seu desen-
volvimento. Depois que as raízes se formam, o ramo é destacado
e replantado.

A cultura in vitro também é um exemplo de propagação vegetativa utilizada para criar clones de plantas. Nesse caso, as
células dividem-se e proliferam, levando à formação de brotos e, posteriormente, de uma nova planta. Outro processo muito
utilizado em plantas, principalmente naquelas de interesse na agricultura, é o desenvolvimento de plantas transgênicas por
meio da Engenharia Genética.

1. (PUC-Rio – RJ) Considere as afirmações relativas às fun- Para viverem em ambiente tão peculiar, as plantas dos
ções das raízes das plantas. manguezais apresentam adaptações, tais como
I. Absorção de água e sais minerais. a) folhas substituídas por espinhos, a fim de reduzir a
perda de água para o ambiente.
II. Condução de matéria orgânica até o caule.
b) folhas grossas, que caem em períodos frios, a fim de
III. Local de armazenamento de reservas de nutrientes. reduzir a atividade metabólica.
IV. Reprodução sexuada. c) caules modificados, que armazenam água, a fim de
Estão corretas: suprir as plantas em períodos de seca.
a) apenas I, II, IV. d) apenas I e III. d) raízes desenvolvidas, que penetram profundamente
no solo, em busca de água.
b) apenas I, II, III. e) todas as afirmações.
e) raízes respiratórias ou pneumatóforos, que afloram do
c) apenas II, III, IV. solo e absorvem o oxigênio diretamente do ar.
2. (ENEM) 3. (UPF – RS) Observe os caules abaixo, indicados pelas
setas, nas figuras A, B, C e D.
O manguezal é um dos mais ricos ambientes
do planeta, possui uma grande concentração de
vida, sustentada por nutrientes trazidos dos rios
e das folhas que caem das árvores. Por causa da
quantidade de sedimentos – restos de plantas e
outros organismos – misturados à água salgada,
(Disponível em: <http://www.plantasonia.com.br/pt.wikipedia.org./
o solo dos manguezais tem aparência de lama, auladecienciasdanatur eza.blogspot.com>. Acesso em: 4 out. 2014.)
mas dele resulta uma floresta exuberante capaz
de sobreviver naquele solo lodoso e salgado. Esses caules são denominados, respectivamente:
a) colmo / haste / tubérculo / estipe.
NASCIMENTO, M. S. V. Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.
com.br>. Acesso em: 3 ago. 2011. b) estolão / colmo / bulbo / volúvel.

Biologia 27
c) haste / rastejante / tubérculo / escapo. também, a importância dos frutos no contexto da diversi-
d) estipe / rizoma / bulbo / haste. ficação das angiospermas.

e) colmo / rizoma / tubérculo / volúvel.


4. (UDESC) Originalmente, ao longo da evolução das
plantas, o principal papel dos frutos é dar proteção às
sementes. Posteriormente, ocorreram adaptações que
conferiram aos frutos a função de auxiliarem na dis-
persão das sementes. Para desempenhar estes papéis
os frutos desenvolveram uma série de modificações e
adaptações em suas estruturas (pericarpo; mesocarpo
6. (UFG – GO) Um paisagista, responsável por um projeto
e endocarpo). Estas modificações servem como meio de
de ornamentação de um jardim público, necessitou de
classificação para os frutos.
uma espécie vegetal com as seguintes características:
TABELA 1
planta herbácea, caule do tipo rizoma, flores de pétalas
Coluna I Coluna II cor-de-rosa e de fácil propagação por semente ou bro-
1 – Frutos carnosos A – Abacate tação. Para obter plantas exatamente iguais à descrita,
2 – Frutos secos B – Abacaxi explique, comparando os dois mecanismos reprodutivos,
3 – Frutos deiscentes C – Caju o melhor tipo de reprodução a ser escolhido.
4 – Frutos indeiscentes D – Azeitona
5 – Pseudofrutos E – Laranja
6 – Infrutescência F – Feijão
7 – Não é fruto G – Milho

Assinale a alternativa que indica a associação correta


entre a coluna I e a II, na tabela 1.
a) 1 – C; 5 – A; 7 – G d) 4 – F; 4 – G; 2 – F
b) 2 – D; 4 – F; 6 – E e) 3 – F; 2 – F; 1 – D 7. (UNIFESP) Alguns animais alimentam-se exclusivamente
c) 2 – G; 6 – B; 7 – F de frutos (frugívoros); outros alimentam-se apenas de
sementes (granívoros). Alguns pesquisadores defendem
5. (UNESP – SP) que a granivoria surgiu antes da frugivoria, na evolução
das interações biológicas na Terra. Assim também, con-
“Fruto ou fruta? Qual a diferença, se é que existe
sideram a granivoria como um tipo de predação e não de
alguma, entre ‘fruto’ e ‘fruta’?”
herbivoria, como pretendem outros pesquisadores.
A questão tem uma resposta simples: fruta é o
fruto comestível. O que equivale a dizer que toda a) Apresente uma evidência, com base evolutiva e bioló-
fruta é um fruto, mas nem todo fruto é uma fruta. A gica, que apoie a hipótese de que a granivoria tenha
mamona, por exemplo, é o fruto da mamoneira. Não surgido antes da frugivoria.
é uma fruta, pois não se pode comê-la. Já o mamão,
fruto do mamoeiro, é obviamente uma fruta.
(Veja, 04.02.2015. Adaptado.)

O texto faz um contraponto entre o termo popular “fruta” b) Explique por que a granivoria é considerada um tipo
e a definição botânica de fruto. Contudo, comete um de predação e por que a frugivoria contribui para a
equívoco ao afirmar que “toda fruta é um fruto”. Na ver- manutenção das espécies vegetais no planeta.
dade, frutas como a maçã e o caju não são frutos verda-
deiros, mas pseudofrutos.
Considerando a definição botânica, explique o que é
um fruto e por que nem toda fruta é um fruto. Explique,

28 Livro de Revisão 3
5. Fisiologia vegetal
Os fatores ambientais, como água, luz, O2, CO2, temperatura e umidade, são extremamente necessários para a realiza-
ção das funções vitais das plantas. Esses fatores possibilitam a elas executar os mecanismos fisiológicos que garantem sua
sobrevivência.

Transporte e nutrição vegetal


Os processos metabólicos responsáveis pelo desenvolvimento das plantas incluem absorção de água, nutrientes
e gases, condução de substâncias, transpiração e fotossíntese. Esses processos ocorrem de maneira diversificada em
diferentes espécies de plantas, de variados tipos de hábitats.

Nutrição mineral das plantas


Compreende a absorção e o transporte da seiva bruta (água e sais minerais), o qual ocorre:
• via simplasto – a água desloca-se por osmose, passando por dentro das células da epiderme e dos parênquimas
do córtex até atingir o xilema;
• via apoplasto – a água e os sais minerais passam pelos espaços entre as células. Na endoderme, o movimento da
água é obstruído pelas estrias de Caspary, que impedem o retorno da seiva bruta.

Transpiração vegetal
• Mecanismo de perda de água pela planta na forma de vapor, ocorrendo principalmente nas folhas.
• A transpiração foliar é realizada pela superfície da folha e pelos estômatos.
• O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos está relacionado aos processos de transpiração e fotossín-
tese e à manutenção do fluxo de seiva bruta pelo xilema.
• Na presença de luz, ocorre a fotossíntese e a consequente redução de CO2 no interior das folhas, o que induz a
abertura dos estômatos caso haja suprimento suficiente de água.
• A abertura e o fechamento dos estômatos também são induzidos pela variação de íons potássio (K+) no interior das
células-guarda. Quando há acúmulo de K+, os estômatos se abrem e as células-guarda ganham água por osmose,
tornando-se túrgidas. Se houver a saída de K+ das células-guarda, ocorre perda de água por osmose, o que faz as
células-guarda se tornarem flácidas. Assim, os estômatos se fecham, evitando que a planta sofra desidratação.

Condução de seivas
Xilema (vasos lenhosos) Floema (vasos liberianos)

Seiva bruta Seiva elaborada

Condução da seiva bruta


• A seiva bruta é transportada pelo xilema contra a força da gravidade.
• Teoria da coesão-tensão-transpiração ou Teoria de Dixon: a coesão entre as moléculas de água faz com que estas
sejam puxadas pela força de sucção gerada pela transpiração vegetal, que leva a uma tensão na coluna líquida do
xilema, possibilitando a subida da água.

Condução da seiva elaborada


• A seiva elaborada é conduzida pelo floema mais lentamente, pois contém substâncias orgânicas que tornam o
meio mais concentrado (hipertônico).

Biologia 29
• O movimento da seiva elaborada denomina-se translocação (transporte em massa) e ocorre em diferentes senti-
dos, pois todas as estruturas da planta necessitam recebê-la.
• Anel de Malpighi: anel retirado ao redor de um tronco de árvore que remove os vasos do floema, o que impede a
passagem de açúcares no sentido descendente, causando acúmulo de seiva elaborada acima do corte e a morte
das raízes e, consequentemente, da planta.

Fotossíntese
• Reação simplificada:
Luz/clorofila
6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2 + H2O

• Etapa fotoquímica: ocorre nos tilacoides dos cloroplastos e depende de luz.


• Etapa química: considerada a fase enzimática da fotossíntese, acontece no estroma dos cloroplastos e independe
da presença de luz.
• Fatores que alteram a intensidade da fotossíntese:
– luminosidade;
– concentração de CO2;
– temperatura.
Fotossíntese

Ponto de compensação fótico (PC)


Taxa de fotossíntese
• Ocorre quando a luminosidade atinge determinado ponto em Respiração
que a taxa de fotossíntese é igual à de respiração celular.
• Os processos de respiração e fotossíntese se equilibram, e a
mesma quantidade de moléculas de O2 e glicose produzidas na
fotossíntese é consumida na respiração celular. (1) (2) (3) Intensidade de luz
Situação 1: intensidade de luz abaixo do PC (F < R)
Situação 2: ponto de compensação (F = R)
Fitormônios Situação 3: intensidade de luz acima do PC (F > R)

• Compostos orgânicos que, em concentrações baixas, promo-


vem, inibem ou modificam o crescimento e o desenvolvimento do vegetal.

Auxinas Giberelinas Ácido abscísico


Citocininas Etileno
(AIA) (GAs) (ABA)

Quebra da Induzem a divisão Amadurecimento Inibição do


Desenvolvimento
dormência de e a diferenciação de frutos crescimento
de gemas apicais
sementes das células vegetal

Crescimento e Estimulam a Retardam a Senescência e Induz a dormência


curvatura de raízes floração e o senescência foliar abscisão de folhas, das sementes
e caules desenvolvimento frutos e flores
de frutos
Promove o
Formação de fechamento dos
folhas, flores e estômatos quando
frutos ocorre estresse
hídrico

30 Livro de Revisão 3
Movimentos vegetais e fotoperiodismo
Movimentos vegetais
Tropismos Nastismos

Movimentos de crescimento promovidos pelo hormônio Movimentos que envolvem a alteração de


auxina e direcionados aos estímulos. turgescência nas células.

Fototropismo Gravitropismo Tigmotropismo Fotonastia Termonastia Tigmonastia


(luminosidade) (gravidade) (toque) (luz) (temperatura) (toque)

Fotoperiodismo
Influência do fotoperiodismo na floração (relacionada à ação dos fitocromos R e F)
As respostas ao fotoperíodo são controladas pela duração da noite, e não pela duração do dia.
Plantas de dias curtos: florescem Plantas de dias longos: florescem Plantas neutras ou indiferentes: não
quando as noites são mais longas que quando os dias são mais longos apresentam influência do fotoperíodo. Nesse
os dias (fim do verão, no outono e no que as noites (fim da primavera e caso, outros fatores induzem a floração,
inverno). no verão). como temperatura, água e maturidade.

Fitocromos
• A resposta fisiológica das plantas ao fotoperiodismo está relacionada aos fitocromos, pigmentos sensíveis à varia-
ção da energia luminosa.
• Fotoblastismo: influência da luz no processo de germinação das sementes, as quais podem ser:
– fotoblásticas positivas – sementes que precisam receber estímulos luminosos para germinar; a germinação é
induzida pelo fitocromo F formado na exposição à luz;
– fotoblásticas negativas – sementes que não necessitam de estímulos luminosos.
• Estiolamento: ocorre quando uma planta cresce em um local muito escuro, apresentando crescimento muito
rápido e anormal. Esse processo é estimulado pelo fitocromo R.

(UNICAMP – SP) Texto para a questão 1. 1. A situação de seca citada na reportagem é determinada
por mudanças no ciclo hidrológico, em que as plantas
Seca faz cidades do interior de SP têm papel determinante, uma vez que representam uma
decretarem emergência. fonte de vapor-d’água para a atmosfera. Os vasos que
A falta de água enfrentada pelo Sudeste do país conduzem a água das raízes até as folhas são os
tem feito cada vez mais cidades de São Paulo e a) floemáticos e a transpiração ocorre pelos estômatos.
de Minas Gerais adotarem o racionamento, para
reduzir o consumo de água, ou decretarem estado b) floemáticos e a transpiração ocorre pelos tricomas.
de emergência. Além do desabastecimento, a c) xilemáticos e a transpiração ocorre pelos tricomas.
seca tem prejudicado também setores como d) xilemáticos e a transpiração ocorre pelos estômatos.
a agricultura, a indústria, a saúde e o turismo
dessas cidades. 2. (UEPA) Se todos os açúcares produzidos pelo processo
ilustrado [a seguir] em um ano tivessem a forma de
(Adaptado de: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/
agencia-estado/2014/07/07/seca-faz-cidades-do-interior-decretarem- cubos de açúcar, haveria 300 quatrilhões deles. Se fos-
emergencia.htm>. Acessado em: 16/07/2014.) sem dispostos em linha, esses cubos se estenderiam da

Biologia 31
Terra até Plutão. Isso representa uma imensa produção a) Considerando que, em uma planta terrestre, a trans-
de energia. Sobre o processo abordado no enunciado, piração é realizada majoritariamente pelos estômatos,
observe a imagem abaixo e analise as afirmativas. identifique a curva que representa a transpiração e a
que representa a absorção de água.

b) Explique como os processos da transpiração e


da absorção de água nas plantas se relacionam
fisiologicamente.

c) [A seguir], há o esquema de um estômato aberto. Nas


quatro barras pretas, coloque setas indicando a dire-
ção do fluxo da água entre as células estomáticas,
para manter o estômato aberto.

(Fonte: Sadava, Heller,


Orians, Purves e
Hillis-2009)

I. Os produtos liberados para o ambiente são água e


oxigênio.
II. O processo ilustrado acima refere-se à respiração ve-
getal.
III. Ocorre absorção de dióxido de carbono pelas folhas.
IV. É um processo que ocorre na presença da luz solar.
V. A água utilizada no processo é absorvida pelas folhas.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: 4. (UNICAMP – SP) A concentração de CO2 na atmosfera
em uma floresta varia ao longo de um dia e está intima-
a) I e II. c) I, III e V. e) II, III, IV e V.
mente associada com a fisiologia (fotossíntese e respira-
b) I, III e IV. d) II, III e V. ção) das espécies presentes. A concentração de CO2 na
3. (FUVEST – SP) No gráfico abaixo, uma das curvas repre- atmosfera também varia em função da disponibilidade
senta a entrada e a outra, a saída de água em uma de água no ambiente. Considerando o gráfico abaixo, é
árvore da Mata Atlântica, ao longo de 12 horas, num dia correto afirmar que
ensolarado.

32 Livro de Revisão 3
a) a fotossíntese das plantas é maior no início e no final 6. (UFPR) Produtores de frutas utilizam permanganato de
do período diurno. potássio para desencadear a reação representada pela
b) as plantas respiram mais na estação chuvosa. seguinte equação:

c) na estação seca, há um pico de respiração às 12 Permanganato de potássio + etileno → óxido de manga-


horas. nês + gás carbônico + hidróxido de potássio

d) as plantas fazem mais fotossíntese e respiram menos O objetivo de colocar as frutas em contato com o per-
na estação chuvosa. manganato de potássio é:

5. (UEPG – PR) Os hormônios vegetais atuam sobre o cres- a) acelerar seu crescimento.
cimento e o desenvolvimento das plantas. A principal b) retardar seu amadurecimento.
auxina natural é o ácido indolilacético (AIA), produzido
no ápice caulinar, em folhas jovens e em sementes em c) alterar seu sabor
desenvolvimento. O gráfico abaixo demonstra o efeito da d) modificar sua cor.
aplicação do AIA sobre o crescimento da raiz e do caule.
Com relação ao demonstrado no gráfico e a função do e) reduzir a quantidade de sementes.
AIA, assinale o que for correto. 7. (UERN) Pode-se observar na figura o aprisionamento de
um inseto, pelas folhas articuladas da espécie de planta
Efeito da aplicação de
AIA sobre o crescimento carnívora do gênero Dionaea. Esse movimento, em res-
100
Caule posta do toque feito pelo animal, é um exemplo de
% de
estimulação Raiz

% de inibição

100
Concentração
de AIA

Adaptado de: Lopes, S; Rosso, S. Bio. Volume 2. 2.ª ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2010.
a) tropismo.
01) As curvas demonstram que a concentração ótima de
b) nastismo.
AIA para a raiz é uma concentração suficiente para
iniciar a estimulação do crescimento do caule. c) geotropismo.
02) O AIA é uma auxina, um hormônio de crescimento d) tigmotropismo.
que promove o alongamento celular diferencial
e funciona como regulador do crescimento dos 8. (IMED – RS) Todo ano, na primavera, diversas espécies
vegetais. vegetais florescem e exibem diferentes formas e cores
de flores. Isso ocorre devido ao:
04) As curvas demonstram que as concentrações mais
altas de AIA não são capazes de inibir o crescimento a) fototropismo, típico de angiospermas.
do caule. b) estiolamento, que independe da presença de luz.
08) O gráfico demonstra que existe uma concentração
c) nastismo, regulado pelo turgor das células vegetais.
ótima de AIA para o crescimento do caule; entre-
tanto, nessa concentração de AIA, o crescimento da d) fotoperiodismo, que determina o florescimento simul-
raiz sofre inibição. tâneo em diferentes espécies.
Somatório: e) metabolismo do tipo CAM da maioria das angiospermas.

Biologia 33
6. Introdução à Ecologia
Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que eles estão inseridos. Essa definição
refere-se a toda a biodiversidade e às suas relações com o ambiente de sobrevivência.

Conceitos básicos em Ecologia


• Organismo: ser vivo individual, com todos os sistemas, pertencente a determinada espécie.

• Espécie: grupo de seres vivos que apresentam semelhanças anatômicas, morfológicas, fisiológicas, embriológicas,
reprodutivas e genéticas. Indivíduos de uma mesma espécie podem se reproduzir, originando descendentes férteis.

• População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vive em determinada área em certo período.

• Comunidade ou biocenose: conjunto de populações de diferentes espécies que habita uma mesma região em
determinado período.

• Biótopo: ambiente em que se concentra uma comunidade. Compreende os fatores abióticos do ecossistema,
como minerais, água, temperatura, luz e pH.

• Hábitat: lugar específico; meio físico onde uma população pode ser encontrada dentro do ecossistema.

• Nicho ecológico: conjunto de relações e atividades próprias de uma espécie em seu hábitat, as quais possibilitam
sua sobrevivência.

• Ecossistema: conjunto formado pelo biótopo (fatores abióticos) e pela comunidade (fatores bióticos ou seres
vivos), constituindo um complexo mecanismo de interação em que ocorrem transferências de energia e matéria.

• Bioma: área do espaço geográfico caracterizada por um conjunto de ecossistemas com vegetação, solo e aspectos
físicos típicos, na qual predomina determinado tipo de clima.

• Biosfera: faixa da superfície terrestre onde há vida, incluindo os biomas terrestres, rios, lagos, mares e oceanos e
parte da atmosfera.
Divo. 2012. Digital.

Organismo:
Comunidade: População: realiza trocas de energia
Biosfera: Ecossistema: interações entre interações entre e matéria com o ambiente
todos os conjuntos de as populações de organismos da em que vive
ecossistemas organismos com os um ambiente mesma
interligados fatores ambientais espécie

Representação esquemática dos níveis de organização biológica

34 Livro de Revisão 3
PRINCIPAIS BIOMAS DA TERRA

Marilu de Souza
Fonte: RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p. 84. Adaptação.

Biomas brasileiros
• Biomas continentais: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Pampa.
• Biomas costeiros: os principais são manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, falésias e
recifes de corais. Esses ecossistemas são imprescindíveis para a alimentação, a reprodução e o desenvolvimento dos
estágios iniciais de vida de diferentes espécies marinhas. Também servem de abrigo e local para captura de alimento.

PRINCIPAIS BIOMAS CONTINENTAIS BRASILEIROS


Marilu de Souza

Fonte: IBGE. Mapa de biomas e de vegetação. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/


home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm>. Acesso em: 24 maio 2016.
Adaptação.

Biologia 35
Cadeias e teias alimentares
• Possibilitam que, por meio da alimentação, ocorram dois fenômenos básicos à sobrevivência das espécies: o fluxo
de energia e a ciclagem da matéria.
• De acordo com sua alimentação, os seres são classificados em produtores, consumidores ou decompositores.
– Produtores: são seres autótrofos, ou seja, capazes de produzir seu próprio alimento por meio da fotossíntese
ou da quimiossíntese.
– Consumidores: são organismos heterótrofos, ou seja, que não produzem as moléculas orgânicas necessárias à
própria nutrição, e por isso, obtêm matéria e energia de outros seres vivos. Os consumidores podem ser primá-
rios, secundários, terciários ou quaternários.
– Decompositores: seres heterótrofos, como fungos e bactérias, que desempenham papel fundamental na reci-
clagem da matéria.
• As cadeias alimentares se sobrepõem e se entrelaçam com diversas outras. Isso faz com que o fluxo energético
ocorra em vários sentidos, formando uma organização mais complexa, denominada teia alimentar.
• A teia alimentar é a maneira que melhor demonstra toda a interdependência de uma comunidade em seu ecossis-
tema. Uma alteração no número de espécies em um dos elos afeta toda a teia.

A energia que entra na cadeia alimentar apresenta fluxo unidirecional, ou seja, entra por meio dos produtores e segue,
passando pelos consumidores até os decompositores.
Luis Moura. 2011. Digital.

Gavião-real

Arara-azul

Buriti
Jararaca
Gramínea

Cervo-do-pantanal

Decompositores

Sais Sais
minerais Bactérias Fungos minerais

Representação esquemática de uma teia alimentar

36 Livro de Revisão 3
Pirâmides ecológicas
• Representações gráficas que avaliam de forma quantitativa o que ocorre durante o fluxo de energia e o ciclo da
matéria nas cadeias alimentares.
• As pirâmides ecológicas representam as variações de número, biomassa e energia em uma cadeia alimentar.

Pirâmide de número
• Indica a quantidade de seres vivos em cada nível trófico de uma cadeia alimentar em determinado intervalo de tempo.
• Quando a base é maior, a pirâmide é direta.
• Quando o produtor apresenta grande porte, o que garante alimento a muitos herbívoros, ela pode ser invertida
ou indireta.

Consumidores Consumidores
terciários terciários
Dagoberto Pereira. 2013. Digital.

Consumidores
secundários Consumidores
secundários
Consumidores
primários
Consumidores
primários

Número de indivíduos Produtores


Número de Produtores
indivíduos

Representações esquemáticas de pirâmides de números. À direita, exemplo de pirâmide de número com a base menor

Pirâmide de biomassa
• Representa a massa de matéria orgânica, denominada massa seca, de cada nível trófico em certo período.
• Pode ser expressa pela unidade que estabelece relação entre massa e área, por exemplo: g/m2 e kg/km2.
Angela Giseli e Corel. 2010. Vetor.

Biomassa (g/m2)
Consumidores
10 terciários
Peixes
215 g/m2
Consumidores
100 secundários
Zooplâncton
Consumidores 32 g/m2
primários
1 000 Fitoplâncton
7 g/m2
Produtores
10 000

Representações esquemáticas de pirâmides de biomassa direta (esquerda) e


indireta ou invertida em cadeia alimentar aquática (direita)

Biologia 37
Pirâmide de energia Onça
• Representa as transformações de energia em cada 1,1 ∙ 105 kcal/km2 ao ano

Jack Art. 2013. Digital.


nível trófico. Veado
2,6 ∙ 105 kcal/km2 ao ano
• Não pode ser invertida.
Capim
3,2 ∙ 107 kcal/km2 ao ano

Representação esquemática de uma


pirâmide de energia

Produtividade nos ecossistemas


Corresponde à quantidade de energia que os organismos de determinado nível trófico conseguem aproveitar da ener-
gia recebida de um alimento para produzir biomassa.

Produção líquida = produção bruta – consumo


(alimento disponível) (fotossíntese) (respiração celular)

1. (UPF – RS)
“Nas últimas décadas, a sociedade parece ter finalmente despertado para os problemas ambientais
causados pelo grande aumento na exploração de recursos naturais pela humanidade. Estamos tomando
consciência de que é preciso fazer algo para evitar a degradação completa do ambiente em nosso planeta.
Nesse contexto, os conhecimentos básicos de Ecologia são fundamentais para tentarmos reverter alguns
dos graves problemas que nós mesmos provocamos”. (AMABIS; MARTHO, 2010)

Associe os termos de Ecologia apresentados na coluna 1 aos seus respectivos conceitos apresentados na coluna 2.
1. Ecossistema ( ) Conjunto de condições necessárias para uma população se desenvolver e manter o tama-
nho populacional.
2. População
( ) Conjunto de populações de diferentes espécies que vivem numa mesma região, manten-
3. Hábitat
do relações entre si.
4. Biocenose
( ) Área do espaço geográfico caracterizada por um conjunto de ecossistemas terrestres,
5. Bioma com vegetação, solo e fisionomia típicos e um tipo de clima predominante.
6. Nicho ecológico ( ) Unidade em que seres vivos e fatores abióticos interagem, formando um sistema estável.
( ) Ambiente em que vivem determinadas espécies ou comunidades biológicas, caracteriza-
do por suas propriedades bióticas e abióticas.
( ) Conjunto de seres de uma mesma espécie que vive em determinada área geográfica.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


a) 1 – 2 – 5 – 3 – 4 – 6. c) 5 – 4 – 1 – 6 – 3 – 2. e) 6 – 4 – 5 – 1 – 3 – 2.
b) 6 – 2 – 1 – 5 – 4 – 3. d) 3 – 5 – 6 – 1 – 2 – 4.

38 Livro de Revisão 3
2. (UDESC) A figura 3 é um exemplo divertido de uma 4. (UFRGS – RS) Analise o quadro abaixo que apresenta
cadeia alimentar. Esta, no entanto, não retrata todas as os componentes de uma cadeia alimentar aquática e de
complexas redes alimentares em um ecossistema, que uma terrestre.
são mais bem representadas pelas teias alimentares.
Ecossistema
aguapé caramujo peixe garça
aquático
Ecossistema
milho rato cobra gavião
terrestre

Sobre as cadeias alimentares acima citadas, assinale a


afirmativa correta.
a) O caramujo, o peixe, o rato e a cobra formam o
segundo nível trófico.
Fonte: <http://1bp.blogspot.com/_mrJBJmeCvOI/>. Acessado em: b) A garça e a cobra são consumidores terciários.
30/09/2014.
c) Uma onça-pintada pode ocupar o lugar do rato na
Considerando todas as possibilidades de uma teia ali- cadeia acima.
mentar, certamente o primeiro peixinho da figura não
d) A garça e o gavião ocupam o quarto nível trófico.
poderia nunca ser considerado como:
e) Uma planta carnívora pode ocupar o lugar da cobra.
a) onívoro.
5. (ENEM) Um pesquisador investigou o papel da predação
b) produtor. por peixes na densidade e tamanho das presas, como
c) consumidor secundário. possível controle de populações de espécies exóticas
em costões rochosos. No experimento colocou uma tela
d) consumidor primário. sobre uma área da comunidade, impedindo o acesso dos
peixes ao alimento, e comparou o resultado com uma
e) consumidor terciário.
área adjacente na qual os peixes tinham acesso livre.
3. (PUCSP) Suponha que se queira manter animais aquá- O quadro apresenta os resultados encontrados após 15
ticos herbívoros em um aquário. Para garantir a sobre- dias de experimento.
vivência desses animais durante certo tempo, seria
aconselhável adicionar ao ambiente
a) plantas aquáticas e algas que, além de servirem de
alimento para os animais, forneceriam oxigênio ao
meio, caso esse fosse iluminado.

b) plantas aquáticas e algas que, além de servirem de


alimento para os animais, forneceriam oxigênio ao
meio, mesmo que esse não fosse iluminado.

c) fungos e bactérias que, além de servirem de alimento


para os animais, forneceriam gás carbônico ao meio,
caso esse fosse iluminado.

d) fungos e bactérias que, além de servirem de alimento O pesquisador concluiu corretamente que os peixes con-
para os animais, forneceriam gás carbônico ao meio, trolam a densidade dos(as)
mesmo que esse não fosse iluminado.
a) algas, estimulando seu crescimento.
e) zooplâncton que, além de servir de alimento para os b) cracas, predando especialmente animais pequenos.
animais, forneceria oxigênio ao meio, caso esse fosse
iluminado. c) mexilhões, predando especialmente animais pequenos.

Biologia 39
d) quatro espécies testadas, predando indivíduos pequenos. são feitas as seguintes afirmações.
e) ascídias, apesar de não representarem os menores I. Em todas elas, os produtores ocupam a sua base.
organismos.
II. Em um ecossistema equilibrado, a pirâmide de ener-
6. (UFRGS – RS) Considere as seguintes afirmações sobre gia sempre apresenta a base maior do que o topo.
níveis tróficos.
III. A pirâmide de número nunca se apresenta na forma
I) Os herbívoros alimentam-se de organismos que se invertida.
encontram em vários níveis tróficos.
IV. Os decompositores não são mostrados na pirâmide,
II) Os detritívoros, por se alimentarem de restos de ou- pois não representam parcela importante no ecos-
tros organismos, não fazem parte das cadeias alimen- sistema.
tares.
Assinale se estão corretas, apenas,
III) A principal fonte de energia dos organismos produto-
a) I e II.
res é a energia solar.
b) I e III.
Quais estão corretas?
c) I e IV.
a) Apenas I.
d) II e III.
b) Apenas III.
e) II e IV.
c) Apenas I e lI.
9. (UNICAMP – SP) Em uma pirâmide de energia, as plantas
d) Apenas II e III.
têm importante papel na captação e transformação da
e) I, II e III. energia luminosa e são responsáveis pela produtividade
7. (IFPE) Observe o poema abaixo. primária líquida. Nessa pirâmide, aparecem ainda os her-
bívoros e os carnívoros, que acumulam energia e deter-
O capim nasce da terra / Tão viçoso tão verdinho / minam assim a produtividade secundária líquida. Sobre
Tem no solo minerais / Que alimentam ele todinho as pirâmides de energia, é correto afirmar que
Depois vira um alimento / Vem os bichos no momento a) a energia é conservada entre os níveis tróficos.
Comem o capim no caminho
Um alegre veadinho / Vem ali para pastar b) a respiração dos autótrofos é uma fonte de energia
Aparece é um leão / Com uma fome de matar para os heterótrofos.
O leão vem e detona / É assim que funciona c) a produtividade primária líquida é representada na
A cadeia alimentar base da pirâmide.
SALES, Allan. Disponível em: <http://allancordelista.blogspot.com.
br/2008/02/cadeia-alimentar-letra-demsica-dapea.html>. Acesso em:
d) a excreção é uma fonte de energia para os níveis tró-
21 set. 2015. ficos superiores.

No texto acima, o capim, o veado e o leão, respectiva- 10. (FUVEST – SP) Em relação ao fluxo de energia na biosfe-
mente, são exemplos de ra, considere que

a) produtor, consumidor primário e consumidor • A representa a energia captada pelos produtores;


secundário. • B representa a energia liberada (perdida) pelos seres
b) consumidor primário, consumidor secundário e vivos;
produtor. • C representa a energia retida (incorporada) pelos
c) produtor, consumidor secundário e decompositor. seres vivos.

d) produtor, consumidor primário e consumidor terciário. A relação entre A, B e C na biosfera está representada em:
e) decompositor, produtor e consumidor primário. a) A < B < C. d) A = B + C.
8. (MACKENZIE – SP) Um ecossistema pode ser represen- b) A < C < B. e) A + C = B.
tado sob a forma de pirâmides ecológicas de três tipos: c) A = B = C.
de número, de biomassa e de energia. A esse respeito,

40 Livro de Revisão 3
7. Dinâmica de ecossistemas
Os ecossistemas são formados pelo conjunto de fatores bióticos e abióticos presentes no biótopo (ambiente físico),
constituindo um complexo mecanismo de interação em que ocorrem transferências de energia e matéria. Seus limites são
definidos pela rede de interações que se estabelecem entre os seres vivos e entre eles e o ambiente.

Sucessão ecológica
• Compreende o conjunto de modificações que ocorre nas comunidades por determinado período de tempo e
apresenta fases com características distintas.
• Pode ser descrita como uma alteração em direção a uma grande diversidade e, consequentemente, a um aumento
no número de nichos ecológicos.
• Nesse processo de mudanças, os seres vivos são gradativamente substituídos até a implantação da comunidade
clímax, que apresenta grande biodiversidade, estabilidade e equilíbrio.

Fases da sucessão ecológica

Ricardo Grube. 2013. Digital.


Comunidade pioneira (ecese) Comunidade intermediária (sere) Comunidade clímax
Corresponde aos primeiros seres vivos que se É composta de plantas herbáceas e arbustivas que Apresenta ampla
instalam no local. Em geral, é formada por espécies aproveitam as condições criadas pelas espécies variedade de espécies,
resistentes a ambientes hostis, como liquens, pioneiras. Sua produção líquida é inferior à da geralmente com
musgos, samambaias e gramíneas. Sua existência comunidade pioneira. organismos de grande
cria condições para o desenvolvimento de outras porte. Sua biomassa
espécies. Apresenta produção líquida alta. é alta e constante e
sua produção líquida,
reduzida. Além disso,
ocorre um aumento
das teias alimentares e
há maior variedade de
nichos ecológicos.
Sucessões primárias
Ocorrem em ambientes nunca antes habitados (estéreis), como rochas vulcânicas nuas e dunas recém-formadas.

Sucessões secundárias
Ocorrem em locais anteriormente habitados e que foram destruídos por agentes climáticos naturais ou atividades
humanas, como queimadas e desmatamentos.

Ecótono
Ecossistema A Ecótono Ecossistema B
Região de transição entre dois ecossistemas ou entre duas comunidades
clímax na qual habitam comunidades distintas.

Biologia 41
Relações ecológicas
• São classificadas em harmônicas, quando proporcionam benefícios recíprocos ou beneficiam apenas um dos seres
envolvidos, sem prejudicar o outro, e desarmônicas, quando apenas um organismo se beneficia, causando prejuí-
zos ao outro.
• As relações que se estabelecem entre organismos da mesma espécie são denominadas intraespecíficas; e as entre
seres vivos de espécies diferentes, interespecíficas.

Relações intraespecíficas harmônicas


©iStockphoto.com/Nancy Nehring

Colônia
Associação entre organismos de uma mesma espécie que vivem unidos e
atuam em conjunto. Pode ser isomorfa (indivíduos semelhantes) ou heteromorfa
(indivíduos diferentes, com divisão de trabalho). Exemplo: colônias isomorfas de
cianobactérias.

©Shutterstock/Fotos593
Sociedade
Associação entre organismos que não se encontram unidos fisicamente, mas
apresentam organização social. Exemplo: formigas.

Relações intraespecíficas desarmônicas


©Shutterstock/Nick Biemans

Competição intraespecífica
Interação entre indivíduos da mesma espécie que apresentam o mesmo nicho
ecológico, competindo por um ou mais recursos do ambiente (alimento, espaço,
parceria sexual). Exemplo: tigres.

©Shutterstock/rhonny dayusasono

Canibalismo
Interação em que um indivíduo se alimenta de outro da mesma espécie.
Exemplo: algumas espécies de aranhas.

Relações interespecíficas harmônicas


©Shutterstock/Ethan Daniels

Protocooperação
Relação em que os organismos envolvidos se beneficiam sem que haja depen-
dência entre eles. Exemplo: caranguejo paguro com anênoma-do-mar.

42 Livro de Revisão 3
©Shutterstock/Shutterschock
Mutualismo
Relação obrigatória (um não vive sem o outro) em que os organismos envolvi-
dos se beneficiam. Exemplo: fungo e alga formando os liquens.
©iStockphoto.com/cbpix

Comensalismo
Relação em que um dos organismos se beneficia, e o outro não se beneficia
nem é prejudicado. Exemplo: tubarão e rêmora.

©Shutterstock/joloei
Inquilinismo
Relação em que um dos organismos obtém abrigo e proteção no corpo do
outro, que não é prejudicado. Exemplo: orquídea.

Relações interespecíficas desarmônicas


©Shutterstock/Wild At Art

Competição interespecífica
Interação em que indivíduos de espécies diferentes disputam os mesmos
recursos ambientais, pois apresentam nichos ecológicos semelhantes. Exemplo:
guepardo e hiena.

©Shutterstock/Brian Lasenby
Predatismo
Interação em que um organismo (predador) mata outro de espécie diferente
(presa) para se alimentar. Exemplo: ave e o peixe.
©Shutterstock/Protasov AN

Parasitismo
Interação em que uma espécie (parasita) retira nutrientes do corpo de outra
(hospedeiro). Exemplo: piolhos e seres humanos.
©iStockphoto.com/Threespeedjones

Amensalismo ou antibiose
Interação em que uma espécie libera substâncias que inibem o crescimento ou a
reprodução de outra. Exemplo: pinheiro-amarelo.

Biologia 43
Dinâmica das populações
• O tamanho das populações varia em determinados períodos de tempo e depende de diversos fatores, que atuam
no crescimento e na distribuição populacional.
• A relação estabelecida entre o número de organismos de uma população e o espaço ocupado por eles, expresso
em área ou volume, denomina-se densidade populacional.
• No caso das populações humanas, a densidade populacional é chamada de densidade demográfica e é calculada
com base nos censos demográficos.

Número de indivíduos da população (N)


Densidade (D) =
Unidade de área ou volume (A)

Taxas de crescimento populacional


• Expressam a variação do número de indivíduos de uma população em determinado período de tempo.
• Por meio delas, é possível verificar se uma população está crescendo ou reduzindo e de que maneira os fatores
ambientais estão influenciando no desenvolvimento dos indivíduos.

População em crescimento: natalidade + imigração > mortalidade + emigração


População em equilíbrio: natalidade + imigração = mortalidade + emigração
População em declínio: natalidade + imigração < mortalidade + emigração

Variação do número de indivíduos em determinado período de tempo sem considerar o


tamanho da população.
Taxa de crescimento absoluto: Nf – (Ni : t)
Taxa de crescimento absoluto Em que:
• Nf é o número de indivíduos ao final do período considerado;
• Ni é o número de indivíduos no início do período considerado;
• t é o intervalo de tempo.
Variação do número de indivíduos de uma população em relação a seu número inicial em
Taxa de crescimento relativo determinado período de tempo.
Taxa de crescimento relativo: [(Nf – Ni) : Ni] : t
Taxa de natalidade Número de indivíduos que nascem em uma população.
Taxa de mortalidade Número de indivíduos que morrem em uma população.
Fluxo populacional, de caráter periódico ou não, entre dois locais diferentes. Podem afetar o
tamanho de uma população.
Migrações
Imigração: entrada de indivíduos na população.
Emigração: saída de indivíduos da população.

Potencial biótico
O aumento da população de determinada espécie depende de sua capacidade de reprodução e adaptação ao
ambiente, ou seja, de seu potencial biótico.
O crescimento de uma população também depende das condições do ambiente, como clima, disponibilidade de
água e alimentos, oxigenação e presença de competidores, parasitas e predadores. Esse conjunto de atividades restritivas
ao ambiente, as quais impedem que os organismos ultrapassem a carga biótica máxima ou a capacidade de suporte do
meio, denomina-se resistência do meio.

44 Livro de Revisão 3
Potencial biótico Resistência do meio
Velocidade de reprodução Falta de alimento e nutrientes
Habilidade de migração ou dispersão Falta de hábitat adequado
Invasão de novos hábitats Condições climáticas adversas
Mecanismos de defesa Doenças e competidores
Capacidade de enfrentar situações adversas Predadores e parasitas

Populações humanas e desenvolvimento humano


• Os fatores sociais, ambientais e econômicos impactam na qualidade de vida das pessoas.
• O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apresenta uma medida resumida do progresso de uma população a
longo prazo. Para o cálculo do IDH, são considerados:
– expectativa de vida da população;
– média de anos de escolaridade dos adultos;
– expectativa de anos de escolaridade para as crianças;
– padrão de renda.

Ciclos biogeoquímicos
Ciclo da água
• Ciclo curto ou pequeno ciclo: a água dos oceanos, rios, lagos, das geleiras e do solo evapora-se. O vapor sofre
condensação, e a água retorna à crosta terrestre na forma de chuva ou neve.
• Ciclo longo ou grande ciclo: ocorre a participação dos seres vivos, que utilizam a água em seu metabolismo (fotos-
síntese, respiração, transpiração, excreção), a qual retorna de forma mais lenta à atmosfera.

Ciclo do carbono
• O carbono está presente nos compostos orgânicos, nos carbonatos, nos depósitos orgânicos formadores de petró-
leo (carvão e turfa) e na atmosfera, principalmente na forma de dióxido de carbono (CO2).
• Organismos autótrofos fotossintetizantes utilizam o dióxido de carbono para produzir carboidratos. Esses orga-
nismos, assim como os consumidores, utilizam os compostos orgânicos durante o metabolismo energético (res-
piração celular). Com isso, ocorre a liberação de energia e CO2 como resíduo respiratório, o qual é devolvido ao ar
atmosférico ou à água e novamente incorporado pelas plantas na fotossíntese, fechando o ciclo.

Ciclo do oxigênio
• Envolve reações que ocorrem no metabolismo energético dos seres vivos (fotossíntese e respiração celular).
• As três principais fontes de átomos de oxigênio são o gás oxigênio (O2), o dióxido de carbono (CO2) e a água (H2O).
• O oxigênio retorna ao ambiente por meio da água formada na respiração celular, pela decomposição dos organis-
mos e pela fotossíntese.
• Na fase clara da fotossíntese, ocorre a fotólise da água (quebra da molécula de água em presença de luz), resul-
tando em íons hidrogênio (H+) e oxigênio molecular (O2), o qual é liberado na atmosfera, fechando o ciclo.
• Além disso, parte do oxigênio atmosférico combina-se com metais, formando diversos óxidos, e outra parte
encontra-se na estratosfera, na forma de ozônio (O3).

Biologia 45
Ciclo do nitrogênio

Fixação
• Fixação atmosférica ou não biológica: a energia liberada por raios na atmosfera provoca reações de oxidação do
nitrogênio, formando os íons nitrato (NO3−), que ficam disponíveis para a absorção vegetal.
• Fixação biológica ou biofixação: os principais micro-organismos fixadores de nitrogênio são as cianobactérias
(Nostoc e Anabaena) e as bactérias (Rhizobium, Azotobacter e Clostridium) que vivem no solo. O nitrogênio é incor-
porado às células desses micro-organismos, reagindo com os hidrogênios (da água) e produzindo amônia (NH3) na
presença da enzima nitrogenase.

Nitrificação
Corresponde aos processos que possibilitam a formação de nitrato no solo ou na água e ocorre em duas etapas:
• nitrosação – realizada por bactérias do gênero Nitrosomonas, as quais utilizam amônia em seu processo de
quimiossíntese e liberam o íon nitrito (NO2−);
• nitratação – oxidação do íon nitrito por bactérias quimiossintetizantes (Nitrobacter) presentes no solo, as quais
o transformam em nitrato, que pode ser absorvido pelos vegetais.

Desnitrificação
• Uma parte dos compostos nitrogenados presentes no solo segue a via da nitrificação e outra parte é convertida
em nitrogênio molecular (N2), o qual reinicia o ciclo.
• Essa conversão é realizada pelas bactérias desnitrificantes do gênero Pseudomonas.

A rotação de culturas consiste em alternar plantações de arroz, milho ou trigo com leguminosas (como feijão e
soja), pois as bactérias fixadoras de nitrogênio (Rhizobium) das leguminosas repõem o nitrogênio do solo.
Na adubação verde, algumas leguminosas são inseridas entre as plantações e, quando cortadas, são deixadas
recobrindo o solo. Esses restos vegetais sofrem decomposição, enriquecendo o solo com compostos nitrogenados.

Ciclo do fósforo
• Concentra-se no solo, nas rochas e nos seres vivos, pois esse elemento não apresenta compostos gasosos.
• As plantas utilizam os íons fosfato (PO43−) encontrados na água que absorvem do solo, e os animais obtêm esse
íon pela ingestão de água e alimentos.
• O retorno do fósforo ao ambiente ocorre pela decomposição da matéria orgânica.
• O ciclo do fósforo ocorre em duas escalas de tempo:
– ciclo de tempo ecológico – o fósforo circula apenas entre o solo, as plantas, os consumidores e os decomposi-
tores; ocorre localmente e de maneira mais rápida;
– ciclo de tempo geológico – o fósforo é incorporado às rochas, tornando-se lentamente disponível aos seres
vivos.

46 Livro de Revisão 3
1. (IMED – RS) Quanto às sucessões ecológicas e a sua pequeno porte, foi introduzida uma espécie carnívora de
relação com os diferentes ambientes, analise as asserti- piranha-de-barriga-vermelha (Pygocentrus nattereri ).
vas abaixo. A introdução desse predador determinou uma variação
muito importante das populações das espécies de seres
I. Em dunas, podemos observar a ocorrência de suces-
vivos que ali habitavam, conforme o gráfico a seguir.
são primária.
II. Em lavas solidificadas de vulcões, podemos observar
a ocorrência de sucessão secundária.
III. Em campos de cultivo abandonados, podemos obser-
var a ocorrência de sucessão secundária.
IV. A sucessão em um campo de cultivo abandonado,
onde anteriormente havia uma floresta, tenderá a
atingir esse mesmo tipo de comunidade final.
Quais estão corretas?
a) Apenas II. d) Apenas II, III e IV.
b) Apenas I e IV. e) I, II, III e IV.
A curva que mostra a tendência da variação da popu-
c) Apenas I, III e IV. lação do fitoplâncton no lago, depois da introdução da
2. (UNEAL) Muitas espécies de animais passam a conviver piranha, é aquela indicada pela letra
em um mesmo ambiente, gerando associações ou inte- a) X. d) Z.
rações que podem interferir ou não entre si.
b) W. e) V.
Assim, considere a relação entre duas espécies de
primatas: c) Y.
Espécie 1 – O macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus) é 4. (PUC-Rio – RJ) Cientistas brasileiros e ingleses publica-
uma espécie de macaco pequeno, medindo cerca de ram recentemente os resultados de uma pesquisa que
30,0 cm de comprimento, natural da Região Amazônica. mostra que a perda de carbono na Amazônia brasileira
é 40% maior do que se sabia. De acordo com essa pes-
Espécie 2 – O sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus)
quisa, a perda de carbono não se restringe apenas ao
é um animal de pequeno porte, com peso entre 350 e desmatamento da Amazônia, mas também ao corte sele-
450 gramas e sua origem é do Nordeste do Brasil. tivo, aos efeitos de borda e à queima da vegetação de
Hipoteticamente, uma população da espécie 1 é inserida sub-bosque.
no ambiente onde a espécie 2 habita.
Com relação ao ciclo do carbono e ao papel desempe-
Com base nessas informações, o mais provável desfecho nhado pelas florestas nesse processo, considere as afir-
entre as duas populações de primatas é a ocorrência de mações abaixo.
a) comensalismo intraespecífico. I. As florestas armazenam carbono na forma de açúcar.
b) mutualismo obrigatório. II. Todo o carbono da Terra está armazenado nos orga-
nismos fotossintetizantes.
c) predação interespecífica.
III. Florestas tropicais representam uma das principais
d) competição interespecífica.
áreas de fixação de carbono.
e) protocooperação.
IV. O gás carbônico é lançado no ambiente pela decom-
3. (EMESCAM – ES) Em um ecossistema de um lago, posição e combustão e é retirado pela respiração e
no qual se encontravam várias espécies de peixes de fotossíntese.

Biologia 47
É correto o que se afirma em c) poluição das águas marinhas afetando o ciclo de vida
do fitoplâncton.
a) Somente I e II. d) Somente II, III e IV.
d) exploração intensiva do solo, gerando modificações
b) Somente I e III. e) Somente III e IV.
na constituição de macronutrientes.
c) Somente I, II e III.
7. (ACAFE – SC) Os ciclos biogeoquímicos são fluxos contí-
5. (CEFET – MG) nuos dos elementos químicos na natureza para os seres
vivos, em diferentes formas químicas. Dessa forma, ele-
O ciclo do carbono envolve processos relacio-
mentos como o carbono, enxofre, cálcio, oxigênio, dentre
nados com a respiração, decomposição, queima outros, percorrem esses ciclos, unindo todos os compo-
de combustíveis e fotossíntese. A participação do nentes vivos e não vivos da Terra.
gás carbônico em todos esses eventos fez com que
A seguir está representado esquematicamente o ciclo do
cientistas iniciassem um ambicioso experimento
carbono.
projetado na Amazônia em 20 anos. Esse projeto
consiste em bombear, em alguns fragmentos de
floresta, uma quantidade 50% maior de CO2 do
que aquela encontrada na natureza.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 29 set.
de 2014. (Adaptado).

O objetivo desse experimento é


a) aumentar a conversão de gás carbônico em oxigênio.
b) complementar a captação de CO2 feita pelas plantas.
c) prever os efeitos associados ao aquecimento global.
d) minimizar a perda de dióxido de carbono durante a
respiração.
e) garantir a formação de combustíveis fósseis pela
decomposição.
6. (UEG – GO) Nos ecossistemas em que os fatores abió-
ticos são favoráveis, nota-se maior quantidade de seres
vivos e maior biodiversidade, incluindo sua diversidade
Fonte: <http://biologiacesaresezar.editorasaraiva.com.br/navitacontent _/
genética e ecológica. No quadro a seguir estão apresen- userFiles/File/Biologia_Cesar_Sezar/Bio>
tados dados que se referem à fixação do carbono e à
produção de oxigênio em diferentes ambientes. A respeito dos ciclos biogeoquímicos, analise as afirma-
ções a seguir.
Local C (t/ha) O2 (t/ha)
I. O carbono é um elemento químico de grande impor-
Estepes 0,32 0,94 tância para os seres vivos, pois participa da compo-
Florestas 2,50 6,40 sição química de todos os componentes orgânicos
Oceanos 3,70 10,5
e de uma grande parcela dos inorgânicos também.
Os mecanismos de retorno do carbono ao ambiente
Terras cultivadas 1,40 3,91 [ocorrem] por intermédio da respiração, queima de
Com base nos dados acima, a ação de maior ameaça e de combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel, gás natu-
gravidade ao suprimento de gás oxigênio atmosférico é a ral e carvão) e de queimada em florestas. O aumento
no teor de CO2 atmosférico causa o agravamento do
a) transformação de estepes em áreas desertificadas e “efeito estufa” que pode acarretar sérios danos ao
savânicas. ambiente, ocasionando grandes variações no ecossis-
b) substituição da composição vegetacional local para tema global.
monoculturas. ll. Sendo a Terra um sistema dinâmico e em constante

48 Livro de Revisão 3
evolução, o movimento ou caminhos percorridos cicli- 8. (UECE) O movimento entre as substâncias provenientes
camente de seus materiais afetam todos os processos do meio abiótico para o mundo vivo e o retorno delas a
físicos, químicos e biológicos. partir dos seres vivos para o meio ambiente se dá por
lIl. A quantidade de água na forma de vapor na atmosfera meio dos ciclos biogeoquímicos. Assinale com V (ver-
dadeiro) ou F (falso) o que se afirma sobre os ciclos
é pequena quando comparada às grandes quantida-
biogeoquímicos.
des que são encontradas nos outros estados físicos.
Mas, apesar dessa pequena quantidade, ela é funda- ( ) O CO2 que passa a circular na atmosfera é retirado
mental na determinação das condições climáticas e do ambiente através [do] processo de fotossíntese
de vital importância para os seres vivos. realizado exclusivamente pelas plantas.
lV. O fósforo é um elemento químico que participa es- ( ) No ciclo hidrológico, a água circula entre animais da
truturalmente de moléculas fundamentais do meta- cadeia alimentar, retornando à superfície através de
bolismo celular, como fosfolipídios, coenzimas, ácidos evapotranspiração, respiração, fezes, urina ou de-
nucleicos e hidrato de carbono. composição.
V. O nitrogênio é um elemento químico que entra na ( ) A maioria dos seres vivos consegue incorporar e uti-
constituição de duas importantes classes de molécu- lizar o nitrogênio na forma de gás presente no ar.
las orgânicas: carboidratos e ácidos nucleicos. Além ( ) As rochas fosfatadas sofrem erosão e liberam para
disso, o nitrogênio é o componente de uma molécula o solo o fósforo, elemento que será absorvido pelos
essencial para todos os seres vivos da biosfera: o ATP. vegetais, para a produção de ATP e ácidos nucleicos.
Todas as afirmações corretas estão em: A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) I – II – III. c) III – IV – V. a) V, F, V, V. c) V, F, V, F.
b) II – III – IV. d) IV – V. b) F, V, F, V. d) F, F, F, V.

8. Desequilíbrios ecológicos e conservação ambiental


Os seres humanos interagem continuamente com o ambiente a fim de garantir sua sobrevivência. Contudo, essa
interação tem se mostrado desafiadora, uma vez que é necessário utilizar os recursos naturais de forma racional, não só
promovendo a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico mas também garantindo a preservação do ambiente.

Poluição do ar hidrocarbonetos (CxHy) e partículas sólidas, como


carvão, amianto e metais.
• O principal responsável pela poluição atmosférica é
©Shutterstock/Nickolay Khoroshkov

a queima dos combustíveis fósseis (petróleo e car-


vão mineral).
• Entre os principais efeitos da poluição do ar, estão a
chuva ácida, o branqueamento dos corais, o aumento
de doenças respiratórias, a diminuição da diversidade
vegetal e a redução do gelo das calotas polares.

Intensificação do efeito estufa


Poluição do ar
• O aumento da concentração de gases estufa (CO2,
• Considera-se que o ar é poluído quando apresenta CH4, N2O e CFCs) intensifica esse fenômeno, que
quantidades elevadas de monóxido de carbono (CO), pode provocar maior retenção de calor na atmos-
óxidos de nitrogênio (NxO), óxidos de enxofre (SOx), fera (aquecimento global).
Biologia 49
• Entre as principais causas da intensificação do efeito Inversão térmica
estufa, estão queima de combustíveis fósseis, quei- • Aprisionamento de uma camada de ar quente entre
madas e eliminação de metano (CH4) pelos reba- duas camadas de ar frio, provocando o acúmulo de
nhos bovinos. poluentes, que formam uma névoa densa ou neblina.
• Pode causar problemas cardiorrespiratórios e alérgi-
O sequestro de carbono remove naturalmente o dió-
cos na população.
xido de carbono da atmosfera. É realizado principalmente
pelas florestas, que retêm o carbono na forma de celulose O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro e
(madeira). incolor produzido pela queima incompleta de combustí-
veis. Ele se combina de maneira irreversível com as molé-
Redução da camada de ozônio culas de hemoglobina, formando a carboxiemoglobina.
Isso reduz a quantidade de hemoglobinas disponíveis
• A camada de ozônio filtra grande parte das radia- para o transporte de O2 (oxiemoglobinas), causando into-
ções UV provenientes do Sol, evitando que atinjam xicações agudas que podem ser fatais.
a superfície do planeta e prejudiquem os seres vivos.
• A principal causa da redução em espessura da camada
de ozônio é a liberação de clorofluorcarbonos (CFCs), Poluição da água e do solo
que reagem com o gás ozônio (O3).
• A maior incidência de radiação UV na superfície ter- Eutrofização
restre pode provocar: • Caracteriza-se pelo excesso de materiais orgânicos
– diminuição do fitoplâncton e alterações nos (esgotos) ou nutrientes nitrogenados e fosforados
ciclos reprodutivos de culturas agrícolas; (fertilizantes) despejados na água, os quais estimu-
– intensificação do efeito estufa; lam a proliferação de algas e cianobactérias.
– queimaduras solares que podem ocasionar • Além de impedirem a entrada de luz, esses organis-
mutações no DNA, causando câncer de pele em mos consomem rapidamente o oxigênio, diminuindo
humanos e outros animais. sua concentração na água, o que provoca a morte de
diversos seres vivos.
Chuva ácida • Com isso, ocorre aumento do número de bactérias
• Os óxidos de enxofre e nitrogênio podem se com- anaeróbicas e mau cheiro na água.
binar com os vapores-d’água, formando ácidos que

©Shutterstock/Pumidol
chegam à superfície com a chuva.
• O dióxido de enxofre lançado pelas usinas reage
com o oxigênio atmosférico, formando trióxido de
enxofre, que pode reagir com os vapores-d’água
presentes na atmosfera, formando ácido sulfúrico.
• O monóxido de nitrogênio liberado por motores
de combustão associa-se ao oxigênio atmosférico,
formando dióxido de nitrogênio, que reage com os
Lago eutrofizado com coloração verde característica
vapores-d’água presentes na atmosfera, formando, da grande quantidade de algas
entre seus produtos, ácido nítrico.
Bioacumulação ou magnificação trófica
Entre os efeitos negativos provocados pela chuva • Poluentes não biodegradáveis, como metais pesa-
ácida, estão a deterioração das folhas das plantas, o dos e agrotóxicos, tendem a se acumular no interior
aumento da acidez do solo e da água e a corrosão de
dos organismos ao longo das teias alimentares.
estátuas, paredes externas de prédios e monumentos
históricos. • Assim, os indivíduos que fazem parte dos últimos
níveis tróficos são os mais afetados.

50 Livro de Revisão 3
Derramamento de petróleo
• O petróleo e seus derivados formam uma lâmina Com o objetivo de garantir recursos naturais neces-
sários ao desenvolvimento dos seres vivos e conservar
sobre a água, impedindo a oxigenação e a passa-
a diversidade biológica e os diferentes ecossistemas,
gem de luz, o que dificulta a fotossíntese realizada
foram criadas as Unidades de Conservação (UCs).
pelo fitoplâncton. Essas áreas são determinadas pelo poder público
• Também podem se impregnar nas brânquias dos municipal, estadual ou federal por meio de legislação
peixes, causando asfixia e morte, e nas penas das específica.
aves marinhas, que morrem por hipotermia. • Unidades de Conservação de Proteção Inte-
gral: áreas que não podem ser habitadas por
Desmatamento seres humanos, sendo permitido apenas fazer
• Retirada da vegetação nativa de diferentes ecossiste- uso indireto de seus recursos naturais (pesquisa
mas, que são substituídos por monoculturas, ativida- científica, turismo ecológico e educação). Exem-
plos: estações ecológicas, reservas biológicas e
des agropecuárias, expansão de cidades, entre outros.
parques nacionais.
• Principais consequências dos desmatamentos: ero-
• Unidades de Conservação de Uso Sustentável:
são, assoreamento de rios e lagos, desertificação, alte- áreas em que é permitida a presença de mora-
rações no ciclo da água e perda da biodiversidade. dores e cujo objetivo é desenvolver a conserva-
ção da natureza associada ao uso sustentável dos
Resíduos e o solo recursos naturais. Exemplos: Áreas de Proteção
• O consumo excessivo de produtos industrializados Ambiental (APAs) e Áreas de Relevante Interesse
leva a um aumento no número de embalagens des- Ecológico (Aries).
cartadas, que, com os resíduos orgânicos, formam
o lixo. Principais ameaças à biodiversidade
• Os grandes problemas provocados pela decom- • Perda de hábitat
posição do lixo são a formação de chorume e gás • Espécies exóticas e invasoras
metano. • Sobre-exploração
• Para o gerenciamento do lixo, é importante realizar
a reciclagem dos resíduos e o encaminhamento
Uso racional de recursos naturais e
adequado para os aterros sanitários dos resíduos sustentabilidade
que não são recicláveis. É preciso proteger os recursos naturais e utilizá-los de
maneira que não se comprometa sua existência para as gera-
ções futuras. A sustentabilidade visa à existência de har-
Biologia da Conservação monia entre a exploração de recursos e o desenvolvimento
• Reúne conhecimentos de diversas áreas para desen- tecnológico.
volver ações que contribuam para a conservação e a As soluções para as questões ambientais preveem um
manutenção da biodiversidade, evitando a extinção novo tipo de desenvolvimento, que seja capaz de man-
de espécies. ter o progresso e ainda garantir um ambiente preservado
• Para a manutenção e a preservação da biodiversi- para as futuras gerações. Para isso, são necessárias algumas
dade, devem-se: mudanças de comportamento, tais como:
– prevenir e determinar as causas de ameaça de • evitar o desperdício de água;
extinção de espécies; • reduzir o consumo reutilizando materiais, usando
embalagens retornáveis e reciclando eletroeletrôni-
– prever as taxas atuais de extinção;
cos e embalagens;
– estabelecer prioridades para os esforços de • promover o uso de energia renovável, como a solar
conservação; e a eólica;
– restaurar ecossistemas degradados; • reduzir a emissão de gases poluentes;
– manter áreas conservadas de diferentes • considerar os impactos ambientais nas decisões
ecossistemas. econômicas.

Biologia 51
Pegada ecológica • Se a pegada ecológica de um país for maior que esse
• A utilização excessiva de recursos naturais, o consu- valor, diz-se que existe um déficit ecológico. Nesse
mismo exagerado e as alterações ecológicas deixam caso, o país está vivendo de maneira insustentável.
“rastros” nos ecossistemas. Se ocorrer o inverso, tem-se um crédito ecológico,
indicando que o país apresenta vida sustentável.
• Esses “rastros” podem ser medidos pela pegada
ecológica, metodologia expressa em hectares
globais (gha) que avalia o impacto do consumo
Ecologia da Restauração
das populações humanas sobre os recursos Visa promover estudos e planos de recuperação de
naturais. áreas degradadas.
• O cálculo da pegada ecológica revela se nosso • Biorremediação: utilização de bactérias, fungos e
estilo de vida está ou não de acordo com a oferta plantas na recuperação de áreas contaminadas.
de recursos do planeta. Considera-se que a média • Incremento biológico: utilização de seres vivos para
para evitar um colapso ambiental seja de, aproxi- introduzir nutrientes essenciais em uma área degra-
madamente, 1,8 hectare per capita (por pessoa). dada, promovendo o restabelecimento de espécies
vegetais, animais, fungos e micro-organismos.

1. (UEM – PR) o qual é essencial para a vida aquática e para a


decomposição da matéria orgânica.
“Os impactos ambientais do incêndio que
atingiu seis tanques da empresa Ultracargo, em 08) A emissão, na atmosfera, de SO2 resultante desse
Santos, poderão durar pelo menos cinco anos, incêndio ocasionará a formação de chuvas ácidas,
contaminando plantas e animais. O incêndio comprometendo as espécies vegetais da Serra do Mar.
começou no dia 2 de abril e foi contido ape- 16) O dióxido de carbono liberado na fumaça do incên-
nas no dia 10, após consumir todo o estoque de dio tem como principal efeito ligar-se à hemoglobina
LGE (líquido gerador de espuma) do país. Esse formando a oxiemoglobina, resultando em tonturas,
foi o maior incêndio já registrado no estado de dores de cabeça e asfixia.
São Paulo.” Somatório:
(Adaptado de http://noticias.uol.com.br/ultimasnoticias/ agencia-
estado/2015/04/12/impactos-doincendio...).
2. (UNIFESP) A charge faz referência ao impacto ambiental
resultante da criação de gado em larga escala para con-
Sobre as consequências desse incêndio, assinale a(s) sumo humano.
alternativa(s) correta(s).
01) Os produtos químicos resultantes do incêndio e
liberados no ambiente são chamados de poluentes
secundários.
02) Queimadas favorecem a incorporação de carbono no
solo, o enriquecimento da camada de húmus e são
condenáveis sob o ponto de vista ecológico.
04) Os resíduos químicos que atingiram o ecossistema
aquático aumentaram a temperatura da água, redu-
zindo a quantidade de oxigênio nela dissolvido, (https://amarildocharge.wordpress.com)

52 Livro de Revisão 3
Considerando os elementos da charge, responda. 4. (UERJ)
a) A que impacto ambiental a charge se refere e qual
gás, subproduto da pecuária bovina, contribui para
esse impacto ambiental?

b) Considerando a fisiologia digestória do gado bovino,


qual processo leva à formação desse gás e quais
Adaptado de boundless.com.
organismos são responsáveis por sua formação?
No gráfico, está indicada a concentração de um metal
pesado no corpo de vários habitantes de um lago, bem
como a concentração do isótopo de nitrogênio 15N, cujos
valores mais elevados estão associados a níveis cres-
centes na cadeia alimentar.
A curva de concentração de metal, nesses seres vivos,
pode ser explicada pelo processo de:
a) magnificação trófica.
3. (UFPR)
b) eutrofização do lago.
Uma boa notícia para o meio ambiente. Um re-
c) interrupção do fluxo de energia.
latório da ONU divulgado nesta semana mostrou
que a camada de ozônio está dando os primeiros d) retenção de matéria orgânica em consumidores
sinais de recuperação após anos de destruição. maiores.
Fonte: <http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/camada- 5. (ENEM) A indústria têxtil utiliza grande quantidade de
de-ozonio-da-sinais-de-recuperacao-segundo-documento-da- corantes no processo de tingimento dos tecidos. O escure-
onu-13900960>. Acessado em: 12/09/2014.
cimento das águas dos rios causado pelo despejo desses
a) Cite duas consequências da destruição da camada corantes pode desencadear uma série de problemas no
de ozônio para o meio ambiente e/ou para a saúde ecossistema aquático.
humana. Considerando esse escurecimento das águas, o impacto
negativo inicial que ocorre é o(a)
a) eutrofização.
b) proliferação de algas.
c) inibição da fotossíntese.
d) fotodegradação da matéria orgânica.
e) aumento da quantidade de gases dissolvidos.
b) A que intervenção humana pode ser atribuída essa 6. (UFSM – RS) A chamada “maré-vermelha” é um fenô-
boa notícia? meno resultante da reprodução em demasia de certos
grupos de microalgas marinhas, em especial dinoflage-
lados, eventualmente conferindo uma coloração aver-
melhada à água do mar. Outra denominação, aplicada

Biologia 53
também ao fenômeno em águas continentais, é “flora- baixa renda, que teriam, assim, uma fonte proteica
ção”. Com relação a tal fenômeno, indique se as alterna- sem custos.
tivas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F).
04) A introdução de espécies exóticas pode levar à extin-
( ) O despejo de esgoto e lixo nas águas é uma conse- ção de espécies nativas.
quência da eutrofização.
08) A ausência de predadores e a alta taxa reprodu-
( ) O bloqueio da passagem do sol pela camada super- tiva das espécies exóticas contribuem para o seu
ficial de microalgas de uma floração pode causar a sucesso nos ambientes invadidos.
morte de organismos fotossintetizantes, aumentan-
do a quantidade de oxigênio liberado e aumentando 16) Controle biológico se refere ao controle de pragas na
os micro-organismos produtores. agricultura pela introdução de insetos estéreis.

( ) Intoxicações de seres humanos por ingestão de fru- Somatório:


tos do mar podem ser consequência da deposição 8. (ENEM)
de toxinas em animais filtradores, quando as flora-
ções são formadas por algas tóxicas. O lixão que recebia 130 toneladas de lixo e con-
taminava a região com o seu chorume (líquido de-
( ) A reprodução excessiva de microalgas pode ser con-
rivado da decomposição de compostos orgânicos)
sequência da eutrofização da água.
foi recuperado, transformando-se em um aterro sa-
A sequência correta é nitário controlado, mudando a qualidade de vida e
a) F − F − V − V. a paisagem e proporcionando condições dignas de
trabalho para os que dele subsistiam.
b) V − F − V − F.
Revista Promoção da Saúde da Secretaria de Políticas de Saúde. Ano 1.
c) F − V − F − V. N.º 4, dez. 2000 (adaptado).

d) V − V − F − F. Quais procedimentos técnicos tornam o aterro sanitário


e) F − V − V − V. mais vantajoso que o lixão, em relação às problemáticas
abordadas no texto?
7. (UEM – PR) O “escargot”, Achatina fulica, originário do
leste da África, foi introduzido no Brasil e tornou-se uma a) O lixo é recolhido e incinerado pela combustão a altas
praga na agricultura, além de atuar como hospedeiro temperaturas.
intermediário no ciclo da angiostrongilíase, grave doença b) O lixo hospitalar é separado para ser enterrado e
que afeta o sistema nervoso central humano. Com base sobre ele, colocada cal virgem.
nos conhecimentos sobre a introdução de espécies exó-
ticas, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). c) O lixo orgânico e inorgânico é encoberto, e o chorume
canalizado para ser tratado e neutralizado.
01) A espécie Achatina fulica teve sua disseminação faci-
litada por apresentar elevada plasticidade fenotípica. d) O lixo orgânico é completamente separado do lixo
inorgânico, evitando a formação de chorume.
02) A melhor forma de controlar a disseminação de
Achatina fulica é a catação manual das fêmeas, as e) O lixo industrial é separado e acondicionado de forma
quais poderiam ser consumidas pela população de adequada, formando uma bolsa de resíduos.

54 Livro de Revisão 3
9. Evolução biológica I
A evolução biológica tem um papel central na Biologia, auxiliando no entendimento da complexidade dos seres vivos.
Fundamenta-se na variabilidade genética das espécies ocasionada pelas mutações e recombinações gênicas durante a
meiose (crossing-over). A seleção natural, processo central da evolução, atua sobre a biodiversidade, beneficiando os indi-
víduos com características favoráveis à sobrevivência da população.

• Teoria da Evolução das Espécies pela Seleção


Pensamento evolucionista Natural: as espécies não são estáticas e imutáveis,
• A evolução biológica caracteriza-se pelas modifica- elas se modificam ao longo do tempo pela sele-
ções genéticas dos organismos ao longo das gera- ção natural, favorecendo os organismos mais bem
ções, causadas principalmente por mutações no adaptados ao ambiente.
material genético.
• A ideia de ancestralidade foi defendida por Lamarck,
• Antes da descoberta do DNA e dos fatores evolu-
que a imaginava como uma sequência linear.
tivos, os pesquisadores não conseguiam explicar
Darwin, porém, a concebeu como uma árvore com
como aconteciam essas modificações.
inúmeras ramificações, na qual duas espécies seme-
lhantes seriam descendentes de uma única espécie
Teoria de Lamarck (lamarckismo) existente no passado, sua ancestral.
• Lamarck (1774-1829) é considerado o primeiro evo- • Ideias evolutivas semelhantes às de Darwin tam-
lucionista. Ele considerava que o ambiente afeta a bém foram estudadas por Alfred Russel Wallace
forma dos seres vivos em virtude da necessidade (1823-1913).
de adaptação às novas condições.
• Lei do uso e desuso: quanto mais um órgão ou
parte do corpo fosse utilizado, maior seria seu
Seleção natural e adaptação
desenvolvimento. As partes que não eram utilizadas • Princípios fundamentais da Teoria da Evolução das
atrofiavam-se ou desapareciam com o tempo. Espécies pela Seleção Natural:
• Lei da herança dos caracteres adquiridos: as alte- – os seres vivos sofrem diversificação (irradiação)
rações sofridas pelo indivíduo durante sua vida adaptativa, ou seja, descendem de um ancestral
eram transmitidas aos descendentes. comum, que passou por diversas modificações;
– existe diversidade entre os indivíduos de deter-
Teoria de Darwin (darwinismo) minada população;
– o mecanismo que atua sobre a variação indivi-
©Shutterstock/Paul van den Berg

dual denomina-se seleção natural.


• O conceito biológico de adaptação está relacionado
às características dos seres vivos que favorecem sua
sobrevivência em determinado ambiente, e sua
passagem aos descendentes é influenciada pela
seleção natural. Contudo, como o ambiente está
em constante mudança, essas adaptações podem
repentinamente se tornar desvantajosas. Assim, os
organismos estão em constante seleção.
Jabutis gigantes na Estação de Pesquisas Charles Darwin,
em Santa Cruz, Ilhas Galápagos (Equador) Teoria Sintética da Evolução
• Darwin (1809-1882) participou da expedição no • A partir da década de 1920, o darwinismo ganhou o
navio Beagle, passando pelo Arquipélago de Galá- reforço dos estudos de Mendel e da Genética, con-
pagos, onde observou variedades e adaptações de solidando uma nova teoria evolutiva, denominada
diversas espécies. Teoria Sintética da Evolução, ou neodarwinismo.

Biologia 55
• Fatores que atuam sobre a variabilidade genética das espécies:
– mutações;
– recombinação gênica;
– seleção natural;
– migração;
– deriva genética.

Seleção natural

• Seleção natural direcional: um fenótipo extremo é favorecido e aumenta sua frequência na população.
• Seleção natural estabilizadora: indivíduos com características intermediárias são favorecidos, diminuindo aqueles
que apresentam características extremas.
• Seleção natural disruptiva: indivíduos com os fenótipos extremos são favorecidos, podendo aumentar a
diversidade genética da população. Por isso, também é chamada de seleção diversificadora.

Seleção sexual

• Indivíduos com características atrativas (ornamentais, comportamentais ou relacionadas a cheiro ou tamanho) obtêm
parceiros mais facilmente.

Seleção artificial

• Compreende a seleção intencional, geralmente, realizada por criadores de animais e plantas, os quais selecionam
indivíduos com base em características desejáveis para a reprodução.

Formação de novas espécies


O acúmulo das características adaptativas selecionadas nos seres vivos possibilita a ocorrência de especiação, ou seja,
processo de formação de novas espécies, o qual pode ocorrer de duas maneiras:
• especiação alopátrica – acontece por meio de isolamento geográfico de uma espécie ancestral;
• especiação simpátrica – nesse caso, as populações não estão geograficamente isoladas. Ocorre divergência gené-
tica de populações (mutações, isolamento reprodutivo e deriva genética) que vivem em uma mesma área geográ-
fica, formando espécies diferentes.
Isolamento ecológico

Isolamento sazonal

Pré-zigóticos Isolamento comportamental ou etológico

Isolamento anatômico ou mecânico

Mecanismos
Isolamento gamético
de isolamento
reprodutivo
Inviabilidade do híbrido
Pós-zigóticos
Esterilidade do híbrido

56 Livro de Revisão 3
1. (IFSP) Sapos e rãs são anfíbios, apresentam dependência IV. Segundo o lamarckismo, os ancestrais dos peixes que
de ambientes terrestres úmidos ou aquáticos, apresen- habitam cavernas poderiam ser dotados de visão, no
tam na sua pele as glândulas de muco para conservá- entanto, por não usarem tal sentido, ele foi atrofiado e
-la úmida e favorecer trocas gasosas, além de poder não mais transmitido às gerações futuras.
exibir glândulas de veneno que eliminam substâncias
Estão corretas apenas as afirmativas:
para combater micro-organismos e afugentar animais
predadores. A explicação para essas características nos a) I e III. d) I, III e IV.
anfíbios, fornecida pela Teoria da Evolução de Charles b) II e IV. e) II, III e IV.
Darwin é apresentada em:
c) I, II e III.
a) seleção de adaptações positivas devido à ação do
meio ambiente. 3. (UFRR) Analise as proposições, a seguir, sobre as ideias
centrais do livro “A origem das espécies”, de Charles
b) lei do uso e desuso.
Darwin:
c) a existência de pulmão atrofiado devido à respiração I. todos os organismos descendem, com modificações,
cutânea.
de ancestrais comuns;
d) a transmissão de características adquiridas para os II. o principal agente de modificações é a ação da sele-
descendentes. ção natural sobre as variações individuais;
e) a destruição dessas espécies porque estão mal III. no processo de adaptação dos organismos ao meio,
adaptadas. o uso de determinadas partes do corpo faz com que
2. (UFPB) A grande diversidade de organismos desperta a elas se desenvolvam e o desuso faz com que elas se
curiosidade do homem há milhares de anos. Observam-se atrofiem, sendo essas modificações transmitidas para
organismos com as mais variadas características, como seus descendentes.
as longas pernas de algumas aves aquáticas, o corpo Está(ão) correta(s):
rastejante das cobras, peixes cegos que vivem em caver-
nas ou a exuberante combinação de cores das penas do a) apenas II – III; d) apenas I – II;
pavão macho. b) apenas I – III; e) apenas II.
Considerando as teorias evolutivas propostas por c) apenas III;
Lamarck e Darwin para explicar o surgimento de tal
diversidade, pode-se afirmar. 4. (UNICAMP – SP) Olhos pouco desenvolvidos e ausência
de pigmentação externa são algumas das características
I. Segundo o lamarckismo, os ancestrais das cobras po- comuns a diversos organismos que habitam exclusiva-
deriam ter tido patas, mas estas foram perdidas pelo
mente cavernas. Dentre esses organismos, encontram-
fato de as cobras viverem principalmente em locais
-se espécies de peixes, anfíbios, crustáceos, aracnídeos,
apertados, dificultando seu deslocamento.
insetos e anelídeos. Em relação às características men-
II. Segundo o lamarckismo e o darwinismo, as longas cionadas, é correto afirmar que:
pernas das aves aquáticas podem ter sido desenvolvi-
das a partir do seu esforço em se esticarem para não a) o ambiente escuro da caverna induz a ocorrência de
molhar as penas e dificultar o voo. Desse modo, as mutações que tornam os organismos albinos e cegos,
primeiras espécies que sofreram essa modificação se características que seriam transmitidas para as gera-
tornaram mais adaptadas e passaram tal característi- ções futuras.
ca para as gerações futuras. b) os indivíduos que habitam cavernas escuras não utili-
III. Segundo o darwinismo, as cores das penas do pavão zam a visão e não precisam de pigmentação; por isso,
macho contribuem para sua seleção sexual, tornan- seus olhos atrofiam e sua pele perde pigmentos ao
do-o mais atrativo para as fêmeas. longo da vida.

Biologia 57
c) as características típicas de todos os animais de caverna surgiram no ancestral comum e exclusivo desses animais e,
portanto, indicam proximidade filogenética.
d) a perda de pigmentação e a perda de visão nesses animais são características adaptativas selecionadas pelo ambiente
escuro das cavernas.
5. (UEPG – PR) Na evolução biológica, a seleção natural atua permanentemente sobre todas as populações. Mesmo em
ambientes estáveis e constantes, a seleção natural atua eliminando fenótipos não adaptados. Dessa forma, a seleção
natural atua sobre os fenótipos, que resultam da interação entre genótipo e ambiente. Com relação a alguns exemplos de
seleção natural, assinale o que for correto.
01) A borboleta-monarca possui coloração laranja e preta, sendo facilmente visível no ambiente. Ela também produz
substâncias que as tornam não palatáveis aos seus predadores. Os predadores associam o padrão de coloração ao
sabor desagradável e evitam capturar essas borboletas. Nesse caso, as borboletas com esse tipo de coloração têm
mais chance de sobrevivência e de deixar descendentes.
02) Na camuflagem, a ação da seleção natural também é verificada no estabelecimento de características que tornam os
organismos semelhantes a outros organismos ou a outros componentes do ambiente, de modo que passam desper-
cebidos de seus predadores.
04) A seleção natural é incapaz de atuar sobre a doença humana anemia falciforme.
08) Plantas resistentes a herbicidas e resistência de insetos ao DDT são exemplos de seleção natural por afetar a sobre-
vivência dos indivíduos da população, selecionando organismos detentores de variação genética capaz de tolerar as
dosagens de tais compostos.
Somatório:
6. (EMESCAM – ES) A teoria mais moderna da evolução, ou Teoria Sintética da Evolução, incorpora conceitos, os quais eram,
até então, desconhecidos pelos evolucionistas da época, como o naturalista Charles Darwin. Os conceitos incorporados
são a
a) mutação e a seleção natural.
b) mutação e adaptação das espécies.
c) recombinação gênica e seleção natural das espécies.
d) mutação e recombinação gênica.
e) adaptação e seleção natural das espécies.
7. (IFSULDEMINAS – MG) O filme de ficção científica X-men aborda a discriminação sofrida por mutantes. No final do filme é
apresentado o texto que se segue: “Mutação: a chave para nossa evolução”. Desta maneira, mutações vantajosas devem
ser incorporadas e mantidas na população, sendo um fator crucial para a evolução.
Considerando os fatores genéticos e evolutivos, assinale a alternativa correta.
a) A proposta de seleção natural de Darwin contempla a recombinação gênica e a mutação.
b) O equilíbrio de Hardy-Weinberg é potencializado com os aspectos vantajosos oriundos da mutação.
c) A mutação é um fator que favorece a evolução, essa teoria é a do neodarwinismo.
d) Os fatores ambientais, como radiação e produtos químicos, são os únicos responsáveis pelas mudanças no DNA dos
indivíduos.

58 Livro de Revisão 3
10. Evolução biológica II
Durante a história da vida na Terra, muitas formas de vida surgiram e tiveram grande sucesso em seus ambientes e
outras se extinguiram sem deixar vestígios. Evidências e argumentos científicos sugerem que a vida sofreu contínuas
modificações ao longo de milhares de anos. Relacionando dados sobre as mudanças geológicas com as evidências do
registro fóssil, podem-se verificar alguns detalhes de como a vida se modificou.

Evidências do processo evolutivo


A ocorrência do processo evolutivo se baseia em evidências paleontológicas, anatômicas, embriológicas e
moleculares.

©Shutterstock/Merlin74
Evidências paleontológicas
• Compreendem os fósseis, restos ou vestígios de seres vivos que
viveram no passado. Eles contêm muitas informações sobre a
evolução das espécies.
• Geralmente, apenas as partes duras dos organismos se fossili-
zam, como troncos, conchas, carapaças, ossos e dentes. Con-
tudo, em alguns casos, grande parte do organismo pode ser
conservada, como insetos no âmbar e mamutes na neve. Fósseis de trilobitas, artrópodes extintos

Evidências anatômicas
Possibilitam verificar as semelhanças entre as estruturas dos seres vivos, ajudando a determinar a ancestralidade
comum e o maior ou menor grau de parentesco evolutivo entre as espécies.
• Órgãos homólogos: têm a mesma origem embrionária, podendo ou não apresentar a mesma função. Exemplos:
perna dianteira do cavalo, asa do morcego, braço humano e nadadeira da baleia. A diversificação de espécies a
partir de um ancestral comum denomina-se irradiação adaptativa ou evolução divergente.
• Órgãos análogos: apresentam a mesma função em diferentes espécies, mas não têm a mesma origem embrioná-
ria. Exemplos: suporte das asas de aves e asas de insetos. Essas espécies evoluíram de forma independente, eviden-
ciando a convergência adaptativa ou evolução convergente.
• Órgãos vestigiais ou rudimentares: vestígios reduzidos de órgãos que existiram nos ancestrais, mas na espécie
atual não executam uma função importante, podendo estar presentes em outras espécies apresentando função
definida. Constituem importantes indicações da irradiação adaptativa (ancestralidade comum).

Evidências embriológicas
• O estudo dos embriões pode fornecer importantes evidências sobre o processo evolutivo.
• Comparações entre embriões de diferentes espécies animais evidenciam que esses seres apresentam semelhanças
nas primeiras fases de seu desenvolvimento.

Evidências moleculares
• Revelam a semelhança na estrutura dos ácidos nucleicos e das proteínas entre diferentes seres vivos.
• Quanto maior é o grau de parentesco evolutivo entre as espécies, maiores são as semelhanças entre as estruturas
do DNA e das proteínas.
• As evidências moleculares garantem mais precisão aos estudos evolutivos e são fundamentais na construção das
árvores filogenéticas.

Biologia 59
Evolução humana
• A história da humanidade envolve milhões de anos; estima-se que nossa espécie exista há pelo menos 150 mil anos.
• Os seres humanos pertencem à espécie Homo sapiens, classificada na Classe Mammalia, na ordem dos primatas,
que concentra três grupos principais: lêmures, társios e antropoides.
• Não existem subespécies (raças) entre os seres humanos atuais, porque as diferenças genéticas entre populações
das mais diversas etnias são insignificantes.
• A evolução humana não ocorreu em uma linha evolutiva reta, em que o objetivo final era o desenvolvimento do
Homo sapiens. Na verdade, os seres humanos fazem parte de uma árvore evolutiva bastante ramificada.
Gênero Homo

• Primeira espécie do gênero, viveu entre 2,4 e 1,6 milhão de anos atrás.
Homo habilis • Manipulava objetos.
• Apresentava comportamento comunitário organizado e capacidade de comunicação elaborada.

Homo ergaster • Existiu entre 1,9 e 1,5 milhão de anos atrás.

Homo rudolfensis • Viveu há 2 milhões de anos.

• Primeiro hominídeo a migrar para fora da África, viveu há 1,8 milhão de anos.
Homo erectus • Apresentava estatura maior.
• Manipulava o fogo.

• Também conhecido como homem de Neanderthal, viveu em áreas que correspondem à Europa e ao Oriente Médio.
Homo • Viveu há 200 mil anos.
neanderthalensis • Apresentava músculos desenvolvidos e construía ferramentas de pedra e madeira.
• Enterrava seus mortos.

• Também conhecido como homem de Cro-Magnon, desenvolveu a linguagem.


• Apresentava maior organização social dos bandos.
Homo sapiens
• Acreditava em mitos.
• Dominava diferentes técnicas, como as queimadas.

Genética populacional
Estuda a variabilidade hereditária, ou seja, as modificações nas frequências gênicas das populações e os mecanis-
mos que alteram essas frequências no decorrer do processo evolutivo.

Princípio do equilíbrio gênico


No equilíbrio gênico, também chamado de princípio de Hardy-Weinberg, as frequências gênicas permanecem inalte-
radas e as proporções genotípicas atingem um equilíbrio estável em populações pan-míticas, ou seja, em que não existem
fatores evolutivos atuando.
Uma população somente consegue manter seu equilíbrio genético se:
• for grande o suficiente e os cruzamentos ocorrerem ao acaso (pan-mixia);
• não ocorrerem modificações nas frequências alélicas;
• apresentar a mesma proporção de machos e fêmeas;
• todos os indivíduos apresentarem as mesmas chances de sobrevivência e serem igualmente férteis;
• não apresentar fatores evolutivos, como mutação, migração, deriva genética, seleção sexual e seleção natural.

60 Livro de Revisão 3
Teorema de Hardy-Weinberg

AA + Aa + Aa + aa = 100% é o mesmo que A2 + 2 Aa + a2 = 1 ou p2 + 2 pq + q2 = 1

Em que:
• A ou p é a frequência do alelo dominante;
• a ou q é a frequência do alelo recessivo;
• A2 (AA ou pp) é a frequência de indivíduos homozigotos dominantes (AA);
• 2 Aa ou 2 pq é a frequência de indivíduos heterozigotos (Aa);
• a2 (aa ou qq) é a frequência de indivíduos homozigotos recessivos (aa);
• 1 é a totalidade da população (100%).

1. (UEPA) Mesmo com o avanço da tecnologia em comuni- baixa em suas populações, que foi atribuída a uma drás-
cação, o ser humano continua se debruçando sobre os tica redução de tamanho populacional, chegando muito
registros fósseis para desvendar o mistério da criação próxima à extinção da espécie, no início de século XX. A
do mundo e da notável biodiversidade, com milhões de força evolutiva que melhor explica a redução da diversi-
espécies de seres vivendo nos mais variados ambientes dade genética nesta espécie é:
que compõem a biosfera. A teoria da evolução biológica a) seleção natural. d) mutação.
busca explicar o mecanismo que propiciou essa imensa
variedade de seres vivos. Os principais argumentos cien- b) migração. e) seleção sexual.
tíficos que explicam esse mecanismo são: c) deriva genética.
I. Órgãos vestigiais indicam a presença de um ancestral 3. (UDESC) Nos estudos de evolução no Reino Animal, é fre-
comum entre as espécies nas quais ocorrem. quente o uso dos termos análogo e homólogo. Analise as
II. A análise dos fósseis indica que a extinção de espé- proposições abaixo, de acordo com estes estudos.
cies faz parte do processo evolutivo. I. Análogas têm estruturas de mesma função, mas de
III. Os fósseis permitem o estudo comparativo entre or- diferente origem.
ganismos ou estruturas de diferentes eras geológicas II. Análogas têm estruturas de mesma origem, mas de
que demonstram mudanças ao longo do tempo. diferente função.
IV. Desde Darwin, vários aspectos de sua teoria já foram III. Homólogas têm apenas estruturas de mesma função
revistos, o que demonstra sua falta de fundamentação. e origem.
V. Os órgãos homólogos indicam relações de parentesco IV. Homólogas têm estruturas de mesma função, mas de
entre espécies, por terem a mesma origem embrionária. diferente origem.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: Assinale a alternativa correta.

a) I, II, III e V. d) II, III e IV. a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

b) I, III, IV e V. e) I, II, III, IV e V. b) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

c) II, III, IV e V. c) Somente a afirmativa I é verdadeira.

2. (PUC-Rio – RJ) A análise genética dos bisões europeus d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
(Bison bonasus) revelou uma diversidade genética muito e) Somente a afirmativa II é verdadeira.

Biologia 61
4. (UCS – RS) As diferentes categorias raciais da huma- 6. Na espécie humana, o albinismo é determinado por um
nidade são construções sociais, baseadas nas caracte- alelo autossômico recessivo. Se em uma população em
rísticas comportamentais e morfológicas de diferentes equilíbrio de Hardy-Weinberg 9% dos indivíduos apre-
populações. Seguindo os princípios genéticos, podemos sentam albinismo, qual é a frequência esperada de indi-
dizer que víduos heterozigotos?
a) esse conceito foi incorporado à Medicina, e muitos a) 70% c) 42% e) 91%
tratamentos devem ser específicos para cada raça.
b) 21% d) 30%
b) a classificação por raças tem sido corretamente usada
para justificar a ordem social e a dominação de certos 7. (EMESCAM – ES) Uma determinada população humana
grupos por outros. foi testada quanto à transmissão dos genes alelos M e
N que determinam a presença dos aglutinogênios M e N
c) os seres humanos são muito similares; portanto uma dos grupos sanguíneos. Os dados obtidos estão transcri-
análise baseada em características morfológicas não tos na tabela, a seguir.
deve suplantar a que considera características de
Grupo Genótipo N.º de indivíduos Frequência
ordem genética.
sanguíneo
d) a miscigenação provoca sobreposição de raças; por M MM 1 787 0,30
isso podemos dizer que atualmente existem dezenas N NN 1 303 0,21
de raças, o que pode ser considerado uma especiação
MN MN 3 039 0,49
simpátrica.
Total 6 129 1,00
e) a farmocogenética deve ser baseada nas raças e não
no indivíduo, procurando, assim, desenvolver medica- Acerca do exposto, pergunta-se.
mentos específicos. a) Escreva o cálculo para a frequência do gene alelo M
5. (UNESP – SP) Há cerca de 40 000 anos, duas espécies nessa população.
do gênero Homo conviveram na área que hoje corres-
ponde à Europa: H. sapiens e H. neanderthalensis. Há
cerca de 30 000 anos, os neandertais se extinguiram, e
tornamo-nos a única espécie do gênero. b) Escreva o cálculo para a frequência do gene alelo N
No início de 2010, pesquisadores alemães anuncia- nessa população.
ram que, a partir de DNA extraído de ossos fossiliza-
dos, foi possível sequenciar cerca de 60% do genoma
do neandertal. Ao comparar essas sequências com as
sequências de populações modernas do H. sapiens, os
pesquisadores concluíram que de 1 a 4% do genoma c) Que tipo de fenômeno genético ocorre entre os genes
dos europeus e asiáticos é constituído por DNA de nean- M e N na expressão do fenótipo?
dertais. Contudo, no genoma de populações africanas
não há traços de DNA neandertal.
Isto significa que
a) os H. sapiens, que teriam migrado da Europa e Ásia d) Qual é o número total de alelos nessa população?
para a África, lá chegando entrecruzaram com os
H. neanderthalensis.
b) os H. sapiens, que teriam migrado da África para
a Europa, lá chegando entrecruzaram com os
H. neanderthalensis.
e) Essa população está em equilíbrio de Hardy-Weinberg
c) o H. sapiens e o H. neanderthalensis não têm um
para esse locus gênico? Justifique a sua resposta.
ancestral em comum.
d) a origem do H. sapiens foi na Europa, e não na África,
como se pensava.
e) a espécie H. sapiens surgiu independentemente na
África, na Ásia e na Europa.

62 Livro de Revisão 3

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