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Introdução.............................................................................................................................................................2
1. Morte fetal intra-uterina...................................................................................................................................3
1.1. Definição...................................................................................................................................................3
1.2. Etiologia....................................................................................................................................................3
1.3. Fisiopatologia............................................................................................................................................3
1.4. Quadro clínico e diagnóstico.....................................................................................................................4
1.5. Complicações............................................................................................................................................5
1.6. Conduta.....................................................................................................................................................5
2. Placenta retida..................................................................................................................................................6
2.1. Definição...................................................................................................................................................6
2.2. Etiologia....................................................................................................................................................6
2.3. Quadro clínico e Complicações.................................................................................................................7
2.4. As complicações da placenta retida...........................................................................................................7
2.5. Conduta.....................................................................................................................................................7
3. Inversão uterina................................................................................................................................................8
3.1. Definição...................................................................................................................................................8
3.2. Factores predisponentes e Etiologia..........................................................................................................8
3.3. Fisiopatologia............................................................................................................................................9
3.4. Quadro Clínico..........................................................................................................................................9
3.5. Complicações............................................................................................................................................9
3.6. Conduta.....................................................................................................................................................9
4. Atonia Uterina................................................................................................................................................10
4.1. Definição:................................................................................................................................................10
4.2. Etiologia..................................................................................................................................................10
4.3. Fisiopatologia..........................................................................................................................................11
4.4. Quadro Clínico........................................................................................................................................11
4.5. Diagnóstico e Conduta............................................................................................................................11
Conclusão...........................................................................................................................................................12
Bibliografia.........................................................................................................................................................13
Introdução
A Organização Mundial da Saúde define morte fetal como a morte do concepto antes da completa
expulsão ou extracção da mãe, independente da duração da gravidez. É o feto que nasce sem respirar
e sem mostrar qualquer evidência de vida, como batimento do coração, pulsação do cordão umbilical
ou movimento de músculo voluntário. Quando a morte ocorre cedo na gestação, é considerada
aborto e quando ocorre mais tarde, é considerada morte fetal. O que difere nas diversas definições é
justamente o ponto de corte entre o que deve ser considerado aborto e o que deve ser considerado
morte fetal.
Já foi relatado que uma a cada 200 mulheres grávidas em países desenvolvidos já teve um bebé
natimorto após 20 semanas de gestação. As estatísticas mostram que - em todo mundo, mais de 2
milhões e meio de fetos morrem intraútero a cada ano. E embora nas últimas décadas tenha se visto
uma melhora substancial da mortalidade neonatal e infantil, as taxas de natimortos diminuem cinco
vezes mais lentamente1.
A morte de um feto antes de nascer é considerada uma tragédia para pais, familiares e equipe
médica, produzindo sequelas psicológicas importantes e duradouras em todos os envolvidos.
Entretanto, apesar de todo o impacto causado mundialmente pela natimortalidade, cerca de dois
terços das mortes de bebés que morrem antes de nascer são consideradas sem explicação3.
Identificar a causa da morte fetal é importante por vários motivos: possibilita a criação de estratégias
de diagnóstico pré-natal e possíveis medidas de prevenção das mortes, auxilia os pais a lidarem com
o processo do luto, ajudando na cura e diminuindo os sentimentos de culpa e frustração, possibilita o
cuidado em gestação subsequente tendo em vista que várias causas são recorrentes em gestações
posteriores, facilita o entendimento dos obstetras que muitas vezes se culpam e que sofrem diante da
maior das tragédias que pode ocorrer na sua profissão3. Além disso, identificar a causa da morte
fetal auxilia na defesa jurídica de profissionais que injustamente são responsabilizados pela morte
dos bebés. Na maioria dos casos as famílias ficam tão abaladas com a morte fetal que não autorizam a
autópsia. Isto porque não estão em condições de tomar decisões ou porque pensem que o exame não trará o
bebé de volta e que não mudará a situação.
Sem a autópsia fetal e diante de taxas de natimortos que não diminuem ou que diminuem muito
lentamente com o tempo, mesmo com todas as melhorias dos cuidados em saúde, passou-se a olhar
mais para a placenta e para o cordão umbilical a fim de encontrar respostas para explicar as tantas
mortes de fetos intraútero que ocorrem mundialmente.
Os estudos iniciais foram tão promissores que a cada ano novos estudos foram feitos e, actualmente,
as anormalidades placentárias e do cordão umbilical são consideradas uma das ferramentas mais
importantes para explicar a morte fetal intrauterina.
1. Morte fetal intra-uterina
1.1. Definição
Em Moçambique, é definida como a morte de um produto da concepção com peso igual ou superior
a 1000g, ou tendo uma idade gestacional igual ou superior a 28 semanas, e o produto expulso é um
nado morto. A morte de um produto de concepção sem estes parâmetros considera-se aborto.
Morte fetal é a morte do feto a partir da 20-28 semanas de gravidez e que resulta no nascimento de
um bebé sem sinais vitais. A morte fetal intra-uterina ocorre quando o fluxo sanguíneo através do
cordão fica comprometido o suficiente para causar asfixia fetal.
A Organização Mundial da Saúde define morte fetal como a morte do concepto antes da completa
expulsão ou extracção da mãe, independente da duração da gravidez. É o feto que nasce sem respirar
e sem mostrar qualquer evidência de vida, como batimento do coração, pulsação do cordão umbilical
ou movimento de músculo voluntário. Quando a morte ocorre cedo na gestação, é considerada
aborto e quando ocorre mais tarde, é considerada morte fetal. O que difere nas diversas definições é
justamente o ponto de corte entre o que deve ser considerado aborto e o que deve ser considerado
morte fetal.
1.2. Etiologia
Anomalias de desenvolvimento (ex. malformação cardíaca; anencefalia);
1.3. Fisiopatologia
A fisiopatologia dos danos causados pela presença do nó do cordão pode ser explicada pela
parcial ou total da perfusão do feto, que na presença.
Onde não há ecografia, pode-se recorrer ao raio X. os sinais radiológicos de morte fetal
aparece geralmente ao fim de cinco dias:
Amnionite;
Distúrbios de coagulação.
1.6. Conduta
A conduta pode ser expectante ou activa.
Conduta expectante:
Deve-se esperar pelo início de trabalho de parto espontâneo nas 4 semanas seguintes, prestar
apoio emocional e tranquilizar a mulher;
Conduta activa: se após 4 semanas de conduta expectante não tiver iniciado o trabalho de
parto, se não for possível determinar a data de morte fetal ou se o número de plaquetas
estiver a reduzir (suspeita de coagulopatia):
Indução de parto vaginal: se colo favorável (mole, fino, parcialmente dilatado) induzir com
oxitocina ou misoprostol, e caso não esteja induzir com misoprostol;
O tratamento com antibióticos está indicado, caso hajam sinais de toxicidade sistémica,
compatíveis com infecção, o que geralmente acontece, quando o feto sem vida permanece
por muito tempo na cavidade uterina.
2. Placenta retida
2.1. Definição
Placenta retida é uma condição medica na qual parte de placenta permanece no útero por mais de 30
minutos após o nascimento durante o alumbramento.
Normalmente o organismo faz expulsão alguns minutos após o parto. É uma importante causa de
hemorragia pós-parto e anemia normacítica. Por isso é importante em todos os partos revisar se toda
a placenta saiu.
Retenção de placenta é a permanência total ou parcial da placenta no útero por um período acima de
12 horas após o parto.
A dequitadura (ou expulsão da placenta) resulta da contracção contínua do útero, o que provoca o
descolamento e expulsão da placenta através do canal de parto. Normalmente a placenta deve ser
expulsa até o máximo de meia hora após à saída do feto.
Retenção placentar é diagnosticada quando a placenta não é expulsa na meia hora que se segue à
expulsão fetal.
2.2. Etiologia
As causas da retenção placentar são:
Atonia uterina
Está associada aos mesmos factores que inibem as contracções uterinas durante o trabalho de parto e
distensão excessiva do útero (gravidez gemelar, polihidrâmios).
Contracção uterina tónica
A placenta pode estar encarcerada devido a uma contracção prolongada, que relativamente fecha o
canal do parto ou cérvix antes da descida da placenta. Pode ser devida:
Inversão uterina: pode resultar de tracção exagerada do cordão e da pressão sobre o fundo do
útero com vista a extrair a placenta (descrito adiante).
2.5. Conduta
Os princípios do tratamento são: 1) esvaziar o útero; 2) contraí-lo; 3) estabilização da
hemodinâmica da paciente. São os seguintes:
Avaliar os sinais e proceder com a estabilização hemodinâmica (descrito na aula 18);
Se a tracção não for bem-sucedida, deve-se fazer exame vaginal. Se se sentir a placenta
saindo através do colo deve-se segurá-la com dedos e com firmeza retirá-la do útero,
enquanto a outra mão apoia o útero através da parede abdominal.
Se a placenta não pode ser expulsa, deve-se fazer a remoção manual (descrita abaixo) depois
de proceder com a estabilização hemodinâmica.
Técnica de Remoção Manual da Placenta
Desinfectar à volta da vagina e área perineal com uma solução antisséptica
Calçar as luvas estéreis. Em seguida a mão que será introduzida na vagina deverá calçar a
luva comprida (que cobre o antebraço) e estéril por cima da curta. Isto irá prevenir a
introdução das bactérias a partir do antebraço.
Introduzir uma mão com a forma de cone, afunilando as pontas dos dedos na vagina,
enquanto a outra segura o cordão umbilical. Com uma rotação suave e passando através do
orifício cervical chega-se até a cavidade uterina. Seguir o cordão até encontrar a placenta
(uma vez introduzida a mão no útero não pode sair até ter separado a placenta e trazê-la
consigo). Não se pode meter e tirar a mão pois aumenta o risco de infecção.
3. Inversão uterina
3.1. Definição
A inversão uterina, definida como a introversão em dedo de luva do útero, é uma complicação rara
mas grave, do terceiro estadio do trabalho de parto. A frequência referida na literatura é muito
variável, de 1/20000 na Europa a 1/2000 nos Estados Unidos.
O aspecto mais importante reside no diagnóstico precoce e como consequência uma conduta
terapêutica metódica e urgente; quanto maior o atraso no tratamento mais alta a taxa de mortalidade.
Descrevemos dois casos em que a redução manual falhou, recorrendo-se à laparotomia; abordamos
em seguida a classificação, a etiologia o diagnóstico e a terapêutica
Feto macrossómico
Gravidez gemelar
Polihidrâmnios
Causas Directas
Cordão umbilical curto ou placenta acreta provocam tracção excessiva no fundo uterino.
Geralmente há aplicação de força excessiva pelo assistente ao parto na tentativa de
dequitadura, seja por pressão externa excessiva, tracção do cordão excessiva ou mecanismo
combinado.
Classificação
A inversão uterina pode ser de 3 graus:
1º grau: o fundo do útero aparece na vagina;
3º grau: existe um prolapso do útero invertido (útero, cérvix e vagina fora da vulva)
3.3. Fisiopatologia
Fisiopatologicamente, há três explicações para o quadro: uma porção da parede uterina
prolapsa através do colodilatado; o relaxamento de parte da parede uterina; e uma tração para
baixo aplicada no fundo do útero gerando a inversão.
3.5. Complicações
Hemorragia pós-parto e choque principalmente se a inversão for incompleta e não for
diagnosticada imediatamente.
Necrose uterina, que pode ocorrer se o útero não for recolocado rapidamente. O anel de
retracção impede a circulação sanguínea e assim há necrose, que em situações raras pode
chegar a amputação do útero e choque hemorrágico fatal.
3.6. Conduta
Se a inversão for reconhecida imediatamente nos primeiros 5-10 minutos fazer a reposição da
seguinte maneira:
Coloque uma mão no abdómen para exercer contrapressão.
Coloque outra mão devidamente lavada e enluvada na vagina até encontrar o fundo do útero
prolapsado.
Aplique uma pressão constante e suave sobre o fundo, de modo a que este vá para cima
através do canal de retracção até a posição normal do útero.
Nos casos em que a inversão ocorreu há mais de 30 min., não tentar reposição. Dar
Ampicilina 1g EV e TRANSFERIR para um hospital com capacidade cirúrgica, o mais
urgente possível.
4. Atonia Uterina
4.1. Definição:
É a incapacidade do útero contrair-se adequadamente após a expulsão do feto. É a causa mais
frequente de hemorragia pós-parto.
4.2. Etiologia
Bexiga cheia
Descolamento prematuro da placenta
Útero hiper-distendido durante a gravidez
Gravidez gemelar
Polihidrâmnios
Feto grande
Miomas uterinos
Útero (miométrio) Exausto
Multiparidade
Trabalho de parto arrastado
4.3. Fisiopatologia
A compreensão da atonia uterina pós-parto requer, antes, entender os mecanismos que impedem a
perda excessiva de sangue durante a gravidez normal. O fluxo sanguíneo para o útero está
aumentado cerca de 800 a 1.000 mL/min. A perda de sangue do leito útero-placentário pode ser,
portanto, rápida e de difícil controle. Após a saída da placenta, o útero se contrai e a contração das
fibras miometriais corresponde ao principal mecanismo de hemostasia pós-parto. A s f ibras
miometrias envolvem as artérias e veias espilaradas maternas no leito placentário e as suas
contracções obliteram o lúmen desses vasos. Por isso, a hemostasia imediata pós-parto não depende
primariamente da coagulação.
Dessa forma, se o útero está bem contraído imediatamente após o parto e há hemorragia, o
sangramento é, provavelmente, consequência de lesões ou laceração genital. Estratégias de
tratamento de HPP primária devem assegurar, majoritariamente, a contracção uterina e, em seguida,
identificar e reparar quaisquer lesões genitais.
Normalmente o organismo faz expulsão alguns minutos após o parto. É uma importante causa de
hemorragia pós-parto e anemia normacítica. Por isso é importante em todos os partos revisar se toda
a placenta saiu.
Retenção de placenta é a permanência total ou parcial da placenta no útero por um período acima de
12 horas após o parto.
A identificação dos factores de risco da atonia uterina na paciente deve alertar para a sua possível
ocorrência, entretanto, o diagnóstico deve ser feito com base no exame físico, especialmente pélvico
bimanual (palpação uterina), após o cateterismo vesical, que pode revelar a ausência de contração
uterine.
A inversão uterina, definida como a introversão em dedo de luva do útero, é uma complicação rara
mas grave, do terceiro estadio do trabalho de parto. A frequência referida na literatura é muito
variável, de 1/20000 na Europa a 1/2000 nos Estados Unidos.
O aspecto mais importante reside no diagnóstico precoce e como consequência uma conduta
terapêutica metódica e urgente; quanto maior o atraso no tratamento mais alta a taxa de mortalidade.
Descrevemos dois casos em que a redução manual falhou, recorrendo-se à laparotomia; abordamos
em seguida a classificação, a etiologia o diagnóstico e a terapêutica
Bibliografia
1. Corrêa MD, Melo VH, Aguiar RALP, Corrêa Júnior MD. Noções práticas de obstetrícia. 13ª ed.
Belo Horizonte: Coopmed – Cooperativa Editora e de Cultura Médica; 2004.
2. El-Refaey H, Rodeck C. Post-partum haemorrhage: definitions, medical and surgical
management. A time for change. Br Med Bull. 2003; 67:205-17.