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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

Campus Porto Alegre


Tecnólogo em Gestão Ambiental

AULA

FOTOSSÍNTESE

Biologia Geral

PROFESSORA MÁRCIA BÜNDCHEN


Introdução à Fotossíntese
• Em última análise a vida na terra deriva do sol.

• E a fotossíntese é o único processo de importância


biológica que pode armazenar esta energia!

•Além disso, uma grande parte


dos recursos energéticos do
planeta resulta da atividade
fotossintética em tempos
recentes ou remotos
(combustíveis fósseis).
AS PLANTAS FAZER FOTOSSÍNTESE E SÃO A BASE DA CADEIA ALIMENTAR!
PRODUTORES

Imagem: https://www.significados.com.br/cadeia-alimentar/
◾Na fotossíntese a luz (energia luminosa) dirige a síntese
de carboidratos (energia química) a partir de dióxido
de carbono e água, com geração de oxigênio.

Luz

6 CO2 + 6 H2O  C6H12O6 + 6 O2

Clorofila

◾A porção de luz absorvida pelas plantas é armazenada como


energia química através da formação de ligações químicas.
•A energia
armazenada nas
moléculas pode
ser usada para
movimentar
processos
celulares na planta
e serve como fonte
de energia para
todas as formas de
vida!

Imagem: Nabors, 2006.


Estrutura do
cloroplasto

Os pigmentos
fotossintéticos estão
localizados nos
cloroplastos.
Os cloroplastos são revestidos por duas membranas: interna e externa.

Apresentam um complexo sistema interno de membranas - tilacóides.

Os tilacóides se empilham formando os granum.

O estroma é o líquido que preenche o cloroplasto e contém uma variedade de enzimas que
atuam na fotossíntese.
Nos cloroplastos existem dois tipos principais de
pigmentos fotossintetizantes: clorofilas e carotenóides

As clorofilas têm uma estrutura


complexa em contendo Mg.
Existem dois tipos de clorofilas:
Clorofila a e clorofila b

Os carotenóides absorvem a luz e


trasnferem para a clorofila a e, devido
a isso, eles são denominados
pigmentos acessórios.

TODOS OS PIGMENTOS DA
FOTOSSÍNTESE ESTÃO NAS
MEMBRANAS TILACÓIDES!

Imagem: Taiz; Zeiger, 2002.


Cada pigmento absorve luz em comprimentos de onda específicos.

A faixa de energia utilizada pelas plantas está compreendida no


espectro da luz visível
A clorofila parece verde
ao olhar porque ela absorve
a luz principalmente nas
regiões azul e vermelha
do espectro.

Assim, somente uma parte


da luz, rica em
comprimento de onda
verde, é refletida para
nossos olhos.
Os pigmentos fotossintéticos (clorofilas e carotenoides)
estão associados com proteínas nas membranas
tilacóides.(no cloroplasto)

Imagem: http://plantphys.info/plant_physiology/lightrxn.shtml
Nas membranas dos
tilacóides, os pigmentos se
agrupam formando
fotossistemas.

Cada fotossistema é
formado por centenas de
moléculas de pigmentos e
divide-se em duas regiões:

Complexo antena: contém


clorofila b e carotenóides

Centro de reação: contém


duas moléculas de clorofila a.
Imagem: Nabors, 2006.
Como os pigmentos da fotossíntese absorvem a luz?

• Quando uma molécula de


clorofila absorve luz, a
distribuição dos elétrons na
molécula excitada é diferente
daquela da molécula no estado
basal.

• Os elétrons passam para níveis


mais altos de energia e são
ejetados da molécula de
clorofila!
◾ A energia luminosa incidente é captada pelos pigmentos antena e
transferida até o centro de reação.

◾ No centro de reação duas moléculas de clorofila a são excitadas e


ejetam elétrons.

◾ Estes elétrons são transferidos para um receptor primário


de elétrons.

◾ A molécula de clorofila torna-se então oxidada e carregada positivamente.

◾ Os elétrons passarão agora através de uma cadeia transportadora de


elétrons até o próximo fotossistema.

TRANSFERÊNCIA DE ELÉTRONS
Absorção da energia luminosa pelo fotossistema: os fotossistemas são complexos
formados por clorofilas que ocorrem nas membranas internas dos cloroplastos.

Imagem: Raven, Evert, Eichhorn, 2002


Existem dois tipos de fotossistemas:
Fotossistemas I e II
• Fotossistema I: Absorve preferencialmente
vermelho-extremo de comprimento de onda
superior a 680 nm.
• É denominado P700.
• Fotossistema II: Absorve preferencialmente luz
vermelha de 680 nm e muito pobremente no
vermelho-extremo.
• É chamado P680.

• Os fotossistemas I e II são ligados por


uma cadeia de transporte de elétrons e
atuam continuamente em série.
A fotossíntese envolvem muitas reações químicas
realizadas em sequência!
As reações da fotossíntese podem ser divididas
em dois processos principais:

• 1.Etapa fotoquímica: envolve as reações de


transdução de energia (reações luminosas, fase clara)
– produz ATP

• 2. Etapa química: envolve as reações de fixação do


carbono (reações independentes da luz, fase escura) –
produz GLICOSE
O que é o ATP?
ATP (adenosina trifosfato) é a principal molécula transportadora de
energia nos seres vivos.

Imagem: https://escolaeducacao.com.br/o-que-e-atp/
ETAPA FOTOQUÍMICA
FOTOFOSFORILAÇÃO ACÍCLICA = o “esquema Z” da
Fotossíntese

Produz ATP

Imagem: Raven, Evert, Eichhorn, 2002


Fotossistema II

Imagem: http://plantphys.info/plant_physiology/lightrxn.shtml
PRODUZ O
Fotólise da água: OXIGÊNIO QUE É
LIBERADO PARA
A ATMOSFERA!
H+ H+ H+ H+

2 H2 O O2

e+ e+ e+ e+
Total de energia resultante da etapa fotoquímica

• No fluxo de elétrons acíclico:

• 6 ATP (Energia) e 6 NADPH (Coenzima)


• Este cálculo se baseia na passagem de 6 elétrons vindos
da água até o NADP+

• No fluxo de elétrons cíclico:

• 6 ATP (Energia)
2. Etapa Química
• Nesta fase, a energia do ATP é usada para fixar o CO2 a uma
molécula orgânica e o NADPH é utilizado para transformar o
carbono recém fixado a um carboidrato simples (glicose).

• Esta conversão de dióxido de carbono em compostos


orgânicos é conhecida como fixação do carbono.

Fixação de carbono – consiste em absorver o CO2 atmosférico


e convertê-lo em compostos orgânicos mais ricos em energia e
estáveis, como a glicose, por meio da fotossíntese.
Ciclo de CALVIN-BENSON

A etapa química
consiste em um
conjunto de
reações
denominado Ciclo
de Calvin-Benson
que culmina com
a produção de
Glicose!

Imagem: Purves, 2002


O Ciclo de Calvin-Benson

• O composto inicial do ciclo é a


Ribulose 1,5 bifosfato (RuBP) –
um açúcar de 5 carbonos que é
enzimaticamente combinado
com uma molécula de carbono
oriunda do CO2 atmosférico –
fixação do carbono!

Isto origina duas moléculas de um composto de 3 carbonos


denominado 3-fosfoglicerato (PGA).

Imagem: Raven, Evert, Eichhorn, 2002


Este carbono vem do
RUBP CO2 atmosférico!!

Composto São formadas 2


instável moléculas de PGA

O 3-fosfoglicerato (PGA) é então reduzido a


gliceraldeído 3-fosfato ( 3-fosfogliceraldeído) – PGAL.
Consumo de ATP

Consumo
de ATP

Produção de Glicose

Imagem: http://www.prof2000.pt/users/geologia/testes/calvin.jpg
VIA C3 – “Ciclo de Calvin-Benson”

• O 3-fosfoglicerato(PGA), molécula de 3
carbonos, é o primeiro composto detectável
da fotossíntese.

• Esta via fotossintética é por isso denominada


VIA C3.
Características da Rubisco:

• A Rubisco – RuBP carboxilase/oxigenase tem


um sítio ativo que reage com CO2 e O2.

• É a enzima que catalisa a fixação do carbono.

• É a enzima mais abundante da natureza!


Centro de reação
carboxilase/oxigenase

CO2 O2

PGA Fosfoglicolato

+ +
PGA PGA
USADOS PARA PRODUZIR GLICOSE!
• A Rubisco existe a mais de 2 bilhões de anos e durante
muito tempo atuou em uma atmosfera praticamente
livre de oxigênio, de modo que a fotorrespiração só se
tornou um problema para os vegetais com o aumento
dos níveis atmosféricos de O2.

 [CO2] e [O2]  [CO2] e  [O2]

O2 + Rubisco =
CO2 + Rubisco = 2 PGA 1 PGA + 1 fosfoglicolato
• Pergunta:

• Considerando os crescentes níveis de CO2


atmosférico o que podemos esperar que
aconteça em termos de eficiência
fotossintética com as plantas que usam a via
C3? A produtividade deverá aumentar ou
diminuir?
• Explique.
IMPLICAÇÕES ECOLÓGICAS DA FOTOSSÍNTESE

Imagem: http://photographs.mccumber.us/540/ohiopyle-autumn04.jpg
A fotossíntese é influenciada por diversos fatores
que ocorrem fora do cloroplasto, na planta e no
ambiente.

Os 3 principais fatores limitantes da fotossíntese são:

• 1.Luz.

• 2. Concentração de CO2 .

• 3. Temperatura.
1. LUZ:

• Ponto de Compensação Luminosa: quando a intensidade


luminosa é tal que: o consumo de CO2 utilizado na
fotossíntese equivale ao CO2 produzido na respiração celular e
a produção de O2 na fotossíntese equivale ao consumo de O2
na respiração celular.

• Ponto de Saturação Luminosa: quando a intensidade luminosa


é máxima para estimular os fotossistemas resultando em
fotossíntese máxima.

• Quando as folhas são expostas a mais energia luminosa do que


podem utilizar o centro de reação é danificado – fotoinibição.
Imagem: Taiz; Zeiger,
2002
2. CO2:

• Após o ponto de saturação da luz a fotossíntese é


limitada pelo CO2:

• Ponto de compensação do CO2 : a concentração


ambiente de CO2 é tal que o consumo de CO2
utilizado na fotossíntese equivale ao CO2 produzido
na respiração celular (em condições experimentais)

• Ponto de saturação do CO2: quando todas as


enzimas estão com seus centros de reação ocupados
não há como incorporar mais carbono.
3. Temperatura:

• Cada espécie vegetal apresenta uma temperatura ótima de


fotossíntese acima ou abaixo da qual a produção é menor.

• Além disso, determinados grupos de plantas evoluiram em


áreas temperadas ou tropicais e seus ótimos fotossintéticos
estão realçionados a este fato.

• Temperaturas muito altas levam a desnaturação de


enzimas e proteínas.
Estratégias alternativas para a
fixação de carbono

As vias C4 e MAC
◾Todas as plantas utilizam o Ciclo de Calvin.

◾Contudo, o ciclo de Calvin não é a única via


fotossintética utilizada pelos vegetais para fixar
carbono.

◾Plantas cujo produto inicial da fixação de carbono é o


3-PGA, através do ciclo de Calvin são denominadas C3.
◾ Mas, as plantas podem ainda utilizar vias alternativas
para fixar o carbono.

◾ As duas principais alternativas são denominadas via C4


e a via MAC (Metabolismo ácido das Crassuláceas).
◾ Plantas C4 e MAC têm outra enzima além da Rubisco.

• Esta enzima é a Fosfoenolpiruvato-caboxilase = PEP-


carboxilase.

• O sítio ativo da PEPcarboxilase só tema finidade pelo CO2.


A) Via C4 – folhas com bainha do feixe vascular.
Ex. Milho

Imagem: Raven; Evert, Eichhorn, 2002)


Como ocorre a fotossíntese nas plantas C4?

◾A Rubisco só existe nas células da bainha do


feixe vascular.

◾Localiza-se no interior dos cloroplastos, no


estroma.

◾A PEP carboxilase encontra-se distribuída em


todas as células do mesofilo.

◾Localiza-se no citossol.
Imagem:
Nabors, 2006.
B) Via MAC

• Metabolismo Ácido das Crassuláceas ou CAM (no


inglês)

• Muitas plantas de climas áridos possuem folhas


espessas, com baixa razão superfície/volume, cutícula
espessa e baixas taxas de transpiração.

• Tais plantas são genericamente denominadas


“suculentas” e suas células tipicamente têm um
vacúolo muito volumoso.
• Plantas MAC mantêm seus estômatos fechados
durante o dia e abertos à noite.

• Durante a noite, o CO2 penetra através dos estômatos


e as MAC possuem a capacidade de fixar CO2 no
escuro através da PEP carboxilase.

• O produto inicial da carboxilação é o oxalacetato que


é imediatamente reduzido à malato.

• O malato é estocado como ácido málico no vacúolo.


Por isso o nome de metabolismo “ácido”!
Durante os períodos luminosos seguintes, o ácido málico é retomado do
vacúolo, descarboxilado e o CO2 é transferido para a RUBP do ciclo de
Calvin dentro da mesma célula.

Imagem: Raven; Evert, Eichhorn, 2002)


Comparação
entre plantas
C4 e CAM

Imagem: Nabors, 2006.


Cada via fotossintética apresenta limitações que
resultam em vantagens e desvantagens de acordo com
as condições ambientais em que a planta vive.

• Por exemplo, plantas C4 são mais tolerantes em


climas secos e quentes mas são menos competitivas
do que C3 em temperatura abaixo de 25º C.

• As plantas CAM economizam água fechando os


estômatos durante o dia, mas isso reduz sua
capacidade de captar CO2 e conseqüentemente as
CAM crescem muito lentamente e só são
competitivas com C3 e C4 em climas extremamente
áridos.

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