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CONTROLE DE INFECÇÃO

HOSPITALAR NA DIÁLISE

Enfª Valéria A. Luiz


CONTROLE DE INFECÇÃO
NA DIÁLISE
 O paciente renal crônico está sujeito a risco de
infecções por vários fatores, como:
imunossupressão, acesso vascular por períodos
prolongados, grande quantidade de procedimentos
invasivos, transmissão de agentes infecciosos pela
água do tratamento. Pelo ar, materiais e
equipamentos. Pela mão dos profissionais e a
grande quantidade de internações.
CONTROLE DE INFECÇÃO
NA DIÁLISE
 As infecções bacterianas que ocorrem com maior
frequência;
 Os locais de infecções mais frequentes são acesso
vascular, pulmonar, trato urinário, pele e outros
 A transmissão pode ocorrer por equipamentos,
reprocessamento inadequado de capilares,
contaminação da água, uso de solução e/ou
medicamentos contaminados e uso de desinfetantes
inadequados.
 CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR NA DIÁLISE
 
•Infecções Relacionadas à Acessos para Diálise:

Hemodiálise: cateteres temporários e permanentes


 
Diálise peritoneal: cateter peritoneal e peritonite
 
•Reações Pirogênicas: Tratamento de Água
 
•Soroconversão para hepatite B e hepatite C
MONITORIZAÇÃO E CONTROLE:
• Controle da higienização ambiental;

• Acesso vascular - inserção de cateter central para


HD;

• Manipulação e tempo de permanência do cateter


(curativo- mãos do manipulador e pele paciente);

• Reprocessamento das linhas e capilares


(desinfecção – sala de reprocessamento);

• Controle da infecção HIV; HBV e HCV;

• Precauções Padrão (Higienização das mãos e uso de


MONITORIZAÇÃO E CONTROLE:

• Relação staff X paciente

•Controle do espaço físico entre poltronas.

•Vacinação anti-hepatite B (pacientes e profissionais)

•Controle da qualidade da água;

•Treinamento sistematizado para a equipe de


enfermagem.
ACESSOS VASCULARES PARA HEMODIÁLISE

Acessos permanentes ou Acessos temporários:


Cateter Central de Duplo
semi-permanentes: Lúmen
§ Fístula Artério Venosa
§ Jugular
§ Enxerto - prótese
§ Subclávia
§ Permcath ®
§ Femoral
§ Permcath®
CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR E
DIÁLISE  


   Acidentes com Materiais Biológicos.

•  Reprocessamento de artigos: dialisadores e linhas


 
• Limpeza e Desinfecção de Pisos, Superfícies e
Equipamentos
  
•  Otimização do Uso de Antimicrobianos
 
•  Eventos Adversos
 
• Controle de Disseminação de Microrganismos.
Critérios Diagnósticos: Infecção
FAV
 

 
 
 

• Alterações no membro da FAV como edema, eritema,


hipertermia, celulite, com ou sem saída de secreção.

•  Alterações no local de punção: ponto purulento


  
 
•  Geralmente acompanhado de dor
  
 
• Pode ser acompanhado de bacteremia relacionada à
infecção – hemoculturas positivas sem outro foco
Medidas preventivas durante a
 
confecção cirúrgica da FAV:
 
 
 
 

• preparo de pele: antisséptico degermante


seguido
  de alcóolico
• antibioticoprofilaxia cirúrgica: de acordo com o
serviço
 
•  paramentação do cirurgião: barreira máxima
• cuidado no pós-op: utilização após maturação
Acesso Vascular Permanente HD
Fístula Arteriovenosa (FAV)

•Infecções relacionadas à procedimento cirúrgico:


confecção ou revisão

•Infecções relacionadas à manipulação em sala

Indicador: Episódios de Infecção x 100


Número de pacientes com FAV
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
INFECÇÃO FAV
 

 
 
 

• Alterações no membro da FAV como edema, eritema,


hipertermia, celulite, com ou sem saída de secreção.

•  Alterações no local de punção: ponto purulento


  
 
•  Geralmente acompanhado de dor
  
 
• Pode ser acompanhado de bacteremia relacionada à
infecção – hemoculturas positivas sem outro foco
PTFE:
Polytetrafluoretileno
MEDIDAS PREVENTIVAS
DURANTE MANIPULAÇÃO DE
FAV
   EM SALA
 
 
 

• Lavagem do braço da FAV: água e


sabão
  comum antes da punção
• Preparo de pele para punção: álcool a
70%
 
• Boa técnica de punção: evitar
hematomas
 
• “ button role” : atenção no preparo da
pele
Infecções Relacionadas a Acesso
Temporário

Cateter de Dupla Luz Temporário (CDL)

• Infecções relacionadas à inserção


• Infecções relacionadas à manipulação em sala
Critérios diagnósticos bem estabelecidos
• Indicador: Episódios de Infecção x 1000
Cateter dia
MECANISMO DE INFECÇÃO DO
CATETER
DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO
RELACIONADA A CATETER PARA
HEMODIÁLISE
 

1)
  Infecção de local de Inserção:
presença de secreção purulenta, edema ou hiperemia no
local de inserção do cateter na ausência de febre, com
hemocultura (quando colhida) negativa.
 
2) Infecção de Corrente Sanguínea sem sinais de infecção
local:
 
•presença de pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas:
febre ou calafrios, mal estar, inapetência, dor local, taquicardia
ou hipotensão em paciente sem outro foco provável de infecção
(deve ser realizada anamnese cuidadosa)
 
•cateter de dupla luz sem infecção de local de inserção. O
quadro de infecção relacionada a cateter é um quadro sistêmico,
persistente inclusive fora do momento da diálise. A hemocultura
é positiva.
3) Infecção de Corrente sanguínea relacionada a
cateter com sinais de infecção:

•presença de pelo menos um dos seguintes sinais e


sintomas: febre, mal estar, inapetência, dor local,
taquicardia ou hipotensão em paciente com infecção de
local de inserção do cateter.

•Importante: Quadro de calafrios em pacientes com


cateter, sem história sugestiva, após anamnese
cuidadosa, não é diagnóstico de infecção relacionado a
cateter
MEDIDAS PREVENTIVAS DURANTE
A INSERÇÃO DO CATETER:
•Localização: preferencialmente jugular,
desestimular femural
•Preparo de pele: anti-séptico degermante seguido de
alcoólico, (de preferência, Clorexidina)
•Barreira máxima: gorro, máscara, capote estéril, luva
estéril, campo estéril longo
•Lavagem das mãos: como para uma cirurgia
(escovação)
•“Check-list”: enfermagem checa medidas preconizadas
MEDIDAS PREVENTIVAS DURANTE
MANIPULAÇÃO EM SALA

• Em caso de uso inevitável de CDL sem cuff: otimizar


cuidados com cateter desde a inserção, manuseio e
manutenção

• Medidas de cuidados locais: desinfecção das conexões,


uso de pomadas no curativo e lock solutions
CATETER PERMICATH
INFECÇÕES EM DIÁLISE
PERITONEAL

- Infecção de local de saída


e/ou túnel

- Peritonite
PERITONITE
É uma complicação da Terapia de Diálise Peritoneal que
consiste na inflamação e infecção da membrana peritoneal
com presença de microorganismos.

Vias de contaminação:
QUAIS AS FONTES DE
CONTAMINAÇÃO NA DIÁLISE
PERITONEAL?

I - Fontes “exógenas” de infecção

A)Infecção extra-luminal:

•Infecção no túnel subcutâneo


•Infecção no orifício de saída
do cateter
•Vazamento de líquido o Extrusão do cuff
QUAIS AS FONTES DE
CONTAMINAÇÃO NA DIÁLISE
PERITONEAL?

B) Infecção Intra-luminal:

•Contaminação durante as trocas de bolsas


•Contaminação durante administração
de medicamentos
•Vazamento na bolsa
•Aquecer a bolsa em calor úmido
•Furo ou corte no equipo e/ou cateter
QUAIS AS FONTES DE
CONTAMINAÇÃO NA DIÁLISE
PERITONEAL?

I - Fontes “endógena” de infecção

•Via hematogênica
•Via intestinal ( ex: diverticulite...)
•Via tubas uterinas
COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO
DE PERITONITE?
o Sinais e sintomas : infecção

• Líquido turvo
•Febre
•Dor abdominal
•Náuseas / vômitos

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CET-2005
INFECÇÃO DE LOCAL DE SAÍDA
Edema, Hiperemia, drenagem secreção purulenta, dor

Saída de cateter sadia


PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES
Sempre lavar
muito bem as mãos antes de
qualquer manipulação do
cateter
e nas trocas
Inspecionar o local de saída do cateter
Verificar sinais precoces de infecção
Evitar trações acidentais do cateter

Manter boa higiene corporal

Observar integridade do
material
Usar máscara se gripado
TRATAMENTO DE PERITONITE E
INFECÇÕES DE SAÍDA CATETER
Peritonite:
- Coleta de líquido para culturais
- Início do protocolo de antibioticoterapia
- Acompanhamento do quadro
- Resgate dos culturais e ajuste do antibiótico

Infecção de saída do cateter:


- Coleta de Swabb
- Medidas locais e medicamentosas de acordo
com cada caso
- Resgate do cultural e ajuste do antibiótico
- Troca do cateter SN
RESOLUÇÕES DO MS
1.Normatização do Atendimento a pacientes com
Insuficiência Renal Crônica em Clínicas de Hemodiálise a
partir do Evento de Óbitos em Caruaru-PE (1996) – portaria
2042/1996
2.RESOLUÇÃO - RDC Nº 154, de 15 de junho de 2004:
PCPIEA – Programa de Controle e Prevenção de Infecção e
Eventos Adversos.
3.RESOLUÇÃO - RDC nº 11, de 13 de março de 2014:
Dispõe das boas práticas de funcionamento para os
serviços de diálise.
Qualidade da Água

Objetivos do controle da qualidade da água

•Reduzir o risco de complicações infecciosas

•Reduzir distúrbios metabólicos

•Água não é estéril


A contaminação depende da capacidade de crescimento
bacteriano adaptado ao meio de solução.
 
 
TRATAMENTO DA ÁGUA
 

 
— Evitar a formação de biofilme
- Matriz glicoproteica extracelular, produzida por
bactérias, que se adere ao sistema de distribuição de
água, devido á estagnação de líquido e inadequado
escoamento
   das águas;
  
- O sistema de distribuição deve ter o mínimo
possível de ramificações;
- As instalações devem ser externas e de fácil
acesso;
- Reservatório de fundo cônico
a portaria estabelece padrões de pureza da água
destinada a hemodiálise, que seguem os
parâmetros listados. Para chegar aos valores
relacionados na tabela, é necessário que a água
passe por uma bateria de analises sejam eles
condutividade, ph, matéria orgânica etc...
RESOLUÇÃO-RDC Nº 11, DE 13 DE
março DE 2014
Requisitos de boas práticas de funcionamento para os Serviços de Diálise e dá
outras providências

 Necessidade de redefinir os critérios mínimos para o


funcionamento e avaliação dos serviços públicos e privados
que realizam diálise em pacientes ambulatoriais, portadores de
insuficiência renal crônica, bem como os mecanismos de sua
monitoração; considerando a necessidade de redução dos
riscos aos quais fica exposto o paciente que se submete à
diálise.
PROTOCOLO

Para se alcançar uma água com as exigencias


apresentadas pela Portaria é necessário que uma
série de pontos sejam observados:

 Equipamento adequado.

 Controle dos contaminantes

 Acompanhamento dos resultados.


Manuseio d a Máquina de Hemodiálise
• Pode ser utilizada em
mais de um paciente
na mesma unidade do
hospital ou em
unidades diferentes
Pontos Críticos:
•Painel de controle
•Garras
•Ponteiras para aspirar concentrados
•Apoio superior
•Todo gabinete externo
HEPATITES VIRAIS
- Doença infecciosa que lesiona as células hepáticas ( Hepatócitos)

- Sintomas inespecíficos, incluem: mal-estar, fadiga,inapetência,


náuseas, vômitos, dores articulares e musculares

- Formas de contaminação: Oral (Hepatite A)


Sangue, fluidos corporais (Hepatite B; C ...)
HEPATITES VIRAIS

Tipo Hepatite Agente causador Incubação Anticorpo

B HBsAg ou HVB +- 90 dias


AntiHbsAg
ou
AntiHBc

C HCV até meses


Anti HcV

Transmissão: Sangue, fluidos corporais


HEPATITES VIRAIS

Tratamento:

Hepatite B: não há tratamento específico

Hepatite C: na forma aguda não há tt° específico, na forma crônica


há resultados significativos com o uso de interferon

Pode progredir cronicamente, levando a tumores de fígado (Hepatocarcinoma)


e cirrose hepática
HEPATITES VIRAIS
Medidas importantes
para prevenção

- Evitar contato com sangue e derivados


- Fazer rigorosa triagem de doadores de sangue
- Equipe da saúde fazer uso dos EPIs
- Proteger-se nas relações sexuais
- Vacinar-se contra Hepatite B
- Seguir as orientações padronizadas no controle
de infecções
Você sabe qual é o ato, tradicionalmente,
mais importante para a prevenção e o controle
das infecções hospitalares?
LAVAR AS MÃOS
 “O controle e prevenção de infecção deve
transcender o papel de mera resposta às
determinações legais, mas ser um dos
principais braços de apoio à qualidade
assistencial.

 O controle e prevenção de infecção exige


uma constante reciclagem, no que diz
respeito ao aspecto científico. O efetivo
controle de infecção somente se faz de
modo multidisciplinar, com a colaboração de
todos os profissionais envolvidos na
assistência ao paciente”.
E na Hemodiálise, o que a equipe
deve fazer para nos proteger?
- Seguir normas e rotinas do serviço
- Proteger o paciente ofertando um atendimento seguro
- Realizar os procedimentos técnicos com critério
- Manter equipamentos e materiais sempre limpos e desinfectados de
acordo com as normas e rotinas
- Utilizar EPIs
- Não expor o paciente a riscos
- Manter-se atualizado na área de atuação
- Qualificar-se cada vez mais ...
E principalmente pensar:

O que eu tenho de condições de mudar para melhorar o que


está ao meu redor...
Cada grupo deve, dentro do
item, relacionar alguns tópicos
que considera importante para
atingir a meta
Seguir normas e
rotinas do serviço
Proteger o paciente
ofertando um
atendimento seguro
Realizar os
procedimentos
técnicos com critério
Manter equipamentos e materiais
sempre limpos e desinfectados de
acordo com as normas e
rotinas
Utilizar EPIs
Não expor o paciente
a riscos
Manter-se atualizado
na área de atuação
Qualificar-se cada
vez mais ...

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