Você está na página 1de 3

COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA A ASSISTÊNCIA A SAÚDE (CCIRAS)

SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA A ASSISTÊNCIA A SAÚDE (SCIRAS)

MANUAL DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)

Elaboração: Enfª. Iris Lopes da Costa da Silva

Drº. Marcus Vinicius Caetano de Sousa

Elaborado:

Novembro de 2022

1 INTRODUÇÃO

O manual de medidas de prevenção de infecção cirúrgica são as rotinas estabelecidas pelo Serviço de Controle de Infecção do Hospital Municipal Materno Infantil Dona Zebina, que

visam controlar a incidência de infecções de sítio cirúrgico e as práticas de funcionamento do centro cirúrgico.

Infecções de sítio cirúrgico (ISC) representam 15% do total das infecções adquiridas durante a assistência à saúde a terceira complicação infecciosa mais frequente adquirida no

ambiente hospitalar, além de gerar prejuízos físicos, psicológicos e financeiros aos pacientes pode prolongar a estadia e aumentar a chance de readmissão hospitalar, cirurgias

adicionais e consequentemente elevar os gastos assistenciais com tratamento.

2 MEDIDAS PREVENTIVAS

2.1 Tricotomia

Não deve ser feita de rotina, se os pelos tiverem que ser removidos deve-se fazê-lo imediatamente antes da cirurgia, utilizando o tricotomizador elétrico fora da sala de cirurgia. Uso de

lâminas é contraindicado.

A remoção dos pelos depende da quantidade, do local, do tipo de procedimento e a conduta do cirurgião. Caso tenha que ser realizada, deve-se garantir a integridade da pele, evitando
cortes e arranhões, uma vez que podem aumentar o risco de contaminação, realizar apenas quando os pelos interferem no procedimento cirúrgico, ou seja, quando forem visíveis e

espessos e limitar a tricotomia à área a ser operada.

Deve ser feito em local fora da sala onde o procedimento cirúrgico será realizado, pois a dispersão de pelos soltos pode potencialmente contaminar o sítio cirúrgico e o campo estéril.

Observar a presença de marcas, verrugas, erupções e outras condições da pele no local da incisão cirúrgica devem ser avaliadas e documentadas antes do preparo da pele do paciente.

2.2 Banho

O banho com antisséptico tem como objetivo: Reduzir a contagem de bactérias colonizantes da pele do paciente.

Todos os pacientes irão tomar banho no pré-operatório com clorexidina degermante 2% em até 2h antes do procedimento cirúrgico

2.3 Profilaxia cirúrgica

A padronização e utilização dos antimicrobianos em respectivos casos tem como objetivo diminuir a incidência de infecções, particularmente na ferida operatória. Este antimicrobiano

deve ser administrado de 0 a 60 minutos antes da incisão cirúrgica para garantir o nível sérico adequado durante o ato cirúrgico.

Aspectos críticos da antibioticoprofilaxia cirúrgica é a escolha do antimicrobiano adequado, e a dose adequada para o peso do paciente (atenção aos obesos) e a manutenção de níveis

séricos e tissulares terapêuticos durante a cirurgia.

Usar cefalotina 1g para até 70 kg maior de 70 kg 2g. Na maioria das cirurgias uma única dose na indução anestésica é suficiente. Em cirurgias longas, repetir o antibiótico a cada

quatro hora, em caso de sangramento maior que 1l fazer repique. A profilaxia antibiótica não deve ser estendida.

Procedimento Antibiótico Dose na Indução Pós-operatório Duração

Cesária Cefalotina 2g EV Não indicado Dose única

Histerectomia abdominal/ vaginal Cefalotina 2g EV Não indicado Dose única

Laqueadura
Sem indicação
Recanalização tubária

Curetagem Cefalotina 2g EV Não indicado Dose única

2.4 Medidas de Controle Intra-Operatório

● Manter portas das salas cirúrgicas fechadas durante ao ato operatório;

● Limitar número de pessoas na sala operatória;

● Após cirurgia iniciada ou instrumental exposto, qualquer pessoa na sala de cirurgia deverá utilizar máscara que cubra nariz e boca;

● Evitar abrir e fechar a porta da sala operatória desnecessariamente;

● Não levar bolsas e alimentos para dentro da sala cirúrgica;

● Controle metabólico do cliente glicemia com níveis < 180mg/dl, normotermia em todo o pré-operatório ≥ 35,5° C e otimização da oxigenação residual;

● Realizar degermação (Clorexidina degermante) do membro ou local próximo à incisão cirúrgica antes de aplicar solução antisséptica;

● Realizar a antissepsia no campo operatório no sentido centrífugo circular (do centro para a periferia) e ampla o suficiente para abranger possíveis extensões da incisão,

novas incisões ou locais de inserção de drenos, com clorexidina. De acordo com o POP institucional.
● Roupas de uso restrito/ Uniforme privativo. Devem ser utilizadas a partir do momento que se acessa a área restrita e NÃO deve ser utilizada fora deste ambiente, após uso

dispor em hamper específico, não devem ser levadas para casa. O uniforme privativo deve ser colocado a partir da área de acesso do vestiário por todos os profissionais que irão entrar

na área.

● Utilizar touca e máscara cirúrgica.

3 REFERÊNCIAS

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.

_______________________
Iris Lopes da Costa da Silva
Enfª SCIRAS
COREN-GO 429423

____________________________
Marcus Vinicius Caetano de Sousa
Médico Diretor Clínico Presidente do CCIRAS
CRM/GO 29788

Você também pode gostar