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FACULDADE WENCESLAU BRAZ

BEATRIZ BRANDANI MORAIS


NATHALIA KELLEN PEIXOTO DA SILVA

INTER-RELAÇÕES BIOQUÍMICA CLÍNICA E A ENFERMAGEM NO CONTEXTO


DA PRATICIDADE DO CONHECIMENTO BIOQUÍMICA EM GERAL

ITAJUBÁ-MG
2023
BEATRIZ BRANDANI MORAIS
NATHALIA KELLEN PEIXOTO DA SILVA

INTER-RELAÇÕES BIOQUÍMICA CLÍNICA E A ENFERMAGEM NO CONTEXTO


DA PRATICIDADE DO CONHECIMENTO BIOQUÍMICA EM GERAL

Trabalho apresentado às Professora


Dra. Pollyanna Marcondes como
requisito parcial para obtenção de nota
e recomposição de carga horária.

ITAJUBÁ-MG
2023
1.INTRODUÇÃO:

A bioquímica originou-se como um ramo da fisiologia humana, que através da


observação da urina, do sangue e de outros fluidos naturais poderiam auxiliar no
diagnóstico desta ou daquela doença. Antigamente a bioquímica foi conhecida como
Química Fisiológica. Nos dias atuais, a Fisiologia, de acordo com o Concise Oxford
Dictionary, é a ciência das funções normais e dos fenômenos que se passam nos
seres vivos. (BALDWIN, 1972).
Já a bioquímica clínica, também chamada de química clínica, é o ramo da
medicina laboratorial que utiliza métodos químicos e bioquímicos para o estudo das
doenças. O ramo na bioquímica clínica de forma geral, mas não exclusivamente,
abrange os estudos não morfológicos, como a pesquisa de alterações no sangue e na
urina. Além desses fluidos, ainda podem ser feitas análises de outros fluidos corporais,
como do líquor, das secreções da cavidade nasal e oral, das secreções gástricas,
entre outras. (RICCI,2021)
Os exames relacionados à bioquímica abrangem cerca de um terço dos testes
de um laboratório clínico, o que será o tema abordado neste nosso primeiro tópico.
Os laboratórios clínicos têm o papel de produzir e fornecer informações diagnósticas
no suporte às decisões clínicas. A realização de exames laboratoriais ocorre em um
ambiente extremamente complexo, onde coexistem procedimentos, equipamentos,
tecnologia e conhecimento humano, e que estão em constante modificações por
questões tecnológicas, científicas ou de mercado. (SHCOLNIK, 2012)
A qualidade dos laboratórios clínicos é de extrema importância, e tem sido
impulsionada por requisitos legais e de reconhecimento da qualidade via programas
de acreditação. Em primeiro lugar estão indicados requisitos da ANVISA como a RDC
302/2005, regulamento técnico amplo que define as normas para o funcionamento
dos laboratórios clínicos e por se tratar de legislação sanitária, é de cumprimento
obrigatório. O laboratório que não atender às exigências da legislação pode sofrer
sanções e até suspensão de suas atividades. Em segundo lugar, estão os requisitos
dos programas de acreditação de laboratórios, um exemplo são as diretrizes e
normativas da PALC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos da
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica – SBPC/ML, utilizada por laboratórios que
apresentam bons conceitos de controle de qualidade. (RICCI,2021)
2.A INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS:

Os resultados dos exames bioquímicos são utilizados para diagnóstico e para


o acompanhamento de um tratamento, e podem ser úteis na triagem de doenças e no
prognóstico, caso o diagnóstico já tenha sido realizado. Há também uma outra
vertente dos testes bioquímicos, a utilização dos testes em pesquisa científica sobre
a base das doenças e para o desenvolvimento de novos fármacos. (TIETZ, 2016)

FONTE: BIOQUIMICA CLÍNICA, 2021.

2.1.EXAMES BÁSICOS E ESPECIALIZADOS:

Os laboratórios clínicos e hospitalares oferecem serviços bioquímicos básicos,


entretanto, não necessariamente no mesmo nível, ambos podem disponibilizar
“análises básicas”, sendo testes requeridos rotineiramente para vários pacientes e
com frequência (TIETZ, 2016).
Os exames especializados referem-se a uma variedade de especialidades
dentro da bioquímica clínica. O laboratório clínico pode não ser totalmente equipado
para a realização dos exames bioquímicos solicitados pelo médico, portanto, para o
diagnóstico, por exemplo, de alguma doença rara que requer a utilização de exame
bioquímico, pode-se encaminhar a amostra do paciente para centros de referências
que realizarão os testes específicos. (TIETZ, 2016)
O Quadro 1 indica os principais exames básicos e especializados realizados na
bioquímica clínica:

FONTE: BIOQUIMICA CLÍNICA, 2021.

Como podemos ver há diversos exames podem ser efetuados em um


laboratório de análises clínicas, apresentando um amplo espectro quanto a sua
complexidade, desde uma dosagem de glicose sanguínea até mesmo a análise do
material genético. (RICCI,2021)
Os processos que envolvem desde o pedido de exame, podem ser divididos
em três fases:
• Fase pré-analítica consiste na preparação do paciente, coleta, manipulação e
armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação analítica;
• Fase analítica inicia-se com a validação do sistema analítico, através do
controle da qualidade interno na amplitude normal e patológica, e se encerra
quando a determinação analítica gera um resultado;
• Fase pós-analítica inicia-se após a geração do resultado analítico, quantitativo
ou qualitativo, sendo finalizada após a entrega do laudo conforme legislação
vigente.
2.2.IMPORTÂNCIA DOS EXAMES LABORATORIAIS:

Os exames laboratoriais estão assumindo uma posição importante e crescente


no processo de diagnóstico e monitoramento na medicina moderna. Os serviços
laboratoriais vêm obtendo um crescimento substancial nos últimos anos. Em uma
pesquisa realizada no Reino Unido observa-se um crescimento das requisições na
assistência primária de 83% entre os anos de 2000 e 2004, e tendência semelhante é
verificada internacionalmente (PLEBANI, 2007).
O laboratório clínico integra a cadeia de assistência à saúde, desempenhando
um papel vital e contribui para mais de 70% das decisões médicas, como admissão
de pacientes em unidades de saúde, diagnóstico e prognóstico de doenças, seleção
da terapia mais 8 adequada, avaliação da resposta aos tratamentos e avaliação de
critério de cura ou de altas hospitalares. O laboratório clínico contribui ainda para a
determinação de fatores de risco e de estados biológicos, como a avaliação da eficácia
de imunização e iniciativas de prevenção de doenças e promoção da saúde.
(ANDRIOLO, 2007)

3.PAPEL DA ENFERMAGEM NA BIOQUIMICA CLÍNICA:

A bioquímica é um exemplo de disciplina do ciclo básico oferecida em


praticamente todos os cursos da área de saúde. O aumento do conhecimento nas
diversas áreas das Ciências Biológicas, na bioquímica e na biologia molecular, em
particular, tem causado dilema para os professores envolvidos com essas áreas:
enquanto o conhecimento aumenta, é impossível aumentar proporcionalmente a
carga horária das disciplinas. (GARRIDO, 2010)
Os profissionais da saúde atuam em um cenário em que o domínio dos
potenciais reações orgânicas é imprescindível para o procedimento frente às mais
variadas situações e patologias. O entendimento dos distúrbios metabólicos ou a
interpretação de exames clínicos demandam o uso do conhecimento discutido em
disciplinas como a bioquímica. Isto se torna especialmente importante na prática da
enfermagem, onde, atualmente, além de se exigir a prática assistencial, para
desenvolver a arte de cuidar e de ensinar a cuidar, tornaram-se essenciais a pesquisa
e o diagnóstico. (GARRIDO, 2010)
Muitos alunos do curso de enfermagem não percebem ou não valorizam a
importância de se conhecer o funcionamento humano à nível citológico, acreditando
que apenas o cuidado realizado à níveis de maior amplitude do corpo humano é que
necessita ser estudado. Isso é um grande engano, pois, ainda que a atuação se dê
em partes do corpo aparentemente não ligadas ao que se estuda nessa disciplina, o
conhecimento do que ocorre à nível citológico é a base para todo o restante do estudo
das organizações e funções orgânicas dos indivíduos e, consequentemente, para os
respectivos cuidados de enfermagem administrados. Ainda que complexo, o estudo
da bioquímica é o primeiro ponto por onde chega-se à diagnósticos clínicos e de
enfermagem, que possibilitarão a atuação do enfermeiro no paciente. Por isso, é uma
matéria de suma importância, uma vez que explica o funcionamento do corpo em seu
primeiro nível de organização. (GARRIDO, 2010)
Assim vale ressaltar que o enfermeiro tem papel fundamental na transformação
de hábitos e na construção de saberes, desta forma ele cria laços com o público. A
partir deste conceito, o enfermeiro ao compreender os processos envolvidos no
binômio saúde-doença terá embasamento suficiente para dar as orientações de forma
clara e precisa para seu paciente, lembrando que neste processo a linguagem deve
ser clara, porque é essencial possibilitar à população em geral o acesso às
recomendações adequadas e relevantes de saúde de fácil compreensão,
independentemente de sua classe social. Assim possibilita que a clientela coloque em
prática processos que possibilitarão a evolução do processo curativo e preventivo,
diminuindo custos e desafogando o Sistema Único de Saúde.
REFERÊNCIA:
• CAMPBELL, Mary K.; FARRELL, Shawn O. Bioquímica - Tradução da 8ª edição
norte-americana: Cengage Learning Brasil, 2016. E-book. ISBN 9788522125005.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522125005/. Acesso em: 11
nov. 2023
• Glew, Robert & VanderJagt, David.A Biochemistry of Human Disease course
for undergraduate and graduate students. Biochemistry and Molecular Biology
Education, 2010. 29. 188 - 192. 10.1111/j.1539-3429.2001.tb00118.x.
• RICCI, MAYRA FERNANDA . Bioquímica clínica. 1. ed. Indaial: Centro
Universitário Leonardo da Vinci., 2021. v. 1. 184p
• Rodrigues Grazinoli Garrido, Fabiola.. O Lugar da Bioquímica no Processo de
Cuidar: Visão de Graduandos em Enfermagem. Revista Brasileira de Ensino de
Bioquímica e Biologia Molecular, 2010. Acesso em: 10/11/2023.
• SILVA LIMA, T. da; MACHADO, D.. BIOQUÍMICA SOB A PERCEPÇÃO DOS
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar
de Estudos Científicos em Saúde, [S. l.], p. 28, 2021. Disponível em:
https://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/680. Acesso em:
13 nov. 2023.

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