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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E GEOCIÊNCIAS
ÁREA DE QUÍMICA

H OH
H OH

OH

Acadêmico(a): _________________________________________

Professor(a): __________________________________________

Disciplina: AQU101 Introdução à Química

Ementa: Sistemas materiais. Energia: calores de transição, mudanças de estado de agregação. Modelos
de ligações químicas e propriedades das substâncias. Soluções: propriedades e expressões de
concentração. Termoquímica. Cinética química. Equilíbrio químico. Eletroquímica. Utilização de
atividades experimentais para a construção do conhecimento químico. Discussão sobre segurança em
laboratório químico e manuseio de substâncias químicas. Acondicionamento, armazenamento,
tratamento e destinação final de resíduos de laboratórios. Atividades experimentais básicas em
laboratório de química. Aspectos socioambientais correlatos.
1
Sistemas Materiais

Do que trata a Química?


A química busca compreender do que é feito (constituído) o mundo material. Assim, visamos entender o
mundo material de um certo modo, buscando a visão da Química para que isso se efetive.
Por exemplo, os Gregos viam 4 elementos fundamentais que constituíam o mundo material. No caso, os
Gregos explicavam o mundo material como sendo formado (constituído) dos 4 elementos: água, fogo, terra e ar. Hoje
temos outro entendimento a respeito da constituição do mundo material.
Nos perguntamos: De que é feito determinado material, por exemplo, a seiva de uma árvore, a água (do rio,
da lagoa, da fonte, do mar), o solo, etc.? A busca pela resposta nos remete a um conhecimento que já foi produzido e
sistematizado, mas muitas vezes precisamos ir além. Outras vezes a resposta não é única, pois precisamos analisar o
meio em que estamos. Assim, a resposta para a constituição da seiva de uma árvore necessita de uma análise, cujo
seus resultados não poderão ser generalizados uma vez que dependendo da região a seiva terá composição
diferenciada.
Em química, denomina-se sistema material o objeto ou conjunto de objetos estudados. Por exemplo, uma
amostra de solo, de água, de um metal, de sangue ou de um alimento, constituem um sistema material.
Pedaços de pão, de batata, de maçã, pitadas de sal ou açúcar, sucos de frutas, um pudim, a água do rio, o ar,
o solo, as rochas, a madeira, as tintas, etc, são sistemas materiais que podemos estudar. Existem materiais que são
naturais, outros que são modificados ou produzidos pelo ser humano.
Agora, você deverá citar exemplos de materiais naturais e artificiais. Qual a diferença que há entre ambos?

Vejamos, agora, de que é feito um material, como por exemplo, o ar atmosférico:

Assim, o ar atmosférico é um sistema material, sobre o qual poderemos desenvolver nosso estudo,
compreendendo importantes conceitos relacionados com a Ciência. Os sistemas materiais podem ser classificados em:
 Sistemas homogêneos: Substâncias puras e Soluções
 Sistemas heterogêneos
Qualquer sistema material que resolvermos estudar do ponto de vista químico se enquadrará em uma dessas
categorias.
Portanto, o ar atmosférico se enquadra em qual categoria?

Geralmente os materiais são sistemas homogêneos (soluções) ou heterogêneos. Os materiais são constituídos
de substâncias, geralmente por um grande número de substâncias. Essas substâncias têm características que lhes são
próprias como: cheiro forte ou fraco, temperatura de fusão alto ou baixo, e muitas outras.
Substâncias: As substâncias já conhecidas têm um nome, características (que lhe dão existência real) e
possui uma representação química (são as fórmulas).
Analisaremos algumas substâncias:
Nome Características Representação
Gás nas condições ambiente. Responsável por manter a vida.
Oxigênio Invisível. Necessário nas combustões. Muito interativo com várias O2(g)
substâncias.
H2O(s)
Necessária à vida. Pode apresentar-se nos 3 estados físicos (sólido,
Água H2O(l)
líquido e gasoso). Insípida, inodora e incolor.
H2O(g)
Gás carbônico ou Gás nas condições ambiente. Quando sólido é chamado gelo seco. CO2(g)
Dióxido de carbono Liberado no processo de respiração. CO2(s)
Substância mais abundante no ar (78%). Gás nas condições
ambientais. Quando líquido é usado na conservação dos sêmens e N2(g)
Nitrogênio
embriões. É usado por ser um gás bastante inerte (pouco interativo N2(l)
com outras substâncias).
Gás nobre. Usado em processos que exigem uma atmosfera inerte
Argônio Ar(g)
(que não sofre transformações com facilidade)
É excelente bactericida. Não o encontramos no ar, pois interage com
Ozônio as bactérias. É encontrado nas altas atmosferas, formando uma O3(g)
camada que protege a Terra dos raios ultra-violeta do Sol.
2
Outras informações sobre as substâncias e/ou materiais:
1. Gás Oxigênio: É muito interativo (pouco inerte), o que nos leva a tomarmos cuidados guardando os alimentos
como, por exemplo, a manteiga (que fica rançosa), a batatinha que escurece, bem como a maçã, ao entrarem em
contato com o O2(g) do ar. Então, como é possível que exista tão grande quantidade de O 2(g) no ar (cerca de 21%),
se ele é tão interativo? Isso é possível, porque ele está sendo constantemente reposto pelos vegetais e algas,
através do processo de fotossíntese.
2. Gelo-seco: Obtêm-se quando CO2(g) é comprimido, ou seja, submetido a pressões de até 5 atm e temperatura de -
68º C. Neste caso o gás carbônico se solidifica [CO2(s)]. Quando passa novamente para a fase gasosa ocorre a
sublimação.
3. Ozônio: Em dias de chuva, na presença de raios, pode ocorrer a formação de O 3(g), que possui um cheiro
característico e irritante. Sua formação resulta da ação das descargas elétricas em presença de O2(g) do ar.
3 O2(g) Descarga elétrica 2 O3(g).
4. A poeira: A poeira é um material composto de várias substâncias. Para ser substância deve além do nome, possuir
características específicas e uma representação química (simbologia).
Porém, nem todas as substâncias que formam o mundo material são conhecidas, portanto nem todas as
substâncias conseguimos representá-las. No ar, por exemplo, são encontradas muitas outras substâncias, além das
citadas, no entanto em pequeníssimas quantidades.

Substâncias elementares e substâncias compostas

A partir do ar é possível obter diversas substâncias, assim, o ar é um tipo de material constituído por
substâncias. Os químicos buscam separar as substâncias para obtê-las na forma pura. Para separar as substâncias,
constituintes de um sistema homogêneo ou heterogêneo, observamos as suas características (suas propriedades).
Desta forma é necessário conhecer as características das substâncias (TF, TE, densidade, cor, cheiro, solubilidade...)
para podermos separá-las1, identificá-las e representá-las.
Partindo das principais substâncias que compõem o ar, vamos separá-las em substâncias elementares
(simples) e substâncias compostas.

Substâncias elementares Substâncias compostas


Oxigênio (O2(g)) Água (H2O(v))
Nitrogênio (N2(g)) Dióxido de carbono (CO2(g))
Argônio (Ar(g))
Ozônio (O3(g))

Substâncias elementares: São aquelas substâncias formadas por átomos de um só elemento químico, ou
seja, representadas com apenas um tipo de símbolo químico.
Substâncias compostas: São aquelas substâncias formadas por átomos de dois ou mais elementos
químicos, ou seja, são representadas com dois ou mais tipos de símbolos químicos.
Os átomos dos elementos químicos (os símbolos químicos) vão constituir as substâncias.

ELEMENTOS QUÍMICOS
Uma ideia
Têm nome e representação (símbolo químico)

As características (propriedades) são das substâncias, que são constituídas pelos átomos dos
elementos químicos.
Assim, as substâncias elementares (simples) são constituídas por átomos de um único elemento químico, ao
passo que as substâncias compostas, são constituídas por átomos de dois ou mais elementos químicos.

Técnicas de Separação: No mundo material invariavelmente os materiais encontram-se formando sistemas homogêneos
1

(soluções) ou sistemas heterogêneos. Se quisermos determinar o papel de uma enzima, uma vitamina ou de qualquer das
incontáveis espécies de substâncias, precisamos extraí-las do material da qual fazem parte. Para analisar a composição de qualquer
amostra que suspeitamos ser formado por mais de um componente, precisamos separá-los e identificar as substâncias presentes, e
para tanto é necessário conhecermos as suas propriedades. Existem técnicas de separação, tais como a decantação (faz uso da
diferença de densidade entre os seus componentes), a filtração (faz uso da diferença de solubilidade entre os seus componentes),
a cromatografia (usa as diferentes habilidades das substâncias de se adsorver), e a destilação (uso das diferenças nas
temperaturas de ebulição). Assim, as substâncias componentes de um determinado material são separadas usando as diferenças
nas propriedades físicas das mesmas.
3
Os elementos químicos são apenas uma ideia, eles não têm existência real. Eles têm um nome e um
símbolo, e o que tem existência são os átomos quando estão constituindo uma substância ou quando atômicos.
Exemplo:
O elemento oxigênio (símbolo O) é apenas uma ideia.
O oxigênio atômico ou monoatômico (representação O) é um átomo isolado em baixas pressões.
O oxigênio diatômico (representação O2), é uma substância elementar, gasosa nas condições ambientes.

CLASSIFICAÇÃO quanto ao número de átomos de elementos químicos diferentes compondo uma substância:
As substâncias puras podem ser classificadas em simples(elementares) ou compostas.
Exemplos de substâncias puras simples (elementares): Fe(s), Al(s), H2(g), N2(g), O2(g), O3(g), S8(s)
Exemplos de substâncias puras compostas: H2O(s)(l)(v), CO2(s)(g), C2H6(g), NaCl(s), CaF2(s)
Quando em Química usamos a palavra composto ou composto químico, estamos justamente nos referindo a
uma substância composta.

Sistemas homogêneos e heterogêneos2

Sistema homogêneo (solução):


Soluções3 são sistemas homogêneos formados por mais de uma substância, têm composição variável e as
partes dissolvidas não são perceptíveis nem com microscópio nem com ultramicroscópio (de um ponto de vista
estrutural, a homogeneidade implica que as partículas dos diferentes componentes presentes tenham tamanho
molecular, aproximadamente diâmetro menor ou igual a 50 Å 4).
Ambos os tipos de sistema, substâncias puras e soluções, são homogêneos por possuírem as mesmas
propriedades intensivas5 em toda a sua massa. Diferentes substâncias são diferenciadas por suas propriedades
intensivas.
Uma solução, que pode ser uma xícara de chá, por exemplo, não corresponde a uma fórmula química (não
tem uma representação) já que não contém uma única substância, mas várias, e nem sempre na mesma proporção
(existe em geral uma substância que se apresenta em maior quantidade e outra em quantidade menor). O líquido
pode estar mais ou menos doce ou mais ou menos colorido, ou seja, a sua composição admite variações. Mas numa
xícara de chá na qual o açúcar se dissolveu totalmente não há qualquer porção de líquido que seja mais ou menos
doce nem mais ou menos colorida do que outra.
Assim, se dizemos água, estamos definindo o material do qual estamos falando, e o mesmo, se dizemos
sacarose (componente principal do açúcar): são substâncias. No entanto, se dizemos “água com açúcar”, estamos
nos referindo a uma solução, que teremos que definir a sua concentração, pois se tratando de uma solução sua
composição é variável.

Sistema heterogêneo: Nesse caso a sua estrutura é ao acaso (não-ordenada), e as partículas são visíveis a
olho nu, com lupa ou microscópio. Um exemplo pode ser a farinha misturada com açúcar (antes de molhar) para
preparar uma torta. Mesmo que tenham sido muito bem misturadas é possível diferenciar claramente as partículas de
uma e da outra.
Há uma grande variedade de sistemas heterogêneos, entre os quais podemos citar as dispersões.
Denomina-se dispersão o processo de subdividir um material em partículas mais ou menos pequenas e
espalhá-las no interior de outro material. O sistema que se obtém é denominado também de sistema disperso. Um
sistema disperso consta de:
 Partículas dispersas;
 Meio dispersante
De acordo com o tamanho das partículas dispersas, os sistemas dispersos podem ser classificados em:
- Dispersões coloidais ou colóides: têm partículas pequenas, chamadas micelas, não visíveis por qualquer meio ótico,
mas capazes de produzir efeito Tyndall, que se aprecia com um ultramicroscópio. São, por esse motivo,
considerados sistemas heterogêneos.

2
Um método de laboratório comumente usado para decidir quando o sistema é homogêneo ou heterogêneo baseia-se na medida
de temperatura de mudança de fase.
3
Alguns autores consideram as soluções como misturas homogêneas, porém recomenda-se o não uso do termo mistura.
4
1 Å = 10-10 m
5
Propriedade que não depende da quantidade, mas do material em si mesmo, como a densidade, o sabor, o odor e a cor, são
propriedades intensivas da matéria. A química interessa-se particularmente por essas propriedades. Já as propriedades
extensivas, são aquelas que dependem do tamanho (extensão) da amostra. Massa e volume são propriedades extensivas.
4
O efeito Tyndall é um “fenômeno em virtude do qual as finas partículas presentes em um líquido turvo ou na
atmosfera brilham ao difundir a luz e, se são numerosas, permitem ver os fachos de raios luminosos, como ocorre
quando um raio de sol atravessa o ar de um local escuro”.
Para apreciar em que consiste esse efeito pode-se colocar água com clara de ovo em um frasco e iluminá-lo
pelo lado com uma lanterna em um lugar escuro.
- Dispersões finas: partículas dispersas não visíveis a olho nu, mas visíveis com uma lupa ou microscópio (leite
homogeneizado).
- Dispersões grosseiras: partículas dispersas visíveis a olho nu (sopa de massa, de verdura ou outra).
Outra classificação das dispersões é a que leva em consideração o estado de agregação do meio dispersante e
das partículas em:
- Suspensões6: sólido disperso em líquido, como as batidas liquidificadas de fruta.
- Emulsões: líquido disperso em um líquido, como a maionese e o molho branco.
- Espumas: gás disperso em um líquido, como nas claras ou gemas batidas, ou a espuma que é produzida durante a
fervura do leite ou de caldos. Os sabões e detergentes são também recursos sempre presentes na cozinha para
produzir espumas.

A Química segundo os químicos

Segundo Linus Pauling, “A química é a ciência que estuda as substâncias: a sua estrutura, as suas
propriedades e as razões que as transformam em outras substâncias”.

Propriedades dos materiais

Descrever um objeto material implica fazer referência às suas propriedades tais como peso, volume, cor,
sabor, odor, etc.
É possível classificar essas propriedades em duas categorias:
 As que dependem da quantidade de material, como o peso, massa e o volume, que são chamadas de
extensivas.
 As que não dependem da quantidade, mas do material em si mesmo, como o sabor, o odor e a cor, se
chamam intensivas.
Podemos ter pedacinhos de açúcar de diferente massa e volume, mas todos são brancos e doces. Ou seja, a
massa e o volume (propriedades extensivas) dependem da quantidade de açúcar que se tiver, a cor e o sabor

6
A força da gravidade é maior que a das interações entre as partículas, de modo que as suspensões acabam por sedimentar e
apresentar duas fases, na forma de sistema heterogêneo. Muitos medicamentos estão na forma de suspensão, por isso está escrito
na bula “Agite antes de usar”.
5
(propriedades intensivas) não dependem da quantidade de açúcar que se tiver, mas são características próprias do
açúcar.
A química interessa-se particularmente pelas propriedades intensivas, ou seja, as propriedades características
dos materiais, que são as que permitem reconhecê-los. Entre essas pode-se estabelecer ainda uma nova classificação:
 Caracteres ou propriedades organolépticas, que são os que podem ser percebidos através dos sentidos, como a
cor, o odor ou o sabor;
 Propriedades físicas, ou propriedades características, cujo valor é determinado por meio de instrumentos de
medida. O peso específico, a densidade, a viscosidade, as temperaturas de fusão e de ebulição são exemplos
desse tipo de propriedades.

Caracteres organolépticos

Na vida diária, reconhecemos os materiais, como por exemplo, os alimentos, pelos seus caracteres organolépticos, que
consistem na série de aparências (aspecto, cor, odor, consistência, sabor).

Propriedades físicas

Certas propriedades físicas, como densidade ou viscosidade, são muito importantes vocês procurarem
conhecer.
A densidade é a relação entre a massa7 e o volume, ambas propriedades extensivas. Mas a massa e o volume
para um mesmo material são diretamente proporcionais, de modo que o quociente entre ambos tem sempre o mesmo
valor, que é característico para cada material, e, portanto, a densidade é também uma propriedade intensiva . A água
tem uma densidade de 1 g/cm3, os corpos de maior densidade afundam nela e os de menor densidade flutuam.
Como acabamos de ver, para um mesmo material o peso específico e a densidade têm o mesmo valor
numérico e unidades com o mesmo nome, mas no caso do peso específico o grama é uma unidade de força (grama
força [gf]) e no caso da densidade o grama é uma unidade de massa (grama massa [g]), de outro sistema de
unidades. Isso pode ser compreendido considerando que o peso de um grama massa é um grama força. 8

Confusão entre densidade e viscosidade

Outro erro comum é confundir densidade com viscosidade. É comum dizer que o azeite é mais denso (ou mais
pesado ou mais espesso) que a água, quando na realidade é menos denso e mais viscoso.
É necessário compreender o conceito de viscosidade. Portanto, o líquido se distingue do sólido porque pode
fluir. Na experiência dos vasos comunicantes costuma-se limitar a atenção ao equilíbrio final no qual o líquido atinge o

Massa: Massa é uma medida de quantidade de matéria, cuja unidade internacional de medida é o quilograma (kg).
7
8
Nas condições de latitude e altitude mencionadas anteriormente.
6
mesmo nível nos dois vasos. Mas se observarmos o líquido a partir do momento em que se produziu uma diferença de
nível, é possível ver que o equilíbrio se estabelece mais ou menos rapidamente dependendo da natureza do líquido.
Assim, por exemplo, se para chegar ao equilíbrio com água são necessários alguns segundos, com glicerina seriam
necessários alguns minutos. Diz-se que a água é mais fluida ou que a glicerina é mais viscosa.
Na cozinha é frequente que o sucesso de um prato dependa, em grande parte, de conseguir fazer com que ele
mantenha a viscosidade adequada, como no caso dos molhos, os cremes e as geleias.

Um caso interessante para refletir!

O clorofórmio é vendido, em lojas de produtos químicos, por massa (d = 1,4 g/cm3); já o éter comum(éter
etílico) é vendido por volume (d = 0,8 g/cm 3).
Se ambos são líquidos, nas condições ambiente, por que um é vendido por massa e o outro por volume?

EXPLICAÇÃO: Sendo a densidade da água igual a 1,0 g/cm 3, significa que


cada 1 g de água ocupa um volume de 1 cm3, ou cada 1 kg de água ocupa um
volume de 1 litro. Utilizando esse raciocínio, cada 1 litro de clorofórmio possui
uma massa de 1,4 kg; já 1 litro de éter etílico possui uma massa de 0,8 kg. Dessa
forma você constata que líquidos mais densos que a água são vendidos por
massa; os menos densos são vendidos por volume.
CONCLUSÃO: O que é muito denso é vendido por massa; o que é pouco denso é
vendido por volume

Métodos de separação dos componentes de um sistema

Destilação

A destilação é o mais importante método para purificação de líquidos. Há dois tipos de purificação que se pode
realizar por destilação:
a) Separação de um líquido volátil de substâncias não voláteis: a purificação da “água da torneira” por destilação é um
exemplo, pois a principal modificação que ocorre neste processo é a separação da água dos vários sais, óxidos etc.,
que se encontravam dissolvidos ou suspensos.
b) Separação de um líquido volátil de outros líquidos voláteis: para que essa separação seja possível é essencial que
haja diferença entre as temperaturas de ebulição. Quando essa diferença é grande, ou quando não é necessária
uma separação muito eficiente, pode-se empregar a destilação simples (emprega-se, por exemplo, uma
destilação simples para a aguardente9 de cana da maior parte dos componentes resultantes da fermentação,
constituída principalmente por água). Já quando a diferença entre as temperaturas de ebulição for pequena, ou
quando é necessário recorrer a uma destilação fracionada (empregada, por exemplo, para separar o álcool etílico
(96 ºGL) da água durante sua fabricação, ou para separar as várias frações do petróleo como pentano, hexano,
gasolina, nafta, querosene etc.)10.
A técnica da destilação compreende duas operações: vaporização e condensação. No laboratório, a
vaporização é feita num balão, aquecido geralmente com um banho de óleo ou com uma manta elétrica; a
condensação é feita em um condensador. A temperatura de ebulição pode ser observado com um termômetro
colocado de forma a medir a temperatura do vapor em uma temperatura próxima da saída para o condensador.

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A aguardente é, na verdade, essencialmente um sistema constituído de etanol e água, contendo cerca de 45% de álcool etílico (45
ºGL). O sistema resultante da fermentação contém aproximadamente 8% de álcool etílico (etanol). Ela é destilada em um aparelho
simples, que não faz separação eficiente, e assim destila-se um sistema contendo partes quase iguais de etanol e água.
10
Uma dúvida que assalta frequentemente os estudantes é quando se faz necessário usar destilação fracionada. Uma regra simples
e útil é a seguinte: para separar dois líquidos com eficiência razoável, é preciso usar destilação fracionada sempre que a diferença
entre as temperaturas de ebulição dos dois líquidos for menor do que 80 ºC.
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Destilação Simples Destilação Fracionada

Sistema

Sistemas Azeotrópicos

Um azeótropo é um sistema de dois ou mais


líquidos (de diferentes temperaturas de ebulição) que
destila em temperatura constante e sem alterar sua
composição (isto é, a composição do vapor é idêntica à
do líquido). Apesar de ter temperatura de ebulição e Temperatura
composição definidas, o azeótropo não é uma de Ebulição

substância química pura, mas se a pressão é mantida


constante este apresenta comportamento idêntico, ou
seja, a temperatura de ebulição permanece constante. Temperatura
de Fusão
Um azeótropo pode ter temperatura de ebulição maior
ou menor do que os líquidos que o constituem. Como
exemplo tem-se o caso do azeótropo formado por água
e etanol. Água T.E. 100 ºC; Etanol T.E. 78,3 ºC;
Azeótropo (4,4 % m/m) T.E. 78,15 ºC.

Filtração

A filtração usa as diferenças de solubilidade (a habilidade de se dissolver em um solvente particular). A


amostra é agitada com o líquido e, então, passada por uma malha fina, o filtro. O material solúvel se dissolve no
líquido e passa pelo filtro. O material insolúvel não se dissolve e fica preso no filtro. A técnica pode ser usada para
separar açúcar de areia, porque o açúcar é solúvel em água e a areia não. A filtração é comumente o primeiro estágio
no tratamento da água fornecida para nossas casas.

Cone simples de papel Sistema de filtração simples


de filtro utilizado nas Papel pregueado empregado quando se em que se utiliza um funil
filtrações em que se deseja efetuar uma filtração mais rápida e simples onde foi adaptado
está interessado no interessa o filtrado, apresentando assim maior um cone de papel de filtro.
sólido. área filtrante.

Decantação

Esta técnica faz uso da diferença de densidade entre os componentes de um determinado sistema. Um líquido
flutua sobre outro líquido ou está acima de um sólido é decantado.
8
Sólido-líquido
Tendo-se um sistema heterogêneo de um líquido com um sólido e, sendo este mais denso, os componentes
podem ser separados por decantação. Por este procedimento o líquido pode ser obtido completamente livre de sólido.
Mas o sólido fica ainda molhado pelo líquido.

Líquido-líquido
Tendo-se um sistema heterogêneo cujos componentes sejam líquidos de densidades diferentes, é
possível separá-los, decantando-os com o auxílio de um funil de separação (pêra de separação). Por
este procedimento, uma das fases geralmente permanece com pequeníssima quantidade da outra.

Cristalização e Precipitação

A cristalização ocorre quando o soluto se separa da solução como cristais por evaporação do solvente. Por
exemplo, os cristais de sal que se formam quando a água evapora. Na precipitação, o soluto se separa tão
rapidamente da solução, que não há tempo para formar um único cristal. Ao invés disso, o soluto forma um pó fino
chamado precipitado. A precipitação é muitas vezes, quase instantânea.

Mudanças de fases de agregação

O termo vapor é usado para indicar a forma gasosa


de uma substância que normalmente é sólida ou líquida nas
condições ambiente (25ºC e 1 atm). Portanto, falamos de gelo
(a forma sólida da água), água líquida e vapor de água.

Diferença entre gás e vapor

Uma substância em estado gasoso é um gás ou um vapor?


Na linguagem corrente, as palavras gás e vapor nem sempre têm uma distinção muito clara. No estudo de
Química, porém, por convenção, costuma-se adotar para essas palavras sentidos específicos. Tal convenção está
baseada no estado físico que a substância apresenta quando se encontra sob condições ambientais normais 11.
Se a substância é líquida ou sólida sob condições ambientais normais, costuma-se dizer que ela se transforma
em vapor. Água e álcool etílico, por exemplo, são substâncias líquidas sob condições ambientais normais. Ferro e
alumínio são substâncias sólidas. Desse modo, temos vapor de água, vapor de álcool etílico, vapor de ferro e vapor de
alumínio.
Se a substância já é gasosa sob condições ambientais normais, dizemos que ela constitui um gás. Por
exemplo, sob condições ambientais normais, o oxigênio, o nitrogênio e o dióxido de carbono, que existem no ar, estão
sempre no estado gasoso. Dizemos, por isso, gás oxigênio (e não vapor), gás nitrogênio e gás dióxido de carbono (ou,
como é também conhecido, gás carbônico).

Gráfico para mudança de fase da agregação da água

Vejamos o que acontece quando aquecemos uma amostra de água no estado sólido. Como vemos na figura
abaixo, inicialmente sua temperatura sobe constantemente. Embora as moléculas continuem juntas em uma massa
sólida, elas oscilam mais e mais vigorosamente em torno de suas posições médias. Entretanto, ao atingir a
temperatura de fusão, as moléculas têm energia suficiente para se moverem umas em relação às outras. Nessa

11
Condições ambientais normais são: temperatura de 25 ºC e pressão de 1 atm, que é a pressão atmosférica ao nível do mar.
9
temperatura, toda a energia adicionada é usada para vencer as forças atrativas entre as moléculas. Por isso, embora o
aquecimento continue, a temperatura permanece constante na temperatura de fusão até que toda a água tenha
fundido12. Somente, então, a temperatura recomeça a aumentar continuamente até atingir a temperatura de
ebulição. Na temperatura de ebulição, o aumento da temperatura cessa novamente. Agora as moléculas de água têm
energia suficiente para passar para o estado de vapor e todo o calor fornecido é usado para formar vapor. Depois que
toda a amostra vaporiza e o aquecimento continua, a temperatura do vapor aumenta de novo.

Temperatura (ºC)
6,01 kJ.mol-1
40,7 kJ.mol-1 Vapor
x x
Temperatura
de ebulição 7,5 kJ.mol-1
100
Valores de Temperaturas Líquido que se vaporiza
de fusão e Ebulição para a
pressão de 1 atm (1 bar)
Líquido
Temperatura
de fusão
0
Sólido
que
se funde

Sólido

Tempo transcorrido

Assim, para substâncias puras, as mudanças de fases


de agregação podem ser representadas conforme os
gráficos ao lado e abaixo:

Ebulição

Fusão

Como fica esta curva de aquecimento para uma solução, como por exemplo, água salgada?

Quando a água salgada é fervida, não só o início


da ebulição ocorre acima da temperatura de ebulição da
água pura, mas a temperatura sobe vagarosamente,
quando a água se evapora consequentemente a
concentração do sal na solução remanescente aumenta.
Com apenas poucas exceções, comparativamente, todas
as soluções apresentam este comportamento durante as
mudanças de estado.

12
Somente para a substância química água é admitida a utilização do termo derretido.
10
Sistema eutético

A temperatura de fusão de determinados


sistemas (obrigatoriamente homogêneos e sólidos)
é menor que a temperatura de fusão dos seus
constituintes, de modo que uma possível separação
(ou extração) por aumento da temperatura é
ineficaz: o sistema se funde, no entanto, por ser uma
temperatura menor que a necessária para a fusão
dos dois componentes, os mesmos permanecem
numa mesma fase. Fusão
constante
Dentre os possíveis sistemas eutéticos, o
grupo das ligas metálicas é o mais notável, pois a
maioria dos metais não se apresentam puros na
Natureza, mas na forma de sistemas sólidos,
chamados minerais. Um grande exemplo são as ligas
de bronze (utilizadas na fabricação de moedas) que
são constituídas por Cobre (Cu(s)) e Estanho (Sn(s)):
impossíveis de se separar por fusão.
Outra característica dos sistemas eutéticos é que durante o processo de fusão a temperatura não se altera, até
que o componente mais volátil seja totalmente descristalizado, ou seja, se comporta como uma substância pura. Por
exemplo: A liga de Estanho(Sn(s)) e Chumbo(Pb(s)) (solda) funde a 183°C, sendo que a temperatura de fusão do
Estanho é de 232°C, e do Chumbo é de 327°C. Assim, a solda funde-se na temperatura de 183°C (constante) até
que todos os cristais de Estanho (componente mais volátil) sejam desfeitos. Quando isso acontece, a temperatura
começa a aumentar e a liga tende a desfazer os cristais de Chumbo que ainda restam.

Energia

Um dos conceitos mais importantes para entender as mudanças que a matéria pode sofrer é “energia”. Para
nosso entendimento primeiro, trataremos energia como uma medida da capacidade de realizar trabalho. Portanto,
energia é necessária para levantar um peso ou para forçar uma corrente elétrica através de um circuito. Quanto maior
a energia de um objeto, maior sua capacidade de realizar trabalho13.
Existem três formas importantes de energia em química: energia cinética, energia potencial e energia
eletromagnética. Medidas de energia são dadas na unidade chamada joule (J).
Energia mecânica é a energia que um objeto possui devido a seu movimento ou a sua posição. A energia de
movimento é chamada energia cinética. Já a energia potencial mecânica é a energia que depende da posição do
objeto, e não do seu movimento. Energia cinética (Ek) é a energia que um corpo possui devido ao seu movimento.
Para um corpo de massa m movimentando-se à velocidade v, a energia cinética é Ek = ½ mv2.
Portanto, se dois objetos têm a mesma massa, movimenta-se mais rapidamente o de maior energia cinética, e
se dois objetos movimentam-se com a mesma velocidade, o de maior massa tem maior energia cinética.
Energia potencial (Ep) é a energia que um corpo possui em função de sua posição. Não existe uma fórmula
única que possa ser dada para a energia potencial de um objeto porque depende da natureza das forças atuando
sobre o objeto. Entretanto, existem dois casos simples. Um corpo de massa m a uma altura h sobre a superfície da
Terra possui uma energia potencial Ep = mgh relativa à sua energia potencial sobre a superfície, onde g é a constante
conhecida como a aceleração de queda livre. Esta fórmula mostra que quanto maior a altura em que se encontra um
objeto, maior será a sua energia potencial. Outro tipo de energia potencial que é especialmente importante em
química: a energia potencial de Coulomb de uma partícula de carga q1 a uma distância r de uma outra partícula de
carga q2 é Ep  q1 q2 .
r
Energia do campo eletromagnético: Energia transportada pelas ondas de rádio, ondas de luz e raios X.
Um campo eletromagnético é gerado pela aceleração de partículas carregadas e consiste de um campo elétrico
oscilante e de um campo magnético oscilante. Um campo elétrico afeta partículas carregadas. Um campo magnético
afeta partículas carregadas em movimento.

Considerando-se apenas o trabalho mecânico, podemos dizer que este é realizado quando um objeto é movimentado contra
13

uma força de oposição. Por exemplo, ao levantarmos um livro de uma mesa, realizamos um trabalho sobre o livro, porque o
deslocamos contra a força de oposição da gravidade. Há outras formas de trabalho.
11
Uma característica muito importante da energia total (energia cinética + energia potencial) é que, se não
existem influências externas, ela é constante. A energia cinética e a energia potencial podem converter-se uma na
outra, mas sua soma é constante. A energia pode ser convertida em calor 14, elevando assim a temperatura15 do
próprio sistema ou do ambiente.
Matéria e energia são noções que explicam praticamente tudo que ocorre na natureza. A noção de matéria é
simples de ser compreendida, quando se manuseia objetos sólidos, se bebe água (líquido) ou se respira ar (gasoso).
Energia já é um conceito mais amplo, que envolve fenômenos naturais ou atividades como aquecer ou resfriar, puxar
ou empurrar um objeto.
Energia, trabalho e calor são todos expressos nas mesmas unidades: calorias, joules (unidade do sistema
internacional SI) ou ergs.
1 caloria(cal) = 4,18 joules (J) 1 joule = 0,24 calorias
3
1 kcal = 10 cal 1 kJ = 103 J
1 kcal = 4,18 kJ 1 kjoule = 0,24 kcal
1 Joule (J) = 107ergs 1 cal = 4,18 . 107 ergs
Calorimetria: é a medida das quantidades de calor absorvidas ou liberadas durante uma transformação.
Você sabe qual é a diferença entre quantidade de calor e temperatura?
Calor é o nome dado à energia térmica quando ela é transferida de um corpo a outro, motivada por uma
diferença de temperatura entre os corpos. É energia térmica em trânsito.
Temperatura é a grandeza física que permite medir quanto um corpo está quente ou frio. Está relacionada à
energia cinética das partículas de um corpo, à energia de movimento das partículas. A temperatura você lê no
termômetro, a quantidade de calor é medida num calorímetro. Veja um exemplo: dois béquers a 100ºC, um com 1
litro e outro com 2 litros de água. A temperatura nos dois é a mesma, mas a quantidade de calor no segundo é o
dobro.
O que acontece com a energia calorífica absorvida por um objeto? Segundo a lei da conservação de
energia, a energia total do objeto aumenta. Este aumento pode ocorrer de três modos: as energias cinéticas das
partículas constituintes do objeto aumentam, ou suas energias potencias aumentam, ou ambas aumentam
simultaneamente. Quando o calor é transferido para um objeto, a energia cinética média de suas partículas
componentes é aumentada, estas partículas movem-se então mais rapidamente e a temperatura do objeto aumenta.
Algumas vezes, a transferência de calor para um objeto não provoca o aumento da temperatura. Isto significa
que a energia cinética média não está aumentando. Em tal situação, o que ocorreu com a energia calorífica
transferida? Esta energia está aumentando a energia potencial média das partículas do objeto. Isto ocorre quando
uma substância sofre uma mudança de fase de agregação. A adição de calor ao gelo a 0ºC, por exemplo, não causa
aumento de temperatura (a energia cinética média das moléculas permanece constante). O gelo funde, contudo,
formando água líquida, ainda a 0 ºC. A energia potencial média das moléculas na água líquida é maior do que a das
moléculas de gelo, na mesma temperatura.
Os calorímetros são aparelhos usados para medir o calor de uma transformação:

14
CALOR: É a transferência de energia de uma substância para outra, através da mudança de temperatura. Transfere sempre de um corpo mais
quente para um corpo mais frio. Tal energia está na forma de calor somente durante a transferência. Quando ocorre a absorção de energia
calorífica por um objeto diz-se que o objeto tem mais energia, mas não mais calor, assim, calor é energia em trânsito.
15
TEMPERATURA: Mede a energia cinética das partículas do objeto (Energia cinética: energia do movimento). Quando o calor é transferido para um
objeto a energia cinética de suas partículas é aumentada, estas partículas movimentam-se mais rapidamente e a temperatura do objeto aumenta.
Duas escalas de temperatura são muito utilizadas: a escala Celsius e a escala Fahrenheit. Uma terceira e mais importante escala de temperatura é a
Kelvin.
12
A quantidade de calor liberada ou absorvida quando se faz uma transformação física ou química dentro do
calorímetro pode ser medida por:
Q = m.c. t
ou
Q =(m + K). t

onde:
Q= quantidade de calor da transformação
m= massa da substância (em gramas)
c= calor específico da substância (cal/g. ºC)
t= variação da temperatura.
k= capacidade calorífica do calorímetro (cal/ºC)

Atividades de Sistematização

1) Considere os seguintes sistemas:


I. Nitrogênio e Oxigênio II. Etanol hidratado III. Água e Mercúrio
Indique a alternativa correta:
A( ) Os três sistemas são homogêneos.
B( ) O sistema I é homogêneo e formado por duas substâncias.
C( ) O sistema II é homogêneo e formado por uma única substância.
D( ) O sistema III é heterogêneo e formado por três substâncias.
E( ) O sistema III é uma solução formada por água e mercúrio.

2) A água da torneira é uma solução (sistema homogêneo) ou uma substância? Justifique.

3) Associe as atividades do cotidiano abaixo com as técnicas de laboratório apresentadas a seguir:


a) Preparar café com pó solúvel ( ) filtração
b) Preparar chá de saquinho ( ) solubilização
c) Coar um suco de laranja ( ) extração
( ) destilação

4) A maioria das substâncias são encontradas na natureza sob a forma de sistemas materiais, tais como: rochas, solo,
gases da atmosfera, água do mar, minerais, alimentos, água dos rios, etc. A separação dos componentes de um
sistema pode ocorrer, dependendo das características do material, de diferentes maneiras. Assim sendo, assinale as
afirmativas corretas:
A( ) A separação da água dos rios, lagos e mares, na formação da chuva, ocorre por destilação natural.
B( ) A separação do resíduo (pó de café) da solução de café é feita por filtração.
C( ) A separação do sal de cozinha da água do mar é feita por evaporação.
D( ) A separação da coalhada do leite é feita por decantação.
E( ) A retirada de uma mancha de gordura de uma roupa, usando sabão, é feita por filtração.
F( ) A separação dos gases de bebidas gaseificadas ocorre por evaporação.

5) Qual dos métodos de separação seguintes se baseia na diferença de densidade?


A( ) decantação B( ) destilação fracionada C( ) peneiração D( ) cristalização E( ) sublimação

6) Considere o quadro que apresenta a temperatura de fusão e temperatura de ebulição das substâncias a seguir, a 1
atm de pressão:
Substância TF(ºC) TE(ºC)
Cloro (Cl2(g)) - 101,0 - 34,6
Flúor (F2(g)) - 219,6 - 188,1
Bromo (Br2(l)) - 7,2 58,8
Mercúrio (Hg(l)) - 38,8 356,6
Iodo (I2(s)) 113,5 184
A 50ºC, encontram-se no estado gasoso:
A( ) bromo e mercúrio B( ) mercúrio e iodo C( ) cloro e flúor D( ) cloro e iodo E( ) flúor e bromo
13

7) Observe o gráfico:
Identifique como verdadeiras ou falsas as afirmações a
seguir:
I. O gráfico representa a curva de aquecimento de um
sistema eutético.
II. A temperatura de fusão do sistema é variável.
III. O sistema tem mais de uma fase de agregação no
intervalo de ebulição.
IV. A temperatura de ebulição do sistema é constante.
TF
A sequência correta é:
A( ) V – F – V – V B( ) V – F – V – F
C( ) F – V – F – F D( ) F – V – V – V
E( ) V – F – F – V
8) Aquecendo-se continuamente uma substância pura, à pressão constante, quanto se observa a passagem do estado
sólido para o líquido, a temperatura do sistema:
A( ) é constante, enquanto há sólido. B( ) aumenta gradativamente
C( ) aumenta até acabar todo sólido. D( ) é constante e igual ao ponto de ebulição.
E( ) é constante, mesmo depois que todo o sólido tenha se liquefeito.

9) Um sólido apresenta temperatura de fusão constante. Pode-se afirmar que o sólido é puro? Por quê?

10) Observe o quadro que apresenta a temperatura de fusão e de ebulição de diferentes substâncias. Preveja qual
será o estado físico de cada uma dessas substâncias, numa sala onde a temperatura é de 25ºC e a pressão de 1
atm.
Substância TF (ºC) TE (ºC)
Oxigênio - 219 - 183
Etanol - 114 78
Água 0 100
Bromo -7 59
Cloreto de sódio 801 1.465

11) Explique o caso do leite derramar quando ferve e com a água isso não ocorrer.

12) A obtenção de álcool etílico hidratado, a partir da cana-de-açúcar, pode ser representada pelo esquema seguinte:
I – Moagem e separação do bagaço
II – Aquecimento para concentrar o açúcar
III – Fermentação. Transformação do açúcar em álcool
etílico
IV – Separação dos componentes mais voláteis
Em I e IV, que envolvem processos de fracionamento,
são realizadas, respectivamente:
A( ) filtração e destilação B( ) destilação e decantação
C( ) filtração e decantação D( ) destilação e filtração
E( ) decantação e decantação

13) Para separar os componentes de um material, foi realizada a seguinte sequência de operações:
Esse procedimento é recomendado para os seguintes sistemas:
A( ) areia, açúcar e sal de cozinha
B( ) carvão, areia e açúcar
C( ) ferro, enxofre e álcool etílico
D( ) enxofre, gasolina e ferro
E( ) iodo, sal de cozinha e areia
14
14) Um sistema com 96% de álcool etílico e 4%
de água apresenta temperatura de
vaporização bem definida. Sistemas como
esse se comportam como substância pura
apenas durante a vaporização e recebem o
nome de sistema azeotrópico. O gráfico que
melhor representa as transformações no
estado de agregação(estado físico) ocorrido
durante o resfriamento de vapores de um
sistema azeotrópico, até seu
congelamento total, é:

15) Três frascos não rotulados encontram-se na prateleira de um laboratório. Um contém benzeno; outro tetracloreto
de carbono e o terceiro, metanol. Sabe-se que suas densidades são: 0,87g/mL (benzeno); 1,59g/mL (tetracloreto
de carbono) e 0,79 g/mL (metanol). Dos três líquidos, apenas o metanol é solúvel em água, cuja densidade é
1,0g/mL. Com base nessas informações, explique o que você faria para reconhecer os três líquidos. Obs: Os três
líquidos são altamente tóxicos e não devem ser cheirados.
16) As aparelhagens representadas nas figuras 1, 2 e 3 são de uso comum nos laboratórios de Química:
Figura 1 Figura 2 Figura 3

I) A aparelhagem da figura 1 é utilizada para efetuar destilação simples;


II) A aparelhagem da figura 2 é utilizada para a separação de componentes de um sistema heterogêneo sólido-
líquido.
III) A separação de componentes de um sistema homogêneo líquido-líquido pode ser feita utilizando-se a aparelhagem
da figura 3.
Analisando as afirmações acima, podemos concluir que:
A( ) nenhuma está correta B( ) I e II estão corretas C( ) I e III estão corretas
D( ) somente I está correta E( ) todas estão corretas
17) Considere três frascos de mesmo diâmetro, representados a seguir, contendo cada um, a mesma massa
dos seguintes líquidos: Água, acetona e glicerina, à temperatura ambiente, mas em ordem desconhecida. São
dadas as densidade: dacetona = 0,80 g/cm3; dágua = 1,00 g/cm3; dglicerina = 1,3 g/cm3.
Com base nos dados acima, analise as afirmações abaixo e julgue-as em falsas(F)
ou verdadeiras(V).
( ) O frasco III contém a substância com maior massa por unidade de volume.
( ) A mistura dos conteúdos dos frascos II e III forma um sistema
homogêneo.
( ) Uma bolinha de cortiça (d = 0,32 g/cm 3) só afundaria no líquido contido
no frasco III.
( ) O s f r a s c o s c o n t ê m n e s s a o r d e m : I – g l i c e r i n a ; I I – água; III –
acetona.
18) Em um laboratório de Química, foram encontrados cinco recipientes sem rótulos, cada um contendo uma
substância pura líquida e incolor. Para cada uma dessas substâncias, um estudante determinou as seguintes
propriedades:
1. Temperatura de ebulição 2. Massa 3. Volume 4. Densidade
Indique as propriedades que podem permitir ao estudante a identificação desses líquidos.
A( ) 1 e 2 B( ) 1 e 3 C( ) 2 e 4 D( ) 1 e 4
15
19) Analise cada uma das afirmações abaixo, indique se é verdadeira (V) ou falsa (F).
( ) O ar é um sistema homogêneo de substâncias elementares.
( ) Das substâncias puras cloreto de sódio, ouro, grafite e água, somente a água é uma substância composta.
( ) Sistema heterogêneo é aquele que apresenta aspecto descontínuo, sendo portanto, constituído por mais de uma
fase.
( ) Os processos de separação dos componentes de um sistema são utilizados para a obtenção de substâncias
elementares a partir de substâncias compostas.
Quais são, respectivamente, as indicações corretas?
A( ) V, F, F, F B( ) V, V, F, V C( ) V, F, F, V D( ) V, F, V, F E( ) F, F, V, F

20) No laboratório você recebeu 5,0 g de um sistema constituído por cloreto de sódio (NaCl (s)) e areia (principal
componente é SiO2(s)). Quais procedimentos você irá utilizar para operacionalizar a separação dos componentes
deste sistema. Justifique a sua escolha.

21) Durante a realização de um experimento de química orgânica, um frasco contendo benzeno (densidade 0,8765
g/mL) entrou em ignição e, rapidamente, o incêndio se alastrou por toda a bancada, após ocorrer a explosão do
frasco. Imediatamente, um dos alunos presentes correu em direção ao extintor de água, acionando-o em direção
à base da chama de fogo. Sabendo-se que um incêndio é formado a partir da combinação dos quatro elementos
da combustão (calor, combustível, comburente e reação em cadeia), assinale a alternativa correta.

A( ) Um extintor de água age somente por ação de abafamento, sem a ação de resfriamento.
B( ) O uso de extintores de água é adequado para incêndios provocados por solventes orgânicos (incêndio de classe
B); portanto, o incêndio foi corretamente combatido.
C( ) Por ter sido utilizado um extintor de água (inadequado para incêndio de classe B), é provável que o solvente
orgânico tenha se espalhado por cima da água, alastrando o incêndio pelo laboratório.
D( ) Por se tratar de um combustível líquido, pode-se utilizar qualquer classe de extintor, desde que o jato seja
direcionado para a chama.

22) Para trabalhar com segurança no laboratório e para o gerenciamento correto dos resíduos, é necessário que se
conheça o risco químico que está associado a cada substância. Assim, substância inflamável é:
A( ) substância que produz facilmente oxigênio para estimular a combustão ou a oxidação de outras substâncias
químicas.
B( ) substância química que interfere no transporte de oxigênio pelo corpo.
C( ) substância que pode causar uma súbita e violenta reação química com a liberação de gás e calor.
D( ) substância ou material que se incendeia facilmente.

23) Qual o único item de vidraria utilizado no laboratório de química que não pode ser seco em estufa a 105 oC?
A( ) Béquer. B( ) Bastão de vidro. C( ) Balão volumétrico. D( ) Pipeta graduada.
16
Tipos de Soluções

As soluções podem ser classificadas quanto ao seu estado de agregação: sólido, líquido e gasoso.
Assim, o “ar limpo”, filtrado, é uma solução gasosa constituída pelas substâncias nitrogênio, oxigênio, argônio
e pequena quantidade de outros gases.
A água do mar, filtrada se necessário para remover algas marinhas, etc..., é uma solução líquida de vários sais
dissolvidos na água.

Formas de se referir as soluções

Diversos adjetivos diferentes são usados para indicar de uma maneira qualitativa as quantidades relativas
dos componentes presentes em uma solução. Podemos descrever uma solução contendo uma pequena quantidade de
soluto como sendo “diluída”; outra solução, contendo mais soluto, pode ser referida como “concentrada”. Em uns
poucos casos esses termos tomam um significado quantitativo.
As concentrações relativas das soluções são às vezes expressas de um modo diferente usando termos como
“saturadas”, “insaturadas” e “supersaturadas”.
Solução Saturada: É aquela em que um soluto X está em
equilíbrio com X não dissolvido. Para preparar uma solução saturada
de cloreto de sódio(NaCl(s)) em água a 25 ºC, podemos adicionar um
excesso do sólido à água naquela temperatura e agitar
vigorosamente, repetindo até que o NaCl(s) não se dissolva mais. A
solução resultante, a qual contém 36,5 g de cloreto de sódio por 100
g de água, é dita estar saturada com cloreto de sódio. Adições
posteriores de cloreto de sódio sólido não alteram sua concentração.

Solução Insaturada: Contém menor concentração do soluto


do que a solução saturada. Uma solução a 25 ºC contendo menos do
que 36,5 g de cloreto de sódio por 100 g de água é dita estar
insaturada em relação ao cloreto de sódio. Tal solução não está em
um verdadeiro equilíbrio; se soluto é adicionado, se dissolve para se
aproximar da solução saturada.

Solução Supersaturada: Representa uma situação instável


na qual a solução na realidade contém uma concentração de soluto
maior do que a concentração de equilíbrio. Soluções supersaturadas
surgem comumente quando uma solução saturada de um sólido em
um líquido aquecida é resfriada. O acetato de sódio, NaC 2H3O2(s),
forma facilmente soluções aquosas supersaturadas.

Temperatura

Soluções e suas unidades de concentração

As propriedades das soluções dependem em uma larga extensão das quantidades relativas do soluto e do
solvente presentes. Por essa razão, em qualquer trabalho quantitativo envolvendo soluções é importante especificar as
concentrações. Em muitas soluções, um componente está presente em considerável diferença em relação ao(s)
outro(s). Este componente é chamado solvente, e o(s) outro(s) componente(s) é(são) chamado(s) soluto(s). De
maneira prática, geralmente consideramos o solvente como o componente por meio do qual as partículas do(s)
soluto(s) são preferencialmente dispersas.
As unidades de concentração normalmente usadas incluem fração molar16, percentagem17 molar, concentração
em quantidade de matéria18, percentagem em massa, entre outras.

16
De acordo com as normas de IUPAC, recomenda-se o uso de “fração em mol” ou “fração em quantidade de matéria”.
17
O uso de porcentagem (%) deve se restringir aos casos estritamente necessários.
17
Porcentagem em massa: A porcentagem em massa é a relação entre a massa do soluto e a massa da
solução, multiplicado por 100.
Porcentagem em volume: Consiste no volume de soluto dividido pelo volume da solução e multiplicado por
100.
Concentração19: indica o número de mol de soluto que se encontram presentes em um litro de solução ou, a
quantidade de matéria em massa presente em um litro de solução.
Fração molar: A fração molar de um componente em solução é a razão do número de mol daquele
componente pelo número total de todos os componentes.
Percentagem molar: Unidade de concentração relativa à fração molar, ou seja, o número de mols de um
componente expresso como uma percentagem do número total de mols presentes.
Molalidade20: É o número de mols de soluto dissolvido por quilograma de solvente.

Atividades de Sistematização

1) Uma solução aquosa é composta de 20,0% em massa de sulfato de magnésio. Quais as frações molares de MgSO4
e H2O?

2) A dor de uma picada de formiga é causada pelo ácido fórmico injetado por ela sob a nossa pele. Calcule a
percentagem em massa de ácido fórmico (HCO2H) em uma solução de HCO 2H 1,099 mol L-1. A densidade da
solução é 1,0115 g cm-3.

3) Se 28,6 g de sacarose forem dissolvidas em 101,4 g de água, Calcule:


a) Qual é a fração molar da sacarose na solução?
b) Qual é a percentagem molar da sacarose na solução?

4) 10,0 g de ácido ascórbico (vitamina C, H2C6H6O6) são dissolvidos em água suficiente para preparar 125 mL de
solução. Qual é a concentração em quantidade de matéria (mol L-1) deste componente na solução?

5) 10,6 g de cloreto de amônio estão dissolvidos em 152,4 g de água. Se a densidade da solução é 1,02 g mL-1, qual
é a concentração em quantidade de matéria (mol L-1 e em g L-1) de NH4Cl?

6) Quantos gramas de nitrato de sódio(NaNO3), precisam ser usados para preparar 5,00 x 10 2 mL de uma solução
0,100 mol L-1?

18
A IUPAC recomenda o uso de “concentração em quantidade de matéria” ou simplesmente “concentração”.
19
A unidade SI (sistema internacional) para quantidade de matéria é o mol (mole, em inglês). O mol é definido como "a quantidade
de matéria de um sistema que contém tantas unidades elementares quantos forem os átomos contidos em 0,012 kg de Carbono-
23
12". Por esta definição, qualquer quantidade de matéria que contenha 6,022 x 10 entidades é um mol. Assim, pode-se ter 1 mol
de átomos, de moléculas, de íons, de prótons, de elétrons, ou de outras partículas, etc. Havendo tantas possibilidades, a entidade
em questão deve ser sempre claramente especificada.
A expressão correta para se referir à massa de uma porção de substância cuja quantidade de matéria é um mol é a massa molar
(M). A massa molar pode se referir a moléculas, átomos de elementos, íons, elétrons, etc. Exemplo: M(KCl) = 74,56 g/mol, M(Cu)
= 63,54 g/mol; M(H) = 1,0074 g/mol; M(Cl2) = 70,916 g/mol.
O nome e o símbolo da unidade mol são idênticos. O plural do nome, muito usado no Brasil, é mols e não moles, analogamente a
becquerels, henrys, pascals, etc, embora esses plurais não se ajustem às normas gramaticais da língua portuguesa. Entretanto, é
importante lembrar que o símbolo das unidades não mudam no plural (ex: z=1,3 mol).
O emprego desta definição de mol tornou obsoleto e em desuso diversos termos como número de mols, número de moléculas-
grama, número de átomos-grama (todos substituídos por quantidade de matéria); peso atômico e peso molecular (substituídos por
massa molar), e molaridade e normalidade (substituídos por concentração em quantidade de matéria ou, simplesmente,
concentração).
A concentração pode ser entendida como uma constante de proporcionalidade que relaciona alguma grandeza do soluto
[quantidade de matéria (mol) ou massa (g)] com o volume (ou massa) da solução, Então CSOL, que é uma constante de
-1 -1
proporcionalidade, tem que ser expressa em mol/L (mol L ) ou em g/L (g L ), dependendo do caso. Assim, como esta constante
tem dimensões definidas, deve-se evitar a referência desta grandeza como Molaridade.
Ainda como consequência da definição de mol, as expressões equivalente-grama (e), normal (N) e normalidade tornaram-se
obsoletas e estão em desuso. A principal restrição à expressão de concentrações em normalidade é o fato do equivalente de uma
substância não ser constante e variar de acordo com a reação em que está envolvida. Por conseguinte, recomenda-se que as
concentrações expressas em normalidade sejam abandonadas.
20
O termo Molalidade (mol/kg de solvente) é um termo aceitável, sendo preferido para medidas precisas, em condições não
-1
isotérmicas, pois ela independe da temperatura. Já a concentração em mol L muda com a temperatura devido à expansão térmica
e contração da solução.
18

7) Quantos gramas de cloreto de magnésio(MgCl2), são necessários para preparar 250 mL de solução 0,24 mol L-1?

8) Um volume de 10,00 cm3 de 0,1738 mol L-1 de NaCl foi transferido por uma pipeta para um béquer. Quantos mols
de NaCl foram transferidos?

9) Em Angra dos Reis existe uma usina nuclear. Por que a água utilizada no resfriamento dos reatores da usina
pode, ao ser jogada no mar, alterar o ecossistema local?

10) Dissolveu-se 1,0 g de permanganato de potássio em água suficiente para formar 1,0 L de solução. Sabendo que 1
mL contém cerca de 20 gotas, qual a massa de permanganato de potássio em uma gota de solução?

11) Sabendo que a densidade do álcool etílico é 0,8 g/cm 3, determine a massa de hidróxido de sódio que deve ser
dissolvida em 500 cm3 de álcool etílico para se obter uma solução a 10% em massa.

12) Calcule a concentração em quantidade de matéria (mol L-1) de uma solução de ácido nítrico (HNO3(aq)) concentrado
que apresenta 72% em massa e densidade igual a 1,42 g/cm3.

13) Analise as seguintes proposições.


I - Considerando um recipiente que contém 100 g de água a 20 ºC, se adicionarmos 5 g de NaCl, observaremos que
os 100 g de água dissolvem totalmente os 5 g de NaCl.
II - Considerando um outro recipiente que contém 100 g de água a 20 ºC, se adicionarmos a esse recipiente 30 g de
NaCl, observaremos que os 100 g de água também dissolvem totalmente os 30 g de NaCl.
III - Considerando um terceiro recipiente que contém 100 g de água à temperatura de 20 ºC, se adicionarmos 36 g de
NaCl, quantidade máxima que pode ser dissolvida nesse volume de água, ainda assim constataremos que os 100
g de água dissolvem totalmente os 36 g de NaCl.
Assinale a alternativa correta:
A( ) As soluções I, II, III são soluções não-saturadas.
B( ) As soluções I, II, III são soluções saturadas.
C( ) As soluções I e II são soluções saturadas e a solução III não-saturada.
D( ) As soluções I e III são soluções saturadas e a solução II não-saturada.
E( ) As soluções I e II são soluções não-saturadas e a solução III saturada.

14) A bateria de um carro possui uma solução aquosa de acido sulfúrico(H2SO4(aq)), cuja concentração é representada
por H2SO4 = 5,0 mol L-1. Isso significa que:
A( ) cada litro de solução contém 5,0 mol de H 2SO4. B( ) cada litro de solução contém 5 gramas de H2SO4.
C( ) cada mililitro de solução contém 0,5 g de H2SO4. D( ) cada mililitro de solução contém 5,0 mol de H2SO4.
E( ) cada litro de solução contém 9,8 g de H 2SO4.

15) O rótulo de um frasco de laboratório traz a seguinte anotação: HCl = 1,0 mol L-1. Com base nessa informação,
determine o volume a ser recolhido dessa solução tal que haja 5,65 g de HCl.

16) Qual volume de água deve ser adicionado a 60 mL de solução de CaCl 2, de concentração 0,8 g L-1, para que haja
diminuição a 0,03 g L-1?

17) Desejamos preparar 250 mL de uma solução 1,5 x 10 -3 mol L-1 de KMnO4(aq), a partir de uma solução 0,0380 mol
L-1 de KMnO4(aq). Calcule o volume dessa solução que deveremos medir para diluir a 250 mL e obtermos a
concentração desejada.

18) O quadro a seguir mostra a solubilidade de vários sais, a temperatura ambiente, em g/100 mL de H 2O:
Substância Solubilidade Se 25 mL de uma solução saturada de um destes sais foram
AgNO3 260 completamente evaporados, e o resíduo sólido medir uma massa de 13 g,
Al2(SO4)3 160 o sal é:
NaCl 36 A( ) AgNO3 B( ) Al2(SO4)3 C( ) NaCl
KNO3 52 D( ) KNO 3 E( ) KBr
KBr 64
19
19) Resolva as questões abaixo com base no gráfico apresentado ao lado:
a) Qual é o sal mais solúvel em água a 20 ºC?
b) Qual é o sal menos solúvel em água a 0 ºC?
c) Qual é a menor quantidade de água a 20 ºC, necessária para dissolver 45 g
de Ce2(SO4)3?
d) Se dissolvermos 150 g de NH4Cl em 300 g de água a 30 ºC, obteremos uma
solução saturada. Quantos gramas de precipitado existirão nessa solução?
e) Determine a massa de NH4Cl necessária para saturar 200 g de água a 30 ºC.

20) A curva de solubilidade de um dado sal é apresentada a seguir.


Considerando a solubilidade deste sal a 30°C, qual seria a quantidade
máxima (aproximada) de soluto cristalizada quando a temperatura da
solução saturada (e em agitação) fosse diminuída para 20°C?
A( ) 5 g B( ) 10 g C( ) 15 g
D( ) 20g E( ) 30g

21) Dos itens abaixo, qual o único que caracteriza um padrão primário?
A( ) Apresentar impurezas facilmente detectáveis. B( ) Baixa solubilidade em água.
C( ) Higroscópico. D( ) Reativo à atmosfera.

22) Para o preparo de uma solução aquosa X, é necessário transferir 10 mL da solução padrão para diluição. Qual a
vidraria mais apropriada para realizar essa operação de transferência de forma quantitativa?
A( ) Pipeta volumétrica. B( ) Béquer. C( ) Proveta. D( ) Erlenmeyer.

23) A vidraria apropriada para ser usada em destilações ou para acondicionar o líquido a ser destilado ou para a coleta
do líquido após a condensação do vapor ou em rotaevaporador ou ainda em manta de aquecimento e que nas
versões mais modernas apresenta boca esmerilhada de diâmetro padronizado é:
A( ) Balão de fundo chato. B( ) Balão de fundo redondo.
C( ) Condensador. D( ) Frasco de Kitassato.

24) Hidróxido de sódio e ácido fluorídrico devem ser armazenados, respectivamente, em:
A( ) Vidro de borossilicato e embalagem plástica. B( ) Embalagem plástica e embalagem plástica.
C( ) Embalagem plástica e vidro de borossilicato. D( ) Vidro de borossilicato e vidro de borossilicato.

25) A indústria Química do setor metalúrgico utiliza nos seus processos de tratamento e preparo de superfícies
desengraxe para remover óleos e graxas das peças metálicas. Essas peças metálicas são mergulhadas por um
tempo previamente definido em uma solução alcalina de hidróxido de sódio 3,5% m/v.
a) Qual a massa necessária de NaOH(s) para preparar o volume de NaOH(aq) para o desengraxes das 90 placas
metálicas?
b) O responsável pelo banho de desengraxe da indústria metalúrgica observou que o banho de desengraxe (solução
de NaOH(aq)) 3,5% m/v) não estava apresentando desempenho satisfatório, logo enviou a solução de desengraxe
para análise. Porém, o laboratório que faz a análise da solução exige que a concentração da solução esteja
expressa em quantidade de matéria (mol L-1). Sendo assim, calcule esse valor para essa solução, em mol L-1?
20
26) A manipulação ou armazenamento de produtos corrosivos de maneira incorreta pode causar acidentes como
queimaduras de alto grau por ação química sobre os tecidos vivos, como também, ocasionar incêndios quando em
contato com material orgânico ou com outros produtos químicos. Sabendo-se que as substâncias químicas com
características ácido-base pronunciadas são corrosivas, dadas as afirmativas a respeito da manipulação,
estocagem e descarte desses produtos,
I. A manipulação desses produtos deve ser feita na capela e o indivíduo deve fazer uso de jaleco, óculos de segurança
e luvas.
II. A diluição de soluções concentradas de produtos corrosivos deve ser realizada sempre mediante adição do diluente
sobre produto concentrado, em especial se o diluente for água.
III. Líquidos corrosivos devem ser estocados em áreas secas, frescas e ventiladas.
IV. É recomendável que esses produtos sejam descartados diretamente na pia em água corrente.
V. Por serem altamente reativos os ácidos e bases fortes devem ser estocados juntos em lugar fresco, seco e
ventilados.
Verifica-se que estão corretas apenas
A( ) I e III. B( ) II e IV. C( ) III e IV. D( ) I, II e V. E( ) II, III e V.

Análise volumétrica - Titulação

Para determinar a concentração em quantidade de matéria de determinado soluto em uma solução, os


químicos geralmente realizam uma titulação, que envolve combinar uma amostra da solução com uma solução
reagente de concentração conhecida, chamada solução padrão. Suponha que tenhamos uma solução de HCl (aq) com
concentração desconhecida e uma solução padrão de NaOH (aq) cuja concentração é 0,100 mol L-1. Para determinar a
concentração da solução de HCl(aq), tomamos determinado volume dessa solução, digamos 20,0 mL. Adicionamos
lentamente a solução padrão de NaOH(aq) até que a reação de neutralização entre HCl(aq) e NaOH(aq) seja completa.
Como podemos saber em que ponto a reação termina?
Em alguns casos há mudanças de cor bem visíveis. E quando isso não acontece, devemos adicionar um
reagente auxiliar, chamado indicador, que muda de cor no momento em que a reação termina.
Pela equação química da reação podemos, então, determinar a quantidade de amostra cuja concentração ou
quantidade era desconhecida. No caso da amostra a ser analisada ser uma solução, sabendo o volume da solução que
reagiu, podemos calcular sua concentração, pois já sabemos a quantidade de matéria que esse volume contém.

Fonte: BROWN, T., et al. Química, a ciência central, 9a edição, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, p. 129.
Vamos supor que na titulação da solução de HCl(aq), anteriormente descrita, gastamos 19,5 mL da solução
padrão de NaOH(aq), qual é a concentração da solução de HCl(aq)?

Análise: dados o volume (19,5 mL) e a concentração em quantidade de matéria (0,100 mol L-1) de uma solução de
NaOH(aq) que reage por completo com 20,0 mL de uma amostra de solução aquosa de HCl(aq), pede-se para calcular a
concentração em quantidade de matéria da solução de HCl (aq).
Planejamento: podemos usar o volume e a concentração de NaOH(aq) para calcular a quantidade de matéria dessa
substância. Usaremos essa quantidade de matéria de NaOH(aq) e a equação balanceada para a reação para calcular a
quantidade de matéria de HCl(aq). Finalmente, podemos usar a quantidade de matéria de HCl (aq) e o volume dessa
solução para calcular a concentração em quantidade de matéria.
NaOH(aq) + HCl(aq)  NaCl(aq) + H2O(l)
Resolução:
21
Atividades de Sistematização
1) Um método comercial para descascar batatas é afundá-las em uma solução de NaOH(aq) por curto período, removê-
las da solução e retirar a casca com jatos de água. A concentração de NaOH(aq) fica normalmente na faixa de 3 a 6
mol L-1. NaOH(aq) é analisado periodicamente. Em uma dessas análises, foram necessárias 45,7 mL de 0,500 mol L-1
de solução de H2SO4 para neutralizar 20,0 mL de uma amostra de solução de NaOH(aq). Qual é a concentração em
quantidade de matéria da solução de NaOH(aq)?
H2SO4(aq) + 2NaOH(aq)  Na2SO4(aq) + 2H2O(l)
2) Uma mineradora de ouro, na Romênia, lançou 100.000 m 3 de água e lama contaminadas com cianeto, CN-, nas
águas de um afluente do segundo maior rio da Hungria. A concentração de cianeto na água atingiu, então, o valor
de 0,0012 mol L-1. Essa concentração é muito mais alta que a concentração máxima de cianeto que ainda permite o
consumo doméstico da água, igual a 0,01 mg L-1. Considerando-se essas informações, para que essa água pudesse
servir ao consumo doméstico, ela deveria ser diluída, aproximadamente,
A( ) 32000 vezes B( ) 3200 vezes C( ) 320 vezes D( ) 32 vezes

3) Uma sugestão para evitar contaminações em frutas e legumes pelo bacilo do cólera é deixá-los de molho em uma
solução de 1 L de água com uma colher de sopa de água sanitária. O rótulo das embalagens de uma determinada
água sanitária traz informações sobre a concentração de hipoclorito de sódio (NaClO). Considerando:
• uma concentração da NaClO de 37,25 g/L;
• a capacidade da colher de sopa (10 mL); e
• um volume da solução do molho igual a 1 L;
A alternativa que apresenta, em valores arredondados, a concentração em quantidade de matéria do molho, para
evitar a cólera é:
A( ) 0,037 B( ) 0,005 C( ) 0,37 D( ) 3,7 E( ) 5

4) Uma solução de ácido clorídrico A concentração em quantidade


3,0 mol L-1 foi transformada em de matéria (mol L-1) resultante
outra solução mais diluída por da solução final é
adição de água, conforme as A( ) 1 B( ) 2
figuras ao lado: C( ) 3 D( ) 4

5) O tratamento da água consiste basicamente na adição de sulfato de alumínio, cloro, flúor e outros produtos
químicos. A água, após o tratamento, classifica-se como
A( ) sistema homogêneo B( ) sistema heterogêneo C( ) sistema azeotrópico
D( ) substância simples E( ) substância pura simples

6) As fórmulas químicas O2(g) e O3(g) representam:


A( ) átomos de elementos químicos diferentes. B( ) formas alotrópicas diferentes.
C( ) compostos químicos iguais. D( ) isótopos diferentes.

7) Numa aula de Ciências do 6º ano do Ensino Fundamental, a professora afirma para seus alunos: “Os peixes
respiram o oxigênio da água.” Para apropriação do significado dessa afirmação, é importante a clareza quanto a
alguns conceitos fundamentais da Química. O que você diria para ajudar a professora a melhor explicar essa
afirmação aos seus alunos, pensando em termos de conceitos mais adequados do ponto de vista químico?

8) O mercúrio, um metal líquido, é utilizado pelos garimpeiros para extrair ouro. Nesse caso, o mercúrio forma, com o
ouro, um sistema líquido homogêneo, que pode ser separado, facilmente, da areia e da água.
Para separar esses dois metais, minimizando os riscos ambientais, seria interessante que os garimpeiros utilizassem
uma retorta, como representado, esquematicamente, nesta figura abaixo:
Para tanto, o sistema é aquecido na retorta e, então, o mercúrio vaporiza-se e
condensa-se no bico desse recipiente.
Considerando-se essas informações, é INCORRETO afirmar que
A( ) o ouro é mais volátil que o mercúrio.
B( ) o mercúrio é destilado na retorta.
C( ) o mercúrio se funde a uma temperatura menor que o ouro.
D( ) o ouro se dissolve no mercúrio.
E( ) ambos são metais
22
9) Um professor realizou várias experiências (a 20°C e 1 atm) e organizou a seguinte tabela:

De acordo com a tabela, assinale a afirmativa INCORRETA:


A( ) O estado físico da substância D, à temperatura ambiente, é gasoso.
B( ) Se misturarmos a substância B com a substância D, à temperatura ambiente, forma-se um sistema homogêneo.
C( ) A substância mais volátil, à temperatura ambiente, é a A.
D( ) Se misturarmos as substâncias A, C e água, forma-se um sistema difásico.
E( ) O processo mais adequado para separarmos os componentes do sistema formado pela substância C com a água,
à temperatura ambiente, é destilação simples.
10) Um pequeno cubo de plástico (C) é colocado sucessivamente em três recipientes contendo líquidos X, Y ou Z,
diferentes entre si. Esse cubo fica em equilíbrio mecânico nas posições ilustradas nas figuras;
No que se refere às densidades destes líquidos, é correto afirmar que
A( ) o líquido X é o mais denso dos três.
B( ) o líquido Y tem densidade intermediária entre X e Z.
C( ) o líquido Z é o menos denso dos três.
D( ) os líquidos X e Z têm a mesma densidade.
E( ) os líquidos X e Y têm a mesma densidade.

11) Complete o seguinte quadro de soluções aquosas de glicose, C6H12O6(aq):


Concentração em quantidade de
Massa de soluto Mols de soluto V de solução Resposta
matéria
a) 12,5 g 219 mL
b) 1,08 0,519
c) 1,62 L 1,08

12) O diagrama representa curvas de solubilidade de alguns sais em água.


Com relação ao diagrama ao lado, é CORRETO afirmar:
A( ) O NaCl é insolúvel em água.
B( ) O KClO3 é mais solúvel do que o NaCl à temperatura ambiente.
C( ) A substância mais solúvel em água, a uma temperatura de 10°C, é
CaCl2.
D( ) O KCl e o NaCl apresentam sempre a mesma solubilidade.
E( ) A 25°C, a solubilidade do CaCl 2 e a do NaNO3 são praticamente
iguais.

13) Sobre o destino de resíduos – líquidos e sólidos – produzidos em laboratórios químicos de uma universidade,
assinale a alternativa correta.
A( ) O ideal, antes do descarte final, é armazenar resíduos líquidos e sólidos em um mesmo tonel.
B( ) Os solventes orgânicos devem ser misturados com água e descartados diretamente na pia, independentemente de
sua toxicidade.
C( ) Os ácidos que restarem na bureta, após uma titulação, devem ser descartados diretamente no solo.
D( ) No descarte de resíduos – líquidos e sólidos –, deve-se levar em consideração o impacto que esses resíduos
podem causar ao meio ambiente.
23
14) Leia o texto a seguir.
Um estudante sem jaleco, ao desenvolver um experimento em um laboratório químico,
pipetou com a boca 20 mL de ácido nítrico de concentração desconhecida e transferiu
esta alíquota para um erlenmeyer de 200 mL. Completou com água até o volume de
50 mL. Em seguida, agitou e titulou essa solução, com auxílio de uma proveta, com o
intuito de calcular a concentração inicial da solução de ácido nítrico.
Sobre o trecho acima, assinale a alternativa INCORRETA.
A( ) As ações do estudante apresentam vários erros procedimentais, exceto a pipetagem do ácido com a boca.
B( ) O estudante deveria utilizar jaleco para realizar experimentos em laboratórios químicos.
C( ) A utilização da bureta é mais adequada para a titulação que o uso da proveta.
D( ) A concentração inicial da solução de ácido nítrico diminui à medida que o aluno coloca água no erlenmeyer.

15) Analise o gráfico ao lado, e assinale a afirmativa correta


A( ) o gráfico representa a curva de aquecimento de um Temperatura
sistema eutético.
B( ) o gráfico apresentado não corresponde a uma curva
de aquecimento, por não apresentar dois intervalos E
de tempo em que a temperatura permanece D
constante.
C( ) a temperatura de fusão do sistema é variável.
D( ) no intervalo assinalado pela letra “C”, a substância C
química está líquida. B
E( ) o gráfico representa a curva de aquecimento de uma
substância pura. A

Tempo

16) Toda matéria é formada por substâncias e toda substância é formada por átomos de elementos químicos. As
substâncias são encontradas de várias formas na natureza e podem ser classificadas de acordo com a quantidade
de tipos de átomos de elementos químicos que ela possui em sua composição. Sobre classificação e apresentação
das substâncias na natureza, dadas as afirmativas,
I. Substância pura é aquela formada por um único tipo de átomo de elemento químico.
II. Substância simples é aquela formada por átomos de um mesmo elemento químico.
III. Substância composta é aquela formada por átomos de mais de um tipo de elemento químico.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
A( ) I, apenas. B( ) II, apenas. C( ) I e III, apenas.
D( ) II e III, apenas. E( ) I, II e III.

17) O biodiesel é uma substância oleosa e inflamável, e por ter características químicas semelhantes aos combustíveis
fósseis, pode ser adicionado ao Diesel em diferentes proporções (v/v) e pode ser denominada BX, onde X
representa a percentagem volumétrica do biodiesel no Diesel. Sabe-se que qualquer tipo de derramamento de
combustível ou de outras substâncias tóxicas em oceanos, rios e nascentes é considerado catástrofe ambiental,
sendo os impactos ambientais causados, incalculáveis. Dentro desse contexto responda os itens a seguir:
a) Qual das alternativas abaixo completa corretamente a sequência: O biodiesel apresenta _________ viscosidade
que a água e _________ densidade que a água. Sendo assim, o biodiesel ________ na água e forma com esta um
sistema ___________. Para separar os componentes desse sistema pode ser utilizado o princípio da
______________.
A( ) maior - menor – afunda - homogêneo – destilação. B( ) menor– maior – flutua - heterogêneo – decantação.
C( ) maior - menor – afunda - homogêneo – destilação. D( ) maior - menor – flutua - heterogêneo – decantação.
E( ) maior - menor – flutua - homogêneo – destilação.

b) Uma amostra de 425 mL B7 foi analisada por cromatografia gasosa e os dados mostram que a mesma não estava
dentro das conformidades da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Sabendo que a amostra
apresentou 5,5% de biodiesel, quantos mL de biodiesel apresenta essa amostra?
24
Átomos e os modelos atômicos

Como surgiu o nome “Átomo”?

Imagine uma cena que se passou no século V antes de Cristo. O filósofo grego Leucipo, caminhando ao longo
de uma praia do mar Egeu, fala a Demócrito, um de seus discípulos:
“Observando de perto, percebo que a areia é formada por inúmeros grãos, mas de longe me dá a impressão de ser
um material contínuo. Por outro lado, a água aparenta continuidade, tanto de longe como de perto. Não seria a água
formada por partículas de matéria tão pequenas que mesmo de perto não posso vê-las? Não seriam todos os
materiais assim constituídos?”
Demócrito, aceitando a lógica dessas considerações, adotou as ideias de seu mestre. Deu o nome átomo às
partículas constituintes da matéria (“átomo”, em grego, significa “não divisível”). Justificou a existência de diferentes
materiais admitindo que a matéria é formada por diferentes tipos de átomos.
(1) Aceitando as ideias de Leucipo e Demócrito, como você explicaria o fato de uma barra de ouro e uma de
ferro serem tão diferentes?
(2) Ainda segundo essas ideias, qual dos modelos abaixo representaria um conjunto de átomos de ouro?
Justifique sua escolha.

Átomos de ouro

(a) (b)

Os átomos são indivisíveis?


Durante muitos séculos acreditou-se que todos os átomos fossem formados do mesmo material, diferindo
apenas no tamanho e forma. Essas ideias foram se alterando com o tempo, mas foi somente no início do século XX
que o desenvolvimento científico e tecnológico permitiu que se estudassem com maiores detalhes as propriedades de
diferentes materiais. Resultados de inúmeras experiências levaram a reformular os modelos até então aceitos.
Algumas dessas experiências baseiam-se na análise de radiações emitidas por materiais radioativos.

Emissão de radiações

Os materiais radioativos emitem espontaneamente radiações invisíveis, mas detectáveis através de chapas
fotográficas. Em experiências, foi utilizado o material radioativo polônio. Esse material emite radiação constituída por
partículas eletricamente carregadas, denominadas partículas alfa () capazes de deixar marcas na chapa fotográfica.
O fato de o polônio emitir partículas positivamente carregadas permite supor que elas façam parte da
constituição de seus átomos. Além do polônio, o rádio, urânio e outros materiais também emitem radiações alfa. Por
outro lado, certos materiais, como o tório, cério, protactínio e promécio, emitem radiações beta (), que são
constituídas por partículas negativas.
Dados como esses levaram a estabelecer um modelo para o átomo que incluísse a presença de partículas
dotadas de carga elétrica. Em 1898, J.J. Thomson propôs um novo modelo para o átomo. Segundo esse modelo, as
partículas positivas do átomo formariam uma esfera maciça na qual estariam incrustadas as partículas negativas, como
se fossem passas ou ameixas em um pudim.

Experiências de Rutherford

No início do século XX, trabalhos do cientista britânico Ernest Rutherford fizeram com que caísse por terra o
modelo de Thomson. Rutherford realizou uma série de experiências no sentido de estudar o efeito do
bombardeamento de partículas alfa em lâminas metálicas extremamente finas, pois já sabia que chapas mais espessas
não eram atravessadas por essas partículas. Trabalhou com ouro e platina, uma vez que esses metais, sendo muito
maleáveis, eram os mais adequados para o preparo das lâminas que desejava. Ao bombardeá-las com as partículas
alfa, obteve os seguintes resultados:
1. A maioria das partículas alfa () atravessaram a placa de ouro sem sofrer desvio considerável em sua trajetória.
25
2. Algumas partículas alfa (poucas) foram rebatidas na direção contrária ao choque.
3. Certas partículas alfa (poucas) sofreram um grande desvio em sua trajetória inicial.
Esses resultados deixaram Rutherford atônito, pois, acreditando que os átomos fossem maciços e uniformes,
não pôde entender porque as partículas alfa foram refletidas somente em alguns pontos da lâmina. Esperava que
todas a atravessassem, como balas de revólver disparadas contra uma folha de papel, ou que todas fossem refletidas,
como balas de revólver ricocheteando de uma parede.
Como qualquer modelo só é válido enquanto útil, houve necessidade de abandonar o modelo atômico de
Thomson. Em 1911 Rutherford propôs um outro, que justificava os resultados obtidos dos experimentos. Segundo ele,
o átomo deveria ser constituído por duas partes distintas: um núcleo compacto formado pelas partículas positivas e
um envoltório pouco denso, muito grande em relação ao núcleo, formado pelas partículas negativas.
Esse modelo permitiu interpretar satisfatoriamente os resultados de suas experiências: a grande maioria das
partículas alfa atravessou a lâmina metálica sem sofrer qualquer desvio porque a maior parte do átomo é constituído
por um envoltório pouco denso, que praticamente não opõe resistência à passagem dessas partículas. O núcleo, por
ser compacto e carregado positivamente, constitui um obstáculo às partículas alfa (), que também são positivas. No
entanto, como é muito pequeno em relação ao átomo, é também pequena a probabilidade de ser por elas atingido.
Isso explica o pequeno número de partículas alfa desviadas ou refletidas.

Mais partículas do átomo


Vinte e um anos após a experiência de Rutherford, outro cientista britânico, James Chadwick, descobriu que
no núcleo dos átomos também existem partículas não dotadas de carga elétrica. Com isso, o modelo do átomo tornou-
se mais completo.

As partes do átomo

Atribuíram-se nomes às diferentes partículas constituintes dos átomos: as positivas foram chamadas prótons,
as negativas, elétrons, e as não dotadas de carga elétrica, por essa razão, receberam o nome de nêutrons.
Os prótons e nêutrons constituem o núcleo dos átomos. Os elétrons formam a eletrosfera.
Há atração entre núcleo e eletrosfera de um átomo. Por quê?
Prótons e nêutrons possuem praticamente a mesma massa, enquanto que os elétrons têm massa entre
1836/1840 vezes menor que a dos prótons. Prótons e elétrons, apesar de terem massas bem diferentes, possuem a
mesma quantidade de carga elétrica, porém de sinais contrários.

Dados sobre as partículas constituintes do átomo


Partículas
Massa (g) Carga (coulomb)
sub-atômicas
-24
próton 1,6725 x 10 1,6021 x 10-19
-24
nêutron 1,6748 x 10 zero
-28
elétron 9,1091 x 10 1,6021 x 10-19

Em que diferem os átomos

A Terra é um conjunto de átomos. Qualquer ser vivo, animal ou vegetal, é um conjunto de átomos. Você é um
conjunto de átomos. Todos esses átomos, constituintes de tão grande diversidade de materiais, são formados pelos
mesmos tipos de partículas: prótons, elétrons e nêutrons. É o diferente número dessas partículas que diferencia um
átomo do outro.
Dois ou mais átomos são iguais quando seus núcleos e eletrosferas são constituídos pelo mesmo
número de prótons, nêutrons e elétrons. Qualquer diferença no número de uma dessas partículas
acarretará diferença entre os átomos.
O quadro abaixo apresenta uma relação de diferentes tipos de átomos. Consulte-a para responder as
perguntas.
Estrutura de alguns tipos de átomos
Núcleo Eletrosfera
Átomos Símbolo
Prótons Nêutrons Elétrons
Hidrogênio 1 nenhum 1 H
Hidrogênio 1 1 1 H
Hidrogênio 1 2 1 H
26
Hélio 2 2 2 He
Carbono 6 6 6 C
Carbono 6 8 6 C
Oxigênio 8 8 8 O
Oxigênio 8 9 8 O
Sódio 11 12 11 Na
Sódio 11 13 11 Na
Cloro 17 18 17 Cl
Cloro 17 20 17 Cl
Cálcio 20 20 20 Ca
Ouro 79 118 79 Au
1. Os átomos representados no quadro são eletricamente neutros, positivos ou negativos? Por quê?
2. Nesses átomos, o número de nêutrons é sempre igual ao de prótons?
3. O que têm em comum os três átomos denominados hidrogênio? Em que diferem?
4. Em que diferem os dois átomos denominados carbono?
5. O que têm em comum os átomos que receberam o mesmo nome?

O número de prótons de um átomo é denominado número atômico. Átomos de


mesmo número atômico constituem um elemento químico.

6. Quantos elementos químicos estão relacionados no quadro acima?


7. Os átomos de um mesmo elemento são todos iguais?
8. Qual o número atômico do elemento sódio? E do hidrogênio?
9. Qual o símbolo do elemento de número atômico 8?
10. As partículas  têm estrutura igual a do núcleo dos átomos de hélio. Qual é sua constituição?

O número de elementos químicos hoje conhecidos é pouco superior a 100. Seus nomes, símbolos e números
atômicos estão indicados na tabela periódica. São os átomos desses cento e poucos elementos que, ao se
combinarem, originam a grande diversidade de materiais que se conhece.

11. Como Rutherford interpretou o fato de apenas algumas partículas alfa serem refletidas pela lâmina metálica?

12. Complete o quadro seguinte, considerando que os átomos nele incluídos sejam eletricamente neutros.
Átomos nº de prótons nº de nêutrons nº de elétrons Símbolo nº atômico
silício 15 14
silício 14
142 92
143 92
urânio 146 92
ósmio 76 108
110 76

Conclusões a que chegou Rutherford a partir de sua experiência:


1. No átomo há grandes espaços vazios. (A maior parte das partículas  atravessou a placa.)
2. No centro do átomo existe um núcleo muito pequeno e denso. (Algumas partículas  foram rebatidas.)
3. O núcleo do átomo tem carga positiva. (As partículas , positivas, que passavam perto do núcleo eram repelidas,
sofrendo desvio na sua trajetória.)
Rutherford admitiu que, para equilibrar a carga positiva do núcleo, havia elétrons girando ao redor.
Logo, porém, notou-se uma contradição nesse modelo. Segundo a teoria clássica de Maxwell, uma carga
elétrica em movimento acelerado emite energia na forma de ondas eletromagnéticas.
O elétron em movimento circular estaria sujeito à aceleração centrípeta e iria emitir energia até cair no núcleo.
O sistema atômico entraria em colapso e a matéria estaria comprometida na sua estrutura básica.
Isso não ocorre. Bohr cria um modelo baseado em espectros de emissão, para explicar essa contradição.
27
Modelo atômico de Bohr

Em 1913, Niels Bohr, estudando o espectro de emissão do hidrogênio (a luz que ele emite quando se faz
incidir um feixe de raios catódicos sobre uma amostra desse elemento), relacionou a energia do elétron ao quantum
(forma descontínua com que a energia se propaga, correspondendo a “pacotinhos de energia”) e elaborou um modelo
atômico baseado nos seguintes postulados:
1. O elétron move-se em órbitas circulares em torno do núcleo atômico central.
2. Quando o elétron passa de uma órbita para outra, emite ou absorve um quantum de energia.
3. Somente certas órbitas eletrônicas são permitidas e o elétron não irradia energia quando as percorre.
O modelo de Bohr explicava satisfatoriamente o átomo de hidrogênio que possui apenas 1 próton no núcleo e
1 elétron ao redor, mas não explicava átomos com um número maior dessas partículas.
Entre 1913 e 1926 muitas tentativas foram feitas em se adaptar o modelo de Bohr para um sistema
multieletrônico, mas nenhuma foi bem sucedida. Entretanto, no ano de 1926, três cientistas, todos trabalhando
independentemente, introduziram uma sistemática totalmente nova para a descrição teórica de sistemas atômicos.
Eram eles o físico vienense Erwin Schrödinger (1887-1961), o físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976), e o
matemático inglês Paul A. M. Dirac (1902- (?)). Heisemberg tinha só 25 anos quando seu trabalho foi publicado, Dirac
apenas 24! os três apresentaram seus trabalhos em diferentes formalismos matemáticos, de modos a que levou um
certo tempo para que a equivalência de seus conceitos básicos fossem completamente apreciados. A nova teoria no
seu conjunto acabou sendo chamada de "Mecânica Quântica" ou de "Mecânica Ondulatória" e, literalmente,
revolucionou todo o estudo da Física e da Química. Não por menos, Heiseimberg recebeu o Prêmio Nobel em 1932
(portanto na idade de 32 anos), e Schrödinger e Dirac (ainda nos seus 31 anos) compartilharam o Prêmio em 1933.
Das três aproximações matemáticas para sistemas atômicos, em particular para o átomo de hidrogênio, a de
Schrödinger é até hoje a mais familiar, porque envolve a solução de uma equação diferencial. Equações diferenciais
são uma parte básica em um curso de cálculo, e qualquer pessoa que pretenda estudar física ou química tem que se
tornar familiar com os métodos de resolução de equações diferenciais.
As equações governando o movimento ondulatório haviam sido desenvolvidas pelos matemáticos muito antes
de 1926. Todas as ondas, sejam sonoras, do oceano ou ondas eletromagnéticas, obedecem uma equação diferencial
de um tipo especifico. Um problema familiar que a matemática já havia resolvido era a equação do movimento de
uma corda de violino: como a corda está presa em ambas as extremidades, podemos dizer que seu movimento é
naturalmente limitado. Assim, se a corda tem um comprimento total L, os seus modos de vibração permitidos,
chamados de "ondas estacionarias", terão comprimentos de onda l = 2L/n, com n = 1, 2, 3....... Note que nesse
problema um número "quântico", isto é, um número restrito a um determinado conjunto de valores, aparece
naturalmente na solução matemática do problema, desde que a condição seja a de que a corda esteja presa pelas
pontas (a chamada condição de fronteira), veja a figura abaixo.

As setas indicam nós, regiões de amplitude = zero barras indicam máxima e mínima amplitudes

Schrödinger começou com o conceito de de Broglie: se matéria tem propriedades de ondas, então a onda
associada com a matéria tem de ser descrita por uma "função de onda", uma equação diferencial de movimento
ondulatório. Schrödinger combinou a relação de de Broglie com a bem conhecida equação para ondas estacionárias, e
obteve a chamada Equação de Onda de Schröedinger, que é largamente utilizada hoje em dia para descrever o
comportamento de sistemas atômicos e moleculares. De fato, em uma dimensão, a equação de Scröedinger para o
elétron no átomo de hidrogênio fica assim: (d 2 / dx2) + (82m / h2).(E - V). com E como a energia total e V sendo a
energia potencial, ambas do elétron. A quantidade amplitude  é proporcional à intensidade da onda, quando elevada
ao quadrado, em analogia a outros fenômenos de ondas: Intensidade = k..
Essa "intensidade" de um elétron em um sistema foi mais tarde reconhecida por Max Born como sendo na realidade
uma função de distribuição de probabilidades para o elétron (no princípio, Schröedinger queria apenas determinar a
sua forma de movimento): quando 2 é zero, o elétron nunca será encontrado; entretanto, se 2 tiver um valor
pequeno, porém finito, existirá uma pequena probabilidade de se encontrar um elétron.
28
Para um elétron num átomo de hidrogênio, a equação de Schröedinger deve ser expandida para uma forma
tridimensional, substituindo-se (d2/ dx2) por: (d2/ dx2) + (d2 / dy2) + (d2 / dz2) para coordenadas cartesianas.
Entretanto, a energia potencial do elétron, V, depende radialmente de sua distância r ao núcleo do átomo (ao próton
no átomo de hidrogênio), e essa dependência radial faz com que a equação de Schröedinger seja melhor trabalhada
transferindo-se as coordenadas cartesianas para coordenadas polares. Se chamarmos a soma das segundas derivadas
(acima) simplesmente de 2, a forma polar da equação fica com um aspecto matematicamente aterrador:
2 = (1/r2). [d/dr (r2.d/dr)]+(1/r2sen2 ).(d2/d2)+(1/r2sen).d/d (sen.d/d) mas que pode ser encarada
segundo a assunção de que  é, no fundo, no fundo, o produto da função de onda radial R(r) por uma função de onda
angular Θ()×(), com  e  as novas coordenadas do sistema polar. Dessa forma, a equação de Schröedinger pode
ser separada em três equações unidimensionais, cada qual podendo ser resolvida para a forma da função de onda
unidimensional descrita por aquela equação. A equação em  pode ser resolvida até por inspeção, desde que se
conheça o suficiente de cálculo, mas as equações em r e em  requerem soluções seriais, que devem ser truncadas
em um número finito de termos para que permaneçam fisicamente razoáveis. Esse truncamento introduz a
quantização naturalmente para o átomo de hidrogênio, e o resultado é o aparecimento de três números quânticos:
o número quântico principal, n, origina-se da série (r)
o número quântico azimutal, l, origina-se da série (sen )
o número quântico magnético, m, origina-se da série ()

Modelo atômico de Sommerfeld

Mais tarde, Sommerfeld, estudando espectros de emissão de átomos mais complexos que o hidrogênio,
admitiu que para cada camada eletrônica (n) havia 1 órbita circular e (n - 1) órbitas elípticas de diferentes
excentricidades. Por exemplo, na 4ª camada havia uma órbita circular e três órbitas elípticas.
A energia do elétron seria determinada pela distância em que ele se encontra do núcleo e pelo tipo de órbita
que descreve.

Isótopos

O número total de prótons e nêutrons no núcleo é chamado de número de massa (A) do átomo. Os átomos
com o mesmo número atômico (pertencendo ao mesmo elemento), mas com diferentes números de massa, são
chamados isótopos de um elemento.

Atividades de Sistematização

1) Há 100 anos, um dos maiores cientistas de todos os tempos, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871 – 1937),
faria um anúncio que mudaria para sempre os rumos da ciência: o átomo tem uma região central ultraminúscula,
na qual está concentrada toda sua carga elétrica e praticamente toda sua massa. Esse caroço central foi batizado
por ele de núcleo atômico.
Ciência Hoje, vol.47, n.278, 2011, p.40

As observações de Rutherford citadas no texto foram possíveis após a experiência de espalhamento de partículas
alfa em uma fina lâmina de ouro. Assinale, abaixo, a afirmativa que NÃO faz parte dessas observações
experimentais de Rutherford:
A( ) Poucas partículas alfa não atravessaram a lâmina e voltaram.
B( ) Algumas partículas alfa sofreram pequenos desvios de trajetória ao atravessarem a lâmina.
C( ) A maioria das partículas alfa sofreu grandes desvios de trajetória ao atravessarem a lâmina.
D( ) A maioria das partículas alfa atravessou a lâmina em trajetória reta.

2) Os trabalhos de Joseph John Thomson e Ernest Rutherford resultaram em importantes contribuições na história da
evolução dos modelos atômicos e no estudo de fenômenos relacionados à matéria. Das alternativas abaixo, aquela
que apresenta corretamente o autor e uma de suas contribuições é:
A( ) Thomson - Concluiu que o átomo e suas partículas formam um modelo semelhante ao sistema solar.
B( ) Thomson - Constatou a indivisibilidade do átomo.
C( ) Rutherford - Pela primeira vez, constatou a natureza elétrica da matéria.
D( ) Thomson - A partir de experimentos com raios catódicos, comprovou a existência de partículas subatômicas.
E( ) Rutherford - Reconheceu a existência das partículas nucleares sem carga elétrica, denominadas nêutrons.
29
3) A experiência de Rutherford permitiu:
A( ) evidenciar que o modelo de Thomson estava correto B( ) a descoberta do elétron
C( ) a descoberta do próton D( ) evidenciar que a maior parte do átomo é vazio

4) Os três isótopos do hidrogênio são tão importantes que acabaram recebendo nomes próprios:
1 2 3
I. H II. H III. H
a) Qual é o nome de cada um deles?
b) Qual deles não apresenta nêutrons?

5) Em um determinado momento histórico, o modelo atômico vigente e que explicava parte da constituição da matéria
considerava que o átomo era composto de um núcleo com carga positiva. Ao redor deste, haviam partículas negativas
uniformemente distribuídas. A experiência investigativa que levou à proposição desse modelo foi aquela na qual
A( ) realizou-se uma série de descargas elétricas em tubos de gases rarefeitos.
B( ) determinou-se as leis ponderais das combinações químicas.
C( ) analisou-se espectros atômicos com emissão de luz com cores características para cada elemento.
D( ) caracterizou-se estudos sobre radioatividade e dispersão e reflexão de partículas alfa.
E( ) providenciou-se a resolução de uma equação para determinação dos níveis de energia da camada eletrônica.

6) A despeito dos sérios problemas ambientais, o mercúrio é ainda muito utilizado nos garimpos devido à sua singular
capacidade de misturas ao ouro, formando com ele um amálgama. Em muitos garimpos, o ouro se encontra na
forma de partículas dispersas na lama, ou terra, dificultando assim a sua extração.
Nestes casos, adiciona-se mercúrio à bateia, forma-se o amálgama (que não se mistura com a lama) e, em seguida,
é feita a sua separação. Após separado da lama, o amálgama é aquecido com um maçarico até a completa
vaporização do mercúrio, restando assim apenas o ouro.
Sobre a temática apresentada, é INCORRETO afirmar que:
A( ) mercúrio e ouro formam um sistema heterogêneo.
B( ) a separação do sistema amálgama-lama constitui um processo físico.
C( ) os vapores de mercúrio eliminados durante a última etapa da extração podem contaminar os garimpeiros e
também os ecossistemas em torno do garimpo.
D( ) o mercúrio é um metal líquido a 25 °C e 1 atm de pressão.
E( ) a diferença nas temperaturas de fusão é aproveitada para separar o mercúrio do ouro, já que estes não formam
um sistema eutético.

7) Considere as temperaturas de fusão e ebulição das seguintes substâncias (P = 1 atm).


Em relação a estes dados, é correto afirmar que:
A( ) o benzeno é líquido a uma temperatura de 90ºC.
B( ) a acetona é sólida a uma temperatura de -10ºC.
C( ) o tetracloreto de carbono é gasoso a uma temperatura de 70ºC.
D( ) a uma temperatura de 0ºC as três substâncias são sólidas.
E( ) a uma temperatura de 50ºC as três substâncias são líquidas.
8) Abaixo se encontra um esquema ilustrando dois frascos, um com água e outro com álcool etílico. No quadro têm-se
três diferentes materiais, “A”, “B” e “C”, todos sólidos e insolúveis em água e álcool etílico. Considerando que 1 mL
equivale a 1 cm3, analise as afirmações abaixo do esquema.

Dado: d = m/v
I. O material “A” flutua tanto em água quanto em álcool etílico.
II. O material “B” afunda tanto em água quanto em álcool etílico.
III. O material “C” flutua em água, mas afunda em álcool etílico.
Baseado no exposto, afirma-se que:
A( ) todas, I, II e III, são corretas. B( ) apenas I é correta. C( ) apenas I e II são corretas.
D( ) apenas III é correta. E( ) apenas II é correta.
Apresente os cálculos de densidade:
30
9) O exame de um dado material apresentou os seguintes resultados:
Aparência: homogênea, incolor, transparente.
Estado físico à temperatura ambiente: líquido.
Temperatura de ebulição na pressão ambiente: 147 °C (constante).
Análise química: composição constante.
A partir desses dados, assinalar a alternativa correta.
A( ) O material é substância pura.
B( ) O material pode ser uma substância pura simples, mas não pode ser uma substância composta.
C( ) O material é um sistema azeotrópico.
D( ) O material pode ser um sistema homogêneo ou heterogêneo.
E( ) O material pode ser um sistema homogêneo ou uma substância pura.

10) Analise as afirmações a respeito dos estados de agregação da matéria e ou das suas mudanças de estado de
agregação:
I - A temperatura de ebulição de uma substância depende da pressão atmosférica.
II - Nas montanhas, regiões de grandes altitudes, a temperatura de ebulição da água é menor que 100ºC.
III - Calefação é a mudança de estado sólido direto para o estado gasoso, sendo a naftalina um exemplo de sistema
material cuja mudança de estado se dá dessa forma.
IV - A passagem de uma substância do estado sólido para o estado líquido é denominada liquefação.
V - O processo de destilação consiste em vaporizar uma substância para, em seguida, condensá-la.
Está(ão) correta(s):
A( ) Apenas I e III. B( ) Apenas II e III. C( ) Apenas I, II e V.
D( ) Apenas I, III e IV E( )I, II, III, IV e V

11) Assinale a alternativa correta. Os isótopos são átomos:


A( ) de um mesmo elemento químico, apresentam propriedades químicas praticamente idênticas, mas têm um número
diferente de nêutrons no seu núcleo.
B( ) que têm o mesmo número de prótons e um número diferente de nêutrons no seu núcleo, apresentando
propriedades químicas totalmente distintas.
C( ) de um mesmo elemento químico, apresentam propriedades químicas idênticas, mas têm um número diferente de
prótons no seu núcleo.
D( ) de elementos químicos diferentes, com o mesmo número de nêutrons no seu núcleo e apresentam propriedades
químicas semelhantes.
E( ) de elementos químicos diferentes, apresentam propriedades químicas distintas, mas têm o mesmo número de
nêutrons no seu núcleo.
12) Em um determinado momento histórico, o modelo atômico vigente e que explicava parte da constituição da
matéria considerava que o átomo era composto de um núcleo com carga positiva. Ao redor deste, haviam
partículas negativas uniformemente distribuídas. A experiência investigativa que levou à proposição desse modelo
foi aquela na qual
A( ) realizou-se uma série de descargas elétricas em tubos de gases rarefeitos.
B( ) determinou-se as leis ponderais das combinações químicas.
C( ) analisou-se espectros atômicos com emissão de luz com cores características para cada elemento.
D( ) caracterizou-se estudos sobre radioatividade e dispersão e reflexão de partículas alfa.
E( ) providenciou-se a resolução de uma equação para determinação dos níveis de energia da camada eletrônica.

13) Alguns seres vivos possuem um interessante mecanismo, a exemplo das reações que utilizam a energia
proveniente dos alimentos para excitar elétrons de átomos em determinadas moléculas. Esse fenômeno é
conhecido como bioluminescência e ocorre nos vagalumes, em algumas espécies de fungos e de cogumelos, e de
cnidários.
Os fenômenos da bioluminescência, da emissão de luz dos lasers e dos luminosos de neônio têm como
fundamento os postulados do modelo atômico proposto por N.Böhr, e ocorre quando o elétron, no átomo,
A( ) se desloca de um nível de menor energia para outro de maior energia e libera radiação na região do
infravermelho.
B( ) libera energia na forma de ondas eletromagnéticas, ao retornar de uma órbita estacionária para outra interna.
C( ) permanece entre níveis de energia e passa a emitir energia luminosa, quando excitado.
D( ) se movimenta em órbitas estacionárias e emite luz ultravioleta.
E( ) se move livremente ao redor do núcleo em trajetórias elípticas.
31
14) Os gráficos seguintes correspondem a diagramas de mudança de estado físico. (TE = temperatura de ebulição, TF
= temperatura de fusão).

Na análise destes gráficos podemos afirmar:


A( ) Os gráficos A e C correspondem aos diagramas de sistemas materiais.
B( ) Os gráficos A, B e C correspondem aos diagramas de substâncias simples.
C( ) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de sistemas formados por mais de uma substância.
D( ) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de sistemas eutéticos.
E( ) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de sistemas azeotrópicos.

15) Leia o texto a seguir.


A aceitação histórica da ideia de que a matéria é composta de átomos foi lenta e gradual. Na Grécia antiga, Leucipo e
Demócrito são lembrados por terem introduzido o conceito de átomo, mas suas propostas foram rejeitadas por outros
filósofos e caíram no esquecimento. No final do século XVIII e início do século XIX, quando as ideias de Lavoisier
ganhavam aceitação generalizada, surgiu a primeira teoria atômica moderna, proposta por _______. Essa teoria
postulava que os elementos eram constituídos de um único tipo de átomo, enquanto que as substâncias compostas
eram combinações de diferentes átomos segundo proporções determinadas. Quase cem anos depois, estudos com
raios catódicos levaram J. J. Thomson à descoberta do _______, uma partícula de massa muito pequena e carga
elétrica _______, presente em todos os materiais conhecidos. Alguns anos depois, por meio de experimentos em que
uma fina folha de ouro foi bombardeada com partículas alfa, Rutherford chegou à conclusão de que o átomo possui
em seu centro um _______ pequeno, porém de massa considerável.
As palavras que preenchem as lacunas correta e respectivamente estão reunidas em
A( ) Dalton – elétron – negativa – núcleo B( ) Bohr – cátion – positiva – elétron
C( ) Dalton – nêutron – neutra – próton D( ) Bohr – fóton – negativa – ânion
E( ) Dalton – próton – positiva – núcleo

16) Observe os materiais e vidrarias abaixo.

Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da utilização de materiais e vidrarias em laboratórios de química.


A( ) Almofariz e pistilo servem para homogeneizar sólidos.
B( ) O uso do erlenmeyer é adequado nos processos de titulação.
C( ) O funil de separação pode ser utilizado para separar líquidos miscíveis.
D( ) A transferência de líquidos pode ser feita com a proveta.
32
Metal elementar e metal, na forma de íon, em solução

O ser humano utiliza metais, com características diferentes e cada um deles poderá ter um uso específico.
Ex: Ferro (Fe(s)) usado para fabricação de portas, janelas, cadeiras, mesas, panelas etc...
Cobre (Cu(s)) fabricação de fios de rede elétrica.
Alumínio (Al (s))  janelas, portas, panelas.
Além dos metais na forma elementar, o homem produz ligas metálicas que são sistemas formados por átomos
de um metal misturados com átomos de outro metal ou átomos de outro elemento químico.

Ligas metálicas mais comuns no cotidiano:


 Aço — constituído por átomos de Fe e C, que na forma de substância elementar misturados formam o sistema
chamado aço.
 Aço inoxidável — constituído por átomos de Fe, C, Cr e Ni, que na forma de substância elementar misturados
formam o sistema chamado aço inoxidável.
 Ouro de Jóias — constituído por átomos de Au (75 %), Ag e/ou Cobre (25 %) para o ouro 18K(quilates), que
na forma de substância elementar misturados formam o sistema que pode ser uma jóia. O ouro 24K(quilates)
é ouro puro, ou seja, apenas ouro como substância elementar(simples).
 Amálgama dental (utilizada em obturação) — constituída por átomos de Hg, Ag e Sn, que na forma de
substância elementar misturados formam o sistema chamado amálgama dental.
 Bronze — constituído por átomos de Cu e Sn, que na forma de substância elementar misturados formam o
sistema chamado bronze.
 Latão (utilizado em armas e torneiras) — constituído por átomos de Cu e Zn, que na forma de substância
elementar misturados formam o sistema chamado latão.

Os metais são encontrados na natureza na forma de compostos metálicos, boa parte chamados de minérios
(geralmente óxidos), que passam por processo de oxi-redução21, para obtê-los na forma de substância elementar – as
quais terão um nome, representação química e características. São poucos os metais encontrados na natureza na
forma de substância elementar (simples), dentre esses temos o ouro (Au(s)) e a platina (Pt(s)). Por serem pouco
reativos, eles são considerados metais nobres. Os compostos metálicos (substâncias compostas) são encontrados nos
alimentos, medicamentos, nos minérios, no corpo humano, plantas, ou seja, em diversos sistemas que compõem o
mundo material.
Os metais também possuem características de conduzir corrente elétrica, como foi visto e discutido na
atividade experimental (condutividade elétrica em diferentes sistemas). Mas porque os metais elementares conduzem
quando sólido e os compostos de metais não conduzem quando se encontram na fase de agregação sólida? Para
responder isso, precisamos pensar nas características do metal na forma elementar e nas características do composto
metálico (substância composta contendo íons de metal).
Abaixo três exemplos de minérios de onde são extraídos, por processo de oxi-redução, os metais na forma
elementar:
Cuprita, contém CuO(s) Hematita, contém Fe2O3(s) Bauxita, contém Al2O3(s)

 Metal elementar: eles conduzem bem corrente elétrica por ter movimento de cargas elétricas livres que, nesse
caso, são os elétrons semi-livres, ou seja, os elétrons mais externos do átomo do metal que tem uma certa
mobilidade e por isso fecham o circuito.

21
Oxidação significa perder elétrons, ou ainda aumento da reatividade, não necessariamente em presença de oxigênio. Quando um átomo perde
elétrons o seu estado de oxidação aumenta. Exemplo: Al0 → Al3+ + 3 e-.
Redução significa ganho de elétrons. Exemplo: Ag+ + e–  Ag0
Agente Oxidante: É a espécie reagente que sofre redução (ganha elétrons). Ao ganhar elétrons, esta espécie promove a perda de elétrons
(oxidação) de outra espécie, agindo assim, como um agente oxidante.
Agente Redutor: É a espécie reagente que sofre oxidação (perde elétrons). Ao perder elétrons, está espécie promove o ganho de elétrons
(redução) de outra espécie, agindo assim, como um agente redutor.
33
 O que são elétrons? São partículas eletricamente negativas, que nos metais tem a capacidade de mover-
se, fechando o circuito na chamada corrente elétrica. Os elétrons são partículas que constituem os átomos
de todos os elementos químicos, porém nos metais na forma elementar, os elétrons mais externos estão
semi-livres e, portanto, com capacidade de mobilidade.
 Composto metálico (substâncias compostas de metais): Quando na forma sólida não fecha o circuito, pois não
tem cargas elétricas livres ou semi-livres. Possui íon com carga positiva (cátion) e íon com carga negativa
(ânion), mas não conduz corrente elétrica por estar com os íons (cátions e ânions) fortemente atraídos
formando uma rede cristalina. Então, essa atração forte entre o íon positivo(cátion) e o íon negativo(ânion)
impede a mobilidade das cargas com suficiente capacidade para fechar o circuito. Já quando em solução,
ocorre o rompimento do retículo cristalino, pois a água tem a capacidade de solvatar os íons, possibilitando
mobilidade a eles e a capacidade de fechar o circuito, ou seja, conduzir corrente elétrica.
Ex: Coreto de sódio (NaCl(s)) em água (H2O(l)) – forma uma solução aquosa de cloreto de sódio
NaCl(s) e H2O(l)  Na+(aq) Cl-(aq)
↓ ↓ ↓
Fortemente atraídos íon (+) cátion íon (-) ânion
formando o retículo cristalino conduz corrente elétrica fechando o circuito

O cientista que conseguiu interpretar a natureza da condutividade elétrica foi Joseph John Thompson, ele fez
vários experimentos, onde conclui que: o átomo seria uma massa carregada positivamente, na qual estariam
incrustados elétrons, com carga elétrica negativa. A proposição de um novo modelo então se fez necessário diante do
que a experimentação vinha mostrando. Assim, Thompson propôs um modelo que superava a proposta anterior feita
por Dalton.
O modelo atômico que Thompson propôs foi comparado, através de uma analogia, a um
pudim de passas, onde a massa do pudim corresponderia a parte positiva do átomo e as
passas corresponderiam as cargas negativas (no caso os elétrons). Este modelo possibilitou
um grande avanço, ao identificar a existência de elétrons como pequenas partículas
constituintes do átomo. Contudo, esse modelo, foi bastante razoável para aquela época,
porém com o passar do tempo não era suficiente para explicar outros dados experimentais,
surgindo a necessidade de propor outros modelos, dentre eles temos o modelo de Rutherford.
Isso mostra que o conhecimento é dinâmico e, portanto, na medida em que os estudos sobre o mundo
material vão avançando, novos modelos explicativos são necessários, uma vez que os modelos anteriores não são mais
capazes de explicar o que surgiu como um novo saber.
O cientista Ernest Rutherford, nascido na Nova Zelândia, propôs um modelo atômico baseando-se em
experimentos com radioatividade22. Através de seus estudos concluiu que há átomos que são radioativos e emitem
radiação de alta energia em forma de partículas alfa(), partículas beta() e raios gama(). Para comprovar essa
Teoria ele realizou um experimento bem curioso, veja:
Um fluxo de partículas alfa () é emitido por átomos do
elemento radioativo Polônio (Po) (fonte de partículas alfa) em
lâminas de ouro. Ele observou que as partículas alfa()
atravessavam a lâmina em linha reta, mas algumas se desviavam e
se espalhavam.
Mas porque somente algumas partículas se desviavam
enquanto as outras atravessavam a lâmina em linha reta?
Somente em 1911, Rutherford esclareceu esse fato. Ele
decifrou o que os resultados experimentais realmente significavam:

22
A radioatividade é um fenômeno natural ou artificial, pelo qual algumas substâncias ou átomos de elementos químicos, chamados radioativos,
são capazes de emitir radiações, as quais têm a propriedade de impressionar placas fotográficas, ionizar gases, produzir fluorescência, atravessar
corpos opacos à luz ordinária, etc. As radiações emitidas pelas substâncias radioativas são principalmente partículas alfa, partículas beta e raios
gama.
34

Observações Conclusões

Grande parte das partículas alfa atravessa a lâmina Boa parte do átomo é vazio. No espaço vazio (eletrosfera)
sem sofrer desvio no curso. provavelmente estão localizados os elétrons.

Poucas partículas alfa (1 em 20000) não Deve existir no átomo uma pequena região onde está
atravessam a lâmina e voltavam. concentrada sua massa (o núcleo).

Algumas partículas alfa sofriam desvios de O núcleo do átomo deve ser positivo, o que provoca uma
trajetória ao atravessar a lâmina. repulsão nas partículas alfa (positivas).
A comparação do número de partículas alfa que atravessavam a
lâmina com o número de partículas alfa que voltavam levou Rutherford a
concluir que o raio do átomo é 10 mil vezes maior que o raio do núcleo. A
partir dessas conclusões, Rutherford propôs um novo modelo atômico,
fazendo uma analogia ao sistema solar.
Assim, no modelo proposto por Rutherford um átomo é composto
por um pequeno núcleo carregado positivamente e rodeado por uma
grande eletrosfera, que é uma região envolta do núcleo que contém
elétrons. No núcleo está concentrada a carga positiva e a maior parte da
massa do átomo.
Reatividade dos metais
Os metais mais reativos são aqueles que possuem grande tendência a perder elétrons, logo, formam íons
positivos(cátions) com mais facilidade.
Por exemplo: colocando-se uma lâmina de ferro(Fe(s)) em uma solução de sulfato de
cobre (II), verifica-se que a lâmina de ferro fica recoberta por uma camada de metal vermelho
(o cobre). Por outro lado, a solução fica amarela (solução de sulfato de ferro II).
Ocorre, a reação conforme demonstrado na equação química abaixo, onde o ferro
(Fe(s)) e o sulfato de cobre (II) (CuSO4(aq)), reagem formando o sulfato de ferro (II) (FeSO 4) e o
metal cobre (Cu(s)).
Fe(s) + CuSO4(aq) → FeSO4(aq) + Cu(s)

A ocorrência desta reação nos leva a concluir que o metal ferro(Fe (s)) é mais reativo do que o metal cobre,
pois o ferro é capaz de deslocar o cobre de seu composto inicial.
Já a reação inversa não ocorre de forma espontânea.

FeSO4(aq) + Cu(s)  não ocorre reação

A reação nesse caso não ocorre, pois o cobre que se encontra na forma elementar é menos reativo que o
ferro, que se encontra na solução, na forma de íon. Sendo assim, o cobre não desloca os íons ferro da solução.
Por meio de reações deste tipo, os metais podem ser ordenados evidenciando a sua reatividade química,
conforme mostrado abaixo. Os metais mais reativos estão representados à esquerda, e os menos reativos à direita. O
hidrogênio é mostrado em destaque, apesar de não ser metálico, em vista de muitas literaturas o considerarem como
um padrão, ao qual os demais são relacionados em sua reatividade química.

Li>Cs>Rb>K>Ba>Sr>Ca>Na>Mg>Be>Al>Zn>Cr>Fe>Cd>Co>Ni>Pb>H>Sb>Bi>Cu>Hg>Ag>Pd>Pt>Au
maior reatividade

Modelo de ligação metálica

Num sólido, os átomos estão dispostos de maneira variada, mas sempre próximos uns aos outros, compondo
um retículo cristalino. Enquanto certos corpos apresentam os elétrons bem presos aos átomos, em outros, algumas
dessas partículas permanecem com certa liberdade de se movimentarem no cristal. É o que diferencia, em termos de
condutibilidade elétrica, os corpos condutores dos isolantes. Nos corpos condutores muitos dos elétrons se
35
movimentam livremente no cristal, de forma desordenada, isto é, em todas as direções. E, justamente por ser caótico,
esse movimento não resulta em qualquer deslocamento de carga de um lado a outro do cristal.
A ligação metálica é constituída pelos elétrons semilivres que ficam
entre os cátions dos metais (modelo do gás eletrônico ou do mar de elétrons).
Os metais são constituídos por seus cátions mergulhados em um mar de
elétrons. A ligação metálica explica a condutividade elétrica, a maleabilidade,
a ductilidade e outras propriedades dos metais.
Do ponto de vista químico, os metais se caracterizam por possuir
poucos elétrons na camada exterior do átomo.
Segundo a teoria da ligação metálica, esses elétrons formam uma "nuvem eletrônica", que ocupa faixas
limitadas no interior do metal, as chamadas zonas de Brillain, e podem passar facilmente de uma para outra, o que
justifica a relativa liberdade de que desfrutam dentro da rede. O sólido metálico seria assim formado pelos núcleos dos
átomos mergulhados nessa nuvem eletrônica, que pertence ao conjunto.
Aquecendo-se a ponta de uma barra de metal, colocam-se em agitação os átomos que a formam e os que lhe
estão próximos. Os elétrons aumentam suas oscilações e a energia se propaga aos átomos mais internos. Neste tipo
de cristal os elétrons livres servem de meio de propagação do calor - chocam-se com os átomos mais velozes,
aceleram-se e vão aumentar a oscilação dos mais lentos. A possibilidade de melhor condutividade térmica, portanto,
depende da presença de elétrons livres no cristal. Estudando-se o fenômeno da condutibilidade elétrica, nota-se que,
quando é aplicada uma diferença de potencial, por meio de uma fonte elétrica às paredes de um cristal metálico, os
elétrons livres adquirem um movimento ordenado: passam a mover-se do pólo negativo para o pólo positivo,
formando um fluxo eletrônico orientado no interior do metal. Quanto mais elétrons livres no condutor, melhor a
condução se dá.
Os átomos de um metal têm grande tendência a perder elétrons da última camada e transformar-se em
cátions. Esses elétrons, entretanto, são simultaneamente atraídos por outros íons, que então o perdem novamente e
assim por diante. Por isso, apesar de predominarem íons positivos e elétrons livres, diz-se que os átomos de um metal
são eletricamente neutros.

Eletroquímica

É o ramo da Química que estuda a aplicação do fenômeno de transferência de elétrons, com o objetivo de
converter energia química em energia elétrica e vice-versa.
A conversão de energia química em energia elétrica trata-se de um processo espontâneo, denominado pilha
ou célula galvânica utilizado em diversos tipos de pilhas e baterias (acumuladores) para as mais diferentes finalidades.
A conversão de energia elétrica em energia química trata-se de um processo não espontâneo, denominado
eletrólise. Esse processo é utilizado na fabricação de diversas substâncias que constituem matérias-primas
fundamentais para a indústria, como alumínio, cloro, hidróxido de sódio. Também é utilizado na purificação do cobre
destinado à fabricação de fios elétricos e no revestimento metálico de peças (eletrodeposição). Para ocorrer, requer
fornecimento de energia do sistema.

Devemos lembrar que toda a reação de oxirredução está relacionada a uma transferência de elétrons entre os
átomos e/ou íons das substâncias reagentes.
Assim, no exemplo abaixo, temos:
36
O Zn(s) perdeu 2e-, sofrendo assim oxidação. Por provocar o
ganho de elétrons no outro átomo ou íon, passa a ser o agente
redutor.
O Cu2+(aq) ganhou 2e-, sofrendo assim redução. Por provocar
a perda de elétrons no outro átomo ou íon, passa a ser o agente
oxidante.

Eletrodos da pilha: ânodo e cátodo


Ânodo: semirreação de oxidação: Zn(s)  2e- + Zn2+ (pólo negativo)
Cátodo: semirreação de redução: Cu2+(aq) + 2e-  Cu(s) (pólo positivo)

Notação IUPAC para pilha


Substância metálica que sofre oxidação / cátion que se forma // cátion que sofre redução / substância metálica que se forma
Ânodo // Cátodo
Zn / Zn2+ // Cu2+ / Cu

Pilha de Volta

A pilha de Volta foi o primeiro gerador estático de energia elétrica a ser criado, tendo sido inventado por
Alessandro Volta em meados de 1800.
Em 1800, Volta construiu um equipamento capaz de produzir corrente elétrica continuamente: a pilha de
Volta. Entre duas placas metálicas, uma de cobre e outra de zinco, imersas em ácido sulfúrico, observa-se o
movimento de cargas elétricas negativas que se deslocam do zinco e fluem em direção ao cobre. A pilha de Volta
produzia energia elétrica sempre que um fio condutor era ligado aos discos de zinco e de cobre, colocados na
extremidade da pilha.

Atividades de Sistematização

1) O ferro, matéria-prima para a fabricação do aço e empregado em grande quantidade na construção civil, é obtido
nas siderúrgicas a partir da hematita – mineral que contém óxido de ferro(III).
a) Pode-se classificar a hematita como uma substância? Explique.
b) O óxido de ferro (III) é uma substância simples (elementar) ou composta? Justifique.

2) Considerando os seguintes sistemas materiais:


I. Solução de sulfato de cobre (CuSO4(aq))
II. Solução de sacarose (C12H22O11(aq))
III. Solução de cloreto de sódio (NaCl(aq))
IV. ferro elementar (Fe(s))
V. Sulfato de alumínio [Al2(SO4)3(s)]
Quais desses materiais serão condutores de corrente elétrica? Justifique.

3) Em um laboratório temos três soluções A, B e C. Um dos métodos encontrados para identificação destas soluções
foi a verificação da solubilidade em água e da capacidade de conduzir corrente elétrica. Após os testes realizados,
obteve-se a seguinte tabela:
Com base na tabela ao lado, as soluções A, B e C são, respectivamente:
A( ) glicose, cloreto de sódio e óleo de soja.
B( ) óleo de soja, cloreto de sódio e glicose.
C( ) cloreto de sódio, óleo de soja e glicose.
D( ) glicose, óleo de soja e cloreto de sódio.
E( ) óleo de soja, glicose e cloreto de sódio.
37
4) Uma liga de solda utilizada em circuitos eletrônicos contém 63% de Sn e 37% de Pb (porcentagens em massa).
Essa liga é um sistema eutético, ou seja, um sistema
A( ) heterogêneo, no qual Pb e Sn podem ser distinguidos visualmente. B( ) volátil nas condições do ambiente.
C( ) em que a temperatura mantém-se constante durante a fusão. D( ) mau condutor de eletricidade.
E( ) que pode ser separado por centrifugação.

5) Os sistemas:
I - Fio de cobre metálico: Cu(s);
II - Solução aquosa de sulfato de zinco: ZnSO4(aq);
III - Cloreto de potássio em solução: KCl(aq);
são condutores de eletricidade. As espécies químicas responsáveis pela condução da corrente elétrica, em cada
sistema, são, respectivamente,
A( ) elétrons, íons e íons. B( ) elétrons, elétrons e elétrons. C( ) átomos, íons e moléculas.
D( ) cátions, ânions e elétrons. E( ) átomos, cátions e ânions.

6) A eletricidade (do grego elétron, que significa âmbar) é um fenômeno físico originado por cargas elétricas. Há dois
tipos de cargas elétricas: positivas e negativas. As cargas de nomes iguais (mesmo sinal) se repelem e as de nomes
distintos (sinais diferentes) se atraem. De acordo com a informação, assinale a alternativa correta.
A( ) O fenômeno descrito acima não pode ser explicado utilizando-se o modelo atômico de Dalton.
B( ) O fenômeno descrito acima não pode ser explicado utilizando-se o modelo atômico de Thomson.
C( ) Os prótons possuem carga elétrica negativa.
D( ) O fenômeno descrito acima não pode ser explicado utilizando-se o modelo atômico de Rutherford.
E( ) Os elétrons possuem carga elétrica positiva.

7) Ao realizar testes de reatividade de metais através de reações de deslocamento você chegou as conclusões
relacionadas no seguinte quadro:
solução 0,1 mol L-1 de Zn(NO3)2 solução 0,1 mol L-1 de Cu(NO3)2 solução 0,1 mol L-1 de Pb(NO3)2
0
Zn não houve reação houve reação houve reação
Cu0
Pb0 houve reação
Considerando estas informações responda as seguintes questões:
a) Complete as lacunas no quadro em função dos dados já existentes
b) Monte as equações ajustadas nas situações onde ocorreu reação.
c) Qual o metal mais reativo? E o menos reativo?

8) Temos uma solução de sulfato de cobre. Em que tipo de recipiente é possível armazenar essa solução sem
problema de haver corrosão? JUSTIFIQUE CADA CASO.
Em um recipiente metálico formado por:
A( ) alumínio; B( ) platina; C( ) ferro; D( ) níquel; E( ) ouro.

9) O efeito fotoelétrico está presente no cotidiano, por exemplo, no mecanismo que permite o funcionamento das
portas dos shoppings e nos sistemas de iluminação pública, por meio dos quais as lâmpadas acendem e apagam.
Esse efeito acontece porque, nas células fotoelétricas, os metais emitem elétrons quando são iluminados em
determinadas condições. O potássio e o sódio são usados na produção de determinadas células fotoelétricas pela
relativa facilidade de seus átomos emitirem elétrons quando ganham energia.
a) Por que são usados metais como condutores elétricos?
b) Sabendo que o sódio é (11Na23) e potássio (19K39), dê o número de prótons, elétrons e nêutrons de cada átomo.

10) Quando se mergulha um pedaço de fio de cobre limpo em uma solução aquosa de nitrato de prata, observa-se o
aparecimento gradativo de um depósito sólido sobre o cobre, ao mesmo tempo em que a solução, inicialmente
incolor, vai se tornando azul.
a) Por que aparece um depósito sólido sobre o cobre e por que a solução fica azul?
b) Dê a equação química da reação que ocorre.
38
11) Em um laboratório de Química foi realizado uma atividade experimental com nove copos de béquer contendo
soluções aquosas de íons metálicos. Em cada copo foi acrescentado uma amostra de metal. Todo o esquema está
ilustrado na imagem abaixo:

CuSO4(aq) AgNO3(aq) Fe2(SO4)3(aq)

Dado a fila de reatividade dos metais:


Li, K, Rb, Cs, Ba, Sr, Ca, Na, Mg, Al, Mn, Zn, Fe, Co, Ni, Pb, H, Cu, Ag, Pd, Pt, Au
Maior reatividade
a) A observação da atividade experimental revelou reação química espontânea em três dos nove copos de béquer.
Sobre esses casos, equacione a reação onde ocorreu:
b) Indique em cada reação a espécie que sofreu redução, a que sofreu oxidação, o agente redutor e o agente
oxidante.
c) Em uma das combinações(reações) a solução aquosa tornou-se azulada. Qual o número do copo em que isso
ocorreu?

12) O boato de que os lacres das latas de alumínio teriam um alto valor comercial levou muitas pessoas a juntarem
esse material na expectativa de ganhar dinheiro com sua venda. As empresas fabricantes de alumínio esclarecem
que isso não passa de uma “lenda urbana”, pois ao retirar o anel da lata, dificulta-se a reciclagem do alumínio.
Como a liga do qual é feito o anel contém alto teor de magnésio, se ele não estiver junto com a lata, fica mais
fácil ocorrer a oxidação do alumínio no forno.:
Com base no texto e na tabela, que metais poderiam entrar na composição do anel
das latas com a mesma função do magnésio, ou seja, proteger o alumínio da
oxidação nos fornos e não deixar diminuir o rendimento da sua reciclagem?
A( ) Somente o lítio, pois ele possui o menor potencial de redução.
B( ) Somente o cobre, pois ele possui o maior potencial de redução.
C( ) Somente o potássio, pois ele possui potencial de redução mais próximo do
magnésio.
D( ) Somente o cobre e o zinco, pois eles sofrem oxidação mais facilmente que o alumínio.
E( ) Somente o lítio e o potássio, pois seus potenciais de redução são menores do que o do alumínio.
Justifique sua resposta.

13) Analise a série de reatividade dos metais abaixo, assinale a alternativa que contém a reação que irá ocorrer
espontaneamente.

14) Considerando-se as aparelhagens esquematizadas abaixo:


A afirmação correta é:
A( ) a aparelhagem I pode ser utilizada para separar água e gasolina
B( ) a aparelhagem I pode ser utilizada para separar solução de água e sal de cozinha
C( ) a aparelhagem I pode ser utilizada para separar solução de água e carvão
D( ) a aparelhagem II pode ser utilizada para separar solução de água se álcool etílico
39
15) A experiência de Rutherford, que foi, na verdade, realizada por dois de seus orientados, Hans Geiger e Ernest
Marsden, serviu para refutar especialmente o modelo atômico:
A( ) de Bohr. B( ) de Thomson. C( ) planetário. D( ) quântico. E( ) de Dalton.

16) Observe os diagramas de mudança de fases das substâncias puras A e B, submetidas às mesmas condições
experimentais.
Indique a substância que se funde
mais rapidamente. Nomeie, também,
o processo mais adequado para
separar um sistema homogêneo
contendo volumes iguais dessas
substâncias, inicialmente à
temperatura ambiente, justificando
sua resposta.

17) A temperatura em que uma substância, sob aquecimento, ferve é denominada


temperatura de ebulição. A da água pura é 100 ºC, quando no nível do mar, ou
seja, sob pressão de 1 atm. No topo de uma montanha, a água entra em
ebulição a uma temperatura inferior a 100 ºC. Explique esse fenômeno.

18) Para o estudo de densidade de líquidos, um professor utilizou o seguinte experimento: introduziu uma bolinha de
densidade igual a 1 g/cm3 em quatro frascos. Estes frascos continham volumes iguais de líquidos diferentes.
O resultado observado foi o seguinte:

Frasco A Frasco B Frasco C Frasco D


A partir da posição da bolinha nos líquidos contidos nos quatro frascos, assinale a alternativa correta:
A( ) Os líquidos contidos nos frascos A e B apresentam densidades menores que 1 g cm-3.
B( ) O líquido contido no frasco D é mais denso que 1 g cm-3.
C( ) O líquido contido no frasco C é menos denso que o líquido contido no frasco D.
D( ) Os líquidos contidos nos frascos A e B são menos densos que o líquido contido no frasco D.
E( ) Os líquidos contidos nos frascos A e B são mais densos que o líquido contido no frasco D.
19) “Colocando-se água bem gelada num copo de vidro, em pouco tempo este fica molhado por fora, devido à
formação de minúsculas gotas de água.” Explique este fato.
20) No livro Todas as letras (Companhia das Letras, 1996) o excelente compositor Gilberto Gil vale-se de alguns
termos químicos para analisar uma letra do seu parceiro João Donato. Na página 152, lê-se”[...] como se fosse
composta de um número regular de átomos de uma substância simples, fundamental e conhecida, como H 2O”.
Diante do seu conhecimento químico, qual(is) correção(ões) você proporia no texto de Gil. Redija o texto
novamente, corrigindo o(s) erro(s).

21) O sulfato de alumínio, utilizado em tratamento de água, pode ser fornecido em solução 1 mol L -1. Essa solução
pode ser estocada em um tanque constituído de cromo metálico e não deve ser estocada em um tanque
constituído de magnésio metálico (potencial-padrão de redução Eº, em volts a 25 ºC: Al = -1,67; Cr = -0,74; Mg
= -2,38). Explique esta afirmação com base na eletroquímica.
40
22) A primeira pilha foi construída em 1800 por Alexandro Volta que intercalou discos de cobre e zinco com pedaços
de pano embebidos em uma solução salina. Sabendo-se que os potenciais-padrão de redução para o cobre e o
zinco em solução aquosa são, respectivamente, 0,34 V e 0,76 V, é correto afirmar que
A( ) ocorre oxidação dos discos de cobre
B( ) ocorre diminuição da massa dos discos de zinco com o passar do tempo.
C( ) os discos de zinco são os cátodos.
D( ) os elétrons movem-se dos discos de cobre para os de zinco.
E( ) os discos de cobre sofrem corrosão com o passar do tempo.

23) Por que na palha de aço a formação da ferrugem ocorre mais rapidamente?

24) As lâmpadas elétricas foram desenvolvidas por volta de 1880, graças a Thomas Alva Edison (1847-1931), Joseph
Swan (1828-1914) e outros. Eram chamadas de lâmpadas de filamento ou incandescentes, devido ao modo como
funcionavam. A eletricidade passava por um delgado pedaço de carvão com alta resistência - o filamento -, que
se aquecia até incandescer ou emitir brilho branco. Se ele brilhasse no ar, se combinaria com o oxigênio e
queimaria.
Por isso, tirava-se o ar do bulbo, criando vácuo em torno do filamento. Nas lâmpadas hoje fabricadas, um gás
inerte, como o argônio, substitui o vácuo para minimizar a evaporação do tungstênio.
Cite alguns motivos para a escolha do tungstênio como material para o filamento, nas lâmpadas incandescentes.

25) Precisamos ficar de olho na água mineral! A propaganda nos vende ela como
uma água cristalina, refrescante, muito melhor que qualquer água que
poderíamos tomar. Ela é fresca, direta da fonte! Mas se engana quem imagina
que a qualidade das garrafinhas é melhor... Fique de olho nos rótulos. Lá você
encontra a composição da água. Cada água é diferente. Mesmo estas águas de
grandes marcas, tem em sua linha água retirada de diversas fontes. Os valores
dos minerais presentes e propriedades físico-químicas dependem da qualidade do
solo em que cada água é retirada.
Veja uma parte de um rótulo ao lado. O que podemos dizer quanto ao que
aparece na composição química e o que temos discutido nas aulas. A forma como
está descrita a composição química está adequada? Explique.

26) Objetos de prata escurecidos (devido principalmente de Ag 2S(s)) podem ser limpos eletroquimicamente, sem perda
da prata, mergulhando-os em um recipiente de alumínio contendo solução quente de bicarbonato de sódio. Nesse
processo, a prata em contato com o Ag2S(s) atua como cátodo e o alumínio como ânodo de uma pilha. A
semirreação que ocorre no cátodo pode ser representada por:
A( ) Ag2S  2 Ag1+ + S2- B( ) Ag2S + 2 e-  2 Ag + S2- C( ) Ag2S  2 Ag + S
2- -
D( ) Ag2S  2 Ag + S + 2 e E( ) Ag2S + 2 e-  2 Ag + S

27) Uma indústria que necessita estocar solução de nitrato de níquel II (Ni 2+/Ni: -0,25 V) dispõe dos tanques I, II, III
e IV relacionados em seguida:
- tanque I: construído de ferro (Fe2+/Fe: -0,44 V)
- tanque II: construído de chumbo (Pb2+/Pb: -0,13 V)
- tanque III: revestido de zinco (Zn2+/Zn: -0,76 V)
- tanque IV: revestido de estanho (Sn2+/Sn: -0,14 V)
Quais tanques poderão ser usados para que a solução a ser estocada não se contamine (não reaja com o
recipiente)?
A( ) I e IV B( ) II e IV C( ) II e III D( ) III e IV E( ) I e III

28) Na pilha eletroquímica Zn0 / Zn2+ // Cu2+ / Cu0, ocorrem reações de oxirredução. Nesse sistema, pode-se afirmar que:
A( ) no polo negativo há oxidação de Cu0 a Cu2+. B( ) no polo negativo há oxidação de Zn0 a Zn2+.
C( ) no polo positivo há oxidação de Cu0 a Cu2+. D( ) no polo positivo há oxidação de Zn0 a Zn2+.
E( ) no polo positivo há redução de Zn2+ a Zn0.
41
29) Numa pilha eletroquímica sempre ocorre:
A( ) Redução no ânodo. B( ) Movimentação de elétrons no interior da solução eletrolítica.
C( ) Reação de neutralização. D( ) Passagem de elétrons, no circuito externo, do cátodo para o ânodo.
E( ) Uma reação de oxirredução.

30) Os principais fenômenos estudados pela eletroquímica são a produção de corrente elétrica, através de uma
reação química (pilha), e a ocorrência de uma reação química, pela passagem de corrente elétrica (eletrólise).
Com relação a esses fenômenos, analise as proposições abaixo.
I - As pilhas comuns são dispositivos que aproveitam a transferência de elétrons em uma reação de oxirredução,
produzindo uma corrente elétrica, através de um condutor.
II - Em uma pilha a energia elétrica é convertida em energia química.
III - O fenômeno da eletrólise é basicamente contrário ao da pilha, pois enquanto na pilha o processo químico é
espontâneo (ΔEº > 0), o da eletrólise é não-espontâneo (ΔEº < 0).
Assinale a alternativa correta.
A( ) somente a proposição II é verdadeira. B( ) somente as proposições I e II são verdadeiras.
C( ) somente as proposições I e III são verdadeiras. D( ) somente a proposição I é verdadeira.
E( ) todas as proposições são verdadeiras.

31) Uma metalúrgica recebeu uma encomenda de 700 dm 3 de aço carbono com teor de 0,10 % de carbono (restante
ferro). Para atender ao pedido, a metalúrgica decidiu preparar o aço carbono do pedido por diluição de um aço
carbono que tem em estoque, cujo teor de carbono é de 0,50 % (restante ferro). Ao tomar essa decisão deve-se
estar ciente da alta demanda de energia e também de possíveis modificações na estrutura da liga. Sendo assim,
ao final do processo, além da caracterização da composição, é realizado o controle estrutural da liga. Qual o
volume de aço carbono do estoque será utilizado para atender do pedido? Qual o volume de ferro será adicionado
para diluir o carbono de 0,50% a 0,10%?

32) Certas ligas estanho-chumbo (Sn-Pb) com composição específica formam um sistema eutético, o que significa que
uma liga com essas características se comporta como uma substância pura, com uma temperatura de fusão
definido, no caso 183 ºC. Essa temperatura é inferior a temperatura de fusão dos metais que compõem esta liga
(o estanho elementar funde a 232 ºC e o chumbo elementar a 320 ºC), o que justifica sua ampla utilização na
soldagem de componentes eletrônicos, em que o excesso de aquecimento deve sempre ser evitado. De acordo
com as normas internacionais, os valores mínimo e máximo das densidades para essas ligas são de 8,74 g mL -1 e
8,82 g mL-1, respectivamente. Sabendo que as densidades do estanho e do chumbo são 7,3 g mL-1 e 11,3 g mL-1,
respectivamente, qual seria a massa necessária de cada componente para obter 850 g de uma liga estanho-
chumbo com composição percentual em massa de 63% Estanho e 37% Chumbo? A liga obtida esta de acordo
com as normas internacionais?
Em algumas extrações de ouro, sedimentos de fundo de rio e água são colocados em uma bateia, recipiente
cônico que se assemelha a um funil sem o buraco. Movimentos circulares da bateia permitem que o ouro metálico
se deposite sob o material sólido ali presente. Esse depósito, que contém principalmente ouro, é posto em
contato com mercúrio metálico; o amálgama formado é separado e aquecido com um maçarico, separando-
se o ouro líquido do mercúrio gasoso. Numa região próxima dali, o mercúrio gasoso se transforma em
líquido e acaba indo para o leito dos rios.
a) Os três segmentos acima grifados se referem, respectivamente, a quais métodos de separação de sistemas?
b) Quais propriedades físicas que explicam cada método de separação citado acima?
c) Essas propriedades caracterizam-se como propriedades intensivas ou extensivas? Justifique sua resposta.
42
Estrutura eletrônica e Tabela Periódica

A Tabela Periódica dos átomos dos elementos químicos é dividida em blocos s, p, d e f, nomes das últimas
subcamadas ocupadas. Dois elementos se encontram em posições diferenciadas. A rigor, o hélio deveria estar no
bloco s, mas é mostrado no bloco p. É um gás cujas propriedades são semelhantes às dos gases nobres do Grupo 18,
(além disso, ele tem a camada de valência completa) e, portanto, não apresenta o mesmo comportamento dos metais
reativos do Grupo 2. O hidrogênio ocupa uma posição única na Tabela Periódica. Ele tem um elétron s; logo, deveria
pertencer ao Grupo 1. Mas sua configuração tem menos um elétron do que a configuração de um gás nobre e, assim,
pode se comportar como um membro do Grupo 17. Você poderá encontrar o hidrogênio colocado no Grupo 1 ou no
Grupo 17, em ambos ou acima da Tabela.
Os blocos s e p formam os grupos principais da Tabela Periódica. As configurações semelhantes dos átomos
dos elementos do mesmo grupo principal são a causa de suas propriedades semelhantes. O número do grupo nos diz
quantos elétrons estão presentes na camada de valência. No bloco s, o número do grupo (1 ou 2) é igual ao número
de elétrons de valência. Porém, no bloco p, é preciso subtrair 10 unidades do número do grupo para encontrar o
número de elétrons de valência.
Cada novo período corresponde à ocupação do nível (da camada) com o número quântico principal mais alto
do que o anterior.

Classificação Periódica dos átomos dos elementos químicos

Elementos Representativos – bloco s e p


Elementos de Transição – bloco d
Elementos de Transição Interna – bloco f

Família ou grupo

Período
43
Eletronegatividade

A eletronegatividade é a medida da capacidade que um átomo tem, de atrair elétrons de outro átomo quando
os dois formam uma ligação química.
Assim, um átomo que, quando isolado, possui grande potencial de ionização e grande afinidade eletrônica
também apresentará, quando ligado a outro átomo, grande atração por elétrons, ou seja, terá uma alta
eletronegatividade.
Podemos dizer que a eletronegatividade depende de dois fatores: tamanho do átomo e número de elétrons na
última camada. Já conhecemos a influência do primeiro desses fatores: quanto menor é o átomo, maior é sua
capacidade de atrair elétrons, já que a distância destes ao núcleo é menor. O segundo fator se deve à tendência que
os átomos possuem de se tornarem mais estáveis quando completam oito elétrons na última camada. Átomos com
maior número de elétrons na última camada exercem maior atração sobre os elétrons de outros átomos. É o balanço
entre esses fatores que determina qual, dentre dois átomos, é o mais eletronegativo. Por exemplo, o cloro tem sete
elétrons na última camada e o oxigênio, seis. Se fosse considerado apenas esse fator, o cloro seria mais eletronegativo
que o oxigênio por precisar de apenas um elétron para completar o octeto. Entretanto, o átomo de oxigênio é tão
menor que o de cloro que essa característica acaba por superar o outro fator. Como resultado, o oxigênio se revela
mais eletronegativo que o cloro. Isso nos permite dizer que, de modo geral:
Quanto menor o átomo e maior o número de elétrons na última camada, maior é sua eletronegatividade.
Para medir o quanto um átomo é mais ou menos eletronegativo que outro, foi proposta por Linus Pauling uma
escala que atribui o valor 4,0 para o átomo de maior eletronegatividade, que é o de Flúor. Os valores para os outros
átomos são então determinados por comparação. Por exemplo, é possível demonstrar, por experimentos, que o átomo
de boro atrai os elétrons com a metade da força do flúor. Consequentemente, o valor da eletronegatividade do boro,
nessa escala, é 4/2 = 2. Já o átomo de alumínio atrai os elétrons com três oitavos da força em relação ao flúor; isso
significa que a eletronegatividade do Al na escala de Pauling é 4 . 3/8 = 1,5.
Um gráfico da eletronegatividade em função do número atômico, seria:

1 18
H Valores de Eletronegatividade He
2,1 2 13 14 15 16 17
Li Be B C N O F Ne
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Na Mg Al Si P S Cl Ar
0,9 1,2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1,5 1,8 2,1 2,5 3,0
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
0,8 1,0 1,3 1,5 1,6 1,6 1,5 1,8 1,8 1,8 1,9 1,6 1,6 1,8 2,0 2,4 2,8
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 1,9 2,2 2,2 2,2 1,9 1,7 1,7 1,8 1,9 2,1 2,5
Cs Ba * Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
0,7 0,9 1,3 1,5 1,7 1,9 2,2 2,2 2,2 2,4 1,9 1,8 1,8 1,9 2,0 2,2
Fr Ra ** Db Jl Rf Bh Hn Mt Uun Uuu Uub
0,7 0,9
44
Atividades de Sistematização

1) Um aluno estava analisando a Tabela Periódica e encontrou vários conjuntos de três elementos químicos ou
substâncias elementares que apresentavam propriedades semelhantes. Assinale a alternativa na qual os conjuntos
de três elementos ou substâncias elementares estão corretamente associados às propriedades indicadas no quadro
abaixo.
Números atômicos Reatividades Mesmo estado de agregação
consecutivos semelhantes à temperatura ambiente
A( ) Pt, Au, Hg H2. He, Li Cl2, Br2, I2
B( ) Cl, Br, I O2, F2, Ne Ne, Ar, Kr
C( ) Li, Na, K O2, F2, Ne Pt, Au, Hg
D( ) Ne, Ar, Kr Mg, Ca, Sr Cl2, Br2, I2
E( ) Pt, Au, Hg Li, Na, K Ne, Ar, Kr

2) O átomo X, com número de massa igual a 32, apresenta 16 nêutrons. O íon X2- é isoeletrônico do átomo de:
OBS.: isoeletrônico significa igual número de elétrons.
A( ) enxofre B( ) selênio C( ) cálcio D( ) argônio E( ) arsênio
3) Computadores articulam-se fortemente à produção de sentidos no mundo contemporâneo. Um desses sentidos
reconhece o problema da transformação de milhões de toneladas de máquinas obsoletas em lixo eletrônico. Um
computador possui em média 32% de metal ferroso, 23% de plástico [poli(cloreto de vinila)] e polímeros
antichama, como o PPS, 18% de metais não ferrosos, como chumbo, cádmio, berílio e mercúrio, 15% de vidro e
12% de placas eletrônicas que possuem ouro, platina, prata e paládio. Com base nesse contexto, nos constituintes
químicos de um computador e em processos de reciclagem do lixo eletrônico, a destilação fracionada é uma
alternativa para a reciclagem de placas de circuito impresso de computadores onde temos Zn, Fe e Pb.
Consultando a tabela periódica e a temperatura de ebulição dos metais mencionados, qual a ordem em que eles
seriam destilados?

4) Quando um átomo perde a neutralidade elétrica ele passa a ser chamado de íon. Se o número de prótons
identifica o tipo de átomo, ele pode variar quando um átomo se transforma em íon? Caso a resposta seja negativa,
indique o que deve acontecer para que um átomo se transforme em íon.

5) Com base nos dados da Tabela Periódica, assinale a alternativa INCORRETA.


A( ) O elemento estrôncio possui 02 (dois) elétrons na sua camada de valência.
B( ) Átomos dos elementos do grupo 17 têm a tendência de formar ânions, enquanto os elementos do grupo 1 têm a
tendência de formar cátions.
C( ) O átomo do elemento que possui 52 prótons pertence ao 5º período.
D( ) O fósforo possui, na sua camada de valência, a configuração 3s 2 3p5.
E( ) O átomo do elemento do grupo 2 e período 6 possui maior raio atômico do que o átomo do elemento do grupo 14
e período 4.

6) Atualmente, algumas tatuagens são consideradas como verdadeiras obras de arte


ambulantes. As tatuagens podem apresentar diferentes cores, formas e significados,
servindo inclusive para identificar os membros de uma tribo ou sociedade. Alguns
compostos químicos são os responsáveis pelas diferentes cores das tatuagens, como
por exemplo, os óxidos de titânio (branco) ou de ferro (castanho, rosa e amarelo) e
diversos sais, como os de crômio (verde), cádmio (amarelo ou vermelho) cobalto
(azul).
Os elementos químicos representados na tatuagem que aparece na figura acima
A( ) devem ser lipossolúveis para aumentar sua fixação na pele.
B( ) possuem caráter metálico maior que o do oxigênio.
C( ) são classificados como representativos e estão localizados entre as colunas 1 e 12 da tabela periódica.
D( ) são metálicos e, respectivamente, um actinídio, um representativo e um de transição.
45
7) Os elementos químicos considerados essenciais aos organismos vivos são aqueles cuja falta causa algum tipo
de disfunção e cuja adição restaura a saúde do organismo. Dos átomos de elementos que precisamos em grandes
quantidades, sete são metais (Na, K, Mg, Ca, Fe, Cu e Zn) e outros sete são não metais (H, C, N, O, P, S e Cl).
Considerando os átomos de elementos químicos citados acima, assinale a alternativa correta.
A( ) C, N, O, P, S e Cl são elementos representativos que possuem seu elétron de valência em orbital d.
B( ) Fe, Cu e Zn são elementos de transição interna pertencentes ao quarto período da tabela periódica.
C( ) Na e K, metais alcalinos, Mg e Ca, metais alcalinos terrosos, pertencem ao grupo dos elementos representativos.
D( ) O elemento H apresenta número atômico e número de massa iguais a 2.
E( ) Todos os elementos listados acima, por serem essenciais, são representativos.
8) Tanto os compostos de cálcio como os de magnésio podem ser utilizados no tratamento da osteoporose. Com
relação a esses átomos de elementos, pode-se afirmar que apresentam semelhança quanto ao:
A( ) número de níveis de energia B( ) número de elétrons no último nível de energia
C( ) valor de raio atômico D( ) número de camadas
46
Modelo de ligação química

 Modelo de Ligação Iônica;


 Modelo de Ligação Covalente.

Ligações químicas

Uma ligação química é a união entre átomos. Uma ligação química forma-se entre dois átomos se o arranjo
resultante de seus dois núcleos e seus elétrons tem energia mais baixa que a energia total dos átomos separados. Se
a energia mais baixa pode ser atingida pela transferência completa de um ou mais elétrons de um átomo para outro,
formam-se íons e o composto é mantido pela atração entre esses íons. Esta atração é chamada uma ligação iônica. Se
o abaixamento de energia pode ser atingido pelo compartilhamento de elétrons, então os átomos unem-se através de
uma ligação covalente, formando moléculas discretas.
Inicialmente podemos informar que a maioria das ligações não são 100% iônicas nem 100% covalentes.

Modelo de ligação iônica

Atuam forças eletrostáticas (ou Coulômbica) entre íon positivo (cátion) e íon negativo (ânion), ou seja, atração
entre cargas opostas. Esses íons formam-se pela transferência de elétrons dos átomos de um elemento para os
átomos de outro elemento. Para se formar uma ligação iônica, é necessário que os átomos de um dos elementos
tenham tendência a ceder elétrons e os átomos do outro elemento tenham tendência a receber elétrons.
Compostos iônicos formam-se entre metais e não metais muito ativos, ou seja, entre átomos de elementos
com uma baixa energia de ionização (I) e átomos de elementos com uma alta afinidade eletrônica (Aae). Para isso os
átomos devem estar em condições de no caso dos metais, perder 1 ou 2 elétrons (raramente 3, devido ao grande
consumo de energia) e dos ametais receber 1 ou 2 elétrons (raramente 3). Desta forma isso restringe, no caso dos
metais, aos dos grupos 1 e 2 e parte dos pertencentes ao grupo 13. Também aos metais de transição com baixo
estado de oxidação. Nos ametais (não metais) fica restrito aos pertencentes aos grupos 16 e 17 e ao nitrogênio (grupo
15). Os átomos dos elementos mais pesados do grupo 14 (Sn e Pb) são metais e são usualmente encontrados como
cátions divalentes em compostos iônicos: Sn2+ e Pb2+.

Devemos lembrar que todos os I (potencial de ionização ou energia de ionização) são endotérmicos (energia
necessária para arrancar elétrons). Já as Eae (afinidades eletrônicas) são exotérmicas (energia liberada quando o
átomo recebe elétron) para os halogênios (grupo 17) e endotérmicas para os calcogênios (grupo 16) e nitrogênio.
Pares iônicos gasosos são encontrados a temperaturas muito altas. A ligação iônica é mais comum de ser
encontrada em sólidos iônicos, onde a estrutura contém um grande número de cátions e ânions interligados,
constituindo um retículo(rede) cristalino. Podemos citar como exemplo o retículo cristalino do NaCl (s). Nesse caso,
cada cátion Na+ têm 6 ânions Cl- vizinhos, bem como cada ânion Cl- têm 6 cátions Na+ vizinhos.
47
Cl

Estrutura de Lewis

Modelo da Fórmula do Sólido Iônico: As estruturas de Lewis foram desenvolvidas por G. Lewis em 1916.
Lewis (1875-1946) foi um físico americano que muito contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento químico.
Os elétrons que são envolvidos em uma ligação química são chamados de elétrons de valência. Lewis
inventou uma forma simples de mostrar os elétrons de valência quando os átomos formam ligações. Ele utilizou o
símbolo químico do elemento, circundado por pontos, que representam o número de elétrons de valência do mesmo,
ou seja, os elétrons que estão no último nível (camada de valência) do átomo.
Cada lado do símbolo atômico pode acomodar no máximo dois elétrons. Um único ponto representa um
elétron sozinho; um par de pontos representa um par de elétrons emparelhados ocupando um orbital.
Para as estruturas de Lewis utiliza-se o símbolo químico do átomo, circundado por pontos, que representam o
número de elétrons de valências do mesmo, ou seja, os elétrons que estão no último nível (camada de valência) do
átomo.
Exemplo:
2 2 6 1
11Na 1s 2s 2p 3s  1 elétron de valência  Na·
··
2 2 6 2 5
17Cl 1s 2s 2p 3s 3p  7 elétrons de valência  :Cl·
··
Teoria ou “regra” do octeto

Os átomos de gases nobres (grupo 18), exceto o He, apresentam uma camada de valência tipo ns2 np6, Estes
elementos possuem um alto I e uma baixa A ae, possuindo pouca tendência de reagir. Devido a esta constatação foi
criada uma regra de estabilidade da configuração de 8 elétrons na camada externa, que é a chamada teoria do octeto,
relacionada à estabilidade dos gases nobres. Assim, átomos que podem atingir esta configuração (ns2 np6) pela perda
ou ganho de alguns poucos elétrons, tendem a completar o octeto.
Exemplo:
2 2 6 1 + 2 2 6
11Na 1s 2s 2p 3s  1 elétron de valência  Na·  Na (1s 2s 2p )
Na·  Na + e-
+

··
17Cl 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5  7 elétrons de valência  :Cl·  Cl- (1s2 2s2 2p6 3s2 3p6)
··
·· ·· -
:Cl· + e-  : Cl :
·· ··
Nesse caso ambos completaram o octeto. A estrutura de Lewis para um composto iônico consiste na
combinação entre as estruturas de Lewis dos íons individuais.
·· -
Na+ : Cl :
··

A estabilidade das substâncias iônicas deve-se à libertação de uma grande quantidade de energia,
denominada energia reticular, ao formar-se o sólido iônico.
Existem átomos de elementos químicos que não se enquadram nesta “regra” do octeto, por exemplo, alguns
átomos de elementos do bloco p que usam os orbitais d nas suas ligações (Camada de valência expandida), onde
teremos mais que 8 elétrons. A teoria do octeto é mais bem aplicada aos elementos representativos (grupos 1, 2, 13,
14, 15, 16 e 17) e nos períodos 2 e 3. A teoria do octeto serve somente como um guia, mas não é uma Lei.
48
Propriedades dos compostos iônicos

 Na forma sólida apresentam baixa condutividade elétrica, mas fundidos(líquido) ou em solução aquosa conduzem
corrente elétrica. Nos sólidos os íons encontram-se fortemente ligados à rede cristalina e não têm liberdade
(mobilidade) para mover-se e conduzir corrente elétrica.
 Apresentam altas temperaturas de fusão (T.F.) e temperaturas de ebulição (T.E.), porque as ligações iônicas são
muito fortes.
 São geralmente duros e frágeis (quebradiços).
 Solúveis em solventes polares com constante dielétrica alta, os quais são capazes de solvatar os íons, destruindo a
rede cristalina, como por exemplo, a água.

Modelo de ligação covalente

A ligação covalente se baseia num compartilhamento de 1 ou mais pares de elétrons, feito entre dois átomos,
em vista de adquirirem estabilidade. Quando se tem um átomo de elemento químico com baixo I e outro com alta Eea
a ligação será iônica. Quando se tem átomos de elementos com a mesma tendência de ganhar ou perder elétrons a
ligação será covalente, onde os elétrons ficam compartilhados entre os dois átomos. Portanto, ocorre quando a
diferença de eletronegatividade entre os átomos não é muito acentuada.
Os átomos dos elementos não metálicos se combinam para formar moléculas, tais como espécies diatômicas
H2(g), N2)g), O2(g), F2(g), Cl2(g), Br2(L) e I2(s), e espécies poliatômicas como P 4 e S8. Os átomos de elementos próximos a
fronteira entre metais e não metais podem formar sólidos com uma rede de átomos extensa, tais como as de carbono
no diamante ou no grafite.
As moléculas são formadas apenas quando um número determinado de átomos estabelece ligações covalentes
entre si. A molécula é um conjunto eletricamente neutro.

Molécula de Hidrogênio (Ligação covalente simples): H2 (g)


Considerando 2 átomos de hidrogênio isolados, a medida que a distância entre eles
diminui, inicia uma força atrativa entre o núcleo de um e o elétron do outro, logicamente
que isso conduz à uma diminuição da energia potencial do sistema. A uma distância
internuclear de 0,074 nm a energia potencial é mínima e a atração entre os átomos é
máxima. Se diminuirmos ainda mais a distância entre eles inicia a força repulsiva (núcleo –
núcleo), aumentando a energia potencial. Portanto, a atração que faz com que os átomos
de hidrogênio permaneçam juntos é a ligação covalente (a 0,074 nm ambos os núcleos de
H atraem igualmente os elétrons).
Os átomos de H, ao se aproximarem, aumentam a carga eletrônica na região entre
os núcleos com diminuição de carga eletrônica nos limites da molécula. O par eletrônico da
molécula de H2(g) é igualmente mantido por ambos os núcleos (spins desemparelhados).
Isso pode ser entendido tanto é que o átomo de H é paramagnético 23 e a molécula de H2(g)
é diamagnética.
Os elétrons, para formarem o par numa ligação covalente, devem ter spins opostos, caso contrário a ligação
não ocorre. A ligação covalente, por esse motivo, possui características magnéticas (elétrons de spins opostos se
atraem magneticamente).

Estrutura de Lewis e teoria do octeto - Modelo para Substâncias Moleculares

Quando uma ligação covalente se forma, os átomos compartilham elétrons até que ambos atinjam a
configuração de gás nobre. Por exemplo, o nitrogênio tem cinco elétrons de valência e precisa de mais três para
completar seu octeto. O cloro tem sete elétrons de valência e precisa de mais um elétron para completar seu octeto. O
argônio já tem um octeto completo e não tem tendência a compartilhar elétrons.
Os símbolos de Lewis, introduzidos anteriormente podem ser entendidos para descrever ligações covalentes
pelo uso de uma linha (–) para representar o par de elétrons compartilhado. Por exemplo, a combinação de dois
átomos de hidrogênio pode ser representada como:
A representação da estrutura de Lewis para o hidrogênio é H· + ·H  H : H sendo sua estrutura H – H

23
Paramagnetismo e diamagnetismo: Se um elemento químico possui e- desemparelhados (s > 0) ele é Paramagnético, isto é, ele pode ser atraído
por um campo magnético. Se s = 0 (não possui e- desemparelhados) o elemento é diamagnético (não é atraído por um campo magnético).
49
Ligações múltiplas

O compartilhamento de um único par de elétrons constituem uma ligação covalente simples, referida
simplesmente como uma ligação simples. Quando dois pares de elétrons são compartilhados entre dois átomos
temos uma ligação dupla, e uma ligação tripla corresponde ao compartilhamento de três pares de elétrons. Por
exemplo, a representação da estrutura de Lewis para uma ligação dupla entre dois átomos de C : : C, é escrita C = C.
. .
Similarmente uma ligação tripla, tal como C : : C, é escrita C  C. As estruturas de Lewis não mostram a forma da
molécula, mas somente o padrão das ligações.
Ligação covalente SIGMA () é aquela em que os orbitais atômicos se interpenetram segundo um mesmo
eixo. Podemos ter ligações sigma: (s-s), (s-p) e (p-p), dependendo dos orbitais que se interpenetram na ligação.
Os elétrons, para formarem o par numa ligação covalente, devem ter spins opostos, caso contrário a ligação
não ocorre. A ligação covalente, por esse motivo, possui características magnéticas (elétrons de spins opostos se
atraem magneticamente).
Na representação da fórmula molecular, escrevem-se os símbolos dos átomos em ordem crescente de
eletronegatividade. Ex. HNO2
A ligação é dita APOLAR quando não há diferença de eletronegatividade24 entre os átomos e, portanto, não
ocorre deslocamento de carga elétrica na molécula. A ligação será POLAR quando há diferença de eletronegatividade
entre os átomos, e sendo assim haverá deslocamento de carga elétrica na molécula.
Uma ligação covalente entre átomos diferentes, como regra geral, é POLAR. Somente no caso particular
desses átomos diferentes terem a mesma eletronegatividade a ligação será APOLAR. Assim a ligação P - H é APOLAR
porque a eletronegatividade do P é igual à do H (2,1 na escala Pauling). Poderá ocorrer ligação covalente pi (), ou
seja, a interpenetração de orbitais p, através de eixos paralelos.
Ligação covalente dativa25 ou coordenada

É um par de elétrons compartilhado entre dois átomos, sendo que esse par de elétrons é fornecido apenas por
um dos átomos participantes da ligação. Ela ocorre quando um dos átomos participantes da ligação já completou o seu
octeto e o outro ainda não.
A entidade química que recebe a ligação coordenada deve possuir 2 orbitais semipreenchidos, ou então 1
orbital vazio, na sua camada de valência. É importante saber que um átomo só irá usar seu par de elétrons
emparelhados da última camada para compartilhar com outro átomo depois que tiver feito todas as ligações
covalentes comuns de que necessitava para adquirir estabilidade.
Na fórmula estrutural, devemos primeiro escolher o átomo central, o que será:
 O que faz o maior número de ligações covalentes comuns;
 O menos eletronegativo;
 O que, ao ocupar o centro, torne a molécula simétrica, pois a simetria, apesar de não ser obrigatória, sempre
garante maior estabilidade à molécula.
Para um melhor entendimento usaremos o quadro abaixo onde "E" representada um elemento genérico.
Elementos C e Si NeP OeS F, Cl, Br, I
   
Esquema de Lewis (elétrons da última camada) E E :E :E
   
   
Esquema estrutural E E E  E 
   
Ligações covalentes comuns 4 3 2 1
Ligações covalentes dativas que poderá fazer 0 1 2 3
Elemento 5B 6C 7N 8O 9F 10Ne
Distribuição eletrônica 1s2 2s2 2p1 1s2 2s2 2p2 1s2 2s2 2p3 1s2 2s2 2p4 1s2 2s2 2p5 1s2 2s2 2p6
Número de ligações
3 4 3 2 1 0
covalentes

24
Quando 2 átomos compartilham um par eletrônico, a eletronegatividade é uma medida da tendência que possui um átomo em atrair mais para si
o par eletrônico. Conceito proposto por Linus Pauling em 1932.
25
A ligação dativa é um modelo simplista para representar as ligações presentes em certas moléculas, sendo mais bem representadas de outras
maneiras, como, por exemplo, através de expansões do octeto.
50

Exemplos

Moléculas que não podem ser explicadas pela teoria do octeto: Pares de elétrons livres
 PCl5, 10 e- para o P: camada de valência expandida, devido ao uso do orbital 3d (hibridização). Elementos dos
períodos 1 e 2 não expandem a camada de valência porque não têm subnível d.
 BF3, 6 e- para o B: hibridização.
 BeH2, 4 e- para o Be: hibridização.
 NO, 5 e- para o N: explicada pela teoria da ressonância.
 NO2, 7 e- para o N: explicada pela teoria da ressonância.

A estabilidade da ligação covalente provém da diminuição energética que experimentam os átomos ao


ligarem-se. A formação da ligação covalente explica-se mediante duas teorias: a teoria da ligação de valência e a
teoria da orbital molecular.
Na teoria da ligação de valência supõe-se que a ligação se forma quando os dois átomos se aproximam o
suficiente para conseguirem uma adequada sobreposição de seus orbitais externos. Em muitos casos, o uso
de orbitais atômicos puros não está de acordo com os dados experimentais. Para eliminar esta discrepância entre a
teoria e a experimentação, em muitos compostos é necessário supor que durante o processo de formação da ligação
se produz uma hibridação ou mistura de orbitais puros.
Assim, por exemplo, quando se hibridam um orbital s e um orbital p puro, formam-se dois orbitais sp híbridos,
como os que intervêm na formação do acetileno. Quando se hibridam um orbital s puro com dois orbitais p puros,
formam-se três orbitais sp2 híbridos, como os que se encontram na formação do etileno. Quando se hibridam um
orbital s puro com três orbitais p puros formam-se quatro orbitais sp3 híbridos, como os que intervêm na formação da
molécula de etano. Existem também outros tipos de hibridação que implicam orbitais d: dsp2, dsp3, d2sp3, etc.
Denomina-se ligação  qualquer ligação em que os orbitais da união se sobreponham ao longo do eixo
internuclear. Pelo contrário, denomina-se ligação  a qualquer ligação em que os orbitais de ligação se sobreponham
por cima e por baixo do eixo internuclear.
Na teoria do orbital molecular supõe-se que os núcleos dos átomos ligados se encontram já na sua
distância internuclear de equilíbrio, livres de todos os seus elétrons. Esta estrutura possui orbitais moleculares de
diversos níveis energéticos formados a partir dos orbitais atômicos. Os elétrons vão-se situando nesses orbitais
moleculares, obtendo-se deste modo a configuração eletrônica da molécula.

Caráter de uma ligação: Caráter iônico parcial em Ligação Covalente

Podemos afirmar que toda a ligação química feita entre dois átomos terá um caráter mais acentuado para o
covalente ou mais acentuado para o iônico.
Abaixo será apresentado um quadro que determina o caráter de uma ligação (covalente ou iônica).
Se a diferença de eletronegatividade entre dois átomos for menor a 1,7 (valor arbitrário), a ligação entre eles
será acentuadamente covalente. Se for maior ou igual a 1,7, a ligação será acentuadamente iônica.

Diferença de eletro- 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6
negatividade
% de caráter iônico 0,5 1 2 4 6 9 12 15 19 22 26 30 34 39 43 47
 predominantemente covalente 
Diferença de 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0 3,1 3,2
eletronegatividade
% de caráter iônico 50 55 59 63 67 70 74 76 79 82 84 86 88 89 91 92
 predominantemente iônico 
Quanto maior for a diferença entre as eletronegatividades dos átomos participantes de uma ligação, mais forte
será o dipolo elétrico, ou seja, mais polarizada será a ligação.
Dissemos, anteriormente, que a ligação entre metal e ametal é iônica. Contudo, há casos em que a diferença
de eletronegatividade entre eles é inferior a 1,7 e, dessa forma, a ligação é, predominantemente covalente. Ex.: AlCl 3
e FeBr3
 = 0  Ligação covalente apolar (0% caráter iônico)
0 <  < 1,7  Ligação covalente polar (Caráter iônico < 50%)
51
 = 1,7  50% Caráter iônico
 > 1,7  Ligação iônica (Caráter iônico > 50%)

Atividades de Sistematização

1) Átomos e íons são entidades químicas tão pequenas que é impossível visualizá-los individualmente, mesmo
utilizando os mais potentes microscópicos modernos. A Química se utiliza de modelos para a representação das
entidades que formam a matéria.

Considerando as informações dadas, julgue se as afirmações abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) O raio atômico do sódio é maior que o do cloro, porém o texto afirma que o raio iônico do sódio é menor que o do
cloro. Isso ocorre porque o íon Na+ tem raio menor que seu átomo original (Na 0) e o íon Cℓ– tem raio maior que
seu átomo original (Cℓ0).
( ) Tanto o íon sódio, Na+, quanto o íon cloreto, Cℓ–, são íons isoeletrônicos da espécie neutra neônio, 10Ne.
( ) Em um cristal de cloreto de sódio, os íons são mantidos na estrutura por atração de natureza eletrostática.
A correta sequência de cima para baixo está na alternativa:
A( ) F – F – V B( ) F – V – F C( ) V – F – V D( ) V – F – F E( ) V – V – V

2) Dados os compostos NaI(s), O2(g) e SCl2(g), diga qual o tipo de ligação em cada um, justificando:

3) A ligação química predominante nos compostos: gás nitrogênio, cloreto de hidrogênio e fluoreto de sódio são,
respectivamente,
A( ) iônica, covalente polar e covalente apolar. B( ) covalente apolar, covalente polar e iônica.
C( ) covalente polar, covalente apolar e iônica. D( ) iônica, covalente apolar e covalente polar.
E( ) covalente apolar, covalente apolar e covalente polar.

4) Considere as seguintes afirmações:


(I) Todo composto iônico é sólido na temperatura ambiente.
(II) Todo composto sólido na temperatura ambiente é composto iônico.
(III) Todo composto molecular é gasoso ou líquido na temperatura ambiente.
(IV) Todo composto gasoso ou líquido na temperatura ambiente é composto molecular.
Estão corretas as afirmações:
A( ) I, II, III e IV B( ) somente I e II C( ) somente III e IV
D( ) somente I e IV E( ) somente I e III

5) O aumento de diferença de eletronegatividade entre os átomos dos elementos ocasiona a seguinte ordem no
caráter das ligações:
A( ) covalente polar, covalente polar, iônica B( ) iônica, covalente polar, covalente apolar
C( ) covalente apolar, iônica, covalente polar D( ) covalente apolar, covalente polar, iônica
E( ) iônica, covalente apolar, covalente polar

6) Qual a informação mais importante para se inferir sobre a capacidade de ligação de um átomo de elemento
químico?
A( ) Seu número de prótons, nêutrons e elétrons. B( ) A diferente abundância isotópica dos diversos nuclídios.
C( ) Sua massa atômica exata. D( ) O número e a distribuição dos elétrons no último nível.
E( ) A configuração de seus diferentes níveis eletrônicos mais internos.

7) A condutibilidade elétrica dos metais é explicada admitindo-se:


A( ) ruptura de ligações iônicas B( ) ruptura de ligações covalentes
C( ) existência de prótons semilivres D( ) existência de elétrons semilivres E( ) existência de nêutrons semilivres
52
8) O chamado fogo-fátuo é uma chama pálida e azulada que ocorre devido à combustão espontânea de gases
resultantes da decomposição de matéria orgânica. Ocorre, por exemplo, em pântanos devido à combustão do
metano, CH4(g), liberado na fermentação da celulose, ou em cemitérios, devido à combustão da fosfina, PH3(g), que
se desprende dos cadáveres em putrefação. Esse fato pode estar ligado a algumas lendas do chamado “folclore
caipira”. A fosfina, além de inflamável, é um gás incolor, tóxico e de cheiro desagradável. Represente a fórmula
eletrônica e estrutural das substâncias destacadas em negrito no texto.

9) Considere a fórmula molecular das substâncias simples relacionadas abaixo e forneça em cada caso a fórmula
eletrônica(de Lewis) e a estrutural. Indique também o tipo de ligação – sigma() e/ou pi() – existente nessas
moléculas.
a) Br2(l): líquido em condições ambientes.
b) S2(g): ocorre em temperaturas entre 500 e 1000 ºC.
c) N2(g): gás inerte, principal componente da atmosfera.

10) Compostos iônicos possuem as propriedades:


A( ) São geralmente solúveis em água; apresentam estrutura cristalina e altas temperaturas de fusão e de ebulição.
B( ) Apresentam brilho metálico.
C( ) Em geral são solúveis em solventes apolares.
D( ) Elevada temperatura de ebulição e baixa temperatura de fusão.
E( ) Geralmente são sólidos.
F( ) Boa condutibilidade elétrica; solubilidade em água; são geralmente líquidos.
G( ) Quando são solúveis, dissolvem-se em solventes polares.

11) O cloreto de sódio, principal componente do sal de cozinha, é um composto iônico muito utilizado na culinária de
todo mundo e também como matéria-prima de várias indústrias químicas.
Como todo composto iônico, ele é formado pela união eletrostática de íons de cargas opostas. Sobre as
características do cloreto de sódio, qual a alternativa correta?
A( ) A ligação química presente no cloreto de sódio é dada por compartilhamento de elétrons.
B( ) Para formar o ânion Cloreto, o átomo de cloro precisa ganhar um elétron.
C( ) Para formar o cátion Sódio, o átomo de sódio precisa ganhar um próton.
D( ) O cloreto de sódio tem muito baixa solubilidade em água.
E( ) O cloreto de sódio tem baixo ponto de fusão.
53
Teoria de repulsão dos pares eletrônicos e geometria molecular – T.R.P.E.V.

Predizendo as Geometrias Moleculares


Temos dois tipos de pares de elétrons de valência: pares ligantes, que são compartilhados pelos átomos nas
ligações, e pares não-ligantes (ou pares isolados).
par não ligante
..
H N H
pares ligante
H

Moléculas que apresentam pares de elétrons livres (por exemplo, H 2O, NH3, ...) possuem geometria tal que a
repulsão eletrostática entre os pares é mínima.
O arranjo espacial de elétrons e átomos na molécula conduz a um estado de menor energia.
Teoria de repulsão dos pares eletrônicos de valência: os pares de elétrons livres (isolados) na molécula se
orientam no espaço de forma a reduzir o máximo possível a repulsão e - - e-, enquanto que a atração e- - núcleo é a
maior possível.
Uma estrutura de Lewis representa uma localização aproximada dos elétrons ligantes e dos pares isolados em
uma molécula. No entanto, por se tratar de um diagrama em duas dimensões da ligação entre os átomos, não pode
descrever o arranjo espacial dos átomos. Para descrever as formas das moléculas, fornecemos os ângulos das
ligações, que são os ângulos entre as linhas retas que ligam o centro dos átomos. O ângulo da ligação da água, por
exemplo, é o ângulo de 104,5° entre as duas ligações O-H.
Como os pares eletrônicos se repelem entre si devido a suas cargas, o arranjo mais estável de pares
eletrônicos é aquele em que as repulsões entre os pares são as mínimas possíveis. Esse arranjo permite-nos predizer a
forma geométrica de uma molécula. O método para determinar a orientação mais estável dos pares eletrônicos ao
redor de um átomo central numa molécula e, a partir disto, a geometria da molécula, é denominado pela Teoria de
Repulsão dos Pares Eletrônicos de Valência (TRPEV).

O efeito de elétrons não ligantes


O método TRPEV pode ser refinado para predizer e explicar pequenas distorções de moléculas da sua
geometria ideal. Os ângulos de ligação decrescem com o aumento do número de elétrons não-ligantes. Por exemplo,
considere a amônia, NH3, e água, H2O. Todos derivam da geometria tetraédrica, mas os ângulos de ligações diferem.

Geometria Molecular: Regras da TRPEV


 Os pares de elétrons da ligação ou livres se repelem = ficam o mais longe possível. Os pares eletrônicos de
valência de um átomo tendem a se orientar de forma que a energia total seja mínima: os pares ficam o mais
próximo possível do núcleo e o mais afastado possível entre si;
 Os pares de elétrons livres (não formam ligação) exercem repulsão maior que os elétrons que formam ligação.
Também, pares eletrônicos não compartilhados (isolados) são mais volumosos que pares compartilhados;
 A força de repulsão decresce com o aumento do ângulo entre as ligações na molécula. A repulsão é forte a 90º,
mais fraca a 120º e muito fraca a 180º.

 Molécula formada por 5 átomos, com presença de um átomo central.


A geometria será sempre TETRAÉDRICA, independentemente dos átomos envolvidos.
O ângulo  entre as ligações é sempre de 109º 28'.
Ex.:
CH4 CHCl3 SiCl4 POCl3
54
 Molécula formada por 4 átomos, com presença de um átomo central.

a) A geometria será TRIGONAL PLANA (triangular), se o átomo central NÃO POSSUIR par de elétrons emparelhados
disponíveis.
O ângulo  de ligação será de 120º.
Ex.:
SO3 CH2O COCl2

b) A geometria será PIRAMIDAL (pirâmide trigonal), se o átomo central POSSUIR par de elétrons emparelhados
disponíveis.
Ex.:
NH3

 Molécula formada por 3 átomos.


a) A geometria será LINEAR se o átomo CENTRAL NÃO POSSUIR par de elétrons emparelhados disponíveis.
O ângulo  entre as ligações será de 180º.
Ex.:
CO2 CS2 HCN

b) A geometria será ANGULAR se o átomo central POSSUIR par de elétrons emparelhados disponíveis.
Teoricamente o ângulo  é de 90º entre os ligantes, porém, na prática o comportamento é outro, para os elementos
que pertencem a mesma família do oxigênio.
Ex.:
H2O H2S SO2 NOCl

 Molécula formada por 2 átomos.


A geometria será LINEAR, independentemente dos átomos envolvidos. O ângulo  verificado entre as ligações será de
180º.
Ex.:
H2 N2 F2 HCl O2

F F
55
As formas das moléculas
56

Atividades de Sistematização

1) As geometrias das moléculas NH3, BF3, CO2 são, respectivamente:


A( ) trigonal piramidal, trigonal plana, linear.
B( ) trigonal piramidal, trigonal piramidal, linear.
C( ) trigonal piramidal, trigonal plana, angular.
D( ) trigonal plana, trigonal plana, angular.
E( ) trigonal plana, trigonal piramidal, linear.

2) P e Cℓ têm, respectivamente, 5 e 7 elétrons na camada de valência.


a) Escreva a fórmula de Lewis do tricloreto de fósforo.
b) Indique a geometria da molécula do tricloreto de fósforo.
c) Qual é tipo de ligação formada entre os átomos de fósforo e cloro?

3) Relacione as moléculas com as respectivas geometrias.


Coluna I Coluna II
(geometria molecular) (moléculas)
(a) Linear ( ) SO3
(b) Trigonal plana ( ) NH3
(c) Angular ( ) CO2
(d) Piramidal ( ) SO2
(e) Tetraédrica ( ) H2S
( ) CF4

4) Selecione a(s) alternativa(s) onde há exata correspondência entre a molécula e sua forma geométrica. A resposta
final é a soma dos números das alternativas selecionadas.
(01)- N2 – linear (02) – BeH2 – linear (04) – H2O – angular
(08) – CCl4 – tetraédrica (16) – BF3 – piramidal

Soma: _________________
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5) As propriedades das substâncias ouro (Au(s)), metano (CH4(g)) e brometo de sódio (NaBr(s)) estão listadas na tabela
abaixo, não necessariamente nessa ordem. Identifique, cada substância e justifique sua escolha a partir das
propriedades das substâncias metálicas, iônicas e moleculares(covalentes).
Condutibilidade Condutibilidade
Código TF ºC TE ºC elétrica no elétrica no
estado sólido estado líquido
A - 182 - 161 Mau condutor Mau condutor
B 993 1695 Mau condutor Condutor
C 1064 2856 Condutor Condutor

6) Proponha a fórmula eletrônica, estrutural e molecular para cada caso a seguir, indicando a geometria molecular.
a) Substância formada apenas por átomos de N.
b) Substância formada apenas por átomos de Cl.
c) Substância formada por átomos de Si e F.
d) Substância formada por 2 átomos de H, 1 átomo de O e 1 átomo de C.

7) Indique a alternativa correta com relação a compostos iônicos nas condições ambientes.
A( ) quanto maior a força de atração entre os íons de um composto iônico, menor sua temperatura de fusão.
B( ) suas soluções aquosas são más condutoras de eletricidade.
C( ) os íons se mantêm unidos porque o composto possui menor energia que os íons separados.
D( ) quanto maior o caráter iônico, menor a solubilidade em água.

8) Uma das substâncias mais abundante e largamente utilizada é o cloreto de


sódio, o principal componente do sal de cozinha. Esquematicamente, os íons
sódio e cloreto mantêm-se presos uns aos outros num cristal de cloreto de sódio
conforme representado no esquema ao lado.
Sobre o cloreto de sódio são feitas as seguintes afirmações:
I) No Brasil, o sal de cozinha é extraído em sua maioria de jazidas, sendo o
cloreto de sódio evaporado e depois refinado para o consumo.
II) A substância cloreto de sódio é um amontoado de cátions (Na +) e ânions (Cl-),
conhecido como retículo cristalino iônico.
III) A substância cloreto de sódio quando em solução aquosa conduz corrente
elétrica, pois, ao se dissolver na água, o retículo cristalino se destrói e os íons
ficam livres.
Podemos afirmar que:
A( ) Apenas a afirmação II está correta. B( ) As afirmações II e III estão corretas
C( ) Todas as afirmações estão corretas D( ) nenhumas das afirmações anteriores estão corretas.
E( ) Apenas a afirmação III está correta.

9) Um técnico de laboratório estava analisando o comportamento de diferentes materiais quando submetidos a uma
tensão elétrica. Para observar o resultado, o técnico instalou uma lâmpada no circuito elétrico que acende se a
corrente elétrica passa por todo o circuito. A imagem a seguir ilustra o teste que foi realizado.
Analise os dados da tabela ao lado e responda ao que se pede:
a) Com esse teste é possível separar as substâncias em iônicas, moleculares
e metálicas? Justifique a sua resposta

b) Sabendo que o técnico utilizou no experimento cloreto de sódio, madeira,


cloreto de potássio, gelo, titânio e açúcar, é possível correlacionar algum
desses materiais com o(s) resultado(s) obtido(s)? Qual? Justifique sua
resposta.
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Polaridade das moléculas

A existência ou não de polaridade em uma molécula depende, numa primeira análise, das ligações entre os
átomos que formam a molécula serem ou não polares.
Caso os átomos que formam a molécula estabeleçam entre si apenas ligações covalentes apolares, a
tendência é que a MOLÉCULA seja APOLAR.
No caso de MOLÉCULAS com dois átomos, ela SERÁ POLAR, quando houver diferença de eletronegatividade
entre os ligantes, ou seja, quando ocorrer o aparecimento de pólos.
Ex.: HCl

A polaridade de uma molécula com mais de dois átomos é expressa pelo vetor momento de dipolo resultante
(µR). Se ele for NULO, a MOLÉCULA SERÁ APOLAR e, caso contrário, POLAR.
Portanto se µR for igual a zero, a MOLÉCULA será APOLAR, mesmo que as suas LIGAÇÕES sejam POLARES.
Convenciona-se que o vetor µ deve apontar para o átomo mais eletronegativo.
Exs.:

A existência ou não de polaridade numa molécula fica condicionada à sua GEOMETRIA.

Interações intermoleculares – ligações intermoleculares

Discutiremos inicialmente as principais diferenças microscópicas existentes entre os três estados de agregação
da matéria. No estado gasoso as moléculas se encontram bastante separadas, movimentando-se com muita liberdade.
Já no estado líquido elas se encontram mais próximas e unidas, movimentando-se com menor liberdade. No estado
sólido temos as moléculas bem organizadas e ainda mais unidas, com seu movimento muito restringido.
Que FORÇAS mantêm as moléculas unidas nos estados sólidos e líquidos?
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Essas forças são chamadas INTERAÇÕES OU LIGAÇÕES INTERMOLECULARES. Basicamente essas forças são
de três tipos: INTERAÇÕES DIPOLARES, LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO E DIPOLO INDUZIDO-DIPOLO INSTANTÂNEO.

Quadro: Forças interiônicas e Intermoleculares*


Energia típica
Tipo de interação Espécies que interagem
(kJ.mol-1)
Íon-íon 250 Somente íons
Íon-dipolo 15 Íons e moléculas polares
Dipolo-dipolo 0,3 – 2 Moléculas polares
Dipolo-dipolo induzido 2 Pelo menos uma molécula deve ser polar
Dipolo instantâneo-dipolo induzido 2 Todos os tipos de moléculas
Moléculas que contém N, O, F; a interação necessita
Ligação de hidrogênio 20
de um átomo H compartilhado
*A interação total experimentada por uma espécie é a soma de todas as interações das quais ela participa.

 Interações íon-dipolo:

Um íon em água apresenta um certo número de moléculas de água a ele ligadas. A ligação de moléculas de
água a partículas solúveis, especialmente íons, é chamada hidratação. A hidratação é devida ao caráter polar da
molécula de água. A carga parcial negativa do átomo de oxigênio é atraída pelo cátion e as cargas parciais positivas
dos átomos de hidrogênio são repelidas. Espera-se, por isso, que moléculas de água se aglomerem ao redor do cátion,
com os átomos de oxigênio apontando para o interior e os átomos de hidrogênio apontando para o exterior. Espera-se
o arranjo inverso no caso de um ânion: os átomos Hidrogênio têm cargas parciais positivas; logo, eles são atraídos
pela carga negativa do ânion. Como a hidratação é o resultado da interação entre um íon e as cargas parciais da
molécula polar de água, este é um exemplo de uma interação íon-dipolo.

 Interações dipolo instantâneo – dipolo induzido (Forças de London).

Considere uma molécula apolar. Ela possui uma nuvem de elétrons em contínuo movimento. Se, durante uma
pequena fração de segundo, essa nuvem eletrônica estiver um pouco mais deslocada para um dos extremos da
molécula poderemos dizer que foi criado um dipolo instantâneo, ou seja, por um pequeno espaço de tempo
apareceram dois polos na molécula.
A extremidade positiva desse dipolo atrai os elétrons da molécula vizinha, na qual, por sua vez, também
aparece um dipolo, chamado de dipolo induzido, isto é, provocado pela primeira molécula. Esses dois dipolos, o
instantâneo e o induzido se atraem, essa situação dura apenas uma fração de segundo.
Assim, embora esse acontecimento se repita centenas de vezes em um segundo, as atrações desse tipo são
fracas.
As interações dipolo instantâneo-dipolo induzido são conhecidas também como forças dipolo induzido-dipolo
induzido ou também forças de dispersão de London. Na verdade, elas ocorrem em todas as substâncias - polares ou
apolares -, sendo, contudo, de grande importância nas substâncias apolares. Apesar de fracas, são o único tipo de
interação intermolecular que ocorre entre suas moléculas.
Alguns autores chamam essas interações de "Forças de Van der Waals". Contudo, a tendência moderna é usar
essa expressão como sinônimo das forças intermoleculares de um modo geral.
Essas moléculas, unidas por essas forças, formam, na fase sólida, o que chamamos de CRISTAIS
MOLECULARES.
A energia das interações de London depende da polarizabilidade das moléculas, isto é, a facilidade de
deformação das nuvens de elétrons. Como as moléculas volumosas, que têm muitos elétrons, são mais polarizáveis do
que as moléculas pequenas com poucos elétrons, pode-se esperar que elas sofram interações de London mais fortes
do que as menores.
Um exemplo importante são os cristais de gelo seco, gás carbônico (CO2(s)) sólido, ou ainda os cristais de iodo
(I2(s)) sólido, que, por terem suas moléculas fracamente unidas, passam facilmente da fase sólida para a fase gasosa,
ou seja, sofrem sublimação.
Agora, também, podemos ver por que os halogênios menores (F2(g) e Cl2(g)) são gases e os maiores, um líquido
(Br2(l)) e um sólido (I2(s)) na temperatura ambiente.
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 Interações dipolo-dipolo (dipolo permanente)

Considere uma molécula de HCl. Devido à diferença de


eletronegatividade entre H e Cl essa molécula é polar. Sua
extremidade negativa atrai a extremidade positiva de outra molécula
vizinha, o mesmo ocorrendo com sua parte positiva, que interage
atrativamente com a parte negativa de outra vizinha. Essa força de
atração entre os dipolos das moléculas é chamada de interação dipolo-
Interação intermolecular
dipolo, interação dipolo permanente ou, ainda, interação dipolar.
Assim, no HCl líquido ou sólido são essas as forças que mantêm as moléculas unidas, o mesmo acontecendo
em todas as substâncias polares.
São forças de natureza elétrica mais fortes que as forças dipolo instantâneo-dipolo induzido.
As forças de dipolo permanente são responsáveis pela atração existente entre moléculas polares.
A união de moléculas por forças de dipolo permanente, na fase sólida, dá origem a cristais dipolares.

 Interações tipo ligações de hidrogênio

Quando, em uma molécula, tivermos o HIDROGÊNIO ligado a um átomo dos três elementos mais
eletronegativos (F, O, N), haverá uma grande polarização dessa ligação, o que acarretará no hidrogênio uma grande
deficiência de elétrons.
Essa deficiência leva o hidrogênio a interagir com o par de elétrons de outra molécula vizinha, resultando
numa interação extraordinariamente forte entre as moléculas, chamada de "ligação de hidrogênio". Trata-se de uma
interação mais forte do que as forças dipolo-dipolo.

Na água (H2O), no fluoreto de hidrogênio (HF) e na amônia (NH3), líquidos ou sólidos, são essas forças que
mantêm as moléculas unidas.
Por ser essa uma força de atração bastante forte, as moléculas que fazem ligação de hidrogênio possuem
temperaturas de fusão e ebulição bem mais altas do que se poderia esperar.
Na fase sólida formam cristais dipolares.
Se considerarmos uma massa fixa de água, o volume ocupado por essa massa será maior na fase sólida que
na fase líquida.
Isso ocorre porque o arranjo do cristal dipolar, através de ligações de hidrogênio, segue uma estrutura rígida
que leva um mesmo número de moléculas de água a ocupar um espaço bem maior na fase sólida do que ocupariam
se estivessem na fase líquida, livre de tal rigidez.

Forças intermoleculares e Temperatura de ebulição

Quando fervemos uma substância estamos, na verdade, rompendo as ligações entre as moléculas para
separá-las.
A FERVURA IMPLICA QUEBRA DE LIGAÇÕES INTERMOLECULARES.
Assim, ao ferver HF(l), H2O(l), estamos rompendo ligações de hidrogênio; ao ferver HCl, HBr ou HI (polares)
estamos quebrando interações dipolo-dipolo; e, ao ferver F2, Cl2, Br2 ou I2 (apolares), estamos rompendo interações
dipolo instantâneo-dipolo induzido.

POR QUE AS SUBSTÂNCIAS APRESENTAM DIFERENTES TEMPERATURAS DE EBULIÇÃO?

Isso depende basicamente de dois fatores: a massa da molécula e o tipo de força intermolecular existente na
substância.
61
Quanto maior for a massa, mais difícil será de fazer a molécula se desprender da fase líquida e passar para a
fase vapor, e portanto, maior a temperatura necessária para a fervura (maior temperatura de ebulição).
Por outro lado, quanto mais fortes forem as interações entre as moléculas, mais unidas elas estarão e,
portanto, mais difícil será ferver a substância (maior temperatura de ebulição).
No entanto é muito difícil levar em conta esses dois fatores, ao comparar as temperaturas de ebulição de duas
substâncias. Será possível, contudo, fazer esse tipo de comparação se mantivermos constante um desses fatores.
Assim, concluímos que:
Via de regra geral: Ao compararmos duas substâncias com o mesmo tipo de interação
intermolecular, a que tiver maior massa molar possuirá maior temperatura de ebulição.

Ao compararmos duas substâncias com massas molares próximas, a que possuir forças
intermoleculares mais intensas possuirá maior temperatura de ebulição.

Os halogênios são formados por moléculas apolares, possuindo todos o mesmo tipo de interação, dipolo
instantâneo-dipolo induzido. Assim, é a massa crescente que determina a ordem crescente das temperaturas de
ebulição:
F2 Cl2 Br2 I2
Aumenta a temperatura de ebulição
As moléculas apresentam aumento na massa molar

Ao compararmos HCl, HBr e HI, deparamos com uma situação análoga. Nas três substâncias ocorrem forças
dipolo-dipolo, pois são polares.
HCl HBr HI
Aumenta a temperatura de ebulição
As moléculas apresentam maior massa molar

O que determina, então, a alta temperatura de ebulição do HF? A resposta é: ligações de hidrogênio. Apesar
de a molécula de HF apresentar massa molar menor que a de HCl, as ligações de hidrogênio são interações tão fortes
que mantêm as moléculas de HF mais coesas que as de HCl.
HF HCl
Aumenta a temperatura de ebulição
As forças intermoleculares ficam mais intensas

Energia de ligação

A força de uma ligação química é medida pela energia necessária para rompê-la. Uma ligação forte apresenta
uma energia de ligação alta. Essa energia é geralmente positiva e é expressa em kJ/mol, ou seja, a energia
necessária para a dissociação de um mol de ligações. Apesar dos esforços, é muito difícil medir a energia de ligação de
moléculas com mais de dois átomos. Além da dificuldade de se obter dados exatos, a força de ligação entre dois
átomos é influenciada pelos outros átomos que estão ligados a eles. Assim, uma energia de ligação média é obtida
tirando-se a média das energias de ligação feitas com compostos diferentes que contêm a ligação em questão.

Atividades de Sistematização

1) Considere a molécula de iodo, I2(s).


a) Que tipo de ligação mantém unidos os átomos de iodo?
b) Que tipo de interação ocorre entre as moléculas de iodo? Explique.
c) Que força de atração é mais forte no I 2(s), aquela que mantém os átomos unidos na molécula ou a que mantém as
moléculas unidas? Explique.

2) Explique por que água pura exposta à atmosfera e sob pressão de 1,0 atm entra em ebulição em uma temperatura
de 100°C, enquanto água pura exposta à pressão atmosférica de 0,7 atm entra em ebulição em uma temperatura
de 90ºC.

3) Considere três substâncias CH4, NH3 e H2O e três temperaturas de ebulição: 373K, 112K e 240K. Levando-se em
conta a estrutura e a polaridade das moléculas destas substâncias, pede-se:
a) Correlacionar as temperaturas de ebulição às substâncias.
b) Justificar a correlação que você estabeleceu.
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4) Em relação à polaridade das moléculas não é suficiente conhecer a eletronegatividade dos elementos constituintes
da mesma, pois ela depende também da sua geometria.
A alternativa que apresenta as moléculas, H2S, CO2 e H2O, em ordem decrescente de polaridade, é:
A( ) H2S - CO2 - H2O. B( ) CO2 - H2O - H2S. C( ) CO2 - H2S - H2O.
D( ) H2O - H2S - CO2. E( ) H2S - H2O - CO2.

5) Um professor decidiu decorar o laboratório com um “relógio de Química”, no qual, no lugar dos algarismos, foram
colocados os símbolos de alguns elementos, dispostos de acordo com seus respectivos números atômicos, como
mostra a figura abaixo.
a) Indique o tipo de ligação do composto que é formado quando o relógio marca 8 horas.
b) Qual é a fórmula do composto obtido e o nome da substância formada?
c) Qual é a hora em que o relógio pode representar melhor a molécula F 2? Qual a
polaridade dessa molécula e a sua geometria?
d) Quando o relógio marcar 6 horas e 5 minutos, quantos átomos haverá na molécula
formada pelos átomos dos elementos indicados? Qual é a polaridade dessa molécula e
a sua geometria?

6) Dadas as seguintes moléculas: HBr, I2, HF e NH3.


A alternativa que corresponde às forças intermoleculares existentes em cada uma das moléculas acima, na ordem
em que se encontram é:
A( ) Dipolo induzido-dipolo instantâneo, dipolo induzido-dipolo instantâneo, dipolo permanente e ligação de hidrogênio.
B( ) Dipolo permanente, dipolo induzido-dipolo instantâneo, ligação de hidrogênio e ligação de hidrogênio.
C( ) Ligação de hidrogênio, dipolo permanente, ligação de hidrogênio e dipolo induzido-dipolo instantâneo.
D( ) Dipolo induzido-dipolo instantâneo, dipolo permanente, ligação de hidrogênio e ligação de hidrogênio.
E( ) Ligação de hidrogênio, dipolo induzido-dipolo instantâneo, ligação de hidrogênio, dipolo permanente.

7) A figura a seguir representa o ciclo da água na Terra. Nela estão representados processos naturais que a água
sofre em seu ciclo.
Com base no desenho, faça o que se pede:
a) Considerando que as nuvens são formadas por minúsculas gotículas de
água, que mudança(s) de estado físico(fase de agregação) ocorre(m) no
processo 1?
b) Quando o processo 1 está ocorrendo, qual o principal tipo de
ligação/interação que está sendo rompido/formado na água?
c) Cite pelo menos um desses processos (de 1 a 6) que, apesar de ser de
pequena intensidade, ocorre no sul do Brasil, especialmente na serra
gaúcha e catarinense. Qual o nome da mudança de estado de agregação
envolvida nesse processo?

8) A teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência foi desenvolvida pelo pesquisador canadense
Ronald J. Gillespie, em 1957. Esta teoria permite prever a forma geométrica de uma molécula. O modelo descreve
que, ao redor do átomo central, os pares eletrônicos ligantes e os não ligantes se repelem, tendendo a ficar tão
afastados quanto possível, de forma que a molécula tenha máxima estabilidade. A seguir são expressas algumas
correlações entre nome, geometria molecular e polaridade de algumas substâncias.
Nome da Geometria da Polaridade Assinale a correlação falsa.
Correlação
substância molécula da molécula A( ) I
I Dióxido de enxofre Linear Apolar B( ) II
II Trifluoreto de boro Trigonal Planar Apolar C( ) III
III Dióxido de nitrogênio Angular Polar D( ) IV
IV Amônia Piramidal Polar E( ) V
V Metano Tetraédrica Apolar
9) Analise o tipo de ligação química existente nas diferentes substâncias: Cℓ2, Hl, H2O e NaCℓ , e assinale a alternativa
que as relaciona em ordem crescente de sua respectiva temperatura de fusão.
A( ) Cℓ2 < Hl < H2O < NaCℓ B( ) Cℓ2 < NaCℓ < Hl < H2O C( ) NaCℓ <Cℓ2 <H2O < Hl
D( ) NaCℓ < H2O < Hl < Cℓ2 E( ) Hl < H2O < NaCℓ < Cℓ2
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10) A tabela abaixo apresenta os valores das temperaturas de fusão (Tf) e de ebulição (Te) de halogênios e haletos de
hidrogênio.
a) Justifique a escala crescente das temperaturas Tf e Te do F2 ao I2.
b) Justifique a escala decrescente das temperaturas Tf e Te do HF ao HCl
c) Justifique a escala crescente das temperaturas Tf e Te do HCl ao HI.

Solubilidade

A solubilidade de uma determinada substância em outra está associada, em geral, a sua polaridade.
Via de regra geral podemos dizer que uma espécie química POLAR é SOLÚVEL em espécie química POLAR e
que espécie química APOLAR é SOLÚVEL em espécie química APOLAR, ou seja, SEMELHANTE DISSOLVE
SEMELHANTE.
Como se formam as soluções?
Qual é o mecanismo do processo de dissolução?
No caso de soluto sódio e solvente líquido, moléculas de solvente rodeiam as partículas de soluto e ocorre a
dispersão. Três forças atrativas estão envolvidas no processo:
- As forças entre as partículas do soluto anterior a dissolução (soluto-soluto);
- As forças entre as moléculas do solvente antes da dissolução (solvente-solvente);
- As forças que são formadas entre partículas de soluto e de solvente durante o processo de dissolução
(soluto-solvente).
Quanto maior for a solubilidade de um sólido num líquido, isto significa que as forças soluto-soluto eram fracas
(energia reticular) e as forças soluto-solvente são fortes (energia de solvatação).
Assim, confirmando, como regra geral podemos dizer que “semelhante dissolve semelhante”.
Portanto, Solvente Apolar como o CCl4(L) dissolve facilmente o I2(s) e S8(s).

Forças de London (dipolo induzido-dipolo instantâneo)


Nesse caso como ambas as substâncias são apolares ocorre facilmente (não há uma grande deficiência de
energia) a interação soluto-solvente.
Compostos iônicos e polares tendem a ter maior energia reticular que solutos apolares. Portanto, as forças
soluto-soluto não são superadas.
Solvente Polar, como por exemplo, H2O(l), dissolve o HCl(g) (cloreto de hidrogênio) e NaCl(s) (iônico).

Ligações de hidrogênio (pontes de hidrogênio)


Interações fortes soluto-solvente que fornece energia necessária para superar as fortes forças de interação no
soluto. Forças íon-dipolo estabelecida na solução são fortes. Cada íon é envolvido por muitas moléculas de água.
Água é mau solvente para substâncias apolares. Um exemplo disso é o petróleo (constituído basicamente de
substâncias apolares) que apresenta uma baixa solubilidade na água. Interações na água (solvente-solvente, ou seja,
dipolo-dipolo), são tão fortes que elas não podem ser superadas pelas fracas forças soluto-solvente. A energia liberada
na interação soluto-solvente não é suficiente para compensar aquela necessária para separar os dipolos do solvente.
CUIDADO: Então, o que é uma regra geral, nem sempre se aplica, assim, nem sempre semelhante dissolve
semelhante:
Exs.:
BaSO4(s) (iônico) – solubilidade em água é baixa, em função de sua energia reticular alta.
C2H5OH(l) (etanol) – momento dipolar 1,70 D – totalmente miscível em água.
C2H5Cl(l) (cloreto de etila) - momento dipolar 2,05 D – baixa solubilidade em água.
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A água tem alta constante dielétrica (medida da polarizabilidade de suas moléculas).

Capacidade de se orientar de modo a “neutralizar”


uma determinada carga nas suas proximidades.
Se há uma substância com alta constante dielétrica, as forças entre duas partículas são reduzidas.
As ligações de hidrogênio é outro fator que contribui para a maior solubilidade do álcool etílico(etanol) na
água. Essas interações são menos intensas que as ligações iônicas e covalentes, porém são maiores que as interações
dipolo induzido-dipolo instantâneo ou as dipolo-dipolo(dipolo permanente).
Assim, a sacarose é solúvel em água mesmo tendo um baixo momento dipolar, pois estabelece ligação de
hidrogênio com a água.

Atividades de Sistematização
1) A solubilidade dos compostos é um conhecimento muito importante em química. Sabe-se que, de uma forma geral,
substâncias polares dissolvem substâncias polares e substâncias apolares dissolvem substâncias apolares. Em um
laboratório, massas iguais de tetracloreto de carbono, água e etanol foram colocadas em três recipientes idênticos,
conforme se vê na figura a seguir.
a) Mostre, por meio de desenhos semelhantes ao apresentado, como fica um
sistema formado pela mistura de I e II, identificando cada substância, e como
fica o sistema formado pela mistura de II e III.
b) A graxa lubrificante utilizada em automóveis é um sistema constituído por
hidrocarbonetos de elevada massa molar derivados de petróleo com aditivos
diversos. Indique qual, dentre os três solventes apresentados, é o mais
adequado para remover uma mancha de graxa em uma camisa. Justifique sua
resposta.
2) Observe a tabela de temperatura de ebulição:
A temperatura de ebulição da água é anômalo em relação aos demais compostos
da família do oxigênio porque:
A( ) as moléculas da água são mais leves.
B( ) existem ligações de hidrogênio entre as moléculas da água.
C( ) existem Forças de Van Der Waals entre as moléculas da água.
D( ) somente a molécula da água é apolar.
E( ) as demais substâncias decompõem-se termicamente.

3) A figura representa um sistema constituído de água em ebulição.


Explique tudo que sabes sobre o fenômeno representado. Não deixe de mencionar:
a) As interações intermoleculares e sua relação com a TE;
b) O nome do processo;
c) A energia envolvida, se absorvida ou liberada pelo sistema;
d) A influência da pressão na temperatura de ebulição;
e) Outros aspectos que considere relevante.

4) A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estabelece que o álcool combustível(etanol), utilizado no Brasil, deve conter
entre 5,3 % e 7,4 % de água, em massa. Porcentagens maiores de água significam que o combustível foi
adulterado. Um método para analisar o teor de água no álcool combustível consiste em saturá-lo com cloreto de
sódio, NaCℓ, e medir a condutividade elétrica da solução resultante. Como o NaCℓ é muito solúvel em água e pouco
solúvel em etanol, a quantidade de sal adicionada para saturação aumenta com o teor de água no combustível.
Observa-se que a condutividade elétrica varia linearmente com o teor de água no combustível, em um intervalo de
porcentagem de água que abrange os limites estabelecidos pela ANP.
a) Explique por que o etanol (CH3CH2OH) forma um sistema homogêneo com água em todas as proporções.
b) Faça um desenho, representando os íons Na + e Cℓ- em solução aquosa e mostrando a interação desses íons com as
moléculas de água.
c) Esboce um gráfico que mostre a variação da condutividade elétrica do sistema formado pelo combustível, saturado
com NaCℓ, em função do teor de água nesse combustível. Justifique por que o gráfico tem o aspecto esboçado.
65
5) Nos compostos iônicos, os íons se unem devido a forças de atração eletrostáticas. Esses arranjos de cátions e
ânions fornecem grande estabilidade aos compostos e determinam suas principais propriedades. Já os compostos
covalentes, são formados mediante ao compartilhamento de elétrons, e levam a formação de moléculas.

a) Explique por que os compostos iônicos apresentam maiores temperaturas de fusão que os compostos covalentes.

b) Explique por que ligações químicas entre átomos do elementos químico oxigênio (O) e de sódio (Na) tem um
caráter predominantemente iônico, contudo, ligações químicas que ocorrem entre átomos do elementos químico
oxigênio (O) e átomos de carbono (C), possuem um caráter predominantemente covalente.

c) Considerando que os compostos iônicos são formados por cátions e ânions, que característica deve possuir um
solvente covalente para que tenha capacidade de solubilizar uma substância iônica?

d) Represente a estrutura da molécula de água (H 2O), identifique as cargas parciais, e represente a interação entre os
íons sódio (Na+(aq)) e cloreto (Cl-(aq)) com as cargas parciais formadas devido a polaridade da molécula de água.

6) Observando-se o comportamento das substâncias nos sistemas a seguir:


a) Explique por que o sistema I e III apresenta duas fases e o II uma única fase.
Não esqueça de mencionar em sua explicação as características em termos de
polaridade das substâncias/sistemas.
b) Mencione processos de separação dos componentes dos sistemas, justificando
a sua escolha
66
Diferenças de propriedades entre substâncias iônicas e moleculares

As substâncias iônicas se caracterizam por apresentar as seguintes propriedades:


 Temperatura de fusão (TF) e de ebulição (TE) muito elevadas. Como consequência, toda substância iônica é sólida
ou cristalina26 na temperatura ambiente (25º C).
 Constituem cristais duros e quebradiços.
 Conduzem a corrente elétrica no estado fundido (não conduzem no estado sólido).
As temperaturas de fusão (TF) e de ebulição (TE) das substâncias moleculares são baixos, comparados aos
das substâncias iônicas. Na temperatura ambiente, temos substâncias moleculares nos estados gasoso, líquido e
sólido. As substâncias moleculares (puras) não conduzem a corrente elétrica em nenhum estado físico. Poderão
conduzir em solução aquosa, dependendo do fato de haver ou não formação de íons na solução.

Quadro resumo dos tipos de sólidos com as interações de partículas e propriedades físicas.

Unidades que Interação entre as


Tipo de sólido definem o unidades do Propriedades Exemplo
retículo retículo
 Alta Temp. de fusão (sólidos)
 Insolúveis em solventes
NaCl(s)
Ligação iônica orgânicos
íons positivos
(interação eletrostática  Solúveis em água (boa parte)
IÔNICO e Ba(OH)2(s)
entre íons positivos e  Não conduzem eletricidade no
íons negativos
negativos) estado sólido
CaF2(s)
 Conduzem eletricidade quando
fundidos ou em solução aquosa
 Baixa Temp. de fusão e ebulição
H2(g)
 Gases, líquidos e sólidos de
Forças de van der Waals
a - moléculas baixa temp. de fusão.
(dipolo instantâneo - Cl2(g)
apolares  Não conduzem eletricidade
dipolo induzido)
 Insolúveis em água e solúveis
CO2(g)
em solventes orgânicos
I - Forças de van der  Semelhante às dos apolares I – HCl(g)
MOLECULAR com temp. de fusão e ebulição ICl(s)
Waals (dipolo
permanente - dipolo maiores que os dos apolares de SO2(g)
b - moléculas permanente) mesma massa molar
II - NH3(g)
polares  Em geral, solúveis em água,
H2O(l)
com possibilidade de ionização,
HF(g)
II – Ligações (Pontes) de o que significa condutibilidade
CH3OH(l)
hidrogênio elétrica em solução aquosa.
Proteínas
 Muito duros
grafite
 Temp. de fusão muito altos.
MACROMOLECULAR Ligação covalente
 Insolúveis em quase todos os
ou Átomos (emparelhamento de diamante
solventes
COVALENTE elétrons)
 Não condutores (grafite é
sílica
condutora)
 Duros ou moles
Íons positivos  Temp. de fusão variável (ex.: Cs Sódio (Na(s))
Ligação metálica
(cátions) com aproximadamente 30 ºC e W Ferro (Fe(s))
METÁLICO (interação íons positivos
Elétrons 3410 ºC Zinco (Zn(s))
e elétrons semilivres)
semilivres  Condutores de calor e Cádmio(Cd(s))
eletricidade no estado sólido

26
A rigor, estado sólido é sinônimo de estado cristalino, ou seja, a rigor, sólido é sinônimo de cristal. Num cristal, os átomos, moléculas ou íons
constituintes estão rigorosamente ordenados no espaço, em posições geometricamente definidas, constituindo um retículo cristalino.
Num "sólido amorfo", que a rigor não é um sólido, os átomos, moléculas ou íons constituintes estão aleatoriamente localizados no espaço, sem
constituir estruturas geométricas definidas.
67
Coeficiente de solubilidade
Dada uma solução formada por um soluto A dissolvido em um solvente B, define-se:
 Coeficiente de solubilidade é a máxima quantidade de soluto A capaz de se dissolver totalmente numa
quantidade padrão do solvente B ou, ainda, a máxima quantidade de soluto A que se encontra totalmente
dissolvido numa quantidade padrão de solução A + B, sempre em relação a uma determinada temperatura.
 Temperatura e coeficiente de solubilidade
A temperatura sempre interfere na capacidade de dissolução de um soluto em um determinado solvente.
Se a solução for de soluto gasoso em solvente líquido, a solubilidade do gás no líquido sempre diminui com o
aumento da temperatura.
Em soluções de soluto sólido ou líquido em solvente líquido, a temperatura irá influir de duas maneiras:
dissolução endotérmica e dissolução exotérmica.
 Dissolução endotérmica
O aumento de temperatura favorece a capacidade de dissolução do soluto no solvente. Neste caso, dizemos
que a dissolução é endotérmica, isto é, ocorre com absorção de energia.
Considere o coeficiente Solubilidade do KNO3
de solubilidade do nitrato de em g de KNO3 por 100 g de água
potássio, KNO3, medido, t ºC CS
experimentalmente, com o 0 13,3
aumento regular de 10 20,9
temperatura, conforme mostra a 20 31,6
curva e tabela ao lado: 30 45,8
40 63,9
50 85,5
60 110,0
70 138,0
80 169,0
90 202,0
100 246,0
O aumento da temperatura provoca um
aumento da massa de KNO3 dissolvido em
100 g de água.
O gráfico do coeficiente de solubilidade do KNO 3, em função da temperatura, é uma curva ascendente,
característica de dissolução endotérmica.
 Dissolução exotérmica
O aumento de temperatura prejudica a capacidade de dissolução do soluto no solvente. Neste caso, dizemos
que a dissolução é exotérmica, isto é, ocorre com liberação de energia e, portanto, é inibida pelo fornecimento de
energia térmica.
Considere o coeficiente de Solubilidade do Ca(OH)2
solubilidade do hidróxido de em g de Ca(OH)2 por 100 g de água
cálcio, Ca(OH)2, medido, t ºC CS
experimentalmente, com o 0 0,185
aumento regular de temperatura, 10 0,176
conforme mostra a curva e a 20 0,165
tabela ao lado: 30 0,153
40 0,141
50 0,128
60 0,116
70 0,106
80 0,094
90 0,085
100 0,077
O aumento da temperatura provoca uma
diminuição da massa de Ca(OH)2 dissolvido em
100 g de água.
O gráfico do coeficiente de solubilidade do Ca(OH) 2, em função da temperatura, é uma curva descendente,
característica de dissolução exotérmica.
68
 Curvas de solubilidade

As curvas de solubilidade são muito importantes, pois caracterizam cada substância pura.
Duas substâncias puras diferentes podem ter a mesma solubilidade em um mesmo solvente, numa dada
temperatura, mas jamais terão a mesma curva de solubilidade.

o Curvas de solubilidade do Na2SO4 . 10H2O

 Pressão e coeficiente de solubilidade


A pressão só influi na solubilidade de solutos gasosos. Praticamente não influi na solubilidade de solutos
sólidos e líquidos.
A influência da pressão na solubilidade de um gás em um líquido é dada pela Lei de Henri:
- A solubilidade de um gás em um líquido é diretamente proporcional à pressão parcial do gás sobre o líquido.
CS = k . p (onde k é uma constante)

Atividades de Sistematização

1) Considere as curvas de solubilidade de diversas substâncias em g/100 g de H2O e responda o que se pede.
a) Qual(is) a(s) substância(s) que sofre(m) dissolução endotérmica ao
entrar em contato com a água?

b) Qual(is) a(s) substância(s) que sofre(m) dissolução exotérmica ao


entrar em contato com a água?

2) O gráfico a seguir foi construído com dados dos hidretos dos elementos do grupo 16.
Com base neste gráfico, são feitas as afirmações seguintes.
I) Os pontos P, Q, R e S no gráfico correspondem aos compostos H2Te,
H2S, H2Se e H2O, respectivamente.
II) Todos estes hidretos são gases a temperatura ambiente, exceto a
água, que é líquida.
III) Quando a água ferve, as ligações covalentes se rompem antes das
intermoleculares.
Das três afirmações apresentadas:
A( ) apenas I é verdadeira. B( ) apenas I e II são verdadeiras.
C( ) apenas II é verdadeira. D( ) apenas I e III são verdadeiras.
E( ) apenas III é verdadeira.

3) Durante a ebulição, a passagem da água do estado líquido para o gasoso ocorre pelo rompimento de uma força de
atração conhecida como:
A( ) ligação covalente polar B( ) força de London C( ) ligação covalente apolar
D( ) ligação de hidrogênio E( ) ligação iônica
69
Termoquímica

A termoquímica é o ramo da termodinâmica que estuda especificamente as trocas de calor entre o sistema e o
meio ambiente, desenvolvidos durante uma reação química ou na mudança no estado de agregação das substâncias.

- Conceitos fundamentais
Universo Físico SISTEMA: Chamamos de sistema a uma parte do universo físico
cujas propriedades estão sob investigação.
vizinhança ou FRONTEIRA: São os limites que definem o espaço do sistema,
meio ambiente separando-o do resto do universo.
VIZINHANÇA ou MEIO AMBIENTE: É a porção do universo próxima
fronteira
sistema às fronteiras do sistema, que pode, na maioria dos casos, interagir
com o sistema.

Os sistemas posem ser isolados, fechados ou abertos:


Sistema ISOLADO: não troca matéria nem energia com o meio externo. Possui massa e energia constante.
Sistema FECHADO: troca energia, mas não troca matéria com o meio externo.
Sistema ABERTO: troca matéria e energia com o meio externo.
CALOR - É a transferência de energia de uma substância para outra, através da mudança de temperatura. É
uma energia em trânsito que flui de um corpo de maior temperatura para outro de menor temperatura. A energia só
pode ser transferida de um corpo para outro, na forma de calor, se houver diferença de temperatura entre os corpos.
Calor: Transfere sempre de um corpo mais “quente” para um corpo mais “frio”.
A principal diferença entre calor e temperatura é que a temperatura não depende da massa do corpo, mas o
calor depende. Assim, se medirmos a temperatura de uma certa quantidade de massa de água em ebulição sob
pressão de 1 atm, o termômetro acusará 100 ºC. Porém, o calor fornecido por 2 L de água em ebulição é maior do
que aquele fornecido por 1 L de água em ebulição, sob a mesma pressão.
TRABALHO - É a transferência de energia de uma substância para outra, sem que haja influência da
temperatura.
Calor envolvido nas reações químicas
Uma reação química pode ser classificada de acordo com a liberação ou absorção de energia na forma de
calor. Reações que liberam calor são classificadas como exotérmicas, e reações que absorvem calor são classificadas
como endotérmicas.

Então, conforme o fluxo de calor, podemos ter dois tipos de reações:


Reações ou processos EXOTÉRMICOS: Na qual o sistema libera calor para o meio ambiente. O prefixo exo
significa “para fora”.
Ex.: Combustão do metano.
CH4(g) + 2 O2(g)  CO2(g) + 2 H2O(l) + calor
Com base na lei da conservação da energia, podemos afirmar que: “a energia total dos reagentes é igual à
energia total dos produtos”; portanto, numa reação exotérmica, a entalpia 27 dos produtos é menor que a entalpia dos
reagentes, pois uma parte da energia que estava “contida” nos reagentes foi liberada na forma de calor, quando eles
se transformaram em produtos.
Assim, numa reação exotérmica: a entalpia dos reagentes é maior que a
entalpia dos produtos, esquematicamente, podemos representar:
Hreagentes  Hprodutos
Portanto, a variação de entalpia será: H = Hprodutos - Hreagentes, donde
concluímos que H  0, isto é, a variação de entalpia será negativa.
0
Podemos representar uma reação genérica num gráfico de entalpia, como
ao lado, em função do desenvolvimento da reação.
A quantidade de fluxo de calor para o meio ambiente esta relacionada com
o conteúdo térmico (ENTALPIA). Numa reação exotérmica a ENTALPIA do sistema
DECRESCE.

27
Entalpia (H) é o calor transferido entre o sistema e a vizinhança realizado sob pressão constante. A entalpia é uma função de estado.
70
A entalpia dos produtos é menor que a dos reagentes.
H = Hprodutos – Hreagentes
H < 0
Reações ou processos ENDOTÉRMICOS: Na qual um sistema absorve calor do meio ambiente. O prefixo endo
significa “para dentro”.
Ex.: Fusão do gelo.
H2O(s)  H2O(l)
Uma vez que a energia total se conserva dos reagentes para os produtos em qualquer reação química,
podemos afirmar que, numa reação endotérmica, a entalpia dos produtos é maior que a entalpia dos reagentes, pois
uma quantidade de energia foi absorvida na forma de calor pelos reagentes, durante a reação, ficando “contida” nos
produtos.
Assim, numa reação endotérmica: a entalpia dos reagentes é menor que a
entalpia dos produtos, esquematicamente, podemos representar:
Hreagentes  Hprodutos
Portanto, a variação de entalpia será: H = Hprodutos - Hreagentes, donde
concluímos que H  0, isto é, a variação de entalpia será positiva.
0 Podemos representar uma reação genérica num gráfico de entalpia, como
ao lado, em função do desenvolvimento da reação.
A quantidade de fluxo de calor para o sistema esta relacionada com o
conteúdo térmico (ENTALPIA). Numa reação endotérmica a ENTALPIA do sistema
CRESCE.

A entalpia dos produtos é maior que a dos reagentes


H = Hprodutos – Hreagentes
H > 0
Os valores do H de uma reação varia em função de alguns fatores, tais como: temperatura em que ocorre a
reação, pressão (quando a reação envolve substâncias gasosas), estado de agregação de reagentes e produtos,
variedades alotrópicas de reagentes e produtos, dentre outros.
Desta forma, aos escrevermos uma equação termoquímica precisamos fornecer essas informações, ou seja:
- Substâncias que reagem e que são produzidas, com os respectivos coeficientes estequiométricos.
- Temperatura e pressão nas quais ocorreu a reação.
Em Termoquímica, geralmente, os valores de H fornecidos são medidos em condições-padrão, ou seja,
pressão de 1 atm e temperatura de 25 ºC (298 K).
- Fase de agregação (sólida, líquida ou gasosa) em que se encontra cada substância participante da reação.
Os valores de H fornecidos para substâncias em condições-padrão indicam que elas se encontram no estado
de agregação comum a 25 ºC e 1 atm, por exemplo, o cloro é gasoso nessas condições.
- Variedade alotrópica de cada substância simples(elementar) que participa da reação (no caso de ocorrer alotropia).
Os valores de H fornecidos para substâncias em condições-padrão indicam que elas se encontram na forma
alotrópica mais estável.
Exemplo: o carbono grafite é a forma alotrópica padrão, no caso quando considerarmos as substâncias
elementares formadas por átomos do elemento químico carbono.
- Valor de H, ou seja, a quantidade de calor que foi liberada ou absorvida durante a reação. Em condições-padrão, o
valor de H é tabelado para várias reações e também muitas vezes pode ser calculado teoricamente. Pelo sinal de H
sabemos se a reação é exotérmica (libera calor) ou endotérmica (absorve calor).
- Quantidade de calor liberada ou absorvida numa reação química é proporcional aos coeficientes das substâncias
participantes na equação ajustada estequiométricamente e, portanto, pode ser calculada em relação à quantidade de
matéria, ao número de moléculas, à massa ou ao volume de reagentes e produtos.

Exemplo:
 Sabendo que o valor da variação de entalpia da reação de combustão do álcool etílico é igual a -1366,1 kJ mol-1,
calcule a quantidade de calor liberada na combustão de 5 mol dessa substância.
C2H6O(l) + 3 O2(g)  3 H2O(v) + 2 CO2(g) H = -1366,1 kJ mol-1
1 mol ------------------------------------------------------------- 1366,1 kJ x = 5 . 1366,1  x = 6830,5 kJ
5 mol ------------------------------------------------------------- x 1
Portanto, são liberados 6830,5 kJ de energia na queima completa de 5 mol de álcool etílico.
71
Trocas de calor nas mudanças de estado de agregação

O que ocorre fisicamente com um corpo ou sistema que absorve calor? A energia mecânica total das partículas
desse corpo(átomos, íons, moléculas) aumentará de uma das seguintes maneiras:
- aumentando a energia cinética média das partículas, ou
- aumentando a energia potencial média das partículas, ou
- aumentando simultaneamente as energias cinética e potencial médias das partículas.
Devemos lembrar que durante uma mudança no estado de agregação, a temperatura do sistema não é
alterada, pois toda a energia recebida é direcionada para a mudança de estado de agregação, não havendo alteração
na energia cinética (temperatura) do sistema. Por isso, durante a fusão e ebulição de uma substância pura, as
temperaturas se mantem constantes no decorrer do processo.
Assim, se temos uma certa quantidade de água que entrou em fusão à temperatura de 0 ºC, sob pressão de 1
atm, ao fornecermos mais energia ao sistema não haverá aumento de temperatura, pois a energia adicional será
utilizada para romper as ligações de hidrogênio que mantém as moléculas de água unidas na fase sólida. Assim,
durante o processo de fusão, a água sob pressão de 1 atm, manterá a temperatura de 0 ºC, mesmo que aumentemos
a chama do fogão.
Esse processo aumenta apenas a energia potencial das moléculas de água, enquanto a energia cinética média
dessas moléculas (e, portanto, a temperatura) permanece constante.
Uma aplicação prática para a troca de calor relacionada às mudanças de estado de agregação das substâncias
é a que ocorre nos refrigeradores domésticos.

Atividades de sistematização

1) Nas reações químicas, a quantidade de calor liberada ou absorvida pela transformação é denominada calor de
reação. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações abaixo:
A( ) se uma reação é exotérmica, o sistema perde calor e a vizinhança ganha a mesma quantidade perdida pelo
sistema.
B( ) Se uma reação é endotérmica, o sistema ganha calor e a vizinhança perde a mesma quantidade recebida pelo
sistema.
C( ) Se uma reação é exotérmica, sua entalpia final é menor que sua entalpia inicial, logo sua variação de entalpia,
H, é menor que zero.
D( ) Se uma reação é endotérmica, sua entalpia final é maior que sua entalpia inicial, logo sua variação de entalpia,
H, é maior que zero.

2) Classifique as reações em exotérmicas ou endotérmicas.


a) 2 H2(g) + O2(g)  2 H2O(l) + 136,6 kcal
b) 4 C(grafite) + S8(rômbico)  4 CS2(l) - 104,4 kcal
c) H2(g) + Cl2(g) - 44,2 kcal  2 HCl(g)
d) H2(g) + I2(g) + 12,4 kcal  2 HI(g)

3) Construa um gráfico com os dados fornecidos nos itens a seguir e indique se a reação é endotérmica ou
exotérmica. Calcule o H da reação.
a) Entalpia dos reagentes: +10 kcal; entalpia dos produtos: +25 kcal.
b) Entalpia dos reagentes: +80 kcal; entalpia dos produtos: +15 kcal.

4) Na transformação alotrópica que ocorre no aparelho comercialmente conhecido como ozonizador tem-se:
3 O2(g)  2 O3(g) H = +68 kcal
Tal reação é endotérmica ou exotérmica? Qual é a quantidade de calor envolvida na transformação de 1 grama de
O2(g) em O3(g)?

5) O gás engarrafado, usualmente consumido como combustível em fogões, é uma mistura de hidrocarbonetos
derivados do petróleo, constituída, predominantemente, de butano, C 4H10. Uma dona de casa, utilizando-se de seus
conhecimentos em Termoquímica e sabendo que a quantidade de calor produzida em seu fogão, devido à
combustão do butano, foi de 60.000 kJ, calculou que o botijão de gás utilizado apresenta uma diminuição de massa
de:
C4H10(g) + 13/2 O2(g)  4 CO2(g) + 5 H2O(g) H = -2900 kJ
A( ) 1,0 kg B( ) 1,2 kg C( ) 2,8 kg D( ) 3,2 kg E( ) 4,4 kg
72
6) A reação de combustão complete do carbono pode ser representada pela equação a seguir:
C(s) + O2(g)  CO2(g) H = -96 kcal
A queima de 10 g de um carvão desprendeu 60 kcal. Admitindo-se que as impurezas não sofreram combustão, qual
era o teor de carbono na amostra de carvão queimada?
A( ) 50% B( ) 60% C( ) 75% D( ) 80% E( ) 100%
7) As bolsas térmicas consistem, geralmente, de dois invólucros selados e separados, onde são armazenadas
diferentes substâncias químicas.
Quando a camada que separa os dois invólucros é rompida, as substâncias neles contidas misturam-se e ocorre o
aquecimento ou resfriamento.
A seguir estão representadas algumas reações químicas que ocorrem após o rompimento da camada que separa os
invólucros com seus respectivos Hº.
Analise as reações que ocorrem e os valores correspondentes de Hº e assinale a alternativa que correlaciona,
adequadamente, as reações com as bolsas térmicas, quentes ou frias.
I. CaO(s) + SiO2(s)  CaSiO3(s) Hº = -89,5 kJ mol-1
II. NH4NO3(s) + H2O(l)  NH4 (aq) + NO3 (aq) Hº = +25,69 kJ mol-1
+ -

III. CaCl2(s) + H2O(l)  Ca2+(aq) + 2 Cl1-(aq) Hº = -82,80 kJ mol-1


A( ) I – fria, II – quente, III – fria B( ) I – quente, II – fria, III – quente C( ) I – fria, II – fria, III – fria
D( ) I – quente, II – quente, III – fria E( ) I – quente, II – quente, III – quente
8) A invenção da geladeira proporcionou uma revolução no aproveitamento dos alimentos, ao permitir que fossem
armazenados e transportados por longos períodos. A figura apresentada ilustra o processo cíclico de funcionamento
de uma geladeira, em que um gás no interior de uma tubulação é forçado a circular entre o congelador e a parte
externa da geladeira. É por meio dos processos de compressão, que ocorre na parte externa, e de expansão, que
ocorre na parte interna, que o gás proporciona a troca de calor entre o interior e o exterior da geladeira.
Nos processos de transformação de energia envolvidos no funcionamento da geladeira,
A( ) a expansão do gás é um processo que cede a energia necessária ao resfriamento da parte interna da geladeira.
B( ) o calor flui de forma não-espontânea da parte mais fria, no interior, para a mais quente, no exterior da geladeira.
C( ) a quantidade de calor cedida ao meio externo é igual ao calor retirado da geladeira.
D( ) a eficiência é tanto maior quanto menos isolado termicamente do ambiente externo for o seu compartimento
interno.
E( ) a energia retirada do interior pode ser devolvida à geladeira abrindo-se a sua porta, o que reduz seu consumo de
energia.
9) Um motor só poderá realizar trabalho se receber uma quantidade de energia de outro sistema. No caso, a energia
armazenada no combustível é, em parte, liberada durante a combustão para que o aparelho possa funcionar.
Quando o motor funciona, parte da energia convertida ou transformada na combustão não pode ser utilizada para
a realização de trabalho. Isso quer dizer que há vazamento da energia em outra forma.
CARVALHO, A. X. Z. Física Térmica. Belo Horizonte: Pax, 2009 (adaptado).
De acordo com o texto, as transformações de energia que ocorrem durante o funcionamento do motor são
decorrentes da
A( ) liberação de calor dentro do motor ser impossível.
B( ) conversão integral de calor em trabalho ser impossível.
C( ) realização de trabalho pelo motor ser incontrolável.
D( ) transformação de energia térmica em cinética ser impossível.
E( ) utilização de energia potencial do combustível ser incontrolável.
10) Assinale a alternativa que contém apenas processos com ΔH negativo:
A( ) Combustão e fusão. B( ) Fusão e ebulição. C( ) Evaporação e solidificação.
D( ) Combustão e sublimação de sólido para gás. E( ) Combustão e sublimação de gás para sólido.

11) O óxido de magnésio possui uma gama de empregos na indústria da construção, dentre eles como material
refratário e dessecante, sendo utilizado também em produtos químicos e agrícolas, na construção civil e em
outras aplicações industriais. A obtenção de óxido de magnésio pode ser realizada através da reação de
combustão de magnésio metálico, de acordo com a equação da reação química abaixo:

Mg(s) + ½ O2(g) → MgO(s) ∆H = -925,0 kJ/mol

De acordo com dados fornecidos acima, qual é a energia envolvida na combustão de 1350 g de magnésio metálico?
73
12) Observe o diagrama de um processo químico abaixo:
Pode-se afirmar que esse processo é:
A( ) exotérmico, com ΔH = +230 kJ.
B( ) endotérmico, com ΔH = +570 kJ.
C( ) endotérmico, com ΔH = +230 kJ.
D( ) exotérmico, com ΔH = -230 kJ.
E( ) exotérmico, com ΔH = -570 kJ.

13) Considerando o gráfico a seguir, complete as sentenças escolhendo corretamente uma das palavras dentro do
parêntese:
a) O gráfico ao lado representa uma reação ________________________________
(endotérmica/exotérmica) uma vez que a energia final do produtos é
____________________ (menor/maior) que a energia inicial dos reagentes.

b) Esta reação _______________ (libera/absorve) a quantidade de _______________


(10, 20, 40, 50 ou 60 kcal/mol).

c) A energia de ativação desta reação é ___________ (10, 20, 40, 50 ou 60 kcal/mol).

14) O ferro é um dos metais mais empregados em nossa civilização para a produção de inúmeros materiais. Esse
metal pode ser obtido a partir do minério hematita (Fe 2O3(s)) e umas das reações químicas tem sua equação
representada a seguir:
Fe2O3(s) + 3 CO(g) → 2 Fe(s) + 3 CO2(g) ΔH = + 825 kJ mol-1
Essa reação é _______________, e na combustão de 3,3 mols de hematita, nas mesmas condições, a energia
_____________ será de ______________.
O texto acima pode ser completado corretamente, respectivamente, com:
A( ) endotérmica, absorvida, 2722,5 kJ. B( ) exotérmica, absorvida, 8167,5 kJ.
C( ) endotérmica, absorvida, 8167,5 kJ. D( ) exotérmica, liberada, 2722,5 kJ.
E( ) exotérmica, liberada, 8167,5 kJ.

15) O ferro tem sido um material de extrema importância para as sociedades no decorrer dos tempos, ele já é usado
desde os tempos mais remotos, cerca de 4000 a 3500 a.C. Nessa época, o ferro era obtido por meio de meteoros
e era considerado extremamente raro. Apesar de ser o quarto elemento mais abundante na crosta terrestre, não
se encontra o ferro isolado na natureza, mas somente em minérios, sendo o principal deles a hematita (Fe 2O3(s)).
A equação abaixo demonstra a obtenção do ferro metálico a partir da hematita.
Fe2O3(s) + CO(g)  Fe(s) + CO2(g) ΔH = + 825 kJ mol-1
a) Qual é a massa necessária de óxido de ferro para se obter 800 kg de ferro metálico?

b) Qual é a quantidade de calor necessária a ser fornecida para o sistema, em kJ, para se obter a massa de 800 kg de
ferro metálico a partir da massa de hematita utilizada?

c) Sabendo que a fonte de calor para essa reação é o coque, calcule a massa necessária deste combustível que deve
ser utilizada para fornecer a quantidade de calor para a obtenção de 800 kg de ferro metálico. Considere a equação
de combustão abaixo para o coque.
C(s) + O2(g)  CO2(g) ΔH = - 370 kJ mol-1
74
Velocidade ou rapidez das reações químicas (cinética química)

Cinética química é o ramo da química que estuda a rapidez das reações químicas, bem como os fatores que a
influenciam.

Reações Rápidas e Reações Lentas


Exemplos:
Reações muito lentas: A formação do petróleo e a formação do carvão,
a partir de restos de animais e plantas, levaram milhões de anos.
Reações lentas: A transformação do cobre metálico em CuO(s) e do ferro
em ferrugem levam semanas ou meses para ocorrerem. A fermentação
do suco de uva, usado na produção de vinho, pode demorar meses para
ser completada.
Reações rápidas: As oxidações que ocorrem em muitos frutos quando
descascados e expostos ao ar demoram alguns minutos ou horas.
Reações extremamente rápidas: As reações que ocorrem quando o
ácido clorídrico é adicionado sobre o calcário e durante os fogos de
artifícios ocorrem instantaneamente.

Para classificar uma reação química como rápida ou lenta, devemos considerar o tempo que os reagentes
demoram a transformarem-se em produtos:
Nas reações rápidas, os reagentes demoram pouco tempo para se transformarem em produtos.
Nas reações lentas, a transformação dos reagentes em produtos demoram muito tempo.

Como pode ser avaliada a maior ou menor velocidade de uma reação química?
É possível medir a velocidade das reações químicas.
Experimentalmente, isto pode ser feito de duas formas:
1. Medindo o tempo que demora a ser formada uma determinada quantidade de
produto da reação;
2. Medindo a quantidade de produto da reação formado (ou de reagente consumido)
num dado intervalo de tempo.
Gráficos sobre a velocidade de uma reação química

Discussão:
Gráfico I: [R] = Concentração dos reagentes. Diminui ao longo do tempo.
Gráfico II: [P] = Concentração dos produtos. Aumenta ao longo do tempo.
Gráfico III: Velocidade diminui ao longo do tempo pois a concentração de reagentes diminui.
O exemplo mais simples de uma reação é quando um único reagente se transforma em um único produto.
Genericamente, temos:
A  B
reagente produto

No instante inicial, a concentração ou a quantidade do reagente A será máxima e irá diminuindo com o
decorrer do tempo. Já a concentração do produto B, no instante inicial, é igual a zero e vai aumentando com o
decorrer do tempo. Normalmente, a concentração é indicada em mol L-1 (concentração em quantidade de matéria),
sendo representada por um colchete [] contendo a fórmula da substância. Podemos representar as variações
75
ocorridas na concentração dos participantes das reações em função do tempo em gráficos separados ou em um único
gráfico:

Observando os gráficos, verificamos que, no tempo t, o reagente A foi totalmente consumido; logo, a reação
terminou. Nesse mesmo tempo t, a concentração do produto B formado é máxima.

Determinação da velocidade média de uma reação química

Pode-se determinar a rapidez ou velocidade, de uma reação química através da variação da quantidade de
reagentes e produtos com o passar do tempo.
Define-se a velocidade média como sendo a razão:
Vm = [ ]
t
Ou seja, a variação da concentração, [ ], no intervalo de tempo, t, sendo:
[ ] = [ ]final - [ ]inicial
t = tfinal - tinicial

Ao calcular a [Reagentes], nota-se que esta apresenta um valor menor do que zero, ou seja, tem valor
negativo, pois a concentração final dos regentes é menor do que a inicial, já que os reagentes estão sendo
consumidos ao longo da reação química. Para evitar utilizar valores negativos, usa-se sinal negativo na expressão da
velocidade média dos reagentes. Logo, a velocidade média de consumo dos reagentes é calculada por:
Vm dos reagentes = - [reagentes]
t
Assim, a velocidade média pode ser expressa por:
Vm dos reagentes = - [reagentes] ou
t
Vm dos produtos = [produtos]
t

Ao analisar os valores das velocidades médias de consumo dos reagentes, pode-se perceber que não são
constantes para os intervalos de tempo estudados e que o seu valor máximo é encontrado no início da reação. Esse
fato permite concluir que a velocidade média diminui de acordo com a diminuição da concentração.

Energia de ativação

A energia de ativação é definida como a energia mínima necessária para que a


reação possa ocorrer. Ela recebe este nome porque reagentes e produtos passam por
uma configuração intermediária que recebe o nome de complexo ativado. Trata-se,
portanto, da energia mínima necessária para a formação deste complexo ativado, que
geralmente é um produto muito instável.

A energia de ativação é explicada pela teoria das colisões: a reação química ocorre a partir de colisões entre
as moléculas dos reagentes. Nem toda colisão, porém, é eficaz, pois é necessário que haja energia suficiente e
orientação adequada das moléculas reagentes. A energia de ativação é a energia mínima requerida para que as
colisões sejam eficazes, ou seja, resultem no complexo ativado.
76
Fatores que influenciam a velocidade da reação

Alguns fatores podem aumentar ou diminuir a velocidade de uma reação química. Dentre estes destacam-se:
- Temperatura;
- Superfície de contato;
- Pressão;
- Concentração e
- Catalisador.

Temperatura
O efeito da temperatura está relacionado a energia de movimento das moléculas. Quanto maior a quantidade
de calor mais agitadas ficam as moléculas. Se a temperatura é aumentada, aumenta a energia cinética das moléculas
(movimento). Se as moléculas se movimentam mais, elas se chocam mais e com mais energia, diminuindo a energia
de ativação e em consequência, aumentando o número de colisões efetivas e, portanto a velocidade da reação
também aumenta.
Aumenta a temperatura  Aumenta a velocidade da reação química
Por este motivo, aumentamos a chama do fogão para cozinhar mais rapidamente os alimentos e utilizamos a
geladeira para diminuir a velocidade de deterioração dos alimentos.

Concentração
A concentração está relacionada à relação entre a quantidade de soluto e de solvente em uma solução. Se
aumentarmos a concentração de reagentes, aumenta o número de moléculas dos reagentes, aumentando o número
de colisões e aumentando também a velocidade da reação.
Aumenta a concentração dos reagentes  Aumenta o número de moléculas dos reagentes  Aumenta
número de colisões eficazes  Reação mais rápida
Assim, quando se aumenta a concentração de oxigênio numa queima, a combustão acontece mais rápida.

Superfície de Contato
A área de contato entre os reagentes também interfere na velocidade das reações químicas. Quanto maior a
superfície de contato, maior o número de moléculas reagindo, maior o número de colisões eficazes e, portanto,
aumenta a velocidade da reação.
Maior Superfície de Contato  Reação mais rápida
Isto explica porque é mais recomendado tomar um comprimido de aspirina, por exemplo, inteiro do que em
pó. O comprimido em pó reagirá mais rapidamente, aumentando a possibilidade de ocorrerem lesões no nosso
estômago. Se ele for ingerido inteiro, levará mais tempo para reagir, diminuindo o risco de lesões.

Uma substância em pó reage mais rápido do que uma substância inteira


porque possui maior superfície de contato.
Outros exemplos:
- a carne é digerida mais facilmente quando mastigada do que inteira;
- gravetos queimam mais rápido do que um pedaço de madeira de mesma massa;
- palha de aço sofre combustão mais rápido do que um pedaço de ferro de mesma
massa.
Pressão
Pressão é a razão entre força e área, ou seja, aplicar uma determinada
força sobre uma área específica. Com o aumento da pressão em um recipiente,
ocorre diminuição do volume e desta forma aumenta a concentração dos
reagentes. As moléculas se chocam mais, aumentando o número de colisões e
portanto, aumenta a velocidade da reação.
Aumento da pressão  Diminui volume  Reação mais rápida
77

Catalisador
Catalisador é uma substância química que não participa da reação
química, apenas diminui a energia de ativação e aumenta a velocidade da
reação.
A quantidade de substância produzida na reação não se altera com o
uso de catalisadores.

Se a reação for reversível, a reação inversa também será acelerada, pois sua energia de ativação também terá
um valor menor. O emprego de catalisador não altera a variação de entalpia (H) da reação.
Presença de catalisador  não participa da reação  diminui a energia de ativação  aumenta a
velocidade da reação química

No nosso organismo existem muitos catalisadores, que são chamados de enzimas. A saliva e o suco gástrico
(que contém ácido clorídrico) são exemplos de sistemas que contem diversas enzimas que aumentam a velocidade da
reação, no caso, a digestão.
Nas indústrias químicas, principalmente a petroquímica, os catalisadores são muito utilizados para acelerar as
reações, deixando o processo economicamente viável.

Atividades de Sistematização

1) Quando
 se
 leva
 uma
 esponja
 de
 aço
 à
 chama
 de
 um
 bico
 de
 gás,
 a
 velocidade
 da
 reação
 de
 oxidação é 
rápida e

incendeia o material. O mesmo não ocorre ao se levar uma lâmina de aço à chama. Nesses
 experimentos o fator
que determina a diferença de velocidade de reação é:
A( ) a
 pressão

 B( ) a 
concentração
 C( ) 
o
 emprego do catalisador

D( )
 a
 superfície de contato 
 E( ) 
o
 estado 
de agregação


2) Reações químicas ocorrem como resultado de colisões entre partículas reagentes. Toda reação requer um certo
mínimo de energia, denominada energia de
 ativação. Os gráficos abaixo representam diferentes reações químicas,
sendo: R = reagente e P = produto.


2 3
1

 
Aquele que representa um processo químico exotérmico de maior energia de ativação é o de número:
A( ) 1 B( ) 2 C( ) 3

3) A
 
 sabedoria
 popular 
indica 
que, 
para 
acender
 uma 
lareira,
 devemos 
utilizar inicialmente 
lascas 
de
 lenha 
e
 só

depois 
colocarmos
 as
 toras.
 
Em
 condições 
reacionais 
idênticas
 e
 utilizando
 massas 
iguais
 de
 madeira
 em 
lascas
 e

em 
toras,
 verifica‐se
 que 
a 
madeira
 em 
lascas
 queima
 com
 mais 
velocidade.
 
O 
fator 
determinante para 
essa 
maior

velocidade
 da 
reação
 é 
o 
aumento
 da:


A( )
 pressão
 B( )
 temperatura
 C( )
 concentração
 D( )
 superfície
 de 
contato


4) 
A
 quantidade 
mínima
 de
 energia 
necessária
 para
 que
 as
 moléculas 
possam 
reagir
 chama‐se:


A( )
 energia 
de 
ionização
 B( )
 energia
 de
 ligação
 C( )
 energia
 de
 dissociação

D( )
 energia
 de
 ativação 
E( )
 energia
 de
 excitação.

78
5) Em 
uma 
reação 
o 
complexo 
ativado:


A( )
 possui
 mais
 energia 
que 
os 
reagentes
 ou
 os
 produtos.
 B( )
 é
 um
 dos
 produtos.

C( )
 sempre 
forma 
produtos.
 D( )
 É
 um
 composto
 estável.

E( )
 Possui
 menos
 energia
 que
 os
 reagentes
 ou
 os
 produtos.


6) 
Em
 cada 
um 
dos
 recipientes
 A, 
B,
 C
 e
 D 
foi
 colocada 
a 
mesma
 massa,
 em
 gramas,
 de
 pérolas
 de
 zinco metálico
(Zn(s))
 e
 o 
mesmo
 volume
 de 
ácido 
clorídrico (HCl(aq)
) de 
igual
 concentração,
 nas 
temperaturas 
indicadas 
na
 figura.


Após
 um 
tempo
 t,
 observou‐se,
 em
 cada
 recipiente,
 desprendimento
 de
 gás
 e
 calor.
 Com
 base
 nos
 dados

apresentados, 
a 
única
 opção
 que 
pode ser
 considerada 
verdadeira 
é:


 ( ) 
Não 
há 
aumento 
da 
energia 
cinética
 e,
 consequentemente, 
não
 haverá
 maior
 número
 de 
choques
 efetivos entre

A
as 
moléculas
 reagentes.

B( )
 Há maior 
liberação
 de
 cloro
 gasoso
 na 
reação, 
em
 virtude 
da diminuição
 da
 temperatura.

C( )
 A 
intensidade
 da
 reação
 será
 a 
mesma
 nos
 recipientes 
A,
 B,
 C
 e
 D,
 pois
 o
 volume
 de 
ácido
 clorídrico 
é
 também 
o

mesmo.

D( )
 A
 temperatura
 não
 interfere
 na
 velocidade
 da
 reação,
 sendo
 a
 taxa
 de
 desaparecimento
 do
 zinco
 proporcional
 ao

volume
 do 
ácido.

E( )
 A
 ordem relacionada a taxa
 de
 desaparecimento
 do
 zinco
 metálico nos 
recipientes será
 A
 <
 B 
<
 C 
<
 D.


7) Na digestão dos alimentos ocorre uma série de reações químicas. Explique, levando em conta a rapidez das
reações, bem como os fatores que a afetam, por que é benéfico mastigar bem os alimentos.

8) Um estudante mediu o tempo gasto ao término da dissolução de comprimidos efervescentes em quatro testes
realizados, nas condições específicas no quadro abaixo:
Teste Condições do comprimido Condições de temperatura Tempo de dissolução

I inteiro temperatura ambiente 36 s

II inteiro gelada 45 s

III inteiro quente 27 s

IV triturado temperatura ambiente 13 s

Analise os resultados obtidos e discuta as observações com base no que foi discutido em sala de aula.

9) Em determinado experimento, a reação de formação de água está ocorrendo com o consumo de 4 mols de gás
oxigênio por minuto. Consequentemente, a velocidade de consumo de gás hidrogênio é de:
A( ) 8 mol min-1 B( ) 4 mol min-1 C( ) 12 mol min-1 D( ) 2 mol min-1 E( ) n.d.a.

10) Assinale as opções corretas:


A( ) O catalisador afeta a velocidade de uma reação porque aumenta o número de moléculas com energia cinética
maior ou igual à energia de ativação da reação.
B( ) A temperatura afeta a velocidade de uma reação porque muda a energia de ativação da reação.
C( ) A concentração dos reagentes afeta a velocidade de uma reação porque há alteração no número de colisões
efetivas.
D( ) Uma reação ocorre quando há colisão efetiva entre as moléculas reagentes, numa orientação apropriada.
79
11) A elevação de temperatura aumenta a velocidade das reações químicas porque aumenta os fatores apresentados
nas alternativas, exceto:
A( ) A energia cinética média das moléculas. B( ) A energia de ativação.
C( ) A frequência das colisões efetivas. D( ) O número de colisões por segundo entre as moléculas.
E( ) A velocidade média das moléculas.

12) No quadro tem-se as condições de 3 experimentos em que um comprimido efervescente foi dissolvido em uma
mesma quantidade de água.
Assinale a ordem crescente correta para a velocidade de
dissolução:
A( ) 1 < 2 < 3 B( ) 3 < 2 < 1
C( ) 1 < 3 < 2 D( ) 3 < 1 < 2
E( ) 2 < 3 < 1

13) Realizou-se a reação de decomposição do ácido carbônico: H 2CO3(aq)  H2O(ℓ) + CO2(g). Mediu-se a concentração
em quantidade de matéria de gás carbônico nos tempos 10 s e 20 s e obteve-se o seguinte resultado em mol L-1:
10 s: 0,2 mol L-1
20 s: 0,8 mol L-1
Qual a velocidade média dessa reação no intervalo de 10 s a 20 s?

14) Um prego de ferro, em presença de umidade, reage com o oxigênio do ar produzindo óxido de ferro III hidratado
e liberando hidrogênio. A reação acontece até ser consumido todo o prego. Dos gráficos abaixo, o que melhor
representa a velocidade (v) dessa reação em função do tempo (t) é:

15) O catalisador automotivo (conversor catalítico) é desenvolvido


para trabalhar em sintonia com o sistema de alimentação de
combustível dos automóveis. Nos catalisadores, ocorre a
conversão de cerca de 98% dos gases provenientes da
combustão incompleta dos combustíveis, antes de serem
liberados no escapamento do carro. Em resumo, o
funcionamento baseia-se na passagem dos gases emitidos pela
combustão incompleta do combustível, pelo equipamento,
assim, gases como monóxido de carbono (CO(g)) e óxidos de
nitrogênio (NOx(g)) – são filtrados por uma estrutura com diâmetros pequenos em forma de colmeia de abelhas.
Esse formato objetiva dificultar a passagem dos gases por ele, modificando a pressão. Ainda, o catalisador
automotivo, contém em seus “favos”, três substâncias químicas (platina, paládio e ródio), as quais, em conjunto
com o formato do catalisador, favorecem a conversão desses gases em dióxido de carbono (CO2(g)) e gás oxigênio
(O2(g)) e gás nitrogênio (N2(g)), conforme as equações químicas abaixo.

Pt(s) Equação 1
Rh(s) Equação 2
CO(g) + ½ O2(g) CO2(g) 2NO(g) N2(g) + O2(g)

a) Por que o formato do catalisador automotivo favorece a formação de dióxido de carbono, CO 2(g), na equação 1?
b) Qual é a função da platina (equação 1) e do ródio (equação 2) no catalisador automotivo?
c) Qual a importância da utilização deste equipamento nos veículos movidos a combustão?
80
Equilíbrio químico

Os equilíbrios químicos explicam grande número de fenômenos naturais e têm papéis importantes em muitos
processos industriais. É importante entendermos como expressar a posição de equilíbrio de uma reação em termos
quantitativos e os fatores que determinam as concentrações relativas dos reagentes e produtos no equilíbrio. A maior
parte das reações químicas terminam quando termina a quantidade de reagentes. Alguns processos não se
completam. O fato disto ocorrer pode ser explicado pela reversibilidade da reação. Após formar os produtos, estes
produtos voltam a formar os reagentes originais.
A condição na qual as concentrações de todos os reagentes e produtos em um sistema fechado param de
variar com o tempo é chamada equilíbrio químico. O equilíbrio químico ocorre quando as reações acontecem a
velocidades iguais: a velocidade na qual os produtos são formados a partir dos reagentes é igual à velocidade na qual
os reagentes são formados a partir dos produtos. Para que o equilíbrio ocorra, nem os reagentes nem os produtos
podem escapar do sistema.
Há dois tipos de equilíbrio: o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico. No caso do equilíbrio químico em
estudo, trata-se de um equilíbrio dinâmico. Muitas reações químicas, em determinadas condições, são reversíveis, ou
seja, ao mesmo tempo que os reagentes se transformam nos produtos (reação direta), os produtos se transformam
nos reagentes (reação inversa). Quando as taxas de desenvolvimento(velocidade ou rapidez) das reações direta e
inversa se igualam, a reação entra em equilíbrio dinâmico.

Reações reversíveis

Seja a reação genérica:


onde:

A + B ⇋ C + D
V1 e V2 são as velocidades
Quando V1 = V2  Equilíbrio Químico
O equilíbrio químico é dinâmico e fica caracterizado quando as taxas de desenvolvimento das reações direta e
inversa se igualam sob temperatura constante.

Gráfico do equilíbrio dinâmico

- O equilíbrio químico só pode ser atingido em sistemas fechados (onde não há


troca de matéria com o meio ambiente).
- As propriedades macroscópicas de um sistema em equilíbrio químico, como
concentração, densidade, massa e cor, permanecem constantes.
- As propriedades microscópicas de um sistema em equilíbrio químico, como
colisão entre partículas, formação de complexo ativado e transformação de
uma substância em outra, permanecem em evolução, pois o equilíbrio é
dinâmico.
- O equilíbrio químico de uma reação só se manterá estável enquanto o
sistema em reação for mantido isolado (sem trocar matéria ou energia com o
meio ambiente). Se houver troca de energia (variação de temperatura), o
sistema vai se ajustar a um novo estado de equilíbrio, e as propriedades
macroscópicas desse sistema vão sofrer alguma variação até se estabilizarem
novamente.
Momento antes do início da reação, a concentração em quantidade de matéria de reagentes é máxima, e a de
produtos é zero. Com o passar do tempo, a concentração de reagentes vai diminuindo, e a de produtos, aumentando,
até que num determinado instante o equilíbrio é atingido, e as concentrações de reagentes e produtos de estabilizam.
As concentrações de reagentes e produtos permanecem estáveis no sistema em equilíbrio, no entanto
dificilmente são iguais. Assim, no estado de equilíbrio dinâmico, a temperatura constante, as taxas de desenvolvimento
das reações direta e inversa são iguais, e as concentrações de reagentes e produtos são estáveis, mas dificilmente
iguais.
81
Concentração de reagentes e de produtos no equilíbrio

Assim, quando determinado equilíbrio “tende para a direita”, no sentido da reação direta, isso significa que a
concentração de produtos no equilíbrio é maior que a de reagente, e vice-versa.
Uma informação quantitativa a respeito das concentrações de reagentes e produtos no equilíbrio pode ser
dada pela constante de equilíbrio, K (que só varia com a temperatura).
A constante K pode ser calculada em termos de concentração em quantidade de matéria, KC, ou em termos de
pressão parcial, KP, conforme o estado de agregação das substâncias participantes.

Constante de equilíbrio (KC)


Observe a seguinte reação química,
Sendo a reação direta 1 e a reação inversa 2.

De acordo com a lei cinética ou lei da velocidade:

No instante do equilíbrio:

Isolando K:

A divisão de duas constantes, em matemática origina uma terceira constante:

KC = constante de equilíbrio em função das concentrações

Então:

De forma genérica podemos representar KC:

Só devem fazer parte da expressão de KC as concentrações em quantidade de matéria que podem sofrer
variações, como é o caso de substâncias em solução (soluções líquidas ou gasosas). A concentração em quantidade de
matéria de uma substância no estado sólido é constante, e assim seu valor está incluído no próprio valor de K C.
Fatores que deslocam o equilíbrio de um sistema
Há fatores externos capazes de perturbar o equilíbrio de um sistema, tais como:
- concentração de reagentes e produtos;
- pressão;
- temperatura.
82
Podemos entender esses efeitos em termos de um princípio apresentado primeiro por Henri-Louis Le Châtelier
(1850-1936), químico industrial francês. O princípio de Le Châtelier pode ser exposto como segue: se um sistema
em equilíbrio é perturbado por uma variação na temperatura, pressão ou concentração de um dos componentes, o
sistema deslocará sua posição de equilíbrio de tal forma a neutralizar o efeito do distúrbio .
Assim:
Aumento de Pressão: Aumento de Temperatura:

Diminuição de Pressão: Diminuição de Temperatura:

A indústria química utiliza o conhecimento desse fenômeno para aprimorar a obtenção de diversos produtos de
grande interesse como amônia, ácido nítrico, ácido sulfúrico, minimizando as perdas de reagentes e maximizando os
lucros.
Um exemplo prático é o equilíbrio químico no estômago em relação a ingestão de um refrigerante:
Nas bebidas refrigerantes se estabelece um equilíbrio químico:
2 H2O(l) + CO2(g) ⇋ H3O+(aq) + HCO-(aq)
Quando tomamos refrigerante, vários fatores colaboram para que o equilíbrio seja deslocado no sentido da
liberação do gás carbônico, provocando então a chamada eructação (arroto). Entre esses fatores podemos citar:
- A presença de ácido no estômago, que desloca o equilíbrio descrito no sentido inverso, liberando CO 2(g).
- A diminuição da pressão, pois o CO 2(g) é colocado nos refrigerantes sob alta pressão e, quando a bebida é
ingerida, a pressão diminui o suficiente para provocar o escape do CO2(g).
- O aumento da temperatura, pois a solubilidade do CO 2(g) em água diminui conforme a temperatura aumenta.
No refrigerante gelado o CO2(g) apresenta uma solubilidade bem maior que 36 ºC (temperatura do organismo), o que
provoca a liberação do CO2(g) quando consumismos a bebida.

Atividades de Sistematização

1) Explique o que está incorreto sobre as seguintes afirmativas:


a) No equilíbrio os reagentes não são mais transformados em produtos.
b) No equilíbrio a constante de velocidade para a reação direta é igual à da reação inversa.
c) No equilíbrio existem quantidades iguais de reagentes e produtos.

2) O óxido de nitrogênio (NO(g)), um dos poluentes da atmosfera, pode ser formado durante a combustão dos
veículos automotores. No diagrama de energia versus coordenada de reação, representado a seguir:
Utilizando a legenda de letra M, N, O, P e Q e os intervalos que elas
representam sozinhas ou combinadas, responda:
a) O valor de ΔH da reação corresponde a:
b) O valor da energia dos produtos corresponde a:
c) O valor da energia dos reagentes corresponde a:
d) O valor da energia de ativação corresponde a:
e) Essa reação libera ou absorver calor?
f) Essa reação é endotérmica ou exotérmica?
g) O ΔH é maior ou menor que zero?
83
3) A amônia, NH3(g), é uma importante matéria-prima para a fabricação de fertilizantes, corantes, explosivos, etc. Sua
obtenção é feita geralmente pelo método de Haber-Bosch, que envolve a reação:
N2(g) + 3 H2(g) ⇋ 2 NH3(g) H = -22 kcal
Indique para que lado esse equilíbrio se descola quando a concentração de:
a) Nitrogênio aumenta ____________________________
b) Hidrogênio aumenta ____________________________
c) Amônia aumenta _______________________________
d) Nitrogênio diminui ______________________________
e) Amônia diminui ________________________________

4) Considere o equilíbrio abaixo, que ocorre em um recipiente fechado, à temperatura constante, em que os gases
tóxicos monóxido de carbono e monóxido de nitrogênio são convertidos em gases não tóxicos, dióxido de carbono
e nitrogênio, e vice-versa:
2 CO(g) + 2 NO(g) ⇋ 2 CO2(g) + N2(g)
Apenas variando a concentração das substâncias participantes, discuta o que pode ser feito para deslocar o
equilíbrio da reação no sentido da formação de gases não tóxicos.

5) Considere o equilíbrio à temperatura T:


CO(g) + H2O(g) ⇋ CO2(g) + H2(g)
Sem alterar a temperatura, é possível aumentar a concentração de dióxido de carbono,
I. Acrescentando mais monóxido de carbono à mistura em equilíbrio.
II. Acrescentando um gás inerte à mistura em equilíbrio.
III. Aumentando a pressão da mistura em equilíbrio.
A( ) somente I é certa B( ) somente II é certa C( ) somente III é certa D( ) todas erradas E( ) todas certas

6) O gráfico a seguir mostra como varia a constante de equilíbrio, K C, em função da temperatura para a reação de
síntese da amônia. A respeito dessa transformação química, as seguintes afirmações foram feitas:
I. A diminuição da temperatura aumenta o rendimento da reação;
II. A elevação da temperatura diminui a velocidade da reação;
III. A reação de síntese da amônia é exotérmica;
IV. A elevação da temperatura favorece o consumo de N 2(g) e H2(g).
Dessas afirmações, são corretas apenas:
A( ) I e II B( ) I e III C( ) III e IV
D( ) II e III E( ) II e IV

7) Os corais são encontrados somente em águas quentes. Um dos componentes dos corais, o carbonato de cálcio,
CaCO3(s), coexiste em equilíbrio, segundo a equação:
CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l) ⇋ Ca(HCO3)2(aq)
Auxiliado por essas informações, julgue os itens a seguir em certos ou errados e justifique sua resposta.
( ) Em mares frios, há muito CO2(g) dissolvido na água, e o equilíbrio acima desloca-se para a direita, consumindo o
CaCO3(s), um dos componentes dos corais.
( ) Em mares quentes, há pouco CO2(g) dissolvido, provocando a dissolução do CaCO3(s).
( ) Uma diminuição da concentração de CO 2(g) sobre o equilíbrio citado favorece a formação dos corais.
8) Hipoxia ou mal das alturas consiste na diminuição de gás oxigênio (O 2(g)) no sangue arterial do organismo. Por essa
razão, muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, tontura, falta de ar etc.) ao praticarem atividade
física em altitudes elevadas, os quais possuem uma pressão atmosférica menor. Nessas condições, ocorrerá uma
diminuição na concentração de hemoglobina oxigenada (HbO2(aq)) em equilíbrio no sangue, conforme a relação:

A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no sangue ocorre por causa do(a)


A( ) elevação da pressão arterial. B( ) aumento da temperatura corporal.
C( ) redução da temperatura do ambiente. D( ) queda da pressão parcial de oxigênio.
E( ) diminuição da quantidade de hemácias
84
9) Considere a seguinte reação química em equilíbrio:

Esta equação representa a reação química na qual se baseiam alguns objetos decorativos
que indicam alteração no tempo, principalmente com relação a mudanças na umidade relativa
do ar. A superfície do objeto é revestida com sais a base de cloreto de cobalto (II), que
apresenta coloração azul. Com relação a esse equilíbrio, assinale a alternativa correta.
A( ) a diminuição da temperatura, juntamente com aumento da unidade, desloca o equilíbrio para
a direita, tornando azul a superfície do objeto.
B( ) o aumento da umidade faz com que a concentração dos íons cloreto diminua, deslocando
assim o equilíbrio para a direita.
C( ) o aumento da umidade do ar faz com que o equilíbrio se desloque para a esquerda, tornando
rosa a cor do objeto.
D( ) a diminuição da temperatura, mantendo a umidade constante, torna o objeto azul.
E( ) o aumento da temperatura, mantendo a umidade constante, faz com que haja evaporação da
água da superfície do objeto, tornando-o rosa.

10) O metanol, utilizado como combustível, pode ser obtido pela interação entre monóxido de carbono, CO (g), e gás
hidrogênio, H2(g): CO(g) + 2 H2(g) ⇋ CH3OH(g) + 92 kJ
Para aumentar o rendimento da formação de metanol, o procedimento adequado seria:
A( ) aumentar a agitação do sistema B( ) aumentar a concentração de CO(g) no sistema
C( ) aumentar a temperatura do sistema D( ) diminuir a pressão sobre o sistema
E( ) adicionar um catalisador ao sistema

11) Os refrigerantes têm-se tornado cada vez mais o alvo de políticas públicas de saúde. Os de cola apresentam ácido
fosfórico, substância prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que é o principal componente da matriz dos dentes.
A cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio do processo de desmineralização dentária, perda de minerais em
razão da acidez. Sabe-se que o principal componente do esmalte do dente é um sal denominado hidroxiapatita. O
refrigerante, pela presença da sacarose, faz decrescer o pH do biofilme (placa bacteriana), provocando a
desmineralização do esmalte dentário. Os mecanismo de defesa salivar levam de 20 a 30 minutos para normalizar
o nível do pH, remineralizando o dente. A equação química seguinte representa esse processo:

Considerando que uma pessoa consuma refrigerantes diariamente, poderá ocorrer um processo de
desmineralização dentária, devido ao aumento da concentração de
A( ) OH-, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a direita.
B( ) H+, que reage com as hidroxilas OH-, deslocando o equilíbrio para a direita.
C( ) OH-, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
D( ) H+, que reage com as hidroxilas OH-, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
E( ) Ca2+, que reage com as hidroxilas OH-, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
12) O monóxido de carbono, formado na combustão incompleta em motores automotivos, é um gás extremamente
tóxico. A fim de reduzir sua descarga na atmosfera, as fábricas de automóveis passaram a instalar catalisadores
contendo metais de transição, como o níquel, na saída dos motores.
Observe a equação química que descreve o processo de degradação catalítica do monóxido de carbono:
Com o objetivo de deslocar o equilíbrio dessa reação, visando a intensificar a
degradação catalítica do monóxido de carbono, a alteração mais eficiente é:
A( ) reduzir a quantidade de catalisador B( ) aumentar a temperatura
C( ) reduzir a concentração de oxigênio D( ) aumentar a pressão
13) Indique, entre as alternativas abaixo, a forma mais rapidamente oxidável para um material de ferro metálico,
supondo que todas apresentando mesma massa e submetidas às mesmas condições de ambientais.
A( ) Limalha B( ) Chapa plana C( ) Esferas D( ) Bastão E( ) Lingote

Justifique sua escolha:


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14) A maioria dos materiais experimenta algum tipo de interação com o ambiente e tais interações comprometem a
utilidade do material como resultado da deterioração das suas propriedades mecânicas. Em termos econômicos,
foi estimado que aproximadamente 5% da receita de um país industrializado são gastos na prevenção da
corrosão e na manutenção ou na substituição de produtos perdidos ou contaminados como resultado das reações
de corrosão. Logo, um grande desafio para todos os profissionais que empregam metais é impedir que estes
sofram ataques corrosivos. A maioria dos metais é corroída de algum modo por efeito da água e da atmosfera.
Dentre estes, um dos processos mais conhecidos e estudados é o da corrosão do ferro metálico, cuja equação da
reação química é representada a seguir:
2 Fe(s) + O2(g) + 2 H2O(l) 2 Fe(OH)2(aq) ΔH  0
Com relação à corrosão do ferro metálico na presença de oxigênio e umidade, indique para que lado (reagentes
ou produtos) este equilíbrio se desloca quando:
a) a concentração de oxigênio aumenta ___________________________
b) a umidade diminui _________________________________________
c) a concentração de oxigênio diminui _____________________________
d) a temperatura aumenta ______________________________________
e) a temperatura diminui ________________________________________
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Referências

AMBROGI, Angélica et al. Unidades modulares de Química. São Paulo: Hamburg, 1987.
ATKINS, Peter. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001.
BROWN, Theodore L.; LeMAY Jr., Eugene; BURSTEN, Bruce E. Química, a ciência central. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
GARRITZ, Andoni & CHAMIZO, José A. Química. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.
MASTERTON, William L & SLOWINSKI, Emil J. Química Geral Superior. 4. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1978.
583 p.
McMURRY, John. Química Orgânica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
RUSSEL, John B. Química Geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
VOLLHARDT, K. Peter C; SCHORE, Neil E. Química Orgânica: estrutura e função. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
WEISSMANN, Hilda (org.). Didática das ciências naturais: contribuições e reflexões. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

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