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INTRODUÇÃO
As IRAS há muito representam um desafio para a saúde pública br, devido à alta
morbimortalidade, aumento do tempo e dos custos de internação, diminuição da
rotatividade dos leitos e grande repercussão no paciente, família e profissional de saúde.
De acordo com os dados do DataSUS, entre os anos de 2012 e 2015, houve aumento no
número de partos cesárea em todo o nordeste brasileiro e de quase 7% no estado do
Ceará (BRASIL, 2017). Na saúde suplementar, é possível verificar que 88% dos partos
são por cirurgia cesariana e isso pode ser visto, principalmente, em populações
economicamente privilegiadas, ao buscar redução da sensação de dor, interesse pelo
procedimento de laqueadura, conforto e interesses médicos, por exemplo
(ROMAGNOLO, 2018). Quanto à avaliação geral dos dados nacionais publicados pela
Pesquisa Nascer no Brasil do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, a taxa de
cirurgias cesáreas nos serviços públicos chega a 46%, nos dias atuais. Houve uma
tendência de estabilização e o Brasil pontuou queda de 1,5 pontos percentual em 2015
no número de partos cesárea (BRASIL, 2018).
Esse processo pode ser obtido como resultado de uma série de estratégias, como a
implementação da Rede Cegonha – iniciativa do governo federal para garantir o
atendimento de qualidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de todas as mulheres –
qualificação das maternidades de alto risco, maior presença de enfermeiras obstétricas,
entre outros (BRASIL, 2017)
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1.1. Justificativo
1.2. Problema
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
2.2. ESPECÍFICOS
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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3.1. INFECÇÃO PUERPERAL: DEFINIÇÃO E FATORES ASSOCIADOS
Quanto à infecção puerperal, consiste como qualquer infecção do trato genital ocorrida
durante o puerpério. É descrita na literatura, em um contexto geral, para tratar de
processos infecciosos no pós-parto, não só por origem genital como relacionadas ao
útero, anexos e ferida operatória, mas também por origens extragenitais, no caso das
mastites, tromboflebite, complicações respiratórias e infecções urinárias (ARAUJO,
2012 apud. LIMA, 2014).
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igual a 38ºC (ANVISA, 2017). Dentro da ginecologia e obstetrícia, as infecções
puerperais, que envolvem infecção de sítio cirúrgico e endometrites, por exemplo, são
as principais causas de morbidade materna e aumento do tempo de internação da
puérpera (CAVALCANTE, 2015).
A infecção puerperal possui índices que variam em torno de 1 a 10,2%, segundo Cruz et
al. (2013). Quando essas infecções pós-parto não levam a morte, podem gerar
complicações, como a doença inflamatória pélvica (DIP) e a infertilidade. Ademais, em
torno de 10% das mortes maternas no mundo são decorrentes da sepse, sendo
considerada a terceira causa direta de mortalidade nesta população, superada apenas
pelas complicações hemorrágicas e hipertensivas, respectivamente. Estima-se que a
infecção puerperal é responsável por pelo menos 75.000 mortes maternas durante o ano,
em países de baixa renda per-capita, principalmente (ANVISA, 2017).
Existem vários tipos de infecções puerperais, e dessas infecções propõe-se atentar para
o caso específico de infecção operatória, em virtude desta apresentar-se crescente
quantitativamente, mesmo existindo técnicas avançadas de esterilização e higienização
(NEME, 2005). A Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) ocorre em até 30 dias após a
realização do procedimento e pode se classificar nos seguintes Critérios Diagnósticos:
Infecção de Sítio Cirúrgico Incisional Superficial (ISC-IS); Infecção de Sítio Cirúrgico
Incisional Profunda (ISC-IP); Infecção de Órgão ou Cavidade (ISC-OC) (ANVISA,
2017).
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3.2. A História da febre puerperal
Para ilustrar com simplicidade alguns aspectos importantes da investigação
científica, consideremos os estudos de Semmelweis sobre a febre de parto. Ignaz
Semmelweis, um médico de origem húngara, realizou esses estudos de 1844 a 1848 no
Hospital Geral de Viena. Enquanto membro da equipa médica da Primeira Divisão de
Maternidade do hospital, Semmelweis estava preocupado por saber que uma grande
proporção das mulheres que davam à luz nessa divisão contraía uma doença grave,
frequentemente fatal, conhecida por febre puerpéria ou febre de parto. Em 1844, nada
menos que 260 das 3157 mães da Primeira Divisão, ou seja, 8.2%, morreram da doença;
em 1845 a taxa de mortalidade foi de 6.8%, e em 1846 de 11.4%. Estes valores eram
ainda mais alarmantes pelo fato de na Segunda Divisão de Maternidade do mesmo
hospital — que era adjacente à Primeira e acomodava quase o mesmo número de
mulheres — a proporção de mortes por febre de parto ser muito mais baixa: 2.3, 2.0 e
2.7 por cento para os mesmos anos. Num livro escrito posteriormente sobre as causas e
a prevenção da febre de parto, Semmelweis descreveu os seus esforços para resolver
este enigma terrível. (MEHOUDAR, 2012)
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Segundo outro ponto de vista, a sobrelotação era a causa da mortalidade na
Primeira Divisão. Mas Semmelweis indicou que na verdade a lotação era superior na
Segunda Divisão, o que em parte se devia ao esforço desesperado das pacientes para
evitar a colocação na célebre Primeira Divisão. Semmelweis também rejeitou duas
conjecturas semelhantes que eram correntes, fazendo notar que não existiam diferenças
entre as duas divisões no que dizia respeito à dieta ou ao tratamento geral das pacientes.
(SOUZA et al., 2013).
Em 1846, uma comissão que fora designada para investigar o assunto atribuíra a
predominância da doença na Primeira Divisão aos danos resultantes de exames
descuidados dos estudantes de medicina, que recebiam a sua preparação de obstetrícia
na Primeira Divisão. Para refutar esta idéia, Semmelweis fez notar que a) os danos que
resultam naturalmente do processo de nascimento são muito mais profundos dos que o
que podem ser causados por exames descuidados; b) as parteiras que recebiam a sua
preparação na Segunda Divisão examinavam as suas pacientes da mesma maneira, mas
sem os mesmos efeitos de doença; c), quando, em resposta ao relatório da comissão, se
reduziu para metade o número de estudantes de medicina e os seus exames às mulheres
foram reduzidos ao mínimo, depois de um breve declínio a mortalidade atingiu os níveis
mais elevados de sempre. (Yıldırım, G 2013).
Semmelweis teve uma nova ideia, sugerida pela observação de que na Primeira
Divisão as mulheres davam à luz deitada de costas, enquanto que na Segunda Divisão
davam à luz de lado. Embora tenha pensado que isso era improvável, decidiu, "como
um náufrago que se agarra a uma palha", testar se esta diferença de procedimento era
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importante. Introduziu o uso da posição lateral na Primeira Divisão, mas mais uma vez a
mortalidade manteve-se. (Yıldırım, G 2013).
Por fim, no início de 1847 um acidente deu a Semmelweis a pista decisiva para a
sua solução do problema. Um seu colega, Kolletschka, foi ferido no dedo com o bisturi
de um estudante com quem realizava uma autópsia, e faleceu após uma doença
agonizante durante a qual apresentou os sintomas que Semmelweis observara nas
vítimas da febre de parto. Embora o papel dos micro-organismos nas infecções ainda
não tivesse sido reconhecido nessa altura, Semmelweis compreendeu que a "matéria
cadavérica" que o bisturi do estudante introduzira na corrente sanguínea de Kolletschka
tinha causado a doença fatal. E as semelhanças entre a evolução da doença de
Kolletschka e a das mulheres da sua clínica conduziram Semmelweis à conclusão de
que as suas pacientes tinham morrido do mesmo tipo de envenenamento de sangue: ele,
os seus colegas e os estudantes de medicina tinham transportado o material infeccioso,
porque ele e os seus associados costumavam vir diretamente da realização de
dissecações na sala de autópsias para examinar as mulheres grávidas, lavando as suas
mãos apenas superficialmente, o que fazia com estas mantivessem o odor pútrido
característico. (SOUZA et al., 2013)
Mais uma vez Semmelweis submeteu a sua ideia a um teste. Raciocinou que, se
tinha razão, a febre de parto poderia ser prevenida através da destruição química da
material infeccioso que aderia às mãos. Por isso, ordenou que todos os estudantes de
medicina lavassem as mãos numa solução clorada antes de examinarem as mulheres. A
mortalidade por febre de parto começou logo a diminuir, e no ano de 1848 caiu para
1.27% na Primeira Divisão, enquanto que na Segunda essa mortalidade era de 1.33%.
(SOUZA et al., 2013).
Para apoiar mais a sua ideia ou a sua hipótese, como vamos também dizer,
Semmelweis fez notar que ela explicava o fato de a mortalidade na Segunda Divisão ser
inferior: as pacientes eram aí atendidas por parteiras, cuja preparação não incluía o
ensino anatômico por dissecação de cadáveres. (SOUZA et al., 2013)
Na grande mai o ri a d os
casos e s te sangrame n to
acon te ce nas
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causada por uma diminui ção o
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9
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3.3. Principais factores de risco
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Má condição de higiene.
Alimentação inadequada.
Falta de acesso a serviços de saúde.
Pré-natal não realizado ou realizado de forma precária.
Grupo de Risco Características clínicas Muito alto (40 a 85%) Operação cesariana após
parto e amniorrexe de 6 a 12h, com múltiplos exames vaginais em mulheres indigentes.
Alto (10 a 40%) Operação cesariana após parto e amniorrexe de >6h ou cesárea eletiva
em mulheres indigentes. Operação cesariana após parto e amniorrexe de qualquer
duração em mulheres não indigentes. Moderado (3 a 10%) Operação cesariana eletiva
em mulheres não indigentes. Parto vaginal e amniorrexe prolongados ou com grande
traumatismo. Baixo (1 a 3%) Parto vaginal não complicado. (Rezende, 2015)
3.4. Diagnóstico
O diagnóstico é realizado entre as primeiras 24 horas até os 10 primeiros dias após o
parto, baseado nos achados clínicos de temperatura acima de 38°C e dor.
(WALVEKAR, 2005)
3.5. Tratamento
O tratamento é realizado com antibióticos, geralmente a penicilina, e as práticas de
higiene modernas tornam a sepse por Streptococcus pyogenes uma complicação rara.
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Os antibióticos são aplicados até que o estado febril passe e a mulher não apresentem
mais os sintomas por um período de 48 horas. (WALVEKAR, 2005)
Nos casos onde a febre persiste por mais tempo, outras condições podem estar
associadas, como abscessos e tromboflebite pélvicos (especialmente se nenhum abcesso
estiver visível nos exames),necessitando de exames complementares e um tratamento
específico. (WALVEKAR, 2005)
O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível para evitar complicações
como a sepse, que pode levar a morte. (MELLO, KNUPP, 2008).
3.6. Prevenção
O parto deve ser realizado com as medidas de segurança com as normas previstas que
incluem rotinas técnicas de limpeza, desinfecção e esterilização, quando aplicável, das
superfícies, instalações, equipamentos e produtos para a saúde. (MELLO, KNUPP,
2008).
Nas cesarianas, são indicados antibióticos profilácticos, antes da cirurgia, que podem
reduzir até 75% dos casos de infecção. (MELLO, KNUPP, 2008).
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desafio para os serviços de saúde e a sociedade, configurando-se como um grave
problema de saúde pública que atinge desigualmente as classes sociais menos
favoráveis (MELLO, KNUPP, 2008).
Os sinais e sintomas geralmente incluem febre superior a 38,0 °C (100 4 °F<), calafrios,
dor no abdómen inferior, e possivelmente mau odor do corrimento vaginal.
Normalmente ocorre entre as primeiras 24 horas e os primeiros dez dias após o parto.
Operação cesariana;
3.10. Complicações
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Tromboflebite pélvica séptica Caracteriza-se pela formação de trombos nos vasos
pélvicos em decorrência de infecção. (Freitas, 2011) Costuma ser o ponto de partida da
pioemia, determinando abscessos renais, pulmonares e de outros órgãos. (Rezende,
2015)
Fascite necrosante Representa uma forma rara de infecção, acometendo 1,8 mulher em
cada mil cesáreas. Com mortalidade entre 25 e 60% dos casos. (Zugaib, 2012)
Endometrite É a infecção puerperal da genitália mais frequente e surge na área de
implantação da placenta, incidindo em 1 a 3% após partos vaginais. (Rezende, 2015)
4. METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
4.3. Amostra
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Os dados serão recolhidos por ir a busca de dados nos processos dos pacientes passados,
serão introduzidos em uma base de dados da Microsoft, Excel, onde serão apresentados
em tabelas. Estudo retrospectivo e documental. Para Vieira e Hossne (2001) o estudo
retrospectivo é um tipo de estudo observacional que avalia o indivíduo do efeito para a
causa. É baseado em dados e informações já colectados em períodos passados. A
pesquisa documental é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados cientificamente autênticos; tem sido largamente utilizada
nas ciências sociais, na investigação histórica, a fim de descrever/comparar fatos
sociais, estabelecendo suas características ou tendências (GERHARDT; SILVEIRA,
2009).
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5. CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES
Actividade Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov.
Tema X
Tutor X X
Colecta de
X X X X X
dados
Análise de
X X
dados
Apresentaçã
X
o
6. USTO/ORÇAMENTO
Designação Custo
Transporte 30.000,00
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Impressão 12.000,00
Alimentação 25.0000,00
Diversos 35.000,00
Total 102.000,00
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MEHOUDAR, Anna (2012). Da gravidez aos cuidados com o bebé: um manual para
pais e profissionais
WALVEKAR, Vandana (2005). Manual de infecção prenatal. New Delhi: Jaypee Bros.
Magner, Lois N. (1992). A história a Medicina. New York: Dekker.
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