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INTRODUÇÃO

O cateter central de inserção periférica (CCIP), Central Catheter of Peripheral Insertion


(PICC, como é mais conhecido), foi inicialmente desenvolvido para ser utilizado em unidade
neonatal e em crianças por se tratar de um cateter fino e maleável inserido por punção periférica.
Logo a nova tecnologia começou a ser usada também em adultos. Hoje em dia, os hospitais vem
fazendo uso do PICC pela demonstrada qualidade dos cateteres, em substituição a punções
centrais tradicionais para os doentes que necessitam de um acesso central para infusão de drogas
irritantes, diminuindo também o número de punções venosas periféricas durante o tratamento.

CONCEITO

O PICC é um dispositivo vascular de inserção periférica com localização central, com lúmen
único, duplo ou triplo, constituído de poliuretano, silicone ou uma combinação dos dois materiais.
Sua constituição é bio e hemocompatível, menos trombogênica que outros tipos de materiais, e por
esta razão tem potencial de ser mantido no paciente por períodos prolongados.

O ideal é que a ponta do PICC resida na veia cava superior para inserções na parte superior
do corpo, e na veia cava inferior, acima da linha do diafragma, quando inseridos em membros
inferiores.

INDICAÇÕES

● Prematuridade
● Necessidade de obter e manter acesso venoso confiável por período prolongado – maior
que 7 dias;
● Infusão de Nutrição Parenteral Prolongada (NPP);
● Infusões de soluções vesicantes e irritantes;
● Infusões de soluções com extremos de osmolaridades e de pH;
● Necessidade de infusão de grandes quantidades de volume;
● Infusão de drogas vasoativas;
● Terapia domiciliar.

CONTRA-INDICAÇÕES

● Administração de grandes volumes “em bolus” e sob pressão;


● Lesões de pele no local e nas proximidades do local de inserção;
● Presença de alterações anatômicas (estruturais ou venosas).
● Fraturas;
● Presença de trombocitopenia ou coagulopatia;
● Deficiência de acesso venoso periférico;
● Plaquetopenia severa;
● Utilização de medicamentos com efeito anticoagulante/prevenção de trombose profunda;
● Doença cardíaca ou edema: veias de difícil acesso e risco de sobrecarga volêmica;
● Mastectomia: circulação comprometida quando de esvaziamento axilar;
● Hemodiálise: frente ao risco de atingir a fistula arteriovenosa.

*Não há contra-indicação absoluta para a inserção do PICC a não ser ausência de acesso
vascular. Contudo, todas as situações acima devem ser avaliadas.

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VANTAGENS E DESVANTAGENS

Vantagens relacionadas aos pacientes:


● Manter preservado o sistema vascular periférico;
● Menor risco de infecção em relação a outros dispositivos vasculares centrais;
● Melhor hemodiluição das drogas, diminuindo a agressão ao sistema vascular;
● Redução da exposição a múltiplas punções dolorosas, favorecendo o desenvolvimento
neuropsíquico.

Vantagens relacionadas à equipe / instituição


● Diminuição do estresse da equipe pelas punções repetitivas;
● Possibilidade de inserção do cateter por equipe multiprofissional (enfermeiro e médico);
● Maior relação custo/benefício;
● Inserção à beira do leito (consultório, ambulatório, residência);
● Baixo risco de flebites e outras complicações;
● Promoção de um acesso vascular seguro;

Vantagens relacionadas a outros dispositivos venosos centrais


● Fácil procedimento de inserção e implante pela equipe multiprofissional;
● Menores riscos de pneumotórax e hemotórax;
● Menor risco de infecção.

Desvantagens
● Menor eficácia na coleta de sangue (quando cateter menor que 3 FR);
● Menor eficácia na administração de hemoderivados (quando cateter menor que 3 FR).

⮚ As complicações podem ocorrer com qualquer dispositivo intravascular, como:


● obstrução;
● ruptura do cateter;
● flebite;
● infecção da corrente sanguínea;
● mal posicionamento com risco de infiltração;
● arritmia cardíaca.
● deslocamento do cateter;
● trombose venosa

Os possíveis fatores de risco devem ser conhecidos pelo enfermeiro/médico que deve planejar
e avaliar o cuidado prestado.
A taxa de complicações relacionadas ao PICC é aceitável, na maioria dos casos, e ele pode ser
inserido por um profissional não médico, como o enfermeiro. Recomenda-se seleção criteriosa das
veias e que a inserção seja realizada por profissional qualificado por curso de capacitação. A
manutenção desse dispositivo intravascular deve ficar a cargo da equipe de enfermagem dedicada
e educada para esse fim.

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BASES ANATÔMICAS

Pele

Funções da pele:

● Isolante térmico;
● Proteção contra agentes físicos e químicos, além de ser uma barreira mecânica;
● Proteção contra invasão bacteriana;
● Controle de entrada e saída de líquidos e eletrólitos: por meio da ação das glândulas
sudoríparas e porosidade da pele.
● Percepção de informações do meio ambiente; detecta alterações de dor, temperatura,
pressão e tato;
● Receptora dos raios solares para a formação de vitamina D.

Fatores que interferem na estrutura da pele


Alguns fatores externos alteram a estrutura da pele, principalmente da epiderme, já que está em
contato direto com o meio externo:

● Luz solar, pressão, abrasão: propiciam maior vulnerabilidade na função de defesa,


acarretando maior enrijecimento e consequente dificuldade de punção. A utilização de anti-
sépticos também é considerada um fator externo de interferência com a integridade dérmica;

● Idade: variam desde a imaturidade tecidual em neonatos traduzida por maior fragilidade e
risco de infecção até aquelas relacionadas com aumento da idade, traduzidas por morte e
perda celular, fissuras e soluções de continuidade.

Colonização da Pele
A pele é um local fértil para o crescimento bacteriano devido ao calor e umidade que
apresenta. Podem ser encontrados na pele até 10.000 microrganismos/cm3. A flora cutânea
superficial pode ser classificada em:

Flora Residente
• É constituída por germes não patogênicos;
• Está sempre presente (permanente);
• Exerce efeito de proteção quanto ao aparecimento de microrganismos patogênicos;
• Ocasionalmente pode tornar-se patogênico em imunodeprimidos;
• Encontra-se na superfície cutânea e nos folículos pilosos;

Flora Transitória:
• Microrganismos não presentes habitualmente na superfície cutânea e se encontram por
contaminação acidental, a partir do tubo digestivo ou do ambiente;
• No ambiente hospitalar reflete o ecossistema microbiano ambiental, com microrganismos
resistentes aos antibióticos;
• Flora não colonizante, varia dia-a-dia;
• Pode ser erradicada pela lavagem das mãos e uso de antissépticos;
• Pouco sobrevive na pele;
• Contaminação pelas mãos;

SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGUÍNEO

O sistema circulatório sanguíneo compreende aproximadamente 97.000 quilômetros de


vasos que transportam o sangue para todas as partes do corpo e destas para o coração. O sistema
circulatório é composto por: coração, artérias, veias, capilares.
Sistema Venoso em Membro Superior:

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A veia cefálica tem origem na rede de vênulas existente na metade lateral da região da mão.
Em seu percurso ascendente ela passa para a face anterior do antebraço, a qual percorre do lado
radial, sobe pelo braço onde ocupa o sulco bicipital lateral e depois o sulco deltopeitoral e em
seguida se aprofunda, perfurando a fáscia, para desembocar na veia axilar.
A veia basílica origina-se da rede de vênulas existente na metade medial da região dorsal
da mão. Ao atingir o antebraço passa para a face anterior, a qual sobe do lado ulnar. No braço
percorre o sulco bicipital medial até o meio do segmento superior, quando se aprofunda e perfura a
fáscia, para desembocar na veia braquial medial.
A veia mediana do antebraço inicia-se com as vênulas da região palmar e sobe pela face
anterior do antebraço, paralelamente e entre as veias cefálica e basílica.
Nas proximidades da área flexora do antebraço, a veia mediana do antebraço se bifurca, dando a
veia mediana cefálica que se dirige obliquamente para cima e lateralmente para se anastomosar
com a veia cefálica, e a veia mediana basílica que dirige obliquamente para cima e medialmente
para se anastomosar com a veia basílica.

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Sistema Venoso Membro Inferior

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Veia Safena Magna: origina-se na rede de vênulas da região dorsal do pé, margeando a borda
medial desta região, passa entre o maléolo medial e o tendão do músculo tibial anterior e sobe pela
face medial da perna e da coxa.
Nas proximidades da raiz da coxa ela executa uma curva para se aprofundar e atravessa
um orifício da fáscia lata chamado de hiato safeno.

A Veia Safena Parva: origina-se na região de vênulas na margem lateral da região dorsal do pé,
passa por trás do maléolo lateral e sobe pela linha mediana da face posterior da perna até as
proximidades da prega de flexão do joelho, onde se aprofunda para ir desembocar em uma das
veias poplíteas.
A veia safena parva comunica-se com a veia safena magna por intermédio de vários ramos
anastomóticos.

Veias da Cabeça e Pescoço

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Tipos de fluxo sanguíneo

Existem dois tipos de fluxo sanguíneo: o laminar e o turbulento.

FLUXO LAMINAR: O sangue flui em movimentos circulares concêntricos, neste tipo de fluxo
quando se instala um cateter este flutua geralmente no centro do vaso. Exemplo de fluxo laminar:
Veia cava superior, veia cava inferior, veia basílica, subclávia, veia poplítea.

FLUXO TURBULENTO: O sangue circula em movimentos irregulares e aleatórios, geralmente em


vasos que recebem drenagem de vários vasos menores. Quando instalamos cateter em vaso de
fluxo turbulento ele não tende a permanecer no centro do vaso e os movimentos irregulares do
sangue faz com que o cateter bata na parede do vaso podendo provocar flebite. Exemplo de vaso
cujo fluxo é turbulento: veia cefálica, veia safena.

As veias são aptas a formar conexões ou anastomoses mais facilmente que as artérias,
resultando em um rico fornecimento colateral quando uma veia se torna obstruída. Por exemplo,
veias vizinhas alargam-se para suportar o retorno venoso quando a veia subclávia está trombosada.

Válvulas venosas
As válvulas são projeções semilunares da túnica íntima, recobertas pelo endotélio e
reforçadas por colágeno e fibras elásticas. Quando o sangue flui de uma forma retrógrada, a válvula
fecha, prevenindo o retorno do fluxo. Isso explica a aparência de “nós” em veias da extremidade
inferior com válvulas distendidas cronicamente. Muitas veias calibrosas como as veias: cava
superior e inferior tanto como aquelas da cabeça e pescoço não têm válvulas e a gravidade ajuda
o sangue fluir adequadamente da cabeça e pescoço, enquanto a pressão negativa intratorácica
promove o fluxo da cabeça e pescoço e da veia cava inferior. Danos causados a essas válvulas
pela inserção traumática de um cateter venoso podem levar a formação de trombos.

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PROCESSO DE INSTALAÇÃO DO PICC

Consulta pré-instalação do PICC

Preparo do paciente e familiares. Orientar sobre:

● Propósito da terapia;
● Procedimento de inserção;
● Limitação de mobilidade e cuidados básicos;
● Aprovação de inserção com consentimento informado.

Avaliação para verificação da passagem do cateter

● A avaliação do paciente e a passagem do cateter podem ser feitas dentro das 24 horas após
a solicitação ou de acordo com protocolo institucional estabelecido;
● Após a avaliação o enfermeiro deve registrar o exame físico e a tomada de decisão em
prontuário;
● Orientar a equipe de assistência sobre os locais que deverão ser puncionados até a
passagem do PICC.

Escolha do vaso

● As veias preferenciais para inserção são: basílicas, cefálica, mediana cubital, safenas,
axilares ou jugulares como última opção (no neonato e criança) e basílicas, mediana cubital,
cefálica ou jugulares como última opção (no adulto);
● Características das veias escolhidas: palpáveis, calibrosas, com trajeto o menos tortuoso
possível para permitir posicionamento da agulha introdutória e progressão do cateter;
● O local da inserção e região adjacente deverão apresentar pele integra e não apresentar
sinais de hematomas, infecções (celulites, flebites, abscessos) ou alterações anatômicas.

Estruturas Associadas

Quando tratamos de uma técnica de inserção de um cateter por veia periférica, devemos
estar atentos para as outras estruturas anatômicas que compõem o membro escolhido,
buscando prevenir acidentes e possíveis problemas, principalmente no ato da punção venosa.
ARTÉRIAS: as principais artérias de membros superiores são: ulnar, radial e braquial.

Escolha preferencial das veias do recém-nascido e as razões:

● a) BASÍLICA: primeira escolha, larga em região cubital, mais lateralizada no antebraço e


com 04 a 08 válvulas;
● b) CEFÁLICA: menos calibrosa que a basílica, curso variável, de 06 a 10 válvulas, lado
radial do antebraço, ângulo acentuado quando une com a axilar dificultando progressão do
cateter, potencial risco para flebite e mau posicionamento;
● c) AXILAR PARA GRANDES VOLUMES: veia larga, união da basílica com a braquial.
Atenção adicional se deve ter para não puncionar a artéria braquial; difícil punção.
● d) TEMPORAL: Tamanho variável, adjacente com a artéria temporal, não muito segura;
● e) POSTERIOR AURICULAR: tamanho variável, mais frágil;
● f) JUGULAR EXTERNA: proeminente e mais visível, pode aceitar um cateter de maior
calibre, além de apresentar pouca distância para o sistema venoso central pela inserção do
lado direito; difícil fixação do curativo, local quente e úmido maior risco de infecção.
● g) GRANDE SAFENA: região mediana da perna, veia longa, de 07 a 15 válvulas, pode
desenvolver edema de MMII; trajeto longo, pode não progredir porem é uma opção quando
outros vasos não estão preservados.
● h) PEQUENA SAFENA: região lateral da perna, pequeno diâmetro, tortuosa;
● i) FEMORAL: Abaixo do acesso do ligamento inguinal, de difícil posicionamento.

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As principais veias que podem ser utilizadas para a colocação de PICC em lactentes jovens

Escolha do cateter

● Usar cateter com o calibre e comprimento proporcionais aos da veia selecionada e da


terapia proposta, usando sempre que possível menor calibre de cateter para maior calibre
de veia, segundo padronização do hospital;
● Dar preferência a cateter de lúmen único - cada lúmen aumenta a manipulação em 15 a 20
vezes por dia, aumentando o risco de infecção da corrente sanguínea associada ao cateter;
● Adequar as configurações (frech, nº lumens, priming) ao tratamento proposto. (Considerar
que, segundo informações dos fabricantes, um cateter de 2 FR tem um priming de 0,15 ml
e comporta 27 ml/h por gravidade e 191 ml/h em BI; um cateter de 1,9 FR de silicone tem
um priming de 0,13 ml e suporta 35ml/h por gravidade e 200 ml/h por BI).

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Analgesia

Medidas não farmacológicas utilizadas para o RN:

● A sucção não nutritiva associada a 0,5 ml de solução glicosada à 25% deve ser oferecida
momentos antes do início da degermação e durante todo o procedimento do PICC.

Medidas farmacológicas:

● Poderá ser administrado para todo RN, independente do uso de ventilação mecânica ou
não, dose mínima de sedação antes do início do procedimento, ou seja, antes do início da
degermação.

Botão anestésico (anestesia local)

A anestesia local é alcançada por meio da administração de anestésicos locais, capazes de


bloquearem a condução nervosa, quando aplicados localmente no tecido nervoso em concentração
apropriada e prescrita.
A decisão da administração do anestésico local deve ser compartilhada entre médico prescritor,
enfermeiro executante e paciente/família.

Materiais necessários:
• Agulha 13 x 4,5;
• Agulha 25 x 8;
• Anestésico prescrito;
• Seringa (5ml ou 10ml).

Procedimento
• Equipe médica prescreve o anestésico a ser administrado.
• Enfermeiro habilitado escolher o vaso de instalação do cateter e administra o anestésico
prescrito ao redor do vaso a ser puncionado (via intradérmica). Em seguida aguarda alguns
segundos para a formalização do efeito anestésico.
• Prosseguir com o procedimento de instalação do cateter.

Recursos Humanos

É possível que o procedimento de inserção do cateter seja realizado por um único


profissional, mas o ideal e recomendado é que seja feito por 2 profissionais. O profissional que vai
realizar a punção e progressão do cateter deve ser habilitado (portador de certificado de curso de
PICC).

Localização do cateter

O cateter é considerado posicionado em nível central quando se localiza dentro dos limites
do tórax. A posição ideal da ponta do cateter inserido em membros superiores, jugular ou cabeça é
no terço inferior da veia cava superior, e quando inserido a partir de membros inferiores, a ponta
deverá localizar-se no terço superior da cava inferior.

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Passo para a Inserção do PICC

Materiais necessários

● Cateter (introdutor + cateter);


● Campo cirúrgico estéril (ideal são 04 campos simples; 01 campo fenestrado; 02 aventais de
manga longa)
● gorro e máscara;
● Fita métrica;
● 01 cuba esterilizada;
● 01 tesoura;
● 01 pinça anatômica;
● 04 pacotes gaze estéril;
● 01 frasco de 100mL com solução salina a 0,9% (para permeabilizar o cateter, fazer o flush
durante a progressão do cateter e lavar dispositivos caso sejam necessárias novas
punções);
● 02 luvas estéreis;
● 01 seringa de 10 ml;
● 01 agulha 40x12;
● 01 curativo transparente estéril;
● 01 frasco com clorexidina degermante a 2%;
● 01 frasco com clorexidina alcoólica a 0,5%;

* Em RNs com peso <1500g ou idade gestacional <30 semanas, deverá ser priorizado o uso da
clorexidina aquosa (0,2%) quando disponível; quando não disponível, utilizar-se a clorexidina
alcoólica a 0,5% em quantidade suficiente para antissepsia e rápida secagem.

Técnica de inserção do PICC

Crianças e neonatos

a) Medidas prévias à inserção do PICC

● Higiene das mãos com água e sabão ou uso de antisséptico padronizado;


● Avaliar as condições clínicas do RN;
● Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento (atentar para o
calibre do cateter escolhido);
● Colocar o RN em berço aquecido, posicionado em decúbito dorsal, e posicionar o membro
selecionado para punção em ângulo de 90º em relação ao tórax, se membro superior, ou
em semi-flexão, se membro inferior; (a passagem também pode ser realizada na incubadora
a dificuldade é que no caso de incubadora pelo fato da mesma permanecer aberta isto faz
com que o RN perca calor e pode dificultar a passagem do cateter);
● Garrotear o membro escolhido para a punção;
● Realizar o exame físico dos vasos sanguíneos através da técnica de inspeção e palpação;
● Mensurar com a fita métrica:
● Na inserção de PICC em membros superiores: distância entre o possível ponto de punção
e a articulação escápulo-umeral, e deste ponto até a fúrcula esternal e anotar a medida;
● Na inserção de PICC em membros inferiores: distância entre o possível ponto de punção e
a articulação fêmur-acetabular, deste ponto até a cicatriz umbilical; anotar a medida;
● Para a realização do procedimento de medida o profissional que fará a punção deverá ser
auxiliado por outro profissional.

b) Degermação e antissepsia do membro / sítio de inserção

● Aplicar medidas farmacológicas e/ou não farmacológicas para dor;


● Iniciar a degermação colocando gorro e máscara (todos os profissionais envolvidos no
procedimento);
● Higienizar as mãos com sabonete líquido comum e água ou antisséptico padronizado;

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● Preparar material pra degermação do(s) membros(s);
● Lavar as mãos;
● Calçar luvas estéreis;
● Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar
degermação do(s) membros(s) e/ou sítio(s) de inserção com clorexidine degermante, retirar
o excesso com gazes e secar com gazes secas. Por último realizar assepsia com gazes
embebidas em clorexidina alcoólica. Deixar evaporar espontaneamente por no mínimo 60
segundos ou até estar visivelmente seco, e envolver completamente o membro/sítio de
inserção com a campo estéril.

c) Inserção do cateter

● Fazer assepsia das mãos;


● Vestir o avental e calçar luvas estéreis;
● Posicionar os campos estéreis;
● Receber os materiais estéreis abertos pelo profissional auxiliar e dispô-los na mesa;
● Preencher a seringa de 10mL com esta solução e deixar na mesa;
● Lubrificar o cateter com a solução salina a 0,9%;
● Conferir e medir o cateter com a fita métrica estéril;
● Posicionar o campo fenestrado no membro selecionado para inserção; segurar o membro
com gaze estéril e antes de descansá-lo no campo fenestrado;
● Garrotear o membro escolhido, quando adequado;
● Posicionar o bisel do introdutor para cima;
● Executar a punção introduzindo até 2/3 da agulha (avaliar cada caso conforme calibre e
características do vaso)
● Soltar o garrote antes de iniciar a progressão do cateter pelo introdutor;
● Introduzir o cateter lentamente na luz do vaso através do introdutor, com auxílio da pinça
anatômica;
● Avançar por completo o cateter utilizando a pinça auxiliar até alcançar a medida aferida
previamente;
● Retirar o fio guia (se houver);
● Testar a permeabilidade do cateter, com solução salina a 0,9% em seringa de 10mL;
● Realizar flush frequente com solução salina a 0,9%, em seringa de 10mL, devido ao risco
de obstrução do cateter;
● Romper o introdutor do cateter conforme orientação do fabricante;
● Preparar curativo transparente;
● Realizar a limpeza do sítio de inserção com gaze e solução salina a 0,9%;
● Fixar o cateter da seguinte forma:
● Usar uma das duas tiras maiores para fixar as abas (hub) do cateter na pele do bebê, sem
esticar, para evitar o garroteamento do membro;
● Colocar uma dobra de gaze previamente cortada no sítio de inserção sobre o cateter;
● Colar o curativo transparente, centralizando o local de inserção do cateter (manter leve
compressão local com gaze estéril).
● Colar o segundo pedaço maior do fixador estéril sobre as abas do cateter.
● Identificar o curativo (nome do profissional e data).
● Retirar os campos e retirar a paramentação;
● Lavar as mãos;
● Solicitar a radiografia (tórax para MMSS e cabeça e tórax+abdome para MMII) do paciente
para confirmar a posição do cateter.
● Após a confirmação da localização central do cateter, liberá-lo para início de infusão
contínua e medicamentos específicos para seu uso.
● A não confirmação da localização do cateter indica ações de sua retirada ou mudança de
solução prescrita.
● Fazer os registros na ficha de protocolo do PICC de acordo com cada instituição.

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Técnica de inserção do PICC no adulto

a) Medidas prévias à inserção do PICC

● Orientar o paciente quanto ao procedimento da passagem do cateter e solicitar a assinatura


do termo de consentimento informado;
● Higienizar as mãos;
● Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento;
● Avaliar as condições clínicas do paciente;
● Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção em
ângulo de 90º em relação ao tórax;
● Garrotear o membro escolhido para punção;
● Realizar o exame físico dos vasos sanguíneos através da técnica de inspeção e palpação
(no mínimo duas a três opções para o acesso);
● Retirar o garrote após o exame físico;
● Mensurar com a fita métrica;

b) Degermação e antissepsia do membro / sítio de inserção

● Iniciar a degermação colocando gorro e máscara (todos os profissionais envolvidos no


procedimento);
● Higienizar as mãos;
● Preparar material pra degermação do(s) membros(s):
● Calçar luvas estéreis;
● Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar
degermação do(s) membros(s) e/ou sítio(s) de inserção com clorexidine degermante, retirar
o excesso com gazes embebida em água destilada e secar com gazes secas. Por último
realizar assepsia com gazes embebidas em clorexidina alcoólica. Deixar evaporar
espontaneamente por no mínimo 60 segundos ou até estar visivelmente seco, e envolver
completamente o membro/sítio de inserção com a compressa estéril.

d) Inserção do cateter

• Instalar o paciente em decúbito dorsal e em condições de conforto;


• Avaliar condições das veias periféricas e escolher a veia mais adequada para punção;
• Realizar a medida do cateter do ponto de inserção até o 2º espaço intercostal para-esternal
direito, devendo ser realizada com o braço do paciente em ângulo reto com relação ao corpo;
• Preparar o braço do paciente, colocando-o em posição para punção
• Fornecer máscara ao paciente;
• Vestir avental e luvas estéreis;
• Solicitar que o auxiliar garroteie o braço do paciente;
• Posicionar o campo sob o braço do paciente;
• Colocar campo fenestrado sobre o braço de modo a permitir a visualização do local de
punção;
• Realizar botão anestésico caso seja necessário;
• Realizar a punção venosa, ao se detectar o retorno venoso, tracionar o estilete e colocar
lentamente o introdutor;
• Solicitar que o paciente mantenha a cabeça fletida e com o queixo voltado para o mesmo
lado da punção;
• Soltar o garrote;
• Introduzir o cateter com auxílio de uma pinça, lentamente para prevenir danos no vaso;.
• Rasgar o introdutor e remover lentamente o fio-guia do cateter;
• Lavar o cateter com 10 ml de SF0,9%;
• Aspirar com uma seringa preenchida com SF0,9% para confirmar retorno venoso;
• Avaliar o sangue quanto à cor, à consistência e à pulsação;
• Fixar com curativo próprio;

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• Solicitar radiografia de tórax anterior para confirmar o posicionamento do cateter.
• Avaliar a radiografia e liberar o cateter para uso, se o mesmo estiver na posição adequada.

Cuidados Gerais de Enfermagem com o PICC

● Avaliar o cateter após as primeiras horas da inserção, observando sinais de sangramento,


hematoma, dor no local da punção, sendo estes os sinais mais comuns encontrados após
as punções nas primeiras 48h.
● Proceder a troca do curativo após 48h da punção;
● Avaliar a inserção do cateter. Se houver presença de sangue peri-cateter manter o curativo
com gaze e filme transparente. Reavaliar após 24h, se não houver sinais de sangramento,
mantê-lo fixo com filme transparente por 7 dias.
● Utilizar apenas seringas de 10ml para administrar medicação ou para realizar a lavagem do
cateter.
● Após administração de medicação lavar com 10ml de SF0.9% com seringa, para evitar
precipitação das medicações no interior do cateter causando obstrução.
● Realizar troca do curativo e da fixação a cada 7dias sempre observando e anotando as
características do local da inserção e do curativo do cateter.
● Orientar o paciente e/ou familiar para manter a movimentação normal do membro
puncionado para realizar tarefas do cotidiano isso diminuirá a ocorrência de dor por falta de
movimentação do mesmo.

Fixadores/ estabilizadores de cateteres:

São dispositivos de fixação para tubos e cateteres compatíveis. Estão disponíveis em vários
modelos de suportes. Compostos de tecido de malha livre de látex, que permite troca gasosa,
fornecendo uma fixação adicional (evitando perdas acidentais) e conforto ao paciente.

Tamanho dos PICCs

Os cateteres de PICC são disponíveis em vários tamanhos de acordo com o calibre das
veias do cliente e tipo de tratamento ao qual o cliente será submetido. Podem ser de lumens simples
ou duplo com comprimentos que variam de 20 cm a 70 cm. Os introdutores bipartidos podem ser
encontrados em vários tamanhos separadamente do cateter sendo de 24, 22, 20, 18 e 16 gauge*.
Temos disponíveis no mercado cateteres valvulados.

Cateter Introdutor
Até 2 fr 24 g
3 fr 22 g
4 fr 20 g
5 fr 18 g
gauge – unidade de medida

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O enfermeiro habilitado após avaliação do vaso a ser puncionado deve determinar o calibre
do cateter a ser usado, assim determinando o tamanho do introdutor do cateter que vem junto no
kit. O introdutor é utilizado na punção para a introdução do cateter, sendo retirado após a passagem
do cateter partido ao meio.

Observações

● Evitar tocar no cateter com luvas, pois o talco poderá desencadear flebite química. Utilizar
somente as pinças estéreis (delicadas) para manipular o cateter;
● Se preferir poderá retirar o fio guia (quando houver) antes do início da introdução do cateter;
● Ao sentir resistência durante a introdução, não forçar a passagem do cateter; caso haja
resistência à progressão do cateter, pode-se injetar simultaneamente solução salina a 0,9%
para abrir as válvulas venosas, facilitando assim a progressão.
● Estar atento para a ocorrência de arritmias durante o procedimento. O paciente deverá estar
monitorizado.
● Observar continuamente o estado geral do paciente durante o procedimento, utilizando
julgamento clínico para encerrá-lo mesmo que ainda não o tenha completado, s/n.

MEDIDAS IMEDIATAS À INSERÇÃO DO PICC

Não é recomendado o início da administração de drogas antes da confirmação da localização da


ponta do cateter pela radiografia;

MANUTENÇÃO DO CATETER

Tempo de Permanência

Não há restrição de tempo de uso; sendo este um cateter de longa permanência, deverá ser retirado
tão logo quanto termine o tratamento ou em casos de flebites que não sejam solucionadas com a
devida terapêutica.

Permeabilização do Cateter

● Realizar flushing de solução salina 0,9% ao término da infusão de medicamentos e também


a cada turno de 06 horas;
● Manter equipos datados.

AVALIAÇÃO DIÁRIA DO SÍTIO DE INSERÇÃO

Inspecionar, apalpar o local de inserção e o trajeto da veia, a fim de observar sinais de infecção
(dor, calor, rubor, endurecimento e secreção);

CURATIVO

Primeira troca: deverá ser realizada sempre após 48 horas do procedimento.

Trocas subsequentes

Realizar sempre em duas pessoas, sendo uma um enfermeiro habilitado por curso de PICC e a
outra preferencialmente a funcionária responsável pelo paciente.
Curativo transparente: deverá ser trocado apenas em caso de sujidade, umidade ou
desprendimento.

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Materiais necessários

● Máscara;
● 01 par de luvas de procedimento;
● 01 par de luvas estéreis;
● Solução salina a 0,9%;
● - Kit curativo;
● Curativo transparente;
● Clorexidina alcoólica (criança, adulta ou neonato com IG superior a 34 semanas ou com
peso superior a 1500 gramas) ou aquosa 0,2%, se menor de 34 semanas ou peso inferior a
1500 gramas;

Técnicas da troca do curativo

● Colocar máscara;
● Higienizar as mãos com água e sabão ou solução degermante;
● Retirar o curativo com cuidado;
● Fazer fricção das mãos com antisséptico padronizado (neste momento, o auxiliar contém o
bebê e segura o membro do cateter no caso de RN);
● No caso de paciente adulto e orientado explicar a necessidade da fricção do membro e que
o mesmo se mantenha o mais tranquilo possível durante o procedimento;
● Calçar luvas estéreis;
● Embeber a gaze em clorexidina alcoólica 0,5% ou 0,2%;
● Fazer a limpeza da área de inserção com fricção suave;
● Deixar secar naturalmente;
● Verificar a posição do cateter, certificando-se de que não houve migração do mesmo (não
reintroduzir o cateter caso este tenha migrado);
● Inspecionar o sítio de inserção;
● Fechar o curativo, conforme técnica já descrita;
● Datar o curativo;
● Fazer registro na evolução de enfermagem.

OBSERVAÇÕES GERAIS PARA MANUSEIO DO CATETER

● Lavar as mãos antes e após manusear o cateter e o circuito;


● Em todas as manipulações do cateter, friccionar com gaze estéril e clorexidine alcoólica por
30 segundos o flashball, as conexões e as tampas rosqueadas;
● Não tracionar o cateter;
● Não utilizar seringas de volume menor que 10 ml;
● Não fixar fita adesiva (esparadrapo ou Micropore®), em torno do corpo do cateter (pode
danificar o mesmo);
● Não verificar PNI no membro com PICC;
● No banho, não submergir o cateter na água, protegendo cateter e conexões com uma
cobertura impermeável;
● Infundir hemoderivados somente em cateter acima de 3 fr. Caso este procedimento seja
inevitável, devem ser observadas as medidas a seguir:
● Atentar para a velocidade de infusão;
● Lavar o cateter com solução salina a 0,9% em volume duas vezes maior que a sua
capacidade interna + o volume do extensor, após o término da infusão com seringa de 10ml
em flush.

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REGISTROS

No dia da Inserção

Anotar as características do cateter escolhido (Fr e comprimento), sítio de inserção,


intercorrências durante o procedimento, laudo da radiografia de controle da localização da ponta,
se houve necessidade de tracionar o cateter e quanto foi tracionado.

Diariamente

Registrar na evolução de enfermagem do bebê o aspecto do local de inserção, a integridade


do curativo, se há suspeita de infecção associada ao cateter e se houve necessidade de coletar-se
hemocultura pareada pelo cateter.
RETIRADA DO CATETER

Indicação
● Término da terapia proposta;
● Ruptura ou quebra do cateter;
● Posicionamento inadequado do cateter;
● Trombose;
● Obstrução persistente após 12 horas de manobras;
● Sinais flogísticos no sítio de inserção;
● Diagnóstico de infecção primária de corrente sanguínea relacionada ao cateter estabelecido
por 1 dos seguintes critérios:
● Hemocultura pareada positiva com o crescimento do mesmo microorganismo, sendo o
crescimento da amostra central 2 horas mais precoce do que o crescimento da amostra
periférica;
● Presença de purulência na inserção do cateter

Técnica de Retirada

Material Necessário
● Luvas de procedimento;
● Solução salina a 0,9%;
● Gaze;
● Micropore

Técnica
● Realizar higiene das mãos;
● Fechar os equipos;
● Remover a fixação e o curativo;
● Observar o aspecto local;
● Calçar luva de procedimento;
● Firmar o cateter próximo ao sítio de inserção;
● Tracionar o cateter, exteriorizando-o lentamente;
● Fazer compressão no sítio de inserção utilizando gaze;
● Medir o comprimento do cateter retirado;
● Efetuar os registros nas fichas de controle do PICC, comparar com a medida de inserção
inicial e registrar.

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EM CASO DE RESISTÊNCIA À RETIRADA DO CATETER

● Antes da retirada de um cateter “resistente”, radiografar a região, para eliminar a presença


de nós e dobras na parte interna do cateter;
● Não fazer pressão no local de saída próximo do cateter e ao longo da veia, pois isto aumenta
a possibilidade de embolia ou pode fazer com que o cateter encoste-se à veia, aumentando
o espasmo;
● Falhando as primeiras tentativas de retirada, aguardar 20 a 30 minutos e repetir o
procedimento.
● Poderá ser feita compressa morna sobre a área afetada;
● Caso a resistência persista, fechar o cateter, refazer o curativo e tentar retirá-lo novamente
depois de 12 a 24 horas. Se a indicação de retirar do cateter for infecção, não aguardar as
12 ou 24 horas, contactar imediatamente o cirurgião vascular para retirada do mesmo.

COMPLICAÇÕES

Durante a Inserção
● Secção do cateter pela agulha;
● Punção arterial ou de nervos braquiais;
● Dificuldade de progressão do cateter no vaso sanguíneo;
● Hematoma;
● Arritmias cardíacas, taquicardia.

Nas primeiras 24 horas


● Sangramento;
● Hematoma;
● Edema;

Oclusão parcial ou total da luz do cateter por: dobra, posição inadequada da ponta do
cateter ou permeabilização insuficiente do mesmo;
Redução do fluxo de infusão ou incapacidade de aspirar sangue por posição inadequada
da ponta do PICC.

Complicações Tardias (após 24 horas)

Infecciosas
● Infecção no sítio de inserção;
● Flebite / Tromboflebite;
● Celulite / Abscesso;
● Sepse;
● Endocardite.

Não infecciosas
● Mal posicionamento do cateter;
● Perfuração de endocárdio e miocárdio;
● Ruptura do cateter;
● Trombose venosa;
● Coleção extravascular de fluídos;
● Flebite mecânica;
● Flebite química;
● Oclusão parcial ou total da luz do cateter por dobra, posição inadequada da ponta do
cateter ou impermeabilização insuficiente do mesmo.
● Exteriorização do cateter

Durante a Retirada
● Resistência à retirada;
● Ruptura do cateter durante a retirada levando a embolia, trombose e arritmia cardíaca.

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IMAGENS DE ALGUMAS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO CATETER

TEMPO DE INFUSÃO
O tempo de administração de cada medicamento é determinado em função das
características farmacocinéticas, da ação desejada e do volume a ser administrado. Além das
características como peso, idade e condições do acesso venoso.

OSMOLARIDADE

Osmolaridade: refere-se à concentração de moléculas ativas de soluto contidas em 1 litro


de solução. É expressa em mOsm/L. Para uma solução com vários componentes, é feita a
somatória da osmolaridade de cada um.
A osmolaridade sérica normal é em torno de 280-300 mMOsm/L.
De acordo com a Infusion Nurse Society (INS) recomenda que soluções com osmolaridade maior
do que 500mOsmol/L sejam infundidas na veia central para minimizar ou prevenir danos vasculares.

OSMOLARIDADE E NUTRIÇÃO PARENTERAL

Osmolaridade recomendada: < 900mOsm/L para administração em acesso periférico. E acima


deste valor é recomendado a administração apenas por via central.
Acima do valor de referência aumenta o risco de ocorrência de flebite
Como alterar a osmolaridade de uma solução:
● Adicionar outra substância

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● Substituir o diluente
● Alterar o volume do diluente
● Diminuir a quantidade de 1 ou + componentes

COMPATIBILIDADE

Drogas intravenosas quando misturadas podem ter suas características modificadas.


Quando há incompatibilidade algumas alterações podem ser observadas como alteração de cor,
formação de precipitado ou produção de gás. Pode ocorrer também decomposição ou inativação
da droga que poderá ser detectada somente através de método analítico.
Consequências: inativação do fármaco, falta de eficácia do medicamento, obstrução do
cateter, risco de flebite devido às partículas na solução, riscos ao paciente.

CUIDADO E MANUTENÇÃO EM CICC

Manutenção / lavagem

A manutenção / lavagem do cateter pode ser realizada diariamente ou semanalmente.


A manutenção diária é realizada durante o período em que o paciente está internado. No caso de
PICC deverá ser lavado sob baixa pressão antes e após cada administração de medicamento ou
solução intravenosa, utilizando solução fisiológica 0,9% em uma seringa de 10 ml para realizar tal
procedimento, pois a administração de solução fisiológica com o simples fluxo do equipo não irá
remover as partículas, cristais ou resíduos / células sanguíneas aderidas às paredes do PICC.

LAVAGEM COM PRESSÃO POSITIVA

Técnica que previne o retorno de sangue para o interior do cateter, quando sua ponta é
aberta. O objetivo é manter a pressão da seringa no interior do cateter, formando uma coluna de
líquido sob pressão positiva. Enquanto infundir o último ml de solução, fechar o clamp devagar e
simultaneamente, para criar e manter a pressão positiva no interior do cateter.

Escolha da seringa adequada / Pressão e resistência: revisão sobre psi

PSI é uma unidade de medida de pressão, que significa libra por polegada quadrada (pound
square inch).
1 PSI equivale a 50 mmHg.

Resistência: Impedimento ao fluxo. Fatores que afetam o fluxo:


• Viscosidade da solução;
• Altura em que se encontra o frasco de solução;
• Presença / utilização de filtros ou conectores / válvulas proximais
• Calibre do cateter
• Comprimento do cateter
• Grau de atividade do paciente
• Pressão venosa

PRESSÃO: É a aplicação de uma força a um corpo por outro corpo em contato com ele / força
exercida por um fluido em todas as direções; tensão.
Um bom exemplo é empurrar o êmbolo de uma seringa com o seu dedo polegar: Você irá
sentir certa resistência quando empurrar o êmbolo da seringa, o que irá resultar em uma pressão
sobre o corpo da seringa. Se esta resistência for aumentada (por exemplo, adaptando uma agulha
ou filtro à seringa), seu polegar terá que exercer uma força maior para conseguir empurrar o êmbolo,
aumentando ao mesmo tempo a pressão sobre o corpo da seringa. Um outro bom exemplo é
quando você eleva o suporte de soro (quando não está usando bomba infusora) para aumentar a
taxa de fluxo.

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Desobstrução do cateter

As obstruções de cateteres podem ser trombóticas e não trombóticas.


• Oclusões não trombóticas podem refletir obstruções mecânicas, precipitações de drogas ou
resíduos de lipídeos no interior do cateter. A cristalização de misturas de NPT e incompatibilidades
entre droga – droga ou droga – solução também é causa comum de obstruções não trombóticas.
As obstruções mecânicas também podem ser causadas por cateteres e equipos dobrados
ou clampeados (síndrome de pinch-off), obstruções em filtros de linha, cateteres mal posicionados
(migração da ponta), problemas na fixação do cateter (curativos, suturas).

• Oclusões trombóticas ocorrem por conta da formação de trombos no interior ou ao redor da


extremidade distal / ponta do cateter.

Em ambos os casos, a melhor maneira de solucionar o problema é a prevenção!


O conhecimento e identificação de fatores causais são fundamental para a avaliação, manejo e
solução rápida do problema.

Possíveis causas de obstrução:


• Problemas na manutenção do cateter (lavagem);
• Formação de bainha de fibrina na extremidade distal do cateter (efeito flap);
• Ponta do cateter cortada em ângulo de 45º pressionada contra a parede da veia ou válvula
• Oclusão por coágulo, acúmulo de lipídios ou precipitação de drogas;
• Clamp fechados/ dobras no cateter.

SINAIS:
• Impossibilidade de aspirar ou infundir através do cateter.
• A permeabilidade do cateter pode ser confirmada radiograficamente antes de usar o cateter.

INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM:
• Avaliar o motivo da oclusão levantando a história detalhada das possíveis causas – conhecer a
causa determina a conduta a ser adotada;

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• Desobstruir utilizando a solução apropriada (de acordo com o protocolo);

OBSTRUÇÃO POR PRECIPITADO

Os precipitados podem se formar como resultado de cristalização de drogas, incompatibilidade entre


drogas ou por ocasião de sua diluição.
O “tratamento” de precipitados de drogas depende bastante da sua capacidade de se tornarem
solúveis com alterações em seu pH.

PREVENÇÃO DE OBSTRUÇÃO POR PRECIPITADO:

• Lavagem adequadas do cateter após a administração de drogas utilizando a seringa adequada


(flushing);
• Observar características das drogas prescritas e antever possíveis interações/precipitações /
instabilidades;
• Buscar orientações junto à farmácia clínica da instituição.

RESTABELECENDO A PERMEABILIDADE DO CATETER:

Utilizar a técnica da torneira de três vias / pressão negativa


Levar em conta o volume de priming de cada cateter.

REUNIR O MATERIAL NECESSÁRIO À REALIZAÇÃO DA TÉCNICA DA TORNEIRA DE TRÊS


VIAS / / PRESSÃO NEGATIVA:

• Solução escolhida no volume adequado ao calibre do cateter


• 2 Seringas de 10 ml
• Torneira de 3 vias
• Luvas estéreis e máscara
• Campos ou compressas estéreis
• Gaze
• Solução antisséptica

TODAS AS CONEXÕES DEVEM SER TIPO LUER LOCK

• Lavar as mãos e calçar luvas estéreis e máscara;


• Aspirar 2 ml da solução escolhida em uma das seringas de 10 ml;
• Posicionar os campos;
• Fechar o cateter e realizar assepsia no conector do cateter;
• Conectar a torneira diretamente no cateter;

• Adaptar a outra seringa de 10 ml vazia a uma das vias da torneira;

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• Adaptar a seringa de 10 ml com a solução escolhida à outra via da torneira;

• Certificar-se de que todas as conexões estejam firmes;

• Fechar a via da seringa de 10 ml (com a solução), deixando abertas as vias da seringa de 10 ml


vazia e do cateter;

• Segurando firmemente a seringa de 10 ml vazia, aspirar o máximo possível criando pressão


negativa / vácuo no interior do cateter (haverá resistência);

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• Fechar a via da seringa de 10 ml sem soltar o êmbolo, para manter o “vácuo” / pressão
negativa criada no interior da seringa;

Automaticamente, por diferença de pressão, a solução entrará para o interior do cateter (somente
o volume que foi “aspirado” pela pressão negativa / vácuo criado pela seringa de 10 ml);
• Geralmente este volume é pequeno!!
• Não tente infundir solução no cateter! Isto poderá rompê-lo.
• Fechar a via do cateter;

• Aguardar o tempo necessário para a solução “agir”;


• Após o tempo de espera, fechar a via da seringa de 10 ml (com a solução);
• Aspirar pela seringa de 10 ml vazia;
• Sentindo resistência, reiniciar o processo e aguardar;
• Podem ser necessárias mais de três tentativas.

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• Aspirar novamente até observar sangue no interior da seringa, a fim de remover totalmente a
solução utilizada do interior do cateter;

• Lavar o cateter com solução fisiológica;


• Reiniciar a infusão ou administração de droga;
• Lavar o cateter após o uso;

• Registrar a manobra realizada.

Em relação ao uso da vitamina C para desobstrução de PICC os autores Macedo e Kang


(2009) também em estudo in vitro observaram que o peso do coágulo só apresentou redução
significativa no sangue total quando tratado com vitamina C antes do processo de coagulação. A
morfologia do coágulo tratado com vitamina C mostrou lise na região periférica formando uma
estrutura encapsulada ao redor do coágulo e diminuição na quantidade de fibrina na região central,
enquanto o controle apresentou moderada quantidade de fibrina em toda área observada.

Envio da ponta do cateter para cultura

O envio da ponta do cateter para cultura de forma rotineira não é aconselhado, uma vez que a
especificidade do exame na ausência de quadro clínico é muito baixa, induzindo a falsas
interpretações.

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LEGISLAÇÃO REFERENTE A INSERÇÃO DE PICC PELO ENFERMEIRO

PARECER DE RELATOR COFEN N°243/2017

PROCESSO ADMINISTRATIVO COFEN N° 348/2016


PORTARIA COFEN N° 1090/2017
ORIGEM: CÂMARA TÉCNICA DE LEGISLAÇÃO E NORMAS – CTLN CONSELHEIRA
RELATORA: MÁRCIA ANÉSIA C. MARQUES DOS SANTOS
ASSUNTO: MINUTA DE RESOLUÇÃO QUE ATUALIZA A NORMATIZAÇÃO DO
PROCEDIMENTO DE INSERÇÃO, FIXAÇÃO, MANUTENÇÃO E RETIRADA DE CATETER
PERIFÉRICO CENTRAL POR ENFERMEIRO – PICC
I. DA DESIGNAÇÃO
Por designação do Presidente desta Autarquia Federal, através da Portaria COFEN N° 1090 de 16 de
agosto de 2017, concede vistas aos autos do PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 348/2016,
procedente da CÂMARA TÉCNICA DE LEGISLAÇÃO E NORMAS – CTLN, que elaborou a
revisão e atualização da Resolução COFEN N° 258/2001, que aprova a Inserção de Cateter Periférico
Central pelo enfermeiro – PICC com anestesia local e guiado por ultrassonografia.
II. DOS FATOS
O PICC – (Peripherally Inserted Central Catheter) é confeccionado em materiais bioestáveis e
biocompatíveis e de baixa trombogenic idade (silicone e poliuretano), inserido por meio de veia
periférica e posicionado na veia cava superior ou inferior. Foi introduzido nas unidades de terapia
intensiva no Brasil nos anos 90 e tem sido amplamente utilizado por enfermeiros especialmente em
crianças, recém-nascidos, pacientes idosos, oncológicos e com dificuldade venosa para infusão de
substâncias irritantes ao vaso sanguíneo (Oliveira et al., 2014). Tem como finalidade a promoção da
terapia intravenosa por tempo prolongado e de forma segura, garantindo a preservação da rede venosa
periférica, diminuindo o estresse, dor e desconforto gerado por múltiplas venopunções. As suas
indicações vêm da necessidade de acesso venoso por tempo prolongado (além de 6 dias),
administração de soluções hipertônicas e/ou vesicantes (Nutrição Parenteral Total com osmolaridade
maior que 600 mlOsmol/L e soro glicosado com concentração superior a 12,5%, quimioterapia, entre
outros).
O emprego desta terapêutica exige determinadas particularidades práticas que vão desde a seleção do
vaso sanguíneo até a conservação do acesso. Por isso é de extrema importância que o enfermeiro
tenha conhecimentos básicos em relação à fisiologia e à anatomia da rede venosa. (RODRIGUES,
CHAVES, CARDOSO, 2006).
Após pesquisas realizadas em diferentes instituições que oferecem o curso de capacitação aos
enfermeiros para introdução do PICC notou-se que, a duração do curso depende do conteúdo
programado e não obedece a um padrão. As diversas escolas formadoras se preocupam em garantir
uma bagagem teórica contemplando noções de anatomia, fisiologia, técnicas de inserção, manutenção
e possíveis complicações. O conteúdo prático objetiva dar ao profissional em formação a experiência
necessária para atuar com segurança.
O Conselho Federal de Enfermagem já normatizou através da Resolução Cofen n° 258/2001, dando
parâmetros para o enfermeiro atuar com segurança nesta área.

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“Art. 1º – É lícito ao Enfermeiro, a Inserção de Cateter Periférico Central.
Art. 2° – O Enfermeiro para o desempenho de tal atividade, deverá ter-se submetido a qualificação
e/ou capacitação profissional”.
O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia emitiu o Parecer Coren-BA n° 002/2015
referenciando o Parecer CofenICTLN n° 15/2014 que aborda sobre a anestesia na PICC:
“(…) Que mediante a existência de protocolo institucional, capacitação profissional e prescrição
médica o Enfermeiro habilitado à inserção do PICC, poderá realizar o procedimento de anestesia local
para inserção do PICC”.
O Conselho Regional do Rio Grande do Sul – COREN-RS emitiu a Decisão COREN-RS n° 096/2013
normatizando a execução pelo profissional Enfermeiro sobre a passagem de Cateter Central de
Inserção Periférica (CCIP/PICC) com uso de microindutor e auxílio de ultrassom conforme artigos
abaixo.
“Art. 1° No âmbito da equipe de Enfermagem, o uso do de microindutor e auxílio de ultrassom para
passagem de Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP/PICC) é um procedimento privativo do
Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.
§1° O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam
rigor técnico-científico ao procedimento avante disposto na Resolução COFEN 258/2001, atentando
para a capacitação contínua necessária à sua realização.
§2° O uso do aparelho de ultrassom nesse procedimento é exclusivo para visualização e escolha do
vaso a ser puncionado para a otimização da introdução da agulha, cateter e guia.
§3° Não compete ao Enfermeiro a visualização de quaisquer outras estruturas anatômicas com o uso
do aparelho de ultrassom com base passagem de Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP/PJCC).
Art. 2° A aplicação de anestésico pelo Enfermeiro no uso do aparelho de ultrassom com base
passagem de Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP/PJCC) somente é permitida se prescrita
por profissional competente “.
No Parecer do COREN-SC n° 028/2015 reafirma que é competência do Enfermeiro realizar a
implantação do Cateter de Inserção Periférica (PICC), bem como os eventos punção, administração
de anestésico para execução de técnica orientada por ultrassom, desde que formalizado em protocolos
institucionais e/ou prescrito por profissional médico.
O uso do aparelho de ultrassom nesse procedimento é exclusivo para visualização e escolha do vaso
a ser puncionado para a otimização da introdução da agulha, cateter e guia.
Afirma que para tanto, os Enfermeiros devem obter habilitação específica para estas técnicas,
independente da carga horária proposta pelo órgão formador, deve garantir conhecimento e habilidade
prática que garanta o cumprimento dos quesitos do Código de Ética Profissional, aceitando apenas
encargos ou atribuições quando capaz de desempenho seguro para si e outrem.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo emitiu um Parecer Técnico n°043/2013 e também
a Revisão e Atualização em junho de 2014, em que a provocação por tal foi devido a um
questionamento sobre a passagem, cuidados e manutenção do PICC e cateterismo umbilical.
“(…) Quanto a passagem e a retirada do cateter venoso central de inserção periférica – PICC,
inclusive o guiado por ultrassom, o procedimento não constitui ato médico, assim como a prática da
anestesia local pelo Enfermeiro para inserção do PICC, pois as ações de enfermagem relacionadas à
cateterização percutãnea estão determinadas pelo Conselho Federal de Enfermagem como sendo
| Enf. Ana Paula Mancini – APNM Cursos | 29
privativas do Enfermeiro. Neste contexto, o profissional necessita estar treinado e capacitado, pois
além da habilidade técnica, o Enfermeiro deve apresentar competência científica e conhecimento a
respeito das normas regulamentadoras e dos princípios éticos para uma prática segura. O mesmo
cuidado deve ocorrer com o cateter umbilical.
No que compete à capacitação específica para o manuseio e utilização da USV, “tanto médicos como
Enfermeiros treinados e capacitados, podem realizar o procedimento” (INFUSION NURSES
SOCTETY, 2013, pag. 78).
No que tange a realização de anestesia local por Enfermeiros na inserção do
PICC, o Parecer n° 15/2014 do Conselho Federal de Enfermagem entende que:
“(…) o Enfermeiro com curso de Capacitação/ Qualificação para Inserção do PJCC, em instituição
que possua protocolo que normatize a aplicação de anestésico local pelo Enfermeiro, e treinamento
do profissional para esta atividade, poderá realizar o procedimento de anestesia local, com a lidocaína
1% e 2% sem vasoconstritor, no tecido subcutâneo, com a finalidade de inserção do PICC.
(CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2014).”
Portanto, quanto ao cateter umbilical venoso, o Conselho Federal de Enfermagem normatiza a
execução do procedimento pelo Enfermeiro, recomendando que este profissional seja dotado de
conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento.
Frente a complexidade do procedimento, a Resolução COFEN n° 388/11, normatiza a execução pelo
Enfermeiro apenas do acesso venoso, onde se lê:
Art. 1° No âmbito da equipe de Enfermagem. o acesso venoso, via cateterismo umbilical, é um
procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.
Parágrafo único. O Enfermeiro deverá estar dotado de conhecimentos, competências e habilidades
que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua
necessária à sua realização.
Art. 2° O procedimento a que se refere o artigo anterior deve ser executado no contexto do Processo
de Enfermagem, atentando-se as determinações da Resolução COFEN n° 358/2009 ( … )
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMGAGEM, 2011.
O Hospital Governador Israel Pinheiro – HGIP – do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado
de Minas Gerais – IPSEMG – elaborou o Procedimento Operacional Padrão – POP – CTI Adulto,
padronizando a Inserção de Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) assinada e chancelada pela
diretoria de Enfermagem e Diretoria Técnica, baseados na Resolução Cofen no 258/2001.
O Hospital São Paulo ligado à Universidade Federal – LTNIFESP elaborou protocolo para Utilização
do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) para as Unidades de Internação, Terapia Intensiva e
Unidades Pediátricas como procedimento de assistência em atendimento de enfermagem e médico –
emissão fevereiro de 2017 – válido por 2 anos.
“A indicação e decisão de passagem do PICC deve ser compartilhada entre médico e
enfermeiro. Quanto a participação de profissionais de nível médio, o CORENSP dispõe que durante
a punção venosa periférica para a inserção do PICC. a mesma deve ocorrer por enfermeiro habilitado,
auxiliado por outro enfermeiro, cabendo ao Técnico e ao Auxiliar de Enfermagem a manutenção do
posicionamento adequado do paciente e o fornecimento de materiais e equipamentos para a
intervenção (COREN/SP- parecer 006/2009) “.

| Enf. Ana Paula Mancini – APNM Cursos | 30


III. DA ANÁLISE E CONCLUSÃO
Observamos que vários Regionais deliberaram Decisões e/ou Parecer Técnico sobre a PICC,
normantizando a competência técnica e legal para o Enfermeiro inserir, manipular e retirar o PICC,
guiada pelo ultrassom e utilizando anestésico subcutâneo para inserção do PICC encontra-se
amparada pela legislação maior, Decreto 94.406/87, regulamentador da Lei no 7.498/86, no seu
Artigo 8°, Inciso 1, alíneas “c”, “g”, “h” e Inciso II, alíneas: “b “, “e “, “h “, “1 “. Dispondo ainda a
referida lei no Artigo 11, Inciso 1, alínea “m “, ser competência privativa do Enfermeiro, cuidados de
maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
decisões imediatas.
Concluo que há Regionais diversos legislando sobre o assunto, de maneira muito segura e ponderada,
exigindo do profissional enfermeiro qualificação adequada. Portanto, sou de Parecer de Permanência
da atual Resolução vigente.
Este é o nosso parecer e voto, S.M.J dos nobres pares deste Egrégio Plenário.

Brasília – DF, 24 de outubro de 2017.


MARCIA ANESIA COELHO MARQUES DOS SANTOS
Conselheira Relatora
Coren-TO 37.721

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REFERÊNCIAS

1. CDC. National Nosocomial Infection, Surveillance(NNIS) System report, data summary from
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13. Parecer COFEN N°243/2017

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