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Diogo Dias, nº71791

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EC III- Enfermagem Cirúrgica
PESQUISA

Realizei esta pesquisa, de modo que, mais informado relativamente ao que é a

braquiterapia prostática, e aos cuidados a ter antes e após a mesma, seja capaz de prestar

os cuidados de Enfermagem inerentes eficazmente, bem como fazer ensinos

relativamente à intervenção cirúrgica. Cuidei com um utente submetido a esta intervenção

cirúrgica, e como não conhecia a abordagem, nem os cuidados a ter após a mesma, achei

crucial a elaboração desta pesquisa.

BRAQUITERAPIA PROSTÁTICA

✓ Consiste na colocação de radioisótopos (sementes), diretamente na

próstata;

✓ Alternativa às prostatectomias e à radioterapia externa;

✓ A sua colocação é feita via perineal, através de umas agulhas específicas;

✓ As sementes são colocadas em posições estratégicas pré-definidas e a

cirurgia é realizada segundo imagem ecográfica em tempo real, através de

uma sonda transretal;

✓ Trata tumores (benignos ou malignos) localizados, isto é, sem

metastização;

✓ As sementes de iodo implantadas, emitem radiação diretamente sobre a

próstata, evitando por isso a maceração, lesão e comprometimento dos

tecidos adjacentes (tecido são);

✓ O doente deve permanecer imóvel durante o procedimento e em posição

de litotomia (posição ginecológica);

✓ A cirurgia é feita sob anestesia loco-regional ou geral;


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✓ 30 dias após a cirurgia, deve ser realizado TAC pélvico para mapeamenro

tridimensional da próstata e cálculo da dosimetria (cálculo de dose de

radiação absorvida pela próstata).

PRINCIPAIS VANTAGENS

o É menos invasivo;

o Não induz a remoção da próstata;

o Menor risco de infeção;

o Menor risco hemorrágico;

o Menor risco de impotência sexual;

o Menor risco de incontinência urinária e/ou fecal;

o Não compromete os tecidos adjacentes;

o Exige poucas horas de internamento;

o Recuperação mais rápida;

o O doente permanece algaliado por poucas horas.

PRINCIPAIS DESVANTAGENS/COMPLICAÇÕES

o Desconforto na região perineal nos primeiros 2/3 dias;

o Risco de infeção do local de incisão;

o Presença de sangue na urina e no esperma em pequenas quantidades; é

normal e cessa 2/3 dias após intervenção cirúrgica;

o Risco de hemorragia (mais baixo);

o Dificuldades na ereção (raro);

o Risco de obstrução da sonda vesical (geralmente pela presença de coágulos

na urina;
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o Alterações do trânsito intestinal.

O QUE NÃO É NORMAL APÓS A CIRURGIA?

o Dor na região perineal intensa que não alivia com analgesia;

o Uretrorragias abundantes;

o Hematúria franca;

o Febre (superior a 38,2ºC);

o Obstipação (por tempo superior a 4/5 dias-possibilidade de

comprometimento nervoso);

o Ferida operatória com sinais inflamatórios (edema, rubor, calor ao toque,

com produção de secreções anormais);

o Ereção comprometida (risco de comprometimento nervoso);

o Surgimento de hematomas muito extensos e dolorosos.

EXAMES COMPLEMENTARES DO PRÉ-OPERATÓRIO:

o Controlo analítico (hemograma, bioquímica e estudo de coagulação);

o Eletrocardiograma (de 12 derivações);

o Raio-X tórax.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO

o Orientar o cliente no espaço físico;

o Realizar tricotomia (da região infra-umbilical até à região dos joelhos);

o Informar sobre o banho com clorohexidina a 4%;

o Vestir o cliente;

o Realizar colheita de dados;

o Monitorizar parâmetros vitais;


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o Cateterizar perifericamente o utente;

o Confirmar jejum pré-operatório;

o Verificar a existência de exames complementares;

o Verificar a existência de consentimento informado assinado;

o Aplicar protocolo médico, se aplicável/necessário;

o Realizar ensinos e reforçá-los no período pós-operatório;

o Calçar meias elásticas anti trombóticas;

o Realizar preparação intestinal com enema de limpeza.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO

o Monitorizar parâmetros vitais (30 em 30 minutos nas primeiras 2h);

o Apreciar o bem-estar do cliente;

o Vigiar perdas hemáticas;

o Vigiar penso cirúrgico;

o Aplicar crioterapia local;

o Vigiar e monitorizar a dor;

o Administrar analgesia conforme prescrito, se necessário;

o Vigiar queixas eméticas;

o Otimizar sonda vesical;

o Vigiar tubuladura e saco coletor de urina (características da urina e

presença de coágulos no saco ou tubuladura);

o Realizar lavagem vesical manual, se necessário;

o Vigiar 1ªmicção espontânea, após remoção de sonda vesical;

o Vigiar a presença de uretrorragias;


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o Vigiar a presença de espasmos vesicais;

o Reforçar ensinos realizados no pré-operatório;

o Informar sobre início de dieta (inicia ingesta hídrica, se tolerar, progride

para refeição leve, como chá e torradas, por exemplo, que deve tolerar),

o Iniciar 1ºlevante;

o Manter meias anti trombóticas aplicadas;

o Incentivar, após início de dieta, o reforço hídrico.

NOTA:

✓ Informar contacto preferencial que a cirurgia decorreu sem

intercorrências;

✓ Realizar seguimento pós-alta, para avaliar evolução clínica;

✓ Realizar registos de Enfermagem, completos, sucintos e reais.

ENSINOS AO DOENTE, FAMÍLIA E/OU PESSOA SIGNIFICATIVA

o Ensino sobre sinais de hemorragia;

o Ensino sobre sinais de infeção;

o Ensino sobre a importância de manter meias anti trombóticas aplicadas, se

aplicável;

o Ensino sobre a importância do equilíbrio repouso-atividade, evitando ficar

em repouso total, para prevenir hipotensão, eventos tromboembólicos,

surgimento de edema dos membros inferiores, melhorando a circulação e

evitando comprometimento neurocirculatório e perfusão tecidular

periférica ineficaz;

o Ensinos sobre a disúria e presença de sangue na urina;


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o Ensino sobre a possibilidade de surgimento de problemas de ereção

(raros);

o Incentivar o reforço hídrico;

o Incentivar a deambulação;

o Ensino sobre o esvaziamento do saco de urina, se indicação para não

remover sonda vesical.

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