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biologia

17 gENÉTiCa ii
página 266

18 gENÉTiCa iii
página 275

19 EVolUÇÃo i
página 286

20 EVolUÇÃo ii
página 302

21 TaXoNoMia i
página 312

22 TaXoNoMia ii
página 325

23 TaXoNoMia – boTÂNiCa i
página 342

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17 GENÉTICA II

GENÉTICA DOS PRINCIPAIS GRUPOS Tipo Antígeno ou Anticorpo ou


Genótipo
SANGUÍNEOS HUMANOS Sanguíneo aglutinogênio aglutinina
Ia I a , I a i A A anti-B
As hemácias, ou glóbulos vermelhos, possuem aderidos I b I b, I b i B B anti-A
em suas membranas diversos tipos de glicoproteínas ou Ia I b AB AeB –
proteínas de superfície. Essas proteínas são denominadas ii O – anti-A e anti-B
antígenos de superfície ou aglutinogênios, já que podem
estimular a produção de anticorpos em cobaias. Os tipos Em consequência da presença de anticorpos, as transfu-
de antígenos são divididos em vários grupos ou grupa- sões sanguíneas devem ser cuidadosamente planejadas, para
mentos sanguíneos, sendo os principais o sistema ABO, evitar reações de aglutinação (reação da aglutinina com o
aglutinogênio).
sistema MN e o sistema Rh. Cada uma destas caracterís-
Exemplo de reação de aglutinação
ticas transmite-se independentemente, já que os pares de
Hemácias A Anticorpos anti-A
genes para cada um deles localizam-se em cromossomos
não homólogos.

Sistema ABO
O sistema ABO pode exibir dois tipos de aglutinogê-
nios, que são o A e o B. Dessa forma, podem existir quatro
tipos de hemácias para esse sistema. As hemácias do tipo
A possuem apenas o antígeno A; as do grupo B possuem
apenas antígeno B; as do grupo AB possuem os dois agluti-
nogênios; já as hemácias do grupo O não exibem nenhum
dos dois aglutinogênios.
A transfusão de sangue de um indivíduo do grupo A para
Antígeno A: Antígeno B:
um do grupo B acarreta aglutinação entre os antígenos das
hemácias A e os anticorpos anti-a, podendo levar à morte,
pois os grumos formados podem obstruir a circulação.
A B AB O Entretanto, em geral, as transfusões não são efetuadas
com sangue integral. Quando o sangue é removido de um
doador ele é separado em várias partes: células, plasma,
fatores de coagulação, etc. Dessa forma, em transfusões de
Por sua vez, no plasma, podem existir dois tipos de pequenos volumes de sangue, a quantidade de anticorpos
anticorpos (ou aglutininas): anti-A, que reage com o an- passada ao receptor é muito pequena e não leva a proble-
tígeno A, e anti-B, que reage com o antígeno B. Esses mas de aglutinação. Assim, consideraremos aqui apenas a
anticorpos são fabricados por cada indivíduo, de maneira doação de hemácias. Consequentemente, deve-se evitar
diferenciada. Cada pessoa produz anticorpos contra o an- que o antígeno presente na hemácia do doador reaja com
tígeno que não possui. os anticorpos circulantes do receptor.
A determinação genética do grupo ABO é feita por
3 alelos: os alelos Ia e Ib, que apresentam relação de codo- HEMÁCIA DO não pode ANTICORPO
reagir com
minância, e o alelo i, que é recessivo. O alelo Ia condiciona DOADOR DO RECEPTOR
o antígeno A e o Ib o antígeno B.

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O quadro de doação, portanto, fica definido: Respostas:
a) Os sangues dos tipos A e AB, que totalizam 15 litros.
b) Pertence ao grupo sanguíneo B e pode receber san-
Receptor universal gue B (7 litros) ou sangue O (10 litros), totalizando 17
AB litros disponíveis.

BIOLOGIA
A B
2 Um homem de sangue do tipo A é casado com uma
mulher cujo sangue é B. O primeiro descendente do casal
O
Doador universal
tem sangue O. Sobre esse casal, pergunta-se:
a) Qual é a probabilidade de que uma segunda criança
desse casal tenha sangue do tipo B?
b) Qual é a probabilidade de que uma outra criança
Como exemplo, quem é do grupo A não pode receber desse casal tenha um tipo de sangue que permita
de B, porque os anticorpos anti-B que existem no sangue receber uma transfusão de seu pai?
A levarão à aglutinação das hemácias B. Respostas:
Obs.: Se a doação for de sangue integral (com células e a) Como o casal teve uma criança do grupo O, tanto o
plasma) ou em volume muito grande, deve-se também evitar homem quanto a mulher devem ter o alelo i.
a aglutinação da hemácia do receptor com o anticorpo do Homem tipo A IAi x mulher tipo B IBi
doador. Assim, cada pessoa só poderá doar para quem é Criança tipo O Ii
do seu próprio grupo sanguíneo. Nesse caso, por exemplo, Dos possíveis genótipos da descendência, apenas IBi
pessoas de grupo O que poderiam doar para A, B ou AB, corresponde a uma pessoa do grupo B, e a probabi-
não podem mais, pois seus anticorpos anti-A e anti-B le- lidade é igual a 1/4 ou 25%.
varão à aglutinação. b) O pai pertence ao grupo A e pode doar sangue para
O sistema ABO pode ainda ser usado para inves- pessoas dos grupos A e AB. A condição pode ser
satisfeita tanto por pessoas do grupo A como por
tigação de paternidade, podendo-se, através da análise
pessoas do grupo AB. Como ser do grupo A ou ser
dos grupos sanguíneos, proceder-se à exclusão de pa- do grupo AB são eventos mutuamente exclusivos, a
ternidade. probabilidade de sua ocorrência é dada pela soma
Exemplo: Um homem solicitou que fosse feita a inves- das probabilidades desses eventos:
tigação de paternidade de seu filho, argumentando tratar- P(A ou AB) 5 P(A) 1 P(AB) 5 1/4 1 1/4 5 1/2 ou 50%
-se de filho de outro homem. O perito designado pelo
juiz procedeu à tipagem sanguínea do casal e da criança, 3 Uma mulher (sangue tipo A) alega que um certo homem
encontrando os seguintes resultados: (grupo AB) é o pai de seus dois filhos, um com sangue
Mulher — tipo A Ia_ O e o outro com sangue B. O homem afirma não ser o
Homem — tipo AB IaIb pai de nenhum dos meninos. Como a análise dos grupos
sanguíneos pode elucidar essa questão?
Criança — tipo B Ib_
Apenas pela análise da tipagem sanguínea pelo sistema IAIB IAi
ABO não pode excluir a possibilidade de o marido ser, de
fato, o pai da criança. Sendo a mulher heterozigota IAi, o AB A

homem poderia ter, com ela, um filho do grupo B, hete-


rozigoto IBi.
Observe que a tipagem sanguínea permite excluir a
paternidade, mas não permite afirmar que um indivíduo
seja o pai de uma criança. O B

ii IBi

Exercícios resolvidos Resposta:


Se essa mulher, de sangue tipo A, teve um filho do
1 Em um banco de sangue, existe o seguinte estoque: 12 grupo O (genótipo ii), seguramente ela possui um
litros de sangue do tipo A, 7 litros de sangue do tipo B, alelo i e seu genótipo é I Ai. Como o homem AB tem
3 litros de sangue do tipo AB e 10 litros de sangue do genótipo I A I B, está excluída a possibilidade de ele ser
tipo O. o pai da criança de sangue tipo O. Entretanto, não se
a) Quantos litros de sangue não possuem aglutinina pode eliminar a hipótese de ele ser o pai da criança
anti-A? de sangue tipo B.
b) Quantos litros de sangue estariam disponíveis para Exercícios retirados de Brito, E. A; Favaretto, J. A.
uma pessoa cujo sangue tem apenas aglutinogênio B? Biologia: uma abordagem evolutiva e ecológica. v. 3. p. 83–84.

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Sistema MN Doação no sistema Rh
Um outro sistema de antígenos presentes nas hemácias Apenas uma vez
é o sistema MN, com seus antígenos M e N, condicionados
pelos genes Lm e Ln, que estabelecem entre si relações de Rh1 Rh2
codominância. São possíveis três fenótipos, M, N e MN.
Como esses fenótipos não envolvem produção significativa
de anticorpos, não há problema para transfusões sanguíneas. Dessa forma o único real doador universal é o indi-
víduo O Rh negativo que nunca tenha recebido sangue
Genótipos Fenótipos Rh positivo e o receptor universal é o indivíduo AB Rh
Lm Lm M positivo.
Ln Ln N Como é feita a tipagem sanguínea?
Lm Ln MN Tomam-se três gotas do sangue a ser testado e colocam-
-se em uma lâmina de vidro. Na primeira amostra é gote-
jado soro anti-A, na segunda anti-B e na terceira anti-Rh.
Sistema Rh Se houver reação de aglutinação é sinal de que a amostra
possui o antígeno correspondente ao anticorpo gotejado.
Um grupamento bem conhecido é o Rh, determinado Note que o teste não está detectando o anticorpo e sim a
pela presença ou ausência de um antígeno, o fator Rh. presença do antígeno, pela reação do anticorpo de teste
Inicialmente descoberto em macacos, o antígeno Rh é con- com o sangue do paciente.
dicionado pelo gene dominante D, enquanto o alelo d é
recessivo. Podem existir dois fenótipos e três genótipos. Anti-A Anti-B Anti-Rh

Genótipos Fenótipos Sangue


testado
DD, Dd Rh positivo
dd Rh negativo
Sangue
Como no ABO, no sistema Rh também ocorre produção testado
de anticorpos, porém contra apenas um antígeno, o fator Possui Não possui Possui
antígeno A antígeno A antígeno Rh
Rh. Entretanto, diferentemente do que ocorre para o grupa-
mento ABO, a produção de anticorpos anti-Rh só é verificada
se o indivíduo Rh negativo tiver contato com o sangue de um O sangue testado acima é A Rh positivo.
indivíduo Rh positivo (ou seja, contato com antígeno Rh). Veja exemplos a seguir:

Aglutinação com
indivíduo Rh negativo (nunca teve contato com
sangue Rh positivo)
Amostra Tipo de
↓ Anti-A Anti-B Anti-Rh
testada sangue
não possui anticorpos anti-Rh
↓ 1 1 – – A–
recebe sangue Rh positivo 2 – – 1 O1

3 – 1 1 B1
sensibilização
4 1 1 2 AB–

passa a produzir anticorpos anti-Rh Eritroblastose fetal
não pode mais receber sangue Rh positivo Um dos grandes problemas do sistema Rh é a eritroblas-
tose fetal, também conhecida como doença hemolítica do
O indivíduo Rh negativo pode receber uma vez sangue recém-nascido. Essa doença decorre da incompatibilidade
Rh positivo, pois até então, não possuía anticorpos anti-Rh. sanguínea entre mãe e feto, ocorrendo somente quando o
Entretanto, a partir daí, terá anticorpos, não podendo mais pai é Rh positivo e a mãe é Rh negativo.
receber sangue Rh positivo. Já quem é Rh positivo pode rece- A mãe Rh negativo produz anticorpos anti-Rh, que
ber sangue, em qualquer quantidade, Rh negativo de pessoas podem destruir as hemácias do filho Rh positivo durante
não sensibilizadas, ou seja, que não têm anticorpos anti-Rh. a gestação.

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Exercícios resolvidos DETERMINAÇÃO GENÉTICA DO SEXO
E HERANÇA SEXUAL
1 Um homem e uma mulher, ambos de sangue Rh positivo,
tiveram uma criança de sangue Rh negativo. Sobre esse

BIOLOGIA
casal, responda: Determinação genética de sexo na espécie humana
a) Quais são seus genótipos?
b) Qual é a probabilidade de que, em uma outra gesta- A determinação genética do sexo é dada por dife-
ção, venham a ter uma criança do sexo masculino e
renças na constituição dos cromossomos de homens e
de sangue Rh positivo?
mulheres.
Respostas:
Nosso sistema é o sistema XY. Este sistema é típico de
a) Para que duas pessoas do tipo Rh positivo venham a
ter uma criança do tipo Rh negativo, ambas devem
mamíferos. Sendo A o número de cromossomos autossô-
ser heterozigotas. micos temos no sistema XY que:
Homem Rh positivo Dd 3 Mulher Rh positivo Dd Homem: 2A 1 XY ou (2n 2 2) 1 XY
Criança Rh negativo dd. Mulher: 2A 1 XX ou (2n 2 2) 1 XX
b) Dd 3 Dd ⇒ dd
Durante a formação dos gametos, as mulheres produ-
A probabilidade de que esse casal venha a ter uma
zem apenas um tipo de gameto, contendo um cromos-
criança de sangue Rh positivo é de 3/4 ou 75%. Como
o sexo da criança não interfere na determinação do somo de cada tipo e um X. Já os homens formam dois
sistema Rh, trata-se de eventos independentes, cuja tipos de gametos, um contendo o X e outro contendo
probabilidade de ocorrência é dada pelo produto de o Y. Diz-se, portanto, que o sexo masculino é o sexo
suas probabilidades: heterogamético.
P(menino Rh positivo) 5 P(menino) × P(Rh positivo)
5 Na espécie humana, o número diploide de cromosso-
5 1/2 ? 3/4 5 3/8 5 0,375 ou 37,5%
mos é 46 (2n 5 46), equivalente aos 23 pares de cromos-
somos. Destes, 22 pares equivalem aos cromossomos au-
2 Uma criança foi localizada pela polícia, e um casal alega
tratar-se de seu filho desaparecido. A análise do sangue tossômicos, que são idênticos em homens e mulheres. O
do casal e da criança revelou o seguinte: 23o par constitui o par sexual, que é distinto em machos
Homem — sangue tipo A, Rh negativo, M
e fêmeas. Os cromossomos sexuais são dois: o X e o Y.
Mulher — sangue tipo B, Rh positivo, MN Homens: 22 pares autossômicos 1 XY
Criança — sangue tipo O, Rh positivo, N Mulheres: 22 pares autossômicos 1 XX
Esses resultados confirmam a hipótese de a criança per- A seguir está mostrado o cariótipo de um homem e de
tencer ao casal? Justifique.
uma mulher normais. Note que a única diferença reside
Respostas:
no par 23.
Homem A, Rh negativo, M 3 Mulher B, Rh positivo, MN
IA — dd LMLM IB — D — LMLN
Criança O, Rh positivo, N A B

D — LNLN
Quanto ao sistema ABO, não se pode excluir a
possibilidade de essas pessoas serem os pais da crian-
1 2 3 4 5
ça encontrada. Se ambos forem heterozigotos (IAi e
C
IBi, respectivamente), poderão ter um descendente do
grupo O.
Em relação ao sistema Rh, mais uma vez não se pode 6 7 8 9 10 11 12
invalidar a alegação do casal. Mesmo o homem sendo D E F
Rh negativo, a mulher poderia enviar para a criança o
alelo D, dominante, que determinaria o fenótipo Rh 16 17 18 19 20
13 14 15
positivo. G
Entretanto de sangue M (genótipo LMLM) não pode
ter descendentes de sangue tipo N (genótipo LNLN). 21 22 Mulher normal
Cariótipo 2A XX X X 23
Exercícios retirados de Brito, E. A.; Favaretto, J. A. Biologia 2 uma
abordagem evolutiva e ecológica. v. 3. p. 89-91.

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machos: XY 1 locus para cada característica
A B
fêmeas: XX 2 loci para cada característica
Exemplo: hemofilia, daltonismo.

Região exclusiva de Y
1 2 3 4 5
Acolhe genes exclusivos do homem. São características
C exclusivamente masculinas (holândricas).
machos: XY 1 locus para cada característica
12
fêmeas: XX nenhum locus para cada carac-
8 9 10 11
6 7
terística
D E F

Herança restrita ao sexo


13 14 15 16 17 18 19 20
Esta herança é condicionada por genes localizados no
G
Homem normal segmento do cromossomo Y que não possui homologia
Y
Cariótipo 2A XY com o cromossomo X. Esses genes (apenas 60) são cha-
21 22
X
23 mados de holândricos, uma vez que só estão presentes no
homem. A herança holândrica é transmitida obrigatoria-
É interessante notar que apenas um único gene do cro- mente de pai para filho e sempre se manifestará, indepen-
mossomo Y, o SRY, faz com que um feto se torne menino. dentemente se dominante ou recessiva, já que o gene está
Até a 6a semana de vida, todo embrião é morfologicamente sempre sozinho. O gene SRY, que determina que o embrião
menina. A partir daí, esse gene determina a produção de será homem, está localizado nessa região.
testosterona, a qual determinará a diferenciação de testícu- Durante muito tempo, a hipertricose auricular (pelos
los, pênis e demais caraterísticas tipicamente masculinas. na orelha) foi caracterizada como holândrica, porém sabe-
Se houver uma falha nesse gene, o indivíduo, apesar de XY, -se hoje que é autossômica, com efeito limitado ao sexo,
será morfologicamente feminino. pois como depende de testosterona para se manifestar, só
ocorre nos homens. Podemos dizer que a penetrância do
Herança sexual na espécie humana gene nas mulheres é 0%.
Os cromossomos X e Y apresentam regiões homólogas
e não homólogas: Herança parcialmente ligada ao sexo
cromossomo X cromossomo Y
Os genes que condicionam esta herança são localiza-
dos na região de homologia entre X e Y. Ela se comporta,
região de portanto, como uma herança autossômica. A cegueira
homologia
entre X e Y região
noturna genética constitui uma característica condicio-
região exclusiva nada por esse tipo de herança e afeta homens e mulheres
exclusiva de Y
de X igualmente.

Herança influenciada pelo sexo


Região de homologia entre X e Y Esta herança é condicionada por genes presentes nos
Esta região apresenta loci gênicos idênticos, ou seja, o mes- cromossomos autossômicos, mas cuja expressão é diferen-
mo tipo de gene está presente no cromossomo X e no Y. Se ciada em homens e mulheres. Um exemplo é a calvície.
comporta como herança autossômica. Assim, o número de Os genes para calvície têm sua expressão aumentada pela
homens que apresentam a característica é igual ao de mulheres. presença de hormônios sexuais masculinos. Dessa forma,
machos: XY 2 loci para cada característica é muito mais frequente a calvície em homens do que em
fêmeas: XX 2 loci para cada característica mulheres. Simplificadamente, pode-se dizer que o gene é
Exemplo: cegueira noturna genética. dominante nos homens e recessivo nas mulheres.
Chamando C o gene para não calvície e c para calvície
Região exclusiva de X temos:
Somente o cromossomo X apresenta esta região. Como
os homens têm apenas um gene para cada característica CC Cc cc
condicionada nessa região, a frequência de homens afeta- homem não calvo calvo calvo
dos por anomalias recessivas cujos genes se localizam nessa
região é muito maior que o de mulheres. mulher não calva não calva calva

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Herança ligada ao sexo
gameto gameto
Os genes que condicionam a herança ligada ao sexo masculino feminino
se encontram na parte não homóloga de X. Portanto, as
mulheres possuem dois alelos e os homens apenas um alelo cromossomo cromossomo

BIOLOGIA
× ×
para cada característica. Os homens são, então, chamados paterno materno
hemizigotos. Há várias doenças genéticas condicionadas
por genes ligados ao sexo. A distrofia muscular, o daltonis-
mo e a hemofilia são exemplos. Algumas células
Exemplo: O daltonismo é condicionado por um gene No futuro, cada
espiralizam o
cromossomo X
recessivo localizado na porção não homóloga de X. Cha- célula filha daquelas materno e outras o
mando XD o gene para visão normal e Xd o gene para dal- embrionárias terá o
mesmo cromossomo
cromossomo X
paterno, na fase
tonismo, temos: X espiralizado que a embrionária.
original, formando
um padrão de células
Genótipo Sexo Fenótipo doentes e não doentes
na pele, o mosaico.

X DY masculino normal
XdY masculino daltônico Um outro exemplo desse mosaicismo pode ser obser-
vado em gatos. XP condiciona pelagem malhada de branco
X DX D feminino normal e preto, enquanto XA determina o fenótipo malhado de
X DXd feminino normal, portadora branco e amarelo. Os machos só apresentam um dos dois
Xd Xd feminino daltônica genótipos, já que só tem um cromossomo X.

Genótipo Fenótipo
A compensação de dose (hipótese de Lyon) X PY macho, malhado de branco e preto
e a cromatina sexual
X AY macho, malhado de amarelo e preto
Uma vez que o cromossomo X possui um número mui-
to maior de genes que o cromossomo Y, existe um meca- Entre as fêmeas há três genótipos possíveis:
nismo molecular para fazer com que as células masculinas
tenham aproximadamente a mesma quantidade de genes Genótipo Fenótipo
ativos que as células femininas: a inativação de um cro-
mossomo X nas mulheres. Parte de um dos cromossomos X PX P fêmea, malhada de branco e preto
X fica permanentemente espiralizado nas mulheres, cons-
tituindo a cromatina sexual ou corpúsculo de Barr. Ela fêmea, malhada de branco, preto e
X PX A
aparece como uma região de heterocromatina no núcleo amarelo
das células femininas.
X AX A fêmea, malhada de branco e amarelo
Segundo a pesquisadora Mary F. Lyon, um dos cro-
mossomos X das células dos embriões femininos sofre
inativação logo no início do desenvolvimento embrio- As fêmeas XPXA exibem algumas regiões do corpo
nário (cerca de 16 dias). Essa inativação é aleatória: em amarelas e outras pretas, evidenciando a hipótese de
algumas células está inativo o cromossomo X de origem Lyon.
paterna, em outras, o de origem materna. A partir daí, Hipótese de Lyon Esta célula inativou o Xa, está
entretanto, todas as células que se originam de uma cé- (lyonização) com o gene para pelo preto ativo.
lula que têm um certo X inativo terão esse mesmo X A partir daí, cada célula
inativo. Isso faz da mulher um verdadeiro “mosaico”, filha de cada um destes
blatômeros inativará o
com células misturadas, algumas com o X materno ativo mesmo X que eles,
e outras com o X paterno. Zigoto
criando...
Existe uma doença humana em que a hipótese de Lyon XAXa Esta célula
pode ser observada através de manchas de pele que podem inativou o XA,
ser evidenciadas com corantes específicos. As mulheres he- está com o gene
para pelo
terozigotas possuirão algumas regiões do corpo doentes e Pelo Pelo amarelo ativo.
outras não doentes. preto amarelo um padrão em mosaico.

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b) Quando essa filha se casar, qual será a porcentagem
Exercícios resolvidos de filhos do sexo masculino que devem apresentar
calvície?
1 Uma mulher, filha de um homem normal, tem, com um
Resolução:
homem normal, uma criança hemofílica. Qual o sexo da
criança? a) c1 — calvície
c2 — cabelos normais
Resolução:
Homem calvo c1_ 3 Mulher normal c1c2
Primeiro é necessário fazer um heredograma.
Filho calvo c1c2 Filha calva c1c1
Se os homens citados são normais, é sinal de que ne-
nhum deles possui o gene para hemofilia, já que é uma A mulher é heterozigota c1c2, pois ela é normal mas
herança condicionada por um gene recessivo ligado ao sua filha calva tem genótipo c1c1. O genótipo do filho
sexo. Representando por XH o gene para normalidade e do casal não pode ser estabelecido com exatidão,
Xh para hemofilia, temos que: podendo ser c1c1 ou c1c2
b) Como a moça tem genótipo c1c1, irá enviar o gene c1
1 2 para todos os seus descendentes. Então, 100% de
seus descendentes do sexo masculino terão tendên-
hemofílica cia à calvície, pois receberão pelo menos um alelo c1.
3 4
normal
4 Nas drosófilas, há um alelo letal recessivo ligado ao sexo,
que determina a morte do embrião em uma fase precoce
5 de seu desenvolvimento. Qual é a descendência espera-
1 = XHY 3 = XHY da de uma fêmea heterozigota para esse alelo?
Resolução:
Para que o casal tenha uma criança hemofílica, o gene
deve ter vindo da mãe (4), que só pode ter recebido O exercício não informa o genótipo dos machos envolvi-
da avó da criança (2). A mãe é heterozigota, porém dos, mas isso não é necessário. As drosófilas têm deter-
nada sabemos da avó (é mais provável que seja he- minação do sexo pelo sistema XY. O macho possui dois
terozigota). conjuntos de cromossomos autossômicos e mais um par
2 5 X?Xh 4 5 XHXh XY; as fêmeas possuem os mesmos autossomos e um
par XX. O alelo em questão é ligado ao sexo, localizado
O único modo da criança ser hemofílica é se ela for ho-
na porção não homóloga do cromossomo X. Vamos usar
mem. Se fosse mulher, o pai teria dado o cromossomo
a notação XL para o alelo dominante e XI para o alelo
X com o gene normal (XH).
letal recessivo.
5 5 XhY
A fêmea é heterozigota XL XI. Os machos com os quais ela
Dessa forma a herança ligada ao sexo é transmitida
se cruza possuem genótipo XLY. Eles não podem ser XIY,
apenas:
porque o alelo XI, em hemizigose, manifesta seu efeito
De pai para filha
letal (e esses machos estão vivos).
De mãe para filho ou filha
Fêmea × Macho
2 a) Se a criança mais tarde se casar com uma pessoa XLXI XLY
normal, cujo pai era hemofílico, qual a chance de vir
a ter uma criança hemofílica? XL XL
XLXL
Resolução:
XL Fêmea Y
Como concluímos que a criança é homem, se casará com
uma mulher. Se a mulher tem um pai hemofílico (XhY), XLY XLXI
Macho Fêmea
ela é com certeza portadora do gene (XHXh).
Nesse caso: XhY XHXh ⇒ 50% (XhY e XhXh) XIY
b) Dentre os homens da prole qual a chance de hemofilia? Morre
Resposta:
50% (Descartam-se as mulheres e trabalha-se apenas
com os homens).
EXERCÍCIOS
3 Um homem calvo casa-se com uma mulher de cabe-
los normais. O filho desse casal começa a ter queda
acentuada de cabelos, tornando-se calvo na juventu- 1 Uma abelha-rainha apresenta a constituição gênica Aa
de. A irmã desse rapaz também apresenta sinais de Bb Cc Dd. De seus descendentes machos, qual a propor-
calvície. ção esperada de indivíduos que manifestem o fenótipo
a) Quais são os genótipos dessas pessoas? recessivo para as quatro características consideradas?

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2 (Ufes) Um homem Rh positivo heterozigoto casa-se com 8 (Unicamp-SP) O rei Salomão resolveu uma disputa entre
uma mulher que não possui o aglutinogênio Rh nas duas mulheres que reclamavam a posse de uma criança.
hemácias, e desse casamento nasce uma criança com Ao propor dividir a criança ao meio, uma das mulhe-
doença hemolítica perinatal (DHPN). res desistiu. O rei então concluiu que aquela que havia
Qual a probabilidade de um segundo filho do casal vir a desistido era de fato a mãe verdadeira. Nos tribunais

BIOLOGIA
ter a mesma doença? modernos, um juiz pode utilizar a análise dos grupos
sanguíneos e teste de DNA para ajudar a solucionar
questões semelhantes. Analisando uma situação em que
3 (Esal-MG) Um casal tem quatro filhos e resolveu determi-
uma mulher com sangue A atribuía a paternidade de seu
nar, em relação ao sistema ABO, qual o fenótipo de cada
filho de sangue O a um homem de sangue B, o juiz não
um. Verificou que um era do grupo A, outro do grupo B,
pode chegar a nenhuma decisão conclusiva.
um terceiro do grupo AB e o quarto filho do grupo O.
a) Explique o por quê.
a) Qual o provável genótipo dos pais?
b) Qual deveria ser o grupo sanguíneo do homem para
b) Qual dos filhos pode receber sangue de qualquer
que a decisão pudesse ser conclusiva?
membro da família? Por quê?
c) Com base no teste de DNA, no entanto, o juiz con-
cluiu que o homem era o pai da criança. Por que o
4 Uma planta apresenta três fenótipos diferentes quanto à teste de DNA permite tirar conclusões tão precisas
cor de suas flores: brancas, azuis e amarelas. Realizando- em casos como este?
-se cruzamentos dirigidos, a partir de plantas puras, os
resultados na F1 e na F2 mostraram o seguinte resultado:
9 (UFRJ) Nas transfusões sanguíneas, o doador deve ter o
mesmo tipo de sangue que o receptor com relação ao
Brancas x Brancas x Amarelas x sistema ABO. Em situações de emergência, na falta de
P
Amarelas Azuis Azuis sangue do mesmo tipo, podem ser feitas transfusões de
pequenos volumes de sangue O para pacientes dos gru-
F1 100% amarelas 100% azuis 100% azuis pos A, B ou AB. Explique o problema que pode ocorrer
se forem fornecidos grandes volumes de sangue O para
25% brancas e 25% brancas 25% amarelas pacientes A, B ou AB.
F2
75% amarelas e 75% azuis e 75% azuis
10 (UFRJ) Uma determinada característica depende de um
Qual deve ser a relação de dominância? locus que possui quatro alelos (A1, A2, A3, A4). Outra
característica também depende de 4 genes (B1, B2 e C1,
5 Na Primula sinensis, a flor tem normalmente uma man- C2), porém são dois pares de alelos localizados em pares
cha amarela na base da pétala. Originou-se uma muta- de cromossomos homólogos diferentes. Um desses dois
ção recessiva que produz mancha amarela muito grande tipos de determinismo genético apresenta um número
(prímula Rainha). Mais tarde ocorreu outra mutação do maior de genótipos possíveis na população. Identifique
mesmo gene, desta vez dominante em relação ao tipo esses genótipos.
normal, condicionando uma mancha branca (prímula
Alexandra). Os três alelos resultantes A (Alexandra), an 11 Nome Antígeno Anticorpo
(normal) e a (Rainha) formam uma série de alelos múlti-
plos. Quais os possíveis genótipos do tipo: Carla A Anti-B
a) Alexandra? Tiago B Anti-A
b) Normal?
Maura AeB –
c) Rainha?
Luiz – Anti-A e Anti-B
6 (UFRJ) O sangue de Orlando aglutina quando coloca- O quadro anterior relaciona os indivíduos com seus res-
do em presença de soro contendo imunoglobulinas pectivos tipos sanguíneos e, baseado nele, é incorreto
ou aglutininas anti-A, e não aglutina quando colocado afirmar que:
em presença de imunoglobulinas ou aglutininas anti-B. a) Carla possui sangue tipo A.
Orlando casa-se com Leila, que apresenta aglutinações
b) Luiz é doador universal.
inversas. O casal tem um filho cujo sangue não aglutina
em nenhum dos dois tipos de soro. c) Luiz pode doar sangue para Carla, Tiago e Maura.
d) Maura pode receber sangue de Carla, Tiago e Luiz.
a) Qual é o genótipo dos pais?
e) Se Luiz se casar com Maura poderão ter filhos com
b) Qual a probabilidade desse casal ter uma criança
sangue tipo O e AB.
cujo sangue aglutine nos dois tipos de soro? Justifi-
que sua resposta.
12 Em relação aos grupos sanguíneos 2 sistema ABO 2 ana-
7 Os grupos sanguíneos ABO são um exemplo de alelos líse as afirmativas abaixo, e assinale a única incorreta:
múltiplos. Como aparecem os casos de alelos múltiplos a) as pessoas do grupo sanguíneo O só podem receber
na natureza? sangue de pessoas do mesmo grupo.

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b) as pessoas do grupo sanguíneo O possuem em suas d) as respostas a e b estão corretas
hemácias os aglutinogênios A e B. e) as respostas b e c estão corretas
c) uma pessoa do grupo sanguíneo A tem em suas he-
mácias o aglutinogênio A e no plasma aglutininas 17 A eritroblastose fetal ou doença hemolítica perinatal é
anti-B. uma doença de natureza imunológica induzida por in-
d) as pessoas do grupo sanguíneo AB não têm no plas- compatibilidade sanguínea relativa ao fator Rh. Verifica-
ma as aglutininas anti-A e anti-B. -se, eventualmente, essa doença em filhos:
e) as pessoas do grupo sanguíneo AB são chamadas
a) de casais com Rh negativo.
receptores universais, uma vez que podem receber
b) de casais com Rh positivo.
sangue de indivíduos O, A, B e AB.
c) Rh negativo, com pai Rh positivo e mãe Rh negativo.
d) Rh positivo, com pai Rh negativo e mãe Rh positivo.
13 Os fenótipos do sistema sanguíneo ABO são determi-
nados por um locu com três alelos relativamente fre- e) Rh positivo, com pai Rh positivo e mãe Rh negativo.
quentes. O alelo IA forma o antígeno A, o alelo IB forma
o antígeno B e o alelo i não forma nenhum antígeno. 18 Na espécie humana, o indivíduo do sexo masculino nor-
Indivíduos do tipo A são os que têm o antígeno A; os mal está representado geneticamente por:
do tipo B têm o antígeno B; os do tipo AB têm ambos e a) 46 A 1 XY
os do tipo O não têm nenhum desses antígenos. Com
b) 46 A 1 XX
base nessas informações, assinale o que for correto.
c) 44 A 1 XY
(01) ocorrem seis genótipos diferentes na população. d) 42 A 1 XY
(02) o alelo i é recessivo em relação a IA e a IB. e) 44 A 1 XX
(04) os indivíduos do tipo AB são sempre heterozigotos e os
do tipo O podem ser homozigotos ou heterozigotos. 19 Um homem com cariótipo 47 XYY pode originar-se da
(08) o fenótipo AB é o mais frequente em todas as po- união de dois gametas, um com 24 cromossomos e ou-
pulações, uma vez que é duplamente dominante. tro com 23. O gameta anormal:
(16) é impossível que do casamento entre indivíduo do tipo a) é um óvulo.
A com indivíduo do tipo B nasçam filhos do tipo O. b) é um espermatozoide.
(32) um indivíduo do tipo O, dependendo do genótipo do c) pode ser um óvulo ou um espermatozoide.
seu cônjuge, poderá ter filhos A, B ou O, mas nunca AB. d) é uma ovogônia.
e) é uma espermatogônia.
14 Cássia possui sangue tipo AB, Danilo, tipo O e Flávia, tipo
B. É correto afirmar que:
20 Admitindo-se que, numa mulher com S. de Down por
a) Cássia é doadora universal. trissomia do cromossomo 21, a gametogênese e a via-
b) Danilo pode receber sangue de Flávia. bilidade dos gametas sejam absolutamente normais,
c) Se Danilo se casar com Flávia e esta for homozigota, segundo os mecanismos da meiose, espera-se que seus
50% dos filhos podem ter sangue tipo O. filhos sejam:
d) Cássia possui aglutinogênio A e B nas hemácias. a) todos normais.
e) Das hipóteses vistas, mais de uma pode estar correta. b) todos anormais.
c) 1/2 normais e 1/2 anormais.
15 Os alelos que controlam o sistema MN no homem po- d) 3/4 normais e 1/4 anormais.
dem ser representados pelos símbolos M e N. Os três e) 3/4 mongoloides e 1/4 anormais.
genótipos possíveis são identificados através de reações
com antissoros anti-M e anti-N. Nesse sistema a relação
existente entre os alelos é: 21 (Vunesp) Uma mulher com útero infantil, Rh1 e homo-
zigota, casa-se com um homem Rh2. Impedida de ter
a) de dominância.
filhos, o casal decide ter um ”bebê de proveta” e con-
b) de recessividade. trata uma mãe de aluguel para receber em seu útero o
c) do tipo herança quantitativa. zigoto formado. O que o casal não sabia é que a mãe de
d) de codominância. aluguel tivera três filhos, sendo que o último apresentara
e) semelhante ao do sistema Rh. a doença hemolítica do recém-nascido. A probabilidade
do bebê de proveta nascer com essa doença é:
16 Uma mulher Rh positivo e de grupo sanguíneo O, casada a) mínima, visto que seu pai é Rh2.
com um indivíduo Rh negativo e de grupo sanguíneo AB, b) mínima, visto que sua mãe genética é Rh1.
tem um filho. Assinale a resposta correta, considerando c) alta, já que o bebê de proveta, com absoluta certeza,
o Rh e o grupo sanguíneo desse indivíduo. será Rh1.
a) Rh positivo e grupo sanguíneo O d) nula, visto que a doença hemolítica do recém-nasci-
b) Rh positivo e grupo sanguíneo A do só ocorre quando a mãe é Rh2 e o pai é Rh1.
c) Rh negativo e grupo sanguíneo B e) alta, pois a mãe de aluguel é Rh1.

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18 GENÉTICA III

BIOLOGIA
BIOLOGIA
LIGAÇÃO FATORIAL OU LINKAGE CcDd × ccdd

A ligação fatorial ou linkage refere-se ao estudo de


genes não alelos localizados no mesmo cromossomo. Va- C c c c
mos compará-lo com a segunda lei de Mendel, que se
baseia no estudo de características condicionadas por ge- D d d d
nes localizados em cromossomos diferentes. Nesse caso,
se tivermos o cruzamento de um indivíduo di-híbrido gametos
com um homozigoto recessivo (AaBb 3 aabb), observa- CD cd
remos que a formação de quatro gametos diferentes no cd
híbrido foi possível porque as combinações dos genes se genótipos formados:
deram ao acaso, uma vez que estes estão localizados em CcDd 2 50%
cromossomos diferentes. ccdd 2 50%
AaBb × aabb
Ligação cromossômica com crossing over
Vimos que a variação de tipos de gametos foi maior
quando os genes estão localizados em cromossomos dife-
A a B b a a b b rentes. Entretanto, durante a meiose pode ocorrer o fenô-
meno de crossing over ou recombinação, levando à maior
variabilidade na formação de gametos e consequentemente
na prole. Veja o cruzamento a seguir:
gametas
AB ab EeFf × eeff
Ab
aB
ab E e e e
genótipos formados:
AaBb 2 25% F f f f
Aabb 2 25%
aaBb 2 25%
aabb 2 25% Os loci E e F são ligados e o gameto formado pelo ho-
mozigoto é apenas ef. Entretanto, se houver crossing over
Vejamos agora um outro cruzamento. Se os loci para entre os dois loci, o di-híbrido pode formar os quatro tipos
os genes C e c estiverem localizados no mesmo cromos- de gametos possíveis que ocorreriam se a segregação fosse
somo que os loci para os genes D e d, teremos um caso independente.
de linkage. A formação apenas de dois tipos de gametos, As proporções, porém, não seguem o mendelia-
CD e cd, no di-híbrido deve-se ao fato de que esses genes nismo clássico, com 25% de cada gameto, e vão de-
estão ligados. Do cruzamento em questão a prole apre- pender da frequência de ocorrência do crossing over.
sentará 50% de indivíduos CcDd e 50% de indivíduos A frequência de recombinação entre os dois loci, por sua
ccdd. Compare com o caso de segregação independente vez, dependerá da distância entre os genes. Quanto mais
(genes localizados em cromossomos diferentes), visto distantes os dois loci gênicos, maior será a frequência de
anteriormente. recombinação.

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Frequência Total de Gametos Recombinantes 5
E e fase S E E e e Taxa de Crossing over 5 Metade da Frequência de
Ocorrência de Crossing over 5 Distância entre os
F f F F f f Genes (em unidades de recombinação)

Crossing over Por que mesmo as células em que ocorre crossing


over dão origem a gametos parentais? Note que o cros-
E sing ocorre apenas entre as cromátides internas do par
E e e E E e e de homólogos. Por isso, se em todas as células ocorrer
F f F f F f permutação entre dois genes a quantidade de gametos
f F
recombinantes será de, no máximo, 50%. Por isso, a taxa
de crossing varia entre 0% (quando nenhuma célula sofre
Estes cromossomos só surgiram crossing) e 50% (quando todas as células sofrem crossing).
porque houve crossing over.

Imagine que o indivíduo em questão (EeFf ) tenha 100


E E e e
células germinativas e que em apenas 30% delas ocorra
crossing over: F f F f
Obs.: Lembre que o crossing over pode ou não ocorrer!
Indivíduo EeFf
Exemplo 1:
Em 70% das células não há crossing Suponha que a distância entre os genes P e Q seja de 40
gametos formados proporção unidades de recombinação. Quantos gametos Pq se formam
a partir de 300 células germinativas de um indivíduo Pq/pQ?
EF parental 35% Resposta:
P P
O indivíduo em questão é:
ef parental 35%
q Q
Em 30% das células há crossing Se a distância entre os genes é de 40 unidades, a taxa de
gametos formados proporção crossing over (e a percentagem de gametos recombinantes
totais) é de 40%. Os possíveis gametos são:
EF parental 7,5% parentais recombinantes
ef parental 7,5% Pq → 30% PQ → 20%
pQ → 30% pq → 20%
Ef recombinante 7,5% total → 60% total → 40%
O gameto Pq é parental (30%). Se há 300 células ger-
eF recombinante 7,5%
minativas, haverá 1.200 gametos, 30% deles serão Pq, ou
seja, 360 gametos.
Total Exemplo 2:
Um cruzamento HhGg 3 hhgg formou a seguinte prole:
gametos formados proporção HhGg → 40% Hhgg → 10%
EF parental 42,5% hhgg → 40% hhGg → 10%
85% A que distância estão localizados os loci H e G e como
ef parental 42,5% é a disposição dos genes no indivíduo híbrido?
Ef recombinante 7,5% Resposta:
15% O indivíduo hhgg formou um único tipo de gameto,
eF recombinante 7,5% ou seja, hg (100%). Já o indivíduo HhGg formou quatro
tipos, nas seguintes proporções:
Note que os gametos, apesar de serem os quatro tipos HG → 40% Hg → 10%
possíveis previstos por Mendel, não se apresentam nas pro- hg → 40% hG → 10%
porções estabelecidas pela segunda lei (25% de cada tipo). Os gametos que vieram de recombinação são os que
Assim temos que: ocorrem em menores proporções, já que a taxa de crossing

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alcança, no máximo, 50% (equivalendo a todas as células à morte dos indivíduos em que se manifestam. No homem,
sofrendo crossing). A taxa de crossing é igual à frequência podemos citar a talassemia major e a doença de Tay-Sachs,
total de recombinates: que levam à morte antes dos afetados atingirem a adoles-
Hg → 10% hG → 10% cência. Outros alelos determinam a morte antes mesmo do
total → 20% 5 taxa de crossing nascimento e interferem nas proporções fenotípicas e geno-

BIOLOGIA
típicas. Veja o exemplo da cor da pelagem de ratos.
Como a taxa de crossing é igual a Neste tipo de herança, genes dominantes em homozigose
distância entre os genes, a distância é levam à morte do indivíduo, geralmente na vida fetal. Quan-
de 20 unidades de recombinação. O H h
do em heterozigose, porém, o indivíduo exibe uma caracte-
indivíduo em questão (HhGg) tem os rística aparentemente não relacionada com a letalidade, nesse
dois cromossomos iguais aos gametos G g caso, a cor do pelo. Dessa forma, a prole de dois indivíduos
parentais (HG e hg). Consequentemen- que apresentam o fenótipo dominante será sempre 25%
te, o indivíduo é HG/hg.
menor que o esperado, obedecendo uma proporção 2:1,
tanto para os genótipos quanto para os fenótipos.
Nos ratos, a cor amarela do pelo é condicionada por
Mapas gênicos e disposição Cis-Trans
um gene dominante (C), enquanto a cor marrom por um
Os mapas gênicos mostram a disposição dos genes ao gene recessivo (c). Do cruzamento de dois ratos amarelos,
longo do cromossomo. Eles são baseados em duas hipóteses a prole é sempre 25% menor que o esperado:
complementares:
◆ os genes se dispõem linearmente ao longo do cromossomo;
amarelo 3 amarelo
◆ a probabilidade de ocorrer crossing over entre dois genes Cc 3 Cc
distantes é maior do que a de ocorrer entre dois genes prole: 11 ratos amarelos Cc
mais próximos. 5 ratos marrons cc
Assim sendo, a taxa de crossing pode levar à construção total: 16 ratos
dos mapas gênicos.
Exemplo: A taxa de crossing entre os loci A e B é de 3%;
entre os loci B e C é de 17% e entre os loci A e C é de 20%. marrom 3 marrom
Mostre a disposição desses genes ao longo do cromossomo. cc 3 cc
Resposta: A B C prole: 22 ratos marrons cc
3 UR 17 UR total: 22 ratos
20 UR
Num indivíduo, quando os dois genes dominantes es-
tão no mesmo cromossomo e seus alelos recessivos no outro marrom 3 amarelo
homólogo, dizemos que os genes em questão estão na posi- cc 3 Cc
ção “cis”. Quando o dominante está num cromossomo e prole: 12 ratos marrons cc
o outro dominante no outro, diz-se que a posição é “trans”. 10 ratos amarelos Cc
total: 22 ratos

A a A a A única explicação é o fato de que os ratos CC (que


seriam amarelos) morrem durante a gestação, sendo o gene
B b b B C letal quando em homozigose.

Cc 3 Cc
cis trans
C c

OUTROS TIPOS DE HERANÇA C CC morto Cc amarelo

c Cc amarelo cc cinza
Genes letais
Pleiotropia
Existem em todas as espécies alelos deletérios, que deter-
minam o aparecimento de características prejudiciais. Alguns A pleiotropia caracteriza-se pela ação de um par de ge-
deles, chamados alelos letais, são tão prejudiciais que levam nes em várias características simultaneamente.

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Exemplo: O albinismo, condicionado por um gene reces- nina (tom de pele). Para que negros tenham filhos de pele
sivo, afeta várias características, tais como a cor da pele, dos escura têm que transmitir a eles os dois tipos de genes; o
cabelos e dos olhos. Este é um gene de efeito pleiotrópico. Na que dá a capacidade de produzir melanina e os que condi-
fibrose cística, um outro exemplo, o gene afeta quase todas cionam o acúmulo de muita melanina. Se, entretanto, eles
as secreções exócrinas, particularmente digestivas 2 como a forem heterozigotos para o albinismo, podem ter um filho
bile 2 e aquelas do sistema respiratório. Outro exemplo é homozigoto para essa característica. Assim, essa criança,
fenilcetonúria, em que a ausência da enzima que metaboliza apesar de possuir genes que induzem o acúmulo de melani-
o aminoácido fenilalanina acarreta problemas de pigmentação na, não consegue fabricá-la, devido ao gene para albinismo.
de pele, atividade muscular, hepática e até debilidade mental.

TONY CAMACHO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


Interação gênica
Em geral, o estudo da genética passa a ideia de que cada
característica é condicionada por apenas um par de alelos. Da
mesma forma, tem-se a impressão que cada par de alelos afeta
uma única característica. Na realidade são muito comuns as
características condicionadas por mais de um gene, bem como
a ocorrência de um gene afetando mais de uma característica.
Interação gênica compreende o fenômeno de dois ou mais
alelos afetarem, ao mesmo tempo, uma característica.
Mulher negra com um dos filhos albino 

Interação gênica simples Exemplo de epistasia dominante: As galinhas podem


Em galináceos há quatro tipos de cristas, condicionadas ser coloridas ou brancas. O gene para cor branca é recessivo
por 2 pares de alelos que interagem: R e r, E e e. (p), enquanto para cor é dominante (P). O gene I inibe a
genótipos fenótipos manifestação da cor, enquanto o gene i (recessivo) permite a
R_E_ crista noz manifestação da cor. Uma galinha branca cruzou com um galo
R_ee crista rosa também branco. Os filhotes, entretanto, nasceram de todas as
rrE_ crista ervilha cores possíveis (brancos, pretos e marrons). Como isso ocorreu?
rree crista simples Resposta:
Este é um caso clássico de epistasia dominante. Nesse caso
os animais são heterozigotos para a cor e também heterozigotos
para os genes epistáticos, gerando pintos coloridos e brancos.
branco PpIi 3 branca PpIi
prole: brancos: _ _ I _
colorido: P _ ii
colorido: ppii
noz rosa ervilha simples
Exemplo de epistasia recessiva: Em camundongos, o P
determina pelo selvagem e o seu alelo, o gene p, determina
Epistasia pelos pretos. O gene C permite a formação de pigmentos
Na epistasia, um gene não alelo pode inibir ou suprimir e é dominante sobre seu alelo c, que inibe a formação de
a expressão de outro gene. Não confunda epistasia com pigmentos. Camundongos selvagens cruzados podem dar
dominância. Epistasia envolve interação entre genes de loci origem a animais albinos e pretos?
diferentes, enquanto a dominância é a interação entre genes Resposta:
alelos. O par de genes inibidor é epistático, enquanto o par Sim. Basta que eles tenham o seguinte genótipo:
de genes inibido é hipostático. A epistasia mais comum PpCc 3 PpCc
pode ser dominante ou recessiva. Na dominante basta um prole: selvagens: P_C_
dos alelos epistáticos para acontecer a epistasia; na recessiva pretos: ppC_
os dois alelos epistáticos devem estar presentes. albinos: ppcc
Um exemplo de epistasia é o albinismo. Às vezes, negros
têm filhos albinos. Como pode um filho de negros nascer Um caso especial: epistasia no sistema ABO
albino? É bom lembrar que a cor da pele é resultante da Existem pessoas que são identificadas pelos métodos
interação de dois tipos de genes: o que dá a capacidade de usuais de tipagem sanguínea como pertencentes ao gru-
produzir melanina e os que conferem o acúmulo de mela- pamento sanguíneo O, mas que são geneticamente A, B

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ou AB. São os falsos O. Isso explica o fato de que, algumas A e seu alelo a e B e seu alelo b. Os genes representados pela
vezes, filhos de pais O são A, B ou mesmo AB. letra maiúscula condicionam maior acúmulo de pigmento
A explicação é simples. Existe um par de genes, H e h, que na pele e aqueles em letra minúscula condicionam menor
participam da produção da enzima responsável pela produção quantidade de pigmento. São cinco as classes fenotípicas:
de um antígeno, o antígeno H. Pessoas HH ou Hh são capa-

BIOLOGIA
zes de produzir o antígeno H e indivíduos hh não produzem Genótipos Fenótipos
este antígeno. O antígeno H, por sua vez, é transformado em AABB negro
antígeno A ou B através dos genes IA ou IB, respectivamente. AaBB
Nos indivíduos HH ou Hh, o antígeno H é produzido mulato escuro
AABb
e, a partir daí, estes podem ser A, B, AB ou O. Veja a seguir:
aaBB
Locus H Locus ABO Fenótipo AAbb mulato médio
I A I A ou I A i AaBb
A aaBb
genótipos produz antígeno A mulato claro
Aabb
HH ou Hh
IBIB ou IBi aabb branco
B
produz antígeno B
I A IB Note que o número de classes fenotípicas é dado pelo
número de poligenes (A, a, B, b) mais um, ou seja, no
produz antígenos AB
exemplo acima há 4 poligenes e 5 fenótipos diferentes. Veja
produz antígeno AeB a tabela abaixo.
H ii Do cruzamento de dois mulatos médios di-híbridos
não produz antígenos A O (AaBb 3 AaBb), podemos encontrar indivíduos com to-
ou B dos os fenótipos possíveis e a prole possui uma distribuição
quantitativa típica: (6 mulatos médios, 4 mulatos claros e
Se, por acaso, o indivíduo for hh, não produz o antíge- 4 mulatos escuros, 1 negro e 1 branco). No cruzamento de
no H e, mesmo que seja geneticamente A, B ou AB apre- híbridos sempre será mais abundante a classe intermediária.
sentará o fenótipo “O”, uma vez que não existe o precursor
Número de poligenes Número de fenótipos
do antígeno A e do B, no caso, o H.
3 4
Locus H Locus ABO Fenótipo
4 5
genes I A ou IB 5 6
inoperantes pois 6 7
não há o
etc. etc.
genótipo hh antígeno H falso O
I A I A ou I A i no de poligenes 5 no de fenótipos –1
IBIB ou IBi ou
I A IB no de fenótipos 5 no de poligenes 1 1

Herança quantitativa 6 número de


indivíduos
Grande parte das características dos seres vivos é quanti-
tativa, em que uma característica fenotípica apresenta-se com
4
uma variação grande, com pequenas diferenças entre cada
classe fenotípica. Esta herança também é chamada poligênica
e encaixa-se na definição de interação gênica, na medida que 2
cada fenótipo é resultado do somatório do efeito de cada gene.
Condiciona, frequentemente, variação de cor, altura, peso.
Um exemplo simplificado é a cor de pele na espécie 0
negro mulato mulato mulato branco
humana, que pode ser caracterizada por 2 pares de genes: escuro médio claro

PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3 279

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Uma planta com 1,60 m de altura foi cruzada com ou- 7 (UFRJ) Em uma raça de cachorros, a cor de pelo negra
tra de 1,00 m de altura e todos os descendentes resultaram é determinada por um gene dominante (A), enquanto
com 1,30 m de altura. Feita a autofecundação desses últi- seu alelo (a) determina a cor branca. O tamanho do pelo
também é controlado por um par de genes, sendo que
mos, resultaram 5 classes fenotípicas. Qual a porcentagem o alelo dominante (B) determina pelo curto e o alelo
de indivíduos com 1,60 m de altura nessa prole? recessivo (b) determina pelo longo. A tabela a seguir
Resposta: apresenta os fenótipos dos pais e os genótipos das res-
Como há um no ímpar de classes fenotípicas, conclui-se pectivas proles após vários cruzamentos:
que se trata de um caso de herança quantitativa. Como são
cinco classes, temos 4 poligenes (chamemos de A e a, B e PROLE
b). Se as duas plantas parentais geraram uma única classe
NEGROS NEGROS BRANCOS BRANCOS
(1,30) elas são homozigotas (AABB 3 aabb) e a planta de
CASAIS E E E E
1,30 é heterozigota (AaBb). A autofecundação, então, é
CURTOS LONGOS CURTOS LONGOS
AaBb 3 AaBb. A planta de 1,60 é a mais alta (AABB). A
probabilidade dessa planta surgir é 1/16. I:
PELOS
EXERCÍCIOS NEGROS
E CURTOS
35 13 11 4
3
PELOS
1 Um homem Rh1, cuja irmã apresentou ao nascer eri-
NEGROS
troblastose fetal, casa-se com uma mulher de genótipo
idêntico ao de sua mãe. Qual a percentagem de descen- E CURTOS
dentes Rh2 que pode ser esperada?
II:
PELOS
2 O pai e a mãe de um par de gêmeos dizigóticos têm
BRANCOS
grupo sanguíneo AB. Qual a probabilidade de ambos
os gêmeos terem sangue do tipo AB? E CURTOS
0 0 31 10
3
3 Se um indivíduo tem genótipo AaBb e os genes A e B PELOS
estão vinculados a um mesmo cromossomo, distantes BRANCOS
um do outro 10 unidades de recombinação, qual a fre- E CURTOS
quência esperada de gametos AB formados por esse
indivíduo? a) Os genes para a cor e tamanho de pelo estão no mes-
mo par de cromossomos? Justifique sua resposta.
4 O albinismo é condicionado por uma característica au- b) Quais são os genótipos mais prováveis dos pais em
tossômica (gene recessivo). Maria é filha de pais normais, cada casal? Justifique.
com avó paterna albina e avô materno albino. Maria é
normal. Qual a probabilidade de Maria ter herdado o 8 (Fuvest-SP) Uma doença genética de herança dominante
gene para albinismo de sua avó paterna? é causada por mutações em um gene localizado em um
autossomo. Os indivíduos A, B e C têm mutações em
um segmento de DNA desse gene, cuja sequência está
5 Um homem normal teve 10 filhos normais com sua
representada abaixo.
primeira esposa. Com a sua segunda esposa, também
normal, teve 3 filhos, sendo 2 normais e 1 albino. Qual Sequência normal
o provável genótipo do homem e de suas esposas? CAA AAC TGA GGA ATG CAT TTC (m)
GTT TTG ACT CCT TAC GTA AAG
Indivíduo A
6 Plantas de ervilhas altas, verdes e rugosas foram cruzadas
com plantas baixas, verdes e lisas. Desse cruzamento CAA AAC TGA GGA ATT CAT TTC (m)
foram obtidas: GTT TTG ACT CCT TAA GTA AAG
3/4 de plantas altas, verdes e lisas Indivíduo B
1/4 de plantas altas, amarelas e lisas CAT AAC TGA GGA ATG CAT TTC (m)
GTA TTG ACT CCT TAC GTA AAG
Sabendo que as três características citadas apresentam
relação de dominância completa, são autossômicas e Indivíduo C
condicionadas por genes localizados em cromossomos CAA TAC TGA GGA ATG CAT TTC (m)
distintos, qual o genótipo das plantas cruzadas? GTT ATG ACT CCT TAC GTA AAG

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Usando a tabela que relaciona alguns códons aos respec- 11 (UFRJ) Na espécie humana existe um gene raro que causa
tivos aminoácidos e considerando que a fita molde a ser a displasia ectodérmica anidrótica, que é uma anomalia
transcrita é aquela assinalada com a letra m, responda. caracterizada pela ausência das glândulas sudoríparas. Esse
gene se localiza no cromossomo sexual X. Em algumas
Aminoácido mulheres, portadoras desse gene em heterozigose, quando

BIOLOGIA
se passa um corante sobre a pele, esta fica toda manchada,
AAA Lisina
formando um mosaico de manchas claras e escuras.
AAC Aspargina a) Explique a formação dessas manchas do ponto de
AAG Lisina vista genético.
b) Por que esse mosaico não pode aparecer em um ho-
ACU Treonina mem?
AGU Serina
12 (UFF-RJ) Cerca de 8% dos homens e 0,04% das mulhe-
AUG Metionina res apresentam incapacidade de distinguir determinadas
CAA Glutamina cores (daltonismo). No tipo mais comum de daltonismo,
os indivíduos não fazem distinção entre as cores verde
CAU Histidina e vermelha. Este tipo de daltonismo é consequência da
CCU Prolina presença de um gene recessivo (d) localizado no cromos-
somo X. Com relação ao daltonismo, responda:
CUA Leucina a) Qual o fenótipo esperado para uma mulher com ge-
GAU Ácido glutâmico nótipo XDXd?
b) Como se explica o fato de algumas mulheres hete-
GCC Alanina rozigotas apresentarem visão normal em um olho e
GUA Valina afetada no outro?

GUU Valina
13 (PUC-RJ– Adaptada) O heredograma abaixo representa
UAA de parada uma família com casos de albinismo, anomalia herdada
por herança autossômica recessiva, e daltonismo, carac-
UAC Tirosina terística recessiva ligada ao cromossomo X.
UGA de parada
UUG Leucina Pessoas Pessoas albinas e Pessoas daltônicas
normais não daltônicas e não albinas

a) Quais serão os segmentos de proteínas produzidos, I


respectivamente, pelos indivíduos A, B e C? 1 2
b) Como será o fenótipo (normal ou afetado) dos indi-
víduos A, B e C? Por quê? II
1 2 3 4 5

9 (Fuvest-SP) O cruzamento AaBb 3 aabb produziu a se- III


guinte descendência: 1 2 3 4
Genótipos: AaBb, aaBb, Aabb, aabb ?
Frequências: 48%, 2%, 2%, 48%
a) Qual a distância entre os genes em questão, em uni- Qual a probabilidade do filho do casal III 2-3, indepen-
dades de recombinação? dente do sexo, ser daltônico e albino? Explique.
b) Qual a posição dos genes nos cromossomos do he-
terozigoto utilizado no cruzamento?
14 (Efoa-MG) A capacidade de sentir o gosto de uma subs-
tância amarga chamada feniltiocarbamida (PTC) deve-se
10 Um indivíduo de genótipo desconhecido foi cruzado a um gene dominante. Qual a probabilidade de um casal
com um birrecessivo ab/ab, produzindo os seguintes sensível a essa substância e heterozigoto ter um filho do
descendentes: sexo feminino e sensível ao PTC?
A 5% A 45%
a 5% a 45% 15 (UFRJ) A cor do pelo dos gatos depende de um par de
genes alelos situados no cromossomo X. Um deles é
a) Qual é o genótipo do indivíduo teste? responsável pela cor preta e o outro pela cor amarela.
b) Que tipos de gametas ele formou e em que percen- Existe um terceiro gene autossômico (não localizado nos
tagens? cromossomos sexuais) que é responsável pela cor bran-
c) Quais os gametas que sofreram recombinação? ca. Com essas informações, explique por que o pelo de
d) Qual a distância entre os genes em questão, em uni- uma gata pode ter três cores, enquanto o pelo de um
dades de recombinação? gato só pode ter duas cores.

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16 (UFRJ) Fazendeiros que criam gado leiteiro podem, atual- É bom saber
mente, determinar o sexo dos embriões logo após a fer-
tilização, usando um “kit” que determina a presença do
Tratamento para a hemofilia
cromossomo Y. Se o embrião for fêmea, é reimplantado
no útero da vaca. Caso contrário, ele é eliminado ou Pesquisadores do Royal Free Hospital and School
congelado para uso futuro. of Medicine, de Londres, desenvolveram por Enge-
a) Para esses fazendeiros, qual a vantagem dessa prévia nharia Genética uma versão sintética do Fator VIII,
determinação do sexo dos embriões? proteína necessária à coagulação e ausente do sangue
b) Por que o “kit” pesquisa somente a presença do cro- dos hemofílicos. A falta dessa substância obriga-os a
mossomo Y?
constantes transfusões de sangue. Com a nova subs-
tância, os hemofílicos dispensarão essa proteína, rece-
17 (UFF-RJ) A mutação em um gene humano provoca ce-
gueira. Com a utilização de técnicas de genética clássica bendo apenas a sintética. Dessa forma, será reduzido
e molecular, verificou-se que este gene está localizado a zero o risco de contrair doenças transmissíveis pelo
no genoma mitocondrial. Sabe-se que todas as mitocôn- sangue, como a hepatite e a AIDS.
drias dos indivíduos afetados pela cegueira não possuem O primeiro passo foi a purificação do Fator VIII.
o gene normal, mas sim o gene mutado. Na verdade o Fator VIII extraído de plasma sanguíneo
a) Informe a percentagem de filhas e filhos cegos de é usado há algumas décadas para o tratamento da he-
um casal:
mofilia; no entanto essa substância não é pura, poden-
I. cuja mulher é normal e o homem é cego;
do conter contaminantes, como os vírus das doenças
II. cuja mulher é cega e o homem é normal.
citadas. A purificação do Fator VIII, assim, possibilita
b) Justifique as respostas do item a.
que se determine sua estrutura química, condição ini-
18 (Fuvest-SP) A pigmentação da plumagem de galinhas
cial para que seja fabricado sinteticamente.
está condicionada por dois pares de genes autossômi- Folha de S.Paulo, 12 out. 1988.
cos, situados em cromossomos diferentes. O gene C
determina a síntese do pigmento e seu alelo c é inativo,
determinando a cor branca. O gene I inibe a formação
de pigmentos e seu alelo i não o faz. Do cruzamento de Exercícios de fixação
indivíduos CCii com indivíduos CcIi, quais os genótipos
e fenótipos esperados?
22 (Ufal) Na genealogia abaixo, os indivíduos portadores
de um determinado caráter estão simbolizados em
19 (UFRJ) A massa de um determinado tipo de fruto de-
negro:
pende da ação de dois genes A e B, não alelos, inde-
pendentes e de ação cumulativa (polimeria). Esses genes
contribuem com valores idênticos para o acréscimo de
massa. Os genes a e b, alelos de A e B respectivamen-
te, não contribuem para o acréscimo de massa. O fruto
de planta de genótipo AABB tem 40 gramas de massa
enquanto o de uma planta de genótipo aabb tem 20
gramas. Determine a massa do fruto de uma planta de
genótipo AABb. Justifique sua resposta.

20 (PUCC-SP) Em certa espécie de animal, o peso é contro- A herança desse caráter é:


lado por dois pares de poligenes A e B. Os genes do- a) ligada ao sexo recessiva
minantes contribuem, cada um, com 10 gramas, sendo b) ligada ao sexo dominante
que o animal duplo-recessivo (aabb) tem um peso de c) restrita ao sexo
5 gramas. Determine o peso máximo e o mínimo nos
d) autossômica recessiva
descendentes do seguinte cruzamento: Aabb 3 AaBB.
e) autossômica dominante

21 Na cebola existe um gene I, epistático dominante, sobre


23 Entre as colocações a seguir sobre os cromossomos se-
outro “R”. Assim, os indivíduos iiR_ produzem bulbos
xuais humanos, só não é possível afirmar que:
vermelhos e iirr produzem bulbos amarelos. Quando o
gene I está presente, a cor não se manifesta. Quando a) um dos cromossomos X de uma mulher necessaria-
determinada linhagem branca pura é cruzada com li- mente foi herdado de sua avó paterna.
nhagem vermelha pura são produzidas, na F1, indivíduos b) o cromossomo X de um homem teve origem em um
brancos e na F2 com 12/16 brancas, 3/16 vermelhas e de seus avós maternos.
1/16 amarelas. Quais eram os genótipos dos indivíduos c) o cromossomo Y de um homem foi herdado de seu
parentais? avô paterno.

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d) um dos cromossomos X de uma mulher necessaria- indivíduo duplo-heterozigoto AB/ab ocorre permutação
mente teve origem em sua avó materna. entre esses locus em 80% das células. A porcentagem
e) o cromossomo X do homem foi necessariamente esperada de gametas Ab que o indivíduo formará é:
herdado de sua mãe. a) 10% c) 30% e) 80%
b) 20% d) 40%

BIOLOGIA
24 Com relação ao heredograma abaixo, pode-se afirmar
corretamente que: 29 Os genes a e b encontram-se num mesmo cromossomo,
sendo a distância entre eles de 17 unidades. A frequência
P de gametas AB formados por um indivíduo Ab/aB é de:
a) 8,5% c) 34% e) 85%
F1 b) 17% d) 41,5%

F2 30 Em drosófila os genes para cor do corpo (cinza ou preto)


Homem afetado por e tamanho das asas (normais ou vestigiais) situam-se no
uma doença rara
F3 mesmo par de homólogos. Uma fêmea de corpo cinza
e asas normais duplamente heterozigota, cruzada com
um macho de corpo preto e asa vestigial, birrecessivo,
a) descreve o padrão de herança de um gene mutante.
apresenta os seguintes resultados:
b) representa a herança de um gene recessivo localiza-
do no cromossomo X. cinza 2 normal – 128
c) houve uma mutação na primeira geração. cinza 2 vestigial 2 22
d) o casamento na primeira geração é consanguíneo. preto 2 normal 2 24
e) os indivíduos afetados são homozigotos para um preto 2 vestigial 2 126
gene raro, dominante e ligado ao sexo. Qual é a distância, em morganídeos, entre os genes para
a cor do corpo e tamanho da asa?
25 A presença de um gene letal recessivo ligado ao cromos- a) 5 b) 10 c) 15 d) 45 e) 60
somo X nos mamíferos determina que a mortalidade seja:
a) igual em ambos os sexos. 31 A troca do material genético entre cromossomos homó-
b) maior nas fêmeas. logos dá-se por um processo denominado:
c) maior nos machos. a) permuta d) interferência
d) maior nos heterozigotos. b) combinação e) fragmentação
e) restrita aos aneuploides. c) frutificação

26 A hemofilia é uma anomalia devido a um gene recessivo 32 A permutação ou crossing over é:


e ligado ao sexo. Uma mulher normal, mas portadora a) a troca de gametas que ocorre durante o cruzamen-
do gene para hemofilia, casou-se com um homem he- to de dois indivíduos hermafroditas.
mofílico. Como poderão ser as crianças desse casal com b) a troca de micronúcleos entre indivíduos unicelulares
relação a essa anomalia? que usam esse processo para renovar o seu material
a) todas as suas crianças serão hemofílicas. genético.
b) apenas as crianças do sexo masculino serão hemo- c) o processo de duplicação dos cromossomos, funda-
fílicas. mental para a manutenção da espécie.
c) apenas as crianças do sexo feminino serão hemofílicas. d) o processo que origina novos arranjos gênicos, re-
d) a hemofilia afetará igualmente as crianças dos sexos sultantes de trocas de fragmentos de cromátides ho-
masculino e feminino. mólogas.
e) todas as suas crianças serão normais, embora porta- e) a fase em que os cromossomos homólogos vão so-
doras dos genes para a hemofilia. frendo um processo de pareamento de modo a se
tornarem bivalentes.
27 Os genes A e B não são alelos, encontram-se num mes-
mo cromossomo e a taxa de recombinação entre eles é 33 Consideremos a segregação de dois pares de alelos
de 10%. Um indivíduo AB/ab formará um maior número AB/ab durante a meiose. Supondo-se que não hou-
de gametas com constituição: vesse crossing over entre os dois cromossomos, os
a) Aa ou Bb d) aa ou bb gametas formados são:
b) AA ou BB e) Ab ou aB a) 50% Ab, 50% aB
c) AB ou ab b) 25% A, 25% B, 25% a, 25% b
c) 100% AaBb
28 Em determinada espécie, os locus dos genes A e B d) 50% AB, 50% ab
situam-se no mesmo cromossomo. Na meiose de um e) 50% Aa, 50% Bb

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34 Um cromossomo apresenta os genes A, B, C e Assinale a opção que apresenta a sequência correta de
D com as frequências de recombinação abaixo: numeração.
A-B 5 17%, B-C 5 3%, A-D 5 5%, A-C 5 20%, a) 2, 4, 1, 3, 5
D-B 5 12%. A sequência provável desses genes no cro- b) 3, 5, 1, 2, 4
mossomo será: c) 2, 3, 1, 4, 5
a) ABCD d) 3, 2, 1, 4, 5
b) ABDC e) 2, 1, 3, 4, 5
c) ADCB
d) ADBC 38 Sobre a epistasia, sabe-se que:
e) ACDB I. é um tipo de interação gênica.
II. gene epistático é aquele que mascara a expressão de
35 Para determinar se dois pares de genes Aa e Bb estão outro gene não alélico.
localizados no mesmo cromossomo ou em cromossomos III. a epistasia obrigatoriamente não modifica as propor-
diferentes, o melhor processo é analisar: ções fenotípicas ditadas pela segunda lei de Mendel.
a) a F2 do cruzamento do duplo heterozigoto com o Assinale as alternativas que contém a sequência das fra-
birrecessivo. ses corretas:
b) a F1 do cruzamento do duplo heterozigoto com o a) I, II e III
birrecessivo. b) I, III
c) a F1 do cruzamento de um heterozigoto para um dos c) I, II
pares de genes com o heterozigoto para outro par
d) II, III
de genes.
e) III
d) a F2 do cruzamento do homozigoto duplo recessivo
com o duplo dominante.
e) comparativamente a F1 do cruzamento entre uma fê- 39 Em cebola, a cor do bulbo é resultado da ação de dois
mea Aabb e um macho aaBb e do cruzamento entre pares de genes que interagem. C dominante, determina
uma fêmea aaBb e um macho Aabb. bulbo colorido e seu recessivo c determina bulbo branco.
O gene B, dominante, determina bulbo vermelho e seu
recessivo b, bulbo amarelo. Cruzando-se indivíduos he-
36 (UFF-RJ) Considere as seguintes proposições: terozigotos para os dois genes, obteremos descendentes
1. Em nenhuma hipótese a calvície ocorre na mulher, nas seguintes proporções:
por se tratar de herança ligada ao sexo. a) 12 vermelhos : 3 brancos : 4 amarelos
2. Um homem calvo (homozigoto) transmite a caracte- b) 12 brancos : 3 vermelhos : 4 amarelos
rística da calvície a todos os filhos homens nascidos
c) 9 brancos : 3 amarelos : 4 vermelhos
de seu casamento com uma mulher não calva.
d) 9 vermelhos : 3 brancos : 4 amarelos
3. A calvície é dominante no sexo masculino.
e) 9 vermelhos : 3 amarelos : 4 brancos
4. A calvície pode ser originada por causas ambientais,
mas na maioria dos casos é claramente hereditária.
5. A calvície é uma herança condicionada por genes 40 Em ratos, a coloração do pelo depende da ação de dois
presentes nos cromossomos autossômicos. pares de genes independentes. O gene C leva a for-
mação de pigmento e seu alelo c, em condição homo-
Conclui-se com relação a estas proposições que:
zigótica, impede a formação de pigmento. O gene B
a) Apenas a 2, 3 e 4 são corretas. produz cor preta e seu alelo b determina a cor marrom.
b) Apenas a 1, 2 e 3 são corretas. Um rato preto heterozigoto para os dois locus gênicos é
c) Apenas a 1, 3 e 4 são corretas. cruzado com um rato albino homozigoto (para os dois
d) Apenas a 2, 3, 4 e 5 são corretas. locus gênicos). Assinale a proporção fenotípica esperada
na descendência desse cruzamento:
37 (UFF-RJ) Numere a coluna da direita, relacionando-a com a) 3 pretos : 1 albino
a esquerda. b) 1 preto : 1 marrom : 2 albinos
c) 2 marrons : 1 albino
Quantidade de cromatinas d) 2 pretos : 2 albinos
Indivíduos e) 2 pretos : 1 marrom : 1 albino
sexuais (corpúsculos de Barr)

(1) 45, X ( ) quatro 41 A genética da cor da pele, no homem, é um exemplo de


herança:
(2) 46, XX ( ) duas
a) quantitativa
(3) 49, XXXXX ( ) nenhuma b) polialélica
(4) 49, XXXXY ( ) uma c) citoplasmática
d) pleiotrópica
(5) 47, XXX ( ) três
e) sexual

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42 O fenômeno, em Genética, que consiste no fato de “um ◆ Pele negra:
par de genes influenciar a manifestação de vários carac- 4 genes dominantes e nenhum recessivo
teres” é chamado: ◆ Mulato escuro:
a) polimeria 3 genes dominantes e 1 recessivo
b) pleiotropia ◆ Mulato médio:

BIOLOGIA
2 genes dominantes e 2 recessivos
c) epistasia
◆ Mulato claro:
d) heterose
1 gene dominante e 3 recessivos
e) polialelia
◆ Pele branca:
nenhum gene dominante e 4 recessivos
43 O mutante vestigial de Drosophila melanogaster apre- Com base nessa suposição, a probabilidade de um casal
senta modificações não só na morfologia da asa, como de mulatos escuros ter um filho de pele branca é de:
também dos músculos, espermatecas, fecundidade, lon-
a) zero
gevidade e taxa de desenvolvimento. Esse efeito múltiplo
dos genes é chamado: b) 0,125
c) 0,250
a) epistasia
d) 0,500
b) pleiotropia
e) 0,750
c) mutação
d) heteroplodia
45 Existe um tipo de herança onde os caracteres variam de
e) heteromorfia
forma gradativa. As opções abaixo são exemplo deste
tipo de herança no homem, exceto uma. Assinale-a.
44 (Fuvest-SP) Um geneticista supôs que a cor da pele
a) Estatura
humana fosse determinada por dois pares de genes
que somam seus efeitos e que estão localizados em b) Inteligência
cromossomos diferentes. Assim, a cor da pele depen- c) Obesidade
deria do número de genes dominantes e recessivos d) Cor da pele
que a pessoa tivesse. e) Fator Rh

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19 EVOLUÇÃO I

uso ou desuso exagerado, de acordo com as exigências


HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO do meio.
◆ Lei da herança dos caracteres adquiridos: segundo esta

Todas as formas de vida presentes no nosso planeta se ideia, as mudanças estruturais causadas pela influência
originaram de alguns poucos organismos. Todos os seres ambiental poderiam passar à prole dos indivíduos, tor-
vivos possuem a capacidade de se ajustar morfo e fisiologi- nando-se, portanto, hereditárias. Isto é, os filhotes da-
camente às variações ambientais. Por exemplo, mamíferos quele ser que se adaptou ao meio já nasceriam adaptados.
submetidos à atmosfera com menos oxigênio, produzem
mais hemácias; um camaleão muda de cor de acordo com o Meio apresenta um problema → Ser vivo se esforça
ambiente. Porém, essa adaptação não significa evoluir, pois em resolver o problema → Ser vivo se adapta ao meio
não são transmitidas à próxima geração. Entretanto, algu-
mas mudanças podem ser transmitidas dos descendentes
Exemplo de evolução de uma espécie segundo o Lamarquismo:
daquele ser vivo e outras não. O processo lento e gradual,
de diversificação das espécies ao longo do tempo, passado Se certas aves são adaptadas a comer alimento do fundo
através de gerações, e que originou todas os seres, atuais ou de uma lagoa, devem ter pescoços e pernas especializados
extintos, denomina-se evolução. nesse hábito. Se, por uma mudança ambiental, a profundi-
dade da lagoa aumentasse, o animal se esforçaria em alcan-
çar o alimento, levando à progressiva distensão das patas e
TEORIAS DA EVOLUÇÃO do pescoço. Esses leves alongamentos seriam passados aos
seus filhotes, que nasceriam já um pouco mais adaptados.
Fixismo Ao fim de muitas gerações, os animais alcançariam um tipo
completamente adaptado.
Até o século XIX, a ideia dominante entre membros da Críticas ao Lamarquismo: sabe-se atualmente que o
comunidade científica e os leigos era que as diferentes espé- meio somente influencia o fenótipo e não o genótipo, sen-
cies de seres vivos teriam sido criados assim como se apre- do impossível, portanto, a transmissão dos caracteres ad-
sentam atualmente. Esta teoria, a qual admite que as espécies quiridos à prole. Uma experiência muito simples pôs fim a
não se alteram ao longo do tempo recebe o nome de Fixismo essa teoria: ratos tiveram as suas caudas cortadas e foram
e recebia grande apoio de várias religiões, que afirmavam que cruzados com ratas também de cauda cortada. Seus filhotes
todos os seres vivos foram criados por Deus (Criacionismo). nasceram, naturalmente, com cauda. Mesmo repetindo o
procedimento por várias gerações, os ratinhos continuavam
Lamarquismo nascendo com cauda inteira, evidenciando a não existência
Um dos mais importantes pensadores da evolução foi da lei dos caracteres adquiridos.
Jean-Baptiste de Lamarck. Este naturalista concebeu a ideia
de que os seres vivos estão sujeitos a modificações e que as Darwinismo
transformações são a tônica da natureza. Lamarck acre-
Charles Darwin despertou para o estudo da evolução
ditava que as espécies se modificam ao longo do tempo,
em uma viagem que fez ao redor do mundo, a bordo do
adaptando-se a novos ambientes. Sua teoria baseava-se em
navio Beagle. Em suas observações, chamou a atenção de
duas ideias fundamentais:
Darwin a grande diversidade existente entre os seres vi-
◆ Lei do uso e do desuso: quando novas necessidades se vos. Mesmo na prole de dois indivíduos idênticos surgem
apresentam a um indivíduo, sua organização estrutural filhotes diferentes entre si e aos seus pais. Darwin ainda
se altera de modo a torná-la adaptada ao novo modo foi influenciado pelos trabalhos de Thomas Malthus. Este
de vida. Dessa forma, os órgãos de um ser vivo ficariam propôs que as populações crescem de maneira exponen-
mais ou menos fracos, menos ou mais importantes, pelo cial, em uma progressão geométrica e que o crescimento

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só seria freado por fatores ambientais limitantes. Quando Lamarquismo
Darwin observava os hábitos de animais e plantas, havia a
sugestão de uma luta pela sobrevivência, já insinuada por As girafas ancestrais
Malthus. Segundo essa ideia, dos muitos indivíduos que provavelmente tinham
pescoços curtos, que
nascem, alguns devem morrer. Como esses indivíduos não

BIOLOGIA
eram submetidos a
são idênticos, a morte não é casual: os mais fracos ou menos frequentes distensões
para alcançar a
adaptados, morrem, restando apenas aqueles que melhor folhagem das árvores.
suportam as limitações do meio. Essa é a ideia central da
Seleção Natural.
Os descendentes
apresentam pescoços
mais longos, que são
◆ Seleção Natural: constitui-se da ação limitante do também esticados na
meio, impedindo a sobrevivência e reprodução dos procura de alimento.

menos aptos e permitindo a sobrevivência e reprodu-


ção dos melhores. O resultado de milhares de anos
de seleção seria a adaptação da população ao meio
e, eventualmente, a origem de uma nova espécie. Finalmente, a contínua
distensão do pescoço
deu origem às
modernas girafas.
Após vinte anos acumulando evidências para a elabora-
ção de sua teoria, ele apresentou suas ideias no livro “Ori-
gem das Espécies”:
1. Todo organismo produz uma descendência muito maior Darwinismo
que o número de indivíduos que chega à vida adulta;
2. Apesar disso, o número de indivíduos de uma espécie
As girafas ancestrais
se mantém constante no decorrer das gerações; provavelmente
3. A taxa de mortalidade, então, é muito grande; apresentavam pescoços
de comprimentos
4. Os indivíduos de uma mesma espécie não são todos variáveis.

idênticos;
5. Apenas alguns indivíduos sobrevivem, justamente
aqueles mais adaptados àquela condição ambiental Competição e seleção
natural levaram à
(seleção natural); sobrevivência dos
indivíduos de pescoço
6. As gerações subsequentes manterão e melhorarão, longo, em detrimento
através de mudanças graduais, o grau de adaptação dos de pescoço curto.

conseguido por seus pais.


Críticas ao Darwinismo: Darwin não conseguiu ex-
plicar a origem da variabilidade na prole dos seres vivos. Apenas as girafas de
pescoço longo deixaram
Naquela época pouco se sabia a respeito da transmissão de descendentes, que
herdaram essa
herança, o que dificultou a aceitação das ideias darwinistas. característica.
Ele chegou, inclusive, a aceitar a lei da herança dos carac-
teres adquiridos imaginada por Lamarck.
Note que o meio desempenha um papel diferente para
o Lamarquismo e o Darwinismo. TEORIA SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO

Lamarquismo Meio Darwinismo A moderna teoria da evolução, também denominada


↓ ↓ Neodarwinismo, baseia-se na teoria proposta por Darwin,
Causador da Selecionador da mas com o conhecimento dos mecanismos básicos de trans-
variação melhor variedade missão de herança.
Mutações casuais e recombinação geram a variabilidade
Comparação da evolução da girafa de acordo com as A fonte básica da variabilidade é a mutação. As muta-
teorias lamarquista e darwinista: ções são casuais, na medida em que não escolhem onde e

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286-301_PH_BIOC3_MOD19.indd 287 6/3/14 3:58 PM


quando vão ocorrer, nem que efeitos vão causar. Sua fre- tados possuem patrimônio genético semelhante e podem
quência é muito baixa, já que existem mecanismos molecu- possuir genes deletérios raros que podem mais facilmente
lares de reparo de erros. Podem causar três efeitos básicos: entrar em homozigose.
◆ mutação benéfica: cria variedades mais aptas, que serão
preservadas pela seleção natural; Mutacionismo
◆ mutação deletéria: diminui a adaptabilidade do indiví-
Segundo esta teoria, as mutações poderiam provocar
duo, sendo este descartado pela seleção natural. Note que mudanças drásticas no fenótipo de uma população, levando
quando o indivíduo é descartado, a mutação deletéria a mudanças bruscas e em uma evolução mais rápida. Em
também é; contraposição, a teoria sintética prediz mudanças muito
◆ mutação neutra: não altera a adaptabilidade do indiví- mais lentas, dadas pelo acúmulo de mutações.
duo, não sendo “vista” pela seleção.
Podemos, então, dizer que as mutações benéficas e neu-
tras acabam se fixando na população, enquanto as mutações EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO
deletérias são descartadas. Uma mutação deletéria pode, en-
tretanto, permanecer na população se o gene for recessivo,
nos heterozigotos. Paleontologia
Frequentemente os efeitos das mutações benéficas são Os fósseis são restos ou impressões deixados por seres
sutis, causando mudanças muito discretas na adaptabilida- que habitaram a Terra no passado. Têm-se verificado que as
de do indivíduo. Possuem, portanto, um efeito cumulati- rochas, especialmente as sedimentares, podem conter formas
vo, atuando, geralmente, em caracteres condicionados por primitivas de seres vivos atuais ou seres que não existem mais.
herança quantitativa. Em alguns casos, pode-se verificar, através do registro fóssil,
Auxiliando a mutação, a recombinação gênica (atra- como uma determinada espécie evoluiu ao longo do tempo.
vés de reprodução sexuada, segregação aleatória e inde-
pendente dos genes e crossing over) também gera varia-
bilidade genética. Esse é o principal modo de geração
de variação nas populações, já que a taxa de mutação é
muito baixa, e envolve o menor risco de surgimento de
variedades pouco aptas.
EOHIPPUS
Ação da seleção
A seleção vai preservar os conjuntos gênicos mais ap-
tos. Lembre que a seleção não “vê” o gene, mas o fenótipo
de um indivíduo. De nada adianta um indivíduo ter um
EQUS
gene excelente para uma determinada característica se o
seu conjunto gênico é inapto. Esse gene será descartado
pela evolução, não pelo seu efeito isoladamente, mas pela
inadaptabilidade do indivíduo. MIOPPUS
O que é evolução
Segundo a teoria sintética, a evolução consiste no
aparecimento de novos conjuntos gênicos (pela mutação
e pela recombinação) e pela ação da seleção natural. O
resultado principal desses dois mecanismos é a alteração
das frequências dos genes na população. Se certo gene con-
ferir maior adaptabilidade, os indivíduos que o possuem
serão preservados e a sua frequência será aumentada. Se, PLIOHIPPUS MERYCHIPPUS
por outro lado, o gene for deletério, sua frequência irá di-
minuir. Lembre que esses genes deletérios podem persistir,
em frequências baixas, na população, pois muitos deles são
Anatomia comparada
recessivos e podem se “esconder” no heterozigoto. Diferentes espécies de seres vivos, muitas vezes, morfolo-
Por esse motivo os casamentos consanguíneos apresen- gicamente diferentes, apresentam uma semelhança anatômi-
tam um pequeno aumento da incidência de aparecimento ca surpreendente. A explicação mais lógica para essa seme-
de filhos com anomalias genéticas, pois indivíduos aparen- lhança é uma ancestralidade comum entre esses dois seres.

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Quando vemos uma baleia, por exemplo, sua forma é
totalmente adaptada ao meio aquático, como nos peixes. Homologia: semelhança anatômica, denotando o
Porém sua anatomia interna é muito mais semelhante a de grau de parentesco evolutivo.
qualquer mamífero do que a de um peixe. Isso é razoável, Analogia: semelhança funcional, relacionada com
porque as baleias também são mamíferos. adaptação ao mesmo tipo de meio.

BIOLOGIA
Quando indivíduos compartilham de estruturas anatô-
micas semelhantes, diz-se que seus órgãos são homólogos.
Quanto maior for o grau de homologia, maior é o grau de Embriologia comparada
parentesco evolutivo. O desenvolvimento embrionário reflete a história evo-
braço humano
lutiva das espécies. O embrião muitas vezes possui estrutu-
ras que seus antepassados evolutivos tiveram e que não exis-
Úmero Falanges tem mais atualmente. O embrião humano, por exemplo,
Rádio Carpos
possui fendas branquiais, à semelhança dos peixes. Quanto
mais semelhante o desenvolvimento embrionário de dois
indivíduos, mais aparentados evolutivamente eles são.
tartaruga galinha porco homem
Ulna Metacarpos

nadadeira de golfinho
Carpos Falanges
Rádio
Úmero
Úmero

A grande semelhança entre os embriões de diversos ver-


Ulna tebrados é uma forte evidência de que eles descendem de
Metacarpos
um mesmo ancestral.
asa de morcego
Rádio Metacarpos Órgãos vestigiais
Úmero
O estudo da anatomia comparada pode revelar a existência
de órgãos rudimentares ou vestigiais, caracterizados pelo redu-
zido tamanho e grau de importância. O apêndice no homem,
Ulna
a cintura escapular (quadril e membros posteriores) nos cetá-
Falanges ceos (baleias, golfinhos etc) são exemplos de órgãos vestigiais.
Durante muito tempo, a presença de órgãos vestigiais foi uma
asa de ave
Carpos e metacarpos enorme evidência da lei do uso e do desuso (o desuso levaria a
Rádio
atrofia do órgão, que se tornaria vestigial). Sabe-se, atualmen-
te, que esses órgãos apenas são reflexos de adaptações diferentes
Úmero
dos indivíduos ao meio, revelando o grau de parentesco evo-
lutivo que os diferentes indivíduos podem ter.
Ulna Falanges
Biogeografia
Obs.: Quando dois indivíduos possuem órgãos que
desempenham a mesma função (sejam eles homólogos ou Muitas vezes encontramos seres anatômica e fisiologi-
não), diz-se que tais órgãos são análogos. camente muito semelhantes em ambientes totalmente di-
A asa da ave e a asa da mosca são análogos, mas não versos e, muitas vezes, separados por barreiras geográficas
homólogos. intransponíveis. Isso pode ser explicado não só pela evolu-
ção biológica, mas também pela evolução da própria Terra.
Segundo a teoria da deriva continental, há aproximadamente
200 milhões de anos a Terra era constituída de um único
continente (Pangea) e um único oceano (Pantalassa). Com
o deslocamento das placas teutônicas, os continentes foram
se separando, até chegar à configuração atual. A presença de
fósseis de seres semelhantes em continentes distintos forne-
ceu muitas evidências da deriva continental.

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O fóssil do réptil mesossauro, por exemplo, que viveu O estudo da biologia molecular pode não só envolver
no fim do Paleozoico, só é encontrado em dois lugares: na o estudo de uma proteína ou gene, mas também de todo
América do Sul e no sudoeste da África. Como são fósseis DNA. A tabela mostra o grau de semelhança entre as se-
idênticos, a única explicação possível é que esses continen- quências de DNA de várias espécies de primatas, que torna
tes eram unidos e a extinção do mesossauro ocorreu antes possível a reconstrução de sua história evolutiva:
de sua separação.
Pares de espécies % de diferenças no DNA
Bioquímica e biologia molecular homem 2 chipanzé 2,5%
A semelhança entre as sequências de DNA e das homem 2 gibão 5,1%
proteínas de diferentes seres vivos pode ser explicada
admitindo-se que estes tenham ancestralidade comum. homem 2 macacos do
9,0%
A estrutura primária de uma proteína (sequência em velho mundo
aminoácidos) é determinada pela sequência do gene que
a codifica. Assim, diferenças na estrutura primária de homem 2 macacos do
15,8%
novo mundo
uma proteína comum a vários seres vivos reflete dife-
renças na estrutura do gene codificante dessas proteínas. homem 2 lemur 42%
Seres muito próximos evolutivamente, teriam, portan-
to, proteínas e sequências de DNA muito semelhantes,
devido ao pequeno número de mutações diferentes em Lemur M. Novo M. Velho Gibão Chimpanzé Homem
seus materiais genéticos. Mundo Mundo
Observe no exemplo a seguir que as mutações ocorridas
até a separação de cada espécie são comuns aos indivíduos
formados. Serão semelhanças entre as proteínas. Entretan-
to, aquelas que são posteriores ao ancestral comum per-
tencem somente a um indivíduo e constituirão diferença
nas sequências de DNA e de proteínas. No caso relatado ancestral comum
haverá maior número de diferenças entre as espécies 1 e 3
do que entre 1 e 2, já que a espécie 1 se separou há mais DNA não codificante e a evolução
tempo de 3 do que 2.
Frequentemente observamos mais mutações em trechos
espécie 1 espécie 2 espécie 3
pouco importantes do DNA (sequências que são não codi-
ficantes, ou seja, que não são genes) ou da proteína (trechos
de pequena atividade biológica), quando comparamos com
genes ou trechos essenciais de uma proteína. Será que as
mutação atingem mais fortemente esses trechos?
Claro que não! As mutações são eventos casuais que,
portanto, atingem qualquer trecho do DNA. Entretanto, se
ancestral B (comum a 1, 2 e 3) ela acontecer em uma segmento muito importante, há uma
chance muito grande dela diminuir a eficácia da proteína,
diminuindo a adaptabilidade do indivíduo. O indivíduo é,
ancestral A (comum a 1, 2 e 3) então, descartado pela evolução e a mutação também. Se a
mutação cai, porém, num trecho de pequena importância,
Esse estudo permite, então, reconstruir a história evo- seu efeito é mínimo (torna-se uma mutação neutra), sendo
lutiva de espécies relacionadas com muita segurança e, até preservada junto com o indivíduo. Dessa forma elas são
mesmo, auxiliar na determinação do tempo em que as se- acumuladas. O genoma humano é enorme. É interessante
parações ocorreram. Nesse caso, relacionamos o número notar, entretanto, que uma grande proporção desse DNA é
de mutações acumuladas com um tempo transcorrido. não codificante, equivalendo a trechos aparentemente sem
Essa relação é chamada relógio molecular. Imagine que x função (alguns cálculos indicam que esses trechos chega-
mutações ocorram a cada 100.000 anos. Se duas espécies riam a 80% do DNA). Especula-se que esses trechos teriam
apresentam 3 3 diferenças na análise comparativa de seus uma função: receberiam mutações casuais, sem efeito, o
DNAs (3 3 mutações), elas se separaram há aproximada- que “amorteceria” o efeito deletério destas alterações nos
mente 300.000 anos. trechos mais importantes do DNA.

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◆ alterações numéricas: envolvem ganho ou perda de cro-
TEORIA SINTÉTICA – CAUSAS DA VARIABILIDADE mossomos inteiros. Podem ser de dois tipos:
Euploidias: alteração no número total de cromossomos
célula normal: 2n
Fatores ambientais haploidia: n triploidia: 3n tetraploidia: 4n

BIOLOGIA
Os fatores ambientais podem causar variação. Porém Aneuploidias: alteração no número de um cromossomo:
esta variação atinge apenas o fenótipo do indivíduo. Os fa- monossomia: 2n 2 1 trissomia: 2n 1 1
tores ambientais, portanto, não têm importância como As aneuploidias são frequentemente causadas por
promovedores de variação, atuando apenas como sele- erros de disjunção na meiose. Há monossomias huma-
cionadores das variedades mais aptas. A exceção fica por nas conhecidas, como a síndrome de Turner (45 cro-
conta das mutações induzidas por agentes mutagênicos. mossomos (44 1 X0)), bem como trissomias, como a
Nesse caso, o meio pode atuar aumentando a variabili- síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) ou
dade. Note, porém, que as únicas mutações que possuem Klynefelter (44 1 XXY).
efeito evolutivo, para seres de reprodução sexuada, são Quando o erro ou mutação ocorre na meiose, forma-
aquelas que acontecem nas células da linhagem germina- -se um gameto errado. Se este participar da fecundação, o
tiva (gametos) ou no zigoto e que estas mutações são não zigoto terá a mutação e, consequentemente, todas as células
direcionadas (casuais). do indivíduo formado a partir daí. Já se o erro é na mitose
(ou seja, pós-zigótico) apenas as células-filhas daquela que
Mutações sofreu o erro terão a mutação. Assim, parte das células do
indivíduo terá a mutação e outra parte não.
As mutações, sejam espontâneas ou induzidas, são alea-
tórias, casuais e não direcionadas, não escolhendo, portan-
to, onde ocorrem. Podem ser de dois tipos: Recombinação gênica
◆ mutações gênicas: são também chamadas mutações A recombinação gênica não leva ao aparecimento de
pontuais, uma vez que promovem uma pequena altera- sequências novas de DNA. Este mecanismo promove o
ção na sequência de DNA (mudança apenas de alguns rearranjo de sequências gênicas preexistentes, podendo for-
nucleotídeos). Frequentemente ocorrem durante a re- mar um conjunto gênico mais apto. A recombinação gênica
plicação do DNA e seus efeitos podem ser pequenos ou é promovida por dois fatores:
extensos, dependendo de qual região do DNA afetam. ◆ reprodução sexuada: talvez seja a principal contribuinte
Podem ser: para o aumento da variabilidade genética, na medida em
Substituição: é a troca de um nucleotídeo por outro. que a mutação é um evento muito raro.
Adição: colocação de um nucleotídeo a mais. ◆ meiose: promove o rearranjo na formação de células,
Deleção: remoção de um nucleotídeo.
especialmente os gametos e esporos, garantindo ainda
◆ mutações cromossômicas: envolvem cromossomos in-
maior variabilidade para a fecundação, no primeiro caso.
teiros, ou parte deles. São geralmente causadas por erros Exemplo de ação de recombinação:
de disjunção cromossômica na mitose ou na meiose ou garça de pescoço longo garça de pescoço curto
crossing over errado. e pernas curtas 3 e pernas longas
◆ alterações estruturais: envolvem alterações na sequência
prole:
de genes ao longo de um cromossomo. pescoço curto pescoço longo
Cromosso normal pernas curtas pernas longas
A B C D E menos apto mais apto
em uma lagoa em uma lagoa
Deleção A meiose age por segregação aleatória de cromossomos
A D E e crossing.

Translocação
A B X Y Z SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO
Inversão
A C B D E A seleção natural vai mudar as frequências gênicas na
população. É importante notar que as forças de seleção
Duplicação não levam à formação de um indivíduo perfeito, nem pro-
A B B C D E movem formação de indivíduos novos. A seleção natural
tende, na realidade, a diminuir a variabilidade genética da

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população. Desse modo quanto mais intensa for a seleção ◆ Seleção direcional: atua quando o meio muda. A se-
natural sobre uma determinada população, menor será a leção direcional vai preservar tipos que eram anterior-
sua variabilidade, pois apenas alguns genótipos serão sele- mente menos aptos, descartando o tipo médio e um dos
cionados. extremos. Tomando como exemplo os pássaros que se
alimentam no fundo de uma lagoa, se o meio mudar e a
lagoa se tornar menos profunda, os indivíduos de patas e
pescoços mais curtos serão agora preservados, e os demais
seleção forte seleção forte
descartados.
antes da seleção

variabilidade

seleção fraca seleção fraca


número de
indivíduos

variabilidade

variação fenotípica

variação do fenótipo

TIPOS DE SELEÇÃO ◆ Seleção disruptiva: ocorre quando a população é


submetida a pressões seletivas opostas. Nesse caso, o
tipo médio é descartado e os tipos extremos são pre-
◆ Seleção estabilizadora: seleção que atua quando as
servados. Ainda como exemplo os pássaros da lagoa,
condições ambientais são constantes. Vai preservar o
se em determinada parte a profundidade aumentar e
tipo ideal, descartando qualquer tipo menos apto que
em outra diminuir, haverá a ruptura em duas subpo-
surja (por mutação ou recombinação). Sua ação é bem
pulações: uma com animais mais baixos e outra com
evidenciada em heranças quantitativas, em que ela pre-
animais mais altos, sendo o tipo médio descartado.
serva o tipo médio e descarta os tipos extremos por
Geralmente, esse tipo de seleção desencadeia a forma-
exemplo. Em recém-nascidos, podemos observar que,
ção de espécies novas.
aqueles que têm peso muito baixo ou alto têm alta taxa
de mortalidade, devido à sua fragilidade e aos proble- antes da seleção
mas no parto, respectivamente. O bebê de peso médio
é preservado.
A linha cheia da curva representa a distribuição fenotí-
pica sem ação de seleção. Com o descarte dos indivíduos
menos aptos, a curva sofre uma deformação, levando à número de
variação nas frequências gênicas. Isso se constitui um indivíduos

exemplo de seleção estabilizadora.


antes da seleção
(curva cheia)

variação do fenótipo
.

número de
indivíduos
AÇÕES DA SELEÇÃO NATURAL

◆ Melanismo industrial: um exemplo clássico de seleção


natural é o das mariposas Biston betularia na Inglaterra.
Até a metade do século XIX, a variedade cinzenta pre-
variação do fenótipo
dominava sobre a preta (ou melânica).

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Na época, os troncos e pedras cobertos de liquens

RYAN M. BOLTON/SHUTTERSTOCK
apresentavam-se cinzentos e representavam um bom abrigo
para a variedade cinza, que se confundia com o ambien-
te, passando despercebida. A partir da segunda metade do
século XIX, a poluição causada pela Revolução Industrial

BIOLOGIA
cobriu os troncos e pedras de fuligem, favorecendo a va-
riedade melânica.
NATURAL HISTORY MUSEUM, LONDON/SCIENCE
PHOTO LIBRARY/SPL DC/LATINSTOCK

Mimetismo 2 o mimetismo acontece quando o indi-


víduo “imita” alguém que lhe confere vantagem.
Há certas borboletas que possuem um padrão de cores
nas asas que lembra os olhos de uma coruja. Esse padrão
assusta possíveis predadores e o indivíduo tem maiores
chances de sobrevivência.

Melanismo industrial.

◆ Seleção de resistência: muitas vezes bactérias e insetos


tendem a mostrar resistência a antibióticos e inseticidas,
respectivamente. Muitos se referem a esse fato dizendo Outro exemplo é a cobra coral falsa. Esse animal, que
que o ser vivo se “acostumou” à substância e acabou “fi- não é venenoso, possui um padrão de cores muito seme-
cando” resistente. Na verdade, o antibiótico ou inseticida lhante ao da coral verdadeira, altamente venenosa. Quando
apenas atua como uma forte pressão seletiva, descartan- um predador encontra uma coral, não sabe qual é a falsa e
do os indivíduos sensíveis e preservando os indivíduos qual é a verdadeira, evitando as duas.
previamente resistentes. A cada geração na população Há um mimetismo interessante envolvendo borboletas.
predominam cada vez mais os indivíduos resistentes, Muitas borboletas possuem cores alegres, exuberantes, que
até que o antibiótico ou inseticida se torna praticamen- à primeira vista, parece uma desvantagem, devido à sua
te ineficaz. O uso indiscriminado de antibióticos tem fácil identificação pelos predadores. Só que essas borboletas
levado ao “desenvolvimento” de bactérias praticamente têm um sabor extremamente desagradável e sua coloração
resistentes a todos os antibióticos 2 as superbactérias, e indica esse fato (coloração de advertência ou aposematis-
ao ressurgimento de doenças quase erradicadas, como a mo). Um predador, de início, ataca esses animais, mas logo
tuberculose e a hanseníase. aprende a associar o gosto ruim à coloração forte. A cor,
◆ Seleção de imitação: como o próprio nome sugere, na então, passa a servir de alarme: “Não me ataque que tenho
seleção de imitação o ser vivo apresenta uma morfologia gosto ruim”. É muito comum que existam espécies de bor-
que imita alguma coisa que lhe traz vantagens (melhor boletas, semelhantes na forma e na cor, mas que pertencem
chance de sobrevivência). a famílias diferentes. Geralmente, uma delas tem sabor de-
Camuflagem 2 a camuflagem acontece quando a for- sagradável e a outra espécie, sabor agradável. Porém como
ma ou a cor ou, ainda, a postura do indivíduo fazem com são semelhantes, os predadores acabam também evitando a
que ele passe despercebido no meio. A cor verde de certos de sabor agradável, que é então preservada. Esse mimetismo
insetos, o padrão de listras de um tigre, o dorso escuro e o recebe o nome de mimetismo batesiano ou mimecria.
ventre branco de peixes oceânicos são exemplos de camu- A coloração de advertência pode ser usada por vários ani-
flagem. Frequentemente, esse é um recurso que favorece mais para avisar a predadores de que são perigosos ou “não gos-
que o animal não seja predado ou possa predar melhor. tosos”. Por isso, desconfie: um inseto ou réptil muito colorido
Esse padrão surge por mutação aleatória e é preservado ou exuberante pode ter um gosto horrível ou ser venenoso.
pela seleção: o animal é pouco predado ou consegue ser Obs.: alguns autores chamam a toda seleção de imi-
melhor predador, por se parecer com o meio. tação, de mimetismo.

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O gráfico resume o equilíbrio gênico.
GENÉTICA DE POPULAÇÕES – O PRINCÍPIO DE
HARDY-WEINBERG 1,0

0,8
A teoria sintética da evolução estabelece que há evolução
quando as frequências dos genes se alteram na população.

Frequências genotípicas
Quando, portanto, não há evolução, a frequência de genes 0,6
não deverá se alterar. O teorema de Hardy-Weinberg permite o
estudo matemático da genética de populações, possibilitando 0,4
analisar se determinada população está ou não em evolução.

Cálculo da frequência de genes de uma população 0,2

Imagine um par de genes, A e seu alelo a, sendo A


dominante com relação a a. Em uma população haverá 0
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
indivíduos que só possuem o alelo A (AA), haverá aqueles
que têm os dois alelos (Aa) e ainda outros que só possuem Frequência de a

o alelo a (aa). A população, porém, tem os dois alelos. Se


chamarmos “p” a frequência do alelo A e de “q” a frequência Exemplo: Em uma população em equilíbrio gênico, mil
de a na população, essas frequências devem somar 100%: cães podem apresentar dois padrões de cores: a cor negra, con-
p1q51 dicionada pelo gene dominante N, e a cor cinza, condiciona-
Se os indivíduos da população se cruzarem ao acaso, te- da pelo gene recessivo n. Desses mil cães, há apenas 90 cães
remos a formação de todos os tipos de indivíduos (AA, Aa cinzentos. Qual o número de cãezinhos pretos homozigotos?
e aa). Extrapolando, então, que a população represente um Resposta:
grande cruzamento único, teremos a formação de apenas dois 90 cães cinzentos ⇒ nn
tipos de gametos (um contendo A e outro contendo a) e os 910 cães negros ⇒ NN ou Nn
cruzamentos podem ser resumidos como a seguir: – frequência de indivíduos aa 5 90/1.000 5 0,09
– frequência de aa 5 q2
Gametos da população A a q2 5 0,09 q 5 0,3
A AA Aa Como p 1 q 5 1, temos que p 5 0,7
a Aa aa – frequência de AA ⇒ p2 5 (0,7)2 5 0,49
Há 490 cães pretos homozigotos.
A frequência de cada indivíduo na população dependerá da Pode haver vários modos de trabalhar com frequências
frequência de cada gene. Por exemplo, se o gene A é muto mais
gênicas.
frequente que o gene a, a probabilidade de se formarem indi-
◆ a) Se a população está em equilíbrio gênico, aplica-se
víduo AA é muito maior que a de se formarem indivíduos aa.
Se a frequência de gametas A é “p”, então: diretamente o teorema de Hardy-Weinberg.
– a frequência de indivíduos (AA) é ⇒ p 3 p 5 p2 ◆ b) Se a população não está em equilíbrio gênico, o cálculo
Se a frequência de gametas a é “q”, então: deve ser feito contando-se cada gene. Veja a seguir:
– a frequência de indivíduos (aa) é ⇒ q 3 q 5 q2 Em uma população de 1.000 plantas, há 300 de f lor
Logo, a frequência de indivíduos heterozigotos: (Aa) ⇒ branca (aa), 200 de f lor vermelha (AA). Qual a frequência
⇒ Aa 1 Aa 5 2 3 p 3 q 5 2pq do gene para f lor vermelha?
Como na população só pode haver indivíduos AA (p2),
AA Aa aa total
aa (q2) e Aa (2pq), consequentemente:
200 ? 300 1.000
p2 1 2pq 1 q2 5 1 assim Aa 5 500
AA Aa aa
Note que a relação de frequências de genes é dada por 200 500 300
(p 1 q)2 5 1
O teorema de Hardy-Weinberg permite, então, saber a 400A 500A 500a 600a
frequência de genes (p 1 q 5 1) e a frequência de genó- 900A 1.100A
tipos possíveis (p2 1 2pq 1 q2 5 1) de uma população, 900A 1.100A
Frequência =
tomando-se apenas a frequência dos fenótipos apresentados 2.000 genes 2.000 genes
pela população, caso esta se apresente em equilíbrio. A = 45% a = 55%

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c) Se não sabemos se a população está em equilíbrio ou
não, e queremos saber, aplicamos as duas maneiras. Se os DERIVA GÊNICA: EXEMPLOS
resultados forem iguais pelos dois cálculos, a população está
em equilíbrio. Se forem diferentes, não. Efeito gargalo e efeito fundador 2 em uma pequena ilha

BIOLOGIA
há 10 indivíduos de determinada espécie, sendo 9 homozigo-
O EQUILÍBRIO GÊNICO tos para um gene dominante e apenas 1 indivíduo homozigoto
para o gene recessivo. Se, por acaso, esse indivíduo homozigoto
recessivo morre, ou não tem filhos, desaparece com ele o gene
O princípio de Hardy-Weinberg só pode ser aplicado recessivo e as frequências gênicas se alteram drasticamente.
em populações que estão em equilíbrio gênico, ou seja, Similarmente, se chegam indivíduos (por imigração) trazendo
em que as frequências gênicas não se alteram ao longo das esse gene, as frequências gênicas também se alteram.
gerações. Esta condição ocorrerá, desde que: Esse mecanismo recebe o nome de efeito gargalo. Por
◆ não ocorram mutações; ser um fenômeno aleatório, a frequência gênica entre os
sobreviventes pode não refletir a frequência gênica da po-
◆ não atue a seleção natural;
pulação original.
◆ a população fique isolada (não haja imigração nem emi-
gração);
◆ a população seja grande, pois em populações pequenas
o acaso pode interferir nas frequências dos genes, como
veremos a seguir;
◆ a população seja pamítica (que todos os cruzamentos se
dêem ao acaso).
Cuidado! Equilíbrio gênico não quer dizer que a fre-
quência dos genes estudados seja igual e sim que elas não Após a morte aleatória de indivíduos, a população re-
se alteram ao longo do tempo. manescente não terá necessariamente a mesma frequên-
cia de genes que a população original. Isso não reflete,
obrigatoriamente, a ação da seleção. Imagine plantas com
MECANISMOS QUE LEVAM À ALTERAÇÃO DAS flores de diferentes cores, porém uma cor não é melhor
FREQUÊNCIAS GÊNICAS que a outra, em termos de adaptabilidade. Se um evento
ocorre e muitos indivíduos são eliminados, podem restar
plantas que, por acaso, não refletem a frequência gênica
◆ Mutação: a mutação traz genes novos para a população, original. E, quanto menor a população residual, maior
levando inexoravelmente à mudança nas frequências gê- será o efeito do acaso.
nicas. Lembre, porém, que as mutações só têm impor-
tância se ocorrerem nas células da linhagem germinativa Um caso parecido é o efeito fundador, em que poucos
e se forem efetivamente passadas à prole. Além disso, a indivíduos de uma população “fundam”, em outro ambien-
mutação altera muito pouco as frequências gênicas, por te, uma nova população. Um exemplo real é o arquipélago
ser um evento muito raro. de Tristão da Cunha, que foi colonizado por um grupo de
◆ Seleção natural: para se manter em equilíbrio, os alelos quinze ingleses, um deles portador de retinite pigmentosa,
da característica não podem sofrer as pressões da seleção doença condicionada por um gene autossômico recessivo.
natural, pois ela tende a privilegiar um alelo. A frequên- No final da década de 1960 várias pessoas moradoras das
cia deste iria, então, aumentar, levando à alteração na ilhas apresentavam a doença, em uma frequência muito
frequência gênica. maior que qualquer população mundial, pois elas eram
◆ Deriva gênica: a deriva gênica, também, denominada descendentes desse indivíduo doente.
oscilação genética, resulta da alteração nas frequências Redução de fluxo gênico 2 em regiões com muitas
gênicas não relacionadas com a maior adaptabilidade lagoas, por exemplo, mesmo que a população de deter-
do gene que tem sua frequência aumentada. Ou seja, minada espécie de peixes seja muito grande, cada lagoa
as frequências gênicas mudam ao acaso. Ela é im- representa uma subpopulação dessa espécie, já que o peixe
portante e possui significado evolutivo especialmente não pode sair de uma lagoa e ir para outra. Dessa forma,
em populações pequenas, ou submetidas a ausência o fluxo gênico é reduzido, acentuando os efeitos da deriva
de fluxo gênico (em que os cruzamentos casuais são gênica, pois os peixes de cada lagoa formam uma pequena
impedidos). população isolada.

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Deriva gênica e a superioridade do híbrido 2 em
certas condições, um indivíduo híbrido, portador de um EXERCÍCIOS
gene deletério, pode se tornar mais apto que aquele que
possui o fenótipo normal. Um caso bem conhecido é
do gene para anemia falciforme nas regiões assoladas Os dois cartuns de Garry Larson, apresentados a seguir,
1
pela malária. Nessas regiões, a frequência do gene para ilustram duas visões diferentes do processo evolutivo:
anemia falciforme é bastante alta. Esse gene apresenta No cartum A, movidos pelo excesso de população, vários
relação de codominância para o gene normal. São pos- animais se atiram ao mar, realizando, assim, um suicídio
síveis 3 fenótipos: coletivo. Um dos animais, entretanto, possui uma boia.
◆ normal: homozigoto para o gene normal; No cartum B, algumas criaturas aquáticas jogavam bei-
sebol e, por acidente, a bola foi lançada à terra. Para que
◆ anemia minor: heterozigoto;
o jogo prossiga, é preciso que alguém recupere a bola.
◆ anemia major: homozigoto para o gene para anemia fal- Qual dos dois cartuns dá uma interpretação lamarquista
ciforme. do processo evolutivo e qual dá uma interpretação dar-
winista? Justifique sua resposta.
Em populações normais, a frequência do gene para
anemia falciforme é muito baixa, pois os indivíduos com
anemia major têm menores chances de sobrevivência que A B

os demais. Em regiões onde a ocorrência de malária é


comum, porém, a frequência do gene é mais elevada. O
indivíduo híbrido é pouco afetado pela malária, já que o
Plasmodium (causador da malária) dificilmente infecta a
hemácia deformada do portador de anemia falciforme.
O indivíduo normal, porém, é atingido pela malária e pode
morrer. Dessa forma, o heterozigoto, mesmo apresentando
um gene menos apto, leva, nesse local, vantagem adicional
e é preservado.
2 Por que os órgãos vestigiais foram muito usados por
Lamarck para tentar evidenciar sua teoria?

3 Já se conhecem as sequências de aminoácidos de hemo-


globinas de mais de 60 espécies de animais. A compa-
ração destas sequências mostra variações consideráveis
exceto em 9 posições onde os aminoácidos são exata-
mente os mesmos para todas as espécies. Esses 9 ami-
noácidos são essenciais para a função da hemoglobina
15–20%
(ligação com O2 e CO2).
Dentro do contexto de evolução por seleção natural,
10–15%
explique por que se observam mais mutações em trechos
5–10% não essenciais às funções da hemoglobina do que nos
0–5% sítios de ligação ao O2 e ao CO2.

4 Os guepardos foram extremamente caçados até a metade


deste século, devido à beleza de sua pele. Foram quase
exterminados e a pequena população restante conseguiu,
através de medidas preservacionistas, recompor parte da
Na figura anterior, vemos a frequência do gene que população original. Por que se observa um altíssimo teor
de genes presentes em homozigose nesses animais?
condiciona a anemia falciforme em várias regiões do Velho
Mundo (segundo Allison, em Genetical Variation in Human
Populations, 1961). As regiões onde este gene está presente 5 (Unicamp-SP) “Os antepassados dos golfinhos tinham
patas que, de tanto serem usadas para natação, foram
coincide com aquelas onde a malária é endêmica. se transformando em nadadeiras.”
Atenção: A mutação é um evento pouco frequente e, por-
a) A frase acima está de acordo com a teoria de La-
tanto, altera muito pouco as frequências gênicas. A seleção e marck ou com a teoria de Darwin? Justifique relacio-
a deriva promovem alterações muito mais significativas. En- nando a teoria escolhida com a frase.
tretanto, a única fonte de genes novos para a população é a b) Por que a frase está em desacordo com a teoria não
mutação. escolhida?

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6 (Uenf-RJ) Encontrados na América do Norte, os pelicanos representa os valores com que a seleção natural favorece
são aves que apresentam uma grande bolsa no bico, uti- o genótipo. Note que (W 1 S) 5 1.
lizada para guardar peixes capturados. Analise a hipótese
abaixo, formulada para tentar explicar o surgimento e o
Genótipo
desenvolvimento da bolsa do bico dos pelicanos.

BIOLOGIA
Os pelicanos eram aves de bico comum, sem bolsa. Ao A1A1 A1A2 A2A2
passarem a se alimentar de peixes, surgiu a necessidade
de possuírem uma bolsa no bico, com a função de ar-
Valor adaptativo (W) 1 1 0
mazenar os peixes capturados. Esta característica (bolsa
no bico), positiva para os pelicanos, tornou-se, então,
Coeficiente de seleção (S) 0 0 1
transmissível às sucessivas gerações. Com o passar do
tempo, a bolsa foi ficando cada vez maior até atingir a
proporção encontrada nas aves atuais.
a) Cite a teoria evolucionista que se identifica com a Genótipo
hipótese formulada acima. Justifique sua resposta.
b) Formule, de maneira resumida, uma outra hipótese, B1B1 B1B2 B2B2
baseada na Teoria Moderna da Evolução, para expli-
car o surgimento e o tamanho atual da bolsa do bico Valor adaptativo (W) 1 0 0
dos pelicanos.
Coeficiente de seleção (S) 0 1 1
7 (UFRRJ) Numa determinada ilha existia uma população
animal com indivíduos possuidores de uma característica
normal e indivíduos possuidores de uma característica re- Qual dos genes, A2 ou B2, apresentará maior frequência
cessiva, numa proporção de 10:1, respectivamente. Mas na população? Explique.
um desastre ambiental provocou a morte de todos os in-
divíduos com a característica recessiva, alterando de forma 2
10 (UFRJ) Com a equação de Hardy-Weinberg, p 1 2pq 1
brusca a frequência do gene recessivo na população da ilha.
1 q2 5 1, onde p e q são as frequências de dois alelos,
a) Após o desastre pode-se afirmar que a frequência podemos calcular a frequência de um genótipo, sabendo
do gene recessivo será zero? Justifique sua resposta. a frequência de um dos alelos, ou vice-versa, desde que
b) Qual o nome dado a essa alteração brusca na fre- a população esteja em equilíbrio. Numa determinada po-
quência gênica? pulação em equilíbrio Hardy-Weinberg nasceram 10.000
crianças. Uma dessas crianças apresentou uma doença,
O gráfico abaixo mostra a relação entre o peso ao nas- a fenilcetonúria, determinada por um gene autossômico
8
cer e a sobrevivência de um grupo de bebês humanos, recessivo. Calcule a frequência de indivíduos de fenótipo
evidenciando um caso de seleção natural. normal portadores do gene causador da fenilcetonúria
nessa população.

11 (UFRJ) Uma população de moscas apresenta dois genes


alelos A1 e A2 cujas frequências são de 0,9 e 0,1 res-
pectivamente. Uma fêmea de genótipo A1A2, que tenha
taxa de mortalidade

sido fecundada por um macho A1A2, migrou para uma


ilha onde não existia essa espécie de mosca. Nessa ilha, a
fêmea teve uma prole de 200 indivíduos, fundando uma
nova população. Calcule a frequência dos alelos A1 e A2
nessa nova população.

12 (UFRJ) A frequência gênica de dois alelos em uma popu-


lação, numa dada geração, foi de A 5 80% e a 5 20%.
1 2 3 4 5 Na geração seguinte foi observada uma frequência de
peso ao nascer
A 5 60% e a 5 40%.
Alguns mecanismos evolutivos que alteram a frequência
Com base no gráfico, diga qual o tipo de seleção que dos genes são:
está atuando. Justifique sua resposta. 1) Seleção natural;
2) Taxa de mutação gênica;
9 Dois loci de uma população, cada um com dois genes 3) Deriva ao acaso da frequência gênica, principalmen-
alelos, sofrem a ação da seleção natural por muitas ge- te em populações pequenas.
rações, como é mostrado nas tabelas a seguir. O coefi- Qual das três possibilidades apresentadas não pode ser
ciente de seleção (S) indica os valores com que a seleção aceita para explicar a variação na frequência dos genes
natural atua contra o genótipo. O valor adaptativo (W) citados? Justifique sua resposta.

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Exercícios de fixação 17 Com referência à semelhança que se verifica entre certas
estruturas orgânicas, como a asa de um inseto e de uma
ave, podemos afirmar que ela:
13 August Weissman cortou a cauda de camundongos a) indica claramente relações evolutivas entre os dois
durante mais de cem gerações e verificou que as novas seres, consequentes de adaptações às mesmas con-
ninhadas continuavam a apresentar aquele órgão per- dições ambientais.
feitamente normal. Dessa experiência pode-se concluir b) indica relações evolutivas entre os dois seres, porém
que: não resultantes de influência ambiental.
a) as espécies são fixas e imutáveis c) não indica relações evolutivas entre os dois seres, nem
b) quanto mais se utiliza determinado órgão, mais ele é resultante de condições ambientais semelhantes.
se desenvolve d) não indica relações evolutivas. São estruturas que
c) a evolução se processa dos seres vivos mais simples evoluíram independentemente e resultaram de adap-
para os mais complexos tações funcionais às mesmas condições ambientais.
d) a seleção natural e as mutações são fatores que con- e) indica relações evolutivas, consequentes de um mes-
dicionam a evolução dos seres vivos mo conteúdo gênico.
e) os caracteres adquiridos do meio ambiente não são
transmitidos aos descendentes 18 Com respeito aos termos analogia e homologia podemos
afirmar que:
14 A teoria sobre a evolução dos seres vivos desenvolvida a) as asas das aves são homólogas e análogas às asas
pelo naturalista Charles Darwin se apoia em fenômenos dos morcegos.
básicos, que são: b) chamam-se órgãos análogos aqueles que, nos dife-
a) convergência adaptativa e seleção natural rentes grupos de animais, possuem a mesma origem
b) luta pela sobrevivência e homeotermia embrionária.
c) irradiação adaptativa e homeotermia c) chamam-se órgãos homólogos aqueles que, nos
d) convergência adaptativa e predatismo diferentes grupos de animais, possuem a mesma
função.
e) luta pela sobrevivência e seleção natural
d) as nadadeiras das baleias, as asas dos morcegos, as
patas dos vertebrados quadrúpedes e os membros
15 As afirmativas abaixo estão baseadas em teorias evolutivas: superiores dos vertebrados são órgãos análogos.
I. As características adquiridas ao longo da vida de um e) as asas dos morcegos, as asas das aves e as asas dos
organismo são transmitidas aos seus descendentes. insetos são órgãos homólogos.
II. Um ginasta que desenvolveu músculos fortes, através
de intensos exercícios, terá filhos com musculatura 19 Segundo a teoria sintética da evolução, os principais fa-
desenvolvida. tores que determinam o processo evolutivo são:
a) mutação genética e adaptação ao meio
III. O ambiente seleciona a variabilidade existente na po-
pulação. b) mutação genética, recombinação gênica e seleção
natural
IV. Em uma ninhada de cães, o animal mais bem adap-
c) recombinação gênica e resistência ambiental
tado às condições de vida existentes sobreviverá por
d) fluxo gênico, oscilação genética e migração
mais tempo e, portanto, terá oportunidade de gerar
um número maior de cãozinhos semelhantes a ele. e) isolamento geográfico e seleção natural
A alternativa que contém, respectivamente, ideias de
Lamarck e Darwin é: 20 Um problema não explicado da teoria da seleção natural
a) I e II de Darwin foi:
b) I e IV a) a sobrevivência dos mais aptos
c) III e I b) o desaparecimento de muitas espécies
d) III e IV c) a ação do ambiente sobre os indivíduos
e) IV e II d) a adaptação dos indivíduos ao meio
e) o mecanismo de surgimento de variações
16 O membro superior do homem e a nadadeira peitoral da
baleia, apesar de apresentarem forma e função diferen- 21 (Fuvest-SP) Decorridos mais de 50 anos do uso dos anti-
tes, possuem a mesma origem embrionária e estrutura bióticos, a tuberculose figura neste final de século, como
anatômica semelhante. Tais órgãos são chamados de: uma das doenças mais letais; isso se deve ao fato de
os bacilos terem se tornado resistentes ao antibiótico
a) homótipos
usado para combatê-los. Considerando que a resistên-
b) heterólogos cia de uma população de bactérias a um antibiótico é
c) convergentes resultado de mutação ao acaso e que a taxa de mutação
d) análogos espontânea é muito baixa, foi proposto o uso simultâneo
e) homólogos de diferentes antibióticos para o tratamento de doentes

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com tuberculose. Com relação a esse procedimento, d) A C B
foram levantados os seguintes argumentos:
I. tratamento não será efetivo para o paciente, uma vez
que a resistência ao antibiótico não é reversível.
II. tratamento terá alta chance de ser efetivo para o

BIOLOGIA
paciente, pois a probabilidade de que uma bactéria
seja resistente a dois ou mais antibióticos é extrema- e) A B C
mente baixa.
III. tratamento poderá apresentar riscos para a popu-
lação, pois poderá selecionar linhagens bacterianas
altamente resistentes à antibióticos.
Analisando as informações contidas no texto, pode-se
concluir que apenas: 24 (Fuvest-SP) O tema “teoria da evolução” tem provocado
a) argumento I é válido debates em certos locais dos Estados Unidos da Améri-
b) argumento II é válido ca, com algumas entidades contestando seu ensino nas
c) argumento III é válido escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada
no termo teoria que, no entanto, tem significado bem
d) os argumentos I e II são válidos
definido para os cientistas. Sob o ponto de vista da Ciên-
e) os argumentos II e III são válidos
cia, teoria é:
a) Sinônimo de lei científica, que descreve regularidade
22 (Fuvest-SP) Uma ideia comum às teorias de evolução propos- de fenômenos naturais, mas não permite fazer previ-
tas por Darwin e por Lamarck é que a adaptação resulta:
sões sobre eles.
a) do sucesso reprodutivo diferencial
b) Sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda
b) de uso e desuso de estruturas anatômicas sem comprovação experimental.
c) da interação entre os organismos e seus ambientes c) Uma ideia sem base em observação e experimenta-
d) da manutenção das melhores combinações gênicas ção, que usa o senso comum para explicar fatos do
e) de mutações gênicas induzidas pelo ambiente cotidiano.
d) Uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico,
23 (UFRRJ) A seguir estão representadas três sequências de que tenta explicar fenômenos naturais relacionados,
aminoácidos de proteínas retiradas de diferentes espé- permitindo fazer previsões sobre eles.
cies (A, B e C). e) Uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico,
espécie A: que, de tão comprovada pelos cientistas, já é consi-
MET-ARG-LEU-LEU-VAL-GLU-HIS-ARG-ALA-ARG-LEU- derada uma verdade inquestionável.
-PHE-PRO-LEU
espécie B: 25 (UFF-RJ) As teorias de Lamarck e Darwin diferem com
MET-ARG-LEU-ARG-VAL-GLU-HIS-ALA-ARG-ARG-ALA- relação à evolução. No Lamarquismo, o ambiente é o
-PHE-PRO-LEU agente responsável pela mudança das espécies, enquan-
espécie C: to que no Darwinismo o processo se inicia dentro das
MET-ARG-LEU-ARG-VAL-GLU-HIS-ALA-ALA-ARG-ALA- próprias espécies. Portanto, a essência do Darwinismo
-PHE-PRO-LEU reside em:
Admitindo-se um ancestral comum para as três espécie, a) evolução por caracteres adquiridos.
a árvore filogenética que melhor expressa o parentesco b) variações individuais herdáveis, que, através do espa-
evolutivo entre as três é: ço e tempo, se convertem em variação interespecífica.
a) A B C c) evolução por meio de mutações súbitas, imprimidas
pelo meio ambiente.
d) transformação das populações por meio de muta-
ções lentas, as quais são úteis para a adaptação.
e) variações que dão origem à novas espécies.
b) A B C

26 Nas cianofíceas não se conhece nenhum processo de re-


produção sexuada. Nesse grupo, a variabilidade genética
é causada especialmente por:
a) recombinação gênica
c) A C B
b) mutação
c) permutação
d) conjugação
e) cruzamentos seletivos

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27 No homem as mutações podem ocorrer em zigotos (I), óvu- 32 As frequências gênicas permanecem constantes nas po-
los (II), espermatozoides (III) e células somáticas (IV). Porém pulações de acordo com equilíbrio de Hardy-Weinberg e
a mutação tem valor evolutivo somente quando ocorre em: dentro de certos critérios. Quantos, dos citados abaixo,
a) I prejudicam o equilíbrio?
b) I ou IV 1. Consanguinidade muito frequente
c) II ou III 2. Migrações
d) I ou II ou III 3. Oscilação gênica
e) II ou III ou IV 4. Mutações
a) 4
28 Um peixe que viva em regiões escuras pode não ter b) 1
olhos, devido: c) 2
a) a mutações que surgiram, induzidas pelo ambiente d) 3
b) ao progressivo atrofiamento dos olhos dos peixes ao e) Nenhum
longo de gerações
c) ao relaxamento da seleção natural sobre a necessi- 33 Considere as seguintes situações que ocorrem em po-
dade de enxergar pulações com relação a um par de alelos, A e a.
d) ao fato desses peixes jamais terem apresentado
I. Os cruzamentos ao acaso não selecionam nenhum
olhos no passado
dos alelos.
e) ao fato de um peixe ter perdido os olhos acidental-
II. Há emigração de um grande número de indivíduos aa.
mente, aos quais, por não serem mais necessários,
não apareceram mais na descendência III. Os indivíduos aa são atacados por agente infeccioso
que causa a sua morte.
Haverá aumento da frequência do alelo A:
29 Muitos inseticidas como o DDT foram usados indiscri-
minadamente no controle dos insetos. Posteriormente a) apenas na situação I
perderam muito sua eficiência porque: b) apenas as situações I e II
a) os indivíduos que entram em contato com o insetici- c) apenas as situações I e III
da tornam-se resistentes d) apenas nas situações Il e III
b) o inseticida estimula o inseto a produzir mais quitina e) nas situações I, II e III
c) o inseticida estimula as células fagocitárias a digerir o
veneno 34 A condição correta para que o equilíbrio de Hardy-Wein-
d) alguns insetos são portadores de variações genéticas berg se verifique é:
que condicionam resistência ao DDT e que podem a) A população considerada deve ser bastante pequena
ser transmitidas aos seus descendentes
b) As migrações devem estar ocorrendo na população
e) o inseticida estimula a produção de tecido adiposo e
c) As mutações devem estar ocorrendo na população
este acumula o veneno
d) Os genes alelos devem estar sujeitos a seleção natural
e) Os cruzamentos devem ocorrer de maneira casual
30 Em termos darwinianos, uma espécie é “bem-sucedida”
quando:
a) existe em um grande número de regiões da Terra 35 A análise de um par de alelos autossômicos (A e a) em
cinco populações mostra as frequências genotípicas
b) existe em grande período de tempo geológico
apresentadas abaixo. Assinale a população que está em
c) seus indivíduos deixam um grande número de des- equilíbrio genético:
cendentes
a) 1% AA, 98% Aa, 1% aa.
d) tem um grande número de genes e cromossomos
b) 1% AA, 81% Aa, 18% aa.
e) seus indivíduos têm um período longo de vida
c) 4% AA, 32% Aa, 64% aa.
d) 33% AA, 34% Aa, 33% aa.
31 O exemplo do melanismo industrial, onde as populações
de mariposas claras foram sucedidas por outras com pre- e) 50% AA, 50% Aa, 0% aa.
dominância de mariposas escuras, demonstra que:
a) as mariposas claras transformaram-se em escuras 36 Sabendo-se que a frequência do daltonismo nos homens
em uma população em equilíbrio de Hardy-Weinberg é
b) a fuligem das indústrias determinou o aparecimento
de 8%, a frequência esperada de daltonismo nas mu-
de mariposas escuras por mutação
lheres dessa população será de:
c) os genes determinam fenótipos diferentes, confor-
me as condições ambientais se modificam a) 0,64%
d) as novas condições ambientais agiram com um fator b) 6,4%
de seleção natural a favor das mariposas escuras c) 16%
e) o meio ambiente não tem ação sobre o genótipo na d) 64%
determinação de um fenótipo e) 84,64%

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37 (Cefet) Utilizando-se o processo de inseminação artificial, e) A síndrome de Down é também conhecida como a
é possível saber, com antecedência, o sexo da criança e se síndrome do duplo Y (44A 1 XYY).
ela é portadora ou não da síndrome de Down. Com rela-
ção à síndrome de Down, assinale a alternativa correta. 38 (UFRRJ) “A reforma da natureza”
a) É causada por uma anomalia no metabolismo da
Em termos de cardápio diário, preocupação de lon-

BIOLOGIA
fenilalanina, que impede a produção da enzima 1,
responsável pela transformação da fenilalanina em
go prazo têm os ingleses. Nos últimos anos, o país vem
tirosina. Dessa forma, o aminoácido se acumula nos consumindo cada vez mais alimentos geneticamente
tecidos e gera outras substâncias dele derivadas (áci- modificados, a chamada comida GM. Esses alimentos
do fenilpirúvico, ácido fenillático), cujo excesso pro- (…) têm seu código genético alterado para ficarem mais
voca desenvolvimento anômalo do sistema nervoso. viçosos ou resistentes a herbicidas e pragas.
b) Os indivíduos com essa síndrome têm 47 cromos-
(Adaptado da revista Veja, 16/06/99, p. 53.)
somos. O cromossomo suplementar é normalmente
um autossomo, o de número 21, ocorrendo assim, a Vegetais modificados geneticamente são considerados
chamada trissomia do 21. Os portadores podem ser transgênicos. Sua obtenção se dá com:
do sexo masculino (XY) ou feminino (XX). a) o cruzamento de duas espécies distintas.
c) Os portadores da síndrome têm 45A 1 (XX ou XY), b) a incorporação de RNAm na célula zigoto das espécies.
e o autossoma a mais é o de número 13, ocorrendo
c) a seleção de DNA mais adaptado existente numa de-
portanto a trissomia do 13.
terminada espécie.
d) É uma anomalia cromossômica que pode ocorrer na
espécie humana como decorrência de mitoses anô- d) a introdução de DNA em genomas das células dos
malas durante o desenvolvimento do zigoto, caso vegetais já formados.
em que algumas células, devido à não disjunção, e) a adição de DNA exógeno manipulado, da mesma
ficam com seu número cromossômico alterado em espécie ou de outra espécie no genoma da espécie
relação às células normais. em estudo.

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20 EVOLUÇÃO II

Temporal – as duas espécies entram no período re-


ESPECIAÇÃO produtivo em épocas diferentes. As plantas, por exemplo,
possuem épocas de floração distintas, o que dificulta a for-
A especiação consiste na formação de novas espécies. mação de híbridos.
Nesse sentido, define-se: Mecânico – a troca de gametos é impossível, por algu-
◆ Espécie: constitui um conjunto de indivíduos semelhan- ma incompatibilidade anatômica.
tes, que podem se cruzar na natureza, gerando descen- Ecológico – espécies possuem comportamentos dife-
dência fértil. Alguns mecanismos impedem que espécies rentes (por exemplo, uma é noturna e a outra é diurna).
diferentes troquem genes na natureza. Os principais são Etológico – espécies possuem comportamentos pré-
o isolamento geográfico e o isolamento reprodutivo.
-copulatórios distintos ou necessitam de diferentes agen-
não cruzam tes promotores da fecundação. Podemos citar o canto
dos pássaros ou anfíbios, bem como o lampejar do vaga-
-lume, cujas frequências servem para o reconhecimento
entre machos e fêmeas da mesma espécie. Plantas de
espécies distintas podem utilizar diferentes agentes po-
cruzam cruzam linizadores.
A B C Gamético – não ocorre atração química entre os game-
tos, impedindo a fecundação.
◆ Mecanismos pós-zigóticos: ocorrem após a formação
do zigoto. Podem ser uma inviabilidade do embrião
(este é abortado, ou a semente originada do cruzamento
cruzam
D E não germina) ou uma infertilidade do híbrido forma-
do. A mula (cruzamento de égua 2 Equus caballus 2
e jumento 2 Equus asnus) é um híbrido estéril, por
exemplo.

Especiação alopátrica
F É o processo mais frequente de formação de uma nova
fértil espécie, e ocorre através de um isolamento geográfico.
I. A população é submetida a uma barreira geográ-
Quantas espécies há no esquema acima? fica, que impede que os indivíduos se cruzem. Formam-se
◆ Isolamento geográfico: ocorre quando duas espécies são duas subpopulações;
separadas por uma barreira geográfica (estão em alopatria). II. Mutações surgidas em uma subpopulação não
Essa pode ser uma cadeia de montanhas, um mar ou ocea- passarão à outra (e vice-versa), devido à barreira geográfica,
no, ou uma porção de terra, no caso de espécies aquáticas. o que leva ao acúmulo progressivo de diferenças genéticas
◆ Isolamento reprodutivo: se estabelece quando os indi- entre as duas;
víduos de espécies diferentes convivem (estão em simpa- III. A seleção pode atuar de modo diverso sobre cada
tria), porém não geram descendentes. uma das populações (pressões seletivas distintas);
Tipos de mecanismos de isolamento reprodutivo IV. Ao final de algum tempo, as populações acumu-
◆ Mecanismos pré-zigóticos: Impedem a formação do larão uma série de diferenças, que podem ser maiores ou
zigoto. Podem ser: menores, formando as raças geográficas.

302 PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3

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Veja um exemplo na figura abaixo:
Uma espécie de ave, adaptada ao frio,
habita o vale e os sopés das montanhas.

BIOLOGIA
frio
Quando a temperatura da região se eleva,
duas populações se isolam nas encostas,
desaparecendo do vale.
frio
quente
Após milhares de anos, a
temperatura volta a baixar e
as duas populações se espalham
pelo vale.

frio

Se a barreira geográf ica for removida:


◆ e as duas populações não se cruzarem mais (estiver imposta uma barreira reprodutiva), foram formadas duas espécies
distintas;
◆ e as duas raças geográficas se cruzarem, podem ser formados indivíduos híbridos férteis. Isto significa que ainda não
haviam sido formadas duas espécies distintas. As duas populações eram apenas raças geográficas.
◆ pode haver deslocamento de caráter.

Deslocamento de caráter ou seleção por competição


O deslocamento de caráter vai acontecer quando duas espécies distintas possuem nichos ecológicos semelhantes e
convivem no mesmo local. Assim sendo, a competição entre elas será muito acirrada e os indivíduos de uma espécie que
mais se assemelharem aos da outra espécie serão eliminados pela seleção por competição. Dessa forma, a competição “for-
ça” cada população a ter nichos ecológicos diferentes, acarretando uma modificação das frequências das características de
cada espécie, acentuando as diferenças entre elas. Cuidado! No deslocamento de caráter os indivíduos não mudam para
diminuir a competição; na realidade, aqueles que são diferentes e competem menos terão maior chance de sobrevivência.
Um exemplo do deslocamento de caráter é dado pela variação do tamanho do bico de duas espécies de pássaros das
Ilhas Galápagos, devido à competição por alimento.
A Ilha Dafne B Ilha de Crossman
% da % da
população população
que usa que usa
cada cada
semente semente

pequenas grandes pequenas grandes


tamanho das sementes tamanho das sementes

Nas ilhas em que apenas uma das espécies existe, diferentes espécies podem ter o mesmo tipo de hábito alimentar, pois
não há competição. Ou seja, os nichos ecológicos podem ser semelhantes, pois os hábitats são diferentes.
Ilha de Charles, onde há as duas espécies
% da B A
população
que usa
cada
semente

pequenas grandes
tamanho das sementes

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Quando as duas espécies (A e B) convivem, se estabe- mado a partir dela são viáveis e férteis, permitindo a formação
lece competição, e, consequentemente, o tipo de semente de uma nova espécie. Isso é muito comum entre vegetais, já
utilizado será menos variado. Os indivíduos que utilizarem que eles “suportam” ser “4n”, “6n”, etc. (ou seja, poliploides).
o mesmo tipo de semente entrarão em intensa competição Animais 4n, em geral, não conseguem se desenvolver.
e serão eliminados. Ou seja, duas espécies de nichos eco- Caso não ocorra a poliploidia, o híbrido formado será
lógicos semelhantes não convivem no mesmo local muito estéril, pois sua meiose será impedida e não há especiação.
tempo. Isto constitui o Princípio da Exclusão, ou de Gausse. É o caso da mula, já citada como exemplo de mecanismo
de isolamento reprodutivo.
Quanto maior a competição entre duas espécies
↓ espécie A
espécie B
2n = 60
Menor a variabilidade de cada espécie 2n = 62

Espécie 1 Espécie 3 híbrido


variação do alimento

variação do alimento

estéril
2n = 61

duplicação
espontânea
Espécie 2
Espécie 4

espécie nova “2n” = 122

fértil
variação do hábitat variação do hábitat

Irradiação adaptativa 3 convergência adaptativa


BAIXA Intensidade de competição ALTA
A principal consequência da especiação vem a ser a
formação de uma série de espécies distintas a partir de um
esta situação pode esta situação não único ancestral comum. Os graus de parentesco evolutivo
persistir durante pode persistir durante
muito tempo muito tempo entre essas diferentes espécies se refletirão no grau de homo-
logia entre essas. Isso se denomina irradiação adaptativa.
Nicho potencial 3 nicho realizado Na figura a seguir, todos os mamíferos mostrados
Podemos definir, então, que há dois tipos de nichos para descendem de um único ancenstral. Mutações aleatórias
cada espécie: o fundamental ou potencial, que consiste em criaram diferenças e barreiras geográficas e permitiram a
todo o potencial da espécie em explorar um recurso ambiental, e adaptação a diferentes hábitats. Isto evidencia a irradiação
que só será realmente explorado se não houver competidores adaptativa.
(situação que, na prática, não existe), e o nicho realizado, aque-
le que realmente explorado a presença de eventuais competidores.
capacidade
Especiação simpátrica (hibridização) de voar

Pode também acontecer a especiação simpátrica, em


que é formada uma nova espécie sem que haja a barreira
geográfica. Esta especiação consiste na fusão de espécies
primeiro mamífero, semelhante
diferentes (porém aparentadas). a um mussaranho
Nesse caso, dois indivíduos semelhantes, porém com nú-
mero gênico diferente (um por exemplo é 2n 5 60 e o outro é
2n 5 62) se cruzam e formam um indivíduo híbrido com 61
costume de habilidade
cromossomos (30 de um dos pais e 31 do outro). Este indiví- cavar para correr
duo é estéril, pois o pareamento de cromossomos é impossível
facilidade para
(pois estes não formam pares homólogos, já que vieram de nadar
espécies diferentes), o que impede a meiose. Entretanto, pode,
em alguns casos, ocorrer uma duplicação do material genético, A convergência adaptativa, por sua vez, ocorre quando
sem que haja divisão celular, formando uma célula “4n” (ou duas espécies com pequeno grau de parentesco evolutivo são
uma nova espécie 2n) 5 122. Esta célula e o indivíduo for- sujeitas à mesma pressão seletiva (por viverem em ambientes

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semelhantes, por exemplo). Isto faz com que tenham formas Não satisfeito, Redi acompanhou o desenvolvimento
e adaptações semelhantes (insetos voadores e aves; aves e dos vermes e verificou que eles se transformavam em mos-
morcegos; golfinhos e peixes, são animais que exemplificam a cas idênticas àquelas que pousaram na carne.
convergência adaptativa). Internamente, porém, apresentam
diferenças quanto à anatomia e à fisiologia. Os experimentos de Pasteur

BIOLOGIA
A teoria da geração espontânea ficou muito desacredita-
da após os experimentos de Redi, mas com a descoberta do
“mundo” microscópico, ela voltou à moda. Porém, Louis Pas-
teur demostrou irrefutavelmente que o aparecimento de mi-
cróbios decorria da contaminação dos germes presentes no ar.
Pasteur colocou uma solução nutritiva em frascos fe-
Estes animais pertencem a grupos taxonômicos distin- chados e ferveu-os, matando os possíveis microrganismos
tos, porém, possuem morfologia semelhante, o que eviden- presentes no meio. Se os frascos eram mantidos fechados,
cia a convergência adaptativa. a solução permanecia estéril (não se desenvolviam micror-
ganismos). Os defensores da geração espontânea, porém,
Evidência de irradiação adaptativa: presença argumentavam que, se o frasco ficava fechado, faltava ar,
de órgãos homólogos e não análogos (mesma origem elemento essencial à vida. Pasteur, então, fez o experimento a
evolutiva, mas que não possuem a mesma função) seguir, que derrubou, de vez, a teoria da geração espontânea.
Evidência de convergência adaptativa: presença Atualmente aceitamos a biogênese: todo ser vivo, hoje,
de órgãos análogos e não homólogos (mesma fun- resulta de um outro ser vivo.
ção, sem ter origem evolutiva comum)

ORIGEM DA VIDA – BIOGÊNESE 3 ABIOGÊNESE líquido


nutritivo

Geração espontânea 2

Durante muito tempo se pensou que muitos seres vivos 1


o pescoço do frasco é
pudessem se originar de matéria inanimada. Chamamos esticado e torcido
essa teoria de Abiogênese ou Geração Espontânea. As vapor
pessoas acreditavam que vermes nasciam da carne em apo- pescoço
de cisne
drecimento e que ratos surgiam de camisas sujas.
No século XVIII, o médico e biólogo Francesco Redi,
bem como o italiano Spallanzanni realizaram importantes
experimentos que auxiliaram a derrubar a teoria da geração o líquido nutritivo é 3
espontânea. Ele observou que as larvas da carne em apodre- fervido para matar
cimento surgiam quando moscas pousavam nela. microrganismos

Ele, então, colocou carne em alguns frascos de boca


larga e tapou alguns deles com uma gaze fina. Apenas nos
entrada de ar
frascos abertos, onde as moscas entravam e saíam, houve o
aparecimento de vermes.
4

as gotas de água do pescoço


retêm a poeira e os microrganismos
presentes no ar

5
microrganismos aparecem no
larvas
líquido nutritivo apenas quando
pedaço de carne o pescoço é quebrado

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A provável origem da vida
Uma das hipóteses sobre origem da vida foi proposta proteínas
por A.I. Oparin, pesquisador russo, que a formulou no
início do século XX, a hipótese heterotrófica.

I. A Terra primitiva 2 cerca de 4,5 bilhões de anos


lipídeos
Após a formação da Terra, acumularam-se os ga-
ses desprendidos do interior do planeta. Esses gases
eram amônia (NH3), hidrogênio (H2), metano (CH4) e coacervado
vapor-d’água (H2O). À medida que a Terra esfriava, as
chuvas caiam torrencialmente, formando os oceanos pri-
mitivos. Tempestades ocorriam a todo momento, bem IV. Vida
como não havia proteção contra radiações solares, com a
Nesses coacervados, a vida teria surgido quando eles
ultravioleta. Através desses processos abióticos (descargas elé-
adquiriram duas importantes capacidades: a auto-organiza-
tricas, altas temperaturas e radiação), houve a formação de
ção e a autoduplicação, dadas por moléculas de RNA, que
moléculas orgânicas simples, como aminoácidos.
atuariam como catalisadores primitivos e armazenadores
de todas informações genéticas da célula primitiva. Alguns
cientistas acreditam que o RNA foi o primeiro material
H2
CH4 genético, uma vez que, esporadicamente, esse material pode
NH3 se autoduplicar sem o aparato celular (ação catalítica do
H2O
RNA). Posteriormente o DNA “substituiu” o RNA no pa-
descargas pel de armazenamento das informações genéticas, por ser
elétricas e luz mais estável que o primeiro.
utravioleta

V. Os primeiros seres vivos


Os primeiros seres vivos não seriam mais do que simples
formação de compostos orgânicos
agregados moleculares, mantendo um mínimo de organi-
simples na atmosfera zação. Para essa incipiente atividade metabólica utilizavam
as moléculas orgânicas abundantes nos mares primitivos.
Por seleção natural, os mais aptos teriam maior chance de
sobrevivência e o grau de complexidade desses seres foi au-
II. O “Mar de Sopa Orgânica” mentado. Os primeiros seres seriam, portanto, procarion-
tes (baixo grau de organização), heterotróf icos (utilizavam
A água da chuva arrastou os compostos orgânicos para matéria orgânica pronta) e anaeróbicos fermentadores (já
os oceanos primitivos. Durante milhões de anos as molé- que não existia O2 na atmosfera).
culas orgânicas foram se acumulando nos mares, transfor- À medida que as populações cresciam, o consumo
mando-os em verdadeiras “sopas”. Em alguns pontos, a da matéria orgânica aumentava. Só que esta matéria não
água evaporou, criando soluções altamente concentradas, o era reposta tão rapidamente pelos processos abióticos,
que favoreceu reações químicas de desidratação, originando uma vez que estes não eram enzimáticos. A competição
moléculas mais complexas. As chuvas ocasionais arrastaram por alimento tornava-se acirrada, favorecendo a sobre-
tais compostos de volta à água. vivência de seres capazes de captar a luz solar e com
ela fabricar compostos orgânicos. Mutações levaram ao
III. Os coacervados de Oparin surgimento dos primeiros seres autotróf icos primeiro
As moléculas orgânicas complexas, especialmente proteínas quimio e depois fotossintetizantes que utilizavam o CO2
e lipídeos, se agruparam na água, formando pequenos agrega- liberado pelos fermentadores e a luz solar para fabricar
dos, parcialmente isolados do meio. Isso foi fundamental para compostos orgânicos.
o surgimento da vida, na medida em que a célula, unidade fun- A reação de fotossíntese liberava O2, tornando a at-
damental, possui um meio interno diferente do meio externo. mosfera gradativamente mais oxidante. Dessa forma, os
A esses agregados Oparin chamou de coacervados. Estes descendentes dos primeiros heterotróficos puderam utilizar
abrigavam proteínas que poderiam ter atividade catalítica, o O2 como aceptor final de elétrons, inaugurando a respi-
ou seja, atuarem como enzimas, permitindo um início de ração aeróbia. À medida que os sistemas se tornavam mais
metabolismo. complexos, desenvolveu-se a célula eucarionte.

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Evolução das plantas
A partir de células eucariontes fotossintetizantes foram

teor de O2
surgimento dos formados os primeiros vegetais, ainda de organização muito
autotróficos simples, as algas. As algas clorofíceas (verdes), por sua vez,
deram origem aos primeiros vegetais terrestres. Essas primei-

BIOLOGIA
ras plantas terrestres não deveriam ter sistemas condutores
milhões de anos de seiva, sendo assemelhadas às briófitas atuais. A aquisição
do sistema vascular possibilitou o aumento do porte dos
Note que todo o O2 presente na atmosfera é resultante vegetais, permitindo a rápida expansão em direção a novos
da atividade fotossintética. locais. Muito provavelmente as florestas que abrigavam os
Resumo: dinossauros eram formadas por pteridófitas primitivas de
porte gigantesco. No Cretáceo surgiram as primeiras plantas
produção abiótica de matéria orgânica
com flores, levando à irradiação desses indivíduos e ao seu
domínio sobre as demais plantas terrestres.
primeiros seres vivos – procariontes, Evolução dos animais
heterotróficos, fermentadores (anaeróbios) Os mais antigos fósseis de seres pluricelulares datam de
alto consumo de competição e 650-700 milhões de anos atrás, época em que devem ter
matéria orgânica morte surgido. No fim do Pré-Cambriano e início do Cambria-
no, entre 550-600 milhões de anos atrás, representantes de
proliferam os seres autotróficos quimio e fotossintetizantes todos os filos atuais, com exceção talvez dos cordados, já
habitavam os mares.
produzem matéria Origem e evolução dos vertebrados
orgânica e O2 Os vertebrados surgiram ainda no Cambriano. No Or-
doviciano, a notocorda, localizada ao longo da região dorsal
proliferam os seres heterotróficos aeróbios
do corpo dava sustentação ao animal, mas foi posteriormente
substituída por um sistema de vértebras articuladas. A rápi-
Origem de mitocôndrias e cloroplastos
da diversificação e expansão dos vertebrados, representados
Provavelmente, as mitocôndrias e os cloroplastos, tive-
então por peixes primitivos, ocorreu após o aparecimento
ram origem parecida. Eram células procariontes (aeróbica
e fotossintetizante, respectivamente) que foram engloba- da mandíbula (que possibilitava diversificação de hábitos
das por células eucariontes (modelo endossimbiôntico). O alimentares) e de nadadeiras pares (que permitiam um efi-
fato dessas organelas terem DNA e ribossomos próprios, ciente deslocamento). Os peixes floresceram no Paleozoico
muito semelhantes aos de bactérias, ratifica essa hipótese. médio, sendo subdivididos em dois grupos, de acordo com a
Provavelmente a mitocôndria surgiu antes do cloroplasto, estrutura de suas nadadeiras: os de nadadeiras lobadas e os de
já que todos eucariontes a possuem, enquanto apenas algas nadadeiras radiais. Os primeiros, chamados crossopterígeos,
e vegetais possuem cloroplasto. não tiveram muito sucesso como peixes, mas deram origem
Em resumo, a vida surgiu na Terra entre 3,5 a aos vertebrados tetrápodos. A grande maioria dos peixes
4 bilhões de anos atrás. As primeiras formas de seres vivos atuais descende do grupo com nadadeiras radiais.
que dominaram o nosso planeta, até por volta de 1,5 bilhão A nadadeira à direita é do tipo radial, encontrada nos
de anos atrás, seriam seres de uma organização semelhante à peixes atuais. Já a nadadeira à esquerda é do tipo lobada,
das bactérias. Nesta época surgiram seres com organização característica dos crossopterígeos, que deram origem aos
celular tipicamente eucarionte. vertebrados terrestres.
A conquista do ambiente terrestre
PROCARIONTES EUCARIONTES
PRESENTE Crossopterígeos com nadadeiras lobadas bem desen-
Bactérias, Clanofíceas Protistas, Fungos,
(Reino Moneral) Animais, Plantas volvidas passaram a fazer incursões no meio terrestre, uti-
lizando as nadadeiras como suporte do corpo. Estes peixes
0,5 BILHÃO deram origem a um grupo de animais cujas nadadeiras
DE ANOS
cloroplastos
PRIMEIRO se transformaram em patas, permitindo assim, maior ef i-
mutualismos EUCARIONTE ciência na locomoção no ambiente terrestre. Esses animais
mitocôndrias 1,5 BILHÃO
DE ANOS eram os anfíbios. Os anfíbios, que constituem o primeiro
grupo de vertebrados terrestres, não estavam entretanto
plenamente independentes da água. Vários fatores, como
PRIMEIRO 3,5 BILHÕES
a reprodução e a respiração cutânea, mantinham (e ainda
PROCARIONTE DE ANOS mantém) esses animais ligados ao meio aquático.

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A partir de um grupo de anfíbios surgiu, no fim do Carbonífero, um grupo de animais que não dependia da água para
a reprodução. Isso se deu devido a dois fatores fundamentais: a fecundação interna e o ovo com casca. Dessa forma, esses
animais, os répteis, sofreram enorme irradiação no Mesozoico, espalhando-se por todos os ambientes, inclusive o aéreo. No
decorrer de 200 milhões de anos que os répteis dominaram o mundo eles sofreram vários ciclos de extinção, que atingiam
principalmente as espécies de grande porte. Seu florescimento se deu no período Triássico, culminando com o aparecimento
dos dinossauros, que dominaram o mundo no Jurássico.
A última onda de extinção ocorreu há cerca de 65 milhões de anos no período Cretáceo e eliminou os grandes répteis
(dinossauros). Após essa fase, as formas sobreviventes, que são os ancestrais dos répteis atuais, não voltaram a sofrer nova
irradiação. Durante a maior parte do tempo em que dominaram a Terra, os dinossauros partilhavam o ambiente terrestre
com um grupo de pequenos e ativos animais. Estes animais se caracterizavam pelo fato de terem sangue quente e pelo
embrião se desenvolver no corpo da mãe. Eram os mamíferos. Quando os dinossauros se extinguiram, os mamíferos se
irradiaram pelos nichos ecológicos vagos e passaram a dominar o mundo.
Quanto às aves, parece que evoluíram também a partir de répteis, muito provavelmente a partir de um animal deno-
minado Archeopteryx e ao contrário do que a maioria imagina, depois do surgimento dos mamíferos.
CENOZOICO

TERCIÁRIO
CRETÁCEO

CERATOPSIA

PTEROSAURIA ORNITHOPODA
MESOZOICO

DINOSSAUROS
JURÁSSICO

SAURÍSQUIOS

PLESIOSAURIA STEGOSAURIA
ICTHYOSAURIA
ARCHEOPTERIS MESOSUCHIA MAMÍFEROS
TRIÁSSICO

THECODONITA

THERAPSIDA
PERMIANO
PALEOZOICO

Evolução do homem
O homem e os demais primatas descendem de um mesmo ancestral que viveu há cerca de 65 milhões de anos atrás; um
animal quadrúpede arbóreo, com membros adaptados para escalar árvores e agarrar ramos. Os primeiros primatas viveram
a mais de 38 milhões de anos, assemelhando-se aos lemures. Os grandes símios só surgiram entre 38 e 26 milhões de anos
atrás. Nesta época a partir de um grupo de primatas, os driopitecíneos se originaram de dois ramos principais: um que deu
origem aos símios antropoides e outro ao homem.
O mais antigo fóssil considerado como pertencente ao ramo que deu origem ao homem é o Ramapithecus, os quais
apresentam uma série de características humanoides, mas não possuem uma postura bípede. Recentemente foi desco-
berto um novo fóssil de um possível ancentral humano, o homem de Toumai, com cerca de 7 milhões de anos e que,

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possivelmente, já tinha postura bípede. Essa descoberta É bom saber
reforça a ideia de que existiram, simultaneamente, diver-
sas espécies de hominídeos e, pela seleção natural, só o Especiação carioca: orquídeas do Pão de Açúcar e
homem sobreviveu. do Corcovado
No fim do Plioceno ao meio do Pleistoceno, viveu na Uma das características mais especiais da cidade

BIOLOGIA
África e na Ásia um grupo de primatas considerados os do Rio de Janeiro é o seu conjunto de espetaculares
ancestrais diretos do gênero Homo, os Australopithecus. formações de granito e gnaisse se erguendo junto
Estes apresentavam características tipicamente símias (pe- do mar (Pedra da Gávea, Corcovado, Pão de Açúcar
queno volume cerebral, mandíbulas maciças projetadas, etc.). Esses paredões verticais não são desprovidos
grandes dentes molares) e outras bem humanoides (testa de vida, como parece à primeira vista. Um conjunto
lisa e arredondada nos jovens, arcada dentária semicircu- de espécies de vegetais se adaptou, incrivelmente, a
lar, braços delicados e postura bípede — ereta ou semi- crescer aderidos lateralmente na pedra, crescendo e
-ereta). Neste grupo deve ter se dado a transição do hábito florescendo dependurados sobre o abismo.
alimentar de herbívoro para onívoro. A partir desse ani- Dessa forma, cada morro deu origem a um
mal se originou o Homo abilis e deste o Homo erectus. Este miniecossistema, (isolado uns dos outros e do resto do
já utilizava artefatos de pedra lascada, usando também o mundo), onde crescem bromélias, orquídeas e cactos,
fogo com finalidades domésticas. O elo entre o Homo presos ao granito. E acima de uma enorme cidade que,
erectus e o tipo humano é conhecido como Homem de em sua maioria, não suspeita da sua existência. Essa
Neandertal. Atualmente considera-se este indivíduo como localização, aparentemente, permitiu que algumas
populações de vegetais se isolassem geograficamente
uma sub-raça dentro da espécie humana, o Homo sapiens
dando origem a novas espécies. É o caso, por exemplo,
neanderthalensis. Há cerca de 35.000 anos, o Homem de
da orquídea Laelia lobata que, na natureza, só pode
Neandertal desapareceu, sendo substituído por indivíduos
ser encontrada nas encostas das pedras verticais do
de estrutura idêntica à dos homens atuais, o Homem de
Pão do Açúcar, do Corcovado, da Pedra da Gávea e
Cro-Magnon.
em mais nenhum outro lugar do planeta!
Os primeiros fósseis pertencentes a esse grupo foram en-
contrados na localidade de Cro-Magnon, que deu origem

MILAN VACHAL/SHUTTERSTOCK
a sua denominação. Este pode ser considerado o primeiro
homem com características idênticas ao homem atual.

presente

extinção Homo sapiens

Australopithecus
Homo erectus
robustus

Homo abilis
Australopithecus
africanus

Australopithecus Flor de orquídea do gênero Epidendru m.


afarensis (Lucy)

EXERCÍCIOS

1 A carboxipeptidase e a quimotripsina são enzimas que


cerca de 4 milhões de anos atrás digerem proteínas, com estruturas primária e terciária
diferentes, mas com sítios ativos essencialmente idên-
ticos. Já a lactalbumina alfa e a lisozima são proteínas
Muitas pessoas acreditaram ser possível encontrar o elo com estruturas primárias bastante semelhantes entre si,
perdido, o animal ancestral comum entre os macacos e o mas que possuem sítios ativos diferentes.
homem. Hoje há um consenso que a evolução do homem Qual dos dois pares de proteínas sofreu uma evolução
se deu através de várias linhas evolutivas e que deve haver compatível com o modelo de convergência evolutiva?
vários ancestrais comuns. Explique sua resposta.

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2 Em um arquipélago oceânico, todas as ilhas são habitadas 6 (UFRJ) O esquema abaixo mostra, simplificadamente, a
por aves de um mesmo gênero. Cada ilha possui uma formação de um zigoto híbrido, resultante do cruzamen-
única espécie desse gênero e as principais diferenças mor- to entre duas espécies.
fológicas entre elas são o tamanho e formato do bico.
a) Qual foi a primeira etapa desse processo de especiação? espécie A espécie B

b) Que pressão seletiva deve ter determinado a presen- organismo


ça de aves com bicos diferentes em diferentes ilhas? diploides
c) Qual seria o procedimento para confirmar que as
aves encontradas nas diferentes ilhas são de fato es-
meiose
pécies diferentes?
gametas
3 Numa determinada ilha existia uma população animal
com indivíduos possuidores de uma característica normal fecundação
e indivíduos possuidores de uma característica recessi-
va, numa proporção de 10:1, respectivamente. Mas um zigoto do
desastre ambiental provocou a morte de todos os indiví- organismo híbrido
duos com a característica recessiva, alterando de forma
brusca a frequência do gene recessivo na população da Suponha que os zigotos podem crescer normalmente,
ilha. dando origem a indivíduos adultos.
a) Após o desastre pode-se afirmar que a frequência a) É possível a reprodução dos zigotos pela via da re-
do gene recessivo será zero? Justifique sua resposta. produção sexuada?
b) Qual o nome dado a essa alteração brusca na fre- b) E é possível pela via da reprodução assexuada? Justi-
quência gênica? fique suas respostas.

4 Duas espécies de aves do gênero Geospiza (G. fuliginosa


e G. fortis) são encontradas em várias ilhas do arqui-
Exercícios de fixação
pélago de Galápagos. As duas são encontradas juntas
na ilha Charles. Na ilha Daphne se encontra apenas G.
fortis, enquanto na ilha Grossman é encontrada apenas 7 Qual a condição inicial básica para que ocorra o processo
G. fuliginosa. Observou-se que o tamanho dos bicos de de formação de raças?
uma espécie varia em função da presença ou da ausência a) Isolamento reprodutivo
da outra espécie na mesma ilha, como mostra a tabela
b) Isolamento geográfico
a seguir. Além disso, sabe-se que as duas espécies se
alimentam de sementes caídas no chão. c) Seleção natural
d) Esterilidade dos descendentes
Tamanho do bico (em mm) e) Superioridade do híbrido
Nome da
ilha G. fuliginosa G. fortis
8 Assinale a complementação correta para a frase abaixo.
Charles 2a9 11 a 14 Duas populações de uma mesma espécie, vivendo em
ambientes diferentes e isoladas geograficamente:
Daphne – 8 a 12 a) poderão formar duas espécies, se persistir o isolamento.
Grossman 8 a 11 – b) terão obrigatoriamente o mesmo conjunto gênico.
c) não poderão alterar seus conjuntos gênicos com pas-
sar do tempo por estarem isoladas.
Qual o mecanismo evolutivo que explica a diferença do
tamanho dos bicos das duas espécies na ilha em que d) nunca poderão formar raças diferentes.
ambas vivem juntas? Justifique. e) obrigatoriamente terão que se extinguir.

5 (Unicamp-SP) Em um arquipélago oceânico, todas as 9 Na borda norte e na borda sul do Grand Canyon habitam
ilhas são habitadas por aves de um mesmo gênero. Cada duas populações de esquilos com diferenças morfológi-
ilha possui uma única espécie desse gênero e as princi- cas marcantes que, em condições naturais, sem as barrei-
pais diferenças morfológicas entre elas são o tamanho ras geográficas, não são capazes de se intercruzarem. As
e formato do bico. duas populações constituem duas .................... diferentes
devido principalmente a.......................
a) Qual foi a primeira etapa desse processo de espe-
ciação? A alternativa que completa corretamente a frase é:
b) Que pressão seletiva deve ter determinado a presen- a) raças 2 isolamento reprodutivo
ça de aves com bicos diferentes em diferentes ilhas? b) espécies 2 isolamento reprodutivo
c) Qual seria o procedimento para confirmar que as c) raças 2 isolamento geográfico
aves encontradas nas diferentes ilhas são de fato es- d) espécies 2 isolamento geográfico
pécies diferentes? e) raças 2 diferenças morfológicas

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10 De acordo com a Paleontologia, a Anatomia Comparada III. As diferenças genéticas acumuladas durante o perío-
e a Embriologia, qual dos esquemas seguintes melhor do de isolamento não permitem que membros das
representa a linha evolutiva dos Vertebrados? duas populações se reproduzam.
aves IV. Após milhares de anos, a temperatura volta a baixar
a) peixes anfíbios répteis e as duas populações se espalham pelo vale.

BIOLOGIA
mamíferos Coloque os fatos em ordem cronológica de aconteci-
mentos.
anfíbios → mamíferos
b) peixes
15 (UFF-RJ) Equus caballus (cavalo) e Equus asinus (asno)
répteis → aves
podem cruzar, gerando, no entanto, um híbrido estéril.
c) peixes → anfíbios → répteis → aves → mamíferos A esterilidade é decorrência da meiose porque:
a) Os cromossomos homólogos do híbrido segregam-
répteis → aves -se em telófase I.
d) peixes → anfíbios b) Não há sinapse de vários cromossomos homólogos
mamíferos
na prófase II do híbrido.
e) peixes → anfíbios → répteis → mamíferos → aves
c) Não há crossing over entre os cromossomos do híbri-
do.
11 Dos animais citados, do ponto de vista evolutivo, o mais
próximo do homem é: d) Não há sinapse de vários cromossomos homólogos
a) o tubarão. na prófase I do híbrido.
b) a rã. e) Há mutações em diversos cromossomos não homó-
c) o morcego. logos do híbrido.
d) o jacaré.
e) o pinguim. 16 (Unirio-RJ) Quanto ao fenômeno apresentado na figura
abaixo, podemos afirmar que:
12 I. Homo erectus
II. Homo sapiens
III. Homo sapiens neanderthalensis
podemos dizer que os indivíduos acima pertencem: capacidade
de voar
a) à mesma espécie.
b) ao mesmo gênero.
c) à mesma família.
d) à mesma classe.
e) três das alternativas estão corretas.
primeiro mamífero, semelhante
a um mussaranho
13 A sequência hierárquica das categorias taxonômicas do
homem é:
a) Primata, Mammalia, Hominidae, Chordata, Homo
sapiens, Homo.
b) Homo sapiens, Homo, Hominidae, Chordata, Mam- costume de habilidade
malia, Primata. cavar para correr

c) Chordata, Mammalia, Primata, Hominidae, Homo,


facilidade para
Homo sapiens. nadar
d) Homo sapiens, Hominidae, Homo, Mammalia, Chor-
data, Primata.
I. É denominado irradiação adaptativa;
e) Chordata, Primata, Mammalia, Hominidae, Homo,
Homo sapiens. II. As espécies assim originadas guardam vestígios de
sua ancestralidade;
14 (Unirio-RJ 2 Adaptada) Encontram-se abaixo etapas de III. As espécies assim originadas sofreram evolução con-
um processo de especiação: vergente.
I. Quando a temperatura da região se eleva, duas popu- A(s) afirmação(ões) correta(s) é (são):
lações se isolam nas encostas de montanhas diferentes. a) somente a III d) somente a II e a III
II. Uma espécie de pássaro, adaptada ao frio, habita b) somente a I e a II e) I, II e III
todo o vale. c) somente a I e a III

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21 TAXONOMIA I

Monera: compreende as bactérias e cianobactérias, os


INTRODUÇÃO únicos procariotos. São procariontes, auto ou heterotrófi-
cos, unicelulares.
Desde a Antiguidade o homem, como excelente co- Protista: compreende os protozoários e algas unicelu-
lecionador, se preocupou em classificar os seres vivos. De lares. São eucariontes, auto ou heterotróficos, unicelulares.
modo geral, existem dois tipos de classificação: a classifica- Fungi: são os fungos, mofos, bolores e levedos. São
ção artificial e a natural. A classificação artificial baseia-se eucariontes, heterotróficos, uni ou pluricelulares, mas não
em critérios morfológicos (forma externa) e de hábitat (se formam tecidos.
aquático, terrestre e aéreo). Nesse sentido, uma baleia e um Methaphyta: também chamado plantae. Compreende
tubarão, que possuem formas semelhantes e o mesmo há- as plantas verdadeiras. São eucariontes, autotróficos e plu-
bitat, seriam classificados sob o mesmo grupo taxonômico. ricelulares. Formam tecidos.
Metazoa: denominado também animalia. Compreende
Os reinos os animais. São eucariontes, heterotróficos e pluricelulares.
A classificação natural, por sua vez, baseia-se em aspec- Formam tecidos.
tos de parentesco evolutivo, como a anatomia, a fisiologia,
a genética e o desenvolvimento embrionário. Esta classi- METAZOA METHAPHYTA
ficação, muito mais razoável, foi proposta por Lineu, no FUNGI
século XVIII, e é adotada atualmente. ↑
A classificação atual agrupa os seres vivos em cinco PROTISTA
grandes reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Ani-
malia. Plantae e Animalia também são denominados Me- ↑
thaphyta e Metazoa, respectivamente. MONERA

Características MONERA PROTISTA FUNGI PLANTAE ANIMALIA


Tipo celular procarionte eucarionte eucarionte eucarionte eucarionte
Núcleo sem carioteca com carioteca com carioteca com carioteca com carioteca
Mitocôndrias ausentes presentes presentes presentes presentes
presentes
Cloroplastos ausentes ausentes presentes ausentes
em alguns
presentes
Parede celular não celulósica quitina celulose ausente
em alguns
autotrófica (foto ou autotrófica (fotos-
autotrófica (fotos-
quimiossíntese) ou heterotrófica (sapro- síntese) algumas
Nutrição síntese) heterotrófi- heterotrófica
heterotrófica (decom- fítica e parasita) espécies de plantas
ca e mixotrófica
positores ou parasitas são parasitas
assexuada assexuada (brota-
assexuada (esporula- assexuada (brota-
assexuada e sexuada e sexuada mento) e sexuada
Reprodução ção e brotamento) e mento) e sexuada
(conjugação) (conjugação (metagênese e
sexuada (metagênese) (metagênese)
e metagênese) fecundação)
imóveis, cílios e cílios e flagelos em cílios e flagelos,
Locomoção imóveis e flagelados imóveis
flagelos formas inferiores sistema muscular
presente, alguns
Pluricelularidade ausente ausente presente presente
unicelulares

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Os domínios inclui todos os organismos eucariontes, ou seja, protistas, fun-
gos, animais e plantas; o domínio Bacterya inclui a maioria
O sistema de classificação em cinco reinos se baseia na dos procariontes; e o Archaea, procariontes que ocorrem em
estrutura celular dos seres vivos. Entretanto, um outro sistema ambientes normalmente adversos, como fontes termais ou
está sendo proposto, com base nos ácidos nucleicos, que separa ricas em metano. Estes últimos, curiosamente, têm maiores

BIOLOGIA
os seres vivos em apenas três domínios. O domínio Eucarya semelhanças genéticas com os Eucarya que com os Bacterya.

Reino
Plantae Reino
Reino
Fungi Animalia
Vertebrados

Dicotile- Artrópodes
Ascomyceta dôneas
Monocotiledôneas
Anelideos Protocordados
Gimnospermas

Basidio- Pteridófitas
Moluscos Equinodermos
myceta

Deuteromyceta
Nemátoda

Alga vermelha
Platelmintes
Zygomyceta
Alga parda
Alga vermelha Esponjas

Reino
Domínio Protista
Ameboides
Eucarya
Domínio
Domínio
Reino Monera Archaea
Bacterya
Eobacteria Archaebacteria

Ancestral procarionte

A unidade taxonômica é a espécie, que é definida como


A HIERARQUIA TAXONÔMICA um conjunto de indivíduos, frequentemente semelhantes,
capazes de se cruzar (trocam genes) na natureza e de gerar
Cada categoria taxonômica é um conjunto de subdivi- indivíduos férteis. As raças constituem indivíduos com carac-
sões, em uma hierarquia baseada em critérios de filogenia terísticas morfológicas diferentes (cor, forma etc) mas que são
(semelhanças evolutivas). Dessa forma, quanto maior o nú- da mesma espécie. Por exemplo, cães e lobos são indivíduos
mero de categorias taxonômicas que dois indivíduos com- de espécies diferentes, mas dentre os cães há várias raças.
partilhem, maior o grau de semelhança evolutiva que estes
apresentam. As categorias taxonômicas são hierárquicas e a Exemplo Homem Cão Barata
categoria superior à seguinte constitui um conjunto da cate-
goria inferior. Por exemplo, um reino é um conjunto de filos. Reino Metazoa Metazoa Metazoa
Ramo Chordata Chordata Chordata
Reino Classe Mammalia Mammalia Insecta
Ramo ou Filo
Ordem Primata Carnívora Orthoptera
Classe
Ordem Família Hominidae Canidae Blataria
Família Gênero Homo Canis Periplaneta
Gênero
Espécie Homo Canis Periplaneta
Espécie sapiens familiaris americana

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REINO ANIMAL As bactérias
raposa
◆ são seres procariontes, não possuindo carioteca ou or-
tigre lobo
cavalo cão urso peixe minhoca ganelas membranosas. Seu DNA está em contato direto
cobra
com o citoplasma;
FILO CORDADO ◆ podem ser auto ou heterotróficas. As autotróficas podem
fazer quimio ou fotossíntese, enquanto as heterotróficas
SUBFILO VERTEBRADO
são parasitas ou saprofíticas (decompositores). Juntamente
com os fungos, constituem os únicos decompositores. As
CLASSE MAMÍFERO
heterotróficas podem ser aeróbicas obrigatórias, anaeróbi-
cas facultativas ou anaeróbicas estritas. No último caso não
ORDEM CARNÍVORO
suportam O2 e morrem em contato com ele. A bactéria que
causa o tétano é desse tipo e por isso que se usa água oxi-
FAMÍLIA CANÍDEO
genada para desinfetar ferimentos, pois esta desprende O2;
GÊNERO
Canis ◆ são unicelulares, porém podem formar colônias que são
ESPÉCIE Canis a simples reunião de formas unicelulares. Apresentam
familiaris
várias formas, dadas pela presença de uma parede celular
Existem também categorias taxonômicas intermediá- não celulósica, recebendo denominações específicas para
rias, como superclasses ou subfilos. cada forma (cocos, espirilos, vibriões etc.);
A grafia de uma espécie é sempre binomial e grifada. O ◆ geralmente possuem reprodução assexuada, por divisão
primeiro nome corresponde ao gênero e é sempre grafado binária, porém podem se reproduzir sexuadamente por
com letra maiúscula, enquanto o segundo nome, exclusivo conjugação (em que transferem parte de seu genoma,
da espécie, é grafado com letra minúscula. através de plasmídeos, a uma outra bactéria);
Ex.: Homo sapiens ⇒ homem. ◆ quando as condições ambientais se tornam adversas, po-
dem estabelecer uma forma latente de vida, de paredes
O REINO MONERA grossas, o esporo, capaz de retomar a atividade metabó-
lica quando o meio se tornar favorável. Frequentemente
o esporo resiste à fervura e a outras condições inóspitas.
O reino Monera se divide em dois grupos principais: a di- Além disso, o esporo pode realizar dispersão. A pasteu-
visão Bacteriophyta (bactérias) e Cyanophyta (cianobactérias). rização de alimentos mata as bactérias vivas, mas não os
esporos.
Bactérias As bactérias são bastante importantes, pois várias doen-
ças são provocadas por estes microrganismos. A tuberculose
Apesar de serem seres vivos muito simplificados, a intensa e a sífilis, por exemplo, são doenças bacterianas. Felizmente
versatilidade metabólica e a grande velocidade de divisão tor- essas doenças são debeladas atualmente mais facilmente
nam as bactérias um dos mais bem-sucedidos grupos taxonô- devido ao uso de antibióticos, que atacam especificamente
micos da Terra. Há bactérias em praticamente todos os lugares. esse tipo de microrganismo. Por outro lado, as bactérias são
As bactérias apresentam uma estrutura típica, como amplamente utilizadas em processos biotecnológicos, como
mostrado na figura a seguir. Possuem DNA circular, mer- a produção de queijos, coalhadas, vinagres (lactobacilos
gulhado no citoplasma (nucleoide). Não possuem organe- e acetobacter, respectivamente) e substâncias de indústria
las, à exceção dos ribossomas. Sua parede não é celulósica, farmacêutica ou de alimentos. Além disso, sob o ponto de
possuindo constituição glicoproteica (peptidioglicana). vista ecológico, atuam como decompositores da matéria
Externamente pode existir uma cápsula gelatinosa, que orgânica e como fixadores de nitrogênio atmosférico.
dificulta a ação de células de defesa de animais. Podem possuir cílios ou flagelos que tem microestrutura
parede bacteriana membrana plasmática diferente daqueles de eucarionte. A forma das bactérias é
bastante variável, podendo também formar colônias.

cocos diplococos estreptococos estafilococos


RNA

DNA
ribossomo
dobra da
membrana bacilos vibrião espirilo

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Cianobactérias Os PPLO são seres semelhantes a bactérias, mas que
podem ser considerados intermediários entre bactérias e
As cianobactérias ou cianofíceas ou ainda algas verde- vírus. Não são, entretanto, parasitos intracelulares obriga-
-azuladas são seres aquáticos essencialmente autotróficos tórios, como os vírus.
fotossintetizantes, semelhantes em organização às bactérias. O nome PPLO vem de “Pleuro Pneumonia Like

BIOLOGIA
Suas características principais: Organisms”.
◆ procariontes;

◆ autotróficos fotossintetizantes, porém não possuem


O REINO PROTISTA
cloroplastos e sim lamelas (membranas) fotossintéticas
espalhadas pelo citoplasma;
◆ podem fixar nitrogênio, especialmente em ecossistemas O reino Protista é formado por microrganismos eu-
aquáticos; cariontes, os protozoários (ou “animais primitivos”) e as
algas unicelulares.
◆ possuem parede celular não celulósica;

◆ são unicelulares, porém podem formar colônias, que


Protozoários
podem ser globosas ou filamentosas;
◆ geralmente possuem reprodução assexuada, por divisão
Os protozoários são organismos unicelulares eucarion-
tes heterotróficos. São seres bastante diversificados, com
binária, porém podem se reproduzir sexuadamente (por
hábitat extremamente variado, na medida em que podem
conjugação).
ser dulcícolas, marinhos ou terrestres. Há muitos que são
heterocisto parasitas. São classificados em quatro grupos, de acordo
(local onde é fixado N2)
esporo (célula com a presença e o tipo de estruturas de locomoção.
de resistência)

Filo Mastigophora ou Flagelados


◆ Apresentam flagelos como estrutura de locomoção;
◆ Podem ser de vida livre, simbiontes ou parasitas;
Anabaena ribossomos ◆ A reprodução é assexuada e feita por divisão binária lon-
DNA
membrana membranas gitudinal; exemplos: Tripanossoma, Leishmania.
com clorofila

parede Filo Sarcodina ou Rizópodos


celular
◆ Se locomovem através da emissão de pseudópodos;
◆ Podem ser de vida livre ou parasitas;
outros
pigmentos ◆ Se reproduzem assexuadamente;
Exemplo: Entamoeba.
Nostoc A estrutura procarótica
massa gelatinosa
que une as das cianofíceas
células da colônia Filo Cilliophora ou Ciliados
◆ Possuem cílios espalhados pela superfície celular que pro-
OS PPLO movem a locomoção;
◆ A maioria é de vida livre, mas podem ser parasitas ou
simbiontes;
DNA ◆ Se reproduzem assexuada ou sexuadamente, através de
conjugação;
Exemplos: Paramecium, Trychomonas.

Membrana Filo Sporozoa ou Esporozoários


◆ Não se locomovem;
◆ São todos parasitas;
RNA ◆ Se reproduzem assexuada ou sexuadamente, frequente-
mente através de esporulação;
Ribossomo Exemplo: Plasmodium.

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núcleo estigma
pseudópode (organela flagelo
vacúolo vacúolo fotossensorial)
(elimina e água) contrátil
excesso vacúolo pulsátil núcleo
cloroplasto

vacúolo
vacúolo digestivo corpúsculo
digestivo fotorreceptor membrana
A ameba, um sarcodino flagelo Euglena
cílios

macronúcleo dinoflagelado diatomáceas

micronúcleo
Trypanosoma cruzi,
mastigófroro
abertura
causador da
bucal
doença de Chagas

hemácia

Plasmódio, esporozoário causador


A estrutura da malária
do paramécio,
um ciliado O REINO FUNGI
Os protozoários são muito estudados pois podem causar
várias doenças endêmicas de difícil debelação, típicas de regiões Durante muito tempo, os fungos foram classificados
tropicais, como a malária, o mal de Chagas e a leishmaniose. como plantas. Sabe-se, hoje, porém, que os fungos são se-
res heterotróficos, que não fazem fotossíntese. Entretanto,
Algas unicelulares também não são animais típicos. O dilema foi resolvido
criando um reino a parte para esses seres. As principais
As algas unicelulares formam a principal comunidade características dos seres do reino Fungi:
de produção de matéria orgânica em ecossistemas aquá- ◆ são seres eucariontes;
ticos, o fitoplâncton. São seres autotróficos fotossinteti- ◆ existem alguns fungos unicelulares, como as leveduras,
zantes, responsáveis por grande parte da fotossíntese e da porém a grande maioria é formada por um emaranha-
liberação de O2 na Terra. As algas unicelulares primitivas do de filamentos entrelaçados, as hifas, que formam o
abrangem três filos principais: micélio;
◆ a parede celular é formada por quitina, um polissacarí-
Filo Crysophyta deo que também aparece no exoesqueleto de artrópodos;
◆ São representados pelas diatomáceas, principais produto- ◆ acumulam glicogênio, uma reserva tipicamente animal;
res de matéria orgânica e oxigênio no ambiente aquático; ◆ possuem nutrição heterotrófica, com digestão extra-
◆ Possuem uma carapaça silicosa ao redor da célula; corpórea;
◆ Possuem pigmentos marrons, que lhe dão um tom ◆ a maioria vive livremente no solo, atuando como decom-
dourado. positores, juntamente com as bactérias. Alguns, entretan-
to, são parasitas, causando doenças em animais, como
Filo Euglenophyta as micoses, ou em plantas. Grande parte da produção
◆ O principal representante é a Euglena, alga flagelada, agrícola é perdida devido a fungos;
◆ são muito utilizados pelo homem, como as leveduras na
capaz de se deslocar.
fabricação de bebidas alcoólicas ou na panificação;
◆ podem se reproduzir assexuada (brotamento ou espo-
Filo Pyrrophyta
rulação) ou sexuadamente (metagênese). Os esporos,
◆ São representados pelos dinoflagelados, algas que pos- além de constituírem a principal forma de reprodução
suem geralmente dois flagelos; assexuada dos fungos, são também formas de resistência
◆ Possuem uma cobertura externa de celulose; e dispersão. Os esporos resistem a condições ambientais
◆ Em certas épocas do ano, podem sofrer uma explosão adversas e como são levados pelo vento, pela água e por
populacional, caracterizando o fenômeno da maré ver- animais, dispersam o fungo, que é um ser fixo;
melha. Nesse momento podem lançar toxinas na água, ◆ são utilizados, ainda, na fabricação de antibióticos e de
matando outras algas ou animais. substâncias entorpecentes (LSD).

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Exemplos de fungos
Os zigomicetos vivem principalmente no solo, atuan- lamelas

do como decompositores, porém há alguns parasitas. O


esporulação
representante característico é o Rhyzopus stolonifer, ou (meiose)
bolor negro do pão. Em contato com matéria orgânica,

BIOLOGIA
esporos desse fungo se desenvolvem e formam o micélio, basídio
ampliado
que secreta enzimas e digere o alimento. Algumas hifas basidiocarpo
(2n)
desenvolvem-se acima da superfície da matéria orgânica
germinação dos
e através de sua fusão formam hifas diploides que geram basidiósporos basidiós-
fusão de hifas poros
esporos. Esses esporos se destacam e vão contaminar ou- (n) (n)
tros alimentos.
esporângios, órgãos
produtores de esporos basidiocarpo
em formação

esporos

Os deuteromicetos são também chamados fungos im-


hifas perfeitos. É uma classe que abriga os fungos em que ainda
não se sabe como é a sua reprodução sexuada.

LÍQUENS
rizoides
secretam
enzimas que
digerem o pão Os líquens são uma associação de algas (geralmente cia-
nofíceas) com fungos. Estes seres são bastante rústicos, neces-
sitando apenas de luz, água e alguns minerais para sobreviver.
Os líquens absorvem rapidamente substâncias dissolvidas e,
por isso, são sensíveis à poluição. Frequentemente são encon-
Os ascomicetos incluem as leveduras, os bolores mar- trados em locais limpos, sobre troncos de árvores ou pedras.
A associação permite a sobrevivência do líquen em lo-
rons e verdes e o Penicillium, usado na produção de peni-
cais inóspitos, em que é pequena a quantidade de matéria
cilina. O nome do grupo deriva da formação de estruturas
orgânica, a qual inviabilizaria a sobrevivência do fungo.
reprodutoras denominadas ascos. Se reproduzem através de
Também é reduzida a quantidade de água, para sobrevi-
metagênese, em que o corpo de frutificação forma esporos,
vência da alga. Entretanto, no líquen, a alga absorve luz e
típicos de reprodução assexuada. faz fotossíntese, garantindo matéria orgânica para o fungo;
A formação do asco se dá a partir da fusão de hifas este, por sua vez, absorve água e sais e protege as algas.
(reprodução sexuada). Cada asco (2n) forma esporos (n)
que são liberados para o meio, dando origem a novas hifas água, sais
(reprodução assexuada). Essa alternância entre uma geração
sexuada e outra assexuada caracteriza a metagênese. ALGA FUNGO

Os basidiomicetos são muito conhecidos, especial- matéria orgânica


mente pelo seu corpo de frutificação, o cogumelo. Alguns
são comestíveis, como o Agaricis campestris (champignon).
Existe ainda o Polyporus ou orelha-de-pau, ou a Psilocibe A reprodução dos líquens é feita por intermédio de so-
mexicana, que possui efeitos alucinógenos. rédios, emaranhado de hifas com algas, que se destacam
Nestes fungos, as hifas são frequentemente haploides e do líquen.
sorédios
subterrâneas. Estas podem se fundir, formando uma hifa 2n
que dá origem ao corpo de frutificação que emerge à super-
fície. Na base do corpo de frutificação formam-se lâminas,
com os basídios que, por meiose, formam os esporos n. Estes,
haploides, são dispersos pelas mais variadas formas e dão células
origem a novas hifas. da alga

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Um corte transversal de líquen mostra três camadas ◆ para promover a circulação de água possuem uma célula
principais: o córtex superior, formado por hifas fortemen- típica flagelada, o coanócito;
te entrelaçadas (permitem a passagem de luz, porém evitam ◆ são animais tipicamente filtradores.
a perda de água); a medula, formada por hifas e algas; e o
córtex inferior, formado por hifas que garantem a fixação ósculo – saída
de água
do líquen. espículas

coanócitos
AS MICORRIZAS epiderme

Certos fungos se associam a raízes de plantas, for-


mando as micorrizas. Ambos se beneficiam dessa asso-
ciação, pois o fungo obtém nutrientes e a alga tem sua
poro
capacidade de absorção de minerais do solo aumentada.
As trufas, tão apreciadas na culinária francesa e italia-
na, são micorrizas que se desenvolvem nas raízes dos
carvalhos.

O REINO METAZOA – OS ANIMAIS mesênquima


com esqueleto

O reino Metazoa engloba seres eucariontes, pluricelu-


lares e heterotróficos. São conhecidos genericamente como
animais. Os animais estão divididos em alguns filos prin-
cipais.

Filo Porifera
Os poríferos compreendem seres conhecidos como
esponjas, uma vez que possuem o corpo totalmente per-
furado por canais ou poros. Tais animais são considerados
parazoários, pois suas células possuem alto grau de indivi-
dualidade e não chegam a formar tecidos verdadeiros. As
características principais do filo:
◆ são seres diploblásticos, isto é, apresentam apenas dois Filo Cnidaria
folhetos embrionários, a ectoderme e a endoderme; Os cnidários fazem parte dos celenterados e seu nome
◆ são todos aquáticos. A maioria marinhos; deriva do fato de possuírem a capacidade de provocar ur-
◆ possuem uma cavidade interna, o átrio ou gastrocele, ticárias (queimaduras químicas). São representados pelas
que se comunica com o meio externo por intermédio de medusas ou águas-vivas, corais, caravelas, hidras e anêmo-
numerosos poros e por uma abertura superior principal, nas-do-mar. Suas características principais:
o ósculo; ◆ são diploblásticos e os dois folhetos embrionários origi-
◆ apresentam um esqueleto formado por espículas calcá-
nam duas camadas de células: a epiderme, externa e fina,
rias e uma rede de espongina (proteína de sustentação); derivada da ectoderme e a gastroderme, mais interna,
sua digestão é intracelular;
derivada da endoderme. Entre elas há uma camada gela-
◆ reproduzem-se assexuadamente, através de brotamento,
tinosa, a mesogleia, rica em água;
ou sexuadamente por fecundação, em que os gametos
◆ apresentam simetria radial;
são lançados na água. São formadas larvas que fazem sua
◆ possuem sistema nervoso difuso, com células sensitivas
dispersão;
◆ a grande circulação de água no corpo do animal, através
que captam estímulos externos;
dos poros, faz com que sejam desnecessários os siste- ◆ apresentam tubo digestivo incompleto (presença

mas circulatório, respiratório e excretor. As trocas todas apenas de boca), com digestão predominantemente
ocorrrem por difusão; extracelular;

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nematocisto
mesogleia
boca gastroderme epiderme
célula 
glandular célula
nervosa
tentáculos célula
cnidoblasto

BIOLOGIA
muscular digestiva
testículo
célula célula
sensorial intersticial
aumento
célula célula
intersticial sensorial

ovário
vacúolo
digestivo célula epitélio
disco basal
muscular
ou pé
fibrila contrátil
(transversal) fibrila contráctil

◆ possuem grande quantidade de água, carecendo de sis- ◆ a reprodução acontece por metagênese (alternância de
tema circulatório, respiratório e excretor. As trocas são gerações) ou brotamento.
feitas por difusão, a qual é facilitada pela grande quan-
tidade de água no corpo do animal; FASE MEDUSOIDE
gastrozoides
◆ apresentam duas formas principais, a polipoide (pólipo) FASE (sexuada)
POLIPOIDE
e a medusoide (medusa). O pólipo é fixo (ou séssil), (assexuada)
enquanto a medusa é móvel (errante).
medusa
jovem medusas
mesogleia
livres-natantes
gastroderme epiderme brotos de
perissarco medusas
gonozoide
cenossarco óvulo
espermatozoide
FECUNDAÇÃO
zigoto EXTERNO
boca

pólipo medusa
plânula
(larva ciliada)

◆ Ambos podem ser indivíduos isolados ou formar colônias;


◆ sua célula característica é o cnidoblasto, utilizada para
◆ possuem três classes: Anthozoa, Cyphozoa e Hydrozoa.
defesa ou predação. Quando tocada, esta célula dispara
um filamento cheio de substâncias urticantes, que cau- A classe anthozoa compreende um dos mais bonitos
sam queimaduras graves. Estas células se localizam prin- animais coloniais que existem, os corais. Os corais são for-
cipalmente nos tentáculos. mados por pólipos muito pequeninos que, como muitos
cnidários sésseis, secretam um esqueleto de carbonato de
espinhos filamento cálcio à sua volta. À medida que os animaizinhos mor-
cnidocílio tampa urticante
desenrolado rem, os mais jovens constroem seu esqueleto por cima
nematocisto tampa dos demais, formando uma verdadeira “rocha” que pode
possuir vários metros de altura e extensão de diversos
filamento
urticante quilômetros. A cor dos corais é resultado da associação
desses seres com algas 2 as zooxantelas. O aquecimento
núcleo
das marés tem provocado o desequilíbrio nessa relação
e se veem corais sem algas, em um fenômeno chamado
célula urticante – cnidoblasto branqueamento de corais.

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Filo Plathyelmintes ◆ a excreção por células-flama também é uma adaptação
à falta de sistema circulatório, pois estas estruturas remo-
Os platelmintos são os vermes de corpo achatado. Suas
vem as excretas diretamente dos tecidos.
características principais:
Apresentam três classes principais:
◆ constituem o primeiro filo de animais que apresenta três
◆ Turbellaria: são animais monoicos (hermafroditas), de
folhetos embrionários, sendo portanto triploblásticos. A
partir deste grupo todos os demais animais são triploblás- vida livre, representados pela planária.
ticos. O surgimento da mesoderme permite a diferencia- ◆ Trematoda: são frequentemente parasitas, dioicos (com

ção da musculatura, facilitando o movimento do animal; sexos separados 2 há o macho e a fêmea). Seu principal
◆ são ainda os únicos animais acelomados, não apresen- representante é o Schistossoma mansoni, causador da es-
tando cavidade geral do corpo; quistossomose.
◆ não apresentam sistema circulatório. A ausência de sis- ◆ Cestoda: o principal representante é a Taenia, parasitos

tema circulatório faz com que tanto a circulação interna intestinais hermafroditas.
de substâncias como as trocas com o meio sejam dificul-
epiderme dorsal
tadas. Além disso, o corpo compacto, sem cavidade geral,
dificulta ainda mais a circulação; musculatura circular
musculatura longitudinal
◆ a fim de melhorar a sua superfície relativa possuem um cor- corte de
planária musculatura
po achatado, melhorando com isso a circulação e as trocas; dorsoventral
◆ o sistema digestivo, quando presente, é ramificado, intestino

compensando a falta de sistema circulatório (os nutrien- mesênquima


tes são levados diretamente aos tecidos);
epiderme ventral
◆ são os primeiros animais a apresentar simetria bilateral, ciliada
que permite a formação da cabeça, cheia de terminações ramos anteriores
nervosas que irá explorar o ambiente antes das demais do intestino
interior do
partes do corpo (cefalização incipiente); intestino
Veja abaixo os tipos de simetria encontrados ramos posteriores
do intestino
1

2 ocelo

3
A B faringe estendida
n

ameba porífero abertura


SEM SIMETRIA da faringe
SIMETRIA RADIAL

1 2 1 Células-flama

3
2

n
C D

medusa anêmona
SIMETRIA RADIAL SIMETRIA RADIAL
Turbelário 2 a planária
1
ocelos
1
2 poro genital
face dorsal
E F
(pigmentada)
3

Região
4 posterior
Região
anterior
5 face ventral
boca (não pigmentada)
equinodermo vertebrado
SIMETRIA RADIAL SIMETRIA BILATERAL faringe ou probóscide

320 PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3

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Trematódeo 2 o Schictossoma Filo Aschelmintes ou Nemathyelmintes
São os vermes de corpo cilíndrico. Suas características
principais:
ventosas ◆ são animais triploblásticos, porém apresentam um

BIOLOGIA
pseudoceloma;
canal genicóforo ◆ não possuem sistema circulatório, porém o pseudoce-
loma, uma cavidade geral cheia de líquido, facilita a
circulação interna de substâncias. Dessa forma o corpo
do animal pode ser cilíndrico;
◆ são os primeiros animais a apresentar um tubo digestivo
completo, com digestão exclusivamente extracelular. O
tubo digestivo completo evita a mistura de alimentos não
Cestódeo 2 a Taenia digeridos e restos com os produtos da digestão, fato que
ganchos ventosas acontece no tubo digestivo incompleto. Além disso, cada
ventosas
parte do tubo digestivo se especializará em determinada
função;
◆ frequentemente são dioicos, com dimorfismo sexual
acentuado (macho e fêmea são diferentes morfologica-
T.
mente);
◆ seus principais representantes são o Ascaris lumbricoides
escólex
(a lombriga) e a Wuchereria bancrofti (filária).

proglótides Corte transversal de um Ascaris


cordão nervoso dorsal

cutícula
células
musculares

canal excretor

linha lateral

intestinal
Corte transversal de uma planária
cavidade
psudocelômica

útero ovário
epiderme dorsal
camada
camada muscular
Ascaris – um nematelminto linha lateral
muscular circular
lábios
longitudinal
boca
membrana
clássica
musculatura poro excretor
linha lateral
dorsoventral
célula glandular

linha lateral boca


ânus

epiderme ventral
intensamente ciliada espículas peniais

PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3 321

312-324_PH_BIOC3_MOD21.indd 321 6/3/14 1:36 PM


Chordata
É bom saber

Bactérias “magnéticas”? Mammalia
Todos sabem que as bactérias são muito ↓
variadas, e entre elas existe uma bactéria Canidae → Canis → Canis familiaris
“magnética” (Aquaspirillum magnetotacium). Essas Carnívora
Felidae → Felis → Felis catus
bactérias absorvem e retém dentro de suas células
micropartículas de minério de ferro imantado A partir de qual categoria pode-se diferenciar o cão do
gato? Justifique.
natural (magnetita), tornando-se sensíveis ao campo
magnético da Terra (ou seja elas “sabem” para onde
fica o Norte). Aparentemente as primeiras bactérias 3 Em certas épocas do ano ocorreram as marés vermelhas,
mutantes para essa característica sobreviveram e se que são responsáveis pela morte de grande quantidade
proliferaram, porque estas (que se movimentam de seres marinhos. O que representa o fenômeno e por
com a ajuda de seus flagelos) vivem, literalmente, que ele causa a morte de seres marinhos?
na lama do fundo de rios e lagos, onde sabem em
que direção fica o fundo é uma forma de conseguir 4 (UFRJ) A vida surgiu na Terra há mais de três bilhões de
anos. Uma das primeiras formas de vida foram os pro-
alimento e não ser arrastado pela correnteza. Suas
cariotos primitivos, que eram organismos unicelulares,
“microbússolas” ajudam-nas a perceber onde é “em formados por uma membrana e protoplasma. Esses pro-
cima” e “embaixo” no lodo em que vivem. Outros cariotos foram, ao longo do tempo, incorporando DNA,
organismos (como pombos-correio e abelhas) mitocôndrias, núcleos e cloroplastos, como representado
possuem grãos de magnetita no corpo, talvez como no esquema abaixo:
um sistema de orientação durante seus voos e
DNA DNA
migrações. DNA Núcleo Mitocôndria
Núcleo Mitocôndria
Cloroplastos
BRUM, Mckane; Karp. “Biology”. Ciência Hoje.

Procarioto Eucarioto A Eucarioto B

EXERCÍCIOS
Procarioto Primitivo

1 (UFPR-Adaptada) Classificando-se os seres vivos, é


Atualmente os seres vivos são classificados em cinco
possível estabelecer uma ordem na diversidade da
reinos:
natureza, facilitando a sua compreensão. Entre as
1. Monera (bactérias e cianofíceas).
afirmativas abaixo, indique a(s) incorreta(s), justifi-
cando-a(s). 2. Protistas (algas e protozoários).
3. Fungi (fungos).
(01) O sistema binomial de nomenclatura adota a Espécie
4. Animalia (animais).
como unidade básica de classificação.
5. Plantae (vegetais).
(02) Em taxionomia, uma Ordem engloba diversas Famí-
a) As três formas da figura (procarioto, eucarioto A e
lias, assim como um Gênero reúne diferentes Espécies.
eucarioto B deram origem aos cinco reinos acima.
(04) Um determinado vegetal, de acordo com a classifica- Identifique os reinos originados por cada uma dessas
ção vigente, pertencerá obrigatoriamente a um Reino, a três formas. Justifique.
um Filo ou Divisão, a uma Classe, a uma Ordem, a uma b) Com base nos dados da figura, qual seria a melhor
Família, a um Gênero e a uma Espécie. característica para separar procariotos de eucario-
(08) O reino protista engloba organismos unicelulares tos? Justifique.
eucariontes, entre os quais se incluem protozoários e
certas algas. 5 Qual a importância da fase medusoide de um cnidário
(16) O reino Fungi engloba os cogumelos, os líquens e que faz a metagênese?
as briófitas.
(32) Os seres vivos pertencentes ao reino Monera se 6 (Fuvest-SP) Existem semelhanças entre os ciclos de vida
caracterizam por serem todos unicelulares, com uma de muitos animais cnidários (água-viva, por exemplo) e
membrana nuclear bem estruturada. os de alguns fungos, como os basidiomicetos.
a) Qual o tipo de ciclo de vida compartilhado por esses
2 O diagrama a seguir mostra as principais categorias ta- seres?
xonômicas a que pertencem o cão e o gato: b) O que caracteriza esse tipo de ciclo?

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7 (MED. SANTA CASA) Cite três características dos platel- 15 Os fungos são importantes para o homem em todos os
mintos que indicam serem eles mais evoluídos do que processos abaixo, exceto:
os celenterados (cnidários). a) fermentação, como na produção de bebidas alcoólicas
b) fabricação de antibióticos, como a penicilina
8 Nas planárias (platelmintos de vida livre), assim como c) alimentação, como os cogumelos comestíveis

BIOLOGIA
nas lombrigas (nematelmintos) os sistemas circulatório d) decomposição de organismos mortos
e respiratório estão ausentes. Comparando esses dois e) purificação do ar através da fotossíntese
grupos de animais, responda:
a) Como as planárias realizam a distribuição dos nu- 16 Algas e fungos são semelhantes em muitos aspectos.
trientes absorvidos no intestino às células do orga- Uma diferença marcante entre esses grupos, entretanto,
nismo? E as lombrigas como o fazem? é a ocorrência, em apenas um deles, de:
b) Devido à ausência desses dois sistemas as planárias
a) parede celular
são achatadas. No entanto, as lombrigas são roliças.
Explique. b) núcleo delimitado por membrana
c) clorofila
Exercícios de fixação d) gametas haploides
e) mitocôndrias

9 São seres procariontes os (as): 17 A locomoção nas amebas, protozoários da classe Sarco-
a) fungos d) protistas dina, é realizada por meio de:
b) bactérias e) vírus a) cílios
c) protozoários b) flagelos
c) pseudópodos
10 Entre organismos celulares, aparece com um exemplo de d) cílios e flagelos
procarionte:
e) flagelos e pseudópodos
a) a bactéria d) a minhoca
b) a planária e) o vírus
18 Micélio é:
c) o paramécio
a) corpo de frutificação do fungo
b) tipo de nutrição apresentado por um fungo
11 O organismo causador de determinada infecção no ho-
mem, caracteriza-se, ao microscópio, como unicelular c) um processo de união sexual de hifas de um fungo
e sem núcleo diferenciado. Ele poderá ser classificado d) um conjunto de hifas emaranhadas
como: e) o mesmo que basidiósporo
a) fungo d) protozoário
b) vírus e) metazoário 19 Quando dizemos que a nutrição de alguns fungos é sa-
c) bactéria profágica queremos dizer que:
a) os fungos são organismos autótrofos fotossinteti-
12 Um organismo celular, sem núcleo diferenciado, causa- zantes
dor de infecções no homem, provavelmente será: b) os fungos possuem capacidade de realizar fotossíntese
a) um vírus d) um protozoário c) os fungos são heterótrofos
b) um fungo e) uma bactéria d) os fungos são parasitas
c) um verme e) n.d.a.

13 Abaixo são apresentadas alternativas que estão relacio- 20 As algas azul-esverdeadas são consideradas seres pro-
nadas corretamente com fungos, exceto a que caracte- cariotas porque:
riza esses organismos como sendo:
a) não possuem cromatina
a) heterótrofos d) aclorofilados
b) não possuem clorofila e sim ficocianina
b) sapróbios e) eucariontes
c) não possuem núcleo individualizado
c) fotossintetizantes
d) apresentam estrutura cenocítica
e) não possuem parede celular
14 Um organismo formado por células nucleadas, sem pig-
mentos fotossintetizantes e que cresce sobre matéria
orgânica em decomposição é, provavelmente: 21 Cocos são:
a) fungo d) samambaia a) vírus d) bactérias
b) musgo e) eucariontes b) fungos globulares e) algas
c) alga c) protozoários

PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3 323

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22 As marés vermelhas, fenômenos que podem trazer sérios 28 O sistema excretor focalizado a seguir é característico dos:
problemas para os organismos marinhos e mesmo para
o homem, são devidas: Núcleo
a) à grande concentração de rodofíceas bentônicas na Célula do
corpo Célula-flama
zona das marés Canal excretor
b) ao vazamento de petróleo, o qual estilmula a prolife- Duto excretor
Epiderme
ração de datomáceas marinhas Poro excretor
c) à presença de poluentes químicos provenientes de
esgotos industriais a) poríferos d) celenterados
d) à reação de certos poluentes com o oxigênio produ- b) moluscos e) platelmintes
zido pelas algas marinhas
c) crustáceos
e) à proliferação excessiva de certas algas planctônicas
que liberam toxinas na água
29 Qual a sentença correta para definir o Phylum Platyelmintes
a) diploblásticos, bilatéria e acelomados
23 Sorédios são elementos relacionados à reprodução as-
b) animais de simetria bilateral, triploblásticos, celoma-
sexuada e que aparecem caracteristicamente no grupo:
dos e protnefridiais
a) das algas d) dos musgos c) triploblásticos, de simetria bilateral, acelomados e
b) das bactérias e) dos liquens protonefridiais
c) dos fungos d) são animais pseudocelomados de simetria bilateral,
triploblásticos e hermafroditas
24 Os cnidários são animais considerados polimórficos, pois e) animais pseudocelomados, triploblásticos, radiais,
neles podemos distinguir duas formas de corpo. Assinale protone-fridiais e hermafroditas
a opção que indica, corretamente, os nomes das formas
abaixo esquematizadas: 30 ..(A).. são células especializadas em ..(B).. e encontradas
nos ..(C)..
A frase acima tornar-se-á correta se os espaços forem
substituídos, respectivamente, por:
a) célula-flama; excreção; platelminto
b) célula-flama; defesa, celenterados
I II c) coanócitos; captação de alimento; celenterados
d) cnidoblastos; defesa; poríferos
e) cnidoblastos; excreção; celenterados
a) I - anêmona; II - cifomedusa
31 (UFF-RJ) Pode-se afirmar que os líquens são uma asso-
b) I - anêmona; II - gonozooide
ciação entre:
c) I - anêmona; II - medusa
a) algas e fungos com reprodução sexuada por meio de
d) I - pólipo; II - gonozooide
sorédios
e) I - pólipo; II 2 medusa
b) algas e bactérias com reprodução assexuada por
meio de esporos
25 Invertebrados fixos, diploblásticos, sem órgãos, com c) algas e fungos com reprodução assexuada por meio
digestão exclusivamente intracelular, com larva ciliada, de sorédios
natante. Trata-se de: d) algas e fungos com reprodução assexuada por meio
a) protozoários d) nematelmintes de esporos
b) espongiários e) celenterados e) algas e fungos com reprodução sexuada por meio de
c) equinodermes esporos

26 Hidras, medusas e caravelas pertencem ao filo: 32 (Uerj) A enorme diversidade das formas de vida sem-
pre encanta aqueles que tentam descrever e classificar
a) celenterados d) equinoderme espécies. A taxonomia moderna não leva em conside-
b) poríferos e) platelmintes ração apenas as características do animal, mas procura
c) anelídeo correlacioná-las a outros organismos, baseando-se em
estruturas hereditárias. Desse modo, à medida que se
27 Os primeiros animais a apresentar um sistema nervoso, analisam as variações ocorridas na passagem do nível de
embora difuso, visto que só raramente há neles concen- espécie para o nível de reino, é possível observar que:
trações de células nervosas, foram os: a) diminui a diversidade biológica.
a) espongiários d) insetos b) diminui a relação de parentesco.
b) nematódios e) celenterados c) aumenta a semelhança histofisiológica.
c) crustáceos d) aumenta o número de estruturas comuns.

324 PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3

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22 TAXONOMIA II

BIOLOGIA
BIOLOGIA
Sanguessuga 2 um hirudíneo
FILO ANNELIDA
região ventosa
anterior anterior
Os anelídeos constituem animais de corpo segmentado
(anelado). Os segmentos são denominados metâmeros e a boca

metamerização é interna e externa. Características principais:


◆ são animais segmentados;
◆ possuem um revestimento externo, ou cutícula, lisa;
◆ são triploblásticos celomados. A partir deste grupo to- ventosa
dos animais são celomados. Nos anelídeos o celoma atua posterior

como um esqueleto hidrostático. As ondas de contração


e distensão do corpo, com consequente deslocamento do
líquido celomático, desencadeam a locomoção do animal.
Aspecto interno da metamerização Poliquetos
septo mesodérmico parede do corpo água
poliquetos
areia
intestino
tubo

compartimento
celômico mesoderme

◆ sua respiração é indireta e cutânea (ou branquial nos FILO MOLLUSCA


poliquetos) apresentando hemoglobina como pigmento
respiratório;
◆ apresentam tubo digestivo completo (com boca e ânus); Os moluscos são animais de corpo mole e constituem
◆ o sistema circulatório é fechado; o segundo maior grupo de animais da Terra. Suas caracte-
◆ a excreção é feita por nefrídias (um par por segmento);
rísticas principais:
◆ a reprodução é frequentemente sexuada, podendo os ◆ são animais triploblásticos celomados;

animais ser dioicos ou monoicos. Possuem larvas; ◆ possuem o corpo dividido em três partes: cabeça, pé e mas-

Apresentam três classes principais: Oligochaeta (minho- sa visceral, geralmente abrigados por uma concha calcária;
cas), Polychaeta e Hyrudinea (sanguessugas). ◆ apresentam um tubo digestivo completo, com glândulas
e uma boca raspadora, a rádula. Nos bivalves, como o
Minhoca 2 um oligoqueto
mexilhão, que são filtradores, a rádula é ausente;
ânus
◆ possuem o corpo revestido por um epitélio rico em glân-
dulas mucosas, que mantêm o corpo úmido, e o manto,
cerdas responsável pela secreção da concha;
clitelo
 ◆ a circulação é aberta, justificando o pequeno porte dos
animais. Nos cefalópodos (o polvo, por exemplo) o
sistema circulatório é fechado, garantindo um grande
boca porte e alto grau de complexidade;

PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3 325

325-341_PH_BIOC3_MOD22.indd 325 6/3/14 1:37 PM


◆ a respiração é indireta, através de brânquias nos aquáticos Bivalve
ou de uma cavidade paleal (semelhante a um pulmão) nos
Intestino
terrestres, sistemas indiretos, que, em conjunto com a cir- Manto
Movimento
de vaivém
Glândulas
culação aberta, fazem com que a atividade metabólica seja Cavidade do digestivas Rádula
manto
baixa (exceto nos cefalópodos, que têm circulação fechada); Ânus Dentes
◆ possuem pigmento respiratório (hemoglobina e hemo- Faringe
cianina);
◆ a excreção é feita por nefrídias;
Boca Râdula Glândula Esôfago Estômago
◆ apresentam sexos separados, sendo alguns hermafroditas; salivar
Músculos

◆ o desenvolvimento é direto ou indireto (alguns pos-


ligamento
suem larvas); elástico
valvas umbo DORSAL
ligamento
elástico
◆ possuem órgãos sensoriais desenvolvidos, inclusive
com formação de imagens nítidas.
Apresentam três classes principais: gastrópodos (caracóis
e lesmas), cefalópodos (polvos e lulas) e bivalves (mexilhões). ANTERIOR
POSTERIOR
VENTRAL
Aspecto geral de um molusco hipotético linhas de
crescimento
Região dorsal
ligamento valvas
concha elástico
massa visceral
Região anterior
cabeça
região modificada palpos valva de
do pé onde se labiais concha
boca
ânus prende o bisso
borda do
boca
manto
pé manto
Região anterior pé Região ventral
brânquias

Lula 2 um cefalópodo
músculo
adutor
tentáculos
boca
massa filamentos
sifão mandíbula
visceral do bisso
exalante rádula
Região posterior
esôfago
glândula
de tinta
ânus intestino
tentáculos
brânquia estômago
FILO ARTHROPODA
olho
manto coração ceco

nadadeira
manto
pena ou
É comum que o homem coloque a sua espécie como o ápi-
gônoda gládio ce da evolução. Entretanto, um grupo taxonômico muito mais
antigo que os mamíferos, os artrópodos, constituem os seres
vivos mais bem-sucedidos da Terra. Com aproximadamente
Gastrópodo
1 milhão de espécies conhecidas (especula-se que haja alguns
Conha (que contém milhares desconhecidos), os animais que englobam os insetos
a massa visceral) e os crustáceos dominam a era atual. Estes animais interagem
com o homem de várias formas: transmitindo doenças, des-
Poro respiratório truindo materiais (madeiras, roupa), produzindo materiais que
utilizamos (cera, mel, seda) e servindo de alimento.
Olho
Nossa era não pertence aos primatas e sim aos artrópo-
Tentáculos dos. Vários fatores justificam tão grande sucesso. Podemos
Cabeça
destacar algumas de suas características:
◆ apresentam um corpo segmentado (são metamerizados),
Boca
Pé Ânus Poro genital porém os metâmeros são fundidos formando tagmas;

326 PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3

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◆ possuem um exoesqueleto rígido formado por quiti- Aspecto geral de um inseto
na (às vezes impregnado com carbonato de cálcio). Essa
cobertura externa possui vários propósitos: protege o asa anterior

animal contra choques mecânicos; serve como apoio à asa posterior


musculatura, dando mais agilidade aos movimentos;

BIOLOGIA
impermeabiliza a superfície do animal, permitindo sua
completa sobrevivência no ambiente terrestre; olho composto

◆ exoesqueleto, entretanto, como é rígido, dificulta o cres- olho simples


abdome
cimento do animal. O crescimento só pode acontecer, antenas
então, por intermédio de mudas ou ecdises. Na muda,
um hormônio específico, a ecdisona é liberado. O es- cabeça
queleto é, então, rompido e abandonado, permitindo tórax espiráculos
o crescimento, enquanto o novo exoesqueleto não é se- peças
bucais
cretado. Após a fabricação de um novo esqueleto, um
pouco maior que o anterior, este rapidamente endurece,
impedindo o aumento de tamanho.
tamanho
mudas
◆ apresentam aparelhos bucais especializados em diver-
sas formas de alimentação (picar, lamber, sugar etc.), o
que permite grande variedade ecológica. Como comem
alimentos variados, as várias espécies competem pouco
entre si;

olhos
tempo simples antena
antena

◆ em ambientes em que a concentração de sais é baixa, o


olho
animal absorve sais do exoesqueleto antes da muda, para composto
reaproveitá-los; olho
palpo labial composto
◆ exoesqueleto também impõe a movimentação através de maxila
apêndices articulados. O nome do grupo deriva dessa antena

característica (artro à articulação; podos à pés); palpo labial

◆ apresentam sistema circulatório aberto, o que justifica


o pequeno porte desses animais; olho
composto
◆ são animais dioicos, geralmente com dimorfismo sexual
e muitos apresentam fecundação interna. Muitos pos- palpo labial
suem um desenvolvimento indireto (com larvas).
O grupo apresenta cinco classes distintas:

Classe Insecta – Os Insetos ◆ a excreção é feita por túbulos de Malpighi, mediante


◆ constituem o grupo de animais com maior número de liberação de ácido úrico;
espécies (cerca de 750.000); ◆ a fecundação é interna. Formam ovos com casca (de
◆ possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen, quitina) e o desenvolvimento embrionário pode ser di-
com um par de antenas e três pares de patas; reto ou indireto.
◆ possuem respiração por traqueias (direta). Lembre-se Ametabolia: o desenvolvimento é direto, sem larvas.
de que a respiração traqueal compensa a circulação aber- (exemplo: traça).
ta quanto à oferta de oxigênio aos tecidos, permitindo Hemimetabolia: do ovo eclode uma forma jovem, a
uma alta taxa metabólica. Os insetos aquáticos podem ninfa, que é semelhante ao adulto. (exemplo: barata, gafa-
apresentar brânquias; nhoto, grilo, cupim, piolho, percevejo).
◆ uma vez que a respiração é direta, o sangue não participa Holometabolia: possuem uma larva típica, que passa por
do transporte de gases. O sangue é incolor e denominado uma metamorfose, em que se transforma no adulto. (exem-
hemolinfa. plo: mosca, borboleta, pulga, formiga, abelha).

PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3

325-341_PH_BIOC3_MOD22.indd 327 6/3/14 1:37 PM


ametabolia hemimetabolia holometabolia ◆ Possuem 1 par de quelíceras, 1 par de palpos que po-
dem segurar e triturar presas e inocular peçonha. Não
têm antenas.
◆ A respiração é por filotraqueias (indireto) e o sangue
é pigmentado.
◆ A excreção é realizada por glândulas coxais.
◆ A fecundação é interna, com desenvolvimento direto
(sem larvas).
◆ Exemplos: escorpião, aranhas, carrapatos, ácaros.

broto
quelíceras
de asa
pedipalpo
(não é pata)


patas

aguilhão

Obs.: As larvas comem muito para compensar a pequena


quantidade de vitelo presente nos ovos que as originaram.
Classe Diplopoda e Chilopoda
Crustacea – Os Crustáceos ◆ Corpo dividido em cabeça e tronco segmentado, com
1 par de antenas.
◆ Corpo dividido em cefalotórax e abdômen, com dois
◆ Respiração traqueal.
pares de antenas e pares de patas em número variável;
◆ Excreção por tubos de Malpighi.
◆ Possuem respiração branquial, exigindo a presença de
◆ Fecundação interna, com desenvolvimento direto.
pigmento respiratório e restringindo estes animais ao
◆ Exemplos: lacraia (quilópodos) e gongôlos (diplópodos)
ambiente aquático ou úmido;
Quilópodos
◆ A excreção é feita através de glândulas verdes, situadas
(1 par de patas por segmento)
próximas às antenas;
◆ A fecundação é interna ou externa, com desenvolvi-
mento direto ou indireto.
Exemplos: camarão, siri, caranguejo, lagosta, baratinha-
-do-mar.

antenas

tórax
cefalo


 
ome
 Diplópodos
abd 

 (2 pares de patas por segmento)

patas articuladas

Classe Aracnida – Os Aracnídeos


◆ Corpo dividido em cefalotórax e abdômen, com 4 pares
de patas.

328 PRÉ-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 3

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Comparação entre os diversos artrópodos

Diplópodos
Característica Insetos Crustáceos Aracnídeos
e Quilópodos

BIOLOGIA
3 (cabeça, tórax 2 (cefalotórax 2 (cefalotórax 2 (cabeça e
Tagmas
e abdômen) e abdômen) e abdômen) tórax segmentado)

Antenas 1 par 2 pares ausentes 1 par

Palpos ausentes ausentes 1 par ausentes

Quelíceras ausentes ausentes 1 par ausentes

Respiração traqueias brânquias filotraqueias traqueias

Pigmento
ausente hemocianina hemocianina ausente
respiratório

Excreção túbulos de Malpighi glândulas verdes glândulas coxais túbulos de Malpighi

Tipo de excreta ácido úrico amônia guanina ácido úrico

Fecundação interna interna ou externa interna interna

Desenvolvimento direto ou indireto indireto direto direto

Os insetos e a adaptação ao ambiente terrestre FILO ECHINODERMATA


Os insetos constituem o primeiro grupo taxo-
nômico por definitivamente possuir adaptações que
Os equinodermos (equino 2 espinhos / dermata 2
permitem a plena sobrevivência no ambiente terres-
pele) são animais exclusivamente marinhos, que possuem
tre. Existem quatro problemas básicos, que a vida no
a pele recoberta de espinhos. São os invertebrados com
ambiente terrestre cria e que são resolvidas por cada
maior grau de parentesco evolutivo com os animais supe-
grupo taxonômico de maneira diferente.
riores, os vertebrados. Suas principais características:
Problemas:
◆ são os únicos invertebrados triploblásticos deuteros-
◆ Não perder água pela superfície corporal.
tomados, característica comum como nos vertebrados;
◆ Obtenção de oxigênio do ar.
todos demais invertebrados são protostomados;
◆ Excreção com economia de água.
◆ apresentam esqueleto interno de origem mesodérmica,
◆ Desenvolvimento embrionário em meio seco.
assim como os vertebrados. A esse esqueleto estão ligados
Os insetos solucionam esses problemas da seguinte
os espinhos;
forma:
◆ sua anatomia e fisiologia é muito simplificada;
◆ possuem um tegumento impermeável devido ao
◆ apresentam simetria radial de origem secundária, uma
exoesqueleto quitinoso;
vez que na fase embrionária apresentam simetria bila-
◆ possuem um sistema respiratório interno, as tra-
teral;
queias, que levam a uma pequena perda de água;
◆ não possuem sistema circulatório, respiratório ou ex-
◆ sua excreção é eficiente e econômica (no que tange à
perda de água), mediante formação de ácido úrico; cretor. O sistema ambulacrário (canais internos por
onde circula água) vai substituir tais sistemas ausentes.
◆ fazem fecundação interna, com desenvolvimento
As trocas se dão por difusão com o sistema ambulacrário;
embrionário ovíparo. Os ovos possuem casca e são
◆ apresentam reprodução sexuada, com fecundação ex-
impermeáveis.
terna e desenvolvimento indireto.

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O Sistema Ambulacrário um animal seja considerado um cordado, basta que ele
O sistema ambulacrário é formado por uma rede de apresente estas três características, pelo menos em uma fase
canais internos, que promovem a circulação de água no de sua vida, incluindo a embrionária:
interior do corpo do animal. A rede de canais tanto pro- ◆ presença de notocorda como primeiro eixo de susten-
move as trocas internas por difusão, como serve de órgão tação;
de intumecimento dos pés ambulacrários, que possuem a ◆ presença de fendas branquiais faringeanas;
função de locomoção. ◆ tubo nervoso exclusivamente dorsal.

orifício genital
A estrutura básica de um cordado é a seguinte:
madreporito
cordão nervoso dorsal
gônada ânus notocorda
espinho

intestino

pedicelária canal ânus


canal radial
madrepórico boca artéria
canal radial ampoles fenda branquial
vesícula
de Poli
epiderme Os cordados se dividem em dois grandes grupos: os
dente protocordados e os vertebrados.
boca

Os protocordados
Apresentam cinco classes:
Classe Asteroidea Os protocordados são todos marinhos e se caracterizam
representada pelas estrelas-do-mar pela não substituição da notocorda pela coluna vertebral. O
Classe Echinoidea primeiro e único eixo de sustentação, porém, pode ou não
representada pelos ouriços-do-mar persistir na vida adulta. São constituídos por três subfilos:
Classe Ophiuroidea os hemicordados, os cefalocordados e os urocordados.
representada pelas serpentes-do-mar Cefalocordado 2 o Anfioxo
Classe Holoturoidea
tubo nervoso dorsal
representada pelos pepinos-do-mar
notocorda
cauda
Classe Crinoidea
representada pelos lírios-do-mar

Crinoide Equinoides
boca ânus
fendas branquiais

Holoturoide
Hemicordado 2 o Balanoglossus

probóscide

FILO CHORDATA boca

fendas branquiais
ânus
Os cordados compreendem uma série de animais de-
nominados genericamente de animais superiores. São os
únicos animais deuterostomados (em que o blastóporo dá
origem ao ânus), à exceção dos equinodermos. Para que

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Urocordado 2 a Ascídia culada. Envolvem duas superclasses principais: a Pisces e a Te-
trapoda. O surgimento da mandíbula colocou os gnatostoma-
dos em posição privilegiada em relação aos demais cordados,
ao permitir vários tipos de alimentação e, como consequência,
cérebro boca
entrada o aumento de tamanho e a variedade em espécies.

BIOLOGIA
de água fendas
branquiais

SUPERCLASSE PISCES – OS PEIXES


túnica

Os peixes diferem dos agnatos por muitas características.


Dentre estas se destacam a presença de arcos (ósseos ou car-
ânus
coração tilaginosos) para apoio das brânquias. Além disso, possuem
uma cintura de apoio de membros: a cintura anterior ou
testículos cintura escapular, que vai apoiar os membros pares (nada-
deiras) anteriores. O surgimento de nadadeiras pares fortes
ovário
permite melhor deslocamento e maior agilidade na água.
Envolvem duas classes:

Classe Chondrichthyes – Os peixes cartilaginosos


Os vertebrados São peixes em grande maioria marinhos, de esqueleto
Os vertebrados compreendem os cordados que têm a cartilaginoso. São representados pelos tubarões, cações,
notocorda substituída pela coluna vertebral. Suas caracte- raias e quimeras.
rísticas básicas são: ◆ Possuem escamas placoides, de origem dérmica. Os

◆ presença de notocorda como eixo de sustentação primor-


dentes são escamas modificadas.
◆ Apresentam respiração branquial. As brânquias se ori-
dial; fendas faringeanas e tubo nervoso dorsal (caracterís-
ticas de todos os cordados); ginam das fendas faringeanas e se apoiam em arcos bran-
quiais. As fendas, porém, se abrem diretamente na su-
◆ o encéfalo fica encerrado dentro da caixa craniana e a
perfície do corpo do animal, impossibilitando o controle
medula raquidiana é protegida pela coluna vertebral;
do fluxo de água (não possuem opérculo). Para respirar o
◆ corpo dividido em cabeça, pescoço, membros (que po-
animal deve se deslocar na camada de água.
dem ser ausentes) e cauda;
◆ A circulação é simples (o sangue passa uma única vez
◆ o sistema circulatório é fechado, com coração ventral;
pelo coração) e o coração é exclusivamente venoso, com
◆ a respiração é indireta, com a presença de pigmentos um único átrio e um ventrículo. Apresentam hemácias
respiratórios. nucleadas.
Os vertebrados são divididos em agnatos e gnatostomados. ◆ Tendem a afundar se pararem de nadar, uma vez que sua
Agnatos: os agnatos não possuem mandíbulas, apre- densidade é superior à da água do mar, não apresen-
sentando uma boca circular. Os únicos representantes per- tando nenhum órgão de controle de densidade. Apenas a
tencem à classe dos ciclóstomos (ciclo 2 circular, stoma 2 grande quantidade de óleo em seu fígado contribui para
orifício), na qual se incluem a lampreia e a feiticeira. São diminuir sua densidade.
animais exclusivamente aquáticos, com respiração branquial, ◆ Excretam ureia, diferentemente dos demais animais
não apresentando membros anteriores ou posteriores. São aquáticos. Parte da ureia é acumulada, a fim de manter
todos ectoparasitas de peixes, usando a boca cheia de den- a pressão osmótica interna equivalente à da água do mar,
tes para rasgar a pele dos peixes e se alimentar de sangue e na medida em que não possuem mecanismos precisos de
tecidos desprendidos. Isso limita o modo de alimentação osmorregulação. Esse fenômeno é denominado uremia
desses animais e, consequentemente, a variedade de espécies. fisiológica.
◆ Apresentam uma prega intestinal, a válvula espiral ou
tiflossole, com a função de aumentar a superfície do in-
testino.
◆ São dioicos, de fecundação interna. O desenvolvimen-
to embrionário pode ser ovíparo, ovovivíparo ou ainda
Gnatostomados: compreendem animais que possuem vivíparo. Neste caso o saco vitelínico remove nutrientes
mandíbulas verdadeiras e, consequentemente, uma boca arti- da mãe, à semelhança de uma placenta.

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Classe Osteichtyes – Os peixes ósseos ◆ Nos peixes dipnoicos (ou pulmonados), a bexiga natató-
ria pode funcionar como um pulmão primitivo. O pei-
Com mais de 20.000 espécies, entre marinhas e dulcí-
xe aspira ar, que é direcionado à bexiga natatória, onde
colas, os peixes ósseos apresentam um esqueleto ósseo. Esta
ocorre uma pequena troca gasosa. Um exemplo de peixe
e muitas outras características tornam os peixes ósseos mais
complexos do que os peixes cartilaginosos. pulmonado é a piramboia, típico da região amazônica.
Alguns outros peixes amazônicos, como o tambaqui,
◆ Possuem opérculo, placa óssea que protege as fendas
apresentam a respiração de emergência. Neste caso tro-
branquiais e possibilita o controle do fluxo de água nas
brânquias. Mesmo parado o peixe regula eficientemente cas gasosas são efetuadas na mucosa da boca e da faringe
a sua respiração. a partir de ar aspirado.
◆ Assim como nos peixes cartilaginosos, a circulação é
◆ Possuem um órgão hidrostático ligado à sua faringe, a be-
xiga natatória. A bexiga natatória regula a densidade do simples (o sangue passa uma única vez pelo coração) e o
peixe, permitindo que ele se posicione na coluna de água coração é exclusivamente venoso, com um único átrio e
332
sem ter que nadar ativamente. Quando o peixe quer subir, um ventrículo. Apresentam hemácias nucleadas.
ele secreta gases em direção à bexiga natatória e diminui sua ◆ A grande maioria possui fecundação externa, com
densidade e promove a subida. Quando ele deseja afundar, desenvolvimento embrionário também externo. Muitos
reabsorve ou expele os gases, aumentando a sua densidade. possuem estágios larvais, denominados alevinos.

Peixe cartilaginoso nadadeira dorsal

testículos nadadeira caudal

estômago baço
rim

espiráculo

fenda
branquial nadadeira anal ou ventral

nadadeira pélvica

intestino com válvula espiral


nadadeira peitoral
fígado

nadadeira dorsal
Peixe ósseo nadadeira dorsal
escamas nadadeira caudal

olho
narina

boca

opérculo

nadadeira peitoral nadadeira anal

nadadeira pélvica
abertura de ânus

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SUPERCLASSE TETRAPODA

Classe anfíbia – Os anfíbios


salamandra

BIOLOGIA
Como o próprio nome sugere (anfi 2 dupla; bio 2
sapo
vida) os anfíbios são animais que possuem uma vida dupla,
na medida em que iniciaram, na evolução, a conquista do
ambiente terrestre, mas permaneceram atrelados ao am- cobra-cega

biente aquático.
Vários são os motivos dessa vida ambígua:
Adaptações ao ambiente terrestre:
◆ Possuem circulação dupla, o que permite maior eficiên-
cia do sistema circulatório. É essencial no meio seco que
o animal tenha maior oferta de nutrientes e oxigênio
aos tecidos, já que a locomoção e a sustentação do corpo A fecundação externa e a metamorfose
exigem mais energia. A circulação é, porém, incompleta,
visto que o coração possui três cavidades (dois átrios e 12 11 10 9
13
um ventrículo), com mistura substancial de sangue ar- 14 8
terial e venoso no ventrículo único. Possuem hemácias 15
nucleadas. 16 7
◆ Apresentam pulmões, que, apesar de primitivos (são sa- 6
19
culiformes, com pequena superfície de contato), são sinal 17 18
5
de evolução em direção ao ambiente seco. 20
4
◆ A maioria é tetrápode (com quatro membros e duas 21
3
cinturas, a escapular 2 ombro e a pélvica 2 quadril),
2
permitindo eficiente deslocamento fora da água.
◆ Excretam ureia, levando a pequena perda de água du- 1

rante a formação da urina. A larva excreta amônia, pois


é aquática.
Características que os tornam dependentes do ambiente
aquático: Classe Reptilia – Os répteis
◆ A mistura de sangue arterial e venoso no ventrículo úni-
co, aliada ao pulmão de baixa eficiência, tornam neces- Os membros desta classe são animais terrestres verda-
sária a respiração cutânea. Por isso a pele é fina, úmida deiros. São várias as adaptações que permitem este estilo de
e permeável, sendo impossível evitar a perda de água pela vida. Lembre-se de que os problemas que foram resolvidos
superfície corporal. pelos insetos também foram resolvidos pelos répteis.
◆ Apresentam fecundação externa (que acontece na água).
Problemas:
Além disso, o desenvolvimento embrionário e as larvas ◆ Não perder água pela superfície corporal.

(girinos) são dependentes da água. ◆ Obtenção de oxigênio do ar.

Lembre-se: ◆ Excreção com economia de água.

◆ a fase larvar aquática, o girino, complementa a baixa ◆ Desenvolvimento embrionário em meio seco.
quantidade de vitelo que o óvulo heterolécito possui. Ele Adaptações dos répteis ao ambiente seco:
se tranforma no adulto, através do fenômeno da meta- ◆ Possuem coração com quatro cavidades. Apesar da sep-
morfose; tação ventricular imperfeita, a mistura de sangue arterial
◆ os anfíbios apresentam três tipos de respiração: na fase e venoso é muito pequena, não comprometendo a oferta
adulta possuem pulmões e respiração cutânea e a fase de O2 aos tecidos; suas hemácias são nucleadas;
larvar possuem brânquias. ◆ Apresentam pulmões de alta eficiência. A boa circu-
Apresentam três ordens: lação e o pulmão eficiente permitem que a respiração
◆ Apoda: sem membros locomotores. Ex.: cobra-de-chão cutânea seja dispensada. Consequentemente, a pele pode
◆ Urodela: com cauda. Ex.: tritão, salamandra ser seca, impermeabilizada pela camada de queratina (ca-
◆ Anuros: sem cauda. Ex.: sapo, rã, perereca. mada córnea, formada por células epidérmicas mortas).

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◆ Sua fecundação é interna, independendo de água no ◆ Apresentam altíssima atividade metabólica, garan-
meio. Além disso, o desenvolvimento embrionário é oví- tindo energia para voar. A alta taxa metabólica é pro-
paro e os ovos são dotados de casca protetora. Anexos porcionada fundamentalmente pela grande oferta de
embrionários, com cório e âmnio auxiliam o desenvol- O2, já que a circulação é completa (não há mistura
vimento embrionário, permitindo que este aconteça fora de sangue arterial e venoso no coração) e o seu pul-
da água (ovo amniota). mão possui enorme superfície de contato. Possuem
◆ Excretam ácido úrico, uma vez que são ovíparos. Lem- hemácias nucleadas.
bre que o ácido úrico é muito pouco tóxico, o que permi- ◆ Apresentam fecundação interna e são ovíparas.
te seu acúmulo no ovo, no anexo embrionário alantoide. Obs.: Algumas aves aquáticas apresentam uma glândula
Apresentam três ordens: produtora de óleo, a glândula uropigeana, o qual espalham
Chelonia: os quelônios compreendem tartarugas, ja- pelas penas, tornando-as impermeáveis.
butis e cágados. Há dois grupos principais de aves:
Crocodilia: os crocodilianos envolvem jacarés, croco- ◆ Carinatas: apresentam o osso esterno em forma de qui-
dilos e aligatores. lha ou carena, que permite maior inserção dos músculos
Squamata: neste caso há duas divisões: os lacertídios peitorais. A maioria voa bem.
(lagartos, lagartixas e camaleões) e os ofídios (cobras). ◆ Ratitas: apresentam o osso esterno achatado e não voam.
São representadas por emas e avestruzes.
crocodiliano
Classe Mammalia – Os mamíferos
Os mamíferos se distinguem dos demais vertebrados
pela presença de algumas características principais:
◆ possuem pelos anexos epidérmicos de queratina. A pele
também é seca e impermeabilizada devido à camada
córnea;
◆ possuem glândulas mamárias, responsáveis pela produ-
ção de leite, que alimentará o animal jovem;
◆ assim como as aves, possuem circulação completa. Seus
lacertídeo

quelônio pulmões, porém, são alveolares, possuindo a maior su-


ofídeo perfície de contato com o ar. Suas hemácias são anu-
cleadas, garantindo maior retenção de O2. A atividade
metabólica, portanto, é muito intensa.
Os mamíferos são divididos em três subclasses:
◆ Prototérios: são também denominados monotremados
e constituem mamíferos ovíparos. Semelhantemente aos
Classe Aves
demais animais ovíparos, possuem cloaca (abertura de
As aves constituem, juntamente com os mamíferos, o três sistemas 2 digestivo, urinário e reprodutor). Como
grupo taxonômico mais complexo dentre os animais. As estes, também excretam ácido úrico. São representados
aves constituem os vertebrados completamente adaptados pelo ornitorrinco e pela équidna.
ao voo. Isso se deve, dentre outros fatores: ◆ Metatérios: são os marsupiais. Possuem uma bolsa, o
◆ Apresentam o corpo coberto por penas, formadas por marsúpio, na qual se completa o desenvolvimento em-
queratina. Como os répteis, sua pele é seca e impermea- brionário do feto, já que sua placenta é bastante rudi-
bilizada pela camada de queratina. mentar. Possuem dois úteros e duas vaginas, refletindo a
◆ Possuem membros anteriores modificados em asas. evolução a partir dos dois ovidutos dos prototérios. Há
◆ Ossos pneumáticos (ocos) e sacos aéreos (ligados aos vários marsupiais, todos encontrados na América do Sul
pulmões) diminuem a densidade da ave, auxiliando o e na Oceania. O canguru, o koala e o gambá são exem-
voo. Além de reduzir o peso, os sacos aéreos servem como plos de marsupiais. Os marsupiais dos demais continen-
reserva de ar, que pode realizar trocas gasosas nos para- tes foram extintos devido à competição com mamíferos
bronquíolos. placentários.
◆ Não possuem bexiga, já que excretam ácido úrico (o ◆ Eutérios: são os placentários, constituindo o maior
qual é sólido). Além disso, o tubo digestivo curto não grupo de mamíferos. Apresentam um útero e uma
acumula fezes. vagina.

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o metabolismo do animal. Quando está muito quente, ao
A PECILOTERMIA E A HOMEOTERMIA contrário, procuram um lugar fresco. Com esse artifício con-
seguem manter uma temperatura interna quase constante.
Os animais endotérmicos (homeotérmicos) dependem
Animais homeotermos 3 pecilotermos da produção de calor pelo metabolismo para elevar a sua

BIOLOGIA
Entre todos os animais estudados, a maioria absoluta temperatura interna. Assim, em ambientes frios, há eleva-
constitui-se de seres pecilotérmicos, isto é, em que a tem- ção do metabolismo interno, de modo a gerar calor. Se o
peratura corporal varia de acordo com a temperatura do ambiente está mais quente, há menor necessidade de ge-
ambiente. Apenas as aves e os mamíferos mantêm cons- ração interna de calor e o metabolismo pode ser reduzido.
tantes as suas temperaturas internas, ou seja, são animais Entretanto, em temperaturas muito elevadas, a ativação dos
homeotérmicos. A grande vantagem da homeotermia é a mecanismos de resfriamento, como a sudorese nos mamí-
manutenção de uma atividade enzimática constante e alta e feros, eleva ligeiramente o metabolismo.
independentemente da temperatura ambiental, as enzimas
corporais conseguem estar sempre no máximo de atividade.
homeotermo
Além disso, estes animais podem ser encontrados pratica-
mente em quaisquer ambientes.
temperatura
metabólica
interna
pecilotermo

pecilotermo

temperatura
interna

temperatura externa
homeotermo
Observe, no gráfico, que os animais ectotermos têm
seu metabolismo elevado à medida que a temperatura am-
biental se eleva, pois o aquecimento de seu corpo aumenta
temperatura externa
a velocidade de ação de enzimas corporais, aumentando o
metabolismo. Já os endotérmicos reduzem seu metabolis-
Animais euritermos 3 estenotermos mo à medida que a temperatura aumenta, pois necessitam
Como os animais homeotermos mantêm a tempera- gerar menos energia sob maiores temperaturas.
tura corporal em valor próximo ao da temperatura ótima Para que um animal seja homeotérmico são necessários
para ação de suas enzimas, a grande maioria tolera ampla dois mecanismos principais: o aquecimento e o resfriamento.
variação da temperatura ambiente, sem prejuízo aos seus Aquecimento
processos internos. Isso permitiu a sua sobrevivência nos O aquecimento é resultado de dois fenômenos: a gera-
mais variados ambientes. ção e a manutenção de calor.
Entretanto, existem animais, independentemente de se- ◆ Geração de calor: tanto aves quanto mamíferos possuem
rem homeotermos, que toleram ampla variação de tempera- alta taxa metabólica, garantindo imensa geração de ener-
tura, os euritermos. A grande maioria desses animais é grande gia e dissipação de calor. O sistema circulatório de alta
e homeotermo. Podemos citar como exemplo as baleias. Já eficiência (sem mistura de sangue arterial e venoso no co-
outros animais são muito sensíveis a oscilações térmicas. São ração), bem como o pulmão ramificado, garantem gran-
os animais estenotermos. Por exemplo: os ratos e as galinhas. de suprimento de O2, sustentando o gasto energético.
Geralmente os animais de maior porte tendem a ser eu- ◆ Conservação de calor: a presença de penas nas aves
ritermos, pois a sua pequena superfície relativa de contato e pelos nos mamíferos proporcionam a retenção do
diminui as trocas de calor com o ambiente. calor gerado. Em animais aquáticos e/ou de clima
muito frio, a abundante camada de tecido adiposo
Animais ectotermos e endotermos subcutâneo complementa ou até mesmo substitui as
Atualmente utilizam-se mais as denominações ectoter- penas e pelos. Sob frio intenso ocorre uma vasoconstri-
mia e endotermia. Os animais ectotérmicos (que equivalem ção periférica, diminuindo a oferta de sangue à pele e
aos pecilotérmicos) aquecem seus corpos através de fontes garantindo menor perda de calor. Além disso, os pelos
externas de calor, como o sol ou uma superfície quente de e penas podem “arrepiar”, retendo calor. Os músculos
uma rocha. Por isso é comum vermos os répteis expostos ao também se contraem involuntariamente, gerando mais
sol durante o dia. O aquecimento do corpo, nesse caso, eleva calor (“tremer de frio”).

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Resfriamento
Tanto aves quanto mamíferos possuem pele fina, que materiais sintéticos com as mesmas propriedades. Essa
permite rápida perda de calor. Nos mamíferos, em especial, nova área científica na pesquisa de materiais biomo-
a sudorese (liberação de suor) resfria a pele. Aliado a isso, leculares, denominada física biomimética, ainda não
a vasodilatação periférica leva mais sangue à superfície do deu lucros, mas os pesquisadores estão entusiasmados
corpo, aumentando a dissipação de calor. Nas aves, que com a fabricação de novas substâncias baseadas em
não apresentam glândulas sudoríparas, a dissipação de calor estruturas proteicas. Os novos materiais são um exem-
é garantida pelos sacos aéreos. Neste caso, especialmente plo do que pode surgir na combinação de disciplinas
durante o voo, o ar frio é aspirado, rouba calor do corpo científicas distintas. Durante décadas, os químicos
do animal e sai quente. especializados em polímeros desenvolveram compostos
pela combinação de diversos monômeros. Mas, mesmo
É bom saber quando se toma o máximo cuidado na produção de um
polímero, o resultado é uma mistura de cadeias polimé-
Mamíferos mergulhadores ricas de diversos comprimentos, o que afeta as proprie-
Os mamíferos mergulhadores, apesar de apresentarem dades do produto final. Os engenheiros genéticos, por
respiração pulmonar, conseguem se manter submersos por outro lado, se especializaram em copiar proteínas com
um longo tempo. Como explicar este fenômeno? enorme precisão. Inserindo genes em microrganismos,
Há duas características neste grupo de animais que eles já são capazes de produzir milhares de moléculas
os singularizam em relação aos demais mamíferos. São absolutamente idênticas. Esse tipo de precisão tem sido
elas: o sonho dos químicos que trabalham com polímeros.
◆ a alta concentração de mioglobina na sua musculatura: Assim o controle absoluto do processamento permitido
sua carne chega a ser amarronzada, devido à grande pela engenharia genética promete levar a um domínio
presença deste pigmento respiratório, que aumenta o teor de materiais até agora inexplorados.
de oxigênio armazenado na musculatura; J.M. Amabis e G.R. Martho, Biologia dos organismos.
◆ seus centros respiratórios são estimulados apenas em al- São Paulo: Moderna, 1995
tas concentrações de O2 , o que permite que fiquem mui-
to tempo submersos, sem “sentir vontade de respirar”.
Além disso, possuem um grande volume sanguíneo
e um elevado número de hemácias. Durante o mer-
gulho, o comportamento destes mamíferos também se EXERCÍCIOS
altera. É o reflexo de mergulho (“diving reflex”). Há
não só a diminuição dos batimentos cardíacos (o que
diminui o fluxo de sangue aos tecidos e o consumo de 1 As estruturas numeradas ocorrem em alguns animais:
O2), como também a diminuição da atividade meta- I. coanócitos
bólica de músculos, órgãos internos e células em geral. II. cnidoblastos
É relevante lembrar que há pouco ar mantido em seus
III. células-flama
pulmões durante o mergulho, tendo em vista que eles
não poderão utilizá-lo. Dessa forma, apesar da pre- IV. rádula
sença de respiração do tipo pulmonar, estes mamíferos Qual das alternativas apresenta o conjunto de números
conseguem se manter durante um longo tempo debaixo que correspondem às estruturas que ocorrem, respecti-
vamente, nos seguintes animais: moluscos, celenterados,
d’água.
esponjas e platelmintos.
“Biology”, Solomon, Berg, Martin e Villee. Adaptado. a) IV, I , II, III
Teias de aranhas inspiram engenheiros b) III, II, I, IV
No final da década de 60, o exército norte-ameri- c) IV, II, III, I
cano descobriu que a seda produzida pelas aranhas na d) I, III, IV, II
construção das teias é tão resistente e elástica que pode- e) IV, II, I, III
ria ser usada na confecção de coletes à prova de balas.
Entretanto, nem mesmo as forças armadas americanas 2 A produção de pérolas requer a introdução artificial de
poderiam suportar os custos de equipar suas tropas com pequenas partículas estranhas no manto. Este circunda
o corpo estranho e secreta sucessivas camadas de nácar
coletes fabricados com fios de teias de aranha. sobre ele. Os animais são mantidos em cativeiro por mui-
Os cientistas estão estudando a estrutura fisico- tos anos até que as pérolas sejam formadas. Os animais
-química das teias de aranha com o objetivo de criar utilizados neste processo pertencem, respectivamente,
ao filo e à classe:

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a) Mollusca e Gastropoda transporta os excretas nitrogenados a uma série de tu-
b) Arthropoda e Crustacea bos que se abrem em poros na superfície do corpo.”
c) Arthropoda e Insecta a) planária
d) Mollusca e Cephalopoda b) minhoca
e) Mollusca e Bivalva c) gafanhoto

BIOLOGIA
d) aranha
3 Dos grupos de animais a seguir, qual você consideraria e) sapo
de maior importância econômica para o homem?
a) Porifera 8 Existe um grupo de artrópodos que solucionaram o pro-
b) Cnidaria blema da respiração aérea mediante o desenvolvimento
c) Echinodermata de um sistema de tubos ramificados que levam o oxigê-
d) Mollusca nio diretamente aos diferentes tecidos. Isto ocorre com:
e) Annelida a) insetos
b) crustáceos
4 Com relação aos moluscos gastrópodos, podemos afir- c) quilópodos
mar que:
d) aracnídeos
I. corpo mole, não metamerizado; a maioria das espé- e) diplópodos
cies é provida de concha de carbonato de cálcio e
sistema sanguíneo aberto.
9 O sistema circulatório dos insetos não permite rápida
II. corpo não segmentado, coberto por uma concha e circulação do sangue, mas esses animais podem con-
sistema sanguíneo fechado. seguir grandes quantidades de energia rapidamente,
III. corpo mole, sustentado por um endoesqueleto ou porque:
exoesqueleto e sistema sanguíneo aberto. a) são anaeróbios
IV. corpo mole, metamerizado, todas as espécies pro- b) contêm pigmentos exclusivos para o transporte de
vidas de concha de carbonato de cálcio e sistema oxigênio
sanguíneo aberto. c) só armazenam alimentos na forma de carboidratos
Na questão acima assinale: d) as lacunas de seu sistema respiratório armazenam ar
a) se apenas III e IV forem corretas e) suas células não dependem do sangue para receber
b) se apenas I e II forem corretas oxigênio
c) se apenas II e IV forem corretas
d) se apenas I e III forem corretas 10 A presença de pigmentos respiratórios (hemoglobina,
e) se apenas I for correta hemocianina, etc.) no sistema circulatório de vários
vertebrados e invertebrados mantém associadas a ati-
vidade desses dois sistemas (respiratório e circulatório).
5 Assinale a alternativa que relaciona corretamente o ani-
mal ao seu respectivo órgão excretor: Assinale a alternativa que apresenta um grupo de ani-
mais cujo aparelho circulatório não apresenta pigmen-
a) protozoários — glândulas verdes
to respiratório:
b) celenterados — túbulos de Malpighi
a) mamíferos
c) platelmintos — vacúolo contrátil
d) insetos — células-flama b) aracnídeos
e) anelídeos — nefrídeos c) crustáceos
d) aves
6 Presença de celoma, hermafroditismo e sistema circula- e) insetos
tório fechado são características que ocorrem simulta-
neamente em apenas um dos animais abaixo. Qual? 11 Os insetos dispersaram-se por todo o ambiente graças
a) caracol a sua capacidade de voar. O voo está relacionado ao
b) minhoca pequeno porte desses animais, com a presença de asas
c) formiga no tórax e com um sistema de finíssimos tubos distribuí-
d) lombriga dos pelo interior do corpo, denominados traqueias. As
e) planária traqueias, por sua vez, estão relacionadas com o sistema:
a) circulatório
7 A qual dos animais abaixo refere-se a seguinte descrição? b) nervoso
“O sangue circula por vasos, recebe os alimentos dige- c) excretor
ridos e os distribui às células do corpo; na epiderme, d) respiratório
absorve o oxigênio do ar e desprende gás carbônico; e) muscular

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12 Metamorfose é a transformação do estágio jovem para o seu desenvolvimento. Seguindo a sua sequência, essas
o adulto. Alguns insetos têm a metamorfose completa e fases são:
(metábolos), enquanto em outros a metamorfose é gradual a) embrião, ninfa, lagarta, imago
(hemimetábolos). Quais insetos exemplificam o primeiro e b) larva, pupa, lagarta, forma adulta
o segundo tipo de metamorfose, respectivamente:
c) embrião, larva, lagarta, imago
a) gafanhoto e libélula d) larva, ninfa, pupa, forma adulta
b) borboleta e barata
e) embrião, larva, pupa, imago
c) mariposa e abelha
d) percevejo e mosquito
e) besouro e mosca 18 Organismo Órgão Respiração
excretor
13 As trocas gasosas durante a respiração dos invertebrados
(coluna I) ocorrem ou não através de estruturas especia- planária (1) cutânea
lizadas (coluna II). minhoca nefrídio cutânea
Coluna I Coluna II
gafanhoto (2) (3)
1. planária ( ) brânquias
2. gafanhoto ( ) traqueias Os números 1 e 2 correspondem, respectivamente, a:
3. camarão ( ) pulmão a) célula-flama, nefrídio, traqueal
4. lesma ( ) epiderme b) nefrídio, tubos de Malpighi, cutânea
Relacione os animais às estruturas assinalando a alterna- c) célula-flama, nefrídio, cutânea
tiva que contém a ordem correta: d) nefrídio, nefrídio, cutânea
a) 3, 2, 4, 1 d) 3, 4, 2, 1 e) célula-flama, tubos de Malpighi, traqueal
b) 3, 2, 1, 4 e) 4, 3, 2, 1
c) 2, 3, 4, 1
19 Qual das afirmações abaixo é válida para os insetos?
a) As células do animal estão em contato direto com o ar.
14 O organismo cuja curva de crescimento encontra-se re-
presentada pela figura é: b) A hemoglobina transporta oxigênio e gás carbônico.
c) A obliteração de uma das aberturas do aparelho res-
piratório causará a morte do animal.
d) O animal vive apenas em ambiente de baixa concen-
tração de oxigênio.
tamanho
e) O animal forma monóxido de carbono na respiração.

20 Qual das seguintes alternativas apresenta apenas ani-


tempo mais hermafroditas?
a) planária, minhoca, solitária
a) um ouriço-do-mar
b) planária, abelha, minhoca
b) uma ostra
c) planária, abelha, solitária
c) um peixe
d) abelha, minhoca, solitária
d) uma cobra
e) abelha, minhoca, barata
e) uma abelha

21 Um determinado animal tem coração tubular na porção


15 Os tubos de Malpighi são estruturas especializadas na
dorsal do abdome. O sangue entra nele por aberturas la-
eliminação de excretas nos:
terais chamadas ostíolos, sendo empurrado para a fren-
a) anelídeos c) insetos te, passando por uma aorta dorsal que vai até a cabeça.
b) platelmintos d) celenterados Daí vai para os diversos espaços do corpo, passando
entre os órgãos, dirigindo-se para trás, entrando pelo
16 Qualquer artrópode adulto, que tenha três pares de pa- seio pericárdico. O sistema é aberto e não há veias. Há
tas, pode ser incluído na classe: alguns glóbulos sanguíneos, e o oxigênio é conduzido
a) arachnida d) crustacea por um sistema separado, de traqueias, que o levam até
b) insecta e) chilopoda as células. Tem três pares de pernas, órgãos sensitivos e
c) triplopoda se reproduz sexualmente, com metamorfose e mudas.
O animal que se enquadra nessa descrição é:
17 Metamorfose é um fenômeno que se verifica tanto em a) uma aranha d) um molusco
invertebrados como em vertebrados. Os insetos holo- b) um inseto e) um ouriço
metábolos passam por quatro diferentes fases durante c) um verme

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22 A alternativa que aponta as características principais dos 27 São animais que apresentam aparelho circulatório do
aracnídeos é: tipo aberto:
a) quatro pares de patas e ausência de antenas a) molusco e artrópode
b) quatro pares de patas e um par de antenas b) mamífero e molusco
c) quatro pares de patas e dois pares de antenas c) molusco e anelídeo

BIOLOGIA
d) cinco pares de patas e ausência de antenas d) mamífero e artrópodo
e) cinco pares de patas e um par de antenas e) anelídeo e artrópodo

23 “... tropeço em uma pedra, escavo a cavidade desco- 28 Um biólogo, em uma coleta marinha, encontrou um
berta e uma aranha imensa de pelo vermelho me olha animal desconhecido, fixo ao substrato, a 20 m de pro-
fixamente, imóvel, grande como um caranguejo... Um fundidade. Após observá-lo externamente, constatou a
besouro me lança sua emanação mefítica enquanto de- existência de espinhos na superfície corporal, de simetria
saparece como um relâmpago seu radiante arco-íris...” radial e a presença de boca e ânus em regiões opostas
Nesse trecho, Neruda não cita animais do grupo dos: do corpo. A partir disso, ele resolveu identificar tal exem-
a) crustáceos plar em um catálogo de animais marinhos e, para tanto,
escolheu o volume referente aos:
b) aracnídeos
c) insetos a) peixes
d) diplópodos b) equinodermos
c) crustáceos
24 Alguns animais substituem periodicamente seu exoes- d) poríferos
queleto, na época do crescimento. Assinale dentre as e) celenterados
alternativas seguintes aquela que exemplifica o citado
anteriormente: 29 O sistema ambulacrário acontece no filo dos:
a) estrela-do-mar a) asquelmintos
b) aranhas b) anelídeos
c) répteis c) moluscos
d) ostras d) artrópodos
e) corais e) equinodermos

25 Numa coleta, um estudante capturou alguns animais e, 30 Considere as duas séries de expressões:
baseando-se apenas em uma característica, separou-os
em três grupos, conforme o discriminado abaixo: I. celenterados A.simetria pentarradial

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 II. equinodermos B.rádula

aranha tatuzinho-de-jardim formiga III. artrópodos C.espículas

escorpião camarão cupim IV. moluscos D.nematocistos

carrapato siri barata-d’água V. esponjas E.patas articuladas


Mantida a sequência da primeira série, as letras corres-
Dentre as opções abaixo, a única que apresenta uma ca- pondem à seguinte ordem:
racterística que permitiu ao estudante separar os animais é: a) D, C, E, B, A
a) presença de apêndices articulados no corpo b) A, C, D, E, B
b) presença de segmentação no corpo c) B, A, E, D, C
c) número de antenas d) D, A, E, B, C
d) presença de quelíceras e) C, A, E, B, D

26 Existem animais que não possuem órgão ou sistema es- 31 No desenvolvimento dos cordados, três caracteres gerais
pecializado em realizar trocas gasosas. Na respiração, a salientam-se, distinguindo-os de outros animais. Assina-
absorção do oxigênio e a eliminação de gás carbônico le a alternativa que inclui esses três caracteres:
ocorrem por difusão, através da superfície epidérmica. a) notocorda, três folhetos germinativos, tubo nervoso
É o caso da: dorsal;
a) planária b) corpo segmentado, tubo digestivo completo, tubo
b) ostra nervoso dorsal;
c) drosófila c) simetria bilateral, corpo segmentado, notocorda;
d) barata d) tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas branquiais
e) aranha na faringe.

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32 Dos animais abaixo, os que têm mecanismos menos efi- c) a partir dos répteis, no carbonífero, com o apareci-
cientes para a ventilação pulmonar são: mento do ovo amniota.
a) as aves d) os mamíferos d) no mesozoico, com o aparecimento das aves, que
b) as cobras e) os crocodilianos adquiriram penas e homeotermia.
c) os anfíbios e) com o aparecimento dos mamíferos placentários e
o desenvolvimento nesses animais de cérebros mais
completos.
33 Regiões de temperaturas extremas e clima seco são des-
favoráveis aos anfíbios porque esses animais são:
38 Escolha a alternativa que traz as palavras que completam
a) pecilotérmicos e seu tegumento apresenta camada
corretamente o texto abaixo.
córnea espessa
b) pecilotérmicos e seu tegumento apresenta camada Fechados em suas cascas de ovo, os embriões de ..........
córnea reduzida e de ........... devem “viver” com seus produtos residuais
até a época de sair da casca. O problema é resolvido
c) pecilotérmicos e seu tegumento apresenta escamas
pela conversão da amônia em ácido úrico, que é então
desenvolvidas
armazenado no (a) ..............
d) homeotermos e seu tegumento não apresenta ca-
a) répteis, aves, alantoide
mada córnea
b) répteis, aves, córion
c) anfíbios, répteis, alantoide
34 Sangue arterial e venoso separado nas aurículas e mis-
turado no ventrículo é encontrado exclusivamente nos: d) anfíbios, répteis, córion
e) aves, mamíferos, placenta
a) peixes d) répteis
b) anfíbios e) anfíbios e répteis
c) anfíbios e peixes 39 Os únicos animais que mantém um mecanismo de con-
trole da temperatura corporal, mantendo-as quase sem-
pre constantes, apesar da temperatura ambiental sofrer
35 Assinale, entre as alternativas abaixo, a afirmação corre- alterações, são:
ta:
a) mamíferos e répteis
a) tanto animais ovíparos quanto ovovivíparos põem
b) aves e mamíferos
ovos com o desenvolvimento embrionário apenas
iniciado c) répteis e aves
b) tanto animais ovíparos quanto ovovivíparos põem d) peixes e anfíbios
ovos com o desenvolvimento embrionário concluído e) anfíbios e peixes
c) tanto animais ovíparos quanto ovovivíparos apresen-
tam fecundação externa 40 O mecanismo respiratório dos animais, muitas vezes, está
d) tanto nos animais ovíparos quanto nos ovovivíparos, relacionado com o meio em que vivem. Os animais aquá-
os embriões utilizam reservas alimentares do ovo ticos têm geralmente respiração branquial e os terrestres
para o seu desenvolvimento respiração pulmonar. Alguns animais respiram, também,
e) somente nos animais ovíparos o filhote eclode fora pelo tegumento ou pele ou por meio de traqueias. Assina-
do corpo materno le abaixo a sequência de nomes de animais que têm, res-
pectivamente, respiração cutânea, branquial e traqueal.
36 Tanto as plantas como os animais tiveram sua origem no a) sapo, baleia, homem
ambiente aquático. Durante a evolução biológica, as plan- b) pinguim, golfinho, gafanhoto
tas vasculares libertaram-se inteiramente da água através c) rã, peixe, gafanhoto
da formação da semente, enquanto que, entre os animais, d) minhoca, tubarão, morcego
os vertebrados o fizeram com o desenvolvimento de: e) gafanhoto, mexilhão, baleia
a) homeotermia
b) membros pentadáctilos 41 Comparando-se os vertebrados, do ponto de vista evo-
c) ovo amniota lutivo, é errado dizer que:
d) visão binocular a) os peixes possuem corações com apenas 2 cavidades
e) placenta e os anfíbios, com 3 cavidades
b) os anfíbios dependem da água para manter a pele
37 Na evolução dos vertebrados, a conquista do meio ter- úmida e respirar e os répteis, não
restre só foi definitivamente realizada: c) as aves e os mamíferos são animais homeotérmicos e
a) quando os peixes, representados pelos crossopte- os répteis e anfíbios, não
rígeos, adquiriram uma bexiga aerífera, que podia d) os anfíbios e os répteis possuem o chamado “ovo
funcionar como um pulmão. terrestre” e os mamíferos o “ovo uterino”
b) com o aparecimento dos anfíbios, que adquiriram e) répteis, aves e mamíferos possuem fecundação inter-
membros pentadáctilos e podiam locomover-se em na, mas só nos mamíferos que o desenvolvimento do
terra firme. ovo é interno

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42 Quais anexos embrionários das aves têm parte das suas 45 Um grupo de estudantes, ao excursionar pela Amazônia,
funções exercidas pela placenta, nos embriões de ma- deparou com um peixe (piramboia) praticamente imobi-
míferos? lizado numa área lamacenta. Curiosos, aproximaram-se
a) alantoide e âmnion do animal que, embora as condições fossem bastante
adversas, mesmo que muito lentamente, continuava a
b) saco vitelínico e casca

BIOLOGIA
respirar. Tal possibilidade deve-se nesses animais (dipnoi-
c) alantoide e saco vitelínico cos) à presença de:
d) casca e alantoide
a) linha lateral
e) âmnio e saco vitelínico
b) telso
c) urópode
43 Qual das alternativas abaixo apresenta uma modificação d) válvula espiral
anatômica que favoreceria a maior economia de água a
e) bexiga natatória
um animal habitante do deserto?
a) abundância de glândulas mamárias
46 Existe um dito popular que pergunta: “Quem nasceu
b) redução de espessura de camadas epidérmicas primeiro, o ovo ou a galinha?”. Sendo uma ave, do ponto
c) rins desprovidos de pelve renal de vista biológico e evolutivo, a alternativa correta para
d) ausência de glândulas sudoríparas responder a essa questão é:
e) riqueza de fibras reticulares na derme a) o ovo, pois todas as aves são ovíparas.
b) o ovo, pois as aves descendem dos répteis, que tam-
44 Considere os quatro mecanismos seguintes, relacionados bém põem ovos.
com a manutenção da temperatura do corpo dos mamí- c) a galinha, pois o ovo surgiu nas aves posteriormente.
feros: d) o ovo, que deu origem às aves e depois aos répteis.
I. dilatação dos vasos sanguíneos superficiais e) a galinha, pois os répteis que deram origem às aves
não punham ovos.
II. eriçamento dos pelos
III. aumento da secreção de suor
47 Os marsupiais são mamíferos nos quais:
IV. tremor do corpo a) falta útero e os ovos têm grande quantidade de vitelo.
Em um mamífero que esteja em um ambiente frio e úmi- b) o útero, desenvolvido, abriga os ovos até o nasci-
do, ocorrerão apenas: mento dos filhotes.
a) I e II c) faltam placenta e glândulas mamárias.
b) I e III d) os ovos, com pouco vitelo, iniciam seu desenvolvi-
c) I e IV mento no útero materno.
d) II e III e) os ovos, ricos em vitelo, desenvolvem-se fora do cor-
e) II e IV po materno.

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23 TAXONOMIA – BOTÂNICA I

a eficiência da fotossíntese. Isso é importante porque as ca-


REINO PLANTAE madas mais superficiais da água absorvem especialmente a luz
vermelha e laranja, deixando passar a luz azul e violeta. Assim,
O reino Plantae compreende milhares de espécies di- as algas marrons e vermelhas conseguem viver em grandes
profundidades, pois possuem pigmentos especializados em
ferentes de plantas, que vivem nos mais variados hábitats,
captar a pouca luz que chega nesse ambiente.
desde o congelado Ártico, às exuberantes florestas equato-
riais. Atualmente existem cinco grupos principais de plan-
tas: as algas, as briófitas, as pteridófitas, as gimnospermas e
as angiospermas. São todos eles organismos fotossintetizan-
as radiações
tes, eucariontes e pluricelulares. Seu ciclo de vida apresenta de menor
usualmente uma clara alternância de gerações (metagêne- algas verdes → absorvem
energia
(vermelhos e
se), porém, especialmente nas algas, outros ciclos podem bem o vermelho e o laranja
laranjas)
ocorrer. Há três ciclos possíveis. são absorvidas
nas camadas
superficiais

ALGAS

As algas são seres aquáticos, fazendo parte da comuni-


dade bentônica (seres fixos ao fundo). Apesar de estarem as radiações
de maior
no reino Methaphyta, sua simplicidade as coloca no rei- energia (azul
no Protista atualmente. Habitam tanto água doce como e violeta)
conseguem
salgada, variando desde exemplares microscópicos a indi- algas vermelhas e chegar às
víduos com mais de 60 metros de comprimento. São de- pardas → absorvem águas
bem o azul e o violeta profundas
nominadas talófitas, uma vez que o grau de diferenciação
celular é muito reduzido e não existem tecidos ou órgãos
especializados; o corpo da alga é simplesmente um talo,
sem regiões fisiologicamente definidas. Dessa forma, não CICLOS DE VIDA
existem tecidos condutores de seiva. Mesmo assim, o porte
das algas pode ser bastante grande, já que possuem sua
superfície completamente permeável e todo o talo é capaz As algas e os vegetais podem apresentar diferentes ciclos
de fazer fotossíntese, não havendo, portanto, necessidade de vida, como veremos a seguir.
de condução de seiva.
As algas possuem três ramos principais: Ciclo haplonte
◆ clorofíceas (ou algas verdes)
No ciclo haplonte, o indivíduo adulto é haploide (n) e
◆ rodofíceas (ou algas vermelhas)
a sua meiose acontece para a formação do zigoto (meiose
◆ feofíceas (ou algas marrons) zigótica).
Apesar de existirem algas verdes ou marrons, todas elas
possuem a clorofila a (verde) como pigmento principal da fo- gametos (n)
tossíntese. Outros pigmentos presentes em grandes quantida- mitose fecundação
des, como os carotenoides (amarelados), xantofilas (marrons)
e ficobilinas (vermelhos e azuis) podem mascarar o verde da
clorofila. Frequentemente, os pigmentos acessórios visam gametófito (n) zigoto (2n)
complementar a absorção de luz pela clorofila, aumentando meiose

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Ciclo diplonte órgãos completamente diferenciados como folhas, caules
ou raízes. Frequentemente são dioicos (sexos separados).
Neste ciclo, o indivíduo adulto é diploide e a sua meiose
forma os gametos (meiose gamética).
Hepáticas
gametos (n)

BIOLOGIA
Estas briófitas possuem o talo achatado e prostrado
meiose fecundação (junto ao chão). O talo lobado é semelhante ao fígado dos
mamíferos, o que confere o nome ao grupo. As hepáticas
gametófito (2n) zigoto (2n) são frequentemente monoicas, isto é, a mesma planta é
mitose masculina e feminina.
musgos
Ciclo haplodiplobionte
É uma metagênese típica, em que se alternam duas gera- filoide
ções. A geração gametofítica é haploide e se reproduz sexua-
damente, enquanto a geração esporofítica é diploide e se re-
produz assexuadamente. A meiose ocorre para a formação dos
esporos (meiose espórica). É o ciclo mais comum das plantas.

gametos (n) zigoto (2n)


hepática

mitose fecundação

gametófito (n) esporófito (2n)


rizoides

meiose

esporos (n) Reprodução nas briófitas


Tanto os musgos como as hepáticas apresentam um
ciclo haplodiplobionte típico, com alternância de gerações.
DIVISÃO BRIYOPHYTA – OS MUSGOS
A fase permanente nestas plantas é a fase gametofítica, con-
E AS HEPÁTICAS sequentemente haploide.
O esporófito tem reduzidos tamanho e tempo de vida,
Os musgos e as hepáticas constituem os primeiros vege- dependendo completamente do gametófito para sua so-
tais terrestres, pois possuem relativa impermeabilização da brevivência. Os gametos são formados pelo gametófito
superfície corporal, graças à presença de uma fina camada através de mitose, em estruturas denominadas gametân-
de cutina (cera). Entretanto, semelhantemente aos anfíbios, gios. O gametângio masculino é o anterídeo e formará o
esses vegetais primitivos não podem se afastar de locais gameto masculino, ou anterozoide. O gametângio femini-
úmidos, já que sua impermeabilização não é completa e no é o arquegônio e forma o gameto feminino, a oosfera.
dependem ainda bastante da água. As briófitas carecem de A aproximação dos gametos se dá através da água.
sistema de condução de seiva (sistema vascular) e uma vez Uma lâmina de água cobre as plantas e o anterozoide (que
que só conseguem transportar água e nutrientes pelo corpo é flagelado) nada até o arquegônio. Ocorre, então, a fecun-
por difusão, o seu porte é limitado. dação no arquegônio da planta feminina e se forma o zigoto
diploide. O zigoto se desenvolve formando o esporófito sobre
gametófito feminino, e será totalmente dependente deste. Na
Musgos
cápsula do esporófito (a qual corresponde ao esporângio 2 ou
Os musgos ocorrem geralmente em colônias densas estrutura formadora de esporos) ocorre meiose, formando os
(“tapetes”), em locais úmidos e sombreados. Cada planta esporos, células haploides. Levados pelo vento ou pela água,
possui apressórios finos, semelhantes a raízes, que têm a os esporos são carregados para todos os lugares. Ao germinar
função de ancoramento da planta ao solo e absorção de nu- vão originar outro gametófito; quando jovem chamado de
trientes, denominados rizoides. Entretanto, não possuem protonema, que poderá ser masculino ou feminino.

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Note bem que existe uma completa dependência da água para a reprodução nas briófitas, tornando-se impossível, portanto,
a sua sobrevivência em ambientes desprovidos de muita umidade.

Topos das plantas

arquegônio

anterídeo
esporo
germina

esporos anterozoide
oosfera
liberados

protonema oosfera anterozoide


com brotos gametófito

geração gametofítica (n)


meiose fecundação
geração gametofítica (2n)

células-mãe cápsula 


dos esporos zigoto
esporófito
seta


embrião

gametófito
jovem

dófitas é pequeno em duração e tamanho, levando a uma


DIVISÃO PTERIDOPHYTA – AS SAMAMBAIAS menor necessidade de água para a fecundação. Além disso,
E AVENCAS o esporófito é diploide, garantindo maior variabilidade ge-
nética à fase permanente.
As samambaias e avencas, que compreendem principais
pteridófitas, já foram espécies dominantes no nosso pla-
folha adulta
neta. Especialmente no período Carbonífero, as grandes
florestas eram formadas por pteridófitas de vários metros
de altura. folha jovem
As pteridófitas são plantas que já apresentam alto grau
de diferenciação celular, possuindo tecidos e órgãos dife-
renciados. Possuem um caule prostrado, denominado ri- rizoma
zoma, de onde partem as raízes e as folhas. Uma aquisição raízes
evolutiva importante do grupo é a presença de sistemas
vasculares (xilema e floema) que conduzem seiva. Dessa Lembre-se sempre: da importância da inversão de geração
forma, a distribuição de nutrientes minerais e orgânicos predominante de gametofítica nas briófitas para esporofítica
é muito eficiente, possibilitando um porte muito maior nas pteridófitas.
que o das briófitas. Além disso, estas plantas são muito ◆ O gametófito é menor: levando à menor necessidade de
mais adaptadas ao ambiente terrestre que as briófitas. O água para a reprodução e garantindo maior adaptabili-
principal motivo dessa maior adaptabilidade é a redução dade no ambiente terrestre.
da quantidade de água para a reprodução. Esta redução ◆ O esporófito (agora a planta duradoura) é diploide: sua
deve-se, principalmente, à inversão da fase permanente de variabilidade genética é maior, pois cada característica é
gametofítica para a esporofítica. O gametófito nas pteri- condicionada por um par de genes.

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Reprodução nas pteridófitas – A samambaia como exemplo
Assim como nas briófitas, as pteridófitas apresentam metagênese típica como ciclo reprodutivo. A samambaia (o es-
porófito) forma esporos mediante meiose em estruturas denominadas soros, que são agregados de esporângios. Os soros
se localizam na face ventral das folhas e parecem pequenos pontos amarronzados. Os esporos formados são dispersados

BIOLOGIA
pela água ou vento e, quando encontram condições adequadas, germinam, formando o gametófito haploide ou protalo.
O protalo é muito pequeno, constituindo-se de um gametófito, frequentemente monoico e que, portanto, possui ga-
metângios femininos e masculinos. O arquegônio (gametângio feminino) e o anterídeo (gametângio masculino) formam
os gametos, oosfera e anterozoide, respectivamente.
Assim como nas briófitas, a aproximação dos gametos é feita através da água e a fecundação ocorre no arquegônio.
Como, porém, o protalo é muito pequeno, a quantidade de água necessária para a reprodução é reduzida e a adaptação
ao ambiente terrestre é maior. Pode-se dizer que as pteridófitas são um grupo de plantas praticamente adaptado ao ambiente
terrestre, pois é mínima a quantidade de água necessária para a fecundação.
protalo
Reprodução em uma samambaia (gametófito)
arquegônio

esporo anterídeo
germina
esporos
liberados

rizoide anterozoide oosfera

geração gametofítica (n)


meiose fecundação
geração gametofítica (2n)
no arquegônio

células-mãe dos esporos

esporângio folha
zigoto

soros
embrião

esporófito
Rizoma (caule)
Raiz

DIVISÃO GYMNOSPERMAE – OS PINHEIROS

As gimnospermas constituem o primeiro grupo de plantas a apresentar flores e formar sementes. As algas, as briófitas e as pteri-
dófitas são denominadas plantas criptógamas, ou seja, que possuem órgãos reprodutores escondidos. Já as gimnospermas e angios-
permas são fanerógamas, ou seja, possuem órgãos reprodutores evidentes (presentes nas flores) ou espermatófitas (formam sementes).
As gimnospermas abrangem as plantas conhecidas genericamente como coníferas, bastante abundantes em ambientes
temperados. O pinheiro de natal, a araucária (ou pinheiro-do-paraná), as sequoias e o cedrinho são exemplos de gimnos-
permas. O nome gimnosperma significa “semente nua”, uma vez que a semente fica completamente exposta, sem proteção
de um fruto. Os frutos ocorrem apenas nas angiospermas.

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Reprodução nas gimnospermas
As flores, estruturas especializadas na reprodução dos vegetais superiores, nada mais são do que folhas modificadas. As
flores das gimnospermas são os cones ou estróbilos. Geralmente a árvore (o esporófito) possui dois cones, o feminino e o
masculino. A função do esporófito, e consequentemente da flor, é a produção de esporos. No cone masculino encontramos
androsporângios, que formarão os esporos masculinos, denominados andrósporos. Já o cone feminino possui ginosporân-
gios (arquegônios), que produzirão ginósporos, esporos femininos. Tanto os andrósporos quanto os ginósporos são células
haploides formadas por meiose a partir do esporófito 2n.
Dentro do cone, cada andrósporo desenvolve projeções laterais em forma de asa, e recebe a denominação de grão de
pólen. O grão de pólen dará origem a um microscópico gametófito masculino em forma de tubo, o tubo polínico. Os
ginósporos, por sua vez, se desenvolvem e formam o gametófito feminino, dentro do cone feminino. O gametófito feminino
sofre mitoses e forma gametos, que ficam rodeados pelo arquegônio. Note bem que os gametófitos são microscópicos e que os
esporos permanecem nos respectivos cones que lhes deram origem, diferentemente de briófitas e pteridófitas, em que os esporos
saem do esporófito, promovendo dispersão.
O vento se encarrega de conduzir o grão de pólen (gametófito masculino imaturo) desde o cone masculino até o cone
feminino. Esse evento de transporte do grão de pólen é denominado polinização. Quando o grão de pólen chega ao cone
feminino, uma estrutura especial para a fecundação, o tubo polínico, é formada pelo gametófito masculino.
Diferentemente dos demais grupos de plantas vistos até agora, a aproximação do gameto masculino e feminino não é mais
feita pela água e sim através do vento e do tubo polínico. Consequentemente, as gimnospermas constituem o primeiro grupo de
plantas a ter a reprodução absolutamente independente da água. O tubo polínico leva o gameto masculino (que equivale ao
núcleo espermático/germinativo do grão de pólen) até o gameto feminino (oosfera), e ocorre em seguida a fecundação,
dentro do cone feminino. Os tecidos haploides do gametófito feminino se transformam ainda no endosperma, um tecido
nutritivo que fará parte da semente e que auxiliará na alimentação do embrião.

polinização
pelo vento

gametófito masculino
imaturo (grão de pólen)

gametófito
arquegônio
feminino
ginósporos
andrósporos núcleo espermático
oosfera do grão de polén

geração esporofítica (n)


meiose fecundação
geração esporofítica (2n)
no arquegônio do
células-mãe do cone feminino
ginósporos cone
feminino
células-mãe do
esdrósporos megasporângio
zigoto

microsporângio

embrião na semente
semente
germina

cone masculino esporófito


Embrião
semente

Formada a semente, o cone feminino se abre e a semente, que é alada no pinheiro, é levada pelo vento, abandonando-o
e dispersando as futuras plantas (embriões contidos na semente) no ambiente. Caso a semente encontre umidade e tem-
peratura adequadas germinará, utilizando para tanto as reservas do endosperma.

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A semente abriga o embrião, que é o esporófito jovem, e
tecidos nutritivos, que sustentarão o desenvolvimento da planta As feófitas, algas pardas, possuem na sua parede celular
durante a germinação, até que esta forme suas primeiras folhas. alginatos que impedem a formação de cristais de gelo em
A semente, além de proteger o embrião, dispersa a espécie e soluções aquosas e, por isso, é fundamental para a indústria
mantém o embrião em estado latente, se as condições ambien- de sorvetes, molhos e geleias. O ácido algínico também é

BIOLOGIA
tais não forem propícias. Isso se constitui em uma enorme van- usado na indústria de tintas para manter os pigmentos em
tagem das gimnospermas em relação às demais plantas vistas suspensão, e na clarificação da cerveja.
Globo Ciência, 35, 1994. 
até agora, já que a semente pode “viajar” muito e permanecer
latente até encontrar condições ideais para a sua germinação.

Vantagens evolutivas das gimnospermas EXERCÍCIOS


◆ A fase gametofítica é microscópica, o que elimina a água
para a fecundação; 1 (Fuvest-SP) A conquista do meio terrestre pelas plantas
◆ A polinização pelo vento e a formação do tubo polínico foi possível graças a um conjunto de adaptações.
tornam a reprodução independente da água; a) Cite duas adaptações dos vegetais terrestres relacio-
◆ Forma-se a semente, que abriga e protege a planta jovem nadas à economia de água.
(embrião), bem como a nutre durante a germinação. Pos- b) Que estruturas vegetais permitem a dispersão das
pteridófitas e das gimnospermas, independente do
sibilita ainda a dispersão da planta.
meio aquático?

É bom saber 2 (Uerj) O ciclo vital de animais e vegetais que se reprodu-


zem sexuadamente exige a produção de gametas. Le-
Algas: reserva de vida no fundo do mar vando em consideração o ciclo reprodutivo das briófitas
Elas podem ser vistas em pratos típicos japoneses, envol- (A) e das angiospermas (B), responda:
vendo delicados bolinhos de arroz. Na indústria dão con- a) Cite uma desvantagem da geração haploide como
sistência a sorvetes, iogurtes e cosméticos. Nos laboratórios a fase mais duradoura do ciclo vital dos vegetais do
tipo A.
engrossam fileiras na luta contra as doenças e o envelheci-
b) Entre os vegetais que apresentam ciclo de vida do tipo
mento. São ainda encontradas em rações para animais, B, há alguns que realizam autofecundação e outros em
onde funcionam como reforço alimentar, e no combate à que a fecundação ocorre entre gametas de indivíduos
poluição marinha, no papel de um eficaz sinal de alerta. diferentes. Cite uma vantagem para a ocorrência de fe-
São as algas marinhas, que praticamente deram origem à cundação entre gametas de indivíduos diferentes.
vida na Terra e ocupam um espaço cada vez maior no dia
3 (PUC) As algas e as briófitas não apresentam vasos
a dia do homem moderno.
condutores. No entanto, algumas variedades de algas
Algumas espécies estão entre os organismos vivos mais atingem grandes dimensões, enquanto que as briófitas
antigos da Terra, presentes desde o período chamado Pré- apresentam tamanhos reduzidos. Justifique.
-Cambriano, já aproximadamente 3 bilhões de anos. Algu-
mas evoluíram nos mares e lá ficaram, outras conquistaram 4 Como você já observou, as algas, em conjunto, não fa-
as águas doces, e há ainda as que passaram a viver em zem parte de uma única categoria taxonômica e sim se
hábitat terrestre. As algas verdes deram origem a todos os encontram divididas em três reinos. Identifique os reinos
e os respectivos grupos de algas que os compõem.
outros vegetais existentes atualmente.
As rodófitas, algas macroscópicas de cor vermelha, as-
5 (UFRJ) No ciclo de vida da maioria dos vegetais observa-
sociam saúde aos prazeres da mesa. Formadas por talos e
-se uma alternância de gerações que é mostrada de for-
“folhas”, elas compõem diversos pratos da cozinha nipônica. ma simplificada, no esquema a seguir:
A Porphyra, por exemplo, conhecida como nori, é usada em
sopas ou para envolver sushis, os famosos bolinhos de arroz. fertilização
De muito interesse também são as substâncias nelas contidas
como os ficocoloides, capazes de engrossar e conferir estabili- gametófito esporófito
dade e homogeneidade a líquidos. A carragena é utilizada na
indústria farmacêutica, cosmética, de tintas e na produção meiose
de queijos, cremes e gelatinas. O ágar-ágar, dá cremosidade
aos líquidos utilizados na preparação de meios de cultura Em qual das fases 2 gametófito ou esporófito 2 não
de bactérias. encontramos pares de cromossomos homólogos? Jus-
tifique sua resposta.

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6 (Unicamp-SP) A Mata Atlântica é um ambiente bas- 12 Observe o ciclo de vida do vegetal abaixo. A meiose
tante úmido. Nesse ambiente, é comum encontrar ocorre na estrutura apontada com a seta .......... e as
diversos tipos de plantas verdes, de pequeno porte estruturas haploides são ........., respectivamente.
(alguns centímetros), crescendo sobre troncos e ra-
mos de árvores, bem como recobrindo certas áreas I
na superfície do solo. A reprodução dessas plantas
não ocorre por meio de flores, mas no seu ciclo há
gametas envolvidos. Que plantas são essas? Qual o
II
fator que limita o seu tamanho? Qual a fase transitória
do seu ciclo reprodutivo?
V III

7 (UFPI) Uma pessoa comprou, em uma floricultura, um IV


vaso com samambaia e o devolveu, alegando que a
planta apresentava manchas escuras na superfície das
folhas.
Explique para essa pessoa o que são as “manchas escu- a) IV, I, II e III d) I, II, III e V
ras” e para que servem. b) II, I, III e IV e) III, I, II e III
c) V, II, IV e V
8 (Fuvest-SP) Um estudante fez as seguintes afirmações
com relação ao pinheiro-do-paraná:
13 Todas as alternativas indicam atividades em que as algas
I. Pertence ao grupo das gimnospermas, plantas que são utilizadas como matéria-prima, exceto:
produzem sementes nuas. a) na alimentação, como fonte de proteínas
II. O fruto conhecido como pinhão é comestível. b) na fabricação de cosméticos
III. As flores encontram-se reunidas em inflorescências c) na produção de meios de cultura biológicos
compactas. d) na produção de tintas e medicamentos
IV. O caule é um rizoma. e) na reciclagem de lixo doméstico
Indique a(s) alternativa(s) incorreta(s), justificando-a(s).
14 A frase abaixo é do livro Negrinha, de Monteiro Lobato:
9 (Unicamp-SP–Adaptada) Considere os seguintes grupos “Veludo de muro velho, é como chama Timóteo a
vegetais: algas, briófitas, pteridófitas e gimnospermas. essa muscínea invasora, filha da sombra e da umidade.”
a) Cite qual é a geração dominante no ciclo reprodutivo.
A planta referida como “veludo de muro velho”, re-
b) A que fator abiótico você poderia associar a redução
presenta:
de uma das gerações? Explique.
a) os esporófitos de uma briófita
b) os protalos de pteridófitas
Exercícios de fixação c) os gametófitos de briófitas
d) os gametófitos de algas verdes
e) os talos das cianofíceas
10 Um aquário de laboratório apresentava, nas paredes
internas, um tom esverdeado, com pequeninas bolhas
junto às manchas verdes. À noite, as bolhinhas desapa- 15 Uma samambaia produz esporos que germinam prota-
los. Enquanto estes são haploides, a samambaia é diploi-
reciam. A explicação do fenômeno é que as manchas
de. No protalo, originam-se anterídeos que produzem
verdes são:
anterozoides e arquegônios que formam oosferas. A fu-
a) algas e, através da respiração, eliminam CO2 são de um anterozoide com uma oosfera dá um zigoto
b) algas e, através da fotossíntese, eliminam O2 no qual resulta nova samambaia.
c) musgos primitivos, produzindo CO2 fotossintético Diante disso, diga quando ocorre a meiose:
d) bactérias fotossintetizantes, produzindo CO2 a) na divisão do zigoto
e) liquens aquáticos, produzindo monóxido de carbono b) na fusão dos anterozoides com as oosferas
c) na formação dos esporos
11 Em algumas algas, a meiose ocorre logo após a formação d) na formação dos anterozoides e das oosferas
do zigoto. Em decorrência, as células que constituem e) na produção do protalo
essas algas são:
a) incapazes de sofrer divisão
16 Dos vegetais em que ocorre a metagênese (alternância
b) diploides de gerações), é correto afirmar que:
c) haploides a) o gametófito produz células germinativas que se fun-
d) gametas dem, formando um zigoto, o qual, sofrendo meiose,
e) esporos produz o esporófito.

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b) o gametófito é diploide, pois origina-se de duas cé- 23 Qual o produto meiótico no ciclo de vida de uma samam-
lulas germinativas. baia?
c) o esporófito é haploide, pois origina-se dos esporos. a) anterozoides
d) a meiose ocorre na formação dos esporos. b) oosferas
e) n.d.a. c) anterozoides e oosferas

BIOLOGIA
d) esporos
17 Na grande maioria dos musgos, vasos lenhosos e liberia- e) zigotos
nos:
a) faltam inteiramente
24 Os musgos apresentam reprodução sexuada e seu ciclo de
b) só existem nos caules vida é alternante, isto é, existem alternâncias de gerações
c) só existem nas folhas haploides e diploides. As estruturas denominadas espo-
d) só existem nos rizoides rófito, protonema e anterozoide são, respectivamente:
e) só existem nos caules e nas folhas a) haploide, diploide e diploide
b) haploide, haploide e diploide
18 Nas Briófitas e Pteridófitas os órgãos reprodutivos mas- c) diploide, diploide e haploide
culinos e femininos são, respectivamente: d) diploide, haploide e haploide
a) carpelos e estames e) diploide, haploide e diploide
b) androceu e gineceu
c) cálice e corola 25 Nas samambaias, a reprodução assexuada é feita pelos:
d) flores e frutos a) gametas
e) anterídeos e arquegônios b) esporos originados nos gametângios
c) soros dos gametângios
19 As plantas vulgarmente conhecidas por samambaias, d) esporos presentes nos soros
musgos e avencas correspondem a fases dos seus ciclos e) protalos
reprodutores, que os biólogos denominam, respectiva-
mente:
26 O xaxim é um produto muito usado na fabricação de
a) esporófito, gametófito e esporófito vasos e suportes para plantas. A sua utilização:
b) gametófito, esporófito e gametófito
a) aumenta o risco de extinção de certas samambaias,
c) gametófito, gametófito e esporófito a partir das quais é produzido.
d) esporófito, esporófito e esporófito b) não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é pro-
e) esporófito, gametófito e gametófito duzido a partir da compactação de folhas de certas
palmeiras.
20 Das características abaixo, a que é comum aos musgos c) aumenta o risco de extinção de certas gramíneas, a
e às samambaias é: partir das quais é produzido.
a) presença de vasos condutores de seiva d) não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é pro-
b) reprodução sexuada com utilização de flores duzido a partir de raízes de plantas aquáticas secas.
c) necessidade de água para o encontro dos gametas e) provoca a extinção de certas palmeiras das quais é
d) geração adulta duradoura diploide produzido.
e) inexistência de pigmentos fotossintetizantes
27 Na evolução das plantas, o aparecimento do tubo polí-
nico trouxe a vantagem de:
21 Algas e fungos são semelhantes em muitos aspectos.
Uma diferença marcante entre esses grupos, entretanto, a) eliminar a participação do gameta masculino na fer-
é a ocorrência em apenas um deles, de: tilização.
a) parede celular b) facilitar a nutrição do embrião.
b) núcleo delimitado por membrana c) assegurar a fertilização em meio aquático.
c) clorofila d) tornar a fertilização independente da água.
d) gametas haploides e) assegurar a sobrevivência do gameta feminino.
e) mitocôndrias
28 (Mack-SP) Com relação às características das briófitas e
pteridófitas são feitas as seguintes afirmativas:
22 A aquisição de tecidos condutores foi um importante
passo para a conquista definitiva do meio terrestre pelas I. Ambas apresentam a fase gametofítica predominante
plantas. As primeiras a apresentá-lo foram as: sobre a esporifítica.
a) briófitas d) pteridófitas II. As briófitas são avasculares e as pteridófitas são vas-
b) traqueófitas e) gimnospermas culares.
c) embriófitas III. A fase esporofítica de ambas é diploide.

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IV. Nas pteridófitas ocorre meiose espórica e nas briófitas b) Cone (estróbilo) feminino antes da fecundação
ocorre meiose gamética. c) Fruto simples sem pericarpo
Assinale: d) Folha especializada no acúmulo de substâncias de
a) se apenas I e II forem verdadeiras. reserva
b) se apenas II e III forem verdadeiras. e) Semente envolta por tegumento
c) se apenas III e IV forem verdadeiras.
d) se apenas I for verdadeira. 30 (Fuvest-SP) No reino das plantas, organismos multicelu-
e) se apenas II e IV forem verdadeiras. lares haploides:
a) produzem esporos por meiose.
29 (Fuvest-SP) O pinhão, estrutura comestível produzida por b) crescem por divisões meióticas de suas células.
pinheiros da espécie Araucaria angustifolia, corresponde c) produzem gametas por mitose.
a que parte da planta? d) são encontrados apenas em ambientes aquáticos.
a) Cone (estróbilo) masculino repleto de pólen e) originam-se diretamente de uma fecundação.

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