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Acessos vasculares

Definições, complicações e
cuidados
Definição
• Acesso Vascular é o recurso que permite obter-se
grandes fluxos de sangue, possibilitando a
realização de métodos extracorpóreos, tais como
a hemodiálise.
• O acesso vascular permite a conexão do sistema
circulatório do paciente com o sistema
extracorpóreo da máquina de hemodiálise.
• Característica de um bom acesso vascular:
– Permitir a circulação de um alto fluxo de
sangue;
– Permitir um fluxo constante de sangue;
Tipos
• Acesso venoso
temporário (CVC)

• Acesso venoso
permanente
(FAV, Permicath, Enxerto)
Temporários
• Pode durar de horas a semanas e é
obtido por meio de inserção percutânea
de um cateter em veias de grande calibre
(jugular interna preferencialemente);

• São utilizados em pacientes:


– Com doença renal aguda;
– Com doença renal crônica em
situações de emergência, quando é
imprescindível realizar o tratamento
e não há tempo de fazer um acesso
permanente;
Temporários
• Também podem ser utilizados em que não há
possibilidade de acesso permanente:
– Crianças
– Pacientes idosos
– Pacientes com doenças vasculares severas
– Pacientes com baixa expectativa de vida

O cateter que pode ser utilizado em uso


prolongado é o chamado Perm-Cath. Esse cateter
possui um cuff de feltro que reduz a incidência de
infecção, pois esse funciona como uma barreira
contra bactérias.
Complicações do acessos
temporários
• Disfunção precoce
– Disfunção inicial por mau funcionamento, torção ou
trombose intra-cateter – Requer reposicionamento ou
substituição do cateter
• Disfunções tardias
– Obstrução – ocorre a formação de coágulos de fibrina ou
trombos na ponta ou parede do cateter – requer o uso de
trombolíticos para a desobstrução
– Estenose, trombose venosa profunda – proveninete de
lesão no local de inserção do cateter (comum após a
retirada de do cateter em veia subclávia).
Complicações
infecciosas
• Infecção do local de saída do cateter: caracterizada por edema, dor,
hiperemia local, secreção purulenta, ausência de febre e hemocultura
negativa. Requer retirada do cateter se o quadro evoluir para uma
infecção sistêmica.
• Infecção sistêmica: apresenta-se por febres e calafrios, acompanhado
ou não de manifestações locais. É um quadro generalizado
persistente, inclusive for a da sessão de diálise. A hemocultura
normalmente é positiva.
• Endocardite – quadro infeccioso de progressão lenta posterior ou
durante o uso do cateter. O paciente mantém febre e bacteremia
persistente mesmo após o tratamento e retirada do acesso.
• Extrusão – É a exteriorização parcial ou total do cateter. Também é
uma complicação não infecciosa frequente e ocorre por eliminação
espontânea do ponto de sutura, ou por infecção no local de saída.
• Vias de contaminação dos acesso
temporários:
– As mãos dos profissionais;
– Migração da própria microbiota da pele do
paciente;
– Contaminação dos conectores do cateter;
– Contaminação do lúmem durante a diálise;
– Infusão de fluídos contaminados;
– Infecções sistêmicas durante a bacteremia.
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Vigilância do cateter
• Aparência do curativo: sujidades, fixação, lesão da pele em
torno do curativo, se houve troca do mesmo pelo
paciente;
• Aspecto do local de inserção: sinais de infecção,
sangramento, integridade da pele, presença do ponto de
fixação e integridade do cateter;
• Queixas do paciente: febre, calafrios, dor no local e outros,
mesmo for a da sessão de diálise.
Cuidados com o cateter
• Fixar as linhas de sangue no corpo do paciente,
evitando tracionar o cateter;
• Evitar a manipulação do cateter para se obter
melhor fluxo (girar, retirar o ponto de
fixação,puxar o cateter). Essa técnica não deve ser
realizada pois pode romper o biofilme externo
aumentando o risco de infecção;
• Somente o enfermeiro e o médico deverão
manipular o cateter e tomar as medidas
necessárias;
• Seguir fielmente a rotina de cuidados com o
cateter estabelecida pela empresa (POP Curativo
CVC).
Educação do paciente
• Evitar manipulação do cateter
• Não permitir a coleta de sangue ou a administração de
medicamentos por pessoas estranhas à unidade de
diálise;
• Manter o curativo seco (evitar molhar durante o banho);
• Evitar tracionar os ramos do cateter;
• Informar à clínica qualquer anormalidade (sinais de
infecção, sangramento, descolamento do curativo e
outros).
Acesso permanente - FAV
• É construída por meio de cirurgia, na qual é
realizada a anostomose entre uma artéria
e uma veia, o que permite obter uma
maior volume de sangue e aumento do
calibre da veia, facilitando sua punção.

• Maturação: período necessário para que


ocorra a dilatação da veia nutriente e da
arteria. Neste intervalo o fluxo da Fav
aumenta e a parede da veia fica mais
espessa, facilitando a inserção da agulha,
reduzindo os riscos de infiltração.

Obs.: Esse período não será respeitado ÚNICA


E EXCLUSIVAMENTE por indicação médica.
Enxerto
• Contruído por meio de cirurgia, onde se faz uma
anastomose subcutânea da extremidade de uma
prótese tubular, de material artificial
biocompatível , ligando uma artéria a uma veia.
• Maturação: 3 a 4 semanas após a inserção.
Considera-se o acesso maduro quando não há
mais edema e eritema local e o percurso do
enxerto é facilmente palpável.
Cuidados Punção
• Seguir todos os cuidados de assepsia;
• Averiguar se o paciente lavou o braço do acesso
com água e sabão antes da punção;
• Palpar e avaliar as condições do acesso antes da
punção: frêmito e permiabilidade do vaso;
• Inspecionar o acesso para detectar possíveis sinais
de infecção: dor, hiperemia, edema e presença de
secreção;
Cuidados com a punção

• Selecionar os pontos de punção variando os locais para


evitar a formação de aneurismas;
• Fazer antissepsia com ácool a 70%, através de movimentos
de dentro para for a, sem retornar ao local que já foi
limpo;
• Em pacientes com enxerto utilizar clorexidine alcoólica
(0,5%) para antissepsia. Orientar que o paciente não deve
tocar ou soprar o local, evitando contaminar a área já
preparada.
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Técnica

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Técnica

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Remoção das agulhas
Complicações
• Infecção de sítio cirúrgico superficial ou profunda – presença de pelo
menos um dos sinais e sintomas: secreção purulenta, edema, hiperemia
ou hipertermia no local da incisão cirúrgica associada ou à febre,
identificado após manipulação cirúrgica para confecção de FAV ou para
revisão cirúrgica, em até 1 mês da data de manipulação.
• Infecção de FAV – infecção tardia em FAV. Presença de pelo menos um
dos sinais e sintomas: secreção purulenta, hiperemia ou hipertermia,
edema no trajeto da FAV ou em seus locais de punção, identificados em
paciente que não foi submetido à manipulação cirúrgica no último mês.
A punção de FAV pode estar
contra-indicada na
vigência de infecção local,
dependendo a gravidade
e extensão da área acometida,
pelo risco de infecção sistêmica.
Complicações
• Hematoma – diretamente relacionado ao
procedimento de punção. Temos um hematoma
sempre que ocorre extravasamento de sangue de
um vaso para tecidos circunviznhos.
– Causas:
– Transfixação do vaso por punção incorreta
– Fragilidade vascular
– Traumatismos
Cuidados
• Orientar e controlar (solicitar) a lavagem do membro da FAV antes da
punção.
• Pacientes com FAV em membro inferiores deverão ser orientados a
realizar a lavagem do membro no banheiro antes de entrar na sala
(menor exposição do paciente) ou a lavagem deverá ser feita pelo
técnico de enfermagem antes da punção, com água e sabão e auxílio de
uma gaze.
• Realizar técnica correta (movimento circular de dentro para fora) de
antissepsia do membro. Lembrar sempre de realizar uma nova
antissepsia quando houver palapação do vaso.
• As soluções antissepticas utilizadas são: clorexidina em curativos de
cateter e punção de enxertos e álcool à 70% em punção de FAV.
Cuidados
• Quando ocorre um hematoma:
• Aplicar compressa de gelo imediatamente
no local para facilitar a vasoconstrição;
• Caso o paciente tenha sido heparinizado,
nunca tirar as agulhas durante a diálise;
• Orientar o paciente para colocar compressas
frias durante as primeiras 24 horas e
porteriormente compressas mornas, para
acelerar o processo de absorção do sangue.

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