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A l ta Baixa
Aguda C r ô n i ca
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Chega ao seu consultório uma senhora contando a seguinte
Ca s o 2 história: “Meu filho, que tem síndrome de Down, está com diarreia.
Tudo começou há alguns meses quando eu parei de lhe dar o peito.
Desde então, ele parou de crescer e começou a perder peso. A diarreia é
volumosa e com odor muito ruim. Comecei a investigar esta doença e descobri que ele
estava também com anemia. Mas tudo piorou na semana passada quando ele começou a
apresentar umas lesões no corpo. Levei-o a um dermatologista e ele disse que se tratava
de dermatite herpetiforme.”
A l ta Baixa
Aguda C r ô n i ca
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Cite um diagnóstico diferencial:
Doença celíaca.
A penetração de larvas destes parasitas através da pele pode causar uma dermatite eritematosa
papular ou serpentiforme, extremamente pruriginosa e migratória. Denominamos esta afecção cutânea
de larva migrans (para as larvas dos ancilostomídeos) e larva currens (para as larvas do Strongyloides
stercoralis). Neste último caso, a lesão progride pela migração cutânea da larva, numa velocidade bem
alta (5-15 cm/h). A larva migrans cutânea (“bicho geográfico” – Ancylostoma braziliense ou caninum) é
uma dermatose do gato e do cão, respectivamente. Os ovos provenientes das fezes do animal originam
as larvas no solo – o contato da pele humana com material contaminado permite a penetração larvária.
O local mais acometido é o pé, seguido pelas nádegas.
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Por que este paciente apresenta alterações pulmonares?
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Caso 6
I n va s i va N ã o i n va s i va
Aguda C r ô n i ca
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Prescrição
Paciente masculino, 24 anos, previamente hígido, internado com diarreia
sanguinolenta. Refere evolução de aproximadamente 10 dias, com cerca de
10 evacuações diárias e febre alta (aferida = 39 oC). Nega uso crônico de
qualquer medicação. Não esteve internado recentemente e não fez uso de antibióticos
nos últimos meses. Ao exame: prostrado, hipocorado +/+4, desidratado +3/+4,
acianótico, anictérico, ventilando bem em ar ambiente. PA = 100 x 80 mmHg
deitado e 80 x 40 mmHg em pé, FC = 105 bpm, tax = 38,8 oC. Ausculta respiratória
limpa. RCR 2T, BNF, sopro sistólico pancardíaco ++/+6. Abdome plano, flácido,
depressível, discretamente doloroso à palpação profunda, sem sinais de irritação
peritoneal. Débito urinário = 20 ml na 1 a hora.
8) Omeprazol 40 mg IV 1x/dia.
(em caso de
9) Dipirona 2g IV SOS, até 6/6h
dor ou tax ≥ 37,8°C).
o de náuseas
10) Plasil 10 mg IV, SOS (em cas
e/ou vômitos).
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ID: J.C.B, 46 anos, masculino, branco, casado, professor de
Medicina da USS, residente em São Paulo.
QP: “Diarreia”
HDA: Há cerca de 6 semanas, iniciou episódios diarreicos de grande volume, com
frequência em torno de 6 vezes ao dia e presença de restos alimentares esporadicamente,
sem sangue muco ou pus. Nega melhora dos sintomas com o jejum e refere impor tante
prejuízo às suas atividades diárias.
Anamnese dirigida: episódios de câimbras e um estranho rubor facial ocasional durante as
últimas semanas.
HPP: Doença do refluxo gastroesofágico sem tratamento medicamentoso, que apresentou
alívio significativo e espontâneo nas últimas semanas.
H. Familiar: Pai diabético tipo 2, bem controlado com dieta. Mãe saudável. Não tem irmãos.
Dois filhos sem comorbidades.
H. pessoal: Etilista social (apenas cerveja nos finais de semana). Nega tabagismo.
Exame físico: Paciente acordado, lúcido, respondendo com coerência e obedecendo aos
comandos, desidratado +3/+4, hipocorado +/+4, eupneico. Tireoide não palpável, sem
gânglios cervicais. Ausculta respiratória limpa. RCR 2T, BNF, sopro sistólico pancardíaco
+/+6. Abdome plano, flácido, difusamente doloroso à palpação profunda, sem massas ou
visceromegalias. Ausência de irritação peritoneal. MMII: sem edema, sem empastamento de
panturrilhas. Exame neurológico normal.
w Cálcio = 1
1 mg/dl
w Exames d w T4 livre =
isponíveis: 1,2 ng/dl
w Hto = 38% w TSH = 3,0
mUI/ml
w Hb = 11 g/d w EPF 3 am
l ostras = neg
w Leucócitos w Gap osmo ativo
6.000/mm 3 lar < 50 mO
(diferencial n sm/L
ormal);
w Plaquetas
270.000/mm 3
w Glicose 14
2 mg/dl
w Ureia 86 m
g/dl
w Creatinina
1,0
w Na = 135 m mg/dl
Eq/L
w K = 2,9 mE
q/L
w Mg = 1,9 m
Eq/L
w Albumina
= 6,2 g/dl
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Classifique o quadro diarreico, justificando sua resposta.
A l ta Baixa
Grande volume/restos alimentares.
Sem sangue, muco e pus (disenteria).
I n va s i va N ã o i n va s i va Início há seis semanas.
Aguda C r ô n i ca
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a
Caso Extr Homem de 40 anos vem apresentando, há
1 dois anos, quadro de artralgia migratória
em joelhos, tornozelos, cotovelos e punhos.
Após passar por diversos “médicos”, recebeu
o diagnóstico de “poliartralgia de grandes
articulações migratória, assimétrica e
idiopática”. Satisfeito e orgulhoso por
receber um diagnóstico após intensa
investigação, carrega no bolso a
descrição da doença... Já acostumado
com as dores articulares, não se sentia
doente. Mas o destino não o perdoaria.
Há 4 meses, começou a apresentar
diarreia em grande quantidade, com
restos alimentares, sem muco, pus ou
sangue. Emagreceu muito.
Nas últimas semanas, começou a
apresentar movimentos involuntários
repetitivos de convergência ocular e
contração da musculatura mastigatória.
Realizada sorologia para HIV, coprocultura e
EPF; todos negativos.
A l ta Baixa
Grande volume + restos alimentares.
Aguda C r ô n i ca
Doença de Whipple.
Qual é o tratamento?
Sulfametoxazol + trimetoprima por um ano.
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Aproveitando a diversidade do tema, resolva mais esses dois casos bônus de
Síndrome Diarreica!
s o E x t r a
Ca
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Fui convidado
a comparecer com urgência
no quar tel do exército de minha cidade... Após o “convite” para trabalhar por mais de um
ano na Amazônia, tive que realizar um check-up completo (“exame de integridade física”)
antes do embarque. Tentando adiar o inevitável expliquei que venho apresentando diarreia
de grande volume, sem melhora com o jejum e sem muco, pus ou sangue, além crises de
taquicardia, cefaleia e palpitação. Obviamente, não fui ouvido... Tentei dizer que era
realmente verdade, e que o quadro já persistia por algumas semanas. Nem deram bola.
Durante o exame, o médico da corporação ficou surpreso com meus níveis pressóricos (190
X 110 mmHg). Procurando evidências que justificassem o quadro, ele acabou detectando
um nódulo no meu pescoço, de aproximadamente 0,5 cm no lobo direito da tireoide, e
outro de 1 cm no lobo esquerdo. Os meus exames laboratoriais foram todos normais,
exceto pelo cálcio, bastante elevado (15 mg/dl). Foi então que me lembrei que, há cerca
de 6 meses, expeli um cálculo renal (na época identificado como de fosfato de cálcio).
Sem conseguir fazer uma única possibilidade diagnóstica e com a esperança de que o
contato com a natureza pudesse fazer bem para a minha saúde, resolveram me enviar para a
fronteira com a Colômbia.
A l ta Baixa
ALTA – grande volume.
NÃO INVASIVA – sem muco, pus ou sangue.
I n va s i va N ã o i n va s i va CRÔNICA – algumas semanas.
Aguda C rôn i ca
NEM IIa.
Carcinoma Medular de Tireoide (nódulo palpável, hipercalcemia e diarreia alta).
Hiperparatireoidismo Primário (nódulo palpável, hipercalcemia e cálculo de fosfato de cálcio).
Feocromocitoma (crises de taquicardia, cefaleia, hipertensão e palpitação).
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Qual o provável motivo do quadro diarreico e como você
deveria encontrar o gap osmolar fecal?
Ação secretiva da calcitonina na mucosa intestinal. Gap osmolar baixo (< 50).
E x tra
Caso 3 A primeira paciente de hoje é a Sra. Sílvia, uma mulher de 70 anos
com emagrecimento e diarreia há alguns meses. Ela refere que vem
apresentando episódios de diarreia aquosa e explosiva, de grande volume, há
algumas semanas. Junto a isto relata impor tante emagrecimento e alguns episódios de
“chiadeira” no peito. Minucioso exame físico revela a presença de telangiectasias no tórax.
Durante a palpação abdominal, ocorre uma súbita vermelhidão da face e tronco, associada
à taquicardia. O episódio dura apenas alguns segundos. O exame do precórdio revela um
sopro sistólico em foco tricúspide.
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Anemia Ferropriva
Digipre
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