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Lupus Eritematoso Sistêmico

 Doença inflamató ria sistêmica que acomete mú ltiplos ó rgã os e sistemas


 Etiologia multifatorial
 Fatores geneticos, ambientais, hormonais e infecciosos
 Perda da tolerâ ncia umunologica
 Produçã o inapropria de auto anticorpos

Epidemiológia
 Incidencia 3,5 a 8,7 / 100 mil habitantes
 Prevalencia 14 a 50/100 mil hab
 Mulheres 10:1 homem
 Todas as raças porem, negras 4x que brancas
 Faixa etá ria principal entre 15 e 50 anos

Etiopatogenia
 Genetica : vá rios gens, combinaçã o.
 Fatores ambientais
 Agentes infecciosos
 Hormonais ( aumento da relaçã o estró geno/andró geno)  por que prevalece mais em
mulheres entã o imagina-se que tenha envolvimento de fatores hormonais.
 Lesã o tecidual mediada por imunocomplexos  característica da doença, sejam os IC formados
a distancias ou in situs que depositam no tecido.
 Forte fator hereditá rio.

Uma vez a doença deflagrada ela é auto perpetuante.

 Perda da tolerâ ncia imunoló gica


 Formaçao de auto ac e IC
 O organismo reconhece proteínas pró prias como nã o pró prias
 Falha na depuraçã o deste auto AC eIC
 Ativaçao de linfó citos T e B
 Processo inflamató rio auto perpetuante
 A etiopatogenia é complexa e pouco esclarecida
 Há uma perda da tolerâ ncia imunoló gica

Quadro Clinico:
 Variado espectro de manifestaçõ es clinicas
 Periodos de atividade e remissã o parcial ou total
 Diversos ó rgã os e sistemas
 Constitucional (febre, adinamia, fadiga, inapetência, emagrecimento)
 Cutâ neo (80% dos casos)
o Rash Malar (60%)  mais característica do lú pus, lesã o hiperemiada malar , descrita
como asa de borboleta e é fotossensível, exacerba a exposiçã o UV, polpa prega naso
labial, e indica atividade da doença. Esse se resolve sem deixar cicatriz ou
despigmentaçã o tecidual.
o Lesoes Discoide:Lesoes circulares em fase em á reas expostas ao sol, mú ltiplas, tem
borda elevada papular e centro atró fico. Essas lesõ es se resolvem deixando cicatriz.
o Lesões bolhosas: podem causar dor
o Lupos Eritrematoso subagudo: Macropapulares, geográ ficas, se resolvem sem deixar
cicatriz, e saem em á reas exposta ao sol.
o Fotossensibilidade
o Paniculite  nó dulos dolorosos que podem ulceras.

FOTO1: Lesã o descamativa (nã o comum), simétrica e polpa a prega nasolabial


FOTO2: Rash Malar, apos tratamento a lesã o resolve sem deixar cicatriz.
FOTO3: cicatriz de lesã o discoide
FOTO4: Lesõ es discoide
FOTO5: Lesã o em regiã o malar mais papulares e também é possível ver depois em orelha.
FOTO6: podem deixar cicatriz atrofia ou despigmentaçã o tecidual, poupam regiã o articular.
FOTO7:LE sugagudo, lesõ es geográ fica, papulares, lesõ es concêntrica, anelares, essas se resolvem sem
cicatriz
FOTO8:Paniculite lupica, profunda, dolorosa, forma nó dulos subcutâ neo, ulcerados,

O lú pus pode se manifestar cutaneamente sem ter manifestaçã o sistêmica.

Diferenciar: Fenô meno de Renaud e Livedo Reticular.

Vasculite da uma isquemia prolongada e pode levar um processo critico e até amputaçã o
Acometimento de Mucosa: Ulceras Orais ou Nasais, halo de hiperemia, dolorosas e numerosas e com
tempo de resoluçã o maior que uma afita comum.

Biopsia dessas lesõ es mostra processo inflamató rio com deposiçã o entre a epiderme a derme de IC.

Quadro Clinico:
 Artrite
o Simétrica grandes e pequenas articulaçõ es
o Oligoarticular ( < 4 articulaçõ es acometidas).
o Raramente erosiva
o Eventualmente deformante
o Raramente monoarticular
o Nã o observa sinovite
 Hematológico
o Anemia de doença crô nica (normocitica e normo crô nica)
o Anemia hemolítica auto imune – destruiçã o periférica das hemá cias por anticorpos anti
eritrocitos , leva uma hemó lise (15%)
o Leucopenia (leve e sem grandes repercussã o) /Linfocitopenia (50%)
o Plaquetopenia Grave (10%)
o Aplasia de Medula (raro)
 Comprometimento Renal
o Proteinú ria > 0,5 g /24 horas
 Pode fazer sindrome:
 Nefritica: é associaçã o de hipertensã o, edema em membros inferiorese
alteraçã o de funçã o renal.
 Nefrotica: edema puro de membros inferiores com proteinuria nefrotica
que leva uma reduçã o de albumina serica e leva um extravasamento de
Liquido intravascular para o extravascular
 Mista
o Hematú ria e/ou leucocitú ria estéril
o HAS
o Edema MMII até anasarca
o Aumento da ureia e creatinina  reduçã o progressiva do debito uriná rio levando
anuria
 Nefrite Lúpica
o Classificação (OMS)
 Tipo I: normal
 Tipo II: mesangial (proliferaçã o de células do mesangio, que sã o as células do
sistema macrofagiais isolada, nã o confere consequência clinica)
 Tipo III: GN proliferativa focal (menos de 50% do acometimento renal).
 Tipo IV: GN proliferativa difusa (ha proliferaçã o de células inflamató rias que
acomete mais que 50% do glomérulo).
 Tipo V: GN membranosa (há um espessamento da membrana basal glomerular
que leva uma perda de proteína e sindrome nefrotica pura).

O proliferaçã o mesanquial nã o interfere na filtraçã o glomerular.


Pode ter hematú ria assintomá tica,.
O processo final da nefrite é a glomérulo esclerose  FIBROSE e atrofia do interstício.

Imunoflorescencia : vê a deposiçã o dos imunocomplexos nas alças capilares. Auxilia no diagnostico


da nefrite e na conduta terapêutica.

Quadro Clinico

 Sistema Nervoso Central:


o Cefaleia
o Deficiencia cognitiva
o Psicose
o Convulsã o
o Doenca cerebrovascular: tem aterogenese acelerada, AVC isquêmico
 Sindrome do anticorpo antifosfolipes: Ativam plaquetas e tem trombose venosas
e arteriais.
 Forma primaria sem associaçã o a doenças auto imune
o Mielite : processo inflamató rio da coluna vertebral
o Sindromes desmielinizantes
o Coma
o Meningite asséptica
o Neuropatias periféricas

 Serosites (50% casos)


o Inflamaçã o das membranas serosas:
 Pleura  Pleurite
 Pode ter pleurite assintomá tica que só é detectada em exames de imagem

 Pericardio  pericardite
 Ventilató rio dependente, em queimaçã o que muda com movimento
 Supra desnivelamente de ST ele ocorre em todas as derivaçõ es diferente
do IAM que ocorre só em uma.
 Quando resolve essa pericardite tem uma inversã o da onda T.
 Peritonio  peritonite
 Dor respirató ria dependente

Quadro Clinico:
 Pulmonar: pneumonite, doença de brô nquios (bronqueolite),
 Cardiaco: miocardite, endocardite, pancardite
 Vascular: vasculite
 TGI: vasculite do TGI
 Ocular (conjuntivite, uveite, vasculite retiniana)

RX de pneumonite com infiltrato intersticial em bases


RX Infiltrados difusos de aspecto algudanosos que leva uma hemorragia alveolar
HISTO: biopsia de vá lvula cardíaca que mostra endocardite estéril.

Diagnostico:
 Critérios diagnostico:
o Eritema malar
o Fotossensibilidade
o Lesã o discoide
o Ulceras orais ou nasais
o Artrite
o Serosite
o Neurologico (convulsã o ou psicose)
o Nefrite
o Hematologico
o Anti corpo anti nú cleo positivo
o Anti DNA, Anti SM e/ou anticorpo antifosfolípide

Laboratório:

 Hemograma
 Reagentes de fase aguda
 Sedimento uriná rio
 FAN
 ANti DNA: altamente especifico para Lupos 99%porem sensibilidade 50%, associado a uma
doença mais grave com acometimento renal e de SNC. Além do diagnostico, os seus títulos
podem correlacionar com a atividade da doença.
 Anti SM: virtualmente patognomico do lupos, a especificidade é pró xima a 100% é muito ú til
para o diagnostico da doença e sensibilidade em torno de 30% . Está associado a uma doença
mais grave e está associado com nefrite lupica mais grave. Os títulos de anticorpo e nã o
correlaciona com a atividade da doença. FAZ DIAGNOSTICO E PROGNOSTICO.
 Anti RO e ANti La
 Anti ribossoma p: altíssima especificidade do lú pus associada a doença SNC, sao poucos
laborató rios que realizam esse exame.
 Anti corpos antifosfolipides: potencial ou junto com sindrome anti fosfolipedes
 Fator Reumatoide: 40% dos pacientes com lú pus nao é especifico
 Dosagem de albumina: para avaliar a nefrite
 C3 e C4: paciente com nefrite lupica em atividade tem consumo de complemento, a reduçã o de
C3 e C4 pode estar associada a atividade renal ou multissistemica
 Proteinuria de 24 horas
 Coloraçao por imunoflourescencia

Precisa de 4 critérios dos 11

Tratamento

 Gerais:
o Proteçao solar – leva a atividade da doença
o Dieta – nã o existem paciente que melhore ou piore o lupus
o Atividade física
o Controle de comorbidades
o Cessar tabagismos
Sã o pacientes de risco para aterogenese acelerada.

 Cutâneo:
o Corticoide tó picos ou infiltraçõ es de corticoides
o Antimalá ricos
o Corticoides sistêmicos
o Dapsona
o Metrotrexatos, azatioprina ou talidomida (esta nã o indicar para mulheres em idade
fértil ou sem método contraceptivo definitivo).

 Articular:
o AINE
o CE em baixas doses
o Antimalaricos
o MTX

 Serosite
o AINE
o CE (<0,5mg/peso)
o CE em altas doses se tamponamento cardíaco.

 Hematológico:
o CE em doses de 0,5 a 2 mg /peso conforme a gravidade
o Imunoglobulina EV
o Danazol
o Rituximab (ANTI CD 20) – agente biologico anti cd 20 que faz depressã o em células B
que reduz a formaçã o de alto anticorpos.

 Nefrite
o Trata conforme a lesã o histopatoligica e gravidade do caso
o CE 1 a 2 mg/kg ou em forma de pulseterapia (EV) com metilprednisolona com altas
doses por 3 dias consecutivos
o Pulseterapia com ciclofosfamida (EV) mensal
o Azatioprina
o Micofenolato mofetil
 Neurológico
o Em casos graves como convulsã o, coma, vasculite, desmielinizaçã o ou mielite usar
Corticoides em altas doses (oral ou pulse EV) associado com ciclofosfamida (EV)
mensal.

Imunossupressão
 Maior risco de Infecçõ es
 Alteraçã o hematoló gica aplasia de medula
 Toxicidade renal
 Maior risco de neoplasia
A. Critérios clínicos: 1. Lúpus cutâneo agudo 2. Lúpus cutâneo crónico 3. Úlceras orais 4. Alopécia não
cicatrizante 5. Sinovite 6. Serosite 7. Lesão renal 8. Sinais e sintomas neurológicos 9. Anemia hemolítica 10.
Leucopenia ou Linfopenia 11. Trombocitopenia

B. Critérios imunológicos: 1. Valores de anticorpos anti-nuclear (ANAs) acima dos limites de referência
laboratoriais 2. Valor de anticorpos anti-DNA de cadeia dupla (anti-dsDNA) acima dos limites de referência
laboratoriais 3. Anticorpos anti-Sm positivo 4. Anticorpo anti-fosfolípidos positivo 5. Fatores do
complemento diminuídos 6. Teste de Coombs directo.

Para a classificação do LES deverão estar presentes pelo menos 4 critérios clínicos e
imunológicos (pelo menos 1 critério tem de ser clínico e 1 imunológico) ou o doente deverá ter
nefrite lúpica confirmada por biópsia na presença de ANAs ou anti-dsDNA. Esta nova
classificação foi mais sensível (97% para 83%; P < 0,0001) do que a classificação atualmente
usada mas menos específica (84% para 96%; P<0,0001). Algumas das falhas dos critérios
anteriores foram colmatadas, nomeadamente em relação às manifestações cutâneas, deixou de
ser necessária a documentação da artrite por radiografia, a razão proteínas/creatinina na urina
passou a ser suficiente para avaliação da proteinúria, são incluídos mais sintomas neurológicos, o
critério hemático foi dividido em 3 e foram incluídos os valores diminuídos dos fatores do
complemento.

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