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ASSISTÊNCIA AO USUÁRIO CIRÚRGICO

CIRURGIA: É um método de tratamento de doenças como lesão ou deformidade externa ou


interna, que requer: preparo, ambiente, pessoal e equipamentos específicos para cada área do
corpo, ou seja, para cada especialidade, requerendo principalmente habilidade da equipe médica,
1 do cirurgião, seus auxiliares e da equipe de enfermagem. 1

CENTRO CIRÚRGICO: É uma unidade assistencial de uma instituição hospitalar cuja finalidade é
a realização de procedimentos cirúrgicos, com suporte adequado para atender as possíveis
intercorrências clínicas.

COMO O USUÁRIO TORNA-SE CIRÚRGICO: Torna-se cirúrgico após avaliação médica de sua
história clínica, seus exames, seu diagnóstico inicial e das condutas já realizadas.

DÚVIDAS QUE O USUÁRIO ENFRENTA AO SABER QUE SEU CASO TORNOU-SE


CIRÚRGICO E QUE DEVEM SER ESCLARECIDAS ANTES DESTE IR PARA O CENTRO
CIRÚRGICO (C.C.)

 Informação insuficiente ou inadequada quanto ao ato cirúrgico e ao agente anestésico.


 Desconhecimento de um centro cirúrgico ou até mesmo do interior de um hospital,
causando ansiedade e até mesmo, depressão.
 Medo quanto ao resultado esperado da cirurgia.
 Preocupação quanto à infecção hospitalar ou até mesmo o que ela representa.

OBSERVAÇÃO: A cirurgia reduz significativamente as doenças. Seu processo é planejado e irá


alterar os processos fisiológicos do corpo na tentativa de diminuir ou eliminar a doença.

PARA MUITOS CIRURGIA É UM TERMO ASSUSTADOR, MESMO PARA OS MAIS


PREPARADOS. TRATA-SE DE
UMA “INVASÃO DE
PRIVACIDADE”.
É PRECISO QUE A EQUIPE MÉDICA E DE ENFERMAGEM TRANSMITA AO USUÁRIO
SEGURANÇA E CONFORTO.

EFEITOS NEGATIVOS, REFERENTES À CIRURGIA, DESENVOLVIDOS PELO USUÁRIO:

 Stress;
 Aumento do risco de infecção; 91

 Mudanças no corpo, alterando sua imagem;


 Preocupação excessiva quanto à cicatrização;
 Dificuldade no estilo de vida já constituído,
 Efeitos sobre a profissão, alterando seu desempenho.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

ESTÃO CLASSIFICADAS EM CATEGORIAS

 Quanto à gravidade
 Quanto à urgência
 Quanto à finalidade
 Quanto ao grau de contaminação
OBSERVAÇÃO: Muitas vezes, uma mesma cirurgia pode ser classificada em mais de uma
categoria.

A IMPORTÃNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS PARA A ENFERMAGEM: É


partindo desta classificação é que os cuidados de enfermagem serão estabelecidos pela
enfermeira e realizados com eficiência pela equipe de enfermagem.

QUANTO À GRAVIDADE

CIRURGIA Finalidade de reconstrução ou alteração externa de parte do corpo, acarretando


GRANDE alto risco, para o bem-estar do usuário.
PORTE Exemplo: revascularização do miocárdio (RMV); ressecção do cólon; mastectomia
CIRURGIA Finalidade de corrigir partes médias do corpo e o risco físico é mediano.
MÉDIO Exemplo: apendicite; enxerto cutâneo; curetagem.
PORTE
CIRURGIA Finalidade de corrigir partes pequenas do corpo e o risco físico é pequeno.
PEQUENA Exemplo: catarata; enxerto cutâneo; exérese de cisto.
PORTE

QUANTO À URGÊNCIA

ELETIVA Sua realização pode aguardar ocasião mais propícia, mas há necessidade que 91
ocorra. Exemplo: plásticas em geral; herniorrafia; cistos superficiais.
Sua realização é necessária, podendo aguardar de 24 a 48 horas.
URGÊNCIA Exemplo: extirpação de neoplasia maligna; colecistectomia; hemorroidectomia.
EMERGÊNCIA Sua realização deve ser imediata com a finalidade de salvar a vida do usuário.
Exemplo: apendicite perfurada; amputação traumática; hemorragia interna.

QUANTO À FINALIDADE

DIAGNÓSTICA É a exploração de um determinado órgão para confirmação do diagnóstico.


Exemplo: laparotomia exploradora; biópsia de tumor de mama.
É a ressecção ou ablação de uma parte do órgão. Exemplo: amputação;
ABLATIVA apendicectomia; colecistectomia.
Tem a finalidade de aliviar ou diminuir a intensidade da doença, ou
PALIATIVA compensar os distúrbios para aliviar a dor. Exemplo: colostomia;
desbridamento de tecido necrosado.
RECONSTRUTIVA Tem a finalidade de reconstruir o tecido lesado e restabelecer a sua
capacidade funcional. Exemplo: fixação interna de fraturas; revisão de tecido
cicatrizado.
TRANSPLANTE Tem a finalidade de substituir órgãos ou estruturas não funcionantes.
Exemplo: transplante (rim, fígado, córnea, pulmão); prótese de quadril.
CONSTRUTIVA Tem a finalidade de restabelecer a capacidade funcional perdida ou
diminuída em conseqüência da má formação congênita.
Exemplo: fissura palatina; fechamento de comunicação interatrial.

QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO


 Os tecidos estão isentos de infecção e são de fácil descontaminação;
CIRURGIAS  Realizada em locais onde não há infecção evidente e não ocorreu
LIMPAS nenhuma falha técnica na antissepsia / assepsia;
 Mesmo nesse tipo de cirurgia não se pode deixar de considerar os
fatores infecciosos do ambiente,
 Exemplos: implantações de próteses neurológicas, craneoplastias,
microcirurgias, cirurgias assépticas.
CIRURGIAS  Mesmo realizadas na ausência de contaminação local, há tecidos com
COM flora bacteriana resistente pouco numerosa.
CONTAMINAÇÃO  Exemplos: cirurgias oftálmicas, gástricas, entéricas, esofágicas,
EM vesículas, ovarianas, prostatéticas e feridas traumáticas com até 10
POTENCIAL horas de exposição.
CIRURGIAS  O corpo ou local da cirurgia encontra-se contaminado, existe flora
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COM bacteriana significativamente presente, de difícil descontaminação.
CONTAMINAÇÃO  Exemplos: cirurgias traumáticas, de intestino, cólon, reto, vagina, ânus
e apêndice.
CIRURGIAS  Já existe supuração (pus) do tecido
COM  Exemplos: traumáticas sujas, (ocorridas há mais de 6 horas), úlceras
INFECÇÃO perfuradas, abdômen com pus ou o conteúdo do cólon, hemorroidárias
e nefrectomia com infecção.

FATORES QUE PODEM AFETAR A CIRURGIA

FATORES DECISIVOS E IMPORTANTES, NO USUÁRIO, QUE SÃO DE FUNDAMENTAL


IMPORTÂNCIA PARA A EQUIPE MÉDICA E DE ENFERMAGEM E QUE INFLUENCIAM
DIRETAMENTE NO ATO CIRÚRGICO

 Tipos de medicamentos e efeito


 Fatores fisiológicos
 Fatores clínicos

QUANTO A MEDICAMENTOS E EFEITO


MEDICAMENTO EFEITO
ANTIBIÓTICOS Potencializam a ação dos anestésicos. Os tipos Sulfato de Gentamicina
e Neomicina, quando tomados semanas anteriores ao ato cirúrgico,
podem causar depressão respiratória.
ANTIARRÍTIMICOS Diminuem a contração do miocárdio, prejudicando a condução durante
toda a anestesia.
ANTICOAGULANTES Alteram os fatores de coagulação, aumentando a hemorragia.
ANTICONVULSIVANTES Alteram o metabolismo dos anestésicos.
ANTI-HIPERTENSIVOS Interagem com o efeito dos anestésicos, causando bradicardia,
diminuição da circulação, hipotensão.
CORTICOSTERÓIDES Uso prolongado causa atrofia das suprarrenais, deixando o organismo
susceptível ao stress. As doses devem ser aumentadas antes e durante
o ato cirúrgico.
DIURÉTICOS Provocam desequilíbrio eletrolítico, na fase pós-operatória,
especificamente do Potássio (K).
INSULINA HUMANA Na fase pré-operatória, o diabético precisa de uma menor quantidade
de insulina, por estar em jejum. Na fase pós-operatória, com
administração intravenosa de soro glicosado, precisará de aumento na
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dose diária de insulina.

FATORES FISIOLÓGICOS (SISTEMA FISIOLÓGICO)


SISTEMA ALTERAÇÕES RISCO
QUE NA
OCORREM CIRURGIA
CARDIOVASCULAR Alterações degenerativas no Diminuição da reserva cardíaca durante e
músculo cardíaco e suas pós a cirurgia.
válvulas.
Aumento do colesterol. Predisposição a trombos nos membros
inferiores.
NEUROLÓGICO Diminuição da sensibilidade e Pode ocorrer menor reação aos sintomas de
aumento da tolerância à dor. alguma complicação.

Diminuição do tempo de Podem ocorrer períodos de confusão após a


reação. anestesia.
METABÓLICO Diminuição do metabolismo O consumo de oxigênio acaba sendo
basal. menor.
Alterações no hemograma Ocorre lentidão no transporte de oxigênio.
(hemácias e hemoglobina).
Valores alterados de potássio Ocorrem desequilíbrios hidroeletrolíticos.
e volume hídrico.
PULMONAR Caixa torácica de tamanho Ocorre diminuição da capacidade vital do
reduzido. órgão.
Alterações no tecido Ocorre diminuição da oxigenação do
pulmonar. sangue.
RENAL Alteração da perfusão Ocorre aumento na freqüência das micções
sanguínea. ou a vontade de urinar não se manifesta
Alterações na bexiga. enquanto a bexiga não estiver totalmente
cheia.
FATORES CLÍNICOS
DISTÚRBIO RISCO
DIABETES Dificulta a cicatrização;
MELLITUS Aumenta o risco de infecção,
(D.M.) O alto nível de glicemia pode provocar alteração no sistema
nervoso centra (S.N.C.) durante a anestesia. 91
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Diminuem a capacidade pulmonar,
CRÔNICAS: ASMA, O efeito anestésico reduz a capacidade funcional e aumenta o
BRONQUITE E risco de hipoventilação.
ENFISEMA PULMONAR
DISTÚRBIO DE Contribuem para o aumento considerável do risco hemorrágico
COAGULAÇÃO: HEMOFILIA durante e após a cirurgia.
E LEUCEMIA
INFECÇÃO DAS Contribuem para complicações respiratórias importantes durante a
VIAS AÉREAS anestesia.
SUPERIORES (V.A.S.)
FEBRE Indica um processo infeccioso, podendo ocorrer desequilíbrio
hidroeletrolítico.
HEPATOPATIA Altera o metabolismo e a eliminação dos anestésicos usados
durante a cirurgia,
Interfere na cicatrização da ferida cirúrgica.
CARDIOPATIAS: Todo o processo cirúrgico causa um stress considerado, fazendo
INFARTO, ARRITIMIA com que o coração tenha uma sobrecarga para manter seu débito
E INSUFICIÊNCIA e os anestésicos deprimem a função cardíaca.
CARDÍACA

AS FASES CIRÚRGICAS

FASE PRÉ-OPERATÓRIA

Inicia-se no momento em que houve a decisão por parte médica, para realizar a cirurgia até a
transferência do cliente para a sala de cirurgia (ou sala de operação: S.O.).
O bem-estar do usuário deve constituir o principal objetivo dos profissionais que assistem o
usuário cirúrgico, pois, no período pré-operatório, estes podem apresentar um alto nível de
estresse, bem como desenvolver sentimentos que podem atuar negativamente em seu estado
emocional, tornando-os vulneráveis e dependentes.
Observa-se que, muitas vezes, o estado de estresse independe do grau de complexidade da
cirurgia, assim como tem relação com a desinformação no que diz respeito aos procedimentos da
cirurgia, à anestesia e aos cuidados a serem realizados.
Na atenção ao usuário pré-cirúrgico, a equipe de enfermagem é responsável pelo seu preparo,
estabelecendo e desenvolvendo diversas ações de cuidados de enfermagem, de acordo com a 91
especificidade da cirurgia.
Esses cuidados, por sua vez, são executados de acordo com conhecimentos especializados, para
atender às necessidades advindas do tratamento cirúrgico. Estes cuidados incluem, ainda,
orientação, preparo físico e emocional, avaliação e encaminhamento ao centro cirúrgico com a
finalidade de diminuir o risco cirúrgico, promover a recuperação e evitar complicações no pós-
operatório, uma vez que estas geralmente estão associadas a um preparo pré-operatório
inadequado.
O cuidado prestado ao usuário durante o período pré-operatório deve ser planejado de acordo
com a individualidade de cada um, baseado em evidências científicas e determinado pelo estado
de saúde do deste, tipo de cirurgia, rotina implantada na instituição, tempo disponível entre a
internação e a cirurgia e necessidades particulares apresentadas.

DIVISÃO DA FASE PRÉ-OPERATÓRIA


 Pré-operatório mediato
 Pré-operatório imediato

PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO
 Consiste na assistência pré-operatória prestada ao usuário com cirurgias programadas.
 É identificada pelo período que compreende desde a internação do cliente até 24 horas
antes da cirurgia.

OBJETIVO PRINCIPAL PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO: Disponibilizar fatores positivos para o


ato cirúrgico e estabilizar condições que podem interferir na recuperação do usuário.

FUNÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO

 Rever toda dúvida do cliente quanto à cirurgia proposta;


 Tentar esclarecê-la da maneira mais precisa e segura,
 Atentar para a família, que é fator importante nesta fase.

PREPAROS (IMPORTANTES) A SEREM REALIZADOS NO PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO

PREPARO PSICOESPIRITUAL:
 Explicar ao usuário todo o procedimento que envolve a cirurgia, desde os exames
antecedentes, como os procedimentos propriamente ditos, como, por exemplo, as lavagens 91
intestinais, tricotomia, sondagens ou algum medicamento específico.
 Diminuir a preocupação com a anestesia e o anestésico a ser feito. Tentar esclarecer
suas dúvidas quanto a eles.
 Diminuir a preocupação e o medo quanto à dor e à morte.
 Explicar como será sua ida ao Centro Cirúrgico (C.C.) e como é lá dentro, tentando
tranquiliza-lo.
 Manter o ambiente calmo e tranquilo.
 Explicar como será seu retorno do Centro Cirúrgico e as primeiras sensações que
podem ocorrer.
 Atender também às necessidades dos familiares ali presentes, esclarecendo suas
dúvidas.

PREPARO FÍSICO
 Realizar exame físico na admissão do usuário, observando e anotando “pontos” que
podem desencadear negativamente na cirurgia, como, por exemplo: idade, hipertensão, ausência
de um membro ou acuidade (como cegueira),...
 Providenciar o preparo de exames complementares.
 Função Respiratória: Manter sua respiração boa, orientar para evitar o fumo algumas
semanas antes do procedimento, orientar a realizar exercícios respiratórios.
 As Funções Cardiovascular, Hepática, Renal, Endócrina e Imunológica devem ser também
avaliadas, para não termos complicações como, por exemplo: ser comunicado anteriormente à
equipe médica problemas alérgicos ou com o fígado, uma vez que este tem função direta nos
anestésicos.
 Atenção aos idosos, pois suas funções cardíacas são menores, bem como a hepática é
deprimida e a gastrintestinal é reduzida. Os idosos são, em geral, considerados pacientes de
maior risco cirúrgico.

PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO
Consiste na assistência pré-operatória prestada ao usuário imediatamente antes da cirurgia no
ato propriamente dito e encerra ate as primeiras 24 hs.

CUIDADOS A SEREM REALIZADOS NO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO


 Orientação quanto a exercícios que podem ser realizados no pós-operatório.
 Mudança de posição no leito para ativar e melhorar a circulação.
 Orientação quanto a jejum e que seu objetivo principal é prevenir aspiração para o pulmão, 91
caso apresente vômito, o que pode acontecer.
 Preparo da pele para reduzir bactéria preexistente.
 Preparo intestinal prevenindo a eliminação de fezes em sala.
 Higiene corporal e sua importância.
 Cuidados com o cabelo, unhas e adereços como joias.
 Administrar o pré-anestésico.
 Anotar e checar todo procedimento realizado.
 Transportar o paciente ao Centro Cirúrgico (C.C.) quando solicitado.

FASE INTRA-OPERATÓRIA
Inicia-se quando o usuário é recebido no Centro Cirúrgico (C.C.), na sala de cirurgia, até sua
entrada na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (S.R.P.A.).

ATRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM NA RECEPÇÃO DO USUÁRIO NO C.C.


 Estar com o usuário e checar seu nome.
 Conferir identificação no prontuário e comparar com a cirurgia aprazada.
 Conferir no prontuário: pré-anestésicos, intercorrências, sinais vitais, dados
antropométricos e exames complementares.
 Fazer baldeação (maca externa para maca interna).
 Verificar o preparo do campo operatório.
 Verificar retirada de prótese, joias e pinturas.
 Verificar condições emocionais do usuário.
 Verificar condições físicas do usuário.
 Transportá-lo para a sala de cirurgia.

ÉTICA NO CENTRO CIRÚRGICO


 Conjunto de normas pelas quais devemos orientar nosso comportamento contribuindo para
um trabalho racional, agradável e eficiente.
 Saber discernir o certo do errado, não hesitar.
 É consequência de um crescente aprimoramento técnico-científico.
 A discrição é inerente em um profissional qualificado, pois deve guardar para si o que
viu/ouviu no exercício da profissão.
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 Deve ter reserva nas atitudes e colocações desnecessárias.
 É saber trabalhar em equipe, ser leal, colaborativo e cortês e respeitar os regulamentos
vigentes e a hierarquia.

ÁREA FÍSICA DO CENTRO CIRÚRGICO

UNIDADE: CENTRO CIRÚRGICO (C.C.)


 Setor mais importante de uma Unidade Hospitalar;
 De alto custo, tanto pela construção, que deve ser executada de acordo com as normas
técnicas e assépticas, como também pela quantidade de equipamentos indispensáveis,
cuja finalidade é proporcionar segurança tanto para a equipe médica, de enfermagem,
clientes, familiares e administração hospitalar,
 São um conjunto de elementos destinados as atividades cirúrgicas, bem como a
recuperação pós-anestésica (SRPA) e pós-operatória do cliente que passou por
tratamentos cirúrgicos (manual de Normas e Padrões de Construções e Instalações de
Serviço de Saúde).
 
LOCALIZAÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO
 A unidade de Centro Cirúrgico deve ocupar uma área independente da circulação geral;
 Livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço;
 Totalmente bloqueado para pessoal de fora;
 Com mínimo de ruído possível;
 Acesso livre e fácil de clientes das unidades de internação cirúrgica, SRPA, Pronto Socorro
e Unidade de Terapia Intensiva.

COMO DEVEM ESTAR INTERLIGADOS OS PROFISSIONAIS QUE FAZEM PARTE DO C.C.

 USUÁRIO: ter acesso pela porta/entrada principal.


 EQUIPE: Acesso pela entrada dos vestiários que devem ser interligados ao C.C..
 SERVIÇO DE APOIO: Ter entradas auxiliares para a roupa limpa, roupa suja,
equipamentos, exames e material contaminado.

O FLUXO INTERNO NO C.C.


 Que seja perfeito;
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 Evite que “cruze” material e/ou roupas,
 Deve determinar o índice de contaminação, que deve ser zero, justificando a necessidade
das áreas estarem delimitadas.

COMO SE DIVIDE AS ÁREAS DO CENTRO CIRÚRGICO


ÁREA  São as salas cirúrgicas em que as equipes atuam, sendo obrigatório o
RESTRITA uso de roupas exclusivas do C.C.
 Sala de Recuperação Pós-Anestésica, Sala de Raio-X, Depósito de
material, Corredores Internos e Área Reservada para Esterilização
também são considerados restritos e necessitam do uso de roupas
exclusivas
ÁREA  São as áreas de comunicação com a área restrita, em que é permitida
SEMI RESTRITA a circulação de pessoal e de equipamentos, não interferindo nas
rotinas de controle e manutenção da área restrita.
 Copa, sala de estar, secretaria, expurgo e sala de preparo de material.
ÁREA  É toda a área de acesso ao Centro cirúrgico e de livre circulação
IRRESTRITA interna
 Vestiários e corredores de entrada

ÁREA FÍSICA E FLUXO DE PESSOAL

A divisão de áreas no Centro Cirúrgico objetiva resguardarem a sala de cirurgia, através da


limitação do acesso de pessoas, do estabelecimento de condutas diferenciadas por área e da
adoção de barreiras técnicas anti-infecciosas.

Área Verde
 Acesso (corredor de acesso, vestiários, copa externa e secretarias).
 Acesso restrito ao pessoal autorizado e devidamente identificado.
Área Amarela
 Suprimento (sala de pré-operatório, sala de recuperação, área de acesso às salas de
cirurgia, lavabos e salas de guarda de material).
 Acesso restrito ao pessoal envolvido no programa cirúrgico.
 É obrigatória a lavagem básica das mãos ao entrar nessa área.
 Usar vestimentas próprias da área: calça e blusa. Usar propés ou sapatos limpos reservados
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para o uso no setor.
 Manter fechadas as portas das salas de pré-operatório e de recuperação (portas de acesso ao
corredor externo).

Área Vermelha
 Núcleo Limpo (sala de cirurgia).
 Acesso restrito à equipe cirúrgica, envolvida diretamente no procedimento cirúrgico. É
recomendado o menor número de pessoas na sala de cirurgia.
 O uso correto da máscara (cobrindo boca e nariz) e do gorro (cobrindo todo o cabelo) é
obrigatório para todos (inclusive para a equipe de anestesia e circulante), ao entrar na sala
cirúrgica, a partir do momento em que o instrumental está exposto e durante todo o
procedimento cirúrgico.
 É indicada paramentação completa para a equipe cirúrgica: avental (capote) cirúrgico, luvas
cirúrgicas, óculos protetores, máscara cirúrgica, gorro e propés. Havendo contaminação dos
propés, a equipe cirúrgica ao sair da sala deve trocá-los.
 O material e o equipamento presentes na sala devem ser apenas os necessários para o ato
cirúrgico em curso.
 As portas da sala de cirurgia devem permanecer fechadas durante o ato cirúrgico.

ESTRUTURA FÍSICA DO CENTRO CIRÚRGICO

VESTIÁRIOS MASCULINOS E FEMININOS


 Devem estar localizados na entrada do centro cirúrgico, de modo que os profissionais e
outras pessoas que venham da área de circulação externa, só possam ter acesso ao setor
após a troca de roupa.
 Deve conter também armários para guardar pertences dos usuários e sanitários anexos
com lavabos e chuveiro.
 
SALA ADMINISTRATIVA: Local destinado ao controle administrativo da Unidade, concentrando
a chefia de enfermagem e a secretaria.
 
ÁREA DE RECEPÇÃO DO USUÁRIO: Reservada para recepcionar e transferir usuário da
maca.

SALA DE ESPERA 91
 Destinada aos familiares ou acompanhantes do usuário, enquanto aguardam o término da
cirurgia e alta da sala de recuperação pós-anestésica (SRPA).
 Deve ser provido de poltronas e sanitário.

ÁREA DE ESCOVAÇÃO OU LAVABOS


 Prevê-se um lavabo com duas torneiras para duas salas de cirurgias.
 As torneiras devem ser munidas de características especiais, que torne possível abri-las e
fecha-las sem o uso das mãos.
 Os tanques devem ser instalados numa altura de mais ou menos 90 cm, para favorecer a
mecânica corporal no ato da escovação.
 Neste local devem ter escovas e solução antisséptica.

SALA DE CIRURGIA
 É a área destinada à realização de intervenções cirúrgicas e endoscópicas.
 Preconizam-se duas salas para cada 50 leitos não especificados ou para cada 15 leitos
cirúrgicos

REQUISITOS QUE DEVEM SER RESPEITADOS PARA FACILITAR O FUNCIONAMENTO DA


SALA CIRÚRGICA

ÁREA FÍSICA
 Varia de acordo com a especialidade a que é destinada.
 A mais funcional é a retangular.
 Pode ser circular ou quadrada.

PAREDES
 Devem ter os cantos arredondados em todas as junções.
 Fácil limpeza.
 Revestidas de material resistente e com superfície lisa e lavável.
 Deve favorecer a diminuição de ruídos externos.
 A cor deve ser neutra, suave e repousante.

PISO
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 É obrigatório que seja de material condutivo, por causa da associação de substâncias
anestésicas inflamáveis com oxigênio ou óxido nitroso, ou seja, deve ser bom condutor de
eletricidade.
 O piso deve ser também de material resistente ao uso de água e soluções desinfetantes,
de superfícies lisas e de fácil limpeza.

PORTAS
 Devem ser amplas para facilitar a passagem de macas e equipamentos cirúrgicos.
 Devem ser corrediças para evitar movimentação de ar.
 Devem ser revestidas de material lavável e de cor neutra.
 Devem, ainda, possuir proteção, a fim de prevenir danos por possíveis esbarrões de
macas.
 Precisam, também, ser providas de visor facilitando visualizar o interior da sala sem a
necessidade de abri-las durante o ato cirúrgico.

JANELAS: Devem estar localizadas de modo a permitir a entrada de luz natural em todo o
ambiente, ser do tipo basculante, provida de vidro fosco e telada para evitar a entrada de insetos.
A ILUMINAÇÃO PODE SER NATURAL OU ARTIFICIAL
 Quando artificial, o ar condicionado deve prover a renovação do ar ambiente sem
produzir correntezas, remover as impurezas e gases de ar e proporcionar temperatura e
umidade adequadas ao ambiente; isso contribui para a diminuição dos riscos de
infecção da ferida operatória, considerando a renovação do ar, onde podem estar
suspensas bactérias e outras partículas, além dos gases e vapores.
 Não se pode esquecer de limpar o filtro de ar semanalmente.

ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL: É feita por intermédio da luz geral de teto, com lâmpada
fluorescente e luz direta.
OS FOCOS
 Permitem a luminosidade ideal em todo o campo operatório.
 Garantem a ausência de sombra e a alta naturalidade na cor dos tecidos.
 Os tipos de focos são: fixo ou central, auxiliar e frontal.

 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
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 As tomadas devem estar localizadas a 1,5 m do piso,
 Devendo possuir sistema de aterramento para prevenir choque e queimaduras no
cliente e equipe.
 
SALA PARA GUARDA DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS DESCARTÁVEIS: É o local
reservado para armazenar medicamentos diversos, soros, soluções desinfetantes e materiais
descartáveis, como seringas, agulhas, luvas, fios de sutura e outros.

SALA DE GUARDA DE MATERIAL DE ANESTESIA: Neste local são guardados os aparelhos


de anestesia, bem como as bandejas prontas para uso nos diversos tipos de anestesia.
 
SALA PARA ESTOCAGEM DE MATERIAL ESTERILIZADO: É a área onde se armazena o
material esterilizado, como pacotes de roupa, compressas, gazes, caixas de instrumentais e
outros.
 
SALA DE DEPÓSITO DE CILINDROS DE GASES: Este local está destinado para guardar
cilindros de oxigênio e óxido nitroso, mesmo que o sistema de distribuição seja centralizado.
 
SALA PARA GUARDA DE APARELHOS E EQUIPAMENTOS
 Esta área se destina a guardar os aparelhos que, no momento, não estão em uso, como
bisturi elétrico, aspirador portátil, focos auxiliares, unidade móvel de raio X e outros;
 Armazenam também equipamentos como suportes de soro, talas para imobilização,
diversos tipos de coxins e outros.
 
ROUPARIA : É a área destinada a armazenar a roupa de uso na unidade, como lençóis das
mesas cirúrgicas e outros.

SALA OU LABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA


 É a área que se destina à realização de exames anatomopatológicos específicos e rápidos.
 Esta sala pode ser dispensada, quando o laboratório estiver nas proximidades do centro
cirúrgico.
 
LABORATÓRIO PARA REVELAÇÃO DE RADIOGRAFIAS : É a área utilizada para revelar
radiografias, mas também pode ser dispensada quando a Unidade de Radiologia estiver situada
nas proximidades do Centro Cirúrgico.
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SALA PARA MATERIAL DE LIMPEZA : É a área destinada a aparelhos, utensílios e produtos
utilizados na limpeza.
 
SALA DE EXPURGO: É o local destinado a receber e lavar os materiais usados na cirurgia.
 
SALA DE ESTAR PARA FUNCIONÁRIOS : Área de descanso.
 
COPA: É a área destinada a lanches rápidos para toda a equipe, a fim de evitar que façam em
local inadequado ou deixem a unidade em momentos inoportunos.

COMPONENTES DO CENTRO CIRÚRGICO

FIXOS: Não podem ser deslocados da sala cirúrgica.


EXEMPLOS: foco central, ar condicionado, interruptores e tomadas elétricas de 110 e 220 v,
vácuo, oxigênio, óxido nitroso e ar comprimido canalizados (vácuo para aspirar secreções e
gases para anestesia), eletrocautério para bisturi (quando está preso numa coluna retrátil),
negatoscópio e bancada para medicações.

MÓVEIS: Podem ser deslocados de uma sala para outra.


EXEMPLOS: mesa cirúrgica, acessórios (braçadeiras, perneiras, ombreiras, arco de narcose -
para tenda do anestesista, manivelas e pedais que posicionam a mesa conforme a cirurgia),
mesas auxiliares para colocação do instrumental cirúrgico e roupas estéreis, suportes de soro (no
mínimo 3 em cada sala), aparelho de anestesia; hamper, baldes de lixo, foco auxiliar, bisturi
elétrico com rodas, aspirador elétrico, estrado; tala suporte para braço, bancos giratórios, coxins
de vários tamanhos, estetoscópio e esfignomanômetro.

TIPOS DE BISTURI ELÉTRICO


BISTURI MONOPOLAR:
 Composto por uma unidade geradora, onde conectamos a placa neutralizadora da corrente
e a caneta-estéril, que entra em contato com o campo operatório e passa corrente elétrica
para a placa.
 Serve para corte e/ou coagulação.
 No corte, a caneta entra em contato com o tecido, provocando seu aquecimento até haver
a desintegração celular. 91

 Na coagulação, o tecido recebe calor o suficiente para secar as células

BISTUTI BIPOLAR:
 Também possui unidade geradora mas de maior potência que o monopolar.
 A caneta serve apenas para coagulação e dispensa o uso da placa, pois a corrente passa
somente entre as duas pontas da pinça.
 É indicado para tecidos sensíveis, áreas pequenas, localizadas, preservando, da
coagulação, os tecidos vizinhos

ASPIRADOR: O Aspirador Cirúrgico é um aspirador elétrico com alta capacidade de vácuo e de


fluxo, é um equipamento leve e portátil e de fácil transporte, para a realização de aspirações
cirúrgicas, aspiração de vias aéreas e outras aplicações médicas que necessitem de um vácuo
intenso.
Este equipamento pode ser aplicado em cirurgias de grande porte e longa duração. Todas as
partes do aspirador que tiverem contato com fluídos provenientes de pacientes (ex: frasco, filtro,
etc) podem estar potencialmente contaminados após o uso. Denominados de semi-críticos,
devem sofrer um processo de desinfecção de alto nível, ou esterilização ou ser descartado como
lixo hospitalar potencialmente infectado

LIMPEZA: Para limpar utilize um pano úmido (água e sabão) em todas as partes externas do
aparelho. Para desinfecção utilize pano úmido com hipoclorito de sódio diluído em água a 0,5%.
O frasco coletor deve ser desinfectado com água e sabão neutro

ROUPAS NO CENTRO CIRÚRGICO


Antes de entrar na zona limpa do centro cirúrgico, toda a equipe cirúrgica deve trocar de roupa,
substituindo as vestes rotineiras pelo pijama cirúrgico e ainda revestir os calçados com sapatilhas
de tecido grosso (propés), a fim de impedir a veiculação de bactérias.
Confeccionadas em pano de algodão resistente, lavável, para proteção do cliente, isolamento do
campo operatório e proteção da equipe.
A troca de roupa (pelo pijama cirúrgico, gorro e propés) deverá ser feita no vestiário, que
corresponde à zona de proteção do centro cirúrgico.
A colocação do avental e das luvas estéreis é feitas após a escovação das mãos e entrada na
sala de cirurgia, propriamente dita.
91
CLASSIFICAÇÃO DAS ROUPAS DO CENTRO CIRÚRGICO

ROUPAS LIMPAS: calça, jaleco, gorro, máscara, lençol da mesa cirúrgica e macas, propés,
lençol móvel e para cobrir o cliente.

ROUPAS ASSÉPTICAS: avental, Opas (proteção e isolamento das costas), compressas, campos
cirúrgicos e campo que reveste a mesa com o instrumental.

ROUPAS CONTAMINADAS: Todas aquelas que entraram em contato direto junto ao campo
operatório e não devemos manuseá-las sem proteção.
Não devemos passar de uma sala para outra com as mesmas roupas, principalmente se
estiverem molhadas com sangue ou secreções.
Devemos retirá-las ainda na sala cirúrgica com técnica correta e desprezá-las no hamper com os
demais campos e compressas.
Após acondicionamento, fecha-se o saco e encaminha-o ao expurgo que, posteriormente, será
encaminhado a lavanderia em carro fechado.
Alguns hospitais utilizam sacos plásticos duplos de 100-200 litros, identificados como
“contaminado em S.O.” para não haver engano no destino dos mesmos.

ROUPAS UTILIZADAS NO C.C.

GORROS E MÁSCARAS
 Ao entrar no lavabo o gorro e a máscara já devem ter sido previamente colocados.
 O gorro deverá cobrir completamente o cabelo.
 Já a máscara deve ser usada, impreterivelmente, por todos na sala de operação.
A máscara cobrirá boca e nariz devendo ser ajustada para prevenir escape de gotículas salivares.
Deve estar junto à face de modo a melhor filtrar o ar eliminado, retendo boa parte de
microrganismos das vias aéreas, podendo ser constituída de diversos materiais sendo que as
impermeáveis são desaconselhadas, pois não filtram o
ar, sendo preferidas as máscaras com dupla gaze de algodão ou de polipropileno ou poliéster.

PROPÉS
 Podem ser de tecido ou descartável.
 Seu uso não interfere na incidência de infecção de sítio cirúrgico, porém sua utilização reforça 91
a atenção quanto à entrada em área restrita.
 A principal razão para o uso dos propés é a sanitização.

OCULARES: Recomendados para todos os profissionais envolvidos no ato cirúrgico, em todos os


tipos de procedimentos, devido ao risco de contato com partículas de sangue e fluidos corpóreos.

LAP
 Abreviação do termo laparotomia (incisão cirúrgica abdominal) e designa o mínimo de roupa
necessário para qualquer tipo de cirurgia.
 Também conhecido como pacote por estar envolto por um campo de algodão duplo, dobrado
com técnica correta, para que possa ser aberto sem risco de contaminação de seu conteúdo.
 Algumas instituições acrescentam compressas para que sirvam para secagem das mãos (da
equipe pré-escovada).

CONTEÚDO DE UM LAP
 01 avental para o instrumentador
 01 saco para bandeja (mesa de Mayo)
 01 campo pequeno que cubra o saco
 02 ou 03 aventais para a equipe complementar
 04 campos médios
 03 campos grandes

OBSERVAÇÃO: o mesmo está relacionado na ordem de abertura (PARA UTLILIZAÇÃO).

EQUIPE CIRÚRGICA
CIRURGIÃO: Integral responsabilidade pelo ato operatório. Chefe do conjunto. Deverá conduzir a
intervenção cirúrgica desde a abertura até o fechamento. Será o mantenedor da ordem, disciplina
e harmonia.

ASSISTENTE: Função de auxiliar o cirurgião, abrindo o campo operatório, de modo a permitir


que o cirurgião realize as manobras cirúrgicas com a mínima dificuldade. Quando não está
expondo o campo operatório será o auxiliar direto do cirurgião. 91

ANESTESIOLOGISTA: É uma especialidade médica que tem como objetivo proporcionar


segurança e conforto aos pacientes a serem submetidos a procedimentos cirúrgicos, diagnósticos
e terapêuticos sem percepção da dor e isentos dos efeitos reflexos indesejáveis do trauma
cirúrgico

CIRCULANTE: Atender aos pedidos da instrumentadora e equipe, manter a sala em ordem e


abastecida.

INSTRUMENTADOR: Elemento fundamental na equipe. Exerce a função de instrumentar e de 2º


auxiliar quando o 1º estiver ocupado. Deverá conhecer a técnica a seguir na intervenção cirúrgica
e assegurar-se que está tudo em ordem. Será olhos e ouvidos e deverá prever todas as
manobras do cirurgião e de seu ajudante.

CÓDIGO DE ÉTICA DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO

Art. 1º. – O Instrumentador Cirúrgico defenderá com todas as suas forças e em todas as
circunstâncias o direito fundamental da vida humana.

Art. 2º. – O Instrumentador Cirúrgico dedicará atenção especial ao doente, prescindindo de raça,
nacionalidade e religião.

Art. 3º. – O Instrumentador Cirúrgico procurará familiarizar-se com os vários aspectos


organizacionais e administrativos do hospital e com dinâmica do bloco operatório, objetivando
uma integração adequada no seu ambiente de trabalho.

Art. 4º. – O Instrumentador Cirúrgico, ciente de que o desempenho de sua função requer
formação aprimorada, procurará ampliar e atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e do
desenvolvimento da própria profissão.
Art. 5º. – O Instrumentador Cirúrgico executará com rigor e presteza as orientações do cirurgião,
com vistas ao pleno sucesso do ato cirúrgico.

Art. 6º. – O Instrumentador Cirúrgico, evitará abandonar o paciente em meio ao ato operatório
sem causa justa e sem garantia de solução de continuidade de sua atividade.

Art. 7º. – O Instrumentador Cirúrgico negará sua participação em pesquisas que violem os
91
direitos inalienáveis da pessoa humana.

Art. 8º. – O Instrumentador Cirúrgico procurará manter relações cordiais, espírito de colaboração
e integração com todos os membros da equipe cirúrgica.

Art. 9º. – O Instrumentador Cirúrgico guardará segredo sobre fatos que tenha conhecimento no
exercício de sua profissão.

Art. 10º. – O Instrumentador Cirúrgico fará valer seu direito, à remuneração compatível com o
trabalho realizado e com dignidade da profissão.

Art. 11º. – O Instrumentador Cirúrgico colocará seus serviços profissionais à disposição da


comunidade em casos de urgência, independentemente de qualquer proveito pessoal

OPERAÇÃO OU INTERVENÇÃO CIRÚRGICA: É o tratamento cruento de transtornos orgânicos


ou funcionais.

EXIGE: Conhecimento vasto, abrangendo desde os fundamentos anatômicos e fisiológicos, ate a


compreensão psicológica do cliente. Passa pelos domínios da bioquímica, imunologia,
bacteriologia e metabologia.

TÉCNICA CIRÚRGICA GERAL: Estuda o ambiente operatório, os instrumentos e seu manejo e


as manobras cirúrgicas básicas.

TÉCNICA CIRÚRGICA ESPECIAL: Estuda os tempos operatórios de cada intervenção em


particular.
Resulta da integração das manobras básicas da técnica cirúrgica geral, com vista a realização de
determinado ato operatório.
TEMPOS FUNDAMENTAIS EXISTENTES EM TODAS AS CIRURGIAS

DIÉRESE: incisam-se os tecidos e adentram-se as cavidades naturais, receptáculos dos órgãos a


tratar.

HEMOSTASIA: estancamento de hemorragias (de alterações primeiramente hemodinâmicas e


após metabólicas com potencialidades perniciosas). 91

EXÉRESE: frente ao órgão mau funcionante, seu funcionamento deverá ser alterado ou
simplesmente extirpado.

SÍNTESE: união dos tecidos, fechamento de cavidades, restituindo a normalidade (conserto dos
danos causados ao organismo).

PREPARO DA ÁREA CIRÚRGICA

TRICOTOMIA: Consiste no preparo da pele do usuário para o ato cirúrgico.

OBJETIVO DA TRICOTOMIA: Evitar infecções e promover a boa fase de cicatrização do local


seccionado.

COMO VEM SENDO REALIZADA E A FINALIDADE: Na maioria das vezes, 2 horas antes do
ato cirúrgico com a finalidade de expor menor tempo a área a ser seccionada evitando com isso o
risco de infecção.

MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA TRICOTOMIA


BANDEJA CONTENDO: Sabão líquido, aparelho de gilete descartável, pinça, gazes, tesoura,
compressas, cuba-rim, saco plástico descartável, luvas de procedimento, biombo, água ou
P.V.P.I. aquoso.

OBSERVAÇÂO: Caso tenha no local o “KIT TRICOTOMIA”, substituir parte do material acima
citado por este.

PASSOS PARA REALIZAÇÃO DA TRICOTOMIA


 Explicar ao cliente o que vai ser realizado.
 Levar o material para o quarto.
 Proteger o usuário com biombo.
 Descobrir a área a ser tricotomizada.
 Ensaboar a região.
 Iniciar a tricotomia de acordo com o material disponível.
 Realizar antissepsia com água e sabão.
91

CUIDADOS A SEREM TOMADOS PARA REALIZAÇÃO DA TRICOTOMIA


 Não REUTILIZAR lâminas.
 Não expor demais o usuário.
 Não realizar tricotomia se a região estiver com algum tipo de lesão.
 Não realizar tricotomia além do desejado ou padronizado para tal procedimento.
 Cuidado dobrado com áreas de mucosa.

CUIDADOS NO PREPARO DA PELE NO PRÉ-OPERATÓRIO

Deve seguir padronização e protocolos de acordo com as normas e rotinas de cada instituição,
levando em consideração a sistematização de enfermagem (SAE).
Algumas áreas de tricotomia foram alteradas, devendo-se levar em consideração os protocolos
locais para tal finalidade.

LOCAIS A SEREM REALIZADOS TRICOTOMIA E/OU ANTISSEPSIA CAMPO OPERATÓRIO


MANEIRA A SER REALIZADA

CIRURGIAS NO OMBRO E BRAÇO (MMSS): faça a raspagem iniciando pelo antebraço, axila,
até a região cervical e tórax medial.

CIRURGIAS NA MÃO, ANTEBRAÇO OU COTOVELO (MMSS): inicie com a higiene das mãos,
corte as unhas, limpe-as e retire restos de esmalte. Faça a raspagem iniciando pela mão até a
axila.

CIRURGIAS NO JOELHO OU TERÇO INFERIOR DA PERNA (MMII): Inicie com a higiene dos
pés, corte as unhas, limpe-as e retire restos de esmalte. Faça a raspagem iniciando pela cicatriz
umbilical até os artelhos. Inclua as regiões pubiana e perineal.
CIRURGIA NO QUADRIL: Inicie com a higiene dos pés, corte as unhas, limpe-as e retire restos
de esmalte. Faça a raspagem da linha medial dos mamilos até artelhos, incluindo toda região
pubiana e perineal.

CIRURGIAS NO TORNOZELO OU PÉ (MMII): Após higiene dos pés faça a raspagem dos
artelhos até a parte mediana da coxa. 91

CIRURGIAS NO PESCOÇO (TIREÓIDE E PARATIREÓIDE): Faça a raspagem desde a linha


mediana dos mamilos, axilas e região cervical. Se necessário prolongue até a linha do tórax.

CIRURGIA NO TÓRAX OU MASTECTOMIA: Faça a raspagem da região inferior mentoniana até


a linha inferior dos mamilos e também, região torácica.

CIRURGIAS ABDOMINAIS (INFERIOR): Faça a raspagem desde a cicatriz umbilical até região
mediana da coxa incluindo as regiões pubiana e perineal.

CIRURGIAS ABDOMINAIS (SUPERIOR): Faça o mesmo procedimento das cirurgias do


abdômen inferior.

CIRURGIAS ABDOMINAIS OU GINECOLÓGICAS: Faça o mesmo com as cirurgias de abdômen


inferior.

POSICIONAMENTO DO USUÁRIO PARA CIRURGIA

É aquela em que é colocado o usuário para ser submetido a um procedimento cirúrgico


A área operatória deve estar adequadamente exposta para facilitar o procedimento cirúrgico

O QUE EXIGE POSICIONAR O USUÁRIO

 Destreza
 Força e habilidade para posicionar o corpo, com movimentos precisos, sincronizados e
delicados

O QUE VISA EVITAR O POSICIONAMENTO DO USUÁRIO PARA CIRURGIA


 Hipotensão
 Desconforto
 Traumas
 Outras intercorrências como: dores lombares, entorses, paresias no pós operatório

O QUE VERIFICAR AO POSICIONAR O USUÁRIO 91

VERIFICAR SE NÃO HÁ:

 Compressão de vasos, nervos, proeminências ósseas


 Compressão de órgãos com comprometimento de funções vitais
 Contato direto do usuário com a mesa (parte metálica)
 Hiperextensão dos membros
 Fixação incorreta da mesa e do usuário

DO QUE DEPENDE A INDICAÇÃO DA POSIÇÃO CIRÚRGICA: Do tipo de cirurgia a ser


realizada e da técnica cirúrgica a ser empregada.

AS PRINCIPAIS POSIÇÕES CIRÚRGICAS UTILIZADAS

POSIÇÃO DECÚBITO DORSAL/SUPINA: posição inicial para qualquer tipo de cirurgia. Deitado
de costas, pernas estendidas, braços estendidos e apoiados em talas. Posição de melhor
tolerância para usuário anestesiado. É utilizada em cirurgias abdominais, supra e infra-umbilicais,
torácicas e vasculares, entre outras. Dentre todas as posições é a mais utilizada e a que traz
menor numero de complicações respiratórias intra e pós operatórias.

POSIÇÃO DECÚBITO VENTRAL: deitada de abdômen para baixo, com os braços estendidos
para frente, apoiado em talas. É usada em cirurgias de posição dorsal, lombar, sacrococcígea e
occipital. Nesta ultima é necessário a colocação de um suporte (acolchoado, gelatinoso) para
fixação da fronte.

POSIÇÃO FOWLER OU SENTADA: semi-sentada na mesa cirúrgica, usada como posição de


conforto, quando há dispnéia após cirurgia de tireóide, mamoplastias e abdominoplastias.

POSIÇÃO LITOTOMIA OU GINECOLÓGICA: decúbito dorsal, com pernas flexionadas,


afastadas e apoiadas em perneiras acolchoadas, braços estendidos e apoiados em talas. É
utilizada nas cirurgias proctológicas orificiais, ginecológicas e urológicas por via baixa, bem como
em obstetrícia para partos por via vaginal

POSIÇÃO JACKKNIFE OU CANIVETE OU DEPAGE OU V INVERTIDO: decúbito ventral, com


as coxas e pernas para fora da mesa e o tórax sobre a mesa , a qual esta levemente inclinada no
sentido oposto das pernas e os braços estendidos e apoiados em talas. É indicada para cirurgias
da região anal. 91

POSIÇÃO LATERAL OU SIMS: decúbito lateral esquerdo ou direito, com a perna que está do
lado de cima flexionada, afastada e apoiada na superfície de repouso. É utilizada em cirurgias de
toracotomia, lobotomia ou cirurgias na loja renal.

POSIÇÃO TRENDELEMBURG: decúbito dorsal, com o corpo inclinado para trás, com as pernas
estendidas e os braços estendidos e apoiados em talas. É indicada para manter as alças
intestinais na parte superior da cavidade abdominal, em casos de vômitos e durante a cirurgia
para evitar a aspiração para os brônquios, quando de queda da pressão arterial, visando
aumentar a oxigenação cerebral

ESTERILIZAÇÃO

TÉCNICAS ASSÉPTICAS:  São técnicas que reduzem o número de microrganismos no ambiente


e propiciam maior segurança ao usuário e à equipe de saúde.
O emprego das técnicas assépticas é fundamental no controle de infecções. 

ANTISSEPSIA: É o conjunto de meios empregados para impedir a proliferação microbiana.


 

PRINCIPAIS SOLUÇÕES UTILIZADAS

PVPI (POLIVINILPIRROLIDONA IODO): Solução degermante: degermação das mãos e braços


da equipe cirúrgica e descontaminação do campo operatório.
Solução alcoólica: antissepsia e demarcação do campo operatório.
Solução aquosa: antissepsia de mucosa, pele, para cateterizacão (venosa, arterial e vesical),
punção, biópsia e aplicações de injeções.

CLOROHEXIDINA:  Solução degermante: degermação das mãos e braços da equipe cirúrgica e


descontaminação do campo operatório.
Solução alcoólica: antissepsia e demarcação do campo operatório. 91

HEXACLOROFENO: Solução degermante: degermação das mãos e braços da equipe cirúrgica e


descontaminação do campo operatório.

ALCOOL IODADO 2%: Antissepsia de mãos e antebraços, preparo da pele para cirurgia,
antissepsia da pele para curativo, biópsia, punção e aplicação de injeções.
AGUA OXIGENADA 10 VOLUMES: Limpeza e desinfecção de feridas, remoção de matéria
orgânica, hemostático e inibe os microrganismos anaeróbicos, mas não age em esporos.

NITRATO DE PRATA 1%: Profilaxia da oftalmia gonocócica do recém-nascido, cicatrização de


pequenas lesões, facilita remoção de crostas, secante e desodorizante.

VIOLETA DE GENCIANA: Combate infecções por fungos.

TINTURA DE IODO: Antissepsia da pele e desinfecção de feridas cutâneas.

ASSEPSIA: É o processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos de determinado


local ou objeto.

A TRANSMISSÃO DE GERMES PATOGÊNICOS PODE SER:


      
TRANSMISSÃO DIRETA: Dispensa a participação de veículos, podendo ser através do beijo,
relações sexuais, contato com a pele ou por meio de secreções oro nasais.

TRANSMISSÃO INDIRETA: O microrganismo é transmitido mediante: materiais ou objetos


contaminados.
EXEMPLOS: brinquedos, louças, talheres, roupas de cama, instrumentos cirúrgicos, alimentos,
água, soro e sangue contaminados;
AR: ocorre contaminação principalmente do trato respiratório, através da poeira e núcleos
infecciosos (pequenos resíduos de evaporação de gotículas expelidas pelo hospedeiro infectado).
Vetor: o microrganismo é transmitido por um organismo vivo.

CLASSIFICAÇÃO DA ASSEPSIA
91
ASSEPSIA CIRÚRGICA: Consiste no emprego de técnicas com o objetivo de não propagar
microrganismos em local ou objeto estéril.
Para tanto devemos:
 Não falar, tossir ou espirrar sobre material estéril.
 Não considerar estéreis pacotes úmidos, sem data e abertos anteriormente.
 Abrir pacotes estéreis com técnica.
 Guardar os materiais em armários próprios, limpos, longe de poeira e insetos.

ASSEPSIA MÉDICA: Adotam-se medidas para evitar ou diminuir a disseminação de


microrganismos patogênicos de um indivíduo para outro, devendo ser usada em qualquer
atividade ligada ao cliente e ao meio ambiente.

MEDIDAS PARA PRÁTICA DA ASSEPSIA

MEDIDAS INDIVIDUAIS:
 Cada indivíduo deverá utilizar técnicas com a finalidade de se auto proteger e evitar
ser o disseminador de microrganismos.
 As principais são: lavar as mãos com frequência ao cuidar dos doentes, chegar da
rua, assuar o nariz, antes das refeições e após eliminações. Cobrir a boca ao tossir
ou espirrar e não utilizar objetos de uso individual usados por outras pessoas.

MEDIDAS COLETIVAS:
 Empregam-se métodos visando atender à comunidade.
 Ex: saneamento básico, eliminação de insetos e roedores, higiene ambiental, exame
medico periódico e uso de papel toalha para as mãos.
DIVERSAS MEDIDAS HOSPITALARES UTILIZADAS COMO PRÁTICAS ESPECIAIS PARA
EVITAR CONTAMINAÇÃO

MEDIDAS GERAIS: Isolamento de pessoas com moléstias transmissíveis, limpeza terminal e


concorrente, não sentar nas camas dos clientes e não colocar materiais diretamente no chão
(comadre, bacia). 91

MEDIDAS ESPECÍFICAS:

DEGERMAÇÃO: É remoção ou redução do numero de bactérias na pele por meio de limpeza


mecânica (escova com sabão ou detergente) ou por aplicação de preparado químico.

LIMPEZA: Consistem na lavagem com soluções detergentes ou desencrostantes, enxágue e


secagem do material.

ESTERILIZAÇÃO: É a destruição ou eliminação de todos os microrganismos na forma vegetativa


ou esporulada.
O material limpo e seco poderá ser esterilizado por vapor saturado sob pressão (autoclave
convencional, autoclave a alto vácuo), calor seco (estufas), gás químico (autoclave de óxido de
etileno) ou preparações químicas (solução de glutaraldeído 2%, solução de formaldeído aquoso
10%, solução de formaldeído alcoólico 8%, pastilha de paraformaldeído).

DESINFECÇÃO: É a destruição ou inativação de microrganismos, patogênicos ou não, situados


fora do organismo humano, não necessariamente matando os esporos.
O processo de desinfecção pode ser realizado pelo calor (água em ebulição) ou por soluções
químicas (álcool 70%, hipoclorito de sódio, fenol sintético e soluções esterilizantes).

OBSERVAÇÃO: As soluções esterilizam quando os materiais ficam imersos 18 horas na solução


de formaldeído ou 10 horas na glutaraldeído.
Essas mesmas soluções desinfetam o material em 30 minutos de imersão.

DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA: Antes de iniciar o processo de limpeza, os artigos contaminados


por matéria orgânica (sangue, pus, secreções corpóreas) são expostos à água fervente ou
produto químico por 30 minutos.
Tem por finalidade proteger as pessoas que procederão à sua limpeza

SANIFICAÇÃO: É a redução do número de germes a um nível isento de perigo.


As principais são: o hipoclorito de sódio e as associações de quaternários de amônio.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS CONFORME RISCO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO


91
ARTIGOS Todos aqueles que entram em contato com a pele íntegra do usuário e
NÃO devem ser limpos por desinfecção de baixo nível. EXEMPLO: termômetro,
CRÍTICOS mesa de RX, microscópio, mobiliário, roupas de cama e uso pessoal,...
ARTIGOS Aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas e
SEMI requerem desinfecção. EXEMPLOS: acessórios de respiradores artificiais,
CRÍTICOS pratos, talheres, alimentos,...
ARTIGOS Penetram na pele e nas mucosas do usuário, assim como, todos os
CRÍTICOS equipamentos conectados diretamente ao usuário. Devem ser esterilizados.
EXEMPLOS: instrumentos de corte, porta pinças, cateteres venosos, drenos,
roupas utilizadas no ato cirúrgico, em grandes queimados ou
imunodeprimidos.
ARTIGOS São aqueles que entraram em contato com o sangue, secreções, pus e
CONTAMINADOS excreções, sem levar em consideração o grau de sujeira presente.

COMO DEVE SER REALIZADA A LIMPEZA DO MATERIAL


 Realizada no expurgo e/ou central de limpeza de materiais por máquinas ou manualmente
(mais comum).
 Para realizar a tarefa utilizar: luvas, avental, máscara, gorro e óculos de proteção.
 A descontaminação é realizada imergindo o material em solução química desinfetante ou
degermante, comprovadamente ativa em presença de matéria orgânica, por um período de
30 min.
 Após, inicia-se a limpeza que varia conforme o tipo de material: aço inoxidável, borracha,
látex,...

COMO DEVE SER REALIZADO O PREPARO DO MATERIAL


 Devemos revisar, selecionar, preparar e acondicionar o material para ser, posteriormente,
esterilizado.
 Caso necessário, exemplo de algumas pinças e tesouras, lubrificá-las periodicamente.
 Um exemplo de lubrificante bastante utilizado: silicone líquido. Os hidrossolúveis são mais
indicados.

CUIDADOS QUE DEVEMOS TER COM O ACONDICIONAMENTO DO MATERIAL


a) Escolher o envoltório apropriado ao tipo de volume de material, assim como, o método de
esterilização a que será submetido.
b) Observar se o material está realmente limpo. 91
c) Preparar e acondicionar o material de acordo com a técnica padronizada, cujo objetivo
básico é atender os princípios de assepsia.

MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO

A) MÉTODOS FÍSICOS:
 Calor úmido
 Calor seco

B) MÉTODOS QUÍMICOS:
 Glutaraldeído
 Pastilhas de formalina
 Acido peracético

C) MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS:
 Esterilizadora a óxido de etileno : ETO (C2H4O)
 Plasma de peróxido de hidrogênio

CALOR ÚMIDO: AUTOCLAVE: Método mais seguro e mais utilizado. Sua eficiência depende da
penetração do vapor saturado sob pressão, a uma determinada temperatura e durante certo
tempo.

DIVISÃO DOS MATERIAIS ESTERILIZADOS EM AUTOCLAVE

MATERIAIS DE SUPERFÍCIE: Borrachas, Vidros, Aço inoxidável,... O vapor circula sem penetrar
na superfície dos materiais.
MATERIAIS DE DENSIDADE: Roupas (porque são espessas, com fibras). Faz-se necessário a
penetração de vapor saturado em todas as camadas.

OBSERVAÇÃO: As autoclaves operam em temperaturas de 121°C. Ao utilizarmos devemos


observar tipo, temperatura e pressão recomendadas pelo fabricante.

CUIDADOS NO CARREGAMENTO DE AUCOCLAVE 91


 Carregar apenas com materiais que necessitem do mesmo tempo de exposição
 Utilizar apenas 80% da sua capacidade, para facilitar a circulação do vapor.
 Os pacotes maiores devem estar na parte superior e os menores na inferior, deixando
espaço livre entre eles.
 Ter cuidado para que o material não se encoste à parede do aparelho, principalmente
borracha.

CUIDADOS RIGOROSOS NA ESTERILIZAÇÂO DE MATERIAIS NA AUTOCLAVE


 Seguir rigorosamente as instruções contidas no manual.
 Observar o tempo necessário de exposição para esterilizar o material. Contar a partir do
momento em que a autoclave atingir a temperatura ideal.
 Invalidar a esterilização a qualquer sinal de defeito no aparelho. Comunicar chefia de
enfermagem que deverá comunicar-se com o técnico.

CUIDADOS AO DESCARREGAR O APARELHO DE AUTOCLAVE


 Usar luvas próprias para descarregar o material do aparelho.
 Não colocar invólucros quentes sobre superfícies frias, pois a condensação possibilita a
penetração de bactérias, contaminando os conteúdos.
 Devem esfriar, ainda, na autoclave.
 Guardar caixas e pacotes em lugares adequados.
 Os artigos podem ser estocados por 1 semana em prateleira aberta, ou até 1 mês se for
cobertura plástica ou bolsa selada.
 Limpar a câmara interna e a superfície externa da autoclave com pano umedecido em
água, após ultima esterilização do dia.
 Nunca utilizar substâncias abrasivas, tipo saponáceas, ou corrosivas como água sanitária.
MATERIAIS ESTERELIZÁVEIS EM AUTOCLAVE: instrumental cirúrgico, agulhas de sutura,
agulhas de punção, bacias; bandejas, cubas, comadre, papagaio, pacotes de curativo, aventais,
campos, compressas, gaze em folha, algodão, seringas e outros materiais de vidro, escovas,
luvas, tubos de látex, tubos calibrosos de polietileno,...

CALOR SECO: ESTUFA (FORNO DE PASTEUR) 91


 O material é acondicionado em caixas metálicas ou em recipientes de vidro refratário,
resistentes a altas temperaturas.
 Para que haja a destruição bacteriana é necessária uma temperatura maior do que
autoclave e um tempo maior de exposição do material ao calor.
 Por isso a estufa, é totalmente imprópria para tecidos, borrachas, materiais sintéticos.
 Sugere-se o uso da estufa unicamente para pomadas e substâncias em pó ou oleosas,
sem água, pois são impermeáveis ao vapor da água da autoclave.
 Sua eficácia em relação aos materiais cirúrgicos é muito duvidosa.
Utilizada para materiais de corte (perdem menos o fio de corte que com autoclave).

CUIDADOS NA ESTERILIZAÇÂO EM ESTUFA


 Não carregar a câmara em excesso (somente 2/3) a fim de permitir fácil circulação do
ar aquecido entre as caixas e recipientes de vidro refratário.
 Não deixar as caixas e recipientes em contato com as paredes da câmara ou entre
elas.
 Controlar temperatura e tempo de exposição após ligar o aparelho (tempo de 2h),
controlado a partir do momento em que o termômetro atingir temperatura de 160ºC.
 Não abrir estufa durante o processo de esterilização.
 Lacrar o material imediatamente após esterilização, identificando e datando o mesmo,
caso não se tenha fitas termossensíveis apropriadas para o calor seco.

PERÍODO DE VALIDADE DA ESTERILIZAÇÂO EM ESTUFA


De até uma semana, se estocados em prateleira aberta.
Até um mês se estiver com cobertura de plástico ou bolsa selada

TEMPO DE EXPOSIÇÂO DO MATERIAL EM ESTUFA


Varia de acordo com o tipo de material.
 Aço inoxidável ou outros metais: 160ºC em 120 minutos.
 Vidraria: 160ºC em 120 minutos.
 Vaselina líquida e óleos em geral: 160ºC em 60 minutos.
 Gaze vaselinada: 160ºC em 150 minutos.
 Altamente penetrante, atravessando invólucros de materiais como caixas de papel,
papelão ou plástico.
 Não danifica o material submetido ao processo, pois é frio.
91
 Tem longo tempo de validade, desde que o invólucro não seja rasgado, molhado ou
perfurado.
 Por ser um método caro e complexo não é utilizado em hospitais, mas em indústrias
especializadas em material médico-hospitalar.
 O raio gama e cobalto 60 destinam-se especialmente a esterilização de materiais
descartáveis: seringas, agulhas, gazes, drenos, sondas, tubos, fios cirúrgicos e materiais
de implantes (próteses,...).

OBSERVAÇÂO: Óleos e Pós devem ser colocados na estufa ainda fria.

ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO:


É aquela obtida através de raios gama e cobalto 60.

MÉTODOS QUÍMICOS UTILIZADOS

GLUTARALDEÍDO
 Mais utilizado.
 Esteriliza em aproximadamente 10 horas.
 Desinfeta em 20 minutos.
 Ter o cuidado de anotar a data e horário em que o artigo foi imerso, bem como o tempo
de permanência.
 Não misturar materiais diferentes.
 Utilizar recipiente plástico ou vidro com tampa.
 Somente imergir artigos previamente limpos, evitando bolhas de ar.
 Fechar o recipiente.
 Somente acrescentar novos artigos quando os já existentes expirarem o tempo.
 Utilizar pinça esterilizada para retirar os artigos.
 Enxaguar os artigos com água estéril, conforme técnica asséptica.
 Sempre utilizar luvas e máscara.

PASTILHAS DE FORMALINA
 Derivada do gás formaldeído.
 Utilizado, embora não reconhecida pelo Ministério da Saúde como método eficaz de
91
esterilização e desinfecção.
 Utilizados em caixas plásticas ou metal.
 Leva, em média, 11 horas (sem aquecimento forçado): furadeiras, serras, pontas de
cautério, materiais de endoscopia e dialisadores (associado ao ácido peracético).
 Quando aquecido a 60ºC o é de tempo de 4 horas

ÁCIDO PERACÉTICO
 Utilizado em máquinas como dialisadores e perfusão.
 Esteriliza em 30 minutos.

INDICAÇÃO DA ESTERELIZAÇÃO POR LÍQUIDOS

 Indicada apenas para aqueles materiais que não podem sofrer a ação do calor, mas
suportam o meio líquido.
 Quando não se dispõe da esterilização pelo óxido de etileno

A AÇÃO DE UM PRODUTO LÍQUIDO DEPENDE DE TRÊS FATORES:

CONTATO:
 Para que o germicida exerça sua função é imprescindível que tenha contato com os
microrganismos.
 Este contato é dificultado por gorduras e matéria orgânica, como sangue e pus.
 Por isso há necessidade de limpar adequadamente o material e expor todas as
superfícies a ação do produto.
 Se o artigo for oco é preciso ter cuidado para que o produto preencha todo ele.

CONCENTRAÇÃO:
 Cada substância germicida tem seu maior poder de ação numa concentração específica.
 É imprescindível a secagem do material antes de imergi-lo na solução química para que
esta não fique diluída, reduzindo o seu poder de ação.

TEMPO DE EXPOSIÇÂO:
 Não são instantâneos.
 Para obtermos uma ação germicida contra microrganismos na forma vegetativa o tempo
de exposição é de 30 minutos. 91

 Para destruição de esporos, ou esterilização, o tempo varia conforme o produto químico


utilizado.
 Observar bem o rótulo do produto a ser utilizado

MÉTODOS FÍSICO-QUIMICOS

ESTERILIZADORA A ÓXIDO DE ETILENO: ETO (C2H4O)


 Gás 100% compatível com todos os materiais.
 Indicado para artigos sensíveis ao calor e umidade e que não possam ser submetidos a
calor úmido sob pressão (autoclave) ou calor seco (estufa) e que, somente poderiam ser
esterilizados em glutaraldeído (esterilizante químico), cujo processo não é seguro.
 É inodoro, incolor, inflamável, explosivo, neurotóxico, mutagênico, carcinogênico, causa
irritação da pele e mucosas.
 Além dos fatores temperatura e tempo, é igualmente importante a concentração do gás e
umidade relativa.
 Esteriliza sem danificar os materiais.
 Necessita de estabilizantes como dióxido de cloro ou hidroclorofluorcarbonato, para reduzir
o risco de explosão e fogo.
 Possui alto custo operacional.
 Extremamente tóxico.
 Necessita de aeração – resíduos.

PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO


 Não indicado para esterilização de superfícies.
 Utilizado para artigos sensíveis ao calor: cateteres finos e longos (1 mm X 2m), artigos
metálicos e de corte, equipamentos elétricos (motores), equipamentos pneumáticos e
endoscópios rígidos.
 Não utilizado para poliuretano, policarbonato, líquidos e pós.
 Temperatura de 45ºC (baixa) por mais ou menos 70 minutos.
 Não agride meio ambiente e os profissionais.
 Não deixa resíduos tóxicos.

TESTES REALIZADOS PARA AVALIAR A EFICÁCIA DA ESTERELIZAÇÃO E O TEMPO


91
PARA REALIZAÇÃO DESTES (NO MÍNIMO UMA VEZ POR SEMANA)

TESTE FÍSICO: Consiste em colocar um termômetro especial no interior de um dos pacotes para
registrar a temperatura máxima atingida.

TESTE QUÍMICO: Realizado através de tubos de vidro com substâncias químicas ou através de
fitas de papel introduzidas no interior de um dos pacotes, o mais volumoso a ser esterilizado.
A mudança de cor no líquido ou na fita indica que o interior do pacote está sendo atingido pela
temperatura desejada, durante o período adequado.
As fitas teste para lacrar pacotes não oferecem segurança quanto a seu conteúdo.

TESTE BIOLÓGICO: Utiliza cultura de esporos de germes não patogênicos colocados no interior
dos pacotes, em tubos.
Após o processo analisam-se os germes, se foram destruídos.

OBSERVAÇÃO: Os testes precisam ser realizados na primeira carga do dia, após uma
manutenção preventiva ou corretiva dos aparelhos.

COMO DEVE SER A GUARDA E DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL ESTERELIZADO

 É feita em área provida de armários fechados, cestos, prateleiras,...


 A área de armazenagem do material estéril deve ser o mais seca possível, pois a umidade
altera o prazo de validade da esterilização.
 É dessa área que deve ser feita a distribuição do material esterilizado para todas as
unidades do hospital, conforme rotina da instituição.

EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO

As características necessárias das embalagens para artigos médico-hospitalares são:


• Ser permeável ao agente esterilizante
• Prover barreira microbiana
• Ser resistente à umidade
• Facilitar a remoção do ar
• Ser resistente a rasgos e perfurações
• Ser livre de ingredientes tóxicos
Possuir porosidade controlada 91
• Apresentar massa e gramatura regulares
• Ser flexível e facilitar o manuseio
• Evitar a liberação de fibras e ou partículas
• Permitir o fechamento adequado do pacote (fita adesiva ou selagem)
• Ser economicamente viável
• Apresentar relação custo benefício positiva

TIPOS DE EMBALAGENS

TECIDO DE ALGODÃO
 Eficaz como barreira microbiana em até 65 reprocessamentos.
 Alterações das características físicas dos tecidos havendo diminuição da gramatura,
quebra da efetividade da barreira microbiana.
 Economia x custos indiretos.
 Vulnerabilidade à contaminação- principal desvantagem, citando um nível de barreira que
pode variar de nulo a baixo, aproximadamente de 30%.
 Difícil controle do número de reprocessamentos.
 Têxteis reutilizáveis devem ser lavados antes do uso.
 Estes não devem ter furos, remendos ou cerzidos.

NÃO TECIDO- SMS


S - confere resistência mecânica
M - confere propriedades de barreira

VANTAGENS:
 Excelente barreira antimicrobiana.
 Compatível com todos os processos gasosos de esterilização.
 É uma estrutura plana, flexível e porosa, constituída de véu ou manta de fibras ou
filamentos, orientados direcionalmente ou ao acaso.
 A composição da fibra pode ser de celulose, algodão, poliéster, polipropileno, nylon ou
combinação destas fibras.
 Excelente barreira microbiana e também contra líquidos.
 É resistente e compatível com todos os processos gasosos de esterilização.
91
 Como desvantagem, alguns clientes referem-se à ausência total de memória o que torna a
manobra de confecção dos pacotes mais trabalhosa.
 Custo- benefício.

PAPÉIS
 Destinado a ser usado uma única vez.
 Não é indicado o uso de papéis comuns e de baixa qualidade como o papel manilha,
toalha, Kraft e outros com superfícies e massas irregulares contendo amido, corantes e
pouco resistentes.

PAPEL GRAU CIRÚRGICO


 Este papel é permeável ao vapor, óxido de etileno, formaldeído e impermeável a
microrganismos.
 Resiste às temperaturas do processo e é isento de alvejantes ou corantes.
 Comercialmente, tem-se em gramatura 60g/m2, de várias formas e tamanhos.

Especificações técnicas:

Poros de 0,22 u de diâmetro.

Resistência à tração e perfuração.

Possuir no máximo 3 mm3/m2 de sujeira.

PH entre 6 e 7.

Quantidade máxima de amido de 1,5%.

Absorção de água nas duas faces de no máximo 30g/m 2.

Umidade máxima de 7%.

Porcentagem de cloreto inferior a 0,05%.

A etiqueta de identificação deve conter as seguintes informações: tipo de papel, gramatura,
diâmetro, formato e massa da bobina, número de ordem de fabricação ou lote.

PAPEL TIPO CREPE OU CREPADO


 Tem uma superfície encrespada em dois sentidos que permite seu estiramento e sua
adaptação aos tipos e tamanhos dos itens a serem embalados.
 É composto de celulose tratada (polpa virgem de madeira branqueada). 91

 Resistente a temperaturas até 150o C, por 1 hora.


 Este papel é facilmente penetrado pelo vapor, óxido de etileno e formaldeído.
 Possuem melhor barreira microbiana que os produtos têxteis.

FILMES PLÁSTICOS TRANSPARENTES


 Polímeros termoplásticos de várias formulações têm amplo uso para embalagens de
artigos médico-hospitalares.
 As vantagens do filme transparente como embalagem é a visão do conteúdo, a resistência
e o seu alto poder de filtragem microbiana.
 No âmbito hospitalar aconselha-se o uso de filmes com a outra face na embalagem em
papel grau cirúrgico ou do Tyvek.

ASSOCIAÇÕES DE PAPEL GRAU CIRÚRGICO E FILME PLÁSTICO


 São as embalagens mais utilizadas para artigos médico-hospitalares.
 São compatíveis com esterilização por vapor e óxido de etileno, mas não compatíveis com
esterilização por calor seco ou plasma de peróxido de hidrogênio.
 Podem apresentar-se em forma de envelopes auto selantes ou por bobinas que utilizam a
termo selagem.
 Tanto o papel como o filme plástico deste tipo de embalagem deve possuir resistência a
furos e tração.
 O filme a ser vedado pelo calor deve ter qualidade suficiente para assegurar uma
aderência adequada ao papel.

PAPEL KRAFT
 Este papel é fabricado visando outros objetivos que não a esterilização e não foi
devidamente avaliado com a finalidade de invólucro para artigos hospitalares.
 Seu uso tende a ser substituído, em razão da irregularidade e inconstância na sua
gramatura, o que o torna frágil quanto à resistência física e vulnerável como barreira
microbiana após a esterilização.

SISTEMA DE RECIPIENTE RÍGIDO DE ESTERILIZAÇÀO (CONTAINERS)


 Estes sistemas são disponíveis em vários tamanhos e projetos de estruturas em forma de
caixas. 91

 Pode ser de alumínio, aço inoxidável, plásticos resistentes a temperaturas elevadas ou


combinação desses materiais; o projeto de cada recipiente incorpora um método de
penetração do esterilizante e proteção contra contaminação após a esterilização.
 As principais finalidades do sistema de containers são estocar o material por várias
semanas, manter a esterilidade durante o transporte e evitar à contaminação do meio
ambiente.

PRAZO DE VALIDADE: O prazo de validade dos artigos varia de acordo com alguns fatores,
como:
 Tipo de invólucro
 O tipo e a configuração do artigo (facilitam o rompimento da embalagem)
 O número de vezes que o pacote foi manipulado
 Selagem adequada
 Tipo de armazenamento (prateleiras abertas ou fechadas)
 Umidade

PROCEDIMENTO ANESTÉSICO

ANESTESIA GERAL: É um estado de depressão do nível de consciência durante o qual o


paciente não é despertado, mesmo por estímulos dolorosos. A habilidade de manter a ventilação
é freqüentemente comprometida, necessitando de assistência respiratória para manutenção da
permeabilidade da via aérea, e uso de ventilação com pressão positiva devido à depressão da
ventilação espontânea por drogas e/ou relaxantes musculares

COMPREENDE: um estado inconsciente reversível caracterizado por amnésia (sono, hipnose),


analgesia (ausência de dor) e bloqueio dos reflexos autônomos, obtidos pela inalação, ou via
endovenosa.
OBJETIVO DA ANESTESIA: suprimir a sensibilidade dolorosa durante o procedimento
cirúrgico, proporcionando condições para que o cirurgião atue.

ANALGESIA: Consiste na diminuição ou supressão da sensação dolorosa, sem perda de


consciência

SEDAÇÃO: É um estado de depressão do nível de consciência induzida por drogas, em 91


diferentes níveis de intensidade. De acordo com doses administradas e respostas individuais do
usuário, o resultado variar desde a consciência com leve tranqüilidade até a inconsciência

O Processo de Anestesia e Sedação.


As etapas do Processo de anestesia e sedação, as quais devem ser rigorosamente realizadas
e documentadas são:
_ Avaliação pré-anestésica.
_ Definição do planejamento Anestésico (Plano).
_ Ciência e Consentimento Informado do usuário ou responsável para o procedimento de
anestesia e sedação.
_ Anestesia ou Sedação Propriamente ditos incluindo:
_ Checagem de equipamentos e acessórios.
_ Avaliação imediatamente antes da indução.
_ Monitorização.
_ Aplicação da técnica anestésica (geral, sedação bloqueios)
_ Recuperação anestésica

OBSERVAÇÃO: A definição da medicação pré-anestésica ocorre após a avaliação e deve ser


administrada após o esclarecimento e consentimento do usuário ou responsável em relação à
anestesia planejada.
ASA 1 Usuário hígido, sem nenhuma patologia sistêmica além da que requer a
cirurgia
ASA 2 Usuário com alteração sistêmica leve ou moderada que pode ou não estar
associada ao procedimento cirúrgico
ASA 3 Usuário portador de doença sistêmica grave, com limitação de atividades que
pode ou não estar associada ao procedimento cirúrgico
ASA 4 Usuário portador de doença sistêmica incapacitante que ameaça a vida, nem
sempre corrigíveis pela cirurgia
ASA 5 Usuário com risco iminente de morte e pequena chance de sobreviver apesar
da cirurgia
ASA 6 Usuário e declarado com morte cerebral cujos órgãos serão retirados com o
fim de doação (doador de órgãos)
OBSERVAÇÃO nas situações de emergência deve ser acrescido da letra "E" ao estado físico
do Usuário
Classificação do estado físico segundo a American Society of Anesthesiologists

OS TIPOS DE ANESTESIA 91

GERAL: administração de drogas potentes que provocam hipnose, amnésia, analgesia,


relaxamento muscular, perda de reflexos e depressão do SNC.
A indução é E.V. e posteriormente inalatória, onde as drogas líquidas, no aparelho de anestesia
(vaporizador) transformam-se em vapor atingindo os alvéolos pulmonares.
Em crianças, na maioria das vezes, é inalatória por não suportar punções.
O usuário pode não ser entubado, caso não necessite necessariamente de um respirador. Ex.:
cirurgia de médio e pequeno porte (curetagem)

FASES DA ANESTESIA GERAL

INDUÇÃO: hipnose rápida por agentes E.V.


MANUTENÇÃO: mantém o anestésico em concentração adequada e com funções vitais
devidamente monitoradas.
REVERSÃO: após o termino da cirurgia a inalação é descontinuada.

ANESTESIA REGIONAL: aquela em que o anestésico local é utilizado para bloqueio reversível
da condução nervosa dos nervos periféricos, plexos (conjunto de nervos) ou do nervo eixo.

PODE SER:

RAQUIANESTESIA: o anestésico é administrado no espaço subaracnoideo onde se distribui e


banha as estruturas nervosas provocando o bloqueio de MMII. Para comprovar que a agulha está
no espaço deve haver saída de LCR. A cefaleia pós raquianestesia tem relação com o diâmetro
da agulha (perda licórica). Local da punção deve ser abaixo de L1.

ANESTESIA PERIDURAL: a agulha penetra no espaço peridural (ou epidural) onde o anestésico
penetra banhando as raízes nervosas. Não há perfuração da duramater, nem perda licórica.
Quando a droga é administrada nota-se uma resistência. Local: qualquer espaço (torácico, lombar
ou cervical).

BLOQUEIO PLEXO BRAQUIAL: plexo é um enovelado de nervos responsáveis pela motricidade


e sensibilidade do membro superior. Quando o anestésico penetra no plexo, todo ele é banhado e
cessa a condução nervosa por algumas horas. Local: pescoço, clavícula ou abaixo da axila.
91
ANESTESIA LOCAL: anestésico é injetado nos tecidos circundantes a incisão cirúrgica. O
anestésico mais utilizado é a lidocaína com adrenalina.

Todo usuário que irá se submeter a uma anestesia deve ser avaliado previamente. A American
Society of Anaesthesiologists (ASA) propôs em 1987 as normas de cuidados anestésicos com o
objetivo de normatizar a avaliação. A abordagem deve incluir: a revisão do prontuário, entrevista
com o usuário, exame físico, exames de laboratório, anestesias prévias, medicações em uso e/ou
consultas com especialistas. Testes adicionais devem ser solicitados considerando-se; o custo
benefício, possíveis danos causados por testes invasivos e armadilhas devido a resultados falso
negativos ou falso positivos. Como norma a quantidade de testes adicionais deve ser guiada por;
idade, estado físico, comorbidades e porte do procedimento.
Sabemos que a morte é quatro vezes mais comum no primeiro dia de pós-operatório que a
mortalidade, com risco ajustado para uma população não cirúrgica, em qualquer idade. Mais de
metade dessas mortes resulta diretamente de injuria cardíaca. O usuário que sobrevive a um
infarto do miocárdio pós operatório tem duas vezes mais chance de vir a falecer nos próximos
dois anos que o usuário cirúrgico não complicado. Sendo assim é natural que a investigação pré-
operatória esteja focada na avaliação cardiológica.
O princípio básico da avaliação pré-operatória é saber se as informações sobre extensão e
estabilidade da doença alteram o manuseio e levem a uma melhor evolução. Os testes
cardiológicos visão demonstrar e medir a extensão da doença coronariana e da função
ventricular.
Apesar da atual ênfase a esses testes, até hoje existe pequena evidência que demonstre os
benefícios de um padrão de investigação.

RISCO CARDÍACO DE ACORDO COM O PORTE CIRÚRGICO

Risco alto (risco Cirurgias de emergência de grande porte, especialmente no idoso


cardíaco > 5%) Cirurgias vasculares de grande porte e da Aorta
Cirurgias vasculares periféricas
Cirurgias prolongadas associadas a grandes perdas sanguíneas e de
líquidos corporais
Risco intermediário Endarterectomia de carótida
(risco cardíaco < 5%) Cirurgias intraperitoneais e torácicas
Cirurgias de cabeça e pescoço
Cirurgias ortopédicas 91
Cirurgias de próstata
Risco baixo (risco Procedimentos endoscópicos
cardíaco < 1%) Procedimentos superficiais
Facectomia
Cirurgias de mama

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PROCESSO ANESTÉSICO


A) Posicionar o usuário conforme o tipo de anestesia.
B) Orientá-lo, para obter sua colaboração.
C) Estar atento para o controle dos sinais vitais.
D) Observar alterações como: mudança de coloração da pele e mucosas (cianose, palidez)
taquicardia, bradicardia e sudorese para prevenir complicações.
E) Observar atentamente gotejamento das infusões e permeabilidade do cateter.
F) Observar líquidos drenados.

PRINCIPAIS ANESTÉSICOS – SEUS EFEITOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM


A determinação do agente anestésico, quantidade, via a ser administrado é de
responsabilidade única do ANESTESIOLOGISTA.
Os anestésicos podem vir apresentados nas formas: tópicos, líquidos, gases e comprimidos.
Podendo ter sua ação: Local; Inalante; Intravenoso; Relaxante.
Cada apresentação tem sua finalidade e alguns cuidados devem ser observados para que sua
ação seja segura.
ANESTÉSICOS LOCAIS
AGENTE CUIDADOS
BENZOCAÍNA Evitar contato próximo aos olhos
Uso tópico para bloqueio venoso Observar sinais de irritação na pele
LIDOCAÍNA/XYLOCAÍNA Ficar atento aos sinais vitais
Uso tópico para bloqueio nervoso Verificar nível de excitabilidade
Ação rápida
TETRACAÍNA Ficar atento aos sinais vitais
Uso tópico para bloqueio nervoso Proteger o cliente de ferimentos e queimaduras, devido à
Maior toxicidade perda de sensibilidade local.
Maior duração
PROCAÍNA Observar possíveis reações alérgicas
91
Uso tópico para bloqueio nervoso Observar circulação
Muito usada em odontologia Ficar atento aos sinais vitais

ANESTÉSICOS – AGENTES INALANTES

AGENTE CUIDADOS
ENFLURANE/ETHRANE: Verificar atentamente os sinais vitais Proporcionar
Líquido volátil de ação lenta, causando segurança
relaxamento muscular e pode causar arritmia.
HALOTHANE/FLUOTHANE: Verificar sinais vitais
Líquido volátil de ação rápida, mas com baixo Manter cliente aquecido na S.R.P.A.
relaxamento muscular. Estar atento, pois causa tremores.
Proporcionar segurança
ISOFLURANE/FORANE Verificar Sinais vitais
Líquido volátil, de rápida indução e Atenção especial à respiração, pois pode ocorrer
recuperação, causando efeito de relaxamento depressão respiratória.
muscular satisfatório.
ÓXIDO NITROSO Pode causar hipóxia: atenção redobrada à
Trata-se de um gás, de ação fraca, usado em respiração e coloração da pele.
conjunto com o oxigênio e outros agentes. Verificar sinais vitais

ANESTÉSICOS – AGENTES INTRAVENOSOS

AGENTE CUIDADOS
ANALGÉSICOS NARCÓTICOS E NÃO Atenção especial à respiração
NARCÓTICOS (derivado de batirofenona, citrato de Manter próximo Naloxane para reverter o
fentanila, morfina e meperidina). efeito, caso seja necessário.
São usados em associação com outros anestésicos Estar atento aos sinais vitais
para que ocorra analgesia eficiente
Pode causar depressão respiratória
BARBITÚRICOS DE CURTA AÇÃO Atenção aos Sinais vitais
(Metoexital, Tiopental Sódico) Proporcionar segurança
É administrado no início da cirurgia, causando indução
rápida e suave.
Pode ocorrer espasmo de laringe, diminuição da
respiração e hipotensão.
KETAMINA Atenção ao nível de consciência
Utilizado para procedimentos rápidos Proteger o cliente, no sentido de agitação
Causa analgesia e perda parcial de consciência psicomotora. 91
Não provoca o sono Pode causar perturbação, atenção quando
acordar.
Verificar sinais vitais

ANESTÉSICOS – AGENTES RELAXANTES MUSCULARES

AGENTE CUIDADOS
CLORETO DE TUBOCURARINA Verificar sinais vitais
Pico de ação entre 30 e 60 min. Verificar sinais de irritação na pele
Causa hipotensão
Maior resistência das vias aéreas
GALAMINA Verificar sinais vitais
Duração menor, baixa potência. Atenção aos sinais de desconforto
Causa taquicardia
BROMETO DE PANCURÔNIO Verificar sinais vitais
Mais potente Proporcionar segurança
Causa bom relaxamento muscular Atenção ao despertar

TERMINOLOGIA CIRÚRGICA

A definição de um procedimento cirúrgico é determinada pela associação de um prefixo (radical) e


um sufixo.

PREFIXOS: Palavras que indicam o órgão ou estrutura cirúrgica.

SUFIXOS: Palavras que indicam o ato cirúrgico (tipo de cirurgia) realizado.

PREFIXOS UTILIZADOS

PREFIXO DEFINIÇÃO PREFIXO DEFINIÇÃO


HÍSTERO Relativo ao útero ARTRO Relativo à articulaçâo
GASTRO Relativo ao estômago ÊNTERO Relativo ao intestino
OFTALMO Relativo aos olhos RINO Relativo ao nariz
SALPINGE Relativo às trompas uterinas MAMO Referente às mamas
ESPINO Referente ao baço NEFRO Relativo aos rins
CARDIO Referente ao coração CARDIA Referente à cárdia
ADENO Realtivo as glândulas COLO Relativo ao colo
CISTO Relativo à bexiga COLPO Relativo à vagina
COLE Relativo à vesícula ORQUI Relativo aos testículos
OOFOR Relativo aos ovários OTO Relativo ao ouvido
PROCTO Relativo ao reto ÓSTEO Relativo ao osso 91
SUFIXOS MAIS UTILIZADOS

SUFIXO DEFINIÇÃO
ECTOMIA Remoção de um órgão, parte dele ou de tecido
TOMIA Abertura de um órgão ou tecido
OSTOMIA Abertura cirúrgica de um novo orifício em determinado órgão ou tecido
PEXIA Fixação de um órgão ou tecido
PLASTIA Reconstrução plástica de um órgão ou tecido
RAFIA Sutura de um órgão ou tecido
SCOPIA Olhar para dentro de um órgão ou tecido
CENTESE Punção de um órgão ou tecido para a drenagem e coleta de líquidos

PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
Corresponde à troca das vestes rotineiras por vestimentas adequadas (pijama cirúrgico, gorro,
máscaras e propés), antes do ato cirúrgico, seguida da utilização de luvas de borracha para
proteção de mãos e punhos e avental cirúrgico, sendo estes acessórios previamente esterilizados

O OBJETIVO DA PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA: Diminuir ao máximo a presença de bactérias


no ambiente estéril do centro cirúrgico, por criar uma barreira entre superfícies contaminadas e o
campo cirúrgico

TRÊS ETAPAS DA TÉCNICA DE PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA

1) Escovar mãos e antebraços


2) Vestir o avental esterilizado
3) Calçar luvas cirúrgicas estéreis
Sendo cada uma formada por vários passos, o que as torna mais complexas
ESCOVAÇÃO CIRÚRGICA E SEU OBJETIVO: É uma das técnicas assépticas utilizadas com o
objetivo de remover a flora bacteriana dos braços e das mãos da equipe cirúrgica, por intermédio
de um processo mecânico. (escovação ou fricção)

POR QUE REALIZAR A ESCOVAÇÃO CIRÚRGICA: Teoricamente, as luvas são impermeáveis,


porém, na realidade, apresentam microfuros que podem deixar transpassar microrganismos, caso
as mãos não estejam bem escovadas 91

AS SOLUÇÕES ANTISSÉPTICAS RECOMENDADAS PARA UMA ADEQUADA ESCOVAÇÃO


CIRÚRGICA: São o gluconato de clorohexidine a 2 ou 4% ou o polivinilporrolidona (pvp-i) 10%,
devido a significativa ação na redução imediata da contagem dos microrganismos, eficaz
persistência e ação residual

COMO DEVE ESTAR VESTIDA A EQUIPE CIRÚRGICA PARA REALIZAR A ESCOVAÇÃO:


Para a escovação, a equipe cirúrgica deverá estar vestida apenas com a roupa privativa do centro
cirúrgico, sem mangas, com gorro, propés, máscara, e sem adornos

COMO DEVE SER O PROCESSO DE ESCOVAÇÃO CIRURGICA

PROCESSO 1:

1. Remoção de adornos
2. Revisão da colocação do gorro, máscara, óculos e vestimentas
3. Abre-se a torneira, regulando a temperatura da água
4. Molhar mãos e antebraços com água corrente em abundância
5. Colocar o anti-séptico a ser utilizado na mão e friccionar mãos e antebraços, produzindo
espuma
6. Pegar a escova considerando-se as metades direita e esquerda, reservadas para a mão
direita e esquerda respectivamente
7. Inicia-se a escovação pelas unhas e após todos os lados dos dígitos incluindo os espaços
interdigitais
8. Friccionar a palma e após o dorso da mão
9. Friccionar cada lado do antebraço até o cotovelo
10. Enxaguar mãos e antebraços com água em abundância mantendo-os em posição
vertical e acima da cintura
11. Fechar a torneira com o cotovelo
12. O tempo de escovação deve variar de 7 a 10 minutos . a redução da flora bacteriana é de
50% após 6 minutos de escovação
13. Secar com compressa esterilizada utilizando cada face para cada uma das mãos e um
cuidado necessário é dobrar a compressa após enxugar um dos cotovelos, isolando essa
face considerada contaminada para que a outra face enxugue a outra mão e outro
antebraço 91
14. Desprezar a compressa no hamper

PROCESSO 2:

ESCOVAÇÃO CIRÚRGICA - REALIZADO APÓS A LAVAGEM SIMPLES DAS MÃOS

http://www.revistacirurgiabmf.com/2011/v11.n2/6.pdf
COMO DEVE SER A COLOCAÇÃO DO AVENTAL CIRÚRGICO
A colocação do avental deve ser feita de maneira cuidadosa a fim de evitar a contaminação do
mesmo
Este deve ser segurado com ambas as mãos, as quais serão introduzidas simultaneamente
através das respectivas mangas
A porção posterior do avental é, então, tracionada 91

A TÉCNICA DE VESTIR O AVENTAL CIRÚRGICO


1. O avental vem dobrado de tal forma que facilita a colocação do mesmo. deve-se pegá-lo pelas
dobras do degote, abri-lo com movimentos delicados, mas firmes, ficando com ele na nossa
frente na posição certa para ser vestido
2. Segurar com ambas as mãos e introduzi-las ao mesmo tempo nas respectivas mangas,
enquanto a circulante de sala traciona-o para trás segurando pelo lado interno e amarra os
diversos cordões posteriores, o instrumentador os cintos
3. No desenrolar da cirurgia se o avental molhar, sobretudo as mangas recomenda-se sua troca

A TÉCNICA DE CALÇAR AS LUVAS CIRÚRGICAS


1. Após vestir o avental, o próximo passo é calçar as luvas cirúrgicas. elas tem marcas e
tamanhos diferentes, que variam de 6 a 9,5. cada pessoa deve saber o número mais
adequado para sua mão, de maneira que não fique apertada nem sobrando nas pontas dos
dedos
2. As luvas vem dispostas na embalagem com o punho virado para fora, de forma que possam
ser manejadas utilizando a parte exposta da face interna
3. Pegar pela face interna uma das luvas e vestir a mão oposta
4. Com a mão ainda despida pegar a outra luva também pelo punho e enfiar os dedos das mãos
já calçadas na dobra do punho e pela face palmar calçar a outra mão
Com ambas as mãos enluvadas são ajustadas as luvas. Primeiro ajeitam-se os dedos e depois
cobre o punho do avental com a própria luva

INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA
Nasceu no século XX.
Período de maior crescimento nas cirurgias. Conseqüentemente do papel do instrumentador
cirúrgico.
Com o advento tecnológico e as novas técnicas cirúrgicas criadas durante os anos de evolução
da técnica cirúrgica.
Um número de instrumentos foi idealizado e utilizado pelos diversos cirurgiões durante a história
da cirurgia.
Com o passar do tempo vários desses instrumentos foram sendo dispensados ou substituídos por
outros mais práticos e viáveis a um determinado procedimento.
91
O INSTRUMENTAL CIRÚRGICO PODE SER CLASSIFICADO E DIVIDIDO:

ESPECIAIS: são aqueles usados em apenas alguns tempos de determinadas cirurgias.

COMUNS: constituem o instrumental básico de qualquer tipo de intervenção cirúrgica em seus


tempos fundamentais, à saber : dierese, exerese, hemostasia e síntese.

Descreveremos a seguir principalmente o instrumental comum, pois os especiais deverão ser


conhecidos com o desenvolver do estudo cirúrgico. Seus nomes correspondem, em geral ao
nome do autor que o descreveu.

Em uma classificação geral os vários tipos de instrumentos poderiam ser agrupados


também da seguinte maneira: diérese, hemostasia, preensão, separação, síntese e
especiais.

Nesta classificação são considerados apenas os instrumentos cirúrgicos propriamente ditos


(“ferros”). Seringas e agulhas, drenos de borracha ou plástico, gaze, compressas e campos
também podem ser relacionados como instrumental cirúrgico, “sensu lato”.

ORDEM DOS MATERIAIS NA MESA CIRÚRGICA

OBJETIVO DA ORGANIZAÇÃO DA MESA CIRÚRGICA: facilitar e organizar o trabalho do


cirurgião. Forma de racionalizar o ato cirúrgico tornando-o mais eficiente.
O local adequado, a ser escolhido, para a montagem da mesa cirúrgica deve ser de menos
movimento.
As mesas devem ser protegidas com uma folha de borracha que, ao mesmo tempo em que
amortece o choque dos instrumentos, com o tampo metálico, impermeabiliza a cobertura da
mesa.
Pois, a mesma, se molhada inadvertidamente por soro ou secreções, perderia seu poder de
barreira antibacteriana, com possibilidade de contaminação dos objetos sobre ela colocados.
Sobre folhas de borracha são colocados campos protetores esterilizados, após o que o circulante
deverá aproximar a caixa dos instrumentos sobre uma outra mesinha menor.

COMO DEVE SER MONTADA A MESA: Dependendo da posição do cirurgião perante o usuário

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OBSERVAÇÃO: A mesa, caso o cirurgião esteja do lado esquerdo do paciente, deverá ser
posicionada do lado direito do usuário, ou seja, em cirurgias realizadas no andar inframesocólico
em que o cirurgião deve se posicionar ao lado esquerdo do usuário, a mesa deve ser arrumada
da direita para a esquerda

Da mesma forma, caso a intervenção cirúrgica seja realizada no andar supramesocólico, o


cirurgião irá ocupar o lado direito do usuário, a mesa do lado esquerdo e sua organização é feita
da esquerda para a direita.

Uma posição comum encontrada em alguns centros cirúrgicos é a mesa do instrumentador sob o
usuário, eliminando-se assim a figura da instrumentadora

A mesa poderá também estar posicionada em 90º à mesa cirúrgica ou na extremidade inferior
desta, ou então do lado do cirurgião também eliminando o instrumentador.

NA DIÉRESE: os principais instrumentos agrupados são o bisturi e tesouras em seus vários


tamanhos e modalidades.

NOS HEMOSTÁTICOS: agrupam-se todos aqueles destinados ao pinçamento de vasos


sangrentos, como o “Halsted”, “Kelly”, “Rochester”, “Moynihan” e outros.

NOS DE PREENSÃO: agrupam-se todos aqueles destinados a preender e segurar víceras e


órgãos , como as pinças “Babcock”, “Allis”, “Collin”, “Duval”, ...

NO GRUPO DOS INSTRUMENTOS DE SEPARAÇÃO: encontram-se todos os tipos de


afastadores como “Gosset”, “Finochietto”, “Farabeuf”, etc.

NO GRUPO DOS INSTRUMENTOS PARA SÍNTESE: são basicamente agrupados os porta-


agulhas e os vários tipos de agulha.

NO GRUPO DOS INSTRUMENTOS ESPECIAIS: agrupa-se todos aqueles destinados a tempos


específicos de determinadas cirurgias, como “Abadie” usado nas gastrectomias, pinças de
“Randal” para extração de cálculos das vias biliares, etc.
Quase todos os instrumentos cirúrgicos apresentam-se em tamanhos variados e muitos deles
com anéis e cremalheira tornando-os de formas reta ou curva.
Essa variabilidade nos tamanhos e formas desse instrumental tem o objetivo de proporcionar ao
cirurgião uma gama enorme de recursos perante as mais variadas situações cirúrgicas.

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ARRUMAÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAÇÃO

DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA MESA DA DIREITA PARA ESQUERDA DIVIDINDO-SE


A MESA CIRÚRGICA EM DOZE PARTES OU ÁREAS.

ÁREA 1: coloca-se o bisturi com a lâmina para baixo a esquerda. Certas operações requerem
tipos especiais de bisturis.

ÁREA 2: são colocadas as tesouras curvas delicadas (“Metzenbaum”) e forte (“Mayo”) com as
pontas viradas para a instrumentadora e curvatura para baixo, contra a mesa.

ÁREA 3: são colocadas as pinças hemostáticas tipo “Kelly) do mesmo modo que as tesouras.

De preferência curavas e no mínimo de seis a oito. Como o sentido de tomada é da direita para a
esquerda por questão de economia de espaço acham-se sobrepostas, estando a da direita
superiormente colocada em relação às outras e assim sucessivamente.

ÁREA 4: também denominada de área de uso versátil; colocam-se instrumentos do tipo “Mixter”
(2 a 4), “Moynihan” (2 a 4), e outros do tipo hemostático, de acordo com a cirurgia.

ÁREA 5: será colocada a “Kocher” reta (4).

ÁREA 6: serão colocadas pinças com e sem dentes.


ÁREA 7: são dispostos os porta-agulhas (2), sendo a única exceção na mesa do instrumentador,
que se coloca com os anéis para baixo.

No caso, já segurando agulhas montadas. Note-se que a ponta da agulha aponta para cima a fim
de não furar o plano da mesa e não se contaminar.

ÁREA 8: colocam-se pinças de preensão de tipo “Babcock” (4), “Allis” (4) e “Duval” (2 a 4), ou
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outros instrumentos complementares do mesmo tipo, ditados pelas necessidades da intervenção
cirúrgica em causa.

ÁREA 9: coloca-se as pinças de campo “Backhaus”, no mínimo 4

ÁREA 10: colocam-se pinças, tesouras e porta-agulhas, longos.

ÁREA 11: serão colocadas compressas dobradas, que seguram fios pré-cortados como seda ou
algodão, e sobre ela ou outros tipos de fios e agulhas.

ÁREA 12: é de uso versátil, neste caso apresentando agrafes

UMA SEGUNDA MESA QUE TAMBÉM PODERÁ SER MONTADA É A MESA DO ASSISTENTE

Esta é dividida em seis partes sendo montada da esquerda para a direita ou da direita para a
esquerda dependendo da posição do cirurgião no campo cirúrgico.

ÁREA 1: 01 tesoura, em geral reta, com a qual o assistente cortará os fios.

ÁREA 2: pinças, em regra, uma com “dente de rato” e outra sem dente.

ÁREA 3: reservada aos afastadores de “Gosset”, valvas de “Doyen” (tamanhos variados) e


“Farabeuf” (par).

ÁREA 4: algumas pinças auxiliares, como no caso de pinças intestinais de coprostase (2 a 4), de
preferência curvas, e as espátulas tipo sapata e valvas maleáveis. É uma área de emprego
versátil, pois receberá instrumentos complementares de uso do assistente, de acordo com o tipo
de cirurgia.
ÁREA 5: também de colocação versátil, pois receberá recipientes para soro ou desinfetantes,
seringas, aspirador, ponta do bisturi elétrico e outros instrumentos de uso restrito a determinados
tempos da intervenção cirúrgica.

ÁREA 6: colocam-se compressas, gazes e campos.

Nesta mesa os cabos dos instrumentos são voltados para o auxiliar, pois estes instrumentos são
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para uso próprio.

SÍNTESE: tempo da intervenção em que o cirurgião reconstitui os tecidos lesados. È feito através
de suturas em que se utilizam agulhas e fios.

AGULHAS

PODEM SER:

RETAS: geralmente utilizadas para suturar a pele sem a ajuda do porta-agulhas, ou em


anastomoses intestinais como nas anastomoses êntero-gástricas.

CURVAS: (que podem ser):

SEMI-RETAS: curvatura menos acentuada e em regra são do tipo cortante. Usadas para suturas
de superfície, geralmente a pele, montadas em porta-agulhas.

MEIO-CÍRCULO: utilizadas na profundidade dos tecidos. Sua curvatura mais acentuada permite
uma rotação mais fácil do porta-agulhas.
PODEM APRESENTAR-SE:

CILINDRICAS: cuja secção é circular. Por penetrarem os tecidos por divulsão, são atraumáticas.
Usadas em suturas delicadas, como tubo digestivo, vasos sanguineos,...

LANCEOLADAS OU CORTANTES: secção triangular e suas arestas cortantes penetram os 91


tecidos por secção de suas fibras. Usadas em estruturas mais duras, como aponeuroses e pele.

AS AGULHAS PODEM APRESENTAR-SE (CONFORME O FIO):

PRÉ-MONTADAS: ligadas ao fio que sai de sua base como um prolongamento do metal (pré-
montadas) que por apresentarem calibre uniforme entre agulha e fio, são atrumáticas por
excelência.

SEM FIO: em que apresentam um orifício especial onde aquele será colocado. Ao penetrar os
tecidos, este fio, dobrado em dois, é no conjunto muito mais calibroso que a agulha e, tendo que
atravessar o orifício mais estreito feito por ela, torna-se traumatizante

Apresentam-se em vários tamanhos, referidos em centímetros, ou pelo próprio comprimento de


seu desenho no invólucro

As formas, cilíndrica e cortante das agulhas, são referidas por um pequeno círculo e triângulo,
respectivamente.

FIOS CIRÚRGICOS

OS PRINCIPAIS TIPOS DE FIO:

ABSORVÍVEIS: # Categute – Simples, # Categute – Cromado, # Dexon

São “destruídos” pelo organismo ao fim de algum tempo.

Os tempos de permanência útil no organismo são, logicamente, médios, variáveis de organismo


para organismo e dependentes da espessura do fio, da quantidade de cromo, da marca de
fábrica,...
CATEGUTE: tripa de carneiro, tratado com banho de cromo.

DEXON: ácido poliglicólico

INABSORVÍVEIS OU NÃO ABSORVÍVEIS: # Algodão, # Seda, # Nylon, # Mersilene, # Aço

São construídos com fibras naturais, como o algodão e seda, ou com fibras sintéticas, como nylon
e mersilene. 91

Para efeitos práticos, não são “destruídos” pelo organismo, aí permanecendo para toda a vida.

CALIBRE DO FIO

Classificam-se por número de zeros e em algarismos arábicos.

Quanto maior o número de zeros, mais fino é o fio.

Quanto maior o algarismo arábico mais grosso será o fio.

As características do conjunto fio-agulha são referidas em seus invólucros, isto é, tipo de fio,
calibre, comprimento, tamanho e tipo de agulha, ... O tamanho da agulha, no desenho do
invólucro, corresponde ao seu tamanho real.

CIRURGIAS MAIS COMUNS E CUIDADOS ESPECÍFICOS

GASTROSTOMIA: Consiste na colocação de uma sonda no estômago, através de um orifício na


parede abdominal.
Pode ser definitiva ou temporária.
A sonda servirá de intermediária para administração de alimentos e líquidos em clientes que
tenham obstrução do esôfago.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Manter o cliente em jejum.
 Manter a sonda em drenagem por 24 horas.
 Iniciar dieta gradativamente no 1º dia Pós-Operatório de acordo com conduta médica ou
nutricional.
 Deixar o cliente em posição Fowler quando administrar dieta.
 Injetar a dieta lentamente, para evitar a entrada de ar, preferencialmente em bombas de
infusão.
 Injetar água após a administração da dieta, evitando obstrução e deixando-a limpa.
 Realizar curativo diário.
 Observar e anotar aceitação e possíveis intercorrências em impresso próprio.
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COLOSTOMIA: Consiste em uma abertura na parede abdominal para saída de parte do cólon.
Pode ser:
TEMPORÁRIA: quando se aguarda uma cicatrização de parte do cólon após a cirurgia.
PERMANENTE: quando há lesão definitiva do cólon.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Deixar o usuário à vontade, pois ele perde seu controle voluntário, podendo eliminar gases
ou fezes a qualquer momento.
 Orienta-lo ao máximo quanto ao procedimento realizado.
 Oferecer dieta rica em calorias e pobre em resíduos.
 Observar sinais de complicações locais.
 Realizar troca da bolsa sempre que necessário ou quando sua capacidade atingir 1/3 de
seu volume.
 Esvaziar a bolsa com maior frequência, procedendo à limpeza e higiene local da bolsa.
 Proteger a pele ao redor, de acordo com padronização local.
 Observar estado e condições das fezes.

OBSERVAÇÃO:
 Existem vários tipos de bolsas de colostomia no mercado.
 Certificar-se sobre o tipo de bolsa que o usuário vai usar, e acompanhar as
orientações dadas, a fim de esclarecer alguma dúvida que venha surgir
posteriormente.

COLECISTECTOMIA: Consiste na remoção da vesícula biliar por alguma afecção, tal como
cálculo ou inflamação.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Cuidados com a higienização, banho e curativo diário.
 Manter Sonda Nasogástrica (SNG) aberta e aspirar frequentemente, evitando distensão
abdominal. A sonda deve permanecer por 48 horas (caso o cliente esteja com a mesma).
 Manter hidratação venosa conforme prescrição médica (c.p.m.).
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 Realizar troca de curativo, anotando as condições.
 Oferecer dieta e anotar aceitação; a dieta deve ser hipogordurosa.

HERNIORRAFIA: Consiste na remoção da “protrusão” na parede em que está localizada.

LOCALIZAÇÃO:
INGUINAL: acontece na parede inguinal posterior.
UMBILICAL: acontece por falha do fechamento do orifício umbilical.
INCISIONAL: quando em cirurgias ocorrem falhas no fechamento por completo dos tecidos.
FEMURAL: aparece localizada abaixo da virilha.

CLASSIFICAÇÂO:
REDUTÍVEL: quando a protrusão pode ser recolocada no lugar, sem complicações.
IRREDUTÍVEL: quando não pode ser recolocada no lugar.

A IRREDUTÍVEL PODE SER DIVIDIDA EM:


ENCARCERADA: ocorre obstrução total do fluxo intestinal.
ESTRANGULADA: ocorre obstrução total do fluxo intestinal e dos vasos sanguíneos.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Estimular a deambulação somente no 1º dia Pós-Operatório (P.O.).
 Oferecer dieta de acordo com a vontade do cliente, portanto livre, porém rica em fibras,
para facilitar a evacuação.
 Observar diurese, anotar aspecto e quantidade.
 Observar edema escrotal ou edema local
 Orientar quanto às atividades de levantamento de peso, esforço, grandes caminhadas,
para que suspenda por até 7 dias.
 Fazer uso de cinta pós-operatória, para dar mais segurança e conforto.
PROSTATECTOMIA: Consiste na retirada da próstata, total ou parcial, decorrente de hiperplasia.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Ficar atento à irrigação contínua, não permitindo formação de coágulos e
consequentemente obstrução da sonda.
 Observar aspecto da diurese e atenção especial a sangramento. 91

 Fazer anotação do controle de entrada e saída do líquido infundido, ou seja, débito da


irrigação.
 Verificar a presença de bexigoma, caso o débito esteja diminuído.
 Observar e anotar intercorrências.

COLPOPERINEOPLASTIA: Consiste na reparação cirúrgica do períneo, devido à sua ruptura.


Muitas vezes ligada a múltiplos partos por via baixa.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Observar e anotar aspecto da diurese, bem como sua quantidade.
 Cuidados com a sonda vesical, não deixar obstruir.
 Observar e anotar sinais de sangramento.
 Observar e anotar evacuações.
 Proporcionar conforto, orientando que se faça repouso relativo no leito e na posição que
lhe for mais cômoda.
 Orientar a fazer banhos de assento após a retirada da sonda, com antisséptico.

HISTERECTOMIA: Consiste na remoção do útero por processo maligno ou não

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Observar e anotar aspecto da diurese, bem como sua quantidade.
 Cuidados com a sonda vesical, não deixar obstruir.
 Observar e anotar sinais de sangramento.
 Observar e anotar evacuações.
 Proporcionar conforto, orientando que se faça repouso relativo no leito e na posição que
lhe for mais cômoda.
 Orientar a fazer banhos de assento após a retirada da sonda, com antisséptico.

SAFENECTOMIA: Consiste na remoção das veias varicosas.


CUIDADOS DE ENFERMAGEM 91

 Reposo por 24 horas em posição Trendelemburg.


 Estimular deambulação após esse repouso.
 Observar sinais de hemorragia.
 Observar sinais de edema e hematomas, o que pode ocorrer com frequência.
 Orientar quanto ao uso de meias elásticas.

CATARATA: Consiste na remoção da estrutura que cobre o cristalino.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Orientar o cliente a dormir do lado oposto à cirurgia.
 Orientar a não esfregar ou coçar o olho.
 Não permanecer com a cabeça fletida para baixo.
 Observar sinais de complicação, como dor e/ou agitação.
 Observar queixa de náusea ou vômito, pois pode aumentar a pressão intraocular.
 Repouso relativo, não forçar deambulação.

AMIGDALECTOMIA: Consiste na extração das amígdalas.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Orientar o cliente que permaneça em decúbito lateral.
 Manter próximo ao usuário compressas e/ou gazes para limpeza da boca.
 Observar sangramento, vômito e dor.
 Oferecer dieta líquida e fria.
 Repouso relativo, evitando esforços.
HEMORROIDECTOMIA: Consiste na retirada de veias dilatadas na região anal.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Deixar o usuário em posição cômoda para o mesmo.
 Oferecer dieta rica em fibras, e anotar aceitação.
 Trocar curativo, e se necessário (SN) manter oclusivo por mais tempo. Só retirar o 91

“tampão” com orientação médica.


 Providenciar banhos de assento com água morna.
 Se houver sangramento, não realizar banho com água morna e colocar compressa fria no
local.
 Orientar para lavagem da região após cada evacuação.
 Observar e anotar possíveis complicações locais.

TIREOIDECTOMIA: Consiste na extração da glândula tireoide, podendo ser parcial ou total.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Manter o usuário em posição semifowler.
 Manter apoio para a cabeça.
 Fazer curativo diário, anotando seu aspecto e condições.
 Observar sinais de insuficiência respiratória, auxiliar com O 2 quando necessário.
 Deixar material para traqueostomia preparado e de fácil acesso.
 Observar e anotar intercorrências.

CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA – LAPAROSCOPIA: A Videolaparoscopia ou


Laparoscopia possibilitam visualizar o interior da cavidade abdominal fazendo um inventário,
facilitando a manipulação de vísceras abdominais em busca de anormalidades (tumores,
aderências, cistos, hemorragias, inflamações, etc.), assim como a realização de biópsias. São
portanto métodos de diagnóstico que permitem descobrir doenças intra-abdominais.

 A Laparoscopia é um procedimento mais antigo no qual não se usa câmeras, e o médico olha
diretamente com um dos olhos a imagem transmitida pela ótica laparoscópica (que é bem
reduzida), sendo então utilizada somente com finalidade diagnóstica.
A Videolaparoscopia é um procedimento mais recente, foi desenvolvida na Alemanha na década
de 80.

Na Videolaparoscopia, as imagens do abdome captadas pela ótica são transmitidas a uma


microcâmera de vídeo e reproduzidas em uma tela de televisão ou em monitores de alta
resolução.

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Estas imagens podem aparecer ampliadas em até 20 vezes, dependendo da aproximação da
ótica ou do zoom.

É possível gravar essas imagens em vídeo cassete e até mesmo fotografá-las.

 Hoje em dia, a Videolaparoscopia vem sendo utilizada principalmente com finalidade terapêutica,
pois com ela podemos realizar cirurgias diversas, seja de pequeno porte ou até mesmo de alta
complexidade.

CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA (VIDEOCIRURGIA): Cirurgia realizada na cavidade


abdominal, através de pequenas incisões, utilizando instrumental cirúrgico especial e um conjunto
de equipamentos constituído de ótica laparoscópica, microcâmera, processadora de imagem,
fonte de luz, monitor, e insuflador de gás.

 Realiza-se pequenas incisões (0,5 e 1 cm) ou até mini incisões (0,2 e 0,3 cm) na pele por onde
serão introduzidos os trocartes.

Trocarte é um dispositivo cilíndrico que permite a entrada e saída dos instrumentais


laparoscópicos especiais (como tesouras, pinças, clipadores, etc.) além da ótica laparoscópica.

Uma fonte de luz é conectada à ótica. Portanto, a ótica laparoscópica, além de captar imagens e
enviá-las à microcâmera, tem a função de iluminar a cavidade abdominal, pois suas fibras óticas
transmitem a luminosidade proveniente da fonte de luz externa.

A imagem recebida pela microcâmera é processada para poder ser reproduzida em um monitor
ou uma TV.

Assim, para se ter uma boa visualização das vísceras abdominais vários fatores são importantes,
dentre eles citamos:

A) câmera com boa resolução de imagem;


B) iluminação adequada da cavidade, que depende da fonte de luz e do cabo que conecta à
ótica;

C) criação de um espaço adequado na cavidade abdominal que é conseguido pela insuflação de


um gás (normalmente o CO2), cuja pressão é regulada por um insuflador eletrônico.

Neste ítem é importante o relaxamento adequado do usuário promovido pelo anestesista.


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O gás insuflado no abdomen é quase que totalmente removido ao término do procedimento, e
uma pequena quantidade residual que permanece é rapidamente absorvida pelo organismo,
sendo eliminada na respiração.

ERRO: CIRURGIA A LASER: É comum nos dias atuais dizer cirurgia laparoscópica, videocirurgia
ou cirurgia por vídeo como sinônimos de cirurgia videolaparoscópica.

Popularmente, é erroneamente chamada de Cirurgia à Laser. O Laser é um recurso que pode


ser utilizado em diversas áreas médicas, assim também como na cirurgia laparoscópica.

VANTAGENS

As Vantagens da Cirurgia Videolaparoscópica são decorrentes de uma menor agressão ao


usuário com melhor visualização das estruturas.

Dentre as VANTAGENS incluímos:

Rápida recuperação, ou seja, breve retorno ao trabalho ou atividades esportivas.

Menor dor pós operatória, com diminuição ou eliminação da necessidade de análgésicos.

Menor risco de infecção, diminuindo a necessidade de utilização de antibióticos

Menor risco de formação de hérnia incisional, já que com pequenas incisões há um menor dano à
parede abdominal.

Menor perda sanguínea, com menor possibilidade de transfusões.

Menor risco de formação de aderências entre órgãos intra-abdominais


Menor risco de tromboembolia (formação de coágulos na corrente sanguínea que migram para o
pulmão, podendo ser fatal), já que a recuperação é mais rápida e o usuário volta a deambular
precocemente.

Vantagem Estética, com cicatrizes mínimas ou imperceptíveis

 CIRURGIAS REALIZADAS POR VIDEOLAPAROSCOPIA : Com a videolaparoscopia é possível


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abordar a maioria das doenças tratadas cirurgicamente pelo método tradicional aberto (ou
laparotômico):

CIRURGIA GERAL OU DO APARELHO DIGESTIVO

A. Doenças da Vesícula Biliar (cálculos ou pólipos), são tratadas com a Colecistectomia -


Retirada da vesícula biliar;
B. Na Esofagite e Hérnia de Hiato, é realizado a Hiatoplastia e Fundoplicatura para cura do
refluxo gastro-esofágico;
C. O Megaesôfago (dilatação do esôfago) pode ser tratado com a Cardiomiotomia e
Fundoplicatura;
D. As Úlceras pépticas podem são tratadas com Vagotomias Super Seletivas ou até mesmo
Gastrectomias;
E. Na Apendicite, é realizado apendicectomia (retirada do apêndice) independente da fase da
doença podendo ser perfurada e gangrenosa com abscesso localizado ou com
disseminação de pus por toda a cavidade, já que é possível a limpeza de toda a cavidade
abdominal;
F. Doenças do intestino grosso e delgado (divertículos, pólipos, tumores) podem ser tratadas
com colectomias, enterectomias;
G. Aderências abdominais que podem causar obstrução intestinal podem ser desfeitas;
H. Hérnias da parede abdominal, aqui incluem as hérnias inguinais e incisionais podem ser
tratadas com hernioplastia (colocação de tela);
I. Doenças do Fígado (tumores, cistos e abscessos) podem ser tratadas com ressecções ou
drenagens;
J. Doenças do Baço ou Distúrbios Hematológicos podem requerer esplenectomia;
K. Abscessos abdominais, seja subfrênico, pélvico ou de outra localização, podem ser
drenados;
L. Urgências Traumáticas, neste caso a videolaparoscopia é muito útil como método
diagnóstico e eventualmente terapêutico, naqueles pacientes estáveis.
M. Na Obesidade Mórbida, pode ser realizadas diversas técnicas de Cirurgias Bariátricas, que
são intervenções realizadas no aparelho digestivo que tem como o objetivo promover a
redução de peso.

CIRURGIAS GINECOLÓGICAS

A. Doenças do Útero (miomas, adenomiose) podem ser ser tratadas com miomectomias ou
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até mesmo histerectomia (retirada do útero);
B. Doenças das Trompas (obstrução, hidrosalpinge, gravidez tubária, etc);
C. Doenças do Ovário (cistos e tumores);
D. Endometriose.

CIRURGIAS UROLÓGICAS

A. Doenças da Próstata, pode ser realizada a Prostatectomia.


B. Varicocele
C. Testículo Ectópico
D. Incontinência urinária
E. Doenças Renais, algumas situações está indicado a Nefrectomia.

EXAME DIAGNÓSTICO (VIDEOLAPAROSCOPIA DIAGNÓSTICA)

Videolaparoscopia Diagnóstica é utilizada nos casos onde o diagnóstico etiológico não está
esclarecido como certos casos de dor abdominal, peritonites (infecções), tumores, hemoperitôneo
ou quando existe dúvidas se um ferimento por arma branca ou de fogo penetrou ou não na
cavidade abdominal.

 No casos de tumores ou outras doenças como cirrose, pode-se realizar biópsias se for o caso.

 Hemoperitôneo é a presença de sangue dentro da cavidade abdominal que pode ter causas
diversas como rotura de cisto de ovário, gravidez tubária, endometriose e trauma abdominal
(rotura de fígado, rotura de baço, lesão vascular).

Muitas vezes o hemoperitôneo pode ser tratado sem cirurgia, principalmente no trauma
abdominal, e desta forma, a videolaparoscopia poderia evitar uma cirurgia não terapêutica.

Durante este exame, caso seja constatado a necessidade de uma cirurgia, o cirurgião decidiria se
esta seria pelo método convencional (laparotômico) ou prosseguiria pela laparoscopia,
dependendo da complexidade do caso, da sua experiência, do material disponível e das
condições do paciente durante o procedimento.

COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA

Complicação pode ser definida como “embaraço, dificuldade, complexidade”.


“Fenômeno patológico inesperado que sobrevêm em indivíduo são ou numa doença e a agrava” .
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“Doença secundária ou condição desenvolvida no curso de uma doença primária ou condição”.
“Superveniência de condições que dificultam o tratamento”.
O seu estudo é fundamental para o desenvolvimento da prática médica de forma geral, sendo
tema central de reuniões científicas e publicações técnicas e leigas.
A Cirurgia Videolaparoscópica não foge da regra. É através do conhecimento das complicações
de um determinado procedimento cirúrgico, que podemos evitá-la, diagnostica-la ou tratá-la
adequadamente.
A complicação é um evento inerente a qualquer procedimento cirúrgico. Só não tem quem não
opera.
Podemos classificar de forma didática as complicações em cirurgia Videolaparoscópica da
seguinte maneira:
Sistêmicas: Anestésicas. Relacionadas ao pneumoperitônio de CO2.
Abdominais: De parede abdominal (de acesso).Profundas.
Extra-abdominais: Relacionadas a eletro-cirurgia
COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS: Normalmente relacionadas ao procedimento anestésico, o qual
apresenta complicações comuns a qualquer procedimento anestésico-cirúrgico e específicas a
Videolaparoscopia.
As complicações anestésicas específicas da Videolaparoscopia em geral estão relacionadas ao
pneumoperitônio de CO2 e suas importantes repercussões metabólicas.
As mais referidas na literatura são:
- Hipertensão intra-craniana/intra-ocular.
- Intubação brônquica.
- Aspiração do conteúdo gástrico.
- Arritmia cardíaca.
- Enfisema sub-cutâneo.
- Pneumo-mediastino; Pneumotórax; Pneumo-pericárdio.
- Embolia gasosa.
- Náuseas & vômitos.
- Dor pós-operatória.
COMPLICAÇÕES ABDOMINAIS: As complicações de parede abdominal (de acesso) podem ser
classificadas de diferentes formas. Destaco duas:

COMPLICAÇÕES DE PAREDE ABDOMINAL:

Secundárias a punção com agulha de Verres.


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Secundárias a inserção do primeiro trocater.

Secundárias a inserção dos demais trocateres.

Secundárias a manipulação dos trocateres.

Secundárias a retirada dos trocateres.

COMPLICAÇÕES DE PAREDE ABDOMINAL:Hemorragia local.

LESÃO VISCERAL: Vísceras ocas; Vísceras maciças.

LESÃO VASCULAR: Estudo realizado no hospital Jean Verier em Bondy na França publicado
em 1996 no Surgical Laparoscopy & Endoscopy analisou lesões sérias de punção em 103.852
cirurgias (386.784 trocateres). Estudo retrospectivo, foi realizado por questionário com 135
equipes na França de 1988 a 1994.

As complicações observadas foram:


Hemorragia local de punção = 218 casos.
Lesão visceral = 63 casos.
Lesão vascular = 47 casos
A análise dos resultados demonstrou que a hemorragia no local de punção foi a hemorragia local
de punção foi a complicação mais comum e menos grave.
50% ocorreram na colocação primeiro trocater, 25% na colocação de outros trocateres e 25% na
retirada dos trocateres.
A Incidência de conversão no estudo devido a esta complicação foi de 11,3%.
As lesões viscerais podem acometer a maior parte dos órgãos abdominais.
No estudo, os órgãos mais afetados foram intestino delgado e fígado. A incidência da
complicação foi de 0,6 por 1000 e a incidência de conversão devido a esta complicação foi de
65%.
No estudo houve um óbito causado por uma perfuração de intestino delgado não reconhecida.

Já as lesões vasculares são normalmente muito graves, porém muito infreqüentes.

A Incidência neste estudo foi de 0,5 por 1000 e a Incidência de conversão de 85%.No estudo 91

houveram seis óbitos por lesão vascular ( 17% de mortalidade): 01 lesão de aorta, 02 de veia
cava inferior e 03 de veia ilíaca
Neste estudo, o risco de acidente de punção foi de 3,2 por 1000 por cirurgia e de 0,8 por 1000 por
punção.
A mortalidade foi de 7 casos por punção (0,07 por 1000).
Os autores concluem que os fatores de risco relevantes demonstrados pelo estudo são a
experiência do cirurgião que é muito importante nas lesões vasculares, relativamente importante
nas lesões viscerais e pouco importante nas hemorragias nos locais de punção.
Em relação ao trocater, a colocação do primeiro trocater foi responsável por 83% das lesões
vasculares, 75% das lesões viscerais e 50% das hemorragias locais de punção.
Não parece haver relação dos acidentes com o fato do trocater ser descartável ou permanente.
A hemorragia local de punção é mais freqüente com trocater tipo piramidal cortante do que com
de ponta cônica.
O trocater com mecanismo de segurança não previne acidentes graves (2 óbitos).
Assim, 90% dos acidentes graves ocorrem na primeira punção. Os trocateres com sistema de
segurança (retrátil) parecem não influenciarem positivamente.
Os autores sugerem como atitude básica na prevenção de lesões de punção a realização de
punção aberta (sob visão direta) de forma sistemática.

COMPLICAÇÕES ABDOMINAIS: São as profundas e são específicas de cada técnica e


estudadas separadamente, por exemplo, complicações de colecistectomia, hernioplastias
inguinais, da cirurgia de refluxo gastro-esofágico, etc...

COMPLICAÇÕES EXTRA-ABDOMINAIS
Infecção trato-urinário.
- Infecção respiratória.
- Trombose venosa profunda.
- Lesões por mal posicionamento do paciente na mesa cirúrgica
COMPLICAÇÕES DA ELETRO-CIRURGIA

- Falha de isolamento.

- Contato capacitivo.

- Contato direto. 91

A melhor maneira de enfrentar as complicações em cirurgia videolaparoscópica é através da


prevenção

PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS/ANESTÉSICAS


- Conhecimento das alterações metabólicas do pneumoperitônio.

- Alto índice de suspeição.

- Monitorização adequada do paciente.

- Técnica anestésica adequada.

- Sondagem naso-gástrica.

- Adequado controle da dor e das náuseas & vômitos pós-operatórios.


- Relação estreita cirurgião/anestesista.

PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES DE PAREDE ABDOMINAL


- Conhecer o trocater.
- Uso correto do trocater.
- Uso do trocater correto.
- Trans-iluminação da parede.
- Primeira punção aberta quando indicada.
- Fazer as punções acessórias.sempre sob visão direta.
- Evitar excesso de manipulação dos trocateres.

- Retirada sob visão direta.

PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES ABDOMINAIS PROFUNDAS (ABDOMINAIS)

91
“As complicações em Cirurgia Videolaparoscópica são causadas por resultado direto de técnica
operatória deficiente ou relacionadas a não identificação anatômica”. Eddie Joe Reddick, MD,
FACS (Nashville, Tennessee).
Assim, a boa técnica operatória e o conhecimento anatômico adequado são fundamentais.

PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES EXTRA-ABDOMINAIS

- Antibioticoprofilaxia.
- Prevenção da trombose venosa profunda.

- Posicionamento adequado do paciente na mesa cirúrgica - cuidar quando utilizar perneiras.

- Utilização adequada de sondas e cateteres.


- Fisioterapia respiratória

PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES DA ELETROCIRURGIA


- Conhecer os princípios da eletro-cirurgia e como prevenir as complicações relacionadas a ela
- Conhecer seu gerador de eletro-cirurgia.
- Utilizar apenas gerador de alto-padrão.
- Inspecionar periodicamente o isolamento do material.
- Evitar contato metal/metal.
- Somente ativar o eletrodo em contato com o tecido.
- Usar material todo de metal ou todo de plástico.
- Usar a menor corrente para conseguir o efeito desejado.
- Preferir o uso do Sistema bipolar ao monopolar.
CONCLUSÃO

Os fatores fundamentais na prevenção das complicações em Cirurgia Videolaparoscópica são a


adequada formação e treinamento, a experiência do cirurgião, a estruturação da equipe
cirúrgica, equipamento e instrumental de alto padrão e, talvez o mais importante, ter e manter
normas rígidas de segurança. A atitude do cirurgião perante a complicação é também
fundamental.
91

O cirurgião deve conhecer as complicações e saber como tratá-las. Deve manter alto índice de
suspeição de complicação e corrigir imediatamente por via laparoscópica ou laparotômica a
complicação.
A complicação faz parte do “teatro cirúrgico”, e acompanha a prática cirúrgica.
Conversão não é complicação. Reoperação é que é complicação. A conversão faz parte do
contexto cirúrgico, reoperação não !
Evidentemente que o cirurgião não deve converter por pouca coisa, mas não deve deixar de
converter quando avalie necessário, para que não precise reoperar depois.
O recado final é que a, definitivamente a

PREVENÇÃO É A MELHOR SOLUÇÃO!

FASE PÓS-OPERATÓRIA:
Inicia-se com o recebimento do usuário na S.R.P.A. até a avaliação de acompanhamento no
hospital.

DIVISÃO DA FASE PÓS-OPERATÓRIA


 Pós-operatório imediato
 Pós-operatório mediato
 Pós- operatório tardio

PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: Definido como as primeiras 24 horas após a cirurgia.

CUIDADOS BÁSICOS NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO


 Transferência do usuário da maca para o leito.
 Mantê-lo aquecido.
 Manter a função respiratória favorável.
 Observar nível de consciência.
 Orientar o usuário quanto ao local em que está, ou seja, que retornou para o quarto.
 Tranquiliza-lo quanto à cirurgia realizada.
 Atenção especial a drenos, sondas, curativos e infusão venosa.
 Observar as necessidades básicas afetadas e trabalhar assistência específica.

91
PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO: Definido como os dias consecutivos ao da cirurgia até a alta do
usuário para sua residência, ou local de origem.
Os cuidados devem ser seguidos de acordo com o planejamento traçado pela equipe médica e de
enfermagem e com a cirurgia realizada.

SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA ( S.R.P.A.)

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

  PLANEJAMENTO:
 A sala de SRPA é a área que se destina à permanência do usuário logo após o término do
ato anestésico e cirúrgico.
 Neste local o usuário fica sob os cuidados das equipes de enfermagem e médica,
especialmente do anestesiologista.
 Nesta sala o tempo de permanência do usuário varia, em media de 1 a 6 horas.

LOCALIZAÇÃO:
 A SRPA deve estar instalada dentro do CC ou nas suas proximidades.
 Favorece o transporte fácil do usuário anestesiado para este local, assim como o seu
rápido retorno à sala de operação, na necessidade de uma reintervenção cirúrgica.
 Esta localização possibilita também o livre acesso dos componentes da equipe médica.

ESTRUTURA FÍSICA:
 A área física da SRPA, em metros quadrados, varia de acordo com as especificações do
ministério da saúde,
 O MS estabelece que para “uma sala com dois leitos é necessário, no mínimo, 8,5 m 2 por
leito, com distância entre estes e a parede, exceto cabeceira, de 1,0m; 6,5 m 2, quando
houver mais de dois leitos”.
CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS DA S.R.P.A.
 Paredes e pisos devem ser revestidos de material lavável.
 Portas largas, para permitirem a passagem de camas, macas e aparelhos.
 Temperatura ambiental e ventilação devem ser iguais às da sala cirúrgica, com o objetivo
de proporcionar conforto e segurança ao usuário.
91
 Iluminação deve favorecer a avaliação precisa da coloração da pele do usuário.
 Para a artificial, o uso de lâmpadas fluorescentes é mais econômico, ao se considerar que
necessitam permanecer acesas por longos períodos. É imprescindível que a iluminação
desta sala esteja inclusa no sistema de luz de emergência.
 Deve-se planejar ainda uma área para o posto de enfermagem e serviços, no tamanho de
6 m2 para uma SRPA de até 12 leitos; se esta área for utilizada também como secretaria e
para prescrição médica, deve ser acrescida de mais 2,0 m 2.
 O posto de enfermagem deve ser provido de armários para a guarda de roupas e balcões
com gavetas para armazenar os medicamentos e materiais estéreis. Deve ter também pias
com água quente e fria.
 Deve existir ainda uma mesa ou balcão provido de telefone, sistema de comunicação
interna, impressos próprios de uso na referida unidade e cadeiras ou bancos.
 Prevê-se ainda uma área de utilidades destinadas à guarda do hamper e outros materiais
como comadre e papagaio.
 Este local deve ser provido de uma pia profunda.

A SRPA DEVE SER PROVIDA DE EQUIPAMENTOS BÁSICOS, EM PERFEITAS CONDIÇÕES


DE USO, PARA ATENDER A QUALQUER SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA.

DIDATICAMENTE, TAIS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE UMA SRPA PODEM SER


DIVIDIDOS EM:

EQUIPAMENTOS BÁSICOS:Geralmente fixos à parede. Acima da cabeceira de cada leito.


Tais como: duas saídas de oxigênio com fluxômetro, uma saída de ar comprimido, uma fonte de
aspiração a vácuo, um foco de luz, tomadas elétricas de 110 e 220 watts, monitor cardíaco,
oxímetro de pulso, esfignomanômetro e estetoscópio.
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE SUPORTE RESPIRATÓRIO TAIS COMO: Ventiladores
mecânicos; Mascaras e cateteres para O2; Sondas para aspiração; Carrinho de emergência com
material completo para entubação oro traqueal e ventilação manual.

EQUIPAMENTO E MATERIAIS DE SUPORTE CARDIOVASCULAR, TAIS COMO: Equipos de


soro e transfusão; Cateteres; Seringas e agulhas; Equipos para medida de PVC.
91
OUTROS MATERIAIS: Bandeja de cateterismo vesical; Sondas vesicais de demora; Sistema de
drenagem vesical; Pacote de curativo; Bolsas coletoras para drenos e ostomias; Gazes;
Chumaços e adesivos; Termômetros; Frascos e tubos esterilizados para coleta de sangue; Fitas
regentes para dosagem de glicose no sangue e urina; Caixa de pequena cirurgia; Medicamentos
e soros; Soluções desinfetantes e antissépticas; Cilindros de O 2 e ar comprimido para aspirador
elétrico; Travesseiros; Almofadas; Cobertores; Talas.

O QUE É CONVENIENTE DESTACAR NA S.R.P.A.:


 Que as camas par uso na SRPA devem ser do tipo cama-maca.
 Providas de grades laterais de segurança.
 Manivelas para dar posição de pró-clive e trendelemburg.
 Encaixes para adaptar suporte de soro.
 Cabeceira removível para facilitar o atendimento em situações de emergência.

FASE PÓS OPERATORIA: O período pós-operatório compreende o momento em que o usuário


sai da sala de operações até o retorno às suas atividades normais. Sua duração é variável, pois
depende do tipo de intervenção cirúrgica e das condições fisiológicas do cliente.

TRÊS ETAPAS DO PERIODO PÓS-OPERATORIO

PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: compreende as primeiras 12 ou 24 horas após o término da


cirurgia. Sua real duração depende do porte ou gravidade da cirurgia e estado em que se
encontra o usuário.

PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO: inicia após as primeiras 24 horas e se desenvolve por uma


assistência de enfermagem no período de recuperação anestésica: período variável até o dia da
alta hospitalar. Sua duração nas cirurgias de menor porte é geralmente curta e estende-se por
cerca de 2 a 4 dias. Nas grandes cirurgias ele pode prolongar- se por de 1 semana até 10 dias.
PÓS-OPERATÓRIO TARDIO: sucede o anterior e se estende de 1 a 2 meses, até a completa
cicatrização das lesões ou a fase de ganho ponderal.

O OBJETIVO DA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA: A recuperação pós-anestésica tem


como objetivo principal prestar ao usuário todos os cuidados necessários até a recuperação de
seus reflexos e estabilização dos sinais vitais. 91

A PREOCUPAÇÃO INICIAL COM A CHEGADA DO USUÁRIO A SRPA (SALA DE


RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTESICA)? Avaliação rápida do sistema cardiorrespiratório.

O QUE FAZER QUANDO USUÁRIO CHEGA A (SRPA)

A) Assegure que a via respiratória está permeável e que respirações são livres e fáceis.

B) Inspecione rapidamente todos os curativos e drenos (presença de sangramento visível).

C) Verifique e anote pressão arterial, temperatura, pulso e frequência respiratória (sinais vitais).

D) Observações gerais do usuário (céfalo-caudal).

COMO REALIZAR A AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA

A) Observar a frequência, caráter das respirações e cor do usuário.

B) Frequência respiratória normal no adulto: aproximadamente 16 a 20 ciclos por minuto.

C) Respirações devem ser calmas, livres e fáceis.

D) Problemas mais importantes observados: hipoventilação, obstrução das vias aéreas, aspiração
e atelectasia.

E) Tórax deve movimentar-se livremente como um todo e a expansão deve ser igual dos dois
lados.

FUNÇÃO CARDIOVASCULAR E PERFUSÃO


TRÊS COMPONENTES BÁSICOS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO A SEREM AVALIADOS

A) coração

B) sangue

C) sistema arterial e venoso


91
O QUE DEVE SER AVALIADO NO CLIENTE COM RELAÇÃO AO SISTEMA
CARDIOCIRCULATÓRIO

A) Observe estado geral cliente, cor e turgor da pele.

B) Cianose periférica, edema, distensão das veias do pescoço e respiração curta devem ser
observados.

C) Observar todos os locais operados identificando perda sanguínea e a quantidade dessa perda.

D) Verificar pressão arterial, pulso e profundidade das respirações.

CAUSAS DE TAQUICARDIA NO PÓS-OPERATÓRIO

Pode dever-se a várias causas: febre, dor, ansiedade, hipotensão, desidratação, super-
hidratação, hipoxemia ou qualquer combinação desses fatores.

CAUSAS DE DÉBITO CARDÍACO DIMINUÍDO

Extremidades frias e débito urinário reduzido.

O QUE AVALIAR E OBSERVAR COM RELAÇÃO AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL:


Verificação do comportamento, da consciência, do desempenho intelectual e do estado
emocional.

O QUE OBSERVAR COM RELAÇÃO A DOR: Varia de acordo com o grau de alteração do nível
de consciência, medo e ansiedade. Deve ser diferenciada de outras dores, ser específica do pós-
operatório.

FATORES DE DESEQUILÍBRIO HIDRELETROLÍTICO


A) Restrição de alimentos e líquidos no pré-operatório, perda de líquido durante a cirurgia e
stress.

B) Por resposta normal do organismo ao trauma (cirurgia) e retenção renal de água e sódio.

C) Adulto normal, privado da ingesta oral, requer de 2000 a 2200 ml de água por dia para manter
débito urinário e perda insensível
91

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A SER PRESTADA

1) Manter linha intravenosa, verificar se este acesso venoso esta na veia e se não há
extravasamento.

2) Conferir se a velocidade da infusão está correta.

3) Verificar se o braço em posição confortável.

INDICAÇÃO DE LÍQUIDOS ORAIS NO PÓS–OPERATÓRIO: Proibir após a anestesia e até que


os reflexos laríngeo e faríngeo tenham retornado por completo.

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A SER PRESTADA

A) A quantidade de urina necessária para o sistema renal normal excretar os produtos não
aproveitáveis do metabolismo diário é de aproximadamente 600 ml.

B) O débito urinário deve ser monitorado rigorosamente na fase da recuperação.

C) Verificar quantidade eliminada, densidade, coloração e odor (assim como das sondas, tubos e
drenagens que o usuário apresentar).

D) Deve ser avaliada também a perda por vias anormais: vômitos, sondas nasogástricas, tubos
em T, drenagem de fístulas, ferimentos, perda sanguínea e edema de ferimentos cirúrgicos.
PROCEDIMENTOS DE ROTINA REALIZADOS PELA ENFERMAGEM NA SRPA

 oxigenioterapia
 monitorização clínica

 observar cor da pele e mucosas

91
 observar padrão respiratório

 observar sangramentos

 observar nível de bloqueio sensitivo

 observar presença de globo vesical

 verificar força muscular

POSSIVEIS DESCONFORTOS E COMPLICAÇOES NA SRPA

 dificuldade respiratória
 dor

 vômito

 sede

 retenção urinária

CRITÉRIOS DE ALTA DA SRPA

 Recuperação completa da consciência


 Estabilidade cardiovascular

 Função respiratória normal

 Função motora recuperada

 Nível sensitivo de bloqueios espinhais regredidos a segmentos lombares baixos ou sacrais


 Ausência de globo vesical

 Curativos limpos com ausência de sangramento ativo

 Dor operatória controlada

 Mais de 30 minutos após administração de opióides


91
 Ausência de náuseas ou vômitos

 Alimentação, deambulação e micção

PREPARO DA UNIDADE DO CLIENTE E ATENDIMENTO PÓS-OPERATÓRIO

O QUE VISAM O PREPARO DA UNIDADE PARA O ATENDIMENTO: Visam ajudar o recém-


operado a normalizar suas funções com conforto e da forma mais rápida e segura.

O QUE SE INCLUI A ESTES CUIDADOS: Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para
receber o usuário internado.

QUAIS SÃO ESTES CUIDADOS

 Promoção da limpeza e ordem de todo o ambiente


 Arrumação da cama “tipo operado”

 Limpeza e arrumação da mesa de cabeceira

 Trazer suporte de soro e coloca-lo ao lado da cama

 Deixar oxigênio com equipamento completo


COMO DEVE SER O ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO AO
RECEBER O USUÁRIO NO QUARTO

 Transporta-lo da maca para a cama com o auxílio de outros funcionários.


 Manter a cama em posição horizontal.

 Cobri-lo e agasalha-lo de acordo com a necessidade.


91

 Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico.

 Enquanto estiver semi-consciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça voltada para o
lado.

 Observar o gotejamento do soro e sangue.

 Observar estado geral e nível de consciência.

 Verificar o curativo colocado no local operado se está seco ou com sangue.

 Restringi-lo no leito com grades para evitar que caia.

 Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar que retire soro ou sondas.

 Observar sintomas como: palidez, sudorese, pele fria, lábios e unhas cianosados,
hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer complicações
respiratórias e circulatórias.

 Controlar, pulso, temperatura, respiração e pressão arterial.

 Fazer anotação na papeleta.

 Ler a prescrição medica, providenciando para que seja feita.

 Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamente.

COMO DEVE SER O ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO NAS


HORAS EM SEGUIDA
 Ao recuperar totalmente a consciência avisa-lo do lugar onde está e que esta passando
bem.
 Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e sondas.

 Promover comodidade no leito.

 Medica-lo para dor, quando necessário.


91

 Movimenta-lo no leito, de decúbito.

 Verificar e estimular a aceitação da dieta.

COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER NO PÓS-OPERATÓRIO

DOR: é um dos primeiros sintomas a surgir no pós-operatório. O técnico neste caso deve
administrar o medicamento analgésico, comunicar o fato a enfermeira e fazer anotação sobre a
dor e sobre as providencias tomadas.

VÔMITOS: pode haver nas primeiras 24 horas, o técnico deve colocar o usuário com a cabeça
voltada para o lado e avisar a enfermeira, administrando o medicamento se houver na prescrição.
Fazer anotação.

SEDE: para evitar o ressecamento da boca, deve-se umedece-la com água e lubrificar os lábios
com vaselina.

COMPLICAÇÕES PULMONARES MAIS COMUNS E COMO PREVENIR

As mais comuns são: pneumonia e embolia pulmonar. Para prevenir o aparecimento dessas
complicações o técnico deve:

 Movimentar o usuário no leito


 Forçá-lo a tossir

 Ensiná-lo a realizar exercícios respiratórios

 Estimular deambulação.
COMPLICAÇÕES URINÁRIAS MAIS COMUNS

 Infecções urinárias
 Retenção urinária

 Anúria

91
COMO AGIR NOS CASOS DE COMPLICAÇÕES URINÁRIAS

Em casos de retenção urinária, deve-se estimular a micção pelos seguintes meios:

 Compressas ou bolsa de água morna sobre a bexiga


 Abrir a torneira mais próxima

 Sondagem vesical de alívio em último caso

COMPLICAÇÕES GASTRO INTESTINAIS QUE PODEM OCORRER E COMO PROCEDER

Pode ocorrer obstrução intestinal, por isso o número e aspecto da evacuação devem ser sempre
anotados.

COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA: As mais frequentes são:

HEMATOMA: ocorre por haver uma hemorragia oculta na ferida. Quando é grande, pode interferir
no processo de cicatrização.

INFECÇÃO: ocorre devido a diversos fatores, inclusive devido a curativo mal feito.

ROTURA OU DEISCÊNCIA: É uma abertura que ocorre na ferida operatória, devido à infecção
ou grande distensão abdominal.

EVISCERAÇÃO: saída das vísceras, pela incisão cirúrgica, após uma deiscência de sutura.

TRÊS FATORES LOCAIS QUE EXERCEM PAPEL DETERMINANTE NA DEISCÊNCIA TOTAL:

 Fechamento inadequado da parede


 O aumento da pressão intra-abdominal
 Deficiência da cicatrização

COMO OCORRE A CICATRIZAÇÃO: A cicatrização é um processo que ocorre de dentro para


fora.

TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

PRIMEIRA INTENÇÃO: Pode ocorrer sem nenhum problema 91

SEGUNDA INTENÇÃO: Apresenta dificuldade para cicatrização imediata

TERCEIRA INTENÇÃO: Necessita de uma nova sutura

RETIRADA DE PONTOS: Feita geralmente no sétimo dia após a cirurgia ou nos dias posteriores.

MATERIAL NECESSÁRIO PARA RETIRADA DE PONTOS

 Pinça anatômica
 Tesoura e/ou Bisturi

 Gazes

 Soro Fisiológico

 Esparadrapo ou micropore

TÉCNICA DE RETIRADA DE PONTOS

 Observar as condições da ferida


 Limpar o local com soro fisiológico

 Retirar pontos alternados e se não houver problemas retirar o restante c.p.m.

 Anotar na papeleta
BIBLIOGRAFIAS

CHRISTÓFORO, Berendina Elsina Bouwman; CARVALHO, Denise Siqueira. Cuidados de


enfermagem realizados ao paciente cirúrgico no período pré-operatório

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida; LEITE, Joséte Luzia; MACHADO, Wiliam César Alves:
CENTRO CIRÚRGICO: Atuação, Intervenção e cuidados de Enfermagem, Ed. Yedis, SP, 2008
91
LOMBA, Marcos: RESGATE SAÚDE: Clínica Médica, Ginecologia, Obstetrícia e Instrumentação
Cirúrgica, Vol. 4, págs.: 116-143, 3ª edição, PE, Grupo Universo, 2007

NOVAES, Marcus Vinicius - Avaliação e Preparo pré-operatório: Classificação do estado físico

PARRA, Osório Miguel; SAAD, William Abrão: INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA: Guia de


Instrumentação Cirúrgica e de Auxílio técnico ao cirurgião. 3ª Ed. Atheneu, SP, 2005

ROSA, Maria Tereza Leguthe: MANUAL de Instrumentação Cirúrgica, 1ª edição, Rideel, SP,
2004

SANTOS, Nívea Cristina Moreira: CENTRO CIRÚRGICO e os Cuidados de Enfermagem, 2ª


Edição, Iátria, SP, 2005

SMELTZER, Suzanne C., BARE, Brenda G.: TRATADO de Enfermagem Médico-Cirúrgica


(Brunner & Suddarth), 7ª Edição, Volumes 1 e 2, Guanabara/Koogan, RJ, 1997

SOUZA, Virginea Helena Soares, MOZACHI, Nelson: MANUAL do Ambiente Hospitalar: O


Hospital, 1.edição. Rio de Janeiro: Os Autores. 2005

FONTES

Dr Silvio Luis da Silveira Lemos -- Campo Grande – MS: www.videolaparoscopia.hpg.ig.com.br

Dr. Miguel Prestes Nácul. Membro Titular e atual Vice-Presidente da S.O.C.I.V.E.R.S.


www.socivers.com.br

TRABALHO AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA


TRABALHO – PARTE 1A

Em grupos de no máximo 5 (cinco) componentes)


Trabalho de pesquisa

Não será aceito cópia, plágio da internet. Não será aceito trabalhos iguais

ESCOLHA UMA PATOLOGIA CIRÚRGICA 91

CADA UM GRUPO DEVERÁ ESCOLHER uma PATOLOGIA DIFERENTE

Descrever a patologia: definição; causas; diagnóstico; sinais e sintomas; prognóstico;


complicações; tratamento (se cirúrgico – descrever quais as opções e como é realizada).
Para este usuário e patologia montar a assistência de enfermagem: no pré, trans e pós
operatório

OBS.: descrever toda assistência e cuidados no setor SRPA

Na sala de cirurgia: montar uma bandeja cirúrgica para a patologia cirúrgica

Outros dados, pontos que achares importante

Patologias: Colecistite; Apendicite; Hérnias Abdominais; DRGE (hérnia de Hiato);


Obesidade mórbida; Úlcera Gástrica e Duodenal; Tumor de Pancreas; Tumor Esofágico;
Tumor Gástrico,...

TRABALHO – PARTE 1B

De acordo com a terminologia cirúrgica, defina os procedimentos cirúrgicos abaixo


relacionados:

TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO

APENDICECTOMIA

CISTECTOMIA

COLECISTECTOMIA

COLECTOMIA

EMBOLECTOMIA
ARTROMIA

BRONCOTOMIA

CARDIOTOMIA

COLEDOCOTOMIA

DUODENOTOMIA 91

TORACOTOMIA
COLOSTOMIA

ENTEROSTOMIA

GASTROSTOMIA

ILEOSTOMIA

JEJUNOSTOMIA

NEFROSTOMIA

HISTEROPEXIA

NEFROPEXIA

ORQUIOPEXIA

PILOROPLASTIA

RINOPLASTIA

SALPINGOPLASTIA

COLPORRAFIA

PERINEORRAFIA

TENORRAFIA

COLPOSCOPIA

LAPAROSCOPIA

RETOSSIGMOIDOSCOPIA

TRABALHO – PARTE 1C
LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS

1. Equipe cirúrgica em preparo para procedimento cirúrgico.


Realizou: antissepsia das mãos através de escovação com clorohexedine.
Defina:
Anti-sepsia: ________________________________________________________________
Clorohexedine: ______________________________________________________________ 91
Por que motivo realizou este procedimento? _______________________________________

2. Término de cirurgia (Colecistectomia). Recolhido material e encaminhado para Central de


Materiais e Esterilização.
Foi encaminhado os seguintes materiais:
 01 Caixa de material básico (caixa com furos),
 2 afastadores avulsos,
 01 borracha para aspiração,
 01 ponteira de bisturi elétrico,
 02 cubas redondas
Além destes foram utilizados:
 01 lap,
 04 pacotes de compressas grandes,
 02 pacotes de compressas pequenas
 08 pacotes de gazes.
Como procederias a limpeza, empacotamento e esterilização destes materiais?

2. Você pertence a Central de Materiais. Chegaram, para seu setor, os seguintes materiais
(limpos):
 02 sacos de compressas cirúrgicas 50x45
 01 saco de compressas cirúrgicas 25x25
 05 sacos de gazes
 02 caixas básicas com furos (material de metal)
 03 borrachas de aspiração (látex/silicone)
 05 ponteiras de bisturi elétrico (metal / conexão para cautério)
 03 cabos de bisturi (metal)
 03 cubas redondas (metal)
 02 frascos de vaselina líquida
 01 caixa de vaselina em pasta
 03 afastadores (metal)

A) Quais os procedimentos a serem realizados?


B) Que tipo de envólucros você utilizaria nestes materiais. Justifique: Que métodos de
91
esterilização você aplicaria a estes materiais. Justifique:

3. Conforme o material citado defina o tipo de envólucro a ser utilizado e o tipo de processo de
esterilização a ser submetido o mesmo:

MATERIAL ENVÓLUCRO PROCESSO DE


ESTERILIZAÇÃO
Frasco (vidro) com vaselina líquida
Caixa de material com furos (metal)
Caixa de material sem furo (metal)
Material de metal avulso
Borracha de Aspiração (látex/silicone)
Cabo de bisturi elétrico
Talco
Agulhas de punção lombar (metal)
Agulhas de Sutura Avulsas (metal)
Agulhas de sutura em caixa metálica
Lap
Aventais avulsos (tecido)
Pacote material para Curativo (metal e
gaze)
Bandeja de punção lombar
(metal/tecido)
Vidros
Escovas Cirúrgicas
Gaze vaselinada
Frasco (vidro) com vaselina líquida
Caixa de material com furos
Material de metal avulso
91

BIBLIOGRAFIAS

CHRISTÓFORO, Berendina Elsina Bouwman; CARVALHO, Denise Siqueira. Cuidados de


enfermagem realizados ao paciente cirúrgico no período pré-operatório

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida; LEITE, Joséte Luzia; MACHADO, Wiliam César Alves:
CENTRO CIRÚRGICO: Atuação, Intervenção e cuidados de Enfermagem, Ed. Yedis, SP, 2008

LOMBA, Marcos: RESGATE SAÚDE: Clínica Médica, Ginecologia, Obstetrícia e Instrumentação


Cirúrgica, Vol. 4, págs.: 116-143, 3ª edição, PE, Grupo Universo, 2007

NOVAES, Marcus Vinicius - Avaliação e Preparo pré-operatório: Classificação do estado físico

PARRA, Osório Miguel; SAAD, William Abrão: INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA: Guia de


Instrumentação Cirúrgica e de Auxílio técnico ao cirurgião. 3ª Ed. Atheneu, SP, 2005

ROSA, Maria Tereza Leguthe: MANUAL de Instrumentação Cirúrgica, 1ª edição, Rideel, SP,
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