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Em 2014
• AIDS é a 6ª causa de morte no mundo;
• É a 13ª causa de morte no Brasil;
• 38 milhões de pessoas que vivem com HIV não sabem que
tem o vírus;
• África Subsaariana 90% das pessoas portadoras do HIV estão em TARV;
o 76% alcançaram a supressão viral.
• Objetivo do desenvolvimento do milênio - ODM: Fim da epidemia de AIDS até 2030.
90-90-90:
• Uma meta ambiciosa de tratamento para contribuir para o fim
da epidemia de AIDS.
• 90% dos casos do mundo diagnosticados.
• 90% de todos os casos de HIV tratando.
• 90% de todos os casos fazendo terapia antirretroviral com
supressão viral.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
História natural da infecção pelo HIV no Brasil
• Heterossexualização.
o Homens ricos.
• Interiorização.
o Antes era mais na costa do brasil, e depois começou a vir para os estados opostos ao litoral.
• Pauperização.
o Empobrecimento da epidemia. Começou a acometer as pessoas de todas as classes sociais, inclusive as
que ficam abaixo da pobreza.
• Feminização.
o Antigamente era muito homem infectado, e depois de um tempo a mulher começou a infectar também e
ficou quase em um pé de igualdade.
• Desigualdade social.
o Atinge todas as faixas sociais e econômicas.
No Brasil 2017
• 77,3 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV desde o início da epidemia.
• 35,4 milhões de pessoas morreram por causas relacionadas à AIDS desde o início da epidemia.
• 36,9 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com HIV em 2017.
• 21,7 milhões de pessoas tiveram acesso à terapia antirretroviral em 2017.
• 1,8 milhões de novas infecções pelo HIV em 2017.
• 940.000 pessoas morreram por causas relacionadas à AIDS em 2017.
90-90-90
• Em 2017, três em cada quatro pessoas vivendo com HIV (75%) conheciam seu estado sorológico para o HIV (foram
testadas para HIV).
• Entre as pessoas que conheciam seu estado
sorológico, quatro a cada cinco (79%)
tinham acesso ao tratamento
antirretroviral.
• Entre as pessoas com acesso ao
tratamento, quatro a cada cinco (81%)
tinham carga viral suprimida.
• 47% de todas as pessoas vivendo com HIV
têm a carga viral suprimida.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Populações-Chave
• Populações-chave e seus parceiros sexuais representam:
o 47% das novas infecções pelo HIV em todo o mundo.
o 95% das novas infecções pelo HIV no Leste Europeu e Ásia Central e no Oriente Médico e Norte da África.
o 16% das novas infecções pelo HIV na África Oriental e Austral.
• O risco de infecção pelo HIV é:
o 27 vezes maior entre homens que fazem sexo com homens.
o 23 vezes maior entre pessoas que usam drogas injetáveis.
o 13 vezes maior entre profissionais do sexo.
o 13 vezes maior entre mulheres trans.
Virologia
• Retroviridae.
• Lentivírus.
• Vírus RNA com envelope.
o Para infectar o ser humano necessita ter seu
material genético transcrito de forma
“reversa” em DNA, o único que pode se
integrar ao genoma e ditar a síntese das
proteínas virais utilizando a maquinaria
enzimática do hospedeiro.
• Dentro do capsídeo estão encerrados o genoma viral
(RNA) e enzimas como a transcriptase reversa.
o A enzima transcriptase reversa é essencial
para a replicação do HIV, pois traduz o RNA
viral em DNA dupla-fita. Sem ela, o vírus não
conseguiria infectar o homem.
• Infecta Linfócitos TCD4+, Macrófagos e Células
Dendríticas.
o Integra o genoma.
o Variabilidade antigênica.
o Depleção linfócitos TCD4+, macrófagos e
células dendríticas.
Interessante: A “heterogeneidade molecular” do HIV. Um fato marcante na biologia do HIV é sua incrível capacidade
de evoluir e se diversificar. Esta, inclusive, é uma das explicações de porquê o hospedeiro não consegue erradicar a
infecção (é como se o vírus estivesse sempre “um passo a frente” da resposta imune adaptativa). A enzima
transcriptase reversa “de propósito” comete um excesso de erros ao transcrever o RNA em DNA. A enorme velocidade
com que o vírus se replica, aliada ao grande número de mutações que surgem a cada ciclo, permite a rápida aquisição
de características vantajosas que garantem ao vírus escapar da pressão seletiva.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Transmissão
• Relações sexuais (heterossexuais e homossexuais masculinas).
• Sangue e hemocomponentes.
• Mães infectadas aos filhos: período intraparto e perinatal, aleitamento
materno.
Vírus do HIV
• A glicoproteína gp120 e gp41 acopla no CD4 das células que contem esse
CD4. Quando ela se acopla/se liga, ela libera o material para dentro da
célula.
• O capsídeo é a proteína do core, que é a p24.
• Os principais componentes virais com utilidade diagnosticas incluem as proteínas do envelope viral (gp160, gp120
e pg41), as proteínas codificadas pelo gene gag (p55, p24 e p17) e as proteínas codificadas pelo gene pol (p66,
p51 e p31).
• Existe um teste imunológico, o Western blot, que detecta antígenos (proteínas do vírus). Então se a pessoa tiver
o vírus, esse teste dará positivo. Para dar positivo esse teste, basta que a pessoa tenha uma dessas três proteínas
pelo menos (gp120, gp41 ou p24).
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Estrutura viral
Adsorção via CCR5 e CD4 permite que o vírus penetre em macrófagos e células T (“M-tropismo”). (infecção aguda).
• Adsorção via CXCR4 e CD4 permite que o vírus penetre somente células T (“T-tropismo”). (infecção crônica).
• O primeiro co-receptor a ser utilizado (no começo da
infecção) é o CCR5, depois de uns 5 anos, começa a
degradação dos linfócitos T, e o co-receptor CXCR4
passa a ser mais utilizado.
• Quando o vírus infecta o CCR5, ele mata um linfócito,
depois outro, mais devagar. Quando ele usa o CXCR4,
ele mata uns 10 ou 20 linfócitos, por exemplo, de uma
vez só.
• Quanto mais rápida a lesão de linfócitos TCD4, mais
rápida é a progressão para a AIDS.
• Resumindo:
o CCR5 – primeiro correceptor de membrana a
ser utilizado recém infectado.
o CXCR4 – utilizam na fase mais avançada da
doença (crônica) → formador de sincício → para deletar mais CD4 → pacientes com CD4 muito baixo →
mais de 5 anos de evolução da doença .
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Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• No interior do citoplasma, tem inicio o processo de
transcrição reversa.
• Quando a transcrição do RNA em DNA dupla-fita
termina o capsídeo se abre liberando o DNA
proviral. Contudo, para que o DNA proviral penetre
no núcleo da célula é preciso que a mesma esteja
ativada. Quando isso acontece, o DNA proviral é
“costurado” ao DNA humano por ação da enzima
viral integrase.
• Uma vez integrado ao genoma do hospedeiro, o
DNA proviral começa a ser “lido” e sintetizados. O
RNAm é traduzido em proteínas. Essas, por sua vez,
se organizam próximo à membrana plasmática,
onde são clivadas pela enzima viral protease,
tornando-se funcionalmente ativas.
• O capsídeo é então montado e brota da superfície
celular “roubando” parte de sua membrana. A
progênie viral recém-liberada está pronta para
infectar novas células.
• Esse outro novo vírus sai da célula infectada por
brotamento.
• Se a replicação for maciça ocorre lise da célula
(lise de macrófagos e linfócitos).
• Essa lise faz com que haja diminuição de
macrófagos e linfócitos da corrente sanguínea, consequentemente vai haver uma linfopenia.
• OBS: para que o HIV infecte com sucesso a célula é preciso que a mesma esteja “ativada”. Como se tratam de
células imunes, é necessário que ocorra algum estimulo imunogênico. Caso contrário, a infecção não será bem-
sucedida.
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Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Ativação Linfocitária e Replicação do HIV
• Toda vez que ativa um macrófago ou linfócito ocorre uma
resposta imunológica.
• A infecção primaria do HIV no paciente causa uma tempestade
de citocinas. Isso é devido a um grande número de células serem
infectadas. Isso causa inflamação.
• Quanto maior o grau de inflamação desse paciente, maior o
número de replicação viral.
Formação de sincício
• “geleia” de células infectadas.
• A indução de sincício está relacionada muito mais com quem só infecta linfócitos T (o co-receptor CXCR4).
Portanto, quando o vírus está usando o co-receptor CXCR4 significa que ele está infectando um monte de células
ao mesmo tempo e formando sincício.
• Mata muito mais rápido. Fase mais tardia da infecção (crônica).
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Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
conseguir bloquear a disseminação do mesmo.
• A progressão da AIDS leva a um déficit cognitivo muito grande.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
CD4 foram suficientes para manter a competência imunológica (latência clínica), a todo momento o vírus
pode ser encontrado no sangue, pois NÃO EXISTE uma latência virológica.
o Explicação para a não eliminação do HIV: seus “alvos” são justamente as células controladoras do sistema
imune. Quanto mais o sistema imune tentar destruir o vírus, mais substrato estará sendo oferecido ao
mesmo para a sua replicação.
• Doença avançada
o A maioria dos indivíduos que não recebe terapia antirretroviral (TARV), ou nos quais o tratamento falha,
inexoravelmente evolui para um estado de imunodepressão profunda, caracterizado pela queda na
contagem de linfócitos TCD4+ para < 350 cels/mm3.
▪ Neste momento, diversas infecções e neoplasias oportunistas podem surgir de repente.
o A TARV efetiva, aliada à quimioprofilaxia e tratamento das infecções oportunistas, comprovadamente
prolonga a sobrevida mesmo quando o paciente já se encontra em estágios muito avançados da doença.
o Mas por que o CD4 cai? Na infecção pelo HIV a todo momento os linfócitos T CD4+ são destruídos. Com o
tempo, a capacidade do organismo em sustentar a produção de novos linfócitos T CD4+ é exaurida.
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Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Evolução natural da doença
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Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Marcadores infecção aguda
• O periodo de eclipse dura em torno de 10 dias (não consegue diagnosticar nenhuma infecção nesse periodo).
Nesse periodo não tem
nenhum virus circulando,
nem resposta imunologica
circulando, porque o virus
está lá no linfonodo loco-
regional, não teve sua
disseminação linfatica e
nem hematogenica.
• Depois desse periodo de
elicpse, ocorre a
disseminação do virus, onde
tem a infecção aguda do
HIV. Nesse periodo é
possivel detectar a
quantidade de virus. Se eu
consigo detectar a
quantidade de virus,
significa que eu consigo
detectar a presença de antigenos.
• Depois de um tempo da infecção o nosso organismo consegue produzir anticorpos e entao é possivel
detectar/diagnosticar atraves dos anticorpos.
• OBS: saber identificar qual a fase da doença e os exames que tem que pedir em cada fase.
Sorologia
• Os testes de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração
o 3ª e 4ª são mais sensiveis do que os testes confirmatórios convencionais (Western blot – WB, imunoblot
– IB, ou imunoblot rápido – IBR).
• Existem indivíduos, chamados de controladores de elite, que mantem a viremia em um nível que pode ser
indetectável em testes moleculares.
o O diagnostico só pode ser realizado mediante a utilização dos testes confirmatórios WB, IB e IBR.
Controladores de elite
• Indivíduos considerados controladores de elite depende de dois parâmetros:
o O valor da Carga Viral;
o O tempo em que o indivíduo permanece com a
Carga Viral abaixo (ou igual) a esse valor.
• Controlador de elite é a pessoa que tem antigeno
positivo, anticorpo positivo, CD4 alto e carga viral
indetectavel.
• Ou seja, os “controladores de elite” são pacientes que
mantem carga viral indetectavel na ausencia de terapia
antirretroviral por um ano com tres dosagens
diferentes ao longo desse tempo.
• Aproximadamente 0,6% das pessoas convivendo com HIV/Aids estão nessa categoria. Nesses pacientes, existe
resposta celular especifica para o HIV mais robusta, comparada com os pacientes que não controlam a viremia.
• Os controladores de elite, no entanto, possuem resposta imune humoral intacta e a presença de anticorpos anti-
HIV pode ser detectada por testes sorologicos, sendo o Western blot o teste mais indicado para a conformação
do diagnóstico nesse grupo.
• “a replicação viral está abaixo do limiar de detecção do teste molecular”.
• Atenção: um indivíduo que apresenta teste molecular “negativo”, com teste sorologico confirmatorio positivo,
certamente é um controlador de elite que, após a infecção inicial, conseguiu colocar a viremia abaixo do limite de
detecção dos testes moleculares.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Sorologia
• Primeira geração:
o Detectam apenas IgG, em média, a janela de soroconversão dos ensaios de primeira geração é de 6 a 8
semanas.
• Segunda geração:
o São mais sensiveis e especificos, por conter uma maior concentração de proteínas (epítopos
imunodominantes) relevantes. Em média, a janela de soroconversão é de 28 a 30 dias.
• Terceira geração:
o Qualquer classe de imunoglobulina anti-HIV (IgG, IgM, IgA ou IgE) será detectada por esse tipo de
metodologia. A janela de soroconversão é de 22 a 25 dias.
• Quarta geração:
o Detecta simultaneamento o antígeno p24 e anticorpos especificos anti-HIV. Janela diagnostica é de
aproximadamente 15 dias, dependendo do ensaio utilizado.
Testes rápidos:
• Os testes rapidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, que podem ser realizados em até 30 minutos.
• Pode ser utilizado em 3 variáveis: sangue, saliva, urina.
Testes complementares:
• Embora os testes rápidos e os IE sejam sensiveis e especificos, resultados falso-positivos podem ocorrer.
• Os testes complementares foram desenvolvidos. Estão incluidos nessa categoria:
o Western blot (WB);
o Imunoblot (IB) ou imunoensaios em linha (LIA, do ingles Line Immuno Assay), incluindo o Imunoblot rapido
(IBR) e
o Imunofluorescencia indireta (IFI).
Observações
• Mulher também infecta homem, e vice-versa.
• O vírus tem capacidade de ficar latente dentro da célula que ele infectou, e se ele fica latente, ele não ativa o
sistema imunológico.
• O número habitual que uma pessoa não infectada tem de linfócitos é de 1500.
• Qual o teste que confirma a infecção do HIV? Resposta: o de antígeno (Western blot positivo). Próximo passo é
solicitar CD4 (para saber em qual fase que o paciente se encontra) e carga viral.
• Órgão linfoide importante: GALT (tecidos linfoides associados ao intestino): um dos alvos principais da infecção
pelo HIV e local onde grandes quantidades de células T CD4+ são infectadas e deletadas.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Introdução (recordando brevemente)
• A infecção pelo HIV inicia-se com a entrada do vírus na
célula, através da ligação da proteína de superfície (gp120)
com o receptor da célula (molécula CD4).
• A entrada ocorre através da fusão do vírus com a membrana
da célula, reação mediada por gp41.
• Após entrar na célula, RNA viral é convertido a DNA pela
enzima transcriptase reversa. A dupla fita de DNA formada
é integrada ao genoma do hospedeiro pela enzima
integrase.
• Uma vez integrado, o DNA viral permanece na célula
enquanto ela estiver viva.
• Há produção de proteínas que são soltas pelo citoplasma da
célula para montagem de uma nova partícula viral.
• A liberação do vírus é por brotamento.
“Deve-se considerar a infecção pelo HIV como um espectro de problemas, desde uma fase inicial até uma fase
avançada, com manifestações clinicas que se tornam mais complexas e atípicas à medida que progride a
imunodeficiência” – Schechter e Rachid.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
• Por último, depois de 30 – 40 dias, vai ter a formação de anticorpos. Por isso que quando a gente vai o exame no
início, não tem a presença de anticorpos (demora no mínimo 30 dias para a formação de anticorpos).
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
4. AIDS.
o CD4 < 200.
o Doenças oportunistas.
Observação:
• Na Soroconversão, começa a ter a produção de anticorpos. Com o aparecimento de anticorpos, o indivíduo
consegue diminuir a replicação viral (mas NÃO acaba com essa replicação). A fase de Soroconversão dura de 30 a
45 dias.
• Ai depois, o indivíduo entra em um longo período de latência (fase assintomática).
• CD4 < 200 células: doenças oportunistas.
Primo infecção
• 1ª fase.
• Lesões máculo papulares em tronco e braços.
• Febre.
• Adenomegalias.
• Faringite.
• Dor de garganta.
• Úlceras orais.
• Candidíase oral.
• Janela imunológica:
o Teste Elisa Anti-HIV → negativo.
o Diagnóstico nesta fase:
▪ Antigenemia p24.
▪ PCR para RNA viral (melhor).
▪ Carga viral.
• Nessa fase aguda, eu não consigo fazer ELISA.
3ª fase
• Fase sintomática precoce. GRAFICO ACIMA
• O indivíduo já começa ter alguns sintomas.
• Sintomas constitucionais.
• CD4 < 500, porém, CD4 > 200.
• 4ª fase:
o AIDS.
o Doenças oportunistas.
o CD4 < 200.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Classificação da infecção pelo HIV feita pelo CDC
• Foi feita uma divisão pelo nível de CD4 e a sintomatologia.
• Se uma pessoa com CD4 > 500 e com uma doença oportunista (que já é considerada com AIDS) fizer um tratamento
certo e haver a reversão dessa doença oportunista, mesmo assim, ela vai ser classificada como tendo AIDS.
Fase inicial
• Processos oportunistas mais comuns na fase sintomática inicial:
o Moniliase oral ou vaginal.
▪ Na fase mais avançada da doença, essa moníliase pode descer para o esôfago.
o Leucoplasia pilosa oral.
▪ A leucoplasia oral é uma condição na qual pequenas placas brancas
crescem na língua e, por vezes, no interior das bochechas ou nas
gengivas.
o Gengivite: a gengivite e outras doenças periodontais.
o Úlceras aftosas.
o Diarreia.
Figura 1 Leucoplasia oral
o Herpes simples recorrente.
▪ São pequenas vesículas.
o Herpes zoster.
o Sinusopatias: etiologia imunocompetentes.
Figura 2 Herpes simples
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Acompanhamento clínico de HIV +
1. Confirmar o diagnóstico sorológico.
2. Avaliar a condição imunológica.
3. Aconselhamento para prevenir a progressão.
o O que pode causar a progressão?
▪ Outras infecções.
4. Aconselhamento para prevenir a transmissão.
Exames laboratoriais
• Contagem de linfócitos CD4 e CD8.
o Para saber como está a imunidade do indivíduo.
• Carga viral de HIV.
• Hemograma com plaquetas.
• Lipídios (colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos).
o Os inibidores de protease alteram esses exames.
• Creatinina, glicemia.
• VDRL (Sífilis) e FTA-abs.
• Sorologias:
o Para HIV.
o Toxoplasmose.
o Hepatite B e C.
▪ Se positivo para hepatite C: pedir para
hepatite A.
▪ Se positivo para hepatite B: pedir para
hepatite A e D.
o Chagas.
o CMV.
o HTLV (Vírus T-Linfotrópico Humano) 1 e 2:
▪ Vírus linfocitário humano → aumenta linfócitos (expansão clonal de linfócitos) → aumenta
linfócitos TCD4+ → mascara infecção pelo HIV → paciente infectado, mas com TCD4+ alto.
▪ O tipo 1 está associado a doenças neurológicas e leucemia, enquanto que o tipo 2 é pouco comum
e provavelmente não provoca nenhuma doença.
• PPD.
o Tuberculose.
• Raio X de tórax.
• Colpocitologia oncótica.
• TGO, TGP, bilirrubina (fígado).
• FA, Gama-GT, TAP (fígado).
• Amilase (pâncreas).
• Exame de fezes.
AIDS
• O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias são definidoras da AIDS.
• Doenças definidoras de AIDS:
o Câncer cervical invasivo.
o Candidíase em esôfago, brônquios, traqueia ou pulmões.
o Coccidioidomicose, histoplasmose, criptococose disseminada/extrapulmonar.
o Tuberculose em qualquer local ou outras microbacterioses disseminadas/extrapulmonar.
o Criptosporidiose, isosporáse intestinal crônica (> 1 mês).
o CMV em órgãos além do fígado, baço ou linfonodos e com perda da visão no caso de retinite.
o Encefalopatia relacionada com HIV.
o Herpes simples com úlceras crônicas (>1 mês), leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP).
o Complexo demência – AIDS.
o Linfoma cerebral primário, linfoma de Burkitt, linfoma não-Hodgkin.
o Pneumonia recorrente ou por Pneumocystis carinii.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
o Sarcoma de Kaposi.
o Toxoplasmose cerebral.
o Síndrome de emaciação devida ao HIV (perda ponderal involuntária maior que 10% do peso associada a
febre e diarreia ou fadiga há mais de 30 dias, na ausência de causa detectável, além da infecção pelo HIV).
o Sepse recorrente por Salmonella.
Infecções oportunistas
• São doenças que se desenvolvem em decorrência de uma alteração imunitária do hospedeiro.
• Origem infecciosa, porém, várias neoplasias também podem ser consideradas oportunistas.
• Doenças oportunistas relacionadas à AIDS:
• Vírus:
o Citomegalovirose.
o Herpes simples.
o Leucoencefalopatia multifocal progressiva (vírus
JC).
• Bactérias:
o Microbacterioses (tuberculose e complexo MAI).
o Pneumonias (S. pneumoniae).
o Salmonelose.
• Fungos:
o Pneumocistose.
o Candidíase.
o Criptococose.
o Histoplasmose.
• Protozoários:
o Toxoplasmose.
o Criptosporidiose.
o Isosporía.
• Neoplasias:
o Sarcoma de Kaposi, linfomas não-Hodgkin, neoplasias intra-epiteliais anal e cervical.
o É importante assinalar que o câncer de colo do útero compõe o elenco de doenças que pontuam a
definição de caso de AIDS em mulher.
• Dano direto do HIV em determinados órgãos, ou processos inflamatórios:
o Neuropatias, nefropatias, miocardiopatias, presentes durante todo o curso da doença.
• Doenças oportunistas mais prevalentes no Brasil segundo PNDST/AIDS:
o Candidíase oral e esofágica.
o Pneumocistose pulmonar.
o Tuberculose (disseminada/extrapulmonar/pulmonar não-cavitária).
o Toxoplasmose cerebral.
o Herpes simples.
o Sarcoma de Kaposi.
o Criptococose extrapulmonar.
o Citomegalovirose.
• Quais pacientes com infecção pelo HIV são suscetíveis ao desenvolvimento de doenças oportunistas?
o Níveis de TCD4+ < 200 cels/mm3 indicam necessidade de profilaxia para algumas doenças
oportunistas.
o Níveis de TCD4+ < 50 cels/mm3 demonstram comprometimento grave de imunidade com tendência
a surgimento de infecções graves.
o Número total de linfócitos – abaixo de 1.200/mm3, em situações onde não é possível se obter a
contagem de linfócitos TCD4+, pode-se considerar este valor como preditivo para desenvolvimento
de doenças oportunistas.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
• Contagem de células TCD4+ (200 células) é indicadora do início da profilaxia, locais onde não existem contagem
células, a ocorrência de moníliase oral é preditora de IO, geralmente por PPC.
o Algumas pesquisas indicam que
pacientes que tem moníliase oral,
logo em seguida terão
Pneumocistose, por causa da
imunossupressão.
• Paciente com CD4 entre 100 e 200 (maior
que 100 e menor que 200):
o Faz profilaxia para duas coisas:
Pneumocistose e toxoplasmose.
o Sulfametoxazol.
• Se o paciente tiver CD4 < 50 faz as
seguintes profilaxias:
o Pneumocistose.
o Toxoplasmose.
o Mycobacterium típica.
o Sulfametoxazol + azitromicina.
• Paciente com CD4 > 180:
o Sulfametoxazol.
Profilaxia da Tuberculose
• A isoniazida deve ser utilizada para profilaxia na dose de 300 mg/dia durante seis meses nas seguintes situações:
o Pacientes com PPD ≥ 5 mm ou
o História de contato com paciente bacilífero ou
o Imagem radiológica com cicatriz pulmonar em pacientes sem história prévia de tratamento para TB.
Exercício 1
• Paciente, 34 anos comparece ao Sae com exame HIV confirmado, encontra-se assintomático. Traz seguintes
exames:
• Contagem linfócitos TCD4: 500 células.
• Contagem de CV: 30.000 cópias.
• PPD 10 mm.
• Qual sua conduta?
o Não vamos direto para a profilaxia, primeiro temos que descartar a tuberculose, pois se acaso ele tiver, o
tratamento é diferente. Por exemplo, se tivesse com tuberculose, seria usado 4 drogas. Se, por exemplo,
ele tivesse tuberculose e eu desse só isoniazida, teria resistência e ele não seria curado. Então,
primeiramente em um quadro como esse, tenho que investigar a presença ou não de tuberculose.
o Primeiro temos que fazer a história desse paciente, se ele está tossindo, se tem febre e etc. Olhar o Raio
X também é importante (para ver se tem alguma lesão compatível com tuberculose).
o Se esse paciente não tem tuberculose então é feita a profilaxia.
o 1º passo: excluir a tuberculose (através da anamnese e exame físico e raio x).
Exercício 2
• Paciente, 34 anos comparece ao Sae com exame HIV confirmado, encontra-se assintomático. Traz seguintes
exames:
• Linfócitos TCD4: 150 células.
• CV: 50.000 cópias.
• PPD não reator.
• Qual sua conduta?
o Faria profilaxia para toxoplasmose e Pneumocistose, porque abaixo de 200 nós sabemos que a chance de
ter Pneumocistose é grande e quanto mais perto o CD4 de 100, maiores as chances de toxoplasmose.
o Tem que ser descartado a tuberculose também para depois fazer a profilaxia.
o PPD não reator significa que esse paciente não tem imunidade.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Exercício 3
• Paciente, 34 anos comparece ao Sae com exame HIV confirmado, encontra-se assintomático. Traz seguintes
exames:
• Contagem linfócitos TCD4: 40 células.
• CV: 50.000 cópias.
• Qual conduta?
o Sulfa + azitromicina + trimetoprima (bacterídeo) + isoniazida (ver o PPD primeiro dele).
o Toxoplasmose, Pneumocistose e tuberculose.
o Conforme o paciente for melhorando, a gente vai tirando medicamento. Conforme o paciente for
piorando, a gente vai acrescentando medicamento.
o QUEM VAI MANDAR NA PROFILAXIA É O CD4.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Neurotoxoplasmose
• Epidemiologia:
o Doença causada por protozoário.
o Causa mais comum de lesão expansiva no cérebro de pacientes com AIDS.
o IO mais comum do SNC.
o CD4+ < 100 cels/mm3.
o Prevalente no mundo todo.
▪ Essa prevalência muda de acordo com os hábitos alimentares.
• Reativação de infecção latente, causada pela perda da imunidade celular.
o Quando a gente adquire a toxoplasmose, ficam cistos pelo nosso organismo, porém a nossa imunidade
não permite que esse cisto sai de onde está e evolua para algo pior. Só que quando a pessoa tem uma
imunodepressão, esses cistos podem se romper, e se eles se romperem no cérebro, causam uma
Neurotoxoplasmose. Por isso a causa mais frequente é reativação da infecção.
• Sinais e sintomas mais comuns:
o Dor de cabeça.
o Confusão mental.
o Febre.
o Letargia.
o Convulsões (as vezes podem ser primeiros sintomas).
o Sinais neurológicos focais (50-60% casos de AIDS).
o Hemiparesia ou alterações de campo visual.
o Manifestações de doença disseminada: pneumonites, retinites, são incomuns).
• Diagnóstico:
o Definitivo requer demonstração do taquizoito do T. gondii no sangue ou no cérebro.
o Sorologia: anticorpos anti T. gondii ajudam a determinar se as lesões estão relacionadas com
toxoplasmose.
o Ausência de anticorpos não excluem Neurotoxoplasmose.
• O perfil sorológico dos pacientes com SIDA e Neurotoxoplasmose é semelhante ao da população geral, com
infecção inativa.
• Anticorpos da classe IgM anti-toxoplasma gondii não são habitualmente detectados e os da classe IgG são
discriminam infecção latente de infecção ativa.
• Diagnóstico de imagem:
o TC ou RNM:
▪ Lesões isodensas ou hipodensas, únicas ou múltiplas,
com efeito de massa e que captam o contraste de forma
anelar ou nodular. Há necrose central com edema
circunjacente.
▪ RNM mais sensível que TC.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
• Diagnóstico:
o Análise do LCR:
▪ Geralmente pouco útil.
▪ Punção lombar pode ser potencialmente danosa, pelo risco de herniação.
▪ LCR pode estar normal ou com pleiocitose.
▪ Pode apresentar proteinorraquia.
▪ Pode apresentar hipoglicoraquia.
o Biópsia cerebral:
▪ Geralmente reservada aos pacientes que não respondem ao tratamento empírico.
▪ Com títulos negativos de anticorpos.
▪ Ou lesões atípicas para toxoplasmose.
• Tratamento
o Tratamento de indução antitoxoplasmose:
▪ Duração de 6 semanas.
▪ Pode ser iniciado baseado no tratamento presuntivo.
▪ É efetivo contra formas taquizoítos do toxoplasma.
o Quimioterapia combinada:
▪ Não apresentam alergia a sulfas: sulfadiazinha + pirimitamina + ácido folínico.
o Intolerantes às sulfas:
▪ Clindamicina + pirimitamina + ácido folínico.
o Terapia de manutenção:
▪ Continuação da terapia de indução ou regimes alternativos:
• Pirimetamina + sulfadoxina.
• Apenas pirimetamina.
• Apenas atavaquone.
• Pirimetamina + atavaquone.
• Claritromicina, azitromicina ou dapsona.
o Terapêutica de manutenção pode ser descontinuada, em pacientes com HIV + com: CD4+ > 200 cels/mm3,
sustentado.
▪ Depois que ele tiver com mais de 200 células, aí a profilaxia da toxoplasmose é parada e continua
só com antirretroviral.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
o Drenagem lombar, (ventriculostomia ou derivações ventrículo peritoniais), para os pacientes refratários
às punções seriadas.
o Terapia de manutenção:
▪ Fluconazol é a preferência.
▪ Recaídas são maiores com itraconazol.
▪ AnfoB é uma alternativa.
o HAART:
▪ Deve ser otimizada para melhorar as condições imunológicas do paciente.
▪ Deve ser adiado até que as culturas sejam negativas para evitar síndrome inflamatória da
reconstituição (Lortholary et al, 2005).
o Corticosteroides não são recomendados, não há estudos randomizados que comprovem sua eficácia.
o Um estudo não randomizado sugere que altas doses de corticosteroides estão relacionadas com falha
micológica, falha clínica e morte precoce (Graybill JR et al 2000).
o Profilaxia:
▪ Profilaxia primária não é recomendada em pacientes com HIV.
▪ Profilaxia secundária ou terapia de manutenção é apropriada para a maioria dos pacientes.
o Critérios para interrupção da terapia:
▪ Completar terapia com sucesso.
▪ Assintomático sem sinais e sintomas de criptococose.
▪ Contagem de células CD4 > 100-200 sustentada por mínimo 6 meses (em tratamento HAART).
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
• Biópsia cerebral, pode ser dispensada com achados RM.
• A microscopia eletrônica demonstra partículas do Polyomavirus nos núcleos alargados dos oligodendrócitos.
• A demonstração do vírus JC pode ser realizada por imuno-histoquímica, imunofluorescência e PCR.
• Tratamento:
o Especifico não há, podem ocorrer involuções espontâneas com uso TARV.
Meningoencefalite por TB
• 30% dos doentes morrem mesmo com tuberculostáticos.
• Risco aumentado no HIV + para formas extrapulmonares.
• Pacientes com menos necrose e mais bacilos.
o Menos necrose porque não tem resposta celular.
• Quadro clínico:
o Sintomatologia por mais de 2 semanas.
o Paralisias de pares cranianos (VI par).
o Febre.
o Cefaleia.
o Irritação meníngea.
o Diminuição do nível de consciência.
o Sinais de localização (20%).
• Diagnóstico:
o Punção lombar:
▪ LCR com padrão linfomonocitário (100-500 cels), aumento marcante de proteína e diminuição de
glicose, neutrófilos nos primeiros 10 dias, presença de BAAR (10-22%), cultura positiva em 38-
88%.
▪ ADA.
▪ PCR.
o Neuroimagem:
▪ Meningite: quebra da barreira.
▪ Granulomas.
▪ Abscessos.
▪ Isquemia cerebral e infarto (vasculite).
▪ Hidrocefalia.
• Tratamento:
o R H Z E – 2 meses.
o RH – 7 meses.
o Corticoterapia – 1 a 4 meses.
Linfoma de SNC
• Lesão ou lesões com aspecto sólido, com efeito de massa e localização periventricular.
• TCD4 < 100 cels/mm3.
• Quadro clínico:
o Cefaleia.
o Sinais focais.
o Alterações cognitivas e do estado mental.
• Diagnóstico:
o LCR pouco expressivo.
o Achado de DNA do EBV por PCR, é altamente sugestivo.
o Biópsia cerebral.
• Geralmente esse vírus está relacionado com o vírus Epstein barr.
Sarcoma de Kaposi
• Antes do surgimento da AIDS e do sucesso dos transplantes de órgãos, o sarcoma de Kaposi (KS) era um tumor
raro que ocorria em 0,02 a 0,06 pacientes em 1000.
• Após o advento da AIDS 20 a 30% pacientes HIV+ foram diagnosticados com Kaposi.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
• O Sarcoma de Kaposi é um tumor de vasos sanguíneos, caracterizado pela presença de uma neoformação vascular,
com proliferação das células endoteliais, dos fibroblastos, dos leucócitos
(glóbulos brancos) e das próprias células tumorais fusiformes.
• Na pele mancha avermelhada ou como nódulos vermelho-purpuráceos ou
azul-acastanhados. As lesões podem ser firmes e passiveis de compressão,
únicas ou numerosas, e pode acometer vários órgãos: pulmão, intestinos,
cérebro, etc.
• CD4+ < 50 cels/mm3.
• Associado com HHV8.
• Diagnóstico: anatomopatológico.
• Tratamento: radio e quimioterapia e TARV.
Caso clínico
• Feminina, 32 anos. Paciente HIV +, apresentou em agosto de 2003 lesões cerebrais múltiplas que regrediram após
o tratamento para toxoplasmose (provavelmente tinha um CD4 de 100).
• Em agosto de 2004 história de 15 dias de cefaleia. TC e RM revelaram grande lesão de hemisfério cerebral D com
efeito de massa.
• Uma radiografia simples de tórax mostrou lesão no lobo pulmonar inferior E que foi diagnosticada como
criptococose por biópsia aspirativa.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
o Western Blot:
▪ Western blot positivo: diagnóstico de infecção pelo HIV-1 estará confirmado;
▪ Western blot negativo: pode-se supor que o IEE era falso positivo para o HIV-1 e a infecção pode
ser descartada.
▪ Western blot indeterminado: deverá ser repetido em 4 a 6 semanas → pode-se proceder a um
ensaio de captura do antígeno p24, ensaio do RNA do HIV-1 ou PCR do DNA do HIV-1.
o Negativo: não reatores → a menos que haja alguma forte razão para suspeitar de infecção inicial pelo HIV
(como em um paciente exposto nos últimos 3 meses), exclui-se o diagnóstico → o teste deve ser repetido
apenas quando há indicação clínica.
o Indeterminado: parcialmente reatores → repetir o teste.
▪ Fazer exame Western blot pra definir o resultado.
• Exame confirmatório: Western blot:
o Pesquisa de anticorpos contra os produtos dos três principais genes do HIV: p24, gp41 e pg120/160.
• Resultados Western Blot:
o Positivo: quando existem anticorpos contra duas das três proteínas do HIV: p24, gp41 e pg120/160.
o Negativo: não há qualquer faixa nos pesos moleculares que correspondem aos produtos gênicos do HIV:
▪ Pode-se concluir com certeza que a reatividade no IEE foi falsa positivo.
▪ Indeterminado: repetir o Western blot dentro de um mês para definir se o padrão indeterminado
representa ou não um padrão em evolução ou fazer exame de captura do antígeno p24, ensaio
do RNA do HIV-1 ou PCR do DNA do HIV-1.
o Exame de captura do antígeno p24, ensaio do RNA do HIV-1 ou PCR do DNA do HIV-1: quando Western
blot der indeterminado, para avaliar o prognóstico e a resposta aos tratamentos antirretrovirais.
• OBS: Padrão de referência para o diagnóstico da infecção pelo HIV → IEE positivo e confirmado pelo Western
blot.
Manifestações clínicas
• Síndrome aguda do HIV:
o De 3 a 6 semanas após a infecção primária.
o A síndrome é típica de uma infecção viral aguda: é comparada à mononuclease infecciosa aguda.
o Sinais e sintomas persistem por uma a várias semanas e regridem gradativamente à medida que a resposta
imune ao HIV se desenvolve e os níveis de viremia plasmática diminuem.
o Latência clínica: a infecção primária com ou sem uma síndrome aguda é seguida de um intervalo longo de
latência clínica ou níveis baixos de atividade da doença.
o Sintomas gerais:
▪ Febre;
▪ Faringite;
▪ Linfadenopatia: 70% dos indivíduos com infecção primaria pelo HIV;
▪ Cefaleia/dor retro orbitária;
▪ Artralgias/mialgias;
▪ Letargia/mal-estar;
▪ Anorexia/emagrecimento;
▪ Náuseas/vômitos/diarreia.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
• Doença sintomática:
o Diagnóstico de AIDS: qualquer indivíduo infectado pelo HIV com contagens de células TCD4+ < 200
cópias/µL OU qualquer paciente HIV-positivo que apresenta uma das doenças associadas ao HIV
consideradas como distúrbio grave da imunidade celular.
o Tratamento das doenças: assegurar o controle adequado da replicação viral pelo uso do TARV (Terapia
antirretroviral); e quando necessário: esquemas profiláticos primários e secundários para doenças
oportunistas.
o Profilaxia primária → evitar que a doença se instale.
o Profilaxia secundária → quando já teve a doença e quer prevenir nova infecção.
o Paciente com TCD4+ 100 → profilaxia com Sulfa.
o Paciente com TCD4+ 40 → profilaxia com Sulfa + Azitromicina.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
Caso clínico
• Homem de 43 anos com antecedente de infecção pelo HIV, descontinuou o acompanhamento e tratamento
antirretroviral por conta própria há cerca de 1 ano e meia (na época estava com controle ótimo segundo suas
informações).
o Comentário da professora:
▪ Depois de 1 ano e meio sem tratamento, o provável de acontecer é o CD4 ir caindo e a carga viral
ir aumentando.
▪ Hoje, qualquer nível de carga viral do paciente você já oferece tratamento antirretroviral.
▪ Normalmente abaixo de 200 aparecem as doenças definidoras de AIDS.
• Permaneceu assintomático até há 2 meses, quando passou a apresentar dor retroesternal ao engolir. Dirigiu-se
ao pronto-socorro com história de 4 semanas de tosse seca e dispneia progressiva, além de febre nos últimos 4
dias de até 38,4 graus. Refere ainda perda de peso de 5 quilos nos últimos 6 meses e abatimento progressivo.
o Comentário da professora:
▪ Percebe-se que esse paciente tem um quadro respiratório.
▪ Provavelmente o CD4 desse paciente está menor que 200.
• Exame físico:
o Bom estado geral, descorado +/++++, hidratado, anictérico, acianótico.
o PA: 128/84 mmHg; FC: 90 b.p.; FR: 31 i.r.m.
o Saturação de O2 em ar ambiente visto por oximetria: 92%.
• Oroscopia: placas esbranquiçadas com base eritematosa em cavidade oral.
o Comentário da professora:
▪ Um dos problemas que esse paciente deve apresentar é digestório. Ele deve ter lesões no esôfago.
▪ A principal hipótese diagnostica desse paciente é AIDS. Outras hipóteses diagnosticas: candidíase
oral, alguma síndrome respiratória que a gente não sabe ainda qual é (para saber seria importante
ver um Raio X) e etc.
• Ap Resp: MV+, sem RA.
• Ap CV: 2 BRNF, sem sopros.
• TGI: abdome plano, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou massas palpáveis.
• MMII: pulsos positivos, sem edema de extremidades.
• Endoscopia:
o Lesões sugestivas de candidíase esofágica, submetido à biopsia.
• Hemograma:
o Hb 12,0 g/dL;
o 3000 leucócitos com 21% de linfócitos e 70% de neutrófilos, sem desvio;
o 141.000 plaquetas.
• DHL 680 Ui/L (normal até 280).
• Contagem de linfócitos CD4: 120 células.
• Gasometria arterial: PH 7,44; PO2: 60 mmHg.
• Bacterioscopia e pesquisa no escarro do Pneumocystis jirovecii: negativas.
o Comentários da professora:
▪ Esse exame não é tão bom assim para encontrar o Pneumocystis. Um dos melhores exames para
realmente ter certeza seria o Lavado broncoalveolar.
▪ O fato de ter dado negativo para pesquisa de Pneumocystis não invalida a hipótese diagnostica
de Pneumocistose desse paciente, pois o quadro clínico é muito característico dessa doença. E,
também, a enzima DHL sempre está muito aumentada em casos de Pneumocistose. E a hipoxemia
na gasometria é levada em consideração.
• 3 hipóteses diagnósticas: Aids, Pneumocistose e candidíase oroesofágica.
• Para a Pneumocistose é usado Sulfametoxazol.
• Para a candidíase esofágica é usado fluconazol, que é um antifúngico.
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
• Prescrição medica desse paciente:
Diagnóstico principal recebido por pacientes com HIV na admissão na UTI médica ou cirúrgica no hospital geral de
São Francisco entre 1981 e 2003.
• Disparando à frente de todas, nós temos as doenças respiratórias que vão aparecer com mais intensidade nesses
pacientes.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
• Relação da contagem de células CD4+ e as principais infecções pulmonares:
OBS: Importante saber diferenciar as diferenças entre: pneumonia bacteriana, pneumocistose e tuberculose.
• Pneumonia bacteriana:
o É aguda (“toda semana eu posso estar com uma pneumonia”).
o Febre alta (39-40 graus), dispneia, dor pleurítica.
o Condensação pulmonar na ausculta.
o Raio x: cavitação.
• Pneumocistose:
o Doença de evolução prolongada.
o Tosse seca.
o Febre não muito alta.
o Raio x: infiltrado difuso.
• Tuberculose:
o Tosse por mais de 3 semanas.
o Perda de peso.
o Raio x: pode parecer com qualquer coisa.
• Exames complementares:
o Rx tórax:
▪ Exame inicial
▪ ↓ CD4 = ↑ achados atípicos.
• Principalmente na tuberculose (“você vai olhar e pensar: não é possível que isso seja uma
tuberculose”).
o Tc tórax:
▪ Melhor definição das características das lesões.
▪ Suspeita de Pneumocistose com alterações discretas Rx.
▪ Rx nódulos pulmonares: neo x infecção.
Pneumocistose
• Doença definidora de Aids ocorre em pacientes com LTCD4 menor que
200 células.
3
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
• Doença mais comum nos pacientes com Aids, diminuindo com profilaxia e tratamento ARV.
• Pneumocystis jirovecii – fungo transmitido pessoa a pessoa por via respiratória.
• Primeiros casos em humanos diagnosticados na 2ª guerra mundial e em crianças desnutridas.
• 1981, EUA – 5 casos homossexuais com a doença.
• Patogenia:
o Inalação de cistos e trofozoítos – causando uma pneumonite intra-alveolar, decorrente da ocupação dos
espaços aéreos por exsudato espumoso
rico em proteínas e trofozoítos. O resulto é
um espessamento da membrana alveolar
e inflamação do parênquima, com
consequente edema e fibrose.
▪ Esse espessamento da membrana
alveolar prejudica as trocas gasosas
– “shunt” (a ventilação falha em
suprir a região perfundida).
▪ O grande problema da
Pneumocistose é essa dificuldade
de fazer trocas gasosas, podendo
levar o paciente a uma insuficiência respiratória.
• Quadro clínico:
o Início insidioso se estendendo por dias ou semanas;
o Sintomas comuns incluem dispneia, tosse não produtiva e febre, dor torácica;
o Início sintomas brandos evoluindo para IR franca.
o Candidíase orofaríngea.
• Exame físico:
o Febre, taquipneia, taquicardia e ausência de alterações na ausculta pulmonar.
o Pode haver ruídos adventícios em um terço dos pacientes, sendo auscultados estertores crepitantes em
30 a 40% dos casos, constituindo habitualmente um achado tardio que indica
maior gravidade.
• Diagnóstico clínico.
• Radiológico.
o O achado radiográfico mais típico de PCP é o infiltrado intersticial peri-hilar e
simétrico.
o Pneumatoceles e pneumotórax também podem ser observados.
• Laboratorial.
• Gasométrico.
• Baseado prova terapêutica.
FIGURA ACIMA: Imagens de TC de um paciente com 33 anos e portador de HIV há três anos, com tratamento irregular,
apresentava dispneia e acometimento pulmonar secundário à Pneumocistose. Em A, imagem em reconstrução axial
demonstrando áreas de densidade em vidro fosco difusas, entremeadas a espessamento parietal brônquico e várias
imagens císticas peribronquiolares, de tamanhos variados. Em B, imagem em reconstrução coronal evidenciando a
distribuição peribronquiolar dos cistos pulmonares.
• “Imagem de vidro fosco”.
• As mínimas partes que estão mais escuras (praticamente pretas) são as áreas normais.
4
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
• Diagnóstico:
o Coleta de sangue para hemograma completo, bioquímica, eletrólitos e
DHL.
o Coleta de, no mínimo, três amostras de hemoculturas (bactérias, fungos
e Micobactérias).
o Amostras de escarro espontâneo ou escarro induzido ou
broncofibroscopia com lavado broncoalveolar (LBA) nos quais se deve
fazer a pesquisa mais ampla possível do patógeno. Coloração azul
toluidina, Grocott, Giemsa, Imunoeletrofores.
• Gasometria – hipoxemia.
o Portadores de Pneumocistose que desenvolvem hipoxemia, além de antimicrobianos, devem receber
glicocorticoide com o intuito de “desinflamar” a parede alveolar e melhorar a troca gasosa.
• Tratamento:
o Pneumonia leve a moderada (PaO2 > ou igual 70 mmHg):
▪ Via oral: Sulfametoxazol trimetoprim – 15 mg – 20 mg trimetoprina/kg/dia a cada 6 ou 8 horas
por 21 dias.
▪ A Pentamidina é inalatória, porém, ela só surge efeito no pulmão, portanto, se tiver uma
Pneumocysti em algum outro lugar, de nada ela servirá. E, também, costuma dar muitos efeitos
adversos.
o Pneumonia moderada a grave (PaO2 < 70 mmHg):
▪ Mudar via administração – o regime de escolha é a associação de Sulfametoxazol + trimetroprima
(5 mg/kg de trimetroprima) endovenosa a cada 6 ou 8 horas.
▪ Clindamicina 600 mg endovenosa a cada 6 ou 8 horas + primaquina 15-30 mg oral uma vez ao dia
é o principal regime alternativo em caso de intolerância à sulfa.
• Terapia de manutenção:
o Sulfametoxazol + trimetroprima (800/160 mg) três vezes por semana.
o Descontinuar terapia: boa resposta à TARV com manutenção de LT-CD4+ > 200 células/mm3 por mais de
três meses.
Tuberculose
• Alta prevalência no Brasil.
• OMS estima infecção M. tuberculosis ocorre 18 vezes mais em pessoas infectadas com HIV.
• OMS: tuberculose responsável por 11% dos óbitos em pessoas infectadas.
• Manifestações clínicas dependem do grau de imunodeficiência.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
• Reativação de infecção tuberculosa latente.
• Cerca de 40% dos casos, a tuberculose é devida a infecção exógena recente.
• Indivíduos CD4 maior que 350 apresentações clínicas é igual imunocompetentes – padrão cavitação ou infiltrados
em ápices pulmonares. Pode haver manifestação extrapulmonares.
o Em pacientes com CD4 < 200, o raio x da tuberculose vai ser atípico (sem nenhum padrão).
• Sintomas:
o Tosse;
o Sudorese;
o Cansaço;
o Falta de apetite;
o Febre;
o Perda de peso;
o Dor no peito.
6
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
*isoniazida: 10 mg/kg/dia, dose máxima de 300 mg/dia; Pirazinamida: 35 mg/kg/dia, dose máxima de 1.500 mg/dia;
Etambutol: 25 mg/kg/dia, dose máxima de 1.200 mg/dia.
Micobactérias atípicas
• O complexo Mycobacterium avium (MAC) consiste em 2 espécies: M. avium e M. intracellulare. O complexo é
transmitido via inalatória para os trato respiratório (TR) e gastrointestinal (TGI).
• É a causa mais comum de infecções por Micobactérias não tuberculosas em pacientes com Aids com CD4 menor
que 50 células.
• Nesses pacientes, o MAC está associado com osteomielite, tenossinovite, sinovite; e a doença disseminada
envolvendo o sistema nervoso central (SNC), fígado, baço e medula óssea.
• Características clínicas:
o Febre, sudorese noturna, emagrecimento, dor abdominal, fadiga, diarreia, com evidencias do
comprometimento do sistema reticulo endotelial, fígado, baço e medula óssea.
o Aumento fosfatase alcalina.
• Diagnóstico:
o Hemoculturas;
o Cultura de escarro;
o Aspirado medula Bacterioscopia;
o Cultura para micobacteirum.
• Doença disseminada pelo complexo Avium-intracellulare – Tratamento:
o Claritromicina (500 mg duas vezes ao dia) diária, ou Azitromicina (500 a 600 mg) + Etambutol 15 mg/kg
dose única.
o Terapia manutenção: mesmo tratamento.
o Descontinuar terapia:
▪ Completar 1 ano de tratamento e,
▪ Não apresentar sinais e sintomas da infecção e,
▪ CD4 sustentado maior que 100 células nos últimos 6 meses.
Histoplasmose
• Fungo: Histoplasma capsulatum por inalação de esporos presentes no solo, particularmente em ambientes ricos
em fezes de aves e morcegos.
• Reativação endógena ou nova infecção.
• Pessoas com LT-CD4+ > 300 células/mm3 geralmente apresentam manifestações limitadas ao aparelho
respiratório. Pneumonia é a principal forma de apresentação, sendo o infiltrado pulmonar retículo-nodular difuso
a apresentação radiológica mais característica.
• Imunodeprimidos graves (LT-CD4+ < 150 células/mm3) apresentam risco mais elevado de evolução para
histoplasmose disseminada.
• Sinais e sintomas dessa forma clínica:
o Febre, perda de peso, hepatoesplenomegalia, linfoadenomegalia, alterações pulmonares e lesões
mucocutâneas numerosas, que se inicial como pápulas, progredindo para pequenos nódulos umbilicados
e úlceras. O achado de pancitopenia é frequente, sendo menos comum o comprometimento
osteoarticular, gastrintestinal e do sistema nervoso central.
8
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Manifestações respiratórias na AIDS
• Diagnóstico:
o Esfregaços de medula óssea, sangue periférico, exsudato de lesões cutâneas ou mucosas, escarro e líquor.
o As culturas de quaisquer destes materiais podem demonstrar positividade.
o Biópsias de pele ou mucosas, pulmão, medula óssea, fígado, linfonodos e intestinos.
o Detecção de antígeno polissacarídeo do fungo tem sido detectado no sangue em 85% e na urina em 95%
dos indivíduos infectados; o teste pode ser aplicado também no líquor e nas secreções respiratórias.
o A técnica utilizada para a sua detecção é o radioimunoensaio.
• Tratamento:
o Depende da gravidade da doença.
o Leve – sem doença disseminada.
▪ Tratamento inicial (até melhora clínica): itraconazol 200 mg três vezes ao dia;
▪ Consolidação (por pelo menos 12 meses): itraconazol 200 mg duas vezes ao dia;
▪ Manutenção (tempo indeterminado): itraconazol 200 mg/dia;
▪ Considerar a suspensão após um tempo mínimo de um ano de tratamento de manutenção, a
ausência de sintomas e LT-CD4+ > 150 células/mm3, estável por mais de 6 meses.
o Moderada ou grave – presença de sinais indicativos de doença disseminada, tais como pancitopenia e
instabilidade clínica, bem como comprometimento do SNC, disfunções orgânicas, incluindo insuficiência
respiratória.
▪ Tratamento inicial (pelo menos duas semanas): anfotericina B desoxicolato 0,7 a 1 mg/kg/dia
(totalizando cerca de 35 mg/kg de peso). O tempo de tratamento com anfotericina deve ser
prolongado para seis semanas em pacientes com lesão no sistema nervoso central.
▪ Consolidação (por pelo menos 12 meses): itraconazol 200 mg duas vezes ao dia. Após 12 meses
de consolidação, deve-se considerar mudança para a fase de manutenção (profilaxia secundária)
em pacientes com cura clínica e sem sinais radiológicas e sorológicas de doença ativa.
▪ Manutenção (tempo indeterminado): itraconazol 200 mg/dia.
▪ Considerar a suspensão após o período mínimo de um ano de tratamento de manutenção,
ausência de sintomas e LT-CD4+ > 150 células/mm3, estável por mais de 6 meses.
9
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
Relação entre CD4/CV
• Quanto menor for a quantidade de CD4 e maior a carga viral, mais a pessoa se aproxima do “abismo
imunológico” que é igual ao óbito.
• Quanto maior a carga viral, mais rápida é a queda da carga de CD4 do paciente.
• Antes esperava-se a pessoa
chegar a CD4 de duzentos
para iniciar o tratamento
ATRV.
Terapia antirretroviral
• Todo paciente hoje que foi
diagnosticado com a doença
deve receber o tratamento.
• Tem objetivo de reduzir a
mortalidade, morbidade,
internações e melhora a
qualidade de vida”.
• Não é uma emergência médica e não deve ser iniciada antes que as avaliações clinicas e laboratoriais sejam
realizadas, para determinar grau de imunossupressão e o risco de progressão da doença.
Objetivos da TARV
• Suprimir replicação viral
• Retardar a progressão da doença
• Reverter ou diminuir o dano imunológico
• Aumentar o tempo e a qualidade de vida do indivíduo com HIV
Abordagem inicial
• Avaliação clínica inicial
o Como para qualquer doença, é imprescindível a realização de anamnese e exame físico completos,
com registro detalhado em prontuário. O paciente pode conter comorbidades prévias que
aumentam a complexidade de seu manejo terapêutico.
• Informações especificas sobre a infecção pelo HIV
o Revisão e documentação do primeiro exame Anti-HIV
o Tempo provável de soropositividade.
o Contagem de LT-CD4+ ou carga viral anterior.
o Uso de antirretrovirais e eventos adversos prévios.
o Compreensão sobre a doença: transmissão, história natural, significado da contagem LT-CD4+ e
carga viral.
o Impacto da terapia antirretroviral combinada (TARV) na morbimortalidade
• Abordagem de risco
o Práticas sexuais
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
o Utilização de preservativos.
o Historia de sífilis e outras DST.
o Uso de tabaco, álcool e outras drogas.
Avaliação complementar
• Tais exames (tabela ao lado) delineiam a condição geral de
saúde, servindo como screening para a pesquisa de
comorbidades e, principalmente (por meio da contagem de
CD4), para avaliação do status imunológico.
o A contagem de CD4 basicamente é o que me informa o
risco de progressão do paciente para AIDS e possível
óbito.
• OBS: NÃO SOLICITAR PERIODICAMENTE O CD4 EM PACIENTES
ASSINTOMÁTICOS EM USO DE TARV E CV INDETECTÁVEL (COM
CD4 PRÉVIO > 350).
o É recomendado apenas para pacientes com CD4 <350 e
pacientes sem uso de TARV, com algum evento clínico
ou em “falha virológica”, independente do valor do CD4.
• É recomendado a esses pacientes uma avaliação cardiovascular (escore de Framingham) e da função
neurocognitiva (avaliando memória, atenção e lentificação psicomotora).
• Frequência das consultas
o De 7-15 dias após iniciar ou trocar a TARV.
o Mensais até o paciente se adaptar a TARV.
o A cada 6 meses dai em diante.
Prevenção positiva
• São medidas que visam:
o Reduzir a aquisição de agravos como Hepatites e reinfecção com outros subtipos virais.
o Quebrar a cadeia de transmissão do vírus.
o Estimular um estilo de vida saudável.
• Incluem medidas como:
o Sexo com preservativo.
o Discutir o uso de álcool e drogas ilícitas.
o Cessão do tabagismo.
o Disponibilizar insumos preventivos como preservativos, gel, agulhas...
Imunização
• Adultos e adolescentes:
o REGRA GERAL: adultos e adolescentes que não apresentam imunodeficiência significativa podem
receber TODAS as vacinas do calendário vacinal, incluindo aquelas com agentes vivos atenuados.
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
o Quando imunossuprimido, o uso de vacinas com vírus vivo ou atenuado não recomenda-se por
possíveis complicações graves, além de não ser eficiente em gerar anticorpos.
o Quanto ao CD4: Se >350 = vacinar, se entre 200-350 avaliar a necessidade e possíveis riscos (Se o
cara for viajar para um lugar de infestação de febre amarela você da a vacina, mas se ele for ficar ali
perto na cidade, espera o CD4 dele melhorar) e Se <200 não vacinar.
• Crianças
o Se é comprovado a infecção pelo HIV, tem uma tabela específica para a criança, se não foi, ela deve
seguir tomando normalmente as vacinas, exceto a antivaricela e VIP, que só deve tomar se conviver
com adultos soropositivos.
o BCG e Hepatite B – Vacinar nas primeiras 12 horas após o nascimento, após isso, apenas se a criança
não apresentar qualquer sinal clinico de imunodeficiência.
o Tríplice viral – Proibida para crianças com sinais de imunodeficiência.
ITRN = Inibidor de Transcriptase Reversa Análogo de Nucleosídeo e ITRNt = Inibidor de Transcriptase Reversa
Análogo de Nucleotídeo).
• Mecanismo de ação – inibição COMPETITIVA da extensão da cadeia de nucleotídeos.
3
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
• Atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa
cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza → Inibição COMPETITIVA da extensão da cadeia de
nucleotídeos.
• É o remédio que faz o papel de um “tijolinho falso”, enganando a
enzima TR que pensa estar transcrevendo um nucleosÍdeo mas está
transcrevendo o remédio, formando uma cadeia defeituosa.
• DUPLA Tenofovir e Lamivudina
o O tenofovir possui vida longa, permitindo uma dose diária,
contudo é nefrotóxico (não dar para nefropatas).
o Lamivudina raramente tem efeitos colaterais, sendo utilizada também 1 vez ao dia.
• Tenofovir (TDF)
• Lamivudina (3TC)
• Zidovudina (AZT)
• Abacavir (ABC)
• Didanosina (ddI)
• Estavudina (d4T)
o Não recomendado mais devido a sua toxicidade.
4
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
o Ritonavir
o Atazanavir (ATV)
o Darunavir (DRV)
o Fosamprenavir
o Lopinavir (LPV)
o Saquinavir
o Tipranav
INIBIDORES DE ENTRADA
• Impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir inibição competitiva
mimetiza a região HR2 da gp41 do HIV
• Enfuvirtida.
INIBIDORES DA INTEGRASE
• Bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano
(código genético da célula) → Inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células.
o Dolutegravir (DTG)
TRATAMENTO
ESQUEMAS DE TARV
• PRIMEIRAA OPÇÃO TRÍPLICE (2 ITRN/ITRNt + inibidor de integrase)
o TDF → Tenofovir + 3TC → Lamivudina
o DTG - Dolutegravir
• Em casos em que o esquema acima esteja contra-indicado, proceder assim:
o 1ª Opção → Contra-indicação ao TDF → Substituir TDF por ABC (Abacavir)
▪ Se o paciente tiver o marcador HLA-B*5701, não fazer o ABC por risco de hipersensibilidade
potencialmente fatal.
o 2ª Opção → Contra-indicação ao TDF e ABC (Abacavir)→ Substituir Por AZT
o 3ª Opção →Contra-indicação ao TDF, AZT e ABC → Substituir TDF por ddI (Didanosina)
▪ Também chamada de “A última linha” por seus efeitos colaterais graves”.
o OBS: Contra-indicação ao inibidor de integrasse (DTG) trocar por ITRNN.
• Crianças menores de 12 anos:
o 2 ITRN/ITRNt + ITRNN
5
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
▪ Não existe apresentação farmacológica de inibidor de integrase padronizada para esta
população.
• Grávidas
o 2 ITRN/ITRNt + ITRNN
▪ sendo o ITRNN preferencial o Efavirenz (EFZ).
• Coinfecção HIV + Tuberculose
o Critérios de gravidade:
▪ CD4 < 100
▪ presença de outra infecção oportunista
▪ necessidade de internação hospitalar/doença grave
▪ TB disseminada
o Sem critérios de gravidade:
▪ 2 ITRN/ ITRNt + ITRNN, sendo o ITRNN preferencial o EFZ.
o Com critérios de gravidade:
▪ 2 ITRN/ITRNt + Inibidor de Integrase, porém, em vez de dolutegravir utilizaremos o
Raltegravir (RAL).
Interações medicamentosas
• Medicamentos para o tratamento de infecções oportunistas e de coinfecções (como tuberculose e hepatite
C)
• Hipolipemiantes
• Fitototerápicos, entre outros.
• A maioria das interações entre os antirretrovirais são mediadas pela inibição ou indução do sistema
enzimático
citocromo P450.
• Os Inibidores de
protease e os
ITRNN são
metabolizados
por essa via,
particularmente
pela isoenzima
CYP3.
• Ritonavir:
o O ritonavir em baixas doses é um potente inibidor da isoenzima CYP3A4 e tem sido utilizado
como coadjuvante farmacológico de IP.
o A associação de IP com ritonavir (IP/r) proporciona níveis séricos mais elevados, estáveis e
duradouros do IP, aumentando a potência de inibição viral e reduzindo a ocorrência de
mutações de resistência.
o Essas evidências têm determinado que os IP sempre sejam utilizados em associação com baixas
doses de ritonavir (100 a 200 mg) para aumentar a eficácia e favorecer a supressão da replicação
viral máxima e sustentada.
6
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
• Rifampicina → Antibiótico → Reduz níveis do Efavirenz.
Falha terapêutica
• Ocorrência de deterioração clínica e/ou piora dos parâmetros imunológicos e/ou virológicos.=, esse termo
engloba 3 aspectos distintos:
• Falha virológica: CV detectável após 6 semanas de tratamento para pacientes em terapia inicial, ou retorno
de carga viral detectável, nos que atingiram supressão viral completa.
o confirmada a falha VIROLÓGICA – é mandatório avaliar a troca do esquema ARV!
• Falha imunológica: Incremento < 30% na contagem de CD4 após um ano de TARV.
o Relacionada ao inicio muito tardio do tratamento.
o Não se deve mudar conduta terapêutica com base em um único exame, seja de CV , ou linfócitos T-
CD4
• Falha clínica : reaparecimento infecções oportunistas (IO), na ausência de falha virológica.
o Porém, deve-se lembrar da SRI, quando CV indetectável e paciente apresenta infecção oportunista.
• OBS: Síndrome Inflamatória da Reconstiruição Imune (SRI): intensa e exacerbada resposta inflamatória
associada à reconstituição imune ocasionada pelo TARV.
• Causas:
o Má adesão.
o Baixa potencia do esquema ARV.
o Resistencia viral.
o “Pseudo-falha”
▪ Aumento da carga viral, porém não significa falha virológica.
▪ Como ao tomar vacinas ou infecções transitórias que aumentam a carga viral
transitoriamente.
▪ Podem ocorrer aumentos discretos sem significância e também erros na análise da amostra.
• Todo paciente em falha terapêutica deve ser avaliado quanto a necessidade de realizar o TESTE DE
GENOTIPAGEM VIRAL, a fim de ser possível recomendar a melhor terapêutica com menor resistência viral.
Terapia de resgate
• Indicações para o uso de Agentes ARV de uso restrito (todos os critérios devem existir)
o Falha virológica confirmada.
o Teste de genotipagem feito há ≤ 12 meses.
o Resistência demonstrada a pelo menos um ARV de cada uma das 3 principais classes ((ITRN/ITRNt,
ITRNN e IP/r).
• IP/r
o Tipranavir deve substituir o DRV/r se o teste de genotipagem falar que ele é melhor.
o Raltegravir (RAL) deve ser utilizado apenas se o teste mostrar que é mais potente e seguro que o
DTG.
• ITRNN
o Etravirina (ETR) pode ser usado em situações onde o emprego de DRV/r e RAL/ DTG tem chance
reduzida de supressão viral.
• Inibidores do CCR5
o Pode ser usado nas situações em que mesmo com o emprego de DRV/r e RAL/DTG a chance de
obtenção de supressão viral seja considerada baixa.
• Inibidores da GP41
o Enfuvirtida (ENF ou T20) - Trata-se de uma medicação associada a diversos inconvenientes (ex.:
necessidade de duas injeções subcutâneas/dia; reações no local de aplicação em 100% dos casos;
7
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento HIV
paraefeitos sistêmicos importantes, como maior incidência de pneumonia bacteriana). É indicado
para pacientes que carecem de outras opções válidas...
TOXICIDADE
• ddC >ddI >d4T > 3TC > ZDV >ABC
• Hematológica
• Gastrointestinal
• Hepática
• Metabólica
• Inibição da DNA polimerase mitocondrial
• Hematológica
o Anemia
o Neutropenia
o Plaquetopenia
o Alteração do TP e TTPA
• Gastrointetinal
o Náuseas
o Vômitos
o Diarréia/Obstipação
• Hepática
o Bilirrubina
o TGO(AST)/ TGP (ALT)
o Gama GT
o Amilase pancreática
o Amilase total + lipase
o Triglicérides
o Glicemia de jejum
Síndrome lipodistrofica
• Modificações na distribuição da gordura corporal
• Hiperglicemia
• Dislipidemia
• Resistência insulínica
Agentes relacionados à siri
• MAC
• Mycobacterium tuberculosis
• CMV
• Criptococcus neoformans
• Herpes Zoster.
8
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Transmissão Vertical HIV
Caso: Gestante 24 anos, na 8ª semana de gestação, comparece ao ambulatório especializado apresentando
contagem de linfócitos TCD4 500 células e carga viral 50.000 cópias (realizados há uma semana), para
acompanhamento.
Elabora um plano de cuidados para esta paciente.
Perguntas orientadas:
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Transmissão Vertical HIV
ii. A vacina contra o HPV não está indicada para as gestantes. No entanto, em situação de vacinação
inadvertida, não se recomenda a interrupção da gestação. A gestante deve ser acompanhada
durante o pré-natal e o esquema completado após o parto.
c. Realização de abordagem nutricional da gestante vivendo com HIV/aids e aconselhamento de atividade
física.
d. Sempre manter a realização de atividade sexual com preservativo.
7) Que outros cuidados deverão ser tomados durante o parto para evitar transmissão vertical?
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Transmissão Vertical HIV
Referências bibliográficas
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para prevenção da transmissão vertical
de HIV, sífilis e hepatites virais. 2018
3
MINISTÉRIO DA SAÚDE
MANUAL DE
RECOMENDAÇÕES
PARA O CONTROLE
DA TUBERCULOSE
NO BRASIL
2ª edição atualizada
Brasília DF 2019
UIÇÃO
RIB
A
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VEND
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
Manual de Recomendações
para o Controle da
Tuberculose no Brasil
2ª edição atualizada
Brasília DF 2019
UIÇÃO
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2011 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento
pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
Elaboração,distribuição Dias Matos; Elizabeth Cristina Ruy de Souza Júnior; Sidney Josué Nazareno Lima; Léssio
e informações: Coelho Soares; Eri Ishimoto; Bombarda; Stefano Barbosa Antonio Nascimento Júnior;
MINISTÉRIO DA SAÚDE Estanislene Oliveira Brilhante Codenotti; Tatiana Silva Estrela; Lúcia Maria de Castro Matsuoka;
Secretaria de Vigilância em Saúde Silva; Ethel Leonor Noia Maciel; Tatiana Eustáquia Magalhães de Luiz Carlos Correa Alves;
Departamento de Vigilância Faber Katsume Johansen; Pinho Melo; Valeria Rolla; Vania Marcela Alcantara Norman;
das Doenças Transmissíveis Fábio Moherdaui; Fernanda Camargo da Costa; Vera Maria Marcelo Araújo de Freitas;
Coordenação-Geral do Programa Dockhorn Costa Johansen; Neder Galesi; Walter Ataalpa Marcelo Pedra; Márcia Helena
Nacional de Controle da Filipe de Barros Perini; Gabriela de Freitas Neto; Wania Maria Leal; Marcus Tolentino da Silva;
Tuberculose Tavares Magnabosco; Gisele do Espírito Santo Carvalho. Maria Benedita de França; Maria
SRTVN 701, via W5 Norte, Pinto de Olivera; Heloiza Helena das Graças R. Oliveira; Maria
Ed. PO 700 – 6º andar C. Bastos; Jaqueline Martins; Colaboração:
de Fatima Pombo; Maria de
CEP: 70.719-040 – Brasília/DF Joilda Silva Nery; Jorge Luiz Afrânio Lineu Kristski; Aline
Lourdes Viude Oliveira; Maria
Tel: (61) 3315-2787 da Rocha; Júlio Henrique Rosa Ale Beraldo; Andressa Veras
de Oliveira; Ana Carolina Lucia S. Pereira da Silva;
Site: <www.saude.gov.br/ Croda; Karla Freire Baêta;
da Conceição; Ana Carolina Maria Rodriguez (Comitê Luz
tuberculose> Kleydson Bonfim Andrade
Esteves Pereira; Ana Virginia Verde Regional – GLCr); Marina
E-mail: <tuberculose@saude. Alves; Larissa Polejack; Lucas
Lima Henriques; Andrea Borghi Rios Amorim; Mauricélia Maria
gov.br> Nascimento Seara; Lúcia Maria
Moreira Jacinto; Antonio de Melo Holmes; Mauro Niskier
de Castro Matsuoka; Luciene
Organização: Reldismar de Andrade; Aramita Sanchez; Melquia da Cunha
Medeiros; Magali Eleutério
Denise Arakaki-Sanchez; Prates Greff; Bernard Larouze; Lima; Nicole Menezes de Souza;
da Silva; Magda Maruza Melo
Fernanda Dockhorn Costa Carla Patrícia da Silva Barbosa; Paloma M. Correia; Patrícia
de Barros; Marcus Barreto
Johansen; Rossana Coimbra Brito. Claudeth Santos De Oliveira; Mandali de Figueredo; Regina
Conde; Margareth Maria Pretti
Claudio Antonio Barreiros; Célia Brazolino Zuim; Regina
Elaboração: Dalcolmo; Maria Alice da Silva
Telles; Maria do Socorro Nantua Dhargmonys A. F. Silva Rocha Gomes de Lemos; Ricardo
Adriana Bacelar; Alexandra
Evangelista; Maria José Oliveira (Sociedade Civil); Eunice Atsuko Soletti; Rodrigo Ramos Sena;
Roma Sánchez; Ana Luiza
Evangelista; Marianna Borba Totumi Cunha; Evandro Oliveira Rodrigo Zilli Haanwinckel;
de Souza Bierrenbach; Ana
Wieczorek Torrens; Andrea de Ferrreira de Freitas Hammerle; Lupatini; Fátima Cristina O. Rosália Maia; Rosildo Inácio da
Paula Lobo; Andrea Maciel de Marina Gasino Jacobs; Marli Fandinho Montes; Flávia T. Silva (Sociedade Civil); Sheila
Oliveira Rossoni; Anete Trajman; Souza Rocha; Marneili Pereira S. Elias; Flora M Lorenzo; Cunha Lucena; Silvia Angelise
Artemir Coelho de Brito; Martins; Mauro Niskier Sanchez; Francinelle Miranda Reis; Souza de Almeida; Simone
Bárbara Reis-Santos; Bernard Pâmela Cristina Gaspar; Patrícia Francisco Job Neto; Gabriela Sardeto Valloto; Terezinha
Larouzè; Carla Jarczewski; Bartholomay Oliveira; Patrícia Drummond Marques da Silva; Martire; Vilma Diuana de Castro.
Carolina Teru Matsui; Cintia de Werlang; Paulo Albuquerque; George Ricardo do Santos;
Projeto gráfico e diagramação:
Oliveira Dantas; Clemax Couto Paulo Cesar Basta; Regina Giuliano Exposito; Gustavo
Laine Araújo de Oliveira; Assessoria Editorial/GAB/SVS/MS
Sant’Anna; Cristiane Pereira de Célia Brazolino Zuim; Regina
Barros; Daniele Chaves Kuhleis; Célia Mendes dos Santos Silva; Helena Bernal; Igor de Oliveira Revisão ortográfica:
Daniele Gomes Dell’Orti; Daniele Ricardo Henrique Sampaio Claber Siqueira; Jair dos Santos Fernanda Trombini Rahmen Cassim
Maria Pelissari; Denise Arakaki- Meirelles; Roberta Gomes Pinheiro; João Antônio O. de
-Sanchez; Draurio Barreira; Carvalho; Roselene Lopes de Lima; João Paulo Toledo; Normalização:
Eleny Guimarães Teixeira; Eliana Oliveira; Rossana Coimbra Brito; José Mauro Gonçalves Nunes; Editora MS/CGDI
O controle da tuberculose (TB) envolve uma série de ações relacionadas a práticas clínicas,
organização de serviços, interações com outras áreas dentro e fora do setor saúde e sistema
de informação e vigilância. Várias publicações nacionais e internacionais tratam dos temas
em partes ou como um todo.
Durante os anos de 2008 e 2009, o PNCT promoveu uma grande revisão das recomendações
nacionais para o controle da tuberculose, que culminou na publicação da primeira versão
deste Manual. O objetivo era produzir um documento abrangente que identificasse diretrizes
para todas as ações envolvidas no controle da doença.
Público-alvo
Pessoas envolvidas com o controle da tuberculose no Brasil.
Objetivo
Conflito de interesses
Método
Processo de revisão
A partir da avaliação do Manual de 2010, foram identificados participantes colaboradores da
elaboração desta publicação. A equipe de organizadores procedeu à orientação do processo.
Com a identificação de temas que demandavam busca de evidências para sua incorporação
ou modificação, foram demandadas a uma equipe de epidemiologistas revisões bibliográficas,
com o objetivo de respaldar tomadas de decisões à luz das melhores evidências científicas.
Grupos técnicos de trabalho foram estabelecidos, por meio dos quais eram discutidos
resultados da revisão da literatura e viabilidade de recomendações futuras, além da
avaliação das recomendações da publicação anterior, que estava sendo revisada.
As recomendações dos grupos técnicos eram encaminhadas a experts previamente
identificados, os quais fizeram a revisão do texto do manual anterior e a introdução de
novos temas ou recomendações. Os textos foram sempre revisados por, no mínimo, duas
pessoas e enviados em seguida à equipe organizadora, procedendo à compatibilização dos
textos e dando a eles seu formato final. Todos os textos foram revisados no seu formato
final pela equipe do PNCT. Na ausência de consenso, o PNCT tomou as decisões finais,
considerando aspectos epidemiológicos e operacionais.
Descrição
3TC Lamivudina
ABC Abacavir
ACS Agente Comunitário de Saúde
ADA Adenosina Deaminase
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
AIS Agente Indígena de Saúde
AISAN Agente Indígena de Saneamento
Am Amicacina
AMS Assembleia Mundial da Saúde
Amx-Clv Amoxicilina e Clavulanato de potássio
ARV Antirretroviral
ATV/r Atazanavir/ritonavir
AVS Ações de Vigilância em Saúde
AZT Zidovudina
BAAR Bacilo Álcool Ácido Resistente
BCG Bacilo Calmette-Guérin
Bdq Bedaquilina
BK Bacilo de Koch
BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
CASAI Casa de Saúde Indígena
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CGPNCT Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose
CD4+ Linfócito T CD 4+
CDC Centers for Disease Control and Prevention
Cfz Clofazimina
CQCT Convenção Quadro para o Controle do Tabaco
CRDH Centro de Referência em Direitos Humanos
CSB Cabine de Segurança Biológica
CTA Comitê Técnico Assessor
DAB Departamento de Atenção Básica
DECIT Departamento de Ciência e Tecnologia
DEVIT/SVS/MS Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis/
Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde
DM Diabetes mellitus
Dlm Delamanide
DNC Doenças de Notificação Compulsória
DO Declaração de Óbito
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
DRV/r Darunavir/ritonavir
DSEI Distritos Sanitários Especiais Indígenas
DTG Dolutegravir
E Etambutol
eCR Equipe do Consultório na Rua
EFV Efavirenz
ELISA Ensaio Imunoenzimático (do inglês, Enzyme Linked Immunosorbent Assay)
ENF Enfuvirtida
EPI Equipamento de Proteção Individual
ESF Estratégia da Saúde da Família
Et Etionamida
ETR Etravirina
EUA Estados Unidos da América
FAP Fundação de Amparo à Pesquisa
FPV/r Fosamprenavir/ritonavir
FUNAI Fundação Nacional do Índio
FUNASA Fundação Nacional da Saúde
GAL Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial
H Isoniazida
H h
Isoniazida em altas doses
HEPA Filtro de ar de alta eficiência (do inglês, High Efficiency Particulate Air)
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana (do inglês, Human Imunodeficiency Virus)
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEC Informação, Educação e Comunicação
Ig G Imunoglobulina G
Ig M Imunoglobulina M
IGRA Do inglês, Interferon-gama release assay
ILTB Infecção latente pelo M. tuberculosis
IL-TB Sistema de Informação para notificação das pessoas em tratamento para ILTB
IP Inibidor da Protease
Ipm Imipenem/Cilastatina
ITRN Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeo
LACEN Laboratório Central de Saúde Pública
LBA Lavado Bronco Alveolar
LF Laboratório de Fronteira
Lfx Levofloxacino
LL Laboratórios Locais
LPV/r Lopinavir/ritonavir
LRE Laboratório de Referência Estadual
LRN Laboratório de Referência Nacional
LRR Laboratório de Referência Regional
LT-CD4+ Linfócito T com receptor CD4
Lzd Linezolida
MB Multibacilar
MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação
MDR Multirresistente
MDS Ministério do Desenvolvimento Social
MESP Ministério Extraordinário da Segurança Pública
Mfx Moxifloxacino
MJ Ministério da Justiça
MNT Micobactéria não tuberculosa
Mpm Meropenem
MS Ministério da Saúde
MTB Complexo Mycobacterium tuberculosis
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família
NVP Nevirapina
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milênio
ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
OMS Organização Mundial da Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
OSC Organizações da Sociedade Civil
PECT Programa Estadual de Controle da Tuberculose
PACS Programa de Agentes Comunitários da Saúde
PAS Ácido paraminossalicílico
PB Paucibacilar
PCR Reação em Cadeia da Polimerase (do inglês, Polymerase Chain Reaction)
PCT Programa de Controle da Tuberculose
PET Tomografia por Emissão de Pósitron
PIA Plano Individual de Acompanhamento
PMCT Programa Municipal de Controle da Tuberculose
PNAISP Política Nacional de Atenção Integral à Saúde Prisional
PNCH Programa Nacional de Controle da Hanseníase
PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose
PNI Programa Nacional de Imunização
PNIS Política Nacional de Inclusão Social
PPD Derivado Proteico Purificado (do inglês, Purified Protein Derivated)
PPL Pessoa (população) Privada de Liberdade
PT Prova Tuberculínica
PTS Projeto Terapêutico Singular
PS Profissional de Saúde
PVHIV Pessoa vivendo com HIV
QP Quimioprofilaxia
R Rifampicina
RAL Raltegravir
RAPS Rede de Atenção Psico Social
Rfb Rifabutina
RFLP Estudo de DNA (do inglês, Restriction Fragment Length Polimorphism)
RNM Ressonância Nuclear Magnética
RN Recém-nascido
Rpt Rifapentina
RTV Ritonavir
S Estreptomicina (do inglês, Streptomycin)
SAE Serviço de Assistência Especializada
SAS Secretaria de Atenção à Saúde
SCTIE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
SES Secretaria de Estado da Saúde
SIA Sistema de Informação Ambulatorial
SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica
SIASI Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena
SIH Sistema de Informação Hospitalar
Sinan Sistema Nacional de Agravos de Notificação
SIR Síndrome Inflamatória da Reconstituição Imune
SISAN Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
SITE-TB Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da TB
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SNC Sistema Nervoso Central
SNLSP/SISLAB Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública
SR Sintomático Respiratório
SRE Sintomáticos Respiratórios Esperados
STOP TB Stop TB Partnership (vinculado à UNOPS/ONU)
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
TA Tratamento antiTB anterior
TARV Tratamento AntiRretroviral
TB Tuberculose
TB DR Tuberculose Drogarresistente
TB-HIV Coinfecção pelo M. tuberculosis e HIV
TB MDR Tuberculose Multirresistente
TB RR Tuberculose com resistência à rifampicina
TB XDR Tuberculose com resistência extensiva
TC Tomografia Computadorizada
TDF Tenofovir
TDO Tratamento Diretamente Observado
TI Terras Indígenas
TNF-α Fator de Necrose Tumoral alfa
TPR/r Tipranavir/ritonavir
TR Teste Rápido
Trd Terizidona
TRM-TB Teste Rápido Molecular para Tuberculose
TS Teste de sensibilidade
UBS Unidade Básica de Saúde
UNION International Union Against Tuberculosis and Lung Disease
UP Unidade Prisional
UPA Unidade de Pronto Atendimento
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VD Visita Domiciliar
VE Vigilância Epidemiológica
VT Virgem de Tratamento
WHO World Health Organization
XDR Resistência Extensiva a Drogas
Z Pirazinamida
Sumário
PARTE I • ASPECTOS BÁSICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 25
2. O Problema da Tuberculose 31
2.1. No mundo 31
2.2. No Brasil 34
2.3. Determinação social da tuberculose 40
Referências 42
PARTE II • DIAGNÓSTICO 45
1. Diagnóstico Clínico 48
1.1. Tuberculose pulmonar 48
1.2. Tuberculose extrapulmonar 49
2. Diagnóstico Diferencial 51
2.1. Forma pulmonar 51
2.2. Forma pleural 52
2.3. Forma ganglionar 53
2.4. Forma meningoencefálica 53
2.5. Forma osteoarticular 53
3. Diagnóstico Bacteriológico 54
3.1. Exame microscópico direto – baciloscopia direta 54
3.2. Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) 55
3.3. Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade 61
3.4. Coleta, armazenamento e transporte de amostras de escarro 62
4. Diagnóstico por Imagem 65
4.1. Radiografia de tórax 65
4.2. Tomografia computadorizada de tórax 65
4.3. Outros exames de imagem na avaliação de tuberculose
pulmonar e extrapulmonar 66
4.4. Achados da tuberculose pulmonar em exames de imagem 67
5. Diagnóstico Histopatológico 69
6. Outros Métodos Diagnósticos 71
6.1. Adenosina deaminase (ADA) 71
6.2. Outras técnicas biomoleculares 71
Referências 88
PARTE III • TRATAMENTO 95
1. Introdução 97
2. Bases Bacteriológicas e Farmacológicas 98
3. A Escolha do Melhor Esquema de Tratamento 102
4. Esquemas de Tratamento para a Tuberculose 104
4.1. Esquema Básico (EB) 105
4.1.1. Esquema Básico para o tratamento de adultos e adolescentes
(≥ 10 anos de idade): 2RHZE/4RH 105
4.1.2. Esquema Básico para tratamento da TB meningoencefálica e
osteoarticular em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade): 2RHZE/10RH 106
4.1.3. Esquema Básico para crianças (< 10 anos de idade): 2RHZ/4RH 108
4.1.4. Esquema Básico para tratamento da TB meningoencefálica
e osteoarticular para crianças (< 10 anos de idade): 2RHZ/10RH 108
Referências 170
Anexos 177
Anexo I – Segurança dos fármacos antiTB em gestantes 177
4. Adesão 199
4.1. Conceito 199
4.2. Importância da adesão 199
4.3. O processo de adesão 200
4.3.1. Adesão no início do tratamento 200
4.3.2. Adesão durante o seguimento do tratamento 200
Referências 266
Anexos 271
Anexo VIII – Matriz de programação da procura de Sintomáticos
Respiratórios 271
Referências 356
Anexos 359
Anexo X – Livro de registro de sintomático respiratório no serviço
de saúde 359
Nas últimas décadas, desde a reemergência da tuberculose (TB) no mundo, o ano de 2015
tornou-se um novo marco na história dessa doença, quando a Organização Mundial da Saúde
(OMS) propôs acabar com a TB como um problema de saúde pública.
Pela primeira vez em décadas, surgem novidades nos campos diagnósticos e terapêuticos:
testes rápidos moleculares, novos fármacos desenvolvidos especificamente para o
tratamento da TB, inúmeras vacinas preventivas e terapêuticas em fase de desenvolvimento,
novos regimes encurtados sendo testados em ensaios clínicos multicêntricos, enfim, em
um cenário sempre tão carente de novidades, começa a florescer a esperança.
O Brasil vem buscando nas articulações intersetoriais a resposta para a epidemia concentrada
que temos em algumas populações, especialmente na população indígena, na população
privada de liberdade, nas pessoas em situação de rua, nas pessoas vivendo com o HIV
e naqueles vivendo em situação de extrema pobreza, todos com riscos aumentados de
desenvolver a doença.
A nova estratégia global reforça e recomenda a busca pela articulação com outros setores,
a priorização das populações mais vulneráveis, o apoio da sociedade civil e dos segmentos
organizados da sociedade, dentre eles os legisladores de todos os níveis e os demais
formuladores de políticas públicas sociais e de saúde, pois o esforço de eliminação requer
trabalho e investimentos acrescidos, a exemplo de outros agravos que a humanidade
conseguiu eliminar ou erradicar, como a peste e a varíola.
23
O Brasil, por meio do Ministério da Saúde, assume sua responsabilidade nesse novo cenário
e, além de todas as medidas necessárias no campo das articulações intra e intersetoriais,
revisa e relança este Manual com as informações mais atualizadas para instrumentalizar
gestores, profissionais de saúde e demais segmentos da sociedade engajados na luta contra
a tuberculose, no enfrentamento do mais novo e estimulante desafio colocado para todos
nós: eliminar a doença como um problema de saúde pública no país.
24
PARTE I
ASPECTOS
BÁSICOS E
EPIDEMIOLÓGICOS
1. Tuberculose – Características Gerais
A tuberculose (TB), antiga enfermidade descrita como tísica, foi conhecida, no século XIX,
como peste branca, ao dizimar centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.
A partir da metade do século XX, houve acentuada redução da incidência e da mortalidade
relacionadas à TB, já observada àquela ocasião em países desenvolvidos, sobretudo pela
melhoria das condições de vida das populações (SAAVACOOL, 1986).
No início da década de 1980, houve recrudescimento global da TB: nos países de alta renda,
esse recrudescimento se deveu principalmente à emergência da infecção pelo Vírus da Imu-
nodeficiência Humana (HIV) e, nos países de baixa renda, devido à ampliação da miséria e do
processo de urbanização descontrolada, além de desestruturação dos serviços de saúde e dos
programas de controle da tuberculose (BLOOM, 1992; CDC, 1993; ROSSMAN; MACGREGOR, 1995).
A TB é uma doença que pode ser prevenida e curada, mas ainda prevalece em condições de
pobreza e contribui para perpetuação da desigualdade social (BRASIL, 2010).
A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que integram o complexo
Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti,
M. pinnipedi e M. caprae.
Em alguns locais, o M. bovis pode ter especial relevância como agente etiológico da TB e
apresenta-se de forma idêntica ao M. tuberculosis, com maior frequência da forma ganglionar
e outras extrapulmonares. A ocorrência é mais comum em locais que consomem leite e
derivados não pasteurizados ou não fervidos de rebanho bovino infectado; em pessoas que
residem em áreas rurais e em profissionais do campo (veterinários, ordenhadores, funcionários
de matadouros, entre outros). Nessas situações, os serviços de vigilância sanitária devem
ser informados para atuar na identificação precoce das fontes de infecção e no controle
da doença, prevenindo assim a ocorrência de novos casos. Outro grupo de micobactérias,
as micobactérias não tuberculosas (MNT), compreendem diversas espécies como M. avium,
M. kansasii, M. intracellulare e M. abscessos com relevância epidemiológica no Brasil restrita
a determinadas populações ou regiões (BIERRENBACH et al., 2001).
27
1.2. Transmissão
O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea,
que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por exalação de aerossóis
oriundos da tosse, fala ou espirro. O termo “bacilífero” refere-se a pessoas com TB pulmonar
ou laríngea que tem baciloscopia positiva no escarro. Esses casos têm maior capacidade
de transmissão, entretanto pessoas com outros exames bacteriológicos como cultura e/ou
Teste Rápido Molecular da Tuberculose (TRM-TB) positivos também podem transmitir. A TB
acomete, prioritariamente, o pulmão que também é a porta de entrada da maioria dos casos.
A transmissão se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala
ou espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea. As gotículas exaladas
(gotículas de Pflüger) rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas menores
(<5-10 μm de diâmetro). Essas partículas menores (núcleos de Wells), contendo um a dois bacilos,
podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de alcançar os alvéolos,
onde podem se multiplicar e provocar a chamada primo-infecção (RIEDER; OTHERS, 1999). Outras
vias de transmissão (pele e placenta) são raras e desprovidas de importância epidemiológica.
Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se
dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel na transmissão da doença.
A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores exógenos. Entre eles, pode-
-se citar a infectividade do caso-fonte, a duração do contato e o tipo de ambiente partilhado.
28
O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas
infectantes. Com isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco
de transmissão.
No Brasil, assim como em outros países que possuem condições de vida semelhantes, alguns
grupos populacionais têm maior vulnerabilidade para a TB. O Quadro 1 ilustra essas populações
e os seus respectivos riscos de adoecimento, em comparação com a população em geral.
Indígenas** 3 X maior
Estima-se que 10% das pessoas que foram infectadas pelo M. tuberculosis adoeçam:
5% nos dois primeiros anos que sucedem a infecção e 5% ao longo da vida, caso não recebam
o tratamento preventivo preconizado. O risco de adoecimento por TB pode persistir por
toda a vida (COMSTOCK; EDWARDS; LIVESAY, 1974). A TB primária, aquela que ocorre logo
após a infecção, é comum em crianças e nos pacientes com condições imunossupressoras.
Habitualmente, é uma forma grave, porém com baixo poder de transmissibilidade. Em outras
circunstâncias, o sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos temporariamente. Os bacilos
podem permanecer como latentes (infecção latente pelo M. tuberculosis – ILTB) por muitos
29
anos até que ocorra a reativação, produzindo a chamada TB pós-primária (ou secundária).
Em 80% dos casos acomete o pulmão, e é frequente a presença de cavidade.
A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo mais comum em
áreas onde a prevalência da doença é alta.
A infecção prévia pelo M. tuberculosis não evita o adoecimento, ou seja, o adoecimento não
confere imunidade e recidivas podem ocorrer.
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30
2. O Problema da Tuberculose
2.1. No mundo
Estima-se que em 2015 cerca de 10,4 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose (TB),
580 mil na forma de TB multirresistente (TB MDR) ou TB resistente à rifampicina (TB RR), e
1,4 milhão morreram da doença. No entanto, foram reportados nesse mesmo ano cerca de
6,1 milhões de casos novos de TB. A subnotificação diminuiu entre os anos de 2013 a 2015,
principalmente devido ao aumento de 34% das notificações da Índia (WHO, 2016). Apesar
disso, globalmente ainda persistem 4,3 milhões de casos subnotificados. Índia, Indonésia
e Nigéria são os principais responsáveis pela subnotificação e, ao lado da China, Paquistão
e África do Sul, foram responsáveis por 60,0% dos novos casos de tuberculose no mundo.
A região das Américas representa cerca de 3,0% da carga mundial de tuberculose, com 268
mil casos novos estimados, os quais estão localizados em nações como Brasil (33,0%), Peru
(14,0%), México (9,0%) e Haiti (8,0%), países com a maior carga. A faixa etária menor de 15 anos
representa 6,3% dos casos e a maioria é do sexo masculino. Um total de 125.000 casos de TB
MDR ou TB RR e elegível para o tratamento de TB MDR foram reportados, o que representa
20% dos casos estimados.
Em 2000, 189 países firmaram compromisso para combater a extrema pobreza e outros males
da sociedade. Isso se concretizou nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM),
que deveriam ser alcançados até 2015. A TB foi contemplada no sexto objetivo, tendo como
meta deter o aumento da incidência da doença. Em consonância com os ODM, a OMS também
estabeleceu metas para serem alcançadas em 2015: reduzir em 50% a taxa de incidência e
mortalidade se comparados aos valores de 1990.
Com o objetivo de fortalecer a Estratégia DOTS e alcançar as metas estabelecidas, foi lançada,
em 2006, a estratégia Stop-TB (WHO, 2006), cujo propósito era reduzir drasticamente o peso
global da TB até 2015. O reconhecimento da determinação social da TB e do fato de que
31
fatores relacionados à ocorrência e controle da doença transcendem o setor saúde fez crescer
a necessidade de pensar em novos componentes e estratégias de controle, considerando
aspectos sociais, econômicos, de pesquisas e inovação tecnológica.
O alcance das metas mundiais para o controle da tuberculose e a falta de diretrizes para o
cenário posterior a 2015 levaram um grupo de países, dentre eles o Brasil, a solicitar à OMS,
durante a Assembleia Mundial de Saúde (AMS), em maio de 2012, que propusesse uma nova
estratégia para o controle da doença no mundo (WHO, 2012).
Diante disso, foi aprovada na AMS, em 2014, a “Estratégia global e metas para prevenção,
atenção e controle da tuberculose pós-2015”, mais tarde denominada Estratégia pelo Fim da
Tuberculose, cujo principal proponente foi o Brasil (WHO, 2014a). A Estratégia tem como visão
“Um mundo livre da tuberculose: zero morte, adoecimento e sofrimento devido à tuberculose”
e por objetivo o fim da epidemia global da doença. As metas, para cumprimento até 2035, são:
Reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes; e
reduzir o número de óbitos por tuberculose em 95%.
Tendo em vista o alcance das metas, a estratégia foi baseada em quatro princípios (Figura 1).
Além dos princípios, foram identificados três pilares norteadores para o processo de alcance
das metas, sendo o primeiro voltado para a atenção ao paciente, o segundo para o componente
social e o terceiro para a pesquisa e inovação (WHO, 2015) (Quadro 2).
Proteção e
Forte envolvimento
promoção dos
das organizações da
direitos humanos,
sociedade civil e de
éticos e de
base comunitária
equidade
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Gestão e
responsabilização Adaptação da
do governo, com estratégia e metas
componentes de nos países, com
monitoramento e colaboração no
avaliação âmbito global
Princípios
32
Quadro 2 – Pilares e componentes da Estratégia pelo Fim da Tuberculose
Até o final de 2015, a Organização Mundial da Saúde classificou os 22 países com maior carga
da doença no mundo e dentre eles estava o Brasil. Para o período de 2016 a 2020, uma nova
Cada lista é composta por 30 países, sendo 20 com maior número de casos e outros 10 com
maior coeficiente de incidência da doença. Alguns países aparecem em mais de uma lista,
somando, assim, um total de 48 países prioritários para a abordagem da tuberculose. O Brasil
se encontra em duas dessas listas, ocupando a 20ª posição quanto à carga da doença e a 19ª
no que se refere à coinfecção TB-HIV.
O país tem destaque ainda por sua participação no BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), cujos países somam cerca de 50% dos casos de tuberculose no
mundo e mobilizam mais de 90,0% dos recursos necessários para as ações de controle da
doença por meio de fontes domésticas de financiamento (WHO, 2016).
33
2.2. No Brasil
O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV considerados prioritários pela
OMS para o controle da doença no mundo. Em 2015, o percentual de detecção da tuberculose
no país, segundo a OMS, foi de 87,0% (WHO, 2017). Nos últimos 10 anos, foram diagnosticados,
em média, 71 mil casos novos da doença. Em 2017, o número de casos notificados foi de 72.770
e os coeficientes de incidência variaram de 10,0 a 74,7 casos por 100 mil habitantes entre
as Unidades Federadas (UF) (Figura 2). No ano de 2016, foram notificados 4.483 óbitos por
TB, o que corresponde ao coeficente de mortalidade de 2,2 óbitos por 100.000 habitantes
(Figura 3). O percentual de sucesso de tratamento reportado para os casos novos com
confirmação laboratorial foi de 74,6%, em 2016, com 10,8% de abandono de tratamento, e
4,1% dos registros com informação ignorada quanto ao desfecho. Dos casos de TB notificados
em 2017, 77,8% foram testados para HIV, apresentando 9,5% de coinfecção.
Figura 2 – Coeficiente de incidência de tuberculose, todas as formas, por Unidades Federadas, 2017
até 30.0
30.0 --| 50.0
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34
Figura 3 – Coeficiente de mortalidade de tuberculose por Unidades Federadas, 2016
até 2.0
2.0 --| 3.0
3.0 --| 4.4
De acordo com a OMS, o Brasil atingiu as metas dos ODM relacionados à incidência e
mortalidade por tuberculose, contribuindo, assim, para redução da carga da TB no mundo
(WHO, 2015). Ainda de acordo com a OMS, o Brasil possui a maior taxa de detecção entre os
O Brasil não possui uma epidemia generalizada, mas concentrada em algumas populações,
como as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), em situação de rua, privadas de liberdade (PPL),
a população indígena e pessoas que vivem em aglomerados e em situação de pobreza.
35
Apesar de todos os avanços ocorridos nos últimos anos, o país está longe da meta estabelecida
na Estratégia pelo Fim da TB até 2035. No boletim epidemiológico de março de 2016 do
Ministério da Saúde (MS), a análise publicada demonstra que, caso ocorra uma melhoria
progressiva dos indicadores que estão associados ao coeficiente de incidência (redução do
coeficiente de aids para 10 por 100 mil habitantes, aumento da cobertura da Estratégia Saúde
da Família (ESF) e da realização do Tratamento Diretamente Observado (TDO) até 90,0%), o
coeficiente de incidência de casos novos de TB seria de 20,7/100 mil hab. no ano de 2035
(Figura 4), valor acima da meta de menos de 10 casos por 100 mil habitantes (BRASIL, 2016).
50
/100 mil habitantes
45
Estimativa
40 42.7 considerando o
34.2 cenário atuala
35
-1,35%/ano
30 25.7
25
Estimativa
20 considerando a -2,36%/ano 20.7
otimização das
15 ferramentas já
10 existentes no Brasilb
5
0
2001 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035
Ano de diagnóstico
Fonte: Brasil, 2016.
a
Modelo de Poisson se o cenário atual das variáveis ano, coeficiente de incidência de aids, ESF e TDO, não
sofrer alteração dos valores observados em 2014.
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b
Modelo de Poisson ajustado por ano com a melhoria progressiva até 2035 das variáveis: coeficiente incidência
de aids para 10/100 mil hab., ESF para 90,0% e TDO para 90,0%.
Seguindo modelo proposto pela OMS, o plano serve de instrumento norteador para estados
e municípios no planejamento de ações que permitam a melhoria da situação da pessoa
com tuberculose nos municípios.
36
Para alcance dos objetivos, os programas precisarão envolver os diferentes setores nas ações
de controle da tuberculose no Brasil. Caberá a todos os envolvidos a busca por estratégias
que fortaleçam o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento da doença de acordo
com orientações do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose. Espera-se que essas estratégias
sejam suporte para os programas de controle da tuberculose, nas três esferas de governo, na
construção de seus planos locais, considerando suas competências estabelecidas no SUS
(Quadro 3).
Objetivos Estratégias
37
continuação
Objetivos Estratégias
Objetivos Estratégias
38
continuação
Objetivos Estratégias
39
conclusão
Objetivos Estratégias
40
A transmissão e adoecimento por TB são influenciados por fatores demográficos, sociais e
econômicos. Dentre eles, destacam-se: a urbanização crescente e desordenada; a desigualdade
na distribuição de renda; moradias precárias e superlotação; a insegurança alimentar; a
baixa escolaridade; bem como a dificuldade de acesso aos serviços e bens públicos, que
contribuem na manutenção e propagação da doença (LIENHARDT, 2001; LÖNNROTH et al.,
2010; RASANATHAN et al., 2011; XIMENES et al., 2009).
Durante o século XX, o progresso no controle da TB nos países industrializados foi impulsionado
por uma combinação de avanços econômicos, sociais e na saúde pública. Esse foi um período
de crescimento econômico, reforma social, redução da pobreza, melhoria nas condições
de vida e estado nutricional da população, bem como grandes avanços no setor saúde
(LIENHARDT, 2001; MCKEOWN; RECORD, 1962).
É necessário que, aliado ao fortalecimento das ações de saúde, haja também o incremento
das ações de políticas de inclusão de proteção de direitos, como os programas sociais,
para manter a tendência de queda da incidência e mortalidade por TB, bem como evitar o
41
crescimento dos índices de abandono do tratamento na população pobre ou extremamente
pobre. O sucesso futuro do controle da TB pode depender do progresso em todas essas áreas
(JARAMILLO, 1999), sendo fundamental enfrentar também a discriminação e o preconceito, a
fim de eliminar barreiras e ampliar o acesso a bens e serviços públicos.
Referências
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de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
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Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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COMSTOCK, G.; EDWARDS, L.; LIVESAY, V. Tuberculosis morbidity in the US Navy: its distri-
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DYE, C. et al. Trends in tuberculosis incidence and their determinants in 134 countries.
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42
JARAMILLO, E. Encompassing treatment with prevention: the path for a lasting control
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LÖNNROTH, K. et al. Tuberculosis: the role of risk factors and social determinants.
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MCKEOWN, T.; RECORD, R. Reasons for the decline of mortality in England and Wales
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PAIM, J. et al. The Brazilian health system: history, advances, and challenges. The Lancet,
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RAVIGLIONE, M. Developing the post-2015 TB Strategy and Targets: Vision and Process.
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WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. The global plan to stop TB, 2006-2015: actions for
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Disponível em: <http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA67/A67_11-en.pdf>.
Acesso em: 22 jun. 2014
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43
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WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global tuberculosis report 2017. [s.l.] Geneva:
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XIMENES, R. et al. Is it better to be rich in a poor area or poor in a rich area? A multilevel
analysis of a case–control study of social determinants of tuberculosis. International
journal of epidemiology, v. 38, n. 5, p. 1285-1296, 2009.
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44
PARTE II
DIAGNÓSTICO
A tuberculose (TB) pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. A apresentação da TB
na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde
pública, pois é essa forma, especialmente a bacilífera, a responsável pela manutenção
da cadeia de transmissão da doença. A busca ativa de sintomático respiratório (SR) (ver
capítulo Detecção de Casos de Tuberculose) é uma importante estratégia para o controle
da TB, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares. No entanto o
diagnóstico de TB é mais amplo do que a busca ativa e deve considerar os vários aspectos
descritos neste capítulo.
Sintomático respiratório
Pessoa que, durante a estratégia programática de busca ativa,
apresenta tosse por 3 semanas ou mais*. Essa pessoa deve ser
investigada para tuberculose através de exames bacteriológicos.
*Considerar especificidades da duração da tosse em populações especiais (ver capítulo Detecção de Casos
de Tuberculose).
47
1. Diagnóstico Clínico
Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou mucoide,
com ou sem sangue. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5 oC.
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A sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame físico geralmente mostra fácies de
doença crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do
apetite também possam ter TB pulmonar. A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição
do murmúrio vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal.
A TB miliar refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico, que pode ocorrer tanto
na forma primária quanto na forma secundária da TB. É uma forma grave da doença, que
é mais comum em pacientes imunocomprometidos, como pessoas infectadas com HIV em
fase avançada de imunossupressão. A apresentação clínica pode ser aguda ou subaguda,
com maior frequência em crianças e em adultos jovens. De uma forma mais incomum, a
TB miliar apresenta-se como doença crônica (idosos) ou mesmo febre de origem obscura.
Os sintomas como febre, astenia, emagrecimento e tosse ocorrem em 80% dos casos.
48
O exame físico pode mostrar hepatomegalia (35% dos casos), alterações do sistema nervoso
central (30% dos casos) e alterações cutâneas do tipo eritemato-máculo-pápulo-vesiculosas
(incomum).
49
subaguda ou crônica (sinais e sintomas com duração superior a quatro semanas). Na forma
subaguda, cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de comportamento,
sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre, fotofobia e rigidez de nuca
por tempo superior a duas semanas. Eventualmente, apresenta sinais focais relacionados a
síndromes isquêmicas locais ou ao envolvimento de pares cranianos (pares II, III, IV, VI e VII),
podendo-se evidenciar sinais de hipertensão intracraniana. Na forma crônica, o paciente
evolui várias semanas com cefaleia, até que o acometimento de pares cranianos faz o médico
suspeitar de meningite crônica. Ocorre doença pulmonar concomitante em até 59% dos casos.
Outra forma de TB do sistema nervoso central é a forma localizada (tuberculomas). Nessa
apresentação, o quadro clínico é o de um processo expansivo intracraniano de crescimento
lento, com sinais e sintomas de hipertensão intracraniana, sendo que a febre pode não
estar presente.
TB óssea – É mais comum em crianças (10% a 20% das lesões extrapulmonares na infância)
ou em pessoas entre a quarta e a quinta década de vida. Atinge mais a coluna vertebral e as
articulações coxofemoral e do joelho, embora possa ocorrer em outros locais. A TB de coluna
(mal de Pott) é responsável por cerca de 1% de todos os casos de TB e até 50% de todos os
casos de TB óssea. Ela afeta mais comumente a coluna torácica baixa e a lombar e seu quadro
clínico apresenta-se com a tríade dor lombar, dor à palpação local e sudorese noturna.
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50
2. Diagnóstico Diferencial
A TB deve ser incluída no diagnóstico diferencial dos casos de febre de origem indeterminada,
síndrome consumptiva, pneumonias de resolução lenta e em todo paciente com tosse
prolongada sem causa conhecida. A seguir, listamos algumas condições clínicas que fazem
diagnóstico diferencial com as principais formas de TB.
Na forma pulmonar, o diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com silicose,
infecções fúngicas, neoplasias, infecções bacterianas, outras micobacterioses, doenças
autoimunes, embolia pulmonar, entre outras (GADKOWSKI; STOUT, 2008) (Quadro 4).
Quadro 4 – Principais doenças que fazem diagnóstico diferencial com as formas pulmonares de TB.
Histoplasmose
Infecções Paracoccidioidomicose
fúngicas Aspergiloma
Abscesso pulmonar
Pneumonia necrotizante
Streptococcus pneumoniae
Outras doenças Haemophilus influenzae
bacterianas Klebsiella pneumonae
Staphylococcus aureus
Actinomicose
Nocardiose
51
tamanhos, bilaterais e simétricos. Nas vasculites pulmonares, os quadros clínico e radiológico
podem eventualmente ser semelhantes, inclusive com presença de hemoptise e nodulações
e/ou opacidades pulmonares múltiplas, escavadas e/ou justapleurais, geralmente
acompanhadas de doença sistêmica. Na sarcoidose, não há necrose nos granulomas e
geralmente são observadas linfonodomegalias hilares, opacidades pulmonares reticulares
na radiografia e tomografia computadorizada do tórax, além do comprometimento de outros
órgãos como pele, olhos e articulações (SEISCENTO et al., 2005).
52
casos, exames citológicos do líquido pleural associados a técnicas de imunofenotipagem
conduzem, com relativa segurança, ao diagnóstico etiológico (MORISSON; NEVES, 2008).
A ADA é produzida por linfócitos e monócitos e encontra-se elevada nas doenças nas quais
essas células estão ativadas. Na TB pleural, o diagnóstico diferencial (ADA > 40 U/L) deve
incluir, além do linfoma, o empiema e a artrite reumatóide. Os derrames neoplásicos, com
quadro clínico muitas vezes sugestivo, em grande proporção fornecem citologia oncótica
positiva. O empiema pode ser facilmente diferenciado pelo quadro clínico, pelo aspecto
do líquido (turvo ou purulento) e pela citologia quantitativa, que demonstra predomínio
de polimorfonucleares. Finalmente, o derrame pleural secundário à artrite reumatoide é
pouco frequente e, na maioria das vezes, apresenta história prévia da doença e diagnóstico
laboratorial definido (SEISCENTO et al., 2005).
Por ter apresentação inespecífica, a TB meníngea deve incluir, entre os diferenciais, outras
infecções bacterianas, fúngicas ou virais do sistema nervoso central. Outras causas de
meningite, como neoplasias, sarcoidose e lúpus eritematoso sistêmico, também devem ser
Na TB óssea, o principal diferencial deve ser feito com artrite séptica ou osteomielite
causadas por outros patógenos como Staphylococcus aureus e Brucella melitensis,
criptococose, histoplasmose e etiologias não infecciosas como osteossarcoma, mieloma
múltiplo, linfoma não Hodkin, histiocitose X, Doença de Paget e outras neoplasias ósseas
(GARG; SOMVANSHI, 2011).
53
3. Diagnóstico Bacteriológico
Por ser um método simples e seguro, deve ser realizado por todo laboratório público de saúde
e pelos laboratórios privados tecnicamente habilitados. A pesquisa do bacilo álcool-ácido
resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é a técnica mais utilizada em nosso meio.
A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas fases, permite
detectar de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em adultos, o que é importante do ponto de
vista epidemiológico, já que os casos com baciloscopia positiva são os maiores responsáveis
pela manutenção da cadeia de transmissão. Em crianças, a sensibilidade da baciloscopia é
bastante diminuída pela dificuldade de obtenção de uma amostra com boa qualidade.
A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras: uma por ocasião do primeiro
contato com a pessoa que tosse e outra, independentemente do resultado da primeira, no
dia seguinte, com a coleta do material sendo feita preferencialmente ao despertar. Nos
casos em que houver indícios clínicos e radiológicos de suspeita de TB e as duas amostras
de diagnóstico apresentarem resultado negativo, podem ser solicitadas amostras adicionais.
Os resultados dos exames diretos são descritos nos Quadros 5 e 6. Baciloscopia positiva e
quadro clínico compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento
da TB. É importante lembrar, contudo, que outros microrganismos podem ser evidenciados
na baciloscopia direta e essa possibilidade deve ser considerada na interpretação de casos
54
individualizados. Diagnóstico de certeza bacteriológica só é obtido com a cultura (que é o
padrão ouro) e/ou testes moleculares.
Leitura Resultado
Achados Resultado
O TRM-TB é um teste de amplificação de ácidos nucleicos utilizado para detecção de DNA dos
bacilos do complexo M. tuberculosis e triagem de cepas resistentes à rifampicina pela técnica
de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real (WHO, 2011). O teste apresenta o
resultado em aproximadamente duas horas em ambiente laboratorial, sendo necessária
somente uma amostra de escarro.
55
A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de 90% sendo
superior à da baciloscopia. O teste também detecta a resistência à rifampicina, com uma
sensibilidade de 95%.
A sensibilidade do TRM-TB para o diagnóstico em crianças (<10 anos de idade) é menor que a
apresentada para adultos (66%). A evolução do conhecimento sobre o TRM-TB na TB pediátrica
mostrou que a sua utilização ainda é limitada na infância. Seu excelente desempenho se
observa na TB bacteriológica, que corresponde à minoria de casos nesta população.
O TRM-TB deve ser realizado em crianças quando existe a possibilidade e facilidade de coleta
de escarro. O uso rotineiro está particularmente indicado em adolescentes (≥10 anos de
idade), pois a maioria tem TB bacilífera e, além disso, é capaz de coletar amostras adequadas
de escarro para exame.
Como também pode detectar bacilos mortos ou inviáveis, o TRM-TB não deve ser utilizado para
diagnóstico nos casos de retratamento (reingresso após abandono e recidivas). Nesses casos,
o diagnóstico da TB deve ser feito com baciloscopia de escarro e cultura para micobactérias,
seguida do teste de sensibilidade antimicrobiano (TS) para verificação de resistência aos
fármacos, e o TRM-TB poderá ser utilizado apenas para triagem da resistência à rifampicina. Da
mesma forma, o TRM-TB também pode ser utilizado para triagem de resistência à rifampicina
em pacientes com suspeita de falência ao esquema básico.
O TRM-TB pode ser utilizado para diagnóstico de TB extrapulmonar, nas seguintes amostras:
líquor, gânglios linfáticos e outros tecidos. Nesses casos, como a sensibilidade é mais
baixa que nas amostras pulmonares, o resultado negativo não exclui tuberculose, sendo
56
necessário manter a investigação. Essas amostras devem ser processadas de acordo com
técnicas específicas de preparo, em laboratórios que apresentem equipamentos e condições
adequadas de biossegurança (risco moderado de biossegurança, ou seja, medidas iguais as
de laboratórios que realizam cultura).
Resultados Interpretação1
O TRM-TB para diagnóstico de TB ativa deve ter sua utilização realizada de forma diferenciada
de acordo com as populações investigadas. Os algoritmos a seguir descrevem a investigação
de casos novos em adultos e adolescentes na população geral (Figura 5); casos novos em
adultos e adolescentes de populações de maior vulnerabilidade (Figura 6); e casos de
retratamento em adultos e adolescentes (Figura 7).
57
Figura 5 – Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e
adolescentes baseado no TRM-TB.
Suspeita de
tuberculose pulmonar
ou laríngea
Realizar TRM-TB
Excluído Realizar
Realizar outro TRM-TB Realizar dignóstico de TB cultura + TS
+ cultura1 + TS2 cultura + TS Continuar
Encaminhar para Iniciar tratamento investigação5
referência terciária3 para TB com EB4
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
1
Realizar cultura de escarro preferencialmente pelo método automatizado.
2
TS – Teste de Sensibilidade.
3
Referência terciária – ambulatório de referência para tratamento de tuberculose resistente. O paciente deve chegar
à referência terciária imediatamente sem que se aguardem os resultados dos novos exames solicitados. Nesse
serviço, a avaliação médica e a conduta adequada deverão ser tomadas em até sete dias. O resultado da cultura com
TS deverá ser encaminhado à referência terciária.
4
EB – Esquema Básico – reavaliar o tratamento após resultado da cultura com TS.
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5
Investigar micobacteriose não tuberculosa (MNT) e outros diagnósticos diferenciais.
58
Figura 6 – Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e
adolescentes de populações com maior vulnerabilidade1 baseado no TRM-TB
Suspeita de
tuberculose
pulmonar ou laríngea
Realizar TRM-TB +
cultura + TS2
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
1
Populações consideradas de maior vulnerabilidade: profissionais de saúde, pessoas vivendo com HIV/aids,
população privada de liberdade, população em situação de rua, povos indígenas, contatos de tuberculose resistente.
59
Figura 7 – Algoritmo diagnóstico para casos de retratamento de TB pulmonar e laríngea em
adultos e adolescentes. Triagem para resistência à rifampicina com TRM-TB.
Suspeita de tuberculose
pulmonar ou laríngea
Realizar Baciloscopia +
TRM-TB + cultura + TS1
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
1
TS – Teste de Sensibilidade.
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2
Baciloscopia positiva – pelo menos uma positiva das duas baciloscopias.
3
Baciloscopia negativa – duas baciloscopias negativas.
4
MNT – micobateriose não-tuberculosa.
Repetir o TRM-TB em nova amostra de escarro para confirmação da resistência com o objetivo de aumentar a sensi
5
60
Todos os exames (baciloscopia, TRM-TB ou cultura) deverão ser realizados, preferencial-
mente, na mesma amostra de escarro. Caso o volume seja insuficiente, deve-se coletar uma
segunda amostra.
Para confirmação da resistência à rifampicina por meio do TRM-TB (segundo exame), deve-se
realizar nova coleta. A realização de exames seriados aumenta a sensibilidade do diagnóstico
da resistência à rifampicina. Esse procedimento é especialmente importante no Brasil, dada
a baixa prevalência de resistência.
Os métodos disponíveis para o teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TS) são: o método
61
Operacionalização da cultura
Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que seja realizada cultura para micobactérias
com teste de sensibilidade antimicrobiano (TS) nas seguintes situações:
todo caso com diagnóstico de TB por meio de TRM-TB deverá realizar cultura e TS,
independentemente de apresentar ou não resistência à rifampicina;
todo
caso com suspeita de TB com TRM-TB negativo, com persistência do quadro
clínico, deverá realizar cultura e TS.
Casos identificados com resistência à rifampicina diagnosticado por TRM-TB devem ter a
cultura e o TS realizados preferencialmente por método automatizado, visando a agilizar
o diagnóstico.
O TRM-TB não identifica micobactérias não tuberculosas (MNT). Em caso de suspeita de MNT,
solicitar cultura e identificação de espécie no processo de investigação diagnóstica.
Nos locais onde não há a disponibilidade do TRM-TB, o diagnóstico da doença será realizado
por meio da baciloscopia, ou seja, será necessária a coleta de duas amostras de escarro,
conforme já descrito.
amostras de escarro
Qualidade e quantidade da amostra – Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore
brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de
secreções nasais, tampouco a que contém somente saliva. O volume ideal é de 5 ml a 10 ml.
62
Recipiente – o escarro deve ser coletado em potes plásticos com as seguintes características:
descartáveis, com boca larga (50 mm de diâmetro), transparente, com tampa de rosca, altura
de 40 mm, capacidade de 35 ml a 50 ml. A identificação (nome do paciente e data da coleta)
deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa, utilizando-se, para tal, esparadrapo, fita
crepe ou caneta com tinta permanente.
Requisição de exame – o recipiente com a amostra deverá ser acompanhado por uma
requisição de exame preenchida pelo funcionário da unidade de saúde, contendo dados do
paciente e da amostra, assim como do requisitante.
Local da coleta – as amostras devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao ar livre
ou em locais que apresentem condições adequadas de biossegurança.
Momento da coleta e número de amostras – o diagnóstico deve ser feito a partir de uma
ou duas amostras de escarro. Quando na realização de duas amostras, a primeira deve ser
coletada no momento da consulta, para aproveitar a presença do doente. Recomenda-se a
coleta da segunda amostra no dia seguinte, preferencialmente ao despertar. Esta geralmente
é de melhor qualidade, porque provém das secreções acumuladas na árvore brônquica
durante a noite.
Orientação ao paciente – a unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para fornecer
informações claras e simples ao paciente quanto à coleta do escarro na unidade de saúde
(orientando quanto ao local adequado para coleta e forma de obter-se a melhor amostra)
e também na coleta realizada em domicílio. Essa etapa, fundamental para o diagnóstico
bacteriológico, está descrita no Quadro 8.
Orientações ao paciente
2. Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manhã, lavar bem
a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a
tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que ele escorra pela
parede externa do pote.
3. Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima,
cuidando para que permaneça nessa posição durante o transporte até a unidade de saúde.
63
Conservação e transporte – Idealmente, as amostras clínicas devem ser enviadas e processadas
no laboratório imediatamente após a coleta. As unidades de saúde deverão receber, a qualquer
hora de seu período de funcionamento, as amostras coletadas na unidade ou no domicílio e
conservá-las, sob refrigeração, até no máximo 7 dias após o recebimento. Não é recomendada
a conservação de amostras em temperatura ambiente por mais de 24 horas.
refrigeração;
proteção contra a luz solar; e
acondicionamento adequado para que não haja risco de derramamento.
Para transportar potes de escarro da unidade de saúde para o laboratório, recomenda-se a
utilização de caixas térmicas com gelo reciclável ou cubos de gelo dentro de um saco plástico.
As requisições dos exames devem ser enviadas com o material, fora da caixa de transporte.
64
4. Diagnóstico por Imagem
A radiografia de tórax deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB
pulmonar. Juntamente com as radiografias de tórax, sempre devem ser realizados exames
laboratoriais (baciloscopias, cultura e/ou teste rápido molecular) na tentativa de buscar o
diagnóstico bacteriológico. O exame radiológico em pacientes com diagnóstico bacteriológico
tem como principais objetivos excluir outra doença pulmonar associada, avaliar a extensão
do acometimento e sua evolução radiológica durante o tratamento.
Para notificação de casos de TB, os resultados das radiografias de tórax devem ser registrados
conforme descrito no Quadro 9.
Classificação Achados
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
65
As alterações sugestivas de atividade e sequela de TB na TC de tórax estão descritas no
Quadro 10.
66
Na TB óssea, a destruição da porção anterior dos corpos vertebrais e áreas de osteólise,
principalmente em epífise de ossos longos, sugere doença em atividade. O acometimento
de tecidos moles adjacentes, como abscessos paravertebrais visualizados na RNM, também
sugere doença ativa. A involução desses achados adjacentes às alterações ósseas na RNM
é útil no acompanhamento da doença e pode, em conjunto com critérios clínicos, definir a
alta do tratamento das formas ósseas.
TB Primária
A presença do bacilo no parênquima pulmonar promove a formação de um processo
inflamatório granulomatoso, que pode se manifestar radiologicamente como opacidade
parenquimatosa (nódulo ou consolidação), denominada foco primário ou nódulo de Ghon.
Em adultos, a forma primária acomete mais os lobos superiores, enquanto que em crianças
não há essa predileção (JEONG; LEE, 2008).
A partir desse foco inicial, pode ocorrer a progressão para necrose caseosa, eliminação do
material necrótico e disseminação broncogênica. As apresentações radiológicas dessa fase
são as cavidades, consolidações, nódulos, massas ou opacidades retículo-nodulares.
67
A TB miliar é caracterizada por opacidades retículo-micronodulares difusas de distribuição
randômica decorrentes da disseminação hematogênica do Mycobacterium tuberculosis pelo
parênquima pulmonar.
TB Pós-Primária
As alterações em exames de imagem geralmente são semelhantes às apresentadas da forma
primária, com predileção dos lobos superiores e segmentos superiores dos lobos inferiores.
Em idosos, é comum o acometimento dos segmentos inferiores, assim como menor ocorrência
de cavidades, dificultando ainda mais o diagnóstico nessa faixa etária. Também em diabéticos,
os segmentos inferiores são mais acometidos, porém com maior número de cavidades do que
entre os não diabéticos. Nos pacientes com alterações da imunidade celular ou em uso de
altas doses de corticosteroides, os achados radiológicos mais frequentes são a disseminação
miliar e/ou consolidações difusas.
68
5. Diagnóstico Histopatológico
TB pleural e empiema pleural – a análise histológica do fragmento de pleura obtido por biopsia
identifica o granuloma em cerca de 70% dos casos. A cultura do fragmento que, isoladamente,
tem rendimento entre 50-60% quando associada ao exame histopatológico do fragmento
pleural permite o diagnóstico em até 90% casos. A baciloscopia direta do escarro induzido é
positiva em cerca de 10% dos casos, e a cultura para TB em até 50% dos pacientes, mesmo
que sem outra alteração visível na radiografia de tórax que não o derrame pleural.
69
TB ganglionar periférica – em pacientes HIV soronegativos, a PT é forte reatora, a baciloscopia direta
do aspirado do gânglio é positiva em 10- 25% dos casos, a cultura em 50-90% e a histopatologia do
gânglio retirado conclusiva (granuloma com necrose de caseificação) em 90% dos casos. Em PVHIV
com imunossupressão mais grave, o rendimento da baciloscopia aumenta significativamente.
Nos casos de TB cutânea (inoculação do bacilo na pele), o diagnóstico é feito pela presença
do BAAR ou cultura ou identificação do granuloma com necrose de caseificação no fragmento
de biopsia, cujo rendimento varia muito. No eritema endurado de Bazin, o achado histológico
é o de uma paniculite lobular com vasculite e, no eritema nodoso, uma paniculite septal.
TB da laringe – o diagnóstico é feito por laringoscopia com biopsia, cujo rendimento histológico
é elevado. Na presença de lesão visível na laringe, a biopsia deve ser realizada mesmo com a
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TB de intestino – acomete a região ileocecal e/ou a região jejunoileal em 75% dos casos, embora
possa ocorrer também no cólon ascendente, apêndice, duodeno e retossigmoide. Alguns
autores sugerem a realização da colonoscopia com biopsia já como primeiro procedimento
diagnóstico invasivo na suspeita de TB intestinal. O rendimento varia de acordo com a série,
mas costuma ser elevado.
70
6. Outros Métodos Diagnósticos
Nos últimos anos, novos testes moleculares diagnósticos baseados na técnica da reação em
cadeia da polimerase (PCR) foram desenvolvidos, o que tem representado um avanço na
detecção de doenças infecciosas. Para o diagnóstico da TB, a OMS recomenda as seguintes
tecnologias (WHO, 2015).
Line
Probe Assay (LPA) – técnica de biologia molecular para o diagnóstico rápido
da tuberculose drogarresistente. Comercialmente encontram-se disponíveis os
GenoType MTBDRplus® e MTBDRsl®. Ambos são ensaios qualitativos que utilizam
membranas de nitrocelulose com sondas de regiões parciais de genes de resistência.
71
AccuProbe Mycobacterium tuberculosis Complex culture identification test (Gen-Probe)
– baseado na hibridização de uma sonda, marcada com reagente quimioluminescente,
ao 16S-rRNA do organismo alvo. O híbrido DNA/RNA marcado é medido em um
luminômetro. O teste é específico para identificação do complexo M. tuberculosis de
amostras de escarro positivas e negativas. O teste é usado como complemento dos
exames de baciloscopia e cultura.
72
7. Diagnóstico de HIV nas Pessoas com Tuberculose
Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV.
O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com TB tem importante impacto no
curso clínico da doença. Portanto, o teste diagnóstico para HIV, preferencialmente o rápido,
deve ser oferecido, o mais cedo possível, a toda pessoa com diagnóstico estabelecido de
TB (Figura 8).
Diagnóstico de TB
1
Aplicar algoritmos para diagnóstico de HIV (BRASIL, 2014).
2
Serviço de Atendimento Especializado.
73
A Portaria nº 29, de 17 de dezembro de 2013 (BRASIL, 2013), aprova o Manual Técnico para
o Diagnóstico de HIV (BRASIL, 2014) e recomenda a utilização de Teste Rápido (TR) para o
diagnóstico de HIV em pessoas com TB. O teste rápido de sangue total obtido através de
punção digital é amplamente disseminado na atenção básica e em programas de controle
de TB (BRASIL, 2013).
Os TR’s são imunoensaios simples, de fácil execução, com resultado obtido em até 30 minutos.
O teste deve ser ofertado no momento do diagnóstico da TB ou o mais rapidamente possível
no próprio estabelecimento de saúde em que o paciente for atendido e deve ser realizado
por profissionais de saúde capacitados. O MS oferece modelos de treinamentos presencial
ou a distância (Sistema TELELAB, disponível em <https://www.telelab.aids.gov.br/index.
php/component/k2/item/93-diagnostico-de-hiv>), que aborda vários aspectos relativos à
qualidade, segurança e execução do TR.
De acordo com os fluxogramas de diagnóstico da infecção pelo HIV que envolvem TR, o
diagnóstico só pode ser estabelecido após a realização de dois TR, e o laudo deverá ser
emitido por um profissional de saúde habilitado. Nas situações em que somente um teste
rápido for ofertado ao paciente, ele se caracterizará por um teste de triagem e, portanto, não
haverá a emissão de um laudo. Nesse caso, o paciente que obtiver resultado reagente para o
teste de triagem deverá ser encaminhado para o serviço de saúde referência de diagnóstico
para o HIV estabelecido pela rede para a confirmação do diagnóstico.
É importante ressaltar que a equipe de saúde responsável pelo atendimento dos pacientes
com TB deve estar preparada para orientar e atender a demanda de questionamentos
referentes ao HIV e, principalmente, à coinfecção TB-HIV, além dos benefícios do diagnóstico
e tratamento precoces do HIV com o uso de antirretrovirais. O teste diagnóstico de HIV deve
ser realizado com o consentimento do paciente, observando-se o sigilo e a confidencialidade
e utilizando-se dos algoritmos diagnósticos estabelecidos.
74
8. Diagnóstico em Situações Especiais
Os sintomas nas crianças geralmente são inespecíficos e se confundem com infecções próprias
da infância, o que dificulta a avaliação. Na suspeita de tuberculose deve-se procurar a tríade
clássica: redução do apetite, perda de peso e tosse crônica (HERTTING; SHINGADIA, 2014).
A tosse é caracterizada por ser persistente, com mais de duas semanas de duração, com piora
progressiva, diferentemente de outros casos de tosse crônica nessa fase de vida. Raramente
os pacientes apresentam outros sintomas respiratórios. A ausculta pulmonar pode variar
desde normal à presença de qualquer tipo de ruído adventício. É mandatório pensar no
diagnóstico de tuberculose na criança com pneumonia que não melhora com o tratamento
antimicrobiano habitual (MARAIS et al., 2005).
A febre, quando presente, é persistente, geralmente acima de 38ºC, e ocorre ao final da tarde.
Além da perda de peso, pode-se encontrar retificação na curva de peso/estatura. Outros
sinais e sintomas gerais, como anorexia, adinamia, sudorese noturna, hepatoesplenomegalia
e linfonodomegalia, podem estar presentes e ajudar na suspeição diagnóstica. Sinais
De um modo geral, a frequência dos sintomas é baixa, mas, quando presentes de forma
persistente (e não remitente), são de grande valor no diagnóstico da TB em crianças (MARAIS
et al., 2005).
75
8.1.2. Diagnóstico da tuberculose pulmonar por sistema de escore
O diagnóstico da TB pulmonar na infância é baseado em uma combinação de critérios clínicos,
epidemiológicos, associados a teste imunológico não específico de infecção tuberculosa
e à radiografia de tórax. Não existe padrão ouro para seu diagnóstico, nem um algoritmo
diagnóstico universal (LIGHTER; RIGAUD, 2009; WHO, 2013a).
Deve ser realizado em posição póstero-anterior (PA) e perfil e, na maioria das vezes, seu
resultado não requer complementação com exames mais sensíveis como a tomografia. Os
achados radiográficos mais sugestivos da TB pulmonar em crianças são pneumonias com
qualquer aspecto radiológico, de evolução lenta, às vezes associadas à adenomegalias hilares
e/ou paratraqueais (gânglios mediastínicos aumentados de volume) ou que cavitam durante
a evolução e infiltrado nodular difuso (padrão miliar).
A prova tuberculínica (PT) deve ser interpretada como sugestiva de infecção por M. tuberculosis,
independentemente do tempo de vacinação pela BCG. Considerar positivo quando ≥ a 5mm e
negativa quando < a 5 mm (ver capítulo Diagnóstico da Infecção Latente pelo M. tuberculosis).
O efeito da BCG sobre o resultado da prova tuberculínica reduz com o passar do tempo,
principalmente se a BCG foi feita antes de um ano de idade, realidade da população brasileira.
(FARHAT et al., 2006; MENZIES; VISSANDJEE; AMYOT, 1992).
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Outro teste empregado para detectar a infeção pelo M. tuberculosis é a dosagem sanguínea
de interferon gama (denominados IGRAs). Assim como a PT, também não é capaz de distinguir
entre infecção e doença, mas tem uma ótima especificidade, geralmente não reagindo com
outras micobactérias. Os IGRAs, no entanto, têm custo elevado e seus resultados são incertos
em menores de 5 anos de idade (CHEN et al., 2011).
76
O escore brasileiro é o que apresenta mais estudos de validação com consistentes
sensibilidades e especificidades como sistema de apoio ao diagnóstico de TB pulmonar
na infância em relação a outros escores existentes (PEARCE et al., 2012; SANT’ANNA
et al., 2006).
Infecção Radiografia
respiratória com normal
melhora após uso
de antibióticos
para germes
comuns ou sem
antibióticos
- 10 pontos - 5 pontos 0 ponto 0 ponto 0 ponto
continua
77
conclusão
Interpretação
≥ 40 pontos (diagnóstico muito provável) recomenda-se iniciar o tratamento da tuberculose.
30 a 35 pontos (diagnóstico possível) indicativo de tuberculose; orienta-se iniciar o tratamento a critério
médico.
< 25 pontos (diagnóstico pouco provável) deve-se prosseguir com a investigação na criança. Deverá
ser feito diagnóstico diferencial com outras doenças pulmonares e podem ser empregados métodos
complementares de diagnóstico, como baciloscopias e cultura de escarro induzido ou de lavado gástrico,
broncoscopia, histopatológico de punções e outros exames de métodos rápidos.
Observações:
1. Na impossibilidade de realizar a prova tuberculínica, recomenda-se empregar o sistema de pontuação
e, caso este não permita o diagnóstico da tuberculose pulmonar, o caso deve ser individualizado e, se
oportuno, enviado a serviço de referência.
2. Crianças com suspeita de tuberculose, muitas vezes, após reavaliações, repetição dos exames e
terapêuticas empíricas para germes comuns ou quadros alérgicos, se investigados por pediatras ou médicos
treinados em unidades de referência, podem ter tal diagnóstico afastado (ROSSONI, 2015).
O lavado gástrico continua sendo a forma mais comum de se obter amostras respiratórias
em crianças pequenas, sendo geralmente preconizadas duas coletas em dias subsequentes.
Pode ser realizado por profissional experiente, tanto ambulatorialmente como em pacientes
internados, devendo ser efetuado apenas onde a cultura para o M. tuberculosis esteja
disponível, pelo risco de falsos positivos com a baciloscopia, pela possível presença de
outras micobactérias no conteúdo gástrico (MACIEL et al., 2010). O TRM-TB também pode
ser utilizado desde que associado à cultura, pois apresenta sensibilidade menor do que a
cultura em crianças.
78
A indução de escarro e o lavado ou aspirado gástrico apresentam sensibilidade em torno de
20% a 40%. Os riscos do lavado gástrico são pequenos sangramentos durante a aspiração, e
os da indução de escarro são hipoxemia transitória, desencadeamento de broncoespasmo,
vômitos e aumento de derrames pleurais pré-existentes. A grande limitação desse tipo de
coleta (indução de escarro) é que, idealmente, deve ser realizada em condições adequadas de
biossegurança (MACIEL et al., 2010). A coleta de escarro de forma induzida (escarro induzido)
pode aumentar o rendimento do exame bacteriológico do escarro. Assim, fica reservada a
casos especiais, a critério clínico.
A coleta de escarro para exame bacteriológico (baciloscopia e cultura e TRM-TB), muitas vezes,
é possível a partir dos cinco ou seis anos de idade. O TRM-TB é muito útil em adolescentes
que em geral são bacilíferos.
A TB perinatal deve ser suspeitada em recém-nascidos cuja mãe teve TB grave durante
a gestação ou, após o parto, esteve em contato com qualquer pessoa da família com TB.
No recém-nascido, aparece o padrão miliar à radiografia em metade dos casos; a ultrassonografia
79
abdominal pode mostrar pequenos focos no fígado e baço, macronódulos e dilatação do trato
biliar; podem ser necessárias biópsias de fígado ou medula óssea.
Toda criança nascida de mãe com tuberculose durante a gestação e no momento do parto
deve ser clinicamente avaliada no sentido de excluir doença ativa na criança e orientar
procedimentos de prevenção como vacinação e/ou quimioprofilaxia primária (ver capítulo
Tratamento da Infecção Latente pelo M. tuberculosis).
Estudos brasileiros mostram uma grande variação de tempo entre o início dos sinais e
sintomas de TB e o diagnóstico pode variar de 1 a 552 dias em um estudo e mediana de 120
dias em outro (COIMBRA et al., 2012; SCHMALTZ; LOPES; ROLLA, 2009).
Segundo orientação da OMS, adultos e adolescentes infectados pelo HIV devem ser
questionados em todas as visitas aos serviços de saúde sobre a presença dos sintomas abaixo:
80
Quadro 12 – Apresentação da tuberculose em pessoas vivendo com HIV
Apresentação
Ocasional Frequente
extrapulmonar
Baciloscopia de
Frequentemente positiva Frequentemente negativa
escarro
Baciloscopia
Frequentemente negativa Frequentemente positiva
de tecido
Nas pessoas vivendo com HIV, o diagnóstico bacteriológico é ainda mais importante para
confirmar a presença de TB ativa, realizar o diagnóstico diferencial com outros agravos e
conhecer o perfil de sensibilidade aos medicamentos para TB.
81
altos nos indivíduos com imunossupressão avançada. Esse teste é extremamente útil no
diagnóstico de TB de serosas, em pacientes com TB-HIV, pela sua simplicidade, rapidez e
baixo custo (ver capítulo 6. Outros Métodos Diagnósticos).
Formas pulmonares
Apresentação pulmonar atípica é frequente na coinfecção TB-HIV e é um sinal sugestivo de
imunodeficiência avançada, sendo comum a presença apenas de infiltrado em segmento(s)
inferior(es) pulmonares e/ou linfadenomegalia hilar. Nesse caso, as lesões podem ser melhor
definidas pela tomografia computadorizada de alta resolução. PVHIV com TB pulmonar
tende a apresentar, mais comumente, perda de peso e febre e menos tosse e hemoptise em
comparação ao paciente não infectado pelo HIV (WHO, 2004)
Nas formas pulmonares, em pacientes com linfócitos T CD4+ > 350 cel/mm3, a apresentação
clínica é semelhante a pacientes não infectados, sendo a TB frequentemente delimitada aos
pulmões e radiografia de tórax com infiltrado em lobos superiores com ou sem cavitação
(PERLMAN et al., 1997) ou derrame pleural, que pode ser mensurado pela ultrassonografia
de tórax.
Formas extrapulmonares
Devido à maior frequência de formas extrapulmonares e disseminadas em pessoas infectadas
por HIV, a investigação adequada requer uma estrutura diagnóstica que envolva a realização
de procedimentos invasivos para coleta de espécimes clínicos como líquido pleural, líquor
ou biopsia de órgãos sólidos (por exemplo linfonodos e pleura).
82
9. Diagnóstico da Infecção Latente pelo
M. tuberculosis (ILTB)
Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-
se, dependendo do grau de exposição (proximidade, condições do ambiente e tempo de
convivência), da infectividade do caso índice (quantidade de bacilos eliminados, presença de
caverna na radiografia de tórax) e de fatores imunológicos individuais. As pessoas infectadas,
em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo. Essa
condição é conhecida como infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB). A OMS
estima que um quarto da população mundial tenha ILTB. Esses indivíduos não apresentam
nenhum sintoma e não transmitem a doença, mas são reconhecidos por testes que detectam
a imunidade contra o bacilo.
Antes de se afirmar que um indivíduo tem ILTB, é fundamental excluir a TB ativa, por meio
da anamnese, exame clínico e radiografia de tórax.
Cerca de 5% das pessoas não conseguem impedir a multiplicação dos bacilos e adoecem
na sequência da primoinfecção. Outros 5%, apesar de bloquearem a infecção nessa fase,
adoecem posteriormente por reativação desses bacilos ou em consequência de exposição
a uma nova fonte de infecção.
O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a primoinfecção, mas
o período de latência pode se estender por muitos anos e mesmo décadas. Além da conversão
recente, fatores relacionados à competência do sistema imunológico podem aumentar o risco
Apesar de grande parte da população mundial estar infectada com M. tuberculosis, não há
indicação de investigação indiscriminada de ILTB na população em geral. Essa investigação
é indicada somente em populações que potencialmente se beneficiarão do tratamento
preconizado para ILTB (ver Quadro 13).
83
Quadro 13 – Populações com indicação de investigação de ILTB
A prova tuberculínica (PT) é utilizada para diagnóstico de ILTB e pode também auxiliar o
diagnóstico de tuberculose ativa em crianças (WHO, 2015). Consiste na inoculação intradérmica
de um derivado protéico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular
a esses antígenos.
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84
A prova tuberculínica reativa, isoladamente, indica apenas a presença
de infecção e não é suficiente para o diagnóstico da tuberculose doença.
A solução da tuberculina deve ser conservada em temperatura entre 2oC e 8oC e não deve
ser exposta à luz solar direta.
Aplicação do PPD
A técnica de aplicação (Mantoux) e o material utilizado possuem especificações semelhantes
às usadas para a vacinação com a BCG.
A injeção do líquido faz aparecer uma pequena área de limites precisos, pálida e de aspecto
pontilhado como casca de laranja.
As técnicas de aplicação, leitura e o material utilizado são padronizados pela OMS (ARNADOTTIR
et al., 1996). A PT deve ser realizada por profissionais habilitados. Durante o procedimento
de aplicação da PT, as medidas de controle de infecção recomendadas envolvem o uso de
equipamento de proteção individual (EPI): luvas, óculos de proteção e destinação adequada
dos materiais perfurocortantes.
O resultado da PT deve ser registrado em milímetros, inclusive quando não houver enduração.
Nesse caso, o profissional deverá anotar: ZERO mm.
85
Interpretação
A especificidade da PT é alta (97%, isto é, 3% de resultados falso-positivos), principalmente
se a BCG for aplicada no primeiro ano de vida, como ocorre no Brasil. Reações falso-positivas
(indivíduos com PT positiva e sem ILTB) podem ocorrer em indivíduos infectados por outras
micobactérias ou vacinados com a BCG, principalmente se vacinados (ou revacinados) após o
primeiro ano de vida, quando a BCG produz reações maiores e mais duradouras. Entretanto,
10 anos após a BCG, apenas 1% das PTs positivas pode ser atribuído à BCG. Isso significa que,
em adolescentes e adultos não revacinados, a PT positiva pode ser considerada como ILTB
(PAI; ZWERLING; MENZIES, 2008; RUFFINO-NETTO, 2006; WHO, 1955). No Brasil, a cobertura pela
BCG é universal e a vacinação é usualmente realizada nos primeiros dias de vida.
Tuberculina mal conservada: exposta à luz direta ou ultravioleta, congelada, contaminada com
fungos, manutenção em frascos inadequados e desnaturação
Gravidez
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86
9.3. Diagnóstico pelo IGRA
O teste QuantiFERON®-TB Gold in tube (QFT; Cellestis, Victoria, Austrália) quantifica, por meio
de um ensaio imunoenzimático (ELISA), os níveis de interferon-gama liberado pelas células T
de memória após estimulação de sangue total com os antígenos específicos do MTB (CELLESTIS
QIAGEN COMPANY, 2013).
Os IGRA têm demonstrado diversas vantagens sobre a PT. Entre elas, destaca-se o fato de não
ser influenciado pela vacinação prévia com BCG (ANDERSEN et al., 2000; FERRARA et al., 2005)
e de ser menos influenciado por infecção prévia por micobactérias não tuberculosas (MNT),
o que confere elevada especificidade diagnóstica (AREND et al., 2002; FERRARA et al., 2005).
Outras vantagens consistem no resultado não sujeito ao viés do leitor e no fato de o teste ser
realizado em amostra biológica, o que reduz o risco de efeitos adversos. Além disso, os IGRAs
possuem vantagens operacionais, pois, ao requerer apenas uma visita do paciente, o retorno
para a leitura do teste não é necessário. Entre as desvantagens, destacam-se o custo elevado
comparado à PT, a necessidade de se realizar a coleta de sangue, a não recomendação para
testes seriados, a frequência de resultados indeterminados, a necessidade de um laboratório
Os IGRAs têm sido recomendados nos últimos anos como potenciais substitutos ou
complementares à PT nos países de alta renda, mas ainda não estão incorporados ao SUS
(CDC, 2005; EUROPEAN CENTER FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2011).
87
Limitações
A acurácia e os valores preditivos dos IGRAs são similares aos da PT mesmo em diferentes
grupos (PVHIV, crianças) (TRAJMAN; STEFFEN; MENZIES, 2013). Não são indicados para o
diagnóstico de ILTB em crianças < 2 anos de idade devido à falta de dados na literatura e a
pouca confiabilidade do método em crianças pequenas (STARKE; DISEASES, 2014). As vantagens
e desvantagens de cada uma das tecnologias encontram-se no Quadro 15.
Pode ser usada de forma seriada (PVHIV, Testes seriados não recomendados (reversão e
profissionais de saúde) conversão espontâneas)
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93
PARTE III
TRATAMENTO
1. Introdução
97
2. Bases Bacteriológicas e Farmacológicas
98
Figura 9 – Mecanismo de ação dos medicamentos
Amicacina
Canamicina
Moxifloxacino Linezolida Capreomicina PAS Clofazimina
PA-824 Rifampicina Sutezolida
Gatifloxacino
Delamanide Rifabutina AZD5847
Ofloxacino Claritromicina
Ribossomo
Inibição
da
Inibição Inibição síntese
da da ácido
Espécies Síntese síntese Espécies
Inibição da síntese protéica fólico reativas
reativas DNA RNA
99
Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil
O bacilo é dependente de oxigênio para o seu metabolismo e tem seu comportamento
modulado pela concentração do gás no ambiente em que ele se encontra.
Na lesão pulmonar cavitária, existem condições ideais para a intensa atividade metabólica
e para o crescimento bacilar rápido, como boa oferta de oxigênio, pH neutro e a presença
de substâncias nutritivas. Pelas condições ideais, nas lesões cavitárias formam-se grandes
populações bacilares, com frequência variável, de subpopulações de bacilos com mutações
genéticas que conferem resistência natural aos medicamentos usados no tratamento da TB
(Quadro 16). Se o esquema terapêutico é equivocado, realizado de maneira irregular, com
doses inadequadas ou interrompido precocemente, cepas resistentes aos medicamentos
podem ser selecionadas, caracterizando a resistência adquirida (COURA, 2013).
Quadro 16 – Proporção de bacilos com mutações genéticas e resistência aos principais medi-
camentos antiTB
100
Quadro 17 – Características do M. tuberculosis e o local de atuação dos medicamentos antiTB.
Rifampicina
pH ácido.
Intracelular Pirazinamida
Crescimento lento Ação enzimática celular.
(macrófagos) Isoniazida
Baixa oferta de oxigênio.
Etambutol
Rifampicina
pH neutro.
Isoniazida
Cavidade pulmonar Crescimento geométrico Boa oferta de oxigênio.
Estreptomicina
Presença de nutrientes.
Etambutol
101
3. A Escolha do Melhor Esquema de Tratamento
Características
� desejáveis: rápida melhora clínica, redução das chances de óbito,
diminução rápida da capacidade infectante e redução da possibilidade de selecionar
bacilos resistentes.
Medicamentos, em ordem de importância: isoniazida, rifampicina, fluoroquinolonas
�
(Lfx > Mfx), injetáveis, linezolida, bedaquilina (não disponível no Brasil), delamanid
(não disponível no Brasil) e etionamida.
102
atividade bactericida precoce são: isoniazida, estreptomicina e rifampicina. A isoniazida e a
rifampicina são ativas em todas as populações bacilares sensíveis, quer intracavitárias, no
interior dos granulomas ou dos macrófagos. A estreptomicina é mais ativa contra os bacilos
de multiplicação mais rápida, no interior das cavidades. A pirazinamida age nas populações
que se encontram no interior das lesões caseosas fechadas e dos macrófagos, cujo meio é
ácido. Os medicamentos com maior poder esterilizante são: rifampicina e pirazinamida. O
etambutol é bacteriostático e é estrategicamente associado aos medicamentos mais potentes
para prevenir a emergência de bacilos resistentes (OMS,2006) (Quadro 18).
Injetáveis
Injetáveis
FQN1 Injetáveis
Linezolida
Etionamida Linezolida Injetáveis
Moderada Clofazimina
Cicloserina Bedaquiina Pirazinamida
Bedaquiina
PAS1 Delamanid
Delamanid
Linezolida
Etambutol
Etionamida Rifampicina
Baixa Pirazinamida Isoniazida
Pitazinamida Isoniazida
FQN1
103
4. Esquemas de Tratamento para a Tuberculose
O esquema básico em crianças (< de 10 anos de idade) é composto por três fármacos na
fase intensiva (RHZ), e dois na fase de manutenção (RH), com apresentações farmacológicas
individualizadas (comprimidos e/ou suspensão).
104
Quadro 19 – Esquemas de tratamento da tuberculose e local de manejo clínico preferencial
Toxicidade, intolerância ou
impedimentos ao uso do
Esquemas Especiais Referência Secundária3
Esquema Básico e avaliação de
falência terapêutica4
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
1
Caso novo ou virgem de tratamento (VT): paciente nunca submetido ao tratamento antiTB ou realização de
tratamento por menos de 30 dias.
2
Retratamento: paciente que já fez o tratamento antiTB por mais de 30 dias e que necessite de novo tratamento após
abandono ou por recidiva (após a cura ou tratamento completo).
3
Recomendado TDO compartilhado com a Atenção Primária.
4
Falência terapêutica: paciente que apresenta persistência de baciloscopia de escarro positiva ao final do tratamento;
paciente que inicialmente apresentava baciloscopia fortemente positiva (++ ou +++) e mantém essa positividade até
o quarto mês de tratamento; e pacientes com baciloscopia inicialmente positiva, seguida de negativação e nova
positividade, por dois meses consecutivos, a partir do quarto mês de tratamento.
105
Quadro 20 – Esquema Básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes (≥ 10 anos
de idade)
20 a 35 Kg 2 comprimidos
RHZE
150/75/400/275 mg 36 a 50 Kg 3 comprimidos 2 meses
(comprimidos (fase intensiva)
em doses fixas 51 a 70 Kg 4 comprimidos
combinadas)
Acima de 70 Kg 5 comprimidos
1 comp 300/150 mg ou
20 a 35 Kg
2 comp 150/75 mg
RH
1 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg
300/150 mg 1 36 a 50 Kg 4 meses
ou 3 comp 150/75 mg
ou 150/75 mg
(fase de
(comprimidos 2 comp 300/150 mg ou manutenção)
em doses fixas 51 a 70 Kg
4 comp 150/75 mg
combinadas)
2 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75
Acima de 70 Kg
mg ou 5 comp 150/75 mg
Fonte: (RATIONAL PHARMACEUTICAL MANAGEMENT PLUS, 2005; WHO, 2003). Adaptado de BRASIl, 2011.
R – Rifampicina; H – isoniazida; Z – Pirazinamina; E – Etambutol.
1
A apresentação 300/150 mg em comprimido deverá ser adotada assim que disponível.
106
Quadro 21 – Esquema Básico para o tratamento da TB meningoencefálica e osteoarticular em
adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade)
20 a 35 Kg 2 comprimidos
RHZE
150/75/400/275 mg 36 a 50 Kg 3 comprimidos
2 meses
(comprimidos (fase intensiva)
em doses fixas 51 a 70 Kg 4 comprimidos
combinadas)
Acima de 70 Kg 5 comprimidos
1 comp 300/150 mg ou
20 a 35 Kg
2 comp 150/75 mg
RH
1 comp 300/150 mg + 1 comp de
300/150 mg 1 ou 36 a 50 Kg
150/75 mg ou 3 comp 150/75 mg 10 meses
150/75 mg
(fase de
(comprimidos 2 comp 300/150 mg ou manutenção)
em doses fixas 51 a 70 Kg
4 comp 150/75 mg
combinadas)
2 comp 300/150 mg + 1 comp de
Acima de 70 Kg
150/75 mg ou 5 comp 150/75 mg
Fonte: (RATIONAL PHARMACEUTICAL MANAGEMENT PLUS, 2005; WHO, 2003). Adaptado de BRASIl, 2011.
R – Rifampicina; H- Isoniazida; Z – Pirazinamina; E – Etambutol.
1
A apresestação 300/150 mg em comprimido deverá ser adotada assim que disponível.
Observações:
Quando
existir concomitância entre a forma meningoencefálica ou osteoarticular
e quaisquer outras apresentações clínicas, utilizar o esquema para TB meningoence-
fálica ou osteoarticular.
Quando
TB osteoarticular de baixa complexidade, pode-se tratar por 6 meses, a
critério clínico.
107
4.1.3. Esquema Básico para crianças (< 10 anos de idade): 2RHZ/4RH
Indicações:
Casos novos e de retratamento (recidiva e reingresso após abandono) que apresentem
doença ativa em crianças (< 10 anos de idade), de todas as formas de tuberculose
pulmonar e extrapulmonar (Quadro 22), exceto a forma meningoencefálica e
osteoarticular.
Peso do paciente
Crianças com TB, infectadas pelo HIV ou desnutridas, deverão receber suplementação de
piridoxina – vitamina B6 (5 a 10 mg/dia) (WHO, 2014).
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108
De modo semelhante, o tratamento da TB osteoarticular deve ser feito por 12 meses. No entanto,
casos de baixa complexidade podem ser tratados por 6 meses, a critério clínico (WHO, 2014).
Peso do paciente
Observações:
Quando existir concomitância entre a forma meningoencefálica ou osteoarticular e
quaisquer outras apresentações clínicas, utilizar o esquema para TB meningoencefálica
ou osteoarticular.
Associar
corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro semanas ou,
nos casos graves de tuberculose meningoencefálica, dexametasona injetável (0,3 a
109
4.2. Considerações sobre o tratamento
Considerações:
O tratamento das formas extrapulmonares tem a duração de seis meses, exceto as
formas meningoencefálica e osteoarticular.
O tratamento
da TB em PVHIV tem a duração de seis meses, independentemente
da fase de evolução da infecção viral (ver capítulo Esquemas de Tratamento para a
Tuberculose).
Em casos individualizados, independentemente da presença de outras morbidades,
quando a TB apresentar evolução clínica não satisfatória, o tratamento poderá ser
prolongado na sua segunda fase, de quatro para sete meses.
O prolongamento da fase de manutenção deve ser definido, idealmente, na referência
secundária da tuberculose. Algumas indicações para a ampliação do tempo de
tratamento da segunda fase são descritas a seguir:
pacientes com baciloscopias de acompanhamento negativas, com evolução
›
clínica e/ou radiológica insatisfatórias;
pacientes com baciloscopia positiva (poucos bacilos) no quinto ou sexto mês de
›
tratamento, isoladamente, com boa evolução clínica e radiológica. Investigar a
possibilidade de TB resistente;
pacientes com apresentação radiológica evidenciando múltiplas cavidades,
›
especialmente se exibem baciloscopia positiva ao final do segundo mês de
tratamento. Investigar a possibilidade TB resistente.
Os casos de tuberculose definidos por critérios clínicos deverão seguir as mesmas
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Uma vez iniciado o tratamento, ele não deve ser interrompido, salvo após uma rigorosa
revisão clínica e laboratorial que determine mudança de diagnóstico (LOPES, 2006).
Situações
de prolongamento da fase de ataque (primeira fase) estão descritas no
capítulo Seguimento de Tratamento.
110
4.3. Modalidades de tratamento
TB meningoencefálica;
intolerância aos medicamentos antiTB incontrolável em ambulatório;
estado geral que não permita tratamento em ambulatório;
intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB que necessitem de
tratamento e/ou procedimento em unidade hospitalar; e
situação de vulnerabilidade social como ausência de residência fixa ou grupos com
maior possibilidade de abandono, especialmente se for um caso de retratamento,
falência ou multirresistência.
O Esquema Básico pode ser administrado nas doses habituais para gestantes e, dado risco
de toxicidade neurológica ao feto atribuído à isoniazida, recomenda-se o uso de piridoxina
(50mg/dia).
111
Os medicamentos antiTB passam em pequenas quantidades pelo leite materno, por isso
a importância do seu uso seguro durante a amamentação (RICH; SEUNG, 2003; WHO, 2014).
Não há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não seja portadora de mastite
tuberculosa. É recomendável, entretanto, que faça uso de máscara cirúrgica ao amamentar
e ao cuidar da criança, enquanto a baciloscopia do escarro se mantiver positiva. No Anexo II
está descrita a segurança das medicações durante aleitamento materno.
4.4.2. Hepatopatias
Alguns dos medicamentos antiTB apresentam hepatotoxicidade que pode ser potencializada
pelas interações medicamentosas e o uso de doses acima das preconizadas. É importante
considerar o peso do paciente no momento da prescrição do medicamento, durante todo o
tratamento, visando a evitar dose excessiva.
Em pequeno percentual dos pacientes, observa-se, nos dois primeiros meses de tratamento,
elevação assintomática dos níveis séricos das enzimas hepáticas, sem qualquer manifestação
clínica e sem necessidade de interrupção ou alteração do esquema terapêutico, seguida de
normalização espontânea.
O tratamento só deverá ser interrompido quando os valores das enzimas atingirem até
cinco vezes o valor normal em pacientes sem sintomas digestivos, três vezes o valor normal,
acompanhado de sintomas dispépticos, ou logo que a icterícia se manifeste. É recomendado
encaminhar o paciente a uma unidade de referência secundária para acompanhamento clínico
e laboratorial, além da adequação do tratamento, caso seja necessário.
Após a interrupção do tratamento, se houver redução dos níveis séricos das enzimas hepáticas
e resolução dos sintomas, indica-se a reintrodução do Esquema Básico da seguinte maneira:
rifampicina + etambutol, seguida pela isoniazida, e por último a pirazinamida, com intervalo
de três a sete dias entre elas. A reintrodução de cada medicamento deverá ser precedida da
análise da função hepática. O tempo de tratamento será considerado a partir da data em que
foi possível retomar o esquema terapêutico completo. Se a dosagem das enzimas hepáticas
não reduzir para menos de três vezes o limite superior da normalidade, em quatro semanas
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ou em casos graves de tuberculose, disfunção hepática e/ou cirrose prévia, iniciar esquema
alternativo (Quadro 24).
112
Quadro 24 – Condutas frente a hepatopatias
Observações:
As
fluoroquinolonas induzem à resistência microbiana em curto período, por isso
4.4.3. Nefropatias
Nos pacientes com nefropatias é necessário conhecer a taxa de depuração de creatinina
(clearance) antes de iniciar o esquema terapêutico, para que sejam ajustadas as doses dos
medicamentos que apresentam eliminação renal (Quadro 25).
113
Quadro 25 – Fórmula para o cálculo clearance de creatinina (unidade: ml/min)
Para homens (140 – idade do paciente) X peso (em kg) / 72 X creatinina sérica (mg/dL)
Para mulheres (140 – idade do paciente) X peso (em kg) / [72 X creatinina sérica (mg/dL)] X 0,85
Observações:
Para pacientes nefropatas (clearence de creatinina < 30ml/min) que usarão somente
medicamentos do Esquema Básico no tratamento da TB, considerando a utilização
de dose fixa combinada, o esquema preconizado consiste em: RHZE (2ª, 4ª e 6ª) e
RH (3ª, 5ª, Sábado e Domingo) durante 2 meses na fase intensiva, seguidos de RH
diariamente durante 4 meses na fase de manutenção (considerar o peso para avaliar
a quantidade de comprimidos).
Em todos os casos recomenda-se a realização do tratamento diretamente observado.
Para pacientes em hemodiálise, os medicamentos deverão ser tomados após o proce
dimento, no mesmo dia.
4.4.4. Diabetes
Nos pacientes com diabetes e tuberculose deve-se ficar atento às complicações referentes ao
tratamento de ambas as doenças. Como o diabetes retarda a resposta microbiológica, pode
ocorrer diminuição das taxas de cura, aumento das recaídas, além de maior evolução para
tuberculose resistente (WHO, 2011). Nesse sentido, é de fundamental importância o tratamento
diretamente observado, o adequado controle glicêmico e o controle do tratamento da TB por
meio das baciloscopias mensais.
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114
o ajuste de dose da medicação empregada, e a HbA1c é o parâmetro utilizado para avaliar
o controle glicêmico em médios e em longos prazos, pois reflete os níveis glicêmicos dos
últimos dois/três meses. As metas glicêmicas ideais são: HbA1c ≤ 7,0%, glicemia de jejum
entre 70 – 130 mg/dL e pós-prandial abaixo de 180 mg/Dl (BRASIL, 2013).
Recomenda-se também que os pacientes devam receber piridoxina (vitamina B6) 50mg/dia
durante o tratamento com isoniazida, devido ao risco aumentado de neuropatia periférica
(JORGENSEN; FAURHOLT-JEPSEN, 2014).
115
Tratamento da TB em PVHIV
Devem ser utilizados os esquemas padronizados para o tratamento da TB na população
em geral (Quadros 20, 21, 22 e 23). O prolongamento da fase de manutenção poderá ser
considerado dependendo da evolução clínica e/ou bacteriológica (ver neste capítulo item
4.2. Considerações sobre o tratamento). A adesão ao tratamento é de fundamental importância
nessa população, por isso recomenda-se a realização do TDO, que, preferencialmente, será
realizado de forma compartilhada entre os SAEs e unidades de atenção básica.
2Rfb H Z E 4 Rfb H
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
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Observações:
Não está recomendada a utilização da rifabutina em gestantes (ver Anexo I).
As dosagens preconizadas para medicamentos individualizados estão disponíveis nos
Anexos IV, V e VI.
116
O uso da rifabutina não permite a utilização dos medicamentos em dose
fixa combinada para tratamento da TB, o que implica maior número de
comprimidos e pode acarretar dificuldades na adesão ao tratamento.
Para os pacientes virgens de tratamento antirretroviral, com contagem de LT-CD4+ < 50 céls/
mm³, é recomendado o início do TARV em até duas semanas após o início de tratamento da
TB. Nos pacientes com CD4 ≥ 50 céls/mm³, o início do TARV deve ocorrer no início da fase de
manutenção do tratamento da TB (8ª semana).
Pacientes com contagens de LT-CD4+ < 50 cel/mm³ apresentam maior risco de morte caso o
TARV não seja iniciado precocemente, após o início do tratamento da tuberculose. Revisão
sistemática (UTHMAN et al., 2015) demonstrou que o início precoce do TARV, quando comparado
ao início após oito semanas de tratamento, reduz significativamente a mortalidade em
pacientes com LT-CD4+ < 50 céls/mm3, mas não em pacientes com LT-CD4+ > 50 céls/mm3. Esse
estudo também aponta que o risco de síndrome inflamatória de reconstituição imunológica
117
(SIR) foi maior nos pacientes que iniciaram TARV precocemente independentemente da
contagem de LT-CD4+ (Quadro 27).
Nesses casos, o TARV precoce não apresenta benefício (TÖRÖK et al., 2011).
118
B. Escolha dos antirretrovirais em pacientes com tuberculose ativa
Há boa resposta virológica e imunológica com doses padrão de efavirenz (EFV) e, em menor
grau, com a nevirapina (NVP), quando combinadas com rifampicina (BERTRAND et al., 2013)
(MANOSUTHI et al, 2006; MOSES et al, 2010; SWAMINATHAN et al 2011; BERTRAND et al, 2013).
Por sua vez, embora a rifabutina leve à menor indução do citocromo P450, o seu metabolismo
pode ser afetado tanto pelos ITRNN, bem como pelos IP. Apesar disso, o risco de interações
Os esquemas antirretrovirais compostos por dois ITRN + EFV em dose padrão constituem a
opção de primeira escolha do TARV para pacientes em uso de rifampicina e virgens de TARV
(BRASIL, 2017; PANEL ON ANTIRETROVIRAL GUIDELINES FOR ADULTS AND ADOLESCENTS AIDSINFO,
2014; TB CARE I, 2015; WHO, 2012).
O raltegravir (RAL) associado a tenofovir (TDF) e lamivudina (3TC) é a opção para casos de
pacientes coinfectados com critérios de gravidade ou com contraindicação ao uso do EFV.
O RAL apresenta menor interação medicamentosa com a rifampicina e a dose recomendada
é a dose padrão de 400 mg, duas vezes ao dia (Quadro 28 e 29).
119
Quadro 28 – Esquemas de TARV inicial preferencial para pacientes coinfectados TB-HIV
Concluído o
tratamento de TB,
Coinfecção TB-HIV1 TDF2 /3TC/EFV (300mg/300mg/600mg) poderá ser feita a
sem critérios de gravidade (DFC) 1 vez ao dia mudança de EFV
para dolutegravir
(DTG)
�
Tuberculose disseminada
Quadro 29 – Opções de esquema de ARV para pacientes com TB-HIV em tratamento para TB
Situação Recomendação
120
Pacientes em falha virológica devem ter o esquema ARV guiado pelo
exame de genotipagem.
Interações medicamentosas
As interações medicamentosas, seus efeitos adversos e a conduta em cada um dos casos dos
medicamentos mais comumente utilizados no tratamento da TB e da infecção pelo HIV são
descritas nos quadros 36 e 37.
A maioria dos casos de SIR ocorre dentro de três meses após o início do tratamento da TB.
Preditores da SIR incluem, principalmente, contagem de LT-CD4+ < 50 células/mm3; severidade
da TB e início do TARV em menos de 30 dias de iniciado o tratamento para TB (LAUREILLARD
et al., 2013; MEINTJES et al., 2008).
121
5. Seguimento do Tratamento
122
Quando a baciloscopia for positiva ao final do segundo mês do
tratamento, deve-se solicitar cultura para micobactéria com teste de
sensibilidade, prolongando a fase de ataque (RHZE) por mais 30 dias,
e reavaliar o esquema de tratamento com o resultado do TS (CAMINERO;
VAN DEUN; FUJIWARA, 2013; FARGA; CAMINERO, 2011). Após 30 dias, caso
o TS resultar em sensibilidade às drogas de primeira linha ou ainda
sem resultado, especialmente em pacientes com boa evolução clínica
e/ou bacteriológica, iniciar fase de manutenção (RH) por mais 4 meses.
Pacientes com evolução insatisfatória (não melhora clínica e/ou
persistência de baciloscopia associada ou não, com aspecto radiológico
evidenciando atividade de doença) devem ser encaminhados para uma
referência de tuberculose para avaliação.
Pacientes inicialmente com exame bacteriológico positivo deverão ter pelo menos duas
baciloscopias negativas na fase de manutenção para comprovar cura, uma no decorrer da
fase de manutenção e outra ao final do tratamento (5º ou 6° mês).
O controle radiológico pode ser realizado após o segundo mês de tratamento, para acompanhar
a regressão ou ampliação das lesões iniciais, especialmente nos casos pulmonares com
exames bacteriológicos negativos e na ausência de expectoração para controle bacteriológico.
Na vigência de evolução clínica favorável, outro exame radiológico pode ser realizado somente
ao final do tratamento. Também pode ser realizado em qualquer momento do tratamento
a critério clínico.
123
Quadro 30 – Consultas clínicas e exames de seguimento do tratamento da TB adultos.
Maior frequência
Consultas X X X X X X
a critério clínico.
Avaliação
X X X X X X
da adesão
Recomendação
Baciloscopias
X X X X X X para casos
de controle
pulmonares.
Especialmente
nos casos com
baciloscopia
Radiografia negativa ou na
X X
de tórax ausência de
expectoração.
Repetir a critério
clínico.
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
124
A criança (< 10 anos de idade) deverá ser orientada em seu tratamento à medida do seu
entendimento. O adolescente deve ser bem esclarecido sobre os malefícios do abandono.
Adolescentes devem receber atendimento individualizado para conscientizá-los e motivá-los
sobre a importância da adesão ao tratamento (WHO, 2014).
O controle radiológico de tórax deve ser realizado no segundo mês de tratamento, quando
a evolução estiver sendo favorável, para confirmar a melhora com diminuição dos achados
anteriores; ou com um mês de tratamento para afastar outras doenças, caso a evolução não
seja favorável. A radiografia de controle deverá ser feita ao término do tratamento ou, quando
da solicitação do médico assistente, a qualquer tempo (WHO, 2006, 2014).
125
Quadro 31 – Consultas clínicas e exames de seguimento do tratamento da TB em crianças
e adolescentes.
Maior frequência
Consultas X X X X X X
a critério clínico.
Avaliação
X X X X X X
da adesão
Recomendação
para casos
pulmonares
Baciloscopias
X X X X X X somente quando
de controle
houver facilidade
na coleta de
escarro.
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
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126
6. Reações Adversas e Interações Medicamentosas
A maioria dos pacientes completa o tratamento sem qualquer reação adversa relevante.
As reações adversas podem ser divididas em dois grandes grupos: reações adversas “menores”
(Quadro 32), em que normalmente não é necessária a suspensão dos medicamentos antiTB; e
reações adversas “maiores” (Quadro 33), que normalmente causam a suspensão do tratamento.
A frequência das reações adversas “maiores” varia de 3% a 8%. Os fatores de risco mais
referidos para o desenvolvimento de tais efeitos são:
127
O monitoramento laboratorial com hemograma e bioquímica (função renal e hepática)
em pacientes com sinais e/ou sintomas relacionados e em pacientes com maior risco de
desenvolvimento de efeitos adversos deve ser realizado mensalmente ou em intervalos
menores de acordo com critério médico.
Provável(eis) fármaco(s)
Efeitos adversos Condutas
responsável(eis)
Suor/urina de cor
Rifampicina Orientar.
avermelhada
Isoniazida
Prurido e exantema leve Medicar com anti-histamínico.
Rifampicina
Cefaleia e mudança de
comportamento (euforia,
Isoniazida Orientar.
insônia, depressão leve,
ansiedade e sonolência)
Isoniazida
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*Observações:
Não há necessidade de alteração da composição do esquema nas reações adversas
menores.
As reações adversas menores devem ser manejadas na própria Atenção Primária.
Como parte importante da farmacovigilância, recomendamos que as reações adversas
aos medicamentos antiTB sejam notificadas à Anvisa, pelo sistema VigiMed (<http://
portal.anvisa.gov.br/vigimed>), para o monitoramento da sua frequência.
128
Quadro 33 – Reações adversas maiores aos fármacos do Esquema Básico**
Provável(eis) fármaco(s)
Efeitos adversos Condutas
responsável(eis)
129
**Observações:
Avaliar clinicamente a necessidade de internação hospitalar e agendar a consulta do
paciente em uma unidade de referência secundária/terciária, para avaliação clínica e
do esquema terapêutico mais adequado.
Como parte importante da farmacovigilância, recomendamos que as reações adversas
graves aos medicamentos antiTB sejam notificadas à Anvisa, pelo sistema VigiMed
(<http://portal.anvisa.gov.br/vigimed>), para o monitoramento da sua frequência.
Quadro 34 – Esquemas Especiais para substituição dos medicamentos do Esquema Básico por
intolerância, alergia ou toxicidade*
Pirazinamida 2RHE/7RH
Etambutol 2RHZ/4RH
*Observações:
Quando a fluoroquinolona não puder ser utilizada, o esquema deverá ser ajustado,
utilizando um medicamento injetável (aminoglicosídeo, estreptomicina ou amicacina
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130
Os profissionais de saúde que manejam os tratamentos especiais e de tuberculose
drogarresistentes (TB DR) devem estar familiarizados com o manejo dos efeitos adversos
dos medicamentos, evitando assim a suspensão desnecessária dos mesmos.
Quadro 35 – Reações adversas dos fármacos utilizados nos Esquemas Especiais e de TB DR e
condutas preconizadas
Reações
Medicamentos Conduta Observações
adversas
131
continuação
Reações
Medicamentos Conduta Observações
adversas
Distúrbios Amicacina
eletrolíticos Monitorar e corrigir as
Capreomicina
(hipopotassemia e alterações eletrolíticas.
hipomagnesemia) Estreptomicina
Suspender o fármaco
temporariamente. Iniciar
tratamento para anemia
com administração A mielotoxicidade é dose e
de eritropoietina, tempo dependente, sendo
suplementação de ferro, mais frequente com o uso de
ácido fólico, sendo menos doses superiores a 600 mg/
frequente a necessidade dia e quando utilizada por
Mielotoxicidade tempo prolongado.
de reposição sanguínea.
(anemia, Linezolida
O uso do filgrastim é Importante realização de
leucopenia e
recomendado para hemograma mensalmente
trombocitopenia)
manejo da leucopenia. para monitoramento.
Com a normalização dos Usualmente, os efeitos
exames, o medicamento hematológicos são
pode ser reiniciado, em reversíveis com a suspensão
dose reduzida. Caso haja do fármaco.
reincidência dos efeitos, o
fármaco dever ser suspenso
definitivamente.
Bedaquilina
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Avaliar desidratação e,
Clofazimina se necessário, iniciar Os sintomas são comuns
Etionamida terapia de reposição no início do uso do
Levofloxacino hídrica e antieméticos. medicamento e melhoram
Náuseas e
Avaliar a função hepática. com a conduta indicada.
vômitos Linezolida Caso não haja controle Caso os vômitos sejam
Moxifloxacino dos sintomas, suspender severos, os eletrólitos devem
PAS o medicamento e substituí- ser monitorados e repostos.
-lo pela melhor opção.
Pirazinamida
continua
132
continuação
Reações
Medicamentos Conduta Observações
adversas
Antiinflamatórios não
esteroides podem aliviar
Pacientes com comorbidades
Amicacina os sintomas. Considerar
(diabetes mellitus, HIV,
aumento de dose da
Capreomicina alcoolismo) têm maior
piridoxina até dose
chance de desenvolver
Estreptomicina máxima de 200 mg/dia.
esse sintoma. Entretanto
Neuropatia Iniciar tratamento com
Etambutol esses medicamentos não
periférica antidepressivo tricíclico
são contraindicados nessas
Levofloxacino (amitriptilina). Reduzir a
condições. Usualmente é
Linezolida dose ou, caso não haja
irreversível, mas há melhora
controle dos sintomas,
Moxifloxacino após a suspensão do
suspender o medicamento
fármaco.
133
continuação
Reações
Medicamentos Conduta Observações
adversas
Pigmentação
rósea ou
Orientar. Não há
marrom-
Clofazimina necessidade de suspender
-escura em
o medicamento.
pele, córnea
e conjuntivas
134
conclusão
Reações
Medicamentos Conduta Observações
adversas
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
Aminoglicosídeos
Etambutol
Utilizar piridoxina até 200 mg/
Neuropatia Etionamida dia. Avaliar uso de amitriptilina,
AZT
periférica Isoniazida analgésicos e anti-inflamatório
Linezolida não esteroide.
Terizidona
continua
135
conclusão
Reações Antirretro-
Fármaco antiTB Observações
adversas viral
Etionamida
Fluoroquinolonas Avaliar a função hepática e tratar
ATV/r, DRV/r Isoniazida
Náuseas e com sintomáticos e hidratação.
LPV/r, NVP, RAL,
vômitos PAS A necessidade de retirada do
TPV
Pirazinamida fármaco é incomum.
Rifampicina
Clofazimina
Avaliar pancreatite, hepatotoxicidade
Dor abdominal Todos Etionamida
e acidose lática.
PAS
Suspender imediatamente
Pancreatite 3TC Linezolida
os medicamentos.
Etionamida
Fluoroquinolonas Interrupção até a resolução.
ATV/r, DRV/r, Isoniazida Manejar a hepatotoxicidade
Hepatotoxicidade EFV, ETR, LPV/r,
PAS segundo Quadro 23. Considerar
NVP
Pirazinamida troca dos medicamentos.
Rifampicina
NVP TPV/r
Rifampicina A reintrodução do ABC está sempre
contraindicada.
136
6.3. Interações medicamentosas
Fármaco Fármaco de
Efeito da interação Recomendações
anti TB interação
Agentes nefrotóxicos
(anfotericina B,
Potencialização da ação Evitar uso concomitante,
cefalosporina,
nefrotóxica. monitorar função renal.
polimixina B,
cidofovir, foscarnet)
Reduz a absorção do
Etambutol Antiácidos Evitar uso concomitante.
etambutol.
continua
137
continuação
Fármaco Fármaco de
Efeito da interação Recomendações
anti TB interação
Reduz a absorção da
Antiácidos Evitar uso concomitante.
isoniazida.
Aumenta a
Acetaminofen Evitar uso concomitante 1.
hepatotoxicidade.
Monitorar sintomas e
Potencializa o efeito dos
Benzodiazepínicos considerar redução de
benzodiazepínicos.
dose do benzodiazepínico.
Cicloserina/
Maior neurotoxicidade. Monitorar sintomas.
Terizidona
Maior metabolismo da
Corticoide Monitorar sintomas.
isoniazida.
Monitorar sintomas
Rifampicina Maior hepatoxicidade. e enzimas hepáticas
conforme indicado1.
Antiácidos
Redução da absorção
(sais de alumínio, Não deve ser usado
(subdosagem das
magnésio, cálcio e concomitantemente.
fluoroquinolonas).
sódio) e sucralfate.
Antiarritmicos
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(quinidina,
Não deve ser usado
amiodaroa, Bradiarritmia.
Levofloxacino concomitantemente.
procainamida,
Moxifloxacino sotalol)
138
continuação
Fármaco Fármaco de
Efeito da interação Recomendações
anti TB interação
Potencializa efeito
Queijos e vinhos Evitar uso concomitante.
inibidor da MAO.
Monitorar sintomas
Aumento de
e enzimas hepáticas
hepatotoxicidade.
PAS Etionamida conforme indicado1.
Diminui a acetilação da
A dosagem da isoniazida
Isoniazida isoniazida, aumentando o
deve ser reduzida.
nível sérico.
Monitorar sintomas
Cetoconazol Maior hepatotoxicidade. e enzimas hepáticas
conforme indicado1.
Monitorar sintomas
Pirazinamida
Isoniazida Maior hepatotoxicidade. e enzimas hepáticas
conforme indicado1.
Monitorar sintomas
Rifampicina Maior hepatotoxicidade. e enzimas hepáticas
conforme indicado1.
Reduz a absorção da
Antiácidos Evitar uso concomitante.
rifampicina.
139
continuação
Fármaco Fármaco de
Efeito da interação Recomendações
anti TB interação
Monitorar sintomas e
Etionamida Maior hepatotoxicidade enzimas hepáticas quando
indicado*.
Monitorar sintomas
Fenil-hidantoína Maior hepatotixicidade. e enzimas hepáticas
conforme indicado1.
Monitorar sintomas
e enzimas hepáticas
Maior hepatotoxicidade; conforme indicado1.
Pirazinamida menor excreção de ácido
Orientar dieta hipopurínica
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úrico.
e medicar com alopurinol
ou colchicina, se necessário.
Monitorar sintomas
Sulfas Maior hepatotoxicidade. e enzimas hepáticas
conforme indicado1.
140
conclusão
Fármaco Fármaco de
Efeito da interação Recomendações
anti TB interação
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
Para manejo da hepatotoxicidade ver item 4.4.2. Hepatopatias.
1
141
7. Tratamento da Tuberculose Drogarresistente
Assim como para os casos de TB com sensibilidade aos fármacos, o desenho de esquema
terapêutico para TB DR deve contar com pelo menos quatro fármacos efetivos (nunca usados
anteriormente ou com elevada probabilidade de que sejam sensíveis), de acordo com a
classificação racional dos medicamentos (Quadro 38), contendo pelo menos dois fármacos
essenciais (com capacidade bactericida e esterilizante), mais dois fármacos acompanhantes
(ação protetora aos essenciais contra a resistência adquirida) (CAMINERO, 2016).
Essenciais
Isoniazida, rifampicina e pirazinamida
Grupo 1
Fármacos de 1ª linha (orais)
Acompanhante
Etambutol
Grupo 2 Essenciais
Fluoroquinolonas Levofloxacino (altas doses) e moxifloxacino
Grupo 3 Essenciais
Injetáveis Estreptomicina, canamicina, amicacina e capreomicina
Acompanhantes
Grupo 4
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Essenciais
Grupo 5 Linezolida, bedaquilina, delamanid
Fármacos de 2ª linha com menor
experiência clínica Acompanhantes
Clofazimina, carbapenem, amoxicilina/clavulanato
de potássio
142
pela complexidade das situações, não somente do ponto de vista clínico, mas também
psicossocial. É desejável que haja uma integração entre os diversos níveis de atenção, com
compartilhamento das responsabilidades no cuidado singular ao paciente e aos seus contatos,
favorecendo a adesão ao tratamento e, consequentemente, aumentando as chances de cura.
A adesão ao tratamento tem papel central no seguimento desses pacientes, sendo que
a unidade de referência e os serviços da Atenção Básica devem se organizar de maneira
integrada para garantir a realização do tratamento diretamente observado.
143
7.3. Intervenções para prevenir a tuberculose
drogarresistente
Variados padrões de resistência exigem diferentes abordagens para seu tratamento. Para um
melhor manejo, a TB DR é classificada conforme a identificação laboratorial (por meio de
teste de sensibilidade fenotípico ou genotípico) em cepas de M. tuberculosis.
Monorresistência:
resistência a somente um fármaco antituberculose. As monor
resistências que são objeto de vigilância e implicam reavaliação para a tomada
de decisão quanto ao esquema terapêutico apropriado são as que envolvem a
rifampicina e a isoniazida. Outras monorresistências não implicam alterações do
esquema terapêutico inicial e não são motivo de vigilância para o país, não devendo
ser notificadas no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose
(SITE-TB).
Polirresistência:
resistência a dois ou mais fármacos antituberculose, exceto à
associação rifampicina e isoniazida. Uma das mais frequentes polirresistências
encontradas no Brasil é a que envolve isoniazida e estreptomicina, pelo longo tempo
de uso de ambos os fármacos no país.
Multirresistência (TB MDR): resistência a pelo menos rifampicina e isoniazida, os dois
mais importantes fármacos para o tratamento da TB.
Resistência extensiva (TB XDR):
resistência à rifampicina e isoniazida acrescida de
resistência a fluoroquinolona (qualquer delas) e aos injetáveis de segunda linha
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Para casos que fogem ao habitual, como combinações menos frequentes de resistências,
presença de comorbidades, toxicidades e pacientes com múltiplos esquemas terapêuticos,
esquemas individualizados poderão ser elaborados, considerando as bases racionais para
a composição dos mesmos.
144
O MS conta com a assessoria de uma equipe de especialistas que validam todos os casos
notificados no SITE-TB. O processo de validação tem por objetivo principal avaliar a coerência
do tratamento proposto, correlacionando os critérios diagnósticos e o histórico terapêutico
com o esquema selecionado para o tratamento, recomendando o esquema terapêutico mais
indicado para o caso notificado.
145
Quadro 39 – Medicamentos recomendados para o tratamento da TB RR, TB MDR e TB XDR 1.
Grupos Medicamentos
Levofloxacino
Grupo A
Moxifloxacino
Fluoroquinolonas2
Gatifloxacino (não disponível no SUS)
Amicacina
Grupo B Capreomicina
Injetáveis de segunda linha Canamicina (não disponível no Brasil)
(Estreptomicina) 3
Etionamida
Protionamida (não disponível no Brasil)
Grupo C Terizidona
Outros grupos de segunda linha 2
Cicloserina (não disponível no Brasil)
Linezolida
Clofazimina
D1
Pirazinamida
Etambutol
Isoniazida em altas doses
D2
Grupo D Bedaquilina (não disponível no Brasil)
Fármacos adicionais Delamanid (não disponível no Brasil)
D3
Ácido paraminossalicílico
Imipenem-cilastatina 4 (disponível localmente)
Meropenem 4 (disponível localmente)
Amoxicilina + clavulanato de potássio4 (disponível localmente)
1
Essas recomendações são para regimes longos (mínimo de 18 meses).
2
Os medicamentos dos grupos A e C estão em ordem decrescente de importância.
3
A estreptomicina é considerada um agente de primeira linha, nesse sentido sua resistência não classifica os pacientes
para TB XDR. A utilização da estreptomicina nos esquemas de tratamento para TB MDR e TB RR está condicionada
aos pacientes que nunca a utilizaram e cujo TS evidencia sensibilidade. Na ausência de TS, a estreptomicina não
está indicada.
4
Carbapenêmicos e clavulanato de potássio (disponível em associação com amoxicilina) sempre devem ser usados
em conjunto.
146
A. Quanto ao número de medicamentos
A escolha dos fármacos que vão compor o esquema deve considerar os aspectos a seguir:
considerar o etambutol (Grupo D1) para os casos que somente receberam Esquema
Básico;
considerar os fármacos dos Grupos D2 e D3 quando não houver quatro fármacos novos
na composição do esquema, ou quando possbilidade de resistência cruzada entre os
injetáveis e as fluoroquinolonas;
fase intensiva de seis a oito meses, com pelo menos duas culturas negativas;
considerar estender a fase intensiva, na demora na negativação da baciloscopia
na fase intensiva, se não houver três fármacos efetivos na fase de manutenção, ou
quando houver suspeita de resistência à fluoroquinolona;
fase
de manutenção até completar 18 a 24 meses, com pelo menos três culturas
negativas.
147
D. Quanto ao regime de tratamento
TDO durante todo o tratamento, idealmente, cinco vezes por semana ou periodicidade
mínima de três vezes por semana;
os serviços devem se organizar para oferecer sempre o TDO (na unidade de saúde, no
domicílio, ou em outro local acordado com o paciente);
considerando a complexidade do tratamento, a proposta do cuidado conjunto deve
ser discutida com o paciente e seus familiares, de forma acolhedora e solidária.
provas
de função respiratória revelando capacidade pulmonar suficiente após a
ressecção;
uso de menos de quatro fármacos efetivos no tratamento;
lesões localizadas; e
casos de TB XDR e TB MDR com resistência à fluoroquinolona.
Tratamentos com Esquema Básico em pacientes infectados por bacilos que apresentem
mono ou polirresistência têm sido associados ao aumento do risco de recidiva, falência
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Os casos de resistência aos medicamentos antiTB devem ser avaliados quanto à necessidade
de mudança de esquema e a escolha da melhor associação medicamentosa.
148
do exame e a entrega do resultado), assim como o histórico de tratamento e a evolução
clínica do caso.
149
Quadro 40 – Condutas frente à resistência à isoniazida
2 R Lfx Z E / 7 R LFx E
Antes do início Esquema preferencial.
ou
do tratamento
com esquema Esquema indicado quando,
Não se aplica previamente ao tratamento, for
básico (EB) ou 9RHZE Lfx
nos primeiros identificada dificuldade de adesão
(WHO 2018)
30 dias do EB ao esquema com maior número
de comprimidos.
No mometo do diagnóstico
de monorresitência, solicitar
TRM-TB e nova cultura com TS.
Favorável1 9RHZE Se TRM-TB resultar em resistência
à R – iniciar esquema para TB MDR.
Reavaliar o esquema de tratamento
após o resultado do novo TS.
Solicitar TRM-TB.
Fase intensiva Se evoluir bem, manter RHZE até
Se TRM-TB resultar
do EB completar 9 meses de tratamento.
em sensível à R,
manter RHZE por
mais um mês e Se evoluir desfavoravelmente:
Desfavorável2 reavaliar. iniciar esquema TB MDR.
Se TRM-TB resultar
em resistência à
R – iniciar esquema
para TB MDR.
Iniciar esquema
Desfavorável2
para TB MDR
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
150
Observações:
A resistência à isoniazida pode se dar pela mutação do gene katG (mais frequente e de
moderado a alto nível – variação entre 50% a 90%) ou pelo gene inhA (menos frequente
e de baixo nível – variação entre 4% a 83%). Doses normais de isoniazida conseguem
ser eficazes nos casos de mutação no inhA e doses altas podem ser eficazes nos casos
de mutação no katG (CAMINERO; VAN DEUN; FUJIWARA, 2013; WHO, 2018a).
Em localidades sem o TRM-TB, solicitar cultura e TS e considerar o início do esquema
para TB MDR quando houver evolução desfavorável na segunda fase do tratamento.
Pacientes
com polirresistência à isoniazida e à estreptomicina devem seguir as
mesmas recomendações da monorresistência à isoniazida.
A posologia dos medicamentos preconizados está disponível nos Anexos IV, V e VI.
Uma vez que TRM-TB é capaz de detectar somente a resistência à R, não é possível diagnosticar/
descartar outras resistências (poli, multi ou extensiva). Para isso, é necessária a realização
da cultura com o TS.
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
Cm – Capreomicina; H – Isoniazida; Lfx – Levofloxacino; E – Etambutol; Z – Pirazinamida.
1
O primeiro número indica o tempo de tratamento (em meses), o segundo número (subscrito) indica a quantidade de
dias durante a semana. Quando não há descrição, consideram-se sete dias na semana.
151
Observações:
A dose da H é a padrão de 300mg/dia.
Para pacientes que nunca utilizaram a estreptomicina e apresentam TS com resultado
sensível a esse fármaco, recomenda-se usá-la em substituição à capreomicina.
Em caso de contraindicação à capreomicina, sem a possibilidade de uso da estrepto-
micina, recomenda-se utilizar amicacina.
Caso não ocorra negativação da baciloscopia ao final da fase de ataque, prolongar a
utilização do injetável, respeitando a dose máxima recomendada (dose máxima do
injetável: 120g).
A posologia dos medicamentos preconizados está disponível nos Anexos IV e V.
Polirresistência Esquema
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Observações:
Para
outras combinações de polirresistência, utilizar esquemas individualizados,
considerando o uso racional dos medicamentos antiTB (Quadro 38).
Se o paciente já estiver usando o Esquema Básico antes do diagnóstico da polirresis-
tência, solicitar o TRM-TB para avaliar se houve ampliação da resistência para a rifam-
picina, antes de iniciar o esquema alternativo. Se o resultado do TRM-TB identificar a
resistência à rifampicina, considerar o caso como MDR e iniciar o esquema terapêutico
correspondente.
152
Não indicar mudança de fase do esquema de tratamento caso o paciente mantenha
baciloscopia positiva (prolongar a fase intensiva por mais 30 dias e reavaliar), nessa
situação prolongar o tempo total de tratamento por mais 30 dias.
Considerar o prolongamento da fase de manutenção do tratamento quando houver
conversão tardia, comorbidades e/ou em apresentações multicavitárias.
Utilizar
a estreptomicina no lugar de outros injetáveis em pacientes que nunca a
utilizaram e quando o TS evidenciar sensibilidade.
A posologia dos medicamentos preconizados está disponível nos Anexos IV e V.
153
Quadro 43 – Esquemas de tratamento TB RR
Resistência Esquema
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
Para pacientes com fatores de risco para TB DR (histórico de uso prévio de medicamentos
para TB, contatos de TB DR, institucionalização, população em situação de rua, usuários de
drogas ilícitas, portadores de imunodeficiências, profissionais de saúde), na impossibilidade
de repetir o TRM-TB ou no caso de resultados discordantes, considerar como portador de TB
MDR (LIMA et al., 2017).
Para pacientes casos novos de TB, sem fatores de risco para TB DR identificados, a repetição do
teste tem uma importância ainda maior. Caso se confirme a resistência ou na impossibilidade
de realizar novo teste, considerar como TB MDR. Em caso de resultados discordantes, um
terceiro teste poderá ser solicitado. Permanecendo a discordância, considerar o uso do
Esquema Básico enquanto se aguarda o resultado do Teste de Sensibilidade (LIMA et al., 2017).
154
Multirresistência (MDR)
Os esquemas padronizados para TB MDR são elaborados segundo os princípios de uso racional
de fármacos antiTB (Quadro 38 e 39) com os seguintes princípios (WHO, 2016a, 2017):
Usar a pirazinamida, sempre que possível, pelo seu alto poder esterilizante; porém,
não contá-la como fármaco novo, pois já deve ter sido usada em esquemas anteriores.
O Teste de Sensibilidade à pirazinamida quando realizado em meio líquido (MGIT) tem
maior confiabilidade.
Para o etambutol, os testes de sensibilidade são mais confiáveis. No entanto, quando
utilizá-lo, não considerar como fármaco novo, pois já foi utilizado no esquema básico
anterior.
Pelo
exposto, valorizar sempre o histórico de uso de fármacos antiTB, a curva
bacteriológica e os respectivos desfechos do tratamento, para corroborar o uso de um
ou de ambos os fármacos.
Resistência Esquema
O primeiro número indica o tempo de tratamento (em meses), o segundo número indica a quantidade de dias
1
155
Observações:
A capreomicina é o injetável de segunda linha escolhido como o representante do
grupo B pela melhor tolerância, menor probabilidade de reações adversas e menor
possibilidade de resistência cruzada com a amicacina, preservando a utilização desta
para esquemas alternativos futuros (em caso de falência ou TB XDR).
O uso intermitente da capreomicina desde o início do tratamento deve assegurar as
três aplicações previstas rigorosamente.
A estreptomicina poderá ser usada em substituição à capreomicina, caso nunca tenha
sido usada anteriormente e se não for resistente ao Teste de Sensibilidade.
Quando
a capreomicina não puder ser usada, o fármaco substituto deve ser a
amicacina.
Não retirar o injetável até conversão da baciloscopia (dose máxima do injetável: 120g).
Se a conversão bacteriológica ocorrer após o sexto mês de tratamento, prolongar a
fase de manutenção para 24 meses.
Se, por algum motivo, o uso do injetável não for possível ou for descontinuado, reco-
menda-se usar a linezolida em substituição.
Usar altas doses de levofloxacino no esquema, pois aumenta o seu poder bactericida
e esterilizante (ver Anexo IV).
Caso haja intolerância a levofloxacino, recomenda-se usar moxifloxacino em substituição.
A etionamida é um fármaco que pode levar à intolerância digestiva com certa frequência.
Considerar o seu uso em horários alternativos e medicamentos sintomáticos para
melhorar a sua tolerabilidade.
Caso haja intolerância à etionamida, recomenda-se usar a linezolida em substituição.
Uso de pirazinamida e/ou etambutol está condicionado à probabilidade de eficácia,
principalmente considerando o histórico terapêutico.
156
Como esquema padronizado para TB XDR ou falência ao esquema TB MDR, recomenda-se
(Quadro 45):
Observações:
Falência
ao primeiro tratamento de TB MDR corresponde à ausência de conversão
bacteriológica e de melhora clínica após 8 meses de tratamento, para pacientes que
não tenham usado fármacos de segunda linha previamente.
Sugere-se o uso de amicacina, porém sem contá-la como medicamento eficaz, pela
possibilidade de resistência cruzada com a capreomicina.
Sugere-se o uso do moxifloxacino, porém não o considerar como medicamento eficaz,
pela possibilidade de resistência cruzada com o levofloxacino.
Utilizar linezolida por pelo menos 12 meses, suspender seu uso precocemente caso
presença de efeitos adversos maiores (ver capítulo de reações adversas).
Avaliar
o prolongamento da fase de manutenção, caso não haja a conversão
bacteriológica até o final da fase intensiva, totalizando 24 meses de tratamento.
Verificar, no histórico terapêutico, a possibilidade de uso de outros medicamentos,
Contar com a experiência dos médicos validadores (especialistas) para suporte ao desenho
de esquema mais adequado ao caso.
157
Montar o esquema individualizado conforme as recomendações descritas a seguir.
Um esquema para TB DR deve ser composto por pelo menos cinco medicamentos,
sendo que quatro devem ser do grupo central (grupo A ao C) com atividade efetiva
que, preferencialmente, não tenham sido utilizados anteriormente (Quadro 39).
Quando não for possível completar cinco medicamentos com o grupo central (A ao C),
incluir o grupo D3.
A isoniazida em altas doses (D1) poderá ser considerada como medicamento adicional
em pacientes com baixa resistência a ela (Quadro 39) (mutação inhA).
Pacientes com histórico de tratamentos anteriores deverão ser avaliados individual-
mente, conforme as medicações já utilizadas e os resultados dos TS.
Histórico terapêutico: avaliação dos medicamentos usados em esquemas anteriores,
tempo de uso e os respectivos desfechos:
›› abandono definitivo e tratamento completo: possibilidade de sensibilidade;
›› irregularidade e falência: possibilidade de resistência.
Teste de sensibilidade e possibilidade de resistências cruzadas entre: as rifamicinas,
as fluoroquinolonas, os injetáveis de segunda linha e a isoniazida com a etionamida
(Anexo VII).
Considerar também a avaliação cirúrgica adjuvante.
158
7.8.2. Tuberculose drogarresistente em gestantes e lactantes
A toda mulher em idade fértil deve ser ofertado o teste de gravidez antes do início do
tratamento para TB DR. Às pacientes não gestantes, recomenda-se evitar a gestação durante
todo o período de tratamento.
Existe uma larga experiência com o uso seguro dos fármacos orais de primeira linha na
gestante. Para o uso dos fármacos de segunda linha, a experiência não é tão extensa; porém,
com base nos conhecimentos atuais, a maioria deles é usada, com relativa segurança,
considerando-se principalmente o risco versus benefício (KRITSKI et al., 1996).
Como a maioria dos efeitos teratogênicos ocorre no primeiro trimestre da gestação, o início
do tratamento poderá ser adiado para o segundo trimestre, a menos que haja comorbidades,
como a infecção pelo HIV ou risco de morte.
159
PAS: Anomalias congênitas foram observadas quando o PAS foi utilizado no primeiro
trimestre de gestação. Se necessário, usá-lo a partir do segundo trimestre.
Etionamida: não
deve ser usada durante a gestação, devido aos efeitos de terato
genicidade.
Observações:
Utilizar a piridoxina (100 mg/dia) para todas que utilizarem: terizidona, linezolida ou
isoniazida.
Quando possível, a mãe bacilífera deve evitar permanecer no mesmo ambiente que
o recém-nato até que seu escarro se torne negativo. Alternativamente, o uso de
máscaras cirúrgicas e a amamentação em locais ventilados podem ser considerados.
No Anexo III, encontram-se os ajustes nas doses e frequências dos medicamentos reco
mendados para pacientes com clearance de creatinina menor que 30 ml/min ou para pacientes
em hemodiálise. Os medicamentos deverão ser administrados após a hemodiálise, na maioria
dos casos, três vezes por semana.
160
A introdução da terapia antirretroviral tem um impacto importante na melhora da
sobrevida das PVHIV, sendo indicada na segunda semana naqueles com contagem
de LT-CD4+ < 50 cels/mm3 ou na oitava semana naqueles com LT-CD4+ superior a 50 cels/mm3
(ver capítulo Esquemas de Tratamento para a Tuberculose).
Procedimentos Frequência
Baciloscopia Mensal
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
161
Observações:
Considerar
a realização de outros exames complementares para o monitoramento
clínico durante o tratamento, tais como: hemograma completo, eletrólitos, função
hepática, função renal, eletrocardiograma, audiometria, exames para avaliação
da acuidade visual, dentre outros de acordo com a evolução clínica e presença de
comorbidades.
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162
8. Tratamento da Infecção Latente pelo
M. tuberculosis (ILTB)
8.1. Introdução
Pessoas infectadas pelo M. tuberculosis que não apresentam TB ativa são identificadas
como portadores da Infecção Latente pelo M. tuberculoisis (ILTB). O tratamento da ILTB é
uma importante estratégia para prevenção do adoecimento em populações com risco de
desenvolver a doença, tais como contatos de casos de TB pulmonar bacilífera, pessoas vivendo
com HIV e demais situações com comprometimento da imunidade, entre outras (ver capítulo
Diagnóstico). As projeções da OMS mostram que a prevenção da tuberculose ativa com o
tratamento da ILTB é uma das principais estratégias para a redução da taxa de incidência da
doença, para o alcance das metas da Estratégia pelo Fim da Tuberculose.
É importante salientar que antes de se efetuar o tratamento da ILTB deve-se sempre investigar
sinais e sintomas clínicos sugestivos de tuberculose ativa e, na presença de qualquer suspeita,
investigar a tuberculose ativa e não tratar a ILTB nesse momento.
Recém-nascidos (RN) expostos a casos de TB pulmonar ou laríngea podem ser infectados pelo
M. tuberculosis (MTB) e desenvolver formas graves da doença. Nessas situações, recomenda-
-se a prevenção da infecção pelo MTB. O RN não deverá ser vacinado com a BCG ao nascer.
Caso o RN tenha sido inadvertidamente vacinado, recomenda-se o uso de H por seis meses
e não está indicada a realização da PT. Avaliar individualmente a necessidade de revacinar
para BCG após esse período, já que a H é bactericida e pode interferir na resposta imune
aos bacilos da BCG efetuada.
163
Observações:
Pela
facilidade posológica, pode-se utilizar a rifampicina (R) suspensão pediátrica
ao invés da H. Nessa situação, usar a R por três meses e aplicar a PT. Caso o resultado
for ≥ 5mm, a R deve ser mantida por mais um mês; caso < 5mm, suspender a R e vacinar
com BCG.
Antes de iniciar a quimioprofilaxia (QP) primária, afastar tuberculose no RN e, quando
o caso fonte for a mãe, avaliar a possibilidade de TB congênita (ver capítulo de
diagnóstico de tuberculose na infância).
Não há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não seja portadora de
mastite tuberculosa. É recomendável o uso de máscara cirúrgica ao amamentar e ao
cuidar da criança enquanto a baciloscopia do escarro se mantiver positiva.
Recém-nascido coabitante
de caso índice bacilífero
Iniciar QP
primária (H ou R)
3 meses depois
– fazer PT
164
8.3. Tratamento da infecção latente
O tratamento da ILTB reduz o risco de adoecimento por TB ativa. O tratamento da ILTB com
H reduz em 60% a 90% esse risco. Essa variação se deve à duração e à adesão ao tratamento
(INTERNATIONAL, 1982; SMIEJA et al., 2000). Estudos com outros fármacos mostraram resultados
semelhantes ao da H, com maior segurança (menos efeitos adversos graves), ampliando a
disponibilidade de esquemas para o tratamento da ILTB.
A indicação do tratamento da ILTB depende (PAI; MENZIES, 2009; RIEDER; OTHERS, 1999):
do resultado da PT ou do IGRA
da idade;
da probabilidade de ILTB; e
do risco de adoecimento.
Os grupos com indicação de tratamento são descritos nos subitens apresentados a seguir.
O efeito da BCG sobre o resultado da prova tuberculínica reduz com o passar do tempo,
principalmente se a BCG foi feita antes de um ano de idade. A idade na qual a última BCG
foi realizada é o principal determinante do seu efeito sobre a prova tuberculínica (FARHAT
165
Observações:
Os IGRAs não são recomendados para crianças < 2 anos de idade. Além disso, apre
sentam ≥ 10% de resultados indeterminados em menores de 5 anos de idade, princi
palmente sob condições imunossupressoras (STARKE; DISEASES, 2014).
Crianças com morbidades como infecção pelo HIV, pré-transplante de órgãos ou que
iniciarão terapia imunossupressora deverão também ser avaliadas com PT, mesmo
sem história de contato com tuberculose. Quando a PT for ≥ 5mm, serão consideradas
infectadas pelo MTB e deverão fazer o tratamento da ILTB.
166
8.5. Situações especiais
8.5.1. Gestantes
Recomenda-se postergar o tratamento da ILTB para após o parto. Em gestante com infecção
pelo HIV, tratar a ILTB após o terceiro mês de gestação. Utilizar o mesmo algoritmo de
diagnóstico, incluindo as indicações para realização da radiografia de tórax (ver capítulo
de Controle de Contatos).
PVHIV com radiografia de tórax com cicatriz radiológica de TB, sem tratamento anterior
para TB, independentemente do resultado da PT (desde que afastada a possibilidade
Nessa situação, recomenda-se, idealmente, proceder com a avaliação dos contatos nas
unidades de referência para tuberculose.
167
8.6. Regimes terapêuticos e tempo de tratamento da
infecção Latente pelo M. tuberculosis
Dose:
›› Adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade): 5 a 10 mg/kg/dia de peso até a dose
máxima de 300mg/dia.
›› Crianças (< 10 anos de idade): 10 mg/Kg/dia de peso até dose máxima de 300mg/dia.
Tempo de tratamento: 6 ou 9 meses (WHO, 2018b).
No regime de tratamento com H, o mais importante é o número de doses e não somente o
tempo de tratamento. Recomenda-se a utilização de 270 doses que poderão ser tomadas
de 9 a 12 meses (COHN et al., 2000; PROPHYLAXIS; THOMPSON, 1982). Considerar a utilização
de 180 doses, que deverão ser tomadas entre 6 e 9 meses em casos individuais, após
avaliação da adesão. Há evidências de que o uso de 270 doses protege mais do que o uso
de 180 doses (COMSTOCK, 1999). Esforços devem ser feitos para que o paciente complete
o total de doses programadas.
Dose:
›› Adultos e adolescentes (> 10 anos de idade): 10 mg/kg/dia de peso até a dose
máxima de 600 mg por dia.
›› Crianças (< 10 anos): 15 (10-20) mg/kg/dia de peso até a dose máxima de 600 mg
por dia.
Tempo de tratamento: 4 meses.
No regime de tratamento com R, recomenda-se a utilização de no mínimo 120 doses que
deverão ser tomadas idealmente em 4 meses, podendo-se prolongar até 6 meses e, da mesma
maneira que o tratamento com H, o mais importante é o número de doses e não somente
o tempo de tratamento. Esforços devem ser feitos para que o paciente complete o total de
doses programadas no tempo estipulado (DASKALAKI et al., 2011; FRESARD et al., 2011).
168
8.7. Seguimento do tratamento da infecção Latente
pelo M. tuberculosis
O paciente deve passar por consulta médica em intervalos regulares de 30 dias, em que será
avaliada e estimulada a adesão. Também deverá ser feito o monitoramento clínico de efeitos
adversos. Intervalos regulares de até 60 dias entre as consultas poderão ser pensados nos
pacientes que apresentem boa adesão e baixo risco de hepatotoxicidade. Durante todo o
tratamento e após seu término, os pacientes deverão ser orientados a procurar a unidade
de saúde em caso de aparecimento de efeitos adversos (quando em tratamento) e sintomas
sugestivos de TB (durante e após o tratamento).
A realização das provas de função hepática pode ser necessária, após avaliação médica,
quando identificado alto risco de hepatotoxicidade, como no caso de alcoolistas, uso de
outros medicamentos hepatotóxicos ou com infecção crônica por hepatite B ou C.
169
Notificação de casos de ILTB
O tratamento da ILTB não é de notificação compulsória, porém recomenda-se a notificação
em ficha específica nacional (ver capítulo Vigilância Epidemiológica).
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Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
176
Anexos
Fluoroquinolonas
Usar com cautela quando essencial. O efeito
(Levofloxacino e C
adverso apresentado justifica seu uso.
Moxifloxacino)
Fonte: Tabela adaptada The PIH Guide to the Medical Management of Multidrug-Resistant Tuberculosis, 2nd Edition.
Partners In Health. Boston, USA. USAID TB CARE II. 2013 e OMS 2014.
1
Classificação quanto à segurança do uso em gestantes: A – segurança estabelecida em estudos com humanos;
B – segurança presumida por estudos em animais; C – segurança incerta, sem estudos em humanos. Estudos em
animais demonstraram alguns efeitos adversos; D – não recomendado, evidência de risco em humanos, usar somente
quando essencial.
177
Anexo II – Segurança dos fármacos antiTB em lactantes
Ácido
Uso criterioso, excretado pelo leite materno.
Paraminossalissílico
Fluoroquinolonas
(Levofloxacino e Uso criterioso, excretado pelo leite materno.
Moxifloxacino)
Fonte: Tabela adaptada The PIH Guide to the Medical Management of Multidrug-Resistant Tuberculosis, 2nd Edition.
Partners In Health. Boston, USA. USAID TB CARE II. 2013 e WHO 2015.
1
Piridoxina no lactente: 1 a 2 mg/kg/dia com variação de 10 a 50 mg/dia. Somente indicada quando amamentação
exclusiva.
178
Anexo III – Ajuste dos medicamentos em nefropatas1
Ácido
4g/dose, duas vezes ao dia (dose máxima) (não usar apresentação com sódio).
Paraminossalissílico
Terizidona 250 mg/dose diariamente ou 500 mg/dose três vezes por semana.
179
Anexo IV – Tabela posológica dos medicamentos para
adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade)
Faixas de peso
Medicamentos 30 a 35 kg 36 a 45 kg 46 a 55 kg 56 a 70 kg > 70 Kg
Dose
Mg/dia Mg/dia Mg/dia Mg/dia Mg/dia
Amoxicilina e 80 mg/Kg/dia
clavulanato de (dividido em 2600 2600 2600 2600 2600
potássio1 duas doses)
Imipenem/
1000mg imipenem/1000mg de cilastatina duas vezes ao dia
cilastatina2
Isoniazida
4-6 mg/Kg/dia 150 200 300 300 300
(dose habitual)
Isoniazida
15-20 mg/Kg 300 400 400 600 600
(altas doses)3
Linezolida 4
600mg/dia 600 600 600 600 600
PAS (Ácido
8g 8g 8g 8g 8g 8g
paraminossalisílico)
1000 a
Pirazinamida 20-30 mg/Kg/dia 1000 1000 1500 2000
1500
Rifabutina
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Rifabutina
(sem uso de inibidor 5-10 mg/Kg/dia 300 300 300 300 300
de protease)
Terizidona 6
10-15 mg/dia 500 500 500 750 750
Fonte: Adaptado do Campanion Handbook to the WHO guidelines for the programmatic management of drug-
resistant tuberculosis. OMS.2014/015.
1
Amoxicilina/clavulanato de potássio – utilizar conjuntamente com o imipenem/cilastatina ou meropenem. Nunca o
utilizar isoladamente.
2
O Imipenem/cilastatina e o meropenem – sempre associados à amoxicilina e ao ácido clavulânico, nunca utilizá-los
isoladamente.
180
3
Isoniazida altas doses – utilizar em situações especiais de resistência à isoniazida.
4
Linezolida – quando houver efeitos adversos moderados, utilizar doses intermitentes em dias alternados. Disponível
apresentação oral e injetável.
5
Rifabutina – quando usada juntamente com inibidor de protease (coinfecção TB-HIV), a dose deve ser reduzida para
a metade.
6
Terizidona – pode-se utilizar a dose máxima de 1000mg/dia, caso bem tolerada. Pacientes com efeitos adversos
moderados poderão se beneficiar da redução da dose (500mg/dia).
Faixas de peso
181
Anexo VI – Tabela posológica dos medicamentos
para crianças (< 10 anos de idade)
10 mg/Kg/dia (dividida em
Linezolida 600 mg
três tomadas por dia)
Levofloxacino em crianças ≤ 5 anos deve ter sua dose diária dividida em duas tomadas, pois nessa faixa etária o
2
182
Anexo VII – Sumário de resistências cruzadas
conhecidas entre os medicamentos antiTB
183
PARTE IV
ESTRATÉGIAS
PROGRAMÁTICAS
PARA O CONTROLE
DA TUBERCULOSE
1. O Enfrentamento da Tuberculose
Conhecer o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como problema de saúde pública é um
bom início para repensar e definir as estratégias no território. Por outro lado, a avaliação
de estratégias programáticas por meio de pesquisas operacionais deve ser incorporada à
rotina dos programas, encorajando-os a buscar a gestão baseada em evidências. Por fim,
compartilhar experiências em um país continental e heterogêneo pode abreviar caminhos,
187
2. Vacinação
A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é utilizada desde a década de 1920 como medida
preventiva complementar no controle da tuberculose. A vacina previne especialmente as
formas graves da doença, como TB miliar e meníngea na criança. É uma das mais utilizadas
em todo mundo e sua incorporação nos programas de imunização teve impacto na redução
da mortalidade infantil por TB em países endêmicos.
A meta de cobertura vacinal preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para
BCG é a vacinação de 90% das crianças menores de um ano de idade. Nos últimos anos, o Brasil
tem apresentado resultados de cobertura vacinal acima da meta preconizada (BRASIL, 2017a).
A BCG não protege indivíduos já infectados pelo M. tuberculosis e nem evita o adoecimento
por reativação endógena ou reinfecção exógena.
2.1. Indicações
A vacina BCG está, prioritariamente, indicada para crianças de 0 a 4 anos, 11 meses e 29 dias
de idade, para:
Para crianças expostas ao HIV, a vacinação BCG deve ser feita conforme as recomendações
a seguir:
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188
Não se indica a realização prévia de teste tuberculínico para a
administração da vacina BCG.
A partir dos cinco anos de idade, nenhuma pessoa deve ser vacinada
com BCG (mesmo profissionais de saúde e/ou grupos com maior
vulnerabilidade), exceto pessoas contatos de hanseníase. (Ver indicações
da vacina BCG no Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde).
2.2. Contraindicações
recém-nascidos
contatos de indivíduos bacilíferos deverão ser vacinados somente
após o tratamento da TB ou da quimioprofilaxia primária. Nesses casos, deve-se
considerar os algoritmos de prevenção da infecção latente ou quimioprofilaxia
primária (ver capítulo Tratamento da Infecção Latente pelo M. Tuberculosis);
até três meses após o uso de imunossupressores ou corticosteroides em dose elevada;
recém-nascidos com menos de 2Kg de peso até que atinjam este peso;
pessoas hospitalizadas com comprometimento do estado geral, até a resolução do
quadro clínico.
189
2.4. Esquema de vacinação BCG, dose e via de
administração
A vacina BCG é administrada por via intradérmica, na inserção do músculo deltoide direito.
Essa localização permite a fácil verificação da existência da cicatriz vacinal e limita as reações
ganglionares à região axilar. Além disso, essa vacina pode ser administrada simultaneamente
com as demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação (BRASIL, 2016b).
A comprovação da vacinação com BCG é feita por meio do registro da vacinação no cartão
ou caderneta de vacinação, da identificação da cicatriz vacinal ou da palpação de nódulo no
deltoide direito, na ausência de cicatriz.
O quadro a seguir (Quadro 47) relaciona o volume da dose recomendada de acordo com a
faixa etária e indicações do laboratório produtor da vacina BCG (BRASIL, 2018).
Quadro 47 – Vacina BCG e volume recomendado, conforme faixa etária e laboratório produtor
Fonte: CGPNI/DEVIT/SVS/MS.
Em alguns casos, essa cicatrização é mais demorada, podendo prolongar-se até o quarto
mês e, raramente, ultrapassa o sexto mês. Pessoas previamente sensibilizadas com o
Mycobacterium tuberculosis apresentam evolução mais acelerada e cicatrizes de maiores
dimensões.
190
Não se deve colocar qualquer medicamento nem cobrir a úlcera resultante da evolução
normal, apenas mantê-la limpa, usando água e sabão.
O enfartamento ganglionar axilar não supurado pode ocorrer durante a evolução normal
da lesão vacinal, desaparecendo espontaneamente, sem necessidade de tratamento
medicamentoso e/ou cirúrgico (drenagem).
A vacina BCG pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, que podem ser
decorrentes do tipo de cepa utilizada, da quantidade de bacilos atenuados administrada, da
técnica de administração da vacina e da presença de imunodeficiência congênita ou adquirida.
Na presença de quaisquer eventos adversos, os mesmos devem ser notificados dentro das
191
Deve-se aproveitar a oportunidade da vacinação para realizar educação em saúde voltada à
prevenção da tuberculose e analisar, periodicamente, os dados de cobertura da vacina BCG,
criando estratégias para alcance e manutenção das metas propostas para cada ano.
192
3. Detecção de Casos de Tuberculose
A OMS estima que o Brasil detectou 87% dos casos novos de TB para o ano de 2016 (WHO,
2017), o que reforça a necessidade de implementar ações que contribuam para aumento da
detecção de casos, levando em consideração as especificidades das populações-chave para
o controle da TB.
A busca ativa de sintomáticos respiratórios (SR) deve ser realizada permanentemente por
todos os serviços de saúde (níveis primário, secundário e terciário) e tem significativo impacto
no controle da doença.
No Brasil, utiliza-se o rastreamento pela tosse e define-se a busca ativa de SR como a atividade
de saúde pública orientada a identificar pessoas com tosse persistente, consideradas,
portanto, com possibilidade de estar com tuberculose pulmonar ou laríngea. A duração da
tosse para identificação do SR leva em consideração o risco de adoecimento e o acesso da
193
população aos cuidados, privilegiando muitas vezes a oportunidade de se fazer o exame
diagnóstico em detrimento do tempo da tosse.
Observação:
Quando o indivíduo sintomático respiratório (SR) procura o serviço de saúde para avaliação
clínica e, nesse momento, é realizado o rastreamento para a tuberculose, considera-se essa
atividade como Busca Passiva de casos de TB (mais detalhes no item Busca Passiva de Casos).
O tempo de duração da tosse para busca ativa de SR deve considerar a população que será
investigada. No Quadro 45 foram consideradas as diferentes populações-chave para busca
ativa de SR.
3.1.3. Objetivo
O objetivo da busca ativa de SR é identificar precocemente os casos bacilíferos, iniciar o
tratamento e, consequentemente, interromper a cadeia de transmissão e reduzir a incidência
da doença a longo prazo.
Municípios e/ou serviços que fazem a busca ativa de SR devem planejar e monitorar essa
atividade levando em conta a população local. Sintomáticos Respiratórios Esperados (SRE)
correspondem ao número de sintomáticos respiratórios que se espera encontrar em um
determinado período de tempo (1% da população geral).
É importante lembrar que, a cada 100 SR examinados, espera-se encontrar, em média, de três
a quatro doentes bacilíferos, podendo variar de acordo com o coeficiente de incidência da
região. Orientações para o cálculo do SRE com base populacional são descritas no Anexo VIII.
194
3.1.5. Estratégia de Busca Ativa em serviços de saúde
As estratégias de Busca Ativa de SR e de rastreamento da TB devem ser realizadas em todos
os serviços de saúde.
Avaliação
de contatos de casos de TB pulmonar ou laríngea: a busca de SR deve
ser realizada entre todos os contatos de pessoas com TB pulmonar ou laríngea.
A presença de sintomas entre os contatos deve ser um critério para priorização da
195
sudorese noturna. Além disso, é fundamental a organização dos fluxos de atendimento
dos doentes bacilíferos com o objetivo de evitar a transmissão do M. tuberculosis. (ver
capítulo Medidas de controle de infecção da tuberculose em unidades de saúde).
População privada de liberdade: apresenta alto risco de adoecimento por TB. A Busca
Ativa de sintomático respiratório deve ser realizada, idealmente, 2 vezes ao ano, com
o objetivo de identificar precocemente os doentes. Essa atividade tem um importante
papel no controle da TB nessa população (ver capítulo Ações estratégicas para
situações/populações especiais-PPL).
Outras instituições fechadas como asilos de idosos, hospitais psiquiátricos, albergues
de população em situação de rua: devem incluir a busca de SR (tosse de qualquer
duração) na admissão e com periodicidade definida pelo serviço.
População indígena: a Busca Ativa deve ser planejada em conjunto pelos programas
de controle da tuberculose locais e Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) (ver
capítulo Ações estratégicas para situações/populações especiais-Indígenas).
População em situação de rua: deve-se estabelecer na rotina da equipe de Consultório
na Rua (eCR) ou UBS convencional a Busca Ativa do SR, incluindo o rastreamento
diagnóstico e acompanhamento dos casos de TB.
Exame de
Tempo/Duração Periodicidade Raio X
População escarro
de tosse da Busca Ativa de tórax
solicitado
População geral
que procura o Em todas as visitas
Baciloscopia
serviço de saúde 2 semanas do usuário ao serviço Não
ou TRM-TB
(ESF, UBS ou de saúde
Hospitais) 1
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Qualquer duração.
Acrescida da inves- Baciloscopia
Sempre que visitar
PVHIV 2 tigação de febre ou ou TRM-TB e Sim
o serviço de saúde
emagrecimento ou cultura com TS
sudorese noturna
No momento da
admissão no sistema Baciloscopia
prisional. Pelo menos ou
PPL Qualquer duração Sim
uma vez ao ano ou, TRM-TB e
idealmente, a cada 6 cultura com TS
meses (em campanha)
continua
196
conclusão
Exame de
Tempo/Duração Periodicidade Raio X
População escarro
de tosse da Busca Ativa de tórax
solicitado
Albergues,
Comunidades
terapêuticas de Na entrada e repetir Baciloscopia
Pode ser
dependentes Qualquer duração com a periodicidade ou TRM-TB e
considerado
químicos ou avaliada localmente cultura com TS
instituições de
longa permanência
Em todas as oportuni-
dades de contato com Baciloscopia
Pode ser
Indígenas Qualquer duração profissionais da saúde ou TRM-TB e
considerado
e nas visitas do agente cultura com TS
de saúde indígena
Baciloscopia
Profissionais Admissão e exame
Qualquer duração ou TRM-TB e Sim
de saúde médico anual
cultura com TS
Qualquer duração
Planejar estratégias de Baciloscopia
em situações Pode ser
Imigrantes busca de acordo com ou TRM-TB e
de maior considerado
a realidade local cultura com TS
vulnerabilidade
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
1
Em serviços de saúde, utiliza-se a tosse por duas ou mais semanas, para identificação rápida de sintomáticos
respiratórios e com isso reduzir a transmissão do M. tuberculosis (ver capítulo de Controle de Infecção da Tuberculose
De acordo com a OMS (WHO, 2013a), a Busca Passiva está baseada na iniciativa de um indivíduo
pela procura de cuidados à sua saúde e envolve as seguintes etapas para que o diagnóstico
de tuberculose seja realizado:
197
o profissional de saúde conhece os métodos de diagnóstico para detectar a doença
(importância de o profissional conhecer os algoritmos diagnósticos para cada popu
lação específica).
Apesar da Busca Passiva ser relevante no controle da TB, a Busca Ativa mostra-se mais
eficaz na detecção precoce dos casos da doença. Estudo realizado na Rússia mostrou que
o tempo entre os sintomas sugestivos e o diagnóstico da TB foi menor na Busca Ativa
(1 semana), quando comparado à Busca Passiva (6,9 semanas), o que contribui também com
a diminuição do tempo de exposição do paciente bacilífero com a comunidade (KUZNETSOV
et al., 2014).
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198
4. Adesão
A adesão aos tratamentos prescritos por equipes de saúde é um desafio constante. No caso da
tuberculose, a não adesão ao tratamento pode ter consequências importantes para o paciente
e para a comunidade, diminuindo a possibilidade de cura, mantendo a cadeia de transmissão
e aumentando o risco de resistência aos medicamentos e de óbitos por tuberculose.
4.1. Conceito
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2003) define a adesão do paciente como o grau de
correspondência entre o comportamento e as recomendações acordadas com os profissionais
da saúde: tomar os remédios, seguir uma dieta e/ou executar mudanças no estilo de vida.
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2008b), a adesão é definida como “um processo
colaborativo que facilita a aceitação e a integração de um determinado regime terapêutico
no cotidiano das pessoas em tratamento, pressupondo sua participação nas decisões sobre
o mesmo”. Portanto, a adesão deve ser compreendida como um processo de negociação
entre usuários e profissionais de saúde, reconhecendo as responsabilidades de cada um
para fortalecimento da autonomia e do autocuidado (BRASIL, 2008b).
199
4.3. O processo de adesão
A adesão é um processo dinâmico e os fatores que vão interferir no seu resultado também
podem mudar ao longo do tempo. Apesar da importância da fase inicial, o serviço de saúde
deve estruturar-se para atuar nessa perspectiva durante todo o tratamento.
Grupos de adesão, atividades lúdicas, oferta de incentivos e facilitadores para adesão também
têm sido utilizados com bons resultados.
Monitoramento da adesão
Quando sob TDO, o monitoramento da adesão ocorre praticamente em tempo real, não sendo
necessário utilizar perguntas recordatórias para medir a adesão.
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Quando sob regime autoadministrado, podem-se utilizar ferramentas que auxiliem no controle
da adesão, tais como impressos padronizados e caixas identificadas de comprimidos. As
causas relacionadas às falhas devem ser acolhidas e discutidas para orientar sobre suas
consequências e buscar soluções oportunas para o êxito do tratamento.
Nos casos autoadministrados, a perda das doses está relacionada à frequência com que as
consultas estão agendadas. Nesses casos, as consultas devem ser marcadas com intervalos
200
curtos, quando necessário (15 em 15 dias, por exemplo), e os profissionais de saúde devem
estar atentos para as faltas.
Para ambos os regimes, o contato com o paciente faltoso (via telefone, e-mail ou visita
domiciliar) deve fazer parte da rotina de trabalho do serviço.
fatores
ligados ao doente: capacidade de lidar com situações determinadas pelo
adoecimento, depressão e comorbidades ligadas à saúde mental e ao uso abusivo de
substâncias psicoativas;
fatores ligados à doença: relacionados à gravidade do quadro clínico, à percepção
sobre a gravidade da doença, ao tempo de duração do tratamento e aos sintomas;
201
É importante saber que não existe um perfil ou características definidas que identifiquem
o paciente que não terá adesão ao tratamento. Em outras palavras: as pessoas não “são”
aderentes ou “não-aderentes” ao tratamento, mas “estão”, em um dado momento, seguindo
seu tratamento com maior ou menor facilidade (MELCHIOR et al., 2007).
A adesão também pode variar com o tempo de tratamento. Pacientes que estão com ótima
adesão em determinado momento podem vir a cometer falhas na utilização do medicamento
ou mesmo interromper a terapia em outro momento (CARVALHO, 2014). Por isso, deve-se tentar
compreender quais são os fatores que podem interferir na adesão, desenvolver em conjunto
um plano e discutir de que forma a equipe pode se organizar para melhor apoiar o doente
em todas as fases do tratamento.
4.5. Estigma
4.6.1. Acolhimento
Acolher significa colocar-se no lugar do usuário para sentir quais são suas necessidades e,
na medida do possível, atendê-las ou direcioná-las para sua solução (RAMOS; LIMA, 2003).
202
O acolhimento não está restrito a processos específicos do cuidado e deve ser realizado por
todos os profissionais de saúde em qualquer contato dos pacientes com o serviço.
Além da construção do vínculo, o TDO inclui a observação da ingestão dos medicamentos, que
deve ser realizada, idealmente, em todos os dias úteis da semana. Será considerado TDO se
a observação da tomada ocorrer no mínimo três vezes por semana durante todo tratamento
(24 doses na fase intensiva e 48 doses na fase de manutenção em casos de tratamento
padronizado por seis meses).
O TDO deve ser realizado por profissionais de saúde ou outros profissionais capacitados (por
exemplo: profissionais da assistência social, entre outros), desde que supervisionados por
profissionais de saúde. A supervisão realizada por amigos, familiares não será considerada
como TDO para o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
203
dos indivíduos, o que possibilita a identificação de riscos para a não adesão ao tratamento
e o estabelecimento de vínculos entre serviço de saúde-paciente-família. O profissional de
saúde deve identificar situações que possam comprometer a adesão, como o uso abusivo de
álcool e drogas, vulnerabilidade social, fragilidade da rede social/familiar visando à adoção
de medidas que possam prevenir o abandono e que fortaleçam o vínculo.
Domiciliar:
observação realizada na residência do paciente ou em local por ele
solicitado (exemplo: local de trabalho). Para tanto, o serviço necessita viabilizar
a visita domiciliar através de agentes comunitárias (ESF) e/ou outros profissionais
de saúde.
Nos serviços de saúde: observação da tomada nas unidades de ESF, UBS, Serviço de
atendimento especializado de HIV, policlínicas ou hospitais. Quando pactuada essa
modalidade entre o profissional de saúde e o doente, o serviço deve certificar-se da
possibilidade de deslocamento do paciente até a unidade de saúde. O serviço também
deve zelar pela oferta de água potável, copos, local com privacidade e flexibilização de
horário com profissionais disponíveis para realização do TDO.
Compartilhado: quando o doente faz consulta médica em uma unidade de saúde e
realiza o TDO em outra unidade de saúde mais próxima à sua residência ou trabalho.
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
204
Em instituições de longa permanência (tais como prisões e unidades
de internação para menores cumprindo medidas socioeducativas) e de
permanência temporária (tais como albergues, asilos ou comunidades
terapêuticas), o TDO deve ser realizado por profissionais de saúde ou
por outros profissionais capacitados desde que supervisionados por
profissionais de saúde. É importante que essas instituições estejam
vinculadas ao serviço de saúde de sua região/território.
Mesmo que o encontro para o TDO seja rápido, pode ser enriquecido com intervenções
breves, que são:
205
Passo a passo da realização do TDO:
1. acolher o paciente;
2. avaliar a presença de efeitos adversos e/ou interações
medicamentosas;
3. informar os nomes dos medicamentos administrados;
4. entregar os medicamentos de uso oral com um copo de água e
observar a tomada. No caso dos injetáveis, aplicá-los de acordo
com a prescrição médica;
5. anotar na ficha de acompanhamento da tomada diária da
medicação do TDO;
6. perguntar se existem dúvidas e encorajar o paciente a continuar
o tratamento;
7. marcar o próximo encontro;
8. providenciar os agendamentos necessários e certificar-se da
realização dos exames de controle.
uma rede de ajuda ampliada. Uma vez que a situação e as relações estão em constante
transformação, o PTS deve ser revisado periodicamente.
O termo “projeto” refere-se a uma discussão prospectiva focada em “como será daqui para
frente” e que pode ser realizada em qualquer serviço de saúde, independentemente do nível
de atenção.
206
O PTS visa essencialmente a valorizar a história de vida do indivíduo e trazê-lo para o centro
do cuidado e pode ser oferecido a pacientes com problemas de adesão em qualquer momento
do tratamento.
Não existem regras fixas. Informações essenciais podem surgir no decorrer do seguimento
e a partir do vínculo estabelecido. A história, em geral, vai se construindo aos poucos, pois
esse processo é relacional e complexo. Existe a necessidade do protagonismo do indivíduo
no seu processo de cura. É importante acreditar que a pessoa tem o poder de mudar a sua
relação com a vida e com a própria doença.
207
4.6.4. Atitude da equipe para o fortalecimento da adesão
A adesão é uma via de mão dupla. Da mesma forma que se espera a adesão ao tratamento
por parte dos pacientes, a equipe precisa estar comprometida com eles. É fundamental que
a equipe faça uma abordagem oportuna ao detectar problemas na adesão. Essa abordagem
deve ser baseada no acolhimento, na cooperação, respeitando a autonomia e a participação
ativa das pessoas na construção compartilhada de estratégias para enfrentamento
das dificuldades.
Os serviços devem dar especial atenção a pacientes com maiores dificuldades para aderir ou com
antecedentes de baixa adesão, incorporando práticas individuais e coletivas complementares,
no intuito de aliviar o sofrimento das pessoas e garantir seu direito ao tratamento disponível.
A abordagem individualizada dos problemas não exclui a possibilidade de implantar atividades
coletivas (por exemplo grupos de adesão) para o enfrentamento das dificuldades.
208
›› tabelas e mapas de doses – ajudam a equipe a explicar e orientar sobre o esquema
terapêutico, principalmente se o paciente faz uso de vários medicamentos;
›› diários de adesão – são relatos escritos das tomadas dos remédios com
identificação de possíveis dificuldades ou esquecimento. É um instrumento rico
para ser discutido especialmente nas consultas com foco na adesão; e
›› alarmes – relógios despertadores, celulares ou relógios de pulso que tocam no
horário estabelecido para tomada do medicamento.
Nas situações em que, apesar da oferta, o paciente não aceita o TDO, o serviço de saúde
deve se responsabilizar pela adesão do paciente ao tratamento, por meio da organização do
serviço para realizar as atividades acima descritas.
As formas de monitorar a adesão ao tratamento têm sido um dos maiores desafios para os
profissionais da saúde, uma vez que ainda não há um método ou procedimento capaz de garantir
a adoção de um padrão adequado quanto à adesão de uma pessoa. Por isso, é importante que
o serviço combine diferentes estratégias, preferencialmente, de acordo com cada caso.
Os métodos utilizados para aferição da adesão incluem medidas diretas e indiretas. O TDO
pode ser considerado como um método direto de aferição da adesão, uma vez que possibilita
a verificação objetiva da tomada do medicamento. Como exemplo de medidas indiretas estão
o autorrelato, sistemas de informação, contagem de comprimidos e registros referentes à
retirada de medicamentos da farmácia.
As atividades de busca de faltosos devem ser instituídas o mais precocemente possível, com
o objetivo de evitar potencial abandono.
209
4.8.2. Abandono do tratamento
Considera-se situação de abandono de tratamento quando o paciente deixa de comparecer
à unidade de saúde por mais de 30 dias consecutivos, após a data prevista para o seu retorno.
Nos casos de tratamento diretamente observado, o prazo de 30 dias é contado a partir da
última tomada do medicamento.
Entre fatores que podem estar relacionados à não adesão e, consequentemente, ao abandono
do tratamento, destacam-se:
210
4.9. Quando as estratégias falham
É importante que a equipe perceba que, quanto maior a dificuldade de adesão, maior será
a necessidade de apoio e vínculo com este paciente para garantir o sucesso do tratamento.
Sendo assim, o mais indicado é voltar a fazer anamnese ampliada, procurando identificar as
dificuldades de adesão e retomar o acompanhamento desde o início, conforme explicado
anteriormente.
A internação compulsória será considerada uma situação de exceção, podendo ser adotada
somente em casos específicos, depois de esgotadas todas as abordagens preconizadas
anteriormente, em especial onde haja exposição de terceiros, sobretudo de crianças ao
risco de infecção.
Deve-se ressaltar que a internação compulsória não deve ser usada como opção para
“solucionar” as deficiências da rede de atenção ou mesmo para o eventual despreparo das
equipes envolvidas.
todos os pacientes que procuram o serviço devem ser esclarecidos sobre a doença
211
o serviço deve se estruturar para identificação precoce dos faltosos e organização das
estratégias de busca, com vistas a evitar o abandono ao tratamento;
para
pacientes em situação de abandono, o serviço deve organizar estratégias de
busca e reinserção desses pacientes ao cuidado;
seja oferecido o cuidado integrado e integral aos pacientes, na perspectiva do trabalho
em redes intra e interinstitucional, capaz de responder às demandas sociais, incluindo
etilismo, tabagismo, uso de substâncias psicoativas e outras situações que podem
influenciar negativamente a adesão.
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212
5. Controle de Contatos
Estudos mostram que 3,5% a 5,5% dos membros da família ou dos contatos próximos a uma
pessoa com TB tinham a doença prévia não diagnosticada. Esses achados reforçam que
a investigação de contato pode resultar na identificação precoce de casos e redução da
transmissão da doença.
Além disso, o controle de contatos identifica pessoas recém-infectadas pelo bacilo, que
apresentam um risco aumentado para o desenvolvimento de TB ativa dentro de 2-5 anos
após a aquisição da infecção.
Os serviços devem se estruturar para que essa prática de grande repercussão para o controle
da TB seja realizada.
213
Tendo em vista que crianças com TB em geral desenvolvem a doença
após contato com um adulto bacilífero, preconiza-se a investigação de
todos os seus contatos, independentemente da forma clínica da criança,
a fim de se identificar não somente os casos de ILTB, mas, principal
mente, o caso fonte, interrompendo assim a cadeia de transmissão.
Contato – toda pessoa que foi exposta ao caso índice ou caso fonte, no momento da
descoberta do caso de tuberculose. Esse convívio pode ocorrer em casa, em ambientes
de trabalho, em instituições de longa permanência, em escolas, dentre outros. A quantificação
da exposição de risco é variável. A avaliação do risco de infecção deve ser individualizada,
considerando-se a forma da doença do caso fonte, o ambiente e o tempo de exposição.
É realizada por meio de entrevista com o caso índice para obter os nomes, as idades e a
avaliação de risco dos contatos para determinar a priorização da avaliação clínica.
A avaliação de contatos está recomendada quando o caso índice for, em ordem de prioridade:
214
5.4. Avaliação dos contatos
contatos
sintomáticos: crianças, adolescentes (≥ 10 anos de idade) ou adultos
(incluindo PVHIV) deverão realizar o exame de escarro (baciloscopia ou TRM-TB),
radiografia de tórax e/ou outros exames, de acordo com a sintomatologia (ver capí
tulo Diagnóstico);
contatos
assintomáticos: crianças, adolescentes (≥ 10 anos de idade) e adultos
deverão realizar a investigação com PT e/ou radiografia de tórax e tratar ILTB, quando
indicado (ver capítulo Tratamento da ILTB);
contatos
assintomáticos vivendo com HIV: devem realizar o tratamento da ILTB
independentemente da prova tuberculínica.
215
Figura 11 – Fluxograma para investigação de contatos adultos e adolescentes (≥10 anos de idade)
Consulta
Assintomático Sintomático
Prova
Excluída Investigar
tuberculínica
TB ativa TB
(PT)
Continuar
TB ativa
PT < 5 mm PT ≥ 5 mm Investigação
Repetir em
8 semanas Rx de tórax Tratar TB
Sem Com
Normal Alterado
conversão conversão 1
Normal Alterado
Continuar
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Tratar ILTB
investigação
216
Figura 12 – Fluxograma para investigação de crianças contato (< 10 anos de idade)
Consulta
Assintomático Sintomático 1
Rx e prova
tuberculínica
Investigar TB
Rx de tórax TB
Rx alterado Excluída TB
normal confirmada
Repetir PT em
Tratar ILTB
8 semanas
Sem Com
conversão conversão 3
Alta com
Tratar ILTB
orientação
217
5.6. Operacionalização da avaliação de contatos
nos serviços de saúde
O caso índice e/ou fonte deve ser entrevistado o quanto antes para identificação das
pessoas que serão consideradas contatos;
deve se obter uma listagem com os seguintes dados sobre os contatos: nome, idade,
tipo de convívio (residência, trabalho, escola etc), formas de localização (telefone,
endereço), se tem sintomas ou não, se é portador do HIV e se tem alguma outra
morbidade;
o caso índice deve ser orientado a informar os contatos a comparecem à unidade de
saúde de acordo com as prioridades identificadas a partir da listagem obtida;
quando o caso índice estiver sendo tratado por uma unidade de referência, esta deve
entrar em contato com a Unidade Básica de Saúde para informar a necessidade da
avaliação de contatos do caso índice;
o serviço deve ter estabelecido a avaliação de contato na sua rotina de vigilância,
no seu território. Diferentes estratégias podem ser utilizadas: mensagens telefônicas,
telefonemas, cartas-convite, entre outros; e
sempre
que possível realizar visita domiciliar para melhor entendimento das
circunstâncias que caracterizam os contatos identificados na entrevista do caso índice.
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218
6. Medidas de Controle de Infecção da
Tuberculose em Unidades de Saúde
Todo ambiente onde circulam pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea que estão
eliminando aerossóis (através de tosse, fala ou espirro), contendo o M. tuberculosis, oferece
algum risco de transmissão de TB.
219
6.1. Conjuntos de medidas de controle da transmissão
do M. tuberculosis
220
Quadro 49 – Etapas preconizadas para a busca ativa de SR em instituições
221
suficiente para atender à demanda da unidade. Esses locais devem dispor de renovação
do ar, de pelo menos 6 trocas por hora e pressão negativa em relação aos ambientes
contíguos. Em geral, a pressão negativa pode ser obtida apenas com exaustores;
a descarga do ar exaurido deve ser direcionada para o exterior da unidade, para locais
afastados de outros pacientes, dos profissionais de saúde e de sistemas de captação
de ar. Se necessário, o exaustor pode ser conectado a um duto, para que a descarga
de ar se faça distante de tais locais. Caso não seja viável esse direcionamento, uma
alternativa é a utilização de exaustão acoplada a filtros de alta eficiência para ar
particulado (filtros Hepa – High Efficiency Particulate Air), que eliminam os bacilos
suspensos no ar, permitindo que o ar seja descarregado em ambientes onde circulem
pessoas;
a utilização de luz ultravioleta (UV) no ambiente só é aceitável em equipamentos em
que a lâmpada UV fica embutida e o ar circulado passa por ela, estabelecendo seu
efeito esterilizador. O olho humano não pode ser exposto diretamente às lâmpadas
UV devido a seus efeitos potencialmente carcinogênicos, nocivos à retina e à pele; e
as necessidades de redefinição de espaços, reformas e aquisição de equipamentos
devem ser avaliadas em cada unidade de saúde, levando-se em consideração o custo
efetividade de cada ação em relação ao tipo e número de pacientes atendidos.
É necessário que se estabeleçam locais para a utilização correta das máscaras, o que implica
em identificação de barreiras físicas a partir de onde elas devem ser utilizadas (salas de
atendimento, isolamentos, entre outras). É importante esclarecer a necessidade do seu uso
aos pacientes e familiares, evitando constrangimentos e estigmatização.
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Recomenda-se o uso de máscaras tipo PFF2 (padrão brasileiro e da União Europeia) ou N95
(padrão dos Estados Unidos) em locais previamente identificados, para:
profissionais
de saúde de serviços que atendem grande quantidade de pacientes
bacilíferos para início de tratamento, sobretudo no atendimento de doentes com
resistência medicamentosa;
profissionais de saúde ou visitantes (acompanhantes) ao entrarem em áreas de alto
risco de transmissão (quartos de isolamento respiratório, serviços de referência de
SR, bacilíferos e portadores de TB com suspeita e/ou confirmação de resistência aos
fármacos antiTB);
profissionais
de saúde que atendam doentes referenciados bacilíferos ou poten
cialmente bacilíferos em serviços ambulatoriais;
222
profissionais
de laboratório ou aqueles que, em ambientes fechados, realizam
procedimentos que promovam a formação de partículas infectantes (por exemplo:
escarro induzido, broncoscopias, nebulizações em geral) por ocasião da manipulação
dos materiais e/ou realização de exames;
profissionais
que fazem o transporte de doentes bacilíferos ou suspeitos de TB
pulmonar em ambulâncias; e
excepcionalmente,
por profissionais ou agentes comunitários que realizam a visita
domiciliar à pessoa com TB ou a observação da tomada dos medicamentos antiTB.
o uso
de máscaras PFF2 ou N95 pelos profissionais de saúde tem pouca utilidade
quando ocorrer somente durante a presença do paciente, uma vez que os bacilos
podem permanecer no ambiente entre 5 a 12 horas, dependendo da precariedade de
sua ventilação e iluminação;
o uso de máscaras cirúrgicas é recomendado para pacientes com TB pulmonar ou
SR em situação de potencial risco de transmissão, por exemplo: falta de ventilação
adequada em salas de espera e emergências enquanto aguarda definição do caso
(atendimento, resultado de exames, internação em isolamento) ou deslocamento
de pacientes do isolamento para exames ou procedimentos (nesse caso, o paciente
deve ter seu atendimento priorizado também no outro setor). A máscara PFF2 não é
recomendada para SR ou pacientes bacilíferos; e
é necessário orientar adequadamente o profissional de saúde a respeito do uso das
máscaras PFF2 ou N95, uma vez que devem ser perfeitamente adaptadas ao rosto do
usuário. Essa adaptação pode ser testada promovendo uma inspiração profunda que
deve levar à retração da máscara que estiver adequadamente colocada. As máscaras
podem ser reutilizadas desde que estejam íntegras e secas.
Levar o braço ou lenço à boca e ao nariz quando tossir e espirrar também faz parte dessas
orientações gerais.
223
Na visita domiciliar realizada por agente comunitário ou outro profissional de saúde, algumas
recomendações devem ser observadas:
orientar sobre medidas gerais – o SR ou a pessoa com TB deve cobrir a boca com o
braço ou o lenço ao tossir e manter o ambiente arejado, com luz solar;
esclarecer
que o compartilhamento de objetos em geral e/ou de uso pessoal não
transmite a TB;
sempre questionar sobre a presença de SR no domicílio e, em caso positivo, proceder
conforme preconizado no capítulo Detecção de Casos de Tuberculose;
orientar coleta de escarro em local ventilado; e
fazer a observação da tomada dos medicamentos (TDO) em local bem ventilado (jardim,
varanda, próximo da janela etc.), principalmente no primeiro mês de tratamento.
Em casos excepcionais, como na impossibilidade de atendimento do paciente em
ambiente externo por dificuldade de deambulação ou situações de moradia que não
propiciem a atuação do profissional em local ventilado, após avaliação criteriosa da
equipe da ESF, o agente comunitário ou qualquer outro profissional de saúde que
proceda à visita domiciliar pode usar máscaras PFF2 ou N95. Nessas situações, o uso
de máscara se dará na entrada do profissional no ambiente, e ele deverá com ela
permanecer até sua saída. Esse procedimento deve ser descontinuado assim que o
paciente tiver baciloscopia negativa na progressão do tratamento.
224
dos pacientes de TB. Com a descentralização das ações de controle da TB, o número de
atendimentos/ano, na maior parte dessas unidades, não chegará a uma quantidade
de pacientes que justifique ambientes especiais;
o fundamental trabalho do agente comunitário de saúde na identificação do SR no
domicílio diminui ainda mais a possibilidade de o indivíduo bacilífero circular pela
unidade sem sua prévia identificação;
atendimento em horários diferenciados e/ou turnos específicos para acompanhamento
do paciente com TB e o oferecimento de máscara cirúrgica após identificação do SR
ou do paciente com TB pulmonar são medidas administrativas que diminuirão ainda
mais o risco de transmissão na unidade de saúde (pacientes com TB sensível não
contaminam mais, em geral, duas ou três semanas após o início do tratamento);
o Tratamento Diretamente Observado – TDO, em acordo com o paciente, deverá ser
realizado, preferencialmente, a domicílio nas primeiras semanas de tratamento.
Em unidades de saúde que atendem PVHIV, para fins de biossegurança, deve-se buscar
ativamente pessoas que tossem por mais de 2 semanas. Uma vez identificadas, também
deverão ser investigadas para TB, independentemente de apresentarem outros sinais e
sintomas e do motivo de ida à unidade de saúde (ver capítulo Detecção de casos).
Unidades hospitalares são identificadas como locais de alto risco para transmissão de TB,
com registros de surtos nosocomiais entre pacientes e profissionais de saúde. Medidas
relacionadas ao controle da transmissão do M. tuberculosis devem ser adotadas por todas as
unidades hospitalares após a avaliação de risco, mesmo em áreas de baixa prevalência de TB.
225
nos serviços ambulatoriais, reduzir o número de pacientes nas salas de espera (por
meio de consultas com hora marcada ou escalonadas) e adoção de sala de espera
exclusiva para SR ou TB sempre que possível;
evitar atendimentos de pacientes com suspeita de TB em salas contíguas com outros
pacientes portadores de imunodeficiência, crianças com menos de 5 anos de idade ou
idosos com mais de 60 anos de idade;
aos serviços de urgência/emergência, aplicam-se todas as recomendações anteriores,
com particularidades decorrentes do tipo de atendimento. Deve-se manter o SR em
isolamento respiratório zelando para que seu tempo de permanência no setor seja
o menor possível, agilizando sua avaliação (resultado da baciloscopia em até 4h) e
procedendo à internação em isolamento ou alta o mais rapidamente possível; e
estabelecer
e investigar indicadores relacionados à precocidade da suspeita, do
diagnóstico e da implantação das precauções, tais como: intervalo entre a admissão
do paciente e a identificação do SR, intervalo entre a admissão e a instituição das
precauções, intervalos relacionados à solicitação da pesquisa de BAAR no escarro,
resultado do exame, conhecimento do resultado pelo médico assistente e introdução
do tratamento específico. Monitorar esses indicadores e definir medidas que
assegurem sua melhora.
226
implantar e avaliar os indicadores de monitoramento da efetividade das ações;
realizar previsão de financiamento (insumos, recursos humanos, engenharia, pesquisa
operacional);
promover divulgação de informações claras e objetivas;
implantar/implementar vigilância da TB por meio do monitoramento da liberação de
medicamentos antiTB na farmácia hospitalar, dos resultados de exames positivos para
TB no laboratório clínico e anatomopatológico dos hospitais;
zelar pela correta notificação do caso e encaminhamento das fichas de notificação ao
nível central do município;
promover a correta conduta na alta do paciente. O paciente deverá ter alta hospitalar
com consulta previamente agendada, medicamentos suficientes até a consulta na UBS
e ficha de encaminhamento com os dados de diagnóstico e tratamento. Caso não haja
possibilidade de agendar a consulta, o responsável pela TB/vigilância deverá contatar
a UBS mais próxima ao domicílio do paciente, fornecer dados de identificação e clínicos
e, ao paciente, o endereço da unidade, além de notificar o caso ao PCT municipal.
A confirmação do atendimento do paciente na unidade de destino é uma boa prática
da vigilância hospitalar;
monitorar
possíveis surtos nosocomiais, a partir de comprovada exposição de
pacientes e profissionais de saúde com a determinação do perfil de resistência da
cepa do caso índice, investigação de ILTB nos expostos com instituição de tratamento
preventivo quando indicado e diagnóstico precoce da doença. Técnicas de biologia
molecular podem ser utilizadas na investigação de surtos;
promover a divulgação dos indicadores relacionados à TB na unidade hospitalar e
educação continuada por meio de cartazes, palestras, cursos e afins.
227
Os procedimentos que liquefazem as amostras – como os usados durante a digestão e o
processamento da amostra para inoculação em meio de cultura nos testes de sensibilidade
diretos ou nos ensaios de sondas genéticas por sequenciamento direto – representam um
maior risco de produção de aerossóis quando comparados com outras técnicas, portanto
esses procedimentos devem ser realizados em uma Cabine de Segurança Biológica (CSB).
228
7. Ações Estratégicas para Situações e
Populações Especiais
para
PVHIV com contagem de LT-CD4+ ≥ 350 cels/mm3, deve-se realizar a prova
tuberculínica ou IGRA anualmente e iniciar o tratamento da ILTB sempre que indicado
(ver capítulo Tratamento da ILTB);
para PVHIV que apresentam contagem de LT-CD4+ < 350 cels/mm3, principalmente no
momento do diagnóstico da infecção pelo HIV e para contatos de casos bacilíferos, está
indicado o tratamento da ILTB (ver capítulo Tratamento da ILTB), independentemente
da prova tuberculínica ou IGRA, desde que descartada a TB ativa.
229
Busca Ativa de tuberculose em PVHIV
A Busca Ativa de casos de TB na população vivendo com HIV tem por objetivo aumentar a
detecção e diagnosticá-los precocemente.
Desse modo, a Busca Ativa pode mudar o curso de ambos os agravos, uma vez que proporciona
diagnóstico e tratamento oportuno da TB, aumentando a sua cura e reduzindo os óbitos em
pacientes coinfectados.
tosse; e/ou
febre; e/ou
emagrecimento; e/ou
sudorese noturna.
A presença de qualquer um desses sintomas deve desencadear a investigação específica para
TB, que pode variar de acordo com a forma clínica da TB sob suspeição. Vale lembrar que,
quanto maior a imunossupressão, maior a possibilidade de formas atípicas e disseminadas.
É preciso que a unidade que atende PVHIV identifique suas referências para exames
complementares ou procedimentos invasivos, tais como exames de imagem, biópsias
teciduais, entre outros.
Uma vez que o diagnóstico da infecção pelo HIV é realizado, a pessoa coinfectada deve ser
encaminhada rapidamente para o início da TARV, lembrando que o seu atraso está relacionado
à piora do prognóstico, especialmente em pacientes com imunossupressão grave.
230
Tratamento da Tuberculose em PVHIV
A PVHIV com TB deve ser acompanhada, idealmente, em uma única unidade de saúde, para
que seja assistida integralmente pela mesma equipe de saúde, com melhor manejo das
interações medicamentosas e dos eventos adversos de ambos os tratamentos. Assim, evita-
-se o seu deslocamento entre vários serviços e se reduz a chance de abandono.
Em especial para PVHIV que estão em TARV de resgate e/ou tratando a tuberculose, a
abordagem do Tratamento Diretamente Observado (TDO) pode ser uma ferramenta valiosa
para apoiar o indivíduo na realização dos dois tratamentos simultâneos. Dados nacionais de
2017 mostram que, nos casos em que a PVHIV realiza TARV e TDO, o percentual de cura é de
42% e o abandono é de 5%, enquanto nos casos em que a PVHIV realiza TARV e não realiza
TDO o percentual de cura é de 34% e o abandono de 13%.
O seguimento clínico da TB nos serviços de HIV exigirá estabelecimento de rotinas que incluam
visitas mais frequentes para o monitoramento dos eventos adversos e identificação precoce
de dificuldades de adesão ao tratamento. A presença frequente de equipes multidisciplinares
nos serviços especializados é de grande valia para o cuidado integral das pessoas com TB
e HIV que apresentam outras condições, tais como transtornos mentais, uso de substâncias
psicoativas, estigma e preconceito, entre outros que podem influenciar negativamente o
desfecho de tratamento.
O planejamento e a execução conjunta das ações para TB-HIV, com a pactuação de papéis e
responsabilidades, além de otimizar os escassos recursos humanos e financeiros, permite
a construção contínua das capacidades humanas no manejo da coinfecção TB-HIV, além de
231
campanhas educacionais com mensagens claras e objetivas para os profissionais de saúde
e para as PVHIV.
É importante que ambos os programas definam a linha de cuidado para coinfecção TB-HIV,
incluindo a Atenção Básica como importante ponto de atenção na Rede de Atenção à Saúde
(BRASIL, 2017c), estabelecendo, principalmente, o processo de matriciamento e o mapeamento
das referências para outras especialidades e exames diagnósticos.
Estima-se que há 630.000 PPL no Brasil, distribuídas em 1436 unidades prisionais. Também
se constata déficit de 250 mil vagas e taxa média de ocupação de 160%, de acordo com
Geopresidios/CNJ (junho/2016) e Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias –
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Infopen (dezembro de 2014, publicado em 2015). A tuberculose nas prisões constitui um sério
problema de saúde nos países de alta e média endemicidade, com relativa frequência de
formas resistentes e multirresistentes.
O risco de adoecer por TB é partilhado entre PPL, guardas, profissionais de saúde, visitantes
e entre todas as pessoas que frequentam as prisões. A mobilidade do preso dentro do
sistema aumenta esse risco, uma vez que o preso circula entre diferentes instituições do
sistema judiciário, centros de saúde e comunidade geral, durante e após o cumprimento
da sua sentença.
232
7.2.1. Caracterização da população
As PPL são, em sua maioria, oriundas dos segmentos da população mais afetados pela
TB: homens jovens, com baixa escolaridade, desempregados ou empregados com baixa
remuneração, que vivem em comunidades desfavorecidas das grandes cidades e algumas
vezes nas ruas. Com frequência, têm antecedentes de TB e de encarceramento, além de história
de uso de drogas e taxa de infecção pelo HIV mais elevada do que a da população geral.
Estudo realizado no Rio de Janeiro mostrou que 84% dos doentes adquiriram a TB na prisão.
Esses dados sugerem que a TB entre os presos está predominantemente relacionada à
transmissão intrainstitucional massiva ligada às precárias condições de encarceramento na
maioria das prisões brasileiras com número expressivo de casos de TB vivendo em celas mal
ventiladas e com pouca iluminação solar.
a falta de informação sobre TB para PPL, guardas e outros profissionais que atuam nas
prisões e a subvalorização dos sintomas pelas PPL;
233
Busca Ativa de sintomático respiratório – deve ser realizada no momento do ingresso,
entre os contatos e rastreamento de massa (“campanha”) idealmente duas vezes ao ano.
Atenção especial deve ser dada às PPL com antecedente de TB, infecção pelo HIV e diabetes,
pela maior possibilidade de resistência e evolução de formas clínicas atípicas.
Busca Ativa
Estudos realizados em prisões mostram que a detecção de casos limitada à demanda
espontânea não é suficiente para reduzir a ocorrência de TB e, para ter impacto significativo
sobre a prevalência da TB, deve estar associada à estratégia de Busca Ativa entre ingressos
e rastreamento de massa (“campanha” de Busca Ativa).
Os profissionais de saúde prisional devem sempre perguntar às PPL que vão ao serviço de
saúde se apresentam tosse (de qualquer duração), qualquer que seja o motivo da consulta.
Se a tosse estiver presente, deve-se proceder à investigação diagnóstica para TB.
234
Além de ser uma estratégia de controle, o rastreamento de massa permite dimensionar o
problema, sensibilizar as autoridades e toda a comunidade carcerária, obter linha de base
(no primeiro rastreamento) para planejar as ações de controle e constitui importante mote
para a realização de atividades educativas com as PPL e profissionais do sistema carcerário.
entrevistar individualmente todas as PPL sobre a presença de tosse e/ou infecção pelo
HIV ou história de tratamento anterior para TB. Em caso de tosse, proceder à realização
de exame bacteriológico de escarro. Na ausência de tosse, orientar a PVHIV e/ou com
história prévia de TB sobre os riscos no ambiente confinado e sintomas de TB;
submeter todas as PPL ao exame radiológico de tórax, independentemente da exis
tência de sintomas, para identificar aquelas que apresentam qualquer tipo de anorma
lidade radiológica (pulmonar, pleural ou mediastinal), sugestiva ou não de TB. As
pessoas que apresentarem exames radiológicos com imagens sugestivas de TB serão
submetidas aos testes para diagnóstico (TRM-TB ou baciloscopia, cultura e TS).
O rastreamento radiológico deve ser priorizado sempre que disponível. Embora apresente
maior complexidade, maior custo e exija maior infraestrutura, apresenta rendimento
superior porque permite a identificação dos casos assintomáticos e dos casos não
bacilíferos, enquanto o rastreamento baseado em sintomas permite identificar os doentes,
frequentemente, já bacilíferos.
identificar outras pessoas com TB ativa (por meio da busca de sintomático respiratório);
e /ou
identificar pessoas infectadas pelo HIV.
Em unidades prisionais com celas coletivas e/ou naquelas onde há permanência de grande
número de PPL em espaços comuns, todas as PPL de uma mesma cela ou galeria devem ser
consideradas como contato, o que, na prática, pode implicar a realização de Busca Ativa
sistemática em toda a unidade prisional.
Indica-se realizar os testes para diagnóstico de TB em todos os contatos que tiverem tosse,
independentemente da sua duração. Sempre que possível, a radiografia de tórax deve ser
realizada. Para os contatos infectados pelo HIV, desde que descartada a TB ativa, deve-se
realizar tratamento da ILTB.
235
Não está indicada a realização da prova tuberculínica para contatos em ambiente prisional
porque, dada alta probabilidade de ocorrência de reinfecções em curto espaço de tempo, a
indicação de tratamento da infecção latente é duvidosa.
Os contatos familiares das PPL com TB devem ser orientados a procurar serviço de saúde
extramuros para avaliação do risco e rastreamento adequado, quando necessário.
Dada sua alta acurácia, especialmente para confirmação de casos com baciloscopia negativa
(STEINGART et al., 2014) e para detecção rápida da resistência a rifampicina, o TRM-TB é o
teste diagnóstico de escolha para toda PPL com sintomas sugestivos de TB, em substituição
à baciloscopia. Considerando a elevada frequência de formas multirresistentes na população
carcerária, a cultura e o TS devem ser sempre realizados em todos os sintomáticos
respiratórios identificados, além da baciloscopia ou TRM-TB (algoritmo populações com maior
vulnerabilidade). Todos os casos com resistência detectada, seja à rifampicina pelo TRM-TB
ou a outras drogas pelo TS, devem ser imediatamente encaminhados à referência terciária.
Nos casos suspeitos de TB com história de tratamento anterior, ainda que o TRM-TB esteja
disponível, a baciloscopia deve ser realizada para identificação de bacilos viáveis, além da
cultura com TS. Os casos que apresentarem baciloscopia negativa, TRM-TB positivo e/ou
resistência à rifampicina deverão ser encaminhados à referência secundária para avaliação
pelo especialista.
antirretroviral deve ser instituído em até 8 semanas após o início do tratamento da TB (ver
capítulo Esquemas de Tratamento para a Tuberculose).
236
O tratamento da TB no sistema penitenciário
O tratamento da tuberculose em PPL pode ter início antes ou durante o encarceramento e
pode ser encerrado durante ou após o livramento. O seguimento da PPL com tuberculose
deve observar todas essas possibilidades de modo a garantir a sua completitude e o êxito
do tratamento.
As frequentes transferências de PPL entre as unidades prisionais são uma importante causa
de interrupção do tratamento. Assim, um sistema de comunicação ágil entre os serviços de
saúde do sistema penitenciário deve ser estabelecido. O serviço de saúde da UP de origem
deve comunicar à coordenação de saúde do sistema penitenciário e ao serviço de saúde da
Por isso, as recomendações a seguir podem ajudar que a PPL continue o seu tratamento após
a saída do sistema carcerário.
237
É essencial reconhecer o protagonismo da PPL no seu tratamento, escutá-la e fornecer-
lhe as informações necessárias para que dê continuidade ao tratamento mesmo após
o livramento.
Desde o início do seu tratamento, o paciente privado de liberdade deve ter em seu
poder o documento de encaminhamento para continuidade do tratamento em unidade
de saúde extramuros, informando a data de início e o esquema de tratamento.
Organizações da Sociedade Civil, em contato com o paciente privado de liberdade
durante o encarceramento, poderão facilitar a referência para estruturas de saúde
extramuros depois do livramento.
A UP
deverá comunicar o livramento do paciente à vigilância epidemiológica do
município.
Os espaços destinados aos serviços de saúde no interior dos presídios devem ser adequados às
normas vigentes do Ministério da Saúde. As medidas de proteção individual para profissionais
de saúde devem seguir as recomendações que constam no capítulo Controle de Infecção da
Tuberculose em Unidades de Saúde.
238
O isolamento do paciente identificado durante o encarceramento não está indicado porque:
A avaliação de saúde deve incluir radiografia de tórax e teste tuberculínico anuais em caso
de não reatividade ao teste inicial/atual. As indicações de tratamento da infecção latente
estão descritas no capítulo Tratamento da ILTB.
O sistema de registro para a gestão dos casos de TB deve ser organizado em cada UP e ao
nível da coordenação de saúde do sistema penitenciário de cada estado de modo a permitir:
a localização
dos pacientes na própria UP e por ocasião de transferências entre
unidades prisionais, a fim de garantir a continuidade do tratamento;
Deve ainda ser organizado o fluxo dos boletins de acompanhamento do Sinan para envio
aos municípios.
Quando ocorrerem transferências entre UPs, a unidade de origem é responsável por informar
a unidade de destino dos dados referentes ao diagnóstico e tratamento.
239
7.2.6. Ações de Informação, Educação e Comunicação
As ações de informação, educação e comunicação para o controle da TB em prisões são de
grande importância para:
dar
visibilidade ao problema e promover o conhecimento de que a busca pelo
diagnóstico e pelo tratamento dos casos é a melhor estratégia para proteção de todos;
favorecer a percepção da saúde como um bem comum, possibilitando o desenvolvimento
de práticas colaborativas que envolvam os diferentes integrantes da comunidade carcerária;
sensibilizar as PPL e demais integrantes da comunidade carcerária, especialmente os
guardas, para a importância da identificação precoce dos casos e da valorização da
tosse como principal sintoma de alerta da TB;
estabelecer, em parceria com as administrações prisionais, canal de comunicação direta
entre as PPL e o serviço de saúde, facilitando seu acesso e reduzindo as “triagens” informais
a partir de critérios administrativos ou de segurança por guardas ou outros presos;
divulgar os protocolos de atendimento, referências e fluxos para realização de exames
e retorno de resultados, visando a otimizar a oportunidade de diagnóstico;
possibilitar
a desconstrução de preconceitos e de valores que sustentam práticas
discriminatórias;
promover o diálogo e uma reflexão sobre as práticas que, no cotidiano, potencializam
ou dificultam as ações de controle da TB;
permitir maior sensibilização para prevenção e realização do teste para HIV.
Diversas estratégias interativas podem ser utilizadas: grupo de informação para ingressantes,
grupos de adesão ao tratamento, formação de promotores de saúde, mobilização de ex-
pacientes para atuarem como multiplicadores, produção de material informativo pelas PPL,
introdução do tema “Controle de TB” nos cursos da Escola de Gestão Penitenciária para
guardas recém-admitidos e em reciclagem, grupos de discussão com guardas nos locais de
trabalho, em horários de trocas de plantão.
Pessoas consideradas como “confiáveis” pelas PPL são importantes fontes de informação,
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240
7.2.7. Organização da rede de atenção
A assistência à saúde nas prisões deve estar integrada à rede do SUS através das secretarias
estaduais e municipais de saúde, onde estão localizadas as unidades prisionais. As atividades
de controle da TB e da coinfecção TB-HIV intramuros devem fazer parte dos planos de ação
estaduais e municipais. As atividades de avaliação, monitoramento e educação continuada
de profissionais de saúde que exercem suas atividades nas prisões devem ser realizadas em
conjunto com os trabalhadores da rede de saúde extramuros.
Rede de referência secundária e terciária para casos com dificuldade diagnóstica, resistência
aos fármacos e complicações clínicas da TB ou comorbidades deve ser estabelecida
formalmente, para cada unidade prisional, pelas secretarias estaduais e municipais de saúde
onde se localizam.
O estabelecimento de rotinas e fluxos para testes diagnósticos deve se dar conjuntamente com
a área de saúde do sistema penitenciário, os programas estaduais e municipais de controle
da TB e a rede laboratorial, de forma a garantir o fluxo das amostras, retorno do resultado
do TRM-TB e da baciloscopia em 24 horas e início imediato do tratamento.
No Brasil, ainda não é possível obter dados rotineiros sobre o perfil de adoecimento e/ou
sobre a tuberculose nas pessoas em situação de rua. Estudos isolados, corroborados pelo
testemunho de profissionais de saúde, descrevem elevadas taxas de incidência e de abandono
do tratamento nessa população.
Na cidade de São Paulo, em 2013, por meio do sistema de notificação TBweb, foi possível obter,
utilizando a variável “sem residência fixa”, o coeficiente de incidência de 2.138* casos por
100 mil habitantes**. Quando comparada com a média nacional (38/100 mil), o dado representa
incidência 56 vezes maior que os casos identificados na população geral.
* Fonte: TBWEB 02. maio.2014, Programa de Controle da Tuberculose da Cidade de São Paulo/Covisa/SMS.
** Fonte: Pesquisa Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Secretaria da Assistência e Desenvolvimento
Social, 2010/2011, SP.
241
Estudos realizados no Rio de Janeiro e em Porto Alegre demonstraram incidências de TB
entre 1.576 e 2.750/100 mil hab. e mortalidade por TB de 17.800/100 mil hab. nessa população.
No Rio de Janeiro, evidenciou-se alta taxa de abandono ao tratamento da TB, o que foi
relacionado à baixa autoestima, à alimentação inadequada, ao uso do álcool e outras drogas e
à própria dinâmica da rua, que não contribui para que os medicamentos sejam tomados com
regularidade. Outro fator importante para a interrupção brusca do tratamento foi relacionado
ao roubo dos pertences individuais e/ou seu recolhimento pelos órgãos públicos, levando,
também, os medicamentos sob os cuidados do doente (CARBONE, 2000).
Muitos dos resultados encontrados não diferem de outras pesquisas realizadas anteriormente.
Nos 71 municípios pesquisados, foi identificado um contingente de 31.922 adultos em situação
de rua. Essa população é predominantemente masculina (82%) e a maioria (52,6%) recebe
entre R$ 20,00 e R$ 80,00 semanais (entre 5% e 21% do salário mínimo). Dos entrevistados,
74% sabem ler e escrever; dentre estes, 50% afirmam ter ensino fundamental.
A minoria (15,7%) pede dinheiro para sobreviver (“mendigos” e “pedintes”); e grande parte
(70,9%) atua no mercado informal (catadores de material reciclável, flanelinhas, empregados
da construção civil e limpeza, estivadores). A maioria dos entrevistados costuma dormir na
rua (69,6%): 22,1% em albergues ou outras instituições e 8,3% costumam alternar (FUNDAÇÃO
NACIONAL DE SAÚDE, 2008a).
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Também foi observado que grande parte da população em situação de rua é originária do mesmo
local em que se encontra, ou de locais próximos, não sendo decorrência de deslocamentos
ou da migração campo/cidade. Segundo a Pesquisa Nacional, 54,6% dos entrevistados sempre
viveram no município em que moram atualmente. Dos restantes, 13,9% vieram de municípios
do mesmo estado de moradia atual e 29,8% vieram de outros estados. Quando se perguntou
sobre discriminação, expressa no fato de serem impedidos de entrar em certos locais, foi
relatado que 18,4% eram referentes às unidades de saúde.
São considerados como vivendo em situação de rua as pessoas provenientes dos segmentos
populares, em situação de extrema exclusão social e vulnerabilidade, que fizeram da rua a
sua casa ou uma extensão dela. Na rua, essas pessoas desenvolvem suas relações e provêm
de diversas maneiras o seu sustento. Embora haja heterogeneidade entre as pessoas que
242
vivem na rua, em geral, compartilham relatos de rupturas fundamentais para a construção
de sua identidade (família, trabalho, afetos, cultura e dimensão de cidadania). Não se veem
e não são considerados por grande parte da população como sujeitos de direito.
Como parte dessa dinâmica, por vezes são refratários a relatar suas vidas para aqueles que
não conhecem e com quem não foram criados vínculos de confiança e amizade. São pessoas
em constante migração, com percepção diferenciada de tempo, frequentemente organizando o
dia com base nos horários das instituições que lhes garantem a sobrevivência e que respeitam
a liberdade de fazer seus horários (KASPER, 2006).
Por se tratar de uma população com dificuldades relacionadas à percepção do tempo e muitas
vezes também da percepção da tosse, o profissional de saúde deve considerar qualquer tempo
de duração da tosse nas estratégias de Busca Ativa de sintomático respiratório.
O TDO pode ser realizado por outros profissionais/pessoas com vínculo com usuário e com
os serviços de saúde, desde que supervisionado pelo profissional da saúde semanalmente.
Em situações específicas os profissionais da assistência social podem cooperar com o TDO
pela familiaridade e/ou vínculo já existente com a PSR.
243
Por se tratar de uma população com característica migratória, é comum que ingressem no
sistema de acolhimento por várias vezes. Por isso, é importante que seu prontuário registre
a história clínica e os desdobramentos dos exames realizados.
O tratamento da infecção latente não é recomendado como uma ação prioritária, exceto
quando a PSR for criança ou PVHIV.
Adesão ao tratamento
Uma importante atividade para melhorar a adesão ao tratamento é a elaboração do Projeto
Terapêutico Singular (PTS)/Saúde, conjuntamente com o Plano Individual de Acompanhamento
(PIA)/Assistência Social. A intersetorialidade é um aspecto-chave do PTS e PIA e a interlocução
deve ser sistemática com as equipes da RAPS e parceiros locais da assistência social, educação,
organizações não governamentais e outros.
Busca de faltosos/abandono
Deve-se estabelecer fluxos da rede integrada para a busca de faltosos e/ou abandonos
envolvendo todos os parceiros envolvidos no território: vigilância em saúde das regiões,
profissionais do Consultório na Rua, da UBS do território, albergues, serviços de abordagem,
outros serviços sociais e da saúde.
244
7.3.3. Organização da Rede de Atenção Integrada às pessoas em
situação de rua com tuberculose
Conhecer a especificidade de cada território e o modo de vida das PSRs é elemento importante
na organização e estruturação de estratégias de abordagem e das ações no controle da
tuberculose nessa população.
Com a implantação dos Consultórios na Rua, o Ministério da Saúde elege uma política pública
de saúde para a população em situação de rua que converge as diretrizes da atenção básica
e da atenção psicossocial, propondo ampliar o acesso e a qualidade da atenção integral à
saúde dessa população, possibilitando sua inserção efetiva no Sistema Único de Saúde (SUS)
para propiciar a criação de vínculos na rede de atenção à saúde (BRASIL, 2012).
245
Importância da Intersetorialidade
A Política Nacional de Inclusão Social (BRASIL, 2008a) para as pessoas em situação de rua
considera essencial a intersetorialidade no enfrentamento da doença relacionada à exclusão
social, com ações propositivas e estruturantes, na perspectiva da integralidade e dignidade
voltadas à superação da condição de pobreza extrema.
Nesse sentido, além de medidas biomédicas, a tuberculose em PSR exige ações direcionadas
para o alcance da cidadania e o enfrentamento dos determinantes sociais. Portanto,
recomenda-se que os Programas de Controle da Tuberculose identifiquem e articulem
com os parceiros estratégicos, em especial com a Assistência Social, com gestores e com a
sociedade civil, a composição de um grupo de trabalho e a elaboração de um plano de ação
intersetorial para o enfrentamento da tuberculose nessa população, ampliando o acesso aos
serviços do SUS* e do SUAS** e melhorando a qualidade no atendimento.
*SUS: rede da atenção à saúde básica, serviços de urgência e de emergência, rede hospitalar,
atenção psicossocial, vigilância em saúde, com foco na promoção e prevenção de agravos a
saúde e inclusão na atenção especializada.
**SUAS: CREAS, Centro POP, CRAS, centros de convivências, albergues e outros equipamentos
sociais.
7.4. Indígenas
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), regulamentada pelo
Decreto nº 3.156/1999 e regulamentada pela Portaria de Consolidação nº 2/2017, tem como
objetivo garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral e diferenciada à saúde,
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246
todo o território nacional, visando à elaboração de ações específicas para o controle da TB,
que contemplem as diversidades socioculturais, geográficas, históricas e políticas.
Em 2017, do total de casos novos de TB notificados no Sinan, 1,0% era de indígenas e, desses,
67,1% eram residentes em área rural, 22,7% em área urbana e 0,3% em área periurbana
(SES/MS/SINAN, 2018). Para o mesmo ano, o coeficiente de incidência de TB na população
indígena, isto é, residente em territórios indígenas, foi de 62,8/100.000 habitantes,
enquanto na população geral foi de 35,0/100.000 habitantes. Ressalta-se que o coeficiente
de incidência é >100/100.000 habitantes em 6 dos 34 DSEI (CGAPSI/DASI/SESAI, 2018). O
percentual de cura, em 2016, foi de 80,0% para os casos novos de TB na população indígena
(SES/MS/SINAN, 2018).
Importante destacar que a população indígena, em sua grande maioria, vem enfrentando
uma acelerada e complexa transformação social, necessitando buscar novas respostas para
a sua sobrevivência física e cultural e garantir às próximas gerações melhor qualidade de
vida (FUNAI, 2015).
Dessa forma, a Sesai é a única instituição que alcança todas as comunidades indígenas,
oferecendo cuidados e serviços de saúde a povos indígenas que vivem próximos a grandes
centros urbanos, assim como a povos isolados e de recente contato.
247
7.4.2. Atividades programáticas recomendadas
Busca Ativa de SR
Recomenda-se realizar a Busca Ativa de Sintomático Respiratório (SR) em toda a população
indígena de forma continuada e de maneira integrada às ações em saúde realizadas pelas
Equipes Multidisciplinares da Saúde Indígena (EMSI) nos DSEI e pela Rede de Atenção à
Saúde (RAS) existente no SUS.
Com o objetivo de ampliar as oportunidades para detecção precoce de casos de TB nas aldeias,
foi estabelecida a meta de 1% de SRs identificados, sendo que a meta pode ser aumentada
de acordo com a realidade local.
É considerado SR todo indígena com tosse, independentemente da sua duração. Deve ser
submetido a uma avaliação clínica e realizar exames de diagnóstico laboratorial: baciloscopia
do escarro e/ou Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB), acrescidos de cultura e
teste de sensibilidade e, quando possível, radiografia de tórax, como método auxiliar para
o diagnóstico da TB.
Tratamento da tuberculose
Para os que residem em áreas indígenas, o tratamento da TB sensível deve ser realizado
preferencialmente pela EMSI na aldeia de residência, ou pelos serviços de Atenção Básica
nos municípios. O tratamento da TB resistente e da coinfecção TB-HIV deve ser compartilhado
entre as EMSI e os serviços de referência da rede de atenção à saúde, considerando
importante, sempre que possível, a permanência do indígena em sua aldeia de residência
durante o tratamento.
248
O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é recomendado para todo indígena diag
nosticado com TB dada a superioridade dos resultados obtidos com essa estratégia (ver
capítulo Adesão).
249
Figura 13 – Mapa dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
Nas áreas indígenas, a atenção à saúde ocorre por meio das EMSI, que são constituídas pelo
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O primeiro nível de Atenção Primária à Saúde (APS) é na aldeia, podendo ser referenciado
para a sede do Polo Base (PB), ou para um serviço complementar na rede municipal, regional
ou estadual. Nesse caso, o referenciado é acolhido em uma Casa de Saúde Indígena (Casai),
desde a sua chegada na sede do município até seu retorno à aldeia (Figura 14).
250
Figura 14 – Organização da rede de serviços de saúde nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
Nas áreas urbanas, a atenção à saúde é realizada pelos municípios e estados por meio do
SUS e nas terras indígenas se dá por meio do SasiSUS, componente do SUS, responsável pela
APS, de responsabilidade direta do Ministério da Saúde (Brasil, 2002).
Além disso, recomenda-se que os DSEI, PECT e PMCT trabalhem em parceria com as
Coordenações Regionais da Fundação Nacional do Índio (CR-Funai) para a efetivação das ações
para o enfrentamento da TB nas áreas indígenas. Recomenda-se, também, a identificação de
outras instituições governamentais e não governamentais para consolidação de parcerias e
novas estratégias de controle da doença no território.
251
7.5. Profissionais de saúde
A transmissão da tuberculose é um risco frequente para os profissionais da saúde. Está
associada ao ambiente, às condições ou às circunstâncias em que o trabalho é executado,
ao grau e tipo de exposição no ambiente laboral e, ainda, à predisposição do trabalhador ao
agente biológico durante o exercício profissional (BRASIL, 2001a). Quanto maior a inadequação
desses fatores, maior será a chance de contato, contágio ou transmissão.
252
Quando o profissional de saúde apresenta alguma condição clínica que comprometa
sua resposta imunológica, deve ser orientado sobre o risco mais elevado de desenvolver
tuberculose. Nessas situações, recomenda-se que esses profissionais de saúde não trabalhem
diretamente com pessoas com a tuberculose pulmonar ou com suspeita da doença.
O M. bovis é transmitido entre os animais domésticos e silvestres, assim como dos animais
para o ser humano e vice-versa. Assim, deve-se avaliar especialmente as populações em risco,
incluindo as que lidam diária e diretamente com animais vivos, como tratadores, criadores
e médicos veterinários, assim como os trabalhadores da indústria de carnes, laticínios e
laboratórios, o que reforça o caráter ocupacional da doença.
Caso a PT seja < 10 mm, repeti-la em uma a três semanas para avaliação do efeito
booster (MENZIES, 1999; TRAJMAN; TEIXEIRA; STEFFEN, 2009);
efeito booster positivo – não repetir a PT;
persistência de PT < 10mm – repetir a PT a cada 12 meses, quando o profissional de saúde
atuar em locais de elevado risco de transmissão do M. tuberculosis. Será considerada
ILTB recente quando ocorrer conversão da PT, caracterizada por incremento de 10mm
em relação ao valor encontrado na última PT realizada – nesse caso, considerar
tratamento de ILTB (ver capítulo Tratamento da ILTB).
253
Figura 15 – Fluxograma para avaliação da infecção latente em profissionais de saúde no
momento da admissão ao trabalho
Exame admissional
PT ≥ 10mm
Persistência Não é preciso
(com incremento de pelo
da PT < 10mm repetir a PT
menos 6 mm) = booster1
1
O efeito booster representa a reativação da resposta tuberculínica pelas células de memória (BCG
ou infecção remota por M. tuberculosis). Está presente em cerca de 6% dos profissionais de saúde e é
definido quando a segunda PT é ≥ 10mm, com incremento de pelo menos 6mm em relação à primeira
PT. Nesses indivíduos, não há indicação de tratamento da ILTB, pois o risco de adoecimento é muito
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baixo. Essa 2ª aplicação da tuberculina é utilizada apenas para excluir uma falsa conversão, no futuro,
em indivíduos testados de forma seriada. Se o resultado da segunda aplicação for = 10mm, mesmo sem
incremento de 6mm em relação à primeira, a PT não deve ser repetida futuramente.
254
Figura 16 – Fluxograma para avaliação da infecção latente em profissionais de saúde durante
o exame periódico
Exame periódico
sendo a última PT < 10mm
PT ≥ 10mm
PT < 10mm
(conversão)1
Sem indicação de
Tratar ILTB 2
tratamento da ILTB
Repetir a PT
em um ano
2
Para afastar TB ativa: exame clínico e radiografia de tórax.
Não existem evidências de que a vacinação por BCG traga benefício para o profissional de
saúde contra o adoecimento por tuberculose.
Além disso, a vacinação recente por BCG dificulta o monitoramento das medidas de controle
de infecção no que se refere à interpretação de provas tuberculínicas subsequentes.
255
Diagnóstico da tuberculose em profissionais de saúde
O profissional de saúde com sinais e/ou sintomas compatíveis com tuberculose deve
procurar auxílio médico e ser submetido aos exames laboratoriais e radiografia de tórax
que estão preconizados para população em geral. Até que o diagnóstico de tuberculose
seja excluído ou até que seja considerado não infectante, recomenda-se que o profissional
de saúde com tuberculose pulmonar ou laríngea em tratamento permaneça afastado das
suas atividades laborais.
tiverem
dois resultados negativos de baciloscopia coletados a cada 24 horas de
intervalo, após 15 dias de tratamento; e
responderem
ao tratamento antitTB, com melhora clínica e bacteriológica, que
provavelmente será efetivo com base em resultados de teste de sensibilidade aos
antimicrobiano.
Além disso, os trabalhadores de saúde com tuberculose devem ser autorizados a retornar ao
trabalho quando estiverem em condições clínicas e ausência de transmissibilidade.
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde dos(as) Trabalhadores(as) (RENAST) é formada por
todos os serviços de saúde, tendo a atenção básica como ordenadora do cuidado e os Centros de
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) como centros especializados para matriciamento
da RAS e por identificar, no seu território, o sistema de referência e contrarreferência, construindo
o percurso para que o trabalhador possa ser acolhido, diagnosticado, tratado e acompanhado
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Os municípios e estados devem organizar sua rede de forma a antecipar e construir fluxos
para atenção integral, possibilitando conhecer as dificuldades e construir soluções, na
perspectiva de organização de uma Linha de Cuidado da Tuberculose Relacionada ao Trabalho
que pressuponha a responsabilização do profissional e do sistema pela saúde do usuário,
neste caso o(a) trabalhador(a).
256
7.6. Usuários de álcool e outras drogas
A associação entre o uso de álcool e o risco de desenvolver tuberculose tem sido relatada em
vários estudos ao redor do mundo (VOLKMANN et al., 2015). Além de compartilhar diversos
contextos sociais relacionados à tuberculose, o uso do álcool também pode acarretar um
estado de imunossupressão, quer seja pelo efeito tóxico direto sobre o sistema imune (SIMET;
SISSON, 2015; SZABO, 1997), ou pelos efeitos indiretos relacionados à deficiência de macro e
micronutrientes, ou ainda pela presença de outras condições clínicas, tais como transtornos
mentais que podem favorecer a manifestação do M. tuberculosis.
Ressalta-se que o consumo prejudicial do álcool está, muitas vezes, inserido em um contexto
social complexo, influenciado pela interação do indivíduo com sua rede de apoio (família e
comunidade) e pela presença de determinantes sociais (baixa escolaridade, emprego informal,
condições precárias de vida e outros) que favorecem o adoecimento pela tuberculose.
Dados nacionais mostram que 16% dos casos novos de TB referiam uso de álcool. Desses,
88% eram do sexo masculino e 66% da raça/cor negra. O percentual de cura da doença
entre os casos novos confirmados por critério laboratorial que referiram uso de álcool foi
de 65% e o abandono de 17%, enquanto na população geral os resultados são de 75% e 11%,
respectivamente (SES/MS/SINAN, 2018).
257
no contexto da saúde pública nacional e global. No entanto, observa-se despreparo na
abordagem, falta de informação e discriminação das pessoas afetadas diretamente pelo uso
nocivo do álcool, sejam elas usuários, familiares ou profissionais de saúde.
A Busca Ativa de sintomáticos respiratórios (SR) entre usuários de álcool e outras drogas
parece contribuir mais com a redução de tempo para o diagnóstico da TB que com o aumento
do número de casos detectados. A OMS indica como locais potenciais para realização da Busca
Ativa de SR os serviços que atendem sistematicamente pessoas com transtornos relacionados
ao uso de álcool e drogas (WHO, 2013a).
É importante que esteja definido e conhecido o fluxo para o diagnóstico da TB, a fim de
assegurar que ações sejam resolutivas e também garantir que a comunicação entre os serviços
seja eficaz para acompanhamento conjunto desses pacientes.
inclua o indivíduo e sua rede de apoio, considerando a realidade em que o mesmo está
inserido. Também é preciso criar mecanismos, no serviço, que permitam atender às demandas
inesperadas desses pacientes, além das visitas agendadas, lembrando que a flutuação
motivacional para o tratamento da tuberculose faz parte da constelação de emoções que
podem estar associadas ao uso do álcool.
258
Melhorar a adesão ao tratamento
Nas pessoas em tratamento para TB, a avaliação do consumo de álcool deve ser realizada
em todas as consultas, com o objetivo de identificar possíveis barreiras para adesão ao
tratamento, observar a necessidade de intervenção de outras disciplinas, bem como monitorar
a presença de efeitos adversos, em especial a hepatotoxicidade.
Para pessoas com tuberculose e que fazem uso nocivo de álcool, ressalta-se a relevância do
Tratamento Diretamente Observado, uma vez que permite aprimorar o vínculo do doente com
o serviço e com os profissionais de saúde e, também, melhorar a compreensão do uso do
álcool, tanto pelo profissional de saúde quanto pelo usuário, como um fenômeno complexo e
multicausal, que exige esforços de ambas as partes para o alcance do sucesso do tratamento.
A inclusão da abordagem do uso de álcool nos serviços que atendem tuberculose pressupõe
o conhecimento sobre Redução de Danos, como uma proposta de ação que não é exclusiva
da atenção psicossocial e fortalece a integralidade do cuidado, considerando o contexto e
as necessidades individuais. Um dos princípios da redução de danos é que às pessoas que
usam drogas (lícitas ou ilícitas) e não conseguem ou não querem interromper o uso – ou
qualquer que seja a situação – deve-se garantir o direito ao cuidado e à saúde, respeitando-
se os princípios de universalidade, integralidade e equidade. O profissional de saúde deve
ser capaz de trabalhar com orientações individualizadas para o uso de álcool durante o
tratamento da tuberculose e estabelecer um plano terapêutico que monitore, em especial,
a função hepática com maior frequência.
A política do Ministério da Saúde para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas
Uma vez que a superposição de ambos os agravos acarreta maior frequência de complicações
clínicas e efeitos adversos aos medicamentos antiTB, é importante identificar equipamento de
saúde capaz de atender agilmente os casos de maior complexidade, tais como os centros de
referência para TB e as unidades de emergência (geral ou psiquiátrica), principalmente para
quadros de intoxicação ou abstinência graves e outros transtornos clínicos e psiquiátricos
agudos que permitam a manutenção e o manejo adequado do tratamento da tuberculose.
259
Resumo das Atividades Recomendadas para os serviços de tuberculose:
O diabetes pode permanecer assintomático por longo tempo e seu diagnóstico muitas vezes
é feito a partir de seus fatores de risco e/ou sinais indiretos, tais como o adoecimento por
tuberculose. O cuidado à pessoa com diabetes ou com tuberculose requer das equipes de
Atenção Básica especial atenção para a possibilidade da comorbidade principalmente nos
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260
Também de acordo com a pesquisa, entre pessoas com DM, 73,2% tinham sido atendidos
nos últimos 12 meses, sendo que 47,1% correspondiam a atendimento na Unidade Básica de
Saúde do SUS.
Os pacientes com TB-DM são em sua maioria do sexo masculino (62,3%), mas quando
comparados com aqueles apenas com TB (69,2%) apresentam diferença estatisticamente
significativa quanto ao sexo (p<0,01). A TB associada ao DM ocorre mais frequentemente
na faixa etária de 50 a 69 anos (52,2%) e, quando não associada ao DM, é menos frequente
nessa faixa etária (20,6%) (Figura 17). A distribuição dos casos de TB-DM quanto à faixa etária
é semelhante à encontrada na PNS para as pessoas com DM.
Ainda em 2017, entre os pacientes com TB-DM, 58,7% eram negros, percentual semelhante
ao encontrado para aqueles apenas com TB (60,0%; p=0,1). A ocorrência do alcoolismo
entre as pessoas com TB-DM (15,7%) é menor do que no grupo de pessoas apenas com TB
(16,8%; p<0,01).
80 anos e mais
70 a 79 anos
60 a 69 anos
261
7.7.2. Atividades programáticas preconizadas
A linha do cuidado do DM, assim como a atenção à pessoa com TB encontram-se definidas
e têm na Atenção Básica a garantia da integralidade e da longitudinalidade do cuidado em
todos os pontos de atenção (para saber mais: Cadernos de Atenção Básica, nº 35 – Estratégias
para o Cuidado da Pessoa com Doença Crônica). Vale ressaltar que é na Atenção Básica que
se concentram as atividades preconizadas para o controle da TB, desde a identificação do
Sintomático Respiratório, diagnóstico da infecção latente e/ou tuberculose doença até o
tratamento das formas sensíveis. É importante não fragmentar o cuidado na Atenção Básica,
considerando sempre a possibilidade da coexistência de múltiplas morbidades no mesmo
indivíduo. Para isso, é fundamental que os gestores locais conheçam quais os agravos mais
relevantes na população atendida.
Ainda não há evidências sobre algoritmos diagnósticos para TB em pessoas com DM. No
entanto, tosse inexplicada (lembrar do uso de alguns anti-hipertensivos que podem cursar com
tosse), febre prolongada, difícil controle glicêmico e/ou outros sintomas e sinais associados
à TB devem levantar a suspeita para o diagnóstico da doença.
262
Recomenda-se que as pessoas com DM devem ser perguntadas sobre a presença de tosse
no momento do diagnóstico do DM e se possível em intervalos regulares do seu acompa-
nhamento clínico.
7.8. Tabagistas
A tuberculose é reconhecida como uma doença cujo controle depende de intervenções sociais,
econômicas e ambientais (LÖNNROTH et al., 2008). O tabagismo pode ser considerado um fator
de risco para o desenvolvimento da TB (WHO, 2007). A exposição ao fumo passivo também
pode aumentar o risco de infecção por tuberculose e desenvolvimento de tuberculose ativa
tanto em crianças como em adultos.
A nicotina, presente em todos os derivados do tabaco, é uma droga psicoativa e por isso o
tabagismo foi incluído no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do
uso de substâncias psicoativas na Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças
Em 2003, a Convenção Quadro da OMS para o Controle do Tabaco (CQCT-OMS) foi adotada pela
Assembléia Mundial da Saúde. Em 2015, a CQCT tinha sido ratificada por 180 países.
Em 2008, a OMS elaborou um pacote de 6 medidas, conhecido como MPOWER, para reduzir
o consumo de tabaco em todo o mundo (WHO, 2013). Nele, prevê-se: (M) monitorar o uso
de tabaco e as políticas de prevenção; (P) proteger as pessoas da exposição proveniente
da poluição tabágica ambiental; (O) oferecer ajuda para cessação do fumo – tratamento
da dependência do tabagismo; (W) conscientizar o público dos riscos oriundos do tabaco –
263
regulamentação da etiquetagem e empacotamento de produtos de tabaco; (E) controlar o
banimento de propaganda, promoção e patrocínio de produtos do tabaco; e (R) aumentar
impostos e preços – combate ao comércio ilegal.
Em 31 de maio de 2014, por meio do Decreto nº 8.262, foi regulamentada a lei nº 9.294, de 15
de julho de 1996, que impõe medidas mais austeras para tornar 100% dos ambientes fechados
de uso coletivo livres do tabaco, que beneficia a saúde pública em geral e apoia a política
de controle da TB em particular.
A presença de tosse em pessoas que fumam usualmente é atribuída somente ao uso do cigarro
e frequentemente resultam em um atraso no diagnóstico de TB (MAURYA; VIJAYAN; SHAH, 2002).
ser verdadeiramente benéfica e gerar resultados positivos com impacto na saúde pública.
Oportunidades devem ser criadas dentro do sistema de saúde para apoiar os fumantes com
TB a parar de fumar, incluindo aconselhamento individual até a oferta do tratamento da
dependência do tabaco.
A consulta de tuberculose deve incluir orientações sobre os efeitos nocivos do tabaco, sobre
a saúde geral e, em particular, sobre a saúde da pessoa com tuberculose. Muitos pacientes
podem até parar de fumar quando adoecem ou durante o tratamento, porém, quando se
sentem melhores, retornam ao uso do tabaco. Os profissionais de saúde devem fornecer
informações claras, específicas e consistentes, de que o consumo de qualquer tipo de cigarro
ou produto derivado do tabaco é prejudicial tanto durante o tratamento da TB quanto em
todo o curso da vida (NG, N. at al 2007).
264
A abordagem para cessação do tabagismo baseada no modelo cognitivo comportamental
parte do princípio de que o ato de fumar é um comportamento aprendido, desencadeado e
perpetuado por determinadas situações e emoções, que leva à dependência. O tratamento
tem por objetivo a aprendizagem de um novo comportamento e o desenvolvimento de
estratégias para enfrentamento dessas situações, visando não só à cessação do tabagismo,
mas também à prevenção de recaídas. Em casos específicos, podem ser utilizados
medicamentos que servem de apoio a essa abordagem (BRASIL, 2001b; MEIRELLES;
GONÇALVES, 2006).
Todo profissional de saúde que realiza o atendimento do paciente com tuberculose deve
conhecer as recomendações técnicas para avaliação e tratamento do tabagismo, que estão
disponíveis na Portaria nº 761/SAS/MS de 22 de junho de 2016, DOU.
Além disso, o profissional de saúde deve orientar a pessoa com tuberculose e tabagista sobre:
Após aconselhar o fumante a parar de fumar, o profissional de saúde deve prepará-lo para
que ele atinja tal objetivo. Nesse momento, o paciente tabagista com tuberculose pode ser
encaminhado para as unidades de saúde do SUS que realizam a abordagem intensiva.
265
É valioso que o serviço de saúde que realiza o atendimento a um paciente com tuberculose na
atenção básica conheça a rede de tratamento do tabagismo no SUS em seu município. Dessa
forma, ele poderá encaminhar seu paciente para um adequado tratamento da dependência
da nicotina.
Nas unidades que oferecem tratamento para tabagismo, o atendimento pode ser de forma
individual ou em grupo de apoio. Caso o paciente com tuberculose esteja bacilífero, pode
ser atendido, desde que esteja em uso de máscara de proteção individual.
Os familiares ou contatos tabagistas dos pacientes com TB devem ser também orientados
a parar de fumar ou evitar o uso do tabaco na presença da pessoa com TB e devem ser
encaminhados para tratamento da dependência da nicotina para as unidades de saúde da
rede SUS.
Referências
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privadas de liberdade no sistema prisional. 2014b.
266
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1. reimpressão ed. Brasília: Ministério da Saúde Brasília, 2016a.
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Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
270
Anexos
P x 0,01 = SR
271
Anexo IX – Listagem dos DSEI com suas respectivas
Unidades Federadas e municípios
Unidade
DSEI Municípios
Federada
Alto Rio Purus Assis Brasil, Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira
Espírito
Aracruz
Santo
Minas Gerais e
Açucena, Aracuai, Bertópolis, Caldas, Campanário, Carmesia,
Espírito Santo
Coronel Murta, Guanhaes, Itapecerica, Ladainha, Martinho
Minas Gerais
Campos, Pompeu, Resplendor, Santa Helena de Minas, São João
das Missões, Teófilo Otoni
Amapá e Norte
Almeirim, Óbidos
do Pará
Pará
Kayapó Mato
Altamira, Jacareacanga, São Félix do Xingu
Grosso 1
Parintins Oriximiná
272
continuação
Unidade
DSEI Municípios
Federada
Guamá-
Centro Novo do Maranhão
Tocantins
Alto Rio Negro Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira
Médio Rio
Amazonas Canutama, Lábrea, Tapauá
Purus
Médio Rio
Alvaraes, Carauari, Coari, Eirunepe, Envira, Fonte Boa, Ipixuna,
Solimões e
Itamarati, Japurá, Juruá, Jutai, Maraã, Tefe, Uarini
Afluentes 2
Amapá e Norte
Amapá Oiapoque, Pedra Branca do Amapari
do Pará
273
continuação
Unidade
DSEI Municípios
Federada
Kayapó do
Apiacas, Juara, Matupã, Peixoto De Azevedo, São José Do Xingu
Mato Grosso2
Mato Grosso
Porto Velho Rondolândia
Rio de
Litoral Sul Angra dos Reis, Niterói, Paraty
Janeiro
274
conclusão
Unidade
DSEI Municípios
Federada
Fonte: Siasi/Sesai/MS.
1
População indígena dos DSEI – Ano 2017. Dados extraídos em maio de 2018.
2
DSEI considerado prioritário para o controle da tuberculose.
275
PARTE V
BASES
ORGANIZACIONAIS
E POLÍTICAS PARA
AS AÇÕES DE
CONTROLE DA TB
1. Priorização Política do Controle da
Tuberculose
279
2. Papel das Três Esferas de Governo
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(BRASIL, 1988).
Em consonância, a Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes,
em seu artigo 2º, explicita que “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo
o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. Ademais, define como
um dos objetivos do SUS a assistência às pessoas por intermédio da promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades
preventivas (BRASIL, 1990).
Nessa estrutura, dada a divisão de poderes entre os entes e a autonomia de cada um deles,
as iniciativas políticas se tornam altamente interdependentes, o que exige a construção de
parcerias e pactuações.
280
2.1. Atribuições das instâncias no controle da
tuberculose
281
2.1.2. Instância estadual
Compete à área técnica ou aos Programas Estaduais de Controle da Tuberculose:
282
2.1.3. Instância regional
Em determinados estados e municípios, a estrutura administrativa inclui um nível
intermediário definido como “regional de saúde”. Para tais casos, essa estrutura deverá
promover maior proximidade entre o nível estadual central e os níveis locais, possibilitando
agilidade na implantação e/ou implementação de ações de controle da tuberculose ou na
resolução de problemas.
283
participar
do planejamento, programação e organização das Redes de Atenção à
Saúde para o atendimento ao paciente com tuberculose, em articulação com sua
esfera estadual;
identificar
e organizar a rede de laboratórios locais e suas referências municipais,
regionais e estaduais;
identificar, mapear e capacitar as equipes da Atenção Básica sobre as ações de controle
da tuberculose com o apoio do estado;
identificar, mapear e capacitar as unidades de referência secundária e terciária para o
controle da tuberculose com o apoio dos estados;
estimular a organização e a participação da sociedade civil no controle da tuberculose;
elaborar e distribuir materiais educativos/informativos.
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
284
3. O Programa Nacional de Controle da
Tuberculose
Para isso, privilegia a descentralização das medidas de controle para a atenção básica,
ampliando o acesso da população geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco
acrescido de contrair a tuberculose. Utiliza, ainda, ações inovadoras que visam a ampliar e a
fortalecer a estratégia do tratamento diretamente observado, com o enfoque no cuidado e na
adesão ao tratamento e na articulação com outros programas governamentais para ampliar
o controle da tuberculose e de outras comorbidades, como a infecção pelo HIV. Também
incentiva a articulação com organizações não governamentais ou da sociedade civil, para
fortalecer o controle social e garantir a sustentabilidade das ações de controle.
285
Administração e Orçamento;
Atenção à Pessoa com Tuberculose;
Informação Estratégica;
Mobilização, Advocacy e Promoção à Saúde;
Planejamento e Monitoramento.
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
286
4. Redes de Atenção à Saúde
A Portaria nº 4.279/2010 publicada pelo Ministério da Saúde conceitua redes como arranjos
organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que,
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a
integralidade do cuidado (BRASIL, 2010).
O objetivo das RAS é prestar uma atenção integral, de qualidade, resolutiva, de forma
regionalizada, com integração entre os diversos pontos de atenção, que, de fato, atenda às
necessidades da população adscrita. Para que a rede cumpra seu papel, é imprescindível que a
AB esteja minimamente organizada, de forma territorializada e com sua população cadastrada.
287
diferenciados para as condições agudas e crônicas. O primeiro modelo é voltado à atenção aos
eventos agudos e à agudização das condições crônicas; e o último se propõe a dar resposta
à situação de saúde da alta prevalência de condições crônicas, tendo em vista a ineficiência
dos sistemas fragmentados para enfrentar essa situação (WAGNER et al., 2001). A APS é a
coordenadora desse fluxo, exceto na rede de urgência e emergência.
Rede Cegonha, por meio da portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011 (BRASIL, 2011b);
Rede de Urgência e Emergência (RUE), por meio da portaria nº 1.600, de 7 de julho
de 2011;
Rede de Atenção Psicossocial para as pessoas com sofrimento ou transtorno mental
e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (RAPS), pela
portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. (BRASIL, 2011d);
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências (Viver Sem Limites), portaria nº 793, de
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Essas redes vêm sendo implantadas no país, inicialmente em regiões de saúde conside-
radas prioritárias, sendo a meta implantar em todas as regiões de saúde do Brasil. Para
operacionalizar a implantação das RAS, os estados e/ou municípios constituíram grupos
condutores estaduais e locais, comitês gestores, grupos executivos, grupos de mobilização
social e grupos de especialistas. Os grupos condutores elaboraram Planos de Ação Regional
(PAR) e têm o papel de apoiar e monitorar a implantação das redes no país.
288
4.2. A tuberculose nas redes de atenção à saúde
Tanto na portaria que institui as RAS como no decreto nº 7.508, a APS é considerada o centro
de comunicação das RAS, a coordenadora do cuidado do cidadão, responsável pelo fluxo da
atenção nos diversos pontos e níveis de atenção (BRASIL, 2010, 2011).
No caso da tuberculose, os maiores desafios são: a criação das referências com a devida
pactuação das regiões e a garantia do funcionamento dos diversos níveis efetivamente
como rede.
Embora a implantação das RAS venha se dando por meio de redes temáticas consideradas
prioritárias pelos gestores do SUS, vale ressaltar que não se deve pensar em implantar RAS
para cada agravo ou linha de cuidado.
289
Figura 18 – Estrutura de atenção à TB
Atenção Básica
Esquema Básico
Efeitos adversos
menores
Competências da AB
realizar vacinação BCG e monitorar coberturas vacinais;
realizar a “Busca Ativa de sintomáticos respiratórios”
– de modo permanente na
unidade de saúde e/ou nos domicílios (por meio da ESF ou PACS), assim como em
instituições fechadas na sua área de abrangência (ver capítulo de Detecção de Casos);
realizar coleta de escarro e outros materiais para o exame de baciloscopia, TRM-TB,
cultura, identificação e teste de sensibilidade (TS), garantindo que o fluxo desses
exames seja oportuno e que o resultado da baciloscopia ou TRM-TB esteja disponível
para o profissional de saúde, no máximo, em 24 horas na rede ambulatorial e a cultura
em, no máximo, 45 dias;
290
solicitar cultura, identificação de micobactérias e teste de sensibilidade, para os casos
previstos no capítulo Diagnóstico Bacteriológico;
solicitar cultura, identificação de micobactérias e teste de sensibilidade para os casos
com baciloscopia de controle positiva ao final do 2º mês e para os casos de falência,
garantindo o tratamento diretamente observado. Os casos com evolução clínica
desfavorável deverão ser encaminhados para a referência;
indicar e prescrever o esquema básico, realizar o tratamento diretamente observado
e monitorar todos os casos bacteriologicamente confirmados com baciloscopias de
controle até o final do tratamento. Para os casos com forte suspeita clínico-radiológica
e com baciloscopias e/ou TRM-TB negativos, indica-se, sempre que possível, encami-
nhar para elucidação diagnóstica nas referências secundárias;
realizar
o tratamento diretamente observado compartilhado juntamente com a
referência (secundária ou terciária) que acompanha o caso;
responsabilizar-se pelo bom andamento de todos os casos de sua região de abran
gência, acompanhando a evolução dos casos internados por meio de contato periódico
com o hospital e/ou família do doente;
identificar
precocemente a ocorrência de efeitos adversos aos medicamentos do
esquema de tratamento, orientando adequadamente os casos que apresentem efeitos
considerados “menores” e referenciando os casos de reações adversas maiores (ver
capítulo Tratamento);
realizar a investigação e controle de contatos, tratando, quando indicado, a infecção
latente e/ou doença;
oferecer a testagem do HIV, sempre que possível o teste rápido, a todas as pessoas
com tuberculose e seus contatos, independentemente da idade;
realizar
o controle diário de faltosos, utilizando estratégias como visita domiciliar,
contato telefônico e/ou pelo correio, a fim de evitar a ocorrência de abandono;
preencher, de forma adequada e oportuna, os instrumentos de vigilância preconizados
291
oferecer apoio aos doentes em relação às questões psicossociais e trabalhistas por
meio de articulação com outros setores, procurando garantia de direitos para melhor
qualidade de vida dos usuários e remover obstáculos que dificultem a adesão dos
doentes ao tratamento. Portanto, espera-se que a abordagem ao paciente seja
integral, figurando a Estratégia Saúde da Família como o grande apoio para realizar
essas atividades;
articular com outros serviços de saúde o atendimento dos usuários conforme suas
necessidades.
Na definição das referências, faz-se necessário garantir o acesso ágil aos seguintes exames
e/ou procedimentos:
As unidades de referência para TB devem contar com equipe multidisciplinar para a condução
de casos de maior complexidade. Essas unidades podem estar instaladas em policlínicas,
centros de referências ou hospitais, conforme a conveniência dos municípios.
292
O intercâmbio entre os profissionais da atenção básica e das referências deve ser estimulado
e facilitado pelas coordenações estaduais, regionais e municipais, incluindo periodicamente
discussão de casos (reuniões clínicas).
Competências
Elucidação diagnóstica – para pessoas com suspeita de TB pulmonar com baciloscopia
negativa e/ou com apresentação radiológica atípica, bem como auxílio no diagnóstico
das formas extrapulmonares;
manejo
de intolerância aos medicamentos – orientar a conduta frente a efeitos
293
realizar a investigação e o controle de contatos (diretamente ou em parceria com AB),
tratando, quando indicado, a infecção latente e/ou doença;
indicar, realizar ou referenciar contatos para prova tuberculínica (diretamente ou em
parceira com AB);
identificar precocemente a ocorrência de efeitos adversos, adequando o tratamento
(ver capítulo Tratamento);
oferecer a testagem do HIV, de preferência o teste rápido a todos os doentes referen-
ciados cuja testagem ainda não tenha sido realizada;
notificar e atualizar o acompanhamento dos casos de tratamentos especiais e mudança
de esquema no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose
(SITE-TB), encerrando os casos no Sinan (ver capítulo de Sistemas de Informação);
encaminhar os casos de monorresistência e multirresistência à unidade de referência
terciária.
294
condições mínimas de biossegurança para o atendimento de pessoas com tuberculose
(ver capítulo Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de Saúde);
condições adequadas para armazenamento dos medicamentos;
pessoa responsável pela notificação e atualização dos casos no Sistema de Informação
de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB); e
disponibilidade de computador com acesso à internet na unidade.
Competências
1. Manejo das resistências aos fármacos antiTB:
diagnosticar e tratar os casos de monorresistência, polirresistência, TB MDR e TB XDR,
realizando, mensalmente, as baciloscopias e, pelo menos trimestralmente, as culturas;
e, a critério médico, o teste de sensibilidade aos fármacos de segunda linha até o final
de tratamento;
garantir o tratamento diretamente observado para todos os casos, que poderá ser
feito na própria referência ou na atenção básica/ESF (TDO compartilhado);
oferecer a testagem para o HIV, dando preferência ao teste rápido a todos os doentes
referenciados, cuja testagem ainda não tenha sido realizada;
realizar o controle de faltosos, identificando imediatamente o caso faltoso e comu
nicando ao município/unidade para garantir a continuidade do tratamento;
orientar a investigação e o controle de contatos, tratando, quando indicado, a infecção
latente (quimioprofilaxia) e/ou doença;
identificar precocemente a ocorrência de efeitos adversos, adequando o tratamento;
notificar e atualizar o acompanhamento dos casos de mono e polirresistência, MDR e
XDR e mudança de esquema no SITE-TB, encerrando os casos no Sinan;
manter o acompanhamento clínico e encaminhar os casos de polirresistência, TB MDR
e TB XDR, para a realização do TDO compartilhado na unidade básica, enviando o
295
4.2.5. Atenção hospitalar na tuberculose
Embora a porta de entrada de eleição da rede de atenção à tuberculose seja a atenção básica,
é sabido que, nos médios e grandes centros urbanos, a porta de entrada para diagnóstico do
doente de tuberculose é, muitas vezes, a urgência/emergência (pronto-socorro e hospitais).
Além disso, pessoas com tuberculose ativa podem necessitar de assistência hospitalar ao
longo do tratamento por intercorrências relacionadas ou não à tuberculose.
Entretanto, diversos achados têm demonstrado o importante papel dos hospitais no controle
da TB. Por atenderem pacientes com comorbidades (em particular a infecção pelo HIV) ou por
barreiras de acesso à rede de atenção primária, a proporção de casos de TB diagnosticados
em hospitais é muito maior do que o esperado em várias regiões do país.
296
medidas de controle de infecção, com o objetivo de prevenir a transmissão de TB MDR e
TB XDR, proteger os doentes, trabalhadores da área de saúde e áreas correlatas, além da
comunidade em geral, especialmente em áreas de alta incidência de HIV.
Taxas de resistência aos fármacos antiTB mostram-se superiores aos inquéritos realizados na
atenção básica (BRITO et al., 2004, 2010), além da demonstração de altas taxas de conversão
da prova tuberculínica entre profissionais de saúde (ROTH et al., 2005).
Tais ações devem ser orientadas pelos programas de controle de TB em nível municipal, bem
como pelos laboratórios de saúde pública municipal e/ou estadual em parceria com hospitais
públicos e/ou privados. No capítulo Controle de Infecção da Tuberculose em Unidades de
Saúde encontra-se a descrição de proposta de plano de ação para controle de TB em hospitais.
Esse plano deve envolver não somente medidas de biossegurança, mas também medidas
relacionadas à otimização de ações de assistência e vigilância.
297
5. Rede Laboratorial
O Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (SNLSP) foi reestruturado com uma
nova sigla, SISLAB, pela Portaria nº 15, em janeiro de 2002, ratificada pela Portaria nº 2.031, de
setembro de 2004. O Sislab é constituído por um conjunto de redes nacionais de laboratórios,
organizadas em sub-redes, por agravo ou programas, de forma hierarquizada, por grau de
complexidade das atividades relacionadas à vigilância em saúde – compreendendo vigilância
epidemiológica e vigilância em saúde ambiental, vigilância sanitária e assistência médica.
298
estadual ou municipal de laboratórios de saúde pública e realizam exames de baixa
e/ou média complexidade;
7. Laboratórios de Fronteira (Lafron): são unidades laboratoriais localizadas em regiões
de fronteira para a viabilização do diagnóstico de agentes etiológicos (inclusive o da
tuberculose), vetores de doenças transmissíveis e outros agravos à saúde pública.
Mais recentemente, para que os usuários possam se beneficiar com a cultura para
micobactérias, o MS tem realizado capacitação e fornecido suporte técnico para implantação
do Método de Ogawa-Kudoh em algumas capitais ou municípios estratégicos. Esse método
de realização da cultura é uma opção para os LRM ou LL que desejam realizar cultura e não
possuem os equipamentos necessários e infraestrutura de biossegurança para os outros
métodos. É econômico e suficientemente sensível para assegurar que a cultura contribua
para confirmar o diagnóstico da tuberculose pulmonar, nos casos suspeitos com baciloscopia
negativa, e é útil para recuperar os bacilos de escarros de pacientes bacilíferos que requerem
teste de sensibilidade.
299
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
300
Quadro 50 – Rede hierarquizada de execução de exames para diagnóstico e controle da tuberculose outras micobacterioses
Identificação Identificação
do Complexo de micobactérias Teste de sensibilidade
M. tuberculosis não tuberculosas
Fármacos Fármacos
Teste
Labora de 1a linha de 2a linha
Baciloscopia rápido Cultura
tórios
molecular Método das
Identificação Identificação Identificação Identificação
fenotípica molecular fenotípica molecular proporções
ou MGIT 960 MGIT 960
ou Métodos
moleculares
CC X X X X X X X X X
LRN X X X X X X X X X
LRR X X X X X X X X X
LRE/Lacen X X X X X X X
LRM LRRE X X X1 X X
LF X X X1 X
LL X X X1
Fonte: BRASIL, 2011.
1
Método Ogawa-Kudo
Obs.: Considerando a hierarquização da rede de laboratórios, destaca-se que os laboratórios de maior nível hierárquico devem ser capazes de realizar todos os exames recomendados
para o diagnóstico da TB, ainda que suas atribuições estejam relacionadas aos de maior complexidade.
6. Intersetorialidade no Controle da Tuberculose
Intersetorialidade pode ser interpretada como uma ação direcionada à busca da promoção de
produtos sociais em comum. É a ação ou parceria em que todos os setores irão compartilhar
conhecimentos e desfrutar dos benefícios. Deve ser o eixo estruturador das políticas públicas,
possibilitando uma abordagem geral dos problemas sociais.
Diversos estudos sobre tuberculose têm apresentado como determinantes sociais mais
recorrentes a pobreza, desnutrição, baixa escolaridade, moradias precárias, alta densidade
populacional, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, viver em áreas de alta incidência de
TB, uso abusivo de álcool e outras drogas, migração, além de barreiras culturais e econômicas.
O controle da tuberculose, para ser efetivo, deve ir além das usuais estratégias de diagnóstico
e tratamento, demandando também o fortalecimento de ações que considerem os
condicionantes e determinantes sociais da doença. Por trazer implicações que extrapolam
as práticas clínicas, o controle da doença envolve ações mais amplas sobre as condições
de vida da população. Portanto, é importante considerar a contribuição de outras áreas do
conhecimento e reconhecer as limitações do setor saúde.
301
6.1. Desenvolvimento social
Como a tuberculose é uma doença fortemente relacionada aos determinantes sociais, políticas
integradas podem provocar mudanças no contexto de vida das pessoas, gerando impacto no
processo de adoecimento, diagnóstico e tratamento da doença, uma vez que barreiras de
acesso a direitos, bens e serviços são rompidas.
Superação da pobreza
É importante que os profissionais de saúde procurem identificar as vulnerabilidades sociais
dos seus pacientes e os encaminhem para os serviços de assistência social, de forma que
seja avaliada a necessidade e o perfil para inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais
do Governo Federal (CadÚnico) e em programas sociais.
Vale destacar que o Programa Bolsa Família é um programa do Governo Federal que repassa
benefício financeiro diretamente às famílias, e elas assumem o compromisso de manter
os filhos na escola e fazer o acompanhamento de saúde das crianças, dos adolescentes e
das gestantes.
Para a superação da pobreza, além da garantia de renda, que promove o alívio imediato,
são frentes de ação: a melhoria do acesso a serviços públicos de assistência social,
educação, saúde e habitação; e a inclusão produtiva por meio do aumento da capacidade
e oportunidades de trabalho e geração de renda entre as famílias mais pobres do campo e
da cidade.
Vale destacar que alguns estados e municípios têm programas sociais locais, nos quais
pode-se discutir a inclusão de pacientes com tuberculose, mediante critérios específicos.
302
Assistência Social
A política pública de assistência social, juntamente com a política de saúde e de previdência
social, compõem o sistema de Seguridade Social Brasileira. A Assistência Social tem caráter
não-contributivo, ou seja, para acessá-la não é necessário prévia contribuição, sendo
prestada a quem dela necessitar. Um dos objetivos da Assistência Social Brasileira é
garantir a manutenção das necessidades básicas e atender contingências sociais, além da
universalização dos direitos sociais.
A Proteção Social Básica visa à prevenção de situações de risco por meio do desenvolvimento
de potencialidades, aquisições e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência
de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos.
Sua principal porta de entrada são os CRAS.
Os serviços que integram a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial podem ser
parceiros para o desenvolvimento de ações de controle da tuberculose, especialmente
considerando populações em situação de vulnerabilidade social. Os serviços de saúde,
identificando o paciente de tuberculose em situação de vulnerabilidade, podem orientá-
-lo a buscar os serviços da assistência social, especialmente o CRAS, para avaliação das
303
condicionalidades, cadastro e acesso aos benefícios disponíveis. O incremento na renda
pode melhorar as condições de vida do indivíduo e contribuir para a adesão ao tratamento
da tuberculose.
Como produto das articulações intersetoriais entre o SUS e SUAS, foi assinada, em setembro
de 2014, a Instrução Operacional Conjunta nº 1, que estabelece orientações gerais sobre a
tuberculose e as potenciais contribuições dos serviços socioassistenciais para o controle
da doença no país.
304
comunitárias e bancos de alimentos. Esses serviços são destinados à captação, preparo,
doação e comercialização de refeições a preços acessíveis. Existe, ainda, o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), que realiza por meio de editais a aquisição de alimentos com
foco em populações em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Previdência Social
A Previdência Social tem caráter contributivo e funciona como um seguro social. É uma
instituição pública que tem como função assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis
de manutenção quando perdem a capacidade de trabalho, seja por motivo de incapacidade
(doença ou acidente), desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos
familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.
Para ser assegurado pela Previdência Social, é preciso contribuir para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), responsável pelas arrecadações das contribuições e pelo pagamento
dos benefícios. Todos os trabalhadores registrados com carteira assinada são protegidos
pela Previdência Social, e aqueles que não são registrados podem se filiar espontaneamente,
como contribuintes individuais ou facultativos.
Auxílio-doença
O auxílio-doença é um benefício previdenciário para os contribuintes e funciona como um
seguro. O segurado terá direito a recebê-lo caso fique incapaz para o trabalho por mais de
15 dias consecutivos em razão de adoecimento.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que ter contribuido para a Previdência Social
por, no mínimo, 12 meses. Esse prazo não é exigido em caso de acidente e de determinadas
doenças, como a tuberculose ativa, listada pela Portaria Interministerial 2.998/2001.
O segurado que recebe auxílio-doença deve realizar exame médico periódico e, se for
constatado que não poderá retornar para sua atividade habitual, deverá participar do
programa de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, prescrito e custeado
pela Previdência Social. Caso seja constatado que o segurado não tem mais condições de
trabalhar, poderá ser aposentado por invalidez.
305
Aposentadoria por invalidez
A aposentadoria por invalidez é um benefício previdenciário para os segurados que, por
motivo de doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica do INSS incapacitados
para o trabalho total e definitivamente.
A carência exigida para obtenção de aposentadoria por invalidez é de 12 meses, exceto nos
casos de incapacidade em decorrência de acidente ou quando o segurado que, após afiliar-
se ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), for acometido de alguma das doenças ou
afecções listadas pela Portaria Interministerial 2.998/2001, dentre elas a tuberculose ativa.
A aposentadoria por invalidez corresponderá a uma renda mensal de 100% (cem por cento)
do salário de benefício. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar
da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal.
Sistema Prisional
Considerando a população privada de liberdade, a incidência de tuberculose e as
especificidades para o controle da doença no sistema prisional, faz-se necessário realizar
ações integradas com órgãos ligados à administração do sistema prisional.
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São atribuições do Depen, estabelecidas no art. 72 da Lei n.º 7.210 de 11 de julho de 1984 e no
Decreto n.º 6.061 de 15 de março de 2007, zelar para que as normas de execução penal sejam
corretamente aplicadas em todo o Brasil, entre elas garantir o direito ao acesso à saúde,
implantação de unidades e serviços penais.
306
visando à oferta de diagnóstico rápido e oportuno intramuros. O Conselho destaca, ainda,
a observância das recomendações do Manual de Intervenções Ambientais para o Controle
da Tuberculose nas Prisões para a construção de novas unidades prisionais.
Dentre as resoluções importantes vindas do CNPCP e que devem ser observadas pelo Depen
e estabelecimentos penais, podemos destacar:
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade (PNAISP,
2014) tem como objetivo garantir o acesso efetivo e sistemático de todo efetivo carcerário
(unidades provisórias, cadeias públicas e penitenciárias federais, e unidades de regime
semiaberto) às ações e serviços de saúde. Por meio da PNAISP, toda unidade prisional passa
a fazer parte da Rede de Atenção à Saúde, e as ações de atenção básica no âmbito do sistema
prisional passam a ser de responsabilidade do SUS.
307
Nesse sentido, é importante estabelecer estratégias de intervenção e diálogo com atores
diversos, com base no referencial dos direitos humanos, visando a contribuir para a
consolidação de uma rede de proteção social que dê suporte às pessoas acometidas pela
tuberculose no Brasil, tendo em vista que a doença está relacionada à pobreza e invisibilidade
dos grupos mais afetados, especialmente: população em situação de rua, população privada
de liberdade, indígenas e pessoas vivendo com HIV/AIDS.
6.4. Educação
As atividades de educação e saúde do PSE ocorrerão nos Territórios definidos segundo a área
de abrangência da Estratégia Saúde da Família, tornando possível o exercício de criação de
núcleos e ligações entre os equipamentos públicos da saúde e da educação (escolas, centros
de saúde, áreas de lazer como praças e ginásios esportivos etc).
No PSE, a criação dos Territórios Locais é elaborada a partir das estratégias firmadas entre a
escola, seu projeto pedagógico e a unidade básica de saúde. O planejamento destas ações
do PSE considera: o contexto escolar e social, o diagnóstico local em saúde do escolar e a
capacidade operativa em saúde do escolar.
A escola é a área institucional privilegiada desse encontro entre educação e saúde: espaço
para a convivência social e para o estabelecimento de relações favoráveis à promoção da
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308
6.5. Transportes
Com o objetivo de ampliar e facilitar o acesso aos serviços de saúde, é importante considerar
as dificuldades de acesso do usuário do SUS aos serviços de saúde. Essas dificuldades podem
criar barreiras para o diagnóstico precoce da TB e adesão ao tratamento, resultando na
propagação da doença.
Essa gratuidade pode dar-se por meio de lei específica, articulações locais com a Secretaria
de Transporte, Conselhos de Saúde ou mesmo com as empresas de transporte, de acordo
com a realidade e as possibilidades locais.
Cada serviço, profissional ou programa de tuberculose pode criar sua própria maneira de
iniciar articulações intersetoriais, de acordo com suas possibilidades e especificidades.
Listamos algumas sugestões para iniciar ou ampliar parcerias com outros setores, que podem
contribuir para o controle da tuberculose no território.
I – Análise dos dados do estado, município e serviços: fazer diagnóstico da realidade local,
com delimitação do perfil da população atendida e de suas necessidades para estabelecer
a estratégia de parcerias. É importante dominar não apenas as informações sobre os
aspectos clínicos da tuberculose, mas deve-se avançar na perspectiva de conhecer o perfil
309
III – Elaborar um plano de ação conjunto com os parceiros: seja para um projeto pontual ou
uma ação mais duradoura, sugere-se elaborar um projeto com objetivos claros, uma boa
justificativa, público-alvo, cronograma e os custos e despesas eventualmente necessárias.
Isso propicia definição clara de papéis e disponibilidade de tempo em que cada parceiro se
insere e pode contribuir.
310
7. Participação Comunitária, Mobilização
Social e Advocacy
Durante a 65ª Assembleia Mundial de Saúde, em maio de 2012, alguns Países Membros, dentre
eles o Brasil, acordaram com a OMS o desenvolvimento da nova estratégia de TB, visando ao
estabelecimento de uma agenda pós-2015. O Brasil, por sua experiência em acesso universal
à saúde e proteção social por meio do modelo SUS e seus programas de benefícios sociais,
apoiou fortemente a inclusão de estratégias relacionadas à maior participação da sociedade
civil e ao enfrentamento dos determinantes sociais da TB, para a eliminação da TB como
problema de saúde pública no mundo.
311
7.2. Estratégia CAMS
Para melhor compreender a estratégia CAMS e como ela pode ser aplicada no âmbito dos
estados e municípios, seus componentes estão descritos a seguir.
312
7.2.2. Advocacy
Esse termo frequentemente utilizado em inglês significa advocacia. Consiste na realização de
ações individuais e de grupos organizados que procuram influenciar autoridades para que se
sensibilizem para as necessidades diversas da sociedade. Essa é a ferramenta responsável
por garantir que os governos permaneçam fortemente comprometidos na implementação
de políticas de controle da tuberculose (WHO, 2007).
O advocacy
político informa políticos e gestores sobre o impacto da tuberculose
no país, estado ou município e propõe ações para implementação de leis e políticas
de saúde.
O advocacy programático almeja líderes comunitários, sensibilizando sobre a neces
sidade de ações locais para o controle da doença.
O advocacy na mídia valida a relevância do assunto, insere o tema na agenda pública
e estimula que assuntos relacionados à TB sejam veiculados nos grandes e pequenos
canais de comunicação.
313
públicas em saúde, por meio da inserção nas instâncias formais de controle social, tais como
os Conselhos de Saúde no âmbito municipal, estadual e federal, bem como suas respectivas
conferências (MOISÉS et al., 2010).
Até 2003, atuações da sociedade civil no Brasil com relação à tuberculose manifestavam-se,
principalmente, por meio da iniciativa de pesquisadores, profissionais de saúde, estudantes
de medicina e da Liga Científica contra a Tuberculose.
A priorização da participação comunitária por parte dos gestores dos estados do Rio de
Janeiro e de São Paulo contribuiu para o surgimento do Fórum de ONG TB do Rio de Janeiro,
em agosto de 2003, e da Rede Paulista de Controle Social, em 2005. Essas instâncias trabalham
ativamente no enfrentamento da tuberculose por meio de atividades de sensibilização da
população para questões relacionadas à prevenção da TB, combate ao estigma e preconceito
e incidência na qualificação das políticas públicas de saúde relacionadas ao controle da
tuberculose no país (SANTOS FILHO; SANTOS, 2007).
Em 2004, por iniciativa do Ministério da Saúde, foi criada a Parceria Brasileira Contra a
Tuberculose, também conhecida como Stop TB Brasil. Diante da mobilização global contra
a tuberculose, concretizada pela instituição Stop TB Partnership, vinculado à UNOPS, foi
proposta a consolidação de uma rede de parceiros no país para fortalecer a atuação do PNCT.
Com o início do Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil, em 2007, foram constituídos os
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Como produto da articulação entre o Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil, PNCT e comitês,
consolida-se a Rede Brasileira de Comitês para o Controle da Tuberculose, que tem como
missão “ser um articulador entre governo e sociedade civil, buscando integração e contribuição
para as políticas públicas do controle da tuberculose no país, dando visibilidade às ações de
mobilização, advocacy, comunicação social, monitoramento e avaliação, com vistas à garantia
da cidadania e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
A partir das experiências exitosas dos comitês, outros estados, que não estavam contemplados
no projeto, têm se mobilizado para a implantação de comitês.
314
A ampla mobilização, envolvendo o movimento social de tuberculose, a Parceria Brasileira,
os Comitês, profissionais de saúde e o Programa Nacional, fomentou a criação de Frentes
Parlamentares de luta contra a Tuberculose, no âmbito federal, estadual e municipal.
Em 2012, por meio de uma ampla articulação entre gestão e sociedade civil, a Frente
Parlamentar Nacional de luta contra a tuberculose foi criada. Nos dois primeiros anos de
existência, a frente realizou uma série de atividades com o objetivo de dar visibilidade ao
tema no parlamento. Dentre as ações realizadas, cabe destacar a elaboração do Relatório da
Subcomissão Especial destinada a analisar e a diagnosticar a situação em que se encontram
as Políticas de Governo Relacionadas às Doenças Determinadas pela Pobreza. No relatório,
foram apresentas propostas diferenciadas para o enfrentamento da tuberculose, servindo
como diretrizes para os diferentes atores na luta contra a doença. O material também fomenta
a discussão sobre proteção social à pessoa com tuberculose no âmbito do legislativo estadual
e das câmaras de vereadores nos municípios (BRASIL, 2013).
Outra estratégia importante a ser realizada pelos programas é a aproximação com a área
responsável pela comunicação nas secretarias de saúde.
315
Por exemplo, uma discussão com a coordenação da vigilância local a respeito da realização de
uma determinada ação para a qualificação da adesão ao tratamento, envolvendo a ampliação
do orçamento para tuberculose, é uma ação de advocacy. Nesse caso, a ação é realizada por
meio do protagonismo de um profissional de saúde que domina o assunto, conhece os dados
e a situação epidemiológica da doença e, portanto, tem condições de argumentar com os
níveis superiores sobre a necessidade de realização da atividade.
Não menos importantes são as ações de advocacy realizadas entre sociedade civil e gestão
junto ao poder legislativo, como a criação de Frentes Parlamentares, a incidência política sobre
Comissões Parlamentares de Saúde e Direitos Humanos, entre outras. O desenvolvimento de
tais ações pressupõe a elaboração de uma agenda de trabalho conjunta com a sociedade civil.
É importante considerar que gestão e sociedade civil ocupam espaços de inserção política
que se complementam.
Nesse sentido, cabe aos programas fomentar a melhor maneira de planejar e de realizar tais
ações de mobilização com seus parceiros. Indicadores epidemiológicos e populações de
maior vulnerabilidade para a tuberculose também devem ser considerados para a execução
das atividades. Ações de incidência direta nas comunidades devem ser construídas a partir
da realidade local e contar com o envolvimento da comunidade para a sua realização.
Cabe então a cada programa identificar a melhor forma de estabelecer as suas parcerias na
área de CAMS e refletir sobre a possibilidade de constituir uma instância de interlocução
316
formal, como é o caso dos comitês. A experiência da Rede Brasileira de Comitês para
o Controle da Tuberculose tem demonstrado que o estabelecimento de uma instância
formal de interlocução entre diferentes parceiros tem contribuído para o aprimoramento
e visibilidade das questões relacionadas ao controle da doença nos níveis estadual
e municipal.
O PNCT prioriza as ações de CAMS e busca fornecer apoio técnico e político aos estados
e municípios, seja para a formação de comitês locais, estabelecimento de parcerias
intra e intersetoriais, fortalecimento do trabalho em rede ou para ações específicas de
comunicação.
317
8. Pesquisas em Tuberculose
descoberta,
desenvolvimento e rápida incorporação de novas ferramentas, inter
venções e estratégias; e
realização de pesquisas que otimizem a implementação e o impacto dessas novas
ferramentas, promovendo inovação.
Em âmbito nacional, vários planos de ação orientaram as ações de controle da TB, desde
o Plano Global da OMS 2006-2015 (WHO, 2006), passando pelo Plano Regional para as
Américas (PAHO, 2006) e chegando ao Plano Estratégico do Programa Nacional de Controle
da Tuberculose 2007-2015 (BRASIL, 2007a). Todas essas iniciativas já reconheciam o uso da
pesquisa como uma ferramenta-chave para o controle da doença. A nova agenda do Plano
Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública (Plano Nacional pelo Fim
da TB), que tem como período de vigência 2016-2020, reafirma as ações de controle da TB com
a inclusão da pesquisa, em suas diversas vertentes, como de fundamental importância para
que se possam alcançar as metas e novos indicadores propostos no plano (BRASIL, 2017b).
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Em consonância com a nova estratégia pós 2015, o Plano Nacional pelo Fim da TB tem por
objetivos estabelecer parcerias para fomentar a realização de pesquisas no país, em temas
de interesse para saúde pública, e promover o desenvolvimento científico e tecnológico, bem
como a incorporação de iniciativas inovadoras para aprimorar o controle da TB.
O Brasil já possui experiências exitosas nesse sentido. Em 2001, ocorreu a formação da Rede
Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (REDE-TB), um grupo interdisciplinar de pesquisadores
brasileiros cujo objetivo é promover a interação entre governo, academia, provedores de
serviços de saúde, sociedade civil e indústria no desenvolvimento e implementação de
novas tecnologias e estratégias para melhorar o controle da TB em todo o país (KRITSKI et
al., 2018). Em 2004, foi considerado estratégico para o país o investimento na produção de
conhecimento científico nas doenças negligenciadas, incluindo a TB. Além disso, o Ministério
da Saúde iniciou cooperação técnica com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
318
Comunicações (MCTIC), o que proporcionou um aumento substancial no volume de recursos
financeiros para as pesquisas, com mais de 53 milhões de reais investidos em pesquisas
relacionadas à TB até o ano de 2017.
Nesse contexto, as pesquisas operacionais apresentam-se com uma função estratégica, uma
vez que são inspiradas em desafios do mundo real, podem responder às dificuldades do
cotidiano de trabalho e apresentam resultados que, em grande parte, possuem uma rápida
aplicabilidade. Através delas, é possível melhorar o entendimento dos mecanismos pelos
quais a dinâmica do cuidado à TB deve ser estabelecida para que as ações de prevenção e
controle possam ser mais efetivas (BECERRA-POSADA; ESPINAL; REEDER, 2016). Assim, encorajar
o envolvimento e instrumentalizar os profissionais para avaliarem as estratégias adotadas
e cuidados prestados à pessoa com TB apresentam-se como um ponto fundamental para a
consolidação do Pilar 3 do Plano Nacional pelo Fim da TB.
Ao longo dos anos, diversas iniciativas individuais para a promoção e divulgação de pesquisas
são registradas no país. Contudo, apesar de muito importantes, elas não são suficientes. A
319
9. Vigilância Epidemiológica
9.1. Objetivo
Os
sinais e sintomas sugestivos de tuberculose são: febre vespertina, sudorese
noturna, emagrecimento e inapetência;
se a doença estiver localizada em outra parte do corpo (tuberculose extrapulmonar),
os sintomas dependerão da área acometida.
Quadro 51 – Tempo de tosse para investigação da tuberculose nas populações mais vulneráveis
Privados de liberdade
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Profissionais de saúde
Indígenas
Fonte: CGPNCT/SVS/MS.
320
Caso confirmado de tuberculose
O caso de tuberculose pode ser confirmado pelos critérios a seguir:
Caso descartado
É todo aquele que não atende aos critérios de confirmação acima descritos, principalmente
quando há diagnóstico de outra doença. As situações não previstas nos critérios acima devem
ser tratadas individualmente.
9.3. Notificação
Os dados devem ser obtidos diretamente com o paciente e complementados por meio de
seu prontuário, de resultados de exames e outras fontes. Além de determinar as principais
características epidemiológicas da tuberculose, a investigação deve ensejar a descoberta de
novos casos ou ainda de contatos com infecção latente da tuberculose. Os dados presentes na
ficha de notificação/investigação devem ser inseridos no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), conforme descrito no capítulo Sistemas de Informação – Sinan deste Manual.
321
Além da notificação, recomenda-se o registro do caso confirmado no Livro de Registro de
Pacientes e Acompanhamento de Tratamento dos Casos de Tuberculose (Anexo XII). Esse livro
auxilia na organização do serviço de saúde, uma vez que permite o conhecimento de todos
os casos de tuberculose acompanhados na unidade em um único instrumento.
Algumas estratégias devem ser assumidas pela equipe da vigilância epidemiológica, visando
ao aumento da sensibilidade do sistema de vigilância da tuberculose, como o monitoramento
de outros sistemas de informação em saúde, nos quais o diagnóstico de tuberculose pode
ser registrado: Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS),
Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab/e-SUS), Gerenciador de
Ambiente Laboratorial (GAL) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Os óbitos nos quais a tuberculose é citada como causa básica ou associada devem ser
comunicados aos responsáveis pela vigilância epidemiológica municipal com o objetivo
de validar esse diagnóstico e verificar se as ações de vigilância foram realizadas. As
orientações para a vigilância do óbito com menção de tuberculose estão descritas em
protocolo específico.
Todo caso suspeito de tuberculose deve ser investigado, buscando a confirmação diagnóstica,
de preferência laboratorial, e o início de tratamento oportunamente, a fim interromper a
cadeia de transmissão.
Para fins operacionais, o parâmetro nacional usado é de que 1% da população geral seja
sintomática respiratória, podendo variar entre as diferentes localidades (Anexo VIII).
Recomenda-se que a equipe busque rotineiramente os sintomáticos respiratórios a fim de
que todos sejam identificados e avaliados clínica e laboratorialmente.
322
que possui campos de preenchimento para dados relacionados ao indivíduo (nome, idade,
sexo e endereço) e resultados do exame de escarro para diagnóstico.
323
Para o encerramento oportuno, recomenda-se que os casos de tuberculose em tratamento
com o esquema básico (de duração de seis meses) sejam encerrados em até nove meses, e
que os casos de tuberculose meningoencefálica (de duração de 12 meses) sejam encerrados
no sistema em até 15 meses.
Visita domiciliar
A visita domiciliar tem como objetivo identificar sintomáticos respiratórios, agendar exame de
contatos, reforçar as orientações, verificar possíveis obstáculos à adesão, procurar soluções
para superá-los e evitar o abandono. Dessa forma, o serviço de saúde pode promover a adesão
ao tratamento e estreitar os vínculos com o paciente e a família. O usuário deve ser avisado
sobre a visita e deve-se assegurar o sigilo quanto às suas informações.
Indica-se realizar visita domiciliar para todo caso de tuberculose diagnosticado, especialmente
aos que apresentam a forma pulmonar diagnosticada por critério laboratorial e a todo caso
que não compareça ao serviço de saúde quando agendado.
A visita domiciliar também deve ser realizada logo após a verificação do não comparecimento
para realização do tratamento diretamente observado na unidade de saúde. O contato
telefônico imediato após a falta pode facilitar o entendimento do problema e direcionar a
visita domiciliar.
Investigação de contatos
Diante de um caso de tuberculose, é necessária investigação epidemiológica das pessoas
que tiveram contato com o indivíduo infectado.
também permite a identificação dos casos de infecção latente, o que possibilita a prevenção
do desenvolvimento da tuberculose ativa.
324
9.5. Vigilância em ambiente hospitalar
Em hospitais, é preciso atentar para a descoberta precoce de casos de tuberculose, pronta
instituição de medidas de biossegurança, tratamento e notificação. Sabe-se que os casos
detectados em hospitais podem estar mais sujeitos a desfechos desfavoráveis, seja pela
sua gravidade, ou ainda pelo risco de descontinuidade do tratamento após a alta hospitalar.
Dessa forma, a equipe de saúde dessas instituições deve ser capacitada para Busca Ativa na
unidade hospitalar e para o adequado manejo dos casos diagnosticados.
A farmácia hospitalar é uma fonte importante de informação, pois a lista de pacientes que
retiram medicamentos específicos de tuberculose deve ser conferida com as notificações
efetuadas, evitando a subnotificação de casos.
325
9.8. Vigilância dA infecção latente pelo M. tuberculosis
A vigilância da ILTB se estrutura em cinco pilares principais: (1) identificação das pessoas
com maior probabilidade de ter ILTB ou com maior risco de adoecimento; (2) identificação
de pessoas com a ILTB; (3) indicação correta do tratamento e acompanhamento adequado;
(4) notificação das pessoas que irão realizar o tratamento da ILTB; e (5) monitoramento e
avaliação da realização do tratamento da ILTB.
A recomendação é notificar todas as pessoas com a ILTB cujo tratamento será iniciado.
A “Ficha de notificação das pessoas em tratamento da ILTB” (disponível em: http://sitetb.
saude.gov.br/iltb) deverá ser usada como instrumento para notificação. Ela poderá ser
utilizada em sua versão impressa pelas unidades de saúde não informatizadas e na versão
on-line diretamente no IL-TB.
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326
O livro também poderá ser utilizado em sua versão física/impresso pelas unidades de saúde
não informatizadas, além de uma versão em Excel (Microsoft Corporation®), disponível em:
http://sitetb.saude.gov.br/iltb.
Para os casos de ILTB que iniciarão o tratamento, os tipos de entrada são assim classificados:
caso novo: pessoa que nunca fez o tratamento da ILTB e que irá iniciar o tratamento;
reingresso após abandono: pessoa que inicia um novo tratamento de ILTB após o
abandono de um tratamento anterior (ver definição de abandono – item 4.4.4);
reentrada após mudança de esquema: pessoa que apresentou reação adversa maior
a um dos medicamentos e precisou fazer a substituição da mesma, iniciando um novo
tratamento da ILTB;
reexposição: pessoa que já se tratou para ILTB e teve novo contato com caso de TB
pulmonar ou laríngea, ou ainda aquele que, por decisão médica, irá refazer o trata
mento para ILTB após tratamento anterior completo.
Todas as pessoas em tratamento da ILTB, caso necessitem ser transferidas para outra unidade
de saúde, seja no mesmo ou em outro município, ou em outro estado, devem ter continuidade
do tratamento assegurada. A transferência deve ser realizada diretamente no IL-TB.
As unidades de saúde não informatizadas que receberem pacientes para a continuidade do
tratamento da ILTB devem informar ao primeiro nível informatizado, para que a transferência
A evolução dos casos de ILTB deve ser acompanhada e devidamente registrada, seja no “Livro
de investigação e acompanhamento de pessoas em tratamento da ILTB”, seja em instrumento
próprio do estado e/ou município. Nesse instrumento, bem como na ficha de notificação e
no sistema IL-TB, os casos devem ser encerrados de acordo com os critérios a seguir:
tratamento
completo: pessoa que completar todo o tratamento conforme o reco
mendado (doses por tempo);
abandono: pessoa que interromper o tratamento por mais de 90 dias, consecutivos
ou não, quando tratado com isoniazida, ou por mais de 60 dias, consecutivos ou não,
quando tratado com rifampicina;
suspenso por reação adversa: pessoa que apresentou reações adversas maiores, com
necessidade de suspensão ou troca do tratamento;
327
suspenso por PT < 5mm em quimioprofilaxia primária: se aplica para recém-nascidos
coabitantes de caso fonte confirmado laboratorialmente, que tenham iniciado a
quimioprofilaxia primária, e tiveram o tratamento suspenso ao final do terceiro mês
por PT < 5mm;
tuberculose ativa: casos que estavam em tratamento da ILTB e desenvolveram a forma
ativa da TB antes do tratamento completo;
óbito: indivíduos que evoluíram para o óbito durante o tratamento, independentemente
da causa do óbito;
transferência para outro país: indivíduos que necessitam ser transferidos para outro
país na vigência do tratamento da ILTB. Diferente da transferência dentro do Brasil,
cuja situação é transitória no sistema até o aceite pela unidade de saúde de destino,
a transferência internacional não é uma situação transitória, e as informações sobre
a pessoa não serão retiradas da unidade de atendimento/notificação.
Os dados gerados pelo IL-TB devem ser analisados pela unidade de saúde, pelos níveis
municipal, estadual e federal. Os casos de ILTB notificados e incluídos no sistema de
informação geram um banco de dados que pode ser exportado para o formato Excel (.xls),
o que permite o cálculo de indicadores operacionais e epidemiológicos. Adicionalmente,
relatórios padronizados contendo os principais indicadores da vigilância da ILTB estão
disponíveis no IL-TB. Essas ferramentas de análise são importantes para se conhecer a
situação epidemiológica da ILTB nas unidades de saúde, municípios, UF e país, além de
possibilitarem o monitoramento e a avaliação das ações voltadas à ILTB.
328
9.10. Vigilância dos casos de tratamentos especiais
para tuberculose
Casos em tratamentos especiais de tuberculose são aqueles que tiveram indicação de uso
de esquemas diferentes do esquema básico, seja pela ocorrência de reações adversas, ou
por resistência a algum medicamento antituberculose.
329
10. Sistemas de Informação
Algumas estratégias devem ser assumidas pela equipe da vigilância epidemiológica, visando
ao aumento da sensibilidade do sistema de vigilância da tuberculose. O monitoramento
dos diversos sistemas de informação em saúde existentes pode apoiar o alcance desse
objetivo. Neste capítulo serão considerados para fins de descrição o Sinan e o SITE-TB.
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330
Livro de registro de sintomático respiratório no serviço de saúde (Anexo X): Instrumento
utilizado para registro dos sintomáticos respiratórios identificados e da investigação
diagnóstica. Além disso, subsidia o monitoramento do alcance de metas de busca de SR
pelos serviços de saúde. Permite também verificar o tempo decorrido entre a identificação
do caso e a realização do exame pelo paciente, o seguimento do protocolo para o diagnóstico
e ainda o percentual de positividade em cada serviço.
331
Figura 19 – Instrumentos de registro utilizados na investigação epidemiológica da tuberculose
Caso suspeito
Livro de registro de
sintomáticos respiratórios
Realização deexames
diagnósticos
PRONTUÁRIO
Boletim de acompanha-
�
Acompanhamento
mento (Sinan)
� Livro de registro e
Encerramento
acompanhamento dos
casos de tuberculose
O Sinan foi implantado, de forma gradual, a partir de 1993. Desde 1998, o uso desse sistema
foi regulamentado, tornando obrigatória a alimentação regular da base de dados nacional
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O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) tem como objetivo coletar, transmitir
e disseminar dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das
três esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o processo
de investigação e dar subsídios à análise das informações de vigilância epidemiológica das
doenças de notificação compulsória (BRASIL, 2007b).
332
10.2.1. Notificação do caso
A tuberculose é uma doença de notificação compulsória em todo território nacional.
A notificação compulsória é regulamentada pela Portaria nº 204/2016.
Os dados devem ser obtidos diretamente com o paciente e complementados por meio de
seu prontuário, de resultados de exames e outras fontes.
caso
novo – é o caso de tuberculose ativa que nunca utilizou medicamento anti
tuberculose ou que utilizou por menos de 30 dias. Deve-se verificar insistentemente,
com o paciente e seus familiares, se não houve tratamento prévio para tuberculose
por 30 dias ou mais;
recidiva – é o caso de tuberculose ativa que foi tratado anteriormente e recebeu alta
por cura comprovada ou por ter completado o tratamento;
reingresso após abandono – é o caso de tuberculose ativa, tratado anteriormente por
mais de 30 dias, mas que deixou de tomar o medicamento por 30 dias consecutivos
ou mais;
não sabe – refere-se ao caso com tuberculose ativa e com história prévia desconhecida.
Deve ser registrado apenas quando esgotadas todas as possibilidades de investigação
333
Observações:
a recidiva e o reingresso após abandono são considerados casos de retratamento;
as definições de tipo de entrada – transferência, não sabe e pós-óbito – são operacio-
nais e utilizadas para efeitos de registro no Sinan;
a Ficha de Notificação/Investigação preenchida pela unidade notificante deverá ser
encaminhada ao primeiro nível informatizado para que seja incluída no Sinan. A partir
de então, a base de dados sobre tuberculose é formada e é possível a realização da
análise situacional. Dessa forma, é importante o preenchimento correto e completo,
evitando campos em branco ou preenchidos como “ignorado”.
cura – paciente que apresentar duas baciloscopias negativas, sendo uma em qualquer
mês de acompanhamento e outra ao final do tratamento (5º ou 6º mês). Para os
casos com necessidade de ampliar o tempo de tratamento, serão considerados os
dois últimos meses. A alta por cura também será dada ao paciente que completou
o tratamento sem evidência de falência e teve alta com base em critérios clínicos e
radiológicos, por impossibilidade de realização de exames de baciloscopia;
abandono – paciente que fez uso de medicamento por 30 dias ou mais e interrompeu
o tratamento por 30 dias consecutivos ou mais;
334
abandono primário – paciente que fez uso de medicamento por menos de 30 dias e
interrompeu 30 dias consecutivos ou mais, ou quando o paciente diagnosticado não
iniciar o tratamento;
óbito por tuberculose – quando o óbito apresentar a tuberculose como causa básica,
a qual deve estar de acordo com as informações contidas no SIM. A tuberculose
corresponde aos códigos A15 ao A19 da 10ª Classificação Internacional de Doenças
(CID);
óbito por outras causas – quando a causa básica não foi a tuberculose, mas a tuber-
culose consta como causa associada. As causas de morte devem estar de acordo com
as informações contidas no SIM;
transferência – quando o doente for transferido para outro serviço de saúde. A trans
ferência deve ser processada por meio de documento que contenha informações sobre
o diagnóstico e o tratamento realizado até aquele momento. É de responsabilidade da
unidade de origem a confirmação de que o paciente compareceu à unidade para a
qual foi transferido;
mudança de diagnóstico – quando ocorrer alteração no diagnóstico e for elucidado
que não se tratava de um caso de tuberculose;
mudança de esquema – quando o paciente necessitar da adoção de regimes tera
pêuticos diferentes do esquema básico, seja por intolerância e/ou por toxicidade
medicamentosa;
tuberculose drogarresistente (TB DR) – quando houver confirmação, por meio de teste
de sensibilidade ou teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), de resistência
a qualquer medicamento antituberculose, independentemente do esquema de
tratamento a ser utilizado, exceto casos de monorresistência ao etambutol, pirazi
namida ou estreptomicina que mantenham o uso do esquema básico. Os casos com
diagnóstico de resistência à rifampicina pelo teste rápido molecular para tuberculose
(TRM-TB) devem ser encerrados no Sinan como TB DR e notificados no SITE-TB;
335
10.2.4. Rotinas para qualificação dos dados do Sinan
Duplicidade de registros
É possível identificar a existência de registros duplicados por meio do Sinan. O relatório padrão
emitido para essa rotina seleciona registros que tenham os seguintes campos idênticos:
primeiro e último nome do paciente, data de nascimento e sexo. É possível alterar os filtros
do relatório de duplicidade para que aumente ou diminua a sensibilidade de captação dos
possíveis registros duplicados.
É recomendado que esse relatório seja analisado, semanalmente, pelo primeiro nível
informatizado do município. Para as regionais e secretarias estaduais de saúde, recomenda-
se que a emissão e análise seja quinzenal e mensal, respectivamente.
Homônimos: são registros que apresentam primeiro e último nomes iguais dos pacientes,
mesma data de nascimento e mesmo sexo. No entanto, após análise de outros dados e, se
necessário, investigação, conclui-se que são pessoas diferentes.
Procedimento: esses registros devem ser marcados para “NÃO LISTAR” no relatório de
duplicidade.
Duplo registro durante o mesmo tratamento: é a situação em que o paciente foi notificado
mais de uma vez por unidades de saúde diferentes durante o mesmo tratamento devido à
transferência oficial ou espontânea.
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Procedimentos:
se existirem duas notificações de um mesmo paciente atendido
em unidades de saúde diferentes, deve-se avaliar se houve transferência (intra ou
intermunicipal). Em caso afirmativo, os dois registros devem ser VINCULADOS e deverá
ser comunicada a alta por transferência à primeira unidade que notificou o caso.
Na segunda unidade de saúde, o campo “Tipo de entrada” da ficha de notificação/
investigação deverá ser preenchido com a categoria “Transferência”.
336
Quando o paciente efetuou mais de uma transferência durante o mesmo tratamento,
devem ser realizadas sucessivas vinculações das notificações, mantendo, desse modo,
os dados da notificação/investigação mais antigos e o acompanhamento pela unidade
de saúde responsável pela conclusão do tratamento.
Aos casos que tiverem a situação de encerramento preenchida como transferência, o
Sinan possibilitará a inserção do município e/ou estado de destino do paciente. Com
o registro no sistema, do local de destino do paciente, o monitoramento dos casos em
trânsito e a comunicação entre os PCT desses locais ficarão mais fáceis.
337
Situação 2 – Paciente com tuberculose em tratamento em um serviço de saúde (seja de
atenção primária ou unidades de referência) e procura um serviço de urgência/emergência
ou unidade de referência em virtude de uma intercorrência. Caso o paciente venha a falecer
nesse serviço de urgência/emergência ou unidade de referência.
Procedimento: o serviço de urgência/emergência ou unidade de referência notificará
o caso com tipo de entrada transferência e encerrará como óbito. O serviço de saúde
que iniciou o caso deve encerrá-lo como transferência. Cabe à vigilância, ao encontrar
essas duas fichas na lista de duplicidades, realizar a VINCULAÇÃO.
do mesmo).
338
Para que as informações se tornem efetivamente úteis, é imprescindível que análises de
qualidade das bases de dados (completitude, consistência, duplicidade e vinculação de
registros) sejam efetuadas regularmente.
Um banco de dados atualizado e de qualidade é útil para avaliação dos serviços prestados
ao paciente e pode servir de base para tomada de decisão para o desenvolvimento de ações
de controle da tuberculose.
Casos especiais de tuberculose são aqueles que não tiveram indicação de uso do esquema
básico, seja pela ocorrência de reações adversas, de certas comorbidades ou ainda por
resistência a algum medicamento antituberculose. Esses casos deverão ser notificados no
Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB), um sistema on-
line, complementar ao Sinan, que permite notificar, acompanhar e encerrar esses casos,
além dos casos de micobacterioses não tuberculosas (MNT) que foram identificados como
diagnóstico diferencial de tuberculose.
339
A validação é realizada por equipe de médicos especialistas de diversas unidades de refe-
rência para tuberculose do país.
Se for identificada alguma incoerência nas questões acima relatadas, o validador irá
“registrar pendências” para o caso. Um caso com pendências não é considerado para “envio
de medicamentos” nem é contado no módulo “gerenciamento”. Portanto, ao observar uma
pendência para algum caso de sua unidade de saúde, o profissional deve prontamente
respondê-la para que a validação do caso seja concretizada.
340
10.3.3. Casos notificados no Sinan que não devem ser notificados
no SITE-TB
Casos de coinfecção TB-HIV em que a rifampicina for substituída pela rifabutina, por
não serem considerados tratamentos especiais;
os casos com alguma complicação durante o tratamento com o esquema básico, que
farão a introdução do esquema droga a droga. Esses casos só deverão ser notificados
no SITE-TB após a definição do esquema especial definitivo;
casos com monorresistência à estreptomicina, ao etambutol ou à pirazinamida, que
mantenham o uso do esquema básico.
Em todas as situações acima, o acompanhamento deve ser feito no Sinan até seu encer
ramento.
341
Quadro 52 – Tipos de entrada dos pacientes de tuberculose com esquema especial, tuberculose
drogarresistente e micobactéria não tuberculosa no SITE-TB
342
10.3.5. Classificação dos casos inseridos no SITE-TB
Tuberculose com esquema especial (TB) – qualquer caso de tuberculose sensível ou
sem comprovação laboratorial de resistência, que utilize outro tratamento diferente
do esquema básico;
Tuberculose drogarresistente (TB DR) – caso
de tuberculose com qualquer tipo de
resistência identificada pelo teste de sensibilidade ou TRM-TB, independentemente
do esquema de tratamento utilizado, exceto casos de monorresistência ao etambutol,
à pirazinamida ou à estreptomicina, que mantenham a utilização do esquema básico.
Estes deverão manter seu seguimento no Sinan;
Micobactéria não tuberculosa (MNT) – casos com identificação de micobactérias não
tuberculosas pelos métodos laboratoriais (cultura para micobactéria com identificação
de espécie), que foram identificados como diagnóstico diferencial de tuberculose.
Classificação Descrição
Fonte: BRASIL,2017c.
343
(situação somente possível entre referências/hospitais cadastrados no sistema). Além disso,
essa unidade também pode realizar a transferência de medicamentos, se necessário.
344
Quadro 54 – Encerramentos dos casos de TB, TB DR e MNT
Tuberculose drogarresistente
Tipos de Tuberculose com
(TB DR) e Micobactéria não
encerramento esquema especial (TB)
tuberculosa (MNT)
Paciente cujo óbito foi devido a causas Paciente cujo óbito foi devido a causas
diferentes da tuberculose, ocorrido diferentes da tuberculose, ocorrido
Óbito por
durante o tratamento. A causa do durante o tratamento. A causa do
outra causa
óbito deve estar de acordo com as óbito deve estar de acordo com as
informações do SIM. informações do SIM.
Continua
345
Conclusão
Tuberculose drogarresistente
Tipos de Tuberculose com
(TB DR) e Micobactéria não
encerramento esquema especial (TB)
tuberculosa (MNT)
346
Recomenda-se verificar os esquemas, datas de início e fim do tratamento, dose, frequência
semanal e concentração de cada medicamento prescrito antes de realizar o pedido no sistema,
que deve ser feito pelo profissional responsável pela gestão de medicamentos da unidade.
Há necessidade de nova solicitação quando o estoque de qualquer medicamento atingir a
quantidade para 30 dias de duração.
Recomenda-se que a dispensação dos medicamentos no sistema para cada paciente seja
registrada, no mínimo, mensalmente.
347
11. Planejamento, monitoramento e avaliação
Para o alcance dos objetivos e metas estabelecidos para o controle da tuberculose no Brasil,
faz-se necessário o planejamento das ações de saúde, o que permite a utilização eficiente
e ordenada dos recursos públicos, gerando o máximo de benefícios para a população. O
exercício sistemático do planejamento tende a reduzir os efeitos não programados no processo
decisório, aumentando o sucesso na execução das ações. Bens e recursos utilizados na
implantação das ações de saúde devem ser otimizados, com economia e qualidade, sendo
monitorados e avaliados em todas as esferas de gestão da saúde.
11.1. Planejamento
Planejar consiste, basicamente, em decidir com antecedência o que será feito para mudar
condições insatisfatórias no presente ou evitar que condições adequadas venham a deterio
rar-se no futuro (CHORNY, 1998). Implica organizar e mobilizar os recursos e as expectativas
para que as propostas se concretizem e os objetivos sejam atingidos. No contexto SUS,
o planejamento organiza as atividades e ações, conferindo direção ao processo de
consolidação do SUS, com vistas à melhoria do nível de saúde da população (BRASIL, 2009b).
Pode-se afirmar que planejar é reduzir incertezas. Logo, implica algum grau de intervenção
na economia, associa-se a práticas regulatórias, orienta investimentos e está diretamente
vinculado à alocação eficiente de recursos (BRASIL, 2016).
O Planejamento Estratégico Situacional (PES) se caracteriza por tentar conciliar a ação sob
uma realidade complexa, com um olhar estratégico e situacional, considerando a visão
de múltiplos atores e a utilização de ferramentas operacionais para o enfrentamento de
problemas (BRASIL, 2016).
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
348
É importante definir, em cada esfera de gestão do SUS, os responsáveis pelas ações de
controle da tuberculose, que devem planejar suas atividades de maneira integrada, solidária e
sistêmica, considerando importante a participação de parceiros intrassetoriais e intersetoriais.
No que se refere aos modelos de planejamento, existem distintos métodos, que se adaptam
às diferentes realidades. Seja qual for a opção, a operacionalização do planejamento deve
acontecer de maneira integrada e coletiva.
Como forma de garantir a execução das ações planejadas, faz-se necessária a inserção do tema
tuberculose nos instrumentos de planejamento da saúde — o Plano de Saúde, Programação
Anual de Saúde e o Relatório Anual de Gestão – e nos instrumentos de planejamento de
governo — Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária
Anual (LOA), definidos a partir do art. 165 da Constituição Federal. Esses instrumentos
interligam-se sequencialmente, compondo um processo cíclico de planejamento.
E, por fim, o Relatório Anual de Gestão permite ao gestor apresentar os resultados alcançados
com a execução da Programação Anual de Saúde e orienta eventuais redirecionamentos que
se fizerem necessários no Plano de Saúde (Portaria nº 2.135 de 25 de setembro de 2013).
O planejamento deve respeitar os resultados das pactuações entre os gestores nas Comissões
Intergestores Regionais, Bipartite e Tripartite (CIR, CIB e CIT). As instâncias permanentes
de negociação e pactuação intergestores são os espaços federativos de construção de
349
Essa etapa inicial permite a identificação dos fatores que, direta ou indiretamente, determinam
a situação considerada insatisfatória. Ela auxilia na detecção de fortalezas e desafios do
programa de controle da tuberculose e nos determinantes internos e externos que não
favorecem seu melhor desempenho.
Os objetivos expressam o que se pretende fazer a fim de superar, reduzir, eliminar ou controlar
os problemas identificados (BRASIL, 2009b), ou seja, identificam de forma clara e precisa o
que o Programa de Controle da Tuberculose deseja alcançar. São formulados considerando
o diagnóstico situacional. A boa definição de um problema permite dimensionar os objetivos
corretos construindo-os de forma plausível e factível.
350
Exemplo de meta: reduzir até 5% o percentual de abandono do
tratamento na população privada de liberdade no ano de 2014.
Formulação de estratégias
Estratégia é o que será feito para operacionalizar o objetivo definido. As estratégias
representam o agrupamento de resultados, atividades ou ações que são detalhadas no
Plano de Trabalho.
Nessa etapa também são definidos os responsáveis por cada atividade. A participação dos
parceiros intersetoriais e intrassetoriais na construção do planejamento e na execução
351
11.2. Monitoramento e avaliação
Tais indicadores devem ser analisados considerando o contexto em que foram obtidos, uma
vez que múltiplos fatores interferem na doença e nas ações do programa de controle, motivo
pelo qual a interpretação dos dados deve ser integrada. Pode-se comparar os resultados
dos indicadores do local (serviço de saúde, município, região) com as metas propostas, mas
também é interessante analisar a evolução no tempo e comparar os valores obtidos com
outros locais de condições semelhantes.
352
Exemplo de indicadores de monitoramento do plano de trabalho:
Plano de
Objetivo Meta Estratégia Monitoramento Avaliação
trabalho
Capacitar os
Número de
profissionais
Aumentar a profissionais dos
dos serviços
proporção de serviços de saúde
de saúde sobre
tratamento capacitados sobre
o controle da
diretamente o controle da
tuberculose
observado tuberculose na O quanto as
na população
realizado na população privada intervenções
privada de
população de liberdade. (ações)
Reduzir até 5% liberdade.
Reduzir o privada de executadas
353
11.3. Estratégias de monitoramento e avaliação
Fonte de
Blocos Indicadores
informação
Mortalidade Coeficiente de mortalidade por tuberculose por 100 mil habitantes SIM
354
Conclusão
Fonte de
Blocos Indicadores
informação
355
Referências
356
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema
de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 2017b.
OPAS, ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DA SAÚDE. Regional Plan for Tuberculosis Control,
2006-2015. [s.l.] Pan American Health Organization Washington DC, 2006.
357
SILVA, S. F. DA; MAGALHÃES JUNIOR, H. M. Redes de atenção à saúde: importância e
conceitos. Silva SF, organizador. Redes de atenção à saúde no SUS: o pacto pela saúde e
redes regionalizadas de ações e serviços de saúde. Campinas: Idisa, Conasems, p. 69-85,
2008.
WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. The global plan to stop TB, 2006-2015: actions for
life: towards a world free of tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis, v. 10, n. 3, p. 240-241, 2006.
358
Anexos
Resultado do exame de
Identificação
escarro para diagnóstico
Data da Observações
Nº identificação Data do Data do
Nome Idade Sexo Endereço 1ª amostra 2ª amostra
seqüencial do sintomático resultado resultado
respiratório
/ / / / / /
/ / / / / /
/ / / // / /
v/ / / / / /
/ / / / / /
/ / / / / /
/ / / / / /
/ / / / / /
/ / / /
/ /
/ / / / / /
/ / / / / /
/ / / / / //
/ / / / / /
359
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
360
Anexo XI – Ficha de notificação/investigação
Anexo XII – Livro de registro e acompanhamento de
tratamento dos casos de tuberculose
361
Anexo XIII – Boletim de acompanhamento de casos
no Sinan
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
362
Anexo XIV – Ficha de acompanhamento da tomada
diária da medicação do tratamento diretamente
observado – TDO
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE/DEVIT
SEXO P ESO DA TA DE NA SC. INÍCIO DO TRA TA M ENTO NÚM ERO DO P RONTUÁ RIO
_____/_____/______ _____/_____/______
ENDEREÇO
UNIDA DE DE SA ÚDE
DIA S
M ÊS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Fase de ataque
Fase de manutenção
A s s ina t ura do R e s po ns á v e l:
363
ISBN 978-85-334-2696-2
9 788533 426962
MINISTÉRIO DA
SAÚDE
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
Características epidemiológicas dos acidentes ofídicos
• Idade: adultos jovens.
• Sexo: masculino.
• Sazonalidade: de acordo com a região.
• Procedência: zona rural.
• Animais peçonhentos X Acidentes no Brasil: gráfico ao lado
o Serpente: 85%.
o Aranha: 4%.
o Escorpião: 11%.
• 107.364 mil acidentes notificados apenas em 2009 no Brasil.
• Destes, 290 evoluíram para óbito.
Informações
• Como proceder com a quantidade de antídoto:
o Paciente chegando até 2 horas no hospital é acidente leve: 4 ampolas.
o Paciente chega de 2- 6 horas é um acidente moderado: 8 ampolas.
o Paciente chega acima de 6 horas é acidente grave: 10 ampolas.
o OBS: Porém, se for com cobra CORAL é SEMPRE potencialmente grave.
• Cobra que mais pica é a jararaca.
o De 10 acidentes, 7 é com jararaca.
• Cobra que mais mata é a cascavel.
• Picada de cobra coral verdadeira, a mordida tem as presas mais próximas umas das outras, sem edema, sem bolha
e sem hemorragia.
Especificações ofídicos
• Família Viperídeos (3):
o Serpentes do gênero Bothrops: jararaca.
o Serpentes do gênero Lachesis muta: surucucu-
pico-de-jaca.
o Serpentes do gênero Crotalus durissus: cascavel.
• Família Elapídeos (1):
o Serpente do gênero Micrurus spp: corais.
• Dentição solenóglifa: Viperídeos.
• Dentição proteróglifa: Elapídeos.
1
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
Ofidismo
• Os acidentes ofídicos no Brasil têm importância médica devido à grande frequência e gravidade.
• Na grande maioria são causadas por quatro gêneros de serpentes:
o Bothrops (Jararaca).
o Crotalus (Cascavel).
o Lachesis (Surucucu).
o Micrurus (Coral).
• Viperídeos: Bothrops (jararacas), Lachesis muta (surucucu-pico-de-
jaca) e Crotalus durissus (cascavel).
• Elapídeos: Micrurus spp. (cobra coral).
• Locais mais frequentes da picada por animais peçonhentos em geral:
o 80% membros inferiores.
o 19% parte superior.
OBS: Somente três cobras tem essa escama supra-ocular: jararaca, cascavel, surucucu-pico-de-jaca.
2
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
3
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
o 3º Exemplo: acidente bothropico leve: edema de pé e perna; equimose discreta ao redor do ponto de
picada.
OBS: Demora em torno de 10 dias para produzir anticorpos para combater o veneno, por isso é importante tomar o
soro imediatamente.
OBS: Se o paciente apresentar Síndrome compartimental, provavelmente quem causou isso foi a jararaca.
OBS: Lembrar que o soro para qualquer cobra tem que ser aplicado no hospital, pois pode ocorrer efeitos adversos e
a equipe do hospital já está preparada para isso com o tratamento de suporte.
4
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
• Língua bífida: para sentir as características do ar.
• OBS: As pupilas dos animais que caçam a noite são na vertical,
porque daí praticamente não tem reflexo, é como se fosse
aqueles “óculos polarizado”.
• Ações do veneno:
o Neurotóxica.
o Miotóxica.
o Coagulante.
o OBS: Não há dor. (uma das características da toxina dessa cobra é inibição da dor)
• Coleta de urina sequencial entre a admissão e 48 h após o acidente:
o OBS: Urina com muito sangue é um diagnóstico diferencial muito
rápido para cascavel.
o OBS: Existe um bicho que quando pica o homem causa
hemorragia gengival: lagarto de fogo. PROVA. Agora, uma cobra
que também pode causar isso em poucas horas é a CASCAVEL.
o A urina da jararaca também pode ficar assim, porém apenas 4 a 5
dias depois.
o SITUAÇÃO: Quando chega um paciente com a urina nessa cor
(primeiro pote a esquerda) posso classificar como de morado à
grave quase. Se a urina sair dessa cor, significa que os rins já estão
sofrendo.
• Exemplo de um paciente picado por cascavel:
o Fáceis neurotóxico.
o Local da picada com marcas da picada evidente, sem manifestações locais importantes, 4 horas após a
picada.
OBS: A cobra que mais mata no brasil proporcional ao número de acidentes é a cascavel. A que mais pica é a jararaca.
5
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
o É uma cobra de floresta, portanto, ou ela está na mata atlântica ou na Amazônia.
o OBS: Dor abdominal muito forte, então ou vomita ou defeca. A diarreia surge do
nada e a pessoa não consegue controlar
o Ação do veneno: proteolítica, hemorrágica, coagulante e Neurotóxica.
• Ações do veneno:
o Proteolítica.
o Hemorrágica.
o Coagulante.
o Neurotóxica.
o OBS: Semelhante ao acidente Botrópico.
o OBS: O paciente vai ter muita dor no diafragma. Paciente que vomita muito ou defeca muito.
• Tratamento das vítimas:
o Soro antilaquético (SAL).
▪ Hoje em dia não tem mais esse soro, tem ele apenas em associação com outro.
o Ou antibotrópico-laquético (SABL), na falta destes deve ser administrado o antibotrópico, apesar deste
não neutralizar de maneira eficaz a ação anticoagulante do veneno laquético.
o 10 a 20 ampolas. (só acidente moderado e grave)
• Relatório médico:
o Paciente T.L., M, 23 anos, 70 kg, vitimado por acidente laquético (macho adulto +/- 2.30 metros) às 11.40
horas do dia 27/05/2005).
o Inoculação no topo do crânio, junção temporal-parietal, com
pontos de inoculação distantes 4 cm um do outro.
o Diminuição da dor no local.
o 19:05: primeira evacuação em “borra de café” indicando
sangramento no trato gastrointestinal, sem repercussão
hemodinâmica.
o 20 – 24 horas estável, dados vitais dentro da normalidade.
o 29/05, 0:00 – 12:00 horas hemodinâmica estável, provas de
função renal sem alterações.
o Alta hospitalar.
OBS: Os soros das cobras que são “viperídeos”, são feitos para cada tipo de gênero, já as serpentes “elapides” tem os
soros antielapídico, pois as cobras basicamente são semelhantes, portanto, o soro não é feito para o gênero.
As serpentes “ELAPIDEOS”
6
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
• Ação do veneno:
o Neurotóxico.
OBS: Fazer torniquete é permitido para um profissional de saúde que saiba fazer corretamente, principalmente na
picada de cobra coral, pois ela tem apenas ação Neurotóxica. Por exemplo, se o indivíduo for picado no braço, um
torniquete feito corretamente evita (parcialmente) que a toxina suba para a parte de cima do corpo até o cérebro.
7
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
• Exemplo de acidentes elapídicos
o Acidente elapídico com marcas de picada visíveis em calcanhar, sem outras manifestações locais. Distancia
das picadas bem próximas.
o Fáceis miastênicas.
OBS: A maioria das cobras corais verdadeiras têm três fileiras de cor preta, intercaladas de branco entre duas faixas
vermelhas. A maioria das falsas têm 2 ou 4 fileiras de cor preta. (ISSO NÃO É UMA REGRA). O anel na coral verdadeira
circula o corpo todo, na cobra falsa não.
8
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
9
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Animais peçonhentos
Caso clínico
• E. Poa Karitiana, brasileiro, indígena, 13 anos de idade, aldeado,
com assistência da FUNAI, distante de Porto Velho/RO,
aproximadamente 90 km, deu entrada no CEMETRON
acompanhado com sua genitora, relatando:
• Que seu filho, havia sido picado por uma “cobra”,
aproximadamente há seis horas, nas proximidades da aldeia.
• No momento da consulta relatou ao Dr. Bruno Costa R2 de
infectologia/CEMETRON, dor no local da picada que irradiava
para todo o braço, edema, bolha e discreto sangramento local.
• A mãe foi orientada pelo pajé a levar o animal, do jeito que
estava.
• Que cobra que era?
o Jararaca.
10
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento peçonhentos
Identificação das serpentes peçonhentas
• Cauda com chocalho é característico das cobras cascavéis.
• Cauda com escamas eriçadas é característico da surucucu pico de jaca, por isso ela é chamada de “pico de
jaca”
Fosseta loreal
• Só de perceber a presença da fosseta loreal, já excluímos a cobra coral,
e sobra apenas 3.
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento peçonhentos
o Coagulante (NÃO COAGULA) – produz
distúrbios da coagulação, caracterizados por
consumo dos seus fatores, geração de
produtos de degradação de fibrina e
fibrinogênio, podendo ocasionar
incoagulabilidade sangüínea
o Hemorrágica – Ocorre por lesões na
membrana basal dos capilares, associadas à
plaquetopenia e alterações da coagulação.
• Local da picada:
o Processo inflamatório agudo (edema leve)
o Dor
o Hemorragia
• Complicações locais
o Ocorre principalmente por causa de garrote.
o Bolhas
o Necrose
▪ Associada à isquemia local decorrente de
lesão vascular e de outros fatores como
infecção, trombose arterial...
o Abscesso
▪ A ação “proteolítica” do veneno
botrópico favorece o aparecimento de
infecções locais.
o Síndrome compartimental
▪ Consequente ao grande edema que se desenvolve no membro atingido, produzindo
isquemia de extremidades.
o Limitação de movimentos
o Amputação
• Manifestações sistêmicas
o Incoagulabilidade sanguínea
o Sangramentos (GENGIVORRAGIA, equimoses,
hematúria).
o Pacientes graves:
▪ Hipotensão arterial e choque
▪ Hemorragia intensa
▪ Insuficiência renal
▪ Edema extenso
• Tempo de coagulação pode ser pedido como meio de
parâmetro para gravidade.
o
• Fatores de risco para complicações:
o Torniquete, incisões, picada em dedos
o tempo decorrido entre acidente e atendimento.
• Exames complementares
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento peçonhentos
o Coagulação: Tempo de Coagulação aumentado
▪ Serve para o acompanhamento do caso.
o Plaquetopenia pode ocorrer .
o Hemograma: Leucocitose c/ ↑ Neutrofilos e desvio à
esquerda
o Uréia, Creatinina, CK – visando detecção de uma possível
insuficiência renal aguda.
• Primeiros socorros acidente ofídico.
o Para o leigo – Manter a vítima em repouso e levar ao
hospital o mais rápido possível.
o Não chupar
o veneno,
cortar a
perna,
passar café
ou outra
substancia...
• Classificação quanto
à gravidade e
orientação
terapêutica:
o Quadro ao
lado.
• Tratamento geral:
o Elevação do
membro
picado.
o Hidratação.
o Analgesia.
o Antibiotioterapia (se necessário).
o Profilaxia antitetânica.
• Tratamento das complicações locais:
o Firmado o diagnóstico de síndrome de compartimento, a fasciotomia não deve ser retardada, desde
que as condições de hemostasia do paciente o permitam.
o Desbridamento das áreas necrosadas.
o Drenagem de abscessos.
• Prognóstico – Baixa letalidade, possibilidade de sequelas locais.
4
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento peçonhentos
o Sangramento discreto por conta dos distúrbios de coagulação: gengivorragia, equimose
• Manifestações pouco frequentes:
o Insuficiência respiratória aguda, fasciculações e paralisia de grupos musculares têm sido relatadas.
• Complicações:
o Insuficiência Respiratória: paralisia dos mm. da caixa torácica
o Insuficiência Renal Aguda: mioglobinúria
▪ A mioglobinuria é um importante achado pois facilita a diferenciação entre o acidente
crotálico (cascavel) e acidente Elapídico (coral)
• Exames complementares
o Tempo de Coagulação: alterado em ≅ 40%
o ↑ CPK, DHL,
TGO
o HMG: Leu c/
↑ Ne
o ↑ U, C, Ac.
Úrico, K,
Fósforo; ↓ C
• Classificação quanto
a gravidade
o Imagem ao
lado.
• Tratamento
específico - O soro
anticrotálico (SAC).
• Tratamento geral
o A hidratação
adequada é
de
fundamental
importância na prevenção da IRA e será satisfatória se o paciente mantiver o fluxo urinário de 1 ml a
2 ml/kg/hora na criança e 30 a 40 ml/hora no adulto.
o O pH urinário deve ser mantido acima de 6,5 pois a urina ácida potência a precipitação intratubular
de mioglobina, isso é feito com administração de bicarbonato de sódio.
• Prognostico - É bom nos acidentes leves e moderados e nos pacientes atendidos nas primeiras seis horas
após a picada, onde se observa a regressão total de sintomas e sinais após alguns dias. Nos acidentes graves,
o prognóstico está vinculado à existência de IRA.
5
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento peçonhentos
▪ Atuam na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de Ach pelos impulsos nervosos,
impedindo a deflagração do potencial de ação. Esse mecanismo não é antagonizado pelas
substâncias anticolinesterásicas.
• Local da lesão:
o NADA, pode haver parestesia e discreta dor.
• Sistêmico:
o Inicialmente vômitos
o Fraqueza muscular progressiva
o Fácies miastênica: ptose palpebral, flacidez dos músculos da face, oftalmoplegia
o Turvação visual, diplopia, miose/midríase
o Dificuldade para deglutição
• Complicação: insuficiência respiratória.
o A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução
para insuficiência respiratória aguda e apnéia.
• Orientação terapêutica – Soro antielapídico.
o Quando há manifestação de insuficiência
respiratória é fundamental manter o paciente
adequadamente ventilado, seja por máscara e
AMBU, intubação traqueal e AMBU ou até
mesmo por ventilação mecânica.
o Uso de neostigmina - A principal vantagem
desse procedimento, desde que realizado
corretamente, é permitir uma rápida reversão
da sintomatologia respiratória enquanto o
paciente é transferido para centros médicos
que disponham de recursos de assistência
ventilatória mecânica.
▪ Atropina é um medicamento que dá suporte a neostigmina.
• Prognóstico - É favorável, mesmo nos casos graves, desde que haja atendimento adequado quanto à
soroterapia e assistência ventilatório.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento peçonhentos
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O Ciro
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Artrópodes
O que são artrópodes peçonhentos?
São animais que possuem uma glândula de veneno e um aparelho (ferrão, quelíceras, aguilhão, etc) para inocula-
lo ou injetá-lo em suas presas.
Casos no Brasil
Exemplo: só em 2003, foram 68.219 notificações, contra 90.558, em 2009.
Só em 2009, os escorpiões lideraram o ranking, com 45.721 acidentes, seguido pelas serpentes, com 22.763.
Aranhas e lagartas foram responsáveis por 18.687 e 3.387 notificações, respectivamente.
Hoje, temos 127.000 acidentes com aranhas e escorpiões.
ESCORPIÕES
Caso clínico:
Paciente, 10 anos, relata que estava dormindo na sua cama, quando acordou com alguma coisa que picou seu
braço, não viu o que foi.
Quando chegou ao hospital relatava muita dor, e parestesia no membro.
No local da picada: 3 perfurações formando ângulo de 90 graus, com leve eritema.
Hipótese e raciocínio: Descarta-se todas as cobras, o padrão da picada não se
parece nada com nenhuma das cobras peçonhentas ou não peçonhentas.
o Aranha armadeira – verifica-se a presença do priapismo, como não tem
então descarta-se.
o Porém se fosse alguma espécie de aranha teria o padrão deixado
pelas quelíceras, o que no caso não era pois, as feridas formavam um
ângulo de 90 graus entre elas, o mesmo raciocínio serve para as
lacraias.
o Sobrou o escorpião, ele pode picar várias vezes e pode gerar facilmente esse padrão, basta estar bem
nervoso.
o Tratamento: Soro antiaracnídico ou soro antiescorpiônico.
Tratamento
Soro antiescorpiônico (SAEEs) Ou anti-aracnídico (SAAr) para neutralizar o
veneno circulante.
Moderado: 2 a 3 ampolas
Grave: 4 a 6 ampolas
OBS: A quantidade de ampolas é a mesma, independente de eu usar o SAE ou
o SAAr.
As aranhas peçonhentas
CTENIDAE – Aranha armadeira (PRECISA DE SORO)
THERIDIIDAE – Aranha Viúva-Negra ou
Viúva Loira
SICARIDAE – Aranha marrom (PRECISA DE SORO)
THERAPHOSIDAE – Aranhas caranguejeiras
4
O Ciro
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Artrópodes
o Todas possuem veneno, porém só atacam quando molestadas SORO se necessário: Anti-aracnídeo
o Obs: O hospital deverá ser procurado o mais rápido possível, mesmo, quando o acidente for
considerado leve.
5
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
Introdução
• Intestino delgado:
o Duodeno, jejuno e íleo.
o Principal função: absorver nutrientes, fluidos e eletrólitos.
o Vilosidades: superfície absortiva.
▪ Aumentam a superfície de absorção.
o Epitélio cilíndrico simples (enterócitos): microvilos.
o Criptas/glândulas de Lieberkuhn: células secretórias.
o Tamanho médio: 6 metros de comprimento.
▪ Duodeno: 20 cm.
▪ Jejuno: 2,5 metros.
▪ Íleo: 3,5 metros.
o Superfície absortiva de 300 m2 (600 X maior que a superfície plana).
• Intestino grosso:
o Funções: absorver fluidos e controlar evacuações.
o Tamanho médio: 1 metro.
o Epitélio cilíndrico simples.
o Enterócitos com poucos microvilos e criptas.
o Não possui vilosidades.
O que é diarreia?
• É a eliminação de fezes com consistência pastosa ou líquida, geralmente acompanhada de:
o Diarreia é o aumento da frequência ou diminuição da consistência das fezes (> 3 evacuações aquosas em
24h).
o Aumento da massa fecal diária (acima de 200 mg/dia).
• Por que ocorre?
o Redução da absorção e/ou aumento da secreção.
▪ O aumento da secreção pode ser osmótica. A osmótica é secundaria à medicamentos que podem
alterar a osmolaridade intestinal. Diarreia osmótica é o indivíduo que tem o estado hiperosmolar.
Classificação
• Quanto ao tempo de duração:
1
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
o Aguda: duração inferior a 14 dias.
o Persistente (Protaída): duração superior a 14 dias.
o Crônica: duração superior a 30 dias.
• Quanto ao local de origem:
o Alta: intestino delgado.
▪ Volumosa, poucas vezes ao dia, síndrome disabsortiva.
▪ Impede a absorção de alimento de forma adequada.
o Baixa: cólon.
▪ Pouca quantidade, varias vezes ao dia, tenesmo (espasmo
doloroso do esfíncter anal ou vesical com desejo urgente de defecar ou urinar), urgência fecal
(não consegue chegar, às vezes, até o vaso).
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
• 8 – pH fecal:
o pH < 5,3: diarreia por má-absorção de carboidrato.
o pH entre 6,0 e 7,0: perdas de aminoácidos e ácidos graxos.
• 9 – Testes para enteropatia perdedora de proteínas:
o Albumina marcada com iodo radioativo parenteral com medicação fecal.
o Essa enteropatia acontece principalmente quando há perda de microvilosidades intestinais.
Diarreia Sanguinolenta
• A diarreia aguda sanguinolenta é denominada disenteria (caracterizada por sangue e muco nas fezes). Em casos
de diarreia aguda 70% são virais, 25% bacterianas e 5% são causadas por protozoários.
• Disenteria: diarreia associada com tenesmo ou dor, com presença de muco ou leucócitos nas fezes.
• Gastroenterite Aguda: doença diarreica de início abrupto, acompanhada ou não de outros sintomas como
náuseas, vômitos, dor abdominal e febre.
Diarreia Aguda
• Em 90% dos casos é de causa infecciosa.
o Outras causas: drogas, alergia alimentar, isquemia.
• Instalação súbita e curso autolimitado (14 dias).
• Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a secreção de líquidos e eletrólitos.
• Prevalência: 3 a 5 bilhões de casos/ano.
• Mortalidade: 5 a 10 milhões/ano.
o Essa mortalidade é principalmente no Continente Africano.
3
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
• O quadro clínico se caracteriza por dores abdominais periumbilicais e evacuações aquosas volumosas, geralmente
são autolimitadas e as complicações decorrem do grau de desidratação.
o A desidratação ocorre em crianças. No adulto, a desidratação é denominada “depleção de volume”.
Escherichia coli
• Diarreia não inflamatória: (grande volume, sem sangue, sem lesão epitelial direta)
o Enteropatogênica.
o Enterotoxigênica.
o Enteroaderente.
• Diarreia inflamatória: (lesão de epitélio intestinal)
o Enterohemorrágica (sorotipo O157: H7).
▪ A Shigella passou um tipo de toxina para E. coli (são duas bactérias bem próximas). Se usar
antimicrobianos inadequados em um paciente com esse tipo de toxina (esse tipo de E. coli
enterohemorrágica), ele evolui com uma síndrome hemolítica urêmica.
▪ A síndrome hemolítico-urêmica (SHU) é uma doença grave, caracterizada principalmente por
início agudo com anemia hemolítica microangiopática, insuficiência renal e trombocitopenia.
o Enteroinvasiva.
E. coli enterotoxigênica
• “Diarreia dos viajantes”.
o A maioria dos viajantes iam para a Índia.
o Única maneira para saber se a água que você está tomando é de procedência confiável, é comprando a
água com gás.
• Água e alimentos contaminados.
o Maionese, cachorro quente, leite e etc.
• Não há invasão da mucosa, adere ao enterócito e produz toxinas que estimulam
secreção eletrolítica.
• Principais toxinas:
o Termo-lábil (LT): aumento AMPc. (Diarreia secretória)
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
o Termo-estável (ST): aumento GMPc. (Diarreia secretória)
• Quadro clínico:
o Fezes líquidas, abundantes e claras, fétidas, sem sangue, muco ou pus, 4 a 6 X/dia.
o Pode haver vômitos.
o Sem febre ou dor abdominal importantes.
• Período de incubação (PI): 8-24h.
• Autolimitada: 1-5 dias.
Shigella
• É a causa mais comum de diarreia bacteriana no mundo.
• Transmissão por contato interpessoal, epidemias em creches.
• PI: 1 a 7 dias.
• Causa clássica de diarreia invasiva colônica (disenteria).
• Também pode precipitar a SHU (por causa da toxina Shiga).
• Sorotipos:
o S. sonnei (distúrbios moderados).
o S. dysenteriae ou S. flexneri (distúrbios mais graves).
• Diagnóstico: coprocultura.
• Tratamento:
o Ciprofloxacina ou Sulfametoxazol-trimetoprim ou azitromicina (5 dias).
Clostridium difficile
• Colite pseudo-membranosa.
• Fatores de risco: idosos, hospitalização, uso de antibióticos de amplo espectro (clindamicina, penicilinas,
cefalosporinas).
• Também é causa de diarreia crônica.
• Diagnóstico:
o Pesquisa de toxinas A e B nas fezes.
o Colonoscopia.
Rotavírus
• Crianças e lactentes (6 meses – 2 anos).
• Febre e vômitos seguidos de diarreia aquosa (8X).
• Autolimitada (8 dias).
• Diagnóstico:
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
o Coprocultura.
o PCR.
o ELISA.
o O diagnóstico é muito mais clínico e epidemiológico.
• Tratamento de suporte.
o Rehidratação/ou/hidratação oral.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Diarreia Aguda
• Pacientes graves: hidratação venosa.
• Dieta:
o De acordo com a aceitação.
o Se náuseas e vômitos: líquidos em pequenas quantidades.
o Evitar laticínios (deficiência temporária de lactase).
o Evitar cafeína (inibe a fosfodiesterase).
• Antidiarreicos:
o São CONTRA-INDICADOS na diarreia invasiva (inflamatória).
o Loperamida (Imosec): 2mg após cada evacuação líquida por 2 dias (máx. 16mg/dia).
o Difenoxilato (Lomotil): 4mg 6/6h.
o Subsalicilato de bismuto: 30mL 30/30min, 8 doses.
o Probióticos (Floratil): repopular flora.
▪ Os probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas,
proporcionam efeito benéfico para a saúde do indivíduo.
o Racecadotril (tiorfan): antisecretor, inibe encefalinas.
• Antibioticoterapia empírica:
o Na grande maioria das vezes aos antibióticos não são empregados no tratamento da diarreia aguda, pois
os episódios são autolimitados e grande parte se deve a agentes virais.
o Indicações:
▪ Febre, fezes com sangue, mais de 8 evacuações diárias, desidratação, diarreia por mais de 7 dias.
o Norfloxacina 400mg 12/12h (7 dias).
o Ofloxacina 400mg 12/12h (7dias).
o Ciprofloxacina 500mg 12/12h (7 dias).
Observação
• A anamnese de uma criança com doença diarreica deve contemplar os seguintes dados:
o Duração da diarreia;
o Número diário de evacuações;
o Presença de sangue nas fezes;
o Número de episódios de vômitos;
o Presença de febre ou outra manifestação clínica;
o Praticas alimentares previas e vigentes;
o Outros casos de diarreia em casa ou na escola.
7
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Malária
Introdução
• O termo “malária” veio surgir da ideia de que a doença vinha dos pântanos onde tinham um “mal ar” que eles
chamavam de “mal aria”.
• Também conhecida como paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão, a
malária foi primeiramente citada na era pré-cristã, por Hipócrates.
• O mosquito causador pode se reproduzir em água salgada ou doce.
• Causada por um protozoário chamado plasmodium.
Vetor
• Dípteros da família Culicidae do gênero Anofeles.
• “Pernilongo”, “Mosquito, “carapanã”.
• Hematofagismo das fêmeas.
• Hábitos variados de acordo com à espécie:
o Endo ou exofilia.
o Antropofílico ou zoofílico.
o Intra, peri ou extradomiciliar.
o Dispersão.
• OBS: Malária assintomática: de um lado isso é bom e de outro é ruim. É ruim para a coletividade, porque você tem
no homem um reservatório, ele não sente nada, mas tem a malária.
Transmissão
• Vetorial.
• Transfusional.
• Congênita.
• Acidental.
No homem:
• Reprodução assexuada → esquizogonia: tecidual e eritrocítica.
No mosquito:
• Reprodução sexuada e assexuada.
Quadro clínico
• No início tem uma sintomatologia muito inespecífica.
• Febre.
• Calafrio.
• Sudorese.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Malária
• Cefaleia.
• Artralgia.
• Mialgia.
• Hipoglicemia.
• Náuseas.
• Vômitos.
• Diarreia.
• Lipotimia.
• Hemoglobinúria.
• Icterícia.
• Quadros hemorrágicos.
• Esplenomegalia.
• Hepatomegalia.
• Choque.
• Síndrome nefrótica.
• Etc.
Patogenia e Sintomatologia
• Os acessos maláricos se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio:
o P. falciparum – com intervalos de 36 a 48 horas (terça maligna).
o P. vivax – acessos em dias alternados, 48 em 48 horas (terça benigna).
o P. malariae – os acessos se repetem a cada 72 horas (febre quartã).
• Malária grave por P. falciparum: ocorre em adultos
não imunes, crianças e gestantes.
o Se multiplica 4x mais que as outras espécies.
o Sequestro dos eritrócitos parasitados: adesão
ao endotélio vascular (citoaderência).
o Formação de rosetas: eritrócitos infectados
com eritrócitos não infectados.
o Hiper-parasitemia: (> 2-5% das hemácias
parasitadas, +++ ou presença de esquizontes).
o Malária cerebral, insuficiência renal, edema
pulmonar agudo, anemia grave, icterícia
acentuada, hipertermia, vômitos.
o Parasita hemácia jovem (reticulócitos),
madura e senescente (sem preferência pela
idade da hemácia). A vivax só parasita os
reticulócitos e a malariae as senescentes.
▪ De cada 100 hemácias, 2 a 4 são reticulócitos.
• Recaídas:
o Ocorre nas infecções por P. vivax e P. ovale: formas hipnozoítas no fígado (permanecem em estado de
latência por períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos).
o Falciparum e malariae não tem hipnozoita, por isso não fazem recaída.
o Acontece mesmo após o tratamento.
o “Algumas espécies, como a vivax e a ovale tem o desenvolvimento mais lento, por isso se diz que elas
“dormem no fígado”. O paciente se cura, as formas sanguíneas somem, mas os sintomas voltam depois
de um tempo pelas cepas latentes do fígado. Por isso é correto orientar o paciente a fazer as lâminas de
verificação de cura (LVC), apesar de isso não ser feito com frequência”.
• Recrudescências:
o Parasitemia reaparece (acompanhada de sintomatologia), após um período de “cura aparente” →
resposta inadequada ao tratamento (sobrevivência de formas eritrocíticas).
o Relação com “resistência ao tratamento”.
o Pode acontecer em todas as formas.
o Normalmente é falciparum.
3
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Malária
Comparação entre as malárias humanas
• O potencial de gravidade da vivax é muito menor do que falciparum.
• No Brasil, não tem a P. ovale. Ela se encontra na África.
• Se o indivíduo tiver todas as espécies de malária de uma vez, em tese, ele vai fazer o tratamento da falciparum +
primaquina, pois a vivax tem uma fase onde ela fica no fígado.
Diagnóstico laboratorial
• Diagnóstico microscópico:
o Baseia-se no encontro de parasitos no sangue.
o O método mais utilizado é o da microscopia da gota espessa de sangue, colhida por punção digital e corada
pelo método de Walker.
o Gota espessa:
▪ Exame de 100 campos microscópicos método semi-
quantitativo → “cruzes”.
▪ + = 1 parasita/campo.
▪ ++ = 2-20 parasitas/campo.
▪ +++ = 21-200 parasitas/campo.
• Dica: 3 cruzes alta e malária vivax é difícil.
Manda procurar mais que deve ter falciparum
no meio. Quando eu digo 3 cruzes alta,
significa que é 3 cruzes mais grave, que tem mais de 100 parasitas/campo. As vezes a
pessoa está com a malária mista e está com menos parasitas da falciparum aí faz o exame
e vê só a malária vivax, você dá o remédio certo e a pessoa não melhora.
▪ ++++ = mais de 200 parasitas/campo.
• OBS: As formas da malária falciparum, que é a mais grave, são muito diferentes das outras, o que o torna bem
identificável e facilita um diagnóstico para a conduta certa.
Tratamento
• Orientações para o tratamento:
o Os medicamentos devem ser ingeridos, preferencialmente às refeições;
o Sempre dar preferencia ao peso para escolha da dose;
o Caso surja icterícia durante o tratamento, a primaquina deve ser suspensa.
o O paciente deve completar o tratamento conforme a recomendação, mesmo que os sintomas
desapareçam, pois, a interrupção do tratamento pode levar a recidiva da doença ou agravamento do
quadro, além de manter o ciclo de transmissão da doença permitindo que outras pessoas também
adoeçam por malária;
o Crianças menores de 6 meses e gestantes não devem receber a primaquina, nem coartem.
• Esquema recomendado no Brasil:
o P. vivax:
▪ Cloroquina (para as formas sanguíneas) e primaquina (para as formas hepáticas).
o P. falciparum:
▪ Malária não grave: associação quinina/doxiciclina ou quinina/tetraciclina.
▪ Em casos graves: artesunato/mefloquina ou quinina/clindamicina.
o Resistência à cloroquina na maioria dos isolados de P. falciparum.
4
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Malária
• OBS: O tratamento da falciparum também dá no vivax, mas
não o contrário.
• Cloroquina:
o Administradas doses que totalizam 25 mg/kg, sendo
a dose máxima de 1500 mg = 10 comprimidos.
o Durante 3 dias.
o Usada para vivax, malariae e ovale.
• Primaquina:
o Administrada uma dose diária de 0,25 mg/kg (14
dias) ou 0,5 mg/kg (7 dias).
o 7 ou 14 dias.
• Associação de cloroquina e primaquina apenas no ovale e
vivax. Porque são as únicas que tem hipnozoítas.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Malária
6
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Malária
Exercício 1
• Sabendo que um comprimido de cloroquina tem 150 mg, o de primaquina adulto tem 15 mg e o infantil tem 5
mg e que o paciente tem 60 kg, qual seria a dose e quantidade de comprimidos de cloroquina e primaquina?
o Cloroquina: 25 x 60 = 1500 mg no total / 150 mg = 10 comprimidos. Assim, para um adulto dividiríamos:
4 comprimidos no 1º dia, 3 no 2º dia e 3 no 3º (4+3+3 = 10).
o Primaquina: 0,25 x 60 = 15 mg por dia / 15 mg = 1 comprimido adulto por dia por 14 dias.
Exercício 2
• Sabendo que um comprimido de cloroquina tem 150 mg, o de primaquina adulto tem 15 mg e o infantil tem 5
mg e que o paciente tem 27 kg, qual seria a doce e quantidade de comprimidos de cloroquina e primaquina?
o Cloroquina: 25 x 27 = 675 no total / 150 mg = 4,5 comprimidos. Assim, para uma criança o dividiríamos: 2
comprimidos no 1º dia, 1,5 comprimidos no 2º dia e 1 comprimido no 3º dia (2+1,5+1 = 4,5).
o Primaquina: 0,5 x 27 = 13,5 mg por dia / 15 mg = 1 comprimido adulto por dia por 7 dias.
❖ É melhor tomar o peso como base, mas se não houver essa possibilidade a tabela indica o número de comprimidos
por idade.
❖ O tratamento é feito com os dois medicamentos. Se for uma recaída, o tratamento é igualmente feito com a
mesma dose. Se houver uma segunda recaída, deve-se ir aumentando a dose da primaquina.
7
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento malária P. vivax ou P. ovale
Introdução
• Os medicamentos indicados para o tratamento da malária são a Cloroquina e a Primaquina, cada um com
sua individualidade de dose, apresentação e dias de tratamento.
Cloroquina
• Deve ser tomada em 3 dias, com uma dose total equivalente a 25mg/kg do paciente.
• A dose Total (DT) durante todo o tratamento deve ser o peso da pessoa multiplicado por 25mg.
o EX: Qual a dose total de cloroquina com paciente de 60 kg?
▪ 60 X 25 = 1500 mg.
o EX: E paciente de 40 kg?
▪ 40 x 25 = 1000 mg.
o OBS: Essa regra vale para paciente até 60 kg, paciente acima de 60kg usa-se sempre 1500 mg total,
pois o máximo que uma pessoa pode tomar é de 1500mg (10 comprimidos).
• A apresentação dos comprimidos de cloroquina é de 150 mg, ou seja, em cada comprimido de cloroquina eu
tenho 150 mg do composto.
• Para calcular quantos comprimidos basta pegar a DT do medicamento e dividir pela apresentação do
comprimido (150mg para a cloroquina).
o Ex: paciente de 60kg vai ter DT de 1500mg, quantos comprimidos ele tem que tomar durante todo o
tratamento?
▪ 1500 (DT) / 150 (dose no comprimido) = 10 comprimidos no tratamento todo.
• Porém, eu NÃO posso dividir esses 10 comprimidos durante os 3 dias de tratamento igualmente.
o No 1ª dia, a pessoa deve tomar 10 mg/kg.
o Nos outros 2 dias deve tomar 7,5mg/kg em cada dia
o Totalizando 25mg/kg.
• Logo, uma pessoa de 60kg, precisa tomar 1500mg de cloroquina que equivalem a 10 comprimidos
(tratamento total).
o Mas ela deverá tomar:
▪ 600 mg de cloroquina no 1ª dia (60 (peso) x 10 (dose a ser tomada no 1ª dia) / 150 (mg em
cada comprimido), que equivalem a 4 comprimidos.
▪ 450 mg de cloroquina em cada um dos outros dois dias (60 (peso) x 7,5 (dose a ser tomada
em cada dia) / 150 (Mg em cada comprimido), que equivalem a 3 comprimidos.
• Mas e se der um valor quebrado?
o Paciente de 45kg, precisa tomar no total 1125mg, que equivale a 7,5 comprimidos, o que eu posso
fazer?
▪ Lembrar que fazendo a dose específica para cada dia ficará assim:
• 1ª DIA: 45x10/150 = 3 comprimidos.
• 2ª e 3ª DIA: 45x7,5/150 = 2,25 comprimidos.
▪ Contudo, não se pode dividir o comprimido (NO MÁXIMO VOCE DIVIDE AO MEIO).
▪ Você pode “dividir o esquema dele” fazendo na verdade:
• 1ª dia: Deu certo, então não precisa mexer, você dá os 3 comprimidos.
• 2ª dia: Você dá 2,5 comprimidos.
• 3ª dia: você da 2 comprimidos.
▪ Assim a dose total continua a mesma, porém você evitou quebrar o medicamento.
• Regra fácil: PARA TODO PACIENTE ACIMA DE QUE PESA IGUAL OU ACIMA DE 60 KG, tratamento é o “4-3-3”,
4 comprimidos no 1ª dia e 3 comprimidos nos outros 2 dias.
• Exemplo prático: Paciente 30 KG com presença de P.ovale, necessita de tratamento, como deve ser
administrada a cloroquina?
o Método mais fácil:
▪ Dose total: 30 x 25 = 750 = 5 comprimidos.
▪ 1ª dia: Pego o peso do paciente (30 KG) multiplico pela dose por peso desse dia (10mg x kg)
e divido pela dose presente em 1 comprimido (150mg) = 2 Comprimidos.
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento malária P. vivax ou P. ovale
▪ 2ª e 3ª dia: Pego o peso do paciente (30 KG) multiplico pela dose por peso desse dia (7,5mg
x kg) e divido pela dose presente em 1 comprimido (150mg) = 1,5.
▪ OBS: Para não dar 1,5 comprimido em cada dia, eu posso fazer 2 comprimidos no 2ª dia e 1
comprimido no 3ª dia, ficando o tratamento como “3-2-1”.
o Método mais difícil, porém, rápido:
▪ 30 (peso) x 25 (DT) / 150 = 5 comprimidos.
▪ 1ª dia: 5x 0,4 (porcentagem da dose equivalente para esse dia que é 40%) = 2 comprimidos.
▪ 2ª e 3ª dia: 5x 0,3 (porcentagem da dose equivalente para esses dias que é 30%) = 1,5
comprimidos.
▪ OBS: Facilita a dosagem como na anterior, tratamento final “3-2-1”.
• Outro exemplo: Paciente pesando 50 kg, como administrar a cloroquina?
o Fácil:
▪ Dose total: 50 x 25 = 1250 = 8,33 comprimidos.
▪ 1ª dia: 50 x 10 / 150 = 3,33.
▪ 2ª dia e 3ª dia: 50 x 7,5 / 150 = 2,5.
▪ OBS: Para pode distribuir como necessário, posso fazer 3,5 comprimido no 1ª dia, 3 no
segundo e 2 no terceiro, dando um total de 8,5 comprimidos.
o Difícil:
▪ Dt = 50 x 25 = 1250 = 8,33 comprimidos
▪ 1ª dia = 8,33 x 0,4 = 3,33 cp
▪ 2ª e 3ª dia = 8,3 x 0,3 = 2,5 cp.
▪ OBS: Remanejando fica “3,5 – 3 – 2”.
Primaquina
• Deve ser usada durante 14 dias, porém pode-se mexer no tratamento para até no mínimo 7 dias, para
facilitar a dosagem do medicamento.
• Ela deve ser usada numa dose diária de 0,25mg/kg sendo no máximo 0,50mg/kg.
• Cada comprimido de primaquina adulto contém 15 mg, e cada comprimido infantil tem 5 mg.
• Num paciente de 60 kg:
o Dose diária: 60 x 0,25 = 15 mg.
o Quantos comprimidos: 15mg/ 15 = 1 comprimido ao dia, durante 14 dias.
o Se for feita durante 7 dias, deverá ser feito 2 comprimidos, mas a dose aumenta para 2
comprimidos.
o OBS: Lembrar que eu
posso fazer em até 7
dias por que não
ultrapassarei a dose
máxima de 0,5/kg
diária.
• Num paciente de 40 kg:
o Dose diária: 40 x 0,25 =
10mg.
o O que eu faço se o
comprimido tem 15
mg? Eu dou o
comprimido para
criança que tem 5 mg,
logo eu dou 2
comprimidos de
primaquina infantil
para esse paciente.
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tratamento malária P. vivax ou P. ovale
o Dose em comprimidos: 10 (dose diária) / 5 (dose no comprimido) = 2 comprimidos.
• Num paciente de 45 kg:
o Dose diária: 45 x 0,25 = 11,25 mg diárias, para tratamento durante 14 dias.
o Multiplicando a dose diária por 14 (dias de tratamento) a dose total do medicamento será de: 157,5
mg ou 31,5 comprimidos. Como eu posso dividir isso para o paciente tomar?
o Eu posso dar 3 comprimidos (de criança) durante 10 dias, e no 11ª dia eu dou 2 comprimidos (de
criança).
▪ Eu não quebrarei o comprimido e apenas aumentarei um pouco a dose, não ultrapassando a
dose máxima do medicamento, e ainda estou no intervalo de 7 a 14 dias do medicamento.
▪ OBS: Nesse caso, eu poderia dar também 1 comprimido de adulto por dia, e no 11ª ele toma
dois de criança.
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Leptospirose
Introdução
• Doença infecciosa de curso variado, podendo ser de baixa sintomatologia até uma doença de alta letalidade (10 a
50%).
o Essa letalidade vai depender do sorotipo da Leptospira.
• Relação com péssimas condições sanitárias e infecções por ratos.
• O homem, hospedeiro terminal e acidental da doença, infecta-se ao entrar em contato com a urina de animais
infectados de modo direto ou indireto, por meio do contato com água, lama ou solo contaminados.
• A penetração do microrganismo ocorre através da pele com lesões, pele íntegra quando imersa em água por longo
tempo ou mucosas.
Agente etiológico
• Foram catalogadas cerca de 14 espécies de bactérias do gênero Leptospira. A mais comum é a Leptospira
interrogans.
• Dentro de cada espécie, temos os sorovares (substâncias antigênicas que diferem as bactérias intra-espécie). Os
mais comuns no nosso meio são: Copenhangi e o Icterohemorrageo.
• Capacidade de 180 dias de sobrevivência no meio.
o Dependendo também do meio onde elas se encontram, essas bactérias podem sobreviver até 1 ano no
meio ambiente.
• Várias espécies de mamíferos estão susceptíveis a infecção pelo agente.
• ROEDORES (ratazana, rato preto e camundongo, principalmente são os principais reservatórios).
• O rato alberga, assintomaticamente, as bactérias no rim, eliminando as mesmas por meio da
urina.
o Os ratos não morrem por leptospirose, eles eliminam “ela” na urina.
• Homem: hospedeiro final ou acidental da Leptospira, pelo contato acidental com a urina
contaminada do rato.
• Cachorro: as vezes o dono coloca ração de mais para o cachorro, acaba sobrando e a noite os ratos vão lá comer
e urinam nela, o cachorro pode pegar a Leptospira e depois passar para o dono.
Situações de risco
• Contato com água e/ou lama contaminada.
• Contato ocupacional ou recreativo com animais contaminados.
• Frequentar lugares com vestígios de ratos.
• Limpeza de esgotos, caixa d’água.
• Lugares com acumulo de entulho/lixo.
Transmissão
• Contato direto ou indireto de pele, mucosa com água/lama contaminada.
• Contato direto com animais contaminados.
• Alimentos contaminados com a bactéria.
• Pele íntegra: longa exposição.
• Arranhaduras ou feridas: aumentam o risco de contrair a doença.
• Incubação: 1 a 30 dias.
o Mais frequente: 5 a 14 dias.
• Suscetibilidade (indica a probabilidade de acontecer alguma coisa): universal.
• Imunidade: permanente perante sorovar específico.
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Leptospirose
Etiopatogenia
Fisiopatologia
• Em partes, desconhecida.
• Agente se propaga por disseminação hematogênica, promovendo uma vasculite generalizada. Essa facilita a
penetração do agente nos tecidos.
• Fenômenos hemorrágicos, necrose tubular aguda e destruição de células hepáticas.
• Susceptibilidade a doença:
o Fracos respondedores ao agente.
o Sorovares mais agressivos.
o Mutações pontuais nas lipoproteínas antigênicas.
Manifestação clínica
• Período de incubação: 1 a 30 dias (média de 5 a 14 dias).
• Amplo espectro de apresentação – forma assintomática e manifestações graves e fulminantes.
• Fases da doença: fase precoce (leptospirêmica) e fase tardia (fase imune).
• 10-15% dos acometidos progridem para a fase tardia da doença.
Fase de convalescença
• Significado de convalescença: Período de transição depois de uma enfermidade, no qual se processa a
recuperação gradativa das forças e da saúde.
• Anemia e astenia.
• Uveíte uni/bilateral pode ocorrer até 18 meses APÓS a leptospirose.
• Eliminação da bactéria através da urina humana por semanas a meses após a resolução da doença.
• Níveis de AC (anticorpos) podem permanecer elevados por meses – não significam que a infecção é “prolongada”.
Diagnósticos diferenciais
• Fase precoce:
o Influenza (síndrome gripal), dengue, hantavirose, septicemias, IVAS, toxoplasmose, meningites.
o OBS: leptospirose pode fazer uma inflamação do sistema nervoso e simular uma meningite.
• Fase tardia:
o Hepatites, febre amarela, malária, Colangite, coledocolitíase, septicemias.
Definição de caso
• Suspeito: febre, cefaleia e mialgia associado a um dos seguintes critérios epidemiológicos:
• Critério 1: antecedentes epidemiológicos sugestivos nos 30 dias anteriores à data de início dos sintomas:
o Contato com água/lama de enchentes.
o Limpeza de esgoto, lixo e entulho.
o Atividade profissional com contato com limpeza de córregos, trabalho em esgoto. Contato com animais.
o Vinculo epidemiológico com contato laboratorialmente confirmado.
o Residente em área de risco.
• Indivíduo com febre de início súbito, cefaleia, mialgia associado: conjuntivite, náuseas ou vômitos, calafrios,
alteração do volume urinário, icterícia e fenômenos hemorrágicos.
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Leptospirose
• Critério 2: pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas:
o Síndrome de Weil com ou sem sufusão hemorrágica.
o Sinais de insuficiência renal aguda (incluindo alterações no volume urinário).
o Icterícia e/ou aumento de bilirrubinas.
o Fenômeno hemorrágico.
Diagnóstico laboratorial
• Hemograma – leucocitose com neutrofilia/ plaquetopenia / anemia.
• Elevação do nível de bilirrubina com predomínio da direta.
• CPK – elevada.
• TGO e TGP -elevadas (TGO > TGP).
• Coagulograma – AP diminuída.
• EAS – baixa densidade urinária, proteinúria, hematúria, leucocitúria.
• K – Hipocalemia ou normocalemia.
• Radiografia de tórax – infiltrado alveolar, lobar, bilateral ou unilateral, congestão pulmonar ou SARA.
• ECG – alterações da repolarização, FA, BAV.
• Gasometria arterial – acidose e hipoxemia.
• Específicos:
o Cultura: fase aguda (até 7º dia do início dos sintomas).
o Visualização direta: período de incubação.
o Elisa IgM: no primeiro atendimento, se negativa, segunda amostra no 5º - 7º dia.
o Microaglutinação (MAT): amostras pareadas nas fases aguda e convalescente: primeiro atendimento e
após intervalo de 14 a 21 dias.
o Detecção do DNA – PCR: fase aguda, no início dos sintomas (1-10 dias).
• OBS: A leptospirose ictérica é associada a aumentos séricos de bilirrubina direta, que pode ser diferenciada das
hepatites virais pelos achados de aumento dos níveis de CPK, leve a moderada elevação de aminotransaminases
(< 400 U/L) e leucocitose com desvio à esquerda. O achado de hipocalemia moderada a grave é útil para
diferenciar a leptospirose de outras doenças infecciosas que causam insuficiência renal aguda.
Critério clínico-epidemiológico
• Todo caso suspeito que apresente febre e alterações nas funções hepática, renal ou vascular, associado a
antecedentes epidemiológicos (descrito na definição de casos suspeito (e que não tenha disso possível a coleta de
material para exames laboratoriais específicos, ou estes tenham resultado não reagente com amostra única
coletada antes do 7º dia de doença.
Confirmação laboratorial
• Não descarta: exames pedidos fora da data oportuna.
• Descarta: Elisa IgM em data oportuna negativo.
o Duas microaglutinações negativas.
o Outras doenças confirmadas.
Exames diagnósticos
• MAT (Microaglutinação)– deverá ser realizada na fase aguda:
o No 1º atendimento médico.
o Nova coleta de controle após 14 a 21 dias.
• ELISA – deverá ser realizada na fase aguda:
o No 1º atendimento médico.
o Repetir a sorologia após 7 dias.
OBS: se suspeitar de leptospirose, você inicia o tratamento na mesma hora até vir a confirmação ou não, porque se
deixar para vir a confirmação para iniciar o tratamento, pode ser tarde demais. Qualquer coisa se não for leptospirose,
depois é só suspender a medicação.
Tratamento
• Fase precoce:
o Adulto:
▪ Amoxicilina 500 mg VO 8/8 h 5-7 dias;
▪ Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h 5-7 dias.
o Crianças > 9 anos:
▪ Amoxicilina 50 mg/kg/dia VO 5-7 dias;
▪ Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h 5-7 dias.
o OBS: NÃO usar doxiciclina em menores de 9 anos, gestantes e nefropatas crônicos.
o A azitromicina ou Claritromicina são alternativas para pacientes com contraindicação para uso de
amoxicilina ou doxiciclina.
• Fase tardia:
o Penicilina G cristalinas 1.500.000 UI IV 6/6 h.
o Ampicilina 1 g 6/6 h.
o Ceftriaxona 1 a 2 g IV 1 vez ao dia.
o Duração do tratamento com antibióticos intravenosos: pelo menos 7 dias.
Notificação
• Notificação compulsório diante de casos suspeitos.
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
Introdução
A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária e altamente eficaz no controle
de infecções relacionadas a assistência à saúde.
A higienização das mãos deve ser realizada com água e sabonete ou com preparações alcoólicas (álcool em gel).
A higienização das mãos com água e sabonete líquido é essencial quando as mãos estão visivelmente sujas ou
contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais.
Inicialmente lavavam-se as mãos apenas com água e sabão, mas com a crescente resistência bacteriana passou a
se usar detergentes degermantes, com a intenção de diminuir a carga bacteriana presente nas mãos.
Das doenças infecciosas, 80% são transmitidas através do toque, como por exemplo as causadas pelo Influenza,
Stafilococcos, Aureus, bacilos Gram negativos multirresistente, patógenos da diarreia explosiva.
OBS: Degermação: lavagem das mãos com substancias degermante, como a clorexidina, seja na forma alcoólica,
sabonete ou aquosa (principalmente mucosas). Feito quando se quer obter assepsia de uma área. A degermação
permite que se retire os germes temporariamente para que se possa ser usado os EPIs (equipamentos de proteção
individual) estéreis. Assim como na pele do paciente para que possam ser feitos procedimentos, como por exemplo a
passagem de cateter.
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
Lavar as mãos com água e sabão
Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.
Antes de comer ou após usar o banheiro.
Quando estiverem visivelmente sujas.
Após contato com matéria orgânica.
Antes e após contato com paciente colonizado ou infectado por Clostridium difficile.
Questões
1 - A higienização das mãos é reconhecida, mundialmente, como uma medida primária, mas muito importante no
controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por este motivo, tem sido considerada como um dos pilares
da prevenção e controle de infecções dentro dos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão
cruzada de microrganismos multirresistentes.
Qual é a técnica correta para a higienização das mãos?
a) A higiene das mãos com solução degermante contendo clorexidina é indicada antes e após contato com qualquer
tipo de paciente internado.
b) A higiene das mãos com solução alcoólica em gel está melhor indicada quando há presença de determinado surto
hospitalar por germe multirresistente.
c) A técnica adequada para higiene das mãos com solução alcoólica em gel não dispensa a necessidade de fricção
vigorosa das mãos após a aplicação da solução
d) Após higiene das mãos com solução alcoólica em gel, é recomendável remover o excesso do produto das mãos
com auxilio de um papel toalha.
e) Na técnica adequada para higiene das mãos com solução degermante, a solução deve ser aplicada com as mãos
ainda secas, cobrindo toda sua superfície.
Gabarito: Letra C - Os álcoois também são efeitos na antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório de mãos das
equipes cirúrgicas. Em múltiplos estudos, foram realizadas contagens bacterianas nas mãos, imediatamente e três
horas após a utilização do produto. As soluções alcoólicas foram mais efetivas que lavar as mãos com sabonete comum
em todos os estudos, e elas reduziram a contagem bacteriana nas mãos mais que sabonetes associados a antissépticos
na maioria dos experimentos. Além disso, a maioria das preparações alcoólicas foi mais efetiva que PVPI ou clorexidina
degermante.
2 – A higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação
das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por
“higienização das mãos”, devido à maior abrangência desse procedimento. O termo engloba a higienização simples,
a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos.
Com relação à higienização das mãos, identifique a afirmativa correta.
a) A fricção antisséptica com preparações alcoólicas tem o objetivo de reduzir a carga microbiana das mãos e
remoção das sujidades.
b) No processo de higienização antisséptica das mãos, o exangue deverá ser realizado com água corrente no sentido
das mãos para cotovelos, retirando todo o resíduo do produto.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
c) O uso regular de luvas dispensa a higienização das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou
outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.
d) A higienização das mãos com o uso de antissépticos deve ser realizada toda vez que entrar em contato com o
paciente.
e) A higienização das mãos com preparações alcoólicas poderá ser útil antes e após os procedimentos cirúrgicos.
Gabarito: Letra B – É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções
relacionadas à assistência à saúde. O termo engloba a higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção
antisséptica e antissepsia cirúrgica das mãos. Higienizar as mãos com água e sabão, quando elas estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais: Higienizar as mãos com preparação
alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, nas situações: antes de contato com o paciente, após contato
com o paciente, antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos, antes de calçar luvas
para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico, após risco de exposição a fluidos
corporais, ao mudar de um sitio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente, após contato
com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente, antes e após remoção de luvas (sem
talco).
Comentário sobre a letra D: antissépticos é fazer degermação da mão, e você não precisa fazer degermação toda vez
que vai entrar em contato com o paciente.
Vias de transmissão
Transmissão por contato:
o Via direta: contaminação direta da fonte ao receptor sem um objeto intermediário.
Exemplo: aluno coloca a prancheta no leito do paciente, e depois toca na prancheta, ou seja, entra
em contato direto com a fonte.
o Via indireta os microrganismos transferem – se da fonte para o receptor através de um objeto
intermediário.
Exemplo: aluno coloca luva para examinar paciente e depois com a luva ainda calçada abre a porta
(segura na maçaneta), consequentemente contamina a maçaneta.
o Por gotículas: são aquelas cujos agentes infecciosos são transmitidos da fonte em forma de gotículas ao
receptor que se encontra a curta distância.
Exemplo: tosse e espirro.
Transmissão pelo ar:
o Por espirro ou tosse.
o Pessoas com gripe, como sarampo e tuberculose e transmitem desta forma.
Tipos de precaução
As precauções são baseadas no modo de transmissão dos microrganismos, podem ser classificadas em 3 tipos:
o Precauções de contato;
o Precauções respiratórias para aerossóis;
o Precauções respiratórias para gotículas;
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
o Precauções contato e gotículas.
Exemplo: paciente com herpes zoster e catapora (precaução dupla)
OBS: A aplicação de qualquer uma dessas precauções não exclui o uso das precauções padrão.
Precauções padrão
Medidas de proteção adotadas por todos os profissionais, em relação a todos os pacientes, visando evitar qualquer
tipo de contato com sangue e fluidos corpóreos (pele íntegra, não íntegra, mucosas ou acidentes perfurocortantes.
Fluidos corpóreos inclui todos os tipos de secreções e excreções, exceto suor.
Precaução padrão
Aplicar em todas as situações de atendimento a pacientes, independente de suspeita de doença transmissível,
para prevenir a transmissão de microrganismos inclusive quando a fonte é desconhecida. Protegem o profissional,
e também previnem a transmissão cruzada entre pacientes.
Precauções respiratórias
As infecções de transmissão respiratória podem exigir precauções com gotículas ou com aerossóis, a depender da
doença.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
OBS: Lembrar que precaução padrão SEMPRE entra junto com qualquer outra precaução.
Precauções aerossóis
A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas partículas eliminadas durante a
respiração, fala ou tosse se ressecam e ficam suspensas no ar, permanecendo durante horas e atingindo ambientes
diferentes, inclusive quartos adjacentes, pois são carreadas por correntes de ar.
Poucos microrganismos são capazes de sobreviver nessas partículas, podendo ser citadas como exemplo: M.
tuberculosis, Vírus do sarampo, vírus varicela-zoster.
É diferente de gotículas porque é eliminado durante a respiração e fala. Quando eliminadas, essas partículas ficam
suspensas ressecadas por um bom tempo na superfície (no ar) e apenas depois de horas elas decaem. Elas fazem
isso porque são partículas menores que 5 micras (elas não pesam).
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
Precaução de contato
Aplicadas na suspeita ou confirmação de doença ou colonização por microrganismos transmitidos pelo contato.
“Bactérias multirresistentes”, “pacientes com lesões extensas de pele”, diarreia prolongada e herpes-zoster.
Evitar levar os prontuários ao lado do paciente, especialmente apoiar no mobiliário, pelo risco de contaminação.
OBS: O estetoscópio, esfigmomanômetro, fita métrica e termômetro é de uso exclusivo de um paciente que está
em isolamento de contato. Essas coisas só saem do leito para a central de reprocessamento para ser esterilizado
e depois voltar para a enfermaria. Se não puder fazer isso, esses equipamentos são descartados do hospital.
Lembrar que contato é a mesma de padrão, só que equipamentos médicos hospitalares são de uso exclusivos
de pacientes.
Exemplos de microrganismos:
o Pseudomonas aeruginosa.
o Escherichia coli.
o S. aureus.
o Enterococcus sp.
o Clostridium difficile.
Para praticar
1 - L.O., 34 anos, com diagnóstico recente de HIV e relata febre e tosse pouco produtiva há 40 dias. Emagrecimento
de 12 kg. Usuário de drogas intravenosas. A contagem de linfócitos CD4 foi de 280 mm3. O lavado broncoalveolar
revelou pesquisa de BAAR positiva e cultura: Mycobacterium tuberculosis.
Qual a precaução deverá ser instituída para este paciente?
Gabarito: Deverá ser instituída a precaução padrão (higienização das mãos, usar luvas descartáveis em casos de
contato com material biológico, avental, óculos e máscara cirúrgica, materiais perfurocortantes deverão ser
descartados em caixas próprias e as superfícies ambientais devem ser submetidos à desinfecção) e precaução
aerossóis (quarto privativo, utilizar máscaras N95 ou PFF2, utilizar máscara tipo cirúrgica para o paciente durante o
transporte).
2 – Uma paciente internada na UTI há 30 dias para tratamento de pneumonia hospitalar evoluiu com piora clínica,
e a radiografia de tórax evidencia consolidações, o médico visitador suspeita de pneumonia associada a ventilação
mecânica, e solicita cultura de lavado broncoalveolar, que houve crescimento de Pseudomonas aeruginosa com
perfil de multirresistência para carbapenêmicos.
Qual a orientação de precaução deverá ser instituída para esse caso?
a) Precaução padrão + aerossóis.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
b) Precaução padrão + gotículas.
c) Precaução padrão + gotículas + contato.
d) Precaução padrão + contato.
e) Precaução padrão + aerossóis + contato.
Gabarito: Letra D
Em quarto privativo ou em quarto com paciente que apresente infecção pelo mesmo microrganismo (isolamento
de coorte).
Higienização das mãos com soluções degermante (clorexidina a 2% ou PVPI 10%).
Usar luvas limpas, não estéreis, ao entrar no quarto durante o atendimento ao paciente; trocar de luvas após
contato com material biológico; retirar as luvas antes de deixar o quarto.
Usar avental limpo – não necessariamente estéril – ao entrar no quarto durante o atendimento ao paciente e
retirá-lo antes de deixar o quarto.
Equipamentos (estetoscópio, esfigmomanômetro e termômetro) devem ser de uso individual, os itens com os
quais o paciente teve contato e superfícies ambientais devem ser submetidos à desinfecção com álcool a 70% (ou
produto compatível com a natureza da superfície) a cada plantão.
Visitas são restritas e reduzidas, o transporte do paciente é limitado.
O profissional que transportar o paciente deve usar as precauções padrão e realizar desinfecção das superfícies
após o uso do paciente.
Gabarito: Letra C
4 – No HICD é internada uma criança com suspeita de sarampo. Qual a precaução a ser instituída?
a) Precaução padrão + aerossóis.
b) Precaução padrão + gotículas.
c) Precaução padrão + gotículas + contato.
d) Precaução padrão + contato.
e) Precaução padrão + aerossóis + contato.
Gabarito: Letra A
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
Resumo:
Germes multirresistentes
Em caso de paciente com germe resistente a carbapenêmicos, que necessite de isolamento de contato em
enfermaria, pela impossibilidade de quarto privado no momento, este deve ficar com leito a um metro de distância
dos demais leitos e cuidados redobrados com o uso e descarte da EPIs.
Quando houver número maior que três destes pacientes em isolamento, deve ser iniciado o isolamento por coorte
(quarto com paciente que apresente infecção pelo mesmo microrganismo).
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Higienização das mãos
Como fazer higienização simples das mãos – Passos:
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Toxoplasmose
Introdução
Doença febril geralmente benigna e autolimitada (em pacientes imunocompetentes).
Causada pelo Toxoplasma gondii que infecta os seres humanos através de cistos ou oocistos ou por transmissão
vertical.
Os felinos são os únicos hospedeiros definitivos.
O grande impacto sanitário da toxoplasmose humana é o acometimento fetal, durante a gestação, cujas
repercussões clínicas são extremamente graves com quadros principalmente neurológicos e oculares. Um
segundo grupo de alto risco: os acometidos pela imunodeficiência humana – HIV.
o É a infecção oportunista de maior frequência em pacientes infectados pelo HIV, devido à reativação de
cistos, principalmente no cérebro, produzindo grave encefalite.
Transmissão
Fecal-oral:
o Ingestão de oocistos eliminados nas fezes de
felinos.
Carnivorismo:
o Consumo de carnes e produtos de origem animal
(suínos, caprinos e ovinos) crus ou mal cozidos
contendo cistos teciduais.
Transplacentária:
o Passagem de taquizoítos via circulação materno-
fetal (fase aguda da infecção materna).
Transplante de órgãos, sangue em transfusões, acidentes
de laboratório, leite cru de cabra e da mulher infectada
(raramente).
Patogenia
Período de incubação:
o 10 a 23 dias após a ingestão de carne mal cozida;
o 5 a 20 dias após a ingestão de oocistos.
O parasita pode causar uma grande destruição de células devido à sua própria ação ou pela hipersensibilidade
apresentada pelo hospedeiro. As manifestações da doença no homem estão, geralmente, relacionadas a uma
vulnerabilidade tissular especial associada à regeneração lenta ou ausente.
A infecção materna, embora inaparente, pode determinar lesões destrutivas no feto.
OBS: Duas formas do parasita dentro do cisto que causam a doença: taquizoito (aparelho apical) e bradizoíto.
Toxoplasmose na gestação
Mulheres grávidas são frequentemente assintomáticas ou apresentam sintomas leves, tornando o diagnóstico
clínico difícil, fazendo com que os exames laboratoriais sejam importantes para estabelecer o diagnóstico
definitivo da infecção materna.
Determinar o período em que a infecção ocorreu na gestante é importante pois a infecção antes da concepção
apresenta baixo risco de transmissão para o feto, ao contrário do que ocorre quando a primo-infecção ocorre
durante a gravidez.
o Ou seja, o risco de infecção aumenta com a idade gestacional, porém, a gravidade das sequelas diminui
com ela, sendo as formas subclínicas neonatais próprias da infecção no terceiro trimestre da gestação.
O diagnóstico clínico é pouco fidedigno, pois os sintomas, quando referidos, são inespecíficos e semelhantes a um
quadro gripal.
A linfoadenomegalia e a febre são as queixas mais frequentes e podem estar acompanhadas de cefaleia, coriza,
mialgia e astenia.
Cerca de 80% a 90% dos casos são assintomáticos, o que torna o diagnóstico basicamente sorológico.
Toxoplasmose congênita
Pode ocorrer no primeiro, no segundo ou no terceiro trimestre.
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Toxoplasmose
Infecção materna no primeiro trimestre de gestação:
o Normalmente ocorre óbito fetal.
Infecção materna no segundo e terceiro trimestres de gestação:
o Retardo mental.
o Calcificações intracranianas.
o Coriorretinite aos 20-30 anos (quando o bebê
adquire na hora do parto, pode ocorrer essa
Coriorretinite).
Hepatoesplenomegalia.
Hidrocefalia.
Diagnóstico
A determinação do período em que a infecção ocorreu na gestante é importante pois a infecção antes da
concepção apresenta baixo risco de transmissão para o feto, ao contrario do que ocorre quando a primo-infecção
ocorre durante a gravidez.
Isolamento do Toxoplasma gondii.
Histopatológico.
PCR.
Sorologia:
o Teste de corante Sabin Feldman.
o Teste de aglutinação.
o IFI.
o ELISA (IgG, IgA, IgE).
o Teste de Avidez para IgG toxoplasmose.
Ávido: que deseja com ardor; que vive ansiosamente uma expectativa.
PROVA: Saber apenas os dois últimos (PCR e as sorologias).
Exemplos:
o 1º - Chega um paciente com IgM + e IgG -, o que significa?
Infecção aguda.
o 2º - Chega um paciente com IgM + e IgG +, o que significa?
Toxoplasmose aguda em Soroconversão.
o 3º - Chega um paciente com IgM – e IgG +, o que significa?
Cicatriz/memória imunológica. Paciente já teve contato com a toxoplasmose.
Diagnóstico laboratorial
Pesquisa de anticorpos específicos anti-T. gondii, são os mais utilizados para o diagnóstico da toxoplasmose.
As curvas de ascensão e queda de títulos dos anticorpos específicos de diferentes isotipos (IgM, IgA, IgE e,
principalmente, IgG) obedecem a ritmos diversos e refletem a evolução da infecção.
o IgM positivam-se em 5 a 14 dias após a infecção, atingem níveis elevados em um mês e podem permanecer
positivos por 18 meses ou mais;
o IgG positivam-se após 7 a 14 dias, atingem o pico máximo cerca de 2 meses após a infecção, declinam 5 a
6 meses depois e podem ser detectados pelo resto da vida.
Teste de avidez: significa maior atração pela imunoglobulina G.
O teste de avidez de anticorpos IgG baseia-se na maior força das ligações iônicas entre antígeno e anticorpo nas
infecções antigas, quando comparadas com infecções recentes. Em qualquer resposta imunológica primária, os
anticorpos desencadeados por um estímulo antigênico, inicialmente, apresentam baixa avidez.
À medida que a resposta imunológica ocorre, os anticorpos da classe IgG apresentam avidez cada vez maior. Este
teste é de grande valor na diferenciação de infecção crônica (ocorrida há mais de 4 meses), na qual se apresenta
elevada, da infecção recente (ocorrida há menos de 4 meses), cuja avidez apresenta-se baixa.
Exemplo:
o Se a mulher tiver toxoplasmose antes da gestação e ela estava no período de Soroconversão, significa que
a titulação de imunoglobulinas G está mais elevada, então esse teste irá se ligar com mais facilidade a
imunoglobulina G, então ele terá maior avidez à IgG. Agora, se a infecção foi durante o período da gestação
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Toxoplasmose
e só agora está começando a produzir imunoglobulina G (está logo no início), a titulação dela ainda vai
estar aumentando, significa que o teste de avidez não terá tanta avidez à imunoglobulina G, ele terá uma
baixa avidez.
Baixa avidez = infecção há menos de 4 meses.
Alta avidez = infecção há mais de 4 meses.
O teste de avidez de IgG é recomendado para mulheres que realizam a primeira sorologia antes de 16 semanas de
gestação e apresentarem IgM reagente.
Observações
Se a mulher estiver em Soroconversão precisa de tratamento. Toda vez que eu tenha um paciente com doença
aguda ou doença em Soroconversão, eu preciso trata-lo.
Eu só deixo de tratar a gestante quando IgM estiver negativo e IgG positivo.
A escolha de tratamento da gestante dependerá do trimestre de gestação a qual ela se encontra.
O teste de avidez é usado apenas ATÉ O QUARTO MÊS de gestação (16ª semana). Depois disso é usada outra
metodologia.
Se a avidez for baixa, ou IgM positivo, eu tenho que tratar a gestante até Soroconversão. Agora, se eu receber o
resultado dessa gestante e vem alta avidez, eu posso suspender o tratamento porque eu sei que ela TEVE
toxoplasmose aguda antes de engravidar e não durante a gestação.
Exemplos:
o Paciente está com 12 semanas e apresenta IgG reagente e IgM reagente. O que tenho que fazer como
médica? Resposta: iniciar imediatamente tratamento com espiramicina e pedir teste de avidez-IgG. Tenho
que iniciar o tratamento logo porque esse teste demora algum tempo para vir. Se o teste de avidez der
alto, significa que a há infecção há mais de 4 meses, então devo suspender a espiramicina pois a gestante
está imune. Se o teste der baixo (fraco), a gestante está com infecção aguda e devo continuar com o
tratamento com espiramicina.
o 12ª semana, IgM + e IgG - infecção aguda – tratamento com espiramicina até soroconversão (IgM – e
IgG +).
o 10ª semana, IgM – e IgG + cicatriz de toxoplasmose (soro converteu; cura).
o 8ª semana, IgM + e IgG + aguda ou crônica? Fazer teste de avidez para saber:
Alta avidez: cessar tratamento.
Baixa avidez: tratamento com espiramicina (até fazer amniocentese ou cordocentese para
verificar se continua com espiramicina ou adota esquema tríplice.
o 20ª a 24ª semana:
Iniciar tratamento com espiramicina.
Solicitar Amniocentese: 20ª a 24ª ou
Cordocentese: 20ª a 22ª.
PCR: se der positiva bebê infectado, faz esquema tríplice (tratamento mãe e filho). Se der
negativo só mãe infectada, faz espiramicina, tratar a mãe até soroconversão (IgM -).
o 30ª semana, IgM + e IgG +:
Nesta fase não adianta mais fazer teste de avidez, nem amniocentese nem cordocentese.
Ultrassom morfológica é o padrão ouro.
Se por acaso viu alguma calcificação na criança, começa esquema tríplice.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Toxoplasmose
o Deve ser confirmado com nova sorologia, em amostra coletada após 15 dias, para descartar resultado
falso-positivo no teste de IgM.
Gestante suscetível ou de risco (não foi exposta ao T. gondii):
o IgG não reagente e IgM não reagente.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Toxoplasmose
Tratamento da gestante
Deve-se levar em consideração a idade gestacional e se a paciente está em investigação ou com infecção
confirmada.
Recomenda-se o tratamento com o esquema tríplice para as gestantes com diagnóstico DEFINITIVO ou PROVÁVEL
e tratamento com espiramicina para aquelas com diagnóstico POSSÍVEL, conforme a classificação de Lebech et. Al
(1996).
Drogas mais utilizadas no tratamento da toxoplasmose são:
o Espiramicina:
É indicada no
primeiro trimestre da
gestação para o
tratamento de
gestantes com
infecção aguda,
devido ao fato de não
atravessar a barreira
placentária e,
portanto, não
oferecer risco
iatrogênico para o
feto.
É um antibiótico
macrolídeo.
o Esquema tríplice:
A combinação de sulfadiazinha e pirimetamina, associada ao ácido folínico, é indicada para
gestantes de idade gestacional superior a 18 semanas. Esta associação deve ser evitada no
primeiro trimestre da gravidez, devido ao efeito potencialmente teratogênico da pirimetamina.
Condutas
Gestantes com infecção antiga:
o Avaliar a resposta imunológica. Investigar a presença de doenças ou tratamentos que acarretem
imunodeficiência.
o Neste caso, fazem parte do grupo de risco as pacientes infectadas pelo HIV e gestantes que fazem uso de
medicamentos imunossupressores (quimioterápicos e corticoides), ou portadoras de qualquer doença
imunossupressora ou que utilizem outro medicamento que causa imunossupressão.
o Se a criança nascer com sinais e sintomas sugestivos de toxoplasmose congênita, esta não deve ser
descartada devido à possibilidade de reinfecção ou reagudização.
Gestantes suscetíveis:
o Instituir medidas de orientação para a prevenção primária da toxoplasmose por escrito e verbalmente
(relembrar em todas as consultas).
o Repetir sorologia no segundo e no terceiro trimestre para detectar a soroconversão.
o OBS: Mulheres não devem engravidar até seis meses após a soroconversão devido à possibilidade de
Parasitemia durante o período de, aproximadamente, três meses.
Gestantes com infecção aguda:
o Notificação obrigatória.
o Instituir tratamento:
Primeiro trimestre até a 18ª semana de gestação: espiramicina.
Segundo e terceiro trimestre a partir da 18ª semana de gestação: esquema tríplice (sulfadiazinha
+ pirimetamina + ácido folínico).
o Acompanhamento ultrassonográfico mensal.
o Avaliação oftalmológica.
o E etc.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Toxoplasmose
Para relembrar e consolidar um pouco mais sobre os anticorpos IgG e IgM
Os primeiros anticorpos da classe IgG que são produzidos na resposta imune especifica contra o T. gondii
apresentam baixa avidez pelos antígenos do parasita e caracterizam um perfil sorológico de infecção recente, com
menos de quatro meses de infecção. Na evolução da infecção, a avidez dos anticorpos IgG aumenta
gradativamente, caracterizando uma infecção com mais de quatro meses de evolução.
O teste de avidez de anticorpos IgG baseia-se na maior força das ligações iônicas entre antígeno e anticorpo nas
infecções antigas, quando comparadas com infecções recentes.
Em qualquer resposta imunológica primárias, os anticorpos desencadeados por um estimulo antigênico,
inicialmente, apresentam baixa avidez. À medida que a resposta imunológica ocorre, os anticorpos da classe IgG
apresentam avidez cada vez maior. Este teste é de grande valor na diferenciação de infecção crônica (ocorrida há
mais de quatro meses), na qual se apresenta elevada, da infecção recente (ocorrida há menos de quatro meses),
cuja avidez apresenta-se baixa.
A detecção de anticorpos IgM específicos para T. gondii era usada para determinar a infecção aguda; entretanto,
devo ao aumento da sensibilidade dos métodos de diagnóstico atualmente disponíveis, a interpretação de
resultados com IgM reagente tornou-se complicada, pois esses anticorpos podem ser detectados por um período
maior que 18 meses após a infecção, sendo denominados anticorpos IgM residuais.
Para diagnóstico em gestantes, o método de avidez de anticorpos IgG é muito útil quando usado no início da
gestação (até 16 semanas de gestação), pois um resultado de alta avidez no segundo ou terceiro trimestre não
descarta infecção adquirida no primeiro trimestre.
Valores intermediários devem ser analisados com cautela e, em casos duvidosos, deve-se tratar a gestante.
Assim, o teste de avidez de IgG é recomendado para mulheres que realizam a primeira sorologia antes de 16
semanas de gestação e apresentarem IgM reagente.
Como as gestantes soronegativas são suscetíveis à primo-infecção pelo T. gondii, é necessário o acompanhamento
sorológico periódico até o momento do parto a fim de detectar a Soroconversão materna.
A gestante que apresentar sororreatividade para toxoplasmose antes da gravidez indica infecção antiga, assim,
para estas gestantes não há necessidade de realizar nova sorologia já que o risco de reinfecção é baixo.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Febre de origem indeterminada
Caso clínico
Um JCT, masculino, 61 anos, casado, zelador, natural de Paranavaí-PR, residente e procedente de Vilhena – RO.
Queixa principal: febre e fraqueza há 35 dias. Histórico da doença atual: Paciente informa que em 06/03/15 iniciou
quadro de astenia, inapetência, acompanhada de dor abdominal de intensidade 6/10. Procurou atendimento
médico em Vilhena-RO, foi prescritos analgesia e hidratação venosa, e alta, porém os sintomas persistiram, e em
11/04/15, apresentou epistaxe, emese, diarreia e diseugia, procurou atendimento médico que evidenciou
plaquetopenia de 18.000/mm3, e foi encaminhado para o centro de medicina tropical de Rondônia em Porto
Velho-RO, com suspeita de dengue.
Na admissão o paciente estava em regular estado geral, lucido, orientado, normocorado, febril (37,8 °C),
anictérico, acianótico, PA: 120/80 mmHg, pulso 60 bpm, SaO2 98% em ar ambiente. Abdome globoso, ruídos
hidroaéreos presentes, flácido, dor a dígito-percussão em gradil costal direito e palpação profunda dolorosa em
hipocôndrio direito, Murphy ausente. Giordano positivo à direita. Exames laboratoriais demonstraram leucocitose
de 19.200.
Quais as hipóteses diagnósticas?
o Era um paciente que tinha pielonefrite, fez um abscesso peritoneal que transudou e fez um abscesso
hepático por continuidade. Fez um quadro séptico grave secundário a uma infecção de trato urinário alto.
o Ele tinha uma febre de origem indeterminada clássica.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Febre de origem indeterminada
Febre vs Hipertermia
Febre:
o Situação na qual o centro termorregulador busca ativamente uma temperatura superior à normal.
Hipertermia:
o Aumento de temperatura corpórea não associado ao mecanismo termorregulador (ponto estabilizador
permanece em 37 °C).
o Exemplo: desidratação, calor excessivo, hipertermia maligna, insolação, intoxicação por salicilatos, etc.
Fisiopatologia da febre
Os pirógenos endógenos, além de causar febre, desencadeia o que chamamos de resposta de fase aguda.
O estimulo para a produção de pirógenos endógenos é a ação de diversas
moléculas (pirógenos exógenos), que são em geral microrganismos ou frações
destes, além de imunocomplexo e um grande variedade de outras substancias.
Agem principalmente nos macrófagos e neutrófilos que por sua vez liberam os
pirógenos endógenos.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Febre de origem indeterminada
FOI Clássica
Febre ≥ 37,8 °C em várias ocasiões (não importa o modo de evolução dela, pode ser continua, recorrente,
intermitente, tanto faz, desde que eu tenha febre durante 3 semanas).
Duração ≥ há 3 semanas.
o E por que tem de ser duração maior que 3 semanas?
Porque tende a eliminar doenças infecciosas autolimitadas, sobretudo viroses, os pacientes com
hipertermia habitual e os casos em que a propedêutica inicial identifica a causa da febre.
Ausência de diagnóstico após 3 dias de investigação hospitalar ou três consultas ambulatoriais.
FOI Nosocomial
Pacientes internados.
o Por exemplo, paciente que internou para colocar prótese de silicone e evoluiu com quadro de febre.
Febre ≥ 37,8 °C em várias ocasiões.
Ausência de infecção ou doença incubada à admissão.
Ausência de diagnóstico após 3 dias apresar de investigação adequada (incluindo pelo menos 48h de cultura
microbiológica).
FOI
Causas infecciosas:
o Tuberculose.
o Endocardite infecciosa.
o Abscesso viscerais.
o Malária.
o Toxoplasmose.
o Perihepatite gonocócica.
o Salmonelose septicêmica prolongada.
Causas neoplásicas:
o Doença de Hodgkin.
o Adenocarcinomas metastáticos.
o Linfomas.
o Leucemias.
Colagenoses:
o Lúpus eritematoso sistêmico.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Febre de origem indeterminada
o Doença de Still (ARJ).
o Deficiência de C1q (Síndrome lúpus like).
Causas diversas:
o Tireoidite subaguda.
o Arterite de células gigantes.
o Polimialgia reumática.
o Hepatite granulomatosa.
o Corpo estranho intra-abdominal.
o Febre por drogas.
o Paniculite granulomatosa.
o Anemia hemolítica.
Exames complementares
Hematologia e bioquímica:
o Hemograma.
o VHS.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Febre de origem indeterminada
o Pesquisa de hematozoário.
o Enzimas hepáticas.
o Eletroforese de proteínas.
o HDL.
o Hormônios tireodianos.
Microbiologia (culturas):
o Hemoculturas (pelo menos 3 amostras com intervalo de 4 horas no primeiro dia e uma amostra no 2º e
3º dias).
o Cultura de urina e fezes.
o Cultura de qualquer outra secreção corporal suspeita (derrame pleural, ascite, etc).
o OBS: Pesquisa de Leishmania em aspirado de medula.
Sorologia:
o FAN.
o Fator reumatoide.
o VDRL/FTA-ABs.
o IFI e ELISA para T. cruzi.
o Pesquisa de anti-EBV (monotest).
o IgG e IgM para toxoplasmose.
o Reação de aglutinação anti-brucella sp.
o Anti-HIV.
o Proteína C reativa.
Testes cutâneos:
o PPD.
Depende da resposta imunológica.
Biópsias:
o Hepática (muito útil em suspeita de doenças granulomatosas).
o Medula óssea.
o Após as culturas, as biópsias constituem o recurso propedêutico mais utilizado no esclarecimento das FOIs.
Imagens:
o Raios X.
o Ultrassom (massas, coleções, cistos).
o Ecocardiograma.
o Tomografia computadorizada.
o Ressonância magnética.
o Cintilografia Galium 67 (detecção de abscessos).
o Cintilografias (embolia pulmonar, tumores ósseos, etc).
Laparotomia exploradora:
o Quando houver sinais de doença intra-abdominal (dor, icterícia, hepatoesplenomegalia, ascite, massas e
alteração da função hepática).
Terapêutica de prova
Indicar apenas quando houver risco iminente de morte.
Utilizar drogas especificas para uma determinada doença.
o Por exemplo: tuberculostáticos.
Definir um tempo de observação. Caso não haja resposta, suspender.
Não existe motivo para utilizar-se terapêutica de prova, quando órgãos vitais, como coração, pulmão, rins ou
cérebro, não estão seriamente comprometidas.
Neutropenia febril
O que sabemos de infecção como causa da febre em neutropênico?
o 40-50% dos casos há evidencia de infecção. A outra metade é “FOI”.
o Infecção pode ser “microbiologicamente” documentada (hemocultura +, por exemplo) ou “clinicamente”
documentada (pneumonia, sem diagnóstico microbiológico).
o Particularmente a infecção bacteriana pode ser rapidamente fatal (24-48h). Logo:
Neutropenia febril = Emergência médica.
A maioria das infecções “microbiologicamente” documentadas são de origem bacteriana. Em 2º lugar, vêm as
infecções fungicas.
Consenso de primeira conduta neste caso: iniciar imediatamente antibacteriano com cobertura para
Pseudomonas.
Resumaço:
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
Definição
• A raiva uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do
animal infectado, principalmente pela mordedura.
• Apresenta letalidade de aproximadamente 100%.
• Apesar de ser conhecida desde a antiguidade, continua sendo um problema de saúde
pública.
• O vírus da raiva é neurotrópico e sua ação no SNC causa quadro clínico característico de
encefalomielite aguda, decorrente da sua replicação viral nos neurônios.
OBS: cachorro com raiva ataca sem motivo. Por exemplo, se você for mexer na comida dele enquanto ele está
comendo, e ele consequente a isso te atacar, possivelmente ele não estará com raiva e atacou você porque mexeu na
comida dele.
Importância de saúde pública: porque apenas a menos de 100 anos que existe um “tratamento” /profilaxia. E tem
praticamente 100% de letalidade.
Ciclo epidemiológico
• Apenas os mamíferos transmitem e adoecem pelo vírus da raiva.
• No brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre, enquanto o cão, em alguns
municípios, continua sendo fonte de infecção
importante.
o Quando o morcego morde, ele geralmente libera
um anestesio no local e a pessoa geralmente não
sente a dor.
• Outros reservatórios silvestres são:
o Macaco;
o Cachorro-do-mato;
o Raposa;
o Gato-do-mato;
o Mão-pelada;
o Guaxinim;
o Entre outros.
Transmissão e Fisiopatologia
• Ocorre quando o vírus contido na saliva e secreções do animal infectado penetra no tecido:
o Principalmente através de mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas e/ou
pele lesionada.
• Em seguida, multiplica-se no ponto de inoculação → atinge o sistema nervoso periférico → e migra para o SNC
protegido pela camada de mielina. Não há viremia.
o A partir do SNC, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é
eliminado na saliva das pessoas ou animais infectados.
• Suscetibilidade:
o A infecção é geral para todos os mamíferos.
o Não se têm relatos de caso de imunidade natural
nos seres humanos.
o A imunidade é adquirida pelo uso da vacina e a
imunidade passiva, pelo uso do soro.
• Outras vias de transmissão relatadas:
o Respiratória;
o Sexual;
o Vertical;
o Probabilidade muito remota de ocorrência em
seres humanos.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
Tratamento
• Não há tratamento comprovadamente eficaz para a raiva. Poucos pacientes sobrevivem à doença, a maioria com
sequelas graves.
• De 1970 a 2003, existe o histórico de 5 sobreviventes:
o Sendo que em 3 o vírus foi transmitido pelo cão;
o 1 pelo morcego;
o 1 por aerossol.;
o Destes, todos iniciaram o esquema profilático com vacina, porém não receberam o soro.
• Curiosidade:
o Em 2004, há o relato de uma paciente que foi exposta a um morcego nos EUA e contraiu raiva. A paciente
foi submetida a um tratamento à base de antivirais e indução ao coma, denominado Protocolo de
Milwaukee, e sobreviveu sem receber vacina ou soro.
o Em 2008, outros dois pacientes foram submetidos ao Protocolo de Milwaukee adaptado com sucesso na
terapia, sendo um da Colômbia e outro do Brasil, o qual originou o Protocolo de tratamento de raiva
humana no brasil – Protocolo de Recife.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
o A partir de 2004, o morcego passou a ser o
principal transmissor no Brasil.
• As regiões Norte e Nordeste, no período de 1990 a
2009, foram responsáveis por 82% dos casos de raiva
humana no brasil.
o Norte: Pará e Rondônia.
o Nordeste: Maranhão, Bahia, Pernambuco, Ceará
e Alagoas.
o Minas Gerais no Sudeste.
Raiva animal
• O ciclo rural, ou seja, que envolve os animais de
produção é o que apresenta o maior número de casos positivos.
o Esses animais devem ser usados como sentinelas para o monitoramento de circulação do vírus da raiva e
outras zoonoses.
• Observa-se um aumento na detecção de casos de raiva tanto em morcegos quanto em animais de produção,
demonstrando a importância desses como fonte de infecção para transmissão de raiva aos humanos.
Profilaxia Pré-Exposição
• A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva,
durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como:
o Médicos veterinários;
o Biólogos;
o Profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva;
o Estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biológica, agronomia e etc;
o Pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas,
investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos;
o Outros profissionais que trabalham em áreas de risco.
• Pessoas com risco de exposição ocasional ao vírus, como turistas que viajam para áreas de raiva não controlada,
devem ser avaliados individualmente, podendo receber a profilaxia pré-exposição dependendo do risco a que
estarão expostos durante a viagem.
Esquema Pré-Exposição
• 1. Esquema: 3 doses.
• 2. Dias de aplicação: 0,7,28.
• 3. Via de administração, dose e local de aplicação:
o Intramuscular profunda, utilizando dose completa, no musculo deltoide ou vasto lateral da coxa (não
aplicar no glúteo);
o Intradérmica.
• 4. Controle sorológico: a partir do 14º dia após a última dose do esquema.
o Observações - interpretação do resultado: são considerados satisfatórios títulos de anticorpos maior ou
igual 0,5 UI/ml.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
• Observação: os que trabalham em situação de alto risco, como os que atuam em laboratório de virologia e
anatomopatologia para raiva e os que trabalham com a captura de morcegos, devem realizar a titulação a cada 6
meses. Caso o resultado seja < 0,5 UI/ml, uma nova dose de vacina deve ser indicada e a avaliação sorológica
repetida após 14 dias. Não está indicada a repetição da sorologia para profissionais que trabalham em situação de
baixo risco como funcionários de pet shops e veterinários que trabalham em área de raiva controlada, entre
outros.
Características do ferimento
• Em relação à transmissão do vírus da raiva, os ferimentos causados por animais devem ser avaliados quanto ao:
o Local:
▪ Ferimentos graves: regiões próximas ao SNC (cabeça, face ou pescoço), locais muito inervados,
lambedura de mucosas.
▪ A lambedura da pele integra não oferece risco.
o Profundidade:
▪ Superficiais ou profundos.
o Extensão e número de lesões:
▪ Única lesão ou múltiplas, ou seja, uma porta de entrada ou várias.
▪ Considerar cada perfuração como uma porta de entrada.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
OBS: Para a Raiva, ferimento grave é se tem exposição de NERVO, ou seja, qualquer ferimento que sangrou. (segundo
o professor)
OBS: Primeira coisa depois de ser mordido por cachorro ou qualquer outro animal, é lavar com água (lavar MUITO) e
com qualquer coisa que tenha iodo (exemplo: tintura de iodo), o iodo inativa o vírus. Essas são as duas coisas mais
importantes para se fazer assim que for mordido (lavar muito com água e colocar algo com iodo).
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
Esquema para profilaxia da raiva humana com vacina de cultivo celular (tabela muito importante)
• O soro deve ser infiltrado na porta de entrada. Quando não for possível infiltrar toda a dose, aplicar o máximo
possível e a quantidade restante, a menor possível, aplicar pela via intramuscular, podendo ser utilizada a região
glútea. Sempre aplicar em local anatômico diferente do que foi aplicada a vacina. Quando as lesões forem muito
extensas ou múltiplas, a dose por ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam
infiltradas.
• Nos casos em que só se conhece tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico, ou quando não há soro
disponível no momento, aplicar a dose recomendada de soro limitado ao máximo em 7 dias da aplicação da
primeira dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo o soro não é mais necessário.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
• Nas agressões por morcegos ou qualquer outra espécie de animal silvestre, deve-se indicar a soro vacinação
independentemente da gravidade da lesão, ou indicar conduta de reexposição.
• Em caso de reexposição, com história de esquema anterior completo, não é necessário administrar o soro
antirrábico (homologo ou heterólogo). No entanto, o soro poderá ser indicado se houver dúvidas ou conforme
análise de cada caso, exceto nos pacientes imunodeprimidos, que devem receber, sistematicamente, soro e
vacina. Para estes casos, recomenda-se que, ao final do esquema, seja realizada a avaliação sorológica após o 14º
dia da aplicação da ultima dose.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
deve ter continuidade em locais preparados para atender a intercorrências e, se necessário, deve-
se internar o paciente e mantê-lo em observação.
Soro heterólogo
• É uma solução concentrada e purificada de anticorpos.
• A dose indicada é de 40 UI/Kg de peso do paciente. Deve-se infiltrar na lesão (ou nas lesões) a maior quantidade
possível da dose do soro. Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose pode ser diluída, o menos
possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas.
• Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a quantidade restante, a menor possível, deve
ser aplicada por via intramuscular, na região glútea.
• Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total, aplicar a parte disponível.
• Iniciar imediatamente a vacinação e administrar o restante do soro recomendado antes da aplicação da 3ª dose
da vacina de cultivo celular. Após esse prazo, o soro não é mais necessário.
• O uso do soro não é necessário quando o paciente recebeu esquema profilático completo. No entanto, em
situações especiais, como no caso de pacientes imunodeprimidos ou de dúvidas com relação ao esquema
profilático anterior, se houver indicação, o soro deve ser recomendado.
• Eventos adversos:
o As reações mais comuns são benignas, fáceis de tratar e apresentam boa evolução.
o A possibilidade de ocorrência dessas reações nunca contraindica a prescrição do soro.
o Manifestações locais: dor, edema, hiperemia e, mais raramente, abscesso.
o Manifestações gerais: urticária, tremores, tosse, náuseas, dor abdominal, prurido e rubor facial.
o Manifestações imediatas: choque anafilático.
o Manifestações tardias:
▪ Doença do Soro: caracterizada por edema e eritema local de aplicação do soro, febre,
mioartralgia, astenia, cefaleia, sudorese, desidratação, exantema com máculas e pápulas
pruriginosas, enfartamento e inflamações ganglionares e, mais raramente, vasculite e nefrite.
▪ Reação de Arthus: caracterizada por vasculite local acompanhada de necrose, dor, tumefação,
rubor, necrose e ulceras profundas. Quadro raro.
• Após receber o soro, o paciente deverá ser observado pelo prazo de 2 horas.
Pré-medicação
• Na tentativa de prevenir ou atenuar possíveis reações adversas imediatas em pacientes de risco, podem ser
utilizadas drogas bloqueadoras dos receptores H1 e H2 da histamina (anti-histamínicos) e um corticosteroide em
dose anti-inflamatória.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
• Observação: o esquema que utilizada somente a via parenteral é o mais conhecido e acumula experiencia clínica
positiva e já publicada.
Sobre o animal
• O período de observação de 10 dias é restrito aos cães e gatos.
• Nas agressões por morcegos ou qualquer outra espécie de animal silvestre, deve-se proceder à sorovacinação,
independentemente do tipo de morcego agressor, do tempo decorrido e da gravidade da lesão. Em caso de
reexposição, seguir as orientações especificas, conforme cada caso.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
de infecção de todos os casos de raiva humana por meio da tipificação antigênica, com o painel de anticorpos
monoclonais cedido pelo CDC/Atlanta, a tipificação genética, pela RT-PCR, e sequenciamento genético.
OBS: Porém, na questão acima, tanto a letra C como a letra B estão corretas. Cão e gato devem serem observados
pelo período de 10 dias.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Raiva humana
Algumas informações gerais (para melhorar mais ainda o conhecimento)
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
Caso clínico
• Um menino de 9 anos foi encaminhado ao Hospital regional com febre baixa, tosse e dor de garganta por 5 dias.
• No primeiro dia da doença, ele foi levado a uma UBS e diagnosticado com faringite, sendo prescrito um antibiótico
oral desconhecido e paracetamol.
• No terceiro dia de doença, sua febre diminuirá gradualmente e a dor de garganta se resolvera, no entanto, ele
posteriormente se tornou pior e apresentou inchaço no pescoço, dispneia e disfagia acompanhado por estridor
laríngeo. Relata vacinação durante primeiro ano de vida sem doses adicionais de reforço. Mora com pais, 3 irmãos
e uma tia.
• No quinto dia da doença, seus pais o levaram para o hospital. Seus sinais vitais mostravam uma pressão arterial
de 110/90 mmHg, frequência cardíaca de 153 bpm, temperatura de 37,5 graus, frequência respiratória de 22 e
saturação de oxigênio no ar ambiente de 75%. Toxemiado (significado de Toxemiado: é para descrever, à
ectoscopia, pacientes com aparente estado toxiinfeccioso agudo, em vista da presença de apatia, prostração,
confusão mental e febre) e amígdalas estavam hiperemiadas e hipertrofiadas e apresentavam placas branco
acinzentadas. Aumento linfonodos cervicais.
• Subsequentemente, foi intubado endotraquealmente no hospital local e tinha grandes quantidades de secreções
brancas e sanguinolentas aspiradas do tubo. Um tubo nasogástrico foi colocado e revelou 20 mL de sangue fresco.
Ele recebeu uma dose em bolus de soro fisiológico (20 mL/Kg) e 2 g de Ceftriaxona. Os exames laboratoriais
apresentavam uma leucocitose de 30.300 células/mm3 e um alto nível de creatinina de 1,7 mg/dL. E encaminhado
ao hospital de referência.
• Na avaliação inicial a paciente estava afebril (37,5 graus), apresentava taquicardia (130 bpm), frequência
respiratória normal e pressão arterial normal (106/74 mmHg). Seu peso era de 22 Kg (10º percentil) e sua altura
era de 130 cm (50º percentil). Ele estava totalmente alerta. Ele também foi capaz de seguir comandos, mover
todas as suas extremidades igualmente bem e abrir os olhos espontaneamente. Suas pupilas isocóricas
fotorreagentes, com acomodação normal. O exame revelou inchaço bilateral do tecido do pescoço, sem flutuação
ou erupção cutânea. Suas amígdalas estavam aumentadas, com placas branco acinzentados e sangrantes.
• 1 - Qual hipótese diagnóstica?
• 2 - Diagnósticos diferenciais?
• 3 - Quais exames deverão ser solicitados?
• 4 - Qual tratamento?
• 5 - Qual abordagem familiar?
• Observações:
o Falta vacinas nessa criança.
o Geralmente quando tem uma febre alta a pessoa tem taquicardia. Mas nesse caso, o paciente está com
uma febre baixa e também com taquicardia.
Introdução
• Doença infecciosa aguda causada por cepas toxigênicas da bactéria Corynebacterium diphtheriae.
o Todo o quadro clínico da difteria é causado pela toxina que a bactéria produz.
• Afeta orofaringe, mucosa nasal, laringe mais comumente afetadas.
• Pele, conjuntivas, vulva, e outras mucosas podem ser afetadas.
o Na pele, normalmente não vai produzir toxina.
• O bacilo se multiplica localmente na mucosa ou pele afetada e produz potente exotoxina que
vai causar manifestações graves da doença em outros órgãos, preferencialmente coração e
SNC.
• É caracterizada por placas pseudomembranosas típicas.
o Se essas placas forem retiradas, elas sangram, e quanto mais elas sangram, maior a possibilidade dessa
toxina entrar na circulação e piorar a gravidade da doença.
o Essas placas não são delimitadas, são difusas.
OBS: Portador são: paciente com a doença, porém assintomático. Pode ter esse estado por 6 meses e nisso vai
passando a bactéria de uma pessoa para outra.
Etiologia
• C. diphtheriae é um bacilo aeróbico gram positivo.
• Não esporulado.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
• Imóvel.
• Não invasivo.
• Cepas toxigênicas são infectadas por bacteriófago (vírus que se multiplica no interior de bactérias),
que contém genes para produção de exotoxina.
o Nem todas as cepas da C. diphtheriae são toxigênicas e capazes de causar a doença.
▪ Por isso quando vai fazer exame, tem que identificar se a cepa é toxigênica ou não.
o Essa toxina para a síntese proteica (causando problema renal, hematológico etc.).
• A unidade B se liga ao receptor facilitando a entrada da unidade A, e a unidade A para a síntese
proteica e mata a célula.
Patogênese
• Depende:
o 1 – Capacidade de colonização orofaringe.
o 2 – Produção exotoxina.
▪ Só vai ter a doença grave se produzir a toxina. Se não produz a toxina, apenas vai ter efeito local,
como por exemplo uma amigdalite (sem grandes complicações).
• A bactéria vai se alojar na amigdala → depois faz invasão dos tecidos → produção de toxina e colonização →
proliferação.
• Quando é liberada a toxina, essa toxina
inibe a síntese proteica naquele local,
causando necrose epitelial e
consequentemente formando a placa
(aquela placa que conseguimos ver dentro
da boca), que sangra ao tentar desalojar.
• Pseudomembrana.
• Placa espessa branco acinzentada
composta de fibrina, bactérias e células
inflamatórias.
• Lembrando: A unidade B se liga ao
receptor facilitando a entrada da unidade
A, e a unidade A para a síntese proteica e mata a célula.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
Epidemiologia
• A transmissão ocorre pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, por meio de
gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
o Precaução por gotículas.
• Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por objetos contaminados pelo doente ou portador (fômites).
• Acomete preferencialmente crianças de até 10 anos e populações em precárias condições de higiene, sociais e
imunização inadequada.
• O consumo de leite cru pode servir de veículo de transmissão.
• Distribuição mundial principalmente em países pobres com baixa cobertura vacinal.
• Século XX – surto União Soviética.
o Principalmente em adultos com maiores de 40 anos, indicando que não foram vacinadas.
• No Brasil, a cobertura vacinal está chegando quase a 100%. A taxa da doença está muito baixa. Observa-se no
gráfico (abaixo) o contraste de como está agora a doença e de como a doença estava no ano 90.
• No Brasil, a notificação imediata (até 24 horas) de casos suspeitos ou confirmados é obrigatória por todos os
estabelecimentos de saúde.
o Portaria Ministerial número 204, de 17 de fevereiro de 2016.
• Reservatório: homem.
• Idade: menores de 5 anos (são mais suscetíveis).
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
• Período de incubação: 1 a 6 dias.
• Período transmissibilidade:
o No doente dura cerca de 2 semanas;
o No portador crônico não tratado pode transmitir infecção por 6 meses ou mais.
• Independe de sexo (homem=mulher).
• Maior prevalência nos meses de inverno.
o Por causa da aglomeração (“janela fechada”, “mais unido”).
• Fatores predisponentes:
o Desnutrição;
o Precárias condições socioeconômicas.
Quadro clínico
• Dor de garganta discreta, dificuldade de deglutição, rouquidão, tosse, dificuldade de respirar.
• Febre (37,5 a 38,5 graus).
• Prostração, palidez, fraqueza.
• Placas pseudomembranosas branca acinzentada aderente, circundadas por processo inflamatório localizada em
amigdalas, laringe e nariz. Ocasionalmente pele e conjuntivas.
• Casos graves: edema de pescoço com aumento de linfonodos dessa região – PESCOÇO TAURINO.
• Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia mecânica aguda, o que
muitas vezes exige imediata cricotireotomia ou traqueostomia para evitar a morte.
Formas clínicas
• FORMA CLÁSSICA: Faringoamigdaliana ou faringotonsilar (angina diftérica).
• Difteria hipertóxica (difteria maligna) – onde observa-se a presença de placas de aspecto necrótico que
ultrapassam os limites das amígdalas, comprometendo as estruturas vizinhas.
• Nasal (rinite diftérica) mais comum em lactentes, secreção nasal purulenta ou mucopurulenta com raios de sangue
e membrana.
• Laríngea – tosse, rouquidão, estridor, insuficiência respiratória.
• Cutânea – comum em países tropicais, forma mais indolente, a lesão ulcerada pode tornar-se subaguda ou crônica
e raramente é acompanhada de repercussões cutâneas, por isso seu portador constitui-se reservatório e
disseminador do bacilo diftérico.
Complicações
• Lesões causadas pela exotoxina:
o Coração → Degeneração de células miocárdicas.
o Rins → Degeneração de células tubulares.
o SNP → Polineurites.
• Ocorrem do início da doença até 6 a 8 semanas quando os sinais já desapareceram e parecem depender:
o Localização e a extensão da membrana;
o A quantidade de toxina absorvida;
o O estado imunitário do paciente;
o A demora no diagnóstico e no início do tratamento.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
• Complicações cardiológicas:
o Miocardite – é responsável pelo maior número de óbitos a partir da 2ª
semana da doença.
o Alterações de frequência e ritmo, hipofoneses de bulhas, hepatomegalia
dolorosa, aparecimento de sopro e sinais de insuficiência cardíaca
congestiva (ICC).
o ECG: alteração de repolarização, extra-sistolias, taquicardia ou bradicardia, distúrbio de condução A-V e
corrente de lesão.
• Complicações renais:
o Presença de albuminúria em diferentes proporções.
o Na difteria grave, pode se instalar uma nefropatia tóxica com importantes alterações metabólica e, mais
raramente, insuficiência renal aguda.
• Complicações neurológicas:
o As manifestações geralmente são tardias, ocorrendo entre a 2ª e a 6ª semana de
evolução, mas podem aparecer alguns meses depois.
o Paralisia palato.
o Paralisia diafragma.
o Paralisia ou paresia extremidade de paralisia dos músculos oculares.
Diagnóstico diferencial
• Amigdalite estreptocócica.
o Início súbito, com febre elevada, se circunscreve às amígdalas, é lacunar e purulento.
o RELEMBRANDO: Difteria a febre é baixa.
• Angina Plaut Vincet.
o É do tipo necrótica, geralmente unilateral.
o Rinorreia, obstrução nasal.
• Mononucleose infecciosa.
o Início abrupto, febre alta e irregular, estado geral comprometido e adenopatia satélite.
o Exantema, exames laboratoriais e hepatoesplenomegalia.
o “Doença do beijo”.
o Linfocitose com atipia de linfócitos.
• Candidíase oral.
o Imunossuprimido.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
Diagnóstico
• Quadro clínico.
o Sinais e sintomas + pseudomembrana.
o “1º é pelo exame físico, olhando, anamnese”.
• Swab lesão com Bacterioscopia e cultura meio específico para Corynebacterium.
o A Bacterioscopia não tem valor no diagnóstico de difteria, devido à baixa especificidade do método.
• Teste Elek para determinar se o bacilo é toxigênico.
o Consiste de uma reação de imunoprecipitação para identificação da toxina no soro do paciente através de
anticorpos exógenos específicos para a toxina.
• Hemograma e plaquetas.
Tratamento
• 1 - Isolamento.
• 2 - Neutralizar toxina.
• 3 - Eliminar bactéria.
• 4 - Terapia de suporte.
• 5 - Manejar complicações.
OBS: Neutralização da toxina é a parte mais importante, pois é a toxina que causa todas manifestações graves da
doença. Então, antes mesmo do antibiótico, é necessário neutralizar a toxina.
• Tratamento antibiótico:
o Medida auxiliar da terapia específica, objetivando interromper a produção de exotoxina pela destruição
dos bacilos diftéricos e sua disseminação.
o Pode-se utilizar eritromicina ou penicilina G cristalina, com a mesma eficácia, durante 14 dias, conforme
orientação a seguir:
▪ Eritromicina por via oral ou por injeção (40 mg/Kg/dia, no máximo, 2 g/dia) de 6 em 6 horas
durante 14 dias, ou
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
▪ Penicilina G cristalina – deve ser administrada por via endovenosa, na dose de 100 mil a 150 mil
UI/Kg/dia, em frações iguais de 6 em 6 horas por 14 dias.
▪ Penicilina G procaína – deve ser administrada por via intramuscular, na dose de 50 mil UI/Kg/dia
(dose máxima de 1.200.000 UI/dia), em duas frações iguais de 12/12 horas.
o OBS: quando houver melhora do quadro, a penicilina G cristalina pode ser substituída pela penicilina G
procaína para completar os 14 dias de tempo total de tratamento.
• Insuficiência respiratória
o Comprometimento respiratório alto, nos casos leves e moderados de laringite, dexametasona em dose
inicial de 0,6 mg/Kg, seguida por 0,4 mg/Kg/dia, por via endovenosa, em frações iguais de 6 em 6 horas,
como medida antiedematosa.
o Casos de quadro de insuficiência respiratória estabelecida: traqueostomia. E em casos de paralisia do
diafragma: ventilação assistida.
o Se ainda tiver placa o paciente não pode ser entubado porque isso pode empurrá-la e causar asfixia.
• Tratamento sintomático:
o Repouso no leito, isolamento até 2 culturas negativas.
o Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico.
o Dieta leve.
o Nebulização ou vaporização.
o Proceder à aspiração das secreções com frequência.
o Não havendo aceitação dos alimentos e dos líquidos por via oral, deve-se administrá-los por sonda
nasogástrica.
o Carnitina – efeito protetor sobre miocárdio desde iniciada até 5 dias da doença;
▪ a dose recomendada é de 100 mg/Kg/dia (máximo de 3 g/dia), por via oral, em 2 ou 3 frações
iguais, de 12 em 12 horas ou de 8 em 8 horas, durante 4 dias.
Prognóstico
• Depende do estado imunitário do paciente, da precocidade do diagnóstico e da instituição do tratamento.
• Os fatores associados ao mau prognóstico são:
o Tempo da doença sem instituição de tratamento – pior se acima de 3 dias;
o Presença de edema periganglionar;
o Presença de manifestações hemorrágicas;
o Presença de placas extensas na orofaringe;
o Miocardite precoce;
o Presença de insuficiência renal.
Prevenção
• Todas as crianças devem ser vacinas com DTP com 2,4 e 6 meses.
• Reforço 15 meses.
• Reforço aos 5 anos DT.
• Contactantes:
o Usar antibiótico.
o Vacinar – dose reforço nos já vacinados e vacinar os susceptíveis.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Difteria
Questões de provas passadas
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
Meningites
• Meninges:
o São o sistema das membranas que revestem e protegem o SNC, medula espinal, tronco encefálico e o
encéfalo.
o A meninge consiste em três camadas:
▪ Dura-máter (mais externa).
▪ Aracnoide.
▪ Pia-máter (aderida ao encéfalo).
• LCR (líquido cefalorraquidiano):
o Fluído incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades
ventriculares.
o Sua função é de proteção, formando um coxim líquido.
o É produzido nos plexos corioides dos ventrículos.
Resumindo: para ajudar no diagnóstico de meningite, precisa ter: número de células, qual o diferencial dessas células
(se predomina polimorfonucleares, linfócitos, monócitos etc.), qual a dosagem de proteínas, dosagem de glicose. Ou
seja, é o aspecto do líquor que vai dizer se é meningite e diferenciar a meningite bacteriana das outras.
Meningites
• Meningite é um processo inflamatória do espaço subaracnóideo e das membranas leptomeníngeas (pia e
aracnóide) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
• Infecção do Sistema Nervoso Central (SNC).
• O patógeno específico é influenciado pela idade e estado imune do hospedeiro.
o As bactérias que irão atingir uma criança são diferentes das que atingirão um adulto ou um idoso. Por isso
é importante saber quais bactérias que atingem tal idade, para saber melhor o tratamento etc.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
• As causas microbiológicas incluem bactérias, vírus, fungos e parasitas.
• Independente da etiologia: Síndromes clínicas semelhantes com sintomas inespecíficos e sinais de infecção do
SNC.
o Pelo quadro clínico, portanto, é difícil saber se é bactérias, vírus etc.
• As meningites prevalecem mais em crianças menores de 8 anos (dados de 2000 – 2011).
Gráfico:
• Esse gráfico mostra a taxa de mortalidade das meningites nos últimos 90 anos.
• H. influenzae caiu muito porque em 2000 entrou no calendário de vacinação.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
Principais agentes etiológicos da meningite:
OBS: Às vezes a meningite pode ser classificada como meningoencefalite, que é quando não atinge apenas as
meninges e, sim, o encéfalo também. Encefalite é quando o problema só atinge o encéfalo. E meningite é quando
atinge apenas as meninges.
Meningites bacterianas
• Meningite bacteriana é uma infecção purulenta das meninges e espaço subaracnóide.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
• Caracterizam-se por um processo inflamatório do espaço subaracnóideo e das membranas leptomeníngeas
(aracnóide e pia-máter) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
• HIC (hipertensão intracraniana), rebaixamento do nível de consciência, eventos isquêmicos.
Etiologia
• As mais frequências bactérias causadoras de meningites no nosso meio:
o Neisseria meningitidis.
o Streptococcus pneumoniae.
o Haemophilus influenzae – diminuiu incidência a partir de 2000 devido à vacinação.
• Prevalência das bactérias está ligada aos seguintes fatores:
o Idade do paciente.
o Porta de entrada ou foco séptico inicial.
o Tipo e localização da lesão no SNC.
o Situação epidemiológica local.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
OBS: Shunts LCR? Não sabe o que é? Eu explico: por exemplo um bebê com hidrocefalia: o shunt é
um tubo de silicone que é inserido no crânio, drena o líquido cefalorraquidiano excedente dos
ventrículos laterais para o peritônio onde é reabsorvido. E nesse tubo, como qualquer outro tubo
que é colocado em um ser humano, corre o risco de pegar infecções.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
Haemophilus influenzae
• Bacilo gram-negativo.
• A forma capsulada, particularmente a do tipo b, antes da introdução da vacina Hib, era responsável por 95% das
doenças invasivas.
• H. influenzae b – maior incidência em menores de 2 anos.
• Isolamento em adultos sugere presença de doença de base:
o Sinusite, otites, alcoolismo, asplenia anatômica (retirada do baço) ou funcional (perde a função daquele
baço – anemia falciforme), hipogamaglobulinemia.
• Se aloja no trato respiratório superior e é transmitido por contato direto com gotículas respiratórias.
• Contactantes íntimos adquirem a bactéria e se tornam portadores assintomáticos.
Listeria monocytogenes
• Bacilo gram positivo, está associado com maiores taxas de mortalidade.
• Via exposição é oral: alimentos.
• Risco:
o Idosos, pacientes com alteração da imunidade celular, gestantes, lactentes, alcoolismo,
imunossuprimidos, IRC, hepatopatas crônicos.
• Faixa etária de Listeria é 1 mês de vida. Por exemplo, bebê com 8 meses estava com Listeria monocytogenes, o
médico achou estranho pois atinge bebês de 1 mês, então descobriu-se que a mãe dava cachorro quente para o
bebê e através do alimento que ele pegou a Listeria.
Staphylococcus aureus
• Cocos gram positivo, faz parte da flora normal.
• Staphylococcus aureus e epidermidis:
o Envolvidos após procedimentos neurocirúrgicos, como derivação do ventrículo peritoneal e terapia intra
tecal.
o Terapia intra tecal: é uma via de administração que consiste na injeção de substâncias no canal raquidiano,
diretamente no espaço subaracnóide, evitando assim a barreira hematoencefálica atuando assim no
sistema nervoso.
Fisiopatologia da meningite
• Mecanismos principais de disseminação desses agentes:
o Direta: TCE, fraturas, agressão por arma branca ou arma de fogo, iatrogenia em cirurgias.
o Via hematogênica: mais importante e mais frequente, ocorre a partir de um foco de infecção à distância.
o Contiguidade: a partir de um processo infeccioso na proximidade. Exemplo: otites, sinusites, mastoidites.
o Recém-nascidos:
▪ Aspiração líquido amniótico, por penetração de germes da pele, infecções TGI;
▪ Via transplacentária: Listeria monocytogenes;
▪ Vertical: estrepto b, E. coli;
▪ Horizontal: S. epidermidis, S. aureus.
▪ Meningite bacteriana no RN em geral associa-se à sepse, sendo considerada condição
predisponente à sepse e meningite, à imaturidade fisiológica do sistema de defesa do hospedeiro
nesse período de vida, sobretudo daqueles nascidos prematuramente.
• Mecanismo da fisiopatologia:
o Bactérias aderem ao endotélio dos capilares cerebrais.
o Atravessam a barreira hematoencefálica.
▪ Não é bem conhecido como as bactérias
penetram no SNC, porém, alguns estudos têm
sugerido que elas entram no SNC via plexo
coroide.
o Alcançam o LCR e multiplicam-se rapidamente.
▪ São os produtos (peptidoglicano, ácido
teicóico) dessas bactérias que vão desencadear
uma resposta imune.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
o Poucas defesas imunes do hospedeiro – LCR
normalmente tem: leucócitos, proteínas do
complemento e a natureza líquida pouco
favorável à ação neutrofílica.
o Formação de exsudato purulento (leucócitos e
proteínas).
▪ Obstrução do fluxo do LCR no sistema
ventricular.
▪ Diminuição da capacidade de reabsorção
de LCR das granulações aracnoides,
levando à hidrocefalia e edema
intersticial.
o À medida que a infecção progride, a auto-
regulação vascular do SNC é perdida, tornando o
fluxo sanguíneo cerebral (FSC) diretamente
dependente da pressão arterial sistêmica, de
maneira que, a hipotensão sistêmica ocasiona
redução do FSC e isquemia tecidual.
Manifestações clínicas
• Variam de acordo com a idade do paciente.
• Normalmente, a meningite bacteriana, é procedida por vários dias de sintomas do trato respiratório superior ou
gastrointestinais, seguidos por sinais inespecíficos de infecção do SNC.
• Pode ter início súbito (exemplo: meningococo), com rápida progressão para choque, coagulação intravascular
disseminada, redução do nível de consciência e morte (24 h).
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
• Síndrome hipertensão intracraniana (HIC).
• Síndromes comprometimento meníngeo.
Síndrome infecciosa
• Comum à todas as doenças infecciosas agudas e graves.
• Febre (maior que 39 graus).
• Anorexia.
• Mal-estar geral.
• Prostração.
• Mialgias.
• Estado toxêmico.
• CIVD.
• Distúrbios metabólicos com síndrome da disfunção de múltiplos órgãos.
Diagnóstico diferencial
• Infecção do SNC por bactérias menos típicas (Mycobacterium tuberculosis, Treponema pallidum), fungos
(Histoplasma, Blastomicose, Cândida), parasitas (Toxoplasma, Cysticercus cellulose), vírus (mais importantes).
• Infecções focais do SNC:
o Abscesso cerebral e abscesso parameníngeo.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
• Enfermidades não infecciosas:
o Câncer, síndromes vasculares e exposição a toxinas.
Prognóstico depende:
• Diagnóstico precoce.
• Primeiro atendimento eficaz.
• Tratamento adequado das formas graves.
• Tratamento das complicações sistêmicas e neurológicas e fatores desencadeantes.
Diagnóstico
• Exame do LCR através de punção lombar.
o O LCR coletado deve ser examinado imediatamente, com análise
citológica, bioquímica e bacteriológica.
• A suspeita diagnóstica é feita na presença de sinais e sintomas clínicos que,
em geral, traduzem a inflamação meníngea e suas consequências e que
variam de acordo com a faixa etária acometida.
• Uma causa importante de atraso no diagnóstico é a indicação de exames de
imagem, como a tomografia computadorizada de crânio, antes da punção
lombar.
OBS: O tratamento empírico para meningites deve ser iniciado imediatamente após a coleta das hemoculturas, e a
realização da punção lombar precisa ser feita assim que possível.
Estudo do LCR
• Pressão de abertura: 5 a 18 mmHg.
• Aspecto do LCR.
• Contagem e diferencial de células.
• Exame químico do LCR, proteínas, glicose, cloretos.
• Pesquisa imunoglobulinas reação Pandy.
• Bacterioscopia revela agente em até 80% dos
casos.
• Cultura e antibiograma.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
Aspecto LCR:
Objetivos do tratamento
• Esterilizar rapidamente LCR (< 24 h).
o Porque quanto mais bactérias tiver, mais processo inflamatório.
• Tratamento das meningites:
o Conhecimento epidemiológico das bactérias.
o Predominantes por grupo etário.
o Atividade bacteriana no LCR.
o Resistência bacteriana.
o Toxicidade.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
Tratamento quimioterápico
• 1ª situação: Empírico.
• 2ª situação: Após Gram (demora umas 3 a 4 horas)
• 3ª situação: Após isolamento do agente etiológico (demora 3 a 4 dias).
Tratamento empírico
• A escolha inicial (empírica) dos antimicrobianos deve ser baseada em:
o Considerar fatores que auxiliam a guiar o diagnóstico etiológico:
▪ Idade.
▪ Focos sépticos primários.
▪ Estado imune do paciente.
▪ TCE prévio.
▪ Doenças prévias (otites, etc).
OBS: As cefalosporinas de 3ª geração, cefotaxima e Ceftriaxona, são antibióticos com excelente atividade contra as
bactérias que frequentemente causam meningite na criança, esterilizam rapidamente o LCR e apresentam poucos
efeitos adversos.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
OBS: A Listeria é resistente a cefalosporina de 3ª geração, por isso em gestantes, adultos maiores de 50 anos e
portadores HIV usa-se Ceftriaxona + ampicilina.
o Se após gram vier → Bacilo gram positivo: Listeria monocytogenes. Então, antes quando eu tinha
solicitado para o paciente Ceftriaxona e ampicilina, agora eu tiro a Ceftriaxona e só deixo a ampicilina, pois
sei qual é o microrganismo certo.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
Precauções
• Isolamento – indicação:
o Meningite meningocócica.
o Meningite por Haemophilus influenzae tipo B.
o Na prática: acaba isolando qualquer meningite por 24 horas.
• Tipo: respiratório/gotículas.
• Duração:
o 24 horas, desde a 1ª dose de antibiótico.
Medidas de suporte
• Hidratação com solução isosmolar.
• Elevar a cabeceira da cama.
• Benzodiazepínico (midazolam).
• Ventilação mecânica.
Complicações
• Supurativas:
o Coleção subdural.
o Emplemas.
o Abscessos cerebrais.
o Trombose do seio cavernoso.
o Ventriculite.
• Neurológicas:
o Flebites e tromboflebites.
o Herniações encefálicas.
o Comprometimento nervos cranianos.
o Sequelas neurológicas tardias:
▪ Paralisia cerebral;
▪ Retardo mental;
▪ Surdez;
▪ Hidrocefalia.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
• Adultos:
o Rifampicina 600 mg 12/12 hs por 2 dias.
• Crianças > 1 ano:
o 10 mg/kg a cada 12 hs por 2 dias.
• Crianças < 1 ano:
o 5 mg/kg 12/12 hs – 2 dias.
• Gestantes:
o Ceftriaxona 250 mg em dose única.
• Elimina 80% a 90% dos meningococos dos portadores.
Medidas preventivas
• Uso de vacinas.
• H. influenzae.
• Controle de surtos.
• Vacina antipneumococcos.
• Vacina meningococos.
Resumo
• Meningite bacteriana é uma emergência médica, e tratamento com antibióticos deve ser iniciado assim que se
suspeita do diagnóstico.
• Os pacientes com meningite podem apresentar quadros de Síndrome infecciosa, irritação meníngea ou HIC.
• A punção liquórica deve ser feita sem maiores riscos na suspeita de meningite, EXCETO em manifestações focais
e HIC.
Observação:
• Listeria monocytogenes: Bacilos gram positivos.
• N. meningitidis: meningococo – diplococos gram negativos.
• Streptococcus pneumoniae: diplococcus gram positivos.
• Haemophilus influenzae: bacilos gram negativo.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Meningites Bacterianas
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Meningite Bacteriana
Aspecto LCR – Meningites
Meningites bacterianas
Caso 1
• Homem de 62 anos de idade, queixa-se de febre, calafrios, náuseas e vômitos, cefaleia e confusão e pescoço
rígido nos últimos três dias.
• Afirma que teve congestão nasal e tosse na última semana. Seus antecedentes mostram, hipertensão e abuso
de álcool. O exame físico mostra temperatura de 38,7 graus, dor à flexão do pescoço, Papiledema questionável
e orientação espacial normal, mas sem noção do ano. Por causa da preocupação com a presença de uma massa
no SNC, decidiu-se fazer uma tomografia computadorizada (TC) antes da punção lombar.
• 1 – Que infecção pode ser considerada?
o Meningite bacteriana aguda.
• 2 – Levando-se em consideração a faixa etária desse paciente, qual as bactérias causam mais frequentemente
essa infecção?
o S. pneumoniae (pneumococo), N. meningitidis, L. monocytogenes e bacilos gram-negativos aeróbios.
• 3 – Esse paciente deve receber antibióticos antes da punção?
o O paciente tem suspeita de Papiledema, logo, pode estar com HIC. Portanto, deve realizar uma tomografia
para confirmar a HIC e a antibioticoterapia empírica deve ser iniciada. Após o descarte de HIC, a punção
poderá ser feita e uma vez descoberto o agente infeccioso a antibioticoterapia poderá ser ajustada.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Meningite Bacteriana
o Antes de iniciar o antibiótico, uns minutos antes eu dou corticoide para esse paciente.
• 4 – Se for decidido que os antibióticos são apropriados, qual (ais) deve (em) ser administrado (s).
o Ceftriaxona + Ampicilina.
o Se esse paciente tivesse 40 anos, o antibiótico que seria dado seria a Ceftriaxona. Não precisava dar
ampicilina, pois a ampicilina é para a listeria monocytogenes (que acomete mais comumente os extremos
de idade).
o Paciente com 1 mês de idade seria dado Cefotaxima e ampicilina.
o OBS: Os tratamentos são os que a professora deu em sala, não é para colocar os de artigos.
• A TC foi realizada e não mostrou evidencias de massa no SNC. Realizada punção lombar, o líquor mostrou os
seguintes parâmetros:
o Leucócitos: 412 células (96% de neutrófilos).
o Proteína: 110 mg/dl.
o Glicose: 23 mg/dl (glicose sérica simultânea: 98 mg/dl).
o Coloração de gram: cocos gram positivos em pares.
• Comentários da professora:
o Esse líquor tem aumento de celularidade.
o Predomina células polimorfonucleares (neutrófilos).
o Proteína está aumentada e glicose está baixa.
• Vários dias depois o laboratório de microbiologia relata crescimento de Streptococcus pneumoniae no líquor.
Caso 2
• Adolescente 13 anos levado após o almoço ao PS com história de no dia anterior ter jogado futebol e acordado
pela manhã com febre (40 graus), cefaleia intensa, vômitos em jato e rebaixamento do nível de consciência nas
últimas horas.
• Ao exame apresentava: FC: 100 bpm FR: 20 irm PA: 120x80 Temperatura: 38,5.
• Rigidez de nuca, petéquias esparsas na face anterior do tórax e FO normal.
• Realização da punção lombar:
o LCR turvo.
o Células: 1000 células (80% PMN e 40% LM).
o Proteína: 100 mg/dl.
o Glicose: 20 mg/dl.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Meningite Bacteriana
o GRAM: diplococcus gram negativos.
• 1 - De acordo com o quadro apresentado qual bactéria mais provável?
o N. meningitidis.
• 2 - Qual tratamento deve ser instituído?
o Ampicilina, penicilina G cristalina ou cefalosporina de 3ª geração.
o Uns minutos antes do antibiótico aplicaria corticoides a esse paciente.
• 3 - Há necessidade de isolamento? Qual tipo?
o Padrão + gotícula.
• 4 - Há necessidade de quimioprofilaxia?
o Sim.
• 5 - Para quem?
o Os contactuantes mais próximos (principalmente os familiares).
Caso 3
• Homem de 23 anos, estudante do 5º ano de Medicina, natural do RJ – Brasil, residindo há 5 anos em Portugal. Deu
entrada no serviço de urgências no Hospital B com quadro arrastado há 3 semanas de mal-estar geral
acompanhado de náuseas, vômitos e anorexia, que se associaram há 7 dias com febre remitente de 39,5 graus
que não cessava com a medicação (ibuprofeno 600 mg) e 1 dia com quadro confusional e cefaleia.
• Doente já havia recorrido PS outras duas vezes, tendo sido dado como diagnóstico provável uma virose. Trazia
consigo análises do Hospital A do dia 9/06/2006 e do Hospital B do dia 13/06/2006 que não apresentavam
alterações relevantes ao caso.
• Apresentava-se prostrado e muito sonolento, despertava rapidamente, mas estava lentificado e confuso. Sem
alterações na linguagem. Fundoscopia normal. Oculomotricidade conservada, sem alterações ou paralisias dos
pares cranianos. Sem déficits sensitivos ou motores. Brudzinski negativo e sinal de Kernig duvidoso com ligeira
rigidez da nuca.
• 1 – Que exames você pediria?
o Punção lombar para microbiologia do LCR e TC de crânio.
• A PL foi realizada com muita dificuldade por falta de colaboração do doente que iniciou um quadro de agitação e
agressividade durante a realização do exame.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Meningite Bacteriana
• Comentários da professora:
o Glicose muito baixa.
o Chama a atenção a proteína, está muitíssimo elevada.
o A história do paciente também chama a atenção, tem tudo para ser tuberculose.
• Relatório da TC crânio (15/06/2006).
o Exame não apresentou sinais de alterações anatômicas ou vasculares.
o Não foi visível presença de hidrocefalia ou alterações na base.
• Relatório Rx tórax (16/06/2006).
o Exame revelou presença de infiltrado micro-nodular no vértice do campo pulmonar esquerdo.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
Introdução
• Dia 13 de setembro: Dia mundial da sepse.
• A cada segundo alguém morre de sepse.
• No mundo:
o De 20 a 30 mil pacientes são acometidos a cada ano, com mais de 6 milhões de casos
de sepse neonatal e na primeira infância e mais de 100.000 casos de sepse materna.
• O combate da sepse através do tratamento é todo guiado por pacotes.
Conceitos
• Infecção:
o É a resposta inflamatória do hospedeiro à presença de microrganismo ou à invasão
de tecidos normalmente estéreis.
o Presença de microrganismos em tecidos normalmente estéreis sem que haja resposta inflamatória do
hospedeiro.
• Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS):
o Temperatura axilar > 38,3 °C ou < 36 °C;
o Frequência cardíaca > 90 bpm;
o Frequência respiratória > 20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica;
o Leucócitos totais > 12.000/mm3 ou < 4.000/mm3 ou presença de > 10% de bastões em sangue periférica.
o SIRS também pode ser causada por queimaduras, traumas, pancreatite.
o Uma resposta clínica não especifica incluindo no mínimo dois dos parâmetros citados = SIRS.
• Sepse:
o Sepse é uma resposta inflamatória generalizada do organismo a um quadro infeccioso (bacteriano, fúngico
ou viral). Qualquer pessoa que desenvolva um quadro grave em reação a uma infecção (por exemplo,
pneumonia, infecção urinária ou infecções após cirurgias), dá-se o diagnóstico de sepse.
o A sepse se caracteriza pela presença de sinais de resposta inflamatória.
o Definição da (ACCP/SCCM) de 1992: “SRIS secundária a processo infeccioso confirmado ou suspeito, sem
necessidade de identificação do agente infeccioso”. (é uma definição antiga, não caíra em prova)
• Sepse grave:
o “A sepse grave é caracterizada pela sepse
associada a uma disfunção orgânica”.
o Sepse com pelo menos uma disfunção
orgânica aguda:
▪ Hipotensão;
▪ Confusão mental;
▪ Oligúria;
▪ Hipóxia;
▪ Acidose metabólica (láctica);
▪ Coagulação intravascular disseminada
(CIVD);
▪ Disfunção hepática.
o Presença de critérios de sepse associada a
hipoperfusão ou disfunção de pelo menos um
órgão (exemplo: hipoxemia, oligúria,
insuficiência renal, coagulopatias, etc).
• Choque séptico:
o Sepse grave refratária a reposição de volume de 30 ml por kg (resgate volêmico), associada a hipotensão
arterial não responsivas à adequada reposição volêmica, sendo necessário o uso de drogas vasoativas.
o É classificado como choque séptico o paciente que não responde ao resgate volêmico – pressão não
estabiliza.
o Choque séptico refratário: é a inabilidade de manter a pressão arterial média acima de 65 mmHg, apesar
de titulação elevada de noradrenalina e então você utiliza glicocorticoides pensando em uma disfunção
de adrenal.
o Definição da (ACCP/SCCM) de 1992: “Estado de falência circulatória aguda caracterizada pela persistência
de hipotensão arterial em paciente séptico, sendo hipotensão definida como pressão arterial sistólica <
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
90 mmHg, redução de > 40 mmHg da linha de base, ou pressão arterial média < 60 mmHg, a despeito de
adequada reposição volêmica, com necessidade de vasopressores, na ausência de outras causas de
hipotensão”. (definição antiga, não caíra em prova)
• Disfunção de múltiplos órgãos (DMOS):
o A disfunção de múltiplos órgãos é quando há um quadro de sepse e, consequentemente, ocorre à
disfunção de vários órgãos. Por exemplo, disfunção cerebral associada à disfunção pulmonar, insuficiência
renal aguda/crônica, coagulação intravascular disseminada. Portanto, em vez de ter uma disfunção, passa
a ter múltiplas disfunções, e essas múltiplas disfunções não conseguiram mais ser revestidas e o paciente
evolui para disfunção de múltiplos órgãos, e essa é a fase final, no qual o paciente vai a óbito.
1992: Definição de SIRS, Sepse, Sepse grave e Choque séptico pelo “American College of Chest Physicians” e “Society
of Critical Care Medicine” (ACCP/SCCM). (Definição antiga, não mais usada)
Sepse
• Atualmente, cerca de 10 a 15% dos leitos das unidades de terapia intensiva brasileiras são ocupados por pacientes
com sepse totalizando 400 mil casos da doença/ano, com taxa de mortalidade de 60%.
• Os custos hospitalares atingem a cifra de 17 bilhões de reais por ano, ou 40 mil reais por paciente, por ano. Desta
forma, pode-se afirmar que sepse é uma doença de alta prevalência, elevada taxa de mortalidade e elevados
custos.
• Estimativa anual de 751.000 casos/ano (3.0 casos/1.000 habitantes):
o Apenas 51,5% dos casos receberam cuidados de UTI.
o 6,2% foram ventilados fora do ambiente da UTI.
o A incidência aumentou > 100 x com a idade (0,2/1000 em crianças para 26,2/1000 em idosos > 85 anos).
o Mortalidade de 28,6% (aumentou de 10% em crianças para 38,4% em idosos > 85 anos).
o Custo médio de $ 22.100 (maior em pacientes não sobreviventes).
o Projeção de aumento na incidência em 1,5% ao ano.
• Em 2002, durante o Congresso Europeu de Terapia Intensiva, três grandes sociedades (Sociedades americana e
europeia de terapia intensiva e o International Sepsis Forum) lançaram a Campanha Sobrevivendo a sepse.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
o Esse tratamento é a base fundamental para o tratamento atual da sepse, não mudou praticamente nada.
Acrescentou mais do que mudou.
o Todo ano eles mandam guidelines (protocolos) de como manejar um paciente em sepse.
SOFA
• Por exemplo, um paciente chega com clínica de pneumonia, então eu pego o score de SOFA e defino, ou seja, se
ele tiver dois itens dentro do score de SOFA eu já defino que ele tem sepse. É usado para diagnosticar o paciente
em beira de leito e quanto mais rápido, melhor.
• SOFA: É um score de disfunção orgânica, utilizado diariamente no leito de terapia intensiva. O quick SOFA é mais
reduzido que o SOFA. O SOFA inteiro eu uso diariamente na UTI para ver se o paciente está melhorando ou
piorando de uma disfunção orgânica.
• É utilizado para o acompanhamento de falência orgânica. Os critérios a serem avaliados são:
o Respiração:
▪ Gasometria – PaO2 pela fração inspiratória de oxigênio.
▪ pH – alcalose, acidose ou distúrbio misto.
• PCO2 – respiratória. Bicarbonato: metabólica.
▪ Hipoxemia: pressão parcial de oxigênio. É o que vai definir se eu preciso suplementar esse
paciente de oxigênio (suplementar pelo cateter, máscara ou tubo).
▪ Pressão parcial de oxigênio dividida pela fração inspiratória de oxigênio.
• < 300: Síndrome respiratória aguda (SARA). Paciente precisa ser entubado.
o Coagulação:
▪ Plaquetas (ver se tem déficit de coagulação).
o Disfunção hepática:
▪ Bilirrubinas.
o Cardiovascular:
▪ Pressão arterial média.
o Sistema nervoso central:
▪ Escala de Glasgow.
o Renal:
▪ Dosagem da urina e da creatinina.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
• OBS: é usado no estadiamento ou para verificar como está a melhora clínica do paciente (avaliado no pacote de
1h, 3h, 12h e 24 h – momentos cruciais para o paciente).
• OBS: A sepse não é só manejada na UTI.
QUICK SOFA
• É menor que o SOFA (mais rápido), usado na beira de leito.
• Suspeita de um quadro infeccioso associado a uma alteração de
parâmetros.
• Frequência respiratória ≥ 22.
• Alteração cognitiva.
• Pressão sistólica ≤ 100 mmHg.
OBS: O lactato sérico é produzido a partir do metabolismo anaeróbio, significa que a minha periferia não está
recebendo oxigênio, então eu tenho uma hipoperfusão periférica, e eu faço uma acidose por conta disso. Por isso, é
necessário tratar esse paciente o mais rápido possível, porque se a periférica não está recebendo oxigênio, o centro
cognitivo dele vai sofrer com hipóxia.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
Fisiopatologia da sepse
• O desencadeamento de resposta do hospedeiro à presença de um agente agressor infeccioso constitui um
mecanismo básico de defesa.
• Diante disso, ocorrem fenômenos inflamatórios, que incluem: ativação de citocinas, produção de oxido nítrico,
radicais livres de oxigênio e expressão de
moléculas de adesão no endotélio. Ou seja, a
sepse nada mais é do que uma tempestade de
citocinas e um desequilíbrio entre uma resposta
pró-inflamatória e uma resposta anti-
inflamatória.
• Todas essas ações tem o intuito fisiológico de
combater a agressão infecciosa e restringir o
agente ao local onde ele se encontra.
• Ao mesmo tempo, o organismo contra regula
essa resposta com desencadeamento de
resposta anti-inflamatória.
• O desequilibro entre essas duas forças,
inflamatória e anti-inflamatória, é o responsável pela geração de fenômenos que culminam em disfunções
orgânicas.
Foco infeccioso
• Pulmão: mais comum.
• Abdome.
• Sistema genitourinário.
• Meningite.
• Endocardite.
• Fasciíte necrotizante.
Quadro clínico
• A taquicardia é geralmente reflexa à redução da resistência vascular, objetivando garantir o débito cardíaco.
• A taquipneia advém do aumento da produção de CO2, do estímulo direto do centro respiratório por citocinas ou,
quando há insuficiência respiratória, surge em consequência da hipoxemia.
• Entretanto, esses sinais não são frequentes em algumas populações e, por vezes, o diagnóstico de sepse só é dado
de forma tardia, quando há está presente a disfunção.
o Exemplos: pacientes imunossuprimidos ou idosos.
OBS: O diagnóstico de sepse tem graves limitações decorrentes da excessiva sensibilidade, pois sinais de resposta
inflamatória podem estar presentes em diversas outras situações clínicas. Tais sinais são comuns não só aos processos
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
infecciosos, mas também aqueles derivados de agressão ao organismo por outras causas, o que compromete sua
especificidade.
Diagnóstico
• Alguns achados clínicos e laboratoriais podem ser úteis, como:
o Edema periférico ou balanço hídrico muito positivo.
• Isso pode sugerir aumento de permeabilidade capilar, níveis aumentados de lactato, níveis aumentados de
proteína C-reativa e procalcitonina e hiperglicemia.
Disfunção cardiovascular
• É a manifestação mais grave do quadro séptico.
• A hipotensão é secundária a vasodilatação e diminuição nas pressões de enchimento das câmaras cardíacas.
• Em decorrência disso, há comprometimento da
perfusão tecidual e redução da oferta tecidual de
oxigênio.
• Os tecidos passam a produzir energia de forma
anaeróbica e os níveis de lactato se elevam.
o Hiperlactatemia é um claro sinal de
gravidade na sepse e é utilizada como um
dos critérios de disfunção orgânica.
• Conseguimos identificar essa acidose metabólico
através do lactato arterial.
• PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg (por pelo menos
1 h).
• Apesar de:
o Ressuscitação volêmica adequada (Soro cristaloide (0,9%) 30 ml/kg).
▪ Colocar soro o mais rápido possível.
o Parâmetros adequados de volemia (PVC entre 8-12 mmHg). (PVC: pressão venosa central – é só avaliada
com acesso central)
• Necessidade de uso de vasopressores.
• Resumindo:
o Paciente chega com PAS < 90 ou PAM < 65 → inicia soro cristaloide (soro fisiológico).
o Verifica novamente como está o volume.
▪ Se a PAM = 65, continua com o soro apenas.
▪ Se a PAM < 65, continuo com o soro e acrescento vasopressor. Aí coloco acesso central e verifico
PVC, se ela tiver entre 8-12 significa que não precisa de mais volume, por isso tiro o soro e deixo
só o vasopressor. Agora, se tiver com PVC < 8, o paciente precisa de volume, então precisa mais
de soro do que do vasopressor.
o O vasopressor não é tirado de repente, tem que ir desmamando o paciente (diminuindo a dose).
• Para ser sepse: precisa ter o quick SOFA e ter mais do que duas disfunções no SOFA.
• Para ser choque séptico: precisa do uso de vasopressor e lactato > 2.
Disfunção respiratória
• Taquipneia, dispneia e comprometimento das trocas gasosas com hipoxemia caracterizam a lesão pulmonar na
sepse.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
• Ocorre:
o Redução na complacência pulmonar → aumento da
permeabilidade vascular → diminuição de
surfactante.
• Consequentemente, estes pacientes apresentam
oxigenação inadequada.
Disfunção Renal
• Hipóxia tecidual, piora da perfusão e acidose grave.
• Pode ocorrer necrose tubular aguda e lesão por apoptose celular.
o Insuficiência renal da sepse é uma insuficiência renal aguda. Dentro da insuficiência renal aguda eu posso
dividir em três partes:
▪ Pré renal (depleção de volume, desidratação, vômitos etc);
▪ Renal (necrose tubular aguda); e
▪ Pós-renal (alguma obstrução).
• Caracteriza-se pela diminuição do débito urinário e pelo aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina.
• Diurese < 0,5 mL/Kg/h.
o Durante 1 hora ou mais.
o Apesar de ressuscitação volêmica adequada*.
o *30 ml/kg de cristaloides.
Disfunção Hematológica
• Durante a tempestade inflamatória gerada por agressão, o endotélio se torna pró-coagulante, contribuindo para
a geração de trombose na microcirculação, hipoperfusão e, consequentemente, disfunção orgânica.
o Esse quadro denomina-se coagulação intravascular disseminada (CIVD).
• Contagem plaquetária < 80.000, ou
• Queda > 50% em relação a maior contagem dos últimos 3 dias (avaliado através do SOFA).
• Outros parâmetros:
o Alargamento TP e TTPa.
o D-dímero aumentado.
o Redução fibrinogênio.
• Outra disfunção frequente é a anemia.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
Critérios de disfunção orgânica aguda
• Encefalopatia aguda (sonolência, confusão, agitação, coma).
• PAS < 90 ou PAM < 65 mmHg.
• SpO2 < 90% com ou sem suplementação de oxigênio.
o Saturação não é fidedigna porque o paciente está hipoperfundido em periferia.
• Creatinina > 2,0 mg/dl ou Débito urinário < 0,5 ml/kg/h.
• Bilirrubina > 2 mg/dl.
• Contagem plaquetária < 80.000.
• Lactato > 4 mmol/l (36 mg/dl).
o Hipoperfusão tecidual.
OBS: Lembrando novamente da produção do lactato – diminui a oferta de O2 e aumenta o consumo de O2, causando
choque por uma hipóxia tecidual, que faz com que haja um metabolismo anaeróbio e produção de lactato.
Ativação de macrófago
• A ativação do macrófago faz com que haja liberação:
o Fator de necrose tumoral e Interleucina 1, 6, 10 e
12 (perfil pró-inflamatório).
▪ Efeito benéfico:
• Febre.
• Estimulação imune –
recrutamento de linfócitos T e
ativa ainda mais macrófagos.
• Destruição microbiana.
o Prostaglandina E2, tromboxano A1 e fator
ativador plaquetário (perfil anti-inflamatório).
▪ Desativa o macrófago.
▪ Efeito maléfico:
• Inibição miocárdica – ICC.
• Endotelite – CIVD, SDMO.
• Cardiovasculares:
o Estado hipo ou hiperdinâmico:
▪ Taquicardia.
▪ Débito cardíaco elevado.
▪ Vasodilatação periférica.
▪ Hipotensão arterial.
▪ Hipovolemia intravascular.
▪ Disfunção miocárdica.
• A contratilidade cardíaca fica prejudicada.
• O que fizemos para melhorar a contratilidade cardíaca?
o Usamos drogas inotrópicas positivas.
• Pulmonares:
o Taquipneia (aumento da frequência respiratória).
▪ Aumento da PCO2, diminuição de bicarbonato, provocando acidose e, portanto, tentando ajustar
o organismo para normalização fazendo aumento da frequência respiratória para tentar lavar o
PCO2 e oxigenar melhor.
o Hipoxemia.
o Shunt intrapulmonar.
o Diminuição de complacência.
▪ Significa que o pulmão está enrijecido.
• Renais:
o Oligúria (diminuição da quantidade de urina).
▪ PAM < 65.
o Queda da taxa de filtração glomerular.
o Aumento de escórias.
o Necrose tubular aguda.
• Neurológicas:
o Alteração do nível de consciência.
▪ Hipóxia que leva uma diminuição da pressão de perfusão cerebral.
o Encefalopatia séptica.
o Polineuropatia de doença crítica.
o A resposta inflamatória parece ser o principal fator responsável pela degeneração axonal difusa motora e
sensitiva característica da sepse.
▪ Hiporeflexia;
▪ Fraqueza;
▪ Atrofia muscular.
o O comprometimento cognitivo persiste mesmo após meses do evento séptico.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
• Disfunções digestivas:
o Diminuição da motilidade.
o Úlceras de estresse.
o Íleo hipodinâmico.
o Hemorragia digestiva.
▪ A mucosa sofre lesões
secundarias a isquemia.
o Translocação bacteriana.
▪ A bacteriana pode passar do
intestino para o líquido
ascítico (lembrar que o
paciente está com ascite).
o Colestase, expressando-se por
elevação das enzimas canaliculares,
fosfatase alcalina e
gamaglutamiltransferase.
o Insuficiência hepática.
• Hematológicas:
o Leucocitose, leucopenia.
o Anemia.
o Trombocitopenia.
o Distúrbios de coagulação.
• Metabólicas:
o Pode ocorrer disfunção tireoidiana, alterações de suprarrenal e distúrbios glicêmicos.
o Insuficiência suprarrenal.
o Hiperglicemia.
▪ Faz parte da resposta inflamatória, seja ela associada ou não à sepse.
o Hipertrigliceridemia.
o Catabolismo proteico.
o Hipoalbuminemia.
o Acidose metabólica.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
• Qual o patógeno provável?
o Definir o perfil de resistente desse patógeno.
• Antibioticoterapia direcionada para o foco.
Investigação complementar
• Confirmação do diagnóstico de sepse e identificação de complicações.
• Identificação da causa base.
Investigação
• Hemograma: leucopenia, leucocitose, plaquetopenia.
• Coagulograma: pesquisa de CIVD (alargamento do TAP, elevação dos marcadores de fibrinólise: produtos de
degradação de fibrina e D-dímero).
• Eletrólitos e Função renal.
• Albumina (até 1,5-2 g/dl): aumento da permeabilidade capilar.
• Glicemia.
• Lactato: marcador de hipóxia tecidual.
• Gasometria arterial:
o Inicial: alcalose respiratória (taquipneia).
o Tardio: acidose metabólica (hipóxia tecidual e produção de ácido lático).
• Culturas:
o Hemoculturas (2 amostras).
o Dispositivos > 24 h (cateteres, urocultura).
o Outras culturas (LCR, líquido pleural).
• Radiografia de tórax:
o Evidenciar sinais sugestivos de SDRA.
o Identificação de focos infecciosos ocultos.
Tratamento
• O Institute for Healthcare Improvement elaborou um programa
educacional no sentido de acelerar esse processo de identificação e
tratamento da sepse.
• Foram então criados os pacotes (bundles) da sepse grave.
• O protocolo aborda funções que devem ser desenvolvidas nas primeiras
3h, 6h, 24h e 48h. Agora, entrou ainda o pacote de 1 hora, que é feito
dentro das 3 primeiras horas.
• Pacote de 1 hora:
o (1) Coleta de exames laboratoriais para a pesquisa de disfunções orgânicas:
▪ Gasometria e lactato arterial, hemograma completo, creatinina, bilirrubina e Coagulograma.
o (2) Coleta de lactato arterial o mais rapidamente possível, mas dentro da primeira hora.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
o (3) Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos em até uma hora antes da administração do
antimicrobiano. Caso não seja possível a coleta destes exames antes da primeira dose, a administração de
antimicrobianos não deverá ser postergada.
o (4) Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro para a situação clínica, por via
endovenosa, visando o foco suspeito, dentro da primeira hora da identificação da sepse.
o (5) Para paciente hipotensos (PAS < 90 mmHg, PAM < 65 mmHg) ou com sinais de hipoperfusão, entre
eles níveis de lactato acima de duas vezes o valor de referências institucional (Hiperlactatemia inicial),
deve ser iniciada ressuscitação volêmica com infusão imediata de 30 mL/kg de cristaloides dentro da 1ª
hora do diagnóstico da detecção dos sinais de hipoperfusão.
o (6) Uso de vasopressores para pacientes que permaneçam com PAM < 65 (após a infusão de volume
inicial), sendo a noradrenalina a droga de primeira escolha.
o (7) A dobutamina pode ser utilizada quando exista evidência de baixo débito cardíaco ou sinais clínicos de
hipoperfusão tecidual.
o (8) Nos pacientes com lactato alterado acima de duas vezes o valor de referência, a meta terapêutica é o
clareamento do mesmo. Assim, como um complemento ao pacote de 1 hora, dentro de 2 a 4 horas após
o início da ressuscitação volêmica, novas dosagens devem ser solicitadas.
▪ Essa avaliação é para ver se o paciente está decaindo com o tratamento ou melhorando.
▪ Lactato demonstra hipóxia (paciente hipoperfundido).
o Exemplo 1: Se esse paciente não resgatou volemicamente (PAM continuou < 65), ele é classificado
como? resposta: choque séptico associado com lactato > 2.
• OBS: Segundo o ILAS, já é choque séptico se na primeira vez que fez ressuscitação
volêmica o paciente não respondeu. Já na sepse 3.0, é considerado choque séptico depois
que vir o resultado do lactato, sendo lactato >2 = choque séptico.
o Exemplo 2: Agora, se esse paciente estava com PAM de 60, fiz o resgate volêmico e ele ficou com PAM
e 70, isso é o que? Resposta: sepse.
o OBS: Restringir o espectro antimicrobiano quando o patógeno for identificado e a sensibilidade conhecida;
terapia combinada pode ser de-escalonada conforme evidência de resposta clínica ou resolução da
infecção.
o Resumindo: Na primeira hora do diagnóstico de sepse tem que ser feita coleta de exames (hemocultura,
lactato), iniciar antimicrobianos de amplo espectro e ressuscitação volêmica.
• Pacote de 6 horas:
o Ressuscitação inicial.
▪ Reavaliação da continuidade da ressuscitação volêmica, por meio de marcadores do estado
volêmico ou de parâmetros perfusionais.
o Diagnóstico (todos os exames inclusos aqui).
o Antibióticos.
o Controle do foco.
o Reposição volêmica.
o Inotrópicos.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
• Coleta de culturas:
o A coleta deve ser idealmente feita antes da administração da primeira dose de antimicrobianos, visando
aumentar a sensibilidade.
o Entre 30 a 50% dos pacientes têm hemoculturas positivas, principalmente os acometidos de pneumonia
e infecção intra-abdominal.
o Os antimicrobianos devem ser administrados na primeira hora após o diagnóstico.
▪ Não aguardar o pico febril para coletar e nem manter intervalos de tempo entre as coletas.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
o Assim sendo, não se deve aguardar a identificação do agente infeccioso para instituir a terapêutica. A
antibioticoterapia inicial deve ser ampla o suficiente para alcançar os prováveis agentes infecciosos (cobrir
amplamente os agentes potencialmente envolvidos).
o Quando identificado o agente infeccioso causal, ajusta-se o tratamento, estreitando o espectro
antimicrobiano.
o Todos os pacientes devem receber inicialmente doses máximas dos antimicrobianos escolhidos.
o As doses nas primeiras 24 horas não devem ser corrigidas para disfunção renal ou hepática.
Golden Hours
• Monitorização.
• Suporte em UTI (C).
• Acesso venoso central (C).
• Ressuscitação volêmica.
• Antibioticoterapia.
SvcO2: Saturação venosa central < 70% com PAM >65 e PVC normal e uso de vasopressor → avaliar hematócrito, se
tiver menor que 30%: fazer concentração de hemácias para esse paciente (hemoconcetrado) – dar hemácias jovens
com pouco citrato. Isso tudo significa que esse paciente tem uma disfunção cardiovascular e esse paciente vai precisar
de um inotrópico: dobutamina, para melhorar a contratilidade cardiaca. (isso tudo é feito de 3 a 6 horas).
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
OBS: PVC: vai dizer o quanto de soro eu tenho que dar para esse paciente. PAM: vai dizer a classificação (se é choque
séptico) e se ele tem a necessidade de uso de vasopressor.
Corticoterapia
• Efeito anti-inflamatório.
• Ação potencializadora sobre os receptores de catecolaminas.
• Considerar hidrocortisona se:
o Adultos em choque séptico refratário a vasopressor, ou seja, naqueles em que não se consegue manter a
pressão arterial alvo, a despeito da ressuscitação volêmica adequada e do uso de vasopressores.
o Dose: hidrocortisona 50 mg EV de 6/6 h.
• (recomendação fraca).
Controle glicêmico
• Sepse: estado hiperadrenérgico.
o Os pacientes na fase aguda de sepse cursa frequentemente com hiperglicemia, secundária a resposta
endócrino-metabólica ao trauma.
• Predisposição a infecções graves, polineuromiopatia e disfunção múltipla de órgãos.
• Glicemia até 180 mmHg (redução de mortalidade e menos risco de hipoglicemia) (C).
Uso de bicarbonato
• Não recomendado com o propósito de melhora hemodinâmica em pacientes com acidose lática e pH > 7,15.
• Administração de bicarbonato de sódio associado com: aumento do lactato e Pco2, redução do cálcio ionizado e
sobrecarga de sódio.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
Suporte
• Considerar suporte limitado em pacientes com evolução desfavorável em acordo com familiares.
Resumo
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
Questões de provas passadas
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Sepse
OBS: No segundo tópico desse resumo (onde fala de conceitos) uma dica: apenas de uma olhada no geral pois está
confuso pois muitas definições não se usam mais nos dias de hoje, mas, porém, todavia, contudo, embaixo desses
conceitos vai ter as definições certas dos dias de hoje explicando bem. Bons estudos.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Sepse
Caso clínico 1
• História:
o MFR, 32 anos, solteira, natural e residente de Porto Velho – RO, procura o pronto socorro queixando-se
de tosse produtiva, febre e dor torácica há 4 dias. Há 2 dias atrás foi avaliada por seu médico com as
mesmas queixas, nesta ocasião feito o diagnóstico clínico de pneumonia e prescrito amoxacilina + ácido
clavulânico por via oral para casa. Desde então a tosse ainda é produtiva com escarro esverdeado, embora
tenha diminuído em quantidade. Mas a febre não regressou e ainda tem dor no hemitórax direito, que
piora quando tosse ou respira fundo. Além disso, iniciou quadro de dispneia intensa quando anda em volta
da casa. Nega antecedentes patológicos pregressos. Trabalha em um estacionamento, nega tabagismo,
nega viagens para fora do país e/ou estado, nega contato com pessoas doentes.
• Exame físico:
o Ao exame físico está febril Tax: 40 °C, taquicárdica FC: 116 bpm, pressão arterial é 85x65 mmHg, a
frequência respiratória de 28 irpm, com respiração curta, e a oximetria de pulso é 92% no ar ambiente.
No hemitórax direito há diminuição do murmúrio vesicular na região posterior da base com macicez à
percussão até 1/3 médio e estertores crepitantes em 1/3 médio e a ausculta do hemitórax esquerdo é
normal. Ritmo cardíaco taquicárdico, mas sem sopros. Hemograma: HTo: 35%, Hb 9g/dl. Leucócitos: 23000
com 89% segmentados e 7% bastões.
• Questões:
(2) Qual tratamento deve ser instituído para atendimento desta paciente?
• Instituir o pacote de 1 hora.
o Coleta de exames laboratoriais para a pesquisa de disfunções orgânicas (gasometria e lactato arterial,
hemograma completo, creatinina, bilirrubina e Coagulograma);
o Coleta de lactato;
o Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos;
o Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro;
o Tratar e achar o foco infeccioso;
o Para paciente hipotensos (PAS < 90 mmHg, PAM < 65 mmHg) ou com sinais de hipoperfusão, entre eles
níveis de lactato acima de duas vezes o valor de referências institucional (Hiperlactatemia inicial), deve ser
iniciada ressuscitação volêmica com infusão imediata de 30 mL/kg de cristaloides dentro da 1ª hora do
diagnóstico da detecção dos sinais de hipoperfusão.
o Uso de vasopressores para pacientes que permaneçam com PAM < 65 (após a infusão de volume inicial),
sendo a noradrenalina a droga de primeira escolha.
o A dobutamina pode ser utilizada quando exista evidência de baixo débito cardíaco ou sinais clínicos de
hipoperfusão tecidual.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Sepse
o Nos pacientes com lactato alterado acima de duas vezes o valor de referência, a meta terapêutica é o
clareamento do mesmo. Assim, como um complemento ao pacote de 1 hora, dentro de 2 a 4 horas após
o início da ressuscitação volêmica, novas dosagens devem ser solicitadas.
(3) Quais exames complementares devem ser solicitados para confirmação do diagnóstico?
• Hemograma;
• Ureia;
• Rx de tórax (definir acometimento pulmonar);
• Gasometria;
• Cultura (antes do antimicrobiano);
• Lactato.
(4) Caso não responda a sua terapêutica inicial o que deverá ser feito? Quais parâmetros a serem seguidos?
• Se a PAM continuou < 65, fazer uso de droga vasoativa (vasopressor).
• Transfusão sanguíneo com hemácias jovens.
• Agora, por exemplo, minha SvCO2 está < 70, hematócrito está 32, o que tem que ser feito?
o Fazer uma droga inotrópica positivo: dobutamina.
Caso clínico 2
• Idoso de 67 anos, foi internado no pronto atendimento, levado por familiares, com diagnóstico de acidente
vascular cerebral há 7 dias, devido a piora do quadro. Paciente com antecedente de hipertensão arterial não
controlada e obesidade.
• No 3º DIH na UTI, o paciente evoluiu com febre de 39, 5 °C, piora de leucocitose e aumento do PCR. Paciente no
terceiro dia de cateter venoso central na subclávia a direita e sonda vesical. Ao exame físico, apresentou-se MEG,
taquicárdico, febril, descorado, PA: 90x60 mmHg, frequência cardíaca: 124 bpm e FR: 32 rpm, aparelho
respiratório com murmúrio vesicular diminuído com estertores finos bibasais.
• Questões:
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Sepse
OBS: Lembrar que PVC (normal de 8 – 12) me diz sobre a volemia.
Caso clínico 3
• História:
o JLM, 25 anos, casada, professora, protestante, natural e residente de São Paulo – SP. Procura o OS de
Higienópolis por apresentar disúria, hematúria, polaciúria, náuseas, vômitos, dor lombar bilateral ao
deambular, febre não aferida há 3 dias, fraqueza generalizada e sensação de desmaio.
o Nega antecedentes patológicos.
o Nega tabagismo e/ou etilismo.
• Exame físico:
o Paciente com confusão, consciente (Glasgow: 15), hidratada, hipocorada (2+/4+), anictérica, acianótica,
dispneica (FR: 25 irpm), febril (Tax: 40 °C), enchimento capilar diminuído.
o AR: tórax atípico, expansibilidade normal, FTV normal, MV audível em ambos os pulmões, sem ruídos
adventícios.
o ACV: RCR 2T com bulhas normofonéticas sem sopros e/ou extrassístoles. FC: 100 bpm, PA: 80x40 mmHg.
o Abdômen: plano, peristalse presente, indolor a palpação superficial e/ou profunda sem VGM
(visceromegalias).
o AGU: punho percussão lombar dolorosa bilateralmente.
• Questões:
(3) Quais exames complementares devem ser solicitados para confirmação do diagnóstico?
• Evolução:
o Paciente foi internada e instituída a terapêutica prescrita por você, entretanto, manteve-se hipotensa,
PAM menor que 65 mmHg e PVC 7 cmH20 apesar do resgate volêmico e lactato arterial 6 mmol/L, Hto: 25
VcO2:
• Foram instituídas todas as medidas prescritas por você, mas a paciente ainda mantém PAM < 65 mmHg.
(7) Ela evoluiu com coagulação intravascular e insuficiência hepática grave e encontra-se em coma neste momento.
Qual hipótese diagnóstica?
• Disfunção de múltiplos órgãos (DMOS).
Caso clínico 4
• Paciente de 66 anos, com DPOC grave, uso crônico de corticoide, em internação hospitalar há 2 dias, com O2 sob
cateter durante todo o período hospitalar. Há 24 horas iniciou um quadro de febre 39 °C, dispneia intensa, com
FR: 32 irpm, tosse produtiva e PA: 90x45 mmHg, confusão mental e diurese de 350 mL nas últimas 12 horas. O
exame pulmonar apresenta expansibilidade diminuída, FTV aumentado com base e 1/3 médio de hemitórax
esquerdo, macicez a percussão em base e 1/3 médio de hemitórax esquerdo, e ausculta com murmúrio vesicular
diminuído, com som bronquial com estertores finos em 1/3 médio e base esquerda com ressonância vocal
aumentada em 1/3 médio e base esquerda. Gasometria lactato de 6 mmol/L e gasometria com P/F: 100 mmHg.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Introdução
• As hepatites agudas podem evoluir de forma benigna, prolongada (benigna, porém com longo curso de doença) e
grave (fulminante).
• Hepatite é uma forma genérica de eu definir um dano hepatocelular.
• O que pode causar uma hepatite:
o Agressão imunológica.
o Vírus, bactérias, fungos ou protozoários.
o Doenças metabólicas.
▪ Exemplo: Doença de Wilson.
o Agressão por tóxicos:
▪ Álcool, medicamentos ou químicos.
Agentes etiológicos
• Vírus hepatotrópicos:
o A, B, C, D, E, G, TT.
o B, C e D podem cronificar, e essa cronificação leva em torno de 15 a 20 anos de evolução.
o A e E não cronificam.
• Outros vírus:
o Herpes vírus: EBV, CMV.
o Enterovírus.
o Adenovírus.
o Febre amarela.
OBS: O Vírus da hepatite D precisa que a pessoa esteja infectada com o vírus da hepatite B para conseguir fazer
infecção nesse indivíduo. Então a mesma profilaxia para hepatite B serve para hepatite D.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Epidemiologia das hepatites virais
• Doenças de distribuição universal.
• Diferenças regionais na ocorrência.
• Causadas por vírus hepatotrópicos.
• Magnitude e transcendência elevadas.
• Transmissão entérica (hepatites A e E).
• Transmissão sanguínea e sexual (hepatites B, C e D).
Hepatites viral A
Introdução
• Vírus da hepatite A (VHA; HAV).
• Membro da família Picornaviridae.
• RNA (+), não envelopados.
• Associada a baixas condições de sanitarismo e alta incidência em populações economicamente mais pobres.
• Predomina em adultos jovens e crianças.
• Tem uma ampla excreção nas fezes.
• Transmissão:
o Via fecal-oral (contato direto ou indireto).
o Contaminação de águas, alimentos lavados com
água contaminada.
o Frutos do mar em águas poluídas não filtradas ou
fervidas.
o Sistema de esgotos deficientes.
o Muito comum ser transmitida ou ocorrer em
viajantes.
Quadro clínico:
• O indivíduo pode ser sintomático ou assintomático.
o Sintomática:
▪ Anictérica.
• Diarreia, dor abdominal, esplenomegalia, fadiga, febre, hepatomegalia, mal-estar,
mialgia, náuseas e vômitos.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
▪ Ictérica.
• Elevação de ALT e AST.
• Procedendo a icterícia, muitas das vezes, a colúria (a pigmentação da urina) se manifesta,
sendo a queixa inicial dos pacientes.
▪ Colestática.
• Icterícia e prurido.
• ↓ ALT – AST.
o Lembrando que ALT é mais específica do fígado, mostrando que tem alguma lesão
hepatocelular.
o O que causa dano hepatocelular é a resposta mediada por linfócitos Th1 (resposta
pró-inflamatória).
o Valor normal de ALT e AST: 40 unidades/L.
• ↑ GGT – FA.
• ↑ bilirrubinas.
▪ Prolongada.
▪ Fulminante.
• Reconhece a hepatite na forma fulminante quando o indivíduo evolui com encefalopatia
no quadro agudo de hepatite viral, e isso não é comum, geralmente o indivíduo evolui
com encefalopatia na forma crônica da hepatite.
• Elevação das aminotransferases e após isso, abruptamente, diminuição das
aminotransferases, evoluindo para encefalopatia.
▪ Manifestações extra-hepáticas.
• Anemia aplástica, artralgia trombocitopenia, púrpura de Henoch-Schonlein, Guillain-
Barré, mononeurite, pancreatite, artrite, meningoencefalite, crioglobulinemia, vasculites
e exantema.
o Assintomática:
▪ < 6 anos: 10% icterícia.
▪ 6-14 anos: 40 a 50% icterícia.
▪ > 14 anos: 70 a 80% icterícia.
• 1 a 2 anos: 85% assintomáticos.
• 3 a 4 anos: 50% assintomáticos.
• > 5 anos: 20% assintomáticos.
• Adolescentes e adultos jovens: 3% a 20% assintomáticos.
o Forma mais grave da doença é em adolescentes e adultos jovens.
OBS: Pródromo: é um sinal ou grupo de sintomas que pode indicar o início de uma doença antes que sintomas
específicos surjam.
Evolução:
• Não cronifica.
• Insuficiência hepática fulminante.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Diagnóstico
• Inespecífico:
o ALT – AST.
▪ Inflamação/necrose.
o FA – GGT.
▪ Colestase.
o Albumina – TAP.
▪ Função hepática.
• Específico:
o Anti - VHA.
▪ IgM: infecção atual recente.
▪ IgG: infecção pregressa, imunidade permanente.
o RNA – VHA.
Observação: indivíduo com IgM positivo e IgG negativo significa que ele tem hepatite viral aguda A. Indivíduo com IgM
positivo e IgG positivo significa que tem hepatite viral aguda A em soroconversão. E se o indivíduo apenas tiver o IgG
reagente significa que ele já teve um passado, ou de doença ou de imunização, (cicatriz imunológica).
Diagnóstico da hepatite A
• IgM – VHA: infecção aguda.
• IgG – VHA: contato com o vírus.
• PCR – VHA: infecção aguda.
• Hepatite A prolongada: associação com HLADRB1*1301.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Tratamento:
• Sintomáticos/suporte:
o Repouso: relativo (depende da idade, sintomas etc.).
o Dieta: habitual para a idade.
o Internação hospitalar: vômitos incoercíveis, distúrbios
hidroeletrolíticos, coagulopatias e insuficiência
hepática fulminante.
o IFH: transplante hepático.
Prevenção
• A vacina é administrada em todas as crianças com 15 meses em uma dose única (introduzido pela PNI – programa
nacional de imunização, recentemente, antigamente não tinha).
• Profilaxia é feita até no máximo 72 horas após o contato com o vírus.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Hepatite viral E
Introdução
• Vírus entérico com doença hepática autolimitada, mas com elevada mortalidade nas gestantes, quando
comparado ao vírus da hepatite A.
• Acomete esporadicamente em formas de epidemias.
• A vacina efetiva ainda não está disponível.
Virologia
• 1970, índia (Kashmir & Deli), Khuroo and Wong et al;
• 1973, Balayan et al, hepatite entérica não A não B;
• RNA vírus, fita simples, senso +, desprovido de envelope, icosaédrico.
• Gênero Hepevírus, família Hepeviridiae.
• Possui 4 genótipos, no Brasil genótipo 1.
Epidemiologia e transmissão
• Países em desenvolvimento ocorrem epidemias.
• Países desenvolvidos ocorrem casos esporádicos.
• Modo de transmissão:
o Fecal-oral (água e alimentos contaminados).
o Transfusão sanguínea (Japão).
Patogênese
• Período de incubação:
o 28 a 40 dias.
• Excreção do vírus nas fezes:
o 2 a 6 semanas após o início da doença.
• Com 2 semanas já apresenta anticorpos IgM positivos (sorologia) e PCR positivo com 9 dias, após a infecção.
Patologia
• Lesão hepatocelular: causa alteração da morfologia do fígado.
o Hepatite aguda;
o Hepatite colestática;
o Hepatite fulminante.
▪ Principalmente em gestantes.
Manifestações clínicas
• Sintomas gerais:
o Flue-like, fadiga, rash, artralgia, mal-estar, anorexia, náuseas, vômitos, digeusia (alteração do paladar),
febre 38-39 graus, colúria, icterícia, dor abdominal em andar superior do abdome, diarreia,
esplenomegalia 10 a 15% dos pacientes.
• Resolução das alterações enzimáticas em torno de 6 semanas, porem das alterações histológicas após 6 meses.
• Gestantes:
o A infecção por VHE na gestação está relacionado com alta
mortalidade devido as taxas de hepatite E fulminante (15 a
25%) no 3º trimestre.
o Não está associada a anomalias genéticas nem a transmissão
vertical.
Diagnóstico
• Diagnóstico difícil, pois raramente pensam em hepatite viral E,
pensam que é hepatite viral A.
• Sorologia Anti-HEV IgM e IgG.
• PCR.
o Não muito utilizado.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Exemplos
• Paciente chega com Anti-HEV IgM positivo e Anti-HEV IgG negativo, o que significa?
o Hepatite E aguda.
• Paciente chega com Anti-HEV IgM positivo e Anti-HEV IgG positivo, o que significa?
o Hepatite E aguda em soroconversão.
• Paciente chega com Anti-HEV IgM negativo e Anti-HEV IgG positivo, o que significa?
o Cicatriz imunológica por doença.
Hepatite viral B
Introdução
• Família Hepadnaviridae e gênero Orthohepadnavirus.
• O genoma do HBV é DNA circular e parcialmente duplicado (fita incompleta) e com replicação do genoma viral por
enzima transcriptase reversa.
• As partículas virais esféricas com diâmetro de 42 nm, compostas de envelope externo proteico que constitui o
HBsAg. O glicocapsídeo possui simetria icosaédrica e é constituído pela proteína do core ou núcleo (HBsAg) e pelo
genoma viral.
• É considerado um vírus oncogênico e apresenta 10 genótipos, classificados de A a J.
o Os genótipos têm um impacto na terapêutica.
Vírus da hepatite B
• O HBV possui tropismo pela célula hepatite e, ao se ligar a
receptores presentes na superfície celular, é internalizado e
perde seu envoltório.
• Em seguida, o conteúdo viral migra para o núcleo e replica-se por
meio de um sistema semelhante ao dos retrovírus.
• HBeAg positivo: me diz que o vírus está em replicação maciça.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Hepatite B no mundo e no Brasil
• Período de incubação: 30 a 180 dias.
• Transmissão:
o Por solução de continuidade: alicate, barbeador etc.;
o Sexual;
o Parenteral – compartilhamento de agulhas, seringas, tatuagens etc.
o Vertical – materno-infantil.
• 350 milhões de portadores crônicos e 600.000 mortes/ano no mundo.
• 2 milhões de portadores crônicos no Brasil.
• 100x mais infectante que o HIV.
• Risco de progressão para hepatite crônica (5 a 10% em adultos e 70 a 90% em crianças).
• Intrínseca relação com hepatocarcinomas.
• Tendência a redução com a implantação da vacinação.
HBV: marcadores
• Componentes:
o Antígeno “s” – superfície.
o Antígeno “c” – core.
o Antígeno “e” – envelope.
▪ Me diz se tem replicação viral.
• Virologia:
o DNA do HBV.
• Sorologia:
o HBsAg/anti-HBs.
o Anti-HBc (total – IgG; IgM).
o HBeAg/anti/HBe.
• HBV-DNA qualitativo:
o HBV-DNA quantitativo.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
o OBS: O HBV-DAN é pedido apenas nos pacientes com hepatite crônica. A hepatite aguda a gente faz
acompanhamento ambulatorial.
Observações importantes
• HBsAg: significa que o vírus está no sangue (“estou com vírus da hepatite B”).
• HBeAg: significa que o vírus está replicando no sangue (“replicação viral
maciça”).
• HBcAg (antígeno do core): não é possível dosar ele no sangue periférico,
só no hepatócito. Mas é possível detectar o anticorpo. E o anticorpo me
diz se a infecção é mais recente ou se ela é mais “crônica”, mais
duradoura. Mas preste ATENÇÃO: quem me diz se a hepatite B é aguda
ou crônica é a persistência em sangue periférico de HBsAg. Então se eu
tenho HBsAg menos de 6 meses, a hepatite B é aguda. Agora, se eu tiver
HBsAg mais de 6 meses, a hepatite B é crônica.
• Anticorpos que conseguimos detectar:
o Anti-HBc IgM.
o Anti-HBc IgG.
o Anti-HBs.
o Anti-HBe.
• Exames de triagem para hepatite B:
o HBsAg.
o Anti-HBc IgM e IgG.
o Anti-HBs.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Progressão da doença
(ao lado)
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Infecção pelo HBV
• Infecção crônica pelo HBV é um processo dinâmico, dividido em 5 fases:
o Fase imunotolerante.
o Fase imunorreativa.
o Fase portador inativo.
o Fase de reativação.
o Fase HBsAg negativa.
Fase imunotolerante
• A denominação de fase, deve-se ao fato de a replicação viral ser tolerada pelo sistema imunológico do hospedeiro.
• Elevada replicação viral (> 20.000 UI/mL), sem vidências de agressão hepatocelular.
• É caracterizada por HBeAg: reagente e elevados índices de HBV-DNA sérico, indica replicação viral com níveis de
aminotransferases normais ou próximos do normal, pouca atividade necroinflamatória no fígado e lenta
progressão de fibrose.
• Essa fase é geralmente mais longa nos indivíduos infectados por transmissão vertical.
• Em virtude da elevada viremia, os pacientes nessa fase podem transmitir a doença com maior facilidade.
• HBsAg por mais de 6 meses, pois só ocorre em pacientes com hepatite B crônica.
• Resumindo:
o HBsAg (+)
o HBeAg positivo (+).
o Anticorpos:
▪ Anti-HBc IgM (--).
▪ Anti-HBc IgG (+).
▪ Anti-HBs (--).
▪ Anti-HBe (--).
o Aminotransferases normais ou discretamente elevadas (1,3 a 2 x limite superior normal).
o HBV-DNA (carga viral) muito elevada.
OBS: É fácil identificar uma pessoa de 20 anos que chega com vírus da hepatite B e dizer se ela pegou por relação
sexual ou transmissão vertical. Porque se com 20 anos de idade ela chega descompensado, com ascite, estado “bem
ruim” significa que foi por transmissão vertical e ele está carregando esse vírus faz tempo, porque se fosse recente,
ele não estaria “tão mal”, estaria no máximo com icterícia, náuseas.
Fase imunorreativa
• Nessa fase, a tolerância imunológica esgota-se diante da incapacidade do sistema imune de eliminar o vírus.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
• É caracterizada por HBeAg reagente e por menores índices de HBV-DNA sérico, indicativo de menor replicação
viral.
• Os valores das aminotransferases podem apresentar flutuações, e a atividade necroinflamatória no fígado, por
sua vez, pode ser moderada ou grave. A progressão da fibrose é acelerada.
• Essa fase pode durar de várias semanas a vários anos e encerra-se com a soroconversão para anti-HBe.
Fase de reativação
• Essa fase pode surgir após o período inativo, quando ocorrerem mutações na região pré-core e/ou core-promoter
do vírus, mantendo-se a replicação viral mesmo na vigência de HBeAg não reagente.
• A atividade necroinflamatória e de fibrose no fígado persistem durante essa fase.
• A hepatite B crônica HBeAg não reagente também está associada a baixas taxas de remissão espontânea e risco
elevado para complicações, como cirrose descompensada e CHC.
• O acompanhamento regular é imperativo para o paciente nessa fase.
Diagnóstico laboratorial
• Pesquisa dos marcadores sorológicos ELISA (ensaio imunoenzimático).
• HBsAg → Anti-HBs.
• HBcAg → anti-HBc IgM e anti-HBc IgG.
o Não é pesquisado em sangue periférico. Só consegue detectar ele
dentro do hepatócito.
• HBeAg → anti-HBe.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
• HBV-DNA.
o É importante nas formas crônicas, para definir a fase da doença em que o indivíduo se encontra.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Vacinas
• Dada em dose única assim que o bebê nasce.
• A partir de plasma de portadores (antiga).
• HBsAg clonado em leveduras.
• Vacina: Hbsag recombinante.
• Vacinação: após 3 doses: 95% reagentes.
• Pessoas de alto risco:
o Áreas de saúde;
▪ 3 doses.
• 1ª dose; 30 a 60 dias depois a 2ª dose, e 6 meses depois a 3ª dose. Dosar Anti-HBs depois
da 3ª dose para dizer que esse indivíduo está totalmente imunizado.
o Parceiros sexuais de portadores;
o Filhos de mães portadoras;
o Homossexuais, prostitutas, tatuados;
o Pessoas com contato com sangue, contato sexual com
contaminados.
• Imunização passiva:
o Em não imunes, após episódio único de exposição
(exemplo: agulhas).
• Imunoprofilaxia:
o No máximo até 72 horas, para adultos.
o Para RN até no máximo 12 horas.
• OBS: Vacinados desenvolvem somente Anti-HBsAg.
Hepatite viral D
Transmissão
• Parenteral.
• Solução de continuidade.
• Sexual.
• Vertical.
Diagnóstico
• Anticorpos IgM anti-Delta no soro.
• Ag Delta no soro ou fígado (biópsia).
• Pacientes portadores de hepatite B residentes em áreas endêmicas ou com antecedente epidemiológico
correspondente são candidatos à investigação.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Clínica
• Coinfecção:
o Doença severa aguda.
o Baixo risco de infecção crônica.
o Esse indivíduo adquiriu os dois vírus (vírus B e Delta) ao mesmo tempo.
o Aumento das aminotransferases.
o As chances de fazer soroconversão é maior na coinfecção do que na superinfecção.
• Superinfecção:
o Usualmente desenvolvem HD crônica.
o O risco de desenvolvimento da infecção crônica torna-se significativamente maior na superinfecção
(79.9%) quando comparado à coinfecção (3%) ou à hepatite B clássica.
o Pode se apresentar como hepatite aguda.
o O indivíduo já tinha uma infecção e reinfectou com outro vírus (tinha hepatite B e adquiriu hepatite D).
Ou seja, tinha uma doença crônica (hepatite B) e adquiriu hepatite Delta, fazendo com que tivesse uma
doença crônica severa.
o A Antigenemia pré-existente do HBsAg favorece uma replicação intensa do HDV e consequente grave dano
hepático.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Prevenção
• Coinfecção por HBV-HDV:
o Profilaxia pré ou pós-exposição para prevenir a infecção por HBV.
• Superinfecção HBV-HDV:
o Educação para reduzir comportamento de risco entre portadores crônicos de HBV.
Hepatite viral C
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
• Maior incidência após os 50 anos de idade (alto percentual desconhece a condição de portador – doença
silenciosa).
Vírus hepatite C
• RNA vírus:
o Fita simples;
o Proteínas estruturais (core e envelope);
o Proteínas não estruturais.
• Família: Flaviviridae.
• Gênero: Hepacivirus.
• Genótipos:
o 1 a 6 sendo subdivididos em mais de 50 subtipos (1a, 1b, 2a,
etc).
Evolução da HVC
• Aguda sintomática (ictérica): 1-5% dos casos.
• Assintomáticos: 90% dos casos.
• Cronificação em 60-90%.
• 20-40% dos pacientes evoluem, em 20-30 anos para cirrose
hepática.
• Progressão:
o Progressores rápidos:
▪ Que evoluem para cirrose em menos de 20
anos.
o Progressores intermediários:
▪ Que evoluem para cirrose em 20 a 50 anos.
o Progressores lentos ou não Progressores:
▪ Que podem levar mais de 50 anos para desenvolverem cirrose.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Diagnóstico
• (1) Anti-HVC.
o O RNA do HCV pode ser identificado no soro ou plasma antes da presença do Anti-HCV. A presença do
HCV-RNA pode ocorrer cerca de duas semanas após a exposição ao agente infeccioso.
o A presença dos anticorpos anti-HCV é mais tardia e ocorre cerca de 30 a 60 dias após a exposição ao vírus.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
• A definição de hepatite C crônica se dá por:
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
Questões que cairam nas provas passadas
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hepatites virais
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
Relembrar é importante
• Sobre hepatite A:
o Anti-HAV IgM – é o primeiro marcador a ser solicitado na
suspeita clínica de infecção da hepatite A. É o marcador
da fase aguda da infecção. Torna-se positivo no início do
quadro clínico, desaparecendo após 3 a 6 meses.
o Anti-HAV IgG – é o anticorpo indicativo de infecção
passada, em relação ao vírus da hepatite A. Está presente
na fase de convalescença e na resposta vacinal, persiste
indefinidamente.
• Sobre hepatite B:
o HBsAg – através dele descobrimos se o paciente está
com vírus.
o Anti-HBs – através dele descobrimos se o paciente
está com imunidade contra o vírus.
o IgM presente significa fase aguda (infectou
recentemente).
o IgG significa memória (pode ser com vacina por
exemplo).
o O HBeAg é característico de proliferação do vírus. As
vezes o vírus penetra e fica latente. Mas depois de
alguns meses, por exemplo, pode ser devido à baixa
imunidade da pessoa, o vírus começa a replicar. Ou
então pode ser que o vírus penetra na pessoa e já
começa a replicar.
o Anti-HBs – neutraliza o HBsAg. Então quando o Anti-
HBs aparece significa que está evoluindo para a cura.
• Sobre hepatite C:
o Anti-HCV:
▪ Marcador feito na suspeita de infecção pelo vírus da hepatite C.
▪ Quando encontrado no soro dos indivíduos suspeitos da infecção pelo vírus da hepatite C, esse
anticorpo não define se a infecção é aguda ou crônica.
▪ Para confirmar a infecção deve-se realizar o teste de biologia molecular quantitativo: HCV-RNA
(PCR).
o Em pessoas com hepatite crônica, o teste de HCV RNA deve ser realizado para avaliar a replicação viral e
confirmar o diagnóstico de infecção por HCV.
• Sobre hepatite D:
o Coinfecção: indivíduo é infectado pelo vírus B e D ao mesmo tempo.
▪ HBsAG: +
▪ Anti-HBc total: +
▪ Anti-HBc IgM: +
▪ Anti-HDV total: + (as custas de IgM e IgG).
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
o Superinfecção: primeiro ele adquire a B (crônica) e depois a Delta.
▪ HBsAG: +
▪ Anti-HBc total: +
▪ Anti-HBc IgM: -
▪ Anti-HDV total: + (as custas de IgM e IgG).
• Sobre hepatite E:
o Paciente chega com Anti-HEV IgM positivo e Anti-HEV IgG negativo, o que significa?
▪ Hepatite E aguda.
o Paciente chega com Anti-HEV IgM positivo e Anti-HEV IgG positivo, o que significa?
▪ Hepatite E aguda em soroconversão.
o Paciente chega com Anti-HEV IgM negativo e Anti-HEV IgG positivo, o que significa?
▪ Cicatriz imunológica por doença.
Observações:
• Tudo que tiver “Anti” eu estou me referindo ao anticorpo.
• Tudo que tiver “Ag” eu estou me referindo ao antígeno.
• No anticorpo Anti-HBc eu tenho também IgM e IgG.
• HBsAg: através dele descobrimos se o paciente está com o vírus.
• Anti-HBs: através dele descobrimos se o paciente está com imunidade contra o vírus.
• A vacina da hepatite B contém o vírus inteiro, portanto, na vacina, como eu tenho o vírus inteiro, o CORE não está
exposto, então seu corpo só tem acesso ao antígeno de superfície.
• Quando seu organismo entra em contatos com esses antígenos, seu organismo cria anticorpos. Então quando eu
entro em contato com o antígeno de superfície, eu crio anticorpo contra a proteína de superfície da hepatite B
(Anti-HBs).
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
Marcadores:
Exemplo 1
• Vacinação previa: o paciente está com imunidade contra o vírus da hepatite B.
• Cicatriz imunológica: está com memória contra o vírus da hepatite B de CORE, em algum momento entrou em
contato com ele.
Exemplo 2
• Fase aguda Inicial:
o HBsAg + → Está com o vírus.
o IgM → Diz se é de fase aguda. Como ele está positivo
significa que é de fase aguda.
o IgM + e IgG - → Ainda é tão inicial que o IgG ainda nem
começou a ser produzido. (fase inicial).
o HBeAg + → Significa que o vírus está replicando.
o Anti-HBe - → Ainda não foi criado anticorpos de
replicação.
Exemplo 3
• Hepatite crônica em replicação:
o HBsAg + → Está com o vírus.
o HBeAg + → O vírus está replicando.
o IgG + e IgM - → É crônico porque só tem IgG e não tem
IgM.
3
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
Exemplo 4
• Hepatite crônica não replicativa:
o HBsAg + → Está com o vírus da hepatite.
o HBeAg - → Significa que o vírus não está
replicando.
o Anti-HBe _ → Em algum momento o vírus já
replicou.
o IgM – e IgG + → Significa que está na fase crônica.
o Anti-HBs - → Ele não está evoluindo para a cura.
Exemplo 5
4
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
Caso 1
• Cirurgião refere, há duas horas, exposição percutânea com bisturi em paciente com sorologia HBsAg reagente e
anti-HCV reagente. O paciente-fonte está assintomático e não vem em tratamento pois os exames foram
realizados há 1 mês. O cirurgião refere ter completado o esquema de vacinação para hepatite B há 1 ano. Sua
sorologia anti-HBs, realizada dois meses antes do acidente, mostra título de 4 mUI/mL.
Caso 2
• S.T.B., 18 anos, masculino, natural e residente de Porto Velho – RO, solteiro, católico, comparece a unidade de
Pronto Atendimento (UPA) Zona Sul, queixando-se de náuseas, vômitos, dor abdominal em andar superior do
abdômen, colúria, icterícia (3+/4+), anorexia há 5 dias.
• Nega patologias prévias, cirurgias, tatuagens, piercing e /ou hemotransfusões. Relata intercurso sexual sem uso
de preservativo há 2 meses atrás. Imunizações em dia. Nega viagens nos últimos 12 meses. Foi atendido pela
plantonista, que solicitou exames laboratoriais e, encaminhou para o ambulatório de infectologia do cemetron.
Na consulta com a Dra. Stella, entre os seguintes exames laboratoriais:
• HBsAg (reagente), Anti-HBs (não reagente), Anti-HBc IgM (reagente), HBeAg (reagente), Anti-HAV IgG (reagente),
Anti-HDV IgM (reagente), AST 1200 U/L, ALT: 1800 U/L, BT: 6 mg/dl.
Caso 3
• Paciente do sexo masculino com 46 anos de idade, previamente hígido, sem acompanhante médico regular,
proveniente da zona urbana de Pelotas/RS, apresentava queixa de mialgia difusa e cefaleia nucal havia 10 dias,
5
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
acompanhado de febre, inapetência, náuseas e vômitos. Quando procurou atendimento médico, tinha importante
dor em panturrilha bilateral e referia coloração amarelada na pele prévia à consulta.
• No entanto, o principal motivo que fez o paciente procurar atendimento foi o fato de apresentar diminuição da
diurese. Ao exame físico, apresentava hiperemia conjuntival, pressão arterial normal e estava anictérico. O
paciente referia morar em local sem saneamento básico, e que mantinha contato frequente das mãos com água
de chuva, quando realizada afazeres do lar.
• O primeiro exame laboratorial realizado mostrava uma creatinina sérica igual a 11,3 mg/dl e uma ureia igual a 297
mg/dl. Devido ao quadro de azotemia, o paciente foi então encaminhado com urgência para o serviço de
nefrologia, a fim de realizar sessões de hemodiálise diária.
• Exames laboratoriais da internação mostravam contagem de leucócitos de 13.320/μl (neutrófilos 85%, linfócitos
12%, eosinófilos 1%), um nível de hemoglobina igual a 11 g/dl, contagem de plaquetas 362.000/μl, creatinina
sérica 10,67 mg/dl, ureia sérica 257 g/dl, sódio sérico 139,5 mEq/L, potássio sérico 3,79 mEq/L, bilirrubina total de
1,33 mg/dl (bilirrubina direta 1,25 mg/dl e bilirrubina indireta 0,08 mg/dl). AST e ALT elevadas 5 x LSN.
Caso 4
• Paciente de 7 anos de idade evoluindo com colúria, inapetência e febre há 3 dias. Ao exame físico, mucosas
ictéricas (2+/4+), hepatomegalia e esplenomegalia discretas. Os exames laboratoriais evidenciaram ALT 2500 UI e
AST 1900 UI.
3) Qual medida profilática a ser administrada nos irmãos mais novos de 6 meses e 1,2 meses respectivamente.
• Lembrar que a vacina é dada com 15 meses.
• Fazer higienização básica;
• Imunoglobulina específica para o vírus A. Deve ser administrada o mais precocemente possível (até no máximo 72
horas).
Mais exemplos
(aqui ninguém se cansa de aprender ainda mais – É 10 na prova)
Caso 1
• HBsAg + sem doença hepática crônica
• Anti-HBs –
• Anti-HBc IgM+/IgG-
• HBeAg +
• Anti-HBe –
• Diagnóstico:
o Hepatite B aguda com replicação viral.
Caso 2
• HBsAg + com doença hepática crônica
• Anti-HBs –
• Anti-HBc IgM-/IgG+
• HBeAg +
6
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
• Anti-HBe –
• Diagnóstico:
o Hepatite B crônica, já que tem a doença hepática crônica, mas com replicação viral porque HBeAg +.
Caso 3
• HBsAg -
• Anti-HBs +
• Anti-HBc IgM-/IgG-
• HBeAg -
• Anti-HBe –
• Diagnóstico:
o Imunização (Ac pós vacina).
Caso 4
• HBsAg -
• Anti-HBs +
• Anti-HBc IgM-/IgG+
• HBeAg +
• Anti-HBe –
• Diagnóstico:
o Imunidade após doença hepatite B curada, já que não tem HBsAg +, mas tem o Anti-HBs, que significa que
ele teve contato com o vírus, não somente com a vacina.
Observação:
• Para estar com a doença precisa de HBsAg (+).
• Para diferenciar aguda ou crônica ver a permanência da positividade do HBsAg (> 6 meses – crônica).
• Vacina: somente Anti-HBsAg (+).
• Contato com o vírus, seja doente ou imunizado pós cura: Anti-HBc.
Caso 5
• HBsAg -
• Anti-HBs +
• Anti-HBc IgM-/IgG+
• HBeAg -
• Anti-HBe –
• Diagnóstico:
o Imunidade pós doença hepatite B curada, já que não tem HBsAg (+).
Caso 6
• HBsAg -
• Anti-HBs -
• Anti-HBc IgM-/IgG+
• HBeAg -
• Anti-HBe –
• Diagnóstico:
o Teve a doença há muito tempo, foi curado e os níveis de anticorpos diminuíram. Faz vacina no paciente e
30 dias depois faz Anti-HBs e Anti-HBc para ver se soroconverteu.
Caso 7
• HBsAg + há 30 anos
• Anti-HBs -
• Anti-HBc IgM-/IgG+
• HBeAg -
• Anti-HBe +
7
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Casos clínicos de Hepatite
• Com ALT aumentada
• Anti-HDV IgM -/Total -
• Diagnóstico:
o Hepatite B crônica com mutante pré-core.
Caso 8
• HBsAg + há 4 meses
• Anti-HBs -
• Anti-HBc IgM+/IgG+
• HBeAg -
• Anti-HBe +
• Diagnóstico:
o Hepatite B aguda sem replicação viral.
8
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecções das vias aéreas superiores
Parainfluenza
• Causam 5-15% de todas as IVAS (infecções de vias aéreas superiores) em crianças.
• Sintomas:
o Tosse seca no início, evoluindo com expectoração mucoide em quantidade variável.
o Febre, astenia, cefaleia, mal-estar e dor torácica secundária à tosse.
o Dispneia em paciente com doença pulmonar de base.
o Crupe (laringotraqueobronquite).
▪ Manifestação mais comum das infecções por vírus parainfluenza vírus.
• “Basicamente é o resfriado comum que nós pegamos no dia a dia”.
o Lembrar que resfriado é bem diferente de Síndrome gripal.
• Diagnóstico:
o Clínico;
o Laboratorial (aspirados nasofaríngeo e lavados de garganta).
▪ Isolamento viral.
• O tempo ideal de aspirar essa secreção para isolamento viral é até no máximo 3º ao 5º
dia de sintomas (que é quando tem um pico de viremia).
▪ Detecção de anticorpos por imunofluorescência direta e ELISA.
▪ Reação de cadeira de polimerase (PCR).
• Tratamento:
o Não há terapia específica antiviral.
o Casos GRAVES de crupe deverão ser hospitalizados e mantidos sob oxigenação.
o Não há vacina.
Rinovírus
• Picornaviridae:
o Rhinovirus/Rinovírus.
• Epidemiologia:
o Sinônimo de resfriado.
▪ “aquele resfriado do dia a dia”.
o Agentes mais comuns de resfriados.
o > 100 tipos reconhecidos.
o Pouca imunidade cruzada.
o Número de resfriados decresce com idade, média de 50 resfriados na vida.
• Transmissão:
o Direta por gotículas (tosse).
o Indireta por contato (mãos e utensílios).
• Sintomas:
o Rinorreia, congestão nasal, espirros, dor de garganta, tosse seca, febre baixa.
o Manifestações mais localizadas nas vias aéreas superiores.
• Diagnóstico:
o Clínico;
o Laboratorial:
▪ Cultura do vírus, sorologia e PCR das secreções.
• Tratamento:
o Sintomático.
o Não há vacinas, possui muitos sorotipos.
o Uma medida muito importante é hidratar esse paciente.
o Inalação é apenas para ficar mais “fluída” a secreção que se encontra dentro do nariz.
o Lembre-se:
▪ Vacina contra gripe: ineficaz para resfriados.
Adenovírus
• Manifestações comuns são IVAS em crianças e adultos.
• Causam 5-15% de todas as IVAS em crianças, incluindo:
o Faringite, amigdalite, febre faríngeo-conjuntival, bronquite e pneumonia.
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecções das vias aéreas superiores
• AD7 (B1; 7) é causa frequente de IR grave, pode causar morte ou evoluir com sequelas pulmonares
(bronquiectasia, bronquiolite obliterante e pulmão hiperlucente).
• Pode causar:
o Infecção respiratória aguda;
o Faringite;
o Conjuntivite;
o Febre faringoconjuntival;
o Pneumonia em crianças;
o Adenite mesentérica;
o Queratoconjuntivite epidêmica;
o Meningoencefalite;
o Cistite hemorrágica.
• Diagnóstico:
o Clínico;
o Laboratorial:
▪ Cultura para isolamento viral.
▪ Sorologias para detecção de anticorpos por imunofluorescência direta e PCR em busca em
secreções.
▪ Tipagem/subtipagem: somente em laboratórios de referência.
Coronavírus humano
• Causa comum de resfriados.
• Causa 5% a 10% dos resfriados.
• Circula na comunidade.
• Síndrome respiratória aguda grave (SARG ou SADS):
o É causada por um Coronavírus recombinante;
o Provável recombinante entre amostras de Coronavírus de outras espécies;
o Mortalidade:
▪ 13% em < 60 anos (9,8 a 16,8%).
▪ 43% em > 60 anos (35 a 52%).
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Infecções das vias aéreas superiores
3
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
Histórico
• 1880, 1ª Pandemia de Gripe (H2N2).
• 1918, Gripe Espanhola (H1N1).
• 1957, Gripe Asiática (H1N1 – H2N2).
• 1968, Gripe Hong Kong (H3N2).
• 1976, Gripe Suína (H1N1).
• 2003, Gripe Aviária (H5N1).
• Abril de 2009, Gripe A (H1N1).
Os Vírus
• RNA, senso negativo.
• Família: Orthomyxoviridae.
• Gênero: Orthomyxovírus.
• Tipos: A, B, C.
o O tipo A é o que causa mais as pandemias e epidemias.
o O tipo B e C causam mais os resfriados no dia a dia.
• Antígenos de superfície:
o H (Hemaglutinina).
o N (Neuraminidase).
Tipos
• A:
o Humanos, suínos, equinos, aves e mamíferos marinhos.
o Antígenos shift e drift. Drift geralmente linear.
o Não tem ideia o que é antígeno drift e shift? Estranho
mesmo. Continue lendo que mais abaixo estará uma
explicação que irá clarear sua mente.
• B:
o Acomete humanos.
o Antígenos drift.
o Mais de uma variante pode co-circular.
• C:
o Humanos e suínos.
o Antígenos drift.
o Múltiplas variantes.
Variação antigênica
• Antígeno Drift:
o Variantes apresentam alguma identidade antigênica com a variante anterior (impulso antigênico).
o Períodos epidêmicos.
o “A mutação antigênica minor “drift” resulta do acumular de mutações
que alteram o tipo de aminoácidos nos epítopos das proteínas,
ocorrendo tanto na hemaglutinina como na neuraminidase, resultando
na alteração gradual do vírus. Essas alterações vão reduzir a ligação aos
anticorpos e assim à imunidade que já existia no hospedeiro facilitando
a disseminação do vírus.”
• Antígeno Shift:
o Variante com troca de genes entre diferentes subtipos, fenômeno
conhecido como rearranjo (deslocamento antigênico).
o “vira uma nova cepa”.
o Período de pandemia.
o “A mutação antigênica major “shift” resulta da alteração drástica das
proteínas superficiais (HA e NA) substituindo-se todo um segmento genético viral por outro segmento da
mesma proteína”.
1
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
Pandemias de influenza
Transmissão
• Direta:
o De pessoa para pessoa através de grandes gotículas (> 5 μm).
o Depositam diretamente na conjuntiva ou nas mucosas nasal
ou oral de uma pessoa susceptível.
• Indireta:
o Toque em um ambiente ou objeto contaminado com o vírus e
a seguir toca e inocula sua conjuntiva ou mucosa nasal ou oral.
o Período de incubação de 1 a 4 dias, em média 3 dias.
• OBS 1: Na influenza nós temos dois tipos de precaução: gotículas (dia
a dia) e aerossóis (ambientes/situações de internação).
• OBS 2: A influenza ocorre durante todo o ano, mas é mais frequente
no outono e no inverno, quando as temperaturas caem,
principalmente no Sul e Sudeste do país.
Manifestações clínicas
• Influenza não complicada:
o Febre (geralmente acima de 38 °C).
o Cefaleia.
o Mialgia.
o Calafrios.
o Prostração.
o Tosse seca.
o Dor de garganta.
• Influenza complicada:
o A evolução da gripe (influenza) geralmente rem resolução espontânea em sete dias, embora a tosse, o
mal-estar e a fadiga possam permanecer por algumas semanas. Complicações mais comuns:
▪ Pneumonia viral.
▪ Pneumonia bacteriana 2ª.
▪ Extrapulmonar.
▪ Sinusite, otite.
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
Manifestações clínicas de influenza
• A transmissibilidade:
o Adultos ocorre 24 h antes do início dos sintomas e principalmente até três dias após o final da febre.
o Crianças pode durar em média 10 dias.
o Imunossuprimidos por mais tempo.
• É uma infecção aguda febril (temperatura ≥ 37,8 °C) das vias aéreas, com a curva térmica usualmente declinando
após o período de dois a três dias e normalizando em torno do sexto dia de evolução.
o É uma doença bem autolimitada que dura no máximo 7 dias. Se a gente usar anti-inflamatório, vai acabar
fazendo excreção viral, e então não acabo fazendo a resposta do tipo imunológica pró-inflamatória para
eliminação viral, acabo potencializando a resposta anti-inflamatória.
• O aumento da temperatura corpórea é geralmente mais acentuado em crianças do que em adultos.
• Sinais e sintomas são súbitos:
o Calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, artralgias, prostração, rinorreia e tosse seca.
o Podem estar presentes diarreia, vômitos, fadiga, rouquidão e hiperemia conjuntival.
o As queixas respiratórias tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantem-se, por 3 a 4
dias após o desaparecimento da febre.
o A rouquidão e a linfadenopatia cervical mais comuns em crianças.
o A evolução usual da gripe é a resolução espontânea em 7 dias, embora a tosse, o mal-estar e a fadiga
podem permanecer por algumas semanas. Alguns casos podem evoluir com complicações.
Complicações
• A evolução da gripe (influenza) geralmente tem resolução espontânea em 7 dias, embora a tosse, o mal-estar e a
fadiga possam permanecer por algumas semanas.
• Alguns casos podem evoluir com complicações:
o Pneumonia bacteriana.
o Sinusite.
o Otite.
o Desidratação.
o Piora de doenças crônicas como insuficiência cardíaca, asma ou diabetes.
o Pneumonia primária por influenza.
Precauções
• Precauções de isolamento de gotículas e aerossóis.
• Higienização das mãos:
o Preparação alcóolica;
o Lavagem simples das mãos com água e sabão.
• Uso de EPI:
o Avental com mangas longas e punho;
o Óculos ou protetor facial;
o Máscara cirúrgica:
▪ N95 ou PPF2 (somente se formar aerossóis).
o Gorro;
o Luvas.
Diagnóstico
• Clínico.
• Laboratorial:
o Isolamento viral.
o Imunofluorescência direta e ELISA.
o PCR.
• Radiológico:
o Radiografia de tórax.
Coleta de material
• Aspirado de nasofaringe.
o Usado para diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave por influenza.
• Swab combinado.
o Não é para diagnostico de síndrome respiratória aguda grave por influenza.
Tratamento
• Inibidores M2:
o Amantadina.
o Rimantadina.
• Inibidores de neuroaminidase:
o Oseltamivir.
o Zanamivir.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
Tratamento antiviral
• Síndrome gripal em pacientes SEM condições e fatores de risco para complicações:
o Iniciar sintomáticos e hidratação e o Oseltamivir deve ser considerado baseado em julgamento clínico,
preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início da doença.
o Estes pacientes devem receber orientações sobre retorno ao serviço de saúde se surgirem sinais de
agravamento do quadro.
o Todos os pacientes que apresentarem sinais de agravamento devem também receber de imediato o
tratamento com o fosfato de Oseltamivir.
• Síndrome gripal em paciente COM condições e fatores de risco para complicações:
o Iniciar sintomático e hidratação, está indicado o uso de fosfato de Oseltamivir para todos os casos de SG
que tenham condições e fatores de risco para complicações, independentemente da situação vacinal,
mesmo em atendimento ambulatorial.
o A terapêutica precoce proporciona, tanto na redução da duração dos sintomas como a ocorrência de
complicações da infecção pelos vírus da influenza em pacientes com condições e fatores de risco para
complicações.
Tratamento e Profilaxia
• O tratamento com o antiviral, de maneira precoce, pode reduzir a duração dos sintomas e, principalmente, a
redução da ocorrência de complicações da infecção pelo vírus influenza.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
Lembrando: SRAG sem indicação para internação em UTI é Isolamento por gotículas. Notificação é imediata, dentro
das primeiras 24 horas. Agora, SRAG com indicação para internação na UTI, aí é isolamento por aerossóis.
Síndrome gripal é de notificação semanal.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
Quimioprofilaxia
• Profissionais de laboratório não vacinadas, que tenham manipulado amostras clínicas de origem respiratória que
contenham o vírus influenza sem o uso adequado de Equipamento de Proteção Individual (EPI).
• Trabalhadores de saúde não vacinados que estiveram envolvidos na realização de procedimentos invasivos
(geradores de aerossóis) ou manipulação de secreções de um caso suspeito ou confirmado de infecção por
influenza, sem o uso adequado de EPI.
• Indivíduos com fator de risco para complicações para influenza e não vacinadas e com exposição à pacientes
suspeitos de influenza nas últimas 48 horas.
• Observação:
o Todas as pessoas submetidas à quimioprofilaxia devem receber orientação para procurar assistência
médica aos primeiros sinais de SG para avaliação de tratamento precoce com antiviral.
o Tratamento durante 10 dias.
Imunização
• Imunização ativa.
• Vacina contra influenza dose única anual.
• A vacinação anual contra influenza é a principal medida utilizada para se prevenir a doença.
• Pode ser administrada antes da exposição ao vírus.
• É capaz de promover imunidade durante o período de circulação sazonal do vírus influenza reduzindo o
agravamento da doença.
• É recomendada vacinação anual contra influenza para os grupos-alvos, mesmo que já tenham recebido a vacina
na temporada anterior, pois se observa queda progressiva na quantidade de anticorpos protetores.
Imunização grupos-alvos
• Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
• Crianças na faixa etária de 6 meses a < 5 anos de idade;
• Gestantes, puérperas até 45 dias após o parto;
• Trabalhadores de saúde;
• Povos indígenas;
• Grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições
clínicas especiais;
• Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
• População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional;
• Professores das escolas publicas e privadas.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Influenza (H1N1)
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
Introdução
• Doença infecciosa aguda do trato respiratório causada pela Bordetella
pertussis e Bordetella parapertussis.
• Alta contagiosidade.
• Causa tosse paroxística de intensidade variável e com duração de várias
semanas.
• Elevada letalidade em crianças menores de 1 ano, particularmente
menores de 6 meses.
Epidemiologia
• Infecção e imunização não conferem imunidade permanente.
• Os humanos são o único reservatório natural de Bordetella pertussis, não
tendo sido demonstrada a existência de portadores assintomáticos
crônicos.
• Contagiosidade familiar de 80 a 90%.
o Se tiver um único caso na família, ele consegue infectar todo o
restante da família.
• Maior gravidade em crianças < 6 meses e desnutridos.
• Notificação imediata (nas primeiras 24 horas) todo caso suspeito de
coqueluche.
• Uma das mais contagiosas moléstias infecciosas da infância com elevada taxa de transmissibilidade entre
lactantes.
• Moradores do mesmo domicílio: 70-100%.
• Transmissão maior nas fases iniciais da doença:
o Catarral e paroxística precoce.
• Transmissão aérea: gotículas, expelidas por pacientes tossidores:
o Trato respiratório superior de indivíduos susceptíveis.
• 30 a 50 milhões de casos/ano; 300.000 mortes/ano.
Etiologia
• Agentes etiológicos:
o Bordetella pertussis e Bordetella parapertussis.
• Cocobacilo gram negativo, aeróbio fastidioso (“molengo” para crescer em meio de cultura).
• São exclusivas dos seres humanos.
• Fator de maior virulência é a toxina pertussis.
Fisiopatogenia
• Pertactina e aglutinogênio:
o Adesão ao epitélio de trato respiratório.
• Toxina traqueal:
o Estase ciliar.
▪ Isso causa uma maior secreção.
o Efeito citopático traqueal (causa morte celular).
• Toxina adenilcilase:
o Inibe função fagocítica dos leucócitos.
o Induz apoptose dos macrófagos.
• Toxina pertussi:
o Adesão ao epitélio.
o Inibe função fagocítica dos leucócitos.
o Promove leucocitose.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
o Estimula síntese de IgE.
• Aderência e multiplicação no epitélio ciliar da via aérea:
o Congestão e infiltração na mucosa (linfócitos e PMN –
polimorfonucleares);
o Hiperplasia linfóide peribronquial, que causa
consequentemente adenomegalia peribronquial – de
mediastino.
• Processo necrosante nas camadas médias e basal do epitélio brônquico.
• Desprendimento epitelial e acúmulo de tampões mucocelulares no
lúmen dos brônquios, levando a obstrução dos brônquios:
o Atelectasias;
o Multiplicação bacteriana secundária;
o Broncopneumonias.
• Toxina pertussis.
o Fator estimulador da leucocitose e linfocitose.
o Processo inflamatório da nasofaringe até brônquios.
o Muco espesso, aderente, de difícil eliminação → estase e
obstrução brônquica → paroxismos de tosse e cianose.
o Quanto mais espessa for a secreção, mais intensa será a
tosse na intenção de tentar eliminar essa secreção. E não
consegue eliminar porque tem perda dos cílios da arvore
brônquica.
Manifestações clínicas
• Transmissão:
o Contato direto com secreções de pessoas infectadas.
• Período de incubação:
o 6-20 dias.
o 7-14 dias do contato.
• Duração:
o 6 a 8 semanas.
• Três fases:
o Catarral.
o Paroxística.
o Convalescença.
o OBS: Essas três fases não são muito bem identificadas em
lactentes (menores de 6 meses).
Crianças imunizadas
• Encurtamento de todos os estágios.
Adolescentes e adultos
• Vômitos pós tosse e intermitência dos paroxismos.
• Tosse com duração maior que 21 dias.
• Hemorragias conjuntivais e petéquias em MMSS.
• Sinais de doença do trato respiratório inferior não são esperados.
• Exame físico entre os paroxismos (entre as tosses) é inteiramente normal, incluindo a frequência respiratória.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
Sinais de alarme para quadros graves
• Taquipneia com FR > 60 irpm;
• Bradicardia com FC < 50 bpm;
• Leucocitose > 50 mil células/mm3;
• Hipóxia persistente após os paroxismos.
Complicações
• Atelectasias que persistem após período paroxístico.
• Pneumonia bacteriana secundária.
o Staphylococcus aureus, S. pneumoniae, microbiota orofaríngea.
• Hipertensão pulmonar progressiva.
o Por causa da hipermucosidade.
• Hemorragia pulmonar.
• Convulsões.
• Apneia.
o A convulsão e apneia são devidas á hipóxia.
• Bradicardia.
• Bronquiectasia como complicação tardia.
o Colapso prolongado + associado à infecção bacteriana.
• Sinais de alarme para quadro graves:
o FR > 60 irpm.
o FC < 50 bpm ou taquicardia.
o Leucócitos > 50.000.
▪ Exsanguineotransfusão. Quanto mais cedo for realizado, maiores os benefícios. Fazer por causa
do aumento da viscosidade.
o Hipóxia persistente após paroxismos.
Exsanguineotransfusão
• Troca de 2 volemias do RN (volemia gira em torno de 80-85 mL/Kg). Isso
substitui 90% do plasma e das células circulantes do RN, 80% dos anticorpos
e 50% da bilirrubina plasmática.
• Fazer um cateter na veia umbilical do bebê, retira a volemia dele e coloca
sangue novo. Porque é preciso retirar essa quantidade de leucócitos.
Diagnóstico
• É clínico.
• Exames complementares inespecíficos:
o Leucocitose (15.000 – 100.000) + linfocitose.
o Não há linfócitos atípicos, nem eosinofilia.
o Neutrofilia: outro diagnóstico/infecção bacteriana secundária.
• Evolução grave:
o Leucócitos > 50.000 (reação leucemóide).
o Trombocitose.
• Radiografia de tórax:
o Menores de um ano: hiperinsuflação.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
o Doença leve:
▪ Diminuição da transparência dos campos pulmonares e aumento da trama broncopulmonar.
▪ Atelectasias são comuns.
▪ Pneumotórax, pneumomediastino e enfisema subcutâneo.
o Consolidação → pneumonia.
▪ Coração felpudo/árvore de natal: áreas irregulares de infiltrado e atelectasia adjacente a silhueta
cardíaca e mediastinal.
• Laboratorial:
o Cultura de secreção:
▪ Isolamento da bactéria.
▪ Padrão ouro de diagnóstico.
▪ Primeiras duas semanas de tosse.
o PCR:
▪ Mais rápido que a cultura e de maior sensibilidade. Figura 1 Cultura de secreção
o Pesquisa de anticorpos fluorescente:
▪ Imunofluorescência direta.
▪ Rápido, 85% de positividade em caso de
doença.
▪ Laboratórios experientes.
o Sorologia:
▪ Detecção de IgM, IgG e IgA em secreção
de nasofaringe (pela técnica de ELISA).
▪ Imunização previa ou pós doença.
▪ Centro de pesquisas.
▪ OBS 1: crianças que adoeceram de coqueluche, elas expressam a imunoglobulina A (IgA) na
secreção. Lembrar que a gente não coleta nada do sangue e sim de secreção.
▪ OBS 2: Agora, se é uma criança que tem sintomas respiratórios e aí você detecta só IgG, significa
que essa criança foi imunizada. Quem faz a doença (infecção) produz os três anticorpos (IgM, IgG
e IgA), o que difere da criança imunizada, que apresenta só IgG.
Diagnóstico diferencial
• Adenovírus e Parainfluenza.
o Adenovírus: febre, dor de garganta e conjuntivite.
• Infecção por Haemophilus influenzae.
• Vírus Sincicial respiratório.
o Predomínio de sinais do trato respiratório inferior.
• Síndrome pertussis.
o Processos infecciosos agudos das vias aéreas que determinam quadro clínico similar à coqueluche, porém
Bordetella pertussis-negativos, duração da doença é menor.
• Pneumonias.
• Bronquiolites e bronquites.
• Fibrose cística.
• Tuberculose.
• Aspiração de corpos estranhos.
• Mycoplasma:
o Tosse episódica protraída.
o Febre, cefaleia e sintomas sistêmicos ao início da doença.
o Estertores pulmonares.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
• Chlamydia trachomatis:
o Respiração acompanhada de tosse.
o Conjuntivite purulenta.
o Taquipneia, estertores e sibilos.
Tratamento
• Macrolídeos:
o Possuem eficácia semelhante no tratamento ou quimioprofilaxia.
▪ Azitromicina (1ª escolha).
▪ Claritromicina (2ª escolha) - < 1 mês não recomendada.
▪ Eritromicina (em caso de indisponibilidade dos medicamentos anteriores).
• < 1 mês de idade não é recomendada devido à associação com a síndrome de hipertrofia
pilórica.
▪ Sulfametoxazol + trimetoprim (3ª escolha).
• Droga alternativa se houver contraindicação de azitromicina, Claritromicina ou
eritromicina.
• Hospitalização:
o Paciente que apresentarem sinais de alarme para quadros graves.
o Lactentes jovens < 3 a 6 meses com quadro de apneia ou tosse paroxística ou complicações.
o Pacientes em qualquer idade que apresentem indicação de internação hospitalar por complicações.
• Isolamento respiratório:
o Precaução padrão + gotículas.
o Por 5 dias a partir do início do antibiótico.
o Até 3 semanas após o início da tosse sem uso do antibiótico.
Quimioprofilaxia
• Macrolídeo (azitromicina ou Claritromicina) por cinco dias:
o < 7 anos com menos de 4 doses da vacina iniciar/complementar a imunização.
o < 7 anos que receberam a terceira dose mais de seis meses antes da exposição ou uma quarta dose mais
de três anos antes do contato: vacinação de reforço.
o > 9 anos: dose de reforço, se não vacinadas ou mais de dois anos da última dose.
• Neonatos:
o Filho de mãe que não fez ou não completou o tratamento adequado (deve receber quimioprofilaxia).
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
• Gestantes:
o Em qualquer fase da gestação a mulher, se atender a definição de casos suspeitos em situação de endemia
ou se atender a definição para indicação de quimioprofilaxia, deve receber o tratamento ou
quimioprofilaxia.
OBS: O portador de coqueluche é todo indivíduo que não apresentou sinais e sintomas sugestivos, no entanto, de
quem se obteve isolamento da B. pertussis pela cultura ou identificação pelo PCR em tempo real. a quimioprofilaxia é
também indicada a esse portador, pois a presença do agente etiológico no organismo humano favorece a
disseminação da doença a outros indivíduos vulneráveis.
Imunologia
• Imunização ativa:
o O organismo é estimulado a produzir anticorpos (contato direto com o antígeno).
o Natural: doenças.
o Artificial: vacinas.
• Imunização passiva:
o O organismo recebe anticorpos prontos (produzidos por outro organismo).
o Natural: amamentação.
o Artificial: soro terapêutico.
Imunização ativa
• Considera-se adequadamente vacinado o indivíduo:
o 3 doses de vacina contra coqueluche a partir
de 2 meses de vida, com um intervalo mínimo
de 30 dias e máximo de 60 dias entre as doses.
o Vacina Penta/DTP no 2º, 4º e 6º meses de
vida.
o Primeiro reforço aos 15 meses ou
administrado de 6 a 12 meses após a 3ª dose.
o Segundo reforço, aos 4 anos de idade.
• Profilaxia casulo significa recomendar a vacinação de
gestantes:
o 1 dose a cada gestação após a 20ª semana.
o O objetivo é que a mãe produza anticorpos
que protegerão o bebê nos primeiros meses até que ele possa receber a primeira dose da vacina.
o Para as mães que não receberam a vacina durante a gestação, realizar no puerpério, esperando que
anticorpos possam ser transmitidos através da amamentação.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Coqueluche
Questão que caiu na prova passada
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
Caso clínico 1
• Paciente do sexo masculino, 32 anos, servente de obra. Vem ao ambulatório com queixa e mancha dormente na
pele. Ainda à anamnese, nega outra pessoa da família com doença de pele, afirma que essa mancha apareceu há
mais de seis meses e que não altera quando à exposição solar diária. É procedente de Jaru – RO.
• Exame físico:
o Altura: 1.78 m; Peso: 78 kg; PA: 130x75 mmHg; Cor: parda.
• Exame dermatológico:
o Pele integra em quase toda a extensão do tegumento, exceto por apresentar calosidades importantes
localizadas em ambas as mãos, inclusive com fissura na mão direita. Há mancha branca (hipocrômica)
localizada na face posterior e externa na mão direita, com limites externos imprecisos. Nega dor, coceira
(prurido), queixando-se de leve e ocasional formigamento no local. Não há descamação.
2) Que exames você solicitaria, ou faria, para auxiliá-lo(a) nas suas hipóteses diagnósticas?
• Teste de sensibilidade cutânea:
o Avalia se a sensibilidade da pele (sistema nervoso periférico) está normal ou alterada. Tanto na Ptiríase
Versicolor quanto na Eczemátide esse exame está normal, ou seja, não detectamos alteração (hipo ou
hiperestesia térmica, dolorosa e tátil) no local da lesão.
• O diagnóstico de Hanseníase é clínico. Aprenda como proceder as avaliações da sensibilidade na pele e de troncos
nervosos (o exame de pele associado a essa avaliação chama-se EXAME DERMATONEUROLÓGICO), e é simples
de ser realizado, mesmo em condições de campo. Observe o roteiro para esse exame abaixo:
o Nervo ulnar (cubital): É o nervo periférico mais comprometido.
o Com o cotovelo em flexão de 90º e a mão do paciente apoiada na do examinador, palpar o cotovelo ao
nível da goteira epitrocleana ou acima desta.
o Exame micológico direto: Poderia ser útil, se positivo, para o diagnóstico de Ptiríase Versicolor. No entanto
ao exame, constatamos que a lesão do nosso paciente não descamava. Ainda assim, esse exame negativo,
e associado a um exame parasitológico positivo, poderia auxiliar no diagnóstico de Eczemátide. Seria
exame prescindível no diagnóstico de hanseníase, pois o paciente nos deu uma importante informação de
que sua mancha era DORMENTE.
• Lembrando: Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais das seguintes características e que
requer quimioterapia:
o Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade;
o Acometimento de nervo (s), com espessamento neural;
o Baciloscopia positiva.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
4) Uma vez diagnosticado o caso, qual a classificação e o tratamento?
• A Organização Mundial da Saúde (OMS), em virtude de a hanseníase poder apresentar-se com um espectro clínico
variável, classificou os doentes em dois grupos. Essa classificação determina qual o esquema terapêutico que deve
ser usado e por quanto tempo deve ser o tratamento.
• Classificação da OMS:
o PAUCIBACILARES (PB) – casos com até 5 lesões de pele e ou apenas um tronco nervoso acometido.
o MULTIBACILARES (MB) – casos com mais que 5 lesões de pele e ou mais de um tronco nervoso acometido.
• Observe que não é eticamente aceito tratar um paciente com hanseníase com um só medicamento. Qualquer que
seja a classificação do doente, ele sempre deve receber um esquema terapêutico com associação de
medicamentos. Essa associação é chamada de Poliquimioterapia/OMS.
• No nosso caso, vamos classificar o paciente em PB e tratá-lo por seis meses, conforme orienta o quadro acima.
• Com que periodicidade esses pacientes devem ser examinados?
o Todos os pacientes que fazem tratamento, devem vir a unidade de saúde todos os meses, uma vez ao
mês, para uma consulta com um profissional de saúde, para verificação se ele tomou os remédios como
orientado, e fornecer-lhe uma nova cartela de medicação. Orientá-lo como proceder o autoexame com
vistas a prevenir o aparecimento de incapacidades, em virtude da alteração de sensibilidade.
o No diagnóstico, em cada seis meses, e no momento da alta, e quando necessário, o paciente deve ser
avaliado pelo médico.
5) Como faço para quebrar a cadeia de transmissão da hanseníase e ajudar na eliminação dessa doença em nosso
país?
• Notificar todos os casos, para que as autoridades de saúde possam planejar as ações para controle e eliminação
da doença (medicamentos, material para prevenção de incapacidades, treinamento de recursos humanos, etc).
• Tratar corretamente todos os casos, principalmente os MB e assim tentar fechar as fontes de infecção, já que a
transmissão se faz pelas vias aéreas superiores, de pessoa doente, sem tratamento, para a pessoa susceptível.
• Examinar todas as pessoas que moram com o paciente nos últimos 5 anos. Dessa forma eu posso diagnosticar um
caso novo no início da doença. Atenção: devo orientar e providenciar para que todas essas pessoas sadias que
moram com o paciente tomem a Vacina BCG-intradérmica. Isso evitará que novos casos MB apareçam.
2
O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
6) Que outras medidas/orientações devemos tomar/fazer?
• Examinar sempre (INSPEÇÃO) os olhos do paciente, pois essa é uma área de predileção do bacilo.
• Insistir no autocuidado, com uso e manejo de objetos em casa e no trabalho.
• Orientar hidratação, lubrificação (óleo mineral) e remoção das calosidades, pois essas são precursoras de fissuras,
úlceras etc., que acabam culminando com infecção secundária e danos teciduais e ósseos irreversíveis. No caso
do nosso paciente, são necessários cuidados com as mãos, pois a mão direita já apresenta calosidade e fissura.
• Atenção especial aos olhos de nosso paciente. Uma boa atenção começa conversando de frente com o doente e
nesse momento já se faz uma boa inspeção.
• Orientar o paciente que ele deve tomar os remédios de forma regular, e que deve ter vida normal, na família e no
trabalho, pois ele já está sob tratamento e sua doença não tem risco de transmitir. Mesmo que ele fosse
classificado como MB, uma vez iniciado o tratamento ele não mais transmitiria a doença.
Caso clínico 2
• Paciente do sexo feminino, 24 anos, grávida de quatro meses, ajudante de cozinha. Vem ao ambulatório com
queixa de manchas vermelhas no corpo. Ainda à anamnese, refere ser a primeira gravidez, sem abortos anteriores,
afirma que o marido tratou para hanseníase e terminou o tratamento há dois meses, e relata que percebeu que
essas manchas apareceram há mais de oito meses e que não ardem, não coçam e não doem. É procedente da
zona rural de Porto Velho.
• Exame físico:
o Altura: 1.62 m; Peso: 57 kg; PA: 130x75 mmHg; Cor: parda. G1P0A0C0.
• Exame dermatológico:
o Ligeira madarose em ambos os supercílios, e discreta infiltração dos pavilhões auriculares. Apresenta seis
lesões eritemato-acastanhadas, infiltradas, sendo a maior com mais ou menos seis centímetros de
diâmetro, localizada na região glútea esquerda. As demais estão distribuídas na face posterior da coxa
esquerda, em média com dois centímetros em seu maior diâmetro. Foi procedido o exame de
sensibilidade nas lesões revelando hipoestesia térmica, dolorosa e táctil. À palpação dos nervos periféricos
observou-se espessamento não doloroso do nervo ulnar bilateralmente.
2) Que exames você solicitaria, ou faria, para auxiliá-la nas suas hipóteses diagnósticas?
• Teste de sensibilidade:
o Avalia se a sensibilidade da pele (sistema nervoso periférico) está normal ou alterada. Quando alterada e,
com essa história epidemiológica, o caso é patognomônico de Hanseníase. Detectamos alteração (hipo ou
hiperestesia térmica, dolorosa e tátil) no local da lesão.
• O diagnóstico de Hanseníase é clínico. Aprenda como proceder a avaliação da sensibilidade na pele e avaliação
de troncos nervosos (o exame de pele associado a essa avaliação chama-se EXAME DERMATONEUROLÓGICO), e
é simples de ser realizado, mesmo em condições de campo.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
4) Uma vez diagnosticado o caso, qual a classificação e o tratamento?
• Observe que não é eticamente aceito tratar um paciente com hanseníase com um só medicamento. Qualquer que
seja a classificação do doente, ele sempre deve receber um esquema terapêutico com associação de
medicamentos.
• Casos multibacilares que iniciam o tratamento com numerosas lesões ou extensas áreas de infiltração cutânea
podem ter um risco maior de desenvolver reações e dano neural após completarem as 12 doses. Esses casos
poderão apresentar uma regressão mais lenta das lesões de pele. A maioria desses doentes continuará a melhorar
após a conclusão do tratamento com 12 doses. É possível, no entanto, que alguns desses casos não demonstrem
qualquer melhora e por isso poderão necessitar de 12 doses adicionais de PQT-MB.
• No nosso caso, vamos classificar a paciente em MB (mais de cinco lesões) e tratá-la por doze meses, conforme
orienta o quadro acima.
• LEMBRE-SE: O tratamento de mulheres grávidas deve ser igual aos dos demais pacientes. E o agendamento das
consultas de pré-natal deve ser mensal e nessa ocasião, a paciente deve ser avaliada como um todo, inclusive
quanto à evolução do tratamento de hanseníase.
5) Como faço para quebrar a cadeia de transmissão de hanseníase e ajudar na eliminação dessa doença em nosso
país?
• Aqui também é bom lembrar que a Notificação é importante.
• Não esqueça de examinar todas as pessoas que moram com a paciente nos últimos 5 anos. Dessa forma poderá
diagnosticar um caso novo no início da doença.
• Atenção: é importante orientar e providenciar para que todas as pessoas sadias que moram com o paciente
tomem a Vacina BCG-intradérmica. Isso evitará que novos casos MB apareçam
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
• Orientar hidratação, lubrificação (óleo mineral), pois a clofazimina tem um forte efeito colateral que é a secura da
pele e olhos.
• Atenção especial aos olhos da nossa paciente. Uma boa atenção começa conversando de frente com a doente e
nesse momento já se faz uma boa inspeção.
• Orientar a paciente que ela deve tomar os remédios de forma regular, e que deve ter vida normal, dentro da
família e do trabalho, pois ela já está sob tratamento, e sua doença não tem risco de transmitir, pois uma vez
iniciado o tratamento ela não mais transmitirá a doença.
• Com que periodicidade essa paciente deve ser examinada?
o A nossa paciente, como já foi mencionado anteriormente, deve vir à unidade de saúde todos os meses,
uma vez ao mês, para uma consulta com um profissional de saúde, para verificação se ela tomou os
remédios como orientado, e fornecer-lhe uma nova cartela de medicação. Orientá-la como proceder o
autoexame com vistas a prevenir o aparecimento de incapacidades, em virtude da alteração de
sensibilidade.
o No diagnóstico, em cada seis meses, e no momento da alta, e quando necessário, o paciente deve ser
avaliado pelo médico.
o É óbvio que devemos usar o bom senso e adequar a consulta do pré-natal às datas da visita para avaliação
do tratamento da hanseníase.
Caso clínico 3
• Paciente do sexo masculino, 10 anos, estudante de ensino fundamental. Mãe vem ao ambulatório com queixa de
mancha dormente nas costas. Ainda à anamnese, mãe informa que ela mesma está em tratamento para
hanseníase há sete meses, e afirma que a mancha em seu filho apareceu há aproximadamente seis meses.
• Criança nasceu de parto normal, a termo, tem mais dois irmãos, todos em bom estado de saúde. Todos com cartão
de vacinação em dia. Família reside há mais de 20 anos em Rondônia.
• Exame físico:
o Altura: 1.35 m; Peso: 35 kg; PA: 110x65 mmHg; Cor: parda.
• Exame dermatológico:
o Pele integra em quase toda a extensão do tegumento, exceto por apresentar seis manchas, a maior com
aproximadamente 7 cm de diâmetro e outras 5 manchas satélites de menor tamanho localizadas na região
posterior e esquerda do tórax. As lesões têm limites imprecisos, de coloração ferruginosa e estão
discretamente infiltradas. Não há descamação local. Nosso pequeno paciente nega dor, coceira (prurido).
2) Que exames você solicitaria, ou faria, para auxiliá-la nas suas hipóteses diagnósticas?
• Teste de sensibilidade cutânea:
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
o Atenção: Esse teste deve ser feito com extrema cautela, pois a criança pode mascarar positiva ou
negativamente as repostas. Demonstre os testes primeiramente na mãe. Não use agulha ou alfinete,
prefira a ponta fina de uma caneta ou uma lapiseira, mostre o algodão, faça a criança pegar com as palmas
das mãos nos tubos de ensaio com água fria e quente.
o Esse teste avalia se a sensibilidade da pele (sistema nervoso periférico) está normal ou alterada. Quando
alterada e, com essa história epidemiológica, é patognomônico de Hanseníase. Tanto na Ptiríase Versicolor
quanto na Eczemátide, esse exame está normal, ou seja, não detectamos alteração (hipo ou hiperestesia
térmica, dolorosa e tátil) no local da lesão.
• O diagnóstico de Hanseníase é clínico, aprenda como proceder a avaliação da sensibilidade na pele e avaliação
de troncos nervosos (o exame de pele associado a essa avaliação chama-se EXAME DERMATONEUROLÓGICO), e
é simples de ser realizado, mesmo em condições de campo.
• No nosso caso, vamos classificar o paciente em MB e tratá-lo por doze meses, conforme orienta o quadro acima.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
5) Como faço para quebrar a cadeia de transmissão da hanseníase e ajudar na eliminação dessa doença em nosso
país?
• Notificar todos os casos é importante, para que as autoridades de saúde possam planejar as ações para controle
e eliminação da doença (medicamentos, material para prevenção de incapacidades, treinamento de recursos
humanos etc.).
• Tratar corretamente todos os casos, principalmente os MB e assim tentar fechar as fontes de infecção, já que a
transmissão se faz pelas vias aéreas superiores, de pessoa doente, sem tratamento, para a pessoa susceptível.
• Examinar todas as pessoas que moram com o paciente nos últimos 5 anos. Dessa forma eu posso diagnosticar um
caso novo no início da doença. Atenção: orientar e providenciar para que todas as pessoas sadias que moram com
o paciente tomem a Vacina BCG intradérmica. Isso evitará que novos casos MB apareçam.
• OBSERVANDO E APRENDENDO: Nesse nosso caso específico, há uma falha do serviço de saúde, pois a mãe do
nosso paciente, já está em tratamento há sete meses. Dessa forma todos os seus contatos intradomiciliares já
deveriam ter sido examinados. A ocorrência da hanseníase nessa criança, ilustra a importância da vigilância dos
contatos intradomiciliares, e da vacinação desses contatos. Portanto, agora não deixe de examinar as demais
pessoas, pois você poderá descobrir o verdadeiro caso índice, aquele que é a fonte de infecção.
Introdução
• É uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae:
o É um bacilo álcool-ácido;
o Fracamente gram positivo;
o Infecta nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann.
• Acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos; mas também pode afetar
os olhos e órgãos internos.
• Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui.
o Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas.
• Atinge pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e idosos.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
• Os pacientes diagnosticados com hanseníase têm direito a tratamento gratuito com a Poliquimioterapia (PQT-
OMS).
• O tratamento interrompe a transmissão em poucos dias e cura a doença.
Definição de caso
• É considerado um caso de hanseníase a pessoa que apresenta uma ou mais de uma das características abaixo,
com ou sem história epidemiológica:
o 1. Lesão(ões) e/ou áreas da pele com diminuição ou perda de sensibilidade;
o 2. Baciloscopia positiva de esfregaço dérmico, também pode ser feita da linfa;
o 3. Acometimento de nervo(s) periférico(s) com espessamento associado a alterações sensitivas e/ou
motoras e/ou autonômicas.
Figure 1
Figure 3 Figure 2
Estados reacionais
• Tipo 1: reação mais localizada. Exemplo: neurite.
• Tipo 2: reação mais sistêmica. Exemplo: febre.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
Exames subsidiários
• O diagnóstico da hanseníase deve ser baseado, essencialmente, no quadro clínico.
• Quando disponíveis, de qualidade e confiáveis, os exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele) podem ser
feitos.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
Definição do diagnóstico de hanseníase e classificação do doente
• O diagnóstico de hanseníase deve ser baseado na história de evolução da lesão, epidemiológica e no exame físico.
• O doente deve ser classificado em Paucibacilar ou Multibacilar pelos seguintes critérios:
o Paucibacilar (PB): hanseníase tuberculóide ou indeterminada (doença localizada em uma região
anatômica e/ou um tronco nervoso comprometido).
o Multibacilar (MB): hanseníase dimorfa ou Virchowiana (doença disseminada em várias regiões
anatômicas e/ou mais de um tronco nervoso comprometido.
• O resultado positivo de uma baciloscopia classifica o caso como MB, porém o resultado negativo não exclui o
diagnóstico clínico da hanseníase, e nem classifica o doente obrigatoriamente como PB.
Tratamento
• O tratamento da hanseníase é
realizado através da associação de
medicamentos (Poliquimioterapia –
PQT) conhecidos como Rifampicina,
Dapsona e Clofazimina.
• Paciente PB:
o Receberá uma dose mensal
supervisionada de 600 mg
de Rifampicina, e tomará
100 mg de Dapsona
diariamente (em casa).
o O tempo de tratamento é
de 6 meses (6 cartelas).
o Caso a dapsona precise ser
suspensa, deverá ser
substituída pela clofazimina
50 mg por dia, e o paciente
a tomará também 300 mg
uma vez por mês na dose
supervisionada.
• Paciente MB:
o Receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de rifampicina, 100 mg de dapsona e de 300 mg de
clofazimina. Em casa, o paciente tomará 100 mg de dapsona e 50 mg de clofazimina diariamente.
o O tempo de tratamento é de 12 meses (12 cartelas).
o Caso a dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Ofloxacina 400 mg (na dose
supervisionada e diariamente) ou pela minociclina 100 mg (na dose supervisionada e diariamente).
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
• Tratamento em crianças:
o Deve-se considerar o peso corporal como fator mais importante do que a idade, seguindo as seguintes
orientações:
▪ Crianças com peso superior a 50 kg: utilizar o mesmo tratamento prescrito para adultos;
▪ Crianças com peso entre 30 e 50 kg: utilizar as cartelas infantis (marrom/azul);
▪ Crianças menores que 30 kg: fazer ajustes de dose conforme o quadro a seguir:
Sistema de informação
• A hanseníase é uma doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória.
• Após a confirmação diagnóstica, os casos devem ser notificados.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
Questões que caíram em provas passadas
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Hanseníase
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
Caso clínico
• M.S, 19 anos, estudante universitária, estava bem de saúde até a noite antes de sua admissão no OS. Na ocasião
queixou-se a sua colega de quarto estar se sentindo febril e com dor de cabeça. Na manha seguinte foi encontrada
pela colega na cama, letárgica e gemente. Foi levada para OS, onde deu entrada com aparência toxemiada e
sonolenta.
• Sua temperatura: 40 °C, FC: 128 bpm, PA: 100x60 mmHg.
• Apresentava rigidez nuca e um rash purpúrico mais prevalente em tronco, pulsos e
pernas.
• Apresentava leucócitos 26.000 com 25% de segmentados.
• Plaquetas 80.000.
• Realizada hemocultura.
o Cocos gram negativos, dispostos aos pares (diplococo), aeróbios.
• Comentários da professora:
o O que chama atenção nesse caso é a velocidade da evolução (paciente foi
dormir “bem” e acordou muito mal).
o É uma das doenças infecciosas de mais rápida evolução (questão de horas).
o Nesse caso, a paciente não estava com sepse.
o Tem que fazer punção para ver se ela não está com meningite.
OBS: A letalidade é pior quando tem a sepse (meningococcemia), ou seja, é de pior prognóstico. Mas que estranho,
então o quadro de meningite não é tão grave? É porque quando o paciente tem a meningite junto com a sepse,
significa que deu tempo de fazer a meningite e só depois fez sepse. Quando o paciente tem só a sepse, significa que o
quadro é agudo e muito mais grave.
Introdução
• Neisseria meningitidis (meningococo).
o Coloniza mucosas – nasofaringe;
o Principal causador de meningite bacteriana no Brasil e no
mundo;
o Sorogrupos: A, B, C, X, Y e W135;
▪ No Brasil tem uma predominância do
meningococo C.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
• Principais formas clínicas da doença meningocócica (DM):
o Meningite meningocócica;
o Meningococcemia;
o Meningite com meningococcemia.
• Grupos etários mais susceptíveis:
o Crianças;
o Adolescentes;
o Adultos jovens.
• O único hospedeiro é o homem, então a gente não pega do cachorro, macaco etc., só de pessoa para pessoa,
através de gotículas (tossir, espirar, beijar).
Características epidemiológicas DM
• Ocorrência de 500.000 casos e 50.000 mortes anualmente no mundo.
• Acomete todas as faixas etárias.
o Maioria dos países apresentam picos: < 1 ano e adolescente.
o Maior incidência < 5 anos: principalmente lactentes: 3 a 12 meses.
• Letalidade: 9 a 12%; MCC pode chegar a 40%.
• Cerca de 20% dos sobreviventes tem sequela.
o As sequelas costumam ser muito graves.
• No Brasil, predomina o sorogrupo C, enquanto que, por exemplo, na África, predomina o sorogrupo A.
• A DM predomina mais em menores de 5 anos de idade.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
• Período de incubação:
o 2 a 10 dias;
o É mais frequente 3 a 4 dias.
• Os seres humanos são os púnicos hospedeiros naturais dos meningococos, que podem ser transmitidos por
gotículas disseminadas pelo ar.
• Colonizam as membranas da nasofaringe e se tornam parte da microbiota transitória do trato respiratório
superior.
• Os portadores são assintomáticos (8-40%).
• A maior incidência da doença é em crianças menores de 5 anos.
• Da nasofaringe, penetram a corrente sanguínea e se disseminam para sítios específicos como as meninges ou para
todo o corpo.
Fatores de virulência
• Cápsula polissacarídeos.
• Lipo-oligosacarideo endotoxina LOS.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
o Responsável por desencadear toda a tempestade imunológica que acontece na meningococcemia.
o Esse LOS tem um lipídeo A que tem a capacidade de se ligar nas células do sistema de defesa imunológico
e desencadear uma produção exacerbada de citocinas e com isso ocorre um quadro séptico.
• IgA protease facilita a entrada meningococo nas células.
Fisiopatogenia
• Aumento da permeabilidade capilar;
• Lesão do endotélio vascular (exposição do fator tecidual, ativação da via extrínseca da cascata de coagulação),
agregação plaquetária e vasculite.
o Isto leva à ruptura vascular de acometimento sistêmico (CIVD) com infiltração perivascular, atingindo
vários órgãos e tecidos, o que se traduz clinicamente por focos hemorrágicos (petéquias, equimoses).
• Coagulopatia;
• Desarranjo metabólico;
• Falência miocárdica;
• Falência de múltiplos órgãos.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
Síndrome de Waterhouse-Friederichsen
• Sepse fulminante com Toxemia causada pelo meningococo.
• Hemorragia da cápsula suprarrenal.
• Púrpura.
• Choque.
• Sinais meníngeos.
Exames laboratoriais
• Hemograma – leucocitose.
o Não é um marcador confiável porque pacientes podem não apresentar aumento importante de leucócitos,
e embora a leucopenia indique pior prognóstico.
• Proteína C reativa – aumentada.
• Alterações de coagulação – consumo dos fatores de coagulação.
• Distúrbios metabólicos – hipopotassemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, hiperglicemia e acidose metabólica.
• Culturas de sangue, garganta, líquor e aspirados ou raspados de pele.
o Presença do meningococo.
• Punção liquórica nos suspeitos de meningite.
Tratamento
• Fatores de mau prognóstico DM:
o Choque;
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
o Ausência de meningite;
o Exantema rapidamente progressivo;
o Leucopenia;
o Coagulopatia;
o Deterioração do nível de consciência;
o HIC.
• Não postergar tratamento.
• Antibioticoterapia.
• Iniciar terapia empírica:
o Ceftriaxona 2 g cada 24 horas.
• Após confirmação etiológica:
o Penicilina cristalina 300.000 uI/kg 4-44 horas – 10 dias.
• Correção do choque.
• Correção dos distúrbios metabólicos hidroeletrolíticos.
• Suporte inotrópico para pacientes que não respondem a volume.
• Ventilação mecânica quando necessário.
• Correção dos distúrbios de coagulação com plasma fresco e concentrado de hemácias.
Possíveis sequelas
• Pericardite.
• Gangrena e amputações de extremidades.
• Sequelas neurológicas: surdez, distúrbios vestibulares etc.
• Alterações ósseas.
• Problemas dentários.
• Artrite por deposição imunocomplexos.
Profilaxia
• Todos os contatos familiares;
• Contatos durante 7 dias antes da doença, nas seguintes situações:
o Creches ou jardim de infância;
o Secreções – contato direto através de beijo, uso de escova de dentes, uso de talheres ou estreito contato
social;
o Ressuscitação boca a boca ou contato durante intubação endotraqueal;
o Dormir ou comer no mesmo cômodo que o paciente.
• Meningocócica C (conjugada):
o Administrar 2 doses, aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, em crianças
menores de 1 ano de idade.
o Administrar 1 reforço preferencialmente aos 12 meses de idade.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Doença Meningocócica
o Crianças entre 12 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade sem comprovação vacinal, administrar uma
única dose.
• Controle de surtos quando o sorogrupo responsável é conhecido, por meio de confirmação laboratorial específica
(cultura e/ou PCR).
Condições especiais
• Asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;
• Imunodeficiências congênitas e adquiridas;
• Deficiência de complemento e frações;
• Pessoas com HIV/Aids;
• Implante de cóclea;
• Fistula liquórica e derivação do ventrículo peritoneal (DVP);
• Trissomias;
• Microbiologista rotineiramente exposto ao isolamento de Neisseria meningitidis;
• Doenças de deposito;
• Hepatopatia crônica;
• Doença neurológica crônica incapacitante;
• Transplante de células tronco;
• Transplante de órgãos sólidos.
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RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Paracoccidioidomicose
Histórico
• 1908 – Adolpho Lutz:
o Relatou dois casos e isolou o agente.
• 1912 – Alfonso Splendore:
o Classificou: Zymonema brasiliensis.
• 1930 – Floriano Almeida:
o Moléstia de Lutz X Coccidioidomicose.
o Paracoccidioides brasiliensis.
• 1940 – Oliveira Ribeiro:
o Tratamento sulfapiridina.
• 1941 – Carlos Lacaz:
o Paracoccidioidina.
• 1942 – Conant e Howell:
o Formação de conídeos.
• 1951 – Fava Netto e Restrep:
o Inquéritos epidemiológicos: infecção sem doença.
• 1958, 1973, 1974:
o Anfotericina B, sulfa-treimetoprim, Azólicos.
• 1971 – Medelin – Paracoccidioidomicose:
o Blastomicose, blastomicose Sul americana, Adenomicose, Moléstia de Lutz, Granulomatose
paracoccidioidica, Doença de Lutz-Splendore-Almeida.
Etiologia
• A paracoccidioidomicose (PCM) é causada por fungos termodimórficos de duas principais espécies:
o Paracoccidiodes brasiliensis e P. lutzii.
• Fungo termo-dimórfico – Macroscopia
Ecoepidemiologia – Fisiopatogenia:
• Na natureza, P. brasiliensis e P. lutzii se desenvolvem como estruturas filamentosas e produzem os propágulos
infectantes chamados conídios.
• Uma vez inalados, os propágulos dão origem a formas leveduriformes do fungo, que constituirão sua forma
parasitária nos tecidos do hospedeiro.
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Paracoccidioidomicose
• Presença frequente do fungo em solos e aerossóis, particularmente quando provenientes de tocas de animais ou
de locais com teores de umidade média a alta, protegidos por coberturas vegetais.
• Além disso, fatores ambientais, com abertura de novas fronteiras, derrubada de florestas e produção de café,
contribuíram para o panorama atual, com elevados níveis de incidência em algumas regiões de Rondônia.
• Influências da umidade do solo decorrente da estação chuvosa e temperatura entre 18-28 °C, possivelmente
favorecendo a esporulação e dispersão aérea.
Apresentação clínica
• Aguda e subaguda (forma juvenil):
o É responsável por 5-25% dos casos.
o Predomina em crianças e adolescentes e adultos jovens.
o Masculino/feminino – 1 a 2/1.
o Esta forma clínica mostra uma evolução rápida, com ampla disseminação do fungo a múltiplos órgãos e
sistemas.
o Quadro clínico:
▪ Presença de linfadenomegalia localizada ou generalizada que pode, na evolução, apresentar:
• Supuração;
• fistulização e hepatoesplenomegalia;
• manifestações digestivas;
• lesões cutâneas (ou de mucosas);
• envolvimento osteoarticular;
• raramente, comprometimento pulmonar;
2
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Paracoccidioidomicose
• Febre, perda de peso, anorexia e emagrecimento acompanham com frequência o quadro
clínico.
o Moderada/grave.
o Um destaque entre as alterações laboratoriais nessa forma é a eosinofilia periférica, que pode ocorrer em
30 a 50% dos casos.
Diagnóstico
• 1. Micológico direto.
o Esse exame é feito retirando-se pequenos fragmentos ou secreções do local afetado, como descamações
da pele, pelos ou pedaços de unhas.
o No laboratório os fragmentos são então tratados e colocados em lâminas para a observação no
microscópio. Isso possibilita a visualização dos fungos.
• 2. Cultura.
o São produtos preparados em laboratórios que fornecem os nutrientes para o crescimento e
desenvolvimento de microrganismos (como bactérias e fungos) fora do seu habitat natural. Com o
desenvolvimento do microrganismo, é possível identificá-lo através do uso de meios de cultura seletivos.
3
O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Paracoccidioidomicose
• 3. Histopatologia.
o O exame histopatológico é, em linhas gerais, uma análise microscópica de um tecido para a detecção de
possíveis alterações ou lesões, com o objetivo básico de informar ao clínico a natureza, a gravidade, a
extensão, a evolução e a intensidade de algum problema do doador da amostra, além de sugerir ou
confirmar a causa do problema.
• Importante: O padrão ouro para o diagnóstico de PCM é o encontro de elementos fúngicos sugestivos de
Paracoccidioides spp em exame a fresco de escarro ou outro espécime clínico (raspado de lesão, aspirado de
linfonodos) e/ou fragmento de biópsia de órgãos supostamente acometidos.
Tratamento
• Medidas gerais:
o Dieta hiperproteica e hipercalórica.
o Suplementação vitamínica.
o Restrição de álcool e do tabaco.
• Específico:
o Itraconazol – 200 mg/dia 9-18 meses.
▪ Tem sido largamente utilizado no tratamento de formas leves e moderadas de PCM, com altas
taxas de eficácia e segurança.
▪ Paciente deve sempre ser avaliado por critérios de cura clínicos, imunológicos e radiológicos.
▪ Estudos retrospectivos, comparativos, demonstraram que o tratamento da PCM com itraconazol
é mais vantajoso que a utilização da associação sulfametoxazol/ trimetoprim (cotrimoxazol), em
termos de eficácia clínica (principalmente na forma crônica), duração e aderência ao tratamento,
e farmacoeconomia.
o Sulfametoxazol + trimetoprim (Cotrimoxazol) 400/80 mg.
▪ 2 a 3 cp 12/12 hs 12 a 24 meses.
▪ Embora tenha ação fungistática e exija um tempo de tratamento maior que o do itraconazol, o
cotrimoxazol é a segunda opção terapêutica para pacientes com formas leves a moderadas e
graves de PCM.
Eco-epidemiologia
• Dificuldade de isolamento ambiental.
• Prolongado período de latência da doença.
• Falta de surtos epidêmicos.
• Infecção natural em animais pouco estudada.
• Distribuição geográfica similar à da PCM humana.
• Hábito escavatório.
• Sem hábitos migratórios.
• Temperatura corporal baixa.
• Imunidade celular baixa.
• Reservatório de fungo?
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Paracoccidioidomicose
Conclusões
• Notificação compulsória permitiu análise epidemiológica PCM.
• Endêmica em Rondônia, incidência PCM aumentou nos últimos anos, com tendência a declínio desde 2008.
• Acomete homens idade produtiva, áreas rurais – Sul Rondônia.
• Itraconazol fornecido tem permitido o manejo adequado PCM.
• Treinamento em diagnóstico, manejo clínico e vigilância epidemiológica = sustentabilidade do Programa de
Controle PCM.
• A mortalidade por PCM tem aumentado nos estados da “borda” da Amazônia.
• Treinamento em diagnóstico, manejo clínico e vigilância epidemiológica = conhecimento da magnitude do
problema.
• Há necessidade de mais estudos para esclarecer o papel do P. lutzii na Amazônia.
Caso clínico 1
• JAO, 54 anos, agricultor, tabagista, natural da Bahia, procedente da zona rural do município de Porto Velho. Foi
admitido apresentando adenomegalias cervical há oito anos, com fistulização há 6 meses e piora do quadro,
apresentando tosse, lombalgia intensa e passando a deambular com dificuldade uma semana antes da internação.
• Ao exame físico evidenciou-se presença de adenomegalia com fistulização em região cervical bilateral,
submandibular, axilar bilateral e inguinal direita, com presença de secreção serossanguinolenta. O paciente
evoluiu com dificuldade de extensão de membro inferior direito passando a adotar posição antálgica. Foi realizada
ressonância magnética que evidenciou múltiplas coleções no musculo psoas à direita. Paciente foi submetido a
drenagem do abscesso.
• Diante dessa situação, responda às seguintes questões:
• Conclusão:
o A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica endêmica causada pelo fungo Paracoccidioides
brasilienses (Pb). Geralmente ocorre em trabalhadores rurais, do sexo masculino e pode afetar qualquer
órgão em sua forma disseminada. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de PCM disseminada com
comprometimento pulmonar, ganglionar, cutâneo e do músculo psoas direito, diagnosticado em Porto
Velho/RO.
Caso clínico 2
• RF, JMS e NC, 34, 45 e 61 anos, todos do sexo masculino, tiveram no primeiro dia longa história de sintomas (6 a
12 meses).
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O Circo
RESUMO DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Paracoccidioidomicose
• RF relatou longo período produtivo tosse, dor de cabeça e coreia;
• JMS relatou importante perda de peso, adenomegalia, membros inferiores paresia e parestesia, e tosse seca;
• E NC relatou tosse seca, lesão oral e hemiparesia direita.
• Todos os pacientes foram examinados várias vezes e submetidos a exames clínicos e complementares antes de
chegarem ao CEMETRON. Após a vinda ao centro de referência do estado, as imagens de TC mostraram lesões
hipodensas pseudotumorais com tamanhos diferentes, proporcionais aos sintomas no cerebelo e hemisfério
cerebral parietal com efeito de massa e edema perifocal. Mostramos, sob microscopia, formas levedurais
compatíveis com P. brasiliensis, por exame direto do escarro pela RF, exame direto do linfonodo pelo JMS e exame
direto da lesão oral do NC.
• Os pacientes recuperaram-se de sintomas sistêmicos e neurológicos dentro de dois meses do tratamento
específico com itraconazol 200 mg por dia. Os casos estão sendo conduzidos em consulta ambulatorial com
melhora clínica e tomográfica significativa.
• Conclusão:
o Esses casos de PCM (paracoccidioidomicose) no sistema nervoso central demonstram quão complexo
pode ser o diagnóstico quando uma localização rara é desenvolvida. O conhecimento sobre o perfil
epidemiológico do estado, associado a um exame clínico detalhado e apoio adequado ao exame
complementar, permitiu o diagnóstico de neuroparacoccidioidomicose e a terapêutica adequada e
oportunista, a fim de minimizar as sequelas.
Caso clínico 3
• ALB, masculino, 50 anos, pardo, agricultor, admitido no CEMETRON com história de adenomegalia inguinal
bilateral iniciada há 11 meses, seguida de dor e inchaço testicular esquerdo. Há sete meses apresentou
adenomegalia generalizada, alguns linfonodos coalescentes, dolorosos. Surgiram também pequenas lesões
ulceradas no pé esquerdo e abdome. Foi tratado empiricamente em sua cidade de origem, sem melhora.
• Progressão do quadro, realizada orquiectomia esquerda 30 dias antes da internação, com resultado
histopatológico de processo inflamatório. Encaminhado ao CEMETRON para esclarecimento diagnostico.
• Ao exame físico, hipocorado, eupneico. Múltiplos nódulos subcutâneos, fibroelásticos, moveis, alguns fistulizados.
Orquiectomia à esquerda, com cicatriz apresentando secreção. Nas extremidades, dor à compressão da ulna
esquerda e tuberosidade anterior da tíbia esquerda, com edema em punho esquerdo e calor local.
• Radiografia de tórax, punhos e joelhos evidenciou infiltrado pulmonar bilateral e lesões líticas em tíbia esquerda
e ulna esquerda.
• Diante desta situação, responsa às seguintes questões:
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tétano
Definição
• Doença infecciosa aguda não-contagiosa, causada pela ação de exotoxinas, que provocam um estado de
hiperexcitabilidade do sistema nervoso central.
• É uma doença prevenida por imunização.
• Pode ser classificado em acidental e neonatal, sendo este último de pior prognóstico e maior mortalidade.
Agente etiológico
• Clostridium tetani.
• Bacilo gram positivo.
• No meio ambiente (vida livre) se encontra na forma de esporos.
o Exemplo: indivíduo sofre um acidente de moto e cai no asfalto fazendo várias escoriações pelo corpo, aí
você lembra que no asfalto tem matéria onde pode se encontrar o clostridium tetani em forma de esporos,
e a partir das escoriações esse agente vai se infiltrar no organismo do indivíduo.
• OBS: lembrar que o que causa a doença é a exotoxina produzida pelo clostridium tetani, e não especificamente o
bacilo. Ele produz duas toxinas: tetanospasmina (responsável pela hiperexcitabilidade do sistema nervoso central)
e tetanolisina (sua função não é bem conhecida).
Fisiopatologia
• Através de uma porta de entrada o esporo penetra no organismo e retorna a sua forma original de bacilo.
• Este se prolifera e passa a produzir exotoxinas que invadem o sangue (tetanospasmina).
• Essas toxinas atacam as células nervosas que regulam os movimentos musculares.
• O processo de contração tetânica se espalha rapidamente em todos os músculos, provocando espasmos e
contrações violentíssimas e involuntárias.
OBS: uma vez que essa toxina se encontra dentro do sistema nervoso central ou dentro dos nervos periféricos, não é
possível retirá-la, o que é possível fazer é evitar que haja a produção de mais toxinas. Então teoricamente, esse
paciente é tratado com bloqueador neuromuscular e relaxante muscular.
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tétano
NOTA – Importante:
• Período de incubação: é o delta de tempo da lesão inicial até o início dos sintomas inespecíficos (febre, mal-estar,
náuseas, mialgias).
o Pode durar em média de 5 a 15 dias. Pode ser um período curto (24 horas) ou longo (30 dias).
o É o período em que ocorre a transformação de esporo em produção de toxinas. Quando essa produção
chega em seu pico máximo, ela é disseminada e ocorre os espasmos musculares.
• Período de progressão: é o delta de tempo que vai dos sintomas iniciais inespecíficos até a 1ª contratura muscular.
o Está relacionado com a aquisição da forma do clostridium tetani. Tenho duas formas de aquisição: tétano
acidental (individuo cai, fura o pé etc.), geralmente de 24 a 72 horas é o período de progressão e tétano
neonatal, e o período de progressão é de 12 a 24 horas.
• O tétano pode ser classificado em leve, grave e gravíssimo.
o Leve: período de progressão e período de incubação superiores a 10 dias.
o Grave e gravíssimo: período de progressão e incubação menores que 7 dias.
▪ Para diferenciar grave de gravíssimo é usado os intervalos paroxísticos de contratura muscular.
Exemplo: paciente com 5 dias de período de progressão e incubação com 15 espasmos musculares
em 24 horas é classificado como grave. Paciente com 5 dias de período de progressão e incubação
com 30 espasmos musculares em 24 horas é classificado como gravíssimo.
• Paciente com tétano faz espasmos por qualquer coisa praticamente:
o Estímulo luminoso;
o Mudança de temperatura;
o Barulho de qualquer coisa: falar alto, deixar um copo cair, pinça cair etc.;
o Sonda vesical e acesso venoso.
• Paciente que tem espasmos musculares gravíssimos e que a assumem a posição de Opistótono não tem perda
cognitiva, ou seja, eles estão conscientes (nível de consciência preservado) e apenas
ficam rebaixados porque é usado drogas para relaxar todo o organismo dele.
o Como é usado bloqueadores neuromusculares e relaxantes musculares, toda e
qualquer musculatura é afetada, então esse indivíduo não vai conseguir respirar
sozinho, então é preciso colocar no ventilador rapidamente.
o Paciente tetânico tem indicação de traqueostomia precoce.
• Tétano neonatal a mortalidade é de 100%.
Manifestações clínicas
• Manifesta-se por febre baixa ou ausente, hipertonia muscular mantida, hiperreflexia espasmos ou contraturas
paroxísticas espontâneas ou ocasionados por vários estímulos, tais como sons, luminosidade, injeções, toque ou
manuseio. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido.
• Tétano generalizado.
o Acomete todo o corpo.
2
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tétano
• Tétano neonatal.
o A mãe não tem anticorpos para transmitir para o bebê; então, ou a mãe não é imunizada no pré-natal ou
o coto umbilical não foi bem higienizado.
o Conhecido como mal do 7º dia por causa do coto umbilical.
• Tétano local.
o A contratura é localizada apenas. Exemplo: porta de entrada no pé e faz apenas contratura de membros
inferiores.
o Geralmente é classificado como tétano leve.
• Tétano cefálico.
o Geralmente é classificado como tétano gravíssimo, porque é muito próximo do sistema nervoso central.
o Muitas vezes o paciente tem o riso sardônico.
Tratamento
• Medidas gerais.
o Não tem como atender o paciente com tétano na UPA ou enfermaria, esse paciente precisa de um hospital
de referência.
• Antibiótico.
o Recomenda-se o uso de antibiótico com ação contra Clostridium tetani com o intuito de erradicá-lo do
foco de inoculação.
o Sugere-se a utilização de metronidazol ou de penicilina cristalina visto não haver evidência de
superioridade de um em relação ao outro.
• Antitoxina.
o Visa a neutralização da toxina tetanospasmina circulante.
o Este procedimento deve ser realizado o mais breve possível após o diagnóstico de tétano.
o Nesse caso é usado dose terapêutica e não profilática; a terapêutica é uma dose maior.
o 30 minutos depois de fazer a antitoxina, fazer desbridamento amplo e profundo do foco infeccioso. Fazer
trinta minutos depois porque na manipulação do desbridamento do foco infeccioso acaba liberando mais
toxinas.
• Controle dos espasmos musculares.
o O relaxamento muscular é o principal objetivo do tratamento do tétano. Visa permitir ventilação, reduzir
o estímulo doloroso e evitar hipertonia e espasmos.
o A droga de primeira escolha é o Diazepam.
▪ É um agonista GABAergico potente. Tem rápido início de ação quando infundido em bolus, o que
é de auxílio no momento do controle do espasmo.
o Sugere-se uso de bloqueadores neuromusculares, antecedidos por adequada sedação e analgesia, para
prover relaxamento muscular e controle dos espasmos em pacientes com tétano grave submetidos à
ventilação mecânica refratários ao uso de outros relaxantes musculares.
o Lembrar: as drogas de escolha para prover sedação, controle dos espasmos e relaxamento muscular em
pacientes com tétano são os compostos benzodiazepínicos, associados a opioides com o intuito de
assegurar analgesia adequada.
• Assistência respiratória.
o Sugere-se o uso de ventilação assistido-controlada a volume ou a pressão visto não haver evidência de
superioridade de uma em relação à outra.
• Disfunção autonômica.
o Caracterizada por hipertensão lábil, taquicardia, irregularidades do ritmo cardíaco, vasoconstrição
periférica, suores, pirexia e algumas vezes hipotensão e bradicardia, sugerindo alterações do sistema
simpático e parassimpático.
o Prognóstico péssimo e com grandes chances de evoluir para óbito.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tétano
• Vacinas.
• Medidas adicionais.
o Traqueostomia de urgências;
▪ A intubação orotraqueal pode ser realizada inicialmente, mas a presença do tubo endotraqueal
pode precipitar ou exacerbar espasmos, tanto laríngeos como generalizados. Para evitar essa
exacerbação, que poderia implicar no aumento desnecessário de relaxantes musculares, e para
facilitar o suporte ventilatório a traqueostomia deve ser realizada precocemente.
o Recomenda-se imunização passiva com imunoglobulina antitetânica humana (IGATH) ou imunoglobulina
equina (soro antitetânico – SAT) e deve ser realizada o mais brevemente possível após o diagnóstico.
▪ Recomenda-se que, preferencialmente, seja utilizada IGATH, quando disponível, por ser opção
mais segura em função dos efeitos adversos imediatos ou tardios relacionados ao SAT.
o Recomenda-se que seja realizada a imunização ativa (vacinação) simultaneamente à imunização passiva.
o Evitar o máximo de manipulação de instrumentos barulhentos, luz etc.
OBS: fazer tudo isso com o menos de luminosidade possível, porque a luminosidade leva a espasmos.
Prevenção
• Imunização ativa.
• Tratamento das férias.
• Tétano neonatal.
Vacinação
• DTP é mais imunogênica e causa mais efeito adverso por conta do componente da coqueluche.
o Causa mais dor, mialgia, cefaleia.
• OBS: A cada 10 anos tem que tomar um reforço da vacina (lembrar que tétano é uma doença imunoprevenivel).
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Tétano
Soroterapia
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Assunto: Tétano
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Assunto: Arboviroses
Arboviroses: são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika vírus, febre
Chikungunya e febre amarela. A classificação “arbovírus” engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes, ou seja,
insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos).
Dengue
Situação epidemiológica
• O brasil é responsável por 75% dos casos de dengue na América Latina.
• A partir de 2002, houve grande aumento de casos de dengue e das formas graves da doença.
• Rio grande do Sul: dengue autóctone desde 2007.
• Cenário preocupante:
o Vetor altamente domiciliado;
o Condições ambientais favoráveis a manutenção do vetor: produção de inservíveis, coleta de lixo
deficiente;
o Circulação simultânea dos 4 sorotipos em território nacional;
o Concentração de indivíduos suscetíveis no espaço urbano.
Caso suspeito
• Parâmetros clínicos:
o Doença febril aguda com de até sete dias associada a dois ou mais dos seguintes sintomas: cefaleia, dor
retroorbitária, mialgias, artralgias, prostração ou exantema.
o Associados ou não à presença de hemorragias, leucopenia e qualquer sinal de alarme.
• Parâmetro epidemiológico:
o Esteve nos últimos 15 dias em região com Aedes aergypti e com transmissão do vírus dengue.
Sobre a dengue:
• Dengue é uma doença dinâmica, portanto o acompanhamento do paciente deve ser contínuo.
• Dengue é uma doença sistêmica, portanto a avaliação do paciente deve ser realizada de forma cuidadosa, com o
reconhecimento de elementos clínicos e/ou laboratoriais ou de situações de risco que podem ser indicativos de
gravidade.
• O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo
acompanhamento, do estadiamento clínico, do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) e da pronta
reposição volêmica.
Dengue Grave
• O fator determinante das formas graves da dengue são as alterações do endotelio vascular, com extravasamento
plasmático, que leva ao choque hipovolemico, não hemorraico, expressos por meio da hemoconcetração,
hipoalbuminemia e/ou derrames cavitários.
• Sinais de alarme:
• Na dengue, o leucograma é variavel (a leucopenia pode indicar outra infecção viral e a leucocitose não afasta a
doença).
• A plaquetopenia não constitui necessariamente fator de risco para sangramento, mas a queda abrupta de
plaquetas é considerado um sinal de alarme. A ausencia de plaquetopneia não exclui o diagnóstico de dengue.
Hemograma
• Hematócrito:
o Um hematócrito no início da fase febril estabelece valor
de base do próprio paciente;
o 1º - 3º dias – geralmente normal;
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Assunto: Arboviroses
o Hematócrito em ascensão – marca o início da fase crítica;
o O valor é diretamente proporcional à gravidade;
o Um aumento do hematócrito, em comparação com o anterior, é altamente sugestivo de evolução para a
fase critica da doença, com extravasamento de plasma.
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Assunto: Arboviroses
Estadiamento clínico da doença
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Assunto: Arboviroses
Aspectos clínicos
Conceitos chaves
• Caso suspeito – pensar em dengue.
• Verificar sinais de alarme.
• Acompanhamento por estadiamento.
• Hidratação:
o 80 ml/kg/24 h – sem evidencia perda de líquido.
o 20 ml/kg/h – com evidencia perda de líquido.
Manejo clínico
• Objetivo principal: evitar a morte do paciente.
• 1. Reconhecer precocemente a doença.
• 2. Conhecer sua classificação.
• 3. Compreender as alterações clínicas nas suas diferentes fases.
• 4. Adoção de conduta correta em tempo hábil conforme classificação de risco do paciente.
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Assunto: Arboviroses
Chikungunya
Introdução geral
• A Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero
Alphavirus.
• A viremia persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações clínicas.
• A transmissão se dá através da picada de fêmeas dos
mosquitos Aedes Aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo
CHIKV.
• Os sinais e sintomas são clinicamente parecidos aos da
dengue – febre de início agudo, dores articulares e
musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema.
• A principal manifestação clínica que a difere são as fortes
dores nas articulações, que muitas vezes podem estar
acompanhadas de edema.
• O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde,
língua falada por um grupo que vive no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique. Significa “aqueles que se
dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia característica.
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Assunto: Arboviroses
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Assunto: Arboviroses
Zika
Introdução geral
• O vírus zika é um arbovírus do gênero Flavivírus, família Flaviviridae, identificado pela primeira vez em 1947 na
Floresta Zika em Uganda durante um programa de
monitorização da febre amarela selvagem.
• A infecção durante a gravidez tem sido associada a
microcefalia congênita, malformações fetais e perdas fetais,
levando o Ministro da Saúde do Brasil a declarar estado de
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em
novembro de 2015.
• É transmitido primariamente pela picada de mosquitos do
gênero Aedes infectados, sobretudo o Aedes aegypti e o
Aedes albopictus.
• Além da transmissão vetorial, outras formas de transmissão
até então teóricas ou anedóticas passaram a receber maior atenção. O RNA do vírus da zika já foi detectado no
sangue, urina, sêmen, saliva, líquor, líquido amniótico e leite materno.
Sinais e sintomas
• Estima-se que manifestações clínicas ocorra em cerca de 20 % dos indivíduos infectados, sendo, portanto, a
infecção assintomática mais frequente.
• O quadro clínico tipicamente inclui rash maculopapular frequentemente acompanhado de prurido, febre baixa
(37,8 a 38,5°C), artralgia (principalmente nas articulações dos pés e mãos) e conjuntivite não purulenta.
• Na maioria dos pacientes, os sintomas são usualmente leves e apresentam resolução espontânea após cerca de 2
a 7 dias. No entanto, em alguns pacientes a artralgia pode persistir por cerca de um mês.
Caso clínico 1
• Joana, do lar, 34 anos de idade, casada, moradora do bairro nacional, G3P2A0C1, com 21 semanas de gestação,
pré-natal em dia, tem história de sensação de corpo quente há 4 dias, com leve indisposição no período. Ficou
preocupada por estar grávida, por isso procurou atendimento. Nega febre aferida, refere que hoje pela manha
notou vermelhidão pelo corpo, com discreto prurido. Nega cefaleia, náuseas ou vômitos, diarreia, alteração
urinária ou outras alterações dignas de nota.
1) Hipóteses diagnósticas.
• Zika.
2) Exames complementares.
• Coletar sorologia após o 7º dia.
Caso clínico 2
• Antônia, 54 anos, viúva, procedente de Candeias do Jamari, hipertensa controlada com uso de losartana 50
mg/dia, apresenta história de 4 dias de início abrupto de febre de 38, 5 °C, acompanhada de dores pelo corpo e
principalmente nas articulações dos membros inferiores. Há dois dias notou grosseiro no corpo, não pruriginoso,
com leve descamação na planta dos pés. Como a dor não melhorasse com o uso de paracetamol, hoje a impedindo
de realizar seus afazeres domésticos, procurou a UPA para atendimento. PA: 135x85 mmHg, FC: 72 bpm, FR: 16
ipm, corada, hidratada, com presença de exantema máculo-papular discreto em tronco e membros. Edema de
tornozelos, quente, doloroso à palpação e movimentação.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Arboviroses
1) Hipóteses diagnósticas.
• Chikungunya;
• Reação alérgica a algum medicamento.
2) Exames complementares.
• Hemograma.
• Prova de atividade inflamatória (exemplo: PCR).
Caso clínico 3
• Identificação:
o R.E.M.O, 42 anos, feminino, professora, natural de São Paulo, residente em Belém há vários anos.
• História da doença atual:
o Procurou atendimento médico em 15/5/2006, relatando início dos sintomas em 10/5/2006, com febre,
cefaleia, astenia, anorexia, dor lombar, dores nos membros inferiores e hiperestesia cutânea. Negava
prurido, queixas digestivas, respiratórias ou urinárias. História pregressa de rubéola, confirmada por
sorologia. No último final de semana que antecedeu o início dos sintomas (6 e 7/5/06), frequentou um
sítio na cidade de Benevides, a cerca de 40 Km de Belém. Não havia relato de outros casos febris entre as
pessoas que também estiveram no sítio junto com a paciente, porém, alguns vizinhos seus em Belém
estavam com suspeita de dengue.
• Exame físico geral:
o Temperatura axilar de 38,5ºC. PA – 120 x 80mmHg. Peso – 62,5Kg. Orofaringe: normal, ligeiro exantema
do tipo o eritematopapular em todo o tegumento. Ausculta pulmonar, ausculta cardiovascular e abdome:
sem anormalidades.
• Conduta diagnóstica:
o Foi solicitado hemograma e sorologia para dengue (1ª amostra). Hemograma; Leucócitos 5.100/mm3
(segmentados: 64%, linfócitos: 30%, monócitos: 4%, eosinófilos: 1%, basófilos: 1%) e plaquetometria
normal.
• Conduta terapêutica:
o Prescrito paracetamol 750 mg por via oral a cada seis horas em caso de dores ou febre, hidratação oral
com líquidos à vontade e retorno para avaliação em 48 horas.
• Os fatos:
o Em 17/5/2006 – Houve regressão total dos sintomas, persistindo apenas ligeira astenia. Recebeu alta
médica.
• Em 23/5/2006:
o Retornou à consulta por causa de febre e cefaleia iniciada no dia anterior.
• Exame físico:
o Temperatura axilar de 39ºC, demais aparelhos sem outras alterações significativas.
Caso clínico 4
• Identificação – F. G. M., feminino, 24 anos, do lar, branca, residente no município A, bairro de Nova América.
• História da doença atual:
o Procurou o serviço médico da unidade básica de saúde em 17/12/2005, com história de febre não aferida
há dois dias, cefaleia, mialgia, náuseas, vômitos e prostração. No dia do atendimento notou vermelhidão
no corpo.
• Exame físico geral:
o Bom estado geral, temperatura axilar de 37,5ºC, PA 120x75 mmHg, eupnéica, anictérica. Pele: exantema
morbiliforme, sobretudo em face e troncos. Segmento cefálico: gânglios submandibulares pouco
aumentados, de consistência fibro-elástica, indolores. Tórax: murmúrio vesicular simétrico, ausência de
ruídos adventícios à ausculta pulmonar; bulhas rítmicas, normofonéticas, sem sopro à ausculta cardíaca.
Abdome: normotenso, indolor, sem visceromegalias, ruídos hidroaéreos presentes e normais.
Neurológico: sem alterações.
1) Quais são as hipóteses diagnósticas que você faria para este caso?
• Diagnóstico diferencial de síndrome febril aguda com exantema – rubéola, dengue, parvovirose, sarampo,
escarlatina, mononucleose e outras viroses (Mayaro, Oropouche).
2) Há alguma informação adicional da história clínica que você considera relevante e que não foi obtida? Se sim,
diga qual (quais).
• Rubéola e sarampo: história de contato, antecedentes vacinal e de infecção.
• Dengue: epidemiologia, local provável de infecção, presença do vetor.
• Outras viroses: história de deslocamentos.
• Farmacodermia: história de uso de medicamentos.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Arboviroses
Caso clínico 5
• Identificação – J.J.M., feminino, 34 anos, do lar, parda, residente no município A, bairro de Nova América, procurou
a unidade básica de saúde em 20/4/2005.
• História da doença atual – Refere que há sete dias teve início de febre 38ºC, cefaleia, intensa mialgia, artralgia,
dor retroocular, náuseas e prostração. Fez uso de dipirona com melhora discreta dos sintomas. Refere
recrudescência da febre e dos outros sintomas há um dia.
• Exame físico geral – Prostrada, anictérica, eupnéica, sem adenomegalias. PA 130x85mmHg, temperatura
axilar 38,5ºC, Frequência cardíaca: 116bpm. Pele: sem lesões. Segmento cefálico: sem alterações. Tórax: pulmões
livres, ausculta cardíaca normal. Abdome: normotenso, indolor, sem visceromegalias, ruídos hidroaéreos
presentes e normais. Neurológico: sem alterações.
1) Quais são as hipóteses diagnósticas que você faria para este caso?
• Diagnóstico diferencial de síndrome febril aguda - dengue, influenza, malária, leptospirose, febre tifóide,
Oropouche;
• Outras viroses;
• discutir duração da febre.
2) Há alguma informação adicional da história clínica que você considera relevante e que não foi obtida? Se sim,
diga qual (quais).
• epidemiologia para dengue e outras viroses;
• história de deslocamento, contato com matas e ocupação;
• história de enchente – leptospirose;
• história de ingestão hídrico-alimentar – febre tifoide.
Caso clínico 6
• Identificação – M.A.S., 48 anos, feminino, médica, residente em Vitória-ES.
• História da doença atual:
o Procurou atendimento médico em 13/1/2006, relatando que há cerca de três dias iniciou com febre alta,
cefaleia, artralgia e leve mialgia. Tomou analgésico e antitérmico por conta própria. No atendimento
apresentava persistência da febre, anorexia, intensa astenia, dor abdominal, palidez acentuada e mal-
estar geral. Refere vômitos e diarreia. Refere ainda deslocamento para zona rural (ecoturismo). Nega
vacinação contra febre amarela.
• Exame físico geral – Desidratada (+/4+), PA 90X60 mm Hg. Abdome doloroso à palpação em quadrante superior
direito.
• Conduta – O médico solicitou hemograma completo, urina rotina, ultrassonografia abdominal. Foram prescritos
hioscina, dipirona, glicose intravenosa, bromoprida intramuscular, paracetamol 500 mg a cada seis horas e
dimenidrato a cada 12 horas. Retorno para casa.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Arboviroses
2) Comente o atendimento e que orientações você daria?
• faltou explorar dados epidemiológicos (viagens, ocorrência de outros casos), história de doenças pregressas;
• febre não aferida;
• PA em uma única posição;
• deveria ter sido internada para hidratação IV, observação e aguardar resultado de exames.
5) Houve uma piora do quadro clínico da paciente? Cite as alterações clínicas e laboratoriais mais relevantes.
• Sim;
• presença de dor abdominal intensa e aparecimento de petéquias;
• leucopenia;
• hemoconcetração;
• transaminases elevadas.
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Arboviroses
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O Circo
RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Arboviroses
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RESUMO DE DOENÇAS TROPICAIS
Assunto: Arboviroses
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RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Uso Racional de medicamentos.
Por que ocorre o uso indiscriminado de maneira tão intensa/endêmica?
• Dificuldade de acesso ao médico/facilidade de acesso ao medicamento na farmácia.
o A rotina “rápida” do indivíduo que não permite a ele ter consciência da importância de ir ao medico
para se consultar por uma dor no estômago.
• Imediatismo que a pessoa prefere tomar um medicamento imediatamente para dor de cabeça, sendo que
poderia tentar esperar um pouco ou outra alternativa.
• Superlotação do sistema de saúde.
• Desconhecimento dos perigos do uso indiscriminado.
• Desconhecem a individualidade do uso do medicamento.
o Por que o vizinho, amigos, família usou e funcionou.
• Mascarara os sintomas de uma doença mais grave.
o Meningite mal tratada.
• Cultura presente de automedicação.
• Propagandas que prometem “milagres” sobre o uso daquele medicamento.
• Facilidade de compra de medicamentos “proibidos”.
• “Restos” de medicamentos que foram utilizados antes que foram bons e que podem servir a calhar agora.
• Em crianças, os medicamentos são disponibilizados como aromatizados “doces” o que facilita um acidente
se a criança tiver acesso ao medicamento, acreditando que está tomando apenas um docinho.
• Uso de fitoterápicos não regularizados.
o Assegure-se de que o produto tenha sido preparado e/ou
produzido em farmácias ou em indústrias autorizadas, orientando-
se com o farmacêutico.
o Confira as condições da embalagem e se o rótulo contém o nome
científico da espécie da planta, a concentração e o prazo de
validade.
o Procure sempre o profissional da Saúde habilitado para obter
orientações sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
• Grupos especiais como crianças, grávidas e idosos que necessitam de
avaliação mais “especial” para uso de medicamentos.
o Em pessoas idosas com problemas de visão e de memória, são
frequentes as confusões com medicamentos, principalmente os que têm forma ou aspecto
semelhante e embalagens parecidas.
o Crianças não podem usar medicamentos da mesma forma que adultos.
▪ Elas podem metabolizar ele mais rápido ou mais lento dependendo do medicamento, por
isso não basta realizar o “ajuste” de dose básico.
• Padrões de “felicidade” que podem ser alcançados com o uso de remédios específicos.
o Uso de suplementação.
o Remédios para emagrecer
▪ Laxantes
o Remédios para dormir.
• Compulsão para o uso de medicamentos.
• Necessidade de prescrever algo.
• Comodidade e sensação de “dever cumprido” .
Motivos e consequências?
• Uso inadequado
o De maneira errada, por tempo e doses incorretos.
• Resistência a antibióticos.
• Ineficiência após uso prolongado e inconsequente.
• Complicações de saúde.
o Interação medicamentosa.
1
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Uso Racional de medicamentos.
▪ Os efeitos podem ser de potencialização ou diminuição dos efeitos, e até mesmo produzindo
formação de novas substâncias tóxicas ao organismo.
o Consequências hepáticas e renais.
o Intoxicação.
• Mascaramento de doenças mais graves.
o Progressão da patologia.
• Dependência.
o Medicamentos calmantes ou que induzem o sono.
• Mais gastos ao sistema de saúde por complicações de
quadros de saúde dos pacientes.
o Tratar uma intoxicação por paracetamol.
• Óbito por complicações do uso indiscriminado.
• Iatrogenia
• Aumento de efeitos adversos por uso inadequado de doses, via, intervalos de administração e/ou tempo de
tratamento.
• Aumento do tempo de tratamento.
• Não adesão do paciente ao tratamento e portanto, insucesso terapêutico.
Questionamentos
• Qual proposta da OMS para o uso racional de medicamentos?
• Quais os atores envolvidos?
• Quais as medidas que devem ser tomadas para promover o uso racional de medicamentos?
Introdução
• A Organização Mundial de Saúde diz que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem
medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades
individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.
o 1ª estabelecer a necessidade do uso do medicamento.
o 2ª receitar o medicamento apropriado. (melhor escolha clínica)
o 3ª prescrever adequadamente na forma farmacêutica, doses e período de duração do tratamento
que esteja disponível de modo oportuno, a um preço acessível, e que responda sempre aos critérios
de qualidade exigidos
o 4ª que se dispense em condições adequadas, com a necessária orientação e responsabilidade.
o 5ª Que se cumpra o regime terapêutico já prescrito da melhor maneira possível.
• A proposta de alívio imediato do sofrimento, como em um passe de mágica, é um apelo atraente, mas tem
seu preço. Este preço nem sempre se restringe ao desembolso financeiro e pode ser descontado na própria
saúde.
• Os requisitos para o uso racional de medicamentos são muito complexos e envolvem uma série de variáveis,
em um encadeamento lógico. Para que sejam cumpridos, devem contar com a participação de diversos
atores sociais: pacientes, profissionais de saúde, legisladores, formuladores de políticas públicas, indústria,
comércio, governo.
2
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Uso Racional de medicamentos.
• Pelo menos 35% dos medicamentos do brasil comprados são para automedicação.
• O baixo poder aquisitivo da população e a precariedade dos serviços de saúde contrastam com a facilidade
de se obter medicamentos, sem pagamento de consulta e sem receita médica em qualquer farmácia, onde,
não raro, se encontra o estímulo do balconista que ganha comissão por venda.
• A camada mais alta da sociedade também não está livre desse uso devido há uma cultura da automedicação.
• Médicos não são bem informados a respeito da segurança dos fármacos prescritos.
o Possíveis interações medicamentosas e riscos do uso.
o Também há negligência dos pacientes que não declaram já estar usando outros medicamentos, ou
falha na intercomunicação em um paciente atendido por muitos médicos.
• Soma-se a todos esses fatores, a propaganda de medicamentos, que tem sido um estímulo freqüente para o
uso inadequado dos mesmos, sobretudo, porque tende a ressaltar os benefícios e omitir ou minimizar os
riscos e os possíveis efeitos adversos, dando a impressão, especialmente ao público leigo, que são produtos
inócuos, influenciando-os a consumir como qualquer outra mercadoria.
o Soma-se a propaganda da internet que agrava mais ainda esse aspecto.
• Também há a presença do tráfico de drogas lícitas (fármacos), que facilita o acesso negligente a drogas
restritas.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Uso Racional de medicamentos.
“Qualquer um pode medicar ou medicar-se, é fácil!! Porém medicar ou medicar-se com o medicamento certo,
na hora certa, pelo motivo certo, na medida certa, da maneira certa, não é fácil.”
Perguntas:
• Assinale as partes do texto que julgar interessante.
• Sublinhar palavras desconhecidas e procurar dicionário.
• Sublinhar as ideias principais do texto.
• Procurar conceitos, características e outros elementos para compreensão do texto.
• O que são agentes antimicrobianos?
• O que é toxicidade seletiva?;
• Conceitue colonização infecção e contaminação
• O que é um antibiótico bactericida?
• O que é um antibiótico bacteriostático?
• Como podem ser classificados de acordo com seu espectro de atividade?
• Diferencie resistência intrínseca de resistência adquirida, exemplifique.
• Como acontece o surgimento da resistência bacteriana e quais seus mecanismos de resistência.
• Como escolher o antibiótico correto para o tratamento de uma infecção?
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA II
Assunto: Artigo: USO DE ANTIMICROBIANOS
Introdução
• Os antimicrobianos são substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas (quimioterápicos) que agem sobre
microrganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição.
• A ampla a utilização de antimicrobianos pode afetar de forma significativa não somente a microbiota do
paciente que o utiliza, mas também a ecologia microbiana dos outros pacientes.
• Os sítios de microbiota normal do organismo humano sofrem uma pressão seletiva gerada pelo uso dos
antimicrobianos que acabam por eliminar parte das bactérias existentes e permitir que as demais
sobrevivam e promovam um desequilíbrio.
o O grande abuso de antibióticos é um grande favorecedor de bactérias multirresistentes em
hospitais.
Hospedeiro
• Para prescrever o antibiótico deve-se saber dados importantes do paciente como idade, sexo, HPP, função
renal e hepática, além de outros dados importantes, como o possível sitio de infecção.
• Gravidez
• Estado imunológico
• Coagulopatias
• História de alergias
• Uso recente de antibióticos.
Coleta de cultura
• Coletar o material é ideal para fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento específico o quanto antes.
• Uma cultura positiva de paciente infectado pode motivar troca antimicrobiana com direcionamento de
espectro, melhora no tratamento e redução de custos.
• Alguns materiais têm maiores riscos de contaminação de coleta (urina) e outros não são estéreis
habitualmente (fezes, escarro e secreções), despertando cautela em sua interpretação. Entretanto, materiais
como sangue, osso, líquido ascítico, pleural e líquor são considerados estéreis e, portanto, mais confiáveis
para auxílio no diagnóstico quando isolado o agente.
Microbiologia clinica
• A identificação do microrganismo auxilia na decisão do medicamento a ser usado, sendo um dos recursos
mais utilizados a coloração de Gram, direcionando para grupos específicos de agentes.
• Bactérias são identificadas por sua aparência macroscópica (colônia e modo de crescimento) ou
microscópica (tamanho e forma como bacilos e bastões).
Microbiota normal
• A pele e as mucosas abrigam uma variedade de microorganismos que se distribuem em dois grupos: a
microbiota transitória e a microbiota residente.
• Transitória: consiste de organismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos, que habitam a pele ou
as mucosas durante horas, dias ou semanas.
o Origina-se do meio ambiente e geralmente não produz doença, não se estabelece de modo
permanente no corpo.
• Residente: descreve várias bactérias e fungos que são residentes permanentes de certos sítios como pele,
nasofaringe, laringe, traquéia esôfago, estômago, cólon e trato geniturinário.
• Se a microbiota residente for alterada, microrganismos transitórios podem proliferar e produzir doença.
• Algumas regiões do nosso organismo são “estéreis” a microrganismos exógenos.
• Os microrganismos da microbiota normal têm papel importante tanto na manutenção da saúde, quanto na
possibilidade de causar doença.
o Eles podem constituir uma barreira de defesa, dificultando a multiplicação de patógenos.
o Em indivíduos imunodeprimidos, os próprios microorganismos residentes podem causar doença.
Antimicrobianos
• O uso empírico de antimicrobiano não prescinde, contudo, da coleta de amostras para cultura antes do
início da antibioticoterapia. Deve ser baseado nos itens destacados anteriormente, na epidemiologia dos
agentes e seus respectivos sítios de infecção.
• Caso haja mais de um agente antimicrobiano disponível para tratamento, utiliza-se o de menor custo,
toxicidade, via mais viável, posologia cômoda, e menor indução a resistência bacteriana.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA II
Assunto: Artigo: USO DE ANTIMICROBIANOS
Farmacocinética e Farmacodinâmica
• Farmacocinética está relacionada à absorção,
distribuição, metabolismo e excreção do antimicrobiano,
enquanto a farmacodinâmica descreve a concentração
sanguínea, concentração no sítio da infecção e os efeitos
tóxicos da droga durante seu uso.
• Concentração inibitória mínima (MIC) é definido como a
mínima concentração de antimicrobiano suficiente para
impedir o crescimento bacteriano em uma suspensão
contendo 105 unidades formadoras de colônias após a incubação por uma noite e determina a sensibilidade
in vitro do microorganismo aos agentes antimicrobianos.
Efeitos colaterais
• A maioria dos eventos adversos relatados é específica de um agente e não da classe de antimicrobianos.
• Os beta-lactâmicos podem estar relacionados à febre originada por drogas e reações de farmacodermia;
• Os aminoglicosídeos, mais comumente são nefrotóxicos e ototóxicos;
• A vancomicina pode provocar a chamada "Síndrome do Homem Vermelho" que consiste em rash cutâneo de
face e região cervical durante a infusão rápida da droga;
Tratamento antimicrobiano
• Para iniciar o tratamento é necessário que haja evidencia de infecção por clinica, laboratorial e/ou imagem.
• Definido sinais e sintomas sugestivos de infecção, é necessária a procura de foco provável. A comprovação
do sítio de infecção auxiliará na escolha do antimicrobiano empírico baseado na colonização habitual,
patógenos mais comuns e penetração do antibiótico no sítio afetado.
• A escolha do antimicrobiano empírico deve levar em conta a repercussão clínica da infecção bem como
comorbidades que possam levar a piora clínica rapidamente.
o Pacientes imunossuprimidos ou criticamente enfermos demandarão início empírico precoce de
antimicrobiano.
o Já pacientes estáveis permitem uma confirmação da bactéria envolvida por meio de culturas.
Tempo de tratamento
• Varia com a resposta clinica inicial e foco infeccioso.
• Pacientes com pneumonia que respondem bem com melhora clínica e redução de picos febris nas primeiras
48 horas podem ser tratados de 8 a 10 dias. Entretanto, situações como osteomielites agudas e endocardites
demandam tempo de tratamento de quatro a seis semanas.
• O melhor tratamento é o em menor tempo possível sem perder a eficácia.
Falhas no tratamento
• Posologia inadequada.
• Antibiótico empírico sem ação contra a bactéria causadora da infecção.
• Presença de abscessos e tecidos necróticos: nestas situações é necessário, além do tratamento
medicamentoso, desbridamentos de tecidos necróticos e drenagem de abscessos para resolução da
infecção.
• Antimicrobiano prescrito para situações nas quais não há infecção.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
Introdução
• A resistência bacteriana ainda é um grande preocupação parra a ciência moderna.
• O homem e os micróbios partilham um vida em comum que se perde na sombra do tempo e certamente,
desde a pré-historia, os micróbios provocam doenças no homem.
• As primeiras descrições sobre o uso de antimicrobianos datam de 3 mil anos atrás.
• A identificação das bactérias e sua causalidade nas doenças so foi identificada em 1878 com pasteur.
• 5000 anos: chineses, e vários povos já usavam produtos de origem anima, vegetal e mineral para tratar
doenças.
• 3000 anos: chineses usavam bolores para tratar abscessos....
• Sumérios: emplastros com binho, cerveja e zimbro: álcool e acido acético.
• 1500 anos: indianos medicavam diarreias com bolores.
• Maias e índios norteamerianos usavam bolores em feridas.
• 400 aC Hipócrates lava ferimentos com vinho.
• Idade média: retrocesso por causa da igreja.
• 1910 paul erlich trata lues como arsênico.
• 1921 Gaspar Viana usa antimônio para tratar leishmaniose.
• 1929 alexander flaming publica o primeiro trabalho descrevendo a penicilina e seus efeitos sobre
microorganismos.
o Descobriu a penicilina 1ª antibiótico de utilidade clinica – descoberto em 1928, permaneceu como
curiosidade até 1939 e, em 12 de fevereiro de 1941, foi usado pela 1ª vez em um policial de Londres
com sepse estafilococica.
• 1932-Domagk torna-se disponível terapia antimicrobiana com a descoberta das sulfonamidas.
o
• 1940 penicilina é produzida maior quantidade dando origem à era dos antibióticos (florey e ..)
Conceito
• Antimicrobianos são substancias químicas produzidas por microorganismos ou de forma sintética, com
capacidade de inibir crescimento ou matar microorganismos.
• Método de obtenção
o Natural – fermentação de cultura de fungos
o Síntese laboratorial
o Semissíntese – combinação dos anteriores
• Classificação dos antimicrobianos
o Por microrganismos suscetíveis
▪ Antibacterianos
▪ Antifúngicos
▪ Antivirais
▪ Antiparasitários
o Por origem do antimicrobiano
▪ Antibióticos
▪ Quimioterápicos anti-infecciosos.
Antibioticoterapia
• Tratamento de paciente com sinais e sintomas clínicos de infecção, pela administração de antimicrobianos.
• Finalidade:
o Curar – cura clinica
o Combater agente – cura microbiológica
Super bactérias
• Aumento da Resistencia de bactérias conforme passa o tempo.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
• As taxas de resistência estão cada vez mais altas e a descoberta de
antimicrobianos novos está cada vez menor.
• Praticamente usam-se os mesmos antibióticos a 40 anos.
• Evolução da Resistencia bacteriana
o Anos 50 e 60: estafilococos resistentes a penicilina.
o Anos 70: gram-negativos resistentes a penicilinas e cefalosporinas.
o Anos 80: Seguem os gram-negativos acumulando resistência e
ressurgem os estafilococos, agora resistentes a oxacilina.
Uso de antimicrobianos
• Segundo a OMS: 2/3 dos antibióticos são usados sem prescrição médica;
• As infecções causam 25% de mortes no mundo e 45% nos países menos desenvolvidos.
• Mais de 50% das prescrições de antibióticos são inadequadas.
• 50% dos pacientes compram antibióticos para 1 dia e 90% para um período igual ou inferior a 3 dias.
• Mais de 50% do orçamento com medicamentos são destinados a antimicrobianos.
• Prescrição de ATM:
o Uma lei dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substancias classificadas como
antimicrobianos, de uso sob prescrição, isolada ou em associação.
Classificação ATM
• Estrutura química
• Tipos de germes sobre os quais atuam
• Obs: existem mais de 20000, porem usamos menos de 100.
Classificação química
• Derivados aminoácidos
• Derivados açucares
• Derivados de acetados e propionatos
• Outros
• OBS: derivados mesmo grupo, possuem mecanismo de
ação semelhante e espectro de ação semelhante.
Bactericidas e bacteriostáticos
• Bactericidas são os que provocam alterações
incompatíveis com sobrevida da bactéria.
• Bacteriostático: são os que inibem o crescimento e
reprodução bacteriana sendo reversível o efeito uma vez
retirada a droga.
• Bactericidas para infecções mais graves e para pacientes
críticos.
Espectro de ação
• Ativos sobre protozoários – paromicina, tetraciclina e
anfotericina B.
• Ativos sobre algas – anfotericina B.
• Ativos sobre bactérias Gram positivas – penicilinas, macrolideos
e bacitracina.
• Ativos sobre riquétsias, micoplasmas e ciamidias – tetraciclinas,
cloranfenicol e macrolideos.
• Ativos contra espiroquetas – penicilinas, eritromicina e
tetraciclina.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
Grupos de antibióticos
• Beta-Lactâmicos
o PENICILINAS NATURAIS E SEMI-SINTÉTICAS
o INIBIDORES DE BETA-LACTAMASE
o CEFALOSPORINAS
o CARBAPENEMAS
• MONOBACTÂMICOS
• AMINOGLICOSÍDEOS
• RIFAMICINAS
• ACROLÍDEOS, AZALÍDEOS, CETOLÍDEOS e ESTREPTOGRAMINA
• LINCOSAMIDAS
• CLORANFENICOL E TIANFENICOL
• TETRACICLINAS E GLICILCILINAS
• DROGAS ANTI-FÓLICAS, SULFAS E DIAMINOPIRIMIDINAS
• QUINOLONA
• OXAZOLIDINONAS
Estrutura bacteriana
• LEGENDA:
o A-Pili
o B-Ribossomas;
o C-Cápsula;
o D-Parede celular;
o E-Flagelo;
o F-Citoplasma;
o G-Vacúolo;
o H-Plasmídeo;
o I-Nucleído;
o J-Membrana celular
• Plasmídeo – DNA que a bactéria adquire que facilita sua resistência a ATM.
o Uma bactéria pode adquirir vários plasmídeos, não somente de um tipo.
o O processo todo pode ocorrer com velocidade assustadora. O Staphylococcys aureus, por exemplo, é
mestre antigo na arte da resistência aos antibióticos. Ao tornar-se totalmente resistente à penicilina
através de mecanismos mediados por plasmídeos, esse microrganismo, em apenas 1-2 anos, foi
capaz de adquirir resistência ao substituto da penicilina, a meticilina.
• A estrutura mais interessante da bactéria é a parede celular
o As bactérias gram positivas tem uma camada de peptidoglicano, um polímero que da forma e
resistência, protegendo a bactéria. Nas bactérias gram positivas 60% da parede celular é composta
desse peptidoglicano.
o Nas bactérias gram negativas tem uma camada de peptidoglicano muito menor, que corresponde a
cerca de 10% da parede celular. Isso porque temos uma membrana externa constituída de
lipopolissacarídeo (LPS).
▪ A membrana externa também é constituída de canais de porina que permitem a entrada do
antibiótico, nas gram positivas os ATM entram por difusão.
• Um polímero de peptidoglicano é formado por dois açucares e cadeias peptídicas cruzadas.
o A parede celular da bactéria contém peptideoglicano, substância que não ocorre nos eucarióticos. Ele
é o equivalente a uma bolsa de molas não distensíveis envolvendo toda a bactéria. Nas bactérias
Gram-negativas, essa bolsa consiste em espessura única, porém, em bactérias Gram-positivas, pode
haver até 40 camadas de peptideoglicanos. Cada camada consiste em esqueletos múltiplos de
aminoaçúcares – alternando resíduos de Nacetilglicosamina e de ácido N-acetilmurâmico.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
Coloração de gram
• Irei corar as bactérias para ,na bacterioscopia, eu conseguir discernir das gram negativas para gram positivas,
além de permitir discenir elas quanto a forma.
• Como fazer:
o Farei um esfregaço de sangue ou líquor, fixar esse liquido.
Então, você submeterá tanto as bactérias gram positivas
como as gram negativas a uma coloração violeta. Esse
corante penetra na parede celular e cora todas as células
violeta. Com o fixador Lugol, agora se submete essa célula a
uma substancia álcool acetona que irá decompor a parede
das células gram negativas que tem uma camada de
peptidoglicano muito fina. Nas gram positivas devido a
camada mais espessa ela consegue permanecer com o
corante dentro da célula.
o Após isso eu uso o chamato “contra-corante” que me mostrará uma lâmina roxa que é a gram “+” e
uma rosada que é a gram “-“.
• Características quanto à forma
o Diante da coloração e da bacterioscopia eu consigo classificar ela quanto a forma e quanto o “gram”.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
o Formação dos RNAs
▪ Rifamicinas
o Originam proteínas erradas (bactericidas)
▪ Aminoglicosídeos
o Bloqueiam a síntese de proteínas (bacteriostáticos)
▪ Macrolideos
▪ Lincosamidas
▪ Afenicois
▪ Tetraciclinas
o Fixação do RNA-m aos ribossoma
o Alterações dos ribossomas
o Antibióticos que inibem a DNA-girase que relaxa o DNA superenrolado para permitir a transcrição;
▪ Quinolonas
• Antibióticos que inibem processos metabólicos da bactéria
o Sulfonas
o Sulfas
o Primaquina
o Trimetoprin
o Pirimetamina
Conceitos
• Sinergismo – quando a combinação de duas drogas aumenta a atividade de ambas.
o A associação de dois fármacos bactericidas pode ser sinérgica; isto é, o efeito da associação é maior
que a soma dos efeitos de cada fármaco isoladamente (com as mesmas doses de ambos os
fármacos). A associação de penicilina-aminoglicosídio, por exemplo, pode ter efeito sinérgico, uma
vez que a inibição da síntese da parede celular bacteriana pela penicilina possibilita maior entrada
do aminoglicosídio na célula.
• Antagonismo – Quando um antimicrobiano diminuí a ação do outro.
o Ex: O agente bacteriostático tetraciclina, por exemplo, inibe a síntese de proteínas e retarda,
portanto, crescimento e divisão celulares. A ação desse fármaco antagoniza os efeitos de inibidor de
síntese da parede celular, como penicilina, que necessita do crescimento bacteriano para ser efetivo.
Mecanismos de resistência
• Resistencia bacteriana é um fenômeno genético, relacionado a existência de genes contidos nos
microorganismos, que codificam mecanismos bioquímicos que impedem ação das drogas.
• Conceito resistência: diz-se bactéria é resistente a um ATM quando consegue crescer in vitro em presença
de concentração inibitória que essa droga atinge no sangue.
• Tipos de resistência
o Resistência natural ou intrínseca: faz parte das características biológicas primitivas dos
microorganismos (gens cromossômicos)
o Resistência adquirida: a um ATM é a que surge em bactéria previamente sensível a este mesmo
ATM.
Mecanismos genéticos de transferência de material genético
CONJUGAÇÃO
• Na conjugação bacteriana, duas bactérias unem-se
temporariamente através de uma ponte citoplasmática
(pili). Uma das células, denominada doadora, duplica parte
do cromossomo e passa para outra célula, denominada
receptora, unindo-se ou não ao cromossomo dessa célula.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
• A capacidade de se conjugar está codificada nos plasmídeos de conjugação.
TRANSFORMAÇÃO
A transformação ocorre quando uma
bactéria incorpora moléculas de DNA
existentes em seu meio e esta passa a ter novas
características.
TRANSPOSIÇÃO
Transferência de genes de um plasmídeo para outro plasmídio, para cromossoma ou bacteriófago
Transferência se dá através de transposons que são segmentos de DNA que “saltam” ou autotransferirem-se de
uma molécula de DNA para outra.
OBS: Lembrar de não confundir quais são os mecanismos de resistência (como ela se defende) e como ela adquire a
resistência (como ela aprende a se defender).
Farmacocinética
• Estuda a atividade do ATM no interior da célula à partir parâmetros de :
o Velocidade de absorção
▪ Ela é bem absorvida? Precisa de capsula que impede sua degradação no estomago?
o Distribuição
o Metabolismo
o Excreção
• Concentração sérica
o Após alcançarem corrente sanguínea estabelecem ligações protéicas em proporção variável (índice
de ligação protéica).
o Drogas ligadas com proteínas não estão “ativas”, logo, quanto maior a taxa de ligação proteica,
menos medicamento disponível eu tenho.
• Meia vida: tempo necessário para que concentração sérica máxima alcançada após administração de uma
dose padrão se reduza à metade. Meia vida determinada por:
o Velocidade de excreção ou metabolização
o Rapidez de difusão tecidual no ATM.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
Farmacodinâmica
• Relaciona concentrações do fármaco com sua atividade antimicrobiana
• Susceptibilidade dos microorganismos ao ATM: CIM
o Classificação:
▪ tempo dependente
▪ Concentração
dependente
• Concentração inibitória mínima(CIM): a
mínima concentração do ATM necessária
para inibir a multiplicação de um isolado
bacteriano.
o Pode ser feita por macrodiluição
em caldo.
• Tempo dependentes: tem sua ação
regida pelo tempo de exposição das
bactérias às suas concentrações séricas e teciduais.
o É um tipo de antibiótico que tem a sua ação regida pelo tempo que fica acima da CIM.
o Ex: Vancomicina, Beta-lactamicos
o Logo, não adianta eu dar ele só uma vez ao dia, preciso dar de 8-8 ou de 6-6, para manter a CIM do
medicamento e manter ele em ação constante.
• Concentração dependente: são aqueles que apresentam sua ação antibacteriana em função da
concentração que atinge no sangue e tecidos.
o Quanto mais alta a concentração da droga mais rápida a erradicação do patógeno.
o Ex: Aminoglicosídeos
o Ele é mais eficaz se eu der uma dose “de ataque” alta para eliminar o patógeno, dando uma vez ao
dia apenas.
• Efeito pós antibiótico: Aqueles que mesmo níveis abaixo da CIM inibem o crescimento bacteriano.
o Mesmo quando a bactéria teria que está se dividindo, o antibiótico ainda continua inibindo seu
crescimento, por algumas horas ou dias.
o Aminoglicosideos
o Fluorquinolonas
OBS: Finalidades do uso de ATM: Podemos usar os ATM para tratar uma doença ou como profilaxia. Um exemplo é
a profilaxia cirúrgica; em imunocomprometidos;
• Características do paciente
o Idade, função renal e hepática, gravidez/lactação, sensibilidade do paciente.
• Existe infecção? Confirmar o quadro infeccioso
o Fazer cultura para poder escolher o ATM
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Antimicrobianos
• Agente Etiológico:
antibiograma e mecanismos
de resistência.
• Propriedades do ATM:
farmacocinética,
farmacodinâmica,
mecanismos de ação,
sinergismo, antagonismo,
toxicidade, interação
medicamentosa e custos.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
Doenças
Acidez gástrica
Doença ulcerosa péptica
Refluxo gastroesofágico
Estômago
Comunica-se com o duodeno pelo piloro e superiormente
com o esôfago.
É um órgao muscular oco.
Armazena o alimento, mistura o alimento com o suco
gástrico e dissolve os alimentos.
Transforma o alimento em quimo (papa alimentar em
forma líquida).
Basicamente o estomago participa do processo de
digestão através da produção de enzimas e do suco
gástrico.
A falha na válvula superior do estomago leva ao vazamento do ácido gástrico para o esôfago que acaba por
lesar a mucosa do esôfago.
Regiões:
o Cárdia
Região histologicamente diferente do estomago.
Possui muitas células secretoras produtoras de muco e lisozima (destrói a parede de
bactérias)
Poucas células parietais produtoras de H+ e Cl- (que formarão HCl no lúmen).
Principal função: produção de muco, produz pouco ácido clorídrico, uma vez que as células
produtoras do ácido não se encontram em grande quantidade.
o Fundo e corpo
Istmo: tem células mucosas em diferenciação que substituirão as células da fosseta e as
superficiais, células-tronco e células parietais (oxínticas);
Essa renovação celular ocorre com grande frequência para manter a integridade da
mucosa.
Colo: Possui células-tronco, mucosas do colo (diferentes das mucosas do istmo e da
superfície) e parietais (oxínticas);
Base das glândulas: contém principalmente células parietais e zimogênicas (principais).
As células principais são responsáveis pela produção do pepsinogenio, que em
contato com o ácido clorídrico vira a pepsina que digere as proteínas.
Quando ocorre a queda do pH estomacal durante a digestão, substancias como a
gastrina (estimula a fome), tem sua ação diminuída.
Fundo e corpo: rico em células parietais responsáveis pela síntese e secreção de ácido
clorídrico.
Ácido clorídrico: é benéfico na digestão, mas em algumas situações a alteração do equilíbrio
do ácido clorídrico pode gerar doenças. Ele é secretado das células parietais gástricas por
uma bomba de prótons (K+/H+-ATPase).
1
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
Secreções estomacais
Ácido Clorídrico – HCl: reduz o pH gástrico (acidifica) – o que permite a conversão do pepsinogênio em
pepsina.
o Ele também inibe a gastrina.
Muco: lubrifica o conteúdo gástrico e protege a mucosa gástrica.
o a. Produzido por células específicas do estômago;
o b. Evita o contato do suco gástrico com a parede do estômago;
o c. Fármaco/classe que reduz a produção de muco: AINES – por meio da inibição da COX.
o d. Incapacidade de produzir muco é um fator importante.
o OBS: nas doenças do estomago, o principal protetor do estomago, o muco, é perdido, o que acaba
deixando o HCL atingir diretamente a mucosa estomacal.
Fator Intrínseco é importante para a absorção de vitamina B12.
Secretagogos hormonais
Histamina: liberada pelas células enterocromafimsimiles (ECL) localizadas e adjacentes às glândulas oxínticas
e liga-se a receptores H2.
o Ela é um hormônio local estimulador da bomba de prótons.
o Histamina é produzida pelas células enterocromoafim-similes (ECL)
Por meio de ligação a receptores H2 (acoplados à proteína G) ativa-se enzima adenilato
ciclase, que converte ATP em AMPc, que leva a ativação de enzimas como a proteinocinase
(fosforila outras substâncias) que auxilia na ação da ATPase acoplada à bomba de prótons,
dessa forma, a ativação da ATPase permite a conversão de ATP em ADP, ou seja,
fornecimento da energia para que a bomba funcione.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
o Liberação de acetilcolina por meio de receptores M3 (acoplados à proteína G). O efeito é distinto do
efeito da histamina, porém o resultado final é igual: a ativação da proteinocinase.
o A proteína G, pela qual a histamina produz o aumento da produção de ácido clorídrico é uma
proteína do tipo GS, enquanto que proteína G pelo qual a acetilcolina produz o aumento da ativação
da bomba de prótons (Potássio-ATPase) é uma proteína do tipo GQ. A ativação do receptor acoplado
à proteína GQ ativa a enzima fosfoquinase C e fosfoquinase A.
o Fosfoquinase A converte lipídios de membrana, formando Diacilglicerol (DAG) e Inositol Trifosfato
(IP3).
o O Diacilglicerol tem uma ação direta na ativação de
enzimas (proteinocinase), enquanto que o inositol
trifosfato tem ação na abertura de canais de potássio e
cálcio, fazendo com que o cálcio saia do retículo
endoplasmático para o citoplasma, ativando enzimas
dependentes de cálcio.
Prostaglandinas E2 e I2: hormônios locais que inibem a secreção
de ácido.
o Estimulam a secreção de muco e de bicarbonato e dilatam
os vasos sanguíneos das mucosas
o A prostaglandina E2 intensifica a resistência da mucosa à
lesão tecidual por:
Reduzir a secreção gástrica basal e estimulada de
ácido.
Aumentar a secreção de bicarbonato pelas células
epiteliais, a produção de muco, a renovação
celular e o fluxo sanguíneo local.
Somatostatina: hormônio peptídico inibidor.
o Ela inibe todas as fases de ativação das células parietais.
o 1. inibição da liberação de gastrina das células G por
mecanismo parácrino.
o 2. Inibição da liberação de histamina de células ECL e
mastócitos.
o 3. Inibição direta da secreção ácida pelas células parietais.
OBS: Todos esses mecanismos levam em última instancia a
ativação da bomba de prótons.
Efeito comum: ativar enzimas intracelulares (proteinocinases)
leva a ativação da bomba de sódiopotássio-ATPase - aumento do fluxo de hidrogênio e formação de ácido
clorídrico.
4
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
A prostaglandina além de estimular a produção de muco, também tem uma ação inibitória
sobre as células enterocromafim-símiles (ECL), impedindo a liberação de histamina,
diminuindo a síntese de HCL.
Logo, o uso de AINES acaba por inibir a ação da ciclooxigenase do tipo 1, impedindo a
síntese da prostaglandina do tipo 2 que inibe indiretamente a secreção de ácido gástrico e
estimula a secreção de muco e síntese de bicarbonato.
o O misoprostol, que é análogo da prostaglandina, reitera a produção de muco e reduz a produção de
suco gástrico.
Ele tem estrutura muito semelhante a da prostaglandina, agindo como agonista dos
receptores da prostaglandina.
Contudo, a prostaglandina no útero gera contrações e aborto, é chamado comercialmente
de Cytotec.
o Os Bloqueadores Dos Receptores Do Tipo H2 (receptores da histamina), dentre eles a Cimetidina,
inibe a ação da histamina sobre os receptores H2 nas células parietais, impedindo a formação de
suco gástrico.
o A atropina, que é um inibidor dos receptores muscarínicos, impede a ação do Sistema Nervoso
Parassimpático sobre as células parietais, reduzindo a produção do suco gástrico.
o Os Inibidores da Bomba de Prótons (PotássioATPase) dentre eles o omeprazol, inibe diretamente a
bomba de prótons.
o OBS: Estresse – No início, o estresse acaba por gerar ativação apenas do sistema simpático, porém,
com o aumento da intensidade do estresse, o indivíduo passa a ter ativação do sistema nervoso
parassimpático conjuntamente.
Helicobacter pylori
Bactéria gram-negativa;
Forma bacilo curvo e espiralado;
São flageladas: alta motilidade.
Constitui a causa mais comum de doença
ulcerosa péptica não associada ao uso de AINE.
A erradicação de H. pylori leva à redução das
taxas de recorrência e recidiva em pacientes
com úlceras.
Causa gastrite crônica.
Fisiopatologia:
o Uma vez ingerida, a bactéria
microaerofílica utiliza seus quatro a seis flagelos para se movimentar sinuosamente pela camada de
muco gástrico. H. pylori fixa-se a moléculas de adesão na superfície das células epiteliais gástricas.
o No duodeno, a bactéria fixa-se apenas a áreas que contenham células epiteliais gástricas, que
surgiram em decorrência de lesão ácida excessiva da mucosa duodenal (metaplasia gástrica).
Sua capacidade de viver nesse ambiente hostil se deve, em parte, à produção da enzima
urease, que converte a ureia em amônia. A amônia tampona o H+ e forma hidróxido de
amônio, criando uma nuvem alcalina ao redor da bactéria e protegendo-a do ambiente
ácido do estômago.
o Ela produz substâncias que interferem no microambiente estomacal como a LPS (endotoxina), Lipase
e Protease (degrada muco) e Citoxinas pro-inflamatórias (cagA e vacA).
o Produz amônia através da conversão de ureia pela enzima urease - efeitos como tamponamento
do pH estomacal.
A presença de urease também tem como efeito
estimular o processo inflamatório (a urease é
reconhecida como antígeno), induzindo resposta
th1, principalmente a resposta imune celular.
Produção de células de defesa como macrófagos
que reagem a inflamação e destroem a mucosa
estomacal.
Aumen
Assim, a parede é lesado em 3 pontos pela
H.pylori:
Diminuição da produção de muco.
Aumento da secreção de ácido gástrico.
Indução de células de defesa que lesam o tecido.
o Aumento da secreção de gastrina
A amônia produzida pelo H. pylori resulta em ambiente alcalino na proximidade das células
G e, dessa maneira, estimula a liberação de gastrina;
Outro fator, a quantidade de células D do antro é inferior ao normal em pacientes infectados
por H. pylori, resultando em menor produção de somatostatina e maior liberação de
gastrina. H. pylori também diminui a secreção de bicarbonato duodenal, portanto,
enfraquece os mecanismos protetores da mucosa duodenal.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
o A bactéria aumenta a produção de amônia local, que aumenta o pH, e o organismo acaba
reconhecendo como alteração, que ele tenta corrigir pelo aumento da secreção de suco gástrico.
o Passos:
1. Aumento da atividade da uréase
2. Aumento do pH
3. Aumento da atividade estomacal
4. Aumento da produção de gastrina
5. Induz a proliferação de células parietais + aumento da produção do suco gástrico.
o Final - aumento da secreção de suco gástrico e desenvolvimento da ulcera péptica.
o Além disso, a presença da bactéria inibe a liberação da somatostatina estomacal (hormônio
inibitório).
o A maior secreção de gastrina associada a uma redução da inibição da gastrina terá como
consequência o desenvolvimento da úlcera péptica.
Sintomas:
o Dor em queimação na “boca do estômago” – mais comum.
o Vem e vai por poucos dias ou semanas;
o Inicia 2 a 3 horas após refeição;
o Surge no meio da noite quando seu
estômago está vazio, e geralmente melhora
após comer.
o Vômitos;
o Gases, arrotos;
o Inchaço, dor abdominal;
o Falta de apetite.
Tratamento:
o A erradicação da infecção seguramente
promove o fechamento rápido e duradouro
de ulceras.
o Teste positivo: esquema de 1 ou 2 semanas
de “terapia tríplice” – inibidor da bomba de
prótons + antibacterianos amoxicilina e
metronidazol (ou claritromicina).
o Ocasionalmente adicionam-se preparações
contendo bismuto.
o Pode ocorrer reinfecção pela bactéria.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
Quando comparados a antagonistas dos receptores H2 , os inibidores da bomba de prótons
são superiores na supressão da secreção ácida e na promoção da cicatrização de úlceras
pépticas.
o Exemplos: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, esomeprazol e rabeprazol.
o Possuem estruturas químicas diferentes, mas o mecanismo de ação é semelhante.
Todos os inibidores da bomba de prótons são profármacos que exigem ativação no
ambiente ácido do canalículo da célula parietal. As formulações orais desses fármacos têm
revestimento entérico para evitar ativação prematura.
São pro-fármacos: precisam ser transformados na molécula ativa para produzir efeito de
inibição da bomba de prótons (H+/K+-ATPase).
o Ingesta do omeprazol, então ele sofre transporte para o interior das células parietais, ocorre
quebra química e ligação química com a bomba H+/K+-ATPase.
A ligação covalente do fármaco inibe irreversivelmente a atividade da bomba de prótons,
levando à supressão prolongada e quase completa da secreção ácida.
Interfere na capacidade dessa bomba de transportar próton para a luz do estômago.
O omeprazol inibe irreversivelmente a bomba de prótons – a etapa terminal na via secretora
de ácido.
Há redução do ácido gástrico basal e do estimulado por alimentos.
o Características
Administração via oral
A formulação intravenosa deve ser reservada para pacientes que necessitem de
supressão ácida profunda ou sejam incapazes de ingerir medicamentos orais.
Pacientes com esofagite erosiva ou comprometimento da absorção gastrintestinal
também são candidatos a tratamento com inibidores da bomba de prótons
intravenosos
Omeprazol: administrado em capsulas contendo grânulos de revestimento entérico, pois é
rapidamente degradado em pH baixo.
Meia vida: 1h
Dose diária única: afeta
secreção de ácido por 2 a 3
dias – devido ao seu acúmulo
em canalículos e por inibir
irreversivelmente a bomba
de prótons.
o Utilização clínica:
Doença ulcerosa péptica; doença do
refluxo gastroesofágico (DRGE);
esofagite erosiva; hipersecreção
gástrica de ácido; síndrome de
Zollinger-Ellison; infecção por H.
pylori.
o Reações adversas:
São incomuns.
Porém pode incluir pancreatite;
hepatotoxicidade; nefrite intersticial;
cefaleia; diarreia; exantema;
desconforto gastrintestinal; anorexia;
astenia; dor lombar.
O uso desses fármacos pode
“mascarar” os sintomas de câncer
gástrico.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
Os inibidores da bomba de prótons são metabolizados no fígado pela CYP2C19 e pela
CYP3A4.
O pantoprazol pode ser administrado por via IV como tratamento alternativo para pacientes
que não conseguem tolerar o pantoprazol oral;
Interação medicamentosa com cetoconazol ou itraconazol devido ao ambiente ácido
necessário para a absorção desses fármacos azólicos.
Uma preocupação potencial é a acentuada elevação dos níveis plasmáticos de gastrina
associada ao uso dos inibidores da bomba de prótons.
Como o ácido gástrico é um regulador fisiológico da secreção de gastrina pelas
células G no antro gástrico, a diminuição da secreção ácida produzida pelo
tratamento com inibidores da bomba de prótons leva a aumento na liberação de
gastrina.
Antagonistas dos receptores de H2 (histamina)
o Diminuem a secreção de ácido ao inibir a ligação da histamina (competitivamente) aos receptores
H2 nas células parietais.
Os antagonistas dos receptores H2 também diminuem indiretamente a secreção ácida
gástrica induzida por gastrina e acetilcolina..
o Exemplos: Cimetidina (mais usado), ranitidina (às vezes associada a bismuto), famotidina e
nizatidina
o Mecanismo de ação:
Eles impedem que a histamina liberada pelas células enterocromafim-símiles (ECL) se liguem
ao receptor H2.
A ativação do receptor de histamina aumenta a ativação de enzimas intracelulares que
estimulam o funcionamento da bomba H+/K+-ATPase (Sódio-Potássio-ATPase).
Dessa forma, o mecanismo mais eficiente é o bloqueio da bomba de Sódio-Potássio-
ATPase.
Além disso, promovem fechamento de úlceras duodenais – porém, provavelmente haverá
recidivas após suspender o tratamento.
Há diminuição de pepsina ao reduzir o volume do ácido gástrico.
Se a hiperprodução de suco gástrico não for tão intensa, esses fármacos podem ser úteis.
o Administração
Via oral - bem absorvidos; porém estão disponíveis
IM e EV (exceto famotidina).
Utilização clínica
Doença ulcerosa péptica;
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Esofagite erosiva;
Hipersecreção gástrica de ácido
o Interações medicamentosas clinicamente relevantes
Fármacos que necessitam de pH ácido para serem
absorvidos
Por exemplo, cetoconazol, fármaco que necessita de um meio ácido para sua
absorção gástrica, apresenta redução de sua captação no ambiente alcalino criado
pelos antagonistas dos receptores H2 .
Competem pela secreção tubular renal de procainamida e de alguns outros fármacos.
A Cimetidina inibe enzimas do citocromo P450, por conseguinte, pode inferir no
metabolismo hepático de numerosos fármacos.
o Reações adversas:
São raros, porém há casos de enterocolite necrosante no feto ou no recém nascido;
pancreatite; cefaleia; tontura; artralgia; mialgia; obstipação; diarreia.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia Gastrointestinal
A cimetidina inibe o citocromo P450 e pode retardar o metabolismo de vários fármacos,
potencializando sua ação – anticoagulantes orais e antidepressivos tricíclicos.
Agentes anticolinérgicos (antagonistas muscarínicos)
o Diminuem a secreção de ácido ao inibir a ligação de acetilcolina a receptores muscarínicos de ACh
nas células parietais.
o Exemplos: atropina e diciclomina.
o A gastrina é liberada quando o alimento chega ao estômago. Por meio da corrente sanguínea, a
gastrina chega até as células enterocromafim-símiles (ECL), estimulando a liberação de histamina
que por sua vez ativa toda aquela cascata que culmina na ativação da bomba de Sódio-Potássio-
ATPase
o Outra forma de inibir a bomba se SódioPotássio-ATPase é por meio da interferência da atividade
do sistema nervoso parassimpático.
O sistema nervoso parassimpático, por meio do nervo vago produz ativação de receptores
M3, e os receptores M3 ativam receptores do tipo GQ que leva a formação de diacilglicerol e
inositol Trifosfato, essas substâncias em conjunto ativam enzimas como a proteinocinase
que leva à ativação da bomba de Sódio-Potássio-ATPase.
Portanto, existem substâncias que atuam inibindo o receptor M3, receptor pelo qual a
acetilcolina é liberado pelo neurônio do sistema nervoso parassimpático, assim reduzindo a
ativação da bomba de prótons.
o A diciclomina não é tão efetiva quanto os antagonistas dos receptores H2 ou inibidores da bomba
de prótons para o tratamento de doença ulcerosa péptica.
os agentes anticolinérgicos raramente são utilizados no tratamento da doença ulcerosa
péptica, na medida em que não são tão efetivos quanto os antagonistas dos receptores H2
ou os inibidores da bomba de prótons.
o A principal substância que atua inibindo, bloqueando os receptores muscarínicos colinérgicos é
atropina.
o Utilização clínica: Síndrome do intestino irritável e doença ulcerosa péptica.
o Reações adversas: boca seca; visão turva; taquicardia; retenção urinária; obstipação.
“Do mesmo moDo que o campo, por mais fértil que seja, sem cultivo não
poDe Dar frutos, assim é o espírito sem estuDo” - cícero
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS
Introdução
• Recebem esse nome pela presença do anel β-lactâmico, responsável pela sua ação antimicrobiana.
• A ligação do anel β-lactâmico com outros diferentes anéis, como anel tiazolidínico, compões as estruturas
que diferem as diferentes classes de antibióticos desse tipo.
• Algumas bactérias são imunes a esses antibióticos devido a capacidade de produzir uma enzima chamada B-
lactamase, que cliva o anel e inativa a substância.
• A associação de um antibiótico deste grupo com drogas com ação inibidora de beta-lactamases (ácido
clavulânico, sulbactam e tazobactam) restaura a ação do antimicrobiano contra a bactéria produtora da
enzima.
• Ex: Rodemos citar a resistência adquirida pela maioria das cepas de Staphylococcus aureus às penicilina
naturais e aminopenicilinas. Ao se associar o ácido clavulânico à amoxicilina, esta combinação passa a
exercer atividade antimicrobiana contra as cepas resistentes à amoxicilina.
Principais Beta-lactâmicos
• Penicilinas naturais:
o Penicilina G (Benzil-penicilina):
▪ Envolve: penicilina cristalina, procaína e benzatina
o Penicilina V
• Penicilinas semi-sintéticas:
o Oxacilina
• Aminopenicilinas:
o Ampicilina
o Amoxicilina
• Carboxipenicilinas:
o Carbenicilina
o Ticarcilina
• Ureidopenicilinas:
o Piperacilina
• Monobactâmicos:
o Aztreonam
• CARBAPENÊMICOS:
o Imipenem
o Meropenem
o Ertapenem
• Inibidores da beta-lactamase:
o Ácido Clavulânico/amoxicilina,
o Tazobactam/Piperacilina
o Sulbactam/ampicilina
• CEFALOSPORINAS:
o Primeira geração: Cefalexina, Cefadroxil, Cefalotina, Cefazolina
o Segunda geração: Cefoxitina, Cefuroxime, Cefaclor
o Terceira geração: Ceftriaxone, Cefotaxime
o Terceira geração anti-Pseudomonas: Ceftazidime
o Quarta-geração: Cefepime
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
PENICILINAS
Introdução
• Possuem em sua estrutura 3 compostos:
o Anel B-lactâmico.
o Anel tiazolidínico.
o Cadeia lateral
▪ Responsável por diferenças no espectro de ação entre as diferentes penicilinas.
• Recebem esse nome pois as primeiras eram originadas do fungo Penicillium.
• Todas as 3 penicilinas G (Cristalina,
procaína e benzatina) são denominadas
benzilpenicilinas, e não apenas a
benzatina.
• A partir da estrutura básica das
penicilinas naturais, novos antibióticos
foram sintetizados que constituem as
penicilinas semissintéticas ou sintéticas.
o Necessidade essa que veio devido ao surgimento de bactérias resistentes.
Histórico
• O antibiótico foi isolado por Alexander Fleming em Londres em 1928 do Penicillium chrysogenum
• 1940 Chain e Florey caracterizaram quimicamente a penicilina-EUA
• 1945 custo cai de US$ 7,53 para US$ 0,11 cada 1.000.00 de UI de penicilina
• 1959 Batchelor inicia a produção da semi-sintéticas
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
Grupos das penicilinas
• Penicilinas naturais
o São obtidas através da fermentação do fungo.
o Penicilina G cristalina, Penicilina G procaina e Penicilina G benzatina.
o Penicilina V
• Aminopenicilinas
o Ampicilina e amoxacilina
• Penicilinas resistentes às penicilinases (enzimas que inativam as penicilinas)
o Oxacilina
• Penicilinas de amplo espectro
o Ex: Piperacilina
• Penicilinas associadas a inibidores de beta-lactamases
o Amoxicilina + Ácido clâvulânico
o Amoxicilina + Sulbactam
o Ampicilina + Sulbactam
o Piperacilina + Tazobactam
Mecanismo de ação
• DICA: Todos os beta-lactâmicos possuem o mesmo mecanismo de ação, mesmos mecanismos de
resistência e basicamente, mesmos efeitos adversos, diferenciando apenas em alguns aspectos.
• Bactericida.
• Ao inibir a síntese da parede celular, através da ligação com as PBP na membrana celular e impedimento da
síntese da parede celular, as penicilinas levam a bactéria a lise osmótica e morte.
• Ativação de enzimas autoliticas da bactéria
Mecanismo de resistência
• Enzimas que degradam antibióticos inativam esses antimicrobianos pela catálise hidrolítica das moléculas
dessas drogas.
o As principais enzimas que degradam antibióticos são denominadas beta-lactamases, e como o
próprio nome diz, atuam catalisando a hidrólise do anel beta-lactâmico, levando à perda da ação do
antimicrobiano sobre a bactéria.
o Como exemplos de beta-lactamases temos as penicilinases, carbapenemases...
• Esse tipo de enzima é produzido principalmente por Gram-negativas e S. aureus.
• Essas beta-lactamases tem atividade restrita de degradação, geralmente, a penicilinas lábeis tais como as
penicilina G e a amoxicilina. Existem penicilinas estáveis, por exemplo a oxacilina, que não sofre a ação das
penicilinases, ou seja, não são degradadas.
o Oxacilina é sugerida no tratamento contra S.aureus justamente por ser “resistente” a esse
mecanismo de defesa da bactéria.
Penicilinas naturais
• Penicilina G cristalina, Penicilina G procaina e Penicilina G benzatina.
• Penicilina V
Penicilina G ou Benzipenicilinas
• Possuem características farmacológicas diferentes.
• A penicilina G cristalina atinge rápida elevação nas concentrações séricas, que se mantem por curto período
de tempo.
o Por isso é administrada a cada 4 horas.
o É usada por via intravenosa em infecções mais graves como as de SNC.
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RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
• A associação de penicilina a procaína (penicilina G procaína) promove vasoconstrição local, gerando
absorção mais lenta e níveis sérios mais duradouros.
o É administrada por via intramuscular a cada 12 horas.
• A penicilina G benzatina age como estabilizador de medicações e prolonga o tempo de absorção e liberação
da medicação associada.
o Proporciona baixos níveis séricos do antibiótico por tempo superior a duas semanas (15 a 30 dias).
Indicações Clínicas
• Treponematoses (sífilis)
• Profilaxia da Febre reumática (benzatina)
• Amigdalite Purulenta
• Erisipela/Impetigo
• Pneumonia Comunitária
• Gonorréia (associar com Probenecida)
• Sepse por Streptococcus sp.
• Meningite por Strepococcus sp.
• Endocardite (+ aminoglicosídeo)
• Difteria
• OBS.: PENICILINA G BENZATINA NÃO É INDICADA PARA PROFILAXIA DO TÉTANO, INFECÇÕES DA PELE
(furúnculo-staphylococos que é resistente), PNEUMONIAS, ERISIPELA OU TRATAMENTO DA GONORRÉIA.
Administração
• É um sal inodoro e incolor
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RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
• As penicilinas naturais são Instáveis em extremos pH (inativada pH 2 e 8) – por isso não pode ser VO, inativas
pelo pH gástrico, logo, toda penicilina natural deve ser administrada por via parenteral (Intramuscular ou
endovenosa).
• EV (Penicilina G Cristalina) – endovenosa; tem que ser em solução glicosada ou salina.
São usadas para infecções graves ou de SNC.
Pura causa arritmia.
• IM ( Penicilinas G Procaína e Benzatina) – são usadas via Intramuscular.
• Uso tópico PROSCRITO: não usar pomadas, soluções tópicas, aerossóis, pois é altamente sensibilizante, em
HIPÓTESE NENHUMA.
Penicilina G (benzipenicilina)
• Penicilina G Cristalina
o (eliminada em 4 h).
o Apresentada em sais Na e K.
(endovenosa).
• Penicilina G Procaína
o (eliminada em 24 h)
o A associação com procaína
retarda o pico máximo e aumenta
os níveis séricos e teciduais por
um período de 12 horas.
(intramuscular).
• Penicilina G Benzatina (Benzetacil)
o Uma penicilina de depósito, pouco
hidrossolúvel, e seu uso é exclusivamente intramuscular. Os níveis séricos permanecem por 15 a 30
dias, dependentes da dose utilizada.
o (intramuscular) – Normalmente a cada 21 dias
Difusão e metabolismo
• Má penetração em: ossos, olhos, próstata, leite, peritônio, LCR (exceto na inflamação), seios da face.
Ela não vai tratar sinusite se ela nao penetra no seios da face.
Ela não vai tratar uma osteomielite se ela nao penetra no osso.
• Eliminação via renal/bile.
Insuficiência renal tem que ser feito ajuste de dose.
• Atravesa barreira placentaria, logo tem que ser evitada para mulheres que estão amamentando.
• Atinge concentrações boa em: pulmoes, ris, musculos, amigdalas, ganglios, pele, baço, secreção bronquica,
semen e bile.
• Taxa de ligação proteica alta (60%), diminuindo sua biodisponibilidade.
• Inativa em exsudato purulento.
Não possui efeito em abscesso, por isso, sempre que tem coleção purulenta deve-se drenar.
• Pouco metabolizada.
• Excreção renal –probenicida bloqueia a secreção tubular.
A administração concomitante de probenecida com penicilinas reduz o grau de excreção da penicilina
pela inibição competitiva da secreção tubular renal de penicilina.
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RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
Efeitos adversos das penicilinas G
• É um dos antibióticos mais seguros
• Alergia* - 8% dos pacientes.
• Neutropenia
• Não há praticamente contra-indicações (gestantes, nutrizes, recém-nascidos, etc)
• Hipersensibilidade
• Efeitos irrittativos no musculo (absceso asséptico)
• Efeitos irritativos nos vasos (Flebite)
• Efeitos toxicos no SNC (raros)
• Intolerância digestiva (5% dos casos)
Hipersensibilidade imediata
• Desencadeada até 30 min após administração do antibióticos.
o São as mais perigosas.
• São reações mediadas por IgE.
• Se o paciente tiver qualquer tipo de alergias é bom tentar outro ATM.
• Sintomas: urticária, angioedema, rinite, asma, edema de laringe, anafilaxia com hipotensão e raramente
morte.
• São responsáveis por 75% das mortes por reação anafilática nos EUA.
• Reações tardias:
o Reações que podem ocorrer de 10 a 20 dias após a aplicação.
o Como erupções, artralgia, urticaria e doença do sono.
Apresentação
• Penicilina G Cristalina
o Frasco-ampola a 1, 5 e 10 milhões de UI – Pencil P – EV
o 300 a 500 mil UI/kg/dia 4/4h
• Penicilina G Procaína:
o frasco-ampola com 300.000 UI de P G Procaína e 100.000 UI de P G Cristalina – Despacilina – IM
o 300 a 600 mil UI 12/12h
• Penicilina G Benzatina
o Frasco-ampola com 600.000 ou 1.200.000 UI – Benzetacil – IM
o 600 mil <30 kg e 1.200.000 UI adultos
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RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
Penicilina G procaína
o Intramuscular
o Mantém nível sérico por 18-24h
o Pico em 2-4h
o Atinge concentração sérica menor não é adequada para meningite ou infecções graves pois não atinge níveis
séricos elevados do antibiótico.
o Atualmente uso restrito
o Erisipela, escarlatina
o Utilização:
o Pneumonia por S. pneumoniae susceptível, infecção gonocócica por Neisseria susceptível, erisipela,
escarlatina.
Penicilina G benzatina
• Intramuscular
• Meia vida prolongada, baixos níveis séricos (inadequada para
infecções graves). Mantém nível sérico por 7-30 dias.
• Utilização:
o amigdalite estreptocócica, profilaxia de Febre
Reumática, sífilis (exceto forma neurológica).
Desvantagens da Penicilina G
• Instabilidade em meio ácido, inviabilizando o uso via ORAL.
• Absorção oral pobre
• Alergenicidade, tem episódios recorrentes de alergias.
• Sensibilidade às -lactamases.
Inviabilizam o uso do antibiótico.
• Espectro de ação estreito (microorganismos gram-positivos e neisserias)
PENICILINAS SEMI-SINTÉTICAS
• São criadas para melhorar a ação das antigas penicilinas naturais, aumentando a penetração, diminuindo a
suscetibilidade a penicilinase e aumentando a afinidade com PBPs.
• A oxacilina é o único representante das penicilinas resistentes às penicilinas disponível no Brasil.
Oxacilina (anti-estafilococcica)
• Produzida em 1961
• Ela é resistente a penicilinase produzida pelo estafilococos, por isso “Anti-estafilococcica”
• Indicada primordialmente para infecções comunitárias por Staphylococcus aureus produtores de beta-
lactamase.
• Possui uma meia-vida sérica de 30´ min
• Clínica: Indicado em impetigo bolhoso, celulite, osteomielite, síndrome da pele escaldada, abscesso, sepse,
artrite séptica, endocardite, por estafilococos
• Efeitos Adversos:
alergia, flebite, vômitos, náusea, dor abdominal.
• Características farmacológicas:
Disponível apenas para uso endovenoso.
Apresenta metabolização hepática, excreção renal.
Atinge concentrações liquóricas satisfatórias quando na presença de processos inflamatórios.
• Apresentação:
STAFICILIN N frasco-ampola 500 mg 4/4 ou 6/6 horas 100 mg/kg/dia
• Resistencia:
Brasil ambiente hospitalar: S.aureus e coagulase negativos resistência à oxacilina atinge 30 a 60%
cepas isoladas.
Resistência cruzada com meticilina : MRSA ou ORSA – resistente a oxacilina. (alteração nas PBPs).
Ampicilina
• Pode ser usada por via oral (absorção irregular – 20
a 30%) e endovenoso.
• Possui ação contra gram-positivos e negativos.
• Distribui-se pelo: pulmão, fígado, rins, tubo digestivo, bile, cérebro, seios da face, coração, LCR (na meningite).
• Aspectos farmacológicos
o Apresenta baixa concentração nos ossos e próstata, ou seja, não serve para tratar osteomielite e nem
prostatite.
o Meia-vida sérica: 1 hora
o Inativada pela ação de B-lactamase estafilococcicade.
o Eliminação renal e bile.
o Pequena metabolização hepática.
• Disponível para uso oral e endovenoso.
• As indicações mais frequentes da ampicilina por via endovenosa são:
o Infecções Leves VO e Severas EV
o Infecções por enterococos.
o Infecções por Listeria monocytogenes.
o Meningite meningocócica (opção à penicilina).
o Endocardite por Streptococcus viridans e S. bovis (opção à penicilina).
Disponbilidade
• VO Ampicilina ou Binotal CP ou Cap 250 mg, 500 mg e 1000 mg ou suspensão com 250 mg/5mL ou 500 mg/5
L
• EV Ampicilina 500 mg ou 1g frasco-ampola
• VO ou EV Ampicilina+ Sulbactam (Unasyn)
50 a 100 mg/kg/dia ou 100 a 200 mg/kg/dia de 6/6 h
AMOXACILINA
• Derivada da ampicilina e criada em 1970
• Difere da ampicilina pela presença do grupo hidroxil na cadeia benzênica.
• Estável em meio ácido o que permite sua utilização por via oral, via predominantemente empregada.
o Apresenta tambem boa absorção pelo TGI 70 a 90%.
• Apresentada em suspensão, Comprimidos e frascos-ampola
• Espectro de Ação: idem às ampicilinas
• Pode ser associado ao àcido Clavulânico e Sulbactam para inibir beta-lactamases
• Aspectos farmacologicos:
o Meia-vida de 1 hora
o Mesma distribuição em fluídos e tecidos em relação à Ampicilina
o Excreção renal/biliar
• Disponível para uso oral, é melhor absorvida pela via oral do que a ampicilina, além de apresentar maior
comodidade posológica (2 ou 3 versus 4 vezes ao dia), por isso amoxicilina substitui a ampicilina por via oral.
• As indicações mais frequentes da
amoxicilina:
o Faringoamigdalite estreptocócica
o Otite média aguda
o Pneumonia comunitária
pneumocócica
o Infecção pelo Helicobacter pylori
• Indicações Clínicas
o Sem associação: idem ampicilina
o Em associação com Clavulanato
ou Sulbactam:
▪ Sinusite
▪ Otite
▪ Celulite
▪ Bronquites
▪ Peritonites
▪ Infecções GO
▪ Apendicite
▪ Abscessos
Efeitos Adversos
• Alergia
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
• Aumento de TGO/TGP
• Diarréia
• Neutropenia
• OBS: pode ser administrada na gestante
Disponibilidade
• Amoxacilina-> VO, CP, CAP e Suspensão (Amoxil, Amoxacilina).
o Cap e Cp: 250 e 500 mg
o Susp: 125, 250 e 500 mg/5mL
o 20 a 40 mg/kg/dia ou 50 a 100mg/kg/dia de 8/8h
• Amoxacilina + Clavulanato: Clavulin -> CP, Suspensão Oral e Frasco-Ampola
• Amoxacilina+Sulbactam: Trifamox -> CP, Suspensão Oral e Frasco-Ampola
Carbenicilina
• Atingem altas concentrações na urina, bile e líquido pleural
• Baixas concentrações em LCR, ossos e escarro
• Apresentação: EV – ùnica via de administração – Timentin 1,0
o 200 a 300 mg/kg/dia de 6/6 h EV
• Efeitos Adversos
o Diminui a agregação plaquetária-> hemorragias
o Alteração de TGO/TGP
o Convulsões
o Alergia
o Neutropenia
o Não indicado na gravidez
Ureidopenicilinas
(Penicilnas de 4ª Geração)
• Derivada da Ampicilina desenvolvida em 1976, chamada de piperacilina.
• Piperacilina sempre deve ser associada ao Tazobactam (inibidor de beta-lactamase)
Ela sempre deve ser usada em associação devido ao risco de surgimento de resistencia.
• 30 vezes mais potente contra Pseudomonas sp. quando comparada à Carbenicilina.
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
• Liga-se à PBP e impede formação da PC
• Instável em meio ácido, usada apenas por via parenteral.
Piperacilina
• Apresentação: EV-Tazocin Frasco ampola 4,5 g 100a 200mg/kg/dia 4/4h
• Farmacologia: Excreção renal e meia-vida de 90 min
• Indicação: infecções hospitalares por Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp., Serratia sp., Klebsiella sp.,
Proteus sp., anaeróbios e enterococos
• Efeitos Adversos: alergia, flebite, convulsões, hemorragia, neutropenia
• DICA prova:
Tem que saber as indicações, por sítio de ação quais as bactérias, o espectro de ação dos antibióticos.
Tem que dar o antibiótico que destrua o maior número de bacterias para os causadores naquela
região. Ex. Infecção de garganta, o mais provável é o streptococos, o mais sensível é a penicilina.
De ouvido (otites), hemofilos, estafilo, pneumococo, a oxacilina. Cistite, Infecção Urinária, Infecção
Renal.
Importante saber as bactérias que colonizam anatomicamente aquela região do corpo.
Queimadura nas 1ª 48h provavelmente ali se encontra sthaphilo e streptococos, que são a de
colonização da pele, que foi destruída a barreira, depois disso começam de Gram-negativas, então
tem que dá um antibiótico para os três.
Caso Clínico 01
Homem sadio de 23 anos relutantemente pede avaliação de lesão no pênis. Nunca teve DST nem historia medica
importante. Está afebril, e no exame físico nota-se ulceroa indolor no penir, limpa rasa, de consistência cartilaginosa,
sem exsudatos ou eritema.
• Qual Diagnostico Provável?
→ Sífilis (cancro mole)
• Qual agente etiológico?
→ Treponema pallidum
• Qual tratamento?
→ Penicilina G Benzantinica (IM)
→ Penicilina G benzatina, 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo);
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
→ Alternativa( exceto para gestantes):
▪ Doxiciclina 100mg, 2x dia (VO),
▪ tetraciclina 500 mg, 6/6 horas (VO)
▪ Eritromicina 500 mg, 6/6h (VO), por 15 dias;,
• Efeitos adversos
→ Por parte da Benzatina = Alergia, flebite e neutropenia.
→ Doxicilcina = hipersensibilidade, dor de cabeça e náuseas.
• Qual mecanismo de ação deste antibiótico a que grupo pertence?
→ Estes antibióticos pertecem ao gurpo dos Beta-lactâmicos que possuem como principal mecanismo
de ação.
→ Possuem ação bactericida. Inibem a síntese da parede celular bacteriana, gerando uma lise osmótica
da bactéria uma vez que a osmolaridade no interior da bactéria é superior a do meio, sendo a parede
celular responsável por manter a bactéria estável.
▪ Eles fazem isso pela ligação as enzimas PBPs da bactéria.
Caso Clínico 02
MRV, 16 anos, queixa de dor na garganta, febre 39°C há 3 dias, acompanhada de mialgia e
enfartamento ganglionar.
• Qual o provável diagnóstico?
o Amigdalite bacteriana
o Pesquisar os 3 critérios se tem amigdalite purulenta ou não?
▪ Exsudato tonsilar
▪ Adenopatia cervical anterior sensível à palpação
▪ História de febre acima de 38 °C
• Qual o agente etiológico?
o Streptococos sp. (Provavelmente Pyogenes)
• Qual o tratamento?
o Os antibióticos de primeira escolha são Penicilina G e amoxicilina.
o Penicilina G benzatínica: 50.000 U/KG IM até ao máximo de 1.200.000 (600.000 U abaixo dos 15 Kg e
1.200.000 acima dos 15Kg).
▪ Ou pode ser usada a Fenoximetilpenicilina (Penicilina V (Via oral))
• Pen-V-Oral 500.000 UI cápsulas ou suspensão de 400.000 UI/5 mL
• Criança: Recomenda-se a utilização de 25.000 a 90.000 UI/kg/dia, divididas em 3 (três)
a 6 (seis) administrações. Para infecções estreptocócicas leves e moderadas do trato
respiratório, incluindo otite média, pode-se utilizar 40.000 UI/kg/dia, divididas em
duas doses iguais, por 10 (dez) dias, como regime posológico alternativo.
• Adulto: Infecções estreptocócicas leves a moderadas do trato respiratório superior,
bem como escarlatina e erisipela: 200.000 a 500.000 UI a cada 6 (seis) ou 8 (oito)
horas, por 10 (dez) dias.
o Amoxicilina
▪ Comprimido 500 mg
▪ A dose padrão é de 250 mg três vezes ao dia, podendo ser aumentada para 500 mg três vezes
ao dia nas infecções mais graves.
• Qual mecanismo de ação deste antibiótico a que grupo pertence?
o Estes antibióticos pertecem ao gurpo dos Beta-lactâmicos que possuem como principal mecanismo
de ação.
o Possuem ação bactericida. Inibem a síntese da parede celular bacteriana, gerando uma lise osmótica
da bactéria uma vez que a osmolaridade no interior da bactéria é superior a do meio, sendo a parede
celular responsável por manter a bactéria estável.
▪ Eles fazem isso pela ligação as enzimas PBPs da bactéria.
• Quais os efeitos adversos?
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Artigos Penicilinas
o Penicilina G benzatina
▪ Alergia, neutropenia...
▪ É considerado um dos mais seguros, não tendo praticamente contra-indicações.
o Amoxicilina
▪ Alergia, aumento de TGO/TGP, diarreia, neutropenia.
▪ Pode ser administrado na gestante.
Caso clínico 03
• Paciente de 23 anos comparece ao seu consultório com queixa de otalgia, febre e relata quadro gripal há uma
semana atrás. Ao exame você constata uma otite media aguda.
• Quais os agentes etiológicos mais prevalentes?
o Os agentes mais comuns da OMA são: Streptococcus pneumoniae (34%), seguido de Haemophilus
influenza (30%), e de Moraxella catarrhalis (15%). Estreptococos do grupo A, Staphylococcus aureus e
bacilos entéricos gram-negativos (Escherichia coli, Klebsiella sp e Pseudomonas aeruginosa) também
são encontrados, mas em menor freqüência.
• Qual tratamento, escolha duas opções. Dose e posologia e efeitos adversos.
o 1ª escolha
▪ Amoxicilina 40 a 50 mg/kg/dia, 2 ou 3x por dia, por 10 dias.
o 2ª escolha
▪ Amoxicilina – 80 a 90 mg/kg/dia, 2 ou 3x por dia, por 10 dias.
▪ Amoxicilina + Ácido Clavulânico = 40 a 60 mg/kg/dia, 2 ou 3x por dia, por 10 dias.
▪ Cefalosporina de 2ª ou 3ª geração VO.
• Qual o mecanismo de ação desde antibiótico e a que grupo pertence?
o Amoxicilina é um beta-lactamico e age associado com o clavulânico que é um inibidor de beta-
lactamase, assim diminuindo a resistência das bactérias aos antibióticos beta-lactâmicos.
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
Introdução
• Basicamente entre todos os beta-lactâmicos apenas muda o espectro de ação e indicações.
• Estão entre os antimicrobianos mais prescritos na prática clínica atual, por conta de seu amplo espectro,
baixa toxicidade, facilidade de administração e perfil farmacocinético favorável.
• Esta classe possui diferentes drogas, classicamente classificadas em gerações, de acordo com a ordem de
desenvolvimento e espectro.
• As cefalosporinas de primeira
geração preservam ação sobretudo
para os cocos gram-positivos
9Streptococcus e Staphylococcus.
o Sendo que a ação e
potencia contra organismos
Gram – aumentam com o
passar das gerações.
• Também compartilham a ausência
de espectro para bactérias do
gênero Enterococcus (exceto
Ceftobiprole e Ceftaroline, que são
cefalosporinas de desenvolvimento mais recente – cefalosporinas de quinta geração).
• Todas as gerações têm em comum:
o Ausência de atividade contra enterococos e estafilococos resistentes a oxacilina.
o Fraca atividade contra aneróbios (exceção: cefoxitina)
Mecanismo de ação
• Possuem ação bactericida.
• Inibem a síntese da parece celular bacteriana.
• Assim, pela ação inibitória na síntese da parede celular, a bactéria
sofre lise osmótica. É importante mencionar que cada droga da
classe pode apresentar afinidade variável por diferentes PBPs.
Mecanismo de resistência
• Um dos mais relevantes é a produção enzimática, principalmente
por bactérias gram-negativas, o que as torna capazes de hidrolisar uma ou mais drogas, antes mesmo de
atingirem seu sítio de ação.
• Uma das principais enzimas produzidas por várias espécies de bactérias gram negativas são as ESBL (do
inglês: extended spectrum beta-lactamase ou betalactamases de espectro estendido, capazes de hidrolisar
todas as cefalosporinas.
• Outra enzima relevante é a ampC, ao produzir uma ampC a bactéria é capaz de hidrolisar as cefalosporinas
de primeira, segunda e terceira geração e, menos frequentemente, as de quarta geração, já que são mais
estáveis à ação desta enzima.
• Diminuição da entrada do antimicrobiano na bactéria, alterando a permeabilidade da membrana..
• Efluxo, jogando o ATM para fora da célula.
Aspectos farmacocinéticos
• Via de administração
o Oral
o Parenteral (maioria): IM ou IV.
• Distribuição
o Ampla – concentração eficaz em quase todos os fluidos orgânicos (menos humor vítreo)
o Algumas cruzam a barreira hematoencefálica (cefuroxima, cefotaxima, ceftriaxona e
cefpima).
1
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
• Transporte
o Ligam-se a proteínas do soro de modo reversível.
o Só são ativas quando livres.
• Eliminação
o Na maior parte por via renal.
o Ajustar dose na insuficiência renal.
o Algumas tem importante eliminação pela bile (ceftriaxona, cefoperazona e cefpiramida).
EFEITOS ADVERSOS
• Lembrar que todos os beta-lactâmicos possuem reações adversas semelhantes.
▪ Reações hematológicas:
- Eosinofilia (1 a 7%)
- Neutropenia reversível (abaixo de 1%)
- Trombocitose (2 a 5%)
Obs.: albumina e atividade de protombina são
provas de função hepática.
▪ Sistema nervoso central:
- Confusão mental
- Convulsões (geralmente com doses altas em
pacientes com insuficiência renal)
▪ Anormalidades da coagulação:
- Hipoprotrombinemia
- Diminuição da agregação plaquetária
▪ Trato gastro - intestinal:
- Alterações discretas das provas de função
hepática (1 a 7%)
- Diarreia inespecífica (2 - 5%)
- Colite pseudo – membranosa
- Barro biliar reversível (mais comum com ceftriaxona em recém-nascidos).
A ceftriaxiona sofre precipitação no fígado e pode causar cálculos renais em indivíduos jovens ou
adultos.
▪ Nefrotoxicidade: nefrite intersticial (rara)
▪ Feblites
▪ Reações dissulfiram – like (efeito – dissulfiram é uma droga aprovada para pacientes com etilismo crônico por
causa da metabolização do álcool no fígado para alcoo-aceltadoido→ álcool acético).
o O antabuzi (dissulfiram) inibe a ação da enzima e o paciente tem acumulo de acetaldeido) enzima =
acetaldeido-desidrogenase.
▪ Flora microbiana: seleção de fungos e/ou bactérias multiresistentes.
▪ Cefotriaxona não deve ser feita junto com cálcio, de maneira alguma, pois pode gerar depósitos de cálcio em
pulmões, rins e além.
▪ Em crianças, sempre deve ser utilizada a cefotaxime.
CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO
Introdução
• As drogas dessa geração são:
o Cefalexina, Cefadroxil, Cefalotina e Cefazolina
• Sendo estas divididas por sua propriedade de absorção:
o Cefadroxil e cefalexia (ORAL).
o Cefalotina e Cefazolina (PARENTERAL sendo EV OU IM).
• Têm ação contra as bactérias gram-positivas Streptococcus e Staphylococcus sensíveis à oxacilina, já que
apresentam resistência às penicilinases produzidas por esta última bactéria.
2
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
o Possui espectro restrito para bactérias gram-negativas, como Haemophilus influenzae e Moraxella
catarrhalis (importantes agentes de infecções de vias aéreas), devido aos mecanismos já descritos de
resistência das bactérias gram-negativas.
• OBS: Não recomendados para infeções por Gram negativos.
• OBS2: A cefalexina e a cefalotina são iguais, apenas muda-se a apresentação delas.
Características farmacológicas
• Cefalotina: EV ou IM, meia-vida de 30´, metabolização hepática e eliminação renal
• Cefazolina: EV ou IM, meia-vida de 1,5 horas, eliminação renal e biliar
• Cefalexina: VO, meia-vida 1 hora
Usos clínicos
• Infecções urinárias comunitárias causadas por E. coli, Proteus sp e Klebsiella sp.
• Infecções estreptocócicas (exceto Enterococcus): infecções de pele e tecidos moles, faringites,
pneumonias, etc.
• Infecções estafilocócicas (oxacilina - sensíveis): infecções de pele e tecidos moles, faringites,
pneumonias, etc.
• Profilaxia cirúrgica Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação, baixo custo e meia vida
prolongada, a cefazolina é o antimicrobiano recomendado na profilaxia de várias cirurgias.
• Obs: Preferíveis à oxacilina na sepse estafilocócica da gestante, devido aos maiores níveis fetais.
• Atualmente, estão indicadas para as infecções de pele e partes moles causadas por Staphylococcus aureus e
Streptococcus pyogenes, como exemplo a celulite e a erisipela.
o Dependendo da gravidade e da necessidade de internação, podem ser empregadas as drogas de
absorção oral ou endovenosa.
• Não recomendado para:
o Haemophilus influenzae ou Moraxella catarrhalis (sinusite, otite média e infecções do trato
respiratório inferior).
o LEMBRA: 1 GERAÇÃO NÃO TRATA OTITE, NEM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA.
o Não atravessam a barreira hematoencefálica então não devem ser administradas em Infecções do
SNC.
• Profilaxia cirúrgica - Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação (Staphylococcus sensíveis a oxacilina),
baixo custo e meia vida prolongada, a cefazolina é o antimicrobiano recomendado na profilaxia de várias
cirurgias.
o É usado principalmente para cirurgia contaminadas ou possivelmente contaminadas, e em algumas
limpas mas com colocação de prótese.
o Paciente sondado ou com dreno não deve ser feito o ATM.
o Na maioria das indicações utiliza-se cefalosporinas de primeira geração (cefazolina, inicial 1 a 2g, e 1
g 6/6 h).
o É importante que o uso de antimicrobianos não seja a principal medida para a prevenção de
infecção do sítio cirúrgico. Diagnosticar e tratar infecções à distância antes da cirurgia, corrigir ou
compensar doenças de base, fazer um bom preparo pré-operatório e antissepsia de pele e utilizar
uma técnica cirúrgica primorosa são medidas fundamentais.
3
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
o Os princípios básicos da profilaxia na cirurgia são:
▪ a) Utilizar sempre a via endovenosa; b) Iniciar o esquema profilático durante a indução
anestésica (em obstetrícia a primeira dose é dada após o clampeamento do cordão
umbilical); c) Manter as doses suplementares durante todo o ato operatório; d) Suspender a
profilaxia após o final do ato operatório ou, no máximo, com 24 horas de uso.
• Obs: Os Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina (MRSA ou ORSA) são igualmente resistentes às
cefalosporinas (primeira, segunda, terceira e quarta gerações).
Efeitos adversos
• Mesmo de todos os beta-lactâmicos.
• Dor IM
• Alergia
• Diarréia e vômito
• Flebite
• Neutropenia
• Superinfecção
• Não há praticamente contra-indicações (gestantes, nutrizes, recém-nascidos, etc
Interações medicamentosas
• Potencializa efeito nefropático
o Aminoglicosídeos
o Polimixinas
o Furosemida
• Incompatível por sofrer inativação química (precipitação por causa do cálcio)
o Ringer lactato
o Gluconato de cálcio
Nomes comerciais e
apresentação
Cefazolina:, frascos-
ampola de 250, 500 mg e
1 g. 30 a 50 mg/kg/dia
dividido de 8/8 h
Cefalotina: Keflin, frasco-
ampola de 1 g. 50 a 100
mg/kg/dia dividido de 4/4
ou 6/6 horas, EV.
Cefalexina: Keflex,
comprimido ou cápsula
500 Kefazol mg ou 1 g ou
suspensão 250 a 500
mg/5mL. 30 a
50mg/kg/dia dividido 6/6
h.VO.
Cefadroxil: Cefamox,
apresentação idem. 30
mg/kg/dia dividido 8/8h.
VO.
Introdução
4
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
• As drogas que compõem são:
o Cefuroxima, Cefaclor e Cefoxitina
o Outra droga é a Cefprofzila
• Possuem espectro mais amplo contra bactérias gram-negativas, pois são resistentes à hidrólise enzimática
pelas cefalosporinases produzidas por estas bactérias, porém possuem diminuição do espectro contra gram-
positivos.
• Apresentam espectro para Staphylococcus sensíveis a oxacilina, Streptococcus do grupo A, Streptococcus
pneumoniae e outros grupos, sendo acrescido espectro para enterobactérias, Haemophilus influenzae,
Moraxella catarrhalis.
• Tem também atividade contra bactérias anaeróbias, mas não age contra Bacteroides fragilis, que geralmente
causa infecções mais graves do trato gastrointestinal.
• A cefoxitina não é uma cefalosporina, pois é derivada do Streptomyces sp.
Cefuroxima
• Administrada por via parenteral, sendo utilizada endovenosa ou intramuscular.
• Existe um derivado (pró-droga) que pode ser administrado por via ORAL - éster axetil cefuroxima.
o A absorção é aumentada com alimentos.
• Devido a isso, permite tratamento via parenteral e oral.
• Uso clinico:
o respiratórias (pneumonias, otites, sinusites)
o urinárias
o intra-abdominais
o pele e partes moles
o Para infecções de menor gravidade pode ser feito o uso da formulação oral. Assim como as
cefalosporinas de primeira geração, não atinge concentração terapêutica no líquor.
Cefaclor
• Administrada por via ORAL.
• Espectro igual ao Cefuroxima.
• Tem absorção afetada pela comida, não recomendado ingerir com alimento.
Cefoxitina (cefamicina)
• Pertence à classe das cefamicinas, antibióticos extraídos de espécies de Streptomyces lactamdurans.
Apresenta estrutura química parecida à da cefalotina. Apesar de pertencer a uma outra classe, é estudada
junto às cefalosporinas devido à similaridade química.
• Usada por via endovenosa, não sendo absorvida por via oral e muito dolorosa quando intramuscular.
• Diferencia-se da Cefuroxima pois, além de manter o espectro desta, apresenta atividade contra
anaeróbios do grupo
Bacteroides fragilis.
o Desta forma, é também
eficaz no tratamento de
infecções intra-
abdominais; infecções pélvicas e ginecológicas, pé-diabético; infecções mistas (anaeróbio/aeróbio)
de tecidos moles de origem comunitária.
o Profilaxia de cirurgia colorretais.
Efeitos adversos
• Dor IM e IV flebites
• Alergias
• Superinfecção
• Alteração de transaminases
• Diarréia e vômito
• Neutropenia, trombocitopenia, diminuição HB
• OBS: pode ser administrada na gestante e nutriz
Apresentação e posologia
• Cefuroxima:Zinacef, Zinnat. EV. Frasco-ampola de 250, 500 e 750 mg. 50 a 100 mg/kg/dia dividido de
8/8 h. Não ultrapassar 6 g/dia.
• Cefaclor: Cefaclor. VO. Caps (250, 500 e 750 mg) e Suspensão oral (250 e 375 mg/5mL). 20-40
mg/kg/dia dividido 6/6 ou 8/8 h
• Cefprozila: Cefzil. VO. Comprimido 250 e 500 mg e susp. 250 mg/5mL. 30 mg/kg/dia dividido de 12/12
h.
• Cefoxitina: Cefoxitina Sódica. EV, frasco-ampola de 1 g. 100 a 200 mg/kg/dia dividido de 4/4 ou 6/6
h.
• Obs.: pode usar em amigdalite pois pega bem estreptococos do grupo A
Introdução
• As principais drogas são:
o Ceftriaxone, Cefotaxime e a cefalosporina com ação anti-pseudomonas Ceftazidime.
• Potentes contra Gram negativos, inclusive resistentes as gerações anteriores.
• Possui atividade contra:
o S. pneumoniae
o S. pyogenes e outros Streptococcus.
o Apresentam atividade reduzida contra os S. aureus sensíveis à oxacilina. Somente a ceftazidima tem
atividade contra Pseudomonas aeruginosa, por isso denominada cefalosporina antipseudomonas.
▪ Sendo menos potentes contra Staphylococcus sensível a oxacilina.
• As 3 drogas são disponíveis por via parenteral.
• Resistência agravada com a descrição de estirpes de bacilos G- (Klebsiela e E.coli) capazes de produzir beta
–lactamases de espectro expandido (ESBL)
o ESBL – mediadas por genes que conseguem produzir B-lactamases que conseguem destruir todas os
beta-lactâmicos, as cefalosporinas, todas as penicilinas, todos os monobactâmicos e a bactéria só é
sensível aos carbapenêmicos. E já tem bactérias que além disso, produzem metalobetalactamase que
degradam os cabapenêmicos. Então são bactérias resistentes a todas as classes de Beta-Lactâmicos.
• Possuem penetração no SNC.
• ESBL: enzimas de origem plasmidial e são transferíveis, e inativam: penicilinas, cefalosporinas de 1º, 2º, 3º,
aztreonam.
• Quais bactérias produzem as -lactamases de espectro ampliado (extended-spectrum
beta-lactamase)?
o Enterobactérias: E. coli e K. pneumoniae
o Mediadas por genes plasmidiais não induzíveis
o Vários genes: tem, shv, per, ges, ctx, oxa
6
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
o Degradam todos os monobactâmicos e beta-lactâmicos com exceção dos carbapenens e
das cefamicinas
o Geralmente, inibidas pelos inibidores de -lactamases (ácido clavulânico, sulbactam e
tazobactam)
o Qual o antibiótico que as ESBL são sensíveis? Apenas aos Carbapenêmicos e associações
com inibidores de B-lactamases
Ceftazidima (GRUPO 3)
• Alta potencia contra Gram-negativos, inclusive Pseudomonas aeruginosa.
• Devido a resistência hospitalar,
vem tendo seu uso restrito.
• Uso clínico:
o Pela sua boa
penetração no sistema
nervoso central e sua
atividade contra P.
aeruginosa, é uma excelente opção para o tratamento de meningites e abscessos cerebrais por este
agente.
• Potente ação contra Gram -, inclusive para Pseudomonas sp.
• Baixa ação contra Staphylococcus sp.
• Sem ação contra Bacteroides fragilis
• 30% de cepas de Pseudomonas sp. De hospitais terciários mostram resistência
• Meia-vida 1,8 h, eliminação renal e biliar
• Pouca penetração no LCR com meninges íntegras, penetra bem com a barreira inflamada.
• Indicações Clínicas, Posologia e Apresentaão
o Infecções hospitalares com evidência de envolvimento de Pseudomonas sp., como pielonefrites, BCP,
sepse e meningoencefalite
o Fortaz, frasco-ampola com 1 g. EV. Em adultos 1 a 2 g de 8/8 a 12/12 h. Criança: 60 a 100 mg/kg/dia
dividido de 8/8 a 12/12 h.
o Efeitos Adversos: idem às demais cefalosporinas
8
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
Introdução
• A principal droga é o Cefepime.
• Conserva a ação sobre: bactérias gram-negativas, incluindo pseudomonas, gram positivos (especialmente
Staphylococcus sensíveis à Oxacilina, Streptococcus dos grupos A e B, Streptococcus pneumoniae (exceto os
com elevada resistência à penicilina).
• Não tem ação sobre anaeróbios do grupo Bacteroides fragilis. Apresenta meia-vida maior que a Ceftazidima,
sendo possível administração duas vezes ao dia.
• Tem capacidade de atravessar as meninges.
• Menos susceptível à inativação enzimática pela ampC, no entanto são frequentemente inativada pelas
ESBLs.
• Usos clínicos:
o Pela sua atividade anti-pseudomonas e contra diversos microrganismos gram-negativos, é utilizada
em infecções relacionadas à assistência à saúde (infecção hospitalar):
▪ pneumonias, infecções do trato urinário, pele e parte moles, corrente sanguínea e
meningites por bacilos gram-negativos.
o Infecções intra-hospitalares severas ou refratárias com a suspeita ou presença de enterobactérias do
gênero Klebsiella, Serratia, enterobacter, Proteus, Morganela e P. aeruginosa.
o Meningite, sepse, infecções respiratórias, urinárias, de pele e tecido subcutâneo e intra-abdominais
o Esta droga faz parte do esquema empírico usado em pacientes neutropênicos febris, situação na
qual deve ser usada dose máxima recomendada, com administração três vezes ao dia.
Apresentação
• Nome Comercial: Maxcef
• Uso IV ou IM
• Frasco-ampola com 500 mg, 1 e 2 g.
• Adulto : 1 a 2 g 12/12 h
• Criança: 50 mg/kg/dia 12/12 h
• Efeitos Adversos: idem demais cefalosporinas
• Baixa ação indutora de beta-lactamases (exceção entre as cefalosporinas)
• Indicações: infecções hospitalares como BCP,ITU, pele e sub-cutâneo, ginecológicas por
Pseudmonas sp. e enterobactérias.
Cefalosporina 5ª geração
• Ação contra MRSA, VRSA.
• Sem ação contra pseudomonas.
• Cefraroline: infecções partes moles e pneumonias.
• Ceftopribole: VRSA.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
CARBAPENÊMICOS
Introdução
• Tienamicina foi considerada o primeiro carbapenêmico descoberto e serviu como base para o
desenvolvimento de diversos outros compostos da mesma classe, alguns deles já disponibilizados para uso
clínico.
• Por sua potência e amplo espectro de ação, estes antimicrobianos foram considerados a ‘’última linha’’ para
o tratamento de infecções graves por gram-negativos, principalmente aqueles associados às Infecções.
• Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) ou também como era chamado “infecção hospitalar”.
• Entretanto, especialmente nos últimos cinco anos, a emergência de bacilos gram-negativos “panresistentes”
produtores de carbapenemases, têm ameaçado a posição dos carbapenêmicos como a última fronteira no
tratamento de infecções por estes patógenos.
• Seu uso é extremamente restrito.
• São resistentes a hidrolise da maioria das betalactamases.
Mecanismo de ação
• Ligam-se às PBP na membrana celular e impedem a síntese da Parede Celular. Penetram mais rapidamente
que os demais beta-lactâmicos e têm maior efeito.
• Possuem efeito pos antibiótico.
• Tem facilidade de entrar nas bactérias Gram-.
Mecanismos de resistencia
• Diminuição da permeabilidade da membrana externa aos antimicrobianos, pela perda ou expressão reduzida
de proteínas de membrana externa;
• Hiperexpressão de bombas de efluxo, que reduzem a concentração de antimicrobiano no interior das células;
• Produção de enzimas (β-lactamases) que degradam os carbapenems.
o Dentre as carbapenemases, as enzimas conhecidas como metalo-β-lactamases (MβLs) são as mais
freqüentes
• OBS: As conhecidas “KPCs” são as chamadas “superbactérias” resistentes inclusive as ultimas linhas de
antibióticos.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
o São produtoras de carbapenemases.
Resistencia
• Ocorre por 3 mecanismos
o Redução da permeabilidade transmembrana (diminuição das porinas)
o Bombas de efluxo - Hiperexpressão de bombas de efluxo, que reduzem a concentração de
antimicrobiano no interior das células;
o Betalactamases. (O grande problema é a produção de beta-lactamases) - Dentre as carbapenemases,
as enzimas conhecidas como metalo-β-lactamases (MβLs) são as mais freqüentes
Imipenem + Cilastatina
• A cilastatina torna o Imipenem resistente a ação algumas enzimas bacterianas como O grande problema é a
produção de beta-lactamases.
o A hidrólise do imipenem sozinho acaba sendo muito nefrotóxico, quando associado à cilastatina ele
bloqueia a enzima DHI-1.
o A ação da cilastatina, associada ao imipenem, é bloquear a enzima DHI-1 que degrada a droga em
sua passagem pelos rins, levando a um aumento do nível sérico deste antimicrobiano e diminuindo a
sua toxicidade renal.
o Tentaram descobrir algo que inibisse a enzima, para que não fosse eliminado, ficando mais tempo na
circulação e não gerasse nefrotoxicidade. Descobriram um composto chamado cilastina, parecido,
que se une por inibição competitiva ao imipenem. A enzima DH1 tem uma afinidade 30 mil vezes a
cilastina do que o imipenem, liga-se a cilastina, que só serve para inibir a enzima, e o imipenem fica
livre para agir, fica mais tempo na circulação e nefrotoxicidade.
• EFEITO PÓS-ANTIBIÓTICO – mesmo abaixo da sua CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA ele consegue
manter a bactéria paralisada por algumas horas para que o sistema imune possa agir, mesmo que perca um
pouco o horário ele continua fazendo efeito.
• Usada para tratamento de infecções hospitalares como pneumonias e infecções complicadas do TGI.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
o Também trata bacteremias, infecções osteoarticulares, ginecológicas, trato urinário, infecções
complexas de pele e tecidos moles e endocardites.
• É o antimicrobiano com o MAIOR ESPECTRO DE AÇÃO DE TODOS, com penetração na maioria
dos sítios de infecção. MUITO POTENTE.
• Penetração liquorica com barreira inflamada.
• Atualmente, foi substituído pelo Meropenem na pratica clinica.
• Ponto RUIM - Induz o surgimento de cepas que produzem beta-lactamases de origem cromossômica contras
outras cefalosporinas e penicilinas (citrobacter, enterobacter, serratia, proteus, pseudomonas).
• Ativo contra: estreptococo, estafilococo, gonococo, pneumococo, meningococo, E. coli,
Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella, Pseudomonas e Bacteroides fragilis.
• Não ativo contra: Chlamydia, Mycoplasma, Mycobacterium, Campylobacter, Yersinia, Brucella
e Nocardia
• Efeitos adversos
o Idem as cefalosporinas + convulsões em 2% dos casos.
o Nauseas
o Vomitos
o Reação de hipersensibilidade
o Tonturas
o Aumento TGO e TGP
o Pode ter reação cruzada com penicilina.
• Apresentação
o Dose Adulto: 2 a 4 g 6/6h
o Dose Criança: 50 mg/kg/dia dividido 6/6h
o Apresentação: Tienam frasco-ampola de 500 mg
Meropenem
• Apresenta os mesmos aspectos que o iminepem, porém como posologia mais favorável, além de um risco
terapêutico menor, explicado pela segurança para o SNC e pela baixa toxicidade renal.
• É o carbapenêmico mais utilizado na atualidade, mesmo que como terapia coadjuvante em infecções por
germes produtores de carbapenemases.
• Não é degradado pelo rim (Deidropeptidase I),
• Meia-Vida: 1,1 h EV Eliminação Renal.
• Ampla distribuição pelos liquidos e tecidos organicos e LCR.
• Ativo contra Listeria monocytogenes, BOM PRA MENINGITE
• Indicações: idem Imipeném – Sepse, infecções respiratorias, urinárias...
• Menor potencial epiletopgenico.
• Dose Adulto: 500 mg a 1 g cada 8h
• Dose Criança: 10 a 40 m/kg a cada 8h
• Meroném, frasco-ampola de 500 mg e 1 g
Ertapenem
• Pouco usado pois não pega pseudomonas.
• sua meia-vida plasmática é maior e permite o uso em dose única diária.
• Pode ser usado Via intramuscular.
• Porém, não apresenta atividade antimicrobiana em isolados de Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp, mas
mantém o restante do espectro já descrito para os outros carbapenêmicos.
• É inativado por carbapenemases.
• Infecções menos graves: Possui indicações clínicas que envolvem infecções do trato urinário, infecções de
pele e partes moles (incluindo pé diabético), infecções complicadas do trato intestinal, infecções
ginecológicas e bacteremias. Nos casos em que é possível fazer o tratamento em regime ambulatorial, esta
seria a droga mais indicada.
• Indicado em infecções comunitárias ITU e BCP, apendicite, abscessos intra-abdominais, pé-diabético
• Não estabelecida segurança em crianças, gestantes e nutrizes
• Invanz, frasco-ampola de 1 g. Dose apenas em adultos: 1g dia EV
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
MONOBACTÂMICOS(AZTREONAM)
• Em 1975 pesquisadores japoneses isolaram da bactéria Nocardia uniformis antibiótico lactâmico monocíclco
= nocardicinas
• Em 1981, a partir da nocardicina, produziu-se o Aztreonam
• Altamente específica para Gram – beta-lactamase +
• Inativas contra Gram+ e Anaeróbios (não se ligam efetivamente às PBP) e intracelulares
• Enterobactérias comunitárias são sensíveis (E. coli, Klebsiella, Morganella, Providencia, Proteus e Samonella)
• Eficiente contra gonococo, meningococo e hemófilos
• Eficiente contra Pseudomonas sp.
AZTREONAM
• Só são ativos/indicados para BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS.
• Indicações: infecções comunitárias (sepse, artrite, BCP, ITU, abcessos abdominais (associado com
Clindamicina) e meningites.
• Dose Adulto:1 a 2 g de 6/6 a 8/8 horas.
• Dose Criança: 30 mg/kg/dose de 6/6 ou 12/12h
o De 90 a 150mg/kg/dia.
• Meia-Vida: 1 a 2 h
• Efeitos Adversos: idem cefalosporinas
• Eliminação renal sem ser metabolizado
• Azactam EV frasco-ampola de 500 mg e 1 g
• Autorizada em nutrizes. Não há estudos em gestantes.
• Só pra Gram-, não pega anaeróbio por isso para abcessos abdominais tem que ser associado com clindamicina.
Pode ser usado com metronidazol, são os dois atb endovenosos usado contra anaeróbios.
CASO CLINICO 01
M.R, 45 anos apresentou-se no PS de um hospital geral, com nódulo de 4 cm, de consistência amolecida
e eritematoso, na panturrilha esquerda. A lesão apareceu há 3 dias como uma pequena “bolha” e foi
crescendo até o tamanho atual, tornando-se dolorosa. Nega febre e calafrios.
Diagnostico
Furúnculo
Etiologia
Staphylococcus aureus.
Tratamento
Tópico
Os antibióticos com a neomicina, bacitracina, mupirocina ou ácido fusídico e a drenagem quando a
lesão apresenta flutuação, são curativos.
Sistêmico
Eritromicina na dose de 30 a 40 mg/kg/dia, dividida de 6 em 6 horas, tetraciclinas na dose de 20
a 40 mg/kg/dia, dividida de 6 em 6 horas ou 2g/dia para adultos, sulfametoxazol+trimetropina – 800
mg e 160 mg respectivamente a cada 12 horas em adultos. Em crianças a dose é 20 a 30 mg/kg/dia
calculada em relação ao sulfametaxazol. Em furunculoses de repetição recomenda-se o uso de
mupirocina tópico durante sete dias na cavidade nasal, na região retro-auricular, nos sulcos interdigitais
dos pés e mãos, axilas, períneo e na região peri-anal.
Cefalosporina de 1° geração → Cefalexina
Pedir para que ele faça compressa de água quente. Só usamos antibioticoterapia em
casos de furunculoses de primeira geração.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
CASO CLINICO 02
M. B, 54 anos diabética hipertensa, relata febre elevada (39°C – 40°C) e calafrios (é sinal de bacteremia),
astenia, mialgia, náuseas e mal-estar intenso há 4 dias, nas últimas 48 horas houve aparecimento de
placa eritematosa com bordas elevadas bem definidas, dor e edema local, importante envolvimento dos
vasos linfáticos adjacentes.
Diagnostico
Eripsela
Etiologia
Streptcoccus pyogenes
Tratamento
A droga de escolha é penicilina cristalina (IV) associada a oxacilina ou vancomicina. Após a fase
aguda, para evitar recaídas, é conveniente administrar penicilina benzatina por período prolongado, se
necessário, o paciente deve ser afastado do trabalho ou hospitalizado. Quando houver edema residual
orientar para uso de meias elásticas. Referenciar ao angiologista quando houver comprometimento
venoso.
1. Interna a paciente
2. Penicilina cristalina → por causa da gravidade e das comorbidades da paciente
GLICOPEPTÍDEOS
Estrutura molecular complexa composta de açúcares e aminoácidos
Isolados a partir de 1956 do Streptomyces orientalis (VANCOMICINA) e em 1978 do Streptomyces
teichomyceticus
Não são absorvidos por VO, sempre uso EV.
Não penetram LCR (meninges íntegras), quando for usado nas meningites não pode ser associado com
corticóides, que reestabelece a barreira e o atb não consegue penetrar. Não conseguindo chegar nas
meninges, que é seu sítio alvo.
Principais indicações: Staphyolococcus beta-lactamase+, enterococos e meningites por pneumococos
resistentes
Infecções de próstata, valvas cardíacas, enxertos, shunt ventriculoperitonial (hidroencefalia faz a ligação por
um cateter do ventrículo até o peritônio, onde o líquor é filtrado e eliminado no peritônio), endocardites,
meningites pós-cirúrgicas
VO Colite pseudo-membranosa por C. Difficile
Com o surgimento dos enterococcus (bactérias intestinais resistentes a Vancomicina) parou-se de dar para os
casos de Clostridium Difficile, pq estaria selecionando bactéria no seu intestino resistentes a vancomicina tb.
Então a droga de 1ª escolha é o METRONIDAZOL ,VO, para colite pseudomembranosa (tem q ter efeito local,
não pode usar EV, pq não chega na luz do intestino), deixando em 2º a VANCOMICINA.
Inibem a polimerização dos peptidoglicanos da PC
Durante muito tempo não foi descrito desenvolvimento de resistência entre as bactérias inicialmente
sensíveis.
Os enterococos desenvolveram resistência aos glicopeptídeos, particularmente à vancomicina, devido a
alterações genéticas na bactéria (gen vanA) que diminuíram o tropismo da droga pelo microrganismo.
Em estafilococos, o mecanismo de resistência à vancomicina até hoje não foi completamente elucidado, mas
postula-se que possa ser pelo espessamento da parede celular bacteriana (resistência intermediária).
Indicações clínicas da vancomicina
Usada como alternativa aos beta-lactâmicos em pacientes alérgicos. É uma alternativa no tratamento de
infecções por estafilococos resistentes a oxacilina.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
Infecções em próteses (válvulas cardíacas, enxertos vasculares e “shunts” neurocirúrgicos ou de hemodíalise),
Endocardites, meningites pós-neurocirúrgicas e peritonites pós-diálise peritoneal.
Com o surgimento de cepas de Enterococcus spp., resistentes à vancomicina e, mais recentemente, cepas de
S. aureus, com sensibilidade intermediária à vancomicina e até mesmo resistentes à vancomicina, as
indicações deste antimicrobiano devem ser cada vez mais revistas e restritas, pois seu uso indiscriminado é
apontado como fator predisponente para o surgimento destes microrganismos resistentes.
Desta forma, no tratamento da colite pseudomembranosa, causada pelo C. difficile, a vancomicina só deve ser
utilizada após falha de tratamento com o metronidazol.
VANCOMICINA
EV
Meia-Vida: 6 a 8 h
Eliminação Renal
Evitar associação com Aminoglicosídeos: neuro e ototoxicidade
Não deve ser misturado no mesmo frasco que cortisona, heparina, meticilina e cloranfenicol- Inativação.
Efeitos Adversos: alergia, neurotoxicidade, ototoxicidade, SÍNDROME DO PESCOÇO VERMELHO. (Reação de
hipersensibilidade, pela liberação de histamina, um flush, pq o paciente tem dose e velocidade de adm dependente,
dependendo da velocidade que é infundida o paciente começa a ficar vermelho do peito para cima, pode ter um
colapso respiratório, cardíaco e pode morrer. Então, SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE a Vancomicina tem que ser prescrita
DILUÍDA e a velocidade tem que ser no mínimo de 1 HORA.
Não indicado em gestantes e nutrizes
Obs.: A VANCOMICINA TEM QUE SER SEMPRE PRESCRITA DILUÍDA E NA VELOCIDADE DE MAIS 1 HORA.
Evitando assim, a síndrome do pescoço vermelho, quanto maior o tempo de infusão da vancomicina.
Uso Sepse, BCP, osteomielite, endocardite e meningoencefalites por estafilococos resistentes ou pós cirurgia cardíaca
ou neurológica.
Dose: 30 mh/kg/dia 12/12 h EV
Diluir em 100 a 250 ml de solução e infundir em 30 a 60´
Vancomicina: frasco-ampola de 500 mg e 1g EV
Teicoplanina
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
• 70% neutrófilos e HB 13,2g/l. Glicose 89.
• Ecocardiograma: vegetações em válvula artificial e mau funcionamento da mesma.
• Qual o diagnostico?
• Quais as bactérias mais comumente causam essa síndrome?
• São coletadas hemoculturas e é tomada decisão de uso empírico de antibióticos.
• Que antibiótico deve-se utilizar?
• Se hemoculturas mostrarem Staphilococcus epidermidis resistente e meticilina, que antibiótico você usaria?
• Se hemocultura mostrar S. aureaus suscetível a meticilina qual antibiótico você usaria?
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Ajuste fino/homeostase
Sistema nervoso
o Sistema autonômico
Sistema endócrino
o Eixo-hipotálamo-adrenal (principal meio de comunicação entre o Sistema Nervoso Central e o
corpo/região periférica).
Hipotireoidismo
o Estimulação alta do sistema nervoso autônomo parassimpático.
Hipertireoidismo
o Estimulação alta do sistema nervoso autônomo simpático.
Glândulas do corpo
o Glândulas endócrinas
Organismo inteiro
o Células enteroendócrinas
Isoladas no trato digestório
Eixos endócrinos
6 (seis) eixos endócrinos
Principais hormônios liberados pela adeno-hipófise/hipófise anterior: ACTH, TSH, FSH, LH, Prolactina,
Hormônio do crescimento.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Tireoide
Dois lobos laterais unidos pelo istmo (lobo piramidal)
Capsula de TCD e trabéculas conjuntivas.
A tireoide é uma glândula endócrina localizada no pescoço, inferior à laringe, e cuja superfície ventral se
estende sobre a traqueia.
Folículos tireoidianos (coloide)
o Células foliculares
o Células parafoliculares (células C)
Tireoide: glândula endócrina celular
o Folículos tireoidianos – células foliculares
A maior parte do tecido da tireoide é constituída por células foliculares da tireoide, que
produzem e secretam os hormônios tireoidianos clássicos: tiroxina (T4), tri-iodotironina (T3)
e triiodotironina reversa (rT3)
Folículos tireoidianos (coloide) – tireoglobulina (glicoproteina) - formará DIT (Diiodotirosina)
e MIT (Monpiodotirosina) - estruturas básicas do hormônio tireoidiano.
OBS: A maior parte da T3 é produzida por 5′ desiodação periférica de T4. Uma maneira
biologicamente inativa de hormônio tireoidiano é a 3, 3′, 5′-triiodotironina, também
conhecida como tri-iodotironina reversa (rT3) por estar o iodo isolado na tirosina oposta no
arcabouço, em relação à T3.
Eixo Hipotálamo-hipófise tireoide
o Funções
Modulação da atividade metabólica
Síntese proteica
Desenvolvimento do SNC.
3
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Formação e secreção do hormônio: Teremos a hipófise liberando o tempo todo o hormônio de forma
pulsátil - o TRH liberado pela hipófise estimula a glândula pituitária (hipófise) a liberar o hormônio
tireoestimulante (TSH) - o TSH ativa receptores na glândula tireoide e a glândula tireoide se torna receptível
à principal substancia que dará origem ao hormônio, que é o iodo orgânico - o TSH vai induzir a expressão
de transportadores de iodo orgânico - o iodo se adentra à glândula tireoide - a partir daí o iodo orgânico, por
meio de ação enzimática, se liga ao aminoácido tirosina - forma monoiodotirosina ou diiodotirosina e que
se liga a tireoglobulina - através do estímulo de liberação de hormônio há uma quebra do monoiodotirosina
e diiodotirosina para formação de T3 e T4 - T3 e T4 são liberados e atinge o órgão alvo para produzir seu
efeito biológico.
Quase todas as células possuem receptores para T3 e T4.
Conforme os hormônios são produzidos e quantidade aumenta haverá inibição da liberação de TSH, dessa
forma, ocorrerá uma balança na quantidade de hormônios tireoidianos.
4
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Ao serem estimuladas pelo TSH, as células foliculares da tireoide efetuam a endocitose do coloide em
compartimentos lisossômicos, onde tireoglobulina é degradada, produzindo T4 livre, T3 livre e MIT e DIT
desacopladas.
o T3e T4 são secretadas no plasma, enquanto MIT e DIT sofrem desvio dação intracelular, liberando
iodeto livre para uso em novas síntese de hormônios tireoidiano.
o A glândula tireoide secreta mais T4 do que T3, embora T4 seja convertida em T3 nos tecidos
periféricos.
Hormônios tireoidianos
Importância no crescimento e desenvolvimento normais, temperatura corporal e metabolismo energético
Sintetizados à partir do iodo.
90% da produção T4, 10% T3 (T3 3x mais ativa que T4)
Necessidade de iodo – mínimo de 150 µg/dia
o Utilização de iodo pela tireóide – 70-80 µg/dia
Em sua maior parte, o hormônio tireoidiano circula ligado a proteínas plasmáticas, notavelmente à globulina
de ligação da tireoide (TBG) e à transtiretina. Embora T4 seja o hormônio tireoidiano predominantemente
encontrado no sangue, T3 apresenta quatro vezes a atividade fisiológica de T4 nos tecidos-alvo.
o A maior parte é desiodada à forma mais ativa T3 em vários locais do corpo, essa reação é catalisada
pela enzima iodotironina 5′-desiodase.
A presença de T4 no sangue proporciona um tampão ou reservatório para os efeitos do hormônio
tireoidiano.
o Como T4 apresenta meia-vida plasmática longa, as alterações nas funções reguladas pelo hormônio
tireoidiano, causadas por intervenção farmacológica, são geralmente observadas apenas depois de
um período de 1 a 2 semanas.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
sobre os tecidos-alvo, inibe a liberação adicional de TRH e TSH pelo hipotálamo e pela adeno-hipófise,
respectivamente.
B – Na doença de Graves, um autoanticorpo estimulador ativa autonomamente o receptor de TSH na glândula
tireoide, resultando em sua sustentada estimulação, aumento dos níveis plasmáticos de hormônio tireoidiano
(linhas espessas) e supressão da liberação de TRH e TSH (linhas tracejadas).
C - Na tireoidite de Hashimoto, um autoanticorpo destrutivo ataca a glândula tireoide, causando insuficiência
desta e diminuição de síntese e secreção de hormônio tireoidiano (linhas tracejadas). Em consequência, não
ocorre inibição mediante retroalimentação do hipotálamo e da adenohipófise, e os níveis plasmáticos de TSH
se elevam (linhas espessas).
Hipotireoidismo (hipofunção)
Dois tipos:
o Bócio coloide endêmico
Associado à baixa ingestão de iodo
Muito raro
o Doença de Hashimoto
Condição (muito comum) em que o indivíduo libera em baixa quantidade o hormônio
tireoidiano
Deficiência de hormônios tireoidianos
o Acompanhado de bócio ou não
Causas do hipotireoidismo
o Congênita (cretinismo)
o Doença auto-imune (tireoidite de Hashimoto)
o Hormônios produzidos contra a glândula tireoide
o Após cirurgia de retirada da tireoide por bócio nodular ou neoplasia
o Por medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios da tireoide (amiodarona, lítio,
iodo)
o Obs: (mais raramente) por bócio endêmico decorrente de deficiência de iodo na alimentação
Pode ser primário ou secundário
o Primário – há um defeito ou uma destruição da própria tireoide
o Secundário – causa hipofisária
o Terciário – Causa hipotalâmica.
Tireoidite de Hashimoto
Doença autoimune
o O organismo produz anticorpos contra a própria glândula causa destruição da glândula tireoide
o Não produz adequadamente o hormônio tireoidiano.
o A tireoidite de Hashimoto provoca destruição seletiva da glândula tireoide.
7
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
o No plasma de pacientes com tireoidite de Hashimoto, podem ser encontrados anticorpos específicos
dirigidos contra muitas proteínas da glândula tireoide, incluindo tireoglobulina e tireoide peroxidase.
A exemplo da doença de Graves, acredita-se que a etiologia subjacente dessa doença seja autoimune.
Eixo normal
o Liberação de TRH pelo hipotálamo
o Hipófise libera TSH
o TSH estimula tireoide a produzir e liberar hormônio tireoidiano
o Hormônio tireoidiano por feedback controla TSH, TRH, mantendo o equilíbrio
Tireoidite de Hashimoto
o Não há liberação de hormônios tireoidianos não há feedback negativo ativo
o O organismo entende que há uma baixa quantidade de hormônio tireoidiano, fazendo com que TRH
e TSH sejam liberados em grande quantidade.
o O curso clínico da tireoidite de Hashimoto envolve destruição inflamatória gradual da glândula
tireoide, com consequente desenvolvimento de hipotireoidismo. No início do curso da doença, a
destruição das células foliculares da tireoide pode liberar quantidades excessivas de coloide
armazenado, ocasionando aumento transitório dos níveis de hormônio tireoidiano.
Seu tratamento envolve a reposição farmacológica com hormônio tireoidiano sintético oral.
Características
o Ascite
o Depósito de gordura
o Cabelos frágeis e secos
o Baixa pressão
o Hipertrofia da musculatura cardíaca
o Respiração lenta.
Sintomas
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Tratamento de hipotireoidismo
O hormônio tireoidiano constitui
terapia bem estabelecida e segura
para tratamento a longo prazo de
hipotireoidismo.
A terapia tem por objetivo repor a
falta de hormônio tireoidiano
endógeno com administração
regular de hormônio tireoidiano
exógeno.
É melhor usar T3 ou T4?
o A maior parte do hormônio
tireoidiano no organismo
encontra-se na forma de T4,
embora T4 tenha atividade mais
baixa que T3 e seja
eventualmente metabolizada a
T3. Ter um grande reservatório
de “profármaco” tireoidiano (T4)
no plasma pode ser importante,
talvez como tampão efetivo para
normalizar taxas metabólicas em
ampla variedade de condições.
o A meia-vida prolongada de T4
possibilita ao paciente tomar
apenas uma pílula ao dia para
reposição de hormônio
tireoidiano.
o Por essas razões, levotiroxina, L-isômero de T4, constitui o tratamento de escolha para o
hipotireoidismo.
o OBS: Uma possível exceção é o coma mixedematoso, em que o início de ação mais rápido de T3
pode possibilitar maior recuperação do hipotireoidismo potencialmente fatal.
Uma vez que o paciente esteja tomando uma dose estável de levotiroxina, o monitoramento dos níveis de
TSH geralmente poderá ser efetuado a cada 6
meses ou 1 ano. Súbitas alterações nos níveis de
TSH, apesar do uso constante de levotiroxina,
podem ser devidas a interações medicamentosas
que afetam absorção e metabolismo.
Interações medicamentosas:
o Alguns medicamentos podem diminuir a
absorção de T4 como poliestireno
sulfonato de sódio (Kayexelate) e
Colestiramina.
o Acidez gástrica adequada também é
necessária para a absorção de levotiroxina exógena; portanto, a dose dessa substância precisa ser
aumentada quando os pacientes tornam-se infectados por Helicobacter pylori ou começam a ingerir
inibidor da bomba de prótons.
9
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
o Os fármacos que aumentam a atividade de certas enzimas P450 hepáticas, incluindo rifampicina e
fenitoína, aumentam a excreção hepática de T4. N
o Nesses casos, pode ser necessário elevar a dose de T4 para manter um estado eutireóideo.
Hipertireoidismo
Exposição a excesso de hormônios tireoidianos
o Bócio difuso tóxico (Doença de graves)
o Bócio multinodular tóxico – proliferação dos folículos, formando diversos nódulos
o Bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico) – apenas um nódulo
o Tireoidite subaguda
o Tireoidite linfocítica e tireoidite pós-parto
o Ingestão de hormônio tireoidiano em excesso, para tratamento de hipotireoidismo ou como
componente de outras medicações (por exemplo,
fórmulas para emagrecer)
As mulheres são afetadas pelo menos cinco vezes mais que os
homens.
Doença de graves
Mecanismo é autoimune
Produção de anticorpos contra os receptores para TSH situados
na membrana plasmática das células foliculares.
o A glândula é estimulada para produzir e liberar T3 e T4
em grande quantidade
o Ativa receptores que estão na tireoide (receptores de
TSH.
o Etapas:
Anticorpos estimulam a secreção de T3 e T4, assim como o TSH
Células foliculares tornam-se grandes, cilíndricas ou cúbicas, com núcleos volumosos, devido
à sua maior atividade. Hipertireoidismo associado a doença de graves pode apresentar bócio
Quantidade de coloide na luz dos folículos fica pequena.
Célula metaboliza o coloide para liberar T3 e T4 no sangue circulante
Infiltrado inflamatório
Há infiltrado linfoplasmocitário focal, formando folículos linfoides com centros
germinativos. O infiltrado inflamatório é a expressão morfológica da natureza
autoimune da doença.
Nessa síndrome, produz-se um autoanticorpo IgG específico para o receptor de TSH, conhecido como
imunoglobulina estimulante da tireoide (TsIg). Esse anticorpo atua como agonista, ativando o receptor de
TSH e, portanto, estimulando síntese e liberação de hormônio tireoidiano pelas células foliculares da
tireoide.
o Entretanto, ao contrário do TSH, a TsIg não está sujeita a retroalimentação negativa; continua
estimulando a função da tireoide, mesmo quando os níveis plasmáticos de hormônio tireoidiano
aumentam, atingindo a faixa patológica.
o Surgem os sintomas clínicos de hipertireoidismo, e os exames laboratoriais revelam altos níveis
plasmáticos de hormônio tireoidiano, níveis baixos ou indetectáveis de TSH e níveis elevados de TsIg.
Sinais e sintomas do hipertireoidismo
o Fome excessiva
o Aumento do ritmo intestinal
o Nervosismo, insônia, labilidade emocional (Instabilidade afetiva)
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
o Tremores
o Intolerância ao calor
o Palpitações
o Emagrecimento
o Olhar vivo e brilhante
o Pele quente e úmida
o Unhas quebradiças, cabelo seco, quebradiço e encaracolado.
TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
o Mimetiza o iodo inorgânico
o É levado para o interior da glândula tireoide, por ser radioativo começa emitir radiações para o interior
da glândula, fazendo com a glândula perca momentaneamente a capacidade de produzir e liberar o
hormônio tireoidiano.
Iodeto radioativo (em altas concentrações)
o Efeito de Wolff-Chaikoff
Em doses altas (iodeto) inibe a organificação do iodo, ao invés de estimular a produção de
hormônio tireoidiano.
Propiltiouracila (PTU) – Tiamazol
o Inibe a enzima tireoide peroxidase, fazendo com que todas as etapas de formação de T3 e T4 seja
inibida.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
transitório; a síntese e a liberação de hormônio tireoidiano normalizam-se dentro de poucos dias após
aumento da concentração plasmática de iodeto.
Não constitui uma terapia a longo prazo útil para o hipertireoidismo.
Tiominas
É a que mais se emprega no Sistema Único de Saúde
São importantes e úteis inibidores
da produção de hormônio
tireoidiano.
Elas competem com a
tireoglobulina pelo iodeto
oxidado, em processo catalisado
pela enzima tireoide peroxidase:
o Ao competir pelo iodeto
oxidado, o tratamento
com tioaminas causa
diminuição seletiva em
organificação e
acoplamento de
precursores de hormônio
tireoidiano, diminuindo
assim a produção desse hormônio.
o OBS: Convém lembrar que as células foliculares da tireoide armazenam grande quantidade de
hormônio tireoidiano nascente sob a forma de coloide. Esse coloide pode fornecer quantidade
suficiente de hormônio tireoidiano por mais de 1 semana, na ausência de qualquer nova síntese.
Como as tioaminas afetam a síntese, mas não a secreção de hormônio tireoidiano, os efeitos desses
fármacos não se manifestam até várias semanas após a instituição do tratamento.
2 tipos de Tiominas:
o Tiamazol
o Propiltiouracila
Propiltiouracila tem um mecanismo adicional que é de inibir a conversão de T4 em T3.
o Propiltiouracila inibe a tireoide peroxidase, bem como a conversão periférica de T4 em T3, enquanto
metimazol só inibe a tireoide peroxidase. Propiltiouracila possui meia-vida curta, o que exige sua
administração 3 vezes/dia, enquanto metimazol pode ser tomado 1 vez/dia.
Reações adversas
o Icterícia
o Hepatotoxicidade
o Erupções cutâneas (exantema maculopapular)
o Com frequência, o tratamento com tioaminas resulta em formação de bócio. Por esse motivo, os
fármacos são comumente designados como bociógenos.
o Obs: Como a incidência de efeitos adversos graves parece menos frequente com metimazol do que
com propiltiouracila, metimazol é, em geral, o agente preferido na prática clínica.
Em hipertireoidismo grave prefere-se o Propiltiouracila por sua ação extra, bem como na
gravidez devido a sua segurança.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Inibidores da captação de iodeto
Mecanismo: competem com o iodeto pela sua
captação nas células foliculares da tireoide
através do simportador de sódio-iodeto,
diminuindo, assim, o suprimento intratireóideo
de iodeto disponível para a síntese dos
hormônios tireoidianos é diminuído e não há
iodo para sintetizar o hormônio.
Isso resulta em diminuição da quantidade de
iodeto disponível para a síntese dos hormônios
tireoidianos.
Não são frequentemente utilizados, seu uso é incomum, por causa do potencial de causar anemia aplásica, e
as tioaminas são, em geral, mais efetivas.
Bloqueiam a captação de iodo periférico
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Farmacologia da Tireoide
Estruturalmente, assemelha-se a hormônio tireoidiano, portanto contém grande
concentração de iodo (cada comprimido de 200 mg de amiodarona contém 75 mg de iodo).
Inibe a produção e liberação de T3 e T4 por efeito de Wolff-Chaikoff (aumento da
disponibilidade de Iodo),
Inibe a iodotironina 5’-desiodinase
Isso ocasiona diminuição da conversão T4/T3 e aumento das concentrações
plasmáticas de rT3.
o Estimulatório (baixas doses)
Na tireotoxicose tipo I, a carga excessiva de iodeto apresentada pela amiodarona provoca
aumento de síntese e liberação de hormônio tireoidiano. Na tireoidite tipo II, ocorre tireoidite
autoimune que acarreta liberação de quantidades excessivas de hormônio tireoidiano do
coloide. Em virtude de sua estreita semelhança estrutural com o hormônio tireoidiano, a
amiodarona também pode atuar como homóloga desse hormônio em nível de receptor.
Aumenta produção de T3/T4 por aumentar a disponibilidade de Iodeto
Agonista de receptores de hormônio tireoidiano
Corticosteróides
o Inibitório
Inibe iodotironina 5’-desiodinase
Corticosteroides, como cortisol e análogos de glicocorticoides, inibem a enzima 5′-desiodase,
que converte T4 em T3, metabolicamente mais ativa.
Cascata de efeitos:
Como T4 exibe menos atividade fisiológica do que T3, o tratamento com
corticosteroides reduz a atividade efetiva do hormônio tireoidiano.
Além disso, a diminuição dos níveis séricos de T3 provoca liberação aumentada de
TSH.
Esse aumento estimula maior síntese de T4, até que a quantidade de T4 produzida
gere nível suficiente de T3 para inibir o hipotálamo.
Por conseguinte, na presença de conversão periférica diminuída de T4 em T3, a
tireoide libera a T4 em maior taxa, e os níveis séricos de T4 e T3 atingem novo
estado de equilíbrio dinâmico.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
GLICOPEPTÍDEOS
Estrutura molecular complexa composta de açúcares e aminoácidos.
Isolados a partir de 1956 do Streptomyces orientalis (VANCOMICINA) e em 1978 do Streptomyces
teichomyceticus.
Não são absorvidos por Via oral, ou seja seu uso é exlusivo via parenteral (endovenosa).
Exceção: VO é utilizada apenas para tratar Colite pseudo-membranosa por C. Difficile
Mas não é a droga de primeira escolha pela possibilidade de resistência a vancomicina, por isso usa-
se primeiro o metronidazol.
Não penetram LCR (meninges íntegras apenas em casos que as meninges ficam expostas como nas
meningites).
Quando for usado nas meningites não pode ser associado com corticóides, que reestabelece a
barreira e o antibiótico não consegue penetrar e não conseguindo chegar nas meninges, que é seu
sítio alvo.
Principais indicações:
Staphyolococcus beta-lactamase positivo (MRSA).
S. Epidermidis
Enterococos e meningites por pneumococos resistentes.
Pneumococos multirresistentes.
OBS: Praticamente todas as espécies de bacilos gram-negativos e micobactérias sao resistentes a
vancomicina, por isso seu uso é praticamente exclusivo de bacilos gram-positivos.
Outros usos: Infecções de próstata, valvas cardíacas, enxertos, shunt ventriculoperitonial
(hidroencefalia faz a ligação por um cateter do ventrículo até o peritônio, onde o líquor é filtrado e
eliminado no peritônio), endocardites, meningites pós-cirúrgicas.
Com o surgimento dos enterococcus (bactérias intestinais resistentes a Vancomicina) parou-se de dar para os
casos de Clostridium Difficile, pq estaria selecionando bactéria no seu intestino resistentes a vancomicina tb.
Então a droga de 1ª escolha é o METRONIDAZOL ,VO, para colite pseudomembranosa (tem q ter efeito local,
não pode usar EV, pq não chega na luz do intestino), deixando em 2º a VANCOMICINA.
Mecanismo de ação
Inibem a polimerização dos peptidoglicanos da parede celular.
Esses agentes interrompem a síntese da parede celular por meio de sua ligação firme à extremidade
terminal D-Ala-D-Ala da unidade de monômero de mureína, inibindo a polimerização do
peptidoglicano e bloqueando, portanto, a adição de unidades de mureína à cadeia do polímero em
crescimento.
Mecanismo de açao diferente dos beta-lactâmicos, uma vez que eles impede que os monomeros de
peptidioglicano se formem.
Resistencia bacteriana aos glicopeptídeos:
Durante muito tempo não foi descrito desenvolvimento de resistência entre as bactérias inicialmente
sensíveis.
Os enterococos desenvolveram resistência aos glicopeptídeos, particularmente à vancomicina, devido
a alterações genéticas na bactéria (gen vanA) que diminuíram o tropismo da droga pelo
microrganismo.
Esse Gen “vanA” codifica enzimas que removem os alvos residuais da vancomicina.
Foram relatados alguns casos de S. aureus resistente à vancomicina (SARV), em decorrência
da aquisição de genes de resistência a enterococos. Foi também descrito S. aureus com
resistência intermediária à vancomicina (SAIV);
Em estafilococos, o mecanismo de resistência à vancomicina até hoje não foi completamente
elucidado, mas postula-se que possa ser pelo espessamento da parede celular bacteriana (resistência
intermediária).
Desses microrganismos apresentam camada de mureína mais espessa, em que quantidades
aumentadas de DAla-D-Ala atuam como alvo chamariz para a vancomicina.
Indicações clínicas da vancomicina:
Usada como alternativa aos beta-lactâmicos em pacientes alérgicos.
1
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
É uma alternativa no tratamento de infecções por estafilococos resistentes a oxacilina.
Infecções em próteses (válvulas cardíacas, enxertos vasculares e “shunts” neurocirúrgicos ou de
hemodiálise), endocardites, meningites pós-neurocirúrgicas e peritonites pós-diálise peritoneal.
OBS: Com o surgimento de cepas de Enterococcus spp., resistentes à vancomicina e, mais
recentemente, cepas de S. aureus, com sensibilidade intermediária à vancomicina e até mesmo
resistentes à vancomicina, as indicações deste antimicrobiano devem ser cada vez mais revistas e
restritas, pois seu uso indiscriminado é apontado como fator predisponente para o surgimento destes
microrganismos resistentes.
Desta forma, no tratamento da colite pseudomembranosa, causada pelo C. difficile, a vancomicina só
deve ser utilizada após falha de tratamento com o metronidazol.
Principal uso é no tratamento de infecções estafilococicas graves (nasocomiais) resistentes a
oxacilina ou em pacientes alérgicos a penicilinas.
Osteomielites, celulites, infecções associadas a cateter, pneumonia e meningo encefalite.
VANCOMICINA
Endovenosa.
Meia-Vida: 6 a 8 h
Eliminação Renal
Evitar associação com Aminoglicosídeos: neuro e ototoxicidade
São drogas muitos neuro e ototóxicas, logo, nao posso associar medicamentos dessa mesma classe.
Não deve ser misturado no mesmo frasco que cortisona,
heparina, meticilina e cloranfenicol.
Nesses casos ocorre uma inativação do
antibiótico.
Característica de vários efeitos Adversos:
o Alergia
o Neurotoxicidade,
o Ototoxicidade
o Nefrotoxicidade
▪ Necessita de ajuste de dose para
pacientes nefropatas.
o SÍNDROME DO PESCOÇO (Homem) VERMELHO. Figura 1 Síndrome do Homem Vermelho
(Reação de hipersensibilidade, pela liberação de
histamina, um flush, pq o paciente tem dose e velocidade de adm dependente, dependendo da
velocidade que é infundida o paciente começa a ficar vermelho do peito para cima, pode ter um
colapso respiratório, cardíaco e pode morrer.
▪ Então, SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE a Vancomicina tem que ser prescrita DILUÍDA e a
velocidade tem que ser no mínimo de 1 HORA.
OBS: Em geral, a vancomicina, dada sua toxicidade, é utilizada apenas quando uma infecção
demonstra ser resistente a outros fármacos.
Não indicado em gestantes e nutrizes
Obs.: A VANCOMICINA TEM QUE SER SEMPRE PRESCRITA DILUÍDA E NA VELOCIDADE DE MAIS
1 HORA.
Evitando assim, a síndrome do pescoço vermelho, quanto maior o tempo de infusão da
vancomicina.
Uso clínico:
Uso Sepse, BCP, osteomielite, endocardite e meningoencefalites por estafilococos resistentes ou pós
cirurgia cardíaca ou neurológica.
Apresentação:
Dose: 30 mh/kg/dia 12/12 h EV
Diluir em 100 a 250 ml de solução e infundir em 30 a 60 minutos.
Vancomicina: frasco-ampola de 500 mg e 1g EV
2
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
Lipopeptídeos (Daptomicina)
• Semissintético 1984 – Daptomicina.
• Atividade: MRSA, S. Epidermidis enterococcos resistentes a vancomicina.
o Atividade contra Staphylococcus resistentes a vancomicina.
• Mecanismo ação:
o Inibição da sintese de peptidioglicano.
o Inibição do ácido lipoteicóico da membrana citoplasmática – Morte da bactéria em 60 minutos.
o A Ddaptomicina parece integrar-se nas membranas das bactérias gram-positivas. Em seguida, a
oligomerização de daptomicina pode resultar na formação de poros, com consequente efluxo de
potássio, despolarização da membrana e morte celular.
o Efeito pós antibióticos em staphylococos e enterococcos de 6 horas.
▪ É uma vantagem uma vez que ele mantém sua ação sobre as bactérias.
• Farmacologia:
o Não é absorvida por via oral.
o Ligação proteica de 95% - meia vida de 6 horas baixa.
▪ Desvantagem uma vez que essa ligação diminui a biodisponibilidade.
o Não atravessa a barreira hematoencefálica.
o Excretado na urina.
• Interação surfactante pulmonar – reduzida ação em pneumonias.
o Não é uma droga utilizada para pneumonia causada por staphylococcos resistentes.
• Indicações clinicas: Sepse, endocardites estafilococcica, infecções pele e subcutâneo.
o Daptomicina tem eficácia terapêutica no tratamento de cepas de bactérias gram-positivas tanto
sensíveis quanto resistentes à meticilina.
• Efeitos adversos: Miosite (inflamação de músculos) de mãos, punhos e antebraços precedida por aumento
de CPK sérica.
o Por isso a CPK deve ser monitorada, por que quando essa enzima aumenta ela me indica a presença
dessa miosite.
• Apresentação:
o Cubicin
o Dose: 6mg/dia – infecção cutâneas de 7 a 10 dias.
▪ Caso Sepse 14 dias.
3
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
▪ Endocardites por estafilococos 3-4 semanas.
Caso clínico
• Paciente 54 anos, queixa-se de erupção dolorosa em pé direito. Há 5 dias teve bolha no pé direito. Há 3 dias
a bolha ficou vermelha e dolorosa. Nos dias subsequentes \ vermelhidão se espalhou e agora atinge maior
parte do pé tornozelo e ela tem dificuldade de pisar no chão devido a dor.
• Teve febre, calafrios e tremores nas últimas 24 horas.
• Antecedentes mostram hipertensão, hipotireoidismo e hiperlipidemia.
• Mora em uma cidade onde houve um surto de infecções recentes na comunidade mostraram S.aureus
resistente aa meticilina.
• Sinais vitais : tª: 39º C, Pulso:96, FR: 16, PA:123/74mmHg.
• Exame físico: edema com calor rubor doloroso no pé direito até metade panturrilha. Não há bolhas. Pulsos
pediosos normais.
• Qual diagnóstico?
• Que bactérias frequentemente causam este quadro clínico?
• Que antibióticos você usaria?
• Se a cultura mostrar S. pyogenes, qual antibiótico você usaria?
• Se a cultura mostrar S. aureus suscetível a meticilina que antibiótico você usaria?
Caso clínico
• Paciente de 46 anos de idade, do sexo masculino, sem antecedentes patológicos, história de trauma em
joelho já cerca de cinco dias ao praticar esporte. Há 3 dias tem dor em joelho direito com edema progressivo
da articulação. Há 1 dia com febre de até 38,4°C Exame físico com artrite evidente em joelho direito, sem
alterações em outras articulações.
• Com sinais inflamatórios e muita dor mobilização
• Qual conduta neste caso?
• Qual hipótese diagnostica?
AMINOGLICOSÍDEOS
• 1944 – Waskman isolou a estreptomicina
• Isolados a partir de fungos dos gêneros Streptomyces (estreptomicina, tobramicina, neomicina), Micromonospora
(gentamicina) e semi-sintéticos (amicacina).
o Amicacina é o único semi-sintético.
• Estrutura química complexa formado por açúcares e agrupamentos amina, com caracteristicas farmacodinâmicas e
farmacocinéticas comuns.
• Aminoglicosídios são utilizados principalmente no tratamento de infecções causadas por bactérias gram-
negativas.
• Estreptomicina era droga de tratamento para tuberculose, até então, nao havia tratamento para tuberculose e as pessoas
acabavam indo a óbito.
o E a partir dela outros foram descobertos.
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
• São substâncias solúveis em água, estáveis em ph 6 a 8, e com estrutura polar de cátions (positiva), o que impede sua
absorção via oral.
• Exerce então sua ação principalmente em meio aeróbio e ph alcalino.
o Ação ocorre meio aeróbio e com pH alcalino.
o Ele apenas age em bactérias aeróbias, uma vez que ele necessita de oxigênio para gerar energia e penetrar
na bactéria.
▪ Não ativos contra anaeróbios, pois presença O2 é fundamental para transporte ativo da droga nas
células microbianas.
o São instáveis em pH ácido (pouco ativo em abcessos) e dificulta a absorção VO
▪ Lembrar: ele não age em coleções purulentas, sempre deve-se drenar.
▪ Portanto, em coleções purulentas (ácida) sua concentração é ruim e dificulta a absorção VO.
4
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
• Não ativos contra anaeróbios, pois presença O2 é fundamental para transporte ativo da droga nas células microbianas
• Não penetram no liquido cefalorraquidiano (mesmo com as meninges nao integras).
ESPECTRO DE AÇÃO
• Principalmente ativos contra Gram-negativos, em especial enterobactérias: E. coli, Morganella, Serratia, Proteus,
Enterbacter, Citrobacter e Providência e pouca efiência para Salmonella e Shigella.
• Ativos contra Brucella sp. e Yersinia sp.
• Ativo contra Staphylococcus (Gentamicina, apesar de não ser o ATM de escolha)
• Ativos contra Pseudomonas (exceto estreptomicina e espectinomicina)
• Inativos contra bactérias intracelulares
• Ativo contra Mycobacterium sp.
• Paramomicina: eficiente contra protozoários
MECANISMO DE AÇÃO
• São transportados ativamente pela membrana celular às custas de oxigênio e energia.
• Ligam-se à unidade “30s” dos ribossomos e induzem à síntese de proteínas erradas pela mudança da conformação do
ribossomo.
• Ligam-se ao ribossomo e bloqueiam a ligação do RNA mensageiro, inibindo a síntese protéica.
• Ou seja, eles podem inibir a sintese proteica ou induzir a formação de uma proteina errada.
• Falando “BUNITU” - Em baixas concentrações, induzem ribossomos a lerem incorretamente o mRNA durante p
alongamento, levando à síntese de proteínas que contêm aminoácidos incorretos. Em concentrações mais altas,
aminoglicosídios inibem a síntese proteica por completo.
• Sinergia: Antibióticos inibidores da formação da Parede Celular agem de forma sinérgica aos aminoglicosídeos, uma vez
que facilitam sua penetração na
célula.
• Ex: beta-lactâmicos e
glicopeptideos.
• Essas proteínas “erradas” formam
bactérias defeituosas.
• Ação bactericida -
Membrana celular
defeituosa que provoca a
saída de Sódio, Potássio,
Aminoácidos e outros
constituintes essenciais
da célula, resultando em
morte do microorganismo
• Ação bacteriostática - Podem também inibir a síntese de proteínas por interagirem com um ou mais pontos da
proteína de ligação do ribossomo, interferindo na ligação do RNAm com o ribossomo, impedindo a ligação dos
aa para formar a PTN codificada.
▪ Ação realizada especialmente pela Estreptomicina.
▪ Para pensar, a estreptomicina pode ser associada com beta-lactâmicos e glicopeptídeos?
5
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
▪ LEMBRAR: A estreptomicina por sua ação bacteriostática ela, apesar de ser aminoglicosídeo, não tem
sinergismo com os beta-lactâmicos e glicopeptideos uma vez que esses fármacos necessitam da divisão
da bactéria para agir e a estreptomicina impede a divisão da bactéria por ser bacteriostática.
MECANISMO DE RESISTÊNCIA
▪ Intrínseco: bactérias anaeróbias são “naturalmente” resistentes a
essa classe de antimicrobianos.
▪ Adquiridos: origem cromossômica o plasmidial.
o Comumente resulta da aquisição de plasmídeos
conjugativos, contendo genes de resistência, os quais
conferem resistência múltipla.
Três mecanismos bioquímicos:
1- Alteração do receptor da droga (ribossomo)
• Resulta da mutação cromossômica
• Menos freqüente e menos importante na prática clínica
• Mecanismo de resistência a Estreptomicina
•Presente principalmente em Enterococos.
2- Diminuição da penetração do antibiótico no interior da bactéria
• Mutações cromossômicas que afetam o transporte ativo do antibiótico.
• Resistência cruzada a todos AMG; quando tem a um tem a todos os outros.
•Presente em:
o P. aeruginosa
o Enterobactérias (menor frequência)
o Estreptococos
3- Produção de enzimas que modificam e inativam o antibiótico. (MAIS IMPORTANTE).
• É o mais freqüente e importante na prática clínica.
• 3 grupos: fosfotransferases, adeniltransferase (ou nucleotidiltransferase) e acetiltransferase.
• Dependente da espécie e cepa bacteriana que pode ao mesmo produzir diferentes enzimas.
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS
• Uso EV, IM, VO Tópico
o O uso oral pode ser usado para fazer esterilização de mucosas antes de uma cirurgia no TGI.
• Não são absorvíveis por VO, exceto:
o Utilização para descontaminação da flora intestinal (Neomicina), para pacientes em coma hepático que tem q
fazer a descontaminação.
o Por VO, apenas 1% é absorvido
▪ Via EV direta está contraindicada pelos riscos de toxicidade aguda.
o Ele sempre deve ser utilizado na forma diluída.
▪ Não atingem LCR e próstata.
o Ou seja, nao indicados para meningite e prostatite.
▪ Perdem ação em pH baixo (ácido)
o Não penetram em abscessos.
▪ Meia-Vida de 2 e 3 h (11 a 12h no labirinto, por isso pode causar OTOTOXIDADE).
o Não sofrem metabolização
o Difunde-se pela linfa e entram no peri-linfático do ouvido interno, mantendo meia-vida de 11 a 12 hs no líquido
do labirinto.
o Marcada afinidade pelo tecido renal cortical, fixando-se as células corticais e acumulando-se em concentrações
10 a 50 X maiores que no sangue →NEFROTOXICIDADE
▪ Pode acabar deixando sequelas irreversíveis no órgão do paciente.
▪ Paciente renais crônicos podem ter sua situação agravada com o uso.
▪ Farmacologia: Eliminação renal e 1% nas fezes
▪ Sinergismo: com beta-lactâmicos e glicopeptídeo, uma vez que esses antibióticos acabam “destruindo a parede celular”
facilitando a penetração dos aminoglicosídeos na bactéria.
o Em infecções muito graves pode-se fazer essa associação.
o O beta-lactâmico e o glicopeptídeo “arrombam a porta da casa” e facilita a entrada pro aminoglicosídeo para
“destruir a casa”.
▪ Porém, a administração deve ser separada dos beta-lactâmicos por causar inativação química ou precipitar.
6
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
o Ou seja, administrar em seringas separadas.
▪ Aumento da nefrotoxicidade com antibiótico que já dão nefrotoxidade:
o Glicopeptídeos, clindamicina, anfotericina B.
INDICAÇÕES CLINICAS
o Indicações:
o Infecções urinarias, notadamente pielonefrite e abscesso perinefrético.
o Infecções intra-abdominais (com metronidazol)
o Profilaxia cirúrgica – cirurgias contaminadas.
o Endocardite infecciosa (Com beta-lactamico ou glicopeptideo)
o Tuberculose (no caso de intolerância ou resistência a 1ª linha de tratamento)
▪ Ação sistêmica
o Bacilos Gram – da família das enterobactérias, como sepses, ITU, BCP (broncopneumonia), peritonite.
o Gonorréia (espectinomicina)
o Endocardite em associação com penicilinas
o Tuberculose (estreptomicina)
▪ Ação Tópica
o LTA (leishmaniose tegumentar americana)
o Impetigo, lesões de pele
EFEITOS ADVERSOS
▪ Bloqueio neuromuscular, potencializado por curarizantes (CURARE – anestesico).
o Sempre diluir em 50 a 100 mL e infundir em 30 e 60 minutos. → Se não, o paciente pode ter paralisia do
diafragma.
o Pacientes com miastenia Gravis não pode utilizar esse tipo de medicamento.
o Por isso um dos fatores de uma visita pré-anestésica
▪ Nefrotoxicidade, que é potencilizada com uso de diuréticos de alça, anti-inflamatórios não-hormonais, Anfotericina B,
etc.
o É melhor dar o remedio a cada 24 horas do que de 8 em 8 horas.
o A cada 24 o remedio passa menos tempo no limite de nefrotoxicidade e acaba diminuindo as chances de lesao
do órgao.
▪ Depressão miocárdica - Bloqueio de canais de calcio com efeito inotropico negativo no coração.
Ototoxicidade, pode levar surdez irreversível devido ao acumulo do medicamento no ouvido interno.
Estreptomicina
• Tratamento da tuberculose.
• Tratamento da endocardite, porém sempre em associação com penicilinas
• IM ou EV
• Eliminação Renal
• Apresentação:
o Dose Adulto: 0,5 a 1 g IM ao dia
o Dose Criança: 25 a 30 mg/kg/dose
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Glicopeptídeos e aminoglicosídeos.
o Genérico. Frasco-ampola 1 g
Gentamicina
▪ Atividade sobre Enterobactérias e Pseudomonas
▪ Ação sinérgica com penicilinas e vancomicina e antagônica com tetraciclinas e cloranfenicol.
Usar dois antibioticos bacterióstaticos nao é bom pois há competição pelo mesmo sítio de ação.
▪ Indicado em ITU, peritonite, BCP, infecções biliares , intra-abdominais e endocardite.
▪ Colírios: infecções externas dos olhos
▪ Excretado no leite (altera microbiota intestinal da criança – melhor evitar seu uso).
▪ Eliminação Renal e Biliar
▪ Apresentação:
3 a 7 mg/kg/dia em dose única diária IM ou EV.
Garamicina. Ampola de 10 a 280 mg
Amicacina
▪ Indicada em infecções graves por Gram – e por Staphylococcus (em associação com Oxacilina): sepse, BCP, colecistite
e ITU
▪ Amicacina: dose 15 mg/kg/dose em dose única diária ou 12/12 h. Novamin ampolas de 125, 250 e 500 mg
▪ Netilmicina: dose 3 a 7 mg/kg/dia 12/12 h. Netromicina ampolas 150 mg.
▪ Efeitos adversos: idem aos demais glicopeptideos.
Outros aminoglicosideos
▪ Espectinomicina: Trobicin frasco ampola 2 g. Uso na gonorréia e cancro mole com dose 2 a 4 g
▪ Neomicina: ação contra estreptococo, estafilococos, enterobactérias e micobactérias. Usado na “esterilização” e alça
intestinal (100m/kg/dia) e de forma tópica em ferimentos.
▪ Uso na Hipercolesterolemia.
▪ 0,5 g/dia
8
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Tetraciclinas
Introdução
1948 – Aureomicina a partir de Streptomyces aureofaciens
1950- Terramicina a partir de S. rimosus
1953 S. alboniger – Tetraciclina Básica (semi-sintética)
Oxitetraciclina, Doxiciclina e Minociclina (sintéticas)
Uso indiscriminado levou resistência e pesquisas para superar problemas de resistência
Minociclina como droga base, surgiram as glicilciclinas
Tetraciclinas
Ligam-se a sub-unidade 30 s dos ribossomos e impedem transcrição do RNAm.
BACTERIOSTÁTICOS
Lipossolúvel (ação intracelular)
Hepato e Nefrotóxico
Primeira Escolha para:
o Riquétsia
o Clamídia
o Borrelia
o Plasmodium falciparum
o Mycobacterium leprae (minociclina)e M.marinum
Farmacocinética:
o Tetraciclina e Oxitetraciclina tem 60 a 70% de biodisponibilidade 6 h m-v
o Alimentos diminuem a absorção
o Doxiciclina e Minociclina não sofrem interferência da alimentação 12 m-v
o Leite (Ca++), Al, Fe e Mg inibem absorção das tetraciclinas.
o Metabolizadas pelo fígado
o Eliminação renal (oxi e tetraciclina 60% e 40% bile), biliar (minociclina) e intestinal (doxiciclina)
o Hepato e nefrotóxico
o Vestibulotóxico (minociclina)
Interações medicamentosas:
o Hipoglicemiantes orais: potencializa a ação hipoglicemiantes orais
o Neurolépticos: Uso de neurolépticos incrementa a metabolização das tetraciclinas (inativação)
o Clorpropamida: aumenta toxicidade
o Diurético +Tetraciclina: toxicidade
o Anticoagulantes: Potencializa ação de anticoagulantes
o Anticoncepcionais: reduz eficácia dos anticoncepcionais hormonais (agem bactérias intestinais que
que hidrolisam os esteróides conjugados).
Indicações:
o Riquetsiose
o malária falciparum (em associação com quinino)
o Acne
Apresentação:
o Tetra e Oxitetra: 20 a 40 mg/kg/dia 6/6 h
o Doxiciclina/Minociclina
o 100 mg 12/12 ou a cada 24h em crianças 2 mg/kg em dose única/dia
Efeitos adversos:
Alergia
Diarréia
Naúseas
Síndrome Dispéptica
Superinfecções intestinais: cândida, estafilos resistentes e C. difficile
1
O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Tetraciclinas
Fotossensibilização – Quando tomar não pode ir para o sol.
Teratogênico- malformações ósseas e dentárias (gera o dente amarelo)
Hepatotóxico- degeneração gordurosa fígado mais comum em gestantes que usaram mais 2 g/d.
Síndrome de fanconi - Causada pelo uso de tetraciclina
vencida:
o Proteinúria
o Fosfatúria
o Glicosúria
o Hipocalemia
o Acidose metabólica
o Fraqueza muscular
o Reversível com a suspensão da droga.
OBS: Contraindicada para gestantes e crianças menores
de 1 ano.
Tigeciclina
Minociclina de 2ª geração
Usada por via EV, não é absorvida por via oral.
Espectro de ação: G+, G-, enterobactérias, Estafilococos beta-lactamase +, Anaeróbios, intracelulares
Farmacocinética:
o Meia-vida 44 h
o Eliminação Renal 60% e biliar
Efeitos adversos: Náusea, vômito, tontura, alergia
Frasco-ampola 50 mg Tygacil.
2
QUINOLONAS. 17. Diante dos efeitos 29. Por que o Ciprofloxacino
adversos, quais as é a quinolona mais
1. Qual a influência que a
principais prescrita na atualidade?
alteração na estrutura
contraindicações de 30. Em que o Ciprofloxacino
das quinolonas faz sobre
prescrições de se diferencia no espetro
o fármaco?
quinolonas? (são 4). de ação quando
2. Qual grupo da estrutura
18. Quais as orientações que comparado as outras
das quinolonas não
devem ser passados para quinolonas? E por que
adianta ser realizada
pacientes em uso de não deve ser utilizado
modificação?
quinolonas quanto aos individualmente?
3. Quanto mais se altera a
seus efeitos adversos? 31. Por que o Ciprofloxacino
estrutura da quinolona
19. Sobre quinolonas de 1ª não é utilizado como
melhor a toxicidade?
geração, explique a terapia empírica contra
4. Cite quais as quinolonas
relação da sua baixa E.coli?
de 1 geração?
difusão tissular, seu 32. Como são conhecidas as
5. Cite quais as quinolonas
efeito enterobactericida quinolonas de 3ª
de 2 geração e os grupos
e seus principais usos? geração? E por que
de cada uma.
20. Qual o espectro de ação recebem esse nome?
6. Cite quais as quinolonas
do ácido Nalidíxico e para 33. O que diferencia o
de 3 geração?
o que ele é indicado espectro de ação do
7. Por que as quinolonas de
principalmente? Levofloxacino com os das
4 geração foram
21. Qual o uso único do gerações anteriores?
praticamente extintas do
rosoxacino? 34. Moxifloxacino possui
mercado?
22. Qual o uso do ácido efeito pós antibiótico?
8. Quais os dois
Pipemídico? 35. Quais as principais
mecanismos de ação das
23. As quinolonas de 2 indicações do
quinolonas? Explique
geração aumentaram seu Moxifloxacino?
eles.
espectro de ação sobre 36. Quais as principais
9. Quinolonas são
quais que tipo de indicações da
bactericidas ou
bactérias? E qual seu moxifloxacina e por que
bacteriostáticas?
diferencial sobre as de 1ª a sua limitação de uso no
10. Quais os 2 mecanismos
geração? brasil?
de resistência microbiana
24. Norfloxacino, é 37. Descreva a diferença das
as quinolonas?
conhecido como a gerações das quinolonas
11. Comente sobre a
primeira quinolona quanto seu espetro de
Absorção via oral das
respiratória, mas tem ação (quadro resumido
quinolonas.
seu uso indicado apenas do final).
12. As quinolonas
para ITU (quando não
atravessam a barreira
tem outra opção),
placentária?
prostatites e profilaxia
13. Estão presentes no leite
primaria e secundária de
materno as quinolonas?
peritonite, por que?
14. Qual quinolona necessita
25. Lomefloxacino é alterado
de ajuste quanto a dose
com o uso de antiácidos?
em casos de insuficiência
E qual seu uso clinico?
renal ou hepática?
26. Qual as vantagem das
15. O que os antiácidos
quinolonas para uso em
fazem sobre as
prostatites?
quinolonas?
27. Qual espectro de ação e
16. Quais os principais
uso do pefloxacino?
efeitos adversos das
28. Qual o principal uso para
quinolonas?
o Ofloxacino?
DIAMINOPIRIMIDINAS + SULFAS 15. Quando não há infecção
fetal na toxoplasmose
1. Quais são os antibióticos
gestacional, qual o
que envolvem as
antibiótico de escolha?
diaminopirimidinas?
16. Quais os principais usos
2. Por que as sulfas e as
para a associação
diaminopirimidinas são
COTRIMOXAZOL?
denominadas drogas
17. Quais os principais
antifólicas?
efeitos adversos das
3. Qual o mecanismo de
sulfas?
ação das drogas
18. Qual a principal utilização
antifólicas?
das Sulfonas (DAPSON)?
4. Qual o composto básico
das sulfas?
5. Cite as classificações dos
derivados da
sulfonilamida e qual o
critério de cada uma.
6. Por que as sulfas de ação
longa não são mais
usadas?
7. Por que as sulfas devem
ser usadas associadas
com as
diaminopirimidinas?
8. Qual a indicação básica
da pirimetamina?
9. Qual condição deve estar
presente para que seja
administrada
pirimetamina para tratar
toxoplasmose na
gestante?
10. Quais os efeitos
colaterais da
pirimetamina?
11. Qual o antibiótico
geralmente associado a
Trimetroprima e qual o
nome da associação?
12. Quais as indicações da
Trimetroprima?
13. Qual a utilidade da prata
para uso nas sulfas
tópicas?
14. A associação
sulfadiazina-
pirimetamina é mais
eficaz sobre que
patógeno? E qual a
principal indicação para
tratamento?
Antibióticos beta-lactâmicos quando administradas 25. Quais as indicações para
por via oral? o uso da ampicilina?
1. Por que os antibióticos
8. Por que as penicilinas 26. Com qual inibidor de
beta-lactamicos recebem
naturais não podem ser beta-lactamase a
esse nome?
usadas topicamente? ampicilina é associado e
2. Qual o nome da classe de
9. Quais os locais que as quais os usos dessa
enzimas capaz de
penicilinas naturais não associação?
bloquear a ação dos
penetram? 27. Quais os efeitos adversos
beta-lactamicos?
10. Se elas atravessam a da ampicilina?
3. Qual o mecanismo de
barreira plancentária, 28. Por que via predomina o
ação dos antibióticos
qual o cuidado que deve uso da amoxicilina?
beta-lactamicos?
ser tomado? 29. Quais as principais
4. Os beta-lactamicos são
11. Algum antibiótico possui indicações para a
bactericidas ou
ação em exsudato amoxicilina e quais suas
bacteriostáticos?
purulento? Quando não associações?
5. Como os beta-lactamicos
há antibiótico, o que 30. As carboxipenilinas
penetram nas gram – e
deve ser feito? foram os primeiros
gram +? E onde está
12. Qual o motivo do uso da antibióticos a terem
localizado as enzimas B-
probenicida espectro contra qual
lactamases de cada uma?
conjuntamente as bactéria?
6. Cite os 3 mecanismos de
penicilinas? 31. Qual das
resistência aos
13. Quais os efeitos adversos Carboxipenicilinas é mais
antibióticos beta-
mais comuns das potente?
lactamicos.
Penicilinas G? 32. Quais os usos da
7. Como é o mecanismo de
14. Por que deve-se nunca ticarcilina associada ao
resistência das S.Aureus
dar penicilina G para ácido clavulânico?
resistentes a meticilina?
pessoas alérgicas? 33. Qual fármaco é
PENICILINAS 15. O que fazer se a pessoa é conhecido como
alérgica a penicilina, mas “penicilina de 4ª
1. Quais as 3 estruturas é a única droga de geração”?
básicas das penicilinas? escolha? 34. Por que a piperacilina
2. Qual o mecanismo de 16. Qual o uso da penicilina sempre deve ser
ação das penicilinas? G procaína? associada ao
3. Qual o mecanismo de 17. Quais os 3 principais usos tazobactam?
resistência das bactérias da penicilina G
sobre as penicilinas? benzatina?
4. Qual das penicilinas é 18. Quais as desvantagens da
conhecidas por ser penicilina G? Quais são e como são
“resistente” as 19. Qual a penicilina natural divididas as
penicilinases? de via oral? cefalosporinas de 1
5. Cite as características 20. Quais os usos da geralçai
farmacológicas que Penicilina V?
separam as 21. Por que a oxacilina é
Benzipenicilinas. chamada de penicilina
6. Por que as penicilinas antiestafilocócica?
naturais são 22. Qual as indicações de uso
contraindicadas para da oxacilina?
tratamento de 23. Qual o nome dado as
peritonites ou outras bactérias resistentes a
infecções intestinais? Oxacilina?
7. Por que as penicilinas 24. O que são os inibidores
naturais não são eficazes de beta-lactamases?
Quais são eles?
Cefalosporinas utilizadas para profilaxia 29. A Ceftazidima deve ser
cirúrgica e qual deles é preservada para tratar
1. Por que as cefalosporinas
utilizado? que tipo de infecção e
estão entre os
16. Qual o mecanismo de para qual agente?
antibióticos mais
ação das cefalosporinas 30. Qual a principal droga
prescritos atualmente?
de 1 geração? das cefalosporinas de 4ª
2. Qual o principal efeito
17. Quais as interações geração e quais seus
das cefalosporinas de 1ª
medicamentosas e principais usos?
geração?
químicas das 31. Que droga é utilizada no
3. Qual bactéria é
cefalosporinas de 1 esquema empírico para
resistente as
geração? pacientes com
cefalosporinas, exceto as
18. Quais as drogas que neutropenia febril?
de 5 geração?
compõem as 32. Qual o uso para as
4. O que todas as gerações
cefalosporinas de 2ª cefalosporinas de 5
têm em comum quanto a
geração? E qual o geração?
ação antimicrobiana?
diferencial delas para as
5. Qual o mecanismo de CARBAPENÊMICOS +
de 1 geração?
ação das cefalosporinas? MONOBACTAMICOS
19. Por que considera-se que
6. Quais os mecanismos de
a cefuroxima pode ser 33. Que antibióticos são
resistência as
administrada por via considerados a “ultima
cefalosporinas?
oral? E quais suas linha” para tratamento
7. Qual o nome das enzimas
indicações? de infecções graves por
produzidas que são
20. As cefalosporinas de 2ª gram-negativos?
capazes de hidrolisar
geração atingem 34. Os carbapenêmicos são
todas as cefalosporinas?
concentração em liquor? administrados por qual
(são 2).
21. Qual o diferencial da via?
8. Quais os efeitos adversos
Cefoxitina quanto as 35. O que são as bactérias
comuns as
cefalosporinas de 2 “KPCs”?
cefalosporinas?
geração e o espectro de 36. Quais são os fármacos
9. O que é uma reação
ação geral dessa geração carbapenêmicos?
dissulfiram-like (efeito
de cefalosporinas? 37. Qual a indicação clinica
antabuzi?
22. Quais são as “básica” dos
10. Por que a cefotriaxona
cefalosporinas de 3ª carbapenêmicos?
não deve ser utilizada
geração e qual é 38. Qual o motivo da
conjuntamente com
denominada “anti- associação do Imipenem
cálcio?
pseudomonas”? + cilastatina?
11. Quais são e como são
23. Que tipo de bactérias são 39. Na prática clinica, qual
divididas as
as ESBL? carbapenemico é
cefalosporinas de 1
24. Quais as bactérias utilizado?
geração?
produzem as B- 40. Quais as vantagens do
12. Por que as cefalosporinas
lactamases de espectro Meropenem sobre o
não possuem ação eficaz
ampliado? Imipenem?
contra a maioria dos
25. Qual dos antibióticos as 41. Ertapenem qual seu uso
gram-negativos?
ESBL são sensíveis? e por que é pouco
13. Qual o uso clinico das
26. Diferencia a ceftriaxona e usado?
cefalosporinas de 1
a cefotaxima quanto o 42. Qual a principal indicação
geração?
grau de ligação proteica. para antibióticos
14. Para quais condições não
27. Qual o uso clinico da monobactâmicos?
é recomendado o uso de
Ceftriaxona e da
cefalosporinas de 1ª
cefotaxima?
geração?
28. Quais os efeitos adversos
15. Por que as cefalosporinas
das cefalosporinas de 2ª
de 1 geração são
geração?
GLICOPEPTÍDEOS 3. Qual o mecanismo de 20. Qual o mecanismo de
ação dos ação dos macrolídeos?
1. Apesar de não serem
aminoglicosídeos? 21. Por que a eritromicina é
usados na via oral,
4. São bacteristáticos ou antagônica da
possuem uma exceção,
bactericidas? lincomicina, clindamicina
qual é? É a droga de
5. Por que antibióticos e cloranfenicol?
escolha para essa
inibidores da parede 22. Por que a eritromicina é
exceção?
celular são sinérgicos aos antagônica dos beta-
2. Por que não deve ser
aminoglicosídeos? E por lactamicos?
associado corticoides
que a estreptomicina é 23. Por que bacilos gram-
com glicopeptídeos para
uma exceção? negativos são
o tratamento de
6. Quais os mecanismos de naturalmente resistentes
meningite?
resistência aos aos macrolideos?
3. Seu uso é exclusivo para
aminoglicosídeos? 24. Quais os mecanismos de
que tipo de bacilo?
7. Qual o uso oral dos resistência aos
4. Qual o mecanismo de
aminoglicosídeos? macrolideos?
ação dos glicopeptídeos?
8. Qual a causa da 25. Qual a utilidade do ácido
5. Qual as principais
ototoxicidade e da labil para com a
utilizações para a
nefrotoxicidade dos eritromicina?
vancomicina?
aminoglicosídeos? 26. Possuem boa absorção
6. Por que vancomicina não
9. Quais os usos clínicos dos com comida? E qual a
pode ser associada a
aminoglicosídeos? finalidade do uso de
aminoglicosídeos?
10. Quais os efeitos adversos esteres para a
7. Qual os efeitos adversos
dos aminoglicosídeos? eritromicina?
da vancomicina e diga a
11. Pode ser utilizado para 27. Quais as indicações de
síndrome presente nos
genstantes? uso para a eritromicina?
efeitos adversos?
12. Qual o uso para a 28. Qual a interação da
8. Qual o principal motivo
estreptomicina? eritromicina com o
que ocorre a síndrome
13. Por que usar a fenobarbital?
do homem vermelho?
gentamicina possui ação 29. Qual a relação da
LIPOPEPTÍDEOS sinérgica com penicilinas eritromicina com as
e vancomicina e isoenzimas do citocromo
1. Qual o mecanismo de antagônica com P450? E por que ela não
ação dos lipopeptídeos? tetraciclinas e pode ser utilizada com
2. Por que a daptomicina cloranfenicol? anticoncepcionais orais e
não é utilizada para 14. Qual aminoglicosídeos outros medicamentos?
pneumonias? possui mais resistência as 30. Quais os efeitos adversos
3. Quais as indicações enzimas bacterianas? E da eritromicina?
clinicas da daptomicina? qual o uso dele? 31. Qual o principal uso da
4. Qual o principal efeito 15. Qual o espectro de ação ESPIRAMICINA?
adversos da daptomicina básico dos macrolídeos? 32. Por que a espiramicina só
e o que isso influencia na 16. O que são bactérias trata a toxoplasmose na
sua administração? atípicas? gestante, mas não serve
AMINOGLICOSÍDEOS 17. Qual bactérias é para quando o feto
responsável pela doença também está infectado?
1. Por que os dos legionários? 33. Qual tratamento para
aminoglicosídeos não são 18. Como são subdivididos tuberculose na gestação
efetivos contra bactérias os grupos dos quando há infecção no
anaeróbias? macrolídeos? feto?
2. Aminoglicosídeos são 19. Quais as vantagens dos 34. Quais as indicações
efetivos principalmente macrolpideos clinicas para a
contra? semissintéticos? espiramicina?
35. Quais os tratamentos em 6. Explique como é causada
que a claritromicina é a a Síndrome cinzenta do
droga de escolha? RN com o uso de
36. Qual a diferença da cloranfenicol?
azitromicina em ser 7. Por que os anfenicois não
melhor que a podem ser utilizados em
eritromicina? conjunto com
37. Por que a azitromicina hipoglicemiantes?
tem interação 8. Como os anfenicois
medicamentosa com causam anemia?
ergotamina e digitálicos? 9. Por que são antagonistas
38. Quais as indicações de de beta-lactamicos e
uso da azitromicina? aminoglicosideos?
39. Qual o uso da 10. Quais as indicações
telitromicina? clinicas do cloranfenicol?
11. Quais os 3 principais
LINCOSAMIDAS
efeitos adversos dos
1. As Lincosamidas anfenicois?
envolvem quais 12. Como os anfenicois
antibióticos? Qual o mais afetam o sistema
potente? hematopoiético ?
2. Qual o mecanismo de
ação das Lincosamidas?
3. Por que as Lincosamidas
são antagônicas dos
macrolideos e sinergios
aos aminoglicosídeos?
4. Quais as indicações
clinicas da clindamicina?
5. Quais os efeitos adversos
das Lincosamidas?
ANFENICOIS
Avaliação neurológica
• Para que avaliar?
o Condição de saúde atual, determinar a presença de anormalidades.
o Deve ser realizado sumarizado no paciente sem queixa neurológica, mas completo no paciente com
queixa neurológica.
• O que fazer com os dados coletados?
o Julgamento clínico.
• Quais dados coletar?
o De acordo com o funcionamento e fatores de risco.
• Como coletar os dados?
o Anamnese e exame físico.
Topografia do coma
Respiração
• Lesão de hemisférios e diencéfalo: respiração de cheyne-stockes
• Lesão mesecenfálica: hiperventilação neurogênica
• Lesão de ponte: respiração apneustica (parada na inspiração)
• Lesão de bulbo: respira de biot e apnéia (lesão completa).
Pupilas
• Lesão dos hemisférios – sem alteração pupilar
• Lesão diencéfalo e mesencéfalo – midríase
• Lesão do uncus (hérnia de Uncus) – midríase unilateral (Anisocoria)
• Lesão de ponte – pupilas diminuídas em relação a mesencefálica, não reativas a luz.
o Há o aparecimento das pupilas puntiformes.
O CIRCO
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes Neurológicas
• Médio-fixas: fase diencéfalo-mesencefálica da deterioração rostro-caudal compressão dos sistemas
simpático e parassimpático no diencéfalo.
REFLEXO OCULOVESTIBULAR
• Consciente: Nistagmo
• Reflexo preservado: 2 olho para o estímulo – resposta tônica normal
• Olhar desconjugado: 1 olho lesado para frente e outro para estímulo – Resposta assimétrica - PONTE
• Reflexo ausente: 2 olhos para frente – Resposta Negativa - MESENCÉFALO
Atividade motora
• Lesão dos hemifesrios e diencéfalo
o Paciente apresenta decorticação (opistótomo, flexão de membros superiores e extensão de
inferiores)
• Lesão mesencéfalo
o Descerebração (opistótono...)
• Lesão de ponte
o Ausência de movimentos musculares
Lesões
• Diencéfalo: Respiração de cheyne stockes, pupilares reativas a luz de tamanho normal, ROC e ROV presentes
e postura decorticação.
• Mesencéfalo: hiperventilação neurogênica-central; pupilas dilatadas não reativas a luz, ROC ausente e ROV
comprometido e postura de decorticação.
• Ponte: hipoventilação ou respiração de BIOT, pupilas puntiformes não reativas a luz, ROC e ROV ausentes.
Comas infratentoriais
• A lesão ocorre na fossa posterior:
o Instalação rápida, pupilas puntiformes
o Desvio do olhar conjugado duradouro resistente ao ROC e ROV para o lado hemiplégico.
o Acometimento de múltiplos pares cranianos.
o Causa mais frequente: hemorragia parenquimatosa, trombose da artéria basilar, hemorragia de
ponte e cerebelo.
Caso clinico 02
• Uma ambulância conduz uma mulher de 70 anos ao pronto socorro. Ela foi encontrada desacordada em via
publica. No momento do atendimento foram identificadas abertura ocular ausente, resposta motora
ausente, e resposta verbal ausente.
O CIRCO
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes Neurológicas
• Na avaliação de um paciente comatoso, qual achado clinico pode ser sugestivo de patologia estrutura, e
não apenas de alteração metabólica sistêmica?
o A avaliação pupilar me diz se o rebaixamento de nível de consciência é metabólico ou estrutural.
o A presença do reflexo fotomotor ocorre a partir da recepção do estímulo captado pelo nervo óptico,
sua integração no mesencéfalo e a resposta eferente pelos nervos oculomotores, determinado a
miose. Para ocorrer, é necessário que sua via esteja íntegra. Salvo em situações específicas, como
intoxicação por determinadas drogas, hipotermia e encefalopatica anóxica,a alteração pupilar é
forte indicio de lesão estrutural.
o No caso de midríase fixa, geralmente a causa reside em lesão mesencefálica, ocasionando pupilas
médio fixas ou lesão do tecto mesencefálico com total midríase arreativa e persistência do reflexo
cilioespinhal, pode ocorrer, também nos casos de herniação uncal bilateral, com compressão da
emergência do III par craniano.
Caso clinico 3
• Paciente MV, sexo masculino, 62 anos, deu entrada na emergência do H9 após duas semanas, quando
perdeu subitamente a força e a sensibilidade do lado esquerdo do seu corpo e da face.
• O exame neurológico demonstrou que o hemicorpo esquerdo apresentava plegia dos membros e hemiface,
presença do sinal de babinski e anestesia e no hemicorpo direito sensibilidade normal e força muscular
preservada. Os demais sistemas sem alterações ao exame físico.
• Quais os problemas do paciente?
o Foram relatados no caso.
• Como avaliar o paciente?
o Realização do exame neurológico (avaliação de tônus, trofismo, força muscular e reflexos,
sensibilidade superficial e profunda) + anamnese
• Qual o diagnóstico sindrômico?
o Síndrome motora do 1ª neurônio motor (superior), eu tenho a presença de reflexos.
o No 1ª neurônio motor eu tenho uma apresentação clinica que o paciente pode ter sinais de
liberação, como babinski, outro sinal comum é a presença de sincinesia.
• Qual o diagnostico topográfico?
o 1ª neurônio motor acometendo a via sensitiva.
Síndrome cerebelar
• A síndrome cerebelar é constituída de alterações da coordenação e do tônus muscular.
• Podem-se identificar os sintomas próprios da lesão do verme e dos hemisférios cerebelares.
• As alterações dependentes das lesões hemisféricas se refletem nos membros e são sempre do mesmo lado;
as decorrentes da lesão do verme localizam-se de modo predominante no tronco.
• Alterações dos movimentos ativos (ataxia)
o Dismetria
▪ Distúrbio na medida do movimento (verificada pela prova do indicador-nariz)
o Disdiadococinesia
▪ dificuldade ou à incapacidade de se realizar movimentos rápidos e alternados, como fazer
alternadamente supinação e pronação da mão.
o Tremor cinético
▪ o paciente executa um movimento e reflete sua decomposição
O CIRCO
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes Neurológicas
o Dissinergia ou assinergia
▪ Força, escala temporal e a
sequência de ativação dos
músculos estão afetadas. Na
dissinergia o ato é decomposto
em suas parte componentes e
executado de maneira
espasmódica, errática,
desajeitada e desorganizada.
▪ é a dificuldade ou a
incapacidade para efetuar um
conjunto de movimentos que
representam determinado ato.
Assim, na mudança da posição
deitada para a sentada, o paciente eleva demasiadamente os membros inferiores, fazendo
com que este ato seja difícil ou impossível.
o Disartria
▪ Fala lenta, monótona e explosiva.
o Disgrafia
▪ Letras maiores e irregulares.
o Disbasia
▪ Amplia a base de sustentação
o Distúrbios de movimentos oculares.
• Alterações do tônus (hipotonia)
o Diminuição da consistência das massas musculares
o Aumento da passividade
o Reflexos patelar e tricipital pendulares.
• Causas:
o Infarto cerebelar
o Esclerose múltipla
Coordenação
• Síndrome vestibular central
o Vertigens leves, anacusia infrequente, curso com sintomas permanentes, romberg variável.
o Tumores, esclerose em placas, isquemias.
• síndrome vestibular periférica
o Vertigens intensas, anacusia frequente, nistagmo horizontal, romberg lateralizado.
o Ocorre em labirintopatias, infecções e esclerose.
Síndrome meníngea
• Suas principais características semiológicas podem ser agrupadas em três outras síndromes:
o hipertensão intracraniana
o síndrome radicular (constituída de hiperestesia, fotofobia, raquialgia, postura antálgica,
habitualmente em decúbito lateral e com os membros inferiores semifletidos, rigidez da nuca,
positividade das provas de Kernig, Brudzinski e Lasègue)
o síndrome infecciosa – quando estiver presente a meningite –, que inclui a febre, a prostração, a
astenia, a anorexia, a taquicardia.
• Quadro:
o Cefaleia, alterações de consciência e fotofobia.
o Pode haver febre, paralisias, convulsões.
o Vômitos em jato e/ou papiledema.
O CIRCO
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes Neurológicas
o Rigidez de nuca, posição gatilho.
o Kernig – (flexão dos joelhos quando senta ou levantamos as pernas).
o Brudzinski (flete os joelhos quando elevamos a cabeça).
o Observação: a criança pode apresentar abulamento da fontanela, chora fácil e recusa alimentação.
o Prova de Patrick.
▪ É realizado a manobra de Flexão, Abdução e Rotação Externa do membro inferior.
o Prova de lasegue.
SÍNDROME HEMIPLÉGICA
• Secundária a lesão da via piramidal. Traduz por perda da motricidade de uma metade do corpo (Dimídio)
• Variedade anatômica
o Cortical
▪ Córtex motor, hemiplegia incompleta desproporcionada. Lado oposto)
O CIRCO
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes Neurológicas
▪ Incompleta e desproporcionada: Incompleta - hemiplegia do pescoço para baixo sem a face(
ou seja não é completa); Desproporcionada - diferença no nível da força em cima grau 2 e
embaixo grau 3.
o Capsular
▪ Cápsula interna, hemiplegia completa proporcionada (lado oposto)
o Alterna
▪ Mesencéfalo, hemiplegia completa proporcionada (lado oposto)
▪ Ponte, paralisia bráquio-crural (lado oposto)
▪ Bulbo, paralisia bráquio-crural (lado oposto)
o Medular, paralisia bráquio – crural (lado da lesão)
Síndrome de Weber
• Paralisia do oculomotor do lado esquerdo e a hemiplegia do lado direito
• Lesão no pé do pedúnculo cerebral (mesencéfalo)
• Lesão completa do III par ipsilateral
• Hemiplegia completa contralateral
Síndrome de Benedikt
• Lesão do núcleo rubro (mesencefálica alta)
• Paralisia completa do III par ipsilateral
• Movimentos coreatetósicos contralateral
SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD
HEMISSECÇÃO TRANSVERSA LATERAL DA MEDULA
• Lesão medular com dois componentes distintos interrompendo vias diretas e cruzadas
• Do lado da lesão
o Síndrome piramidal manifesta paralisia
o Síndrome cordonal post abolição da sensibilidade vibratória e cinético-postural
• Oposto da lesão
O CIRCO
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes Neurológicas
o Síndrome sensitiva abolição da sensibilidade térmica e dolorosa
• Etiologias:
o Traumatismo: projétil por arma de fogo; NEO; infecções; Hemorragias
PARES CRANIANOS
Síndromes brônquicas
Asma brônquica
• Caracteriza-se por dispneia, tosse, desconforte torácico e sibilancia.
• A dispneia nas crises é relatada como sensação de incapacidade de fazer o ar entrar nas vias aéreas.
• É considerada a 2ª principal causa de tosse crônica.
• Observa-se estreitamento difuso dos condutos respiratórios, em consequência do edema da mucosa, da
constricção da musculatura lisa e da hipersecreção.
• Caracteriza-se por dispneia, tosse (seca que evoluiu para produtiva), desconforto torácico e chieira (“é o
sibilo que a gente ausculta”).
• Avaliar situações que predispõem os sintomas:
o Exposição a alérgenos (mofo), irritantes (produtos de
limpeza), sintomas dispépticos ou rinossinusiais,
estresse emocional, medicamentos (B-bloqueadroes)
e atividade física intensa.
o Investigar antecedentes de crises quase fatal ou idas
frequentes a emergência.
• O grande problema da asma é a sua broncoconstrição súbita.
• Exame físico:
o Um achado relevante é a presença de sibilios.
o Em pacientes com crises leves ou fora da exacerbações o exame pode ser normal.
o Não se observa deformidades torácicas ou estigmas de Hiperinsuflação.
• Inspeção: dispneia, utilização de músculos acessórios, tórax em posição de inspiração profunda (tórax
inspiratório) e tiragem inspiratória.
o Obs: toda tiragem é patológica, fora disso é chamado de retração.
• Palpação: frêmito toracovocal normal ou diminuído.
o Obs: (Macete) o FTV só está aumentado em congestão e condensação, em todo os outros ele está
diminuído ou normal.
• Percussão: normal ou hipersonoridade.
• Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos em ambos os campos
pulmonares.
o Pode apresentar roncos se houver bloqueio de brônquios de grosso calibre.
• Diagnóstico:
o Espirometria
▪ Redução do VEF1 e da relação V3F1-CVF = obstrução das vias aéreas.
▪ Distúrbio ventilatório obstrutivo (relação VEF1-CVF <0,75) que melhora ou desaparece com
o uso de B-2 agonista de curta duração (aumento de 7% do VEF1).
▪ Aumento do VEF1 > 20%
o Medidas de fluxo expiratório (peak flow)
▪ Medidor de PFE.
1
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
Bronquites
• Aguda
o Causa por vírus e bactérias que comprometem as vias áreas desde a faringe.
o Manifestações clinicas
▪ Sintomas gerais (febre, cefaleia, mal estar), desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca
seguida dias após de expectoração mucosa que se transforma em mucopurulenta (se
infecção bacteriana)
o Exame físico
▪ Inspeção – expansibilidade normal ou diminuída.
▪ Palpação – FTV normal ou diminuído
▪ Percussão – Normal ou diminuído
▪ Ausculta - Estertores grossos disseminados, roncos e sibilos
• Crônica
o A bronquite crônica é uma condição caracterizada basicamente por excessiva secreção de muco na
árvore brônquica, e é diretamente relacionada com a asma brônquica (bronquite asmática) e à
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
o A manifestação clínica principal é tosse com expectoração mucopurulenta que persiste por meses,
alternando períodos de melhora e piora, dependendo da existência de infecções, poluição
atmosférica e tabagismo.
o Exame físico:
▪ Inspeção - Expansibilidade normal ou diminuída.
▪ Palpação e percussão variável (depende do estágio da doença)
▪ Ausculta – estertores grossos disseminados, roncos e sibilos.
Bronquiectasias
• Bronquiectasia significa dilatação dos brônquios em consequência de destruição de componentes da parede
destes ductos e dos tecidos de sustentação.
• As bronquiectasias podem ser congênitas, mas a maior parte dos casos se deve a sequelas de processos
infecciosos que comprometem os brônquios.
• Além de sintomas gerais – febre, suores noturnos, emagrecimento, astenia, hipocratismo digital –, a
manifestação clínica mais comum é uma tosse produtiva, com expectoração mucopurulenta abundante,
principalmente pela manhã.
• Hemoptises são frequentes.
• Obs: podem infectar simulando quadro de broncopneumonia.
• Obs2a: podem ter comportamento de bronquite crônica.
• Exame físico:
o Inspeção - redução da expansibilidade e submacicez nas bases
o Palpação – (macete) FTV normal ou aumentado.
▪ Ele está aumentado pois faz existe uma macicez na área da lesão.
o Percussão – normal.
2
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
o Ausculta
▪ estertores grossos na área correspondente às bronquiectasia.
▪ Roncos e sibilos podem ser percebidos na mesma região.
• Diagnóstico
o Ela parece muito uma bronquite crônica, então necessita de exames complementares.
o Exames de imagem
▪ Radiografia de tórax
▪ Tomografia de tórax com contraste e cortes de
alta resolução.
▪ Na tomografia é caracterizada por “anel de
sinete” e “trilho de trem”.
o Identificação da etiologia
▪ Dosagem de imunoglobulinas
▪ Broncoscopia com lavado broncoalveolar e
biópsia transbronquica.
▪ Pesquisa de fungos
▪ Testes cutâneos e do suor
o Testes de função pulmonar
▪ Espirometria
Síndromes pulmonares
Consolidação pulmonar
• Caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato.
• As principais manifestações clínicas são a dispneia e a
tosse, que pode ser seca ou produtiva, dor
retroesternal, dor pleurítica, febre, calafrios, sudorese
e confusão mental em idosos.
• Quando há expectoração, é comum a presença de
sangue misturado com muco ou pus (expectoração
hemoptoica).
• Na tuberculose, as hemoptises são frequentes. Além
da sensação de desconforto retroesternal, quando há
comprometimento da pleura, surge dor localizada em
um dos hemitórax com as características de dor
pleurítica.
• A condensação do parênquima pulmonar caracteriza-
se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato.
• Exame físico:
o Inspeção: expansibilidade diminuída.
o Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal aumentado.
o Percussão: submacicez ou macicez.
o Ausculta: respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, broncofonia
ou egofonia, pectoriloquia e estertores finos.
• Pneumonia
o Opacidade (sem ar).
o Sempre que for escrever sobre a opacidade ou qualquer outro achado, sempre escrever o local
aonde se encontra, por exemplo, terço médio inferior, hemitórax, base e etc.
3
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
Atelectasias
• Tem como elemento principal o desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja
ocupado por células ou exsudato.
• Pode ser provocada por obstrução das vias respiratórias ou por compressão dos pulmões (cardiomegalia,
derrame pleural, neoplasias, pneumotórax, hemotórax).
• As causas mais comuns são as neoplasias e a presença de muco ou corpo estranho que ocluem a luz de
algum brônquio. Se a oclusão situa-se em um brônquio principal, ocorre atelectasia do pulmão inteiro; se
estiver em brônquios lobares ou segmentar, a atelectasia fica restrita a um lobo ou um segmento pulmonar.
• Quanto maior a área
comprometida, mais intensas
serão as manifestações clínicas,
representadas por dispneia,
sensação de desconforto e tosse
seca.
• Exame físico:
o Inspeção: retração do
hemitórax e tiragem,
expansibilidade diminuída.
o Palpação: frêmito
toracovocal diminuído ou
abolido.
o Percussão: submacicez ou
macicez, na periferia há
transição de
hipersonaridade.
o Ausculta: respiração broncovesicular e ressonância vocal diminuída e MV abolido.
4
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
• Na fase final surgem as manifestações de insuficiência respiratória; nas iniciais, ao exame físico do tórax
observam-se apenas redução do murmúrio vesicular e expiração prolongada.
• Podem ser encontrados em pacientes com DPOC:
o Achados de cor pulmonale (edema de MMI, hepatomegalia dolorosa 2ª bulha pulmonar (P2)
hiperfonetica e palpável, e sopro de insuficiência tricúspide (sistólico de regurgitação).
o Presença de sinal de Kussmaul (ingurgitamento venoso do pescoço na inspiração).
o Cianose, pletora e baqueteamento digital tardiamente.
o Sinal de Hoover: retração do terço inferior do tórax na hora de fazer a inspiração.
• Exame físico:
o Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax em tonel nos casos avançados
o Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito toracovocal diminuído.
o Percussão: sonoridade pulmonar normal no início e hipersonoridade à medida que a enfermidade se
agrava.
o Ausculta: murmúrio vesicular diminuído, fase expiratória prolongada e ressonância vocal diminuída.
• Diagnóstico:
o Provas de função pulmonar
▪ Relação VEF1/CVF < 0,7 associada a dados clínicos e epidemiológicos definem o diagnostico.
o Gasometria
▪ Indicada para avaliar a gravidade da doença em paciente com SatO2 <92%.
▪ Avalia a indicação de
oxigênio domiciliar.
▪ A hipercapnia
habitualmente surge na
fase mais avançada da
doença.
o Radiografia de tórax
▪ Normal nas formas leves e essencial
nas exarcebações.
o Tomografia de tórax
▪ Caracteriza 3 tipos de enfisema
(parasseptal, centrolobilar e
panlobular).
o Eletrocardiograma
▪ Sinais de hipertensão pulmonar (onda P
apiculada em DII, desvio de eixo para
direita)
▪ Arritmias atriais (taquicardia atrial multifocal) nas exacerbações.
5
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
o Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões
(principal achado), prolongamento do componente
expiratório quando há broncospasmo e ressonância
vocal normal.
• Diagnostico
o ECG: hipertrofia do VD e aumento do AD.
o Radiografia de tórax
▪ Aumento do VD e artéria pulmonar
o Ecocardiograma
▪ Hipertrofia de VD, função do VE normal e
regurgitação da tricúspide.
Síndromes pleurais
Derrame pleural
• Acumulo anormal de liquido no espaço pleural.
• Obs: qualquer alteração na pleura é sintomática, pois ela é extremamente inervada.
• Nos derrames pleurais, observados nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, insuficiência renal,
síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca.
• As principais manifestações clinicas são dispneia aos esforços, tosse (seca ou produtiva) e dor torácica no
hemitórax, bem localizada e piora com a inspiração profunda (dor pleurítica).
• Exame físico:
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
o Inspeção: expansibilidade diminuída.
o Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal
abolido.
o Percussão: macicez, ressonância skódica acima do derrame.
o Ausculta: murmúrio vesicular abolido e egofonia na parte mais
alta do derrame.
• Manobra semiológica para diferenciar de atelectasia:
o Sinal de signorelli (macicez a percussão da coluna torácica)
o Sinal de lemos torres (abaulamento dos El a expiração)
• Diagnostico
o Clinico
▪ Para diagnosticar um atrito pleural, basta pedir para o Figura 1 Derrame pleural
paciente parar de respirar, se a dor cessar, a dor é na
pleura e não no coração.
o Radiológico
▪ Opacidade homogênea em segmentos inferiores com conformação em parábola ou curva.
o Laboratorial.
• Tratamento:
• Toracocentese
o Diagnóstica
o Alívio
• Análise do Líquido Pleural
• Critérios de Light para exsudato (presença de 1 dos 3 a seguir)
o Relação Proteínas do Líquido pleural/ Proteínas séricas > 0,5
o Relação DHL do líquido pleural / DHL sérido > 0,6
o DHL do líquido superior a 2/3 do valor normal do laboratório
- No paciente com ICC que recebeu diurético devemos solicitar o cálculo do gradiente albumina
soro – líquido pleural que > 1,2 é classificado transudato.
• Diferenciação entre exsudato e transudato
o Transudato: ocorre quando se acumula liquido pleural devido a um desequilíbrio entre as
pressões hidrostáticas e oncótica.
▪ Principais causas – ICC, cirrose, e embolia pulmonar.
o Exsudatos: ocorrem quando os fatores locais que influenciam o acúmulo de liquido pleural
são alterados.
▪ Principais causas: pneumonia, câncer e embolia pulmonar.
• Análise do Líquido Pleural
o Cor
▪ Hialino, amarelo citrino, sanguinolento, leitoso, purulento com odor fétido, achocolatado e
odor de urina.
• Microbiologia
o Bacterioscopia (Gram), cultura para bactérias aeróbicas e anaeróbicas, fungos e BAAR.
• Citologia oncótica
• Celularidade
> 10.000 derrame parapneumônico e empiema
< 1.000 transudatos
➢ Análise do Líquido Pleural
• Bioquímica
7
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
o Ph <7,2 indica derrame parapneumônico complicado (sobretudo <7), artrite reumatoide,
ruptura esofágica, tuberculose, neoplasia ou urinotóraz (única causa de transudato com
ph baixo)
o Glicose <60 mg/dl indica derrame parapneumônico complicado, neoplasia, pleurite
lúpica ou reumatoide. Glicose <20 mg/dl indica empiema e pleurite reumatoide.
o Proteína >3,5 fala a favor de derrame parapneumônico complicado e
o Desidrogenase lática (DHL) > 1.000, idem. ADA (adenosina deaminase) marcador de
atividade linfocitária. Indica tuberculose pleural, mesotelioma, empiema, pleurite
reumatoide.
o Amilase eleva-se na neoplasia (principal causa), pancreatite e ruptura esofágica.
o Triglicerídeos > 110 mg/dl indicam quilotórax
o Uréia e Creatinina elevadas no urinotórax
Pleurite
• A pleurite, ou seja, a inflamação dos folhetos pleurais, pode ocorrer em várias condições clínicas,
destacando-se a tuberculose, as pneumonias, a moléstia reumática e outras colagenoses, as viroses e as
neoplasias da pleura e pulmão.
• Pode ser aguda ou crônica, com ou sem derrame (seca)
• Pleurite seca aguda
o Definição: Inflamação dos folhetos pleurais pode ocorrer em várias entidades clínicas (tuberculose,
pneumonias, artrite reumatoide e outras colagenoses, viroses e neoplasias de pleura e pulmão)
o Principal sintoma é a dor localizada em um dos hemitórax, com as características de dor pleurítica.
Além de dor, podem ocorrer tosse, dispneia, febre e outros sintomas relacionados com a causa da
pleurite.
o Exame físico:
▪ Inspeção: expansibilidade diminuída.
▪ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos.
▪ Percussão: sonoridade normal ou submacicez.
▪ Ausculta: atrito pleural, que é o principal dado semiológico.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes pulmonares
▪ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos
▪ Percussão: submacicez ou macicez
▪ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída.
Pneumotórax
• No pneumotórax, o que se acumula no espaço pleural é ar, que penetra
através de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em
determinadas afecções pulmonares (tuberculose, pneumoconiose,
neoplasias) que põem em comunicação um ducto com o espaço pleura.
• As principais manifestações clínicas são a dor no hemitórax
comprometido, tosse seca e dispneia. A intensidade da dispneia
depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem
acompanhar o pneumotórax.
• Exame físico:
o Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços intercostais
quando a quantidade de ar é grande
o Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos
o Percussão: hipersonoridade ou som timpânico, sendo este o dado que mais chama a atenção
o Ausculta: murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída
9
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
Introdução
Deve-se lembrar que na criança tudo é diferente, e ela não irá falar para você o que ela está sentindo como
um adulto.
Pediatria, não o pediatra, começa desde a fecundação: ele não age, mas observa para saber os cuidados
que a criança vai necessitar quando nascer;
o A pediatria começa na fecundação porque a partir da união do ovulo ao espermatozoide, surge o
ovo, mórula e etc, e já há a formação do corpo fetal. Nessa parte, o pediatra é um observador, ele
apenas observa para saber os cuidados que a criança pode precisar. Ele precisa conhecer seu
paciente, para quando chegar o momento que ele realmente vai atuar (nascimento), ele precisa
atuar de forma concreta, direta e determinada, pois ele já sabe todos os aspectos individuais
daquela criança.
o O Pediatra começa a atuar principalmente desde o nascimento adicionando-se o acompanhamento
seguido do paciente.
“Pediatria é a área da medicina que estuda o ser humano desde a fecundação até a adolescência, em todo
seu desenvolvimento” – Conceito.
Quando o bebê nasce, nós o chamamos de Recém nascido.
o Até 7 dias – Recém nascido precoce
o Até 28 dias – Recém nascido tardio
o OBS: Esse período faz parte de uma parte da pediatria chamada de neonatologia. Esse RN possui
características físicas, psicológicas totalmente peculiares.
Ao 29ª dia, até 2 anos de idade, ele passa a ser chamado de LACTENTE, por quê? Porque ele mama, seja
peito, seja mamadeira.
o É recomendado que até o 6 mês a alimentação seja exclusivamente do seio materno.
o Aos 2 anos, ele já deveria parar de mamar, temos algumas exceções, como índios que geralmente
mamam até mais tarde.
De 2 anos até 6 anos, ele é o PRÉ-ESCOLAR.
o Apesar de ele ser colocado mais cedo
na escola, ainda se usa esse conceito
de pré-escolar.
De 6 anosa até 10 anos, ele é chamado de
ESCOLAR.
o Ele é um ser humano andrógeno,
meninos andam com meninos e
meninas andam com meninas, mas
ainda não há preocupação com
sexualidade nesse momento.
De 10 anos até 13 anos chamamos de PRÉ-ADOLESCENTE.
o Na pré-adolescência temos que aquela divisão anterior dos sexos é quebrada, meninos e meninas
passam a interagir entre si, e começa os amores platônicos.
A partir dos 13 começa efetivamente a ADOLESCENCIA.
o A adolescência no brasil é considerada até 18 anos, nos EUA, até 21 anos.
o Nos 14 anos, geralmente, podendo acontecer antes (nas meninas) e depois (nos meninos) ocorre o
fenômeno da PUBERDADE.
o A puberdade representa a maturação sexual em que os órgãos sexuais chegam ao nível 5 de
maturidade e os hormônios sexuais se despertam.
o Acontecendo a menarca nas meninas e pubarca nos meninos.
o Existe uma subespecialidade da pediatria que estuda justamente essa fase de adolescente
(hebiatria).
OBS: Sempre que no caso clínico falar, um pré-escolar, um escolar, um adolescente, um lactente, você
necessita saber a referencia de idade dele.
1
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
Até o século XX, as crianças eram nada mais que adultos pequenos, e eram tratadas como adultos. Essas
crianças eram “massacradas”, uma vez que elas não podiam ser crianças, eles tinham que ser adultos. A
partir do momento que elas controlavam os esfíncteres, já eram adultos. Foi a partir do século XX que
passou-se a considerar a criança como sendo criança e não um “mini” adulto.
o A criança e o adolescente não tem desenvolvido totalmente o lobo pré-frontal, então devido a essa
ausência de desenvolvimento desse lobo, os impulsos dessa faixa ainda não estão totalmente
controlados. Ela não controla os impulsos, não controla o que fala. A criança age, depois ela pensa.
Se há ela não é imposto limites, ela vai até onde quiser, devem ser colocados limites conscientes, ou
seja, explicar para ela por que ela não pode passar daquele limite, não adianta falar para ela que ela
não pode fazer aquilo e não falar o porque.
o A taxa de suicídio na faixa de adolescente é a maior.
Uma vez que aqui é o momento que ele começa a se perguntar, quem eu sou? É nessa crise
existencial que a possibilidade de suicídio se torna maior.
Não adianta tentar educar o filho na adolescência, filho se educa desde o RN até a pré-
adolescência, para que com toda essa gama cultural que é passado ele possa criar sua
própria bagagem. “meu pai me ensinou que isso é ruim, ou que isso não deve ser feito”. Não
vai ser o coleguinha que vai fazer com que ele faça as coisas erradas.
Em primeiro momento, a criança tem o chamado, “ganho motor” ela começa a desenvolver a sua parte
motora, ela engatinha, e depois anda. Após isso que vem o ganho de “conhecimento”.
O Crescimento da criança ele tem dois momentos bem caracterizados:
o 1ª estirão: que acontece do nascimento até os 2 anos.
Esse crescimento é aumento celular.
No 1ª estirão é quando a pessoa aprende mais, ele nunca mais esquece porque é quando ele
está em franca maturação, quanto mais desenvolvido, mais ele responderá melhor nas fases
posteriores.
o 2ª estirão: acontece na puberdade e vai até o final da adolescência.
Quando chega-se na adolescência, o indivíduo precisa do suporte emocional, tipo, até antes
o pai deu a educação e tudo que podia, a partir daqui o pai tem que falar para o filho que
desse momento ele irá dá suporte ao filho, mas que ele não irá decidir tudo por ele.
O adolescente é um ser coletivo, ele acaba sempre seguindo o que o coletivo faz, ele pode
até fumar alguma coisa por causa dos amigos, mas por aquilo que quando ele era criança de
o pai falar que fumar era errada, ele não desenvolve vício, ou até mesmo pode se afastar
desse grupo que ele sabe que é “errado”.
O médico não tem que educar, mas ele tem que orientar o que é melhor para a criança.
Anamnese pediátrica
Existem 3 tipos de anamnese:
o A do adulto – Eu pergunto, você responde o que você quiser responder.
o A do psiquiatra – Fala que eu respondo o que me importar.
o Pediátrica – Indivíduo vai estar acompanhado de alguém, ele só passa a ter capacidade de
intervenção a partir do pré-escolar.
As vezes os acompanhantes, pai e mãe, querem agravar ou amenizar o quadro do paciente,
sempre deve ser utilizado o grau de confiança do médico no que está sendo repassado pelo
acompanhante.
É sempre importante:
o Falar direto com o acompanhante (perguntar e escutar).
o Pergunta o que quer saber e escuta como ela reage
O pediatra deve sempre estar voltando para o que ele quer, os pais e mães geralmente tem mania de ir para
outro ponto que não o foco da criança e do pediatra.
Identificação
2
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
Nome, idade, data de nascimento (não é para colocar somente idade, tem que colocar a idade e a data de
nascimento) sexo, (cor – raça – grupo étnico), naturalidade, procedência, religião, endereço, nome e idade
dos pais, profissão dos pais, informante.
Colocar o grau de fidedignidade da anamnese, baseado no jeito de resposta dos acompanhantes.
Queixa principal
Um sinal ou um sintoma – colocar ou não desde quando.
Colocar dois sinais ou dois sintomas – está ERRADO! → se mãe falar, perguntar qual foi o principal
sintoma/sinal que fez com que ela levasse a criança ao hospital → 1 queixa somente!
Sempre nas palavras do entrevistado.
Nem sempre haverá uma queixa → consulta de acompanhamento. Se houver descrever segundo o relato do
acompanhante ou do paciente. Identificando corretamente o tempo de evolução.
Ex: Dor na panturrilha, ou dor na batata da perna – há 7 dias, ou somente dor na batata da perna.
Errado: Dor e febre a tantos dias – Não é para colocar dois itens, somente 1.
Antecedentes pessoais
História Gestacional e obstétrica.
o Gestacional: começa na fecundação; tem que saber sobre o pré Natal (número de consultas, exames
realizados, alterações existentes, saber quem fez pré natal – médico? Enfermeiro formado em
obstetrícia? → se não for, não deve ser confiável...)
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
Tem que saber a história da gestação da criança, as consultas, exames, intercorrências, uso
de substancias psicoativas pela mãe, doenças que ela teve durante gestação.
Tem que ver quem fez o pré natal, tem que ser o médico pelo menos na primeira e ultima
consulta.
Chorou ao nascer? Para onde ela foi depois que nasceu (UTI, berçário, alojamento) ?
o Obstétrica: tipo parto; cesariana por qual motivo; como foi a sala de parto – se chorou ou não (se
chorou é um excelente sinal, se não chorou complica); destino do bebê (alojamento da mãe,
berçário, UTI neonatal); quanto tempo da internação.
o Natais: Tipo de parto, indicação, duração, intercorrências, tempo de bolsa rota. Apgar, (chorou
logo?). Necessitou de reanimação ou medicamentos. Peso, estatura, perímetro cefálico.
o G P A C : gestação, partos, abortos (espontâneo ou provocado – mesmo sendo ilegal, e a mãe não
querer falar, tem que perguntar), cesariana, saber qual número da gestação é a criança (primeiro,
segundo...).
G – Gestação.
P – Partos.
A – Aborto – Provocados e naturais.
C – Cesarianas.
Obs: colocar qual número de gestação é a criança.
História do crescimento/desenvolvimento. (neurodesenvolvimento)
o 1 ano de vida: maturação motora do cérebro: desde que criança começa a enxergar (visão) o mundo
(quando nasce só enxerga 20cm, depois de 2 meses passa a enxergar mais de 20cm – sorri muito),
sustentação da cabeça, rolar na cama, sentar com apoio, sentou, levantar com apoio, levantou, ficou
em pé sem apoio, engatinhou, andou (1 ano e 2 meses demorou a andar mas está normal).
Começa a partir do convívio social a partir dos 2 meses, com 2 meses ela passa a enxergar
colorido e de forma panorâmica, ela firma o pescoço, depois tórax, depois ela senta, depois
engatinha, depois fica de pé, e por último anda – Todo esse processo leva 1 ano, para
engatinhar 6-7 meses.
OBS: A pinça fina começa a ser feita com 1 ano e 6 meses, a pinça grossa com 4 meses.
o Após 1 ano de vida:
Ganhos cognitivos:
Fala – quando começou a falar monossílabos, depois frases curtas, depois frases
estruturadas.
o Se até 2-3 anos a criança não falar, já é recomendado começar a prestar
atenção na criança. Pode ser que seja apenas uma falta de estimulação, mas
pode ser algo pior.
o A pinça fina começa a ser feita com 1 ano e 6 meses, a pinça grossa com 4
meses.
Controle esfincteriano.
o Começa a ter controle mais ou menos com 2 anos.
Desenvolvimento escolar.
História imunológica.
o Cartão de vacina: descrever as vacinas (não precisa dizer datas) ou apenas se o cartão está
atualizado ou atrasado (se estiver – qual vacina está atrasada) → ver o cartão de vacina e não
apenas escutar o que mãe fala.
Você pega o cartão da mãe e olha as vacinas, se estiver completo, não precisa colocar cada
vacina, basta colocar, vacinas completas para a idade.
o Alergias: alimentar, de contato, medicamentos, picada inseto.
História alimentar.
o Aleitamento:
O aleitamento materno pode ser feito de três formas:
Exclusivo (só leite materno).
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
Associado (chás e água).
Um perigo disso é que o bebê,
pode se acostumar com o
“peito da mamadeira” e passa
a não querer mais mamar no
seio da mãe. Por isso, essa
prática não pode ser
estimulada. A não ser que seja
dada no copo e golinho a
golinho para a criança, não
pode ser dado.
Complementar (tudo que não for chás
e água: papinha, leite de vaca, suco de
frutas) → quanto tempo de
aleitamento exclusivo, associado ou
complementar.
Seio, mais qualquer outra coisa.
OBS: Aleitamento exclusivo é recomendado até os 6 meses, até os 2 anos realiza-se o
complementar.
É através do leite que o bebe consegue também meios de defesa que favorecem o
seu sistema imunológico.
Além disso, o estado nutricional da mãe não influencia muito na produção de leite, a
produção de leite está muito relacionada a chupar o leite, ao estimulo hormonal.
o Quando começou a comer: o que ele comia – de forma mais superficial, não precisa relatar tudo
o E o que come hoje? – Qualidade dos alimentos (qual alimento mesmo, não falar carboidrato,
proteína...), Quantidade e Horários.
o Resumo: Informações sobre aleitamento materno exclusivo – duração, desmame – motivo;
introdução de aleitamento artificial – idade, tipo, preparo; introdução de suco de frutas e frutas –
idade, fruta, preparo, aceitação; introdução de refeição de sal – idade, preparo, aceitação.
História pregressa.
o Tudo que aconteceu e que não acontece mais (Relacionado à patologias).
Qualquer procedimento, cirurgia, doença que aconteceu mas não está acontecendo mais
agora.
o O RN não tem história patológica pregressa - não ficar negando cada coisa, apenas nega outras
intercorrências.
Não precisa ficar nega, nega, nega.
História da doença pré-existente.
o Aquilo que existia no passado, existe no presente, mas não é o motivo da QP ou HDA (ex.: HDA –
pneumonia, mas está em tratamento para leucemia – que não é a doença da HDA; criança diabética
– pré existente – que está com cetoacidose diabética – HDA; relatar síndromes também → down....
o Qual doença? Qual tratamento? Há quanto tempo?
o É uma doença que o paciente tem, mas que ela não é a causa da HDA.
Ex: Ele possui diabetes tipo 1, uso continuo de insulina regular.
Se a causa da HDA for por exemplo a uma cetoacidose diabética causada pela
diabetes dele, isso ai já vai para a HDA, não deve ser colocado aqui.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
Sinais e sintomas associados, que foram relatados na HDA: fazer uma pesquisa profunda → início, cronologia
e atualmente
Há mais alguma coisa que a senhora queira dizer que a criança tem? → se sim, faz nova pesquisa profunda
do sintoma relatado agora.
O que deve ser feito: A revisão deve ser feita se existe algo, que a mãe pode não ter contado.
A revisão de sistemas pode ser colocada os sinais e sintomas associados na HDA e destrinchalos com
profundidade aqui na revisão dos sistemas, para melhorar a investigação.
o Professor, não quer aquilo de Nega, nega, nega, nega...
Antecedentes familiares
Primeira geração: Avós maternos e paternos.
Segunda geração: pais e tios (primeiro grau).
Terceira geração: irmãos e primos (de primeiro grau).
Obs: são desses que devem ser perguntados e nessa ordem, se tiver doença, tem que falar se é materno ou
paterno e o tempo da doença.
o Se é falecido, a quanto tempo e por que.
Antecedentes biopisiquicosociais
Biopsíquico: rotina da criança → café da manhã, como é na escola, o que faz quando chega da escola (brinca
com quem, idade dos amigos que brinca), dorme com quem (irmão mais velho – relatar a idade, crianças
com adolescentes não é bom), fica com quem quando está em casa.
o Fatores emocionais: atividades físicas, caráter, temperamento, personalidade, relacionamentos,
disciplina, sono, trabalho, atividade sexual, uso de drogas lícitas e ilícitas, uso de camisinha, uso de
capacete e cinto de segurança, porte de arma de fogo, passagem pela polícia, etc..).
o É nesse momento que é descoberto os aspectos que direcionam você a suspeitar de uma agressão
na criança ou abuso.
Aquela criança com
medo, que não sai de
perto dos pais, que fica
com o padrasto quando
está em casa, que vice
“caindo”, sempre tem
hematomas e não quer
tirar a roupa nunca.
Quando suspeito de uma
possível agressão, o mais
adequado a fazer é
internar o filho, mesmo
que ele não tenha nada,
você fala que precisa. Se
o responsável se negar,
fala que ele precisa
assinar um termo e que esse termo será entregue ao conselho tutelar.
O medico é OBRIGADO, na suspeita de qualquer abuso ou violência sofrida pela criança,
tomar alguma atitude, ele não pode simplesmente para não ter problemas “fazer que não
viu”, você não é obrigado a investigar nada, mas é obrigado a naquele momento tomar
alguma atitude como notificar ao conselho tutelar ou as autoridades pertinentes e tentar
ajudar a criança, como na desculpa de que você precisa “internar ela para procurar o que ela
tem”.
Social: como é a casa, banheiros, água potável, luz elétrica, animais domésticos....
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Anamnese Pediátrica
o Isso não é o foco do médico, temos que saber se ela é bem alimentada, se ela toma banho, se ela
estuda, isso sim é importante para sabermos.
Religião – testemunha de Jeová → transfusões sanguíneas.
Escolaridade da criança.
Críticas a anamnese: a história clínica obtida deve permitir ao médico um raciocínio lógico e completo para a
formulação de suas hipóteses diagnósticas, caso tal não esteja ocorrendo a história deve ser reavaliada e verificar se
novos questionamentos não serão necessários para dirigir o raciocínio diagnóstico.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Adolescente
Introdução
Deve ser estudada devido a um contingente populacional expressivo e crescente.
o 30% da população do brasil.
Características típicas de conduta.
Morbimortalidade específica
o Acidentes de transporte
o Homicídios e suicídios
o AIDS e gravidez
A adolescência é uma fase de desenvolvimento com vários acontecimentos ocorrendo em sequência. É uma
mudança tanto no aspecto físico (alterações dos hormônios) como psíquico e emocional importante. Em que
começa a puberdade é o segundo estirão, ou seja, desenvolvimento acelerado para terminar na juventude
como indivíduo formando neuropsiquicamente.
As alterações relacionadas a menarca, nas mulheres, são apenas um dos fatores importantes nesse contexto.
Modificação de estatura, voz, força, relacionamentos, entre outros também têm papel importante no
desenvolvimento neuropsíquico.
Uma adequada passagem por essa fase começa antes mesmo da própria adolescência, ter sido uma criança
bem cuidada, ter sido bem estimulado com:
o Base motora (p.ex., esportes prévios).
o Um bom relacionamento (grupo, pré-escola). Nessa face o adolescente fica mais próximo do grupo e
se afasta da família.
o Autoestima.
o Padrão de reação a estímulos e frustração.
Adolescência:
o Organização Mundial da Saúde (OMS): 10 a 20 anos.
Caracterizada por intensas transformações biopsicossociais, em uma busca pelo jovem de seu
lugar e papel na sociedade.
o Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil: 13 a 18 anos. (lei brasileira)
o Fase onde intensa modificações hormonais e comportamentais ocorrem no indivíduo.
Hebiatria
o É considerada uma subespecialidade pediátrica, regulamentada desde 1998 pela Sociedade Brasileira
de Pediatria; Associação médica brasileira em 1999 afirmou ser área de atuação do pediatra.
Puberdade
o É o componente biológico da fase de adolescência, surgem os caracteres sexuais secundários por ação
hormonal e culmina com aquisição da capacidade reprodutiva.
o É nesse momento que o adolescente começa a ter o 2ª estirão, seu crescimento supera o
desenvolvimento.
Nessa parte eu já posso conversar com o adolescente separado dos pais, porém, nunca examinar
fisicamente ele longe dos pais.
o “se ele falar para os pais que fusinho de porco não é tomada, você como médico está ferrado”
Fases
Fase inicial ou pré-adolescente 10 a 14 anos: diminuição do interesse pela família e aumento do interesse
pelos grupos sociais, geralmente do mesmo sexo, ou seja, ainda separa grupos de meninas e meninos.
Necessidade de privacidade e de adaptação às mudanças corporais; inseguros em relação a saúde e doença,
atendimento com os pais predominantemente.
Fase intermediária 14 a 17 anos: identificação social com amigos e relações entre ambos os sexos. Aqui já
gera o interesse pelo sexo oposto, pelo desejo. Exposição a situações de risco, onipotência, puberdade
completa, conflitos com a nova imagem corporal, início das experiencias sexuais. Comportamento mais
próximo do adulto, atendimento individualizado, com participação ativa, confiante relação com a hebiatra,
sem imposição dos pais.
o Nessa fase o adolescente é muito influenciado pelo grupo, “ me diga com quem tu andas que direi
quem tu és”, se ele anda com que fuma, e fala que não fuma, está mentindo, ele fuma sim.
Fase tardia dos 17 a 20 anos: valores e comportamentos próximos do adulto, com reaproximação da família.
Aqui já existe a preocupação com a carreira e com o futuro.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Adolescente
o Surgimento de valores e comportamento do tipo adulto, reaproximação com os pais por
identificação de papéis, relacionamentos mais afetuosos e íntimos, busca de estabilidade
social e econômicos, definição de carreiras, atendimento individualizado.
OBS: Fenômeno recente: “adolescência prolongada”, faixa etária 20-24 anos.
Desenvolvimento
Do ponto de vista psíquico e neurológico, o adolescente passa por uma fase importante de desenvolvimento
do córtex frontal, o que culminará com melhor controle de impulsos e ações reativas. Muitas alterações
hormonais alterando comportamentos de humor e de sentimentos.
As trocas sociais, os erros e acertos são fase de aprendizado importante para a construção do adulto. Aqui
buscar novas experiências e isso faz com que o adolescente se sinta diferente. Buscar evitar atitudes de
isolamento favorece oportunidades dessas tentativas.
Crescimento, alterações hormonais e corporais permitem a transição para idade adulta.
Nessa fase, os esportes de cunho competitivo ou com maior complexidade já podem ser inseridos.
Cursos, instrumentos musicais, aperfeiçoamentos cognitivos ou línguas estrangeiras são de importante
inclusão, principalmente se partirem de uma escolha do próprio adolescente. O adolescente precisa ocupar o
seu tempo com atividades tanto de lazer como estudantil.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Adolescente
Nessa primeira consulta qual a conduta do médico é procurar extrair desse adolescente e dos familiares a
melhor anamnese possível.
Lembrar: os adolescentes costumam construir no imaginário, hipertrofias deformadoras de suas dificuldades,
demandando gastos inúteis de energia, sofrimento e consequências catastróficas para si próprios.
o Fazem sempre exagero de muitas coisas, se o pai manda limpar o quarto ele já é um ditador para o
adolescente.
Fazer o exame físico se tiver diante de uma doença. Se tiver somente queixa de relacionamento familiar, não
precisa obrigatoriamente fazer exame físico, podendo esperar uma segunda consulta para realizar o exame
físico.
o Obrigatório – Estágio de desenvolvimento puberal, avaliação do estado nutricional e inspeção o mais
completa possível.
O exame físico sempre na presença de um acompanhante, podendo ser uma enfermeira ou mesmo os próprios
pais do adolescente, sempre tem que ter alguém. Sempre explicando o que irá fazer e usar luvas.
DICA: Uma boa tática é iniciar a anamnese com perguntas genéricas! Procurer não ser muito invasivo porque
ele nao se fecha e não fala nada.
o Não adianta chegar pedindo para ele se ele já transa.
o O que gosta de fazer nas horas de folga?
o O que mais gosta e o que menos gosta na escola?
o É praticante de esportes competitivos?
o Que sonhos e desejos têm para o futuro?
Orientações ao médico
O Código de Ética Médica: protege o médico
Capítulo IX – Segredo Médico – artigo 103:
“É vedado ao médico: revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a seus pais
ou responsáveis legais, desde que o menor tenha a capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por
seus próprios meios para solucioná-los, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente”.
Critérios de Tanner
Usado para classificar fisicamente o adolescente, analisando o desenvolvimento sexual e físico.
o Classificação do segundo estirão, para avaliar a maturação sexual do indivíduo.
Para essa avaliação, Tanner utilizou uma graduação baseada em 3 itens: Pêlos pubianos (P), Mamas (M) e
Genitais masculinos (G).
o Em meninos eu avalio os testículos (é testículo, não bolsa escrotal e nem pênis) e pelos pubianos.
o Em meninas eu avalio a mama e os pelos pubianos.
Ele subdividiu cada um desses ítens em 5 fases.
o Assim, o estágio 1 indica o estado pré-puberal do desenvolvimento (P-1 ou M-1 ou G-1).
Nos meninos em torno de 9 anos.
Nas meninas em torno de 8 anos.
A partir dessa idade eu já começa a avaliar os critérios de Tanner.
o O estágio 2 indica o desenvolvimento inicial de cada característica.
É aqui que começa a puberdade, o estágio 1 é pré-puberal.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Adolescente
o Os estágios 3 e 4 indicam a maturação
continuada de cada característica, que são
bem mais difíceis de se avaliar.
São muito parecidos, por isso a
dificuldade.
o O estágio 5 (p-5 ou M-5 ou G-5) indica o estado
adulto ou maduro.
Menina: o estirão (M2-M3) e a menarca ocorrem
aproximadamente 2 anos após a telarca (surgimento
do broto mamário), que habitualmente aparece entre
8 e 13 anos de idade.
o Na desaceleração do estirão ocorre a menarca
(geralmente no estágio puberal M4 de Tanner).
o Podem ganhar em média 9,5 cm/ano no
estirão (aproximadamente 15 a 20 cm).
Ou seja, a partir da telarca, até o final
da puberdade ela irá crescer mais ou
menos 9,5 cm por ano.
Menino: o estirão de crescimento (G3-G4) é variável,
mas ele acontece mais tarde que nas meninas,
podendo ocorrer por volta dos 14 aos 17 anos, após
desencadear a maturação sexual (estágio puberal G3
de Tanner).
o Começa mais tardiamente do que no sexo
feminino, numa magnitude maior e termina
após.
o Podem crescer em média 10,5 cm/ano no estirão (aproximadamente 20 a 25 cm).
OBS: A puberdade acontece entre meninas: M3 e M4 / meninos entre G3 e G4.
IMPORTANTE (prova)
No sexo feminino – Inicio da puberdade entre 8 a 13 anos, com aparecimento do brotomamário (telarca) em
M2.
No sexo masculino – Inicio da puberdade entre 9 e 14 anos com aumento do volume dos testículos (G3).
OBS: Cai na prova caracteres de Tanner, saber identificar.
o Deve-se analisar os caracteres de Tanner de forma separada, avaliar pelo, testículo e mama tudo
separado.
o No homem não se avalia pênis, se avalia testículo.
o Lá no enunciado da questão ele vai falar que o broto mamário e tal tal é B1, B2 ? os pelos ele vai dar
a que é isso e isso, qual a classificação?
Conclusão
Não há evolução pré-concebida para cada adolescente. Sabemos que oscilações emocionais farão parte dessa
etapa e a presença familiar é fundamental.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Adolescente
Orientações e suporte na base familiar proporcionarão ao adolescente fazer suas melhoras escolhas, quando
opções ruins se apresentarem a eles.
Alto ganho de conhecimento de maior complexidade, seja cognitivo ou motor, deve ser aproveitado nesse
período.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
AVISO: A seguir há um caso clínico para revisar os quesitos necessários para anamnese pediátrica, indico exercitar
os resumos anteriores para poder praticar análise da anamnese e descrição do exame físico nesse momento.
Identifique os achados importantes e dê os possíveis diagnósticos.
Anamnese
Hospital infantil Cosme e Damião
Admitido dia 26/07/2018
Exame clinico feito dia 27/07/2018
2ª dia de internação hospitalar
Identificação
o L.A.S.O, 1 ano e 1 mês (DN: 10/06/2017), sexo masculino, pardo, natural, procedente de Porto Velho
– RO.
o Informante: Genitora, 27 anos, ensino fundamental incompleto e dona de casa.
Queixa principal
“Inchaço nas pernas há 15 dias”
História familiar
Mae hipertensa crônica.
Irmã tem epilepsia
Nega patologias em avós maternos e paternos.
História biopsicossocial
Reside em casa de alvenaria, zona urbana, 5 cômodos, ingestão de água de poço, luz elétrica e nega rede de
esgoto, rua sem asfalto.
Pai e mãe em união estável, criança fica sob os cuidados da mãe e pai.
Residem: 8 pessoas (2 filhos por parte de pai, 4 filhos de mesmo pai e mesma mãe, genitor e genitora).
Apenas genitor é assalariado.
Acorda aproximadamente ás 9horas da manhã.
Brinca com irmãos de 3,4 e 6 anos (mesmo pai e mesma mãe), e irmão de 9 a 12 anos (mesmo pai).
Dorme no quarto dos pais, na mesma cama ao lado no mesmo quarto. Os demais filhos dormem em vizinho.
Dorme às 22 horas.
História gestacional
Pré natal
o G4Pc4A0 – Cesárea por provável pré-eclampsia.
o Gestação planejada.
o Nega intercorrências durante a gestação.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
o Fez 7 consultas no pré natal (SIC)
o Realizou exames sem alterações (SIC)
o Ao nascer, ficou em alojamento conjunto por 48 horas.
Recém-nascido
o Peso, comprimento, perímetro cefálico, perímetro torácico e APGAR, não foi possível coletar os
dados por não testar com caderno infantil.
História alimentar
6 meses de aleitamento materno exclusivo.
A causa do desmame foi o desejo pessoal de diversificar a alimentação do filho.
Não faz suplementação de ferro e vitaminas.
Café da manha (9:00): pao e café com leite.
Lanche da manha (11:00): frutas.
Almoço (12:00): sopa com macarrão, verduras e um ovo diluído na sopa.
Lanche da tarde (15:00): suco natural e bolo.
Jantar (19:00): sopa com macarrão, verduras e um ovo diluído na sopa.
OBS: Relatou intercalar aleitamento materno entre as refeições.
História vacinal
Cartão vacinal completo (SIC)
Desenvolvimento neuropsicomotor
Avaliação
o Sentou sem apoio aos 6 meses (sic)
o Engatinhou aos 10 meses.
o Levantou sozinho e andou com apoio ao 1 ano e 1 mês.
o Motor: anda com apoio, levanta sozinho.
o Adaptativo: Pega com pinça (bruta), entrega objetos por solicitação.
o Social: Interage (brinca)
o Linguagem: Algumas palavras.
Antropometria
Peso: 7.100g
Estatura: 71 cm
Perímetro cefálico: 44cm
Sinais vitais
FC: 116 bpm
FR: 25 irpm
Tax: 36,5
Exame físico
Regular estado geral, hipoativo e reativo, anictérico, acianótico, afebril há 24 horas, eupneico, hipocorados
3+/4+.
Pele e anexos:
o Pele integra, seca, hipocorada (3+/4+) de espessura normal, elasticidade normal, turgor e
sensibilidade preservados, manchas hipercromicas de 0,3mm em região proximal das coxas e de 1-
3cm em abdome e dorso, cabelos finos, quebradiços e com mechas hipocromicas.
Cabeça e pescoço
o Crânio simétrico, sem abaulamentos.
o Face simétrica e atípica.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
o Orelhas com implantação normal, conduto auditivo pérvio. Membrana timpânica integra, sem sinais
de hiperemia ou abaulamento.
o Olhos simétricos, com distanciamento normal, sem hiper ou hipotelorismo.
Nariz pérvio, sem anomalias.
Boca com lábios hipocorados e simétricos, sem presença de carne em dente incisivo.
o Palato integro, sem abalamentos.
o Orofaringe sem sinais de hiperemia e ausência de placas.
o Pescoço cilíndrico e simétrico, sem Adenomegalias ou linfonodomegalias.
Tórax e aparelho respiratório
o Tórax atípico, simétrico, sem abaulamentos ou depressões, expansibilidade preservada
bilateralmente.
o Murmúrio vesicular universalmente audíveis, sem ruídos adventícios.
o Som claro pulmonar à percussão.
Abdome
o Globoso, flácido, simétrico, sem abaulamentos ou retrações.
o Ruidos hidroaéreos presentes: som timpânico a percussão.
o Indolor a palpação superficial e profunda, ausência de visceromegalias ou massas palpáveis.
Sinal de Murphy negativo.
Sinal de Blumberg negativo.
Hepatimetria: 5cm
Genitália
o Glande, meatro uretral externo e prepúcio normais, ausência de anomalias congênitas, testículos de
forma e tamanho normais, sem presença de linfonodomegalias inguinal.
Sistema osteomuscular
o Músculos hipotróficos, movimentos voluntários normais, articulações com mobilidade ativa e
passiva, sem resistência a flexão e extensão dos membros.
Membros
o Edema em membros inferiores aparentemente pouco indurado com tempo de enchimento capilar
menor que 3 segundos.
Exames complementares
Hemácias – 4,62
Hemoglobina – 9,6
Hematócrito 31,1%
VCM – 67
HCM – 21
CHCM – 31
RDW – 23,51%
Leucograma
o Leucócitos: 7.200
o Bastonetes: 2%
o Segmentados: 35%
o Linfócitos 56%
o Eosinófilos 1%
o Plaquetas 362 mil.
o VSH: 15
Creatinina – 0,39
Glicose – 162
Proteinas totais – 2,5
Albumina – 1,8
Globulina – 0,7
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
Relação A/G: 2,6
TGO: 276,2
TGP: 141,3
Uréia: 2,4
PCR: 12,9
Rotavírus, pesquisa negativo
Pesquisa de leucócitos fecais raros.
EAS: Sem alterações
Sódio: 122,9
Potássio: 3,2
Cloro: 105,4
Magnésio: 1,81
Cálcio: 6,9
Fósforo: 3,3
Ultrassonografia de abdome total sem alterações.
Hipóteses diagnósticos
Síndrome nefrótica
Hepatopatia
Síndrome da realimentação
Desnutrição primária da infância
Desnutrição do tipo Kwashiokor
Existem cálculos para avaliação da desnutrição, nesse caso como é abaixo de 2 anos usamos critérios de
GOMEZ.
o Os cálculos de GOMEZ, waterlow e outros são importantes, mas a semiologia é mandatória, paciente
com edema de membros ou anasarca, ele paciente AUTOMATICAMENTE é classificado como grau 3
de desnutrição.
o O professor na prova pode colocar na prova um cálculo que dá grau 2 na criança, mas lá ele coloca
que ela tem edema de membros inferiores ou anasarca, qual o grau dele? Resposta = Grau 3, a
presença de edema já coloca como grau 3.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
o Elevado para idade (acima da linha laranja acima até a vermelha acima)
o Muito elevado para idade (acima da linha vermelha acima)
Na relação quando falamos do PESO, falamos em magreza, ou obesidade.
o Da linha verde até a laranja falamos em peso adequado.
o Quando está acima e passa da laranja temos sobrepeso, e quando passa da vermelha falamos em
obesidade.
o Quando está abaixo e passa da linha laranja falamos em estado de magreza, e quando passa a
vermelha falamos em magreza acentuada ou desnutrição
Evolução do caso
Exame laboratorial
o Hepatite B, HBsAg: negativo.
o Hepatite B, Anti HBs: 73,1.
o Hepatite A, Anti – HAV IgG: não reagente.
o Hepatite A, Anti – HAV: não reagente.
o Creatinina: 0,4;
o Gama GT: 41
o Fosfatase alcalina: 143.
o Bilirrubinas normais.
o Glicose normal (valor de 76).
o Marcadores de lesão hepática alterados.
TGO: 73.
TGP: 242
o Ureia normal.
o Proteinas, dosagem de 24 horas – 25,00.
o Testes para hepatite C, VDRLS, HIV negativos.
o Creatinofosfoquinase, cloro, creatinina, cloro, cálcio, magnésio, sódio, ureia, CKMB e PCR normais.
o Alteração nos níveis de potássio (2,4), TGO ( 47,8) e TGP 93,7.
Além de ser desnutrido ele possuía carência vitamina, de eletrólitos, e minerais principalmente ferro.
o Você não pode dar demais para a criança, se não pode haver um efeito rebote. Deve-se tomar
cuidado com a chamada “síndrome de realimentação” , fazendo essa reposição de forma gradativa e
aos poucos.
Melhora clínica:
o Regressão do edema já no 6ª dia de internação.
o Recebeu tratamento de fase de estabilização por 7 dias.
o Iniciou tratamento de reabilitação no 8ª dia de internação.
o Após 13 dias de internação o paciente recebeu alta com dieta hiperproteica e hipercalórica
o Genitora instruída a seguir com acompanhamento ambulatorial, com orientações gerais.
o Paciente reativo, assumindo postura ativa
Introdução
A desnutrição é uma doença de origem multicausal e complexa que tem suas raízes na pobreza.
Ocorre quando o organismo não recebe os nutrientes necessários para o seu metabolismo fisiológico.
o Devido a falta de aporte.
o Problema na utilização do que lhe é ofertado.
Causa desequilíbrio entre o suprimento de energia, de nutrientes e a demanda do organismo, alterando a
garantia na manutenção, no crescimento e nas funções.
Epidemiologia
Globalmente, cerca de 16% das crianças abaixo de 5 anos sejam desnutridas.
Maior previdência de desnutrição no segundo ano de vida (desmame precoce e de forma errada).
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
Nos países em desenvolvimento, cerca de 50,6 milhões de crianças menores de cinco anos são desnutridas.
Os índices de letalidade nas formas graves chegam a 20%.
Carência de nutrientes: prevalência de hipovitaminoses A, iodo, zingo e anemia ferropriva.
Etiopatogenia
Infecções
Fatores ambientais, secas e enchentes
Alimentos inadequados e frequência de alimentação incorreta.
Oferta insuficiente de alimentos.
Disponibilidade do alimento e absorção correta do alimento.
Desestruturação familiar
Clínica
O sinal mais precoce é a insuficiência de crescimento, quando o ganho ponderal torna-se insuficiente.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
Ao exame, a criança se encontra apática, letárgica, irritada ou chorosa, com nível de atividade inferior para o
esperado da sua faixa etária.
Diagnóstico
Toda criança atendida em nível hospitalar deve ter início, seu estado nutricional, criteriosamente avaliado.
As crianças com desnutrição grave devem ter atendimento e cuidado especializado imediatos, devido à sua
maior susceptibilidade a complicações graves e risco de morte.
Importante:
o Pesquisar sinais clínicos de edema.
o Pesar a criança, medir a estatura (altura ou comprimento) e registrar.
Laboratoriais
o Hemograma, glicose, lipidograma, eletrólitos, EAS e urocultura, EPF, PCR e Albumina.
Etiologia da desnutrição
Primária
o É decorrente apenas da ingestão insuficiente ou inadequada de alimentos. Depende de fatores
extrínsecos do indivíduo.
o A correção da dieta é o fator que leva a remissão do agravo.
Secundária
o É decorrente de fatores intrínsecos ao indivíduo, fatores que interferem na utilização normal dos
nutrientes.
o Doenças crônicas, neurológicas, renais, cardiológicas, malformações congênitas, entre outras,
podem ser fatores causais.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
Níveis de glicemia podendo chegar a 20 mg/dL.
Kwashiorkor
o “Doença do primeiro filho, quando o segundo nasce”.
o Ocorre deficiência dietética de proteínas, a
instalação costuma ser mais rápida.
o Ocorre geralmente, em crianças na faixa etária
de 18 a 36 meses.
o Quadro clínico:
Apatia
Edema
Podendo chegar a anasarca, ou
edema de membros inferiores.
Hepatomegalia
Esteatose hepática
Lesões acentuadas de pele, do tipo
queratótico, podendo aparecer lesões
purpúricas.
Distermia
febre de pouca intensidade, por desregulação no hipotálamo.
Fotofobia
Autismo
Criança não se apresentará irritada, mas sim hipoativa.
Alteração mental e comportamental geralmente estão presentes.
Pode ocorrer dermatoses, podem surgir áreas de hiperpigmentação
que podem descamar (Flaky paint dermatoses).
o Do ponto de vista bioquímico: hipocolesterolemia, hipoalbuminemia,
diminuição de lipídios e das betalipoproteinas e eletrólitos séricos.
Ou seja, está sem gordura e tá sem proteína.
Tipo misto (Os dois) (Kwashiorkor-marasmático)
o Engloba aspectos clínicos e bioquímicos das duas formas anteriores.
Nota: As crianças com edema (Kwashiorkor e Kwashiorkor-marasmático) serão classificadas como
desnutridas graves, independendo o peso ou o resultado que mostrar nas fórmulas.
Admissão hospitalar – critérios
Devem ser hospitalizadas para tratamento as crianças com manifestações clinicas de Kwashiorkor, marasmo
ou Kwashiorkor-marasmático, cujo peso para idade (P/I) seja menor que -3DP, ou seja, abaixo da linha
vermelha na tabela.
E/ou apresente diarreias ou vômitos.
E/ou apresente qualquer infecção associada.
Crianças com Desnutrição energético proteica
grave (Peso/idade menor que -3DP, abaixo da
linha vermelha) que não podem ser referidas
para tratamento ambulatorial, centros de
recuperação nutricional e outros;
Presença de edema, emagrecimento
importante (menos de 70% do peso/altura ou
-3DP) ou sinais clínicos de desnutrição grave.
Classificação da desnutrição segundo OMS
Olhar a tabela ao lado.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Pediatria – Avaliação nutricional
Diagnóstico diferencial (diferenciar um dos outros, PROVA)
“Não importa quaNto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que
você pode fazer, e triuNfar. eNquaNto há vida, há esperaNça” –
stepheN hawkiNg.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Documentos Médicos.
Prescrição de medicações
• Colocar no papel o que o paciente vai tomar
• Vias de administração
• Posologia
• É necessário ter conhecimentos dos mecanismos
farmacológicos aos realizar uma prescrição
Prescrição de Antibióticos
• Colocar dados da unidade onde você trabalha
• Nome do paciente – loco abaixo
• No meio: informação relativa ao remédio administrado
• No final: assinatura, data, CRM, seu nome completo,
telefone, endereço.
EX 1:
• Nome genérico do medicamento: Amoxicilina; não podemos colocar nomes comerciais.
• Ao lado do nome genérico colocar a dose: 500 mg
• No caso de suspensão: quantidade de frascos, saches, tablete...
• Depois vem a quantidade de medicação (melhor calcular após prescrever a quantidade de comprimidos por
dia) nesse caso são 21 comprimidos.
• “Tomar 01 comprimido oral a cada 8 horas. Durante 07 dias
• Colocar quantidade de comprimidos, via de administração, quantidade de dias, pode colocar os horários
exatos se necessário
• Embaixo colocar a recomendação (ex: tomar com água, suco de laranja, etc.
• Passos para seguir:
o 1.
▪ Nome e endereço do profissional
▪ prescritor, ou da instituição onde
trabalha;
o 2.
▪ Nome e endereço residencial completo
do paciente;
▪ Idade, quando necessário
o 3.
▪ Via de administração;
▪ Nome genérico do medicamento;
▪ Dosagem;
▪ Quantidade total a ser fornecida;
▪ Forma Farmacêutica;
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Documentos Médicos.
▪ Apresentação do medicamento.
o 4.
▪ Posologia;
▪ Duração total do tratamento.
o 5.
▪ Data;
▪ Assinatura do profissional;
▪ Carimbo constando o número no
Conselho Regional de Classe.
o 6.
▪ Peso, altura do paciente.
o 7.
▪ Orientações de repouso, dietas,
possíveis
▪ reações adversas ou informações
▪ referente ao tratamento, se necessário.
EX 2: Dipirona em gotas
• Dipirona 500 mg/mL ---------------------- 01 frasco em gotas
• Tomar 20 gotas oral a cada 8h durante se febre (acima de 37,7 °C)
• OBS: Se sentir febre tomar, se não melhorar só pode tomar de novo depois de 8 horas.
• “Para calcular quantos frascos ou quantas ml, lembre que em cada 20 gotas temos 1 ml do medicamento”.
EX 3: Morfina
• Solicito:
• Morfina 3mg subcutâneo (SC) 8/8h se dor - 6h – 14h – 22h (essa parte dos horários quem faz é a equipe de
enfermagem.
EX 4: Criança necessita tomar 1,5 gramas ao dia numa solução de 500 mg por ml durante 4 dias, prescreva essa
medicação:
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Documentos Médicos.
• Você deverá colocar assim:
• Uso interno, via oral
• Dipiriona 500 mg/ml --------------------- 01 frasco em gotas
• Tomar 20 gotas oral a cada 8h durante 4 dias.
• Lembre que 20 gotas é igual a 1 ml, você quer que o paciente tome 1,5 gramas por dia, então dará 500 mg a
cada 8 horas, ou 20 gotas a cada 8 horas.
CARIMBO NA RECEITA
• Não é necessário carimbo, mas deve colocar todas as informações que deveriam estar no carimbo. Alguns
locais não aceitam se não tiver carimbo.
• Nome do médico
• CRM
• Função (médico)
ATESTADO
• Você dá um documento indicando para o paciente que ele precisa estar afastado das suas atividades por
aqueles dias.
• Dados da unidade
hospitalar
• Título: Atestado
• Nome do paciente.
• Corpo do texto: requer 3
(três) dias de afastamento,
por motivo de doença.
• Frase: O paciente requer
repouso durante X dias,
por motivo de doença.
• Colocar carimbo do
médico (Nome, função e
CRM), o carimbo não é obrigatório pode-se apenas colocar as informações dos médicos.
• O CID é o código internacional de doenças que fala qual o diagnóstico do paciente, logo, você não pode
colocar o CID a não ser que o paciente peça.
• É obrigatório colocar o CID?
• No CID você coloca o número referente à doença do paciente (Ex: CID 10 C35.0)
• Você coloca apenas se o paciente quiser o CID, se não, NÃO COLOCA.
• Para que seja colocado o CID, deve estar escrito e assinado pelo paciente no atestado a seguinte frase:
o “Autorizo a divulgação do CID – ASSUNATURA DO PACIENTE” com a mesma cor de caneta que foi
escrito o atestado.
• OBS: Caso o paciente não esteja doente, você pode dar um documento para ele de “Comparecimento” ao
consultório médico, sendo essa mais indicada ainda a colocação da hora que o paciente foi consultado.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO
• Erros comuns:
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Documentos Médicos.
o Idade do paciente (colocar idade relacionada a data de nascimento)
o Local de origem do paciente
• Utilizar apenas dados da identidade do paciente.
• Escolaridade
• Estado civil
• Raça
• OBS: Sempre que houver sinais de violência, ou morte violenta, nunca você como médico deve preencher a
DO, você deve apenas fazer uma papeleta informativa que será enviada para o IML, informando as
condições da morte.
• A parte fácil da declaração de óbito é feita na identificação:
o Contudo, ainda ocorrem erros no preenchimento, como no nome o paciente, ou mesmo na idade do
paciente.
• A parte mais difícil é preencher a “causa morte”, colocando corretamente a sequencia de comorbidades que
levou o paciente ao óbito.
o Isso que possivelmente estará na prova.
• 1° causa: causa direta da morte do paciente.
o Parada cardíaca não é causa direta de morte do paciente, mas sim a causa da parada cardíaca, como
tamponamento cardíaco e outras causas...
• Na primeira coluna são colocadas as causas mortes, na segunda é colocado o tempo aproximado do inicio da
doença ou causa, e na terceira coluna é colocado o CID.
• Nas duas últimas
linhas (causa tipo 2)
são colocadas
condições que
contribuíram para a
morte daquele
paciente, mas não
estão diretamente
ligada a morte, como
a pessoa ser diabética e ter morrido por uma parada cardíaca por conta de um tamponamento cardíaco.
o Ou morrer com um edema agudo de pulmão e a paciente ser diabética, são coisas que não tem
relação direta, mas pode ser colocado nas duas últimas colunas.
Caso 1: Paciente diabético, deu entrada no PS às 10:00h com história de vômitos sanguinolentos desde as 06:00h da
manhã. Desde as 08:00h com tonturas e desmaios. Ao exame físico, descorado +++/4+ e PA de 0 mmHg. A família
conta que paciente é portador de esquistossomose mansônica há cinco anos e que dois anos atrás esteve internado
com vômitos de sangue e recebeu alta com diagnostico de varizes esofágicas após exame endoscópico. As 12:00h
apresentou parada cardiorrespiratória e teve o óbito verificado pelo plantonista, após o insucesso das manobras de
reanimação.
• OBS: Na DO não cabe escrever parada cardiorrespiratória e nem falência múltipla de órgãos. Isso não é mecanismo
de morte, isso é a morte (isso está escrito na cartilha do CFM).
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Documentos Médicos.
• Nesse caso do paciente diabético, uma pessoa que não é plantonista, no caso outro médico é pego para fazer a
DO e não tenha conhecimento da história coloca-se “morte natural de causas desconhecidas” e “ausência de sinais
externos de violência”.
Caso 2: Masculino, 25 anos, pedreiro, estava trabalhando quando sofreu queda de andaime (altura correspondente a
dois andares). Foi recolhido pelo serviço de resgate e encaminhado ao hospital, onde fez cirurgia em virtude de
traumatismo crânio encefálico. Morreu após três dias.
Órgão Alvo
Possuem células com receptores que quando ocorre a ligação específica com molécula hormonal há uma
interação receptor-hormônio e consequentemente resposta
intracelular.
Se o processo acomete uma glândula periférica diretamente, fala-se em
hipo ou hiperfunção primária. Se a doença acomete o
hipotálamo/hipófise ou o órgão regulador, fala-se que a hipofunção da
glândula periférica é secundária (hipófise) ou terciária (hipotálamo),
respectivamente.
O mestre da orquestra faz o comando de “organização” utilizando sua própria movimentação para
movimentar a orquestra, e o sistema endócrino age no mesmo sentido, ele pode reforçar uma parte do
nosso corpo, ou diminuir a ação de certa parte por meio de diversos controles ou “movimentos”.
Endócrino x neurológico
Os sistemas endócrino e nervoso estão intimamente interligados e constituem uma verdadeira unidade
funcional. Formam um conjunto complexo e sensível, que responde aos estímulos de modo imediato,
mediato e a longo prazo.
O controle do sistema endócrino é exercido pelos núcleos neuronais hipotalâmicos, que, por sua vez,
fazem contato com neurônios de diversas áreas cerebrais. Os neurônios hipotalâmicos secretam
hormônios polipeptídicos de propriedades estimulantes ou inibidoras das secreções adeno-hipofisárias,
além dos hormônios antidiurético (ADH) e ocitocina.
o Existem células que são chamadas de células intermediárias como as do hipotálamo que fazem uma
intermediação entre o sistema neurológico e endócrino.
Realizam a comunicação dentro do nosso corpo.
Ambos sofrem adaptação fisiológica.
Ambos empregam receptores, mensageiros intracelulares, etc
Há feedback negativo em ambos.
Esses dois sistemas diferem tanto na velocidade da resposta
quando na duração da ação.
o Podemos diferenciá-los também pela sua anatomia.
Quando há o comando de correr ou andar, a velocidade é de
milissegundos (sistema neurológico), porém o sistema endócrino é
mais lento, e demora mais para haver sua ação.
Existem células que são chamadas de células intermediárias como
o hipotálamo que faz uma intermediação entre o sistema
neurológico e endócrino.
Glândulas
As glândulas endócrinas são:
o Hipófise
o Tireoide
o Paratireoides
o Suprarrenais
o Pâncreas (ilhotas pancreáticas)
o Testículos/ovários
o OBS: O timo, possui mais função
imunológico do que endócrina
propriamente dito, então ele não é
incluído.
EX: Temos um controle central lá no
hipotálamo que secreta hormônios como o
TRH, que estimula a hipófise a secretar o
TSH, que estimula a tireoide a produzir e
secretar hormônios T3 e T4.
O feedback é importante justamente para
conseguir medir a quantidade que é secretada. Assim, quando há um excesso do hormônio o feedback
desestimula a produção daquele hormônio.
2
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
Paratireoide
Glândula localizada na parte posterior da tireoide e produz o hormônio paratormônio que aumenta a
concentração sérica de cálcio.
Paratormônio
o Aumenta o cálcio sérico.
Estimula a produção de vitamina-D
Reabsorção de cálcio pelos túbulos renais.
Libera cálcio dos ossos para a circulação
Hipoparatireoidismo
o Pouca ação de paratormônio (por resistência ou diminuição da
ação).
o Pode ser de origem congênita, autoimune ou adquirida.
EX: Paciente pode ter uma lesão na tireoide e após
tireoidectomia ocorre retirada iatrogênica das glândulas
paratireoides.
Radioterapias, câncer na tireoide...
o Gera hipocalcemia no paciente.
o A causa mais comum é retirada total das glândulas na tireoidectomia.
o Os sintomas mais importantes são decorrentes da hipocalcemia, que provoca aumento da
excitabilidade neuromuscular, clinicamente expressa por tetania.
A tetania caracteriza-se por contratura das extremidades – espasmo carpopodal (mão de
parteiro) – que pode estender-
se aos membros e ao tronco.
Quase sempre a tetania é precedida de parestesia, rigidez muscular e cãibras.
o Sinais e sintomas:
O paciente com hipoparatireoidismo pode ter crises convulsivas, queda
de cabelo, unhas frágeis e quebradiças, dentes hipoplásicos e catarata.
Espasmos musculares
Parestesias
Tetania
Alterações cardiovasculares.
Hipotensão, redução da contratilidade miocárdica e insuficiência
cardíaca congestiva, por meio de mecanismo ainda não definido.
Convulsões
São acompanhadas de espasmo carpopodal, dado que deve
levantar a suspeita de hipoparatireoidismo
Trousseau
Para fazer a pesquisa do sinal de Trousseau deve-se inflar o
manguito 30 mmhg acima da PAS do paciente e manter por 3
min.
Paciente começará a fazer uma contração
leve e involuntária da regição hipotenar e
adquire uma posição rigida involuntária.
Chvostek
Para fazer a pesquisa do sinal de Chvostek
deve-se realizar a percussão da saída do
nervo facial ,frente o tragos, adiante o
pavilhão auricular.
3
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
Ocorre uma contração involuntária dos músculos da face
percutida.
QT prolongado
o Tratamento da hipocalcemia:
Está relacionado a reposição de cálcio desse paciente.
Emergência: Cloreto de cálcio ou gluconato de cálcio 1 grama
endovenoso.
Hiperparatireoidismo (não dado)
o Entre as manifestações de hiperfunção das paratireoides destacam-se perda de peso, fraturas
espontâneas, dores ósseas e articulares, arritmias cardíacas, alterações gastrintestinais e urinárias,
alterações psíquicas e neuromusculares.
o A perda de peso é consequência principalmente da anorexia.
o As alterações psíquicas mais comuns são labilidade emocional, ansiedade e depressão. Letargia e até
estado de coma ocorrem nos casos mais graves.
o Entre as manifestações neuromusculares destacam-se a astenia, parestesias, cãibras e diminuição da
força muscular. A dor nos ossos e articulações decorre de desmineralização por ação do
paratormônio e depósito intraarticular de pirofosfato de cálcio.
Tireoide
A glândula tireoide é uma estrutura única, mediana, revestida por uma cápsula, situada na porção anterior
do pescoço, na altura da quinta à sétima vértebra cervical.
A função da glândula tireoide é regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireoide e por outros fatores como o
nível de iodo. A principal regulação ocorre pela tireotrofina (TSH) ou pelo hormônio estimulador da tireoide.
O TSH aumenta a produção de hormônios tireoidianos e possui, ainda, um efeito trófico. Há incremento na
produção de TSH com a liberação de tireotrofina (TRH). Com o aumento de liberação de hormônios
tireoidianos, ocorre diminuição da liberação de TSH e TRH. Outros fatores locais, humorais ou
neuroendócrinos podem interferir no eixo hipotálamo-hipófise-tireoide.
Os hormônios secretados pela glândula tireoide são a tiroxina (T4), a tri-iodotironina (T3) e pequenas
quantidades de precursores hormonais monoiodotirosina
(MIT) e di-iodotirosina (DIT).
Na tireoide, as células podem ser divididas em células
foliculares e células parafoliculares.
Células foliculares produzem os hormônios t3 e t4.
o A tireoide secreta 80% de T4 e 20% de T3.
o Nos tecidos periféricos, T 4 é convertido em T 3
com atividade biológica superior.
o Síntese de hormônios tireoidianos:
A primeira é o transporte de iodo do
capilar até o interior da célula folicular, via
membrana basal. A segunda é a
organificação do iodo, o qual é
incorporado à tirosina da tireoglobulina. A
terceira é o acoplamento que
compreende a união de iodotirosinas que
formarão T 3 e T 4.
o As principais proteínas transportadoras de
hormônios tireoidianos são a globulina transportadora de tiroxina (TBG), a transtirretina (TTR) e a
albumina.
Células parafoliculares “células C” produzem a calcitonina.
o A calcitonina é o hormônio responsável por baixar os nível de cálcio, sendo o hormônio “anti-
paratormonio”.
4
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
o Na tireoide, há ainda a produção de calcitonina pelas células parafoliculares ou células C, peptídio de
32 aminoácidos. O principal efeito da calcitonina é a inibição da reabsorção osteoclástica.
Os hormônios da tireoide atuam nos processos de diferenciação, crescimento e metabolismo, bem como no
funcionamento de quase todos os tecidos. O T 3, no núcleo celular, interage com moléculas proteicas
associadas a cromatinas, os receptores nucleares de hormônios da tireoide (RT3).
Hipertireoidismo
o Exacerbação da secreção hormonal.
o Tireotoxicose, crise tireotóxica.
o Caracterizado por estado de Hipermetabolismo.
o O hipertireoidismo ou tireotoxicose é uma síndrome clínica, fisiológica e bioquímica, que surge
quando os tecidos ficam expostos a quantidades excessivas de T 3 e T 4.
o Pode ser transitório ou permanente, e as manifestações clínicas variam amplamente quanto à sua
gravidade é raro porém gravíssimo.
Dependendo da gravidade o paciente pode entrar em um quadro de instabilidade
hemodinâmica pelo grande aumento da frequência cardíaca.
o A principal causa é a doença de Basedow-graves.
Além do aumento difuso da tireoide, seus outros componentes são a oftalmopatia, o
mixedema pré-tibial e a acropatia.
o Pode causar
Instabilidade hemodinâmica
Alteração do estado mental
Disfunção
gastrointestinal
Febre
Agitação
Nervosismo
Palpitações
Sensação de
batimento do
coração.
Perda de peso (até 18 kg em poucos meses) severa.
Intolerância ao calor
Paciente que está no gelo, mas está suando pedindo para ligar o ar-condicionado, é
um grande indicador de hipertireoidismo.
Exoftalmia
Protusão do globo ocular.
o Doença de basedow graves / bócio tóxico (Mais presente em mulheres)
Doença autoimune – Os Anticorpos
imitam T4 e T3.
O processo imunológico é
desencadeado pela produção, pelos
linfócitos B, de imunoglobulinas
estimuladoras da tireoide, as quais
determinam hiperplasia e
hiperfunção, com consequente
produção de hormônios tireoidianos,
fora do controle do hormônio
tireotrófico.
Frequente:
Mais frequente em mulheres
Mais frequente na meia idade
5
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
o Outras causas
Intoxicação exógena
Destruição autoimune
Amiodarona e Contraste iodado.
O hipertireoidismo da síndrome de Jod-Basedow é causado pelo iodo contido em
medicamentos ou pela exposição ao iodo "frio" (não radioativo) em pacientes que já
apresentam doença nodular de tireoide. Por meio desse mecanismo, a amiodarona,
os contrastes iodados e os xaropes iodados podem ocasionar hipertireoidismo em
pacientes com bócio prévio com áreas hiperplásicas autônomas.
o Diagnóstico
Os achados laboratoriais consistem basicamente em altos níveis de T3 e T4 livres e baixos
níveis de TSH.
Dosagem de TSH (valor baixo, uma vez que há excesso de hormônio e então não há
necessidade de estimular a glândula).
Dosagem de T3 e T4.
Biopsia: determina a causa.
o Diagnóstico diferencial
AVC
Emergências diabéticas – cetoacidose diabética
ICC
Intoxicação
Sepse
OBS: Em todos esses casos há alterações semelhantes.
o Crise tireotóxica (intoxicação pelo hormônio tireoidiano em excesso)
A crise tireotóxica consiste no aparecimento de um quadro grave de hiperfunção tireoidiana
com febre,
taquicardia,
náuseas,
vômitos, dor
abdominal,
ansiedade
intensa,
podendo ser
fatal se não for
instituído
tratamento imediato.
Olhar os fatores desencadeadores de crise tireotóxica na imagem acima, não basta ter a o
hipertireoidismo, eu preciso ter o fator desencadeador, seja ele clinico, endócrino ou
farmacológico.
o Tratamento:
Simpaticolítico (quebra o fenômeno simpático
desencadeado pelo excesso de hormônio T3 e
T4.)
Propranolol 1mg endovenoso a cada
10min até 10mg ou até desaparecer os
sintomas
Contraindicado em pacientes com DPOC,
BAV, ICC grave ou alergia.
Diminuir a conversão de T3 em T4
Hidrocortisona 100 mg EV.
Dexametasona 100 mg EV.
6
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
Preferir Paracetamol ao invés de AAS (porque o AAS aumenta o T3 e a T4).
Nunca usar o AAS para esses pacientes, apenas irá piorar o quadro.
Hipotireoidismo
o Redução ou ausência da secreção dos hormônios tireoidianos.
Hipotireoidismo é uma síndrome clínica e bioquímica causada pela secreção diminuída de T3
e T4, em consequência de afecção da tireoide, da hipófise e/ou do hipotálamo. No
hipotireoidismo primário, os níveis de TSH estão elevados.
Possui caráter autoimune
No adulto, a mais importante causa de hipotireoidismo adquirido é a tireoidite de
Hashimoto.
O mecanismo do hipotireoidismo é por autoimunidade, aqui com predomínio inicial
de alterações da imunidade celular e, mais tarde, das alterações humorais.
Pode haver ou não bócio.
Caracteristicamente, os anticorpos antitireoidianos estão elevados.
o Frequência:
Mais frequente em mulheres.
Mais frequentes entre 40-50 anos.
Mais frequentes na raça branca.
o Sintomas:
Os sintomas mais frequentes são palidez e edema facial (pálpebras
empapuçadas), bócio, cicatriz de cirurgia tireoidiana prévia, voz rouca
e grossa, pele seca, fria e descamativa, sonolência, hipersensibilidade
ao frio, cãibras musculares, parestesias nas extremidades e
dificuldade de memória.
A face infiltrada, pálida, inexpressiva, sem brilho no olhar, caracteriza
a fácies mixedematosa, que só aparece em casos avançados.
o Alterações nos sistemas:
Tegumentar
Pele fria, seca, amarelada, sobrancelhas com pelos finos, Cabelos ásperos.
Metabólico
Intolerância ao frio, hipoglicemia, sódio baixo (hiponatremia)
Nervoso
Alteração do estado mental (apatia), ataxia, diminuição dos reflexos tendinosos
profundos, coma mixedematoso.
Cardiovascular
Mixedema, bradicardia
o Coma mixedematoso (complicação do hipertireoidismo, em relação a parte neurológico e
cardiovascular).
É apresentado pelo quadro de:
Hipotensão
Bradicardia
Hipoglicemia
Hiponatremia
Complicação do coma mixedematoso (pacientes
está quase para morrer)
Hipóxia
Hipotermia
Hipoglicemia
Sepse
Estado de narcose
o Diagnostico
7
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
TSH Alto > 10 mcg/ml.
O corpo está tentando aumentar a produção do hormônio tireoidiano.
T4 baixo.
Ultrassonografia para pesquisa de nódulos ou tumores.
Teste do pezinho (hipotireoidismo congênito)
É a melhor maneira de detectar precocemente o hipotireoidismo congênito.
Lembrar que o coma mixedematoso não pode esperar o diagnóstico, se suspeitado por
anamnese e clinica do paciente, deve ser feito o tratamento empírico.
o Tratamento
Glicose 50% 25g EV se Glicemia.
Lembrar, que a hipoglicemia é um grande causador de muitas queixas pelas quais os
pacientes chegam no pronto-socorro, por isso sempre deve ser medida a glicemia
desses pacientes.
Cobertores e aquecedores.
L-tri-iodotironina 0,25mcg EV.
Hidrocortisona 100mg EV 8/8horas.
Reposição oral diária.
Diabetes mellito
O diabetes é uma enfermidade metabólica caracterizada por hiperglicemia, cuja etiopatogênese envolve
mecanismos múltiplos, entre os quais se destacam a resistência periférica à ação da insulina e a diminuição
da secreção de insulina pelas células beta do pâncreas (diabetes tipo 2).
O diabetes tipo 1 (diabetes insulinodependente) é causado por destruição das células beta do pâncreas,
provocando deficiência absoluta de insulina, e consequentemente hiperglicemia e cetoacidose.
Distúrbio metabólico que envolve o metabolismo da:
o metabolismo da glicose
o metabolismo das proteínas
o metabolismo dos lipídios
Todos esses distúrbios nos diversos metabólicos acabam afetando diversos órgãos no corpo, e o fato de ser
uma doença assintomática leva muitas vezes os pacientes a não se darem conta da gravidade.
A definição de diabetes deve incluir um:
o distúrbio no metabolismo de glicose, proteínas e lipídios.
o Deficiencia relativa na produção e ação da insulina.
o Complicações macro e microvasculares e neuropáticas.
Complicações vasculares e neuropáticas.
o Macroangiopatias (aterosclerose dos não diabéticos) mais grave no diabético
Cerebral
AVC.
Coronariana
Infarto.
Neuropática periférica
Sensora e motora.
Essa neuropatia periférica tem relação ao fato daquele paciente ter muita tolerância
a dor, não sentido dores comuns de alguns quadros como infarto, ou mesmo furar o
pé ou machucar alguma parte do corpo.
o Microangiopatias
Retina.
Rins.
10
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
Alterada 6-6,7%
Diabetes >6,7%
Diabetes gestacional
Fatores de risco:
o Obesidade.
A criança nascer com mais de 4 quilos já aumenta chances da criança ou mesmo da mãe ter
diabetes.
o Antecedentes pessoais ou familiares de DMG.
o Macrossomia.
o Glicosúria.
É necessário realizar o teste de tolerância a glicose no pré-natal.
Repetir entre a 24 e 28 sem de gestação independente se tem ou não fatores de risco.
Teste da glicose em gestante.
o Não precisa de jejum.
o ingerir 50 gramas de glicose.
o Após 1 hora coletar a glicemia
o >140 na primeira hora, identifica DMG.
o Se entre 130-140 então deve-se realizar ao TTGO.
Complicações da diabetes
Macroangiopatias e Microangiopatias.
Todas as células do corpo são expostas á hiperglicemia e desenvolvem hiperglicemia intracelular.
Apenas as células sem mecanismo de defesa para baixar a concentração intracelular de glicose são lesadas:
(endotélio é mais sensível).
o Por isso que o a hiperglicemia acaba atingindo principalmente as células vasculares que não
possuem “defesa” contra a hiperglicemia intracelular.
Anormalidades no fluxo sanguíneo e na permeabilidade de:
o Retina (retinopatia diabética).
o Glomérulos (doença renal diabética).
o Vasa nervorum (vasos que “irrigam” os nervos)
(neuropatia periférica).
Mecanismos: (não cai na prova)
o Diminuição do óxido nítrico.
o Aumenta a sensibilidade da Angiotensina II.
o Aumento da pressão intracapilar.
o Exsudatos na retina.
o Aumento de excreção de albumina pelos rins.
o Estreitamento progressivo produz obstrução.
o Extravasamento de proteínas plasmáticas que se
depositam nas paredes vasculares.
o Apoptose nas células de Muller, ganglionares,
pericitos, podócitos e endoteliais.
o Produção de superóxidos na mitocôndria.
o Os produtos finais derivados causam as lesões por Osmolaridade.
Retinopatia diabética
Espessamento da membrana basal do endotélio
Achados:
o Microaneurismas.
o Hemorragias.
o Edema de retina.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
o Exsudatos duros.
o Obliteração e isquemia.
o Fibrose.
o Aparecimentos de neovasos (glaucoma).
Dentro do globoocular esses neovasos aumentam a pressão e causam glaucoma.
o Tração e descolamento da retina
Classificação
o Não proliferativa
Extravasamentos de sangue na retina.
o Proliferativa
Neovasos e fibrose com sangramentos pré-retina e humor vítreo
o Maculopatia
Comprometimento da mácula
o Outras
Cataratas
Alterações de refração
Neuropatia diabética
Disfunção periférica, não somente da parte sensitiva, mas
da parte motora e autonômica.
o Afeta todas as fibras nervosas (sensitivas ou motoras
ou autonômicas).
o Por isso quando se machucam a ferida não é sentida.
Geração de Úlceras neuropáticas.
Gangrena.
Grande causadora de amputações nesses pacientes.
Impotência sexual.
Incontinências.
Disfunções cardíacas graves.
12
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
Hipoglicemia
Hipoglicemia é um estado metabólico caracterizado por níveis de glicose plasmática inferiores 50mg/dL
associados a sintomas de hipoglicemia.
São causas de hipoglicemia: doses incorretas de insulina ou hipoglicemiante oral, etilismo, jejum
prolongado, hepatopatia crônica, insuficiência renal crônica, medicamentos (pentamidina, sulfonamidas,
haloperidol, enalapril, AINE).
Lembrar que a hipoglicemia é mais grave que o estado de hiperglicemia.
Apresenta sintomas neurogênicos, adrenérgicos e colinérgicos. (simpáticos)
o Tremor.
o Taquicardia.
o Taquipneia.
o Ansiedade.
o Sudorese.
o Fome.
o Parestesias.
Sintomas neuroglicopênicos
o Alteração do nível de
consciência.
o Alterações psicomotora.
o Amnésia.
o Mudança de
personalidade.
o Sonolência.
o Coma.
Os episódios são reversíveis
dependendo do tempo de
correção dos níveis glicêmicos.
Casos fatais são resultados de
arritmia ventricular.
Tríade de Whipple: (manifestações
que sugerem hipoglicemia)
o Sintomas clínicos .
o Hipoglicemia.
o Melhora com glicose.
Classificação da hipoglicemia
o Mediada por insulina
o Mão mediada por insulina
Tratamento:
o Glicose <70 consciente: alimentação oral (sucos, tabletes, refeição)
o Glicose <70 com redução do nível de consciência (RNC): glicose 50% 25g EV
o Glicose <70 com RNC sem acesso venoso: Glucagon 1mg SC
o Intoxicação endógena por insulina: monitorar glicemia de horário.
o Insuficiência adrenal: Hidrocortisona 100mg EV logo 50mg 6/6horas
o Prevenção é mais importante que tratamento.
Hipoglicemia Pós-brandial
Critérios
o Glicemia de jejum sempre normal (nunca baixa).
o Toleram jejum sem queda da glicemia.
o Hipoglicemia sintomática 2 a 4 horas após ingestão alimentar.
Exame complementares.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Síndromes endócrinas
o TTOG durante 5 horas,
o Glicemia normal nas primeiras 2 horas.
o Hipoglicemia aparece entre a 2 e 4 horas.
o Após a 4 hora a glicemia retorna ao normal.
Hiperglicemia
Cetoacidose diabética (CAD)
o Maior causa de morte em diabéticos menores de 20 anos com DM1.
o Pode ocorrer em qualquer idade e em ambas diabetes DM1 DM2
o “cetose” “acidose por deficit de insulina”.
o É uma emergência médica, e acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente
diabético encontram-se muito altos e estão acompanhados do aumento da quantidade de cetonas
no sangue também.
o Mecanismo fisiopatológico:
Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no
sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células
parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só
que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas.
As cetonas são substâncias ácidas que vão desequilibrar o Ph do sangue, ou seja, vão causar
um desequilíbrio na composição sanguínea, que se não for tratado pode levar até ao coma e
à morte.
o Paciente não tem capacidade de metabolizar o açúcar e faz uma hiperglicemia, mas há um
excesso de ácido lático que faz uma acidose.
o Tratamento: Mesmo com a glicemia normal depois de usada a insulina, deve-se continuar a
insulina até a acidose sair, eu preciso curar a acidose, a “hiperglicemia” é o que está
instalado.
Fatores desencadeantes
o Infecções
o Erro de administração de insulina
(escassez)
o IAM AVC
o Deficiência de insulina amenta a
quantidade de glucagon
o Catecolaminas
o Glucagon
o Cortisol
o GH
o Glicose não é absorvida pelo músculo
o Aumenta a lipólise (Ác graxos)
o Ácidos graxos transformados em corpos
cetônicos pelo fígado.
o A insulinoterapia estimula a proteólise
(A.Ác).
o Aminoácidos servem para a glicogenólise.
Prevenção:
o Aplicação correta das injeções de insulina
o Realização das medidas da glicemia capilar com o glicosímetro.
o Acompanhamento médico regular
o Controle alimentar para evitar alimentos com alto teor de açúcar e que podem levar à cetoacidose
Fácies e atitude
• Um paciente deambulando com dificuldade e comprimindo a fossa ilíaca direita sugere apendicite aguda.
• Um paciente com respiração rápida e superficial referindo dor abdominal intensa, súbita e que se exacerba
aos mínimos movimentos, sugere irritação peritoneal por ulcera péptica perfurada.
• Uma mulher em fase reprodutiva com dor abdominal aguda palidez intensa e sudorese profusa, sugere
gravidez ectópica rota.
o Sempre que tem mulheres com quadro abdominal devem ser afastadas gravidez ectópica, a
sintomatologia é muito parecida com a da apendicite.
• Um paciente agitado, inquieto, com dor tipo cólica que se inicia na região lombar e se irradia para o períneo,
sugere cólica nefrética.
o É uma dor muito intensa, o paciente quase não consegue deambular por conta própria
• O exame do paciente começa desde o momento em que ele entra no consultório.
• Lembrar que o abdômen tem divisão em quatro quadrantes e também em 9 quadrantes, sempre deve-se ter
noção dos órgãos que ali se encontram.
Inspeção
• Estática
o Tipos de abdome
o Distensão abdominal
o Lesões cutâneas
o Veias superficiais
▪ O padrão venoso da parede abdominal
geralmente é pouco perceptível. Quando as veias tornam-se visíveis
pode caracterizar circulação colateral.
o Forma do abdome
▪ Atípico ou normal
▪ Plano ou tabua
▪ Globoso ou protuberante
▪ Escavado ou escafoide
▪ Assimétrico
▪ Ventre de batráquio
o Cicatriz umbilical
o Cicatrizes e abaulamentos
▪ Muitas cicatrizes presentes no abdômen podem indicar possíveis procedimentos cirúrgicos já
realizado no paciente.
▪ O abaulamento ou a retração, em uma determinada região, torna o abdome assimétrico e
irregular, indicando
alguma anormalidade
cuja identificação
depende dos dados
fornecidos pela
inspeção, que se
somam aos da
palpação (localização,
forma, tamanho,
mobilidade e
pulsatilidade).
o Diástase de retos abdominais
▪ é caracterizada pela
seguinte manobra:
estando o paciente
1
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
em decúbito dorsal, pede- se a ele para contrair a musculatura abdominal, seja elevando as
duas pernas estendidas, seja levantando do travesseiro a cabeça, sem mover o tórax.
▪ Esta mesma manobra também serve para hérnias inguinais.
o Sinais cutâneos
▪ Cullen
• Equimose periumbilical, resultante de hemorragia retroperitoneal. Pode surgir na
pancreatite aguda e na ruptura de gravidez ectópica.
▪ Gray-turner
• Equimose dos flancos. Pode ocorrer na pancreatite necro-hemorrágica e indica grave
comprometimento da víscera.
▪ Mancha café com leite
▪ Nódulo de irmã maria José
• Linfonodo localizado na região umbilical que indica câncer gástrico.
▪ Nódulo de virchow.
• Gânglio linfático aumentado na região supraclavicular esquerda (SINAL DE TROISIER),
sugere processo maligno abdominal.
o Circulação colateral
▪ Cabeça de medusa, que é uma circulação venosa que tenta contornar uma obstrução na
circulação porto-hepática.
• Dinâmica
o Hérnias
▪ Manobra de valsalva
Essas manobras facilitam a
▪ Flexão do tórax
visualização das hérnias.
▪ Elevação dos MMII.
o Pulsações
▪ Em pessoas magras podem ser observadas e palpadas as pulsações da aorta abdominal.
Quando há hipertrofia de VD, podem surgir pulsações na região epigástrica.
o Movimentos peristálticos.
▪ Ondas peristálticas (estenose do piloro, obstruções intestinais).
▪ Ondas peristálticas podem ocorrer espontaneamente ou após alguma manobra provocativa.
A mais simples consiste em aplicar alguns piparotes na área suspeita.
▪ Pode ser observado fisiologicamente em pacientes emagrecidos.
▪ Quando exacerbadas caracterizam as ondas de Kussmaul, ou ondas de esforço abdominal
tentando vencer uma obstrução.
Ausculta
• Necessário ambiente tranquilo
• Permanência por 2 minutos em cada local.
• Recomenda-se executar a ausculta antes da palpação para evitar aumento involuntário do peristaltismo.
• Deve-se realizar a ausculta também das artérias na região abdominal (aorta, renais, ilíacas e femorais)
• Esperado
o Ruídos hidroaéreos em número e timbre normais.
o Sem sopros.
o Sem vascolejo.
• Não esperado
o RHA aumentados em número e ou timbre.
o Presença de sopros.
o Vascolejo presente.
• Na presença de sopro na aorta abdominal, é obrigatório
auscultar as artérias ilíacas e femorais.
Percussão
• Digito-digital.
• Sequencia
o Ate 3 repetições sequenciais.
2
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
o Examinador a menos de 1 metro do paciente.
• O som timpânico indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais, é percebido em
quase todo o abdome, porém é mais nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube).
• Esperado
o Timpanismo
o Macicez hepática
o Traube livre (Timpânico)
• Não esperado
o Ausência de macicez hepática
o Traube percutível (maciço)
o Macicez móvel
• Espaço de traube
o Espaço semilunar do sexto ao décimo primeiro espaços intercostais, tendo como limites: gradeado
costal, baço, pâncreas, colon, rim e estômago. Normalmente quando percutido apresenta
timpanismo.
• Sinal de torres-homem (Importante)
o Percussão digito-digital intensamente dolorosa localizada e circunscrita na região de projeção
hepática, característico de abscesso hepático.
Hepatimetria
• Percute-se o hemitórax direito no nível da linha hemiclavicular, De início, obtém-se som claro pulmonar; em
seguida, em condições normais, na altura do 5 o ou 6 o espaço intercostal, observa-se som submaciço. Este
ponto corresponde ao limite superior do fígado.
• Continuando-se a percussão para dentro, para baixo ou para fora, conseguese delimitar com facilidade a área
de macicez hepática. Tal procedimento é imprescindível em algumas situações práticas, destacando-se a
punção biopsia intercostal do fígado e a colangiografia transparietohepática.
• Tamanho normal:
o na linha hemiclavicular – 6 a 12 cm.
o Na linha média – 4 a 8 cm.
• Sinal de Jobert que consiste no desaparecimento da macicez hepática, dando lugar a timpanismo.
o Caracteriza a presença de pneumoperitonio (perfuração de víscera oca)
Pesquisa de ascite
• Percussão
o Grande volume
▪ Teste da onda liquida (piparote-peteleco) (> 3 litros)
• Golpear com o indicador a face lateral do hemiabdome direito. Se houver líquido em
quantidade suficiente na cavidade peritoneal, a mão esquerda captará os choques das
ondas líquidas desencadeadas pelos piparotes.
▪ Dentro da de grande volume temos a Ascite tensa - não faz onda por grande volume de líquido
- piparote negativo - melhor avaliar pelo rechaço.
▪ Palpação pelo rechaço.
o Médio volume
▪ Teste da macicez móvel (0,5 a 1 litro)
• Percussão em decúbito dorsal, com macicez nos flancos e timpanismo na parte media
do abdome; Percurssão em decúbido lateral direito, timpanismo no flanco esquerdo
e macicez no flanco direito, o mesmo vale para o contrário, esses achados indicam
ascite.
▪ Semicírculos de skoda (1-3) litros.
• Deve percutir o abdome a partir do epigástrio, radialmente em direção aos limites do
abdome. Observa-se a transição entre som timpânico para o submaciço, e,
posteriormente, para o maciço, no sentido craniocaudal. A junção dos pontos de
transição forma semicírculos com concavidade voltada para cima. Apresentam
abdome em batráquio.
o Pequeno volume
3
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
▪ Menos de 500ml de líquido. Ultrassonografia abdominal é o método ideal.
▪ Porém, raramente executado - muito invasivo.
▪ Melhor realizar o toque retal em mulheres com abaulamento do saco de douglas < 300ml (É
o método mais precoce para o diagnóstico!) e em homens abaulamento no fundo reto vesical.
o ASCITE + DOR = Abscesso/ apendicite/inflamação
Palpação superficial
• Analisa-se a sensibilidade, resistência da parede, continuidade da parede abdominal, as pulsações e reflexo
cutâneo-abdominal.
• Espessura aumentada ou diminuída, tensão ou resistência voluntária ou involuntária, intra-abdominal,
parietal ou reflexo.
• É importante avaliar também o tecido celular subcutâneo, espessura e continuidade da parede abdominal.
• Esperado
o Flácido, sem dor, ausência de massas e solução de continuidade.
• Não esperado
o Hipertonia (voluntaria ou involuntária)
o Massas palpáveis
o Presença de solução de continuidade.
• Sensibilidade
o Dor a palpação leve ou ao roçar a parede
abdominal com objeto pontiagudo indica
hiperestesia cutânea.
o Ao comprimir a parede, é possível que apareça
dor abdominal
o Localização e irradiação da dor são
importantes para o raciocínio clínico, sendo
importante conhecer os pontos dolorosos.
▪ Ponto gástrico
• Ponto xifoidiano e epigástrico
▪ Cístico ou biliar
• Ângulo entre a reborda costal
direita e a borda externa do
m. reto abdominal.
• Sinal de Murphy: Dor à inspiração, indica colecistite, mas não é patognomônico.
▪ Apendicular
• Extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior direita
ao umbigo.
▪ Esplênico
• Abaixo do rebordo costal esquerdo. Dor indica infarto esplênico;
▪ Ureterais
• Duas alturas:
o 1. Na Borda lateral dos músculos retos abdominais na inserção com uma
linha horizontal que passa pelo umbigo e
o 2. No cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior.
• Resistencia da parede abdominal
o É essencial usar manobras para diferenciar contração voluntária de involuntária.
o Manobra de galambos (distração do paciente)
▪ Ela diferencia contração do reflexo visceromotor da contração psicomotora.
▪ Você palpa o lado oposto do qual você quer examinar.
o Para diferenciar, deve-se desviar a atenção do paciente por meio de alguns expedientes, como
conversar com ele sore outros assuntos, solicitar que ele respire profundamente ou pedir que
flexione as pernas, tais ações fazem a contração voluntária cessar.
4
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
o Manobra de Iódice-Samartino: Consiste na palpação abdominal e realização de toque retal,
simultâneos. Com estes recursos, consegue-se, na grande maioria dos casos, desviar a atenção do
paciente e fazer desaparecer uma contratura muscular voluntária.
• Continuidade da parede abdominal
o Na diástase, uma porção do intestino penetra pela abertura quando o paciente está de pé e faz
esforço, não havendo saco herniário nem anel palpável. Manobra: Elevação da cabeça e dos MMII
(Smith Bates feito para ver se é massa ou não também)
o Nas hérnias quase sempre temos protrusão do grande epíploo ou alças intestinais, neste caso
devemos pedir que o paciente tussa, observando as regiões inguinais, umbilical e femoral. Pode-se
realizar a manobra de valsalva ou da tosse. Os tipos mais comuns de hérnias são: Incisional,
epigástrica, umbilical, inguinal, femoral ou crural.
• Pulsações
o Podem ser visíveis e papáveis, ou apenas palpáveis.
o Representam a transmissão à parede de fenômenos vasculares intra-abdominais.
o Pulsações epigástricas: podem ser a transmissão das contrações do ventrículo direito hipertrofiado
ou pulsações da aorta abdominal.
o Para confirmar a hipótese de dilatação aneurismática, além do encontro de pulsações, é necessário
observar se há outros elementos, como a existência de uma massa palpável ou o reconhecimento de
alteração da forma do vaso.
• Reflexo cutâneo abdominal.
Palpação profunda
• O encontro de massas palpáveis ou tumorações obriga a análise de:
o Localização
o Forma e volume
o Sensibilidade
o Consistência
o Mobilidade
o Pulsatilidade
• Esperado
o Fígado até 2 a 4cm abaixo do RC, consistência normal, borda fina, superfície lisa e indolor.
o Baço não palpável
o Sem massas tumorais
o Cego gargarejante
o Sigma normal
• Não esperado
o Fígado > 4cm, endurecido, bordo irregular, superfície irregular e doloroso.
o Baço palpável
o Massas tumorais
o Plastrões
o Dor a palpação ou Descompressão brusca
• Deve-se utilizar para palpar profundamente a técnica deslizante de Hausman)
• Órgãos que somente são palpáveis em condições patologicas
o Apêndice cecal
o Vesícula biliar
5
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
o Flexuras do colón
o Delgado
o Baço
o Bexiga (desde que vazia)
Palpação do fígado
• Manobra de Lemos Torres (bimanual): Palpação do hipocôndrio direito,
flanco direito e epigástrio, partindo do umbigo até o rebordo costal.
o Coloca-se a mão esquerda sob a região dorsal do paciente e com a
mão direita, aprofunda-se em direção ao rebordo costal. Usa-se manobra inspiratória (inspirar e
expirar) para facilitar a palpação.
• Palpação em garra: Mathieu, feita bimanualmente, também com auxílio de
manobra inspiratória.
• Caracterizar:
o Distância do Rebordo costal em cm ou dedos transversos
o Espessura que pode ser fina ou romba
o Superfície que pode ser lisa ou nodular
o Sensibilidade que pode ser indolor ou dolorosa
o Consistência que pode ser diminuída, normal ou aumentada, além de
ser dura ou cística.
• Nódulos: na cirrose são difusos, nas metástases são esparsos e no câncer primitivo, solitários.
Palpação do baço
• Paciente em decúbito dorsal;
• Realiza-se as mesmas técnicas utilizadas na palpação do fígado;
• Manobra bimanual
• Posição de Schuster: Em casos de não conseguir palpar o baço
o Esta posição consiste no decúbito lateral direito, estando o paciente com a perna direita estendida e
a coxa esquerda fletida sobre o abdome em um ângulo de 90°; ademais, o ombro esquerdo é
elevado, colocando-se o braço correspondente sobre a cabeça.
• Em geral, palpar o baço significa que ele está aumentado, ou seja, esplenomegalia, sendo necessário que o
baço alcance o dobro do seu tamanho.
• Caracterizar: Distancia do rebordo costal esquerdo, consistência, sensibilidade, superfície, mobilidade
presença do Rechaço
o O aumento do baço pode ser caracterizado por graus:
▪ Grau 1: não ultrapassa a linha do umbigo.
▪ Grau 2: ultrapassar a cicatriz umbilical.
▪ Grau 3: também chamado de baço gigante.
• ESPLENOMEGALIA X TUMOR:
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
o Para diferenciar à palpação uma esplenomegalia de um tumor renal devemos atentar para:
▪ Presença de chanfraduras
▪ Aumento em aspecto de “vírgula”
Manobras especiais
• Sinal de GERSUNY: Encontrado em casos de fecaloma. Palpar o “tumor fecal” no sigmoide. Quando positivo
ouve-se ligeira crepitação, decorrente do ar interposto entre a parede intestinal e o fecaloma.
7
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
• Patinhação = sinal de vascolejo realizado de uma outra forma, colocando a mão sobre a região epigástrica,
realizando alguns rápidos movimentos, e caso ouvir ruídos de líquidos sacolejando, há vascolejo. (Sinônimos
utilizados)
• Manobra do ileopsoas: Flexão dolorosa da perna fletida a 90 graus contra resistência provoca dor. Indica
Apendicite
• Manobra do Obturador: Rotação externa da perna fletida a 90 graus contra resistência provoca dor. Indica
Apendicite
• Sinal de Lapinsky: ocorre dor à palpação na fossa ilíaca direita quando o membro inferior direito é estendido
e elevado. Indica Apendicite
Sinais de apendicite
• Sinal de Rovising: Dor na fossa ilíaca direita à compressão retrógrada dos gases na fosse ilíaca esquerda e
flanco esquerdo. Indica Apendicite
• Sinal de Chutro: Desvio da cicatriz umbilical para a direta. Mede-se a distância da cicatriz umbilical até a
espinha ilíaca antero-superior. Indica Apendicite
• Sinal de lenander: Temperatura retal maior que a axilar em 1ºC. Indica apendicite
• Sinal de Lopez-Cross: Semiereção peniana em crianças. Indica apendicite
• Sinal de Chandelier: Dor na manipulação do colo uterino. Indica apendicite.
Hepatomegalia
• Consiste no aumento do volume hepático. Cumpre assinalar que toda hepatomegalia é palpável, mas nem
todo fígado palpável está aumentado de volume.
Causas de hepatomegalia
• Circulatórias:
o Insuficiencia ventricular direita, pericardite constritiva, etc.
• Colestase intra e extra hepática*3
o Benigna; maligna
• Infecciosas:
o Hepatites virais e crônicas; TB; lepstopirose; hanseníase;
• Parasitárias:
o Malária; esquissotomose; hidatidose;hispoplasmose;blastomicose
• Metabólicas: hemocromatose *4 e Doença de Wilson*5
• Neoplásicas
• Outras: cirrose; hepatite alcoólica; fibrose congênita
• Hepatomegalia não patológica: o fígado está aumentado enquanto está cumprindo sua temporária função
hematopoética
• OBS: Pode-se fazer o diagnóstico com a hepatimetria, havendo dúvidas pode-se utilizar RX, USG e TC
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
o Distensão abdominal; edema de membros; confusão menta e distúrbio do sono
o Flopping ou flapping (na encefalopatia o asterixe geralmente está presente, pode ser evidenciado
com a seguinte
▪ Manobra: pede-se ao paciente que faça extensão de seus braços e dobrem seus punhos
para trás - dorsoflexão. Assim, os pacientes com encefalopatia exibem o flopping: um
movimento súbito do punho para frente).
• Classificação da insuficiência hepática
o EEG (eletroencefalograma)
o Alterações do sono, vigília, flopping
o Confusão mental
o Coma hepático
• Manifestação clinicas
o Icterícia
o Hálito hepático (fetor hepaticus)
o Encefalopatia Flopping (asterixis): subst. tóxicas que migram para o
cérebro
o Aranhas vasculares/telangiectasias
o Eritema Palmar
o Baqueteamento digital
o Contratura de Dupuytren: lesão independente do dano hepático,
porém clássica do alcoolismo (sugestiva de cirrose alcoólica)
o Aumento da parótida (abuso de álcool)
• Exame físico
o Ginecomastia
o Osteoartropatia hipertrófica
o Diminuição de pelos nas axilas e tórax (homem)
o Atrofia testicular
o Caput medusa
o Ascite
o Hepatomegalia
o Esplenomegalia
• Sinais de cirrose
o Aranhas vasculares
o Eritema palmar
o Hipocratismo digital/baqueteamento digital
o Contratura de Dupuytren’s: lesão independente do dano hepático, porém clássica do alcoolismo
(sugestiva de cirrose alcoólica)
o Ginecomastia
o Caput de medusa
o Icterícia
Doenças do baço
• Esplenomegalia
o O aumento do baço varia bastante. Pequenas esplenomegalias se traduzem pela palpação do seu
polo inferior logo abaixo da reborda costal esquerda. Nas grandes esplenomegalias a extremidade
inferior da víscera ultrapassa a cicatriz umbilical.
o Tipos/graus
▪ Grau I
• Baço palpável no rebordo costal esquerdo
9
O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
▪ Grau II
• Baço palpável entre o rebordo costal esquerdo e linha transversa passando pela
cicatriz umbilical
▪ Grau III
• Baço palpável abaixo da cicatriz umbilical
o Etiologias
▪ Inflamatória/Infecciosa
• Aguda ou subaguda (malária; endocardite)
o Volume aumentado ( até 3 – 4 cm) mole, borda cortante e extremamente
doloroso.
• “Crônica” (esquistossomose, linfomas, malária)
o Volume aumentado, duro, borda romba e indolor.
▪ Outras causas: Esplenomegalia congestiva (hipertensão portal); Reativas ou hiperplásicas
(anemias hemolíticas, anemia esferocítica, talassemia); Metaplasia mieloide do baço
(policitemia vera; doença hemolítica do recém nascido); Doenças metabólicas (Gaucher,
Niemann pick; gargulismo; amiloidose, lipemia diabética); Linfomas, leucemias; cistos e
neoplasias.
▪ Baço "crônico” (LMC, mielofibrose, leishmaniose)
• Volume muito aumentado (até FIE), borda romba, duro, indolor.
• Hipertensão portal
o Pré-Hepática
▪ Trombose de veia porta
o Intra – Hepática
▪ Pré-sinusoidal:
esquistossomose
mansônica e fibrose
hepática congênita
▪ Sinusoidal: hepatites e
cirroses
▪ Pós-sinusoidal: cirrose
hepática ou doença
veno-oclusiva do
fígado
o Pós – Hepática:
▪ Síndrome de Budd-
Chiari, pericardite
constritiva.
o Sintomas: Varizes esofágicas,
esplenomegalia, Ascite, circulação colateral supercial (cabeça de medusa).
o A hipertensão portal acarreta alterações circulatórias hemodinâmicas importantes. O sangue
represado inverte o sentido do fluxo sanguíneo em veias tributárias do sistema porta,
desenvolvendo circulação colateral, através da qual o sangue passa diretamente do sistema porta
para a circulação geral, sem atravessar o fígado.
o Diagnóstico: definido por esplenomegalia, ascite, varizes esofágicas (por endoscopia) e circulação
colateral abdominal; O sistema porta visto pela angiotomografia e pela medida da pressão (por
cateterismo da veia hepática ocluída.
Abdômen Agudo
• Paciente vai chegar referindo dor abdominal, porém sempre acompanhada de outros sintomas como febre
hipotensão e outros.
• O diagnostico tem que ser rápido pois na maioria das vezes o tratamento é cirúrgico.
• Possui muitas causas:
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
• Peritoneal
o peritonite primaria (peritonite bacteriana espontânea), peritonites secundarias a doenças agudas e
de órgãos abdominais ou pélvicos e a traumas abdominais.
o Um trauma abdominal pode levar a uma peritonite por conta da abertura de uma porta para bactérias.
o A hemorragia abdominal tem todo um quadro clinico que indica isso, como hipotensão, sudorese,
aumento da frequência cardíaca e o choque propriamente dito.
• Urológica
o calculo ureteral, pielonefrite, cistite.
• Retroperitoneal
o aneurisma aórtico, hemorragia.
• Ginecológicas
o cisto ovariano roto, gravidez ectópica, endometriose, torsão ovariana, salpingite aguda, rotura
uterina.
• Parede abdominal
o hematoma do músculo reto.
Apendicite
Fisiopatologia
• Patologia mais comum que gera abdômen agudo inflamatório.
• Obstrução do lúmen → inflamação aguda da mucosa (proliferação bacteriana e secreção mucosa) → serosa
atingida pelo processo inflamatório → gangrena → perfuração → abscesso periapendicular e peritonite.
• Dor umbilical → náuseas e vômitos → dor FID → dor difusa.
Manifestações clínicas
• Sinais e sintomas típicos da apendicite aguda ocorrem em < de 50% → grande variedade de manifestações.
• Diagnóstico:
o História clínica + exame físico.
o Descompressão brusca no ponto de mcburney (BLUMBERG POSITIVO)
o Febre baixa
o Presença de ilioparalitico.
• O rápido diagnóstico e tratamento cirúrgico → reduz o risco de perfuração e outras complicações.
• Dor abdominal:
o No início é dor Epigástrica ou periumbilical entre 1 e 12 horas que depois migra para quadrante inferior
direito, severa, aguda, continua.
o Depende da localização do apêndice:
▪ Retrocecal intraperitoneal: 2/3 pessoas, dor no flanco direito / lombar
▪ Pélvico: ¼ pessoas, disúria / dor supra púbica, inflamação silenciosa.
▪ Retroperitoneal: 5% casos dor lombar / flanco/testicular / alterações urinarias evolução
frequente para abscesso.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
• Anorexia.
• Náuseas e vômitos.
• Alterações do trato gastrointestinal.
• Sinais:
o Sinais vitais: alterações mínimas (febre baixa 37,7 – 38,3, aumento ligeiro FC e FR).
o Sinal de lenander (Cu quente) – temperatura retal maior que 1ª C diferente da Temperatura axilar.
• Inspeção: diminui movimentos respiratórios abdominais.
• Palpação e manobras:
o Dor a palpação no – ponto McBurney.
o Dor a descompressão brusca – manobra de Blumberg.
o Defesa muscular vs contractura.
o Sinal Rovsing.
• Percussão: dor a percussão.
• Ausculta: diminuída ou ausência ruídos intestinais.
• OBS: Variações anatômicas leva a uma alteração dos sinais.
o Apêndice retrocecal: hipersensibilidade maior no flanco.
▪ Sinal do psoas tem maior sensibilidade.
• dor a extensão passiva da articulação coxofemoral.
o Apêndice pélvico: ausência de sinais (exceto no exame retal).
▪ Sinal do obturador será mais sensível
• dor produzida pela rotação interna passiva da coxa fletida.
• O tratamento é cirúrgico e emergencial para evitar que ocorra complicações como o apêndice estourar e
contaminar a cavidade abdominal.
Imagiologia
• Ecografia
o Apêndice com > 6 mm de diâmetro após compressão.
o Sensibilidade 85%, especificidade 92%.
o Dor a compressão focal
o Apendicolito com cone de sombra
o Espessamento da parede.
o Coleção liquido periapendicular.
• TC
o Apêndice distendido > 6 cm diâmetro.
o Sensibilidade > 90%, especificidade 97%.
o Apendicolito.
o Espessamento da parede.
o Coleção liquido periapendicular.
Complicações
• Dependem: atraso do atraso para a procura medica, idades extremas, apêndice em localização retroperitoneal,
atrasam o diagnóstico.
o Quanto mais demora maiores as chances de complicar.
• A Peritonite é o mais frequente.
• Abscesso abdominal: 2º lugar, 20% perfurações.
• Abscesso hepático: raras.
• Nas complicações há de se perceber o seguinte quadro:
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
o dor + generalizada, ventre em madeira, massa QID, febre elevada, leucocitose > 20.000/mm3.
Apendicite no idoso
• 50% dos casos de perfuração de apêndice
• Mortalidade elevada (21%).
• Diagnostico tardio, + complicações, doenças concomitantes.
• Sintomas atípicos:
o Febre e leucocitose: ausentes.
▪ Idoso tem sistema imune prejudicado e não aparecerão esses sinais.
o Dor: discreta e difusa.
o Distensão abdominal: frequente pela peritonite.
Pâncreas
• Possui propedêutica limitadíssima, principalmente pela sua localização.
• Muitas vezes a pancreatite apresenta a característica “Dor em faixa” a dor também pode irradiar para as
costas.
• Sinal de grey-turner
o refere a equimoses nos flancos.
• Sinal de Cullen
o Refere a equimose periumbilical.
• Sinal de fox (equimose no pênis).
Vesícula biliar
• Sinal de Murphy
o Após a expiração o examinador aprofunda a mão ou o polegar na junção do rebordo com o reto
abdominal, comprimindo do ponto cístico durante a inspiração profunda.
o Indica a presença de Colecistite.
• Sinal (regra) de courvosier-Terrier
o Icterícia + vesícula biliar visível e palpável.
o Sugere obstrução
▪ Neoplasia cabeça pâncreas.
Colangite
• Significa obstrução do ducto colédoco.
• Pode ser uma complicação da colecistite
• Tríade de charcot (50-75%)
o Dor no hipocôndrio direito associada a febre com calafrios e icterícia.
• Pentade de Reynolds:
o Tríade de charcot associada a hipotensão arterial e confusão mental (rebaixamento de consciência).
o Alta morbimortalidade uma vez que representa um quadro já agravado.
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O Circo
RESUMO SEMIOLOGIA
Assunto: Resumo Síndromes abdominais
Oclusão intestinal
• A síndrome de oclusão ou obstrução intestinal caracteriza-se pela interrupção do trânsito intestinal, tanto
para sólidos como para líquidos e gases.
• A oclusão intestinal pode acompanhar-se ou não de estrangulamento da alça, ou seja, interferência no
suprimento sanguíneo da alça ocluída.
• A dor é do tipo cólica, intermitente, acompanhada de ruídos hidroaéreos que podem ser percebidos pelo
próprio paciente, correspondendo às contrações peristálticas a montante do obstáculo. O caráter intermitente
da dor pode desaparecer depois de 24 h, ao mesmo tempo que a distensão abdominal aumenta.
• Há o aparecimento do peristaltimo de luta (ondas de Kussmaul).
Oclusão colon
• Etiologia: neoplasias, vólvulo, fecaloma.
• Sintomas: dor abdomina tipo cólica, obstipação.
• Sinais: distensão abdominal, massas palpáveis.
• Exame retal: pesquisa massas.
• Rx abdominal simples: distensão colon, aspecto grão de café (volvulo).
• Complicações: perfuração.
• OBS: Se cair na prova “Idoso queixando dor abdominal em cólica, e
obstipação, apresentando raio X com distensão de colon em aspecto de
grão de café” qual o provável diagnostico?
o Oclusão de cólon.
Relembrando importâncias
• Abdômen agudo: tenho de varias origens sendo a principal apendicite.
• Apendicite: Dor em região periumbilical que migra para a fossa ilíaca direita e apresenta sinais característicos
como Blumberg.
• Colelitiase: Murphy postivo.
• Colangite: Triade de charcot e pentade de Reynolds.
• Oclusao intestinal e sua diferenciação com a apendicite.
• Radiografia de oclusao de colon.
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O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
Principais sintomas do aparelho respiratório
Dor lombar
o O parênquima renal é insensível, não ocasionando dor. Contudo, a distensão da cápsula renal dá
origem a tal dor, que é percebida na região lombar e no flanco, por ser comum a inervação com esta
parte do tronco.
o A ocorrência de nítido aumento da dor à movimentação,
obrigando o paciente a manter-se imóvel, indica inflamação
perinefrética.
o É uma dor insuportável, o paciente não consegue ficar em
casa, ele chega apontando na coluna lombar o que está
doendo.
o Contudo, nem sempre a dor lombar será originada nos rins,
ela pode muito bem ter origem da musculatura lombar
(lombalgia), devendo assim ser avaliado sempre a história e
clínica do paciente.
Sempre deve ser feito o diagnóstico diferencial
entre a dor Renal e a dor de lombalgia.
Perturbações da micção
o Disúria/estrangúria
Micção associada à sensação de dor, queimor ou
desconforto.
Presente principalmente em pacientes com prostatismo.
o Polaciúria
Aumento da frequência miccional, sem que haja aumento concomitante do volume
urinário, caracteriza por identificar irritação vesical.
Essa queixa é muito comum em mulheres, devido a grande frequência de infecções urinarias
presentes nesse sexo.
As vezes pode não haver nada com problemas do Trato urinário, pode ser algo comprimindo
a bexiga como um mioma.
o Tenesmo vesical
Vontade constante de urinar, mesmo após esvaziamento da bexiga.
o Hesitação
Ocorre quando há um intervalo maior para que apareça o jato urinário. Indica geralmente
obstrução do trato de saída da bexiga. Para conseguir urinar, o paciente faz um esforço
maior que em condições normais.
o Noctúria
Necessidade de se levantar de noite para esvaziar a bexiga, interrompendo
constantemente o sono.
o Retenção urinária
É a incapacidade de esvaziar a bexiga, apesar de os rins estarem produzindo urina
normalmente e o indivíduo apresentar desejo de esvaziá-la.
o Incontinência
É a eliminação involuntária de urina, sendo normal em crianças até 1 ano e meio de idade,
ocorrendo também na bexiga neurogênica, nas cistites e aos esforços quando há alteração
dos mecanismos de contenção da urina (lesões tocoginecológicas, principalmente em
mulheres multíparas).
o Piúria
Presença de pús na urina.
Alterações do volume urinário
o Poliúria
Corresponde a um volume urinário superior a 2.500 ml dia.
1
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
Na insuficiência renal crônica, quando o comprometimento renal ainda é moderado,
também ocorre poliúria, seja por diurese osmótica (em razão de uremia) ou por
incapacidade de concentração urinária, quando as lesões comprometem a medula renal,
como ocorre na pielonefrite crônica.
o Oligúria
Caracteriza-se por excreção de um volume de urina inferior às necessidades de excreção de
solutos.
< 400 ml/dia ou menos de 20 mf/h.
o Anúria
Anúria ocorre na obstrução bilateral das artérias renais ou dos ureteres, na necrose cortical
bilateral e insuficiência renal aguda (IRA) grave.
Caracteriza estado grave no paciente em UTI.
Volume abaixo de 50 ml.
Importante para todo paciente que encontra em sepse, a falência renal é geralmente o
primeiro sinal de falência orgânica na sepse.
Alterações da cor da urina
o Hematúria
Pode ser macroscópica, e o paciente relata que tem sangue na urina.
Pode ser microscópica, em que confere a urina a parece “cor de coca-cola” quando o pH é
ácido.
Na urina alcalina, a hemoglobina conserva sua cor vermelha viva por mais tempo.
Hematúria microscópica somente é detectada microscopicamente e por meio de
tiras reagentes.
Hemoglobinúria é a ocorrência de
hemoglobina livre na urina, condição que
acompanha as crises de hemólise
intravascular.
Mioglobinúria decorre da destruição
muscular maciça por traumatismos e
queimaduras, e após exercícios intensos e
demorados como maratonas e nas crises convulsivas.
Porfirinúria é consequência da eliminação de porfirinas ou de seus precursores, os quais
produzem coloração vermelho-vinhosa da urina.
o Urina turva
formando depósito esbranquiçado e quase sempre com odor desagradável, está associada à
infecção urinária, seja cistite, pielonefrite, abscesso renal, perirrenal, uretral ou prostático.
o Urina espumosa
Decorre da eliminação aumentada de proteínas na urina, presente em glomerulonefrites,
nefropatia diabética, nefrites intersticiais.
A hiperfosfatúria também pode determinar essa alteração. Entretanto, mais comumente, é
causada por urina muito concentrada associada a um fluxo rápido do jato urinário.
2
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
Refere-se principalmente a diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário, porém,
ocorre também distúrbios no controle do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da LRA, em pacientes hospitalizados, são:
o idade avançada, presença de doença renal crônica, sepse e cirurgias cardíacas, entre outros.
Dentre as causas, destacam-se os distúrbios que levam à redução da perfusão renal, à utilização de
substâncias nefrotóxicas ou à participação associada destes e de outros fatores que lesam os rins.
A insuficiência renal pode levar o paciente a diversos quadros além do acumulo de volume, como distúrbios
hidroeletrolíticos e intoxicações por acumulo de metabolitos.
Classificação da IRA
o Pré-renal
Este quadro ocorre devido à redução do fluxo plasmático renal e do ritmo de filtração
glomerular.
Não há defeito no rim, este quadro é rapidamente revertido quando resolvida a
perfusão do órgão.
Principais causas: hipotensão renal (hipotensão arterial), hipovolemia (hemorragias,
diarreias e queimaduras), sepse (aumento do catabolismo proteico).
A diminuição da função renal em razão de LRA Pré-renal ocorre em 2 situações:
o Quando há redução generalizada do volume sanguíneo circulante (traumas,
sangramentos, queimaduras, grandes cirurgias, desidratação).
o Isquemia renal seletiva, como ocorre na insuficiência cardíaca e hepática.
Ocorre uma desidratação intravascular devido ao extravasamento
do plasma para o espaço periplasmático, o paciente estará com
ascite, e edema, porém estará desidratado.
Achados importantes são os que indiquem estado hipovolêmico/desidratado no paciente,
achados de insuficiência cardíaca, e hipotensão.
Lembrar: O rim está saudável, mas de modo geral há algum problema na pressão arterial
(choque hipovolêmico, exemplo).
Ureia e creatinina normal não quer dizer função renal normal, deve sempre ser
calculada a taxa de função glomerular.
o Renal
Incluem-se todas as manifestações de lesões
recentes ao parênquima renal (glomérulo,
túbulo, interstício ou vasos).
A LRA renal mais frequente é a necrose
tubular aguda (NTA) responsável por 70%
dos casos, seguida de 10 a 20% de nefrites
intersticiais agudas e de 1 a 10% de causas
vasculares.
A NTA, ocorre por uma hipoperfusão
renal, porém, este estado não é
reversível como no pré-renal.
Outras causas: nefrites túbulo-
intersticiais (drogas nefrotóxicas,
infecções), pielonefrites,
glomerulonefrites e necrose cortical
(hemorragias ginecológicas e
peçonhas).
De modo geral, tomar cuidado com
medicamentos, principalmente
antibióticos, infecções presentes no
3
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
paciente e hemorragias ginecológicas e venenos como de animais peçonhentos.
Situações especiais comuns:
Sepse, nefrotoxicidade, glomerulopatias, embolia vascular, hipersensibilidade (IgA
que se deposita no rim) e síndrome Hepato renal.
o Pós Renal
Secundárias a obstrução intra ou extra-renal por cálculos, traumas, coágulos (principalmente
nas doenças de coagulopatias), tumores (que fazem efeito de massa) e fibrose
retroperitoneal.
A obstrução de colo vesical é a causa mais comum, em geral decorrente de doenças
prostáticas, bexiga neurogênica ou tratamento com anticolinérgicos. Causas menos comuns
do trato urinário inferior incluem estenose do meato uretral, coágulos, cálculos e uretrite
com espasmo.
Inicialmente, a obstrução aguda produz vasodilatação arteriolar com aumento da taxa de
FG, em seguida, são produzidas substâncias vaso constritoras que reduzem a taxa de FG.
Para que uma obstrução resulte em LRA, é necessária a ocorrência de obstrução com
repercussão renal bilateral, ou unilateral com rim único.
Se a obstrução permanecer por mais de 2 a 4 semanas, pode ocorrer fibrose intersticial,
atrofia tubular progressiva e nefropatia obstrutiva crônica.
A LRA pós-renal costuma apresentar-se com anúria, dor suprapúbica ou em flanco; nictúria,
polaciúria e hesitação urinária na obstrução prostática.
Quadro clínico da insuficiência renal aguda
o No geral:
As manifestações clínicas da LRA (lesão renal aguda) são as da afecção que causou a lesão
renal, de natureza isquêmica ou nefrotóxica, acrescida dos sinais e sintomas decorrentes da
falência aguda da função renal.
Os sintomas agravam-se enquanto a azotemia progride, surgindo náuseas, vômitos,
apatia, tremores, fasciculações musculares, confusão mental, que pode evoluir para
o estado de coma.
Azotemia é uma alteração bioquímica caracterizada pela presença de altas
concentrações de produtos nitrogenados, como ureia, creatinina, ácido úrico e
proteínas, no sangue, soro ou plasma, e que podem interferir na taxa de filtração
glomerular.
O diagnóstico diferencial entre LRA e doença renal crônica é de muita relevância; daí a
necessidade de uma procura cuidadosa por indícios de doença renal crônica.
Além disso, a história clínica do paciente é fundamental. Assim, a presença de
anemia, na ausência de hemólise ativa, evidência de neuropatia ou distúrbio mineral
ósseo são sugestivos de doença renal crônica.
rins pequenos ao exame radiológico ou ultrassonográfico do abdome indicam
afecção renal de longa duração, com retração dos rins.
o História clínica
É importante estabelecer a causa subjacente (diminuição do volume extracelular, uso de
drogas, uso de contrastes radiológicos e sepse e história familiar).
É necessário buscar os fatores de risco (idade (idosos já naturalmente possuem certo grau
de disfunção renal), disfunção renal prévia, comorbidades) e a gravidade de IRA.
Manifestações clínicas específicas são incomuns.
As vezes ele não vem com o quadro bonitinho de insuficiência renal para você, pode
vir com sintomas atípicos ou mesmo sem sintomas e somente quando ele falar para
você que não está urinando é que você irá perceber o quadro de IRA.
Mas febre, mal estar, “rash” cutâneo e sintomas musculares ou articulares podem
estar associados a nefrites intersticiais, vasculites ou glomerulonefrites.
4
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
Dor lombar ou supra-púbica, dificuldade de micção, cólica nefrética e hematúria
podem sugerir IRA pós-renal.
o Exame físico
Os sinais e sintomas da IRA dependem da causa e do grau de comprometimento da função
renal, sendo frequentemente inespecíficos e mascarados pela doença de base.
Deve ser sempre avaliado o quanto de volume entra no paciente (Soro) e o quanto está
saindo (sonda vesical), para saber o grau de comprometimento da função renal.
Podem haver sintomas como hipertensão, edema, anemia...
O volume extra pode se manifestar também por sintomas respiratórios de pulmão
encharcado como expectoração. 3655
o Manifestações sistemáticas
Digestiva – inapetência, náuseas, vômitos incoercíveis (podendo haver até laceração do
estomago), sangramento digestivo.
Cardiorrespiratório – dispneia, edema, HÁ, insuficiência, cardíaca, edema agudo de pulmão,
arritmias, pericardite e pleurite
Neurológico (decorrente da uremia) – sonolência, tremores, agitação, torpor convulsão,
coma
Hematológico – sangramentos, anemias, distúrbios plaquetários
Imunológico – depressão imunológicas, tendência a infecções
Nutricional – catabolismo aumentado, perda de massa muscular.
Cutâneo – prurido
OBS: Todas essas manifestações sistêmicas acabam por muitas vezes mascarando a doença
e levando o médico a pensar em outros diagnósticos.
o Diagnóstico laboratorial
Sangue
Elevações de escórias
nitrogenadas (ureia,
creatinina e ácido úrico).
Acidose metabólica
presente.
Hipo ou hipernatremia
Hiperpotassemia – risco de
arritmia.
o Potássio deve ser
corrigido com
urgência.
Hiper ou hipocalemia
Hiperfosfatemia
Anemia normocítica e normocrômica.
Urina de rotina (Importante para a prova)
Clearance estimado de creatina para o estabelecimento do nível renal da função
renal.
Pode-se utilizar duas fórmulas para a estimativa do TFG:
o Cockcroft
e Gault
(mais
usada)
o Clearence
de Cr
(ml/min)
5
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
= (140-idade) x Peso/(72 x Cr)
Sexo feminino = clearence x 0,85
Idade em anos, peso em quilos e Cr plasmática em mg/dL.
O normal da função renal é de 80 a 120 ml de urina, abaixo de 15-20 indica diálise.
Laboratorial
Deve-se utilizar o clearence estimado de creatinina para o estabelecimento do nível
renal da função renal.
Urina:
o avaliação de osmolalidade, sódio, creatinina, ureia e sedimento urinário,
presença de cilindros.
Exames de imagem
Ultra-sonografia com doppler (tamanho, forma,
ecogenicidade, simetria, número de rins,
obstrução/estenose vascular e uropatia
obstrutiva).
Exames contrastados devem ser evitados
o Inclusive os exames de ressonância
magnética nuclear devido ao risco de
fibrose nefrogenica sistêmica.
Biópsia renal
Indicada apenas em casos selecionados.
Estes incluem a causa desconhecida para o quadro, evolução atípica e ou
prolongada.
Apenas depois que você já investigou bastante então será indicada a biópsia renal.
Doença renal crônica
Introdução
o É o quadro mais comum.
o É um conjunto de alterações clínicas e laboratoriais causadas por agressão persistente e irreversível
ao rim.
o Ela decorre de diversas condições clínicas, sendo hipertensão e diabetes as principais causas de
doença renal terminal.
o É uma doença com repercussões globais, que pode ser identificada em sua fase inicial com exames
de baixo custo e, assim, possibilidade a prevenção de sua evolução.
Definição:
o (1) lesão do parênquima renal, com ou sem diminuição da filtração glomerular (FG), evidenciada por
anormalidades histopatológicas ou por marcadores de lesão renal, incluindo anormalidades na
composição do sangue ou da urina, alterações nos exames de imagem;
o (2) FG menor que 60 mL/min com ou sem lesão renal, por um período igual ou superior a 3 meses.
Causas de DRC
o Alguns pacientes apresentam
suscetibilidade aumentada para
DRC e são considerados grupos
de risco
o Fatores de risco:
Hipertensos, diabéticos,
idosos, paciente com
doença cardiovascular
(DVC), familiares de
pacientes portadores de
DRC tem prevalência
aumentada de HAS, DM, proteinuria e doença renal.
6
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
Pacientes em uso de medicações nefrotóxicas.
Classificação da DRC
o Preconiza-se o estadiamento da DRC com base em marcadores de lesão renal; na prática, a
proteinúria (albuminúria) persistente e a taxa de FG, estimada por equações matemáticas, utilizando
a creatinina sérica (Crs) e variáveis demográficas, tais como idade, sexo, raça e peso corporal
o O estágio 1 e 2 existe frente a diminuição da TFG a proteinuria.
Nas fases iniciais da DRC, estágios 1 e 2, os pacientes são assintomáticos e ureia e creatinina
são normais.
o A partir do estágio 3 já há a presença de diminuição de TFG significante e avançada.
No estágio 3 (3A e 3B), os pacientes
costumam ser assintomáticos, mas já é
possível observar elevação de ureia e
creatinina, aparecimento de anemia e
alterações do cálcio, fósforo e
paratormônio, além de hipertensão
arterial.
o No estágio 4, os sinais e sintomas são mais
evidentes com anemia, acidose metabólica,
hipocalcemia, hiperfosfatemia e
hiperpotassemia.
o Na fase final, estágio 5 (FG < 15 ml/min), os
pacientes estão sintomáticos, com sinais e
sintomas evidentes de síndrome urêmica.
o Valor de TFG menores que 15 indicam necessidade de diálise.
Quadro clínico
o A ausência de sintomas nos pacientes que se encontram nos estágios iniciais da DRC exige que
médicos mantenham sempre um nível adequado de suspeição, especialmente naqueles pacientes
com fatores de risco para DRC.
o Alterações funcionais, principalmente na TFG, são um importante componente no diagnóstico.
o A síndrome urêmica é a manifestação clínica de falência renal grave e resulta na retenção de
substâncias tóxicas (toxinas urêmicas) que afetam o funcionamento das células, envolvendo os
sistemas cardiovascular, gastrintestinal, hematopoiético, imune, nervoso e endócrino .
O desenvolvimento de doença renal terminal, resulta numa constelação de sinais e sintomas
conhecida como UREMIA que decorrem do acúmulo de toxinas urêmicas.
o Entretanto, diferentes sinais e sintomas podem ser observados com falência renal avançada,
incluindo hipervolemia, hipercalemia, acidose metabólica, hipertensão, anemia (normocítica e
normocrômica) e doença mineral óssea.
o A progressão rápida da doença renal é definida com declínio sustentado na TFG> 5ml/min/1,73
m2/ano.
o Sinais:
Aparência debilitada de portador de doença crônica; pele
amarelada (palidez urocrômica), hiperpigmentação em áreas
expostas, xerodermia, equimoses, escoriações e edema.
Unhas de Lindsay.
A neve urêmica, uma das mais raras apresentações descritas
na uremia, apresenta-se como um depósito branco na
superfície cutânea, secundário à deposição de cristais de ureia
excretada pelo suor, podendo ocorrer também em fases
avançadas.
Hálito com odor de urina (urêmico).
7
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
Presença de cardiomegalia, atrito pericárdico. Sonolência ou estupor, podendo o paciente
entrar em estado de coma. Asterix, mioclonia e neuropatia periférica; os reflexos tendinosos
profundos podem estar diminuídos.
Laboratório: O sódio sérico tende a estar baixo, enquanto os níveis de potássio se elevam.
Observam-se hipocalcemia, hiperfosfatemia e elevação do paratormônio. O nível de
bicarbonato costuma estar diminuído e o pH, baixo, denotando acidose metabólica,
importante característica da DRC.
Manifestações sistêmicas
o Neurológico – letargia, sonolência, tremores, irritabilidade, soluço câimbra, fraqueza muscular e
déficit cognitivo.
o Gastrointestinais – anorexia, náusea, vomito, gastrite, hemorragia, diarreia, hálito urêmico.
o Cardiovascular ou pulmonar – hipertensão resistente ao tratamento, dispneia, tosse, arritmia e
edema.
o Metabólico e endocrinológico – perda de peso, acidose metabólica, hiperuricemia, hipercalemia,
galactorreia, diminuição de libido e impotência.
o Hematológico - anemia e sangramentos
o Urinário - Noctúria e oligúria e Anúria.
Medidas preventivas
o Diminuir o sal (menor que 2g/dia);
o Abandono do tabagismo;
o IMC alvo entre 20-25 Kg/m2;
o Dieta com restrição proteica;
o Vacinações;
o Prevenir ou tratar rapidamente distúrbios hemodinâmicos evitando desidratação (diarreia, vomito,
uso excessivo de laxantes ou diuréticos) ou episódios de hipotensão arterial.;
o Controle pressórico com valores menores que 140/90.;
o Controle glicêmico nos diabéticos, com valores de hemoglobina glicada em torno de 7%.;
o Evitar medicamentos nefrotóxicos (como AINE, aminoglicosídeos, lítio) ajustar dose quando
necessário (benzodiazepínicos, colchicina, digoxina, fenofibrato, metformina, e glibenclamida).
Tratamento dialítico ou hemodialítico.
Síndrome nefrítica
o Decorre de processo inflamatório do capilar glomerular.
o Do ponto de vista clínico, caracteriza-se por disfunção renal de início abrupto, por graus variáveis de
hematúria, cilindros hemáticos, edema, hipertensão arterial, oligúria e proteinúria subnefrótica.
o Paciente chega falando no consultório que está “inchado” ou que está engordando, na verdade esse
peso que ele está ganhando é água que está acumulando no corpo.
o Do ponto de vista evolutivo e de gravidade das lesões, a síndrome nefrítica pode ser classificada como
glomerulonefrite aguda, glomerulonefrite rapidamente progressiva e glomerulonefrite crônica.
o Glomerulonefrite
o Termo usado para lesão glomerular,
abrangendo um grupo de doenças que
geralmente, mas não necessariamente, se
caracterizam por alterações inflamatórias
nos capilares glomerulares e na membrana
basal glomerular.
o As alterações inflamatórias são, em geral,
mediadas imunologicamente.
Uma grande causadora da
glomerulonefrite é a pós-
estreptocóccica por mecanismo
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O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
autoimune. O Paciente tem uma infecção de garganta, não trata direito e então acaba por
haver lesão renal com a produção de anticorpos que lesão o glomérulo renal.
o Causas:
o Glomerulonefrite membranosa
o Doença de lesão mínima.
o Glomeruloesclerose segmentar e focal.
o Nefropatia por imunoglobulina A.
o Formadas de GN rapidamente progressiva.
o Nefrite do lúpus eritematoso sistêmico como as formas mais comuns.
o Danos glomerulares em outras doenças sistêmicas como diabetes, Amiloidose, mieloma, uma
variedade de infecções (Streptococcus, beta-hemolitico A. Infecções respiratórias, gastrointestinais e
hepatite B).
o Principais sinais e sintomas (importante para diferenciar da S. nefrótica
o Presença de fatores de risco.
Infecção prévia, doença autoimune...
o Hematúria.
Pode ser macro e microscópica.
o Edema. (anasarca) Tríade da síndrome nefrítica
o Hipertensão arterial.
o Outros: Oligúria, anorexia, náuseas e mal-estar.
o Diagnóstico:
o Anamnese (edema, urina escura, cefaleia) e exame físico, a presença de manifestações extrarrenais
que possam indicar uma etiologia específica (p. ex rash malar e artrite no lúpus eritematoso).
o Caso a síndrome nefrítica seja a única
condição do paciente, o médico deve
perguntar a ele sobre faringite ou
piodermite prévias recentes.
o Laboratório
Urina 1
Hemácias dismórficas,
presença de cilindros
hemáticos (indica a lesão
renal), granulosos, hialinos
e leucocitários,
osmolaridade elevada e
proteinúria positiva
(raramente maciça).
Proteinúria não é maciça, a proteinuria maciça é característica de síndrome
nefrótica.
o Nunca a proteinuria pode ser maior que 3,5 gramas, isso já é característico
da síndrome nefrótica.
Função renal
Níveis séricos de ureia e creatinina podem estar elevados, hiponatremia, acidose
metabólica e hipercalemia.
Hemograma: anemia e plaquetopenia.
Biópsia renal.
A biopsia renal pode ajudar na caracterização do tipo de glomerulonefrite. A
gravidade da evolução pode correlacionar-se com os danos estruturais, e, na
glomerulonefrite rapidamente progressiva, mais de 50% dos glomérulos apresentam
crescentes.
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O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
o Resumindo: Geralmente o quadro é agudo, que se caracteriza por aumento da pressão arterial, hematúria e
Edema generalizado. Tem várias causas entre as principais as autoimunes, sempre deve-se suspeitar do
paciente com infecções de vias aéreas e pele prévias. Diagnóstico feito baseado no exame de urina do
paciente, mostrando hemácias dismórficas, alteração dos medidores de função renal, hemograma e biópsia
renal.
o Tratamento
o Repouso.
o Medidas dietéticas (pouco sal, poucas proteínas, restrição hídrica)
o Diuréticos.
o Antibióticos.
o Corticoides.
o Diálise/hemodiálise.
Síndrome nefrótica
Introdução
o A síndrome nefrótica consiste na associação das seguintes manifestações:
Proteinúria (superior a 3,5 g/24 h).
Hipoalbuminemia (albumina sérica inferior a 3,5 g/de).
Edema.
o Pode acompanhar-se de hiperlipidemia, além de estado de hipercoagulabilidade (sendo trombose
venosa a manifestação mais comum).
o O que a diferencia da nefrítica é o quadro clínico e a apresentação da proteinúria maciça (>
3,5g/24h).
Proteinuria maciça é
definida como uma
excreção urinaria
acima de 3,5 gramas
de proteína por 1,73
m2 de superfície
corporal em 24 horas
ou acima de 50mg/kg
de peso em 24 horas.
Habitualmente,
quando a proteinúria
é superior a 3,5 g/24
h, a excreção urinária
de albumina
ultrapassa a
capacidade do fígado
de sintetizar essa
proteína, ocasionando hipoalbuminemia.
o Caracterizada pela presença de proteinuria maciça, edema, hipoproteinemia e dislipidemia.
Hiperlipidemia, proteinuria maciça, lipiduria, hipoalbuminemia, edema.
o A hipercolesterolemia observada em pacientes nefróticos decorre do aumento da síntese hepática
de lipoproteínas e diminuição do seu catabolismo em resposta à diminuição da pressão oncótica.
o A diminuição dos níveis plasmáticos de proteínas ocasiona também redução das substâncias
transportadas ligadas à albumina.
o A síndrome nefrótica acomete tanto adultos quanto crianças sendo causada por doenças
primariamente renais (síndrome nefrótica idiopática ou primária) ou por diversas outras doenças
(síndrome nefrótica secundária).
o A síndrome nefrotica primaria ou idiopática é a mais frequente tanto em adultos quanto em
crianças.
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O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
o Em adultos, apenas 20-25% dos casos são de síndrome nefrótica secundária (diabetes mellito,
lúpus eritematoso sistêmico, Amiloidose, infecções bacterianas e virais, neoplasias e
medicamentos.
Diante de um paciente com síndrome nefrótica, é importante definir se ela decorre de
doença primária dos rins ou se é manifestação de alguma doença sistêmica.
Causas:
o Glomérulo esclerose segmentar e focal
o Glomerulonefrite membranosa idiopática
o Alterações glomerulares
o Glomerulonefrite membrano proliferativa.
o Hipersensibilidade por depósito de imunoglobulina A
Diagnóstico
o É feito por critérios clínicos, laboratoriais e por exame histopatológico de material de biópsia renal.
o O achado clínico mais característico é edema que se apresenta inicialmente de forma insidiosa
evoluindo posteriormente para
anasarca.
o Na avaliação inicial, a história e o exame
clínico bem elaborados permitem
levantar suspeitas de potenciais causas
secundárias, como diabetes, lúpus,
infecções virais ou bacterianas, uso de
medicamentos e neoplasias envolvidas.
o Laboratorial
Proteinuria nefrotica
Hipoproteinemia
Albumina sérica abaixo
de 3 g/dl.
Dislipidemia
Elevação dos níveis de colesterol total ou do colesterol de baixa densidade (LDL) ou
de triglicerídeos, presente na grande maioria dos pacientes nefróticos.
o Diagnóstico histopatológico (deve ser feita na síndrome nefrótica e na nefrítica)
A biópsia renal percutânea deve ser feita, pois o exame histopatológico define, além da
etiologia, o planejamento terapêutico e o prognóstico.
Tratamento
o Restrição de sal.
o Uso judicioso de diuréticos para tratamento do edema.
o Inibidores da enzima conversora da angiotensina para redução da
proteinuria.
o Estatinas para tratamento da dislipidemia.
o Anticoagulação no caso de fenômenos tromboembólicos.
o O tratamento da doença primária renal será definido a partir do
resultado da biópsia renal e fundamenta-se no emprego de
corticosteroide e outros medicamentos imunossupressores.
11
O Circo
RESUMO SÍNDROMES RENAIS
Assunto: Síndromes renais
O termo pielonefrite crônica é utilizado para caracterizar ataques recorrentes de infecção, geralmente
associados a decréscimos da função renal.
No sexo feminino, a pielonefrite é comum na primeira infância ou no início da fase de atividade sexual,
porque a uretra, sendo mais curta e sujeita a traumas, toma-se mais vulnerável a infecções.
o O germe mais frequentemente encontrado é a Escherichia coli, presente em 75% dos casos.
Em pacientes diabéticos, a infecção aguda pode ser suficientemente grave para causar necrose de papila
renal.
Quadro clínico
o Lombalgia, astenia, fraqueza e síndrome febril (febre muito alta), acompanhada de leucocitose (com
desvio a esquerda), piúria, bacteriúria, e em alguns casos, de bacteremia e hematúria.
o A pielonefrite caracteriza-se pelo aparecimento súbito de febre (39 a 40°C), calafrios, náuseas e
vômitos; prostração, taquicardia e hipotensão arterial podem ocorrer.
Diagnóstico é, geralmente, realizado pelo exame clínico e complementado pela avaliação laboratorial.
o A evolução clínica clássica é caracterizada pelo início abrupto de calafrios, febre alta e dor no flanco
ou no ângulo costo-vertebral, exacerbada pelo
punho-percussão lombar, acompanhada ou não
por disúria, polaciúria e urgência miccional.
o Laboratorial
O sedimento urinário pode revelar
leucocitúria, hematúria, proteinuria,
nitritos, além de cilindruria.
A urocultura revela crescimento de
colônias (acima de 105 colônias).
Hemograma apresenta leucocitose.
Aumento de PCR.
Os exames de imagem são sempre
recomendados: Us de rins e vias
urinarias, TC ou RNM, uretrocistofrafia miccional.
o Tratamento
Hospitalização se está mais grave.
Antibioticoterapia – avaliar a presença de resposta do medicamento.
As infecções do trato urinário baixo (cistite, uretrite, prostatite) caracterizam-se por disúria, polaciúria e
urgência.
o Cistite e pielonefrite aguda podem ocorrer conjuntamente. A infecção urinária pode ser recorrente
por recidiva ou reinfecção.
Por recidiva, entende-se recorrência de bacteriúria ocasionada pelo mesmo microrganismo, a despeito do
tratamento, nas 3 semanas após o tratamento. Reserva-se o termo reinfecção quando esta ocorre após a
cura aparente, mas com cepas diferentes.
12
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
Significado de azotemia: é uma alteração bioquímica caracterizada pela presença de altas concentrações de produtos
nitrogenados, como ureia, creatinina, ácido úrico e proteínas, no sangue, soro ou plasma, e que podem interferir na
taxa de filtração glomerular e, consequentemente, levar a danos progressivos e possivelmente definitivos aos rins.
Introdução
Existem alterações que acontecem agudamente (insuficiência renal aguda).
Existem alterações que acontecem cronicamente (insuficiência renal crônica).
Lesão Pré-renal
o É a elevação das “escórias nitrogenadas” causada pela redução do fluxo sanguíneo renal.
o Caracteriza-se clinicamente pela reversibilidade, uma vez restaurado o fluxo renal.
o As principais causas são:
Hipovolemia;
Estados de choque;
Insuficiência cardíaca;
Cirrose hepática com ascite.
o Quando a pressão arterial média (PAM) cai, as arteríolas aferentes
vasodilatam, reduzindo a resistência vascular do rim, evitando o
Hipofluxo renal.
o Em condições normais, o fluxo sanguíneo renal é preservado até
uma PA sistólica de 80 mmHg. Caso a pressão caia abaixo desse
limite, a autorregulação não será mais capaz de evitar o
Hipofluxo. Neste ponto, instala-se a lesão pré-renal.
A injuria pré-renal
geralmente se instala assim
que a pressão arterial média
cai abaixo de 80 mmhg,
porém, em alguns idosos,
hipertensos crônicos e
diabéticos de longa data, o
hipofluxo renal poderá se
instalar com uma PAM um
pouco acima deste valor,
devido à disfunção crônica da
arteríola aferente (menor
capacidade de vasodilatação.
o A redução do volume circulante
efetivo é a causa mais comum de
injúria pré-renal e, portanto, de
injuria renal aguda. Pode ser devido:
1
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
À hemorragia externa ou interna;
Diarreia;
Vômitos;
Fistulas digestivas;
Poliúria;
Sudorese intensa ou perda para o terceiro espaço.
o O estado de choque é acompanhado pela redução generalizada do fluxo orgânico. Um dos órgãos mais
afetados é o rim.
o Insuficiência cardíaca descompensada pode causar redução importante do fluxo renal, pelo baixo débito
cardíaco.
o Qualquer tipo de trombo ou coágulo também pode gerar uma estenose da artéria renal, diminuindo o
fluxo para o rim e também gerando lesão aguda do tipo pré-renal.
o O primeiro sinal clínico de uma IRA é demonstrado pela diminuição do volume urinário (Anúria – menos
de 100ml/24 horas).
o Se qualquer exame que seja específico para ver o parênquima renal não irá mostrar nada, o parênquima
renal está normal. Por outro lado, exames para verificar as excretas nitrogenadas mostraram uma grande
alteração. Entre as excretas nitrogenadas temos:
Ureia sérica – Produto da degradação dos aminoácidos em amônia, que são transformados no
fígado em ureia. A medição da ureia tem problemas, sendo subestimada uma vez que ela é
parcialmente reabsorvida. A produção de ureia não é homogênea durante o dia, e isso também
influencia no seu uso como exame, porém, o tempo que ela é mais alta no dia não é possível saber.
Não há um valor mínimo, mas os valores ideais são menor que 40.
De uma forma geral, os níveis de ureia se elevam acima dos valores de referência quando
a TFG está menor que 50 ml/min.
Creatinina sérica– A creatinina é o produto da degradação da proteína muscular chamada
creatina. Ela é usada como reserva energética muscular.
Qualquer meio que aumente a lesão muscular, como exercício extenuante, isquemia
muscular, trauma, são situações que podem levar ao aumento de creatina sérica.
Já em parâmetros fisiológicos, temos que homens (maior massa muscular) e jovens
possuem maiores níveis de creatina.
O valor de referência para creatinina é de 0,6 a 1,3.
EX: Um idoso, 70 anos de idade, hipertenso, que chega ao consultório com creatinina de
1,3 é normal? Provavelmente não, por isso a clínica é importante.
OBS: Usando a relação, valor plasmático de ureia/valor plasmático de creatinina , temos que ela
pode me dizer se a insuficiência renal que estou lidando é aguda ou crônica.
Se o resultado for menor que 40, estou diante de insuficiência renal crônica, se for maior
indica uma insuficiência renal aguda.
o Dependendo da volemia que está chegando no rim, e do tempo que se encontra em hipovolemia, começa
a ocorrer lesão no próprio rim, começando a lesar as células
tubulares distais e proximais, havendo alteração do parênquima
renal, nesse momento começa a ocorrer uma injuria renal aguda
“renal”.
2
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
o A injúria renal aguda por lesão renal intrínseca é uma entidade comum
entre os pacientes com patologias graves internados em CTI.
o O tipo mais comum de IRA intrínseca é a Necrose tubular aguda (NTA).
o Necrose tubular aguda:
A necrose tubular aguda isquêmica é uma causa frequente de
IRA oligúrica em pacientes internados.
O sistema tubular é mais sensível à lesão isquêmica ou
hipóxica do que o glomérulo, pois tem um gasto energético
maior e recebe menor vascularização.
Para levar à NTA, a isquemia renal deve ser grave ou
prolongada, mas se o paciente for nefropatas crônico ou
estiver tomando medicamentos nefrotóxicos, a NTA pode
ocorrer em graus menos severos de isquemia.
O paciente com isquemia renal evolui de imediato com azotemia pré-renal. Se esta não for
corrigida precocemente (exemplo: reposição de fluidos), a tendência será a evolução para NTA
isquêmica. Se isso acontecer, a azotemia e a oligúria não mais responderão à reposição
volêmica.
Por que a NTA cursa com IRA (queda da TFG – taxa de filtração glomerular)?
(1) feedback tubuloglomerular – a mácula densa recebe mais sódio e cloreto, pela menor
reabsorção no túbulo proximal, o que induz a vasoconstrição da arteríola aferente;
(2) Obstrução do sistema tubular por plugs epiteliais;
(3) vazamento de escórias nitrogenadas pela parede tubular desnuda, com retorno das
mesmas ao plasma.
A lesão do epitélio tubular prejudica a reabsorção, levando à formação de uma urina rica em sódio
e água (diluída).
o Se esse paciente for acompanhado com balanço hídrico bom, hidratação e todo os procedimentos feitos
corretamente, esse paciente pode ser recuperado, uma vez que as células tubulares são epiteliais e tem
grande capacidade de regeneração.
Deve ser tratada a causa de base imediatamente.
Injúria Pós-renal:
o Um conceito fundamental: a azotemia pós- -renal só irá se desenvolver nas obstruções com repercussão
renal bilateral, como ocorre na obstrução uretral, do colo vesical, ureteral bilateral ou ureteral em rim
único. Uma obstrução renal unilateral, mesmo que completa, geralmente não causa azotemia, pois o rim
contralateral (se for normofuncionante) é capaz de suprir a falta do outro.
o É uma disfunção renal causada por obstrução aguda do sistema uroexcretor.
Alguma coisa vai estar obstruindo ali o canal,
A hiperplasia prostática benigna é a causa mais comum de injúria pós-renal.
Eventualmente, a obstrução pode se agravar de maneira súbita (“retenção urinaria aguda”), por
edema da glândula, espasmo do colo vesical ou disfunção aguda do músculo detrusor, levando à
retenção urinária.
Para que ocorra presença de insuficiência renal aguda por causa de calculo renal deve ser bilateral,
por isso é mais difícil.
o Vale ressaltar que um “bexigoma” muito volumoso, ao ser
rapidamente esvaziado, pode levar à hematúria macroscópica,
pela rotura de pequenos vasos da parede vesical.
o Quando suspeitar de IRA pós-renal?
Naquele paciente idoso com história de prostatismo e que
repentinamente ficou anúrico (por obstrução completa da
uretra prostática).
o Insuficiência renal com Anúria pode ser encontrada
eventualmente na necrose cortical aguda e na glomerulonefrite
rapidamente progressiva, mas deve sempre nos fazer pensar em
obstrução do trato urinário.
o Mas nem toda azotemia pós-renal é anúrica.
3
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
Quando a obstrução é parcial ou funcional, a paciente urina, apresentando oligúria, débito
urinário normal ou até mesmo poliúria.
o O grande risco em um paciente com obstrução urinária é o surgimento de infecção.
Na presença de obstrução, a pielonefrite leva à perda
renal em poucos dias, tornando a desobstrução um
procedimento de emergência.
o Fisiopatologia da IRA pós-renal
Após um quadro de obstrução urinária aguda, a
pressão no interior dos túbulos renais aumenta de
maneira súbita. Curiosamente, a filtração glomerular
não se reduz nas primeiras horas e, muito pelo
contrário, aumenta.
Este fato deve-se à produção inicial excessiva de
prostaglandinas pelo parênquima renal. Tais
substâncias promovem vasodilatação da arteríola
aferente, o que aumenta de forma importante a
pressão hidrostática no tufo glomerular, aumentando,
por conseguinte, a filtração.
Chamamos esta fase de “hiperêmica”. Após as
primeiras horas do início da obstrução (12 a 24h),
observamos a síntese progressiva de substâncias
vasoconstrictoras, como angiotensina II e tromboxane
A2, que levam a uma diminuição da filtração
glomerular.
Se a obstrução (mesmo que parcial) for persistente, o
epitélio tubular, sob efeito da maior pressão luminal,
libera substâncias quimiotáxicas que atraem células
inflamatórias. O resultado a médio e longo prazo será
uma nefrite túbulo intersticial crônica (nefropatia
obstrutiva).
o Para tratamento de cálculo renal não há muito o que fazer,
deve-se tratar a dor e tentar expelir o cálculo. Se o cálculo for grande o suficiente a ponto de não passar
pelo ureter de jeito nenhum, pode tentar ser feita medidas para quebrar a pedra como ultrassom, para
que então ela possa sair.
Por último recurso temos o chamado “duplo J” – cateter de via urinária que é utilizado como um
escorregador para o cálculo sair.
o Hidronefrose - ocorre quando o volume urinário de retorno devido a obstrução começa a causar
compressão do parênquima renal e isquemia, causando perde de tecido renal.
4
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
o Em pacientes hipertensos há uma grande pressão sobre os vasos renais, eu tento parar isso lá na artéria
aferente para que a hipertensão não se reflita nas arteríolas renais. Essas arteríolas que estão no rim
podem passar por mecanismos adaptativos para tentar compensar essa pressão alta, gerando necrose
fibrinoide. Quando eu faço fibrina eu endureço mais ainda a parede para que ela fique mais resistente a
pressão alta.
o Se mesmo no estado de endurecimento não há compensação suficiente, começa a ocorrer lesão do
parênquima renal.
o No diabetes, o glomérulo fica com corpúsculos róseos visualizados quando é feita a biópsia do rim, é um
material que parece glico-proteico. Existe todo um processo relacionado ao diabetes com lesão da
microvasculatura pela deposição de glicose. Vai ocorrendo aumento desses corpúsculos em numero e
tamanho até o momento que ocorre inviabilização de todo o glomérulo.
A Nefropatia diabética é irreversível e na maior parte das vezes, o controle do diabetes desacelera
a progressão mas não para.
Há um aumento descompensado da creatinina em relação a ureia e aquela conta dita anteriormente
(ureia/creatinina) acaba tendo como resultado um valor menor que 40, indicando a presença de insuficiência
renal crônica.
O paciente, então, apresenta os
diversos sinais e sintomas que
compõem a Síndrome Urêmica
(Uremia), e a terapia de
substituição renal, representada
pelos métodos dialíticos e pelo
transplante renal, torna-se
imprescindível para a sua
sobrevivência.
Na atualidade, o estadiamento
da DRC tem sido feito conforme o
sistema proposto pela KDIGO,
revisado em 2013. (Imagem ao
lado)
Existem meios de prevenir ou retardar a instalação da doença renal
em fase terminar (DRFT)?
o Sim. O segredo está no diagnóstico e intervenção precoces.
o Uma albuminúria ≥ 30 mg/24h, quando persistente, sinaliza os
pacientes com maior risco de evoluir para DRC progressiva e
rins em fase terminal, independentemente da etiologia.
o Na realidade, quanto maior for o nível de proteinúria, mais
rápida será a queda anual na taxa de filtração glomerular.
À medida em que a perda de néfrons progride, os néfrons
remanescentes vão sendo “sobrecarregados”, isto é, eles tentam
excretar – além de sua carga básica de solutos – os solutos que os
néfrons perdidos excretariam, um processo conhecido como
hiperfiltração adaptativa.
o Entretanto, a própria hiperfiltração adaptativa acaba induzindo a
lesão glomerular.
O controle da hipertensão arterial é imprescindível para proteger os
néfrons remanescentes da sobrecarga pressórica e evitar a perda
adicional desses néfrons
A conduta que tem sido adotada na prática representa um ponto de
equilíbrio entre essas duas orientações:
o A PA deve obrigatoriamente ser mantida abaixo de 140 x 90
mmHg em todos os pacientes (uma vez que isso é importante
para reduzir o risco cardiovascular global) e, se possível (isto é,
desde que a intensificação do tratamento não acarrete muitos
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
efeitos colaterais), o ideal é mantê-la abaixo de 130 x 80 mmHg em nefropatas, particularmente nos
portadores de DRC proteinúrica.
o Outros fatores também são importantes como Abandono do tabagismo, controle glicêmico rigoroso (em
diabéticos) e tratamento da acidose metabólica com reposição de bases - todos contribuem para uma
desaceleração na progressão da nefropatia.
Um gráfico de perda de função renal X creatinina é representado por uma hipérbole, fazendo com que pequenas
alterações na creatinina já identificam uma grande alteração do quadro.
A perda de proteína é um grande preditor também da IRA crônica.
o A albuminúria ocorre quando há insuficiência na reabsorção nos túbulos renais, e ocorre excreção de
proteína, e o paciente passa a ter albuminúria.
o Uma albuminúria de 50 – 300 é chamado de microalbuminúria.
Isso em paciente diabética já pode ter certeza que algum grau de IR crônica ele já tem ou irá ter.
Síndromes Urinárias
Síndrome Nefrítica:
Caracterizada por inflamação nos
glomérulos.
O paciente nefrítico geralmente
apresenta:
o Oligúria/edema.
Edema discreto,
geralmente não chega
em anasarca, e ele é móvel (a criança/adulto acorda com os olhos inchados.
o Hematúria e/ou cilindros hemáticos.
Hematúria macro ou microscópica.
o Proteinúria.
Ela é branda a moderada, não
chega a grave, grave já é
síndrome nefrótica.
o Hipertensão.
A síndrome nefrítica aguda pode ocorrer nas
doenças multissistêmicas como o LES e a
poliangite microscópica
Geralmente, é característica da
glomerulonefrite proliferativa aguda sendo um
componente importante da glomerulonefrite
crescente.
o Na criança há um tipo de
glomerulonefrite membranosa que
causa a síndrome nefróitica que
acontece logo após infecção por
streptoccocus B hemolítico do grupo A.
A gente chama essa condição de glomerulonefrite pós-streptoccocica.
Síndrome Nefrótica
Certas doenças glomerulares quase sempre produzem síndrome nefrótica.
Na criança, especificamente, a principal causa se evidencia com as chamadas lesões mínimas.
o A nefropatia por lesão mínima é uma doença na qual há lesão das paredes dos capilares glomerulares,
que é efetivamente o local do glomérulo onde ocorre a filtração do sangue. A lesão dos capilares
glomerulares faz com que substâncias que deveriam permanecer no sangue acabem “escapulindo” para
a urina, como se fosse um filtro cheio de buracos.
o Os podócitos fazem projeções que são atacadas pelo processo autoimune que elimina essas projeções,
fazendo com que haja “furos” na filtração.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Patologias renais
o A biópsia renal de um paciente com lesões mínimas é normal, para poder visualizar a perda dos podócitos
deve ser por microscopia eletrônica.
No adulto, a principal causa, tanto da síndrome nefrótica quanto da nefrítica é a glomérulonefrite membranosa.
As manifestações da síndrome nefrótica incluem:
o Proteinúria massiva, com perda diária de 3,5 g ou mais de proteína (menos em crianças).
o Hipoalbuminemia, com níveis plasmáticos de albumina menores que 3 g/dL (professora falou 3,5)
o Edema generalizado
Frequentemente se apresenta com anasarca podendo gerar sintomas respiratórios.
o Hiperlipidemia (dislipidemia)
o Lipidúria
O evento inicial é o desarranjo nas paredes capilares glomerulares resultando em permeabilidade aumentada
para proteínas plasmáticas.
A permeabilidade aumentada resultante
permite que proteínas escapem do plasma
para o espaço urinário.
Segue-se então uma proteinúria massiva.
A proteinúria pesada diminui os níveis de albumina sérica, resultando em hipoalbuminemia.
O edema generalizado é, por sua vez, a consequência da
diminuição da pressão osmótica do coloide sanguíneo com
subsequente acúmulo de fluidos nos tecidos intersticiais.
Também há uma retenção de sódio e água, oq eu agrava o
edema.
A maior proporção de proteína perdida na urina é da
albumina.
Os lipídios aparecem na urina tanto como gordura livre
como corpos de gordura ovais, representando as
lipoproteínas reabsorvidas pelas células epiteliais
tubulares e descamadas juntamente com as células
degeneradas.
As causas sistêmicas mais frequentes da síndrome
nefrótica:
o Diabetes;
o Amiloidose;
o LES.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Exames do Aparelho Urinário
Introdução
Diante das patologias que alteram a função renal, temos alguns exames que podem nos auxiliar a identificar
essas patologias.
Para síndrome nefrítica eu posso pensar em realizar um EAS (Urina 1).
A hematúria nem sempre é macroscópica, e nem sempre aquela aparência vermelha na urina pode ser
sangue. A cor dela dependendo se é mais escura como coca cola ou mais clara, pode nos indicar outras
patologias como uma rabdomiólise que libera um excesso de mioglobina na urina causando uma
Mioglobinúria.
o Até mesmo pigmentos provenientes da bilirrubina podem causar uma colúria na urina.
o Para definir efetivamente a hematúria deve ser feito um EAS.
Ureia sérica
A ureia é formada no fígado a partir da molécula de amônia (NH3 ), esta última produzida pelo metabolismo
proteico endógeno e pelas bactérias da microbiota intestinal.
Enquanto a amônia é extremamente tóxica para o
organismo, sendo uma das substâncias causadoras da
encefalopatia hepática (maiores detalhes no bloco de
hepatologia), a toxicidade da ureia é menos
importante...
o Basicamente o corpo transforma algo muito
tóxico em algo menos tóxico.
Como a ureia é eliminada quase que exclusivamente
pelo rim e é de fácil dosagem, podemos utilizar seus
níveis séricos para uma estimativa grosseira da função
excretória renal.
De uma forma geral, os níveis de ureia se elevam acima
dos valores de referência quando a TFG está menor que
50 ml/min.
O valor normal da ureia é 20-40 mg/dl.
Albumina sérica/urinária
Albumina sérica é frequentemente definida como um indicador de estado nutricional. No entanto,
hipoalbuminemia pode refletir reação de fase aguda mediada por citocinas durante um evento inflamatório.
Tanto desnutrição, como hipoalbuminemia são achados relevantes na doença de Crohn e da doença da
síndrome nefrótica, uma vez que esse
paciente se encontra em estado de
grande perda proteica.
A albumina sérica deve se encontrar
em torno de 3,5-4,7 g/dL, valores
abaixo disso indicam a presença de
hipoalbuminúria.
A albumina urinária indica a presença
de albumina na urina, no volume
urinário de 24 horas, Em adultos são
considerados normais valores abaixo
de 30mg (praticamente nada na urina,
uma vez que o normal é o rim reabsorver toda as proteínas e aminoácidos, não deixar passar nada.
o A presença de albuminúria em valores entre 30 e 300mg definem microalbuminúria.
4
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Exames do Aparelho Urinário
Lipídios urinários
É um exame que não é acessível a todos, podemos pedir um EAS para fazer a pesquisa de lipídios.
Nos ajuda a identificar a presença da Lipidúria.
Creatinina urinária/sérica
É uma substância atóxica produzida pelo tecido muscular, derivada da creatina, molécula armazenadora de
energia no miócito.
Os níveis normais de creatinina dependem da massa muscular e da ingesta de carne, o que provavelmente
justifica suas variações étnicas, etárias, de gênero e geográficas
o Em um indivíduo musculoso, uma creatinina de 1,2 mg/dl pode ser normal, enquanto em um
desnutrido magro esse valor já pode indicar injúria renal grave...
Eu posso tanto medir os níveis de creatinina sérica (sangue), como os dá urina (urinária).
O valor de referência para a urinária é de 150 mg.
O valor de referência para a sérica é de Homens < 1,5 mg/dl e Mulheres < 1,3 mg/dl.
A creatinina sérica é inversamente proporcional à TFG. Se a TFG diminui para a metade, a creatinina sérica
tem que aumentar o dobro. Neste caso, se, por exemplo, o nível de creatinina basal for de 0,6 mg/dl
(paciente magro), o aumento será para 1,2 mg/dl, ainda dentro dos valores de referência. Portanto, os
estágios iniciais da disfunção renal podem não ser detectados pela dosagem de creatinina sérica.
Baseando-se na creatinina urinária, podemos realizar um cálculo chamado de clearence de creatinina.
Clearence de creatinina:
o A creatinina, por sua vez, não é reabsorvida – tudo o que é filtrado no glomérulo é excretado na
urina e, portanto, depurado do plasma.
Nos mostra basicamente a chamada taxa de filtração glomerular do rim do paciente.
o Podemos dizer que o clearance de creatinina (ClCr) é uma razoável estimativa da TFG, apesar de
superestimá-la um pouco (costuma ser 10-15% maior que a TFG real). O valor normal do clearance
de creatinina é de 91-130 ml/min.
o Fórmula utilizando-se a urina de 24 horas. (não precisa decorar)
O paciente deve coletar toda a urina durante 24h e levá-la ao laboratório
Determina-se a concentração urinária de creatinina (Cr urinária) ) e o volume urinário em
24h (V, em ml). Sabendo- -se a concentração
de creatinina sérica (Cr) , calcula-se o
clearance de creatinina (ClCr) pela fórmula a
seguir: (imagem ao lado)
O clearance de creatinina é o exame mais
utilizado para diagnosticar o estágio inicial da
injúria renal, particularmente quando a
creatinina sérica ainda não se elevou acima dos valores de referência (não há azotemia).
o Existem basicamente duas fórmulas que podem ser usadas sem a urina de 24 horas.
A fórmula de Cockcroft-Gault (não precisa decorar)
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Exames do Aparelho Urinário
A fórmula do estudo MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) (não precisa decorar)
Dimorfismo eritrocitário
Consiste numa alteração morfológica das hemácias presentes na urina, que permite avaliar a origem da
hematúria. O exame é pedido pelo médico quando o paciente relata escurecimento da urina, e em alguns
casos, dor e/ou ardência ao urinar, entre outros sintomas.
o A presença dessas células é indício de hematúria glomerular, ou seja, lesão da membrana do
glomérulo, unidade filtrante dos rins. Caso contrário, a hematúria é não glomerular, sendo,
portanto, proveniente de outras regiões do trato urinário.
Auxilia no diagnóstico das glomerulonefrites.
Lembrar que as glomerulonefrites possuem muitas causas desde
autoimune, infecciosas e inflamatórias.
Normalmente elas começam com uma glomerulonefrite
membranosa.
Ao atingir as células mensangiais (que são protetoras e produzem
endotelinas que são responsáveis pela contração das arteríolas
eferentes e aferentes), elas começam a se proliferar rapidamente,
para preencher o glomérulo e impedir que a inflamação atinja o
glomérulo por fora. A partir desse momento a glomerulonefrite de
membranosa para a ser mebrano-proliferativa.
A glomerulonefrite crescentica ou Glomerulonefrite rapidamente
progressiva (GNRP) é uma doença renal caracterizada pelo declínio
de mais de 50% da filtração glomerular em menos de 3 meses (até 6 meses) Gera uma insuficiência renal
aguda irreversível e potencialmente fatal.
o Na biópsia, há padrão de "lua crescente" nos glomérulos (visível em até 75% dos casos).
Diante das glomerulonefrites há lesão do capilar glomerular havendo extravasamento de hemácias, mas
como as hemácias não saem fácil do vaso, elas são lesadas e tem sua forma alterada para entrar no filtrado e
ir para a urina, diante disso há a presença do DISMORFISMO ERITROCITÁRIO.
Ele pode ser as vezes colocado como sendo parte do EAS, mas ele não é, deve ser pedido a parte.
o “Pedir – Dismorfismo eritrocitário”
o O resultado dele é presente ou ausente.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Exames do Aparelho Urinário
o Há diversos tipos de marcadores homogêneos e heterogêneos que me ajudam a verificar a presença
de diversas alterações durante a biópsia renal.
Em nefropatias por IgA, eu posso medir o IgA...
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Diabetes
Introdução
O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente,
decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos.
A hiperglicemia persistente está associada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumento de
morbidade, redução da qualidade de vida e elevação da taxa de mortalidade.
A classificação do DM tem sido baseada em sua etiologia.
1
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Diabetes
Diabetes mellitus tipo 1
É uma doença autoimune, poligênica, decorrente de destruição das células beta pancreáticas,
ocasionando deficiência completa na produção de insulina.
Subdivide-se em DM tipo 1A e DM tipo 1B, a depender da presença ou da ausência
laboratorial de autoanticorpos circulantes, respectivamente.
OBS: Não tem relação conhecida com hereditariedade, então quando esses pacientes
descobrem que tem diabetes, já estão em um quadro relativamente avançado.
DM tipo 1A:
o Forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos.
o Quanto maior o número de autoanticorpos presentes e mais elevados seus títulos, maior a chance de o
indivíduo desenvolver a doença.
o Clinicamente:
O início é, em geral, abrupto, podendo ser a cetoacidose
diabética a primeira manifestação da doença em um terço dos
casos.
o É bem mais frequente na infância e na adolescência.
o No adulto:
Podem desenvolver uma forma lentamente progressiva da
doença, denominada latent autoimune diabetes in adults
(LADA).
Normalmente na quarta/quinta década do adulto.
DM tipo 1B:
o Ou idiopático.
o É atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são detectáveis na circulação.
OBS 1:
Existem quadros de diabetes que acontecem por causa de pancreatite aguda ou crônica.
OBS 2:
O único lugar que tem lipase é no pâncreas.
OBS 3:
Estado hiperosmolar - Coma hiperosmolar hiperglicêmico é uma complicação da diabetes mellitus, na qual o
elevado nível de açúcar no sangue causa desidratação acentuada, o aumento da osmolaridade e risco elevado de
complicações, coma e morte. É diagnosticada através de análises sanguíneas. Valor referência: 600 mg/dl.
Paciente diabético com estado hiperosmolar é indicação para internação na UTI e monitorização.
Hospitalização: 300 mg/dl.
OBS 4:
Tratamento: fatalmente precisa de insulina (falando do diabetes tipo 1)
OBS: Tratamento: com antihiperglicemiantes e hipoglicemiantes orais (em relação a diabetes tipo 2).
3
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Diabetes
Fatores de risco:
Um estudo importante para diagnóstico e acompanhamento do DMG mostrou e comprovou que existe um
progressivo e contínuo aumento do risco de complicações materno-fetais conforme se elevam os níveis de
glicemia materna, tanto em jejum quanto na pós-sobrecarga, mesmo dentro de níveis até então considerados
normais.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Diabetes
A confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos exames alterados, idealmente o mesmo exame alterado
em segunda amostra de sangue, na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia.
Pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia (poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento), devem ser
submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum, não havendo necessidade de confirmação
por meio de segunda dosagem caso se verifique glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL.
OBS: As categorias de pré-diabetes, além de conferirem risco aumentado para desenvolvimento de DM, também
estão associadas a maior risco de doença cardiovascular e complicações crônicas.
Critérios diagnósticos para diabetes mellitus:
o Pode ser realizado por meio de glicemia de jejum;
o Glicemia 2 horas após teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e;
o Hemoglobina glicada (HbA1c).
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Diabetes
Metas glicêmicas para indivíduos com diabetes mellitus
A HbA1c é considerada o exame padrão-ouro para avaliar o controle metabólico do indivíduo com DM1.
o A determinação da HbA1c possibilita estimar quão elevadas as glicemias estiveram nos últimos 3 a 4
meses.
o Tal estimativa torna-se possível pelo fato de a glicose sanguínea ligar-se de maneira irreversível à
hemoglobina durante o período de vida da hemácia, que tem essa duração.
Para adultos, as recomendações de HbA1c variam de 6,5 a 7,0%.
o < 7,0% em adultos.
o Idoso: 7,5 a 8,5% (segundo a professora).
Glicemia de jejum ou pré-prandial (segundo a professora):
o Adulto: < 110 mg/dl.
o Idosos: < 130 mg/dl.
Pós-prandial (segundo a professora):
o Adulto: < 160 mg/dl.
o Idoso: < 180 mg/dl.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores bioquímicos hepáticos
Funções do fígado
• Metabolismo dos substratos energéticos e síntese de
colesterol.
• Produção de bile.
• Armazenamento de ferro e cobre.
• Ativação da vitamina D.
• Glicogênio.
• Antitóxica (remoção de drogas e hormônios).
• Armazenamento de vitaminas.
• Produção de elementos da coagulação.
• Sintetiza proteínas.
• Metabolismo da amônia e bilirrubinas.
Marcadores bioquímicos
• Alanina aminotransferase (ALT ou TGP) Dano hepatocelular
• Aspartato aminotransferase (AST ou TGO)
o São enzimas que realizam a translocação do grupamento amino.
• Albumina
• Proteínas totais Avaliação de síntese hepática
• OBS: A análise conjunta dos exames hepáticos pode ainda sugerir que o problema não está no fígado. Por
exemplo, elevação de fosfatase alcalina que não é acompanhada de aumento dos níveis séricos de Gama GT
podem sugerir uma afecção óssea ou uma alteração fisiológica da gravidez, que será explicada
posteriormente.
Fase aguda
• Eu tenho que as proteínas hepáticas em fase aguda
da doença hepática eu tenho diminuição da
quantidade de albumina produzida.
• E aumento das outras enzimas hepáticas.
• Contudo, a transferrina se mantém no mesmo nível.
Fase crônica
• Há uma diminuição generalizada das sínteses das
proteínas.
• No caso das imunoglobulinas como nos falamos de
sistema de defesa, elas começam a aumentar.
• A cronificação da doença tende a diminuição das
sínteses proteicas.
• A diminuição indica uma cronificação da doença.
Fatores de coagulação
• A vitamina K é um dos elementos importantes na via
extrínseca da coagulação.
• Transformando protombina em trombina.
• O exame de tempo de protombina mede o tempo que a
tromboplastina leva para chegar a trombina.
o Esse exame é muito pedido para cirurgias, uma vez que
em toda cirurgia será feita a incisão, como irei cortar
uma pessoa se eu não sei se ela consegue coagular o
sangue?
o Com esse exame você avalia a função de coagulação
pela via extrínseca onde o fígado possui grande
responsabilidade.
• Quando o tempo de protombina está alargado quero dizer que
alguma coisa está acontecendo, como por exemplo uma
hepatopatia.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores bioquímicos hepáticos
Hipoalbuminemia
• A albumina é a proteína plasmática mais abundante de nosso plasma e sua síntese é exclusivamente hepática.
Logo, um fígado que não funciona bem não vai ser capaz de sintetizar albumina de modo satisfatório e seus
níveis séricos vão cair.
• Quando você pede a albumina e ela se encontra diminuída pode-se haver dois motivos que não problema no
fígado:
• Falta de matéria prima – Desnutrição
o O exame hepático do menino lá da áfrica está diminuído, você fala que ele tem problema no fígado?
Claro que não, é por que ele não tem aminoácido (matéria prima) suficiente para produzir.
• Grande perda de proteína – Síndrome nefrótica
o Essa síndrome é caracterizada por proteinuria, se uma pessoa tem isso, ela apresentará
hipoalbuminemia, mas a causa é hepática? Obviamente não.
• Você precisa descartar essa duas hipóteses para pensar que a hipoalbuminemia possa vir a ser causada por
uma falha na produção hepática.
4
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores bioquímicos hepáticos
o AST são até 31U/L em mulheres e 37U/L
em homens, enquanto que os de ALT são
31U/L para mulheres e 41U/L para
homens. Mas esses valores podem variar
de acordo com o laboratório onde o
exame foi feito.
• Quanto maior o aumento gradual das
transaminases, mais grave é o nível da lesão
hepática, assim como mostra o quadro anterior.
• Ex: Quando tenho gordura no fígado
(esteatohepatite não alcoólica) eu tenho aumentos mais discretos, já quando tenho isquemia, os aumentos já
são muitos acentuados.
o Nas hepatites agudas também costumam cursar com aumento das transaminases.
• Ex 2: Cirrose o tecido tá morto, não tem como produzir as enzimas, por isso pode estar normal ou no máximo
2 vezes aumentados, bem como nas hepatopatias crônicas que a incidência é lenta.
o isso porque, na doença crônica a lesão hepatocelular é insidiosa e gradual, diferentemente dos
quadros agudos, nos quais a lesão é intensa.
• Não decorar qual doença que eleva tanto de transaminases, basta lembrar: Quanto mais aguda e mais
agressiva é a lesão hepática maior será a elevação das aminotransferase.
• Paciente com TGO aumentada e TGP baixa o que é?
o Provavelmente está ocorrendo algo grave em algum tecido, mas não quer dizer que é no fígado, o
marcador mais específico para fígado é o TGP.
• Paciente com TGO baixa e TGP baixa o que é?
o Você pode estar tendo uma cirrose ou esteatose alcoólica do paciente, não é por que o exame não
deu aumentado que você vai falar para o paciente que pode beber a vontade que não tem nada no
fígado.
• OBS: Existe 3 condições que possuem um padrão de elevação de AST/ALT peculiar. Na hepatite alcoólica,
cirrose e hepática e doença de Wilson a AST sobe mais que ALT.
o São as únicas condições em que AST se eleva mais que ALT
Fosfatase alcalina
• Presente em:
o Caniculares biliares
o Ossos
o Placenta
o Intestino
o Rins
• Marcador hepático não específico, até em
doenças de osso ela está aumentada.
• Porém ela é um grande marcador para vias biliares uma vez que sua presença lá é muito acentuada.
• Quando tem FA aumentada maior que 4x eu já penso em colestase (obstrução da via biliar).
o Tanto a FA quanto a GGT estão marcadamente elevadas quando o paciente tem colestase intra ou
extra-hepática.
• Menor que 4x já penso em lesão predominantemente hepatocelular.
o Elevações inferiores a 4 vezes o valor de referência geralmente são resultado de uma doença
hepatocelular (na qual o que vai chamar mais atenção é a elevação de transaminases!) ou de outra
condição.
• OBS: A FA pode ainda estar fisiologicamente aumentada nas gestantes por conta da produção placentária ou
em crianças em virtude da elevada atividade osteoblástica. Pode também estar presente em indivíduos que
têm doenças ósseas.
Bilirrubina
• A bile é produzida
no fígado através da
degradação da
biliverdina originada
do grupo heme das
hemoglobinas
degradas no baço.
• Essa biliverdina
forma a bilirrubina
pré-hepática que
será processada no
fígado formando a
bilirrubina
processada.
• A bilirrubina não
conjugada (indireta)
e a conjugada (direta) e total podem ser pedidas nos exames laboratoriais, e o que elas me indicam?
• O aumento da bilirrubina indireta acontece por aumento da produção (hemólise), comprometimento do
transporte plasmático até o fígado (lembre-se que a bilirrubina indireta não é hidrossolúvel) por deficiência
de albumina, comprometimento na captação pela membrana do hepatócito ou incapacidade de conjugação.
o A bilirrubina não conjugada, está antes de chegar no fígado, se ela está aumentada a lesão
provavelmente não é no fígado, pode ser, mas provavelmente não é.
• Ás custas de bilirrubina direta, o problema está na excreção da bile. Algo está obstruindo essa passagem. Pode
ser que seja uma obstrução intra-hepática, por conta de hepatite ou cirrose, por exemplo, ou extra-hepática
como uma coledocolitíase, neoplasia de vias biliares ou periampular
o A bilirrubina conjugada aumentada, o problema provavelmente pode ser hepático ou mesmo pós-
hepático, mas não pré-hepático.
• A bilirrubina conjugada aumentada, o problema provavelmente pode ser hepático ou mesmo pós-hepático,
mas não pré-hepático.
• Se eu tenho aumento das transaminases (TGO e TGP) porém a fosfatase alcalina e a GGT não estão alteradas,
o que pode ser?
6
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores bioquímicos hepáticos
o Problema hepático, biliar ou não biliar? Provavelmente não biliar pois não há alteração das FA e da
GGT.
• OBS: Para que apareça a icterícia (manifestação clínica da Hiperbilirrubinemia) você já sabe que a bilirrubina
total está maior que 4mg/dL.
Revisão
• As aminotransferases elevam-se nos casos de lesão hepatocelular e esse elevação é mais exuberante quanto
mais agudo e agressivo for o dano.
• A fosfatase alcalina está marcadamente elevada (acima de 4 vezes do valor de referência) nos quadros de
colestase intra ou extra-hepática e, para que possamos atribuir essa elevação a uma afecção hepatobiliar
laboratorialmente, o GGT também deve estar elevado.
• A dosagem de albumina sérica e o tempo de protrombina são exames que avaliam a função hepática mas
podem estar alterados em outras condições. Hipoalbuminemia pode também ser causada por desnutrição e
proteinúria, e TP alargado por deficiência de vitamina K, uso de anticoagulantes ou grande consumo de
fatores de coagulação como sangramentos e CIVD.
7
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Gasometria
Introdução
A gasometria arterial mede o pH e os níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue de uma artéria.
Esse exame é utilizado para verificar se os seus pulmões são capazes de mover o oxigênio dos alvéolos para o
sangue e remover o dióxido de carbono do sangue.
O exame é realizado por meio de punção de ramo arterial, em geral da artéria radial, por um enfermeiro, com
coleta subsequente de uma amostra de sangue.
Os valores da gasometria arterial por si só não fornecem informações suficientes para diagnosticar uma doença.
Eles não podem dizer se os níveis baixos são causados por problemas pulmonares ou cardíacos, mas por outro
lado é ela que determina se um paciente tem ou não necessidade de suplementação de oxigênio.
PH
Avaliação do pH serve para determinar se está presente uma
acidose ou uma alcalose.
Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de
compensação.
O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico.
HCO3 (bicarbonato)
As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por
distúrbios metabólicos.
Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica.
Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica.
Termos e valores
Hipoventilação → Hipercapnia (PaCO2 > 45mmHg) → Acidose respiratória.
Alcalose Respiratória (Diminuição da PaCO2).
o Quando a ventilação alveolar está aumentada, a PaCO2 alveolar diminui, consequentemente, haverá
diminuição da PCO2 arterial menor que 35mmHg,
caracterizando uma alcalose respiratória (diminuição
de H+, aumento do pH).
Hiperventilação → Hipocapnia (PaCO2 < 35mmHg) → Alcalose
respiratória
Acidose Metabólica (Diminuição de HCO3-)
o O distúrbio ácido-básico que mais frequentemente se
observa na prática clínica é a acidose metabólica. A
administração de HCO3- por via venosa está indicada
quando o pH < 7.25, na maioria dos casos.
o ↓ HCO3- (< 22 mEq/L) e ↓ pH (< 7,35)
Alcalose Metabólica (Aumento de HCO3-)
o A alcalose metabólica verifica-se quando o corpo perde
muito ácido. Pode desenvolver-se quando a excessiva
perda de sódio ou de potássio afeta a capacidade renal para controlar o equilíbrio ácido-básico do sangue.
o ↑ HCO3- (> 28 mEq/L) e ↑ pH (> 7,45).
1
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Gasometria
Para entender o estado do paciente:
(1) Analisar se está em acidose ou em alcalose.
(2) Escreva se é respiratória (modificação na PCO2) ou se é metabólica (modificação nos níveis de HCO3).
(3) Checar o valor do PH:
o Dentro dos valores = distúrbio completamente compensado.
o Se o sistema contrário está alterado e tentando compensar = parcialmente compensado.
o Se o valor do sistema contrário está normal, então ainda não há tentativa de compensação =
descompensado.
2
O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Gasometria
Mais exemplos:
OBS: Acidose respiratória: TEP e SARA podem ser uma causa possível.
PH: 7,29.
Po2: 90.
Pco2: 55.
Hco3: 35.
3
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RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
Síndrome coronariana aguda (SCA)
• Conjunto de sinais e sintomas relacionados à obstrução de uma artéria coronária que pode ser causado por um
infarto agudo do miocárdio ou por uma angina instável.
• É sempre uma emergência médica.
• Qual a principal queixa de infarto? Dor no peito.
• 1º Exemplo: Paciente
jovem, hígida, eutrófica,
não é fumante, não está
passando por nenhum
problema familiar, não está
menstruando, não está
grávida e está infartando.
Na maioria das vezes, ao
bater o olho nesse paciente
novo com esse perfil, deve-
se fazer pesquisa de
doença neurovegetativa.
Angustia e ansiedade
causam dor no peito.
• 2º Exemplo: Quando
alguém chega com dor
retroesternal e começa em
aperto, primeiro, o médico
deve fazer uma anamnese,
perguntando: Como é essa
dor? É em aperto? Paciente responde: não, é uma queimação no estômago e sobe para minha garganta. Então
você levanta e coloca o dedo no peito do paciente e aperta. Pergunta então: está doendo? Paciente responde:
sim, aqui no coração, e sobe a dor para o dorso. Você fuma? (médico) Fumo, já faz um tempo. Tem alguma
doença? (médico) eu tomo captopril uma vez ao dia há uns 10 anos. Você tem diabetes? (médico) Não sei, minha
mãe tinha. Alguém teve infarto na sua família? (médico) Meu pai morreu capinando, mas não sei se foi do
coração.
o É uma pessoa com alto risco de infarto, digamos que tenha 50 anos, com características de dor precordial
com irradiação, com fatores de risco tabagismo e sedentarismo.
• A síndrome coronariana aguda é uma dor por isquemia que se mostra de 2 formas no eletrocardiograma:
o Uma forma é que você vai ver uma elevação no segmento ST e
o Uma outra, você não vai ver uma elevação no segmento ST.
o Um terceiro fator é com a queda, um desnivelamento do fator ST.
• 3º Exemplo: Médico pede eletro de um paciente de 50 anos e vem tudo elevado nesse eletro, maior do que 2 mm
ou maior que 1 mm em vários segmentos (em várias derivações consecutivas). Pronto, esse paciente infartou.
Agora é fazer o tratamento de infarto.
• 4º Exemplo: Em outro caso, há um eletro com nada de errado, não tem supra de ST, o eletro está normal, mas o
paciente tem um quadro clínico de infarto. Mando o paciente para casa? CUIDADO, pois pode-se ter um infarto
SEM supra de ST. É uma angina instável ou infarto sem supra? O que é angina? Dor no peito.
• DÚVIDA:
o O que é angina estável? A estável é aquela que passa com repouso ou medicamento. Muitas pessoas
sentem a angina estável diariamente e sabem que se sentarem para descansar ela melhora.
o O que é angina instável? A instável não melhora com repousa e nem nitrato, que é o isordil (vasodilatador
coronariano).
• Se eu der um nitrato para a pessoa (isordil) e depois de uns 10 minutos a dor sumir, então o vaso estava ocluído.
• 5º Exemplo: Chega um paciente com uma angina instável ou IAM sem supra. Qual é o próximo passo? Se eu tenho
segmento ST com supradesnivelamento e tenho uma clínica, sei que está infartando; mas se tem toda clínica e
não tem supradesnivelamento, NÃO manda para casa. O que eu posso fazer? Marcadores de necrose do
miocárdio. Agora peço exame que vai me falar se está morrendo tecido ou não do coração, pois se não chega
oxigênio, o tecido começa a morrer e a cada hora que passa morre mais. Portanto, quanto mais rápido você
conseguir agilizar o tratamento, melhor para o paciente, menos células serão perdidas no coração.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
CK-MB
• É uma enzima que liga a creatina ao fosfato.
o No músculo tem ATP. Ao quebrar o ATP forma ADP + fosfato inorgânico + energia. Quando acaba o ATP
da sua célula, você tem uma reserva chamada
fosfocreatina que quando é quebrada forma
creatina + fosfato + energia. Essa energia da
fosfocreatina pega o fosfato inorgânico e o ADP
e forma um novo ATP. CK-MB é a enzima que
faz a ligação.
• O que é exame com alta sensibilidade? Que vai aparecer. E especificidade? Que vai aparecer para aquilo.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
o Exemplo: Se a CK total está aumentada, ela é sensível a quê? Uma lesão muscular. Especifica? Não. A
fração CPK-MB é especifica para o coração. A fração CPK-BB é especifica para o cérebro e a fração CPK-
MM para o músculo esquelético, porém, não é 100%.
• Se por acaso um paciente de 50 anos ter pericardite e pede-se exame de CK-MB, vai aparecer? Vai. Se for uma
miocardite vai aparecer também? Vai, porque está inflamado.
• Importante:
• Eleva-se na embolia pulmonar.
• Eleva-se no sangue entre 3 e 6 horas após o início dos sintomas.
o Assim entende-se que se eu pedir uma CK-MB 1 hora após o início da dor, de nada adiantará.
• Pico de elevação entre 16 e 24 horas, normalizando-se entre 48 e 72 horas.
• Essa normalização costuma ser um dos critérios para alta do paciente da unidade de terapia intensiva.
• A CK-MB apresenta sensibilidade diagnóstica (capacidade de identificar o infarto do miocárdio) de 50% em três
horas após o inicio dos sintomas, e de mais 90% cerca de 6 horas após.
• A CK-MB depois de 12 horas é quase igual a troponina.
• A CK-MB apresenta como principal limitação elevar-se após dano em outros tecidos não cardíacos (falso-
positivos), especialmente lesão músculo liso e esquelético.
• É usada para dar alta em pacientes de UTI para enfermaria.
• Exemplo: Paciente vem ao pronto socorro de carro, quietinha, não caiu, sem mexer nada e subentende por isso
que não “lesionou nem alterou nenhum músculo”, 7 horas após o inicio dos sintomas faz o exame e CK-MB veio
baixa, significa, portanto, que não é infarto (“até que se prove ao contrário não é infarto”).
• Nos casos com CK-MB elevada e troponina normal, ambas dentro de sua janela, deve-se basear a decisão clínica
no resultado da troponina.
PROVA: Paciente chegou infartado. A CK-MB no 1º dia estava alta, no 4º dia estava baixa e no 6º dia estava lá em
cima. O que aconteceu? REINFARTOU.
Mioglobina
• Aporte de oxigênio que fica no músculo.
• Proteína é liberada rapidamente entre 1 e 2 horas.
• Pico de elevação entre 6 e 9 horas.
• Normalização entre 12 e 24 horas.
• Embora pouco especifica pelo seu elevado valor preditivo negativo (o qual varia de 83% a 98%).
• Sua principal vantagem parecer ser a detecção do IAM nas primeiras horas de evolução.
Entretanto, um valor alterado não determina o diagnóstico de IAM, necessitando de confirmação
com outros marcadores.
• A sua elevação NÃO confirma o diagnóstico de infarto do miocárdio. Porém, a mioglobina baixa ajuda achar que
NÃO é infarto.
• OBS: Cateterismo (angiografia) é 100% o diagnóstico de infarto do miocárdio.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
Troponina
• É o marcador mais sensível e especifico para a detecção de necrose miocárdica, constituindo-se na primeira
escolha para diagnóstico definitivo de necrose miocárdica.
• Acredita-se que a troponina tem duas principais vantagens sobre a CK-MB:
o Maior especificidade para lesão miocárdica.
o Habilidade em detectar pequenas lesões miocárdicas, não detectáveis pela CK-MB.
• É parte do filamento mais fino da miofibrila.
• Eleva-se após 4 a 12 horas do início dos sintomas.
• Pico entre 36-72 horas.
• Deve ser dosada na admissão e após 9-12 horas do
início dos sintomas.
• Para diagnóstico de IAM, uma medida acima do
valor normal é suficiente.
• Na presença de portadores de doenças que
diminuem a especificidade da enzima CPK-MB, elas
são indispensáveis.
• As vezes é necessário avaliar variação da troponina
para distinguir elevação basal daquela por necrose
miocardia aguda (exemplo: doença renal crônica).
Circulação
Sensibilidade
OBS: Em plantões que não dá para fazer exames das enzimas, você fica respaldado com a observação. Quando só tem
o eletro e ele vem sem nada, repete-se o eletro mais duas vezes e deixa o paciente ali em observação algumas horas.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
TEP (trombo Embolismo pulmonar)
• É o bloqueio da artéria pulmonar ou de um
de seus ramos.
• Pessoa acamada tende a ter
tromboembolismo muito fácil, por isso
prescrevem heparina.
• Dímero D:
• O D-dímero é um produto de
degradação da fibrina que é positivo (>
500 ng/mL) no método de ELISA em
virtualmente todos os pacientes com
TEP, mas encontrado também em
outras circunstâncias clínicas, como
câncer, trauma, pós-operatório,
gestação e infecções sistêmicas.
• O dímero D é um excludente, se der negativo ele serve apenas para dizer que não é TEP. Se vier positivo, vou
abrir caminho para pesquisar uma possível TEP.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
OBS: Uma pessoa com falta de ar: ou ela está em Marte ou tem problema no coração ou tem problema pulmonar.
Exames complementares
• Raio X:
o Corcava de Hampton:
▪ Achado patognomônico de embolia.
o 88% dos Raio X tem alteração na TEP.
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RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
• Eletrocardiograma
o S1Q3T3 (S profundo na derivação I, Q proeminente e onda T invertida na III), apesar de descrito como
típico de TEP, apresenta baixa especificidade.
• Cintilografia V/Q
o Se for negativa, pela sua alta especificidade, este exame exclui o diagnóstico mesmo em pacientes com
alta probabilidade clínica. Se o resultado for positivo e associado a Doppler positivo de membros
inferiores, o diagnóstico de TEP é feito e o tratamento indicado.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Marcadores de necrose do miocárdio
• TEP agudo em paciente do sexo feminino, 49 anos. Imagem de TC em multidetector evidencia falhas de
enchimento na artéria pulmonar direita, artéria interlobar direita e artéria interlobar esquerda com extensão
para a artéria lingular (setas).
• Arteriografia pulmonar
o Padrão ouro para diagnóstico de TEP.
OBS: Síndrome coronariana aguda e TEP são muito comuns nos plantões de emergência.
Questão: Das 2 clínicas (SCA + TEP), qual o principal exame para diagnóstico?
Resposta: Exame clínico (“A clínica é soberana”).
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
Introdução à Menopausa
O que é?
o Menopausa é um evento fisiológico e normal da vida mulher que ocorre por volta dos 50 anos de idade e
é caracterizada pela suspensão definitiva da menstruação.
o A partir deste momento, os ovários param de produzir os hormônios do ciclo menstrual, estrogênio e
progesterona, época da vida denominada de climatério.
o A menopausa vai do meio da quinta ou até no meio da sexta década, dependendo de pessoa para pessoa.
O que é climatério?
o O climatério compreende uma fase de
transição caracterizada por
flutuações hormonais que podem
levar a irregularidades menstruais até
chegar à amenorréia.
Clinicamente, os sinais e sintomas
associados a essas mudanças
podem se manifestar na
dependência de diversos fatores,
desde os níveis hormonais basais
individuais, à resposta dos
receptores, até a forma como a
mulher vivencia estas mudanças
É definida como o período de 1 ano sem a
menstruação, é o período que procede
esse período de 1 ano, antes disso, eu
tenho toda uma fase de desarranjo menstrual na mulher, com uma queda progressiva desses hormônios e esse
período é chamado de climatério.
o A instalação da menopausa, já definida anteriormente como período de 12 meses sem menstruações, é
um fato previsível e esperado, no climatério, tanto quanto é o início dos ciclos menstruais na puberdade.
Portanto, a série de eventos endócrinos acontece de forma natural, com sua gama de sintomas e sinais
semelhante à menarca, sendo também necessária como nesta, uma fase de adaptação
Muitas vezes, essa queda hormonal começa lá pelo final da década dos 30 anos, a fertilidade dessa mulher começa
a diminuir, a probabilidade de engravidar começa a diminuir, mas ela continua tendo ciclos regulares até o
momento entre 45 e 55 anos, que ela para de menstruar francamente.
Enquanto não tiver esse desarranjo menstrual, eu não tenho climatérico.
Sintomas da menopausa
o Parte das mulheres que passam por esse período do climatério relata algum dos seguintes situações:
ondas de calor e sudorese noturna, alteração no padrão do sono, secura vaginal, diminuição da libido e
sintomas depressivos (choro fácil, tristeza, desinteresse em fazer determinadas coisas).
Quais os tratamentos para a paciente?
o O tratamento medicamentoso depende muito dos sintomas que a paciente relata, porém ele pode ser
realizado com auxílio de reposição hormonal, antidepressivos, fitoterápicos e cremes vaginais, tanto
hormonais quanto lubrificantes, que diminuem o ressecamento local.
Terapia de Reposição hormonal
o Terapia de reposição hormonal é um tratamento que consiste na utilização dos hormônios que param de
ser produzidos pelos ovários, estrogênio e progesterona.
o O estrogênio é o hormônio responsável pela melhora dos sintomas, mas pacientes que têm útero devem
utilizar também a progesterona para prevenção do câncer de endométrio. Pacientes que realizaram
histerectomia (retirada do útero) podem realizar a reposição hormonal somente com estrogênios.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
Porém, em algumas situações como uso de reposição hormonal, investigação de menopausa
precoce ou presença de sangramento vaginal, outros exames são solicitados para complementar
a avaliação como: LH, estradiol, prolactina, testosterona, cortisol, beta-hCG.
o A história clínica de pelo menos 12 meses sem menstruação é o critério diagnóstico mais preciso para
saber se a mulher está na menopausa. O período de transição entre os anos férteis e a entrada na
menopausa é chamado climatério. Nesse período, os ciclos menstruais são irregulares e algumas mulheres
podem apresentar alguns sintomas como ondas de calor, diminuição na lubrificação vaginal, distúrbios do
sono, alterações no humor e dor nas articulações.
Palavras do docente (será que eu confio?)
o Uma diminuição importante de todos os hormônios sexuais que são classicamente o estrógeno e a
progesterona.
o FSH e LH em momento nenhum entra nos protocolos (Entra sim), então tomar cuidado, não possuem
muita utilidade (possuem sim).
o O que acontece, pelo menos inicialmente, nesses pacientes é uma insuficiência ovariana.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
Estudo sobre terapia de reposição relatado em sala de aula
AVISO: serve para nada, dá uma lida apenas para entender um pouco das vantagens e desvantagens e das
comparações entre o uso e não uso da terapia hormonal.
No começo dos anos 2000, a China começou a fazer um trabalho com 26 mil mulheres e esse trabalho tinha 3
grupos:
o Controle - sem reposição hormonal – sem terapia hormonal;
o Grupo que fazia Terapia hormonal puramente estrogênica;
o Grupo que fazia Terapia de reposição hormonal combinada (estrogênio com progesterona).
Guidelines 2011 – valores obtidos nos pacientes com terapia de reposição hormonal combinada.
Menopausa e osteoporose
O hormônio feminino estrógeno é um grande protetor dos ossos. Por isso, até a menopausa, as mulheres
apresentam vantagem em relação aos homens no que se refere à parte cardiovascular, à pele e ao esqueleto.
Quando terminam as menstruações por volta dos 51 anos, há uma queda significativa no nível desse hormônio
e as mulheres perdem a proteção natural que tinham antes da menopausa seus ossos ficam como órfãos.
A célula responsável por sua reabsorção predomina sobre as células formadoras e o desgaste ósseo fica
mais acelerado.
o Desse modo, nessa faixa de idade, as mulheres requerem atenção médica especial, porque o risco de
fraturas aumenta consideravelmente: 50% delas poderão quebrar um osso ao longo da sua vida por
causa da osteoporose..
Terapia de reposição
Quais os prós e contras?
o Os principais prós relacionados à utilização de reposição hormonal são: melhora dos sintomas
climatéricos, principalmente as ondas de calor e o aumento da lubrificação vaginal, com consequente
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RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
melhora do desempenho sexual, prevenção de problemas relacionados à osteoporose, como fraturas e
diminuição do risco de câncer de colorretal.
A melhora do perfil de colesterol e diminuição do risco de infarto do miocárdio é ainda
controversa, porém acredita-se que a longo prazo, a terapia de reposição poderia aumentar o
risco.
o Os contras são: pequeno risco maior de desenvolver câncer de mama; aumento do risco de acidente
vascular cerebral, trombose venosa profunda e embolia pulmonar; possibilidade de retorno de sintomas
relacionados à endometriose, se a paciente apresentava estas doenças antes da menopausa.
Que tipo de paciente pode ser indicado à reposição e quem não pode?
o Pacientes saudáveis que apresentam sintomas relacionados ao climatério são candidatas à utilização de
reposição hormonal.
A recomendação atual indica a utilização por tempo curto (menos de cinco anos) para diminuir os
efeitos indesejados a longo prazo.
Se você pegar paciente para fazer terapia de reposição hormonal (principalmente a combinada),
isso precisa ser em menos de 5 anos.
o Reposição hormonal não é recomendada para pacientes com antecedente de câncer de mama, doença
coronariana, acidente vascular cerebral, sangramento genital sem causa definida, assim como pacientes
com alto risco de desenvolver qualquer condição citada acima.
Riscos da terapia de reposição hormonal (TRH) – A paciente tem um risco aumentado, ela vai precisar fazer “n”
coisas para checar o tempo se não está evoluindo para câncer e as mulheres que tiverem qualquer evento prévio
relacionada a neoplasia, hormônio dependente, mama, endométrio, ovário, o que quer que seja ou eventos
proliferativos quaisquer, por exemplo, hiperplasia de endométrio não tratado, são contraindicação para terapia
de reposição hormonal.
o Tem que tratar, garantir que esse endométrio está saudável para depois pensar em fazer terapia de
reposição hormonal.
o Isso deve ser investigado uma vez que se sabe que os hormônios femininos são grandes estimuladores
proliferativos, tudo que um bom câncer precisa é de estímulo para proliferar mais ainda. Por isso que um
dos melhores “remédios” para câncer de mama, ou de próstata é a supressão hormonal, tirar o hormônio
que estimula o crescimento das células.
o Por isso se a presença de neoplasia ou evidência de neoplasia, pregressa ou atual, a mulher não consegue
fazer terapia de reposição hormonal, pois se fizer pode piorar a situação atual ou iniciar um processo
neoplásico.
Então, hoje em dia, o que a gente faz?
o A gente faz principalmente uma terapia de reposição hormonal única com derivado de estrógeno que tem
um efeito principalmente protetor do osso para não evolução para osteoporose.
o Essas mulheres usam essa medicação e aí a gente tem que fazer acompanhamento da osteoporose pela
densitometria óssea.
o Local para exames de imagem para verificar osteoporose: fêmur e coluna. Densitometria óssea deve
ser feito anualmente.
Em termos de exames laboratoriais para o diagnóstico de climatério: não existe, eu posso acompanhar para ver
até onde isso vai, para ver como eu preciso fazer em termos de reposição, mas a menopausa é um diagnóstico
clínico.
1 ano sem menstruar é menopausa.
o Se ela estiver antes desse 1 ano, mas estiver fazendo uma sintomatologia muito grande, eu posso começar
essa terapia de reposição antes de fazer o diagnóstico franco de menopausa.
o Contudo, se eu fizer uma terapia de reposição hormonal combinada numa mulher pré-menopausa, ela vai
menstruar e vou ter dificuldades para conseguir fazer um franco diagnóstico de menopausa tal como é
pedido nos livros.
o O ideal para essas terapias de reposição sempre é menos de 5 anos, mas em determinadas situações,
pode-se prolongar em cima dessa mulher, como em mulher com osteopenia importante, evoluindo com
osteoporose com rapidez.
Na mulher, há deficiência primariamente ovariana, então eu começo baixando estrógeno e progesterona, o
estímulo central continua o mesmo, as vezes, ele inclusive aumenta para conseguir ter o mesmo efeito no meu
ovário.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
o Normalmente, eu peço só estrógeno e progesterona, se eu quiser pedir algum exame, pois o diagnóstico
de menopausa é clínico.
Geralmente, não realiza-se terapia de reposição hormonal combinada, a não ser que seja um caso muito
específico de uma paciente, uma vez que essa terapia aumenta muito o risco de doenças como câncer.
o Essa “paciente” seria aquela que há resistência na terapia mono hormonal, há presença de sintomas
agressivos de menopausa, a paciente é bem instruída e deve responder bem as orientações que se pedem
(como a de ter que fazer mamografia todo ano).
o Mas essa terapia tem muitos problemas, apesar de ela proteger bastante contra osteoporose, ela aumenta
muito os riscos de câncer de mama.
o O único efeito adverso que ela não causa é aumento das chances de neoplasia de colon.
o Nas mulheres com terapia hormonal combinada a triagem é com o eletrocardiograma anualmente se
ela não tiver nenhum fator de risco cardiovascular.
Existe uma tabela que mede os riscos dessas pacientes (CRITÉRIOS DE FRAMINGHAM), eu meço o
IMC, triglicerídeos e se faz ou não TRH, presença de hipertensão e diabetes. Avaliando-se esses
fatores, eu posso falar se essa paciente tem alto, médio ou baixo risco de desenvolver um evento
cardiovascular.
Pacientes com alto risco cardiovascular devem fazer exames como teste de esforço (anualmente)
e ecocardiograma (se presença de cardiopatia).
Uma pessoa diabética automaticamente já tem alto risco cardiovascular.
Para aqueles que fazem terapia de Reposição hormonal simples (com 1 hormônio apenas), as orientações para
realização de mamografia são como as de qualquer mulher.
A terapia de reposição hormonal pode ser utilizada também para aquelas mulheres com alto risco (seja por
história na família ou outro fator) de desenvolver câncer de ovário.
o A TRH, inibe a proliferação ovariana, logo, dificulta a formação de células neoplásicas.
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RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
Andropausa
No homem, a andropausa acontece normalmente mais tardiamente, em torno da sexta/sétima década de vida.
Diferente da mulher, a andropausa não torna o homem incapaz de ter filhos.
o Ou seja, um homem na andropausa pode ter filhos, o que ele tem mais dificuldade é em termos de libido,
disfunção erétil. Ele vai ter toda uma série de sintomas relacionados a dificuldade de excitação sexual, mas
ele ainda produz esperma e assim, portanto, produz espermatozoide em quantidade suficiente para ter
filhos.
o A mulher não, quando mulher entra na menopausa, ela simplesmente não ovula mais.
A andropausa também pode acontecer mais precocemente no homem.
o O tabagismo tem um efeito importante sobre os vasos, então as insuficiências vasculares também elevam
a probabilidade de insuficiência de corpos cavernosos.
o Então a disfunção erétil pode acontecer inclusive antes, isolada em relação ao processo chamado de
andropausa.
Muitos pacientes, tanto na menopausa quanto na andropausa, têm alguns sintomas comuns.
o Então as ondas de calor que a gente sempre ouve as mulheres falarem que tem na menopausa, o homem
na andropausa também tem, a sudorese noturna também, os processos de mal humor, perda de cabelo
(na mulher é mais difícil de acontecer).
Homem não faz reposição hormonal, mas pode fazer tratamento específico para quadros específicos que
venham a ter. então ele pode usar um medicamento que auxilia na liberação de óxido nítrico para ajudar na
disfunção erétil.
o Cuidar das possíveis interações medicamentosas e alteração da pressão.
o Ele vai tomar depois dos 80 anos, depois da nona década, ele começa a fazer alguns quadros de demência
senil e isso evolui de maneira mais ou menos rápida dependendo do paciente e pode iniciar sintomatologia
e a gente tem que tratar específico.
No homem não tem diminuição da densitometria óssea importante quanto na mulher.
o A redução da testosterona não é importante como é o estrógeno para liberação de cálcio do osso.
Resumo dos acontecimentos da ANDROPAUSA (imagem abaixo):
Caso clínico
Mulher referindo x, y, z, sintomas, não menstrua há 8 meses.
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O Circo
RESUMO TÓPICOS ESPECIAIS III
Assunto: Menopausa e Andropausa
Dependendo da própria sintomatologia da mulher já pode ser iniciada a terapia pré-menopausa;
o Se o climatério estiver muito forte, havendo reclamações de dor, muita oscilação de calor, sudorese,
perdendo cabelo, perda importante de massa óssea. Todos esses fatores indicam que deve ser iniciada
a terapia pré-menopausa.
Resumo do resumo:
A menopausa é definida como a extinção das menstruações. A amenorreia costuma ser precedida de
alterações menstruais.
Para algumas mulheres, esta transição é assintomática; para outras, as manifestações clínicas são intensas,
com duração de meses ou anos.
Além da interrupção das menstruações, a mulher pode ter fogachos ou ondas de calor, que perduram de 6
meses a 5 anos após a menopausa, palpitações, sudorese, mudanças de humor (irritabilidade e depressão),
insônia, lanugem, diminuição das mamas e dos pelos pubianos, secura vaginal, atrofia do trato urinário, atrofia
da pele, osteoporose.
Em geral, a menopausa ocorre em torno dos 50 anos. Quando ocorre antes dos 40 anos, é definida como
menopausa prematura e pode estar associada a distúrbios hormonais.
o Após 52 anos, é chamada de tardia.
O climatério engloba a menopausa e um período de 5 a 10 anos em que podem ocorrer sintomas
menopáusicos.
o Em geral, não se prolonga mais do que 10 a 15 anos após a cessação das menstruações, período
durante o qual haverá declínio progressivo da função ovariana.
Do ponto de vista biológico, a menopausa ocorre quando há depleção de todos os folículos ou se os ovários
são retirados cirurgicamente. Pode ser secundária ao uso de medicamentos antiestrogênicos. Em
praticamente todas as mulheres menopáusicas, observa-se elevação dos níveis séricos do hormônio
foliculoestimulante (FSH > 25 mUI/mf).
A depleção folicular do ovário resulta em diminuição de 95% na produção de estradiol.
As principais alterações associadas ao hipoestrogenismo consistem em perda acelerada de osso trabecular e
cortical (osteoporose), aumento do colesterol de baixa densidade (LDL) e diminuição do HDL, predispondo ao
aparecimento de aterosclerose, atrofia genital e eventos vasomotores.
"NiNguém baterá tão forte quaNto a vida. Porém, Não se trata de quão
forte Pode bater, se trata de quão forte Pode ser atiNgido e
coNtiNuar seguiNdo em freNte. é assim que a vitória é coNquistada." –
rocky balboa
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O Circo
RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Crescimento e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente
Crescimento e desenvolvimento
Crescimento: Aumento da massa corpórea, resultante da divisão celular.
Desenvolvimento: Capacidade do indivíduo para realizar funções cada vez
mais complexas. Está mais ligado a habilidades que o ser humano vai
adquirindo à medida que vai crescendo.
Esses dois processos podem sofrer diferentes interferências e não ocorrer
paralelamente, como esperado; ou seja, a criança pode crescer e não se
desenvolver.
Introdução
A avaliação do crescimento faz parte da rotina da consulta de uma criança. Com o monitoramento é possível
avaliar o estado nutricional e detectar precocemente doenças infantis, bem como algum distúrbio endócrino.
Não se leva uma criança ao médico só porque ela está doente, isso precisa ser colocado na consciência das mães,
as mães têm essa tendência porque a cultura é curativa e não preventiva.
o E ainda há outro problema, quando você concentra pessoas num ambiente em que vão ser consultadas,
onde há crianças doentes e outras não, que a mãe sabe que tem um risco do
filho que não está doente e está indo só por acompanhamento e não por causa
de doenças, ela prefere não levar. Assim, ela não consegue compreender a
necessidade da avaliação do crescimento e desenvolvimento.
Quando você recebe uma criança e você já detecta que essa criança não está
crescendo e nem se desenvolvendo adequadamente, você já pode pensar que ela tem
alguma patologia ou que ela tem algum distúrbio endócrino.
o As vezes também uma criança que não cresce, ela pode estar se
desenvolvendo dentro do esperado, é preciso avaliar os pais: um pai e uma
mãe baixinhos, a criança dificilmente terá um crescimento, as vezes, dentro
do esperado e assim é necessário acompanhar.
A partir de 1984, o Ministério da Saúde, com o objetivo de aumentar a capacidade resolutiva dos serviços de
saúde e na atenção à criança, estabeleceu como prioridade cinco ações básicas de saúde:
o Promoção do aleitamento materno;
o Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento;
o Imunizações;
o Prevenção e controle das doenças diarreicas;
o Prevenção e controla das infecções respiratórias agudas.
O acompanhamento desses aspectos possibilita a promoção da saúde da criança de maneira adequada. No Brasil,
atualmente, pode ser observado um período de transição nutricional, no qual são crescentes os índices de
sobrepeso e obesidade na criança e no adolescente.
Se eu promovo um aleitamento materno, essa criança vai apresentar crescimento e desenvolvimento dentro do
esperado. O leite materno é o alimento mais completo que o ser humano pode receber, ele tem imunização que
vem da mãe, todos os nutrientes, proteínas, vitaminas, minerais. Não existe leite fraco, existe pouca produção
de leite.
Na pediatria, nos primeiros 15 dias, a tendência é a perda de até 10% do peso do recém-nascido. Após esse
período, a criança só aumenta de tamanho e de peso. Nos primeiros 15 dias, não é toda criança que perde peso.
OBS: diarreia pode matar. Diarreia em uma criança que já não tem uma alimentação saudável que é a população
de baixa renda, pode causar prejuízos graves e pode atrapalhar o desenvolvimento das crianças.
Antigamente, o problema era desnutrição, alto índice de pobreza, desinformação. Hoje, o problema é obesidade,
porque o poder aquisitivo melhorou, mas como as pessoas não tem uma educação em saúde, não entende de
nutrição, tem pouca instrução. O que a pessoa faz com o 1º salário? Resposta: compra refrigerante, biscoitos
recheados, chocolates. A população pobre é assim,
Fisiologia do crescimento
A partir da fertilização, começa o crescimento linear do ser humano; segue pelos períodos de pré-natal, neonatal,
infância e adolescência, até que a fusão das placas de crescimento epifisárias esteja completa.
É influenciado por fatores genéticos, ambientais e hormonais. O potencial de crescimento é definido pelo genótipo
herdado. A realização plena depende da interação com fatores extrínsecos.
Antes da puberdade, os hormônios de crescimento da tireóide são fundamentais para o crescimento normal.
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O Circo
RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Crescimento e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente
A menarca surge na fase de declínio do pico do crescimento da puberdade. Em atletas, a menarca pode ser tardia.
O componente nutricional tem forte influencia na lactente. Os fatores ambientais sobrepõem-se aos fatores
genéticas para crianças menores de 5 anos.
Infecções repetidas podem levar a distúrbio de crescimento.
o As crianças vão para a escola e começa a ter resfriados, gripes, pneumonias. E isso de alguma forma
atrapalha o crescimento.
Acompanhamento
As curvas da OMS estabeleceram um padrão internacional para avaliar o crescimento e o estado nutricional de
crianças até a idade pré-escolar.
O Ministério da Saúde do Brasil, recomenda que sejam utilizados os seguintes índices e parâmetros:
o Peso por idade.
o Estatura por idade.
o IMC.
É o menos fidedigno, pois depende de fatores extrínsecos, depende se a
criança desenvolve atividade física ou não, depende da genética, porem o
IMC serve para a gente ter uma ideia.
A verificação deve ser feita a cada consulta para uma avaliação evolutiva.
Nos primeiros 12 meses, a consulta é mensal.
O peso é o primeiro parâmetro afetado em uma criança com alteração no crescimento, e problemas crônicos
passam a afetar a estatura.
As medidas são anotadas na caderneta de Saúde da Criança e é importante que as interpretações sejam explicadas
para a mãe.
Informações sobre o padrão alimentar da criança e da família são importantes para as orientações (evitar a
obesidade ou tratamento das crianças já obesas).
OBS: se a mãe vai a consulta quando a criança tem 1 mês e retorna após 6 meses, já se perde o parâmetro. Não
se sabe se seu crescimento está crescente, pois não se consegue avaliar por falta de informações.
Desenvolvimento
A suspeita de alteração no desenvolvimento da criança costuma ocorrer quando a mesma não realiza funções ou
tarefas esperadas para a idade.
O exame físico começa com a observação do relacionamento de seu acompanhante (cuidador). Avalia-se a
maneira como a criança é tratada, a expressão facial, o tipo de choro e as reações frente ao exame físico.
O atraso no desenvolvimento pode ser global ou localizado, com retardo expressivo na fala ou motor, por exemplo.
A história é fundamental para a avaliação.
É necessário investigar doenças crônicas maternas, paternas ou de familiares próximos.
O retardo no desenvolvimento deve ser considerado quando a criança não cumpre os eventos significativos
esperados para a sua idade, tais como acompanhar com o olhar, segurar objetos, passar objetos de uma mão para
outra, sentar-se, andar e etc.
É importante ressaltar que uma criança pode ser considerada ou estar com retardo no desenvolvimento por não
ter acuidade auditiva adequada ou por falta de estímulos externos.
Em adolescentes
Estirão (12-13 anos).
Modificação da composição e proporção estrutural.
Desenvolvimento de todos os sistemas do organismo.
Maturação dos caracteres sexuais.
Reorganização neuroendócrina.
Os meninos têm o maior crescimento biacromial e as
meninas é o biilíaco.
Os pelos axilares aparecem, em média, dois anos após os
pelos pubianos.
As cordas vocais tornam-se mais espessas e mais longas. Nos meninos surge a voz mais grave.
Crescimento de pelos na face, marca o fim desse processo.
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O Circo
RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Crescimento e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente
Nos meninos, ocorre crescimento dos testículos e do pênis e nas meninas, o aparecimento do broto mamário.
Gráficos
Quanto mais próximo à linha verde, mais adequado está o peso em relação a idade.
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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Crescimento e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente
Quanto mais próximo do vermelho e para cima, alerta de que esta criança está com o peso um pouco
desordenado, e estando muito próximo do vermelho para baixo esta criança está com o crescimento inadequado
para menos. Não precisa nesses casos mandar logo para endocrinologista, deve investigar se a criança está tendo
infecções respiratórias de repetição, bronquite, pneumonia, se tem asma, vai se observando.
Ao passar da linha vermelha, essa criança deve ser observada mais vigorosamente de perto.
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O Circo
RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Programa Saúde na Escola
Introdução
• O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído por Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007,
resulta do trabalho integrado entre o Ministério da Saúde e
o Ministério da Educação, na perspectiva de ampliar as
ações específicas de saúde aos alunos da rede pública de
ensino:
o Ensino Fundamental, Ensino Médio, Rede Federal
de Educação Profissional e Tecnológica, Educação
de Jovens e Adultos.
• A escola, que tem como missão primordial desenvolver
processos de ensino-aprendizagem, desempenha papel
fundamental na formação e atuação das pessoas em todas
as arenas da vida social.
• Juntamente com outros espaços sociais, ela cumpre papel
decisivo na formação dos estudantes, na percepção e
construção da cidadania e no acesso às políticas públicas.
• Desse modo, pode tornar-se locus para ações de promoção
da saúde para crianças, adolescentes e jovens adultos.
2) Por que se definiu a escola? Por que se achava que a escola era um campo interessante para se trabalhar a
saúde?
• Porque é local de encontro, é onde a criança começa a interagir com outras e, muitas vezes, essas crianças nunca
saíram de dentro de casa, ficam convivendo só com os seus parentes próximos.
• A escola é um importante espaço para o desenvolvimento de um programa de educação para a saúde entre
crianças e adolescentes.
• Distingue-se das demais instituições por ser aquela que oferece a possibilidade de educar por meio da construção
de conhecimentos resultantes do confronto dos diferentes saberes.
• Essa dinâmica cultural da escola é extremamente vigorosa, tornando-a um espaço de referências muito
importante para crianças e adolescentes, que cada vez mais desenvolvem em seu âmbito experiências
significativas de socialização e vivência comunitária.
• A escola é considerada por alguns como o espaço de transição entre o mundo da casa e o mundo mais amplo.
• Portanto, a cultura escolar configura e é instituinte de práticas socioculturais (inclusive comportamentos) mais
amplos que ultrapassam as fronteiras da escola em si mesma.
• É dentro desse enfoque que se entende e se justifica um programa de saúde na escola, inserido e integrado no
cotidiano e na cultura escolar, irradiando-se dessa forma para além dos limites da escola.
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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Programa Saúde na Escola
• Já crianças criadas em uma classe privilegiada, aprenderam desde cedo que precisam lavar as mãos, antes das
refeições, após usar o banheiro etc.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Programa Saúde na Escola
É descrito no artigo 4ª, que estão citadas as ações de saúde previstas no âmbito do PSE e que devem considerar
atividades de promoção, prevenção e assistência em saúde, podendo compreender, entre outras:
• I – Avaliação clínica;
• II – Avaliação nutricional;
• III – Promoção da alimentação saudável;
• IV – Avaliação oftalmológica;
• V – Avaliação da saúde e higiene bucal;
• VI – Avaliação auditiva;
• VII – Avaliação psicossocial;
• VIII – Atualização e controle do calendário vacinal;
• IX – Redução da morbimortalidade por acidentes e violências;
• X – Prevenção e redução do consumo do álcool;
• XI – Prevenção do uso de drogas;
• XII – Promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva;
• XIII – Controle do tabagismo e outros fatores de risco de câncer;
• XIV – Educação permanente em saúde;
• XV – Atividade física e saúde;
• XVI – Promoção da cultura da prevenção no âmbito escolar;
• XVII – Inclusão de temáticas de educação em saúde no projeto político pedagógico das escolas.
Avaliação nutricional
• A avaliação nutricional pode ser feita levantando apenas questionamentos.
• Quando encontramos uma criança na escola que está abaixo ou acima do peso, podemos questionar a
própria professora.
• Perguntas:
o Como que ela está se alimentando na escola?
o Come muito?
o Come pouco?
o Como é o lanche que ela trás para a escola? (para as crianças que levam lanche para a escola)
o Perguntar para a criança o que ela come de manhã? O que você come na hora do almoço? Come
carne? Verduras? Legumes?
• Tem que investigar essa criança, para sabermos onde está o erro que está refletindo no seu estado
nutricional. As vezes é uma mãe que não leva essa criança para se consultar regularmente, seja por
trabalho, ou por que não tem tempo de levar a criança.
o Geralmente as mães apenas levam as crianças quando essas já apresentam alguma patologia, algum
sintoma de alguma doença, ai elas correm para os médicos.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Programa Saúde na Escola
o Por isso, é geralmente na escola, através do rastreamento que conseguiremos identificar algum
problema que será exposto a mãe para que ela leve o seu filho no médico.
o No médico, a criança pode ser acompanhada por um pediatra, endócrino pediatra, se for necessário
uma observação mais de perto da alimentação da criança.
• Se no caso de você falar com a mãe, e a criança está se alimentando corretamente, mas não está
respondendo a alimentação ou está abaixo do peso ou acima demais, está havendo algum problema
endócrino nessa criança e precisa ser encaminhada para um especialista e quem encaminha é o medico do
posto. Depois de alguns exames geralmente, na própria atenção básica já se consegue identificar a patologia
causadora do quadro.
• Se você é o medico da Atenção básica e está fazendo um trabalho na escola, você pode já dali marcar uma
consulta com essa criança e sua mãe, manuscrito na agenda, e essa mãe leva essa criança assim pode-se
investigar algumas coisas antes de encaminhar essa mãe para o endócrino, porque você já facilita a vida do
especialista. Você pode ver se ela está anêmica (hemograma, ferritina e ferro), verificar hipovitaminoses
(vitaminas) e assim vai.
• Promoção de alimentação saudável
o É feita não só orientando pais e professores, podem ser feitas palestras que orientem todos os
públicos alvos, principalmente com os profissionais da nutrição das escolas.
o Sempre buscando um diálogo saudável, produtivo e novas medidas para melhorar a alimentação das
crianças.
• A avaliação do estado nutricional pode ser realizada por meio de: (1) medidas antropométricas, (2) avaliação
dietética, (3) clínica, (4) laboratorial e (5) psicossocial.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Programa Saúde na Escola
▪ j) Queixa-se de dor nos olhos;
▪ k) É desatenta nas atividades escolares (com dificuldade de leitura e escrita);
▪ l) Tem dificuldades para acompanhar os exercícios descritos no quadro-negro.
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Programa Saúde na Escola
• Controle do tabagismo e outros fatores de câncer está dentro da prevenção e redução do uso de álcool e
drogas.
• Educação permanente em saúde é um programa de governo que trabalha educando os profissionais tanto
da saúde quanto da educação para que recebam educação permanente, sempre se atualizando para que
possam também informar a população.
• Atividade física e saúde já há muito tempo nas escola têm e incentivar isso mostra para a escola quão
importante é, o quanto previne doenças crônicas, diabetes, hipertensão, obesidade, síndrome metabólica.
• Promoção da cultura e da prevenção no âmbito escolar que está relacionado a acidente, a traumas, até
psicológicos por meio do bullying.
• Inclusão de temáticas em educação e saúde no projeto político pedagógico nas escolas. Isso é quase que
básico. A escola é um ambiente propício para educação em saúde, então tem que está no projeto
pedagógico.
• OBS: PMAQ = Portal do departamento de atenção básica é um programa que avalia a atenção básica, é um
programa de qualificação da atenção básica, que tem que estar o tempo todo mostrando dados, mostrando
que está havendo funcionamento dentro dos padrões nacionais para receber qualificação ou incentivos, e a
equipe qualificada ganha incentivos a mais financeiramente.
o Vem alguém lá no ministério da saúde para investigar a população, vão em determinada área e
fiscalizam a unidade, se tem tudo o que realmente estão dizendo e perguntam para o paciente: você
realmente está sendo atendido bem? O que você acha dessa unidade? O que você acha do
profissional tal?
• A saúde bucal é por meio da equipe da saúde da família que possui dentistas por meio de palestras
lúdicas.
o A avaliação de saúde bucal permite a identificação das necessidades de saúde bucal dos escolares,
possibilitando o planejamento das ações a serem desenvolvidas.
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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Abordam à saúde escolar
Introdução
A escola é um lugar privilegiado para a promoção de saúde, principalmente quando integra estudantes, pais,
professores e funcionários como cidadãos críticos, estimulando-os à autonomia, ao exercício de direitos e deveres,
a atitudes mais saudáveis e ao controle de suas condições de saúde e qualidade de vida.
Em diversos ambientes podemos trabalhar a promoção de
saúde, mas a escola acaba se tornando um ambiente bem
propício, porque tem alunos, professores, funcionários e
trabalha-se com crianças e adolescentes, pegando uma galera
que ainda dá tempo de trabalhar uma conscientização com
eles, ainda dá tempo de criar uma nova cultura.
o Com relação aos professores e funcionários também,
porque eles veem a gente trabalhando com essas
crianças, eles também começam a mudar a postura
deles, eles vem observando que aquelas crianças vem
tendo menos problemas de saúde, à medida que a escola
vem sendo trabalhada dentro da promoção de saúde e
há longo prazo se consegue mudar a população.
As iniciativas de Promoção de Saúde Escolar e das escolas
promotoras de saúde, constituem-se em ações efetivas para
consecução dos objetivos citados, o que pode ser potencializado
no Brasil pela participação do médico em conjunto com as
equipes de atenção primária em saúde (APS).
A Promoção de Saúde Escolar, baseada num amplo leque de pesquisas e práticas, tem evoluído nas últimas
décadas, acompanhando as iniciativas de Promoção de Saúde mundo afora. Durante os anos de 1990, a OMS
desenvolveu, ainda, o conceito e a iniciativa das “Escolas Promotoras de Saúde”. Trata-se de uma abordagem
multifatorial que envolve o desenvolvimento de competência em saúde dentro das salas de aula, a transformação
do ambiente físico e social das escolas, e a criação de vínculo e parceria com a comunidade e abrangência e
influência das mesmas.
São diversos fatores que influenciam na saúda da criança: é o ambiente em sala de aula, fora de aula, onde ela
brinca, onde se alimenta, onde convive com outras crianças, a questão do vínculo também que ela cria com seus
colegas e com os funcionários da escola. Isso tudo também propicia saúde ou influencia no processo de
adoecimento dela.
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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Abordam à saúde escolar
o Dessa maneira, a promoção da saúde, além se de associar à medidas preventivas, passou a englobar a
promoção de ambientes e estilos de vida saudáveis.
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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Abordam à saúde escolar
Como em quase toda as comunidades, a escola é um ambiente onde muitas pessoas vivem, aprendem e
trabalham. É onde estudantes e professores passam a maior parte do seu tempo. Por isso, é um lugar para se
fomentar a saúde.
Foi instituído por Decreto presidencial número 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Resulta do trabalho integrado
entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, na perspectiva de ampliar as ações especificas de saúde
aos estudantes da rede pública de ensino. Os principais objetivos desse programa são:
o I – Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde;
o II – Articular as ações do SUS às ações da rede de educação básica publica, de forma a ampliar o alcance e
o impacto de suas ações relativas aos estudantes e às suas famílias, otimizando a utilização dos espaços,
equipamentos e recursos disponíveis;
o III – Contribuir para constituição de condições para a formação integral de educandos;
o IV – Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos
direitos humanos;
o V – Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o
pleno desenvolvimento escolar;
o VI – Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações
sobre as condições de saúde dos estudantes;
o VII – Fortalecer a participação comunitária nas politicas de educação básica e de saúde, nos três níveis de
governo.
No artigo 3º, o Programa saúde na escola (PSE), aponta especificamente, as ESF para construir, junto com a
educação básica, uma estratégia para integração e a articulação permanentes entre as politicas e as ações de
educação e de saúde, com a participação da comunidade escolar (pais, comerciantes, policiais daquela
comunidade).
No artigo 4º, estão citadas as ações de saúde previstas no âmbito do PSE e que devem considerar as atividades
de promoção, prevenção e assistência em saúde:
o I – Avaliação clínica;
o II – Avaliação nutricional;
o III – Promoção de alimentação saudável;
o IV – Avaliação oftalmológica;
o V – Avaliação de saúde e higiene bucal;
o VI – Avaliação auditiva;
o VII – Avaliação psicossocial.
o VIII – Atualização e controle do calendário vacinal;
o IX – Redução da morbimortalidade por acidentes e violências;
o X – Prevenção e redução do consumo de álcool;
o XI – Prevenção do uso de drogas;
o XII – Promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva;
o XIII – Controle do tabagismo e outros fatores de risco de câncer;
o XIV – Educação permanente em saúde;
o XV – Atividade física e saúde;
o XVI – Promoção da cultura da prevenção no âmbito escolar; e
o XVII – Inclusão das temáticas de educação em saúde no projeto político-pedagógico das escolas.
O artigo 4º, diz que as equipes de saúde da família realizarão visitas periódicas e permanentes às escolas
participantes do PSE, para avaliar as condições de saúde dos educandos, bem como para proporcionar o
atendimento à saúde ao longo do ano letivo, de acordo com as necessidades locais de saúde identificados.
As questões assistenciais e clínicas, devem ser encaminhadas, prioritariamente, para as unidades de saúde da
própria ESF.
Sempre que se detecte uma criança, um adolescente ou um jovem com necessidades ou problemas de saúde,
deve-se fazer o acompanhamento e coordenação do cuidado ou plano terapêutico proposto, mobilizando os
recursos de saúde e educacionais necessários, evitando-se ou reduzindo-se ao máximo o afastamento dos
estudantes de suas atividades escolares normais.
Quando a escola não trabalha em parceria com a unidade de saúde, nessa criança, por exemplo, pode ser
observado um problema antes dele se cronificar e a mãe pode não perceber isso. Assim, acaba vendo só quando
o quadro está mais agravado. Para não acontecer essas coisas, é necessário parceria da escola com a unidade de
saúde, bem como compromisso e responsabilidade dos pais.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
Portaria número 1.130, de 5 de agosto de 2015
ART. 227 da Constituição Federal de 1988.
o A portaria número 1.130 foi criada obedecendo ao artigo 227 da constituição federal de 1988 que fala que
todo mundo tem direito à saúde, que o cidadão está respaldado que o Estado é responsável por isso e
outros detalhes.
o Fazem parte desse artigo as leis:
Lei número 8.069, de 13 de julho de 1990.
Lei número 8.080, de 19 de setembro de 1990.
o 1) Direito à vida e à saúde - Princípio fundamental garantido mediante o acesso universal e igualitário às
ações e aos serviços para a promoção, proteção integral e recuperação da saúde, por meio da efetivação
de políticas públicas que permitam o nascimento, crescimento e desenvolvimento sadios e harmoniosos,
em condições dignas de existência, livre de qualquer forma de violência (BRASIL, 1988; 1990b).
o 2) Prioridade absoluta da criança - Princípio constitucional que compreende a primazia da criança de
receber proteção e cuidado em quaisquer circunstâncias, ter precedência de atendimento nos serviços de
saúde e preferência nas políticas sociais e em toda a rede de cuidado e de proteção social existente no
território, assim como a destinação privilegiada de recursos em todas as políticas públicas (BRASIL, 1988;
1990b).
o 3) Acesso universal à saúde - Direito de toda criança receber atenção e cuidado necessários e dever da
política de saúde, por meio dos equipamentos de saúde, de atender às demandas da comunidade,
propiciando o acolhimento, a escuta qualificada dos problemas e a avaliação com classificação de risco e
vulnerabilidades sociais, propondo o cuidado singularizado e o encaminhamento responsável, quando
necessário, para a rede de atenção (BRASIL, 2005a).
o 4) Integralidade do cuidado - Princípio do SUS que trata da atenção global da criança, contemplando todas
as ações de promoção, de prevenção, de tratamento, de reabilitação e de cuidado, de modo a prover
resposta satisfatória na produção do cuidado, não se restringindo apenas às demandas apresentadas.
o 5) Equidade em saúde - Igualdade da atenção à saúde, sem privilégios ou preconceitos, mediante a
definição de prioridades de ações e serviços de acordo com as demandas de cada um, com maior alocação
dos recursos onde e para aqueles com maior necessidade.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
o 6) Ambiente facilitador à vida - Princípio que se refere ao estabelecimento e à qualidade do vínculo entre
criança e sua mãe/família/cuidadores e também destes com os profissionais que atuam em diferentes
espaços que a criança percorre em seus territórios vivenciais para a conquista do desenvolvimento integral
(PENELLO, 2013).
o 7) Humanização da atenção - Princípio que busca qualificar as práticas do cuidado, mediante soluções
concretas para os problemas reais vividos no processo de produção de saúde, de forma criativa e inclusiva,
com acolhimento, gestão participativa e cogestão, clínica ampliada, valorização do trabalhador, defesa
dos direitos dos usuários e ambiência, estabelecimento de vínculos solidários entre humanos, valorização
dos diferentes sujeitos implicados, desde etapas iniciais da vida, buscando a corresponsabilidade entre
usuários, trabalhadores e gestores neste processo, a construção de redes de cooperação e a participação
coletiva, fomentando a transversalidade e a grupalidade, assumindo a relação indissociável entre atenção
e gestão no cuidado em saúde (BRASIL, 2006a).
o 8) Gestão participativa e controle social - Preceito constitucional e um princípio do SUS, com o papel de
fomentar a democracia representativa e criar as condições para o desenvolvimento da cidadania ativa.
São canais institucionais, de diálogo social, as audiências públicas, as conferências e os conselhos de saúde
em todas as esferas de governo que conferem à gestão do SUS realismo, transparência, comprometimento
coletivo e efetividade dos resultados.
Diretrizes:
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
o Eixo estratégico I – Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-
nascido:
Dentro da própria maternidade, a criança já sai dali com a maior parte dos primeiros atendimentos
resolvidos.
Se a criança nasceu e a mãe lá no cartão de gestante mostra que ela tem hepatite, já chama o
pessoal da imunização para aplicar a vacina e a antiglobulina nessa criança, para a criança poder
já se alimentar no peito.
O 1º eixo ainda fala sobre a qualificação dada a gestante, porque algumas instruções que daremos
para que essa criança seja saudável tem que começar enquanto ela está na barriga da mãe,
enquanto essa mãe ainda está gestante, a gente já tem que começar a orientar, tem que
aconselhar, tem que falar sobre a amamentação, ao leite materno, orientar o parto normal.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
o Eixo estratégico IV – Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças
crônicas:
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
Em Porto Velho
Rede de atenção básica.
CRSC (Centro de referência da saúde da criança).
HICD (Hospital infantil Cosme Damião).
CAPS infantil: porta aberta.
Delegacia especializada de proteção à criança e ao adolescente.
DSEI (atende a população indígenas e crianças também).
Questões da prova
Risco da criança quando ela nasce, identificar esse risco, como a gente identifica que é uma criança de risco por
alguns dados de quando ela nasce.
De onde surgiu o conceito de saúde da criança, quando foi falado isso, a primeira vez.
Uma questão em relação à visita na escola sobre crescimento e desenvolvimento.
Violência (estudar pelo caderno de saúde do adolescente e da criança pelo tratado de medicina de família e
comunidade, o capitulo de violência), como conversar com esses adolescentes.
Drogas (cigarro, álcool, drogas ilícitas): todos tipos.
Depressão.
Suicídio.
Saúde sexual.
Diversidade sexual.
Promoção de saúde da criança e do adolescente.
Crescimento e desenvolvimento da criança.
Violência.
Drogas.