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ATUALIZAÇÃO EM ACESSO

VENOSO PERIFÉRICO
INSTRUTORAS:
Juliana Costa Bispo
Sheilla Pereira da Silva
CONCEITOS

 O acesso venoso periférico constitui-se em uma alternativa rápida e segura, indispensável


nos cenários de urgências;

 Através de dispositivos endovenosos, permite que uma equipe seja capaz de infundir grandes
volumes ao paciente, como também para a infusão de drogas de efeitos diversos e resposta
rápida;
PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA

 É um acesso venoso realizado através de uma punção de veia periférica em uso deum
dispositivo intravenoso;

 Pode ser usada tanto para tratamento prolongado quanto para soluções mais concentradas;

 Observar sempre a permeabilidade venosa.


TERAPIA INTRAVENOSA
 A terapia intravenosa (TIV) não se resume à simples técnica para execução de uma
terapêutica;

 Para alcançar melhores resultados para o paciente submetido a TIV, a enfermagem deve
desenvolver habilidades e conhecimentos nas seguintes áreas:
- Anatomia e fisiologia;
- Farmacologia;
- Administração de soluções por via intravenosa;
- Controle de IRAS;
- Especificidades em pediatria e neonatologia;
- Entre outras atualizações na área.
FUNÇÃO

 Administração de:
- Fluidos;
- Nutrientes;
- Medicações;
- Hemoderivados;
- Monitorização Hemodinâmica;
- Hemodiálise;
- Nutrição Parenteral;
- Quimioterapia;
- Administração de Contrastes.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS
VASOS SANGUÍNEOS
ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS
VASOS SANGUÍNEOS
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DOS
VASOS SANGUÍNEOS

As artérias são vasos


sanguíneos capazes de
vascularizar os órgãos do corpo.
Sua função principal é levar o
sangue rico em nutrientes e
oxigênio, já bombeado pelo
coração, para todo o corpo.
São mais espessas que as veias.
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DOS
VASOS SANGUÍNEOS

As veias são vasos que


garantem o retorno do sangue
dos tecidos periféricos para o
coração. Diferenciam-se das
artérias por apresentarem
paredes mais finas e válvulas.
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DOS
VASOS SANGUÍNEOS

Os capilares são túbulos


delgados em cujas paredes
ocorre o intercâmbio metabólico
entre o sangue e os tecidos.
Consistem em uma camada de
células endoteliais, o endotélio
(epitélio simples pavimentoso),
em forma de tubo, com pequeno
calibre: uma a três células em
corte transversal.
DIFERENÇAS NA ANATOMIA E
FISIOLOGIA DOS VASOS SANGUÍNEOS
ASPECTOS RELEVANTES PARA A SEGURANÇA DO
PACIENTE DURANTE A TIV

 Cuidado limpo, cuidado seguro;

 Identificação do paciente;

 Prevenção de erros com conexões, sondas e drenos;

 Prevenção de erros com medicamentos cuja grafia ou pronúncia dos nomes são
semelhantes;

 Controle de soluções concentradas de eletrólitos (medicamentos de alta vigilância).


SEM
BARREIRA
A ASSISTÊNCIA EM TIV DEVE SER:
S

OPORTUNA

EFETIVA

EFICIENTE

CENTRADA NO PACIENTE

SEGURA
PONTOS A CONSIDERAR NO
PLANEJAMENTO DA TIV
 Identificação do paciente;

 Checar prescrição médica;

 Conhecer a TIV quanto a:

- Considerar as características do paciente;

- Selecionar o dispositivo adequado;

- Considerações relacionadas ao dispositivo;

- Considerações relacionadas a TIV.


TIPOS DE ACESSO

 Central;

 Arterial;

 Implantado;

 Periférica;

 Venosa;

 Semi Implantado .
TIPOS DE ACESSO
TIPOS DE ACESSO
TIPOS DE ACESSO

 Cateter venoso periférico: Usualmente inserido em veias nos membros superiores; é o


dispositivo vascular de curta duração mais utilizado;

 Cateter arterial periférico: Para uso de curta duração; comumente utilizado para
monitorizar o estado hemodinâmico e análises gasométricas em pacientes críticos;

 Cateter Venoso Central: Inserido percutaneamente em veias centrais (jugulares internas,


femorais ou subclávias); é o tipo de CVC mais utilizado;

 Cateter Central de Inserção Periférica (PICC): Cateter periférico que é inserido nas veias
cefálica, basílica ou braquial e atinge a veia cava superior;
TIPOS DE ACESSO

 Cateter umbilical: Inserido na veia ou artéria umbilical;

 Flebotomia: É o procedimento cirúrgico de implantação de cateter vascular em veias


periféricas para inserção de cateteres centrais. Normalmente este procedimento é realizado
somente na impossibilidade de acesso venoso central em urgência. É uma opção de curta
duração (usualmente 4 a 5 dias em populações adultas) e alto risco de complicações
infecciosas.
VIAS DE ACESSO

 As vias de acesso mais indicadas em casos de urgência são as que respeitam os critérios de
calibre e acessibilidade dando-se, porém, preferência aos vasos distais, para então, se
necessário progredir nas tentativas proximais do membro;

 Sendo indicados as veias do dorso da mão e antebraço, sendo as mais utilizadas:


- as veias basílica;
- cefálica e;
- radial.
VIAS DE ACESSO
 Dá-se preferência às veias dos membros superiores do antebraço por acomodar cateteres
mais calibrosos:
- Veia cefálica;
- Veia basílica;
- Veias medianas do antebraço e cotovelo;
- Veias do dorso da mão.

 E as veias dos membros inferiores:


- Veia safena magna e parva;
- Veias dorsais dos pés.
ILUSTRAÇÃO DAS VEIAS
ILUSTRAÇÃO DAS VEIAS
VIAS DE ACESSO

 As veias da fossa antecubital (cotovelo) tornam-se menos recomendadas pela


proximidade da articulação;

 A parte distal da veia safena pode ser utilizada em pacientes pediátricos e neonatais, assim
como as veias da região cefálica, no casos dos neonatos.
ILUSTRAÇÃO DAS VEIAS
ESCOLHA DO LOCAL

 Ordem de prioridade na escolha do local:

- Mais visível;

- Mais calibrosa;

- Mais palpável;

- Local fácil acesso;

- Pode ser em dobras;

- Mais próxima ao coração.


SCALP
SCALP
Scalp é um dispositivo bastante
usado em infusões intravenosas
de curta duração. Indicado para
procedimentos rápidos, pois,
durante a utilização do
dispositivo, a agulha que
acompanha o scalp fica dentro
da veia do paciente. Em longos
períodos pode causar lesões.
TÉCNICA - SCALP

 O scalp ou butterfly é indicado para a infusão de baixos volumes e realização de


medicações;

 Possui calibres variados que vão do 19 (maior calibre) ao 27 G (menor calibre);

 Indica-se a utilização deste quando não há a necessidade de manter-se o paciente com


infusão contínua, já que este tipo de dispositivo favorece a transfixação da veia pelo
cateter;

 Apresenta maior risco de infiltração no espaço extra-vascular e possuem um tempo de


permanência menor (48h).
JELCO
JELCO
O cateter intravenoso jelco é um
dispositivo médico básico,
usado para introdução de
medicação na corrente
sanguínea. É composto por uma
agulha e revestimento flexível,
tendo a possibilidade de, após o
acesso venoso, poder retirar a
agulha, ficando apenas o
revestimento.
JELCO
 Jelco 14 e 16: Adolescentes e Adultos, cirurgias importantes, sempre que se devem
infundir grandes quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa
 Jelco 18: Crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Administrar sangue,
hemoderivados e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa.
 Jelco 20: Crianças, adolescentes e adultos. Adequado para a maioria das infusões
venosas de sangue e outras infusões venosas (hemoderivados).
 Jelco 22: Bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a
maioria das infusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, deve ser
mantida uma velocidade de infusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente.
 Jelco 24: RN’s, bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado
para a maioria das infusões, mas a velocidade de infusão deve ser menor. É ideal para
veias muito estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do
antebraço em idosos.
TÉCNICA – JELCO

 O abocath ou Jelco possuem um tempo de permanência maior


(96h), permitindo também a infusão de grandes volumes de forma rápida;

 Outra vantagem destes dispositivos é a possibilidade de retirada do mandril metálico,


permanecendo no espaço intra-lumial apenas o dispositivo maleável, o que impede a perda
do cateter por transfixação e também favorece a movimentação do membro;

 Existem no mercado diversos tamanhos deste tipo de cateter, podendo variar do 14 ao 24G,
sendo que quanto maior a numeração, menor será o calibre do cateter.
ACESSO INTRA ÓSSEO
ILUSTRAÇÃO DO PROCEDIMENTO
ILUSTRAÇÃO DO PROCEDIMENTO
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA
1 -Lavagem das mãos com água e sabão, antes e após a punção venosa.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA
2. Calçar luvas de procedimento, como medida de biossegurança.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA
3 - Escolha do Sítio: é um dos mais importantes aspectos. Considerar o calibre e
localização da veia, tipo e duração do tratamento IV;
- Deve-se iniciar a punção sempre da extremidade distal para a proximal (menor
calibre para o maior).
- As veias mais apropriadas são as do dorso da mão, cefálica, basílica e veias
medianas.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA
3 - Escolha do Sítio:

- As veias mais próximas às articulações devem ser evitadas pois a imobilização da


articulação é necessária;

- Também devem ser evitadas as veias dos membros inferiores em adultos, devido ao
aumentado risco de flebite e trombose;

- Preferência do membro não dominante maior autonomia para o auto cuidado maior
durabilidade da punção.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA
4. Uso de torniquete ou garrote: são fontes potenciais de infecção cruzada e,
portanto, devem ser desinfetados com álcool 70% antes e após cada procedimento.
Caso o paciente esteja em precauções de contato, seu uso deve ser destinado
somente a este paciente.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA

5. Preparo da pele: Caso haja sujidade visível, lavar a área antes com água e sabão,
e secar. Usar álcool a 70%, no sentido do retorno venoso.

- Importante lembrar de não mais palpar o local de punção após a antissepsia.

- Se necessário, aparar os pelos com tesoura. A utilização de lâminas não é recomendada, pois
provocam microlacerações na pele, aumentando o risco de infecção.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA

6. Introdução do Dispositivo:

- Tracione a pele para baixo, com o polegar, abaixo do local a ser puncionado;

- Introduza o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, a um ângulo
aproximadamente de 30 a 45º;

- Uma vez introduzido na pele, direcione o cateter e introduza-o na veia;

- Abra o cateter e observe o refluxo sanguíneo em seu interior;

- Solte o garrote.
ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA
7. Troca do acesso e linha venosa: o acesso venoso deve ser datado e assinado pelo
profissional, assim como toda a linha venosa.
INDICAÇÃO

 O acesso venoso periférico é indicado em situações que se necessita de um acesso direto ao


sistema circulatório para administração de fluidos e drogas;

 Sobretudo a pacientes com intolerâncias ou contra-indicações a medicações orais;

 Além dos casos onde a ação imediata das drogas se faz necessária.

 As vantagens da infusão intravenosa sobre os acessos orais, intramusculares e subcutâneos se dão,


sobretudo, diante da ação instantânea da droga ou fluidos em situações de:

- emergência;
- na suspensão imediata da administração da droga frente a reações adversas e;
- no controle sobre a velocidade e a diluição em que as drogas são administradas.
CONTRA-INDICAÇÃO

 Evitar puncionar em locais com infecção ou Lesões de pele;

 Presença de Trombose reconhecida no trajeto do vaso limita o procedimento neste local;

 Evitar puncionar veias onde haja lesão óbvia, presumida ou potencial entre o sítio de punção e
o coração;

 Flebite;

 Esclerose de veias;

 Infiltração intravenosa prévia;

 Queimaduras ou lesões traumáticas próximas ao local de inserção do cateter;

 Fístula arteriovenosa.
VANTAGEM/DESVANTAGEM

 Vantagens:

- Podem ser procedidas mesmo na vigência de alterações da coagulação

- Mínimo risco de complicações tais como punção arterial ou pneumotórax;

- Outras complicações possuem menor gravidade: trombose, flebite, hematomas;

- Alguns dispositivos podem permitir que sua extremidade distal seja posicionada em veia central.

 Desvantagens:

- Necessidade de troca de cateter a cada 96 horas visando evitar flebite ou infecções


RISCOS E ACIDENTES
 Os acidentes mais comuns são aqueles provenientes de erro na técnica, com transfixação do
vaso ou extravasamento de soluções. As complicações mais comuns são:

 Soroma: causado pelo extravasamento de solução fora do espaço vascular, com elevação da
pele na ponta distal do cateter. Nestes
casos, interromper imediatamente a infusão e retirar o cateter, podendo ser aplicado calor local;

 Hematoma: causado pela transfixação venosa e acúmulo de sangue


fora do espaço vascular. É recomendado nova punção com aplicação de compressa fria no local;

 Os acidentes com os pérfuro-cortantes, evidenciando a importância para equipe do uso de


Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a correta contenção de pacientes pediátricos e/ou
agitados
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 Lavar as mãos com solução degermante antes e após manusear o cateter e o circuito.

 Friccionar álcool a 70% , por três vezes durante 20 segundos nas conexões e tampas. Higiene
no local de inserção dos medicamentos com álcool a 70%;

 Realizar a punção venosa distalmente de forma proximal a punções previas e alterne os braços;

 Não puncionar região de articulação;

 Tricotomia não é recomendada por causa de escoriações que aumentam o risco de infecção;

 Limpar a área de inserção, reduz o potencial para infecção.As soluções anti-sépticas devem
secar com o ar;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 Remover os dispositivos intravasculares assim que seu uso não for necessário;

 Monitorar o sítio de inserção dos cateteres a cada plantão;

 Realizar curativo diário com clorexidina alcoólica 0,5% no cateter venoso central;

 Para o cateter venoso periférico utilizar álcool 70%;

 Trocar o curativo sempre que estiver úmido, sujo ou solto;

 Na troca de curativo, realizar inspeção do local de inserção, atentando para sinais de infecção
local.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 Manter aquecido o RN antes da punção venosa;

 Preparar todo o material a ser utilizado inclusive para fixação

 Realizar imobilização de membros e /ou cabeça de forma a facilitar a punção e fixação, sem deslocamento do cateter;

 Em punções de cabeça palpe para certificar-se de que é uma veia, e não uma artéria;

 Chupeta - Inibe a hiperatividade , modera o desconforto do RN e diminui a dor de crianças a termo e prematuros;

 Observação continua para evitar obstrução e flebites; Atentar para presença de febre e secreção no local de inserção;

 Salinização ou heparinização;

 Identificar o acesso com: data e hora da punção, data da troca,Nº do dispositivo; assinatura e ou carimbo do profissional.
REFERÊNCIAS

 HONÓRIO M.O e NASCIMENTO K.C. AcessosVenosos Periféricos. Santa Catarina,


2007.

 Enfermagem: Cuidados de enfermagem na punçãovenosa periférica, 2018.

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