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Manual

PADRONIZAÇÃO DE
CONDUTAS - DIÁLISE
- MRM GESTÃO EM
SAÚDE – ESPÍRITO
SANTO

Espírito Santo – Brasil


2022
1

Edição: Enfermeiro Responsável Técnico: Rosângela Souza

Coren: 389298

E-mail: rt.mrm.espiritosanto@gmail.com

Aprovação: Médico: Dra Patrícia Bento Guerra

CRM Espírito Santo 9081

Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo


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Apresentação

Nos últimos anos, o número de pacientes com insuficiência renal crônica tem crescido
assustadoramente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Alguns já se referem à doença como a “nova epidemia
do século XXI”.

Só no Brasil, em 2010, cerca de 100mil pacientes encontravam-se realizando sessões de Diálise


e se previa para 2020 o Dobro, mesmo sem saber do COVID que potencializaria este crescimento,
prejudicando os orçamentos destinados à Saúde Pública, revelando, que a situação é cada dia mais
preocupante.

Seu enfrentamento implica a necessidade de desenvolver estratégias com ações que favoreçam
e priorizem o enfoque individual e coletivo e que diminuam a morbidade e mortalidade pela DRC. Faz-se
necessário refletir sobre estratégias que contribuam para maior efetividade deste tratamento.

A MRM Gestão em Saúde, chegou a Espírito Santo em 2022, em parceria com a Mediall Brasil
para prestar atendimentos de Nefrologia e Hemodiálise a pacientes internados nas UTIs sobre gestão da
Mediall Brasil.

Este manual tem como objetivo descrever as ações prestadas pela equipe de enfermagem da
MRM Gestão em Saúde em Espírito Santo, nas sessões de hemodiálises (HD), de forma a padronizar as ações,
pautadas nas RDCs, Manuais da ANVISA, Manuais dos equipamentos e normas de biossegurança, garantido
entre outros, maior efetividade do tratamento.

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Sumário
Acompanhamento Profissional 04

Plano de controle e prevenção de infecção e eventos adversos 05

Acompanhamento da Qualidade 08

P.O.P. – Instalação e conexão dos equipamentos de HD 09

P.O.P. – Conexão do paciente na máquina de hemodiálise NIPRO DIAMAX 12

P.O.P. – Registro e controle dos Sinais Vitais Durante Hemodiálise 16

P.O.P. – Complicações Agudas da Hemodiálise 20

P.O.P – Acidentes associados à Diálise 24

P.O.P. – Punção vascular com cateter Duplo Lumem para hemodiálise (CDL) 29

P.O.P. – Punção de Fístula Artério Venosa (FAV) e Prótese Artério Venosa (PAV) 33

P.O.P. – Heparenização do Cateter Duplo Lumem para Hemodiálise (CDL) 37

P.O.P – Controle da água 40

Formulário – Prescrição e Evolução Hemodiálise 45

Formulário – Controle Manutenção equipamento Nipro 46

Formulário – Controle Manutenção equipamento Osmose Reversa 47

Manual do Usuário Equipamento Osmose Reversa 48

Guia Prático Nipro – Máquina de Hemodiálise 49

RDC 154 de 15 de Junho de 2004 50

Formulário de Treinamento 51

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Acompanhamento Profissional
Acompanhamento do Nefrologista

A acompanhamento do Nefrologista é obrigatório aos pacientes com insuficiência renal que se


pretende evoluir para a Dialise, tem por finalidade conhecer o paciente, avaliar suas necessidades, orientar e
esclarecer suas dúvidas sobre a doença e seu tratamento com o objetivo de minimizar seu sofrimento
melhorando e ou estabilizando sua condição clínico.

O Protocolo Clínico de admissão compõe-se de: anamnese, avaliação clínica, avaliação


laboratorial e orientação terapêutica.

Orientação Terapêutica

Inicia-se pelo primeiro contato do Nefrologista ao paciente que segundo o médico responsável,
apresenta sinais de Insuficiência Renal e se estende até a alta deste paciente da Nefrologia ou da instituição.

Pacientes que já não respondem bem a terapia de estímulo renal, tendem a evoluir para a terapia
invasiva por meios das dialises, podendo ser Orientado pelo Nefro os seguintes tipos:

1. Indicação de método Dialítico Menos Invasivo- após discussão com paciente e familiares sobre as
modalidades terapêuticas a indicar: hemodiálise ou diálise peritoneal (diálise peritoneal ambulatorial
contínua – CAPD; diálise peritoneal automatizada – DPA; diálise peritoneal intermitente – DPI); e
2. Indicação do acesso: hemodiálise (fístula arteriovenosa – FAV, catéter temporário ou definitivo);
diálise peritoneal – caráter temporário ou definitivo. O adequado acesso vascular para hemodiálise
define, não só, um melhor resultado terapêutico, bem como a sobrevida do paciente. O paciente renal
crônico, com doença renal em estágio terminal, é dependente pleno da qualidade de uma boa fístula
arteriovenosa. Antes da realização de uma fistula arteriovenosa é importante obter uma boa história e
exame físico do paciente. Uma adequada avaliação das veias, artérias e do sistema cardiopulmonar
deve ser realizada. O resultado da investigação irá definir o tipo e a localização do acesso. O catéter
de duplo lumem (CDL) temporário deve ser implantado preferencialmente em veia jugular interna,
evitando-se em subclávia devido à taxa de obstrução e estenose venosa que ocorre em torno de 42% a
50%.

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Acompanhamento Enfermagem

O profissional enfermeiro em exercício na Terapia Renal Substitutiva desempenha funções em


áreas interdependentes, ou seja, administrativa, assistencialista, educativa e de pesquisa, que lhe exige grande
aperfeiçoamento técnico-científico, para o alcance de um gerenciamento de qualidade, a fim de oferecer uma
assistência de excelência.

A equipe de Enfermagem a implementar o tratamento Dialítico orientado pelo Nefrologista,


deve estar treinada e preparada para fazer com da melhor forma a propiciar segurança ao paciente e a equipe
presente, mitigando qualquer evento diverso previsto nos manuais atualizados.

Quando da realização do tratamento com hemodiálise, a equipe Multiprofissional de plantão


na unidade deve estar ciente e de acordo com o tratamento, devendo o técnico de Hemodiálise manter a equipe
ciente dos passos a serem realizados e intercorrências, dois aspectos devem ser considerados quando da
atenção ao paciente: o local em que se encontra o paciente e as intercorrências clínicas.

Referente ao Leito do paciente, se faz, rotineiramente: avaliação das condições clínicas e sinais
vitais do paciente, avaliação da estrutura física e condições da água disponível nas torneiras e sistema de
esgoto.

Referente as intercorrências clínicas podem ser identificadas por meio de sintomas que irão
nortear a conduta terapêutica a ser seguida. Ações de prevenção podem ser implantadas evitando o surgimento
de intercorrências visto que muitas são causadas por condições evitáveis.

Plano de controle e prevenção de infecção e


eventos adversos

As infecções em serviços de saúde, neste caso, em unidades de terapia renal substitutive,


resultam em risco significativo de morbimortalidade ao paciente, por este motivo é necessário medidas de
controle e prevenção destas infecções.

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Pacientes submetidos à diálise crônica, além de apresentarem sistema imunológico deprimido,


sofrem freqüentemente procedimentos invasivos, como punções arteriovenosas, implantação de cateteres
vascular ou peritoneal, contato sanguíneo através de capilares e equipos de hemodiálise bem como de fluidos
dialíticos.

São consideradas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas após a alta ou
quando associadas a procedimentos terapêuticos nesse período; na diálise as infecções mais comuns são
manifestadas por supuração de acesso vascular, septicemia, peritonite e hepatites que se manifestem durante
o tratamento dialítico em ambiente hospitalar ou ambulatorial.

Infecçao do acesso vascular

No caso, a conduta mais adequada é procurar isolar o agente infeccioso por meio de
hemocultura.

A coleta de material no sítio da infecção é imprópria, pois está sujeita a contaminação da flora
normal da pele. Enquanto aguarda o resultado o paciente é tratado empiricamente.

A ocorrência de efeitos adversos apresenta como conseqüência o aumento da morbidade e da


mortalidade. Deve-se, portanto, trocar o cateter quando suspeito e realizar novo acesso de preferência após 48
horas em outro sítio.

Quando a infecção ocorre em fístula é necessário tratar a infecção local, sendo contraindicado
punção do local infectado. Deverá ser providenciado outro acesso durante o período de tratamento.

A prevenção da infecção pode se dar por meio de adoção das seguintes ações:

1. realizar técnica asséptica;


2. realizar anti-sepsia no acesso venoso;
3. lavar o membro da punção com anti-séptico antes da punção;
4. reforçar aspectos de higiene pessoal com os pacientes; e
5. minimizar o período com cateter.

Para que as infecções sejam controladas deve-se proceder ao:

1. registro das infecções;


2. registro dos sintomas: tremores, calafrios, mal-estar, febre; e
3. busca ativa através da inspeção.

Infecções relacionadas com a contaminação dos fluidos de diálise

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Vários fatores influenciam na contaminação dos líquidos usados em hemodiálise.


Teoricamente, bactérias e endotoxinas são grandes para atravessar a membrana do dialisador, exceto se
estiverem em altas concentrações ou quando há defeitos da integridade da membrana.

Para a água tratada utilizada na diálise, é aceitável a contagem de bactérias inferior a 200
UFC/ml e para as soluções dialíticas até 2000 UFC/ml.

É fundamental que seja realizado de forma controlada o tratamento de água, que tem como
objetivo remover contaminantes químicos (alumínio, flúor, cloro, cálcio, magnésio, cobre, nitratos, metais
pesados e eletrólitos), microbiológicos e endotoxinas. O sistema de purificação de água pode acarretar o
desenvolvimento de bactérias e conseqüentemente endotoxinas, sendo assim necessário o tratamento para
desinfecção da água. (vide capítulo 8)

Em relação às soluções de diálise, deverão ser acondicionadas em galões lacrados e após serem
abertos devem ser utilizadas no decorrer da sessão do dia.

A desinfecção do sistema é outro ponto prioritário visto que tem como objetivo eliminar ou
reduzir o número de microrganismos do sistema dialítico, incluindo tratamento da água, sua distribuição,
limpeza e desinfecção das máquinas, do circuito sangüíneo e do dialisador. O hipoclorito de sódio é o
desinfetante de escolha para desinfecção interna das máquinas de hemodiálise, com permanência mínima de
15 minutos em concentração indicada pelo fabricante, sendo que para as linhas e dialisadores é utilizado o
ácido peracético a 0,2%.

Participação do Programa de Gerenciamento de Resíduos de Saúde

O enfermeiro, como membro integrante da equipe de saúde, compartilha da responsabilidade


com o meio ambiente, utilização e geração consciente de resíduos, bem como o gerenciamento dos princípios
de biossegurança que norteiam a prevenção de acidentes aos seres humanos, meio ambiente e saúde pública.
Os profissionais de saúde dos serviços de diálise enfrentam situações de riscos geradas por ações que incluem,
desde os procedimentos diretos com o paciente, até o reprocessamento com os dialisadores e o manuseio dos
resíduos ali produzidos. Assim, o enfermeiro nesse contexto, tem como principal ação, a sensibilização de
pacientes, familiares e/ou cuidadores, bem como de toda a equipe de enfermagem, no correto manuseio e
segregação de resíduos.

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Acompanhamento da Qualidade
Avaliação mensal (Condições clínicas e comorbidades)

A evolução clínica e comorbidades devem ser monitoradas e sua avaliação deve ser feita a cada
mês. garantindo o controle e análise do perfil de clientes atendidos, qualidade dos equipamentos, evolução da
doença, intercorrências, avaliações das condições da unidade, dentre outros.

Capacitação admissional e educação continuada da equipe de enfermagem

Seja no início ou na continuidade do processo de trabalho, a capacitação dos profissionais de


enfermagem tem importância indiscutível. Quando o objeto de trabalho é a atenção ao paciente renal crônico,
torna-se imprescindível qualificar os profissionais para atuarem em nefrologia com competência técnica,
visando contribuir para a eficácia da assistência de enfermagem e eficiência dos serviços. Essa estratégia de
processo ensino-aprendizagem também estimula discussões e reflexões sobre a atuação profissional,
fundamentadas no conhecimento científico, competências legais e políticas públicas, relacionadas à
assistência ao portador de doença renal crônica.

Padronização

Devem ser instituídos e mantido atualizados protocolos institucionais, normas e rotinas,


instruções de trabalho e manuais dos equipamentos para fácil uso da equipe.

Segue abaixo instrumentos padronizados e aprovados pela gerencia da MRM Gestão em Saúde.

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PROCEDIMENTO MRM GESTÃO HOSPITALAR /


OPERACIONAL PADRÃO – ESPÍRITO SANTO
P.O.P.
Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – Instalação e conexão dos equipamentos de HD


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO
A setor de engenharia clínica estará realizando o controle e manutenções dos equipamentos
preventivo e periódico, deixando os equipamentos e materiais em condições seguras de uso.

Técnico de enfermagem com capacitação em Hemodiálise, vai até a sala de guarda e retira os
equipamentos e materiais necessários e levar para próximo do ponto de água e esgoto.

1. MATERIAL NECESSÁRIO
• Osmose Reversa Portátil
• Maquina de Hemodiálise
• Bomda de água (S/N)
• Ponto de fornecimento de água
• Conexões e mangueiras
• 03 tomadas elétricas 220V

2. EPI
• Utilizar precauções para COVID: Toca, Mascara N95, luvas de procedimento, avental,
calçado fechado e óculos de proteção.

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3. PROCEDIMENTO

• Lavar as mãos com agua e sabão;


• Calçar as luvas descatável;
• Identificar a localização do ponto de água dentro da unidade;

• Posicionar a osmose próximo ao ponto de água, de forma que as mangueiras não fique
demasiadamente esticadas;
• Retirar a luva que reveste a conexão de entrada de agua da osmose e conectá-la ao ponto de
água fixo da unidade;
• Abrir o registro de agua;
• Retirar a luva que reveste a saída do rejeito da osmose e conectá-la ao ponto fixo do rejeito da
unidade;
• Posicionar a maquina de HD próximo ao leito do paciente a ser dialisado e conectar na tomada;
• Estender as mangueiras de entrada de agua e de esgoto da maquina em direção à osmose;
• Conectar a mangueira de entrada de agua da maquina ao registro de agua tratada da osmose
e abrir o registro;
• Conectar a mangueira do esgoto da maquina no ponto fixo de esgoto da unidade;
• Ligar a osmose;
• Ligar a maquina de HD;
• Retirar as luvas de procedimento;
• Lavar as mãos com agua e sabão;
• Proceder com inicio da sessão de HD;

NOTA:

• Ao término da sessão e posteriormente à desinfecção da maquina de HD e limpeza externa dos


equipamentos, a desconexão das mangueiras deve ser realizada com os registros devidamente
fechados.

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• Proteger cada uma das conexões com luva de procedimento para evitar contaminação e
derramamento de água durante o transporte dos equipamentos;
• Todos deverão ser guardados na sala da hemodiálise até o próximo uso.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES
Risco de desabastecimento de itens padronizados;
Risco de contaminação e perda do cateter.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.

• Barros Elvino - Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento - Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 1999 - Páginas 213 a 235.
• Rogante, Maria Marilene - Procedimentos Especializados de Enfermagem, Livraria Atheneu,
1994 - Páginas 145 a 167 - SP - São Paulo.

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PROCEDIMENTO MRM GESTÃO HOSPITALAR /


OPERACIONAL PADRÃO – ESPÍRITO SANTO
P.O.P.
Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – Conexão do paciente na máquina de hemodiálise NIPRO DIAMAX


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO
Durante o plantão o Médico Nefrologista irá entregar as prescrições de Hemodiálise ao enfermeiro
ou ao técnico de Enfermagem de plantão pela MRM, fazendo as orientações.

Técnico de enfermagem com capacitação em Hemodiálise, separa o material e realiza o


procedimento sobre supervisão do enfermeiro.

4. MATERIAL NECESSÁRIO

• Máquina de HD NIPRO DIAMAX;


• Solução ácida;
• Solução Básica;
• Soro Fisiológico 0,9% 1000ml ou 500ml.
• Dialisador;
• Kit linhas (arterial e venosa);
• Isolador de pressão;
• Seringa 20ml;
• Seringa 5ml;

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• Seringa 3ml;
• Agulha 40x12;
• Heparina;

5. EPI
• Utilizar precauções para COVID: Toca, Mascara N95, luvas de procedimento, avental,
calçado fechado e óculos de proteção.

6. PROCEDIMENTO

• Colocar os EPIs;
• Colocar o capilar na máquina deixando todos os clamps abertos e os set do(s) cata bolha (s)
fechado(s);
• Apertar botão on/off na maquina;
• Colocar os cabos nos concentrados (ácido e básico);
• Apertar em teste;
• Passar teste?;
• Apertar novamente tecla teste;
• Quando ajustar a condutividade, regular as janelas através da tecla select e aparecerá no visor:
programa 1, aperte a tecla confirmar;
• Conectar hansens no capilar, obedecendo as cores: azul do lado da linha venosa e vermelho do
lado da linha arterial;
• Abrir o clamp do soro fisiológico;
• Ligar a bomba, fluxo 300 ml/ min.
• Após 5 minutos, verificar se o material encontra-se totalmente preenchido;
• Desligar a bomba de sangue;
• Fechar o set da linha arterial e conectar na máquina o set da linha venosa com isolador de
pressão, colocar a linha venosa na pinça do detentor de ar, conectar seringa de heparina no
local correto (caso seja prescrita);
• Programar tempo e UF de acordo com a prescrição de cada paciente;
• Verificar PA do paciente;

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• Caso seja paciente com FAV:


o Verificar os locais de punção da FAV, observando se a mesma está funcionando
(presença de frêmito) e se não existem sinais de infecção como vermelhidão, calor,
inchaço do local. (caso exista, comunicar imediatamente ao nefrologista, NÂO
PUNCIONAR);
o Realizar antissepsia do local a ser puncionado com gaze embebida em Alcool 70% ou
Clorexidina Alcoolica;
o Realizar punção utilizando agulhas cortantes e fixando-as com fita adesiva de forma que
fique presa ao membro do paciente.
• Caso seja paciente com CDL:
o Localizar o acesso, verificar se se encontra em bom estado de funcionamento, se curativo
encontra-se íntegro, bem como aspecto da pele e presença de sinais flogísticos no local
de inserção. Comunicar ao nefrologista qualquer anormalidade verificada;
o Realizar antissepsia da extensão do CDL com gaze embebida de Alcool 70% ou
Clorexidina Alcoolica realizando fricção;
o Retirar as tampinhas das vias do CDL e com uma seringa de 5ml, aspirar 3ml de cada
uma das vias a fim de retirar a heparina que foi introduzida na sessão anterior e descartar;
• Conectar a linha arterial à agulha do ramo arterial ou via do CDL arterial;
• Conectar a linha venosa à agulha do retorno venoso ou via do CDL venosa;
• Despinçar as linhas e agulhas ou vias do CDL;

• Ligar a tecla on/off da bomba de sangue;


• Ligar a bomba de sangue em 200ml por minuto;
• Anticoagular o sistema com heparina caso seja prescrita;
• Atentar-se para possíveis reações que o paciente venha a apresentar neste momento;
• Regular fluxo da bomba de sangue de acordo com a prescrição do paciente;
• Durante a sessão, verificar PA de 15/15min. e sempre que houver alguma queixa por parte do
paciente;
• Comunicar imediatamente todas as intercorrências ao plantonista;
• Administrar medicações conforme prescrição;

5. RISCOS / LIMITAÇÕES

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Risco de desabastecimento de itens padronizados;


Risco de contaminação e perda do cateter.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.

• Barros Elvino - Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento - Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 1999 - Páginas 213 a 235.
• Rogante, Maria Marilene - Procedimentos Especializados de Enfermagem, Livraria Atheneu,
1994 - Páginas 145 a 167 - SP - São Paulo.

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OPERACIONAL PADRÃO – ESPÍRITO SANTO
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Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – Registro e controle dos Sinais Vitais Durante Hemodiálise


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO

A hemodiálise é o método onde haverá a filtração e depuração do sangue, com a intenção de


retirar as substâncias nitrogenadas tóxicas e remover o excesso de água, sendo as mesmas
acumuladas devido à deficiência da função renal, mantendo os componentes normais do sangue.
O sangue é obtido através de um acesso vascular e estimulado por uma bomba, em um sistema de
circulação sanguínea fora do corpo, assim encontra-se um sistema de fornecimento de líquidos de
diálise, o dialisado, e um filtro, o dialisador; no qual ocorre a difusão, osmose, convecção e
ultrafiltração.
Desta forma, a assistência de enfermagem é essencial durante o tratamento dialítico, pois é
responsável desde a avaliar o paciente, ao acesso venoso, dar assistência enquanto o paciente
dialisa até ajudá-lo a compreender as modificações do seu estado de vida.
A enfermagem deve a cada instante estar atenta as suas ações e ter em mente que elas devem
estar sempre fundamentadas cientificamente, os procedimentos técnicos deverão seguir a
sistematização de enfermagem, proporcionando segurança, meios de avaliação e qualidade no
tratamento.

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Os cuidados de enfermagem envolvem a sistematização desde a entrada do paciente até a


saída deste da sessão de hemodiálise. Deve-se recepcionar o paciente ao chegar à unidade de
diálise, sempre observando seu aspecto geral e realizando uma avaliação pré-hemodiálise, que
envolve encaminhamento do paciente à balança para registrar o peso, encaminhar o paciente à
máquina, verificar sinais vitais; auxiliares e/ou técnicos devem comunicar qualquer alteração para
o enfermeiro responsável, conversar com o paciente sobre qualquer sintoma que ele tenha sentido
desde a última diálise, etc. e se não houver restrição iniciar a sessão de diálise. Na avaliação pós-
hemodiálise deve-se cuidar para sinais de sangramento no local da punção venosa, checar sinais
vitais, verificar o peso, não permitir que o paciente sintomático deixe a unidade sem atendimento
médico, etc.
Durante a sessão de hemodiálise a equipe deve estar atenta ao monitoramento dos sinais vitais,
anticoagulação, funcionamento adequado das máquinas de diálise (temperatura, rolete, fluxo de
sangue, fluxo dialisado), conforto do paciente, intercorrências, queixas e dúvidas dos pacientes,
solicitação do médico quando necessário, e a enfermeira deve realizar a supervisão dos auxiliares
e técnicos da equipe.
Ao fim da sessão, ao retirar o paciente da máquina deve-se tomar cuidado para que haja maior
devolução de sangue ao paciente com uma menor quantidade de soro e evitar embolismo gasoso
pela entrada de ar pela agulha de retorno.
Relacionando a prescrição de enfermagem na inserção do cateter endovenoso na FAV, deve
orientar ao técnico a verificar a prescrição médica para hemodiálise; Instruir o paciente sobre o
procedimento; Manter a técnica asséptica rígida; Identificar se o paciente é alérgico a álcool, iodo
ou à fita adesiva; Escolher agulha apropriada para a F A V do paciente; Fazer torniquete acima dos
locais de punção; Fazer anti-sepsia da área, previamente lavada com água e sabão e com álcool a
70%; Inserir as agulhas respeitando as devidas distâncias entre as agulhas e anastomose vascular;
Observar retorno sanguíneo; Remover o torniquete; Fixar as agulhas com fita adesiva; Conectar as
agulhas às linhas venosa e arterial da hemodiálise e manter as precauções universais.

Normas e rotinas para realização da Hemodiálise prescrita pelo Médico Nefrologista do Serviço;

1. Receber a Prescrição do médico e atentar as orientações;


2. Conferir os EPIs e se preparar conforme POP de Precaução de Goticulas;
3. Preparar material e equipamento a beira leito conforme POP específico;

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4. Avaliar a condições clínicas do paciente, antes de ligar a máquina e chamar o Plantonista S/N;
5. Anotar os Sinais Vitais e vazão das Drogas Vazoativas;
6. Observar e pedir para interromper as medicações que possam ser filtradas pelo capilar;
7. Identificar onde está incerido o cateter, flexionar com álcool 70% antes de abrir o cateter;
8. Iniciar a Hemodiálise com a equipe próxima, atenta aos complicações e riscos;
9. Aferir novamente Sinais Vitais nos primeiros, 15, 30 e 60min após o início e de 30/30min após a
primeira hora, ou mesmo S/N;
10. Paciente diabético ou com rebaixamento de consciência deve ser aferido glicemia de 1/1h;
11. Seguir com sessão até o termino do objetivo, devolver o sangue desconectar o paciente;
12. Cateter de HD, deve ser fechado com Heparina conforme POP expecífico;
13. Realizar a limpeza da incessáo com Alcool 70% e fazer curativo oclusivo;
14. Realizar o relatório descrevendo de forma clara o transcorrer da HD;
15. Desconectar as maquinas fazer a limpeza com Alcool 70% e devolver na sala de guarda;
16. Trocar os EPIs antes de ir para o próximo paciente ou áreas comuns.

OBS: Náo iniciar Hemodiálise em paciente POI e nas primeiras 12hs de Pós Operatório sem
confirmação do médico plantonista e Nefrologista.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES
Risco de desabastecimento de itens padronizados;
Risco de obstrução, contaminação e perda do cateter.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.
• Barros Elvino - Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento - Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 1999 - Páginas 213 a 235.
• Rogante, Maria Marilene - Procedimentos Especializados de Enfermagem, Livraria Atheneu,
1994 - Páginas 145 a 167 - SP - São Paulo.

Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo


19

• FERMI, M.R.V. Diálise para Enfermagem: guia prático. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010.

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Instrução de Trabalho - IT MRM GESTÃO HOSPITALAR /


ESPÍRITO SANTO
Data de Construção: Outubro/2022
Versão: 01
EQUIPE HEMODIÁLISE Data da Emissão: Outubro/2022
FILIAL ESPÍRITO SANTO *Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – Complicações Agudas da Hemodiálise


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Médico Nefrologista, Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO
Nos últimos 50 anos, a introdução de novos avanços tecnológicos no tratamento hemodialítico
tornou esse procedimento seguro e capaz de manter a vida dos pacientes por longos períodos. O
controle da ultrafiltração, o dialisato com bicarbonato, o desen- volvimento de membranas mais
biocompatíveis, a sofisticação crescente das máquinas de hemodiálise e a aplicação dos modelos
de sódio variável e cinética da heparina contribuíram para esse sucesso. Entretanto, em 30% das
sessões de hemodiálise, pode ocorrer algum tipo de complicação. Assim sendo, a constante
avaliação dessas complicações deve estar inserida em qualquer programa de controle da
qualidade.

Desde o pedido de parecer até o termino do tratamento, a equipe deve ficar atenta aos sinais de
complicações, Sendo eles:

1. Hipotensão arterial
A hipotensão arterial é, sem dúvida, a principal complicação do tratamento
hemodialítico, ocorrendo em até 20% das sessões. A fisiopatologia envolve a taxa de
ultrafiltração, a queda da osmolaridade, a temperatura do dialisato, a biocompatibilidade da
membrana de diálise, a introdução de endotoxinas na circulação e o uso de acetato como
tampão. Esses eventos podem levar a redução do volume intra- vascular, aumento na

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liberação de substâncias vasodilatadoras e redução nas vasoconstrictoras, além da ativação


do complemento e liberação de citoquinas. Por sua vez, esses mecanismos conduzem à
redução do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, com conseqüente redução
da pressão arterial.
Independentemente do mecanismo fisiopatológico envolvido, o tratamento agudo, na
hipotensão arterial durante a hemodiálise, implica a infusão de solução salina e agentes hipertônicos
como cloreto de sódio a 20% ou 30%, manitol, glicose a 50% e albumina. Se necessário, o paciente
deverá ser colocado na posição de trendelenburg.
Independentemente do mecanismo fisiopatológico envolvido, o tratamento agudo, na
hipotensão arterial durante a hemodiálise, implica a infusão de solução salina e agentes hipertônicos
como cloreto de sódio a 20% ou 30%, manitol, glicose a 50% e albumina. Se necessário, o paciente
deverá ser colocado na posição de trendelenburg.
Mediante a ineficiência dos tratamentos para atingir a estabilidade do paciente e normalidade
da pressão o medico do plantão e o Nefrologista devem optar pela suspensão da hemodiálise.

2. Síndrome do desequilíbrio da diálise


Essa síndrome é freqüentemente observada em pacientes que iniciam o tratamento dialítico
quando crianças e naqueles submetidos à diálise de alto fluxo e alta eficiência (diálise curta).
Entretanto, pode ocorrer com intensidade variável em qualquer paciente. Ela se caracteriza por
cefaléia, náuseas, vômitos, tremores, confusão mental, delírio, convulsões e coma, que podem ser
observados durante ou após a diálise.
A patogênese envolve um edema cerebral secundário gradiente da uréia entre o sangue e o
líquido cefalorraquidiano. Esse gradiente favorece a translocação de água para o interior das células
do sistema nervoso central.
A utilização de diálises de curta duração e baixa eficiência com redução do intervalo
interdialítico está indicada nos pacientes que, iniciando tratamento dialítico, apresentam
concentração sérica de uréia muito elevada. O uso de soluções hipertônicas como manitol,
intermitente ou contínuo, e a elevação nas concentrações de sódio do dialisato são medidas que,
promovendo a elevação da osmolaridade plasmática, reduzem o edema cerebral. O uso profilático
de anticonvulsivantes não está indicado, mas alguns grupos utilizam o clonazepan em crianças.

3. Cãibras
Cãibras são uma complicação freqüente da hemodiálise; predominam nos membros inferiores
e ocorrem, preferencialmente, na segunda metade da hemodiálise. Freqüentemente são precedidas
de hipotensão arterial. As cãibras estão associadas à elevada taxa de ultrafiltração durante a diálise

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22

e não indicam, necessariamente, que o paciente atingiu o peso seco. Entretanto, em situações em
que o paciente é ultrafiltrado abaixo do peso seco, as cãibras são freqüentes e podem ocorrer horas
após o término da hemodiálise.
A fisiopatologia não está totalmente esclarecida e aparece associada ao desequilíbrio entre
ultrafiltração e reenchimento vascular. Nesse sentido, é importante orientar o paciente a reduzir o
ganho de peso no intervalo interdialítico e, se necessário, prolongar o tempo de diálise, a fim de
tornar a ultrafiltração menos intensa.

4. Arritmias cardíacas
Arritmia cardíaca ventricular ou supraventricular é uma complicação freqüente durante a
hemodiálise, sendo observada principalmente em pacientes com acentuada hipertrofia ventricular
esquerda, doença cardíaca isquêmica e doença pericárdica. A hipocalemia e hipomagnesemia
induzidas pela diálise também representam fatores de risco,8 principalmente quando associadas ao
uso de digitálicos. Desse modo, o uso de soluções de diálise com concentração zero de potássio
não são aconselháveis. Em pacientes propensos a essa complicação e que estejam em uso de
digitálicos, o nível sérico da droga deve ser monitorado. O uso de dialisato com bicarbonato também
parece reduzir a freqüência de arritmias durante a diálise.

5. Hipoxemia
Hipoxemia de duração e intensidade variável ocorre durante a hemodiálise, entretanto, sua
expressão clínica é pequena e ocorre, principalmente, nos pacientes com importante doença
pulmonar ou naqueles com doença cardíaca isquêmica não compensada.
Ela é observada de modo mais intenso nas diálises com tampão acetato. Nessa condição,
existe a passagem de CO2 e bicarbonato para o dialisato. Isto leva a hipocapnia à hipoventilação e
à hipoxemia. Nos pacientes em diálise com tampão bicarbonato, a hipoxemia é menos intensa e
parece estar associada à rápida alcalinização secundária e às altas concentrações de bicarbonato
no dialisato. A importância do seqüestro de leucócitos no pulmão e a ativação do complemento não
parecem influenciar significa- tivamente a hipoxemia da hemodiálise.
Essa complicação raramente necessita de intervenção médica se limita a oferecer oxigênio.
Entretanto, para pacientes em UTI com instabilidade hemodinâmica e que recebem drogas
vasoativas e suporte ventilatório é aconselhável elevar a oferta de oxigênio durante a diálise.

6. Reações alérgicas
Reações do tipo anafilático são raras e ocorrem principalmente com dialisadores novos, por
isso são chamadas de síndrome do primeiro uso. Os pacientes geralmente apresentam, em diferente

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intensidade, grande variedade de sinais e sintomas: queimação retroesternal ou ao longo da fístula


arteriovenosa, su- dorese, calor, urticária e prurido, edema facial ou palpebral, aumento da secreção
brônquica, bronco- espasmo, dispnéia, bradicardia e hipotensão arterial são complicações que, se
não atendidas prontamente, podem evoluir para óbito.
O tratamento das reações anafiláticas inclui a imediata suspensão da diálise sem retorno do
sangue para o paciente. De acordo com a intensidade dos sintomas, podem-se utilizar anti-
histamínicos, adrenalina, corticóide e suporte ventilatório.

7. Prurido
Embora aceito como uma das complicações da insuficiência renal crônica, do tratamento
dialítico de longa duração, da presença de hiperparatieroidismo secundário e de alterações do
metabolismo do cálcio e do fósforo, o prurido pode, em alguns pacientes, iniciar- se ou agravar-se
durante a sessão de hemodiálise. Nessas condições, a fisiopatologia é incerta, e o tratamento inclui
o uso de anti-histamínicos e benzodiazepínicos. Os pacientes devem ser aconselhados a tomar
banhos rápidos e com água em temperatura ambiente, além de utilizarem cremes hidratantes.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES
Risco de complicação do paciente durante o tratamento;
Limitações para o inicio ou continuidade do tratamento.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.
• Barros Elvino - Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento - Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 1999 - Páginas 213 a 235.
• Rogante, Maria Marilene - Procedimentos Especializados de Enfermagem, Livraria Atheneu,
1994 - Páginas 145 a 167 - SP - São Paulo.

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24

Instrução de Trabalho - IT MRM GESTÃO HOSPITALAR /


ESPÍRITO SANTO
Data de Construção: Outubro/2022
Versão: 01
EQUIPE HEMODIÁLISE Data da Emissão: Outubro/2022
FILIAL ESPÍRITO SANTO *Data de Revisão: Outubro/2022

IT – Acidentes associados à Diálise


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Esta instrução compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise nas
UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Médico Nefrologista, Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO
Nos últimos 50 anos, a introdução de novos avanços tecnológicos no tratamento hemodialítico
tornou esse procedimento seguro e capaz de manter a vida dos pacientes por longos períodos. O
controle da ultrafiltração, o dialisato com bicarbonato, o desen- volvimento de membranas mais
biocompatíveis, a sofisticação crescente das máquinas de hemodiálise e a aplicação dos modelos
de sódio variável e cinética da heparina contribuíram para esse sucesso. Entretanto, em 30% das
sessões de hemodiálise, pode ocorrer algum tipo de complicação. Assim sendo, a constante
avaliação dessas complicações deve estar inserida em qualquer programa de controle da
qualidade.

Durante a Hemodialise a equipe responsável deve estar atenta aos seguintes riscos:

1. Hemorragias
Na diálise, as hemorragias são causadas pela passagem ou tentativas de passagem de
cateteres para hemodiálise ou são complicações decorrentes da desconexão das linhas de diálise.
Atualmente, as máquinas de diálise apresentam sensores de pressão que devem ser
utilizados e monitorizados, a fim de diminuir esses riscos. Após a passagem de cateter para
hemodiálise, é conveniente a realização de raio-X para verificar a posição do cateter. Nas situações
de múltiplas punções, sempre que possível é prudente retardar o início da diálise ou iniciar o

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25

procedimento sem anticoagulação.

2. Embolia aérea
A presença de detectores de ar nas máquinas de hemodiálise tornou essa complicação
rara. Entretanto, é importante ressaltar que o aparecimento e a intensidade dos sintomas dependem
não só do volume e da velocidade com que o ar tem acesso à circulação, mas também da posição
do paciente no momento do acidente. Nos pacientes sentados, o ar tende a se distribuir pelo sistema
venoso central, provocando perda da consciência e gerando convulsões. Quando o paciente está
deitado ou semideita- do, o ar caminha em direção ao leito venoso pulmonar, causando dor torácica,
dispnéia e choque. O ar pode também dirigir-se às extremidades inferiores, provocando
manifestações de isquemia com cianose, adormecimento e dor.
As principais vias para a entrada de ar no circuito de hemodiálise são os segmentos de
linha pré-bomba, o uso de soluções intravenosas armazenadas em frascos de vidro e o dialisato com
ar. Também durante a colocação e a manipulação dos cateteres temporários, o ar pode ter acesso
à circulação sangüínea.
Uma vez estabelecido o diagnóstico, as linhas de sangue devem ser fechadas, e o
paciente colocado em posição de tremdelenburg com o lado esquerdo voltado para baixo. Essa
posição visa manter o ar no interior do ventrículo direito e distribuí-lo na direção dos membros
inferiores. Intubação orotraqueal e ventilação mecânica com oxigênio a 100% podem ser
necessárias. Nos casos de embolia maciça, o ar contido no ventrículo direito pode ser aspirado por
um cateter multiperfurado colocado em posição central.

3. Hemólise
Durante a diálise, as principais causas de hemólise são as dobras dos cateteres ou das
linhas de sangue, a presença de formol ou de ácido peracético no interior do dialisador e a infusão
acidental de hipoclorito. Clinicamente, os pacientes apresentam mal estar, cefaléia, náuseas e
intensa dor abdominal. O sangue nas linhas de diálise torna-se vermelho rutilante. A morte pode
ocorrer devido à hiperpotassemia. O tratamento implica a correção da causa básica, seguida de
reinício da diálise para evitar hipercalemia.

4. Erros na temperatura do dialisato


A temperatura do dialisato, normalmente a 36oC, é regulada por um termostato. Falhas
nesse sistema podem reduzir ou elevar a temperatura a níveis anormais. Temperaturas na faixa de
35oC têm sido utiliza- das para aumentar a estabilidade hemodinâmica durante a diálise e não
conduzem a complicações. Temperaturas muito altas, acima de 40oC, podem induzir hemólise com

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hiperpotassemia grave. Nessas condições, é necessário corrigir o problema e reiniciar a diálise.

5. Complicações da anticoagulação
Para pacientes com risco de sangramento, a anticoagulação com heparina aumenta a
possibilidade de hemorragias. A utilização do modelo de cinética da heparina, individualizando a
dose da droga, diminui esses riscos.
Para pacientes em pós-operatório ou com sangra- mento ativo, técnicas como a
heparinização regional, o uso de citrato de sódio e a diálise sem heparina têm sido desenvolvidas.
Na heparinização regional, pode ocorrer um rebote na anticoagulação, 4 a 6 horas após, em função
da dissociação do complexo heparina-protamina. A anticoagulação regional com citrato e
concomitante infusão de cálcio pode provocar hipocalcemia e alcalose pós-diálise. A hemodiálise
sem heparina parece segura e eficiente, desde que o dialisador seja lavado com salina a cada 20 ou
30 minutos. Nessa situação, é necessário avaliar a necessidade de reajustar a ultrafiltração. A
utilização de heparina de baixo peso molecular permite efetiva anticoagulação com menos risco de
sangramento.

6. Reações pirogênicas
Reações pirogênicas durante a diálise, caracterizadas por febre, calafrios, hipotensão e
choque, são raras com os modernos sistemas de tratamento de água por osmose reversa. Quando
elas ocorrem, sugerem a possibilidade de contaminação da água de diálise. O uso de concentrado
de bicarbonato e a presença de glicose no dialisato também permitem o crescimento bacteriano,
favorecendo a produção de endotoxinas.
Pelas recomendações do AAMI (Association for the Advancement of Medical
Instrumentation), a água para o dialisato ou para o reuso deve apresentar contagem bacteriana
inferior a 200 unidades formadoras de colônia (UFC)/ml, e o nível de endotoxina não deve ultrapassar
cinco unidades de endotoxina (EU)/ml. No Brasil, a legislação admite valores semelhantes.
Punção de fístula nativa ou de enxerto infectado também favorece o aparecimento de
infecção sistêmica com endotoxemia.

7. Contaminantes da água de diálise


Além da contaminação com microorganismos, a água de diálise pode estar contaminada
por cloraminas, cálcio, magnésio, cobre, ferro, flúor, sulfato, zinco, alumínio e nitratos. Com os
modernos sistemas de tratamento de água, quando as regras de manutenção do material são
obedecidas, essas complicações tornaram-se pouco freqüentes.

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8. Distúrbios eletrolíticos
Distúrbios na concentração sérica do sódio decorrentes da hemodiálise são pouco
freqüentes, visto que as modernas máquinas de diálise apresentam uma série de dispositivos que
detectam problemas na composição do dialisato.
A hipernatremia provoca a translocação de fluido do intracelular para o interstício e
intravascular. O paciente pode apresentar cefaléia, náuseas, vômitos, sede intensa, convulsões,
coma e, eventualmente, óbito. O tratamento implica o reinício da diálise com concentrações de sódio
no dialisato, progressivamente mais baixas, ou a infusão de salina isotônica associada à ultrafiltração
isolada. O sódio sérico não deve ser reduzido rapidamente abaixo de 145 mEq/l, pois pode ocorrer
edema cerebral com convulsões, coma e morte, secundários à reidratação do intracelular.
Hipercalemia é rara durante a diálise e geralmente está associada à hemólise. Pacientes
dialisados com concentração de potássio abaixo de 1,5 mEq/l podem desenvolver hipocalemia. Isto
pode predispor a arritmias cardíacas nos pacientes com doença cardíaca ou em uso de digitálicos.
Pacientes com acidose severa também estão predispostos à hipocalemia durante a diálise. A
correção da acidose provoca translocação do potássio para o intracelular. Clinicamente, a
hipocalemia se caracteriza por arritmia cardíaca, hipotensão, cansaço, fraqueza muscular e,
eventualmente, paralisia muscular.
Diante dessas considerações, é prudente individualizar a concentração de potássio no
dialisato, de acordo com as necessidades do paciente.
Pacientes submetidos à diálise diária, principalmen- te de baixa eficiência e duração
prolongada, podem desenvolver Hipofosfatemia. Essa complicação também pode ocorrer em
pacientes com função renal normal submetidos à hemodiálise por intoxicação exógena.
Manifestações clínicas de hipofosfatemia são raras, a menos que a concentração sérica
de fósforo esteja abaixo de 1 mg/dl. Eventualmente pode ser necessário acrescentar fósforo ao
banho de diálise.
Alcalose metabólica é pouco freqüente em hemodiálise e, geralmente, está associada à
anticoagulação com citrato de sódio. Acidose metabólica ocorre quando a concentração de acetato
ou bicarbonato no dialisato é baixa. O tratamento consiste em prolongar a diálise após a substituição
por dialisato de composição adequada.

9. Anormalidades no metabolismo da glicose


Dialisato sem glicose pode induzir perdas de até 30 gramas de glicose por sessão diálise.
Nessas condições, pacientes alcoólatras, com doença hepática ou com desnutrição grave podem
apresentar hipoglicemia durante a diálise. Freqüentemente, esses pacientes estão em uso
concomitante de betabloqueadores. No entanto pacientes diabéticos, o uso de dialisato com glicose

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pode precipitar graves hiperglicemias. Devendo ser feito o controle glicémico durante a sessão.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES
Risco de complicação do paciente durante o tratamento;
Limitações para o início ou continuidade do tratamento.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.
• Barros Elvino - Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento - Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 1999 - Páginas 213 a 235.
• Rogante, Maria Marilene - Procedimentos Especializados de Enfermagem, Livraria Atheneu,
1994 - Páginas 145 a 167 - SP - São Paulo.
• Castro Manoel Carlos M - Atualização em diálise: Complicações agudas em hemodiálise, J
Bras Nefrol 2001;23(2):108-13.

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PROCEDIMENTO MRM GESTÃO HOSPITALAR /


OPERACIONAL PADRÃO – ESPÍRITO SANTO
P.O.P.
Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – Punção vascular com cateter Duplo Lumem para hemodiálise


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton Santussi
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Médico Nefrologista e Médico plantonista da UTI
4. PROCEDIMENTO

Em se tratando de hemodiálise, a punção vascular com utilização de um cateter, geralmente é


utilizada temporariamente.
Para tal punção, faz-se necessário a utilização de um vaso sanguíneo de grande calibre, como
por exemplo, jugulares internas, subclávias e femurais.
Os cateteres venosos mais utilizados são os de duplo lúmen.
Em resumo, a punção vascular com cateter para hemodiálise, consiste na introdução de um
cateter calibroso através de um grande vaso para fins de correção dos distúrbios relacionados a
insuficiência renal aguda ou crônica agudizada, principalmente para reverter quadros de
hipercatabolismo e ou hipervolemia.

MATERIAIS NECESSÁRIOS
• Cateter para hemodiálise (duplo ou triplo lúmen);
• Bandeja de punção de acesso central;
• Clorexidine degermante;
• Clorexidine alcoólica;

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30

• Campo e avental estéreis, máscara, gorros e óculos;


• Luva estéril;
• Micropore;
• Seringas de 5 e 10 mL;
• Agulhas 40x12 e 30x7 ou 25x7;
• Xylocaína 2% sem vasoconstritor;
• Fio sutura (nylon 3-0);
• Lâmina de bisturi no11;
• Gazes estéreis;
• Monitor cardíaco;
• Equipo, polifix 2 ou 4 vias e SF0,9% 250mL;
• Heparina 5.000UI/mL 3mL.

NORMAS E ROTINAS PARA REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO;

1. Higienizar as mãos.
2. Preparar material e ambiente.
3. Explicar ao paciente/família os benefícios e objetivos do procedimento.
4. Expor o local de punção do cateter e fazer a degermação com clorohexidine.
5. Retirar ar do equipo e polifix 2 ou 4 vias com SF0,9% (para cateteres triplo lúmen)
6. Auxiliar no procedimento médico:
7. Abrir pacote com a Bandeja de punção;
• Abrir e dispor no campo da Bandeja: seringas, agulhas, fio de sutura, campos e o kit cateter;
• Colocar clorohexidine alcoólica na cuba da bandeja e SF0,9% na outra cuba da bandeja
• Após a paramentação médica (luvas e avental estéreis, gorro, óculos e máscara), apresentar
a xylocaína para aspiração pelo médico;
• Aguardar o médico realizar a antissepsia do local de punção com a clorohexidine, colocar os
campos estéreis, aplicar o anestésico local, localizar o vaso sanguíneo, realizar a punção com
a agulha do kit, passagem do guia do kit, retirada da agulha do kit, passagem do dilatador do
kit (talvez seja necessário fazer uma pequena incisão no sítio de punção), retirada do
dilatador, passagem do cateter, retirada do guia;
• Após o médico aspirar sangue do cateter: apresentar o SF0,9% com o equipo e conectar na
via do cateter para manter a permeabilidade do acesso (triplo lúmen); nos dois lúmens para
diálise injetar a heparina na quantidade indicada pelo fabricante (geralmente

Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo


31

aproximadamente 1,2 e 1,3 mL), clampear o lúmen e colocar a tampinha.


8. Aguardar o médico realizar a fixação do cateter com fio de sutura;
9. Fazer curativo com clorohexidine alcoólica no sítio de punção e ocluir com gaze. Proteger com gazes
e micropore a extremidade externa (local das tampinhas).
10. Controlar sinais vitais.
11. Aguardar radiografia para confirmar a localização do cateter e afastar possíveis iatrogenias.
12. Higienizar as mãos.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES

Iatrogenia como: Pneumotórax; Hemotórax; Dissecção; ArritmiaI; Infecção; Hematoma;


Deslocamento do cateter; Isquemia ou necrose e Sangramentos

6. PREVENÇÃO DE AGRAVOS

Seguir procedimento técnico

Radiografia

Monitorar traçado cardíaco

Monitorar oximetria de pulso

Avaliar uso de trombolíticos antes da punção e retirada do cateterenção de agravo:

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.
• CINTRA, E. A.; NISCHIDE, V. M.; NUNES, W. A. Assistência de enfermagem ao
• paciente gravemente enfermo. São Paulo: Atheneu, 2003.
• HUDAK, C. M.; GALLO, B. M. Cuidados intensivos de enfermagem: uma abordagem
• holística. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
• MOTTA, A. L. C. Normas, rotinas e técnicas de enfermagem. São Paulo: Látia, 2003.

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32

• KNOBEL, E.; LASELVA, C. R.; JUNIOR, D. F. M.; Terapia intensiva: enfermagem. São Paulo:
Atheneu, 2006.

Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo


33

PROCEDIMENTO MRM GESTÃO HOSPITALAR /


OPERACIONAL PADRÃO – ESPÍRITO SANTO
P.O.P.
Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – PUNÇÃO DE FÍSTULA ARTÉRIO VENOSA (FAV) E PRÓTESE ARTÉRIO VENOSA


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton Santussi
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Orientar e padronizar a punção de fístula arteriovenosa (FAV);
3. RESPONSABILIDADE
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem do serviço de Hemodiálise
4. PROCEDIMENTO

Em paciente com Insuficiência Renal Crônica (IRC) o Tratamento dialítico, faz parte da sua
rotina, devendo ser feito periodicamente sem falta.
Aos clientes que evoluem para a Hemodiálise periódica, logo se indica e confecção cirúrgica,
por um Cirurgião Vascular da Fístula Artério Venosa (FAV).
O objetivo fundamental da fístula (FAV): o desenvolvimento de uma rede venosa superficial,
constituída.

RESPONSABILIDADES

Compete ao Enfermeiro
• Conferir a identificação do paciente (nome completo, data de nascimento e/ou prontuário),
conforme Protocolo de Identificação Segura do Núcleo de Segurança do Paciente;
• Avaliar e realizar as três primeiras punções da FAV;
• Liberar a realização das punções de FAV pelos os técnicos de enfermagem;

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• Avaliar e realizar as punções de FAV com prótese em todas as sessões.

Compete ao Técnico de Enfermagem


• Conferir a identificação do paciente (nome completo, data de nascimento e/ou prontuário),
conforme Protocolo de Identificação Segura do Núcleo de Segurança do Paciente;
• Realizar as punções de FAV após a liberação do enfermeiro;
• Comunicar ao enfermeiro e registrar no prontuário do paciente qualquer alteração percebida ao
avaliar e puncionar a fístula.

MATERIAIS NECESSÁRIOS
• EPIs (Luvas, Marcara, óculos de Proteção, Touca, capote)
• Um par de agulhas para FAV de acordo com a prescrição;
• Álcool 70% e Clorexedina Degermante;
• Gaze;
• Fita crepe ou hipoalergênica;
• Campinhho estéril;
• Luva estéril;

NORMAS E ROTINAS PARA REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO;

13. Higienizar as mãos.


14. Preparar material e ambiente.
15. Explicar ao paciente/família os benefícios e objetivos do procedimento.
16. Expor o local de punção do cateter e fazer a degermação com clorohexidine.
17. Observar as condições do acesso;
18. Avaliar o funcionamento do acesso: frêmito e permeabilidade;
19. Inspecionar o aspecto da pele e selecionar os locais de punção;
20. Paramentar-se com luvas de procedimento, máscara cirúrgica e óculos de proteção;
21. Fazer antissepsia da área puncionável com gaze embebida em álcool 70% de cima para baixo em
movimento unidirecional;
22. Orientar o paciente a garrotear o braço com a própria mão levemente ou aplicar o garrote no membro
a ser puncionado;
23. Puncionar a via arterial no mínimo a 3 cm da anastomose com agulha direcionada para a mesma.
Deixar fluir o sangue até o preenchimento total da cânula;

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24. Puncionar a via venosa o mais distante possível (em média de 5 cm da agulha arterial) para evitar a
recirculação e, em sentido oposto (sentido proximal ao coração). Deixar fluir o sangue até o
preenchimento total da cânula;
25. Fixar a agulha com fita crepe ou hipoalergênica;
26. Proceder com o início da hemodiálise, conforme POP;
27. Retirar EPIs;

CUIDADOS ESPECIAIS

• Em casos de dúvida ou dificuldade para realização da punção, solicitar avaliação do Enfermeiro;


• Ocorrendo hematomas o enfermeiro deverá ser solicitado para avaliar o acesso e a possibilidade
de realizar nova punção;
• Aplicar gelo sobre o local do hematoma;
• Registrar observações de alterações dos locais de punção e intercorrências relacionadas à
punção no impresso próprio.

OBSERVAÇÕES
• Caso não seja possível a punção arterial à 3 cm da anastomose por falta de frêmito no local, esta
pode ser mais próxima da anastomose, evitando somente proceder a punção sobre a
anastomose. A punção arterial realizada no sentido do fluxo sanguíneo fica como última opção;
• A prótese mais utilizada é de Politetrafluoretano (PTFE), com 06 mm de diâmetro. Os enxertos
vasculares, por serem de material estranho ao organismo, são ainda mais susceptíveis a
infecções e a tromboses;
• Variar os locais de punção;
• Evitar o garroteamento prolongado;
• As vias arterial e venosa devem ser puncionadas, preferencialmente, no mesmo segmento do
membro onde se encontra a anastomose;
• Se a FAV foi confeccionada no antebraço, evitar a punção venosa no braço.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES

Iatrogenia como: Dissecção, Infecção e Hematoma;

Deslocamento do Fistula; Isquemia ou necrose e Sangramentos

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6. PREVENÇÃO DE AGRAVOS

Seguir procedimento técnico

Monitoramento sistêmico antes, durante e após a Punção

Comunicar a equipe caso identifique qualquer alteração

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.
• Fermi, Márcia Regina Valente, Diálise para enfermagem: Guia prático - 2.ed.-Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.

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PROCEDIMENTO MRM GESTÃO HOSPITALAR /


OPERACIONAL PADRÃO – ESPÍRITO SANTO
P.O.P.
Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

P.O.P. – Heparenização do CDL


Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO
A heparinização consiste na utilização de um agente farmacológico anticoagulante, para a
manutenção de uma via de acesso venoso. Te como objetivo prevenir a oclusão ou a obstrução do
lúmen por formação de depósitos de fibrina ou por estase de fármacos.

7. MATERIAL NECESSÁRIO
8. Pacote de gaze estéril;
9. Bandeja;
10. Clorexidina degermante;
11. Solução fisiológica a 0,9%
12. 1 frasco de heparina;
13. Seringa 3 ml;
14. Seringa 20ml

15. EPI

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16. Utilizar precauções para COVID: Toca, Mascara N95, luvas de procedimento, avental,
calçado fechado e óculos de proteção.

17. PROCEDIMENTO
18. Lavar as mãos e usar os EPIs;
19. Abrir o pacote de gaze estéril dentro da bandeja e despejar um pouco de clorexidina
degermante;
20. Lavar o cateter com aproximadamente 20 ml de solução fisiológica para a remoção total do
sangue para administrar a heparina no cateter;
21. Remover todo o resíduo de sangue da entrada do cateter, com gaze estéril embebido em
clorexidina degermante;
22. Rotina para administrar solução de Heparina no Lúmen do Cateter:
a. Administrar Heparina nas vias (arterial e venosa) conforme o volume especificado em
cada tipo de cateter. Identifique o tamanho do cateter:
i. Cateter de 15cm: aspire 2,3ml de solução de heparina, administre 1,1ml na via
arterial e 1,2ml na via venosa.
ii. Cateter de 17,5cm: aspire 2,5ml de solução de heparina, administre 1,2ml na
via arterial e 1,3ml na via venosa.
iii. Cateter de 20cm: aspire 2,9ml de solução de heparina e administre 1,4ml na
via arterial e 1,5ml na via venosa.
iv. Cateter tipo Permicath: conforme o volume informado.
23. Injetar a heparina e fechar com as tampinhas as vias do cateter;
24. Injetar a heparina moderadamente, pois do contrário, ela passará para a veia através do
primeiro orifício arterial. Pince simultaneamente a infusão. Isto manterá uma pressão positiva
no cateter, prevenirá que o sangue não retorne para o lúmen e manterá a ponta do cateter
heparinizada;
25. Não abra as pinças novamente, pois um vácuo seria criado e o sangue seria sugado de volta
ao cateter, podendo formar um coagulo. Não dobrar sobre os tubos de extensão pela mesma
razão.

5. RISCOS / LIMITAÇÕES
Risco de desabastecimento de itens padronizados;

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Risco de obstrução, contaminação e perda do cateter.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise: Unidade de Diálise do HC-FMB
[recurso eletrônico] / André Luís Balbi ...[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do
HCFMB, 2017.
• Barros Elvino - Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento - Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 1999 - Páginas 213 a 235.
• Rogante, Maria Marilene - Procedimentos Especializados de Enfermagem, Livraria Atheneu,
1994 - Páginas 145 a 167 - SP - São Paulo.

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PROCEDIMENTO MRM GESTÃO HOSPITALAR /


INSTRUÇÃO DE TRABALHO ESPÍRITO SANTO
- IT
Data de Construção: Outubro/2022
EQUIPE HEMODIÁLISE Versão: 01
FILIAL ESPÍRITO SANTO Data da Emissão: Outubro/2022
*Data de Revisão: Outubro/2022

IT – Controle da água
Responsável pela elaboração do P.O.P.: Aprovado por:
Enfermeiro RT: Rosângela Souza Diretor Regionais
Welligton Santussi
Responsável pela revisão do P.O.P.:
Dra Patrícia Bento Guerra

1. DEFINIÇÃO
Este procedimento compreende as atividades necessárias para realizar as sessões de Hemodiálise
nas UTIs COVID
2. OBJETIVO
Garantir a padronização e seguridade do procedimento.
3. RESPONSABILIDADE
Enfermeiro e Técnico de Enfermagem com capacitação em Hemodialise
4. PROCEDIMENTO

A hemodiálise é o método onde haverá a filtração e depuração do sangue, com a intenção de


retirar as substâncias nitrogenadas tóxicas e remover o excesso de água, sendo as mesmas
acumuladas devido à deficiência da função renal, mantendo os componentes normais do sangue.
O sangue é obtido através de um acesso vascular e estimulado por uma bomba, em um sistema de
circulação sanguínea fora do corpo, assim encontra-se um sistema de fornecimento de líquidos de
diálise, o dialisado, e um filtro, o dialisador; no qual ocorre a difusão, osmose, convecção e
ultrafiltração.
Pacientes em tratamento por hemodiálise são expostos a 360 L/semana. (> 25 x a ingestão
normal = 14 L/sem)
Água não tratada corretamente, expõe o paciente a contaminantes químicos, bacteriológicos
(tóxicos), levando ao aparecimento de efeitos adversos, muitas vezes letais.
Para hemodiálise, a água tratada é utilizada para diluir soluções concentradas contendo íons de
sódio, cálcio, potássio, magnésio, glicose, acetato, etc (CPHD), depois de diluídas, compõem a
solução dialítica (dialisato ou “fluido de diálise).

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Desta forma, o conteúdo físico químico e microbiológico da água utilizada no fluido de


hemodiálise é de extrema importância e deve atender aos requisitios de padrão estabelecidos pelas
normas especificas.

4.1 Controle da água para o seguimento do tratamento


O procedimento hemodialítico deve ser supervisionado integralmente por um médico e um
enfermeiro e acompanhado por um técnico de enfermagem exclusivo para a sua execução, os quais
estarão realizando os seguintes congtroels:
- Características da água potável;
– Confiabilidade do controle de qualidade;
– Sazonalidade;
– Consumo;
– Confiabilidade do abastecimento;
– Custo de operação.

4.2 Sistema de Tratamento


Utiliza-se água tratada do sistema de tratamento municipal, que recebe um novo tratamento
passando pela A Osmose Reversa Portátil – ORP 150 (filtro de carvão ativado + filtro de
Polipropileno 05 micra + Membrana) para então passar pelo filtro CF 609 N Diamaxfull da Máquina
de Hemodiálise Nipro.
O Sistema de Tratamento e Distribuição de Água Tratada para
Hemodiálise – STDATH está dividido nos seguintes subsistemas:
1. Sub. Abastecimento de Água Potável – SAAP
2. Sub. Tratamento de Água para Hemodiálise – STAH
3. Sub. Distribuição de AT para Hemodiálise – SDATH

4.3 Controle da qualidade da água


Mantem-se vigilância contínua sobre o nível de qualidade nos procedimentos dialítico, por meio
de:
• Controladas dos dados demográficos e nutricionais, perfil bioquímico, KT/V (índice de adequação
do processo dialítico), parâmetros de morbidade (complicações do acesso vascular,
cardiovasculares, infecciosas e hospitalizações), acidentes interdialíticos e taxa de mortalidade
dos pacientes.

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• Qualidade de materiais e produtos de consumo e tratamento da água.


• Alterações organolépticas
• Análises da água tratada
• Manifestações pirogênicas
• Correlação entre locais e ocorrências
• Discussão interna no Serviço, buscando soluções para os problemas

4.4 Ponto de acesso


Tanto para a coleta de água potável do encanamento da unidade, quando para o desprezo dos
rejeitos, deve ser utilizados os pontos de água e esgoto exclusivos para as Hemodiálise, mais
próximo do paciente, devidamente identificados e protegidos de ações externas.

44.3 Controle da qualidade da água

- Análise Fisico-quimicas (coleta semestral – avalia principalmente metais pesados – Colhido


após desinfeção e troca dos filtros da Osmose reversa)
- Análise Bacteriológioca (coleta mensal – Avalia resíduos e microorganismos – no ponto de
distribuição do hospital, após limpeza e desinfecção das caixas de água)

4.5 Resultado necessário


Água para diálise não precisa ser completamente estéril, porque a membrana do dialisador é
normalmente uma barreira efetiva contra bactérias e endotoxinas. No entanto, as contagens
bacterianas na água devem ser mantidas abaixo de 200 colônias/ml, através de desinfecções
periódicas do sistema de tratamento da água com desinfetantes apropriados e com o uso de filtros
bacteriológicos em alguns casos, no entando a verificação da qualidade bacteriológica da água
tratada para diálise deve ser também, realizada toda vez que ocorrer manifestações pirogênicas ou
quadros de septicemia nos pacientes. O sistema de tratamento da água potável para obtenção da
água tratada para diálise, bem como o seu reservatório, deve ser especificado em projeto assinado
por um responsável técnico, habilitado na área. Durante os procedimentos de manutenção e
desinfecção do sistema de tratamento e distribuição da água tratada para diálise, deve ser colocado
um alerta junto às máquinas de Hemodiálise, vedando sua utilização.

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Fonte: RDC 154 de 15 de Junho de 2004

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5. RISCOS / LIMITAÇÕES
Risco de desabastecimento de itens padronizados;
Risco de obstrução, contaminação e perda do cateter.

6. BIBLIOGRAFIA
• Diálise para Enfermagem: guia prático / Marcia Regina Valente Fermi. – 2 ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia
Caetano de Araujo; revisão técnica / Luis Yue Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
• Portaria MS 518/2004 - Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao
controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade, e dá outras providências.
• Qualida da água para Hemodiálise: RDC 08/2001 e a RDC 33/2008.
• RDC/Anvisa n. 50 de 2002, RDC/Anvisa n. 189 de 2003; RDC/Anvisa 153 de 2004.
• RDC 154/04 Estabelecer parâmetros para execução de procedimentos dialíticos em
ambiente hospitalar fora dos serviços de diálise abrangidos

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Unidade de Terapia Intensiva


PRESCRIÇÃO DE HEMODIÁLISE

Data: ___/___/2022 Nº Sessão:

Nome Completo: D.Nasc: ___/___/____

Duração: Taxa de UF: Priming:

Fluxo de Sangue: Fluxo Dialisato: Capilar:

Temp: Na: HCO3:

Heparina: ( )Sim ( )Não 0.8ml no Priming + 1.1ml em cada via do cateter ao finalizar

Obs: ao abrir o cateter para próxima dialise, despresar a heparina.

CDL: ( )Manter ( )Trocar ( )Passar

Médico: __________________________________

EVOLUÇÃO DA HEMODIÁLISE

Data:
Hora:
PA
FC
SAT
Temp
FR
Glicemia
Relatório de Enfermagem:-
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

Realizado: ( )Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

Acesso: ( )CDL ( )FAV Local: ( ) Femoral___ ( ) Jugular___ ( ) Subclávia ___ ( )Membro____

Condições do Acesso: ( )Ótimo Fluxo ( ) Baixo Fluxo ( )Sinais Flogisticos ( )Secreção ( )Edema

Maquinas: ( ) Nipro número____ ( ) Osmose Número ____ ( ) Bomba Pressurizadora

Material: (. )Linhas Art e Venos. (. )Capilar. (. )Filtro. (. ) Solução Acido e Base (. ) Acid. Peracético
(. ) Soro Fisio 0,9% 500ml. (. ) Agulha FAV (. ) Heparina. ( )Seringa. (. ) Agulha
OBS:_______________________________________________________________________________________

Data Médico Plantonista Enfermeiro Técnico de HD

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Maquina de Hemodiálise
NIPRO
Cronograma de troca de filtros e desinfecções preventivas dos Hospitais de Campanha.
Equipamento: N/S: Local:

Data Procedimento Execultor Assinatura

Externa: Com pano Umedecido + detergentes neutro ou Alcool 70% ao termino de cada sessão
Lavar 01: apenas com água (10min), sempre que necessário para retirar surgidades das
mangueiras internas
Lavar 02: Com água e Hipoclorito de Sódio, 01x semana para Desincustração e
Rotina Desinfecção Desinfecção
Interna
Lavar 03: Com água e Ácido Peracético, em todo termino de sessão
Lavar 04: Com água e Ácido Peracético deixando de molho, 01x Semana para ajudar
na remoção de possíveis resíduos Biológicos que encrostaram no sistama.
Recomendamos a Substituição do Filtro traseiro, CF 609 N Diamoaxfull - Software 7.41 01x por mês.
Em caso de incrustação excessiva deixar os Hansens de molho em solução de Ácido Peracético 0,2% por 5 minutos. Enxaguar,
secar e retornar à máquina;

Técnico Local responsável

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Osmose Reversa Portátil


Deltamed - Modelo: OPR150
Cronograma de troca de filtros e desinfecções preventivas dos Hospitais de Campanha.
Equipamento: N/S: Local:

Data Procedimento Execultor Assinatura

A DELTAMED recomenda que a ORP150 seja inspecionada pelo menos uma vez por ano em suas Assistências Técnicas
Autorizadas na região, ou diretamente na fábrica.
Recomendamos a desinfecção do equipamento a cada 30 dias de uso ou quando apresentar resultados insasfatórios nas análises
bacteriológicas
Para limpeza externa usar detergentes ou outro produto químico, apenas um pano umedecido em água morna e sabão neutro

Técnico Local responsável

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In r çõe de o e informaçõe impor an e


para man enção e limpe a do no o prod o

Modelo OPR
Produ ida no Brasil

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Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo


50

RESOLUÇÃO-RDC Nº 154, DE 15 DE JUNHO DE 2004.

Estabelece o Regulamento Técnico para o


funcionamento dos Serviços de Diálise

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso de sua


atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado
pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o art. 111, inciso I, alínea “b”, §1º do
Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de outubro de 2000,
republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada 14 de junho
de 2004, considerando a necessidade de redefinir os critérios mínimos para o
funcionamento e avaliação dos serviços públicos e privados que realizam diálise em
pacientes ambulatoriais, portadores de insuficiência renal crônica, bem como os
mecanismos de sua monitoração; considerando a necessidade de redução dos
riscos aos quais fica exposto o paciente que se submete à diálise, adota a seguinte
Resolução e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Art. 1º Estabelecer o Regulamento Técnico para Funcionamento do Serviço de


Diálise, na forma do Anexo desta Resolução da Diretoria Colegiada (RDC),
disciplinando as exigências mínimas.

Art. 2º Determinar que nenhum serviço de diálise pode funcionar sem estar
licenciado pela autoridade sanitária competente do Estado ou Município, atendendo
aos requisitos do Regulamento Técnico de que trata o Art. 1° desta RDC e demais
legislações pertinentes.

§1º O serviço de diálise deve estar capacitado para oferecer as seguintes


modalidades de diálise: hemodiálise, diálise peritoneal ambulatorial contínua
(DPAC) e diálise ambulatorial automatizada (DPA), devendo ter no máximo 200
pacientes em hemodiálise - HD, respeitado o limite do número máximo de 01 (um)
paciente por equipamento instalado por turno.

§ 2º Quando da necessidade de realização de diálise peritoneal intermitente (DPI), o


serviço deve garantir ao paciente o acesso ao tratamento em serviço de diálise
intra-hospitalar.

§ 3º A modalidade de Hemodiálise pode funcionar em até três turnos, com intervalo


mínimo de uma hora entre as sessões. A ampliação do número de turnos está
condicionada a autorização do gestor local.

Art. 3º Estabelecer que a construção reforma ou adaptação na estrutura física do


serviço de diálise deve ser precedida de aprovação do projeto junto à autoridade
sanitária local em conformidade com a RDC/ANVISA nº 50, de 21 de fevereiro de
2002, e suas atualizações ou instrumento legal que venha a substituí-la.

Art. 4º Determinar que a inobservância dos requisitos constantes desta RDC


constitui infração de natureza sanitária sujeitando o infrator a processo e
penalidades previstas na Lei 6.437, de 20 de outubro de 1977, ou instrumento legal
que venha a substituí-la, sem prejuízo das responsabilidades penal e civil cabíveis.

Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo


51

Ficha de controle de Treinamentos e Capacitações.

Local: Data:
Turno: Diurno Noturno EQUIPE: Par Impar
Instrutor:
Tema Abordado:

Objetivo:

Publico alvo:

Nome Assinatura Data

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52

_______________________ _____________________
Palestrante RT Nefrologia

Padronização de Condutas - Diálise - MRM Gestão em Saúde – Espírito Santo

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