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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CATETERES: PRINCIPAIS TIPOS DE CATETERES CENTRAIS, SUA

INSERÇÃO, RECOMENDAÇÕES, COMPLICAÇÕES E CUIDADOS COM TAIS DISPOSITIVOS. CATETERES: CENTRAL E


PARA HEMODIÁLISE).
Organização: Professora Ms GilmaraFaSKlein

Objetivos de Aula

1. Conceituar Cateteres Intravasculares Centrais


2. Apreender os aspectos legais associados ao Enfermeiro e equipe de enfermagem na Assistência aos pacientes
com cateteres intravasculares centrais.
3. Apreender as indicações e finalidades dos cateteres intravasculares centrais (Cateter venoso central de curta
permanência (CVC – CP), Cateter venoso central de longa permanência totalmente implantado (CVC-LP-TI),
Cateter venoso central de longa permanência semi-implantado (CVC-LP-SI, Cateter venoso central de inserção
periférica (CCIP ou PICC)).
4. Identificar as contraindicações e fatores de risco associados ao uso dos cateteres intravasculares centrais
(Cateter venoso central de curta permanência (CVC – CP), Cateter venoso central de longa permanência
totalmente implantado (CVC-LP-TI), Cateter venoso central de longa permanência semi-implantado (CVC-LP-
SI, Cateter venoso central de inserção periférica (CCIP ou PICC)).
5. Identificar as vantagens e desvantagens associadas ao uso dos cateteres intravasculares centrais (Cateter venoso
central de longa permanência totalmente implantado (Cateter venoso central de curta permanência (CVC –
CP), Cateter venoso central de longa permanência totalmente implantado (CVC-LP-TI), Cateter venoso central
de longa permanência semi-implantado (CVC-LP-SI, Cateter venoso central de inserção periférica (CCIP ou
PICC)).
6. Apreender os cuidados de enfermagem associados ao uso dos cateteres intravasculares centrais (Cateter venoso
central de curta permanência (CVC – CP), Cateter venoso central de longa permanência totalmente implantado
(CVC-LP-TI), Cateter venoso central de longa permanência semi-implantado (CVC-LP-SI, Cateter venoso central
de inserção periférica (CCIP ou PICC)).
7. Apreender os itens necessários na anotação de enfermagem na assistência de enfermagem ao paciente em uso
de cateteres intravasculares centrais (Cateter venoso central de curta permanência (CVC – CP), Cateter venoso
central de longa permanência totalmente implantado (CVC-LP-TI), Cateter venoso central de longa
permanência semi-implantado (CVC-LP-SI, Cateter venoso central de inserção periférica (CCIP ou PICC)).

CATETERES INTRAVASCULARES CENTRAIS

Cateteres intravasculares - são dispositivos de grande importância no cenário da assistência à saúde.

Para a infusão de soluções, existem diferentes tipos de cateteres venosos centrais, podendo ser de curta permanência
(mono, duplo, triplo lúmen / cateter de Schilley) e de longa permanência, utilizados para terapia endovenosa
prolongada e classificados em semi-implantáveis (cateter de silicone tunelizado) ou totalmente implantável,
conhecido como Port- a-Cath®

1) Cateteres venosos centrais de curta permanência (CVP-CP) - (mono, duplo, triplo lúmen e cateter de
Shilley)
2) Cateter venoso central de longa permanência totalmente implantado (CVC-LP-TI)
3) Cateter venoso central de longa permanência semi-implantado (CVC-LP-SI)
4) Cateter venoso central de inserção periférica (CCIP ou PICC)
1. CATETERES VENOSOS CENTRAIS DE CURTA PERMANÊNCIA (MONO, DUPLO, TRIPLO LÚMEN) - CATETER DE
SCHILLEY)

Cateteres venosos centrais de curta duração são dispositivos de poliuretano com 20 a 30 cm de comprimento e calibre
de até 8 Fr, passados por punção de uma veia central (jugular interna, subclávia, axilar ou femoral) e com a ponta
posicionada próximo à junção átrio-cava, com finalidade terapêutica. Esses dispositivos não possuem nenhum
mecanismo para prevenção de colonização extraluminal. São frequentemente empregados quando há necessidade de
acesso central por curtos períodos (tipicamente entre 10 -14 dias), de onde deriva sua denominação.
Há versões de lúmen único ou múltiplo, sempre para uso contínuo exclusivamente em pacientes sob regime de
internação hospitalar. Seu uso domiciliar é desaconselhável, devido ao maior risco de infecção e de deslocamento do
dispositivo que, por não ser tunelizado, fica fixo apenas por um ponto de fio inabsorvível que o fixa à pele junto ao
orifício de entrada. O modelo mais calibroso (12 Fr), conhecido como Schilley, permite alto fluxo, necessário em
sessões de hemodiálise ou aférese, com a ressalva de que tem curta duração.

Cateter venoso central de curta permanência / Triplo lúmen. Fonte:


http://slideplayer.com.br/9724299/31/images/3/Riscos+de+contamina%C3%A7%C3%A3o+%2F+INFEC%C3%87%C3%83O.jpg.
Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Cateter venosos central de curta permanência– duplo lúmen.


Fonte:
http://www.medicinanet.com.br/imagens/20130306102612.
jpg. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

* Lúmen (Lat. lūmen, uma abertura ou luz) (pl. lumina) é um espaço interno ou cavidade. ---- vias independentes que
podem ser utilizadas ao mesmo tempo.

Indicações para cateter central de curta permanência

As principais indicações para o uso de CVC - CP são:


 Pacientes sem reais condições de acesso venoso por venóclise periférica.
 Necessidade de Monitorização hemodinâmica (medida de pressão venosa central).
 Administração rápida de drogas, expansores de volume e hemoderivados em pacientes com instabilidade
hemodinâmica instalada ou previsível.
 Administração de drogas que necessitem infusão contínua.
 Administração de soluções hipertônicas ou irritativas para veias periféricas.
 Administração concomitante de drogas incompatíveis entre si (por meio de cateteres de múltiplos lúmens).
 Administração de nutrição parenteral.
 Acesso vascular para hemodiálise
Fonte: http://www.ghostmed.com.br/produtos.asp?cod_categoria=27&cod_fornecedor=&produto=&pg=2. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

O cateter venoso central de curta permanência (duplo lúmen / triplo lúmen), é utilizado em pacientes com diagnóstico
de insuficiência renal aguda, insuficiência renal crônica sem acesso permanente disponível, pacientes em diálise
peritoneal ou receptores de transplantes que necessitam de procedimentos dialíticos temporários.

Não há indicação de troca rotineira pré-programada do cateter.


A troca da cobertura (curativo), deve acontecer quando úmida e/ou suja. Deve também ser trocado o curativo a cada
sessão de hemodiálise (pacientes ambulatoriais), ou a cada 48h, ou quando sujo, utilizando gluconato de clorexidina
alcoólica 0,5 a 2%. Realizar limpeza prévia com solução fisiológica 0,9%.

Local de punção:

Os cateteres centrais inseridos por punção percutânea são procedimentos médicos. Esses cateteres são inseridos
diretamente nas veias femoral, subclávia e jugular interna, após antissepsia local, anestesia local, punção e passagem
do fio guia. A veia jugular deve ser a veia de primeira escolha, pois apresenta baixo índice de complicações e, na
maioria das vezes, não é de difícil punção. A veia femoral é a mais fácil de puncionar, porém o acesso femoral tem
maior índice de infecção e trombose, além de limitar os movimentos e deambulação do paciente. O acesso subclávio,
apesar de ser mais confortável ao paciente, está associado a maiores índices de complicações e, tardiamente, à
estenose do vaso, o que pode comprometer acessos futuros.

Fonte: http://www.vascularbr.com/imagens/acesso-venoso-central-cateter.png. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Inserção:
 Higienizar as mãos com água e sabão associado à antisséptico (gluconato de clorexidina 2% ou PVPI 10%) ou
preparação alcoólica para as mãos.
 Utilizar barreira máxima no momento da inserção, incluindo uso de gorro, máscara, avental estéril de manga
longa, luvas estéreis e campo estéril ampliado. Utilizar também óculos de proteção.
 Cateteres inseridos em situação de emergência e sem a utilização de barreira máxima devem ser trocados
para outro sítio assim que possível, não ultrapassando 48 horas.
O enfermeiro pode ter autonomia para suspender o procedimento eletivo caso não haja adesão às recomendações.

Preparo da pele:
 A remoção dos pelos, quando necessária, deverá ser realizada com tricotomizador elétrico ou tesouras.
 Realizar preparação da pele com solução de clorexidina alcoólica 0,5% a 2%.
 A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando houver necessidade de redução da
sujidade.
Cobertura, fixação e estabilização:
 Após a instalação do cateter, estabilizá-lo com dispositivos de estabilização e fixação estéreis.
 Usar cobertura, gaze, filme transparente ou semipermeável estéril para cobrir a inserção do cateter.
 Realizar a antissepsia do sítio de inserção com clorexidina alcoólica 0,5% a 2%.
 Realizar a troca da cobertura com gaze estéril a cada 24 horas, ou antes, se estiver suja, solta ou úmida e para
cobertura transparente semipermeável a cada 7 dias, ou antes, se suja, solta ou úmida.
 A cobertura com gaze estéril é preferível à cobertura de Membrana Transparente Semipermeável (MTS) em
pacientes com discrasias sanguíneas, sangramento local ou para aqueles com sudorese excessiva. Se a escolha
de cobertura for a gaze estéril, cobri-la durante o banho com plástico.

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-HuGxxxCSxF4/T7vwgBe1cBI/AAAAAAAAAGY/91WQGJUmy8I/s1600/pel%C3%ADcula.jpg. Acesso em 08 de


fevereiro de 2018.

Manejo e manutenção:
 Toda manipulação deve ser precedida de higienização das mãos e desinfecção das conexões com solução
contendo álcool.
 Os cateteres venosos centrais de curta permanência devem ser mantidos com infusão contínua. Em situações
extremas de restrição volêmica associada à dificuldade de acesso pode-se utilizá-lo de forma intermitente.

Troca/remoção:
 Não realizar troca pré-programada de dispositivo, ou seja, não substituí-lo exclusivamente em virtude de
tempo de sua permanência. A princípio, trocas por fio guia deveriam ser realizadas em complicações não
infecciosas (ruptura e obstrução).
 Não há indicação de troca pré- programada; tempo máximo de 30 dias.
 Trocar se:
1. Secreção purulenta no local de inserção.
2. Suspeita de Infecção de Corrente Sanguínea (IPCS) com instabilidade hemodinâmica ou IPCS confirmada.
3. Mau funcionamento.

CURATIVO DE INSERÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL – curta permanência

FINALIDADE: Prevenção de infecções, visualização do sítio de inserção do cateter, fixação adequada impedindo
deslocamento ou saída acidental do dispositivo.

INDICAÇÃO / CONTRA INDICAÇÃO: Indicação: todo paciente com cateter venoso central. Contraindicação: não há.

RESPONSABILIDADE: Enfermeiro.

RISCO / PONTOS CRÍTICOS: Tração acidental do cateter; Contaminação na execução do procedimento; Manipulação
incorreta do dispositivo de fixação, permitindo dobras e consequente inutilização.

MATERIAL: Bandeja, pacote de curativo, gazes, clorexidina alcoólica 0,5% a 2%, álcool 70% ou PVPI tópico, luva de
procedimento, máscara, película transparente, adesivo hipoalergênico e luvas estéreis (na ausência do kit de curativo).

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA (Ação de Enfermagem):

01- Conferir a prescrição e reunir o material necessário; 02- Orientar o paciente e a família sobre o procedimento; 03-
Colocar máscara; 04- Posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal com o rosto voltado para o lado oposto ao
que está o cateter; 05- Higienização das mãos e colocar luvas de procedimento; 06- Abrir o pacote de curativo e dispor
as pinças nos três tempos do curativo (retirada, antissepsia e cobertura / fixação); 07- Retirar curativo anterior, com
pinça dente de rato ou com as mãos enluvadas, de forma cautelosa, fazer expressão na inserção (para não lesionar a
pele ou exteriorizar o cateter e averiguar possíveis sítios infecciosos); 08- Umedecer a gaze com solução antisséptica
e, com o auxílio de pinça aplicá-la na área mais próxima do cateter em movimentos circulares no sentido de dentro
para fora (repetir o procedimento pelo menos três vezes) – (Evitar transferência de microrganismos de volta à área
limpa); 09- Proteger a inserção do cateter com gaze estéril; 10- Com auxílio de uma pinça, umedecer gaze em solução
antisséptica e aplicar na pele ao redor do cateter a partir da periferia da área anteriormente tratada. Executar
movimentos circulares cada vez mais amplos, sem nunca retornar com a mesma gaze ao local já aplicado. Limpar uma
área de aproximadamente 10 cm de diâmetro. Repetir o procedimento pelo menos três vezes; 11- Com uma gaze
embebida de solução antisséptica, limpar toda a extensão do cateter, com movimentos da proximal para distal,
repetindo o movimento se necessário; 12- Depois que a solução secou, cubra o local com um curativo de gaze ou
semipermeável transparente. Anote data e hora do curativo; 13- Retirar o material e levar ao expurgo; 14- Retirar as
luvas de procedimento e higienizar as mãos; 15-Retirar a máscara; 16- Checar o procedimento; 17-Realizar as
anotações de enfermagem no prontuário (Documentar o cuidado e subsidiar o tratamento; Artigos 71 e 72 do Código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Responsabilidades e Deveres).

RECOMENDAÇÕES:
 Utilizar SF 0,9% para limpeza local, quando houver lesão de pele.
 A inspeção e expressão da inserção do cateter deve ser feita diariamente, atentando-se para o aspecto da pele
ao redor, pois algumas vezes pode apresentar-se alterada (hiperemia ou lesão) devido a processos alérgicos
ou trocas frequentes de curativos.
 A retirada do curativo anterior deve ocorrer de maneira cautelosa, a fim de não lesar a pele e não exteriorizar
o cateter. O cateter deve estar fixado com pontos e coberto com um pequeno curativo, sem muito adesivo
microporoso hipoalergênico ou esparadrapo, para evitar contaminação.
 O curativo deve ser trocado sempre que houver sinais de umidade ou presença de sujidade e/ou soltura.

2. CATETER VENOSO CENTRAL DE LONGA PERMANÊNCIA TOTALMENTE IMPLANTADO (CVC-LP-TI) / Port-a-Cath.

São tubos flexíveis radiopacos feitos de silicone, poliuretano ou de teflon. Possuem uma câmara de titânio em uma
das extremidades. A parte central dessa câmara é uma membrana de silicone chamada septo, na qual são realizadas
as punções para acesso ao dispositivo.
São chamados de “totalmente implantados” - por não apresentarem nenhuma parte exteriorizada após sua
instalação. Na literatura internacional, faz-se referência a esse cateter como “PORT”.
O cateter do tipo Port-a-Cath® é utilizado desde 1970, a inserção compete ao médico e deve ser realizada com técnica
asséptica.
Septo

Cateter Reservatório
Port-a -
Cath

Partes que o compõe o Port-a - Cath. Disponível em: Conector


https://image.slidesharecdn.com/sesionportacathcorregida-
130427173110-phpapp02/95/portacath-8-638.jpg?cb=1367083941.
Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-
0r9UsxSTZiA/VlzTcWTqI2I/AAAAAAAACeA/Y3BUX Fonte: http://cirurgia.med.br/wp/wp-content/uploads/2012/02/port-
EBZfVw/s1600/porth-a-cath.jpg. Acesso em 08 de 300x225.gif. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.
fevereiro de 2018.

Características: Podem apresentar características específicas de acordo com o fabricante, como modelos
diferenciados, valvulados, não-valvulados, reservatórios revestidos com silicone, totalmente em titânio escovado,
orifícios para fixação através de suturas, arredondados, ovalados, com maior ou menor área de punção, dentre outros.

Tipos de Port – Fonte: http://macor.com.ar/wp-content/uploads/2014/05/Port-a-cath.jpg. Acesso 10 de fevereiro de


2018.
Embora proporcionem pouca interferência estética e maior liberdade a quem os utiliza, os CVC-LP-TI têm como ponto
inconveniente o seu acesso através de punção com agulha – ponto relevante de possível desequilíbrio, que deve ser
previamente avaliado pelo enfermeiro.
Fonte: http://dascoisasquetenhoaprendido.com.br/wp-
content/uploads/2017/10/port_a_cath-400x400.jpg. Acesso em 08 de fevereiro de
2018.

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/comm
ons/thumb/e/e7/Port-catheter.jpg/546px-Port-
catheter.jpg. Acesso em 08 de fevereiro de
2018.

Indicações

Deve ser direcionada principalmente ao tipo de tratamento proposto e às condições físicas do paciente. Os pacientes
que mais se beneficiam deste dispositivo são aqueles com condições clínicas debilitadas, como os doentes oncológicos,
que necessitam de tratamento quimioterápico de longa duração, pacientes que apresentam acessos venosos difíceis
de serem puncionados ou com dano tissular, trombose ou esclerose de veias periféricas e necessidade de acesso
venoso frequente.

Uso crescente nas patologias hematológicas e oncológicas. O cateter totalmente implantado apesar de ter vida útil
indefinida, está indicado para implantes com objetivo de duração de mais de seis meses, contudo, devem ser
considerados todos os fatores individuais do paciente na escolha correta do dispositivo, tais como:

• Paciente com dificuldade de acesso venoso periférico.


• Necessidade de acesso venoso por longo período.
• Quimioterapia de longa duração: múltiplos ciclos; drogas vesicantes ou que levem à aplasia severa; tempo de infusão
acima de 8 horas.

Contraindicações

A falta de condições clínicas do paciente, como a plaquetopenia, queda de estado geral e comprometimento de um
ou mais órgãos nobres, é considerado um fator determinante de contraindicação para a implantação do Port-a-Cath,
pois, trata-se de uma cirurgia, mesmo pequena. Desta forma, o estado geral do paciente pode comprometer o
procedimento e ainda mais a sua saúde. O mesmo se dá em relação à presença de infecção bacteriana/fúngica
comprovada ou hemocultura positiva. Outro fator que deve ser considerado é a presença de algum tipo de distúrbio
de coagulação, já que isto é um determinante importante no desencadeamento de hemorragias pós-operatórias ou
até desenvolvimento de trombose venosa.
Procedimento de implantação

A implantação deve ser realizada em centro cirúrgico, em condições de se fazer radioscopia para verificação do
posicionamento correto da ponta do cateter na junção da veia cava superior com o átrio direito ou próximo a ele.
Port-a-Cath
sob a pele.

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQy1BUecSrfjpPfM8Tsu87QfYUopdYfrY6QR713KvlIxOS3XUJo. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Geralmente, o procedimento de implantação desses cateteres em adultos é realizado sob anestesia local com sedação,
se necessário. Faz-se necessário rigorosa antissepsia e assepsia, com o objetivo de prevenção de infecção, que é a
principal complicação pós-operatória, a qual leva, à necessidade da retirada do cateter.
Consequentemente, a técnica deve ser um fator supremo de segurança, pois 0,7 % a 30% dos pacientes em uso de
Port-a- Cath® desenvolvem complicações decorrentes da utilização do próprio cateter, e que estão associadas à
própria doença, a habilidade da equipe que o implanta e também o manipula, a localização do acesso e as soluções
infundidas.

Sítios de implantação

Inicialmente, as veias de escolha são subclávia, cefálica, jugular externa e interna, devido à facilidade no acesso a esses
vasos durante o procedimento cirúrgico, o que reduz o estresse do paciente e o tempo de exposição cirúrgica. Como
segunda opção, utilizam-se as veias braquial, safena e femoral que, além do acesso ser mais difícil, o que torna o
procedimento cirúrgico mais demorado e traumático para o paciente, também facilita o desenvolvimento de
trombose.

Vantagens e Desvantagens

Vantagens:
 Dispensa a realização de curativos.
 Período de manutenção de até 30 dias, o que resulta num custo mais baixo para o paciente e em relação ao
uso de materiais.
 Não interfere nas atividades diárias do paciente, nem na autoestima, uma vez que fica implantado no
subcutâneo. Dispensa heparinizações frequentes.
 Menor susceptibilidade a infecções.
 Mais estético.
 Não limita atividades físicas.
 Não exige treinamento do paciente e do familiar para o manuseio e é menos sujeito a acidentes (quebra,
perfuração, corrosão e outros).

Desvantagens:
 Implantação e retirada – necessita de procedimento cirúrgico (custo mais elevado em relação aos outros
dispositivos). Acesso é realizado através de punções com agulhas específicas.
 Dificuldade para infusão de grandes volumes, em relação ao cateter semi-implantado.
Liberação para uso e curativos de pós-operatório

A manipulação para o Port-a-cath está liberada de 24 a 72 horas após a colocação, devido à sensibilidade do paciente.
Caso seja necessária a utilização imediata após a colocação, o dispositivo deve ser ativado no centro cirúrgico (O
cateter pode ser usado logo após a sua implantação, na ausência de complicações operatórias. Nesse caso deve ser
puncionado ainda sob efeito do anestésico, evitando a dor da punção).
O primeiro curativo é realizado pelo enfermeiro, no primeiro ou terceiro dia de pós-operatório, quando o paciente é
orientado a realizar esse procedimento no domicílio. A retirada de pontos acontece por volta do 15º dia de pós-
operatório e devem ser descritas no prontuário as condições da incisão cirúrgica. É necessária a permanência de
curativo no pós-operatório apenas, até a retirada de pontos.
Antes do enfermeiro acessá-lo, devem ser avaliadas as condições do local: presença de hematomas ou equimoses,
flutuação, edema, alta sensibilidade do paciente, sinais flogísticos e outros. Só então deverá ser realizado qualquer
tipo de manipulação.

Agulhas Empregadas para Punção do Port-a-Cath

É necessária a utilização de uma agulha com bisel especial, que permite a penetração e remoção sem danos ao septo
de silicone. O risco na utilização da agulha comum ocorre por causa do bisel cortante lesar o septo de silicone,
fragilizando o mesmo ou até liberar fragmentos na corrente sanguínea. As agulhas indicadas são do tipo Huber ou do
tipo “ponta de lápis”, e o uso das mesmas permite até 3.000 perfurações sem riscos de vazamentos. Tais agulhas estão
disponíveis em diferentes comprimentos e diâmetros ou com placas de fixação, adaptadas às necessidades físicas do
paciente e à solução a ser infundida. Essas agulhas são comercializadas com variações, podendo ser retas, mais
indicadas para heparinização e coletas de sangue, e curvas, mais apropriadas para infusões prolongadas. Porém,
quando há previsão de permanência por mais de 12 horas, deve-se optar pelas agulhas que possuem extensão, que
facilitam a manipulação e fixação.

Agulha Hubber. Fonte: https://www.bbraun.ch/content/dam/catalog/bbraun/bbraunProductCatalog/CW_CH/de-ch/b11/surecan-safety-ii.jpeg.bb-.66904165/surecan-safety-ii.jpeg.


Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Agulha de Huber com extensor e pinça clamp corta fluxo. Deltec® GRIPPER PLUS®. Disponível em:
http://img.medicalexpo.com/pt/images_me/photo-m/77318-9457847.jpg. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Dispositivo de infusão de aço inoxidável, não siliconizado. Sistema de duas peças que inclui um introdutor e um sítio de infusão.
A agulha é inserida no port-a-cath e a parte metálica é retirada, deixando somente um pequeno sítio de infusão e uma cânula. A
agulha metálica possui um sistema de segurança que é ativado na retirada com um clique audível, garantindo a segurança do
procedimento, atendendo a NR-32. O sítio de infusão possui base almofadada e tamanha pequeno, ideal para terapias de longo
prazo. A cânula de infusão possui ponta romba, para garantir uma remoção segura. Possui tubo extensor em PVC. Fonte:
http://static.catalogohospitalar.com.br/img/produtos/39790/imagem-de-agulha-para-port-a-cath-com-dispositivo-de-seguranca-gripper-micro-deltec_g.jpg. Acesso em 08 de fevereiro
de 2018.
O GRIPPER MICRO® Blunt Cannula, A agulha de segurança sem coring é um sistema de duas peças que inclui um inseridor e um
local de infusão. Depois que a agulha é inserida em uma porta implantada, o inseridor (afiado) é removido, deixando para trás um
local de infusão pequeno e de baixo perfil com uma cânula sem corte. O braço de segurança exclusivo da agulha fornece um CLIC
audível quando ele é levantado para obter uma garantia extra de que a agulha está presa em uma posição segura. E o tamanho
pequeno e a almofada de espuma do site de infusão proporcionam maior conforto para o paciente para terapia de longa
duração. Fonte: https://www.smiths-medical.com/~/media/M/Smiths-
medical_com/Images/Import%20Images/Deltec/gripper_micro_1_391x391.jpg?mw=391. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Disponível em: http://www.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap8.pdf. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

PUNÇÃO E MANUTENÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL DE LONGA PERMANÊNCIA TOTALMENTE IMPLANTÁVEL


(CVC-LP-TI) / PORT–A–CATH

RESPONSABILIDADE: Enfermeiro.

RISCOS/PONTOS CRÍTICOS: Presença de coágulos de sangue no cateter ou equipo; hematomas; embolia gasosa; lesão
venosa; intolerância ao cateter; tamponamento cardíaco; estenose ou trombose da veia jugular interna; infecção;
extravasamento; ruptura ou fratura do sistema; migração do cateter; cateter venoso não locado; posicionamento
incorreto da agulha; agulha de tamanho inadequado; contaminação por quebra da técnica; deslocamento do cateter.

MATERIAIS: Agulha própria para cateter implantado tipo Hubber ou do tipo ”ponta de lápis”, pacotes de gazes
estéreis, clorexidina alcoólica, ampolas de soro fisiológico, seringas de 10 ml, luvas estéreis, luvas de procedimento,
película/filme transparente, fita adesiva hipoalergênica, agulhas, saco para descartes, pomada anestésica, máscara
cirúrgica (profissional e paciente).

Ação de Enfermagem:
01-Reunir todo o material; 02-Higienizar as mãos; 03-Conferir o nome completo do paciente e explicar o
procedimento; 04-Inspecionar e avaliar local a ser puncionado; 05-Aplicar anestésico tópico no local da câmara do
cateter de 30 a 60 minutos antes do procedimento objetivando reduzir a dor durante o procedimento de punção; 06-
Posicionar paciente em decúbito dorsal ou sentado (proporcionar conforto e facilitar acesso para procedimento); 07-
Abrir todo o material com técnica asséptica; 08-Colocar máscara e calçar luvas estéreis; 09-Conectar agulha de Hubber
na seringa ou equipo de infusão e preencher toda a extensão com soro fisiológico (o uso de agulhas hipodérmicas
comuns não é recomendado pois danificam o septo, causando a perda prematura da integridade do silicone. A agulha
de “Hubber” tem uma ponta curva que penetra o septo sem cortá-lo, assegurando a longevidade do septo); 10-Fazer
antissepsia da área a ser puncionada com gaze estéril embebida com solução alcoólica de clorexidina ou álcool a 70%,
com movimentos circulares, a partir do centro do reservatório, ampliando o movimento em diâmetro de cerca de 10
cm. Repetir 03 vezes; 11-Localizar e fixar o reservatório com os dedos da mão não dominante, palpar as bordas e
firmar o reservatório para punção (identificar local da punção); 12-Com a mão dominante, puncionar o centro do
reservatório até sentir bater a agulha na parede posterior do reservatório, introduzindo a agulha num ângulo de 90°
(permitir acesso à câmara e posicionar corretamente o dispositivo); 13-Injetar o SF 0,9%, observar se infunde e flui
livremente. Testar refluxo sanguíneo somente após; 14-Lavar o dispositivo, injetando o restante do SF 0,9% e fechar
pinça garantindo pressão positiva (remover o sangue contido na câmara, prevenir obstrução do cateter e evitar o
rompimento da membrana de silicone e a soltura do cateter); 15-Após a punção, fixar a agulha ou escalpe com gaze e
curativo transparente; 16- Proceder de acordo com a indicação da punção (instalar o soro, outras medicações ou
heparinizar o cateter) usando técnica correta (implementar terapia prescrita); 17-Ao final da infusão, injetar, conforme
capacidade do lúmen do cateter, solução de 500UI de heparina/ml (Tal procedimento tem a finalidade de manter a
perviedade do sistema, mantendo o reservatório e o cateter preenchidos evitando o acesso retrógrado de sangue e
posterior formação de coágulo); 18-Realizar curativo oclusivo estéril com gaze e fita adesiva hipoalergênica ou película
de filme transparente (Evitar desprendimento do dispositivo e proteger o local); 19-Posicionar o paciente de maneira
confortável; 20-Retirar as luvas, lavar as mãos e remover máscara; 21-Encaminhar o material ao expurgo; 22-Realizar
as anotações de enfermagem no prontuário (Documentar o cuidado e subsidiar o tratamento; Artigos 71 e 72 do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Responsabilidades e Deveres).

CONSIDERAÇÕES:
 A troca da agulha deve ser realizada a cada sete dias, caso não haja plaquetopenia.
 O curativo com película transparente deve ser trocado à cada sete dias ou quando se julgar necessário.
 O curativo estéril com gaze e fita hipoalergênica deve ser realizado diariamente.
 Em infusões contínuas, deve ser estabelecida a periodicidade para a lavagem do cateter com SF 0,9% de 6/6
horas. Em caso de suspeita de infecção relacionada ao cateter, deve ser colhida hemocultura do cateter e
encaminhar para análise microbiológica.
 Devido as obstruções frequentes em curtos períodos de manipulação dos cateteres, foi normatizado, em 27
de dezembro de 1996, pela comissão interdisciplinar de cateteres do inca, a utilização de uma concentração
de solução heparinizada de 500 ui/ml, com flush de 2 ml nos cateteres venosos centrais de longa permanência.

MÉTODO DE PREPARO DA SOLUÇÃO:


 Aspirar 0,25 ml de liquemine (ampola 5.000 ui) e completar para 10 ml de solução fisiológica 0,9%;
 Aspirar 1 ml de heparina sódica (frasco 25.000 ui), completar para 10 ml de solução fisiológica 0,9%;
 Instilar 2 ml dessa solução para heparinização dos cateteres totalmente ou semi-implantados: 500 UI/ml.

Intervenções de enfermagem e cuidados especiais:


 Lavar o cateter com 20ml de SF 0,9% após infusão de hemocomponentes ou de medicações.
 Heparinizar o port-a-cath quando seu próximo uso for ocorrer em um tempo superior a 24h e salinizar quando
o tempo for inferior a 24h.
 Trocar o equipo utilizado para administração de quimioterápicos antineoplásicos e soroterapia a cada 72h e o
de hemocomponentes a cada transfusão, exceto plaquetas que deve ser trocada ao final do volume total
prescrito.
 Trocar o curativo tradicional com gazes a cada 24h e na presença de umidade e sujidade ou se estiver solto.
 Trocar o dispositivo de punção: escalpes e agulhas de Hubber sem extensor a cada 72h e agulhas de Hubber
com extensor ou agulhas de Cytocan a cada 5 dias.
 Identificar os equipos em uso com a data e horário da instalação e assinatura do responsável.
 Identificar e anotar a data, horário e assinatura do responsável pela punção e curativo do dispositivo de
punção.
 Anotar o número de punções realizadas, em um impresso próprio, para permitir controlar o tempo de uso do
cateter. Observar se há formação de hematoma local e administrar analgésico conforme queixas do cliente,
no pós-operatório imediato da implantação do cateter.
 Inspecionar e palpar o local de inserção do cateter, procurando detectar precocemente sinais de infecção.
 Infundir sem pressionar excessivamente o quimioterápico pelo cateter de longa permanência para que não
ocorra o risco de desconectar o cateter da câmara ou romper a membrana de silicone.
 Observar com rigor o aspecto das soluções a serem infundidas, quanto à presença de resíduos, corpos
estranhos, precipitação, coloração e turvação.
 Utilizar, preferencialmente, sistemas de infusão fechados em cateteres totalmente implantados.

3. CATETER VENOSO CENTRAL DE LONGA PERMANÊNCIA SEMI-IMPLANTADO (CVC-LP-SI)

São tubos flexíveis radiopacos, feitos de silicone, poliuretano ou de teflon. Apresentam-se de única, dupla e tripla vias,
independentes entre si, de comprimentos e calibres variados.
Denomina-se “semi-implantados”, pois, parte do cateter é inserida em veia central passando por um “túnel” realizado
no tecido subcutâneo, deixando uma parte exteriorizada, pela qual se realiza o acesso ao sistema venoso central para
implementação da terapia intravenosa.

Na sua porção tunelizada, o cateter apresenta uma “manga” ou “bainha”, também chamada de cuff de dacron, em
material poroso e biocompatível, idealizado para promover maior aderência de fibrina, ocluindo o túnel à entrada de
patógenos e propiciando maior fixação do mesmo no tecido subcutâneo. Sua fixação ocorre, portanto, por meio de
uma reação fibrosa entre o tecido gorduroso subcutâneo e uma pequena tira de Dacron (cuff) – colada externamente
ao cateter. Esta reação necessita de um período de maturação em torno de 3 a 4 semanas. Neste interim é mantido
fixado por pontos na pele. Seus modelos, apresentações, comprimentos, bem como algum dispositivo adicional, tipo
válvula bidirecional em sua ponta proximal ou distal e diferenciação das vias por códigos de cores, variam de acordo
com a empresa fabricante.

Cateter semi-implantável. Fonte: http://slideplayer.com.br/9724299/31/images/3/Riscos+de+contamina%C3%A7%C3%A3o+%2F+INFEC%C3%87%C3%83O.jpg. Acesso em 08 de


fevereiro de 2018.

Corresponde a um sistema com três segmentos:


 Distal (intravascular)
 Intermediário (subcutâneo)
 Proximal (externo)
Há dois tipos principais de cateteres semi-implantáveis: um modelo mais maleável e com ponta simétrica dos lúmens
(geralmente dois), conhecido como Hickman, e outro de maior rigidez, capaz de permitir um fluxo médio de 350 a 450
mL/min e com pontas capazes de minimizar a recirculação do sangue (lúmens com pontas simétricas – por exemplo,
Palindrome™ –, Covidien, assimétricas – por exemplo, Mahurkar™, Covidien –, ou separadas – Splitcath, Medcomp),
chamado de maneira geral de Permcath. Ambos têm um anel de Dacron posicionado no interior do túnel subcutâneo,
idealmente a 2 cm do orifício de entrada do cateter. Esse anel provoca uma reação inflamatória e consequente
aderência, proporcionando melhor fixação do dispositivo após cerca de 1 mês do implante
Cateter de Broviac (1973) – Único lúmen / Cateter de Hickman (1979) – Aumento de calibre e duplo e triplo lúmen.

Disponível em: http://www.politecsaude.com.br/files/Arquivos/BROVIAC.jpg. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

Os cateteres semi-implantáveis de alto fluxo (Permcath) são indicados nos pacientes que necessitam de hemodiálise
por período mais prolongado e para indivíduos em programação de aférese, que consiste num processo de coleta de
células progenitoras periféricas mobilizadas para a circulação sanguínea, visando transplante de medula óssea. Os
cateteres de Hickman permitem a infusão simultânea de diversas soluções, inclusive hemoderivados, além da própria
realização do TMO.

Permcat – Disponível em:


http://4.bp.blogspot.com/_TEm2plH4sD8/S1fK_PzWlvI/AAAAAAAABnE/avqvijY805M/s320/Angie_PermCath_Kidney
Korner_com.jpg. Consulta em 10 de fevereiro de 2018.
Indicações
São indicados para pacientes de transplante de medula óssea, devido à facilidade para infusão de grandes volumes,
dado o seu grande calibre. E também para pacientes de Hematologia, pois, ao dispensar o uso de agulhas, se torna
menos traumático, além de diminuir o risco de sangramentos. Apresentam vários calibres para infusão de
medicamentos, nutrição parenteral, realização de procedimentos como aférese, e nos calibres de 13.5 utilizados para
hemodiálise.

Contraindicações

 Pacientes que não possuem condições de comparecer para fazer manutenção num prazo máximo de sete
dias, para que não ocorra obstrução.
 Pacientes com baixa condição de higiene, aumentando o potencial de infecção, uma vez que há uma parte
do cateter exteriorizada, que necessita de cuidados higiênicos, além de curativos.
 Pacientes oncológicos com metástases cutâneas, devido ao grande potencial de infecções.

Procedimento de implantação

É realizado em sala de cirurgia, no centro cirúrgico, uma vez que requer condições de assepsia e controle radiológico
para verificação do posicionamento da ponta do mesmo, o qual deve permanecer em veia cava superior. A tunelização
se faz necessária para que o local da dissecção venosa não seja o mesmo que o da saída do cateter pela pele.
Logo após o procedimento, é realizado o curativo e o enfaixamento para proteção da ponta exteriorizada do cateter
venoso central semi-implantado.

Sítios de implantação

Como primeira opção: veias umeral e axilar, já que a proteção com curativo e enfaixamento dessa área é facilitada,
prevenindo, assim, a tração acidental e a exposição do cateter. Como segunda opção: as jugulares externa e interna.
Não são utilizadas as veias safena e femoral, por dificuldade para acesso e potencial de trombose venosa.

Liberação do cateter para uso e curativos de pós-operatório

A utilização do cateter semi-impermeável é possível imediatamente após a implantação, sem expor o paciente a
traumas ou dores, uma vez que a inserção na pele é protegida com curativo e enfaixamento e a manipulação é
realizada na sua porção exteriorizada. O primeiro curativo é realizado entre o primeiro ou terceiro dia de pós-
operatório. A retirada de pontos, é comumente realizada no 15º dia de pós-operatório. A manutenção de todas as vias
deve ser semanal, assim como a troca de curativos do local de inserção do cateter.

Vantagens e Desvantagens

Vantagens
 Retirada facilitada pela exposição da ponta distal, a qual dispensa sala de cirurgia, em muitos casos,
diminuindo o estresse do paciente.
 Dispensa a utilização de agulhas, reduzindo a dor e o desconforto do paciente.

Desvantagens
 Necessidade de manutenções e curativos semanais.
 Possível dano externo ao cateter, como: quebra, perfurações e corrosões.

Atenção: Cabe ao enfermeiro orientações completas e frequentes ao paciente e família/cuidador.


COMPLICAÇÕES DOS CATETERES VENOSOS CENTRAIS DE LONGA PERMANÊNCIA

1. Complicações trombóticas - Existem dois tipos de complicações trombóticas resultantes da inserção dos cateteres
venosos centrais.
A primeira é o revestimento de fibrina sobre o cateter, que normalmente não é aderente à parede do vaso (a camada
de fibrina é uma consequência previsível do contato sanguíneo com a superfície arterial.); e a segunda consiste na
formação do trombo, que é aderente à parede do vaso, podendo obstruí-lo total ou parcialmente ao redor do cateter
(resultante de um dano vascular e/ou distúrbio causado pela presença do cateter, ocorrendo no local de entrada do
vaso ou na ponta do dispositivo, raramente envolvendo a extensão do cateter).
Nos casos de trombose venosa, o diagnóstico pode ser feito através da venografia e é mais comum em cateteres semi-
implantados.

O primeiro problema mais comum associado a cateteres é a obstrução (não há consenso quanto à padronização de
diluição da heparina utilizada preventivamente, para evitar o depósito de fibrina no cateter, por ocasião do não uso).

A Comissão Interdisciplinar de Cateteres do INCA - solução padrão de 500 ui/ml, que deve ser usada em todos os
cateteres totalmente implantados e semi-implantados. Para os casos severos de formação de fibrina e trombo
obstruindo a luz do cateter, utiliza-se a padronização de diluição de streptoquinase, conforme protocolos institucionais
e supervisão médica, com o objetivo de desobstrução imediata, evitando a remoção prematura do cateter, assim como
a colonização por microorganismos circulantes.

2. Complicações infecciosas - Os portadores de cateteres venosos centrais geralmente são imunossuprimidos por
serem submetidos à quimioterapia ou transplante de medula óssea e, consequentemente, possuem maior risco de
adquirir infecção devido ao condicionamento pré-transplante, ao tratamento instituído para o controle da doença
enxerto x hospedeiro e às altas dosagens de quimioterápico, daí a necessidade de cuidados rigorosos durante as
manipulações dos cateteres.
As complicações infecciosas são as primeiras causas de remoção prematura de cateteres, e a sepses é a complicação
de maior risco de morte.
Ocorre por invasão na inserção transcutânea por microorganismos da própria flora epidérmica do paciente. O
microrganismo mais comumente encontrado é o Staphylococcus epidermidis e, nesse caso, o tratamento com
antibióticos é efetivo na terapêutica, sem necessariamente haver a remoção do cateter. Das infecções fúngicas, as
mais comuns são por Candida fungemia e Candida albicans, geralmente determinantes para a remoção dos cateteres,
sendo menos comuns em adultos.

3. Complicações mecânicas - Representam menos de 1% das intercorrências.


• Migração do circuito – é a mudança do lugar do cateter. É mais comum de acontecer em veia jugular. Quando ocorre
durante o procedimento cirúrgico, a visualização é facilitada e a intercorrência é corrigida a tempo, isto é, o cateter é
posicionado corretamente em veia cava superior. Porém, quando ocorre depois desse prazo, a correção é cirúrgica.
• Ruptura do circuito – o cateter fissura ou se separa completamente. Pode ocorrer devido à pressão que é realizada
durante o flush e geralmente está relacionada às tentativas de desobstrução. Nesses casos, há necessidade de retirada
do cateter.
• Herniação do PORT – rara. Nesse caso, o septo de silicone se levanta do PORT. Ocorre devido a problemas de
fabricação do cateter ou a tentativas de desobstrução. Há necessidade de troca do cateter.
• Acotovelamento – pode acontecer devido à migração do cateter, ocasionando a sua dobra. Na maioria das vezes,
apesar da enfermagem orientar o paciente quanto à possibilidade de melhora do fluxo com a mudança do
posicionamento do pescoço, pode ser necessária a correção cirúrgica ou troca de cateter.
• Rotação do PORT – o PORT se vira dentro do subcutâneo, tornando a punção difícil. Pode dar-se quando a fixação
do PORT durante o procedimento cirúrgico é falha. A correção pode ser realizada em alguns casos manualmente,
porém, na maioria das vezes, é necessária a cirurgia.
4. CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (CCIP OU PICC)

Esses cateteres são confeccionados em silicone ou poliuretano, são radiopacos, de comprimento total, variando entre
10 e 75 cm, apresentando marcações a cada 1 a 5 cm.
A sua introdução por veias periféricas se dá através da utilização de dispositivos de punção, que podem ser agulhas
metálicas com asas ou cateteres curtos sobre agulha metálica, conhecidos mundialmente como “Scalibur”, devido ao
seu design, o qual lembra uma espada medieval. São também referendados na literatura internacional corrente como
PICC (peripheraly inserted central catheter) e são diversas as suas técnicas de inserção periférica, conforme o tipo de
CCIP empregado, características do paciente, dificuldades pré-avaliadas, doença de base, necessidades da terapia
intravenosa indicada.
Tido até alguns anos atrás como um cateter de média permanência, o CCIP, seguindo a evolução dos tempos e
incorporando materiais de melhor qualidade e mais biocompatíveis, é hoje considerado um cateter venoso central de
longa permanência, dentro da classificação dos semi-implantados.
Com indicação de permanência máxima de um ano pela Infusion Nurses Society (INS), uma das mais respeitadas
entidades de terapia infusional no mundo, o CCIP, no INCA, já atingiu um tempo máximo de permanência de 2 anos e
6 meses.
Dentre os cateteres venosos centrais, é o que apresenta melhor relação custo-benefício: menor custo; menores riscos
relacionados ao cateter; dispensa a utilização de sala cirúrgica, podendo ser inserido em qualquer local, inclusive
no leito de internação ou em residências; exige apenas um RX simples para confirmação de sua localização após ser
inserido; apresenta eficiente resposta a tratamentos intravenosos com extremos de pH e osmolaridade. Seus
modelos, apresentações, bem como algum dispositivo adicional tipo válvula bidirecional em sua ponta proximal ou
distal, diferenciação de seu calibre por códigos de cores, duplo lume, estruturas para melhor fixação na pele, dentre
outros, variam de acordo com a empresa fabricante.

Indicações

 Tratamento quimioterápico de até um ano de duração prevista.


 Obter e manter acesso venoso profundo por tempo prolongado.
 Ministrar soluções hiperosmolares (ex: nutrição parenteral, solução glicosada em concentração maior que
12,5%, aminas vasoativas).
 Ministrar soluções vesicantes e irritantes.

Contraindicações
 Inadequada rede venosa periférica.
 Presença de deformidades físicas ou feridas infectadas nas áreas de inserção.
 Necessidade de acesso venoso central por mais de um ano.

Procedimento de colocação

RESPONSABILIDADE: Enfermeiro com devida certificação para inserção de PICC (Resolução COFEN nº 258/2001).

Aspectos Éticos e Legais


 A competência técnica e legal para o Enfermeiro inserir e manipular o PICC encontra-se amparada pela Lei
7498/86 e o seu Decreto 94406/87, no seu artigo oitavo inciso I, alíneas c, g, h, e inciso II, alíneas b, e, h, i além
das Resoluções: COFEN nº 240/2000 (Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem), Cap. III, das
responsabilidades, nos seus artigos 16,17 e 18, COFEN nº 258/2001 foi normalizada a inserção e a
manipulação deste dispositivo pelo profissional enfermeiro.
Realizado com técnicas assépticas. O enfermeiro deve submeter-se à degermação para paramentação própria e do
paciente. Poderá ser utilizado ou não botão anestésico, dependendo do calibre do scalp utilizado e da sensibilidade
do paciente.
Após o procedimento, são realizados Raios X de controle para verificação do posicionamento do cateter.
Complicações que podem surgir durante a colocação:
 Sangramentos.
 Lesões em nervos e tendões (devido à extrema proximidade do nervo cutâneo lateral).
 Mau posicionamento (migração para outra região).
 Arritmias cardíacas (relacionadas à excitabilidade da parede miocárdica, devido à progressão do cateter ou
fio-guia ao interior do átrio direito).

Complicações que podem surgir na pós-inserção:

 Flebite – é a complicação mais comum, geralmente ocorre nas primeiras 48 a 72 horas após a inserção,
podendo ser decorrente de traumatismo vascular durante o processo de introdução do cateter.
 Oclusão – geralmente decorrente de acúmulo de sangue na ponta e/ou interior do cateter e ausência de
flushes periódicos do cateter.
 Celulite – é geralmente causada pelo Staphilococus epidermidis ou S. aureus. Pode ser tratada com
antibioticoterapia oral, o que, muitas vezes, dispensa a retirada do cateter.
 Embolia gasosa – é uma complicação rara, pois o local de saída do cateter fica abaixo do nível do coração, o
que ajuda a manter a pressão adequada dentro do sistema.
 Embolia pulmonar – pode ocorrer devido à quebra do cateter para dentro do braço ou ruptura do cateter
durante uma irrigação forçada.

Sítios para colocação

As principais veias de escolha são as cefálicas e as basílicas, já que o calibre das mesmas e o acesso a elas são mais
fáceis.
O curativo e enfaixamento do braço afetam, da menor maneira possível, a estética do paciente e os hábitos de vida
diária dos mesmos, além disso, permite a proteção contra a tração acidental e a exposição do cateter.

PICC em veia basílica direita, com a ponta em veia cava superior.


Fonte: http://www.sterlingcare.com/wp-content/uploads/2016/10/Outline-of-human-figure-with-catheter-inserted-into-right-arm-at-elbow-Two-ports-are-at-
end-of-cath_15498.jpg. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.

-Material para a inserção do PICC :

 Kit do PICC percutâneo que pode ser completo ou simples: O conjunto completo inclui o cateter, introdutor,
2 campos impermeáveis (um simples e um fenestrado), compressa de gazes, uma tesoura, uma pinça
anatômica, um curativo transparente, tiras adesivas para fixação, garrote, fita métrica, seringa de 5 ml, solução
de PVPI aquosa ou clorexidina 2% e álcool à 70%. O kit simples inclui o cateter, o introdutor e a fita métrica.
Faz-se necessário o preparo dos materiais a parte;
 Bandeja estéril, contendo: 01 tesoura reta, 02 Backaus, 01 pinça anatômica, 01 pinça Adson sem dente e curva,
01 pinça allis, 01 campo fenestrado, 01 campo cirúrgico pequeno e 01 cuba redonda.
 Campo simples de 90x90;
 02 escovas para degermação com solução antisséptica;
 02 capotes estéreis; 04 pares de luvas estéreis; gorros, máscaras, óculos; solução salina 0,9%; solução de
heparina (0,25 ml para 250 ml de S.F. 0,9%); solução de clorexidina degermante a 4%; solução de clorexidina
alcoólica 0,5%; seringa de 10 ml; seringa de 20 ml; agulha 40x12; gazes estéreis; curativo com filme
transparente; adesivo transporoso estéril; extensor ou torneira de três vias; gorro, máscara, avental de manga
comprida e óculos de proteção.
Backaus – Fonte:
https://harteinstrumentos.com. Pinça Adson – Fonte:
https://www.dentalcremer Pinça Allis -
br/wp-
content/uploads/2017/06/pinca .com.br/Assets/Produtos/S http://cirurgicapassos.com.br/instr
backaus13cm-1.jpg. uperZoom/508246.jpg. umental-cirurgico/pinca/allis.html.

Preparo para Inserção - Ação de Enfermagem

01-Higienizar as mãos; 02- Reunir o material necessário; 03-Explicar o procedimento ao paciente e ao familiar
(Estabelecer relação de empatia com o paciente e esclarecer os familiares quanto à indicação, benéficos e possíveis
complicações); 04- Avaliar as condições clínicas do paciente (a instabilidade clínica e hemodinâmica do paciente pode
contraindicar o procedimento); 05- Escolher o acesso venoso; 06-Obter os dados antropométricos específicos para
instalação, dentre eles a mensuração externa do CCIP e os perímetros braquial direito, esquerdo e torácico para os
cateteres inseridos em membros superiores e perímetro da coxa direita e esquerda, e quadril para os inseridos em
membros inferiores; 07-Para inserção nas veias do membro superior: colocar membro a 90º do tórax, realizar a
mensuração da distância entre o possível ponto de punção, seguindo o trajeto da veia, até a junção manúbrio esternal
com a cabeça da clavícula direita, seguir paralelamente ao externo até o terceiro espaço intercostal. Posicionar a
cabeça voltada para o lado do membro a ser puncionado, antes de iniciar o procedimento ou solicitar ao profissional
que auxilia posicioná-la no momento da inserção; 08-Para inserção nas veias de membro inferior: colocar o membro
estendido, em linha mediana, realizar a mensuração da distância entre o possível ponto de punção até região inguinal,
deste ponto até cicatriz ou coto umbilical e deste ponto até apêndice xifoide; 09- Para inserção nas veias da cabeça e
pescoço: do local de punção, seguindo pela região cervical lateral, até a cabeça da clavícula direita e deste até o 3º
espaço intercostal direito; 10- Para considerar o cateter como central ele deve estar localizado no terço distal da veia
cava superior ou da cava inferior11. Realizar técnicas que minimizem a dor como administração de solução glicosada
a 25%, sucção não nutritiva, contenção elástica e até mesmo prescrição médica de analgésico; 14- Posicionar o filme
de Rx sob o recém-nascido; 15- Realizar o aquecimento do membro ou local de punção, caso necessário; 16-Comunicar
o setor de radiologia e o médico plantonista sobre a necessidade de se realizar o Rx, imediatamente à solicitação.

PROCEDIMENTO DE INSERÇÂO DO CATETER: Ação de Enfermagem

01- Reunir o material necessário; 02- Colocar gorro, máscara e óculos protetores; 03- Realizar a higienização cirúrgica
das mãos; 04-Posicionar o paciente em decúbito dorsal, com o membro a ser puncionado exposto (- Evitar
contaminação. Este item deverá ser realizado pelo profissional que estará auxiliando o enfermeiro no procedimento);
05-Paramentar-se com capote estéril, luva estéril; 06-Realizar a degermação do sítio de inserção com solução de
clorexidina degermante por três minutos, em movimentos circulares centrífugos; 07-Secar a área com gaze estéril; 08-
Realizar a antissepsia com solução de clorexidina alcoólica por três vezes(movimentos circulares); 09-Trocar de luva
cirúrgica estéril OU, quando utilizando a técnica de dupla luva, remover a luva contaminada; 10-Posicionar os campos
simples e fenestrados; 11-Lubrificar o cateter com SF 0,9%, preenchendo todo o lúmen (Observar integridade do
cateter atentando para os sinais de avarias como perfurações na extensão do mesmo); 12-Medir o comprimento do
cateter através de sua graduação de acordo com a mensuração realizada anteriormente do trajeto venoso; 13-
Adicionar 1 ou 2 cm ao tamanho e proceder o corte do cateter; 14-Garrotear o membro, se necessário; 15-Posicionar
o bisel da agulha do introdutor para cima e executar a punção; 16-Observar o retorno venoso; 17-Retirar a agulha ou
o mandril do introdutor, para os introdutores percutâneos; 18-Exercer pressão sobre a veia, logo à frente do introdutor
inserido 19-Soltar o garrote; 20-Iniciar a inserção lentamente do PICC no vaso, através do introdutor, com o auxílio de
uma pinça anatômica. Evitar tocar o cateter com as mãos enluvadas (A introdução lenta evita danos ao vaso e o talco
poderá desencadear flebite química); 21-Avançar o cateter até a medida de comprimento anteriormente verificado
(Verificar o posicionamento da ponta do cateter); 22-Se possível realizar o Rx neste momento, posicionando o membro
superior paralelo ao tórax e a face do paciente direcionada para frente para facilitar leitura do Rx; 23-Avaliar a
localização da ponta; a posição precisa e ideal da ponta do PICC é o terço distal da veia cava superior ou da veia cava
inferior (Esta localização permite os movimentos normais do braço do paciente , sem o risco de que o cateter penetre
no átrio direito ou se retraia para veia jugular.); 24-Exercer pressão sobre a veia, logo à frente do introdutor inserido,
procurando imobilizar o cateter e retirar o introdutor lentamente; 25-Pressionar a pele no ponto de inserção (Evitar
migração do cateter e conter o sangramento local); 26-Partir o introdutor separando as duas aletas conforme a
orientação do fabricante; 27-Testar a permeabilidade do cateter e o retorno sanguíneo; 28-Realizar a limpeza do sítio
de inserção com solução salina 0,9%, seguido de clorexidina alcoólica; 29-Enrolar o excedente do cateter exteriorizado
(- Evitar tração acidental do cateter); 30-Realizar a fixação do cateter, colocando uma tira adesiva, tipo Chevron sobre
o disco oval ou dispositivo de fixação (Fixar o cateter evitando a tração acidental do cateter); 31- Aguardar realização
do RX no leito (Avaliar o posicionamento do cateter e a necessidade de tracionamento do mesmo); 32- Após
certificação da localização do cateter, fixá-lo com um curativo de filme transparente; 33-Adaptar o extensor; 34- Iniciar
infusão; 35-Retirar a paramentação; 36-Posicionar o paciente e deixá-lo confortável; 37-Higienizar as mãos; 38-
Proceder as anotações em prontuário, ficha de protocolo de inserção (em anexo) e livro de registros; 39-Realizar a
prescrição de enfermagem dos cuidados de manutenção do cateter (Documentar o cuidado e subsidiar o tratamento.
Artigos 71 e 72 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem).

MANUTENÇÃO DO CATETER: Não há tempo especificado para permanência do cateter. Toda a equipe deve ser
capacitada e orientada quanto ao manuseio e cuidados com o mesmo, solicitando a reportar-se ao enfermeiro quando
observado qualquer anormalidade.

Ação de enfermagem

A manutenção da permeabilidade do cateter é realizada a cada 8 horas:


01- Proceder a lavagem (flush) com solução salina 0,9% em volume 3 vezes o priming (volume interno) do cateter (ver
orientação do fabricante) padroniza-se na Unidade a lavagem com 1 ml de S.F. 0,9% a cada 8 horas, nos seguintes
horários: 08, 16 e 00h.
02- Para os cateteres que não estiverem com infusão contínua de heparina, proceder o flush a cada 6 horas, nos
horários de 6, 12, 18, e 00h.
03- Aferir e registrar a circunferência do membro 5 cm acima do local da punção (Um aumento nestes valores, quando
comparados às medidas entre o membro e o seu contra lateral ou em relação às medidas anteriores, indicará a
suspeita de trombose ou extravasamento. Neste caso, o médico deverá ser comunicado. Pode ser feita a cada 5 dias
ou quando da suspeita da ocorrência);
04- O primeiro curativo deverá ser realizado com 24 horas após a inserção e os seguintes a cada 7 dias ou de acordo
com a necessidade/protocolo, utilizando o curativo transparente.
05- Comunicar ao Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) da regional a suspeita de infecção relacionada ao
cateter – sinais de infecção e febre sem outro foco que possa ser identificado pela equipe da unidade.
06- Realizar raio X periódico para controle da localização do cateter a cada 5 dias.

MANIPULAÇÃO DO CATETER: A manipulação adequada, seguida de rigor asséptico é fundamental para o sucesso na
utilização do dispositivo.

Ação de enfermagem

01 - Lavar as mãos com solução degermante antes e após manusear o cateter e conexões; 02- Ao manusear o cateter
friccionar álcool a 70% nas tampas rosqueadas e conexões; 03- Inspecionar diariamente o local de inserção e o trajeto
da veia; 04- Observar a fixação, sangramento, edema e hiperemia local; 05- Proceder a troca do set de infusão e outros
dispositivos acoplados ao sistema não mais que 72 horas, exceto se suspeita de bacteremia relacionada ao cateter;
06- Identificar a data da troca dos dispositivos; 07- Evitar a ocorrência de obstrução do cateter, procurando manter a
bomba em infusão e atentando para entrada de ar no sistema; 08- Não fixar esparadrapo em torno do corpo do
cateter; 09- Lavar o cateter com 1 ml de S.F. 0,9% a cada 8 horas: 08, 16 e 00h; 10- Lavar o cateter com 1 ml de S.F.
0,9% antes e após a infusão de soluções, etapas de soroterapia e medicamentos; 11- Não tracionar o cateter e não
permitir que isto ocorra; 12- A bomba de infusão não deve ficar parada e nem alarmando pelo risco de obstrução; 13-
Não coletar sangue arterial no membro em que estiver o cateter; 14- Não coletar amostras de sangue pelo cateter;
15- Não infundir sangue e derivados através do cateter; 16- Não usar de força para injetar qualquer solução; 17- Não
utilizar seringas com volume inferior a 10 ml (- Seringa de volume inferior a 10 ml podem comprometer a integridade
do cateter, gerando pressões capazes de rompê-lo);

RECOMENDAÇÕES:
 Estar atento para a ocorrência de arritmias durante o procedimento. O profissional que auxilia pode atentar
para as condições clínicas do paciente;
 Não é recomendado o início de administração de drogas antes da confirmação da localização da ponta do
cateter pelo Rx.
 A posição precisa e ideal da ponta do PICC é o terço distal da veia cava superior ou da veia cava inferior. Esta
localização permite os movimentos normais do braço do paciente, sem o risco de que o cateter penetre no
átrio direito ou se retraia para veia jugular.
 Considera-se que um cateter está a nível central quando a sua ponta está dentro dos limites do tórax,
entretanto devem ser avaliados os casos de administração de drogas irritantes, hiperosmolares e vesicantes
nas junções áxilo subclávia devido aos problemas que podem causar à túnica íntima da veia nesta área.
 Atentar para o posicionamento do paciente durante a realização do Rx, mantendo o membro superior paralelo
ao tórax e a face do paciente direcionada para frente.

Liberação para uso e curativos

A utilização do PICC, é possível imediatamente após a sua implantação, sem expor o paciente a traumas ou dores, já
que a sua inserção na pele é protegida com curativo e enfaixamento e a manipulação é realizada na sua porção
exteriorizada. A manutenção deve ser semanal, assim como a troca de curativos do local de inserção do cateter.

Vantagens e desvantagens

Vantagens
 Facilidade da colocação, não necessitando de cirurgia nem exposição a anestésicos, podendo ser realizada
no ambulatório por enfermeiros.
 Procedimento para colocação é rápido, assim como a sua retirada nos casos de complicações, o que não
impede uma nova colocação em curto período de tempo, pois esse tipo de dispositivo conserva o sistema
vascular periférico.

Desvantagens
 Necessidade de curativos e manutenção semanais
 Necessidade de fixação
 Limitação para algumas atividades físicas.
 Frequentes orientações e reforços para pacientes e acompanhantes/responsáveis, objetivando a
manutenção dos cuidados no domicílio e retornos periódicos para manutenção.
 Dificuldade na colocação em pacientes politratados, uma vez que a rede venosa encontra-se fragilizada e/ou
estenosada em função dos citostáticos (substâncias empregadas no tratamento de neoplasias malignas
quando os tratamentos cirúrgicos ou radioterápicos não são possíveis ou se mostraram ineficazes, ou ainda
como adjuvantes da cirurgia ou da radioterapia como tratamento inicial) utilizados no tratamento.
DE MANEIRA GERAL

De uma maneira geral, as vantagens proporcionadas pela utilização dos cateteres intravasculares centrais, somam-se
às complicações que podem advir de seu uso, entre elas, vale mencionar as infecções de sítio de inserção, as infecções
de corrente sanguínea, as tromboflebites sépticas, as endocardites e outras infecções metastáticas (osteomielite,
abscesso cerebral, endoftalmite (grave inflamação no globo ocular, geralmente de origem infecciosa), etc).

Infecção da corrente sanguínea, relacionada a cateter.

Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo5/pre_corrente.htm. Acesso em 10


de fevereiro de 2018.

A incidência das complicações varia consideravelmente, conforme o tipo de cateter, a frequência de manipulação,
o tempo de permanência e os fatores relacionados ao paciente.

Cuidados com os líquidos e sistemas de infusão (equipo, bureta, extensor e torneirinha)

- Usar técnica asséptica no preparo de soluções, administrar imediatamente após o preparo ou refrigerar se
recomendado pelo fabricante.
- Dar preferência a sistemas fechados de infusão.
- Antissepsia com álcool 70% ao abrir frascos de soro e de medicamentos.
- Observar: turvação, fendas e perfurações, vedação e perda de vácuo, data de validade.
- Manter o sistema de infusão sempre fechado.
- Administrar medicações em local próprio (injetor lateral, torneirinhas, extensões) com antissepsia prévia das
conexões com álcool 70%.
- Trocar equipos simples, buretas, extensões, torneirinhas e outros dispositivos a cada 72 horas e, sempre que ocorrer
refluxo de sangue, no caso de infusões intermitentes, como antimicrobianos, sangue e hemoderivados, trocar
imediatamente o sistema de infusão ou no máximo em 24h.
- Trocar o sistema de infusão nutrição parenteral (NPT) a cada 24 horas.

Uma das principais vias de entrada de microrganismo na corrente sanguínea é pelas conexões das linhas de infusão.
A limpeza das conexões com álcool a 70% é fundamental antes da utilização destas vias. Manter sempre as conexões,
não utilizadas, fechadas com a tampa de proteção.
Coleta de culturas
- Sempre que houver suspeita de infecção relacionada a cateter de natureza sistêmica (não restrita ao local), colher
imediatamente após a retirada do cateter 2 frascos de hemocultura de veia periférica, de locais diferentes e
encaminhar a ponta do cateter (<5cm) para cultura.
- Não há indicação para cultura da ponta do cateter venoso central na rotina, exceto se houver evidências de infecção
relacionada a este ou quando os cateteres são retirados de pacientes gravemente enfermos ou imunodeprimidos.
Padronização das soluções utilizadas

Solução heparinizada – cateteres venosos centrais de longa permanência


Devido às obstruções frequentes em curtos períodos de manipulação dos cateteres, foi normatizado, em 27 de
dezembro de 1996, pela Comissão Interdisciplinar de Cateteres do INCA, a utilização de uma concentração de solução
heparinizada de 500 ui/ml, com flush de 2 ml nos cateteres venosos centrais de longa permanência.

Método de preparo da solução • Aspirar 0,25 ml de liquemine (ampola 5.000 ui) e completar para 10 ml de solução
fisiológica 0,9%. • Aspirar 1 ml de heparina sódica (frasco 25.000 ui), completar para 10 ml de solução fisiológica 0,9%.
• Instilar 2 ml dessa solução para heparinização dos cateteres totalmente ou semi-implantados: 500 iu/ml.

Heparinização de cateteres centrais de inserção periférica


Heparinização de cateteres centrais de inserção desse tipo de cateter, a Comissão Interdisciplinar de Cateteres indicou
a utilização de heparina sódica pura. A quantidade de heparina a ser administrada deverá ser igual ao volume
comportado pelo cateter (após ser reduzido), acrescentando mais 0,1 ml. Exemplo: se um cateter de 60 cm comporta
1 ml de líquido e foi reduzido para 30 cm para ser inserido, a quantidade de heparina a ser administrada será de 0,6
ml.

Atenção! A heparina age inibindo a conversão do fibrinogênio em fibrina, impedindo a formação do coágulo.

Solução de streptoquinase
Essa solução só deverá ser utilizada em cateteres venosos centrais de longa permanência nos casos de obstruções.
Quanto aos cateteres de inserção periférica, no caso de obstruções, a indicação será a retirada.
Passo a passo:
1) Diluir a Streptoquinase (ampola de 250.000 ui) em 5 ml de solução fisiológica 0,9%, obtendo uma solução de
50.000 ui/ml.
2) Aspirar 1 ml dessa solução e diluir novamente em 4 ml de solução fisiológica 0,9%, resultando na solução final
de 10.000 ui/ml. 3) Injetar lentamente de 1 a 1,5 ml dessa solução no circuito do cateter de longa permanência.
4) Solicitar que o paciente aguarde de 30 minutos a 1 hora, para observação e constatação da desobstrução.

Desobstrução
Realizar a tentativa com solução fisiológica 0,9%, fazendo movimentos de aspiração, utilizando uma seringa de 10 ml
com movimentos leves, repetidas vezes, para que não ocorra a ruptura do cateter. Em caso de não desobstrução,
realizar a mesma técnica com ácido ascórbico. Caso não desobstrua, solicitar avaliação médica para possível indicação
de utilização da solução de Streptoquinase, com a sua supervisão.

Registro de informações acerca dos cateteres venosos centrais

O Registro deve ser preciso, direto, claro, legível, empregando nomenclatura adequada.
Devem constar nos registros:
 Data e hora.
 Dados da avaliação do CVC.
 Conduta adotada pelo enfermeiro: procedimento realizado, encaminhamento, solicitação de exames para
avaliação. Conduta de enfermagem tomada (cuidado prescrito).
 Carimbo e assinatura.

São indispensáveis os registros de qualquer procedimento realizado no cateter, mesmo que não ocorra nenhum
problema com o mesmo. A simples observação diária do cateter deverá ser registrada como forma de evolução do seu
comportamento e funcionamento.

REFERÊNCIAS:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ministério da Saúde Manipulação dos Cateteres Venosos Centrais.
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo5/pre_corrente.h
tm. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Infecção de Corrente Sanguínea Orientações para Prevenção de
Infecção Primária de Corrente Sanguínea Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Efeitos Adversos –
UIPEA. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde – GGTES. Agosto de 2010. Disponível em:
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/manuais/prevencaoInfeccaoCorrente.
pdf. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde


(GVIMS) Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES). Medidas de Prevenção de Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde. 2013. Disponível em:
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro4-
MedidasPrevencaoIRASaude.pdf. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ministério da Saúde. Procedimentos e cuidados especiais (8) - INCA. Disponível
em: http://www.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap8.pdf. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.

Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 005/2009 – CT Atualização em 18/10/2015 .
Administração de medicamentos em cateter venoso central por Enfermeiro. Disponível em: http://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/005.2009%20Administra%C3%A7%C3%A3o%20de%20medicamentos%20em%20cateter
%20venoso%20%20central%20por%20Enfermeiro_aprovado%20ROP.pdf. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.

Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Câmara Técnica Orientação Fundamentada Nº 077/2014. Curativo
de cateter central. Disponível em: http://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/Orienta%C3%A7%C3%A3o%20Fundamentada%20-%20077.pdf. Acesso em 10 de
fevereiro de 2018.
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 060/2013 - CT PRCI n° 102744 Ticket nº 307.081.
Punção de Cateter Venoso Central de Longa Permanência Port-a-cath® por profissional de Enfermagem. Disponível
em: http://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/Parecer_060_Pun%C3%A7%C3%A3o_de_porth_cath_aprovado.pdf. Acesso em 10 de
fevereiro de 2018.
BRASÍLIA. Secretaria de Estado de Saúde. Unidade de Neonatologia do Hospital Regional de Planaltina. Protocolo para
inserção, manuseio, manutenção do CCIP-cateter central de inserção periférica. Brasília, 2013.

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