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Prólógó
As variações da prática clínica são um dos aspectos que mais afectam a qualidade e
segurança dos cuidados de saúde onde quer que estes sejam prestados. Entre as
explicações mais plausíveis para esta variação nas práticas, podemos salientar as
diferentes culturas existentes nas unidades de saúde e entre os próprios grupos
profissionais.
Para fazer face a esta variação de práticas, uma das ferramentas básicas para a sua
uniformização e homogeneidade, consiste na elaboração de guias que integrem as boas
práticas profissionais, facilitem a actuação nas Unidades de Cuidados Continuados (UCCI),
recolham a evidência cientítica actualizada, o conhecimento e a experiência dos nossos
profissionais e os encorajem ao cumprimento dos critérios e requisitos da boa prática
profissional e dos princípios éticos que a norteiam.
No que se refere às Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS), o Manual
de Boas Práticas da UMP é elaborado com base nas Guidelines nacionais e internacionais
disponívies, mas sobretudo, nas normas e recomendações elaboradas pela Direcção-Geral
da Saúde - Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção Asssociada aos
Cuidados de Saúde (PNCI), pela Unidade de Missão para os Cuidados Continuados
Integrados (UMCCI) e pelas Sociedades e Associações Científicas Nacionais e
Internacionais.
Estamos convencidos de que este manual irá de encontro às necessidades das UCC
das Misericórdias, na medida em que se pressupõe que constitua um aporte valioso de
conhecimentos a aplicar na melhoria da prática clínica e que poderá ser de grande
utilidade também para os nossos gestores, técnicos e profissionais em geral, que dia-a-dia
executam as suas acções e tarefas no sentido da qualidade dos cuidados e da segurança
dos utentes.
Os membros do Núcleo Central da CCI-UMP agradecem a colaboração dos
profissionais, que com os seus contributos irão permitir enriquecer e melhorar as
Recomendações, quer no seu formato, quer nos conteúdos.
De referir, que se optou por uma estrutura simples mas apelativa, em formato de
pasta de arquivo, com molas, de modo a permitir o acesso fácil à consulta das
Recomendações por todos os profissionais.
Prólogo
Nota Introdutória
CAPÍTULO 1
Documentos na area da Prevençao das ÍACS nas
UCC
CAPÍTULO 2
Princípios e Conceitos Básicos de Epidemiologiá
dá Ínfeçáo áplicádos á infeçáo ássociádá áos
cuidádos de sáude
Definição de Epidemiologia
Objetivos
Informações Gerais
Nos quartos/enfermarias;
Na sala de tratamentos;
No ginásio e fisioterapia, entre outros espaços;
Nas áreas de alimentação (confeção, refeitório), sala de estar,
lavandaria e restantes espaços comuns.
1) Colonização
Considera-se como sendo a presença de microrganismos nos tecidos ou fluidos
orgânicos, com crescimento e multiplicação, mas sem efeitos clínicos adversos e sem
reação imunitária detetável. Caso se verifique uma reação imunitária, esta será
considerada como infeção subclínica.
2) Infeção
Refere-se à presença de microrganismos nos tecidos ou fluidos do organismo
humano, com crescimento e multiplicação e com efeitos clínicos adversos e reação
imunitária detetável.
3) Contaminação
Refere-se à presença transitória de microrganismos na superfície do corpo, sem
invasão de tecidos ou reação fisiológica e ainda à presença de microrganismos sobre
ou em objetos.
4) Disseminação
Consiste no movimento de microrganismos a partir da pessoa para o ambiente.
Embora não seja frequente, acontece por vezes ser secundária a outra infeção.
Acontece com maior frequência nos indivíduos infetados do que nos que já contraíram
infeção subclínica ou nos colonizados.
5) Portador
É um indivíduo colonizado com um microrganismo específico em que, apesar do
agente ser isolado, não há doença (mas pode ter história de doença anterior). O
portador pode ser transitório, intermitente ou persistente (permanente ou crónico),
podendo disseminar e transmitir o microrganismo a outros indivíduos (colonizar ou
infetar).
6) Infeção Nosocomial
É a infeção que não estava presente ou em incubação na altura da admissão do
doente no hospital. Inclui também a infeção adquirida por outros indivíduos que
contactam com a unidade: profissionais de saúde, visitas, trabalhadores, voluntários,
fornecedores. Ainda podemos continuar a designar uma infeção declaradamente
adquirida numa unidade ou hospital, como infeção nosocomial, apesar de estar
inserida no grupo das infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS).
8) Infeção da Comunidade
Caracteriza-se como a infeção que já estava presente ou em incubação na altura
da admissão. Estas infeções são cada vez mais frequentes nas unidades. Não devem
2) Ambiente Animado:
a) Acumulação de materiais e resíduos, bem como promiscuidade nos circuitos e
tarefas;
b) Desrespeito pela manutenção e desinfeção dos locais e equipamentos;
c) Inadequada utilização dos produtos;
d) Gestos não rigorosos nos cuidados de saúde;
e) Desrespeito pelos protocolos de procedimentos a adotar;
f) Deficiente nível de higiene corporal dos doentes e dos profissionais;
g) Higiene das mãos insuficiente e/ou mal executada;
h) Deficiente organização das tarefas e dos profissionais na sua ação;
i) Insuficiência de recursos humanos, entre outras.
3) Procedimentos
a) Cateterismos (algaliação, cateterização vascular central e periférica, ventilação
assistida invasiva, punções diversas, alimentação parentérica, entre outros);
b) Pressão terapêutica por exposição a: antibióticos, corticoides, quimioterapia, entre
outra terapêutica imunossupressora.
4) Hospedeiro Suscetível
Todo o doente internado além de mais vulnerável à infeção, possui um nível maior
ou menor de imunossupressão, de acordo com os fatores de risco intrínseco e
extrínseco e o seu estado geral e, portanto, mais suscetível de desenvolver infeção,
na sequência da contaminação em meio hospitalar.
Os profissionais são frequentemente expostos à contaminação mas raramente
são vítimas de infeção.
6) Microrganismos
É importante que todos tenhamos consciência de que os microrganismos
existentes no nosso corpo, que fazem parte da nossa flora própria, são nossos
defensores contra a infeção - são “nossos amigos”. São parte essencial da nossa
ecologia e, para que se mantenha um equilíbrio desejável, é necessário compreender a
sua interação com o homem.
Cerca de 90% das células do corpo humano são bactérias; Cerca de 3% dos
microrganismos são patogénicos.
A maioria das IACS são de origem bacteriana. No entanto, há cada vez mais
infeções fúngicas sobretudo em doentes imunocomprometidos.
Escherichia coli;
Staphylococcus aureus;
Pseudomonas aeruginosa;
Enterococcus spp;
Klebsiella pneumonia;
Proteus mirabilis;
Acinetobacter baumanii
a) Respiratória:
Influenza
Mycobacterium Tuberculosis
Streptococcus pneumoniae
Chlamydia pneumoniae
Legionella spp
c) Outras Infeções:
Staphylococcus aureus Meticilina-resistente (MRSA)
Enterococcus Vancomicina-resistente (VRE)
Streptococcus Grupo A
Escabiose
Conjuntivite
b) Infetividade
Capacidade de ser transmissível, mesmo quando a infeção é sub-clínica ou
quando há um portador. Os microrganismos responsáveis pelas IACS diferem dos
outros porque não provocam resposta imunitária de proteção.
5. Definição de Reservatório/Fonte
Local por onde o agente deixa o reservatório para provocar infeção ou colonizar.
No ser humano a porta de saída pode ser única ou múltipla: Gastrointestinal,
respiratória, pele, feridas, parentérica, genito-urinária e dispositivos invasivos durante
a manutenção. Apresenta-se de seguida a figura 2, que representa as portas de saída
dos microrganismos, do corpo humano.
Olho
Nasofaringea s
Tubo Digestivo
Aspiração
Catéteres: Veia Jugular
Entubação
Veia Subclávia
Ferida operatória
Drenagens
Catéteres Veia
Desbridamento
Venoso
Para a transmissão cruzada das IACS, as vias mais frequentes são a de contacto, por
gotículas e a via aérea.
No entanto, existem outras vias referenciadas na figura 3 (a via de veículo comum e os
vetores) consideradas menos problemáticas nas unidades de saúde, embora possam ocorrer em
algumas regiões do globo.
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Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control
Best Practices for Long Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices
and Ambulatory Clinics”. 2007
Via de Contacto
pelo facto dos profissionais não higienizarem as mãos após contacto com o
doente ou com superfícies e equipamento do ambiente envolvente deste, que
depois vão contaminar os objetos e as superfícies onde os utentes irão tocar. Por
exemplo, a passagem de uma bola de um utente para outro.
A transmissão por via aérea ocorre por difusão de núcleos de partículas suspensos
no ar (“droplet nuclei”), com diâmetro igual ou inferior a cinco mícrons, contendo
microrganismos evaporados ou partículas de poeiras que integram o agente infecioso.
b) Veículo Comum
É uma via com alguma importância, sobretudo a área alimentar, que deve ser
muito bem controlada pelo responsável pelo Ambiente e Segurança da unidade. A
qualidade da água deve ser controlada pelos Serviços Municipalizados, mas os
responsáveis das UCCI devem estar também atentos a qualquer mudança na qualidade
da água que possa ser importante.
c) Vetores
Ocorre quando vetores como mosquitos, moscas, ratos e outros animais nocivos
podem transmitir microrganismos para os utentes ou para profissionais. Apesar desta
via de transmissão ser pouco comum em serviços de saúde alerta-se para a
8. Portas de Entrada
Nota: As portas de saída podem ser as mesmas ou diferentes das portas de entrada
(ver figura n.º 2 – aplica-se também às portas de entrada).
Esta avaliação deve ser feita aquando da admissão do utente na UCCI, durante o
internamento e na preparação para a alta ou transferência entre a UCCI e outra
unidade de saúde ou na referenciação para os serviços de saúde da comunidade.
(consultar os Procedimentos sobre Precauções Básicas e sobre Precauções
Dependentes das Vias de Transmissão).
CAPÍTULO 3
Programas e protocolos de Vigilancia
epidemiologica nas UCC
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Reduzir as IACS e as resistências aos antimicrobianos (RA);
ÂMBITO
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados Continuados
afetos à União das Misericórdias Portuguesas onde sejam prestados cuidados de saúde.
RESPONSABILIDADES
1) Pela implementação do Procedimento:
Comissão de Controlo de Infeção e respetivos membros
dinamizadores.
Comissão de Antimicrobianos.
Responsáveis das Áreas Clínicas e não Clínicas.
Elo de Ligação do Laboratório de Microbiologia com o Núcleo
Local de controlo de infeção.
Elo de ligação da área de Gestão de Risco/Segurança do Doente
(se aplicável).
SIGLAS
IACS – Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde
NCCI - Núcleo Central da Comissão de Controlo de Infeção
CCIRA – Comissão de Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos
GCR - Grupos Coordenadores Regionais
NLCI – Núcleo Local de Controlo de Infeção
PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e das Resistências aos
Antimicrobianos
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
UCCI - Unidades de Cuidados Continuados Integrados
VE – Vigilância Epidemiológica
PRINCÍPIOS GERAIS
1) Metodologias e estratégias de implementação da VE nas UCCI da UMP
A VE total das infeções foi abandonada nos Países Europeus há cerca de uma
década por constrangimentos de diversa ordem. Atualmente está comprovado que a
metodologia de maior eficácia, passa pela busca ativa de casos e implementação de
uma VE seletiva, incidindo nas infeções mais frequentes, nas de custos mais elevados e
nas de mais fácil prevenção (relacionadas com procedimentos e equipamentos).
a) A VE deve incidir nos doentes de maior risco para adquirir a IACS, nas infeções
mais graves e nas que se sabe serem evitáveis e deve incluir a análise da
dimensão da infeção e dos custos. Contudo, outras complicações não infeciosas
podem ser incluídas no âmbito da VE quando forem relevantes, necessárias ou
solicitadas;
b) A VE deve ser prospetiva, ativa, contínua ou periódica, de acordo com o
preconizado em cada um dos protocolos dos programas de VE propostos pelo
PNCI;
c) A aplicação dos protocolos deve ser acompanhada com formação e informação a
todos os intervenientes na VE, garantindo que todos os conceitos e definições
foram entendidos e monitorizar a sua aplicação na prática;
d) A monitorização das atividades de VE e dos resultados obtidos deve estar
presente em todas as fases da sua implementação, de modo a corrigir
atempadamente erros de implementação ou interpretações inadequadas;
e) Os programas de VE, devem ser adaptados à dimensão das instituições e a
outras especificidades consideradas relevantes;
f) A informação de retorno atempada aos profissionais envolvidos;
g) A nível da Direção do PPCIRA será sempre garantida a confidencialidade dos
dados colhidos nas unidades de saúde e analisados a nível nacional;
Neste contexto, o papel do Laboratório de Microbiologia é fundamental para a
monitorização das infeções (diagnóstico e tratamento) e das resistências
antimicrobianas. A articulação efetiva e eficaz entre o Laboratório de Microbiologia, a
CCIRA e os serviços, permite gerar informação relevante para adequar as práticas,
melhorando a qualidade dos cuidados e a segurança do doente.
Também a informatização dos Núcleos Locais das CCIRA é fundamental, tendo estas
que ser dotadas de sistemas que permitam detetar precocemente situações isoladas de
infeção ou de surto de infeção, através de sistemas de “alerta” que permitam às CCI, e
aos serviços envolvidos, o acesso facilitado aos relatórios microbiológicos, emitidos
Para além de aderirem aos programas de vigilância de âmbito nacional, poderão ter
que estabelecer outros registos de infeção/inquéritos epidemiológicos que respondam
Para cada Programa de VE a que as UCCI da UMP adiram, devem utilizar os respetivos
protocolos disponíveis na DGS e devem ser solicitados aos elementos da CCI da UMP ou
aos elementos do PPCIRA.
Anexo I
Indicadores que podem ser utilizados pelas UCCI da UMP na vigilância de processos,
estruturas e resultados
Vigilância de Estruturas (Higiene das mãos/Estruturas para mobilização/ Espaço entre Camas/ Colocação de
doentes/Espaço de armazenamento/Circuitos de limpos e sujos)
CAPITULO 4
Medidas Gerais de prevençã o e controlo de
infeçã o nas UCC
O procedimento aplica-se a todos os profissionais, em todas as áreas das UCCI, onde sejam
prestados cuidados aos utentes ou áreas indiretas com possível interação com os utentes. As
Precauções Básicas, também denominadas de Precauções Standard ou Padrão, devem ser
cumpridas em todas as situações, com a finalidade de evitar a transmissão cruzada de
microrganismos e da infeção de pessoa a pessoa.
Objetivos
Conceitos Relevantes
Fundamentação
É preciso que todos os profissionais que prestam cuidados aos utentes ou trabalham em
alguma área das UCCI tenham a noção da importância da aplicação das Precauções Básicas a
todos os utentes, como forma elementar e primária de prevenir a transmissão da infeção e
até, a colonização dos utentes. Para tal, é necessária a sua formação nesta área, que deve
incidir essencialmente na aplicação das Precauções Básicas das quais sobressai: a higiene das
mãos e o uso prudente e adequado das barreiras protetoras (luvas, máscara, bata, gorro entre
outras). Pressupõe ainda que estejam familiarizados com outras medidas complementares às
básicas - a aplicação das Precauções Dependentes das Vias de transmissão sempre que se
conhece o estado de infeção/colonização do utente.
Antes, durante e após contactos com os utentes, com o ambiente envolvente dos mesmos,
com os materiais e equipamentos, com os medicamentos, alimentos, roupa, resíduos, entre
outros.
6. Controlo ambiental;
7. Manuseamento seguro de roupa;
8. Manuseamento seguro de resíduos;
9. Práticas seguras nos injetáveis;
10. Saúde e segurança dos profissionais - práticas de trabalho saudável -
Educação de prestadores de cuidados de saúde e vacinação, de acordo
com o Plano Nacional de Vacinação.
Fonte: CDC/HICPAC: “Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in
Healthcare Settings”. 2007
a) A higiene das mãos é considerada uma das medidas mais relevantes na prevenção da
infeção, reconhecida por todas as Entidades com responsabilidades nesta matéria, incluindo, a
organização Mundial da Saúde (OMS) que, tem apelado a todos os Países, que adiram às
estratégias de divulgação da higiene das mãos, através da implementação de Campanhas
Nacionais. A par das restantes medidas constantes das Precauções Básicas, a higiene das mãos
deve ser fomentada nas UCCI, esperando-se uma adesão maciça à Campanha Nacional de
Higiene das Mãos, atualmente designada por Campanha nacional das Precauções Básicas .
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
b) Medidas:
Lavar as mãos após contacto com sangue, fluidos orgânicos, secreções, excreções e
material contaminado, quer sejam usadas luvas ou não. (C. IB)
Lavar as mãos imediatamente após remover as luvas, entre doentes e de acordo com
os 5 momentos preconizados pela OMS, para evitar a transmissão de microrganismos a outros
doentes ou para o ambiente. (C. IB)
Durante a prestação de cuidados evitar contactos desnecessários com superfícies
próximas dos doentes, para evitar a contaminação de mãos limpas através das superfícies ou a
contaminação das superfícies pelas mãos contaminadas. (C. IB/IC)
Nota: Para obter mais informações sobre a higiene das mãos, consultar:
O Procedimento “Higiene das Mãos”, elaborado pelo GCL-PPCIRA da UMP;
A norma emanada pela DGS, denominada “Orientações de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas
Unidades de Saúde”, que está disponível no site oficial da DGS (www.dgs.pt - microsite do controlo de infeção -
documentos).
Os EPI devem proporcionar proteção adequada aos profissionais de saúde, de acordo com o
risco associado ao procedimento a efetuar.
Utilizar EPI sempre que na natureza e tipo de interação com o doente for previsível o
contacto com sangue e fluidos orgânicos. (IB/IC);
Data da última revisão: Junho de 2015
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a) Luvas
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
Usar luvas quando é possível antecipar os contactos com sangue, fluidos orgânicos,
secreções, excreções e materiais contaminados, com membranas mucosas e pele não intacta
ou pele intacta potencialmente contaminada (urina e fezes). (IB/IC)
Usar luvas de tamanho e durabilidade apropriadas à tarefa. (IB)
Usar luvas de procedimento de uso único nos cuidados diretos ao doente
Usar luvas de exame de uso único na limpeza de equipamentos médicos
Usar luvas domésticas reutilizáveis na limpeza do ambiente.
Remover as luvas após contacto com o doente ou o seu ambiente próximo (incluindo
equipamento médico), utilizando técnica apropriada para prevenir a contaminação das mãos.
(IB)
Não usar o mesmo par de luvas para cuidar mais do que um doente
Não lavar luvas com o objetivo da sua reutilização (prática associada à transmissão de
microrganismos)
b) Mudar de luvas entre cuidados no mesmo doente quando mover as mãos de locais
contaminados (p. ex: área perineal) para um local limpo (p. ex: face). (II)
Batas e Aventais
Usar batas ou aventais, apropriados para a tarefa, para prevenir sujar ou contaminar a
roupa durante atividades no doente em que se prevê contacto com a roupa/pele exposta com
sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções. (IB/IC)
Usar bata/avental no contacto direto em doentes que não contêm as secreções ou
excreções. (IB/IC)
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
Medidas:
Usar proteção para a boca, nariz e olhos durante procedimentos e cuidados ao doente
em que se prevê a formação de salpicos e aerossóis com sangue, fluidos orgânicos, secreções e
excreções.
Respiradores N95:
o respirador N95 é necessário para proteger as vias aéreas do prestador de cuidados
de saúde. Destina-se a ocluir firmemente a boa e nariz e filtrar os microrganismos presentes
no ar.
O profissional deve usar o respirador N95 bem ajustado à face:
i. Se o utente tem uma infeção conhecida ou suspeita de infeção com transmissão por
via aérea (tuberculose, varicela, sarampo, Zoster disseminado ou hantavirose, Febre
Hemorrágica, SARS, H1N1 ou outros microrganismos que possam vir a surgir);
ii. Na realização de procedimentos que provoquem aerosolização intensa (por exemplo,
aspiração em circuito aberto, administração de medicação por nebulização, BIPAP);
Fonte: Traduzida e adapatada de: CDC/HICPAC: “Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of
Infectious Agents in Healthcare Settings”. 2007
De uso único – A embalagem apresenta o respetivo símbolo - Usar uma vez e eliminar.
Reutilizável – destinado a ser usado mais do que uma vez e/ou em mais do que um doente,
devendo ser descontaminado obrigatoriamente entre doentes, e entre utilizações no mesmo
doente.
e) Efetuar a higiene das mãos após remoção do EPI usados para o tratamento do
material.
6) Controlo do Ambiente
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
a) O ambiente deve estar visivelmente limpo, isento de pó e aceitável para doente, visitas
e profissionais de saúde. a frequência de limpeza deve ser pré-definida de acordo com as áreas
e utilizações.
b) Todos os profissionais envolvidos nas atividades de higiene das unidades de saúde
devem ser incluídos em programas de formação e treino relacionados com a prevenção das
IACS.
c) Deve garantir-se o cumprimento do programa de limpeza do ambiente, camas, roupas
e dos equipamentos de cabeceira e cortinados separadores com auditorias periódicas. Cumprir
todas as recomendações para limpeza (uso de materiais adequados, panos com código de
cores, frequência de limpeza por áreas, utilização de produtos adequados às situações.
d) Medidas:
Desenvolver políticas e procedimentos de rotina, limpeza e desinfeção das superfícies
do ambiente, especialmente as superfícies manuseadas com mais frequência nas áreas de
cuidados aos doentes e de acordo com o grau de sujidade. (II)
Lavar e desinfetar superfícies com maior probabilidade de contaminação com agentes
patogénicos, incluindo as superfícies junto do doente (p. ex.: grades da cama, mesas de apoio)
e as superfícies do ambiente frequentemente manuseadas (p. ex.; manípulos das portas,
instalações sanitárias dos doentes) com uma frequência maior do que as outras superfícies (p.
ex.: superfícies horizontais nas salas de espera). (IB)
Utilizar os produtos de limpeza e desinfeção do ambiente de acordo com as instruções
do fabricante. (IB/IC)
Nas UCCI com Infantário ou com utentes pediátricos ou com áreas de brinquedos (p.
ex.; consultórios e clínicas de ginecologia/obstetrícia, consultas de pediátrica, entre outros),
estabelecer políticas e procedimentos de limpeza e desinfeção em intervalos regulares (IB).
Desenvolver essas políticas e procedimentos de acordo com os seguintes princípios:
(II):
Data da última revisão: Junho de 2015
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Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
Nota: Se na UCCI já for utilizado outro desinfetante (ex: em pastilhas ou outro), seguir as instruções do
fornecedor quanto às regras de diluição e estar atento às instruções de segurança.
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for
Long Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
Figura 12 – Injetáveis
Fonte The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
a) Medidas:
As práticas seguras para os injetáveis são recomendações aplicáveis no uso de agulhas,
dispositivos de administração sem agulha e sistemas de administração IV:
Utilizar técnica asséptica na preparação de injetáveis. (IA)
Não administrar medicação através de uma seringa em múltiplos doentes, mesmo
quando a agulha ou prolongamento da seringa é substituída.
Os materiais usados nos injetáveis são dispositivos estéreis e de uso único, não
devendo ser reutilizados noutros doentes ou em medicação/soluções que podem ser utilizados
subsequentemente noutros doentes. (IA)
Utilizar fluidos e sistemas de administração apenas para um doente e descartar
adequadamente após uso. Considerar a seringa ou agulha/cânula contaminada quando é
utilizada para entrar ou conectar os fluidos ou sistemas de administração no utente. (IA)
Utilizar frascos/ampolas de dose única sempre que possível. (IA) Não administrar
medicamentos de frasco/ampolas de dose única em múltiplos doentes ou guardar as sobras
para utilizar mais tarde. (IA)
Nota: Apesar de algumas destas medidas relativas aos injetáveis nos parecerem descabidas em
Portugal, partindo do pressuposto de que já não são praticadas nas unidades de saúde, incluindo
clínicas, centros de acupuntura, de podologia, entre outros, porque fazem parte das Precauções Básicas
e Complementares preconizados pelos CDC e pela OMS, não podemos deixar de as incluir no presente
Procedimento.
Fonte: The Canadian Committee on Antibiotic Resistance: “Infection Prevention and Control Best Practices for Long
Term Care, Home and Community Care including Health Care Offices and Ambulatory Clinics”. June, 2007.
a) Medidas
Aderir aos requisitos nacionais dos programas de saúde e segurança ocupacional para
proteger os profissionais dos acidentes de exposição ao sangue. (IC)
Contenção de corto-perfurantes imediatamente após utilização em contentores
resistentes à perfuração;
Vacinação dos profissionais, de acordo com o Plano Nacional de Vacinação da
Direcção-Geral de Saúde.
Utilizar bocais, ambus ou outros dispositivos de ventilação como alternativa aos
métodos de reanimação boca-a-boca em áreas onde é previsível a sua necessidade (C. IB).
Vacinação:
É recomendada a vacinação dos profissionais, que inclui:
Tétano;
Imunização contra influenza anual;
Hepatite B (série completa, com acompanhamento dos resultados de sangue para
determinar o estado imunológico pós-vacina);
Estado vacinal: avaliação da vacinação para o sarampo, papeira, rubéola, difteria e
poliomielite;
Nota: Recomenda-se que as UCCI disponham de uma norma de procedimento interna para a Vacinação
dos Profissionais.
ANEXO I
UTILIZAÇÃO DE LUVAS NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS
INDICAÇÕES PARA LUVAS ESTERILIZADAS
Procedimentos radiológicos invasivos; colocação de acessos venosos periféricos ou cateteres centrais;
outras punções, preparação de nutrição parentérica total e de agentes de quimioterapia, mudança de
penso (se não for usada a técnica “no-touch”). Qualquer procedimento cirúrgico (nas Unidades onde for
aplicável);
SITUAÇÕES CLÍNICAS COM INDICAÇÃO PARA LUVAS LIMPAS
Possibilidade de contacto com sangue, fluidos orgânicos, secreções, excreções e objetos visivelmente
contaminados por fluidos orgânicos.
EXPOSIÇÃO DIRETA AO DOENTE: contacto com sangue; contacto com membranas mucosas e com pele não
íntegra; possível presença de organismos perigosos e altamente infeciosos; situações de emergência ou
epidemia; colocação e remoção de acessos vasculares; derramamento de sangue; remoção de linha
venosa; exame pélvico ou vaginal; aspiração de sistemas abertos de tubos endotraqueais, mudança de
fralda, limpeza do doente incontinente, cuidados de higiene oral, quaisquer cuidados aos doentes com
pele não intacta ou com patologias transmissíveis pele-a-pele (ex: escabiose, entre outras).
EXPOSIÇÃO INDIRETA AO DOENTE: esvaziamento de recipientes com fluidos orgânicos; manipulação/limpeza
de instrumentos; manipulação de resíduos; limpeza de fluidos corporais.
SITUAÇÕES EM QUE AS LUVAS NÃO SÃO INDICADAS (EXCEPTO PARA PRECAUÇÕES DE CONTACTO)
Sempre que não exista possibilidade de exposição a sangue ou fluidos corporais, ou ambiente
contaminado.
EXPOSIÇÃO DIRETA AO DOENTE: toque social; avaliação da pressão arterial, temperatura e pulso;
administração de injeções sub-cutâneas ou intra-musculares, lavar e vestir o doente (exceto para os
cuidados de higiene oral); cuidar dos olhos e pavilhões auriculares (desde que não tenham secreções);
manipulação do sistema de acesso vascular na ausência de extravasamento de sangue.
EXPOSIÇÃO INDIRETA AO DOENTE: utilização do telefone; escrever os registos do doente; administração de
medicação oral; distribuição e recolha dos tabuleiros das refeições; transportar o doente ou empurrar
uma cadeira de rodas, remoção e substituição dos lençóis da cama; colocação de aparelhos de
ventilação não invasiva e cânulas de oxigénio; deslocação da mobília do doente.
Nota: A higiene das mãos deve ser sempre executada independentemente das indicações para
utilização de luvas.
Fonte: “Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde. Circular Normativa nº
13/DQS/DSD de 14/06/2010 - documento de apoio
ANEXO II
Fonte: Siegel Jane D., et al: The Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee: CDC/HICPAC: “Guideline
for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings”. 2007
Fonte: Siegel Jane D., et al: The Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee: CDC/HICPAC: “Guideline
for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings”. 2007
ANEXO III
Instrumento de Auditoria e respetivo guia
Processo e Estrutura
Guia auxiliar de preenchimento do formulário de auditoria ao cumprimento das PBCI
Por cada critério os itens são avaliados por observação e/ou por questionário. Nas alíneas
com os dois tipos de avaliação, deverá sinalizar com um o método que optou Por
exemplo:
Exemplo: Obs./Entr. 2.7. Utiliza avental no contacto direto com os doentes
Indicadores de avaliação:
1.1 - Identificação em processo clinico do risco de transmissão de agentes infeciosos, até às 24 horas de admissão;
2.2 - Existir no serviço pelo menos uma das seguintes condições: a) Serviço aderente à CPBCI b) exposição de cartazes alusivos à higiene das mãos em pontos estratégicos e
às restantes Precauções Básicas; c) as Precauções Básicas na sua totalidade, incluindo a higiene das mãos fazem parte do plano de formação anual do serviço e de avaliação
de desempenho;
3.3 – Verificar se existem normas de descontaminação do equipamento reutilizável;
3.6 – Entrevista (anexo)
3.7 – Observação ou entrevista (anexo)
3.8 - Observação ou entrevista (anexo)
3.9 – Verificar a existência de cartazes informativos para as visitas e/ou observar aleatoriamente os procedimentos de 2 visitantes
Indicadores de avaliação:
4.3, 4.4, 6.1 – Entrevista (anexo); 9.4 - Planificação e delegação diária das responsabilidades dos profissionais, pelas atividades a realizar
10.2 – Observar ou entrevistar os profissionais que desempenham essas funções, sobre os protocolos de limpeza das áreas da unidade de saúde;
Identificar se na planificação diária, é atribuída a responsabilidade dos profissionais de limpeza nas suas áreas.
10.4 - Observar ou entrevistar os profissionais que desempenham essas funções, sobre os protocolos de limpeza de derrames de matéria orgânica.
Questão 2.6 – Utiliza as luvas em contacto com fluidos orgânicos, mucosas e pele não íntegra?
Sim
Não
Questão 2.8 - Usa bata de manga comprida nas situações de maior risco de exposição a fluidos orgânicos?
Sim
Não
Questão 4.3 - Quais as medidas individuais da etiqueta respiratória?
Correta
Incorreta
Questão 4.4 - Como proceder em relação aos doentes nos períodos de maior prevalência de infeções
respiratórias?
Correta
Incorreta
Questão 6.1 - Quais os procedimentos a seguir nos acidentes de trabalho com exposição a sangue e a outros
fluidos orgânicos?
Correta
Incorreta
Sim
Não
3. A prevenção e controlo de infeção estão incluídos nos objetivos individuais e de avaliação de desempenho?
Sim
Não
A resposta é avaliada como “SIM”, na grelha de auditoria, quando os 4 ou mais participantes, responderem
corretamente à questão. Por exemplo:
Sim ⌧⌧⌧⌧ Sim Não N/A Sim ⌧⌧⌧ Sim Não N/A
Não = Não ⌧ =
X X
Correto ⌧⌧⌧⌧ Sim Não N/A Correto ⌧⌧⌧ Sim Não N/A
= =
Incorreto X Incorreto ⌧ X
Objetivos
Conceitos Relevantes
Âmbito do Procedimento
Aplica-se a todos os profissionais que prestam cuidados diretos ou indiretos nas
Unidades de Cuidados Continuados das Misericórdias, em qualquer uma das seguintes
áreas:
a) Nos quartos/enfermarias
b) Na sala de tratamentos;
c) No ginásio, fisioterapia, entre outros;
d) Nas áreas de alimentação (confeção, refeitório e bar);
e) Lavandaria e restantes áreas hoteleiras;
f) Nos espaços reservados para Cabeleireiro;
g) Outras áreas da UCCI.
Antes, durante e após contactos com os utentes, com o ambiente envolvente dos
mesmos, com os materiais e equipamentos, com os alimentos, roupa, resíduos, entre
outros.
Fundamentação
Os profissionais que prestam cuidados aos utentes ou trabalham em qualquer uma
das áreas das UCCI devem ter a noção da importância da aplicação das Precauções
Dependentes das Vias de Transmissão aos utentes que são admitidos nas UCCI já com
a) Fatores gerais
Idade - extremos de idade;
Estados de nutrição - emaciado, magro, obeso, desidratado;
Mobilidade - limitado, imobilizado;
Estado mental - confuso, deprimido;
Incontinência - temporária, permanente;
Higiene geral - dependente (boca, pele);
Estado vacinal
b) Fatores locais:
c) Procedimentos invasivos:
Catéter vascular - periférico, central, alimentação parentérica;
Intubação - aspiração endobrônquica, humidificação, ventilação;
Catéter urinário - mantido, intermitente, irrigação;
Cirurgia - drenagem, ostomia, prótese.
3. Princípios do Isolamento
1) Via aérea
2) Gotículas
a) Isolamento Respiratório
Sob esta forma, podem dispersar-se por longas distâncias através de correntes de ar
e serem inaladas pelo hospedeiro suscetível num mesmo quarto ou muito longe da
fonte, dependendo de fatores ambientais (correntes de ar, sistemas de ventilação).
Como consequência é necessário especial cuidado com a circulação do ar e ventilação
para se prevenir a transmissão aérea de microrganismos.
Colocação do doente:
Colocar o doente num quarto individual com pressão negativa, relativamente
às áreas contíguas, controlada, que permita 6 a 12 renovações de ar por hora e
exaustão para o exterior, afastada das entradas de ar, ou filtração de alta eficiência
(filtros HEPA) do ar do quarto antes da sua circulação por outras áreas.
Colocar na porta do quarto ou área de isolamento, uma placa identificadora do
tipo de isolamento.
Manter a porta do quarto fechada e o doente no quarto.
Se não for possível colocar o doente num quarto individualizado, deve ser
colocado num quarto com outros doentes que tenham infeção ativa com o mesmo
microrganismo, mas sem outra infeção a não ser que haja outra recomendação
(Isolamento por coorte).
Quando estas condições não são possíveis de implementar, deverão utilizar-se
preferencialmente quartos em locais mais altos, com sol e mantendo as janelas
abertas o máximo de horas que a temperatura permita. É fundamental ter o cuidado
de fechar as janelas antes de abrir a porta. As áreas de isolamento devem possuir
todos os materiais, equipamentos e infra-estruturas que permitam a contenção na
fonte e a individualização de materiais.
Proteção Respiratória:
Usar proteção respiratória (Respirador de partículas com o mínimo de 95% de
capacidade de filtragem), sempre que entrar no quarto de isolamento.
Nos casos de suspeita ou confirmação de tuberculose por Mycobacterium
tuberculosis multirresistente os respiradores a utilizar devem ser P3.
Se o doente tiver diagnóstico ou suspeita de rubéola ou varicela os profissionais
suscetíveis não devem entrar no quarto ou se o fizerem devem usar um respirador de
partículas como o atrás referido. Nessas situações as pessoas imunes não necessitam
de usar proteção respiratória.
Transporte do doente
O movimento e transporte de doentes para fora do quarto deve restringir-se ao
essencial. Se necessário, deve minimizar-se a possibilidade de dispersão de partículas
colocando uma máscara cirúrgica ao doente, se tal for possível.
Deve informar-se o local de destino do doente, assim como o profissional que o
acompanha, acerca da situação e medidas de proteção.
Resíduos
Colocados em saco branco (resíduos grupo III), junto do doente e o material
cortoperfurante em contentor apropriado.
Limpeza de rotina
Com água e detergente, sendo a última sala a ser limpa e os equipamentos
utilizados descontaminados a seguir.
Os equipamentos, idealmente de uso exclusivo para o isolamento, devem ser
lavados preferencialmente em máquina com ciclo de desinfeção pelo calor.
Não sendo possível, lavar e desinfetar com solução de 1% de cloro livre logo
após a sua utilização.
Limpeza terminal
Com água e detergente.
As superfícies devem ser descontaminadas com solução de 1% de cloro livre
(deve ser dada especial atenção aos manípulos da porta e janelas).
As paredes descontaminadas até 2/3 da altura.
Deixar atuar o desinfetante durante cerca de 10 minutos e passar depois com
água limpa.
O quarto deve manter-se encerrado, se possível, com porta fechada e janela
aberta durante 24 horas.
Educação do doente
Utilizar lenços de papel para expetorar e tapar a boca quando tosse ou espirra.
Se for necessário sair do quarto colocar previamente uma máscara.
Proceder à higiene das mãos após tossir, espirrar ou assoar-se.
a) Isolamento
Está indicado para utentes com infeção suspeita ou confirmada por microrganismos
transmitidos por gotículas (> 5 μm), que podem ser geradas pela tosse, espirro, fala ou
durante procedimentos como a aspiração de secreções, broncoscopia, cinesioterapia
respiratória.
Colocação do doente
Colocar o doente num quarto individual.
Colocar na porta placa identificadora do tipo de isolamento.
Se não houver for possível colocá-lo num quarto individual, o doente deve ser
colocado num quarto com outros doentes que tenham infeção ativa com o mesmo
microrganismo, mas nenhuma outra infeção (Isolamento por coorte).
Se não existir quarto individual disponível e não for possível o agrupamento em
coorte, deve manter-se separação espacial com a distância de pelo menos um metro,
entre o doente e outros doentes e visitas (uso de cortinas separadoras).
Não são necessárias quaisquer medidas especiais de tratamento de ventilação
e a porta pode permanecer aberta.
Transporte do doente
O movimento e transporte do doente para fora do quarto deve restringir-se ao
essencial. Se for necessário, deve minimizar-se a possibilidade de dispersão de
gotículas colocando uma máscara ao doente, se for possível. Deve informar-se o local
de destino do doente assim como o profissional que o acompanha acerca da situação e
medidas de proteção adequadas.
Resíduos
Colocados em saco branco (resíduos grupo III), junto do doente e o material
cortoperfurante em contentor apropriado.
Limpeza de rotina
Com água e detergente, sendo a última sala a ser limpa e os equipamentos
utilizados descontaminados a seguir.
Os equipamentos, idealmente de uso exclusivo para o isolamento, devem ser
lavados preferencialmente em máquina com ciclo de desinfeção pelo calor.
Não sendo possível, lavar e desinfetar com solução de 1% de cloro livre logo
após a sua utilização.
Limpeza terminal
Com água e detergente.
Superfícies descontaminadas com solução de 1% de cloro livre (deve ser dada
especial atenção aos manípulos da porta e janelas).
Paredes descontaminadas até 2/3 da altura.
Deixar atuar o desinfetante durante cerca de 10 minutos e passar depois com
água limpa.
Educação do doente
Utilizar lenços de papel para expetorar e tapar a boca quando tosse ou espirra.
Colocar máscara cirúrgica antes, se tiver que sair do quarto.
Proceder à higiene das mãos após tossir, espirrar, assoar-se.
a) Isolamento
O isolamento de contacto está indicado para redução do risco de transmissão de
microrganismos epidemiologicamente importantes através do contacto direto ou
indireto. A transmissão por contacto direto envolve contacto pele a pele e
transferência de microrganismos a um hospedeiro suscetível, de uma pessoa infetada
ou colonizada.
Colocação do doente
Colocar o doente num quarto individual.
Colocar na porta placa identificadora do tipo de isolamento.
Se não for possível colocá-lo num quarto individualizado, o doente deve ser
colocado num quarto com outros doentes que tenham infeção ativa com o mesmo
microrganismo, mas nenhuma outra infeção (Isolamento por coorte).
Se não existir quarto individual disponível e não for possível o agrupamento em
coorte, deve considerar-se a epidemiologia do microrganismo e a população de
doentes.
Uso de Bata/Avental
Usar bata (limpa, não esterilizada), quando entrar no quarto, se é previsível que
a farda, roupa contacte substancialmente com o doente, superfícies envolventes ou
objetos ou se o doente está incontinente ou tem diarreia, ileo ou colostomia, ou
exsudado de ferida, não contido em penso.
Retirar a bata antes de abandonar o ambiente do doente assegurando-se que a
sua roupa não contacta com superfícies ou objetos potencialmente contaminados.
Proceder à higiene das mãos.
Transporte do doente
Limitar ao estritamente necessário o movimento e transporte do doente, para
fora da área de isolamento.
Se for mesmo necessário o doente ser deslocado para fora do quarto deve
assegurar-se a manutenção das medidas de proteção, para minimizar o risco de
transmissão a outros ou ao ambiente circundante. Ao doente, cobrir feridas extensas,
vestir uma bata. O profissional que acompanha deve usar luvas e bata.
Informar os intervenientes no transporte e o local de destino sobre as
precauções a adotar na prestação de cuidados a estes doentes (Proteção do material
não crítico que vai ser utilizado e sua desinfeção com solução de 1% de cloro livre).
Descontaminação das superfícies com solução de 1% de cloro livre.
Retirar toda a roupa que foi utilizada pelo doente.
Dispositivos médicos
Equipar o quarto com material não crítico, individualizado (arrastadeira/urinol,
termómetro, bacia de higiene, estetoscópio, esfigmomanómetro).
Se for de todo impossível o uso de equipamento individualizado, a limpeza e
desinfeção com álcool a 70% deve ser assegurada antes do uso num outro doente.
Data da última revisão: Maio de 2014
80
Resíduos
Colocados em saco branco (resíduos grupo III), junto do doente e o material
cortoperfurante em contentor apropriado.
Limpeza de rotina
Com água e detergente, sendo a última sala a ser limpa e os equipamentos
utilizados descontaminados a seguir.
Os equipamentos, idealmente de uso exclusivo para o isolamento, devem ser
lavados preferencialmente em máquina com ciclo de desinfeção pelo calor. Não sendo
possível, lavar e desinfetar com solução de 1% de cloro livre logo após a sua utilização.
Limpeza terminal
Com água e detergente.
Superfícies descontaminadas com solução de 1% de cloro livre (deve ser dada
especial atenção aos manípulos da porta e janelas).
Paredes descontaminadas até 2/3 da altura.
Deixar atuar o desinfetante durante cerca de 10 minutos e passar depois com
água limpa.
Microrganismos Multirresistentes
1) Precauções de Isolamento
As mãos dos profissionais de saúde constituem a principal via de transmissão das infecções
nosocomiais. A higiene das mãos adequada e o uso adequado de luvas são medidas essenciais
para a prevenção da transmissão destas infecções. A sua importância já tinha sido
demonstrada por Semmelweis, no século XIX. Tem sido demonstrado por inúmeros estudos,
que a higiene das mãos é uma medida eficaz para prevenir e controlar os surtos de infecção.
Objetivos
Âmbito
De acordo com o Modelo Conceptual da OMS para a Higiene das Mãos - “Cinco
Momentos”:(ver fig.2.1) e sem prejuízo de o aplicar sempre que se justifique, são preconizados
os seguintes momentos para higienização das mãos:
84
Figura 1 - Modelo Conceptual da OMS para a Higiene das Mãos “Cinco Momentos”;
Definições
1) Flora Transitória
É constituida por microrganismos que não se multiplicam na pele, mas que se encontram
nela em consequência do contacto, sendo facilmente transferidos para outras pessoas ou
superfícies. A remoção destes microrganismos é essencial para a prevenção das infecções
cruzadas. Durante algum tempo considerou-se que para a remoção da flora transitória, a
higiene por lavagem com água e sabão era suficiente.
Contudo, estudos efectuados para avaliar a eficácia do sabão e alguns produtos anti-
sépticos na remoção de agentes transitórios multiresistentes e de vírus, concluiram que a água
85
e o sabão nem sempre são suficientes para remover alguns vírus e bactérias, como por
exemplo: Enterococos, Enterobacter, Klebsiella,Candida albicans, entre outros.
2) Flora Residente
Respeita a microrganismosque se podem multiplicar nas camadas mais profundas da pele
desempenhando um papel importante na sua protecção pela invasão de outras espécies
prejudiciais. É constituida maioritariamente por bactérias Grampositivo de baixa
patogenicidade como os Micrococos, por staphylococcus coagulase negativos e difteróides.Os
microrganismos residentes não se transferem facilmente para outras pessoas ou superfícies. A
lavagem com água e sabão não os remove e por vezes, pode mesmo trazer para a superficie
um número maior de microrganismos das camadas mais profundas. O potencial patogénico da
flora residente é baixo, sendo por isso desnecessário removê-los durante os cuidados de saúde
de rotina. Contudo, em procedimentos invasivos (Por ex. Intervenções cirúrgicas, colocação de
cateteres centrais, etc), há risco dos microrganismos residentes, do prestador de cuidados,
penetrarem nos tecidos do utente e provocarem infecção. Não é possível nem desejável a sua
eliminação total, mas pode ser necessária a sua redução através da aplicação de anti-sépticos.
Siglas
Descrição
São responsáveis pela sua implementação e estão abrangidos pelo presente procedimento,
todos os profissionais da UCCI que de uma maneira direta ou indireta prestem cuidados ao
doente.
De acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), para uma
adequada implementação da prática da higiene das mãos nas unidades é fundamental o
cumprimento dos seguintes princípios:
A SABA deve ser a primeira escolha para a higiene das mãos. Desde que as mãos estejam
visivelmente limpas e/ou isentas de matéria orgânica, deve ser utilizada na maioria dos
procedimentos comuns na prestação de cuidados.
A lavagem das mãos com água e sabão fica restrita às seguintes situações:
Para que os profissionais cumpram a higiene das mãos, os Órgãos de Gestão devem:
Seja qual for a técnica de higiene das mãos adotada, é fundamental cumprir os seguintes
princípios básicos:
a) Retirar jóias e adornos das mãos e antebraços antes de iniciar o dia ou turno de
trabalho;
b) Manter as unhas limpas, curtas e sem verniz;
c) Não usar unhas artificiais na prestação de cuidados;
d) Aplicar correctamente o produto a usar (quer seja o sabão, quer seja a SABA);
e) Friccionar as mãos, respeitando a técnica e os tempos de contacto, de acordo com os
procedimentos a efectuar;
f) Ter atenção especial aos espaços interdigitais, polpas dos dedos e ao dedo polegar;
g) Friccionar as mãos até completamente secas, após aplicação de SABA. No caso da
lavagem com sabão, secar bem as mãos com os toalhetes;
h) Evitar recontaminar as mãos após a lavagem, no caso da lavagem com sabão. Para
tal, se a torneira for de comando manual não tocar com as mãos na torneira após a
higienização, deve em alternativa, utilizar um toalhete;
i) Usar regularmente protector da pele (creme dermoprotector);
j) Consultar o médico de saúde ocupacional caso surjam sinais de dermatite.
Este assunto é também abordado no Capítulo das Precauções Básicas e baseia-se nos
seguintes princípios:
a) O uso de luvas não substitui a necessidade de higienizar as mãos;
b) Descalce as luvas para a higiene das mãos;
c) Deite fora as luvas depois de cada tarefa e higienize as mãos – as luvas podem
transportar germens;
d) Use luvas apenas quando estiver indicado – de outra forma tornam-se um factor de
risco importante para transmissão de germens.
e) Mude de luvas entre doentes;
f) Mude de luvas, sempre que for necessário, entre diferentes procedimentos no
mesmo doente.
90
A seleção dos produtos para higiene das mãos, exige articulação entre os responsáveis das
diferentes áreas envolvidas (aprovisionamento de materiais de consumo clínico e não clínico,
controlo da infeção, segurança, higiene e saúde no trabalho e gestão da UCCI), obviamente de
acordo com a realidade de cada unidade de cuidados.
A higiene das mãos foi integrada pela ACSS, no sistema de contratualização em saúde com
os hospitais (contratos-programa) para 2008, como indicador de carácter prioritário na área da
prevenção e controlo da infeção e tem-se mantido como indicador de continuidade. Nos
Unidades de CCI tudo indica que, num futuro próximo, a mesma estratégia se aplique a estas
unidades.
Quociente Multiplicador
Numerador: Consumo de SABA por tipologia (expresso em litros)
Denominador: Nº de camas por tipologia 100
Nume Numerador: Consumo de SABA por tipologia (expresso em litros)
Denominador: Nº total de utentes dia (equivalente a dias de internamento), por tipologia 1000
Quociente Multiplicador
Numerador: Consumo de sabão líquido por tipologia (expresso em litros)
Denominador: Nº de camas por tipologia 100
Num Numerador: Consumo de sabão líquido por tipologia
Denominador: Nº total de utentes dia (equivalente a dias de internamento) por tipologia 1000
Nota:A avaliação da taxa de adesão à prática da higiene das mãos e respetivas fórmulas de cálculo
podem ser consultados no “Manual do Observador” utilizado na Campanha Nacional da Higiene das
mãos.
92
Anexo I
Anexo II
Técnica de Fricção das Mãos com Solução Antisséptica de Base Alcoólica (SABA)
Friccionar
Anexo III
Material de apoio à formação
https://www.youtube.com/watch?v=u3FzDSPyzXo&list=PLJGB
73vx3VjWeeIPRHxjHpWRKgGAUp6c5 Filme do New
England Journal of Medicine traduzido para Português. Tempo –
14 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=M8AKTACyiB0 – “E se as
Bactérias não fossem invisíveis?” Tempo – 1mn35s
https://www.youtube.com/watch?v=2PuRQZEL1oU – Higiene
das mãos. Tempo – 3mn50s
https://www.youtube.com/watch?v=P1R1JU3TJpM
95
(Fontes: Boyce JM et al. Infect Control Hosp Epidemiol 1997;28:1142, Bhalla A et al. Infect Control Hosp Epidemiol
2004;25:164, Hayden MK et al. Infect Control Hosp Epidemiol 2008;29:149) (Fig1).
O Órgão de Gestão deve promover as seguintes ações, por forma a tornar o ambiente
seguro:
OBJETIVOS
ÂMBITO
Áreas físicas do ambiente nas unidades de saúde; Áreas Hoteleiras; Serviços de
Instalações e Equipamento; Serviço de Higiene, saúde e Segurança no trabalho;
Serviços Hoteleiros e de Limpeza; Núcleo Local de Controlo de Infeção; Serviço de
Dietética e prestadores de cuidados. Profissionais de limpeza.
RESPONSABILIDADES
a) Pela implementação do Procedimento:
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Ambiente seguro: refere-se ao espaço que nos rodeia e no qual as pessoas (utentes,
visitas e profissionais) não correm risco de infeção ou outros riscos. No contexto das
Unidades de Saúde refere-se às práticas ou processos de eliminação, remoção ou
destruição da contaminação existente no ambiente e que pode atingir o hospedeiro
suscetível (Fig1).
Unidade do Doente: Esta unidade é o espaço físico onde o doente permanece a maior
parte do tempo durante o seu internamento/institucionalização. É basicamente
composta por cama, mesa-de-cabeceira, cadeira, mesa de refeições e/ou escadinha
para acesso à cama. A unidade do doente, seja ambiente individualizado (quarto) ou
espaço coletivo (enfermaria), deve proporcionar-lhe completa segurança e bem-estar.
Nesse sentido, o estado de conservação do teto, piso e paredes, instalação elétrica e
hidráulica, disposição do mobiliário e os espaços para a movimentação do utente, da
equipa e dos equipamentos são aspetos importantes a ser considerados.
Fonte: Adaptado de “How long do nosocomial pathogens persist on inanimate surfaces? A systematic review”
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1564025/
Algumas espécies epidémicas de MRSA podem sobreviver por períodos mais longos;
S. aureus permanecem virulentos por pelo menos 10 dias depois de expostos
superfícies secas.
(fontes: Beard-Pogler et al. J Med Microbiol 1988;26:251, Duckworth GJ et al. J Med Microbiol
O ambiente das UCC pode contribuir de forma indireta para o aumento da infeção
entre os doentes se não se utilizarem todos os meios para evitar o crescimento e
proliferação dos microrganismos. A higienização reduz o risco de colonização/infeção
quer para os doentes como para as equipas que prestam os cuidados e evita a
deterioração dos materiais/equipamentos por exposição prolongada a produtos
químicos ou biológicos agressivos para a sua estrutura.
Objetivos
Âmbito
Responsabilidades
a) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Grupo de Coordenação Local do PPCIRA e respetivos membros
dinamizadores.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Supondo uma eficácia de limpeza de cem por cento, onde as quatro variáveis
participam por igual, se uma variável diminui de eficácia outra terá de aumentar para
que se mantenha o mesmo nível de limpeza.
remover, do tipo de superfície sobre a qual deve atuar, do tempo disponível para a
operação e da compatibilidade com outros químicos eventualmente utilizados.
Para que se obtenha uma ação química desejável, de forma a garantir uma limpeza
eficaz, é necessário que o produto de limpeza se encontre numa concentração
suficiente.
- Boa solubilidade;
1. O rótulo deve estar escrito em português e indicar a composição do produto, o modo de utilização e o de conservação e o prazo
de validade, nomeadamente a validade após a diluição;
2. A adequabilidade dos detergentes às superfícies deve ter em consideração aspetos como: não serem corrosivos para os metais,
vidros ou porcelanas; serem compatíveis com plásticos e borrachas; não deixarem resíduos.
Fonte: Manual de Procedimentos – Limpeza e descontaminação das instalações do Centro de Saúde (2002) da Comissão de
Controlo da Infeção da Sub-Região de Saúde de Lisboa citado em “NORMA 6 – HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR, 2ª REVISÃO” Centro
Hospitalar de Castelo Branco.
Data da última revisão: Setembro de 2015
111
Higiene: Pode ser entendida como um conjunto de práticas que têm como objetivo
garantir um ambiente limpo e livre de potenciais contaminantes. Deve remover os
materiais indesejáveis, matéria orgânica, resíduos de produtos químicos e
microrganismos das superfícies, a um nível tal, que os resíduos que persistirem não
representem qualquer perigo para a qualidade e segurança do doente /profissional.
DESCRIÇÃO
Plano de higienização
As áreas ambientais das Unidades podem classificar-se de acordo com nível crítico e
ou grau de risco ou que podem representar para o surgimento de infeção nos utentes
das unidades de saúde (Tabela 1).
Fonte: Adaptado de: ARSLVT: “A higienização das instalações dos Centros de Saúde no contexto da prevenção
higiene oral
- Gabinetes de consulta e de
exames
-Balneários
- Rouparia
- Instalações sanitárias
Específica
resíduos de risco biológico e a roupa resíduos
usada, enquanto aguardam a sua
dos Grupos III e IV e da roupa suja
remoção
-Zona de lavagem de material e
equipamentos
Frequência/calendarização da higienização
As paredes e tetos devem ser lavados duas vezes por ano. (II)
O chão das copas e refeitórios deve ser lavado diariamente e ao fim das principais
refeições. (II)
Os vidros exteriores das janelas deverão ser lavados 4 vezes por ano excetuando se
houver salpicos de sangue ou de outra sujidade visível. Nessas situações devem ser
lavadas de imediato. (II)
Os sanitários dos serviços assim como os que se destinam ao uso do público devem
ser lavados 2 a 4 vezes ao dia, conforme o movimento que registarem. (II)
Não se deve repor o sabão líquido sem lavar o depósito previamente (não
acrescentar sabão sobre restos de sabão, sem lavagem prévia do frasco). No caso de
dispensadores de sabão com sistema de saco descartável (opção preferencial), o
mesmo deve ser retirado e substituído sempre que esteja vazio. (IB)
Deve existir um dossier de apoio à Norma onde constem todas as fichas técnicas e de
segurança dos produtos em utilização para higienização das estruturas.
Equipamento: Constituição
1 Suporte rodado; 1 Reservatório para colocação da solução detergente/desinfetante;
1 Recipiente com pedal para humidificação da mopa;1 Recipiente (balde azul) para
higienização de superfícies elevadas; 1 Recipiente (balde vermelho) para higienização
de superfícies elevadas; 1 Cabo extensível com suporte para mopas; Mopas para
higiene do chão;
Mopas para higiene de superfícies altas, paredes e tetos; Panos de microfibras para
higienização de superfícies elevadas; Copo doseador; Estrutura para colocação de saco
verde de plástico, para recolha de têxteis utilizados.
Características do equipamento:
O cabo é extensível, de modo a se adaptar à estatura do utilizador;
Permite a colocação da mopa de maneira simples;
O suporte da mopa é giratório, para possibilitar a alternância fácil entre as duas
faces da mopa;
Permite descartar a mopa utilizada sem a manipulação/contaminação por parte do
utilizador;
Vantagens:
Eficácia (controle efetivo das infeções):
Porque permite uma utilização segura do detergente/desinfetante, uma vez
que este não é contaminado pelas mopas ou panos, mantendo-se estável e nas
concentrações desejáveis até o final dos procedimentos.
O procedimento promove o controlo de infeção na medida em que são usados
diferentes materiais de limpeza nas diferentes áreas.
Rapidez;
A forma de trabalhar com o equipamento confere maior celeridade ao processo, na
medida em que se eliminam tarefas morosas próprias dos equipamentos tradicionais
(Ex. não é necessário enxaguar a esfregona, assim como, despejar frequente as águas
sujas).
Ergonomia e Segurança;
O equipamento é constituído por materiais de liga leve, o que contribui para maior
facilidade das tarefas com menor esforço. Os cabos extensíveis facilitam os
procedimentos de limpeza em segurança, principalmente em locais mais altos e de
mais difícil acesso.
Economia;
Diminuição acentuada do consumo de água e eletricidade em comparação com os
métodos tradicionais.
Segurança ambiental;
Uso de produtos amigos do ambiente;
Menor consumo de água.
Metodologia
Para higienização de superfícies horizontais:
Preparar a solução de limpeza – diluir detergente /desinfetante em água no recipiente
amarelo;
Colocar uma mopa limpa no suporte e introduzi-la no recipiente de cor castanho
(vazio) para humidificar a face colorida desta, fazendo pressão sobre o pedal;
Lavar a superfície até à distância de um braço;
Girar a mopa para a face seca e passar de novo para retirar o excesso de água da
superfície;
Retirar a mopa diretamente para o saco verde, pressionando o botão no suporte;
Utilizam-se tantas mopas quantas forem necessárias para a higienização da superfície.
Constituição:
1 Suporte rodado; 1 Reservatório (azul) para colocação da solução de água e
detergente;
1 Recipiente (balde vermelho) só com água para higienização da esfregona; Cabo com
adaptação para a esfregona; Esfregonas para higiene do chão; Panos para higiene de
superfícies altas, paredes e tetos; 1 Recipiente para colocação da solução de água e
detergente para higienização das superfícies altas.
Características do equipamento:
Embora este método esteja preconizado para a higienização das unidades de saúde,
recomendamos que seja usado em zonas de risco inferior. A metodologia do duplo
balde é um método mais moroso, menos controlado e não favorece a prevenção da
infeção cruzada de um modo tão eficaz como o método de 2 passos, dado que, os
materiais utilizados (panos e esfregonas) são muitas vezes os mesmos em áreas
diferentes.
Por outro lado a solução de limpeza (a água e o detergente usados) não apresentam a
qualidade desejada devido ao facto da esfregona utilizada para remover a carga
biológica (sujidade e microrganismos) entrar em contacto direto com a água e
detergente, o que pode contribuir para contaminar a solução de lavagem.
Data da última revisão: Setembro de 2015
124
Metodologia
Para o efeito devem ser respeitados os seguintes procedimentos:
1) Mergulhar a esfregona no balde azul que contém água e detergente;
2) Espremer a esfregona no espremedor que deverá estar voltado para o balde
vermelho;
3) Lavar a superfície;
4) Mergulhar a esfregona suja no balde vermelho para retirar a sujidade e
espremer;
5) Voltar a mergulhar só as pontas da esfregona no balde azul e repetir o
procedimento;
Deste modo evita-se contaminar a água com detergente do balde azul e por outro lado
o balde vermelho vai ficando cada vez mais cheio e tem de ser obrigatoriamente
despejado uma vez que a água do balde azul vai passando gradualmente para o balde
vermelho durante a lavagem.
NOTA: Nos serviços clínicos, onde não seja usado o sistema de dois passos, os panos
de microfibras destinados à higienização de superfícies elevadas como mobiliários
equipamentos, zonas de refeição e sanitários devem diferenciar-se através do uso do
CÓDIGO DAS CORES. Aponta-se o exemplo do código de cores proposto pela
Organização Mundial de Saúde (OMS):
Pano azul – unidades dos doentes (cama, mesa de cabeceira, cadeiras, etc.)
A formação de Biofilmes
Dada a moderada fiabilidade da inspeção visual, este método por si só está cada vez
mais a ser considerado insuficiente nos cuidados de saúde.
Avaliação microbiológica
Anexo I
Vias de
Dinâmica da
Transmissão Reservatório/ Fonte Microrganismos
Transmissão
palpação abdominal,
cuidados de
higiene
estetoscópio …
doente se encontram
demasiado próximas
secreções
• Propagação de Mycobacterium
germes (< tuberculosis,
núcleos de gotículas do
Via Aérea ar ou
Ar pó no mesmo quarto ou
a
Ex. Através de
respiração, tosse
múltiplos doentes
Ex. Circuitos de
alimentação
Anexo II
Exemplo 1
Áreas Físicas
Áreas Comuns / Enfermarias
Superfícies
MODO DE ACTUAÇÃO:
PERIODICIDADE:
MODO DE ACTUAÇÃO:
PERIODICIDADE:
MODO DE ACTUAÇÃO:
PERIODICIDADE:
• Semestral;
MODO DE ACTUAÇÃO:
PERIODICIDADE:
• Quinzenal;
MODO DE ACTUAÇÃO:
MANÍPULOS
• Lavar com água quente e detergente;
• Passar com água limpa;
• Secar bem;
PERIODICIDADE:
• Diária;
Fonte: Adaptado de: ARSLVT: “A higienização das instalações dos Centros de Saúde no contexto da
prevenção e controlo da infecção”.2009
Áreas Físicas
a) Quartos de Isolamento
Superfícies
MODO DE ACTUAÇÃO PERIODICIDADE
MODO DE ACTUAÇÃO:
MODO DE ACTUAÇÃO:
PORTAS E JANELAS • Lavar com água quente e detergente; • Quando contaminadas / conspurcadas;
• Passar com água limpa a fim de remover o detergente;
• Aplicar cloro a 0.1%;
• Secar bem;
MANÍPULOS E MODO DE ACTUAÇÃO:
Áreas Físicas
Superfícies
• Lavar com água quente e detergente; • Lavar com água quente e detergente;
PAVIMENTO • Passar com água limpa; • Passar com água limpa;
• Secar bem; • Secar bem;
PERIODICIDADE: PERIODICIDADE:
• De acordo com o Serviço onde está inserido (mínimo 2 • 2 vezes por dia;
vezes por dia);
MODO DE ACTUAÇÃO: MODO DE ACTUAÇÃO:
• Lavar com água quente e detergente até 2 metros de • Lavar com água quente e detergente até 1.30 m
altura; de altura;
• Passar com água limpa; • Passar com água limpa;
PAREDES
• Secar bem; • Secar bem;
PERIODICIDADE: PERIODICIDADE:
• Diária • Semanal
• Semestral – Na totalidade da altura; • Sempre que necessário;
MODO DE ACTUAÇÃO: MODO DE ACTUAÇÃO:
• Lavar com água quente e detergente; • Lavar com água quente e detergente;
• Passar com água limpa; • Passar com água limpa;
TETOS
• Secar bem; • Secar bem;
PERIODICIDADE: PERIODICIDADE:
• Semestral; Semestral;
• Lavar com água quente e detergente; • Lavar com água quente e detergente;
• Passar com água limpa; • Passar com água limpa;
PORTAS E JANELAS
• Secar bem; • Secar bem;
PERIODICIDADE: PERIODICIDADE:
• Quinzenal; Quinzenal;
• Lavar com água quente e detergente; • Lavar com água quente e detergente;
• Diária; Diária;
- Sanitas:
Exemplo 2
Equipamento (ex: grades das camas, Cortinas (lavagem) Tetos, globos, pontos
suportes de soro, computadores, de luz e respetivas
candeeiros de mesa, telefones, contentor caixas
de resíduos)
Fonte: Adaptado de: ARSLVT: “A higienização das instalações dos Centros de Saúde no contexto da
prevenção e controlo da infecção”.2009 Data da última revisão: Setembro de 2015
138
Anexo III
Anexo IV
(Exemplo)
A UCC obriga-se a:
Introdução
Desde que não haja impedimento para que receba líquidos por via oral,
cabe ao Serviço de Nutrição e Dietética fornecer água potável em
recipiente apresentável e de fácil limpeza, com tampa, passível de
higienização e reposição diária, para evitar exposição desnecessária e
possível contaminação. Os jarros da água das mesas de refeição ou dos
quartos, devem ser lavados diariamente.
Confeção inadequada;
Distribuição demorada;
Matérias-primas contaminadas;
Objetivos
Uniformizar práticas no circuito da preparação, confeção e
administração dos alimentos aos utentes nas UCCI da UMP;
Facilitar a informação dos profissionais que confecionam e
administram alimentos aos utentes nestas Unidades;
Assegurar a qualidade da alimentação oferecida aos utentes nas
Unidades.
Data da última revisão: Setembro de 2015
145
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis das Áreas Hoteleiras – Área da Alimentação
Siglas
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
Toxi-Infeção alimentar:
Confeção inadequada
Distribuição demorada
Congelados
Descongelação:
Este PCC pode ser definido do seguinte modo: PCC Limite Crítico
Monitorização Ações Corretivas:
Descongelação 2ºC a 5ºC; Período máximo de 24 horas entre a
descongelação e confeção;
Preparação de Alimentos:
Instalações e Equipamentos
Higiene pessoal
Regras gerais
Mãos e Pele
4-Secar com toalhetes de papel descartáveis (de uso único) que devem ser
colocados em recipientes próprio;
Vestuário de proteção
Serviços
Controlo de Pragas
para permitir fácil acesso e limpeza da zona exterior das redes. As portas
de acesso ao exterior deverão impedir acesso de pragas, e as portas
internas deverão estar equipadas com sistemas de fecho automático (por
ex.: sistema de mola recuperadora). As portas de acesso ao exterior não
devem permanecer abertas. Inspeções minuciosas das instalações,
Deverão ser levadas a cabo inspeções minuciosas das instalações, por
pessoal especializado em controlo de pragas, pelo menos de 3 em 3
meses, para deteção de evidências de infestação de insetos ou roedores.
O uso dos pesticidas deve ser restrito ao mínimo necessário e de forma a
não contaminar os alimentos, não podendo confundir-se com os géneros
alimentícios. Os pesticidas deverão ser armazenados em armários
específicos, situados longe da zona de armazenagem dos géneros
alimentícios. Deve existir um efetivo programa de controlo de roedores.
Controlo de Fornecedores
Controlo à Receção
Gestão e Registos
ALIMENTAÇÃO ENTÉRICA
Anexo I
Fonte: Batista, Paulo, Antunes, Christine: “Higiene e Segurança Alimentar na Restauração-Volume II-
Avançado”. Forvisão. 2005. ISBN: 172-99099-8-9. Acessível online
em: www.esac.pt/noronha/manuais/restauração_VOL_2.pdf
Fonte: Batista, Paulo, Antunes, Christine: “Higiene e Segurança Alimentar na Restauração-Volume II-
Avançado”. Forvisão. 2005. ISBN: 172-99099-8-9. Acessível online
em: www.esac.pt/noronha/manuais/restauração_VOL_2.pdf
Anexo II
Anexo III
Fonte: Batista, Paulo, Antunes, Christine: “Higiene e Segurança Alimentar na Restauração-Volume II-
Avançado”. Forvisão. 2005. ISBN: 172-99099-8-9. Acessível online
em: www.esac.pt/noronha/manuais/restauração_VOL_2.pdf
Anexo IV
Anexo V
Exemplo de cronograma de higienização das superfícies na cozinha e copa
Anexo VI
Anexo VII
Exemplo de regras para colheita de amostras de alimentos para análise microbiológica
Introdução
Objetivos
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados Continuados
afetos à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos
Responsáveis pelas Áreas Hoteleiras
Supervisor da área hoteleira (se existe – muito importante o seu papel!)
Siglas
DL – Diário da República
GCL- Grupo Coordenador Local
PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e das Resistências aos
Antimicrobianos
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
Definições e Conceitos:
ECOVALOR: O ECOVALOR é uma prestação financeira, paga pelos produtores, por cada
produto colocado no mercado, para fazer face aos diversos custos de afetação genérica e
específica da Gestão dos Resíduos por uma Entidade Gestora de Resíduos (EG),
devidamente licenciada para o efeito.
Origem: quais os processos que produzem resíduos? Para identificação das fontes de
produção de resíduos, é necessário conhecer os diferentes processos de cada Unidade,
utilizando para o efeito visitas aos locais abordando responsáveis e colaboradores dos
diferentes serviços.
De acordo com a legislação existente (ver anexo III) os resíduos hospitalares são
classificados da seguinte forma (segundo o Despacho nº 242/96):
207
De forma a tratar estes resíduos da forma adequada é necessário fazer separação dos
resíduos. Assim, os resíduos do grupo I e II são colocados em saco preto, os resíduos
do grupo III em saco branco (e devidamente identificado) e os resíduos do grupo IV em
saco vermelho (e devidamente identificado). Como já foi mencionado antes, qualquer
objeto cortante ou perfurante tem de ser colocado num recipiente rígido e
devidamente identificado. Para além disto devem ser criadas condições adequadas
para o armazenamento destes lixos.
Nas unidades laboratoriais e clínicas estes resíduos correspondem aos efluentes dos
equipamentos de análise de amostras de fluidos orgânicos (sangue, plasma e outros
fluidos orgânicos), assim como, efluentes resultantes de atividades de diagnóstico e
investigação utilizando técnicas manuais (por exemplo, culturas de microrganismos).
Separação
Revelador
Compostos com Mercúrio
Compostos não identificados ou obsoletos
Recolha e armazenamento
A recolha para destino final será realizada pela operadora certificada, após o
preenchimento das guias do modelo A.
Nos resíduos radioativos em que existam vírus ou bactérias, estes devem ser
inativados previamente. Os resíduos sólidos ou líquidos, deverão ser acondicionados
de modo a prevenir libertações indesejadas para o ambiente. Seringas, pontas de
pipetas, vidros, plásticos duros ou qualquer outro material cortante, só deverão ser
armazenados em contentores rígidos. Os resíduos produzidos nas instalações
212
hospitalares deverão ser armazenados nas próprias instalações até à sua remoção para
eliminação. Não é aconselhável ter resíduos radioativos em decaimento no próprio
laboratório (armários, hottes, frigoríficos, etc.) mas sim em zonas concebidas para o
efeito.
Recolha e armazenamento
No caso do grupo I e II, a separação deve ser feita tendo em conta a possibilidade
de reciclagem e reutilização de cartão e papel, vidros, metais, películas de RX, pilhas e
baterias.
despesas globais anuais em incineração por UCCI e por serviço, Chamada de atenção
para a responsabilidade dos gestores para a utilização racional dos recursos materiais,
recursos e contenção de custos; Sensibilização dos Órgãos de Gestão.
216
Anexo I
SACO
BRANCO NO SACO BRANCO COLOCA-SE:
NO CONTENTOR VERMELHO
COLOCA-SE:
-Citostáticos e todo o material
utilizado na sua manipulação e
administração.
- Produtos químicos e fármacos;
-Peças anatómicas identificáveis
(inclui fetos e placentas);
CONTENTOR DE
CORTOPERFURANTES
COLOCA-SE:
- Agulhas
- Cateteres
- Fios de sutura
- Pacemakers
- Ampolas quebráveis
- Seringas acopladas com
agulha
- Fios-guia
- Agulhas usadas na
monitorização/diagnóstico/
electrocirurgia
- Agrafes; Bisturis
- Outros resíduos com risco de
corte/perfuração
Papel/Papelão Metais
Plásticos Vidros
Até hoje, não se sabe onde e com que critério foi criado o padrão
de cores dos contentores utilizados para a recolha seletiva
voluntária em todo o mundo. No entanto, alguns países já
reconhecem esse padrão como um parâmetro oficial a ser seguido
por qualquer modelo de gestão de programas de coleta seletiva.
Padrão de Cores
AZUL papel/papelão
VERMELHO Plástico
VERDE Vidro
AMARELO Metal
PRETO Madeira
Pilhas
No Ecoponto No Ecoponto
No Ecoponto Azul
Verde coloca-se: Amarelo coloca-se:
coloca-se:
Ø Garrafas de
Ø Garrafas de plástico;
Ø Embalagens de
vidro; Ø Sacos;
cartão;
Ø Frascos de vidro; Ø Latas de bebida.
Ø Jornais e revistas
Ø Boiões de vidro. Ø Latas de spray.
222
Anexo II
Indiferenciados
Separação
São considerados resíduos indiferenciados, todos os que não podem ser reutilizados
ou reciclados, tais como caixas com gordura, lixo orgânico, cerâmica, devendo ser
colocados em sacos pretos.
Armazenamento
Papel
Separação
Sendo um resíduo com potencial para ser reciclado, o papel deverá ser
completamente separado dos outros resíduos produzidos. O papel separado nos locais
de produção deverá ser colocado em caixotes próprios devidamente identificados para
o efeito.
A recolha destes resíduos deverá ser efetuada pelo pessoal encarregue pela
limpeza. Deverá ter-se o cuidado de não misturar o papel recolhido com outros
resíduos, de forma a poderem seguir o circuito pré-estabelecido.
Armazenamento
Boas Práticas
Embalagens
Separação
Armazenamento
Sendo um resíduo que está destinado ao circuito regular de gestão, a sua recolha e
encaminhamento para destino final adequado ficará a cargo dos serviços da Câmara
Municipal de Lisboa.
225
Boas Práticas
Vidro
Separação
Recolha
Armazenamento
O vidro não será alvo de protocolo de gestão separado pelo que não se justifica
armazenamento no local de produção. Assim, os resíduos recolhidos deverão, no final
do circuito, ser depositados nos ecopontos disponibilizados pela CML para o efeito
(contentor verde).
Estes resíduos não deverão ficar no local de produção durante períodos de tempo
prolongado, em particular os de grandes dimensões, devido à ocupação de espaço que
lhes está associada.
No caso das lâmpadas estas incluem-se neste tipo de fluxo de resíduo. Dado a sua
composição tóxica, tanto para os seres vivos como para o ambiente, deverá existir um
cuidado adicional no seu manuseamento.
Ao nível da sua separação, deverá ter-se o cuidado de não incluir neste circuito
lâmpadas incandescentes e lâmpadas de halogéneo. Todas as restantes (tubulares,
compactas, de vapor de sódio, vapor metálico, vapor de mercúrio e mistas), poderão
seguir este circuito e ser encaminhadas para os destinos finais adequados.
Tendo em conta que se trata de resíduos que são gerados aquando da necessidade
da substituição do equipamento, não se verificará a necessidade de acondicionamento
antes de armazenamento final.
Recolha
No caso das lâmpadas, a sua recolha e transporte interno deverá ficar a cargo dos
responsáveis pela manutenção. Após a substituição do equipamento, o responsável
deverá transportar o resíduo para o local final de armazenamento.
Boas Práticas
Deve ser celebrado protocolo com a empresa gestora destes resíduos, que consiste
na colocação de contentores para o armazenamento temporário deste resíduo.
227
Pilhas e Acumuladores
Separação
Os pilhões individuais devem ser despejados para os médios, sendo que a recolha e
228
o transporte será efetuado pelo produtor do resíduo. O mesmo processo deverá ser
efetuado para as baterias.
Armazenamento
Boas Práticas
Tinteiros e Toners
Separação
Recolha
Armazenamento
Quando a caixa se encontra cheia, deve ser contactada a Entidade competente para
proceder à sua recolha.
Resíduos Orgânicos
A recolha de resíduos orgânicos está inserida no programa de valorização dos
Resíduos Orgânicos da Valorsul - “Programa +Valor”.
Óleos Usados
Alimentares: Regido pelo Decreto-Lei n.º 267/2009, de 29 de Setembro, esta
estabelece o regime jurídico da gestão de óleos alimentares usados (OAU), produzidos
pelos setores industriais, da hotelaria e restauração.
Este resíduo deve ser acondicionado nos oleões ou em recipientes adequados à sua
produção e recolhidos por um operador certificado para tratamento e valorização.
230
Anexo III
Óleos Usados - DL n.º Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Julho: Entende-se por Óleos
Usados, de acordo com o estabelecido no Decreto-Lei n.º 153/2003, os óleos
industriais lubrificantes de base mineral, os óleos dos motores de combustão e dos
sistemas de transmissão e os óleos minerais para máquinas, turbinas e sistemas
hidráulicos e outros óleos que, pelas suas características, lhes possam ser equiparados,
tornados impróprios para o uso a que estavam inicialmente destinados. O regime
jurídico estabelece a que fica sujeita a gestão de óleos novos e usados, assumindo
como objetivo prioritário a prevenção da produção dos óleos usados, em quantidade e
nocividade, seguida da regeneração e de outras formas de reciclagem ou outra forma
de valorização.
Outra Legislação:
Portaria n.º 174/97, de 10 de Março: Estabelece as regras de instalação e
funcionamento de unidades ou equipamentos de valorização ou eliminação de
resíduos perigosos hospitalares, bem como o regime de autorização da realização de
operações de gestão de resíduos hospitalares por entidades responsáveis pela
exploração das referidas unidades ou equipamentos.
Despacho. nº 242/96, de 5 de Julho: Estabelece normas de gestão e classificação dos
resíduos hospitalares.
Diretiva 75/439/CEE do Conselho, de 16 de Junho de 1975: Relativa à eliminação dos
óleos usados.
http://www.google.pt/search?q=fardamento+dos+profissionais
Introdução:
O CDC - Atlanta refere que: “Toda a roupa que esteja suja, com sangue ou
matéria orgânica, deve ser tratada do mesmo modo, independentemente do
tipo de doente de que provenha”. As roupas usadas nas unidades de saúde
devem ser consideradas contaminadas, e, por isso, serem todas tratadas do
mesmo modo, salvaguardando algumas especificidades, como a roupa
termosensível (cobertores, robes, roupas pessoais dos utentes de lã e outras
fibras) e a roupa que contenha matéria orgânica.
Objetivos
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis pelas Áreas Hoteleiras
Profissionais da área da lavandaria e rouparia
Supervisor da área hoteleira (se existe – muito importante o seu papel!)
Responsável do Serviço de Aprovisionamento e Gestão de Compras,
Logística e Distribuição
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas
Núcleo Local do GCL/PPCIRA e respetivos membros dinamizadores
Profissionais de Saúde que manipulam as roupas usadas e as roupas
limpas: Médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica ou outros técnicos.
Profissionais que fazem a circulação das roupas
Empresa adjudicatária (se aplicável)
Siglas
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
GCL – Grupo Coordenador Local
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
IACS – Infeções associadas aos cuidados de saúde
IH – Infeções hospitalares
Definições e Conceitos:
Epidemiologia
Algumas publicações relatam contagens de 2 x 104 bactérias por 100 cm2 e até
108 por 100 cm2. Os principais patogéneos identificados nas roupas sujas são
bacilos gram-negativo (BGN), principalmente enterobatérias e Pseudomonas
sp., assim como Bacillus sp. Embora tenha sido demonstrada que a roupa suja
possa ser uma fonte de diversos microrganismos, o risco de transmissão de
doenças parece ser insignificante. Como as bactérias isoladas em infeções
hospitalares (IH), são as mesmas isoladas nas roupas, há especulação de que
estas possam contribuir na disseminação dos patógenos nosocomiais. Apesar de
esta consideração não provar que a roupa é uma fonte de infeção importante,
alguns estudos, apesar de raros, têm levantado a possibilidade de as roupas
serem fontes de infeções em utentes, sobretudo surtos de infeção.
além da proteção adequada dos funcionários que manuseiam a roupa suja, tem
a finalidade essencial de prevenir riscos potenciais de infeção cruzada.
Materiais e acabamentos:
Área Contaminada:
Área Limpa
Rouparia:
Nesta área ficam estantes para a roupa limpa. Deve ter também, armários
fechados para armazenar as roupas de inverno, tipo cobertores, nos períodos
de verão.
Área de Costura:
Nesta área ficam as máquinas, mesas, estantes e armários para roupas novas
e roupas a serem reparadas, bem como os tecidos destinados à confeção de
peças novas.
Chefia:
Esta área deve ser do tamanho suficiente para o trabalho de uma pessoa e 2
interlocutores, dispondo de mesa e armário ou arquivo. A localização desta área
deve ser estrategicamente estudada de forma a possibilitar visualização de todo
o ambiente, podendo estar num piso mais elevado. Todas as paredes devem ser
dotadas de visor que possibilite a supervisão de todas as áreas. Esta área está
descrita em unidades de uma dimensão considerável como hospitais devendo
em unidades mais pequenas ser adaptada a essa realidade.
Drenagens:
das manilhas e calha, provida de gradeamento fino, para reter as felpas que
escoam junto à água servida, para evitar entupimentos da tubulação.
Vapor:
Energia Elétrica:
Iluminação:
Ventilação e Exaustão:
A entrada de ar fresco para a área limpa deve ser localizada o mais distante
possível da exaustão de incineradores e caldeiras e da exaustão da área
contaminada da própria lavandaria. A saída de ar deve ser de modo a não
contaminar os serviços adjacentes. O adequado é que o ar, antes de ser lançado
na atmosfera, passe através de uma cortina de água com produtos especiais
para a purificação, evitando que se torne fonte de contaminação.
A exaustão das secadoras deve ser feita por tubos amplos (pelo menos 8
polegadas) e possuir uma ou mais portas para inspeção e limpeza periódica. No
caso de saída do ar para fora do edifício, deve-se construir uma caixa com porta
de tela fina, para reter as felpas que se desprendem das roupas durante a
secagem.
Em muitas lavandarias das UCCI não existem máquinas de dupla porta. Nesses
casos recomenda-se que existam procedimentos escritos de descontaminação
da máquina (parte frontal dos botões, porta e fecho) após a introdução da
roupa suja. O objetivo é que quando se retire a roupa lavada não se
recontamine após o profissional ter contaminado as suas mãos ao abrir e
manipular a máquina.
Cada fase dentro das máquinas de lavagem da roupa deve seguir padrões de
temperatura e tempo bem definidos. As temperaturas mais elevadas ocorrem
na fase de lavagem, devendo a água permanecer em temperaturas mais baixas
durante as demais fases, para não danificar excessivamente a roupa. Deve ser
acrescentado ao programa mais 5 - 8’ para que toda a roupa atinja a
temperatura desejada.
São carrinhos feitos de estrutura metálica, nos quais são encaixados sacos de
tecido. São usados durante a mudança de roupa das camas, nos quais as roupas
sujas são colocadas. Máquina de costura: equipamento destinado ao reparo das
peças danificadas ou à confeção de novas.
PROCESSAMENTO DA ROUPA
manuseio da roupa suja deve ser o mínimo possível, apenas o necessário para
perfeita colocação das roupas na máquina e para identificação de objetos
estranhos colocados erradamente nos sacos de transporte. Seria recomendável
o uso de detetor de metais, para evitar o manuseio excessivo. As roupas não
deveriam ser contadas, também para evitar mais manuseio.
A roupa suja não deve nunca ser contada nos serviços em nenhuma
circunstância.
Após a pesagem, os fardos ou sacos de roupa devem ser levados até a(s)
lavadora(s), onde todo o material necessário para a lavagem deve ser colocado
à mão, para evitar desperdício de tempo e energia.
Classificação da sujidade
Cada fase dentro das máquinas de lavagem da roupa deve seguir padrões de
temperatura e tempo bem definidos. As temperaturas mais elevadas ocorrem
na fase de lavagem, devendo a água permanecer em temperaturas mais baixas
durante as demais fases, para não danificar excessivamente a roupa.
Prensagem (se aplicável): As fardas e outras peças que não são passíveis de
serem colocadas em calandras ou que tenham detalhes como vincos, são
passadas na tábua ou prensa. Após passadas, são colocadas em cabides e
encaminhadas para a rouparia.
Cortinados separadores:
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT
Cada profissional deve ter no mínimo, 2-3 fardas, de modo a poder ser
higienizado em tempo oportuno.
Quer as fardas sejam tratadas dentro ou fora da Unidade, devem ser
adequadamente etiquetadas, com a identificação dos profissionais.
Se os profissionais tiverem que lavar as fardas em casa, a Unidade deve
fornecer a estes, uma recomendação escrita, com instruções precisas sobre a
higienização da roupa em casa.
Os profissionais devem ter cacifo para guardar as suas roupas e objetos
pessoais.
Fonte:http://www.google.pt/search?hl=pt-PT
O Núcleo Local do PPCIRA deve ser informado das obras previstas na instituição e
dar a sua concordância prévia depois de ter analisado a complexidade da obra em
termos de produção de poeiras/entulho e da sua duração e ainda da avaliação do risco
para os doentes. As obras novas podem ser menos complicadas do que as renovações.
O planeamento e execução de obras de construção e renovação devem ter o
acompanhamento de uma equipa multidisciplinar que inclui as profissionais de
controlo de infeção.
Objetivos
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Responsáveis da Áreas Hoteleiras
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Núcleo Local de Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos e
respetivos membros dinamizadores;
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou técnicos que executem procedimentos
onde seja necessária a execução de obras.
2) Pela revisão do procedimento:
275
Siglas
GCL- Grupo Coordenador Local
PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos
Antimicrobianos
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
Definições e Conceitos
1) Contrato público: contrato a título oneroso, celebrado por escrito entre uma
entidade adjudicante e um operador económico, com vista à execução de
empreitadas, ao fornecimento de produtos ou à prestação de serviços.
2) Concessão (de obras e de serviços): contrato que difere do contrato público
pelo facto de a remuneração do operador económico consistir, quer unicamente num
direito de exploração, quer nesse direito acompanhado de um pagamento.
3) Entidade adjudicante: o Estado, as autarquias locais ou regionais, os
organismos de direito público (e respetivas associações) com competência para lançar
um concurso público.
4) Operador económico: um empreiteiro, um fornecedor ou um prestador de
serviços que responde a um concurso.
FASES DA OBRA
FASE DE PLANEAMENTO
As paredes e tetos: devem ser lisas e laváveis. As coberturas de vinil aumentam o risco
de acumulação de humidade e contaminação por fungos.
visualização do conteúdo (para se saber quando devem ser substituídos) mas a seguro
de quedas inadvertidas.
Todas as frinchas devem ser seladas. A saída de ar deve ser para o exterior, longe
dos locais de circulação de pessoas. Deve ter casa de banho própria e lavatório para as
mãos. Nos EUA recomenda-se um quarto de isolamento por cada 30 camas.
As entradas devem ficar a pelo menos 2 metros do chão ou 1 metro acima do nível
do teto. Tomar cuidado de verificar que as entradas ficam afastadas de saídas da
esterilização, câmaras de fluxo laminar, incineradores, etc..
Devem ser instalados sistemas que permitem controlar a pressão. Prever locais para
manter os contentores de roupa e resíduos.
INÍCIO DA OBRA
278
Barreiras de contenção
Deve ser feita uma avaliação de produção prevista de entulho e poeiras. No Inverno
o risco de Aspergilose é menor de modo que é preferível limitar as obras no Verão. A
fim de conter as poeiras e resíduos devem ser colocadas barreiras estanques.
Todas as frinchas devem ser seladas e devem ser colocadas barreiras em todas as
portas. Para o efeito usa-se folhas de plástico resistentes ao fogo, seladas ao nível do
teto e uma sobreposição de pelo menos metro e meio para permitir a passagem de
pessoas sem facilitar a entrada das poeiras.
Controlo de circulação
Demolição
Vibração e ruído
Pode também soltar a corrosão dentro das canalizações. Pode ser necessário fazer
uma aspiração dos locais e uma limpeza das canalizações no final das obras.
Monitorização
Esta monitorização pode ser necessária fora de horas de trabalho ou durante o fim
de semana.
Para minimizar esse risco os trabalhadores da obra devem usar roupa de trabalho e
removê-la antes de sair. Se não for o caso, a roupa deve ser sacudida/aspirada antes
da saída. Os equipamentos devem ser limpos com pano húmido antes de saírem da
área. Deve ser estabelecido um local para armazenagem dos materiais/equipamentos
da obra.
Doentes
280
A frequência de limpeza das áreas de doentes deve ser estabelecida em função das
necessidades. A circulação de doentes deve ser limitada e feita nas alturas de menor
atividade na obra, não sendo possível de evitar deve ser restringida ao máximo os
tempos de espera e permanência próximo das áreas de construção e, se for caso disso,
os doentes devem usar máscara, as feridas devem ser cobertas e devem ser tomadas
outras medidas para assegurar a minimização do risco de contaminação.
Emergências
Por vezes, durante as obras há inundações, fugas, “desabamentos” etc.. No caso das
inundações a recomendação é de remover todos os materiais antes das 24/48 horas,
descontaminar a área com um hipoclorito e forçar a secagem.
FINAL DA OBRA
Deve ser elaborada uma “check-list” para assegurar que todos os requisitos foram
cumpridos. A limpeza terminal deve ser controlada pela equipa de controlo de infeção.
A necessidade de substituir os filtros dos sistemas de tratamento de ar nas áreas
adjacentes deve ser avaliada assim como das canalizações, tetos falsos, Entre outros.
Verificar se as torneiras funcionam, se o fluxo de ar corresponde ao estabelecido.
281
Deixar correr a água durante algumas horas para remover os detritos que possam
ter ficado acumulados.
Nas primeiras semanas fazer visitas regulares para assegurar que está tudo sob
controlo.
282
Introdução
As pragas constituem uma ameaça séria para a inocuidade dos alimentos. Podem
produzir-se infestações de pragas quando existe condições ambientais adequadas e
acesso a alimentos. Há estudos que revelam que as pragas consomem e destroem
cerca de 40% da produção alimentar. Os produtos e empresas de desinfestação
devem: não ter cheiro, não ser prejudicial à saúde; a empresa deve ter técnicos com
formação profissional adequada e constante, respeitar todas as normas de segurança e
o meio ambiente utilizando apenas produtos não agressivos. No controlo efetivo de
agentes infestantes devem adotar-se boas práticas de higiene de forma a evitar o
desenvolvimento de um meio adequado ao aparecimento de pragas. Podem-se reduzir
ao mínimo estas condições mediante um bom saneamento, a inspeção dos materiais
introduzidos e matérias-primas e uma ação de vigilância. A UCCI deve formar um grupo
de trabalho para organizar caderno de encargos para a prestação de serviços.
Objetivos
Alertar os profissionais para as questões relativas á desinfestação nas Unidades e
sua relação com a prevenção e controlo da infeção;
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Núcleo Local de Controlo de Infeção e respetivos membros dinamizadores;
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou técnicos que executem procedimentos
onde seja necessário desinfeção de pele ou mucosas.
Siglas
GCL- Grupo Coordenador Local
Definições e conceitos
Desinfestação: Qualquer processo físico ou químico por meio do qual são destruídos
ou eliminados artrópodes ou roedores indesejáveis causadores de doenças, que se
encontram no corpo de uma pessoa, na roupa, no ambiente ou em animais
domésticos. (fonte: ACSS in: Glossário de Terminologia de Vigilância Epidemiológica
(Mercosul, 1999), 2005). Pode definir-se como um conjunto de ações e metodologias
utilizadas para prevenir a infestação e debelar uma praga já instalada em determinado
local. Destruição de insetos, parasitas, roedores ou outros seres vivos que possam ser
prejudiciais nos locais onde habitam. É um conjunto de intervenções de carácter
preventivo que obedecem a um programa de trabalho previamente estabelecido. Não
se circunscreve a respostas pontuais a solicitações pontuais.
Agente fumigante - substância ou mistura de substâncias que apresentam
propriedade de volatização quando submetidas à ação do calor ou de outra fonte
adequada de energia, destinadas ao tratamento de um ambiente, mediante a
liberação de uma quantidade adequada do princípio ativo e eventuais carreadores.
Atraente - substância utilizada para atrair a praga alvo e induzi-la a ingerir a isca ou
entrar em contato com o princípio ativo ou facilitar sua captura.
Entidade especializada - empresa autorizada pelo poder público para efetuar serviços
com a utilização de produtos devidamente registrados no Ministério da Saúde,
observadas as restrições de uso e segurança, durante a sua aplicação.
Produto formulado pronto para o uso - formulação que ao ser empregada, não
necessita de nenhum procedimento de diluição.
Desratização (ratos)
Desbaratização (baratas)
Desparatização (Pulgas e outros)
Desformigação (formigas)
Insetos
Outros
Formigas:
Controlo químico:
Vigilância e deteção:
Erradicação:
Classe segundo a atividade contra a praga alvo, grupo químico e modo de ação;
Os laudos dos testes realizados com o produto técnico e/ou formulado devem
ser acompanhados de análise química quantitativa e qualitativa de responsabilidade
do laboratório executor dos laudos;
Representante do SHSST
Responsabilidade Civil:
O adjudicatário suportará por sua conta e risco todos os danos que resultarem
da sua atividade, relativamente a pessoas, bens e/ou instalações;
Para o efeito deverá apresentar documento comprovativo de seguro de
responsabilidade civil.
Proposta:
Objetivos
Âmbito
Responsabilidades
Siglas
GCL- Grupo Coordenador Local
PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e das Resistências aos
Antimicrobianos
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
MRSA – Stahylococcus aureus meticilina resistente
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
Definições e conceitos
Biocida: Agente físico (ex.: calor, radiações gama) ou químico capaz de destruir ou
inviabilizar microrganismos. Analogamente definem-se “Germicida”, “Bactericida”,
“Esporicida”, “Fungicida”, “Virucida”. É um termo geral que descreve um agente
químico, geralmente de amplo espectro, que inativa microrganismos. Porque os
biocidas variam em atividade antimicrobiana, outros termos podem ser mais
específicos, incluindo "- estático," referindo-se aos agentes que inibem o crescimento
dos microrganismos (por exemplo, bacteriostáticos, fungistáticos e esporistatico) e "-
300
cidal," referindo-se aos agentes que matam o microrganismo de destino (por exemplo,
esporicida, virucida e bactericida).
Descrição
De acordo com a “New and Non Official Drugs” (NND) a seleção de um antisséptico
deve considerar algumas propriedades e requisitos:
Amplo espectro de ação – com ação germicida sobre os microrganismos da
flora residente e transitória;
Ação rápida – com efeito germicida no menor tempo possível, dentro de 15
segundos ou numa única lavagem das mãos;
Efeito residual – que propicie ação do antisséptico por várias horas após a
aplicação do produto;
Efeito acumulativo – que produza aumento da atividade germicida depois de
sucessivas
302
A) – Tipo de atividade:
B) – Espectro de atividade:
O anti- séptico pode ser ativo sobre bactérias, fungos, vírus e esporos fúngicos ou
bacterianos. É muito importante a concentração e o tempo de contacto para obter o
efeito desejado.
C) – Eficácia: (ver Anexo II - Tabela com avaliação da eficácia dos anti- sépticos)
F) – Aceitabilidade
Para além dos aspetos relacionados com os efeitos secundários como a agressividade e
a alergenicidade, também é necessário ter em conta as características ao tato e o odor.
Utilizar antisséticos sobre os tecidos vivos. É interdito o seu uso sobre materiais
(exceto conexões de perfusões, desinfeção de frascos de perfusão)
Tecidos vivos:
Pele
Mucosas
Cavidades naturais
Desinfeção das mãos: desinfeção por fricção e desinfeção das mãos da equipa
cirúrgica; Preparação da pele dos utentes para procedimentos invasivos: punção
venosa para administração de injetáveis, colheitas de sangue, colheita de sangue para
hemocultura, colocação de cateteres vasculares e cateteres urinários; Desinfeção pré-
operatória da pele, cabelo (neurocirurgia) e mucosas ocular, oral e vaginal. Controlo da
flora da pele no grande queimado.
Soluções hidroalcoólicas
Soluções aquosas
Só devem ser fornecidos mediante justificação que será avaliada pelo GCL-
PPCIRA
Indicadores de processo:
Níveis de consumo de antisséticos pelos serviços/áreas;
Auditoria às práticas de utilização de antisséticos.
Antisséticos em feridas:
Considera-se que todas as feridas crónicas estão contaminadas. Uma ferida está
colonizada, quando na sua superfície existem microrganismos em multiplicação mas
sem produzir infeção. Considera-se uma ferida está infetada quando existe invasão e
multiplicação de microrganismos nos tecidos, ocasionando lesão local nas suas células,
e, quando se contabilizam mais de 100.000 colónias por grama de tecido, ou quando
existem sinais claros de osteomielite, infeção local ou geral. Os antisséticos não devem
ser utilizados de maneira sistemática no tratamento de feridas crónicas nem em
feridas sem sinais locais de infeção, já que, não existem evidências que justifiquem a
sua utilização sistemática em feridas crónicas infetadas. Neste âmbito, é impreterível
fazer um balanço risco/beneficio.
310
Por vezes tende-se a tratar as feridas crónicas da mesma forma que as feridas
agudas, quando o processo de cicatrização e as suas condicionantes são diferentes.
É necessário mais investigação que aponte para bases mais sólidas nesta matéria e
aumente o conhecimento dos profissionais sobre este assunto.
Anexo I
Biocidas
Manual de Decisões para a Implementação da Diretiva 98/8/CE relativa à
colocação de produtos biocidas no mercado - 10.07.2008: MANUAL OF DECISIONS FOR
IMPLEMENTATION OF DIRECTIVE 98/8/EC CONCERNING THE PLACING ON THE MARKET
OF BIOCIDAL PRODUCTS”. 10.07.2008;
Manual de Decisões para a Implementação da Diretiva 98/8/CE relativa à
colocação de produtos biocidas no mercado - Fronteira entre produtos biocidas e
produtos fitofarmacêuticos e Fronteira entre produtos biocidas e produtos medicinais
e produtos medicinais veterinários - 20.12.2007; Fronteira entre produtos biocidas e
produtos cosméticos - 24.05.2004
Directive 98/8/EC of the European Parliament and of the Council.
Regulamento (UE) n.º 528/2012, de 22 de Maio, relativo à disponibilização no
mercado e à utilização de produtos biocidas, que substitui integralmente a Diretiva
98/8/CE, e que é aplicável a partir de 1 de setembro de 2013. Site europeu para
pesquisa: http://europa.eu.int/comm/environment/biocides/index.htm
DGS: “Colocação de produtos biocidas no mercado nacional”. 2012;
Geração in-situ de substâncias ativas biocidas - 30.07.2002
Materiais/artigos tratados e outros assuntos - 31.10.2003
Modo de ação e outros assuntos - 12.12.2005
Esclarecimento sobre QUATS (BKC e DDAC) - 08.09.2006
Medidas de mitigação de riscos para anticoagulantes usados como rodenticidas
- 21.03.2007
Avaliação de equivalência técnica de substâncias ativas biocidas - maio 2008
Post-annex I inclusion procedure - final.doc-31 May 2010
European Chemicals Agency - ECHA: Biocidal Products Regulation
Podutos de cosmética e higiene corporal: “Biocidal products and cosmetic
products”. Disponível em: http://ec.europa.eu/environment/biocides/index.htm
312
Anexo II
Cloreto de 0
+++ ++ +/- +/- +/- ++ +++
benzalcónio
Etilsulfato de 0
+++ ++ + ++ ++ ++ +++
mecetrónio
Legenda: 0 – sem efeito;
de “+/-” a “+++” – resposta da atividade do anti- séptico.
314
Anexo III
Características e exemplos de indicações dos antisséticos
315
ANEXO IV
Antisséticos padronizados
Álcool 70%
Uso: Higienização de mãos, na antissepsia da pele para punção venosa e para colheita
de sangue arterial ou venoso.
Descrição para compra: Incolor, pronto para uso, uso hospitalar, para fins de
antissepsia da pele e desinfeção de superfícies fixas, em embalagem em frasco opaco
ou transparente de 500 e 1000 ml, com tampa de rosca que feche completamente;
com dados de identificação e procedência.
Gluconato de Clorexidina
Vantagem: Possui efeito bactericida para cocos Gram positivo e bacilos Gram negativo,
efeito virucida contra vírus lipofílicos (Influenza, Citomegalovírus, herpes, HIV) e ação
fungicida, mesmo na presença de sangue e demais fluidos corpororais; efeito residual
de aproximadamente 6-8 horas por ação cumulativa.
Iodóforos
Têm por finalidade reduzir a carga microbiana das mãos quando estas não estiverem
visivelmente sujas, podendo substituir a higienização com água e sabão.
318
Descrição para compra: Álcool etílico hidratado à base de gel, transparente, inodoro,
isento de material em suspensão que não deixe resíduos aderentes nas mãos, com
intervalo de 68% à 72% pp.
Anexo V
Objetivos
Uniformizar práticas na seleção e aplicação de desinfetantes nas UCCI da UMP
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados Continuados
afetos à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Responsável e Elo de Ligação da Farmácia
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Núcleo Local do GCL PPCIRA e respetivos membros dinamizadores;
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou técnicos que executem procedimentos
onde seja necessário desinfeção de pele ou mucosas.
Siglas
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
GCL- Grupo Coordenador Local
MRSA – Stahylococcus aureus meticilina resistente
PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e das Resistências aos
Antimicrobianos
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
323
Definições e conceitos
Biocida: Agente físico (ex.: calor, radiações gama) ou químico capaz de destruir ou
inviabilizar microrganismos. Analogamente definem-se “Germicida”, “Bactericida”,
“Esporicida”, “Fungicida”, “Virucida”. É um termo geral que descreve um agente
químico, geralmente de amplo espectro, que inativa microrganismos. Porque os
biocidas variam em atividade antimicrobiana, há outros termos que são mais
específicos:
Desinfecção de médio nível: além dos Álcool etílico e isopropílico (70 a 90%)
Fenólicos
microrganismos destruídos na desinfecção de Iodóforos*
baixo nível são atingidos o Mycobacterium Hipoclorito de Sódio (100ppm)
tuberculosis, a maioria dos vírus (inclusive o Pasteurização 75o C a 30 minutos.
HBV) e a maioria dos fungos. Ainda sobrevivem Obs.: depende da concentração e/ou período de exposição.
os Mycobacterium intracelulare, os esporos
bacterianos e os vírus lentos.
* Disponível apenas como anti-séptico. Não disponível como desinfetante no mercado nacional.
327
Obs: algumas das soluções germicidas são classificadas de alto, médio ou de baixo nível dependendo do tempo de
exposição.
Limpeza e desinfecção combinadas -máquinas de lavar louça, roupa etc. com água quente 60 a
90 graus e/ou soluções germicidas
-máquinas de limpeza com jatos de vapor
Adaptado: RUTALLA W, WEBER D. Disinfection of endoscopes: review of new chemical sterilants used
for high level disinfection. Infect Control HospEpidemiol. 1999; 20: 69-76.
Amplo espectro;
Ação rápida;
Atividade residual;
Penetrabilidade;
Odor não desagradável;
Não ser afetado por fatores ambientais (ex: luz);
Deve ser ativo na presença de matéria orgânica;
Ser compatível com sabões, detergentes e outros produtos químicos;
Atóxico (não deve ser irritante para o usuário);
Compatível com diversos tipos de materiais - não corrosivo em superfícies
metálicas e não deve causar deterioração de borrachas, plásticos e outros materiais;
Efeito residual na superfície;
Fácil manuseio; inodoro ou de odor agradável;
Económico;
Solúvel em água;
Estável em concentração original ou diluído e não poluente.
O prazo de validade;
O nome do fabricante e responsável técnico;
O registro no Ministério da Saúde (DGS / INFARMED)
A finalidade do produto;
A quantidade;
O modo de usar;
A composição química detalhada;
O ingrediente químico ativo;
A forma de conservação e armazenamento;
A advertência para não reutilização da embalagem;
Precauções;
A classe toxicológica, se houver (classificação que representa o risco potencial
para os seres humanos);
As instruções sobre o que fazer em caso de acidentes.
329
Em caso de intoxicação:
Se ocorrer intoxicação por ingestão de desinfetantes, não dar água ou leite à vítima e
não provocar o vómito. Isto pode fazer com que a pessoa seja queimada internamente
duas vezes!
Consultar sempre a ficha de segurança dos produtos – exigir do fornecedor.
Consultar as instruções do CIAV (Centro de Informação Anti-Venenos) - Ver
instruções do INEM – Anexo III
Peróxido de hidrogénio
Aplicação: desinfetante de alto nível, principalmente para materiais termo
sensíveis.
Ação: agente oxidante. Desnaturação proteica, ruptura da permeabilidade da
membrana celular.
Tempo: a inativação de microorganismos é dependente de tempo, temperatura
e concentração. Existem inúmeros estudos na literatura onde forma demonstradas
atividades de 10 a 60 minutos em concentrações variáveis de 0,6 a 7,5%.
Apresentações: ainda não está disponível no mercado brasileiro uma solução
com as características específicas para uso como desinfetante. Nos EUA e Europa a
solução é comercializada de 6 a 7,5% para uso em materiais. Concentrações menores
têm sido utilizadas para ambiente e auxílio na remoção de matéria orgânica aderida a
materiais.
Teste: como outras soluções químicas, a perda da atividade que pode ocorrer
por diluição, por secagem incompleta deve ser monitorada regularmente. Quando a
concentração estiver abaixo de 6% deve ser desprezada.
Compatibilidade com materiais: corrói zinco cobre e latão.
Observações: está disponível no mercado nacional, também como esterilizante,
através de máquina geradora de plasma (STERRAD ®).
330
Ácido peracético
Apresentação: líquida.
Modo de uso: por submersão.
Tempo de processamento 30 minutos a 50 a 56o.C ( em máquina apropriada)
Aplicação: desinfetante de alto nível. Indicada para uso em endoscópios,
instrumentos de diagnóstico e outros materiais submersíveis.
Ação: agente oxidante. Desnaturação proteica, ruptura da permeabilidade da
membrana celular.
Espectro de ação: tem amplo espectro de ação conforme é requisito para ser
desinfetante de alto nível, incluindo Mycobacterias e esporos bacterianos. A sua
principal vantagem na decomposição é a inexistência de resíduos.
Tempo: a inativação de microrganismos depende de tempo, temperatura e
concentração. Inativa microrganismos mais sensíveis em 5 minutos a uma
concentração de 100ppm. Para eliminação de esporos de 500 a 10000ppm em 15
segundos a 30 minutos.
Apresentações: 0,2% e 0,35%.
Máquinas: existem no mercado internacional para uso com soluções específicas
(0,2%) para tratamento de endoscópios, enquanto outras são recomendadas com
diversos tipos de soluções e testadas também com ácido peracético.
Indicação: tem sido utilizado em combinação com o peróxido de hidrogênio
para tratamento de hemodializadores. Tem sido mais estudado para outros usos em
substituição ao Glutaraldeído para materiais termoresistentes.
Compatibilidade com materiais; pode corroer cobre, latão, bronze, ferro
galvanizado e aço. Estes efeitos, no entanto, podem ser reduzidos por aditivos e
modificações de PH.
Hipoclorito de sódio
Fonte: Adaptado: RUTALLA W, WEBER D. Disinfection of endoscopes: review of new chemical sterilants
used for high level disinfection. Infect Control Hosp Epidemiol. 1999; 20: 69-76
Formaldeído
Fenólicos
Deram início à história dos germicidas com a utilização por Lister no seu
trabalho pioneiro sobre anti-sepsia cirúrgica (ácido carbólico).
Aplicação: Embora ainda seja bastante utilizado para tratamento de materiais
não críticos e superfícies fixas de alguns hospitais esta prática está cada vez mais
sendo questionada. Os resíduos em materiais porosos estão incluídos nos motivos de
contra-indicação sua utilização em materiais Semicríticos.
Ação: destruição do protoplasma com ruptura da parede celular com
precipitação proteica.
Espectro de ação: bactericida, viruscida, fungicida, tuberculicida.
Apresentações: derivados do fenol como ortho-phenilphenol e ortho- benzyl-
para- clhorophenol.
334
Orthophtalaldeído
Ação: semelhante à do Glutaraldeído, mas sua forma de ação específica com
relação aos microrganismos foi pouco estudada até agora.
Espectro de ação: amplo espectro, conforme ocorre com outros desinfetantes
de alto nível. É ativo contra mycobactérias (testado contra M.bovis, M.terrae,
M.chelonae).
Vantagens:a solução não se polimeriza não decaindo a concentração apenas
com o tempo; quando a matéria orgânica está presente a ação é pouco afetada.
Álcool
Desinfeção de médio nível. Técnica de fricção com 3 aplicações, tempo total de 10
minutos. A validade da solução é de 1 semana após aberto o frasco. Dispensa o uso de
EPI. Os alcoóis etílico e o isopropílico são os principais desinfetantes utilizados em
serviços de saúde, podendo ser aplicado em superfícies ou artigos por meio de fricção.
Características: bactericida, virucida, fungicida e tuberculocida. Não é esporicida. Fácil
aplicação e ação imediata.
Mecanismo de ação: desnaturação das proteínas que compõem a parede celular dos
microrganismos.
Monopersulfato de potássio
Indicação:desinfetante de superfícies.
Oxidantes
Ácido peracético
Ortophtalaldeído (0,55%)
Germicida registrado como desinfetante de alto nível para artigos semi-críticos. Tem
odor suave, não requer ativação, seu pH gira em torno de 7,2 – 7,8.
Deve-se ter atenção ao se manipular o produto, pois o mesmo em contato com a pele
e tecidos ocasiona manchas.
Nota Importante: Caso ocorra projeção para a pele e mucosas sobretudo para a
mucosa ocular, de qualquer um dos desinfetantes utilizados na Unidade, deve lavar
abundantemente a área com água corrente e/ou com soro fisiológico (olhos) e
consultar o Médico.
339
Anexo I
Exemplo de tabela com a Ação dos desinfetantes sobre os microrganismos
Fonte: Adélia Aparecida Marçal dos Santos et al: “IMPORTÂNCIA DO ÁLCOOL NO CONTROLE
DE INFECÇÕES EM SERVIÇOS DE
SAÚDE”.http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/controle_alcool.pdf
340
Anexo II
1 2,5 5 10 20 30 50 100
2 5 10 20 40 60 100 200
a) LEXÍVIA
0,01% 0,02% 0,05% 0,1% 0,25% 0,5% 1,0%
LITROS
ÁGUA
100 ppm 200 ppm 500 ppm 1000 ppm 2500 ppm 5000 10000
ppm ppm
2 ml 4 ml 10 ml 20 ml 50 ml 100 ml 200 ml
b) LEXÍVIA
0,01% 0,02% 0,05% 0,1% 0,25% 0,5% 1,0%
LITROS
ÁGUA (ml) (ml) (ml) (ml) (ml) (ml) (ml)
100 ppm 200 ppm 500 ppm 1000 ppm 2500 ppm 5000 ppm 10000 ppm
1 1 2 5 10 25 50 100
Anexo III
Anexo IV
Legislação europeia e portuguesa
A segunda pode ser mais atrativa para as numerosas pequenas e médias empresas
deste setor, já que exige que as empresas apresentem um pedido às suas autoridades
nacionais, para venderem um produto no seu país de origem. Se a autorização for
concedida, poderão posteriormente comercializar o produto noutros Estados-
Membros, de acordo com o princípio do reconhecimento mútuo.
AUTORIDADES COMPETENTES
LEGISLAÇÃO ACTUAL:
União Europeia: “Regulamento da União Europeia N.º 528/2012 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 22 de maio de 2012 (REACH)”,relativo à disponibilização no
mercado e à utilização de produtos biocidas”. Jornal Oficial da União Europeia. ISSN
1977-0774 L 167. 27 dejunho de 2012. O REACH é um regulamento da União Europeia
aprovado com o objectivo de melhorar a proteção da saúde humana e do ambiente
345
face aos riscos que podem resultar dos produtos químicos e, simultaneamente, de
fomentar, a competitividade da indústria química da União Europeia. O Este
regulamento promove igualmente métodos alternativos para a avaliação dos perigos
das substâncias tendo em vista a redução do número de ensaios em animais.
European Chemicals Agency(ECHA): Biocidal Products Committee. Work programme for BPC 2015
-2016 for active substance approvals. 15 October 2015
346
Objetivos
Definir a metodologia de identificação e avaliação de risco de infecção do doente
adulto nas UCCI da UMP, que permita a implementação precoce de medidas de
prevenção e controlo da infecção.
Âmbito
Aplica-se a todos os doentes em regime de internamento superior a 24h, nas UCCI da
UMP.
Responsabilidades
a) Pela implementação do Procedimento:
Médicos e enfermeiros do Núcleo Local da UCCI da UMP.
Membros dinamizadores da CCI.
b) Pela revisão do procedimento:
Núcleo Central da Comissão de Controlo de Infecção (CCI).
Gabinete de Gestão de Risco e da Qualidade
Siglas
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
CCI- Comissão de Controlo de Infeção
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
CDP – Centro de Diagnóstico Pneumológico
DGS – Direcção-Geral da Saúde
EPI – Equipamento de proteção individual
FR – Fatores de risco
FRI – Fatores de risco intrínseco
FRE – Fatores de risco extrínseco
PBVT – Precauções baseadas nas vias de transmissão
PB – Precauções básicas
IACS – Infecções associadas aos cuidados de saúde
MMR – microrganismos multiresistentes
PPCIRA - Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção e das
Resistências aos Antimicrobianos
VE – Vigilância epidemiológica
Definições e conceitos
Avaliação de risco – Processo que permite determinar o nível de gravidade do risco
(estimativa formal da probabilidade dos doentes sofrerem lesões ou efeitos adversos
para a saúde, como consequência de factores de risco identificados na prestação de
cuidados), estabelecer prioridades de intervenção e os procedimentos adequados para
a sua gestão.
Factor de risco – Elemento ou conjunto de elementos que estando presentes em
determinado contexto, podem desencadear infecção. Revestem-se de potencial para
provocar danos para a saúde, para o ambiente do doente ou combinação destes. Estes
fatores podem ser intrínsecos ou extrínsecos.
Fator de risco intrínseco – do próprio doente, como idade, patologias subjacentes,
estado imunitário, entre outros fatores
O doente deve ser avaliado pela equipa clínica, no que se refere ao risco de infecção,
nas seguintes vertentes:
a) Como hospedeiro susceptível: com factores de risco intrínseco e extrínseco
que o tornam mais vulnerável/susceptível à infecção. (doença crónica;
submissão a múltiplos procedimentos e dispositivos invasivos; internamentos
recentes e sucessivos; idade avançada > 65 anos ).
b) Como fonte ou reservatório de infecção: apresenta uma situação clínica de
colonização ou infeção (ativa ou presumida), representando risco de
transmissão cruzada.
De modo a estratificar os níveis de risco do doente para a infeção, podemos utilizar um
modelo de risco diferencial que contempla “situação clinica do doente” e “tipo de
procedimento” e, de uma forma qualitativa apurar um de três níveis de rico:
• Mínimo;
• Médio;
• Elevado.
Etapas Descrição
Doentes e visitas:
Cumprir as recomendações instituídas na Unidade, quer no seu próprio ambiente
envolvente, quer na circulação pelas áreas comuns de cada unidade funcional.
São intervenções a definir pela equipa clínica, após avaliação do risco do doente, consoante os
dados clínicos e epidemiológicos do doente e a definição de prioridades de intervenção
estabelecidas:
Aplicação das precauções básicas (PB) a todos os doentes;
Exames complementares – confirmação de diagnóstico e início da terapêutica
dirigida;
Início de antibioticoterapia – se dirigida ou empírica (e se aplicável);
Sempre que há suspeita/confirmação de infeção na admissão ou à posteriori, e
sempre que seja possível, colher as amostras necessárias para exame
microbiológico antes de iniciar o antibiótico;
Se o doente refere diarreia já há pelo menos 2-3 dias, suspeitar de possível caso de
Clostridium difficile - avaliar da necessidade de enviar amostra de fezes para exame
microbiológico;
Medidas de controlo ambiental – aumento de frequência de limpeza e desinfecção
se necessário e da desinfeção complementar (ex: Clostridium difficile, MRSA,
Acinetobacter…);
Máscara de proteção respiratória (EN 149:2001 FFP2) – para proteção dos
profissionais que cuidam do doente - se o agente suspeito ou confirmado for
passível de transmissão por via aérea e por gotículas
Luvas e bata para proteção total do profissional no caso de doente com escabiose;
Restrição de profissionais – evitar a exposição dos profissionais se não estão
imunizados (ex: varicela, rubéola, sarampo);
Restrição de visitas: Em situações específicas, pode ser necessário diminuir ao
mínimo as visitas (ex: caso de doente com patologia passível de transmissão ou com
microrganismo alerta isolado, ou em situações de surto de infecção;
Anexo I
Cadeia epidemiológica e risco de transmissão
Cadeia
Risco aumentado de transmissão está associado a:
epidemiológica
Microrganismo/agente infeccioso
Presença de grande quantidade do agente (inoculum)
Requer pequena dose infetante (alta infetividade) Agente
Alta patogenicidade/virulência
Via de Transmissão (aérea, gotículas, contacto)
Capacidade de sobrevivência no meio ambiente
Capacidade de colonizar dispositivos invasivos
Capacidade de subsistir em estado de portador ou
assintomático
Fonte – doente
Incontinência fecal e/ou fezes não contidas
Reservatório
Hemorragias não controladas
Lesões cutâneas exsudativas ou feridas não protegidas por
pensos Porta de
saída
Secreções respiratórias abundantes e não controladas
Incapacidade do doente em cumprir as precauções de
controlo e prevenção de infecção
Doente em unidade de cuidados intensivos ou que requeira
contactos frequentes
Ambiente
Limpeza inadequada
Equipamento partilhado sem descontaminação entre doentes
Sobrelotação Reservatório
Hospedeiro suscetível
Doente em unidade de cuidados intensivos ou que requeira
contactos frequentes
Hospedeiro
Doente submetido a procedimentos ou dispositivos invasivos
Pele não intacta (doente ou profissionais)
Doença subjacente severa e debilitante
Idade (> 65 anos)
Porta de
Terapêutica antibiótica recente entrada
Imunossupressão
Imunização inadequada
Profissionais sem formação ou que não cumprem as
recomendações
Adaptado de “Routine practices and additional precautions for preventing the transmission of infection in health
care”; Health Canada, CCDR July 1999; Vol. 25 Supplement 4: p.19
Fatores de Risco Intrínseco (FRI) Data Fatores de Risco Extrínseco (FRE) Data
Avaliaçã avaliaçã
o o
19
Exsudados Cort.ª/Quimiot.ª/Radiot.ª (<1 mês)
20
Secreç. Traqueobrônquicas Antibiót. largo espectro (< 6 meses)
21
Alterações Integridade Cutânea Outros imunossupressores
4
Ferida aguda Disposit./procediment.invasivos major
5 22
Ferida crónica Ventilação assistida invasiva
6 23
Queimadura grave Cateter vascular central
24
Outros FRI Alimentação parentérica
7 25
Politraumatizado Cirurgia
8 26
Imunodeficiência grave Transplante
9
Neutropénia
10
Colonização
11
Infeção ativa/presumida
Local.Inf.: Hospital. (H)/Comunid. (C) Microrganismo
Urinária
Respiratória
Corrente sanguínea
Local Cirúrgico
Gastro-intestinal
Intrabdominal
Pele e tecidos moles
Osteo-articular
Meningite
Outra__________________________
N.º de FRI N.º de FRE
27 27
Nível de Risco: (Alto (A); Médio(M); Nível de Risco: (Alto (A); Médio(M);
Baixo(B) Baixo(B)
28
Precauções de: Contacto (PC); Via Área (PA); Gotículas (PG)
29
Precauções adicionais às Básicas (PBVT) Colheita fezes/bacteriol.ª(suspeita de
DCD)
Não Sim
Continuar as PB e
Implementar PBVT de acordo com o
Continuar as PB microrganismo e via de transmissão, já há
informação sobre o estado infecioso
Nota: O processo de avaliação do risco de infeção não é estático. A avaliação do risco do doente
deve ser contínua, ao longo do internamento, e, a adequação das PBVT deve ser feita, de acordo
com os novos achados clínicos e epidemiológicos que o doente venha a apresentar.
Anexo IV
Árvore de Decisão de avaliação do risco de infeção para o profissional de saúde
Estarei exposto a
Avaliar a interacção salpicos de
prevista com o doente sangue, excreções
INICIO e/ou com o ambiente ou secreções?
NÃO
Vou contactar
SIM com o
ambiente do
doente?
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
O doente tem uma
Manter as PB infecção conhecida
NÃO ou sintomas de Rever as
infecção?
SIM PBVT
considerando:
patologia/
microrganism
o e via de
transmissão
VISITAS VISITAS
VISITAS
• Restringir o número de pessoas • Restringir o número de pessoas
• Higiene das mãos
• Higiene das mãos • Higiene das mãos
• Não tocar no nariz ou cara
• Máscara cirúrgica • Máscara de Protecção Respiratória
• Avental ou bata, se contacto
previsto com matéria orgânica (EN 149:2001 FFP2)
369
Anexo VI
Formulário para planeamento de intervenções
Data da avaliação
__/__/___ __/__/___ __/__/___
Doente admitido com inf. ativa ou
presumida ou com suspeita de
colonização/microrgan.º “alerta”
Infecção adquirida no internamento
Agente Agente (se Agente Agente (se
Tipo de infecção (se isolado) (se isolado)
isolado) isolado)
Urinária
Respiratória
Corrente sanguínea
Local Cirúrgico
Intrabdominal
Gastro-intestinal
Meningite
Pele e tecidos moles
Osteo-articular
Outra (especificar)
Factores de risco presentes
Algália
Cateter vascular central
Cateter vascular periférico
Cirurgia
Drenagens
Ventilação mecânica
CAPÍTULO 5
Limpeza e Reprocessamento do Material e
Equipamento Clínico e Nao Clínico
Os materiais e equipamentos podem ser veículos da transmissão de microrganismos se a sua
descontaminação for inadequada.
A limpeza, desinfeção e esterilização são essenciais para assegurar que os instrumentos
médicos e cirúrgicos não transmitam microrganismos patogénicos aos utentes.
A esterilização não é necessária para todos os equipamentos de prestação de cuidados ao
utente. A política institucional deve identificar, à priori, tendo por base os materiais e
equipamentos que utiliza, qual o processo indicado: a limpeza, a desinfeção ou a esterilização
ou ainda as combinações recomendadas destas técnicas.
Objetivos
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados Continuados afetos
à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
O GCL-PPCIRA, deve incluir nesta lista todos os itens considerados críticos, semi-críticos e
não críticos, indicando os respetivos processos de tratamento. É, igualmente recomendado
que seja feita uma listagem de todos os dispositivos de Uso Único (Anexo 2) utilizados na UCC,
no sentido de evitar a adoção de más práticas relacionadas com este tipo de material.
Siglas
Descrição
Na descontaminação, deve ter-se em conta o nível de risco que cada tipo de material
representa para o utente, tendo em conta a utilização que lhe é dada. Em 1968, Spaulding
propôs uma classificação dos materiais em 3 níveis de risco, indicando o tipo de
descontaminação necessário para cada um deles, o que se mantém atual:
Tipo de
Nível de risco Exemplos
descontaminação
* Se não entra em contacto com a pele ou não estiver conspurcado com fluidos orgânicos
a limpeza é suficiente. Nalguns casos de doentes infetados ou colonizados com
microrganismos multirresistentes ou com risco infecioso mais elevado (ex Clostridium
difficil), deverá ser consultada a CCI.
Por exemplo, num doente imunocomprometido grave, o material classificado como semi-
crítico deve ser processado como se se tratasse de material crítico (ex: roupa a usar por
doente em fase de aplasia medular). O mesmo pode acontecer com algum material de apoio
ventilatório, que, por dificuldades no processo de desinfeção de alto nível (neste caso deve ser
térmica devido ao risco de resíduos tóxicos para as vias aéreas), obriga a que seja esterilizado.
Métodos de Descontaminação
Todo o material tem que ser lavado antes de qualquer processo de desinfeção ou
esterilização.
Limpeza
Remoção da sujidade e ou de matéria orgânica por ação mecânica, geralmente com solução
de água e detergente.
Segundo teorias em vigor, são quatro os fatores que devem ser levados em consideração para
uma limpeza de qualidade. O conhecido círculo de Sinner estabelece um sistema operacional
baseado em quatro variáveis:
1. ação mecânica
2. ação química
3. temperatura
4. tempo.
Cada uma destas variáveis requer uma fórmula concreta. É importante que os profissionais da
limpeza conheçam os conceitos que este sistema propõe.
Ação mecânica: corresponde à forma de eliminação da sujidade em si. A ação pode ser
manual, e referir-se ao simples movimento realizado pela mão ao passar um pano para
eliminar a sujidade. Também pode ser mecânica, neste caso, refere-se à utilização de
máquinas ou equipamentos específicos para realizar a atividade Para a correta realização da
ação mecânica, destaque-se que é preciso conhecer os equipamentos que podem ser
empregues na limpeza.
Ação química: neste caso, listam-se o conjunto de produtos químicos que devem ser utilizados
para a ação de limpeza realizada. É muito importante a utilização de produtos corretos ao tipo
de limpeza que se pretende utilizar. Existem produtos químicos e abrasivos, que podem
danificar superfícies, por isso para garantir a melhor ação e resultados eficientes esse
conhecimento é fundamental.
Tempo: o melhor tipo de limpeza é aquele realizado com menor custo e menor tempo
possível. O cálculo do tempo dispensado para cada tipo de procedimento é influenciado pelo
tipo de superfície a ser limpa, pela sujidade acumulada e também pelos produtos e
equipamentos utilizados. Neste item é importante ressaltar que máquinas profissionais são as
mais adequadas em relação ao custo/benefício da ação, pois elas realizam tarefas pesadas
com maior agilidade e com economia de recursos. Certamente a limpeza com ação mecânica
utilizada com equipamentos garante maior eficiência e agilidade.
a) Lavagem do material
A lavagem do material deve ser efetuada de acordo com o grau de contaminação e o tipo
de material, podendo ser manual ou mecânica.
Deve dar-se preferência à lavagem mecânica, sempre que possível, porque, além de ser um
método que permite a monitorização e validação, coloca menos riscos para os profissionais
que manuseiam os materiais. Além disso, a maioria das máquinas tem a capacidade de
associar ao ciclo de lavagem, um ciclo de desinfeção térmica ou química (a desinfeção química
não deve ser feita para os materiais que entram em contacto com as vias respiratórias).
As tinas ultra-sónicas devem ser utilizadas para coadjuvar o processo de lavagem, porque
através dos movimentos ondulantes que os ultra-sons provocam, a água penetra mais
facilmente nos materiais complexos e de mais difícil acesso para limpeza (ex: alguns ferros
cirúrgicos de ortopedia, neurocirurgia, estomatologia e microcirurgia). A tina deve estar
sempre tapada durante o processo. Mas este método é apenas coadjuvante da limpeza pois
facilita a desagregação da matéria orgânica ou sujidade em locais de mais difícil acesso – não é
um método de desinfeção!).
b) Detergentes
Os produtos destinados à higiene geral e das mãos dos utentes ou das mãos dos
profissionais, não são adequados para lavar material. Estes são designados “sabões” pois são
utilizados em tecidos vivos. Os produtos utilizados na limpeza de materiais inertes são
designados por detergentes.
Os produtos a utilizar devem ser sempre os indicados para o tipo de lavagem (manual ou
mecânica, já que, o pH do detergente para lavagem manual, por exemplo, deve ser mais
alcalino), o tipo e complexidade do material a lavar, o grau e tipo de contaminação presente.
Alguns exemplos de utilização tecnicamente adequada:
Desinfeção
Consiste na inativação da maior parte dos microrganismos existentes, quer por ação
química quer física (aumento de temperatura).
a) Desinfeção do material
b) Níveis de desinfeção
Alto nível – Destrói todas as bactérias vegetativas, todos os vírus, mas não
necessariamente todos os esporos.
A desinfeção térmica de alto nível pode ser atingida através da utilização de máquinas de
lavar/desinfetar, com temperaturas de 75º durante 30 minutos ou 90º durante 10 minutos.
A desinfeção química pode ser conseguida através de máquinas (p. ex. endoscópios) ou
manualmente, com a utilização de desinfetantes de alto nível.
Nível intermédio – Destrói todas as bactérias vegetativas, incluindo Mycobacterium
tuberculosis, mas não necessariamente todos os vírus ou esporos.
Baixo nível – Destrói a maior parte das bactérias patogénicas (não necessariamente
Mycobacterium tuberculosis) e alguns vírus.
Álcool etílico ou isopropílico (70 a 90º) (aplicação na superfície limpa e seca com
toalhete embebido, deixando secar naturalmente);
Dicloroisocianurato de sódio a 100 a 150ppm (aplicação na superfície limpa e seca com
toalhete ou pano embebido na solução e deixar secar. Em superfícies delicadas, no final da
secagem enxaguar com água limpa);
Amónio Quaternário em toalhetes ou em pulverizador.
Esterilização
Tem como objetivo assegurar a destruição dos microrganismos existentes nos materiais,
incluindo os esporos bacterianos ou formas esporuladas.
O material que vai ser esterilizado tem de ser previamente lavado e seco, e, nunca
desinfetado por métodos químicos (apenas pode sofrer a desinfeção térmica associada à
lavagem em máquina).
a) Agentes Utilizados
Desde que o material seja compatível, deve dar-se preferência à esterilização por calor
húmido sob pressão, dado que é um método barato, rápido, não poluente e não tóxico.
Se o material for termosensível deve optar-se pela esterilização a baixa temperatura, por
Plasma de Peróxido de Hidrogénio.
De acordo com a legislação em vigor, o material de uso único é fabricado de modo a ser
usado uma única vez num doente e eliminado após o uso, isto é, não pode ser sujeito a
reprocessamento, por ser difícil garantir o seu uso em segurança noutro doente. Por outro
lado, a Entidade que reprocessa os materiais de uso único torna-se responsável por todo o
processo, tal como se fosse o fabricante (Anexo 2).
ANEXO I
Bacias de higiene Não crítico Desinfeção térmica em máquina Lavagem manual Individualizar
de lavar/desinfetar com água quente e sempre que
detergente, possível
secagem e
desinfeção com
álcool a 70º
Câmaras Semi-crítico Desinfeção térmica (de alto Lavar com água e Individualizar.
expansoras nível) em máquina de detergente e
lavar/desinfetar secar. Esterilizar a Em uso no
plasma mesmo doente
basta manter
limpa e protegida
em saco plástico
Humidificador de Semi-crítico Desinfeção térmica em máquina Lavar com água e Manter seco e
oxigénio de lavar/desinfetar detergente, secar, embalado
passar por álcool a
70º
Nem todos os materiais e equipamentos médicos são passíveis de ser reprocessados nas
UCC por serem de utilização única, conforme previsto na regulamentação em vigor.
O reprocessamento e a reutilização de dispositivos médicos de uso único colocam para além de várias
questões relacionadas com a segurança, qualidade e correto desempenho funcional do produto, outras
relativas a aspetos éticos e regulamentares que mais à frente se desenvolvem.
Reconhecendo os aspetos frequentemente apresentados como fundamento da prática de
reprocessamento e de reutilização, nomeadamente razões económicas e ambientais, torna-se
necessário, no entanto, questionar se a Entidade que reprocessa o material de uso único garante a
manutenção das características físicas, químicas e biológicas do dispositivo de uso único sujeito a esta
prática. A observação visual, a “prática corrente”, a utilização de métodos gerais de limpeza, desinfeção
e/ou esterilização não validadas em relação ao produto, não são suficientes para fornecer tais garantias.
Todos os dispositivos que tenham o seguinte símbolo são considerados dispositivos de uso
único.
Definição:
“Dispositivo de uso único” é o dispositivo destinado a ser utilizado uma única vez, num único
doente. Um procedimento único pode envolver várias utilizações ou o uso prolongado no
mesmo doente.
ANEXO III
Os 10 mandamentos da limpeza:
1. Nunca misture produto químico.
2. Leia os rótulos com as indicações do fabricante antes de utilizar qualquer produto químico.
3. Dilua os produtos conforme a indicação do fabricante.
4. Evite utilizar vasilhames metálicos para diluir ou acondicionar produtos químicos.
5. Produtos químicos devem ser mantidos em recipientes fechados, longe de crianças e
animais.
6. Respeite o ciclo de ação do produto (Ciclo de Sinner).
7. Utilize sempre produtos químicos em ambientes ventilados.
8. Utilize sempre EPI – Equipamento de Proteção Individual – no contado com produtos
químicos.
9. Verifique a compatibilidade do equipamento com superfície e ação química.
10. Certifique-se sempre da existência de ficha de segurança do produto junto aos utilizadores.
Adaptado de http://www.maquinastersus.com.br/dicas/os-10-mandamentos-da-limpeza/
384
CAPÍTULO 6
Normas e Recomendaçoes de Prevençao das
ÍACS Associadas aos Dispositivos Ínvasivos
Introdução
O uso de algália constitui hoje uma componente essencial dos cuidados de saúde. A
infeção do trato urinário (ITU) associada à cateterização vesical, é a infeção nosocomial
mais comum.
Em Portugal, os dados dos Inquéritos Nacionais de Prevalência de Infeção realizados nas
Unidades de Cuidados Continuados, realizados pelo European Centre for Disease
prevention and Control ECDC), ao qual Portugal aderiu, (Healthcare Associated
Infections in Long-Term Care Facilities - HALT 1 e HALT 2), em 2010 e 2012 a ITU foi a
infeção mais frequente, com uma taxa de prevalência de 3.3%.
Aproximadamente 10% dos doentes são algaliados durante o internamento, com uma
duração média de 4 dias. Entre 10 a 20% dos doentes algaliados têm bacteriúria e 2-6%
desenvolvem sintomas de infeção do trato urinário (ITU). (5)
Em Maio de 1992, num outro estudo de âmbito nacional sobre a incidência de infeção
urinária, que decorreu durante um mês e abrangeu 5 957 doentes dos serviços de
Medicina e Cirurgia de 58 Hospitais, verificou-se que 26,7% dos doentes estudados
estavam algaliados e foi identificado um total de 240 infeções. A taxa de incidência de
infeção urinária era de 1,7 % nos doentes não algaliados e de 10,3 % nos doentes
algaliados. Relacionando o risco com a duração da algaliação, verificou-se uma taxa de
incidência de infeção de 22,3 % nos doentes algaliados durante 12-15 dias e de 38,8 % nos
doentes algaliados por mais de 21 dias. (6)
A ITU em doentes algaliados é a 2.ª causa mais frequente de bacteriémia nosocomial e
vários estudos apontam para um crescente índice de mortalidade relacionado com o
desenvolvimento de urosépsis, sendo que pode também contribuir para agravar o
problema das resistências aos antibióticos. (9, 10)
Por ser muitas vezes assintomática e se resolver espontaneamente quando se remove o
cateter, a ITU associada à algaliação pode parecer insignificante. Contudo, uma parte dos
doentes, continua em risco de ter uma ITU, durante um período que pode ir até 30 dias
Objetivos
Fornecer aos profissionais de saúde das Unidades de Cuidados Continuados (UCCI),
orientações para a prevenção e o controlo da ITU;
Prevenir a ITU adquirida por doentes internados nas UCCI, sobretudo as infeções urinárias
em doentes submetidos a cateterização vesical;
Abordar a ITU nos idosos e doentes acamados, as suas repercussões e os fatores de risco
associados;
Uniformizar os cuidados aos doentes com fatores de risco acrescido para a ITU
relacionada com o cateterismo vesical.
Âmbito
Aplica-se a todos os serviços/valências das Unidade de Cuidados Continuados Integrados
da União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
a) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Grupo de Coordenação Local do PPCIRA e respetivos membros dinamizadores.
b) Pela revisão do procedimento:
Grupo de Coordenação Local do PPCIRA.
Siglas
CDC - Centre for Disease prevention and Control
EPI – Equipamento de Proteção Individual
GCL – Grupo de Coordenação Local
IACS – Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde
ITU – Infeção do trato Urinário
OMS – Organização Mundial de Saúde
POPCI – Plano Operacional de Prevenção e Controlo de Infeção
PBCI – Precauções Básicas em Controlo de Infeção
PPCIRA- Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência a
Antimicrobianos
SABA – Solução Antisséptica de Base Alcoólica
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
VE – Vigilância Epidemiológica
Patogénese
As vias urinárias são a porta de entrada mais frequente de sepsis por microrganismos
gram-negativo nos doentes institucionalizados. A infeção pode ocorrer durante ou
imediatamente após a inserção da algália ou subsequentemente, devido à flora que
coloniza o circuito (espontaneamente ou após a sua manipulação).
As bactérias entram no trato urinário do doente algaliado, pelas vias:
Extraluminal: pode ocorrer mais rapidamente, através da inoculação direta das
bactérias na bexiga, na altura da inserção da algália ou, mais tarde, ascendendo
do períneo por ação capilar na mucosa contígua à parede externa da algália.
Alguns estudos sugerem que a via extraluminal possa ter uma maior importância
nas mulheres, por a uretra ser mais curta e haver maior proximidade do ânus.
Intraluminal: Em que os microrganismos sobem através do lúmen interno do
cateter, por diversas razões: falhas na manutenção do circuito fechado de
drenagem da urina, despejo inadequado dos sacos coletores ou contaminação
dos mesmos, entre outros.
Outros investigadores referem que a colonização cutânea periuretral é um fator
de risco importante para a ITU em doente algaliado, quer em homens quer em
mulheres. (1)
Figura 1 - Portas de entrada dos microrganismos no trato urinário do doente com cateter
vesical
Definições Clinicas
As infeções do trato urinário evoluem frequentemente para o aparecimento de sinais e
sintomas que incluem: febre (≥ 38ºC “de novo” ou em agravamento), arrepios, mal-estar,
deterioração do estado de consciência, dor/hipersensibilidade nos flancos, na região
supra púbica ou nos ângulos costovertebrais, disúria, polaquiuria, urgência miccional e
hematúria (Consultar anexo I – Definições da Infeção do Trato Urinário).
Evitar a cateterização
A decisão de colocar um cateter vesical e o tipo de cateter a usar, deve ter por base a
avaliação de risco de infeção do utente e a avaliação das suas necessidades,
nomeadamente a duração estimada da cateterização.
Recomendações:
Recomendações:
Método de cateterização
Os diferentes métodos de cateterização e respetivas definições são os que se seguem:
Método de cateterização Definição
Algaliação Inserção de um cateter via uretral na bexiga para
permanência
Cateterização suprapúbica Inserção de um cateter na bexiga através de uma
durante um período de tempo curto ou prolongado
punção
Cateterização intermitenete Inserção por curta duração e periódica de um cateter na
abdominal supra
bexiga através depúbica
sonda vesical, específica
Autocateterização ou Inserção pelo próprio utente de sonda vesical específica
autoalgaliação intermitente uretra para drenagem
de despejo, de urina
na bexiga por curta duração e/ou periódica
Recomendações
A cateterização vesical intermitente deve ser preferencialmente usada, em
detrimento da drenagem vesical permanente, desde que clinicamente apropriado
A seleção, quer da cateterização supra púbica, quer da algaliação, deve ser feita
com base na situação clínica do doente
Recomendações
Usar o cateter com o menor tamanho possível, de acordo com as necessidades do
utente, de modo a garantir a sua segurança e conforto.
Material do cateter
A seleção do material do cateter deve ser baseada em: (42)
Previsão de duração da cateterização;
Potencial de conforto do utente;
História de alergia a algum dos componentes (ex: alergia ao látex);
Facilidade de inserção ou remoção;
Capacidade do material de que é composto o cateter, na redução da probabilidade
de complicações, como a colonização com bactérias, incrustações e dano nos
tecidos.
Os cateteres são normalmente compostos por cloreto de polivinilo (PVC), hidrogel,
látex, silicone ou combinação destes materiais. A maioria dos cateteres padronizados é
de base de látex ou de silicone. Os cateteres de base de látex são fortes, elásticos e
flexíveis e são dos mais comumente utilizados na algaliação de curta duração. Os
cateteres de silicone são sintéticos e tendencialmente utilizados em utentes com
sensibilidade ao látex ou que necessitem de algaliação mais prolongada.
Não tem sido demonstrada diferença significativa na relação entre o uso de látex, versus
silicone e a incidência de bacteriúria (24, 25, 26). No entanto, os CDC advertem para o
facto de que o silicone pode reduzir o risco de incrustações nos utentes com algaliação
de longa duração, quando comparados com outros materiais que compõem os cateteres
urinários (2).
A maior parte dos cateteres utilizados para a cateterização intermitente são de uso
único. No entanto, alguns cateteres utilizados para este tipo de cateterização são
desenhados para serem lavados e reutilizados. Nestes casos, deverão ser rigorosamente
cumpridas as instruções do fabricante relativamente à lavagem e armazenamento.
Data da última revisão: Junho de 2015
395
Para além dos cateteres padrão, estão também disponíveis no mercado, cateteres
revestidos parcialmente ou totalmente, por antisséptico ou antimicrobiano. Uma
revisão de estudos sugere, que estes cateteres podem prevenir ou atrasar de maneira
significativa o início da Infeção das vias urinárias relacionada com a cateterização
vesical. No entanto, dada a fraca qualidade metodológica desses estudos, é difícil
recomendar o uso específico de determinado tipo de cateter (deve ser avaliado de
acordo com as necessidades clínicas do utente).
Recomendações
A seleção do material que constitui o cateter deve ser baseada numa
avaliação das necessidades individuais do doente, a história de
incrustações entre outras razões (anexo II).
Considerar o uso de cateteres revestidos a antissépticos ou
antimicrobianos se a taxa de Infeção associada á algaliação não diminuir
após a implementação de uma abordagem multimodal, incluindo a
otimização da técnica asséptica, manuseamento adequado do cateter,
auditorias regulares e feedback da VE
Técnica asséptica
Opinião de peritos, guidelines e normas de boa prática indicam que os profissionais de
saúde devem utilizar sempre equipamento estéril e técnica asséptica durante a
algaliação e cateterização vesical, quer esta seja contínua ou intermitente.
Data da última revisão: Junho de 2015
397
A higiene das mãos com solução antisséptica de base alcoólica (SABA) deve ser feita
imediatamente antes de colocar as luvas estéreis, previamente ao ato de inserção do
cateter urinário.
Preparação do doente
No caso de se encontrar com capacidade para entender o procedimento, o utente deve
ser informado pelo profissional de saúde acerca da necessidade de inserção de um
cateter vesical e dos cuidados a ter com a colocação e manutenção deste dispositivo.
Procedimento de inserção
Algaliação
Data da última revisão: Junho de 2015
399
Recomendações
Recomendações:
Os profissionais de saúde devem aplicar as PBCI quando tratam de doentes algaliados;
Deve ser usado um sistema de drenagem fechado nos doentes algaliados;
Utilizar sacos de drenagem estéreis na algaliação;
O saco de drenagem deve ser mantido abaixo do nível da bexiga e fixado à perna do
doente para impedir a contaminação da torneira de drenagem;
Não interromper o circuito fechado da drenagem vesical (apenas se justificado);
Esvaziar o saco de drenagem regularmente, utilizando um jarro limpo, individualizado,
por cada doente algaliado, evitando tocar na torneira de despejo.
403
Recomendações
A colheita de amostra de urina asséptica deve ser feita apenas quando clinicamente
indicada, usando técnica asséptica e de preferência com sistema de recolha sem
agulha.
Aspiração por punção com agulha:
Preparar o material necessário
Clampar a algália durante alguns minutos
Desinfetar as mãos
Colocar luvas esterilizadas
Desinfetar o local de punção com álcool 70% antes da colheita
Aspirar 5-10 ml de urina, puncionando na parte oposta do canal do balão com um
ângulo de 45º e colocar em frasco esterilizado devidamente rotulado, evitando
tocar no bocal do frasco
Retirar a pinça de clampagem e limpar o local de punção após a colheita
Enviar a amostra de urina para o Laboratório, o mais rápido possível (no prazo
máximo de uma hora). Se isto não for possível, a amostra deve ser refrigerada a
4ºC para evitar a proliferação das bactérias contaminantes e deve ser enviada ao
Laboratório no prazo máximo de 2-4 horas após a colheita
É muito importante que a requisição que acompanha a amostra, contenha a
informação referente à presença da algália e antibioticoterapia que o doente
possa estar a fazer.
404
Limpeza do meato
A opinião de peritos e as guidelines recomendam que não há vantagens em utilizar
preparações antissépticas para a limpeza do meato, comparativamente com o banho ou
duche rotineiro.
Lavar o meato com água e sabão, durante o banho ou duche de rotina, é o adequado.
Se estes cuidados se inserirem no banho do doente na cama, a água deve ser mudada,
assim como a manápula ou esponja. A prevenção da infeção através do local de
inserção, durante a higiene é muito importante. Na mulher, isso significa higienizar da
frente para trás em direção ao ânus. No homem, o prepúcio deve ser retraído e a área
por baixo deve ser cuidadosamente limpa. Esta zona é muitas vezes um reservatório de
bactérias, em especial nos idosos.
Obstrução da algália
As obstruções recorrentes de algália, causadas por incrustações no cateter devido a
depósitos de sais minerais, constituem uma complicação em aproximadamente 50% dos
doentes de cuidados continuados algaliados. A obstrução do cateter causa derrames e
retenções urinárias, resultando no aumento das mudanças de algália. As incrustações na
superfície externa da algália podem causar trauma na uretra aquando da sua remoção.
Remoção da algália
O risco de aquisição de bacteriuria foi estimado em 5% por cada dia de cateterização,
acumulando 100% em 4 semanas. Quanto maior for o tempo de permanência da algália,
maior o risco de infeção e mais diversificada pode ser a flora local e os microrganismos
causadores de ITU. A necessidade clínica de manter a algália deve ser revista
diariamente e o cateter deve ser removido o mais cedo possível. Não é necessário
clampar a algália antes de a remover.
405
Recomendações
Algaliação de curta duração
Assegure-se de que o cateter de algaliação é prontamente removido quando já não
é necessário, usando as seguintes estratégias:
Revisão diária, por médicos e enfermeiros, da necessidade de manutenção da algalia
Implementar procedimentos específicos para remoção da algália no pós
operatório;
Implementar sistemas de aviso/”lembrete” no processo comum ou no
processo eletrónico do utente.
407
Este formulário é um instrumento para registo registo diário dos utentes com cateter
urinário. Os dias de exposição ao cateter urinário correspondem à soma da contagem
diária de utentes com algaliação numa Unidade, em cada dia. Os dados devem ser
colhidos à mesma hora todos os dias, por ex. todos os dias às 12 horas ou na saída de
noite (mudança de turno da noite para a manhã).
A taxa de ITU associada ao cateter por 1000 dias de cateter tem a seguinte fórmula:
N.º de ITU associada a cateter X 1000
N.º de cateteres urinários dia
Exemplo – cálculo da taxa de ITU associada a cateter por 1000 dias de dispositivo
urinário
1) Dois doentes numa Unidade de Cuidados Continuados (UCC) entraram na definição
de caso de uma ITU associada a cateter urinário no mês de fevereiro (numerador =
2)
409
Soma-se (3+8+ 6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +6 +4 +4 +4 +4 +4 +4 +4 +4 +8 +8 +8
+8 +8 = 161 dias de algaliação)
2) A taxa de ITU associada a cateter urinário na UCC no mês de Fevereiro (por 1000 dias
de cateter) é a seguinte:
2 X 1000 _ = 12, 4 ITU associada a cateter urinário/1000 dias deste cateter
161
Recomendações
As UCC devem considerar a inclusão da VE da ITU associada ao cateter urinário,
como componente essencial do seu programa de vigilância, de acordo com o risco
dos seus utentes e os recursos disponíveis. Deve ser utilizada uma metodologia de
VE padronizada.
As taxas de ITU (utentes algaliados) devem ser expressas por 1000 dias de exposição
ao cateter urinário e devem ser dadas a conhecer aos profissionais de saúde da
Unidade e aos gestores, com periodicidade regular (pelo menos trimestralmente).
410
Recomendações
Recomendações
As infeções do trato urinário cursam frequentemente com sinais e sintomas que incluem:
febre (≥ 38ºC “de novo” ou em agravamento), arrepios, mal-estar, deterioração do
estado de consciência, dor/hipersensibilidade nos flancos, na região supra púbica ou nos
ângulos costo- vertebrais, disúria, polaquiúria, urgência miccional e hematúria.
Critério 1:
Residente não algaliado e que apresenta, pelo menos, três dos seguintes sinais ou
sintomas:
413
Critério 2:
Residente algaliado e que apresenta, pelo menos, dois dos seguintes sinais ou sintomas:
a) Febre (≥38°C) ou Arrepios;
b) Aparecimento de dor ou sensibilidade no flanco ou na zona suprapúbica;
c) Alteração da característica da urina (ou odor) (*);
d) Agravamento do estado mental ou funcional (pode ser um estado novo ou agravado
de incontinência).
(*) A alteração das características da urina poderá ser clínica (e.g. urina com sangue
recente, cheiro pútrido ou quantidade de sedimento) ou informado pelo laboratório,
piúria recente ou hematúria microscópica. Por mudanças laboratoriais pressupõe-se que
uma urocultura anterior fosse negativa.
Comentário: Notar que os resultados do exame microbiológico da urina não estão
incluídos nestes critérios. Contudo, se uma amostra de urina tiver sido devidamente
colhida e processada e se na altura o residente não estiver a tomar antibióticos, então o
resultado da urocultura deverá ser registado (positiva, contaminada ou negativa)
Na medida em que as vias urinárias são a fonte infeciosa oculta mais comum em
residentes com cateter urinário (algália), a associação de febre com deterioração
(agravamento) do estado mental ou funcional destas pessoas, preenche os critérios de
infeção do aparelho urinário. No entanto, deve-se ter em atenção a necessidade de
eliminar outras possíveis causas destes sintomas. No caso dum residente algaliado que
apresente febre e agravamento da sua situação mental e funcional, mas com critérios de
infeção com outra localização diferente das vias urinárias, é feito e registado o
diagnóstico de infeção nessa outra localização.
414
ANEXOS
415
Anexo II
Recomendações de utilização: Resumo de vantagens e desvantagens dos materiais mais
comuns usados nos cateteres urinários
Material do cateter Recomendação de Vantagens Desvantagens
urinário utilização*
Hidrogel revestido a Algaliação de longa Pode reduzir a fricção Material rígido. Pode
silicone duração - até 12 na mucosa da uretra Ser desconfortável para o
semanas durante a inserção. doente
Adequado para doentes
com alergia ao látex
Anexo III:
Exemplo de Checklist para inserção de algália
Nome do doente:
N.º do processo:
Data de inserção do cateter urinário:
Foram consideradas alternativas à cateterização vesical, tendo em conta Sim □
as necessidades do utente e as possíveis complicações da algaliação Não □
O motivo clinico de algaliação está especificado e documentado no Sim □
processo do doente. Não □
Indicação clinica para inserção de cateter urinário (selecione uma):
A equipa clinica tem necessidade de monitorizar o débito urinário
(monitorização hemodinâmica).
O utente não consegue esvaziar a bexiga (retenção urinária).
Durante procedimentos cirúrgicos prolongados sob anestesia geral ou
raquianestesia.
Durante analgesia regional no trabalho de parto.
Para auxiliar a cicatrização de uma ferida aberta na região sacro e
perineal.
Para conforto do doente no cuidado em fim de vida.
Na necessidade de imobilização do doente (ex.: imobilização por fartura
pélvica).
Para instilação direta de terapêutica ou outros procedimentos urológicos.
Indicar outro motivo para cateterização vesical (não indicado na lista).
O Profissional de Saúde (PS) foi considerado competente para proceder à □ Sim
algaliação ou está sob a supervisão de alguém competente para o fazer. □ Não
O PS explicou a necessidade de colocação do cateter urinário ao doente e □ Sim
a possibilidade de complicações; Obteve o consentimento informado do □ Não
utente.
O PS removeu joias e adornos, colocou avental plástico, fez a higiene □ Sim
antisséptica das mãos e colocou luvas estéreis antes da inserção do □ Não
cateter.
Foi escolhido o menor calibre para uma drenagem eficaz. □ Sim
N.º do calibre □ Não
Tamanho do balão ml, foi preenchido com ml de água destilada
O meato uretral foi limpo com água destilada estéril ou soro fisiológico □ Sim
estéril; □ Não
O cateter e a uretra foram lubrificados com lubrificante estéril unidose; □ Sim
Visualizou a drenagem de urina antes de insuflar o balão □ Não
O cateter urinário foi conectado com técnica asséptica, a um saco de □ Sim
drenagem estéril □ Não
O cateter urinário foi posicionado abaixo do nível da bexiga, em suporte □ Sim
limpo, que impeça que qualquer parte do circuito entre em contacto com □ Não
o chão.
Nome do PS que fez o procedimento:
Nome do observador (se presente):
417
Observações:
419
incontroláveis, que comprometam a cicatrização duma ferida, por Lave as mãos antes e depois de manipular a algália
Por último, podem também ser usadas quando é necessário sabão. A sonda pode ser clampada ou ligada a um saco coletor
introduzir medicamentos na bexiga, colher amostras de urina para Se usar a clampagem: Retire-a quando sentir vontade de urinar e
análise ou controlar a quantidade de urina produzida. deixe que a urina saia naturalmente para fora.
A algália é introduzida após a aplicação de um gel lubrificante pela Se não tiver vontade de urinar deve retirar a clampagem em cada
uretra até à bexiga, e aí é insuflado um balão existente na ponta 2 ou 3 horas e esvaziar a bexiga.
do tubo para que este não saia. Durante a noite deverá ligá-la a um saco coletor.
421
e a sua mudança deverá ocorrer entre 5 a 7 dias ou em Se perder grande quantidade de urina pela algália.
caso de danificação ou acumulação de muito sedimento. A colocação de uma algália é um procedimento de enfermagem
A zona de união entre o saco e a sonda deve ser realizado com técnica asséptica e material estéril.
manuseada com cuidado e com as mãos lavadas. NUNCA a mude, a não ser que tenha indicação e treino de um
O saco deve ser colocado abaixo do nível da bexiga e não profissional de saúde para o fazer.
em cima da cama. Coloque-o suspenso ao lado da cama. No entanto cabe a si cumprir os cuidados adequados à
manutenção da algália e do sistema de drenagem.
Se apresentar inflamação na uretra ou na saída da algália; o Coloque o saco suspenso ao lado da cama, de modo a
Se observar sangue dentro ou à volta da sonda; evitar que a urina que está dentro do saco, volte para
dentro da bexiga, o que pode dar origem a infeção.
422
Nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), a exposição dos utentes aos
acessos vasculares é mais limitada do que em Unidades de Agudos, dado que nas UCCI o seu
uso se restringe maioritariamente aos cateteres periféricos.
Em 2011, 20,8% das infeções nosocomiais da corrente sanguínea (INCS) adquiridas nos
hospitais portugueses aderentes ao Programa de vigilância epidemiológica (VE) para esta área,
promovido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), eram associadas aos cateteres vasculares
centrais, com taxas de bacteriemia substancialmente mais elevadas do que nos doentes sem
cateter.
A taxa de INCS relacionada com a exposição ao Cateter Venosos Central CVC, em 2011, foi
de 2,1 por mil dias de cateterização. Os resultados nacionais confirmaram a elevada
morbilidade e custos associados aos doentes que adquirem uma INCS, já que a demora média
nestes casos foi de 36,8 dias de internamento, contrastando com a demora média global de
todos os doentes admitidos nos mesmos hospitais e serviços aderentes ao estudo e no mesmo
período de tempo, que foi de 7,3 dias. Muito embora não seja possível relacionar a INCS como
causa direta e/ou única da morte, verificou-se também que a taxa bruta de mortalidade nos
doentes com INCS foi de 29,7%.
Pelo facto de quase metade das INCS terem como origem provável os dispositivos invasivos
(CVC - 20,8%), a ventilação mecânica (11,9% - % de INCS cuja origem provável foi a infeção do
trato respiratório em doentes ventilados e não ventilados) e a algaliação (12,7% - % de INCS
cuja origem provável foi a algaliação), considera-se que podem tratar-se de infeções evitáveis,
já que estão associadas a vias de transmissão exógenas. É por isso necessário rever e
implementar sistematicamente, as boas práticas de prevenção da infeção associada a estes
dispositivos invasivos.
Objetivos
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados Continuados afetos
à União das Misericórdias Portuguesas.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Siglas
Patogénese
A patogénese das infeções relacionadas com cateter é multifactorial e complexa. As
potenciais fontes de contaminação dos dispositivos intravasculares são:
5) Fluidos contaminados;
Nos cateteres inseridos perifericamente com permanência inferior a 10 dias (i.e, de curta
permanência), a via de infeção mais comum é a migração de microrganismos da pele do local
de inserção ao longo do trajeto subcutâneo, com colonização da ponta do cateter. Nos
cateteres com permanência superior a 30 dias (i.e, de longa permanência), a contaminação das
conexões devido a múltiplas manipulações, contribui significativamente para a colonização
intraluminal.
Recomendações
Categorização das recomendações (CDC)
Categoria IB - Medidas cuja adoção é fortemente recomendada e que são apoiadas por
alguns estudos epidemiológicos, clínicos e experimentais, bem como por uma forte
fundamentação teórica.
Categoria II - Medidas cuja adoção é sugerida e que são, apoiadas por estudos
epidemiológicos ou clínicos sugestivos ou em fundamentação teórica.
Questão Não Resolvida - Medidas para as quais a evidência é insuficiente ou não existe
consenso quanto à sua eficácia.
d) Não fazer por rotina culturas das pontas de cateter. Este procedimento só se justifica em
situações de suspeita de infeção associada ao CVC. Cat IA.
NOTA: Os CVC devem ser inseridos preferencialmente em locais designados por áreas limpas.
Ver recomendação “Capitulo IV. Medidas Gerais de prevenção e controlo da infeção nas UCC -
4.3. Higiene das Mãos”
b) Em utentes adultos, utilizar a veia subclávia, em vez da jugular ou femural, para colocação
de CVC não tunelizável, de modo a minimizar o risco de infeção; Cat IB;
V - Seleção do cateter
d) Não se pode recomendar que haja um dos lúmens do CVC multi-lúmen exclusivamente para
administrar nutrição parentérica; Questão não resolvida;
a) Utilizar técnica correta com lavagem cirúrgica das mãos, quer se utilize sabão antissético e
água, quer se utilize solução hidroalcoólica. Higienizar as mãos, antes e após palpar o local de
inserção, bem como antes e após inserir, substituir, aceder, reparar ou fazer o penso de um
dispositivo intravascular. A palpação do local de inserção não deve ser efetuada após aplicação
do antissético, a não ser que se mantenha técnica asséptica; Cat IB;
b) O uso de luvas não dispensa a necessidade da higiene das mãos; Cat IA;
c) Manter técnica assética incluindo o uso de barreira máxima (barrete, máscara, bata estéril,
luvas estéreis, e campo esterilizado de grandes dimensões) durante a inserção ou substituição
dos cateteres intravasculares (incluindo os de inserção periférica); Cat IB.
d) Desinfeção cutânea:
Desinfetar a pele com um antissético apropriado, preferencialmente uma solução
antissética alcoólica com ação residual, antes de inserir o cateter (auscultar doente/família
sobre possíveis alergias a algum dos antisséticos em uso); Cat IA;
Permitir que o antissético atue no local de inserção, até secar; Cat. IB
Não aplicar solventes orgânicos (i.e.; acetona ou éter) na pele antes de inserir os
cateteres ou nas mudanças de penso; Cat IA
Atenção às compatibilidades com os polímeros dos materiais.
Se a tricotomia for necessária a opção de escolha será o uso do “clipper cirúrgico”
e) Não executar por rotina o desbridamento como método de inserção de cateteres em
artérias ou veias. Cat IA.
A técnica de inserção deve ser decidida pelo operador mas deve ter em conta a
minimização do traumatismo. Se a tentativa falhar deve ser utilizado outro cateter. Os
cateteres sem “cuff” devem ser bem fixos para evitar movimentos que favoreçam a entrada de
microrganismos da pele. A sutura dos cateteres de inserção cirúrgica deve estar a uma
distância razoável do local de inserção e pode ser removida após 7 – 10 dias;
f) Utilizar pensos estéreis para cobrir o local de inserção do cateter que permita a
inspeção/deteção precoce de sinais de infeção; Cat IA;
g) Registar a data de colocação, local, calibre do cateter e motivo da inserção; Cat. IB;
a) Higienizar as mãos antes e após palpação do local de inserção, bem como antes e após
inserir, substituir, aceder, ou fazer o penso de um dispositivo intra-vascular. A palpação do
local de inserção não deve ser efetuada após aplicação do antissético, a não ser que se
mantenha técnica assética; Cat IB;
b) Usar luvas limpas ou estéreis na remoção de penso dos cateteres intravasculares; Cat IC;
c) O uso de luvas não dispensa a necessidade da higiene das mãos; Cat IA;
e) Manter os acessos das torneiras protegidos quando não estão a ser utilizados; Cat IB;
f) Manter técnica assética durante os cuidados de manutenção do cateter intravascular; Cat IA;
g) Não usar por rotina terapêutica anticoagulante para reduzir risco associado ao cateter. Cat
II.
a) Utilizar pensos estéreis para cobrir o local de inserção, quer sejam de compressa, pensos
transparentes ou semi-permeáveis; Cat IA;
c) Substituir os pensos dos CVC de inserção percutânea a cada 2 dias, se forem pensos de
compressa; Cat II;
Sistemas de administração
a) Não utilizar por rotina filtros em linha, com o objetivo de controlo de infeção; Cat IA;
Deve ser utilizada via de infusão exclusiva para nutrição parenteral (BII).
e) Limpar as torneiras de 3 vias com antissético apropriado antes de abrir o sistema; Cat IA;
f) Manter as tampas nas torneiras quando o acesso não está a ser utilizado; Cat IB.
b) Verificar os contentores de fluidos parentéricos antes do seu uso quanto a visível turvação,
fugas, fissuras e outras particularidades, bem como relativamente a prazo de validade; Cat IB;
c) Sempre que possível, utilizar aditivos parentéricos ou medicação de dose única; Cat II;
d) Não reunir as sobras contidas nos frascos pequenos de uso único para utilização posterior;
Cat IA;
Refrigerar os frascos de multidose após terem sido abertos, se for recomendado pelo
fabricante; Cat II;
Desinfetar o diafragma de borracha dos frascos multidose com álcool a 70º antes de
inserir um dispositivo dentro do frasco; Cat IA;
Utilizar material estéril para aceder ao frasco multidose e evitar contaminar o
material, após ele ter penetrado no diafragma de borracha; Cat IA;
Não utilizar os frascos multidose se a esterilidade estiver comprometida. Cat IA.
a) Remover qualquer cateter intravascular, assim que a sua utilização já não seja essencial; Cat
IA;
b) Quando não é possível garantir uma total adesão à técnica assética (i. é; cateteres inseridos
em situação de emergência), substituir o cateter o mais cedo possível e no prazo de 48 horas;
Cat II;
d) Não substituir por rotina CVCs, cateteres centrais de inserção periférica, cateteres de
hemodiálise ou cateteres arteriais pulmonares, como método de prevenção de infeções
relacionadas com cateter; Cat IB;
e) Não remover o CVC ou o cateter central de inserção periférica apenas pela presença de
febre. Avaliar clinicamente o doente sobre a necessidade de remover o cateter, pesquisar se a
infeção se encontra noutro local ou se há suspeita de que a causa da febre não é infeciosa; Cat
II;
g) Não utilizar a técnica de substituição por fio-guia em doentes em que se suspeita de infeção
relacionada com o cateter; Cat IB
Profilaxia antibiótica
Não administrar, por rotina, antibióticos intra nasais ou sistémicos antes da inserção ou
durante o uso de dispositivos intravasculares para prevenir a colonização do cateter ou a
bacteriémia. Cat IB
Nos cateteres periféricos, uma boa higiene das mãos antes da inserção ou manutenção,
combinada com técnica assética apropriada durante a manipulação do cateter, é uma medida
essencial de prevenção de infeção. Deve-se, pois, efetuar uma boa higiene das mãos,
conforme recomendação “Capitulo IV. Medidas Gerais de prevenção e controlo da infeção nas
UCC - 4.3. Higiene das Mãos”.
Uma técnica assética correta, não requer necessariamente o uso de luvas esterilizadas; um
novo par de luvas de uso único não estéreis pode ser utilizado para inserir cateteres venosos
periféricos. Contudo, a utilização de luvas é recomendada, já que faz parte integrante das
Precauções Básicas, com o objetivo de diminuir o risco de exposição a agentes patogénicos da
via sanguínea.
I - Seleção do cateter
Não aplicar, por rotina, pomadas ou cremes antimicrobianos no local de inserção dos cateteres
venosos periféricos. Cat IB
ANEXO I I
ANEXO II
Existem regiões do corpo humano que devem ser mantidas, sempre que possível, sem
microrganismos. Estas incluem zonas que podem pôr em causa a defesa do hospedeiro.
Objetivos
Fornecer orientações para a prevenção e o controlo da infeção respiratória aos profissionais de
saúde das Unidades de Cuidados Continuados (UCCI).
Prevenir a pneumonia adquirida nas UCCI em doentes não ventilados, sobretudo, doentes
acamados e idosos.
Abordar a pneumonia da comunidade nos idosos e doentes acamados e suas repercussões
aquando da admissão numa UCCI.
Uniformizar os cuidados aos doentes com fatores de risco acrescido para a infeção respiratória
nosocomial.
Âmbito
Aplica-se a todos os serviços da Unidade de Cuidados Continuados.
Responsabilidades
a) Pela implementação do Procedimento: Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas;
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição Responsáveis da Área de
Gestão de Instalações e Equipamentos, Grupos de Coordenação Local do PPCIRA (GCL-PPCIRA),
Membros Dinamizadores do PPCIRA
b) Pela revisão do procedimento: Grupos de Coordenação Local do PPCIRA
Siglas
CURB- 65 - Confusão, Respiração (Frequência Respiratória), Tensão arterial, Idade superior a
65 anos
CDC/HICPAC - Centers for Disease Control and Prevention/Hospital Infection Control Practices
Advisory Committee
Descrição
Portugal tem a taxa de mortalidade por pneumonia mais elevada no conjunto dos países da União
Europeia (UE) e, no contexto das doenças respiratórias em geral, só o Reino Unido nos suplanta
na proporção de óbitos. “Portugal encontra-se numa situação desfavorável quanto à mortalidade
por doenças respiratórias” e a principal explicação reside “na elevada mortalidade por
pneumonia" (49,9 por 100 mil habitantes, a maior no conjunto dos países europeus em análise
(Relatório “Portugal - Doenças Respiratórias em Números 2014”).
A pneumonia nosocomial é a principal causa de morte entre as infeções adquiridas nos cuidados
de saúde, tendo um impacto significativo na morbilidade e mortalidade nos doentes acamados e
idosos. É a quarta causa de óbito em doentes com idade superior a 65 anos. Para além da idade
cronológica, a presença de comorbilidades é a responsável pelo aumento da incidência e da
gravidade das pneumonias nesta população.
A maioria das infeções das vias respiratórias é causada, pela aspiração da orofaringe e falha dos
mecanismos de defesa na eliminação dos microrganismos. A pneumonia secundária a aspiração
de conteúdo gástrico, é menos frequente do que a aspiração da orofaringe (os sinais e sintomas
são semelhantes à pneumonia bacteriana). A colonização da orofaringe é o primeiro passo na
patogénese da maior parte das pneumonias.
Os idosos têm uma taxa de colonização por S. aureus e por bactérias de Gram negativo (ex: E.coli
e K. Pneumoniae) mais elevada que os utentes mais jovens.
A probabilidade de colonização pode estar relacionada com o estado geral do doente (grau de
dependência e presença de insuficiência cardíaca, DPOC, diabetes e insuficiência renal).
À colonização, segue-se a aspiração (em geral inaparente) de microrganismos da naso/orofaringe
(doentes com reflexo de tosse reduzido, disfagia e diminuição do nível de consciência).
O trato respiratório inferior é habitualmente estéril e a função mucociliar é o meio de defesa de
1.ª linha na eliminação de microrganismos e partículas inaladas. Mesmo em idosos não
fumadores, o transporte mucociliar torna-se mais lento. Em doentes com bronquite crónica, este
é ainda menos eficaz.
A função respiratória dos idosos é reduzida por perda da sustentação elástica dos tecidos que
circundam os alvéolos e os ductos alveolares. Uma redução da força muscular traduz-se em
aumento da perda da capacidade residual funcional e da pressão alvelolar - "air trapping”.
Os linfócitos T dos idosos têm menor capacidade de produzir ou responder às citocinas como a IL-
2 (proteínas com atividades diversificadas: mediação de respostas imunes e inflamatórias;
atuação sobre vários tipos de células; atuação sobre processos de síntese de RNAm. Incluem as
interleucinas e interferons).
Todos estes fatores associados à diminuição da reserva de leucócitos e às alterações da sua
quimiotaxia, fagocitose e atividade, parecem contribuir de modo significativo para o aumento da
frequência e gravidade das IR.
A leucocitose com desvio está presente em menos de 75% dos casos de pneumonia e a febre
pode ser encontrada em apenas metade dos doentes.
A consequência desta apresentação não usual das pneumonias nos idosos traduz-se, algumas
vezes, num atraso no diagnóstico e no início do tratamento e parece estar diretamente
relacionado com um pior prognóstico.
Microbiologia e Diagnóstico:
O diagnóstico etiológico das pneumonias comunitárias é obtido em menos de 50% dos casos. Os
idosos, em geral, não produzem expetoração para constituição de amostras adequadas para
laboratório e quando produzem, muitas vezes, há contaminação por agentes colonizadores da
orofaringe (bactérias Gram negativo).
A taxa de incidência de IR por Influenza atinge 40% dos idosos não vacinados - principal
complicação na pneumonia por agentes bacterianos:
Streptococcus pneumoniae (o agente mais comum, entre 4 - 16% das culturas);
Haemophilus influenza (0 - 10% das culturas); Moraxella catarrhalis (0 - 5% das culturas);
Bacilos de Gram-negativo (0 - 12% das culturas); Staphylococcus aureus (1 - 4% das
culturas).
Outras bactérias (atípicas): Presença de Chlamydia pneumoniae em até 26% dos casos
(isoladamente ou em associação a outros microrganismos;
Legionella pneumophila é descrita com tendo uma incidência aumentada em idosos;
Mycoplasma pneumoniae: menor incidência em idosos do que em doentes jovens, não
sendo uma preocupação habitual para a decisão terapêutica.
pulmonares), associado a, pelo menos, um critério major ou dois critérios minor, são que
auxiliam o diagnóstico das IR das vias aéreas inferiores.
Alterações hematológicas (leucocitose) em 85 – 95% dos casos.
Hemoculturas positivas (em até 25% dos casos).
Cultura de secreções das vias aéreas - deve ser assegurada a adequação da amostra, com
o intuito de alcançar maior certeza diagnóstica e etiológica.
Outros exames:
hemograma completo / Hemocultura;
avaliação de função renal e eletrólitos;
exame de expetoração (incluindo bacterioscopia pelo Gram e cultura).
Este último exame, além de ser mais dificilmente obtido em idosos, carece de maior
especificidade diagnóstica e a sua análise é frequentemente prejudicada pelo uso prévio de
antibióticos.
O diagnóstico etiológico por meios mais invasivos nos doentes idosos é de evitar (lavado
broncoalveolar ou cateter protegido). Só é feito habitualmente em ambiente hospitalar. Pode
haver situações em que o médico entenda necessário obter este exame (exemplos):
o doente evolui para insuficiência respiratória;
quando não há resposta adequada ao esquema terapêutico inicial;
ou, caso na UCCI, a tuberculose e infeções fúngicas sejam uma preocupação.
Imunoestimulação;
Manutenção de bom estado nutricional;
Controle adequado das doenças crónicas concomitantes;
Cuidados gerais de higiene e adequada higiene oral;
Posicionamento correto na cama ou cadeirão;
Manutenção de um adequado estado funcional;
Controle das doenças crónicas;
Realização de fisioterapia motora e respiratória regular;
Promover um bom suporte familiar.
Vacinação
A Vacinação antipneumocócica é recomendável para os utentes com alto risco de pneumonia
pneumocócica, nomeadamente:
Os que apresentam uma doença pulmonar ou cardíaca;
Os que apresentam um comprometimento do sistema imunitário ou diabetes;
Os residentes em lares/unidades de cuidados continuados integrados com idade superior
a 65 anos.
Haemophilus influenza afeta duas vezes mais os idosos que a população mais jovem:
Em lares e UCCI pode atingir 30% de casos fatais;
Teste rápido de antigénio para Influenza A;
Culturas virais (só devem ser efetuadas com o propósito de VE a nível nacional).
A vacina contra Influenza, apesar de ter baixa eficácia na população de idosos com idade superior
a 65 anos (40%), pode reduzir:
as hospitalizações em 50 - 60%;
a mortalidade em 80%.
Consiste na avaliação sistemática das práticas com maior risco para a infeção, sobretudo
as relacionadas com os procedimentos e dispositivos invasivos e introdução de medidas de
prevenção (Anexo 1: Bundle para a prevenção da pneumonia).
Controlo da Imunodepressão
Se possível reduzir e/ou suspender a terapêutica imunossupressora; Nos doentes neutropénicos
minimizar a duração da neutropenia. A administração de G-CSF (Granulocyte colony-stimulating
fator) amplifica a resposta imunitária, regulando o número e a função dos neutrófilos. Embora
esta terapêutica não tenha sido especificamente estudada em relação à IR, é aconselhada no
doente febril neutropénico, para reduzir o risco de infeção.
Usar uma sonda para cada aspiração. Não reutilizar a sonda na 2.ª aspiração consecutiva,
se esta for necessária.
Higienizar as mãos de acordo com os 4 momentos preconizados pela OMS e
nacionalmente.
Nutrição entérica
O uso de nutrição entérica deve ser preferido em relação ao uso de nutrição parentérica,
pelos inúmeros riscos associados a esta última, como: altos custos, risco de
bacteriémia/fungémia e translocação bacteriana.
Não há recomendação quanto ao calibre da sonda (menor ou maior calibre) e o modo de
infusão da alimentação entérica (se contínua ou intermitente), e a associação destes
fatores com a prevenção da pneumonia.
Elevar a cabeça entre 30 e 45º nos utentes a fazer nutrição entérica.
Avaliar regularmente o resíduo gástrico e se necessário ajustar, quer o volume, quer a
composição da nutrição entérica.
Não usar a presença ou ausência de ruídos hidroaéreos como critério para não iniciar ou
modificar o volume da nutrição entérica.
Controlo da glicémia
Mesmo em doentes não ventilados, é recomendado manter níveis glicémicos entre 80-100 mg/dl,
pois estão associados a menor letalidade, menor risco de adquirir infeções da corrente sanguínea,
menor frequência de insuficiência renal dialítica, menor exposição a antibióticos, entre outros
fatores relevantes para a prevenção desta infeção.
HM: após contacto com membranas mucosas, secreções respiratórias e antes e após o
contacto com qualquer dispositivo respiratório.
Se as mãos estiverem isentas de sujidade visível/matéria orgânica, a HM deve ser
realizada preferencialmente com SABA, caso contrário, deve ser usado água e sabão.
Luvas: na manipulação de secreções respiratórias ou objetos contaminados, ou, se o
doente estiver em isolamento de contacto.
Bata: quando se prevê a conspurcação com secreções respiratórias ou se o doente estiver
em isolamento de contacto.
Luvas e bata: sempre que o doente tenha indicação para isolamento de contacto, e sempre
que se justifique, de acordo com as Precauções Básicas.
Máscara: durante a aspiração de secreções com circuito aberto.
Seguir as Precauções Básicas ou Padrão e as Precauções dependentes das vias de
transmissão, se já for conhecido o estado infeccioso do doente.
2 - Aspiração de secreções
A aspiração de secreções deve ser feita apenas quando necessário - não por rotina;
Quando for necessário aspirar a boca e o nariz, se for usada a mesma sonda,
Deve-se aspirar primeiro o nariz;
Utilizar luvas clinicamente limpas ou estéreis;
Se as secreções são espessas pode utilizar-se soro fisiológico estéril para a sua
fluidificação. Usar sempre embalagens de uso único;
Após a aspiração deve fazer-se passar água pelo tubo do aspirador
Gomes, Lucy: “Fatores de risco e medidas profiláticas nas pneumonias adquiridas na comunidade”.
ISSN 1678-4642. J. Pneumologia vol.27 no.2 São Paulo Mar./apr. 2001. Acessível online em:
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-35862001000200008
ANEXO I
Bundle para a Prevenção da Pneumonia no Doente Dependente:
Considerando-se ILC aquela que ocorra até 30 dias após o procedimento cirúrgico
ou até um ano após colocação de dispositivos nãohumanos
(prótese), daremos também realce à importância que tem a identificação da ILC por
parte dos profissionais de saúde que trabalham nas UCCI e o registo e envio da
informação para do Hospital onde o doente foi intervencionado, de modo a que os
resultados da Vigilância Epidemiológica destas infeções sejam, sólidos.
As ILC têm uma incidência que varia de 0,5 a 15%, dependendo do tipo de
intervenção e do estado prévio do doente. São um problema significativo que limita os
potenciais benefícios da intervenção cirúrgica. Tal como se pode verificar nos
relatórios dos Inquéritos de prevalência efetuados em Portugal e orientados pelo PNCI
em 2003, 2009, 2010 e 2012, a ILC foi a infeção mais frequente nos serviços de cirurgia
e representou, respetivamente, 13%, 12.2% 14.3% e 18% das IH detetadas.
Apesar de os estudos sobre custos diretos serem os mais frequentes não devemos
esquecer os custos intangíveis, o peso social de um doente com este tipo de infeção e
o sobretudo o sofrimento para o doente e familiares.
Objetivos
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas onde sejam prestados
cuidados a doentes do foro cirúrgico.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis das Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Grupo de Coordenação Local do PPCIRA e respetivos membros dinamizadores.
Siglas
Definições e conceitos
Infeção do local cirúrgico (ILC): A infeção relacionada com a manipulação cirúrgica
que pode comprometer a ferida cirúrgica ou órgãos e espaços abordados durante a
intervenção cirúrgica. Pode desenvolver-se até 30 dias após a realização do
procedimento. No caso de cirurgias de transplante e implante, uma ILC pode ser
diagnosticada até um ano após a data do transplante/implante.
Nota: Para efeitos de vigilância epidemiológica da ILC, devem ser seguidas as definições de
infeção dos CDC, contempladas no protocolo do Programa em rede nacional e de âmbito
Europeu (HELICS-CIRURGIA) coordenado a nível nacional pelo PNCI na DGS, e a nível europeu,
pelo ECDC (solicitar à CCIH o Protocolo para consulta, em caso de interesse).
Microrganismos infecciosos:
Factores endógenos - Infeções à distância; Colonização da pele; Natureza e local da
cirurgia; grau de contaminação (inóculo).
Factores exógenos: Equipe cirúrgica (preparação do doente); Ambiente cirúrgico;
profilaxia antibiótica adequada.
A ferida cirurgica pode ser classificada segundo a sua localização (fig. 1 e tabela 1)
em ferida Incisional superficial, Incisional profunda e Órgão-espaço.
Data da última revisão: Julho de 2015
459
Fonte: National Research Council. Ann Surg 1964.; 160 (suppl): 1-192. Roy. In. Wenzel R P.
Prevention and Control of Nosocomial Infections 4ª ed, 2003, chapter 25
- Pelo menos um dos sinais (dor, eritema, calor) e incisão aberta pelo
médico, excepto se a cultura for negativa
Nota: Os seguintes casos não se consideram infeções superficiais: abcesso mínimo do ponto de
sutura, queimadura infetada, infeção incisional que se estende até ao fáscia e parede muscular,
infeção do local de circuncisão, episiotomia
Nota: Esta classificação da categorização das medidas não é atualizada (é a de 1999), pelo
facto de o CDC não ter ainda atualizado as Guidelines para a prevenção da infeção cirúrgica.
Não é possível utilizar neste Procedimento, a categorização dos CDC atualizada. Assim que as
referidas Guidelines for atualizada, atualizaremos também este Procedimento.
Data da última revisão: Julho de 2015
463
Níveis de evidência
Recomendações
FASE PÓS-OPERATÓRIA
Quando for necessário fazer penso, substituir o mesmo com técnica asséptica.
Limpar com soluto estéril (por ex. soro fisiológico) tanto as feridas fechadas como as
abertas que cicatrizam por segunda intenção, removendo todos os restos de matéria
orgânica como sangue, pele, secreções. - Cat II
Fazer ensino ao doente e família no que respeita aos cuidados apropriados ao
local de incisão, sintomas de infeção e à necessidade de comunicar o seu aparecimento
(quer ainda no internamento, quer após a alta) - Cat II
Vigilância Epidemiológica
Informação ao utente e família sobre a prevenção da ILC por altura da alta: esta
informação deve ser dada verbalmente, mas sempre complementada com indicações
escritas (ver Anexo I).
Conclusões
A adesão aos princípios básicos de prevenção da ILC, tais como: a preparação pré-
cirúrgica das mãos da equipa, a preparação da pele do doente, a adequada profilaxia
antibiótica, a cirurgia menos traumática, menos invasiva e menos demorada, a melhor
hemostase e a prevenção da hipotermia e da hiperglicemia continuam a ser medidas
importantíssimas de prevenção.
Data da última revisão: Julho de 2015
467
A técnica cirúrgica e as técnicas não invasivas fazem parte integrante dos programas
de formação e treino dos cirurgiões, incluindo a aquisição de competências
obrigatórias e a monitorização do seu desempenho, e, a utilização de modelos de
simulação, resultam numa maior segurança do doente num todo. Por outro lado, há
que intensificar a pesquisa para a melhoria da prática clínica, com base na patogénese,
na pesquisa de fatores de risco e na condução de mais estudos com bases de dados de
grande dimensão, de modo a que os resultados da VE sejam representativos e sólidos.
Obter Zero ILC é teoricamente possível na cirurgia eletiva limpa, mas não há nenhum
relatório publicado até agora que aponte para zero infeções em Serviços de Cirurgia
durante um período prolongado.
ANEXO I
A infeção do local cirúrgico é uma infeção que ocorre após cirurgia, na região do corpo
em que esta foi realizada. A maior parte dos pacientes submetidos a cirurgia não
desenvolvem infeção no entanto, em cerca de 1 a 3 em cada 100 esta situação ocorre.
Quais são algumas das medidas que os hospitais fazem para evitar a ILC?
Para evitar a ILC médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde:
Não rapar junto à zona onde vai ser operado. Com uma navalha de barbear
pode irritar a pele e ser mais fácil desenvolver uma infeção.
Se não vir os profissionais de saúde que lhe prestam cuidados higienizarem as mãos,
por favor, peça-lhes que o façam.
Família e amigos que o visitam não devem tocar na ferida cirúrgica ou pensos.
Família e amigos devem higienizar as mãos antes de o examinar, com água e
sabão ou através de fricção das mãos com soluções de base alcoólica. Se não os
vir higienizarem as mãos, por favor, peça-lhes que o façam.
CAPÍTULO 7
Microrganismos Multirresistentes e uso de
Antibioticos (documento enquadrador)
Introdução
Objetivo
Fornecer aos profissionais de saúde das UCCI orientações para a prevenção e o
controlo da infeção/colonização dos utentes por MRSA, e, alertar os mesmos para a
necessidade de promover o ensino aos utentes, familiares e visitantes sobre as
medidas de prevenção.
Âmbito
Aplica-se a todos os serviços da Unidade de Cuidados Continuados.
Responsabilidades
A responsabilidade de implementar o Procedimento é do Núcleo Local da Comissão
de Controlo de Infeção (CCI).
Siglas
MRSA: Staphylococcus aureus resistente à Meticilina
MSSA: Staphylococcus aureus sensível à Meticilina
IACS: Infeções associadas aos cuidados de saúde/ IN: Infeções Nosocomiais
CDC/HICPAC: Center for Diseases Control and Prevention/ Healthcare Infection
Control Practices Advisory Committee /VE: Vigilância epidemiológica
Conceitos/Definições
A colonização pode ocorrer nas narinas, traqueia, pregas cutâneas, reto, ou ferida
aberta, como úlcera de pressão. A colonização é mais frequente nos utentes diabéticos
insulinodependentes, portadores de doenças dermatológicas ou submetidos a
cateteres vasculares, sobretudo, os de longa permanência. A Colonização por MRSA
não é uma indicação de internamento hospitalar, a não ser os utentes que necessitam
de tratamento médico de uso exclusivo hospitalar, que necessitam de monitorização
específica em meio hospitalar.
Portador: Uma pessoa que está colonizada com MRSA. O microrganismo pode estar
presente nas narinas (nariz), secreções, urina, uma ferida aberta, nas fezes ou na pele
sem manifestações clínicas da doença. Um portador pode transmitir o microrganismo
a outra pessoa através de contacto direto, geralmente pelo contacto com as mãos ou
indireto. A via aérea tem também alguma expressão na transmissão deste
microrganismo. O utente colonizado pode permanecer assim por longos períodos (até
2 anos).
Isolamento por Coorte: a colocação de vários utentes com MRSA positivo (infetados
ou colonizados) no mesmo espaço físico (quarto, enfermaria). Nesta situação, os
utentes devem ser tratados por uma equipa que presta cuidados exclusivos a estes
utentes.
Procedimento
a) Recomendações Gerais:
Quando sai do quarto ou enfermaria, o utente deve levar roupa limpa, acabada
de vestir mesmo antes de sair. Se o utente se deslocar na cama, esta deve ser
previamente limpa e a roupa mudada antes de o utente sair, a fim de reduzir a
possibilidade de transmissão cruzada - II;
Chamar a atenção dos profissionais que o vão atender para a necessidade de
higienizar as mãos no contacto com o utente e para a utilização de bata/avental, luvas
- IB;
O equipamento usado deve ser desinfetado por fricção com pano ou
compressa embebida em álcool a 70º. Se estiver contaminado com matéria orgânica,
deve primeiro ser limpo com água e detergente, seguido então da desinfeção com
álcool a 70º - IB;
Se o utente se deslocar de maca ou em ambulância ou outro carro de
transporte de utentes, o motorista/acompanhante devem estar informados sobre as
medidas que devem tomar para evitar a transmissão cruzada do MRSA - II.
No caso da necessidade de fazer fisioterapia, é recomendável que o terapeuta
se desloque à unidade do utente, em vez de o utente se deslocar e se misturar com os
restantes utentes, de modo a prevenir a possível disseminação de partículas e a
contaminação das superfícies comuns aos restantes utentes - II
II) Tratamento
Oxazolidinas), como uma opção, mas cuja aplicação deve também ser judiciosa e
sujeita a monitorização das resistências. A ocorrência de MRSA pode colocar sérios
problemas de terapêutica nas infeções sistémicas graves, já que não é possível
recorrer a qualquer um dos antibióticos beta-lactâmicos e a maioria das estirpes
apresenta resistência também aos aminoglicosídeos, macrólidos, quinolonas,
limitando assim muito as opções terapêuticas.
A Vancomicina era até há pouco tempo o único antibiótico que apresentava uma
eficácia consistente contra o MRSA, mas trata-se de um bacteriostático, lento na
erradicação microbiana. As infeções causadas por estirpes com sensibilidade reduzida
à Vancomicina foram sendo relatadas a partir de 1998, primeiro no Japão e logo a
seguir nos EUA e em França – são as estirpes VISA (Vancomycin Intermediate
Staphylococcus aureus), antecipando o aparecimento das primeiras estirpes VRSA
(Vancomycin Resistant Staphylococcus aureus) nos EUA em 2002. Surgem também
casos de MRSA da Comunidade (CA-MRSA), o que veio ainda dificultar mais o esforço
para o seu controlo.
Muitas das novas estirpes de MRSA que foram encontradas mostraram resistência
ao antibióticos mesmo à vancomicina e teicoplanina. O linezolide,
quinupristine/dalfopristine, daptomicina, tigecicline são as adições terapêuticas mais
atuais, geralmente reservadas para as infeções mais graves, as quais os glicopéptidicos
não conseguem responder.
As infeções menos graves podem ser tratadas por agentes orais (administrados
oralmente), incluindo: linezolide, rifampicina+ácido fusidico, pristinamicina,
doxiciclina, clindamicina e co-trimoxazole (trimedoprima+sulfamedoxazole).
População Esquema
Utentes com colonização - Mupirocina nasal a 2% +
nasal sem lesão de pele ou - Banho com sabão anti-séptico à base de
dispositivos implantados clorexidina, durante 5 dias
Utentes com lesão de - Mupirocina nasal a 2% +
pele/dispositivos - Banho com sabão anti-séptico à base de
implantados ou colonização clorexidina, durante 5 dias
em múltiplos locais - Esquema antibioterápico sistémico - de acordo
com o antibiótico (7 dias?) e respetiva
monitorização
Profissionais de saúde - Mupirocina nasal a 2% +
- Banho com sabão anti-séptico à base de
clorexidina, durante 5 dias
Cuidados Pós-Mortem
Os cuidados a ter com os corpos dos utentes colonizados/infetados por MRSA após
o falecimento, na preparação do corpo são os mesmos, aplicados a qualquer utente
numa UCCI. Os profissionais que preparam o corpo devem cumprir as recomendações
inerentes às Precauções Básicas e usar as barreiras protetoras adequadas (avental ou
bata e luvas) - IC.
ANEXO I
Algoritmo para a decisão de descolonização dos utentes com MRSA:
Identificação do MRSA
ANEXO II
Exemplo de um Formulário para Recolha de Dados de
Utentes Colonizados/infetados por MRSA - Line-List
Serviço__________________________________________ Contacto:_______________
Casos Nome/ Quarto/ Cama Data Data início Sintomas Fatores de Resultados Comentários/
N.º Enferm.ª Admissão dos Risco Microbiologia informações
Processo sintomas Outros exames sobre o utente
1
ANEXO III
BUNDLE PARA O CONTROLO E PREVENÇÃO DO MRSA
Traduzido e adaptado de: IPRO (Improving Healthcare for the Common Good). GNYHA
(Greater New York Hospital Association)
Vigilância ativa por cultura microbiológica e por teste PCR (polymerase chain
reaction);
Banho com clorexidina – pelo menos durante cinco (5) dias;
Terapêutica de descolonização por MRSA - utentes colonizados;
Administração de antimicrobianos (deve ser estipulada uma política de
antimicrobianos, considerada como parte do programa global de prevenção de
infeção).
ANEXO IV
a) O que é o MRSA?
O MRSA é transmitido de pessoa a pessoa por contacto. Uma pessoa que seja
portadora deste micróbio nas suas mãos ou pele pode passá-lo a outra pessoa, caso
não seja praticada uma boa higiene. O MRSA também pode ser encontrado no
ambiente ou no equipamento utilizado por uma pessoa portadora, caso não exista
uma boa limpeza destas superfícies.
Em sua casa, a única medida importante a ter por si e pelos seus familiares é uma
boa higiene das mãos, que irá prevenir não só a transmissão do MRSA como de outros
tipos de infeções!
Se infelizmente tiver que ser novamente internado, por favor avise o enfermeiro ou
médico que tinha MRSA no internamento anterior.
e) O MRSA é perigoso?
O MRSA afeta pessoas idosas e aqueles que têm problemas de saúde de longa
duração. Geralmente não afeta pessoas saudáveis, incluindo grávidas, crianças e
bebés. Este micróbio encontra-se mais em hospitais e lares, mas também existe na
comunidade.
Em casos raros o MRSA é fatal. Esses casos ocorrem quando a pessoa já está muito
doente e o seu corpo não consegue reagir a esta infeção adicional.
Estes cuidados têm como objetivo protegê-lo a si e aos outros e evitar que este
micróbio se transmita.
Os profissionais de saúde irão utilizar bata, luvas e, por vezes, máscara sempre que
entrarem em contacto consigo. Mas não entre em pânico!
É esta a maneira para o tratar melhor, protegendo também os outros doentes.
Em certas situações poderá ter que utilizar bata, luvas e máscara que lhe irão
ensinar a colocar. Nessas situações tenha os seguintes cuidados:
Enquanto estiver com este equipamento colocado deverá só ter contacto com a
pessoa que está a visitar, evitando ao máximo contacto com outras pessoas,
equipamento ou mobiliário.
Logo que se afaste da unidade (cama) da pessoa que está a visitar, deverá
retirar o equipamento, rejeitá-lo para um contentor de lixo com saco branco e lavar ou
desinfetar as mãos.
Âmbito
Aplica-se a todos os serviços da Unidade de Cuidados Continuados.
Definições
O Clostridium diffícile é um bacilo gram positivo, anaeróbio, com capacidade de formar
esporos. A infeção por CD define-se como um caso de diarreia ou megacólon tóxico
sem outra etiologia conhecida com 1 ou mais critérios:
Uma amostra positiva para CD toxina A ou B ou outra toxina detetada nas fezes
em cultural ou outro meio;
Colite pseudomembranosa visualizada em observação endoscópica ou
sugestiva;
E colite pseudomembranosa observada no exame histológico.
Responsabilidades
Compete ao Núcleo Local da Comissão de Controlo de infeção, a implementação deste
procedimento.
Descrição
a) Epidemiologia
O Clostridium diffícile (CD) é reconhecido Internacionalmente como sendo o
principal agente etiológico de diarreia e é a causa mais comum de Infeção Associada
aos Cuidados de Saúde nos Estados Unidos.
É uma bactéria que está presente na flora intestinal de cerca de 3% dos adultos e
66% das crianças.
Desde 1995 que se regista um aumento dos casos de incidência de infeção grave.
Nos Estados Unidos a infeção por CDI duplicou entre 2000 e 2003. O número de
casos aumentou cerca de 7% em 2005 e 2006. Uma das principais razões para este
aumento deve-se à melhoria dos testes de diagnóstico. Aparece em adultos e crianças,
mas os adultos de idade madura (> 65 anos) são os mais afetados.
b) Reservatório
A CDI é encontrada no ambiente, mas é mais comum nos Hospitais. A CDI não
precisa de oxigénio para sobreviver e para se multiplicar o que significa que vive bem
no intestino grosso. As bactérias produzem esporos quando entram em circunstâncias
desfavoráveis. A bactéria espalha-se através de esporos que deixam o organismo,
através das fezes (diarreia) da pessoa infetada. Os esporos contaminam todo o
ambiente que os rodeia.
c) Vias de Transmissão
A transmissão é feita por via de contacto, neste caso, pela via fecal-oral.
Vigilância epidemiológica
Documentos Relacionados:
Medidas Gerais de Prevenção e Controlo da Infeção nas UCC
Precauções Básicas
Precauções Dependentes das Vias de Transmissão
Higiene das Mãos
ANEXO I
*Este sistema de classificação tem sido utilizada pela Sociedade para o Hospital de
Epidemiologia da América desde 1994.
Vigilância e Diagnóstico
Tratamento
Prevenção e Controlo
ANEXO II
PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
DIRIGIDO A FAMILIARES E VISITAS
Quais são algumas das medidas que as Instituições de Saúde tomam para prevenir a
infeção por C. dif?
Para prevenir a infeção por C. diff os médicos, enfermeiros e outros prestadores de
cuidados de saúde:
Lavam as mãos com água e sabão antes e após o tratamento de cada paciente.
Isso pode impedir a propagação do C. diff e outros germes, através das mãos, de um
paciente para outro.
Limpam cuidadosamente quartos de hospitais e equipamentos médicos usados
pelos pacientes com C. diff.
Usam precauções de contacto para evitar a propagação da C. diff para outros
pacientes. Precauções de contacto significa que:
Sempre que possível, os pacientes com C. diff serão colocados em um quarto
individual ou poderão estar num quarto só com alguém que também tem C. diff.
Os prestadores de cuidados de saúde usam luvas e um avental sobre a roupa,
enquanto cuidam de pacientes com C. diff.
È possível que às visitas se lhes possa pedir que usem luvas e avental ou bata.
Ao sair da sala, os prestadores de cuidados de saúde e visitas terão que
remover o avental e luvas e lavar as mãos.
Deve solicitar-se aos pacientes que esteja sob precauções de contacto para
permanecer no seu quarto de hospital, tanto quanto possível. Eles não devem ir para
áreas comuns. A saída do quarto deve ser restrita podendo no entanto deslocar-se
para outras áreas do hospital para o tratamento ou para exames.
Só ser dado antibióticos aos pacientes quando necessário.
O que é que se pode fazer para ajudar a prevenir as infeções por C.diff.?
Certifique-se de que todos os médicos, enfermeiros e outros profissionais de
saúde lavam as mãos com água e sabão ou usam anti-séptico de base de alcoólica
antes e depois de prestar cuidados.
Se verificar que os seus cuidadores não higienizam as mãos, por favor peça-lhes
que o façam.
ANEXO III
PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
DIRIGIDO A PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Resumo:
Bactéria normalmente existente no intestino humano;
Só causa problemas se o doente estiver a fazer alguns antibióticos e se for
idoso ou com doenças graves;
Objetivos
Uniformizar as práticas na prestação de cuidados a utentes com escabiose e
aos seus contactos (visitantes) e aos profissionais de saúde que contactam e
prestam cuidados a estes utentes, nas UCI da UMP;
Garantir a segurança de utentes e seus familiares e dos profissionais de saúde;
Propor metodologia de investigação epidemiológica no controle dos casos,
evitando a transmissão cruzada e surgimento de surtos.
Âmbito
Descreve as ações referentes à avaliação e controle dos casos de escabiose nos
idosos atendidos nas UCCI da UMP, durante a sua permanência na instituição, assim
como as orientações para os contactos.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis de Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsável e Elo de Ligação da Farmácia
Núcleo Local de Controlo de Infeção e respetivos membros dinamizadores;
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou técnicos que executem procedimentos
onde seja necessário contacto direto “de pele a pele”, ou indireto, através do toque da
pele com objetos contaminados com partículas da pele do doente afetado.
Siglas
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
GCL- Grupo Coordenador Local
PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e das Resistências aos
Antimicrobianos
UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UMP – União das Misericórdias Portuguesas
523
VE – Vigilância epidemiológica
Definições e conceitos
Descrição
Etiopatogenia
O parasita escava túneis sob a pele onde a fêmea deposita os seus ovos que
eclodem em cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas. Forma pequenas
crostas nas áreas mais quentes do corpo: entre os dedos, atrás dos joelhos, atrás dos
cotovelos, nádegas, virilhas, umbigo e mamas. Nas crianças, acomete todo o corpo –
inclusive as palmas das mãos, as plantas dos pés e o couro cabeludo.O ácaro é capaz
de perfurar e penetrar a pele em
minutos, levando a comichão e prurido
intensos, associada a lesões de pele
causadas pela penetração do ácaro e
pelo coçar da pele (Fig. 2).
Fig. 2 – Esquema simbólico da
perfuração da pele pelo ácaro
Ciclo biológico
ficam nas crostas que recobrem as galerias. Em um desses pontos, elas se alimentam e
sofrem mudas após mais 3 a 4 dias, e se transformam em ninfas octópodes. Decorridos
outros três a quatro dias, ocorrem novas mudas: uma só para os machos; duas para as
fêmeas, que já poderão ser fecundadas no segundo estágio ninfal. O ciclo biológico, de
ovo a ovo, dura em média de 11 a 20 dias e durante todo esse período, em qualquer
fase do ciclo, os ácaros podem deixar os túneis da pele, onde se encontram, e abrir
novas galerias (Fi. 3).
Legenda:1- Ninfas octópodes desenvolvem-se nas fêmeas férteis;2- Fêmea ovipõe;3- Os ovos
eclodem “larvas haxápodas”;4- As larvas evoluem para ninfas.
Diagnóstico
Tratamento
O tratamento da escabiose pode ser realizado por via tópica ou oral. A terapêutica é
à base de acaricidas.
Entre os fármacos de uso tópico, temos alguns exemplos: Permetrina creme 5%
(considerado a primeira escolha pelo CDC - Atlanta, com resposta clínica variando
entre 76 a 100%), Lindano 1% (loção ou creme, com resposta clínica acima de 90%).
528
Com relação à terapia oral, a irvemectina apresenta-se com resposta clínica entre 74 e
100%1;8. Benzoato de Benzilo (loção a 10 ou 25%, resposta clínica entre 47 e 56%) foi
excluída como terapêutica desde 2006 pelo Ministério da Saúde, devido à alta
toxicidade e resistência parasitária.
A aplicação do acaricida deve ser feita em todo o corpo, da linha do nariz para baixo
por cerca de 3 dias consecutivos. Após 7 ou 10 dias deve-se realizar um novo
tratamento que também deverá durar cerca de 3 dias para eliminar possíveis ovos que
não tenham eclodido durante a primeira fase do tratamento.
Quanto aos efeitos adversos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS, 1998), crises convulsivas podem ser associadas com uso de benzoato de benzilo,
lindano, malathion e permetrina. Além disso, existem relatos de diarréia e rash
cutâneo com uso de Benzoato de benzilo.
Recomendações INFARMED
dedos dos pés e das mãos, e de se esfregar a loção nos leitos subungueais. É
importante fazer ensino ao utente no sentido de não lavar as mãos após a aplicação
do fármaco. Se tal acontecer, deverão proceder à reaplicação do produto nas mãos.
Nas crianças, nos idosos, nos imunodeprimidos e nos doentes com tratamento prévio
sem sucesso, a aplicação do fármaco deve estender-se ao couro cabeludo, pescoço,
face e pavilhões auriculares. Para controlo do prurido após o tratamento, o crotamiton
ou a hidrocortisona a 1% revelam-se eficazes devendo, no caso do crotamiton, evitar-
se o contacto com zonas de pele escoriada.No tratamento da sarna hiperqueratósica
resistente ao tratamento tópico e nos doentes imunodeprimidos tem sido utilizada em
associação à terapêutica tópica uma dose única de 200 mg de ivermectin, por via oral
(medicamento para uso exclusivo hospitalar).
durante o dia. Colocar as roupas dentro de saco impermeável apropriado junto à cama
do utente.
As roupas termoresistentes devem ser posteriormente lavadas da mesma
forma que a restante roupa usada na Unidade (atingir pelo menos 80ºC e garantir que
toda a roupa é atingida pela água bem quente).
Cobertores e roupões ou outra roupa termosensível deve ser lavada com ciclo
de água morna e detergente e ciclo posterior de desinfeção química – tal como para a
roupa termosensível da Unidade.
Encaminhar posteriormente a roupa usada para a lavandaria, junto com a
restante roupa usada na Unidade.
Colocar os resíduos produzidos no saco próprio, junto da unidade do utente.
Arrastadeira e/ou urinol e bacias de higiene – lavadas em máquina com ciclo de
desinfeção pelo calor (80ºC).
Ensino ao utente e família/contactos sobre as medidas a cumprir. Todas as
pessoas que residem na mesma casa do portador de escabiose devem ser tratadas ao
mesmo tempo, com medicamentos de uso local ou oral – dependendo da orientação
do dermatologista. Grávidas e lactentes não devem utilizar os mesmos medicamentos
que as outras pessoas acometidas por esta zoonose – consultar Dermatologista!
Restringir visitas de crianças, pois é difícil conseguir que estas cumpram as
normas de prevenção.
Providenciar a limpeza terminal do quarto após início do tratamento efetivo.
Dispensar atenção especial à limpeza do ambiente, roupas de cama e mobília de
utentes com escabiose.
O tratamento da pessoa infetada deve ser feito em simultâneo que o
tratamento dos seus contactos.
Após o início do tratamento espera-se que o utente apresente melhoria dos
sintomas, porém o prurido pode permanecer até 15 dias.
Se o residente não apresentar melhora após o tratamento, deverá ser
encaminhado para avaliação clínica por um dermatologista, para que seja feito
diagnóstico diferencial e/ou realizado exame complementar (biópsia).
532
Nota sobre a Sarna canina: A sarna canina não é transmissível ao ser humano, pois é
causada por um outro tipo de ácaro. Quando um ser humano é mordido pelo ácaro da
sarna canina, pode até sentir algum prurido, mas é transitório, ao contrário da sarna
humana, que se deixada sem tratamento, agrava progressivamente a sintomatologia.
Gestão do protocolo
1) Indicadores de processo:
Percentagem de Adesão ao protocolo:
2) Indicadores de resultado:
Densidade de incidência e Incidência de Recorrência de Escabiose na Unidade;
Consumo percentual de medicamentos para o tratamento de Escabiose;
Custo do tratamento por utente.
533
Anexo I
Imagens de lesões cutâneas na escabiose
534
Anexo II
Fluxograma de caso suspeito de escabiose
Objetivos
Fornecer diretrizes para uniformizar a investigação de um surto de infeções
associadas aos cuidados de saúde (IACS) nas Unidades de Cuidados Continuados
Integrados (UCCI) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Política
A responsabilidade de investigação de surtos e definição de políticas dirigidas para a
prevenção e controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) e infeções
da comunidade que possam estar na origem de surto na Unidade é do Grupo de
Coordenação Local do Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções e de
Resistência a Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) - Núcleo Local. No caso de suspeita de
surto a investigação será coordenada e dirigida pela equipa técnica (Núcleo Local) do
GCL-PPCIRA, contando com a colaboração do Núcleo Central do GCL-PPCIRA da UMP.
Fundamentação
Os surtos de infeção associada aos cuidados de saúde devem ser identificados e
investigados atempadamente, dada a sua importância em termos de morbilidade,
custos e imagem institucional.
A investigação de surtos pode também levar a uma melhoria sustentada das
práticas. Um surto é definido como um aumento, pouco usual ou inesperado, de casos
de uma determinada infeção nosocomial, ou o aparecimento de casos de uma nova
infeção. Se for conduzida de forma rigorosa e exaustiva, a investigação de um surto
pode levar a:
a) Identificação de novos microrganismos “epidemiologicamente significativos”;
Planeamento da Investigação
a) Notificar as pessoas e os serviços apropriados sobre a existência do surto.
b) Estabelecer os termos de referência para a investigação. Isso deve incluir a
formação de um grupo de investigação do surto, com delineamento claro de
autoridade (coordenação do processo).
c) Integrar a equipa de controlo de infeção no grupo de investigação.
d) Confirmar a existência de um surto, revendo a informação preliminar sobre o
número potencial de casos, microbiologia disponível, gravidade do problema e dados
demográficos referentes a pessoas, local e tempo.
todos os serviços envolvidos e, em alguns casos, pode ser necessário fazer relatórios
de progresso, até que a situação, fique totalmente esclarecida.
j) No fim de tudo, todos os aspetos relacionados com a investigação devem ser
revistos e analisados pelo GCL-PPCIRA de forma crítica a fim de identificar problemas
que possam ser evitados em situações futuras.
Com base nas hipóteses que se levantam, é necessário delinear uma intervenção
para controlar a transmissão cruzada e prevenir novos casos:
Apesar de todas estas normas já deverem estar disponíveis nos serviços, a altura de
investigação de um surto é uma ocasião para avaliar as práticas e rever as normas, se
for oportuno.
É, também, uma oportunidade para iniciar ou implementar um sistema de vigilância
epidemiológica das IACS e implementar um plano de formação que vá de encontro à
resolução dos problemas encontrados, ou que facilite a avaliação da eficácia dos
procedimentos de controlo aplicados durante o surto.
Encerramento de Serviços/Alas
Devem ser analisados cuidadosamente os riscos e benefícios. Não há critérios
estabelecidos. Só se deve fechar um serviço, se houver uma mortalidade elevada ou
incapacidade de contenção, apesar do cumprimento de todas as precauções básicas e
Investigação Ambiental
Não se deve promover estudos microbiológicos do ambiente sem que haja uma
fundamentação sólida e sem decidir primeiro o que se irá fazer com os resultados
deste tipo de estudos. São os dados iniciais que devem orientar a decisão sobre se se
deve estudar, onde e o que se deve estudar.
Estes estudos são caros, consomem muito tempo e por vezes são inconclusivos.
Encontrar Legionella na água da unidade de saúde não permite concluir que a água é
responsável por um surto de Legionella. Por outro lado, não encontrar o agente numa
fonte ambiental não exclui a fonte. Os métodos laboratoriais para deteção de agente
no ambiente podem não ser os adequados, tecnicamente difíceis de aplicar ou não
estarem disponíveis.
Se o surto estiver relacionado com produtos contaminados (ex: embalagens multi-
uso de bisnagas de pomadas, colírios, sabão do banho, anti-séptico, alimentos
contaminados, sangue ou dispositivos, estes produtos/materiais/equipamentos devem
ser guardados e deve ser solicitado apoio do Laboratório de Microbiologia para
colheita de amostras destes materiais, caso se entenda necessário.
Acompanhamento da Situação
As medidas devem ser mantidas até que a situação esteja totalmente controlada.
Deve-se decidir se se justifica fazer um registo contínuo (VE) para monitorizar a
situação durante um período mais prolongado.
Conclusões
Convém elaborar uma checklist para ir verificando o cumprimento das etapas ao longo
do processo de investigação do surto (ver Anexo II).
O sucesso da investigação epidemiológica do surto depende dos seguintes fatores:
O principal aspeto operacional consiste na definição da necessidade de iniciar a
investigação, quem é responsável pela recolha, interpretação dos dados e pela
implementação das medidas de prevenção e de controlo necessárias.
ANEXO I
Exemplo de um Formulário “Line-List”, para Recolha de Dados sobre um Surto de Infeção
Comentários,
Nome/ Data
Quarto/ Data de informações
Caso N.º de Sintomas Microb.ª Resultados
Enferm.ª admissão sobre o utente,
Processo início
transferência
1
Nota: Se foram transferidos utentes para outra ala durante as últimas 48horas, por favor, faça a lista dos mesmo e para que
unidade ou enfermaria foram transferidos.
Fonte: Traduzido/adaptado de:NHS Foundation Trust. “Outbreak Form”. Management for Outbreak of Infection Policy .
Apendix 3. 2010
ANEXO II
Exemplo de Lista de Verificação “Checklist” numa Situação de Surto de Infeção/Doença
Transmissível
Notificado por:____________________________________________________________
Notificado a quem_________________________________________________________
Serviço(s) afectados________________________________________________________
A preencher pela equipa do GCL-PPCIRA, que deverá assinalar os vários passos de investigação
do surto, tomados o mais rapidamente possível.
Assinalar se a Assinalar se a
Ação é Ação foi
Ação
Indicada Implementada
Nomear o grupo de investigação com representantes do
GCL-PPCIRA (Núcleo Local)
Confirmar o surto
Assinalar Assinalar se a
se a Ação Ação Ação foi
é Indicada Implementada
ANEXO III
ETAPAS E METODOLOGIA PORMENORIZADA DA INVESTIGAÇÃO DO SURTO
(fonte: Elaine Pina)
Metodologia:
Rever frequência de infeções no serviço/unidade implicado nos últimos meses;
Nº de isolamentos microbiológicos do microrganismo em causa no surto, nos
últimos meses;
Confirmar o diagnóstico dos casos identificados;
Rever informação para determinar gravidade da situação;
Ouvir os profissionais do serviço/unidade;
Confirmar se se identifica um agente causal;
Obter estudos microbiológicos dos casos suspeitos;
Informar o laboratório - retenção das estirpes para serotipagem;
Revisão dos processos clínicos;
Solicitar os processos anteriores;
Revisão bibliográfica.
Deve-se envidar todos os esforços para confirmar o diagnóstico clínico com a ajuda
do Laboratório de Microbiologia (testes laboratoriais como a serologia e/ou
isolamento do microrganismos implicado). Não é necessário confirmar todos os casos.
Se a maioria dos doentes tiver sinais clínicos semelhantes e se 15 a 20% dos caso
forem confirmados laboratorialmente, será suficiente.
É importante que pelo menos um ou mais casos possam ser observados pelo
investigador. Para além dos sinais e sintomas é necessário saber há quanto tempo é
que eles surgiram e se estão envolvidos só doentes ou também o pessoal e, na
comunidade outras características que possam fornecer pistas. É importante saber se
o surto está limitado a um serviço ou se há, noutros serviços, doentes com os mesmos
sintomas ou o mesmo microrganismo isolado.
Definição de caso:
Para confirmar a existência de um surto, deve ser desenvolvida uma definição de
caso. Esta deve incluir uma unidade temporal e de local e critérios biológicos e/ou
clínicos específicos. Os critérios de inclusão e exclusão para os casos devem ser
identificados de forma precisa. Por vezes é útil um gradiente de definição (caso
definitivo, provável ou possível). A definição deve também fazer a distinção entre
infeção e colonização. Podem também ser desenvolvidos critérios específicos para
identificar o caso índex (caso inicial ou que dá origem ao surto), caso exista informação
relevante.
No caso dos microrganismos resistentes pode ser necessário rever todos os
processos clínicos no serviço para assegurar a identificação de todos os casos.
Nalgumas situações, p. ex. das gastroenterites, é suficiente se se conseguir identificar a
maioria de casos, não sendo necessário que sejam absolutamente todos identificados.
Descrição do Surto
A descrição detalhada do surto deve incluir a (s) pessoa (s), local e tempo.
Os casos devem também ser descritos de acordo com outras variáveis: Género;
Idade; Data de admissão; Transferências de outros serviços ou de outras Unidades de
Saúde, entre outras.
Conhecendo-se já o número de casos e da taxa de ataque do surto, a etapa seguinte
consiste em descrever onde e quando as pessoas adoeceram e quais são as suas
características. Não se deve aguardar pelo fim da investigação para fazer esta análise.
A adição de mais alguns casos à amostra total não vai influenciar a análise nem as
recomendações - Quanto mais depressa se desenvolver as hipóteses sobre a origem do
surto, mais dados adicionais se poderão colher, se necessário for.
Fator tempo:
É essencial descrever os casos em função da data de início da doença/infeção. Para
este fim, elabora-se a curva epidemiológica - que faz a representação gráfica da
distribuição de casos por data de início e deve fazer a distinção entre os casos
prováveis e casos definitivos.
Este histograma permite descrever o surto ao longo do tempo, através de um
gráfico com a data de início de cada caso ao longo de horas dias ou meses. Permite
identificar o tipo de exposição.
A forma da curva epidemiológica pode sugerir o tipo de fonte provável:
• Pontual (Figura 1); Contínua (Figura 2); ou Intermitente (Figura 3).
Fonte: Mapa de John Snow (1854) – Cidade de Londres onde ocorreu um surto muito grave de cólera.
Os riscos indicam o n.º de casos de cólera no período em estudo.
Elaborar um “line-list”:
Deve incluir informação mais importante sobre os casos de modo a descrever o tempo,
local e pessoas; Fornece um método rápido de examinar os fatores que são comuns a
todos ou quase todos os “casos” e permite sugerir uma possível hipótese quanto à
fonte. No line-list deve incluir-se os fatores de risco que se identificam como comuns a
todos os casos e os que não são comuns, para vermos o que os diferencia. Também é
importante verificar fatores ambientais, fatores relativos aos materiais e
equipamentos, entre outros, que possam ter importância no âmbito do surto.
N.º Género Idade Serviço Cama Diagn.º à Factores de Sinais/sintomas Exame Data da Dados de Observações
do entrada risco comuns microbiol.º colheita confirmação
caso ..... do do diag.º de
produto infecção
1 M 80 1 1 AVC Internamento Febre Urina 3/8/2010 Urocultura
em hospital... letargia asséptica positiva 3
algália dias após
algaliação
2 M 77 1 2 Insuf.ª Internamento Febre Urina 5/8/2010 Urocultura
cardíaca em hospital... letargia asséptica positiva 5
algália dias após
algaliação
3 M 69 1 3 Tumor Internamento Febre Urina 6/8/2010 Urocultura
metastis em hospital... asséptica positiva 4
ado algália dias após
algaliação
4 F 88 1 5 AVC Internamento Febre Urina 8/8/2010
em hospital... letargia asséptica
algália
Passos Básicos:
Identificar os casos;
Selecionar o grupo de controlo;
Colher informação sobre fatores de risco ou outros atributos de forma
retrospetiva em ambos os grupos;
Comparar os dados através de análise estatística.
A força da associação entre a exposição e a doença, no estudo de casos e controlos,
será quantificada pelo “odds-ratio” (ou o risco relativo, no caso de estudos de coorte)
com um intervalo de confiança de 95%. Na interpretação dos resultados devem ser
tomados em conta o acaso, o confundimento e o viés.
A hipótese deve explicar a maioria dos casos. Se a maioria dos doentes tiver sinais
clínicos semelhantes e se 15-20% dos casos tiverem confirmação laboratorial, será
suficiente. Pode sempre haver casos coincidentes que correspondem a outra doença,
outras vias de transmissão ou fontes de infeção e que não são incluídos no surto.
Tendo-se definido a hipótese, vai-se comparar esta hipótese com os dados clínicos e
laboratoriais - Testar a Hipótese.
Por outras palavras, vai-se confirmar se a hipótese proposta está de acordo com a
exposição, a via de transmissão e a população atingida em função daquilo que se
conhece desses casos. Se não se confirmar, ter-se-á que se rever os dados, procurar
informações complementares e desenvolver e testar novas hipóteses.
Por vezes, quando se trata de uma doença pouco conhecida ou mal conhecida,
poderá ser difícil confrontar a hipótese com a história natural conhecida da doença.
Em todo o caso, é preciso que os dados clínicos, bacteriológicos e epidemiológicos
sejam concordantes no seu conjunto. Se não se encontrar respostas na fase inicial
deve-se prosseguir com os estudos epidemiológicos para testar as hipóteses. Só vale a
pena prosseguir se a gravidade do surto o justificar ou se continuar a ocorrer novos
casos.
ser notificado ao Órgão máximo de Gestão da Unidade, que por sua vez terá que
comunicar à Autoridade de Saúde.
Deve ser elaborado um relatório final sobre a investigação, descrevendo o surto, as
intervenções e sua eficácia, e um resumo do contributo de cada participante na
investigação. Deve também incluir recomendações, para evitar futuras ocorrências.
Este relatório poderá ser publicado nas revistas médicas e pode ser considerado um
documento legal. O relatório justifica-se por diversas razões:
Os objetivos são:
Controlar o surto existente, interrompendo a cadeia de transmissão.
Prevenir, no futuro, a ocorrência de surtos semelhantes.
Intervenções Imediatas:
As intervenções de controlo de infeção devem ser as mais simples necessárias para
o controlo da situação. Quanto mais dirigidas para a situação presente forem, mais
fácil será o seu cumprimento.
Por vezes nestas alturas identificam-se outras práticas menos corretas mas não se
deve tentar corrigi-las durante o surto. É preferível deixar essas questões para
Nota:
Convém voltar a salientar que, as medidas de intervenção devem ser tomadas, logo no
início do surto. Não se pode ficar à espera do cumprimento de todas as etapas, para
implementar as medidas de controlo.
É necessário reavaliar as medidas implementadas até ao final do surto e reformular novas
medidas de intervenção, se necessário.
Em elaboração
564
CAPÍTULO 8
Procedimentos de Colheita, Transporte e
Processamento dos Produtos Biologicos para
analise Microbiologica
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
ÂMBITO
RESPONSABILIDADES
SIGLAS
PRINCÍPIOS GERAIS
Segurança
Seguir as recomendações básicas de segurança - tratar todos os produtos como
potencialmente perigosos.
No ato da colheita ou manuseamento do produto, usar luvas, bata, avental e se
há risco de produção de “salpicos” é necessário utilizar máscara com viseira protetora.
Não contaminar a superfície exterior do recipiente de colheita e/ou da
requisição que a acompanha.
Minimizar o manuseamento direto dos produtos a enviar ao laboratório. Enviar
os produtos em recipiente apropriado de transporte hermético.
Os produtos colhidos por aspiração com agulha ou outro, devem ser
transferidos para um recipiente esterilizado fornecido pelo Laboratório. Caso o
produto seja enviado em seringa, retirar sempre a agulha, fechar a seringa
devidamente e identificá-la.
Por medida de segurança, os recipientes e/ou requisições visivelmente
conspurcados com matéria orgânica não devem ser aceites pelo Laboratório.
As normas nacionais e internacionais aconselham que, sempre que possível, se
deve efetuar o processamento do produto em câmara de fluxo laminar.
NOTA: QUANDO FOR NECESSÁRIO COLHEITA DA MESMA PUNCAO PARA VÁRIOS EXAMES
LABORATORIAIS, EM PRIMEIRO LUGAR INOCULAR O FRASCO PARA A HEMOCULTURA E, SÓ
DEPOIS, DISTRIBUIR O SANGUE PELOS RESTANTES RECIPIENTES.
Colheita e transporte:
O sangue deve ser colhido por punção duma veia periférica. É incorreta a
colheita através de catéter intravascular central.
Desinfeção do local da venipunção:
1ª Desinfeção da pele - Álcool a 70º ou Anti séptico de base alcoólica como o cloreto
de benzalconio (de acordo com a política de anti sépticos da unidade)
Volume de sangue:
O volume de sangue é crítico, porque a concentração de microrganismos na
maioria das bacteriémias é baixa, especialmente se o doente já está submetido a
antibioticoterapia.
O volume de sangue recomendado é, em geral: Adultos – 10 a 30 ml por
punção venosa (indicação clínica).
O volume de sangue colhido deverá ser repartido pelo n.º de frascos
necessários, de modo a que a diluição final seja de 1: 5 a 1:10, respeitando as
indicações do fornecedor.
Considerações Gerais
Os exsudados de úlceras de pressão de decúbito e de conteúdo intestinal (ex.:
fístulas enterocutâneas) são amostras que contêm habitualmente uma população
bacteriana mista que impede o exame microbiológico fiável, pelo que não devem ser
processados, salvo casos específicos.
Considerações Gerais
Nunca colher urina de arrastadeira, urinol ou saco de algália.
Não processar pontas de algália.
Métodos de colheita
Jacto médio;
Punção de cateter urinário;
Drenagem de nefrostomia /ureterostomia.
Na Mulher
A doente deve lavar convenientemente as suas mãos com água e sabão e seca-
las convenientemente.
Proceder depois à lavagem da vulva com compressas embebidas em agua e
sabão, sempre de frente para trás, com uma compressa de cada vez e, desperdiçando-
a em seguida. Deve repetir o processo pelo menos 3 vezes.
Não usar anti-sépticos.
Em seguida, enxaguar com água limpa para retirar o sabão.
Com uma das mãos, devera afastar os grandes lábios e manter essa posição
durante toda a colheita.
Ao iniciar a micção, a doente deve desperdiçar o primeiro jacto de urina e
depois, sem interromper o jacto urinário, deve colher para um recipiente estéril, cerca
de 10 ml de urina.
No Homem
O doente deve lavar convenientemente as suas mãos com água e sabão e seca-
las.
Afastar o prepúcio e manter esta posição durante toda a colheita.
Limpar a glande com compressas embebidas em água e sabão.
Em seguida, enxaguar com água limpa para retirar o sabão.
Ao iniciar a micção, o doente deve desperdiçar o primeiro jacto de urina e
depois, sem interromper o jacto urinário, deve colher para um contentor estéril, cerca
de 10 ml de urina.
Nunca devem ser enviadas para cultura as pontas de algália, pois estão
invariavelmente contaminadas por bactérias da uretra.
Clampar a algalia acima da derivação, na zona de borracha e esperar cerca de
entre 10-15’.
Desinfetar com álcool a 700 a zona do tubo da algália a puncionar (alguns
sistemas tem local especifico para a punção).
Fazer a punção com agulha e seringa estéreis, em ângulo agudo, em relação ao
eixo longitudinal do cateter e aspirar a urina (5 a 20 ml).
Transferir a urina para um recipiente esterilizado, ou usar seringa própria para
transporte de urina.
Higienizar as mãos após risco de exposição a material potencialmente
contaminado, após remoção das luvas (pode ser com SABA se as mãos estiverem
visivelmente limpas).
Transporte
O transporte deve ser imediato ao Laboratório. Caso isso não seja possível, a
urina devera ser mantida refrigerada até ao seu envio (4º).
COLHEITA DE EXPECTORAÇÃO
Colheita para contentor estéril de boca larga
Higienizar as mãos antes do procedimento limpo ou asséptico (pode ser com
SABA se as mãos estiverem visivelmente limpas);
Deve ser colhida de manha após o doente lavar a boca, gargarejando só com
água para reduzir a contaminação da flora orofaríngea;
Deve resultar de tosse produtiva e ser colhida para contentor estéril de boca
larga;
Para o exame bacteriológico, uma única amostra de expetoração, é suficiente.
Para a pesquisa de micobactérias, é aconselhável, pelo menos três amostras de
expetoração, em três dias diferentes;
Transporte
Transporte imediato ao Laboratório. Se não for possível, refrigerar.
Transporte
Enviar em tubo estéril. Se o envio for imediato, pode ser em tubo seco. Se não,
enviar zaragatoa em meio de transporte, esta pode ser mantida 48 h a temperatura
ambiente.
EXSUDADO OROGARÍNGEO
Por rotina e feita a pesquisa de Streptococcus s-Hemolitico. A pesquisa de
outras bactérias deve ser especificada na requisição.
Colheita com zaragatoa esterilizada
Deve ser feita em jejum e antes de qualquer medida de higiene oral (lavagem
dos dentes, gargarejos, etc).
Deve ser feita sob luz direta.
Transporte
COLHEITA DE FEZES
Princípios Gerais:
Usar recipiente fornecido pelo Laboratório.
De preferência, as amostras devem ser colhidas de fezes frescas, após emissão
espontânea, à noite, após o início do sono, ou logo pela manhã, antes de qualquer
prática de higiene, tentando isolar o mais possível as margens do ânus, sem tocar em
material fecal.
Transportar o mais rápido possível ao laboratório ou em alternativa refrigerar por um
curto período de tempo.
Se o doente tomou certas substâncias que deixam resíduos, as amostras não devem
ser colhidas nessa altura e deve aguardar-se mais ou menos uma semana; por
exemplo, compostos antidiarreicos, antiácidos, bismuto, bário, laxantes oleosos. Os
antibióticos e os meios de contraste podem diminuir o número de parasitas durante 2
a 3 semanas.
Exame Bacteriológico
Despiste por rotina de Salmonella spp, Shigella spp, Campylobacter jejunii/coli.
Em certos casos e após contacto com o Laboratório: Yersinia enterocolítica,
Vibrio spp., E.coli enterotoxigénica e Aeromonas hidrophyla.
O despiste de C. difficile só deve ser efetuado quando solicitado, sendo as fezes
colhidas sem meio de transporte.
Embora tradicionalmente seja aconselhado a colheita até um total de 3
amostras de dejeções diferentes, nos casos agudos uma amostra é quase sempre
suficiente.
Higienizar as mãos antes do procedimento limpo ou asséptico (pode ser com
SABA se as mãos estiverem visivelmente limpas).
Colheita de fezes - colher para um recipiente limpo e seco e transferir as fezes
para recipiente com meio de transporte apropriado (ex. meio de Cary-Blair),
escolhendo a porção com pús, muco ou sangue do tamanho de uma noz.
Não usar papel higiénico para colher as fezes, pois pode conter sais de bário,
que são inibitórios.
Higienizar as mãos após risco de exposição a material potencialmente
contaminado, após remoção das luvas (pode ser com SABA se as mãos estiverem
visivelmente limpas).
Exame Parasitológico
Colher 3 amostras em dias sucessivos, de preferência em dias alternados.
Colher as amostras de fezes para recipiente limpo e seco.
A pesquisa de Cryptosporidium spp só se justifica em doentes
imunocomprometidos.
EXSUDADOS RECTAIS
Utilizado só para a detecção de Neisseria gonorrhoeae e na detecção de
portadores, para fins epidemiológicos, de Streptococcus βeta-hemolítico do grupo A,
Staphyloccocus aureus meticilina-resistente e Enterococcus vancomicina-resistente.
CAPÍTULO 9
Orientações sõbre a vacinaçaõ dõs Utentes
CAPÍTULO 10
Cuidados Pos-Mortem
Introdução
Os cuidados com o corpo após a morte não têm sido associados a situações graves
de infeção, nomeadamente, surtos. Os corpos devem ser cuidados todos de igual
modo, com base no fundamento de que, por um lado, nem todos os casos de infeção
são identificados antes da morte, e, por outro lado, é fundamental aplicar com rigor as
Precauções Básicas nos cuidados aos utentes falecidos.
Há situações que podem envolver medidas adicionais para além das Básicas, com
base no conhecimento do estado infecioso do utente falecido – Precauções
dependentes das vias de transmissão. Se um doente faleceu com uma infeção suspeita
ou confirmada, com risco elevado de transmissão cruzada, é essencial que todos os
que estão envolvidos no cuidado ao corpo do utente estejam bem informados sobre o
risco potencial de infeção. A confidencialidade do diagnóstico específico deve ser
mantida. Se for necessário envolver os familiares, a abordagem deverá ser feita de
forma ponderada e com linguagem clara, acessível a todos.
Na manipulação do corpo e/ou amostras de fluidos/líquidos/tecidos, deve
considerar-se quatro potenciais fontes principais de infeção: o sangue e outros fluidos
orgânicos; excreções (fezes, urina); a pele e os aerossóis infetantes produzidos na
abertura do corpo.
A infeção associada ao cuidado ao corpo, após a morte, pode ocorrer por nas
seguintes situações:
Contacto das mãos contaminadas com as mucosas ou com salpicos de
sangue/outros fluidos orgânicos; Inalação de aerossóis infetantes; Contacto direto ou
indireto das mãos com os microrganismos (ex: feridas cutâneas nomeadamente por
acidente com corto-perfurantes).
A formação e treino dos profissionais para a identificação, gestão e controlo dos
riscos inerentes, o cumprimento das precauções básicas/baseadas nas vias de
transmissão, a adequada utilização do equipamento de proteção individual (os EPI’s), o
Objetivos
Fornecer aos profissionais de saúde das Unidades de Cuidados Continuados
(UCCI) orientações para a prevenção de transmissão de infeção relacionada com os
cuidados aos utentes após a morte (Cuidados pos-mortem).
Âmbito
Responsabilidades
Siglas
Definição
Descrição
Resíduos
Todos os resíduos produzidos na manipulação do cadáver, assim como, todos os
equipamentos de proteção individual utilizados são considerados de risco biológico
(Grupo III) devendo ser colocados em saco branco.
Roupa
A roupa eventualmente utilizada no transporte do corpo deve seguir as
recomendações internas para o circuito da roupa.
Deve existir uma clara separação (preferencialmente física) entre a área Iimpa
(receção /secretariado, sala de visita de familiares/sala de descanso do pessoal) e a
área suja (área de autópsias e/ou de cuidados de higiene ao corpo).
As áreas de trabalho devem reunir as condições de segurança exigidas e serem
fáceis de higienizar/descontaminar, devendo ser limpas diariamente ou após cada
utilização, de acordo com a norma relativa à higienização do ambiente nas Unidades
de Cuidados Continuados.
Necessidade da existência de lavatório com sabão, toalhetes (e respetivos
contentores) e SABA para a higiene das mãos nas áreas limpas e sujas e de chuveiro
contíguo à sala de autópsias.
Promover a higiene das mãos antes de comer, beber e após a remoção dos EPI.
Evitar o contacto das mãos com a boca, nariz ou olhos.
Os profissionais devem remover os EPI e a roupa contaminada, quando
abandonam a área suja (do ambiente de trabalho), antes da entrada na área limpa.
Anexo I
Microrganismos com risco mais elevado de transmissão da infeção:
Categoria 3:
Bactérias:
Bacillus anthracis
Brucella spp
Coxiella burnetti
Mycobacterium tuberculosis
Rickettsia spp
Salmonella typhi e parathyphi
Shigella dysenteriae (tipo 1)
Yersinia pestis
Francisella tularensis (tipo A)
Virus:
- HIV (Virus da Imunodeficiemcia Humana)
- Virus Hepatite S, C, D e E
- Coronavirus SARS (Sindrome Respirat6rio Agudo Grave)
- H1N1
- Virus da Raiva
Categoria 4: Virus das febres hemorrágicas (Ex: Lassa, Ebola, Marburg) e Virus da
varíola
CAPÍTULO 11
Recomendaçoes Relativas a Saúde dos
Profissionais – Prevençao dos Acidentes por
exposiçao a material potencialmente
contaminado e vacinaçao
Introdução
Objetivos
Fornecer aos profissionais de saúde das Unidades de Cuidados Continuados
(UCCI) orientações para a prevenção de acidentes por Exposição a Material
Potencialmente Contaminado;
Prevenir a infeção adquirida nas UCCI nos profissionais de saúde por acidente
por EMPC;
Conhecer os princípios básicos relacionados com a exposição ocupacional a
material potencialmente contaminado.
Âmbito
Aplica-se a todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas onde sejam prestados
cuidados a doentes.
Responsabilidades
1) Pela implementação do Procedimento:
Responsáveis das Áreas Clínicas e não Clínicas.
Responsáveis da Área de Gestão de Compras, Logística e Distribuição.
Responsáveis da Área de Gestão de Instalações e Equipamentos.
Comissão de Controlo de Infeção e respetivos membros dinamizadores.
Siglas
CCI – Comissão de Controlo de Infeção
EMPC – Exposição a material potencialmente contaminado
UCCI – Unidades de Cuidados Continuados Integrados
Definições e conceitos
Assim, todo o profissional envolvido nos cuidados assistenciais aos doentes, deve
executar as suas tarefas, cumprindo as normas de segurança não esquecendo que:
A exposição acidental ao VIH, VHB ou VHC deve sempre ser considerada uma urgência
e tratada como tal:
Quadro clínico da infeção aguda pelo VHB, VHC e VIH – a infeção clínica pelo VHB
ocorre em geral entre 1 a 4 meses após o contágio, pode ser assintomática ou
manifestar-se por astenia, anorexia, náuseas e icterícia; analiticamente verifica-se
subida das transaminases para valores que podem alcançar mais de 100 vezes os
valores normais. O diagnóstico é confirmado pelo Ag HBS positivo e Ac Hbc IgM
positivo.
A infeção pelo VHC tem um período de incubação um pouco mais longo mas que em
geral não ultrapassa os 6 meses. Em geral é assintomática, podendo ocorrer
sintomatologia inespecífica. O diagnóstico é suspeitado pela elevação das
transaminases (10 a 100 vezes os valores normais) e confirmado pela deteção de RNA
VHC, com o aparecimento posterior de Ac HCV.
tratados, a virémia é máxima, pelo que o risco é também maior. No doente sob
terapêutica antirretroviral a virémia poderá ser negativa, sendo menor o risco mas não
se pode garantir que seja nulo. O conhecimento da virémia do doente (carga viral
recente) é pois muito importante para a avaliação do risco envolvido. Mesmo que não
se tenha acesso a este parâmetro laboratorial, a presença de infeção oportunista
major só por si é indicadora de virémia elevada em consequentemente de um maior
risco. Má aderência à terapêutica e às consultas indicam um maior risco de virémia
detetável e de transmissão de um vírus resistente pelo que é urgente a reavaliação por
especialista em VIH, podendo ser necessário modificar o esquema profiláctico iniciado.
Fatores de risco relacionados com o trabalhador
1. HEPATITE B
Dose 0.06 mg/kg IM; pode ser administrada até 72 horas após o acidente.
Esquema acelerado:
Dose 1.ª 2.ª 3.ª 4.ª
Meses 0 1 2 12
Follow up
2. HEPATITE C
Não existe até ao momento qualquer tipo de intervenção preventiva, quer primária
por vacinação, quer secundária após exposição, para o VHC. No entanto há algumas
recomendações para o seguimento após exposição acidental ao VHC.
Follow up
O follow up dos profissionais expostos ao VHC deve ser efetuado de acordo com as
indicações preconizadas no procedimento interno da UCC em articulação com a
medicina no trabalho.
Controlo laboratorial
Às 6 e às 12 semanas: - transaminases
- RNA HCV
3. VIH
1) Lesão profunda.
2) Sangue fresco visível no instrumento que causou a lesão.
3) Lesão causada por instrumento utilizado em punção venosa ou arterial do
doente.
4) Doente com virémia elevada.
As pessoas que foram expostas ao VIH devem usar, durante o período de follow
up, as seguintes medidas para prevenir a transmissão secundária do vírus, até ter
sido excluída a possibilidade de ter ocorrido infeção:
Importante
O trabalhador que vai iniciar terapêutica com antirretrovirais, depois de ter
discutido os seus riscos e benefícios, deve dar o seu consentimento por escrito,
assinando o termo de responsabilidade. Do mesmo modo se o trabalhador é
aconselhado a iniciar profilaxia e recusa deve assinar o termo de responsabilidade
confirmando a recusa. A terapêutica deve ter a duração de 4 semanas.
Follow up
Qualquer pessoa que tenha sido exposta ao VIH deve ter acompanhamento de
follow up, quer tenha iniciado ou não profilaxia pós-exposição.
O follow up dos profissionais expostos ao VIH deve ser efetuado de acordo com as
indicações do procedimento interno da UCC em articulação com a medicina do
trabalho.
Controlo laboratorial
Em todos os casos de exposição ao VIH, com ou sem utilização de profilaxia, deve ser
efetuado às 4 e 12 semanas (e em qualquer altura, durante este período, se houver
clínica sugestiva de primo infeção):
Teste VIH (ELISA 4ª geração – ag+ac)
Carga viral VIH caso se suspeite de primo-infeção
NOTA IMPORTANTE: A evolução dos testes laboratoriais, com a utilização dos testes
ELISA de 4ª geração, permite reduzir com segurança, de 6 para 3 meses, o tempo de
follow up após exposição ao VIH, à semelhança do que já é feito nos Centros Nacionais
de Rastreio Anónimo,
CAPÍTULO 12
Outras Normas
OBJETIVOS
ÂMBITO
4. RESPONSABILIDADES
5. SIGLAS
DESCRIÇÃO
As luvas devem ser usadas na higiene oral, na higiene dos órgãos genitais, e,
caso o utente tenha uma patologia transmissível pelo contacto direto (pele a pele). As
luvas mais adequadas a este procedimento são as luvas de procedimento de nitrilo,
mais resistentes ao contacto com a água. No entanto, as luvas devem ser usadas de
acordo com a política da Unidade e conforme a norma de higiene das Mãos.
Cuidados de higiene oral, com a barba, com a limpeza do cabelo (na cama), com
os olhos, com os dedos e unhas e com os pés
Material/Equipamento necessários:
Esponja ou manápula de uso único; Luvas de procedimento para a higiene oral;
Luvas de procedimento para a higiene dos órgãos genitais; Avental de plástico; Sabão
líquido / gel de banho, Shampoo (se necessário lavar a cabeça); Escova e / ou pente;
Escova de dentes e pasta dentífrica; Copo com água, Artigos pessoais e de toucador,
make-up (se necessário); Toalhas de banho e roupas lavadas (interior e
pijama/camisa); Cadeira de plástico (lavável) para o chuveiro; Recetáculo para recolha
das roupas sujas; Recetáculo para recolha de resíduos.
Procedimento:
Higienizar as mãos de acordo com os 5 momentos para higiene das mãos, antes
de colocar o avental
Ouvir a preferência do utente para o banho ou para o duche.
Explicar o procedimento, para obter o consentimento e a colaboração do
doente.
Verificar que o duche está disponível e limpo.
Verificar a temperatura adequada da água do banho.
Ajudar o utente a preparar as roupas e artigos de higiene pessoal a usar no
banho (se ele pode colaborar).
Auxiliar o utente a entrar no duche e garantir a sua privacidade.
Oferecer a ajuda ao utente para despir-se, mantendo a sua dignidade,
cobrindo-o com uma toalha.
Cobrir o utente com uma toalha o mais rápido possível para o aquecer e
manter a sua dignidade;
Colocar o utente no cadeirão sempre que possível, garantindo que este fica
seguro e confortável.
Material/Equipamento necessários:
Os mesmos materiais referidos no ponto anterior.
Procedimento:
Explicar ao utente o procedimento de modo a obter a sua colaboração e
consentimento;
Certificar-se da temperatura do quarto, e garantir a privacidade do utente;
Colocar à mão todos os materiais necessários, de modo a que não precise sair
de junto do doente até terminar o procedimento;
Verificar as condições da unidade do utente (à volta da cama), para manter a
sua privacidade: cortinado, persianas, portas;
Lavar as mãos e colocar o avental;
Auxiliar o utente a colocar-se numa posição confortável;
Ajudar o utente a retirar o pijama, garantindo que este fica coberto com um
lençol ou cobertor para manter o calor e a privacidade;
Verificar a temperatura da água e ajudar o utente a lavar o rosto, orelhas e
pescoço. Após aplicar sabão, enxaguar bem a pele, retirando bem o sabão e secar
bem;
Lavar, passar por água e secar bem o corpo do utente, seguindo uma ordem
lógica, expondo apenas a parte do corpo a ser lavada;
A ordem sugerida é a seguinte: Cara; braços; tórax; abdómen; pernas; pés;
costas e área genital, (lavando a área perineal da frente para trás, de modo a não
Observe as unhas das mãos e dos pés e, sempre que necessário, se o utente é
dependente, cortar as unhas deixando a pele íntegra (sem sangrar);
Ajudar o utente a colocar roupas limpas e apropriadas;
Remover a roupa suja de cama e refazer a mesma com roupa lavada;
Após terminar o procedimento, verificar se o utente fica confortável e deixar
ficar ao seu alcance, os objetos pessoais, a água e o que este manifestar necessidade;
Despejar a bacia de higiene e colocá-la na área de lavagem/desinfeção pelo
calor;
Acondicionar as toalhas usadas no receptáculo de recolha da roupa suja, tal
como os lençóis e restante roupa da cama;
Enviar as roupas sujas para o ponto de colheita dos sacos;
Descartar os resíduos para o recetáculo apropriado;
Retirar o avental e as luvas e lavar as mãos;
Proceder aos registos de enfermagem sobre o procedimento ou ocorrências
durante o mesmo.
Materiais/Equipamentos:
Luvas; Bacia de água quente; Manápula de uso único e toalha de rosto; Creme de barbear;
Aftershave / colónia de acordo com a preferência individual; Espelho; Receptáculo para
recolha de resíduos.
Procedimentos:
Verificar as preferências do doente quanto à forma de fazer a barba e
incorporá-las na rotina de higiene individual. Alguns doentes poderão querer usar as
suas próprias máquinas de barbear;
As máquinas elétricas que passam de doente a doente podem constituir um
risco acrescido de infeção cruzada (especialmente em microrganismos cuja
transmissão se faça por contacto como é o exemplo do MRSA);
É aceitável uma máquina, cujas lâminas sejam de uso individual e que o corpo
da máquina, possa ser limpo e desinfetado com álcool a 70º. Se estas condições não
puderem ser garantidas, então é sempre preferível usar a lâmina de barbear
individualizada (de uso único);
Sentar o doente de modo confortável, quer na cama, quer na cadeira (se for
clinicamente possível);
Colocar uma toalha sobre o tórax e ombro do doente;
Molhar o rosto do doente ou pedir-lhe para o fazer (se o doente é
independente);
Inspecionar o rosto para verificar se há feridas ou erupções da pele;
Aplicar o creme de barbear ou sabonete para o rosto, criando uma espuma
adequada, usando movimentos curtos da lâmina no sentido do crescimento do pêlo,
raspando a face, começando pelas bochechas e descendo em direção ao pescoço.
Evitar passar com a lâmina sobre os sinais ou manchas da pele;
Com a mão livre, o profissional deve ir puxando a pele enrugada de modo a
ficar esticada. Este gesto evita feridas e sangramento da pele da face durante o
procedimento. O doente pode muitas vezes ajudar, fazendo movimentos faciais que
facilitam o barbear, por exemplo, preenchendo as bochechas com a língua;
Após concluir a barba, lavar o rosto do doente com água limpa e secar com
uma toalha de rosto;
Aplicar after-shave ou colónia pós-barba, se o doente o desejar;
Colocar a bacia na zona de despejo para lavagem;
Colocar a manápula no receptáculo de resíduos de acordo com a norma de
triagem de resíduos da Instituição e a lâmina de barbear descartável no contentor de
corto-perfurantes;
Se a máquina for individual e o utente não for capaz de a limpar, substituí-lo no
procedimento;
Registar o procedimento, anotando o que o utente é capaz de fazer sozinho
(nível de autocuidado).
Materiais e equipamentos:
Luvas de procedimento; avental; manápula; toalha para proteger a cama; champo e
acondicionador (se for utilizado pelo doente); Pente e / ou escova; um resguardo; duas
bacias de plástico (uma vazia e a outra com água quente); secador de cabelo.
Procedimentos:
Colocar o avental;
Explicar o procedimento, para obter o consentimento e a colaboração do
utente;
Certificar-se da temperatura do quarto e garantir a privacidade;
Preferencialmente devem ser dois profissionais a fazer este procedimento: um
que lava a cabeça e o outro que apoia a cabeça do doente e ajuda;
Antes de lavar o cabelo, o profissional deve avaliar a condição do couro
cabeludo, constatando qualquer inflamação secura, ou vermelhidão e fazer os devidos
registos;
Colocar resguardo ou proteção da roupa da cama e cobrir os ombros do utente
com uma toalha;
Um profissional segura a cabeça e o outro vai molhando o cabelo e espalhando
o champô, friccionando suavemente o couro cabeludo, tendo o cuidado de proteger os
olhos do doente;
De seguida, com um jarro vai deitando água corrente limpa sobre a cabeça, até
remover todo o champô;
Após o enxaguamento, enrolar os cabelos do utente numa toalha e retirar as
bacias de higiene;
Enrolar o cabelo com uma toalha de rosto;
Escovar ou pentear o cabelo ao estilo do doente. Seque o cabelo com secador;
Retire o resguardo e substituir a roupa molhada durante o procedimento;
Higiene Oral
Higiene Oral – Considerações Gerais:
A higiene oral inadequada está associada a um aumento da flora anaeróbica. A
adequada e regular higiene oral com solução de clorohexidina reduz a flora oral e
previne as infeções respiratórias;
Os residentes saudáveis raramente são colonizados por bactérias de Gram
negativo aeróbias, na orofaringe;
Os idosos são mais suscetíveis à colonização da orofaringe por Staphylococcus
aureus, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli;
Manter as próteses limpas: devido à constante deglutição ou aspiração dos
microrganismos da placa bacteriana aderente à prótese, pode ocorrer a infecção
respiratória: a prótese funciona como um reservatório de microrganismos
respiratórios, bastante significativo;
Em idosos dependentes, não diabéticos e portadores de próteses, há
predomínio de aeróbios nestas e na mucosa da faringe por Streptococcus, Candida e
Neisseria;
As próteses dentárias superiores são mantidas um pouco mais limpas nas
superfícies internas e externas do que as próteses inferiores;
As próteses dentárias superiores são mais fáceis de se manipular com as mãos
e têm menos curvaturas do que as inferiores;
Para os doentes geriátricos, muitas vezes com a coordenação motora afetada,
estes fatores são limitações adicionais na limpeza das suas próprias próteses;
Muito importante é a formação e treino da equipa para a higiene oral dos
utentes dependentes e das suas próteses dentárias, tanto para a equipa de saúde,
como para os familiares/cuidadores;
Inspeção regular da cavidade oral para detetar precocemente problemas.
Procedimento
Avaliação inicial:
É importante a realização de uma avaliação inicial da saúde oral e das deficiências nos
cuidados pessoais do utente por altura da admissão. Esta avaliação inicial possibilita a
identificação precoce de possíveis problemas relacionados com a higiene oral.
Procedimento:
Avaliar a cavidade oral e os lábios a cada 8 horas, e promover os cuidados orais
a cada 2 a 4 horas, e de acordo com as necessidades individuais dos utentes;
Avaliar o acúmulo de tártaro nos dentes ou o risco de infeção relacionado com
abcessos orais;
Efetuar a higiene oral usando escova de dentes de tamanho infantil ou adulto
(escova macia), pelo menos duas vezes ao dia;
Escovar os dentes do doente com cuidado, para limpar e remover o tártaro
dentário;
Além de escovar os dentes duas vezes por dia, usar espátulas orais com solução
de água oxigenada a 1,5% para limpar a boca a cada 2 a 4 horas;
Após cada higienização oral, aplicar hidratante para a boca na mucosa oral e
nos lábios para manter os tecidos humedecidos;
Aspirar frequentemente a cavidade oral/faringe.
Prótese dentária:
Quando o doente utiliza prótese dentária amovível, esta deve ser removida e
devidamente escovada e desinfetada com regularidade.
Materiais/Equipamentos:
Avental e luvas, embalagem de compressas esterilizadas para limpeza dos dois
olhos; ampolas de solução de cloreto de sódio a 0,9% (soro fisiológico) – uma para
cada olho; recetáculo de recolha de Resíduos.
Procedimento:
Colocar o avental;
Explicar o procedimento ao utente para obter o seu consentimento e
colaboração;
Certificar-se de que o utente está numa posição confortável, com a cabeça
inclinada para trás;
Higienizar as mãos;
Colocar todos os materiais num tabuleiro individualizado;
Calçar as luvas de procedimento cumprindo o momento indicado para a higiene
das mãos;
Verificar se há sinais de infeção nos olhos. Se houver, limpar 1.º o olho que não
apresenta sinais de infeção;
Humedecer levemente uma compressa em soro fisiológico, e limpar a pálpebra
inferior, no sentido do nariz para fora;
Usar uma compressa de novo a cada vez, limpar até que toda a serosidade ou
pus sejam removidos;
Descartar as compressas usadas no recetáculo de resíduos;
Materiais/Equipamentos:
Taça; corta-unhas ou tesoura (se disponível); lixa de unhas; loção ou creme de acordo com
a preferência do doente; Toalhas; material para desinfetar as unhas, recetáculo de recolha de
resíduos.
Procedimento:
Explicar o processo ao utente, para obter o consentimento e colaboração;
Realizar este procedimento na sequência do banho, se possível, deixando
amolecer as unhas numa bacia;
Inspecionar as mãos, dedos e unhas, observando todos os sinais de
ressecamento e a condição das unhas e cutículas;
Limpar as unhas enquanto os dedos estão em imersão;
Retirar os dedos da taça e secá-los cuidadosamente;
Cortar as unhas seguindo o formato normal das mesmas. Pode aparar as unhas
fazendo movimentos suaves com a lixa de unhas;
Aplicar o creme ou loção para hidratar;
O corta-unhas e/ou tesura do utente deve ser limpo, passado por álcool a 70º e
recolocado no respetivo armário ou mesa-de-cabeceira.
OBJETIVOS
Fornecer orientações que permitam melhorar os cuidados aos utentes
traqueostomizados nas UCCI.
ÂMBITO
Aplica-se em todos os Serviços/Departamentos das Unidades de Cuidados
Continuados afetos à União das Misericórdias Portuguesas, onde sejam prestados
cuidados de saúde a doentes com traqueostomia.
RESPONSABILIDADES
1) Pela implementação do Procedimento:
SIGLAS
CCI-UMP – Comissão de Controlo de Infeção da União das Misericórdias
Portuguesas
DESCRIÇÃO
As cânulas de plástico podem ser com ou sem “cuff” e possuem encaixes que
permitem ao doente falar e tomar banho.
Externa - que pode ser facilmente retirada para facilitar a limpeza de secreções
que normalmente ali se acumulam;
Cânula metálica
Imagem adaptada de : https://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/Comunicacao/19_traqueostomia_montado.pdf
Mudança da cânula
Reunir o material necessário:
Escova comprida tipo escovilhão;
Cânula interna limpa do mesmo número da que o doente está a utilizar;
Recipiente para receção da cânula;
Água oxigenada.
Despejar água morna ou água oxigenada e deixar a cânula imersa durante cinco
minutos, para facilitar a saída da matéria orgânica/sujidade.
Atenção: É importante que, após a mudança, a cânula suja seja imediatamente
limpa. Assim, esta estará disponível sempre que for necessária.
Se o nastro ficar muito apertado pode magoar o pescoço e, se ficar folgado, a cânula
pode exteriorizar-se acidentalmente quando o doente tosse ou espirra.
Retirar as fitas sujas com cuidado e colocar a limpa, fixa lateralmente ao pescoço.
Isso evita desconforto ao deitar e facilita a mudança. Não deve ser dado “laço”.
Atenção: Cuidado quando soltar o nastro, pois se o utente tossir com a cânula
solta, esta exterioriza-se do local. Logo, ao mudar o nastro é recomendado que
outra pessoa mantenha a cânula fixa junto ao pescoço.
Penso
Mudança do penso
Atenção: Não utilizar compressas cortadas para evitar que os fios entrem na
traqueostomia.
Odor
Banho
No banho de chuveiro, deve ser protegida a cânula, de modo a evitar que entre água pela
mesma. Os utentes mais debilitados devem ser acompanhados neste cuidado de higiene.
Alimentação
O utente poderá comer e beber o que gostar, de acordo com a sua situação clinica,
exceto se estiver a ser alimentando por sonda mesogástrica ou por gastrostomia.
Nestes casos, devem ser seguidas as orientações fornecidas pelo nutricionista.
É necessário que o utente coma em posição sentada e não se deite após a refeição.
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 4.4.1
Capítulo 4.4.2
Capítulo 4.4.3
Capítulo 4.4.4
Capítulo 4.4.5
Capítulo 4.4.6
Capítulo 4.4.7
Capítulo 4.5
Capítulo 4.6
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Capítulo 7.4
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XXI
V
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Capítulo 12.2