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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

Ensino Clínico de Cuidados Diferenciados


Área de Enfermagem Médico-Cirúrgica e Reabilitação
Serviço: Cirurgia I M (HUC)

Ana Catarina Dias Marques Nº 27011040

IMPLANTOFIX

Determinados doentes, devido à sua situação concreta, têm a necessidade de um


acesso venoso permanente. De forma a evitar puncionar o doente repetidamente
assistiu-se ao aparecimento do cateter venoso central com reservatório subcutâneo
(Carvalho, 1995).

O cateterismo venoso central é cada vez mais, um procedimento utilizado para


garantir um acesso venoso duradouro diminuindo significativamente o número de
procedimentos dolorosos a que o utente é submetido, como é o caso da nutrição
parentérica de grandes volumes, nutrição parenteral total, fármacos vesicantes, mais
concretamente o caso da quimioterapia, transfusões, entre outros. Pode ser
igualmente utilizado para obter amostras de sangue para análises diversas e ainda na
avaliação de parâmetros hemodinâmicos (Carvalho, 1995; Soares, 2005).

Este sistema é composto por um cateter fabricado em poliuretano ou silicone, em


que o extremo distal situa-se normalmente na veia cava superior e o extremo proximal
é fixado numa pequena câmara que é implantada cirurgicamente no tecido subcutâneo
da utente (Soares, 2005).

Esta câmara é fabricada de titânio sendo revestida por um plástico branco ou


transparente especialmente desenhado. A parte central é composta por uma
membrana de silicone, sendo através desta que são realizadas as punções. Por
debaixo desta membrana encontra-se uma pequena câmara que comunica com o
cateter (idem).

Implantação

A colocação cirúrgica realiza-se, actualmente, com alguma frequência, utilizando


anestesia geral, podendo em alguns casos ser através de anestesia local, sempre com
controlo radiológico, tudo dependente do estado clínico do utente, estilo de vida e tipo
de tratamento a que se destina o implante (Ibidem).
Normalmente, este dispositivo é fixado na área da fossa infraclavicular direita. O
cateter percorre a veia subclávia e finaliza na união da veia cava superior e da aurícula
direita. Conclui-se que o objectivo principal é, portanto, introduzir o cateter numa veia
de grande calibre, como é exemplo a subclávia, a jugular interna ou externa e a veia
femural (Carvalho, 1995; Soares, 2005).

Vantagens

- Permite maior mobilidade e conforto para o doente, não interferindo com as suas
actividades de vida diárias;
- Reduz o traumatismo de sucessivas punções venosas;
- Diminui a possibilidade de lesões dos tecidos adjacentes por extravasamento de
fármacos;
- Permite efectuar os tratamentos em regime de ambulatório;
- Exige cuidados mínimos de manutenção;
- Diminui o risco de infecções locais e sistémicas (Idem).

Contra-indicado

- Septicémia;
- Alterações de provas de coagulação;
- Incompatibilidade provada a materiais sintéticos;
- Infecções ou processos inflamatórios e/ou dermatológicos na zona do implante
(ibidem).

Cuidados de Enfermagem

O uso deste tipo de equipamento requer manuseamento cuidado, assim como de


material adequado, que deve ser composto por agulhas especiais de administração.
Este tipo de agulhas possuem uma ponta de baixo calibre de modo a que não se
possa danificar a membrana de silicone do cateter e não causar fugas. De realçar que
existem agulhas de bisel especial que facilita o seu manuseamento (Soares, 2005).

Procedimento

- Explicar ao doente a técnica a utilizar;


- Desinfectar o local da punção;
- Localizar com precisão a câmara através de palpação e fixá-la entre os dedos;
- Puncionar o ponto central da câmara e pressionar a agulha perpendicularmente
(fazendo um ângulo de 90º) através da pele até atingir o fundo;
- Manter sempre a agulha imobilizada;
- Verificar a permeabilidade do sistema (aspirar 3cc de sangue e desperdiçar);
- Fixar a agulha, protegendo o local de inserção e administrar 10ml de soro
fisiológico para lavar o sistema;
- Injectar o medicamento a administrar, em bólus ou em perfusão; no caso de
serem citostáticos fazer lavagem com soro fisiológico entre os fármacos para evitar
incompatibilidades ou irritação vascular (se houver resistência à injecção, é necessário
ter precauções e assegurar a correcta posição da agulha);
- Após administração do medicamento, fazer lavagem do sistema com soro
fisiológico;
- Heparinizar o sistema afim de impedia a formação de coágulos e/ou oclusão do
cateter (seringa com 9 cc de soro fisiológico e 1 cc de heparina sódica (5000)) com
7cc do soro heparinizado;
- Retirar a agulha, fixando a câmara entre os dedos e fazer desinfecção local.

Aspectos a ter em conta

- Deve-se manipular o sistema usando técnica asséptica;

- Utilizar sempre agulhas adequadas (tipo Hubber – 19G ou 22G);

- Nunca girar ou inclinar a agulha dentro do sistema;

- Nunca injectar ou infundir soluções se existir obstrução ou resistência anormal;

- Manter sempre pressão positiva quando extrair a agulha para prevenção de


refluxo;

- Observar regularmente o local de inserção do sistema, alertando o médico se se


verificar: edema, laceração da pele, deslocação do sistema, sinais inflamatórios;

- Heparinizar sempre o sistema após cada utilização ou mensalmente (no caso de


não ser utilizado), injectando 7cc de soro heparinizado (Carvalho, 1995; Soares,
2005).

Bibliografia
CARVALHO, A.; FERNANDES, H. – Implantofix – Cuidados a ter. Sinais Vitais.
Coimbra. Nº 3 (Maio 1995), p.13 -14

SOARES, P. R. – Cateter venoso central com reservatório subcutâneo:


intervenção de enfermagem. Sinais Vitais. Coimbra. Nº 59 (Março 2005), p.59 -61

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