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PUNÇÃO VENOSA ..........................................................................................................................................

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Definição ........................................................................................................................................................ 2
OBJETIVO..................................................................................................................................................... 2
Anatomia Venosa ........................................................................................................................................... 2
Veia e artérias ................................................................................................................................................. 3
Jelcos .............................................................................................................................................................. 3
Indicações ....................................................................................................................................................... 4
Contraindicações do Acesso Venoso Periférico ............................................................................................ 5
PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS E ABRANGÊNCIA .............................................................................. 5
DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO .......................................................................................................... 5
OBSERVAÇÕES ........................................................................................................................................... 6
Complicações do Acesso Venoso Periférico.................................................................................................. 6
Definição de flebite ........................................................................................................................................ 6
Medicamento vesicante e irritante: o que são? .............................................................................................. 7
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 9

PUNÇÃO VENOSA

Definição

É um procedimento invasivo que visa a administração de fluidos, administração de medicações,


hemocomponentes, Coleta de Exames Laboratoriais, além da manutenção de um acesso venoso.

OBJETIVO
Garantir administração efetiva de medicação endovenosa e livre de iatrogenias;
Coletar sangue.

Anatomia Venosa
Veia e artérias

Enquanto as veias são mais finas e levam sangue do corpo para o coração, as artérias são mais
espessas e saem do coração, levando sangue para o corpo. Os capilares, por sua vez, ligam as artérias
às veias, realizando trocas gasosas entre o sangue e tecido.

Jelcos
Os jelcos são numerados em números pares do 14 (maior e mais calibroso) até o 24 (menor e
mais fino). Cada numeração tem uma indicação específica, como você pode ver abaixo
 Jelco 14 e 16: usado em adolescentes e adultos, em cirurgias importantes e sempre que é
necessário infundir grandes quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa.
 Jelco 18: usado em crianças mais velhas, adolescentes e adultos, quando é necessário administrar
sangue, hemoderivados e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa.
 Jelco 20: para uso em crianças, adolescentes e adultos, é adequado para a maioria das infusões
venosas de sangue e outras infusões venosas (hemoderivados).
 Jelco 22: indicado para bebês, crianças, adolescentes e adultos (idosos) e para a maioria das
infusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, quando deve ser mantida uma velocidade
de infusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente.
 Jelco 24: para uso em recém-nascidos, bebês, crianças, adolescentes e adultos (idosos). É indicado
para a maioria das infusões, mas a velocidade de infusão deve ser menor. É ideal para veias muito
estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do antebraço em idosos.
Indicações

Na maioria das vezes, o acesso venoso periférico é obtido para fornecer terapias que não podem
ser administradas ou são menos eficazes se administradas por vias alternativas. Como exemplos,
hidratação IV e suporte nutricional podem ser dados a um paciente com vômitos intensos ou dor
abdominal devido a uma condição cirúrgica.
Certos medicamentos são mais eficazes quando administrados por via intravenosa devido ao
início rápido ou aumento da biodisponibilidade. Algumas situações clínicas, como parada cardíaca,
requerem tratamento com medicações intravenosas; os hemoderivados também devem ser
administrados por via intravenosa.
Em alguns casos, os cateteres IV são deixados no lugar quando os medicamentos são
administrados de forma intermitente por um período mais longo (por exemplo, terapia com antibióticos
de longo prazo) ou no caso de uma emergência potencial.
A decisão de obter acesso venoso periférico em vez de central depende das circunstâncias
clínicas. Em geral, cateteres periféricos são preferidos quando o acesso IV é necessário por períodos
mais curtos, quando o acesso direto à circulação central é desnecessário e quando cateteres de calibre
menor são suficientes.
O acesso periférico é geralmente mais seguro, fácil de obter e menos doloroso do que o central.
Em pacientes em uso de anticoagulantes, o acesso periférico permite a compressão direta dos locais de
punção e menos complicações relacionadas ao hematoma em comparação com os locais usados para
cateteres venosos centrais.

Contraindicações do Acesso Venoso Periférico


 Em locais que apresente lesões de pele, flebite e edema;
 Membros com déficit motor e/ou sensitivo ou com fístula arteriovenosa;
 Membro superior homólogo à mastectomia com ressecção de linfonodos;
 Em casos de distúrbios graves de coagulação.

PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS E ABRANGÊNCIA


 Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem.

DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
 Reunir material na bandeja;
 Higienizar as mãos, conforme Protocolo de Higienização das Mãos/CCIRAS;
 Inserir na seringa a etiqueta de identificação do medicamento;
 Levar a bandeja para o leito do paciente;
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Selecionar o local de acesso mais adequado com vistas à indicação e condição do paciente;
 Selecionar o tipo de dispositivo e calibre, levando em consideração idade e condição da rede venosa;
 Para melhor visualização da rede venosa, garrotear 10 a 15 cm acima do local de inserção proposto (no
membro superior, preferencialmente acima da fossa antecubital);
 Em caso de sujidade visível no local da futura punção, removê-la com água e sabão antes da aplicação
do antisséptico;
 Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: gluconato de clorexidina > 0,5%, iodopo-vidona
– PVP-I alcoólico 10% ou álcool 70%;
 Aguarde a secagem espontânea do antisséptico antes de proceder à punção;
 Tracionar a pele com o polegar abaixo do local a ser puncionado para minimizar a mobilidade da veia;
 Introduzir o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, a um ângulo de 15° a 30°, até a
cateterização do vaso;
 Ao visualizar o refluxo sanguíneo na câmara, reduzir o ângulo e introduzir por 0,5cm e estabilizar o
cateter com uma mão paralelamente à pele;
 Soltar o garrote;
 Introduzir o cateter enquanto retira gradualmente a agulha-guia/mandril;
 Após a retirada total da agulha-guia, conectar o equipo previamente preparado;
 Fixar de forma que não interfira na visualização e avaliação do local;
 Retirar o material utilizado e desprezar o Perfurocortantes em local adequado;
 Identificar o acesso venoso periférico (data, nome de quem realizou a punção e calibre do dispositivo);
 Observar alguma alteração ao administrar a medicação, caso seja identificado interromper a
administração e comunicar ao Enfermeiro do Setor ou Médico responsável;
 Higienizar as mãos;
 Realizar a anotação corretamente e checar medicação realizada.
OBSERVAÇÕES
 Antes de puncionar a região, não dê leves tapas, pois isso pode causar hematomas. O ideal é usar o
dedo indicador para procurar a veia.
 Em adultos, as veias de escolha para canulação periférica são as das superfícies dorsal e ventral dos
antebraços. As veias de membros inferiores não devem ser utilizadas a menos que seja absolutamente
necessário, em virtude do risco de embolias e tromboflebites;
 Um novo cateter periférico deve ser utilizado a cada tentativa de punção no mesmo paciente;
 Limitar no máximo a duas tentativas de punção periférica por profissional e, no máximo, quatro
no total;
 Atentar para sinais flogisticos, flebite, infiltração subcutânea, notificando os eventos em impressos
disponibilizados pela Segurança do Paciente e Registrar em Prontuário.
 Remover o cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações ou mau funcionamento;
 É importante ressaltar que fitas adesivas não estéreis (esparadrapo comum e fitas do tipo microporosa
não estéreis, como micropore) não devem ser utilizadas para estabilização ou coberturas de cateteres.
 Rolos de fitas adesivas não estéreis podem ser facilmente contaminados com microrganismos
patogênicos;
 Rotineiramente o cateter periférico não deve ser trocado em um período inferior a 96 h;
 Realizar o flushing e aspiração para verificar o retorno de sangue antes de cada infusão para garantir o
funcionamento do cateter e prevenir complicações.
 Crianças com mielomeningocele são consideradas como uma população de alto risco para
desenvolver reações alérgicas ao látex.

Complicações do Acesso Venoso Periférico

Quando realizada de maneira adequada, o acesso venoso periférico é um procedimento seguro com
poucos riscos graves. No entanto, uma série de complicações potenciais foram descritas. Entre as mais
comuns estão a flebite, extravasamento de fluidos IV, e formação de hematomas.

A tromboflebite ocorre em até 15 por cento das pessoas com cateteres venosos periféricos. Este risco
pode ser reduzido evitando-se a colocação do acesso em membros inferiores, minimizando o movimento
do cateter, colocando o menor tamanho de cateter adequado e removendo o cateter o mais rápido
possível.

Cateteres colocados em circunstâncias de emergência são mais propensos a complicações. Para cateteres
que podem precisar ser colocados por períodos mais longos, pode-se imobilizar a articulação próxima e,
assim, prevenir ou minimizar o movimento do cateter para reduzir o risco de tromboflebite. Cateteres
venosos periféricos são considerados causas raras de infecções da corrente sanguínea.

Definição de flebite

A flebite é uma inflamação aguda comumente associada à terapia com cateteres de acesso venoso
periférico (AVP). É caracterizada por apresentar edema, dor, desconforto na região. Sua origem pode
ser mecânica, química ou bacteriana.

A flebite é uma das complicações mais comum associadas ao AVP e, se não tratada adequadamente,
pode ser responsável pelo retardo da alta hospitalar.

O processo inflamatório ocorre na camada interna da parede vascular e segue associada a sinais
flogísticos como dor, edema, vermelhidão e calor, além de poder formar cordão fibroso.As principais
complicações envolvem processo infeccioso secundário e formação de trombos no sistema venoso
profundo. Assim, este processo infeccioso pode ocasionar a formação de pequenos coágulos na
circulação venosa superficial, chamada de tromboflebite.

Para todos os pacientes com diagnóstico de flebite e trombose das veias superficiais da extremidade
inferior, medidas de suporte devem ser instituídas e consistem em elevação da extremidade, compressas
quentes ou frias, meias de compressão e medicações para o controle da dor.

Medicamento vesicante e irritante: o que são?

Os medicamentos vesicantes e irritantes são medicamentos geralmente associados a tratamentos


quimioterápicos e, por isso, possuem diferentes graus de toxicidade. Eles são aplicados por punção
intravenosa e podem causar lesões nos tecidos se extravasados ou infiltrados.

O extravasamento deve ser evitado ao máximo pelos profissionais de saúde e os pacientes também
recebem orientações para ficarem atentos a quaisquer alterações. Ainda não há unanimidade no
tratamento em caso de extravasamento deste tipo de medicamento e cabe a cada hospital e unidades de
saúde, adotar protocolos e políticas a seguir caso isso venha a ocorrer.

Um medicamento vesicante é aquele que possui administração intravenosa e causa danos ao tecido se
extravasado. O extravasamento desse tipo de medicamento, pode ocorrer de forma acidental, pode
causar lesões e destruição do tecido, além de lesionar ossos, tendões e ligamentos. Eles causam
destruição progressiva do tecido, podendo permanecer por até 28 dias e aumentar a lesão em até 5 cm a
partir do local do extravasamento. O risco de extravasamento também está ligado à escolha do
dispositivo, tipo de medicamento administrado, doenças vasculares periféricas, extremos de idade,
estado mental alterado, dentre outros.

Diferente dos medicamentos vesicantes, que podem causar necrose, os medicamentos irritantes podem
causar ardor, inflamação temporária e flebite. Quando ocorrem vazamentos, costumam provocar a
sensação de queimação na pele.

São raras as ocasiões em que os medicamentos irritantes causam danos aos tecidos, mas isso depende da
quantidade de vazamento. Chama-se de infiltração – e não de extravasamento – o vazamento dos
medicamentos irritantes e de outros tipos de medicamentos. Ela requer observação e controle local dos
sintomas de maneira geral.

Entretanto, em casos em que há grande quantidade de vazamento pode haver formação de lesões,
edema, celulite local e síndrome compartimental aguda do membro – aumento da pressão no espaço ao
redor dos músculos e ulcerações em tecido mole. Apesar de causar alguns danos, eles geralmente não
causam problemas a longo prazo.

Vale lembrar, ainda, que alguns medicamentos podem ser vesicantes e irritantes ao mesmo tempo.
A prevenção do extravasamento é essencial e deve ser adotada por todos os profissionais envolvidos na
aplicação desse tipo de medicamento. É muito importante que ao inserir o cateter no paciente, os
profissionais de saúde se atentem à fixação do cateter na pele e ao fácil acesso. Também deve haver
inspeção regular à aplicação.
Há uma preferência pelas veias basílica, cefálica e mediana antebraquial dos antebraços. Devendo ser
evitadas: articulações e pregas, por serem geralmente atravessadas por tendões e nervos.

O dispositivo de acesso venoso periférico deve estar colado com fita adesiva e ser bem fixo à pele. Além
disso, ressalta-se a importância de não ocultar o local de entrada do cateter. Durante toda a
administração é preciso monitorar sinais de extravasamento, sintomas do paciente e uma inspeção
regular da área onde ocorre a aplicação.

Os pacientes devem ser avisados sobre os possíveis riscos e também devem estar cientes de que
precisam ficar atentos a sinais e sintomas diferentes. Eles devem ficar atentos a sinais de formigamento,
dor, desconforto, ardência, inchaço, vermelhidão, formação de bolhas e úlceras e necrose.
REFERÊNCIAS
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária: Medidas de
Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília, 2017.
CRUZ, F. Cateteres periféricos: novas recomendações da ANVISA garantem segurança na assistência.
13 de março de 2019. Biblioteca virtual de enfermagem. Disponível em:
http://biblioteca.cofen.gov.br/cateteres-perifericos-novas-recomendacoes-anvisa-garantem-seguranca-
assistencia/. Acesso em 15/07/2020.

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