Você está na página 1de 23

Cirúrgias de

Incontinência Urinária
Incontinência Urinária
A Incontinência Urinária (IU) é definida como:
Qualquer perda involuntária de urina, onde
afeta milhões de mulheres em todo o mundo,
que muitas vezes não procuram assistência
médica por vergonha ou por acharem que o
problema é conseqüência normal do
envelhecimento e que não existe tratamento.
Prevalência
 É extremamente variável, pois depende da faixa
etária e da população estudada.
 Mulheres jovens variam de 12% a 42%.
 Mulheres na pós menopausa varia de 17% a 55%.

Em nosso meio, cerca de 10% das pacientes


que procuram os ambulatórios de ginecologia têm,
como queixa principal, a perda urinária.
Unifesp, 2008
Etiologia
 Perda pelo esforço: tosse, riso, espirro,
andar, subir...
 Não esvazia completamente a bexiga;

 Dorme a noite toda, mas, perde urina ao


levantar;
 Sente urgência para urinar;

 Acordar a noite para urinar.


Fisiopatologia
O assoalho pélvico pode ser lesado durante o
parto vaginal, não é tão comum podendo existir
uma fraqueza congênita destes tecidos.
O que normalmente ocorre é a distensão, o
enfraquecimento e, muitas vezes, a ruptura da
aponeurose e dos músculos do assoalho pélvico,
pela passagem da cabeça fetal através do
diafragma pélvico.
Fatores Predisponentes
 Fraqueza dos músculos do pavimento pélvico
 Alterações hormonais da menopausa;
 Gravidez e o pós-parto;
 Multiparidade;
 Trauma obstétrico;
 Infecções urinárias;
 Obesidade;
Anamnese
 Queixa e duração dos sintomas,
 Tipos de sintomas,
 Tempo de aparecimento dos sintomas,
 Situações que ocorre a perda,
 Fator desencadeante,
 Hábitos de vida (cigarro, álcool, obesidade,
alimentação,),
 Medicações.
Tratamento Medicamentoso
Depende do tipo de IU, podendo ser usados:
 Anti-colinérgicos;

 Estrogênios (melhora na cicatrização, sua


administração no pré operatório é usado como
profilaxia da TVP).
Pré Operatório
 Levantamento de dados no consultório médico ou
no ambulatório.
 Admissão para intervenção cirúrgica.
 Informar data, hora, local e o tempo da cirúrgia.
 Descrever as rotinas do pré operatório e pós
operatório (anestesia, dieta, preparo intestinal,
transporte a sala cirúrgica)
 Conhecer a equipe médica,
 Descrever os medicamentos e seus efeitos e os
fundamentos para seu uso.
Intra Operatório
 Obter os cuidados necessários com material
evitando assim as contaminações.
 Começa quando a paciente recebe a anestesia e
termina quando a paciente é admitida na sala
de recuperação pós anestésia.
Indicação para Tratamentos Cirúrgicos

 Mulheres jovens, em idade reprodutiva que


desejam procriar, indicam-se cirúrgias
conservadoras.
 Em todas as demais, preconizam-se as cirúr-
gias radicais.
 Entre as técnicas operatórias compatíveis com
a manutenção da função reprodutora, destaca-
se a operação de Manchester. Dentre as cirúr-
gias incompatíveis com a função reprodutora.
Correção Cirúrgica do Prolapso Uterino

 Operação de Manchester:
Trata-se de uma técnica cirúrgica conservadora,
que visa à manutenção da função reprodutora.
Consiste na secção e encurtamento dos paramé-
trios laterais e útero, com amputação do colo do
útero.
É a técnica praticamente abandonada, sendo indi-
cada apenas nos raros casos de prolapso uterino
em pacientes jovens.
Correção Cirúrgica do Prolapso Uterino
 Histerectomia vaginal:
É a cirúrgia de escolha nos casos das pacientes
sem desejo reprodutivo.
A 1ª histerectomia por Berengário de Capri por
meio de uma ligadura colocada ao redor do útero
prolapsado, que era gradualmente apertada até a
separação do órgão.
Hoje em dia realiza-se a histerectomia vaginal pela
secção e ligadura.
Após a retirada do órgão, os ligamentos são fixa-
dos à cúpula vaginal para impedir o seu prolapso.
O Desafio Ético na Inovação Cirúrgica
Os médicos devem ser criativos e conhecer todas as
técnicas pela clínica em um senso comum. Hoje o desafio
é reduzir a reincidência de mortes e diminuição da
morbidade.
Os resultados: O nº de cirúrgias aumentou de 18 para 32.
Sendo menos invasivas como as técnicas Tension free
Vaginal Tape (TVT) - sling e sendo substi-tuidos outros
tratamentos da IUE.
Nos últimos 10 anos tornou-se a técnica preferida para o
tratamento cirúrgico.

Rosenbaum; T. 2009
Injeções Peri-Uretrais
 São substâncias injetadas dentro do tecidos
periuretrais para obter um efeito selante da
mucosa que aumenta a resistência a saída da
urina.

 Em uma pesquisa da Unifesp-EPM, os resul-


tados demonstram melhora na qualidade de
vida, e a diminuição do uso de protetores
higiênicos.
Cirúrgias para Correção da IU
Cirúrgia com acesso vaginal:
Kelly-kennedy.
Cirúrgias com acesso por via retropúbica :
Marshall- Marchetti-Krantz,
Burch.
Cirúrgias com acesso por via combinada:
Slings.
Cirúrgia com acesso vaginal:
Kelly-kennedy:
 Mesmo quando há prolapso não se faz essa
cirúrgia, porque encontra-se em total
desuso.
Cirúrgias com acesso por via
retropúbica:
 Marshall- Marchetti-Krantz ,
- Criado 1949 consiste na aplicação de 3 pontos a
cada lado da uretra, 1 cm, fixando a fáscia peri-
uretral ao periósteo da face posterior da pube.
- Objetivo de reposicionar o colo vesical,
- Índices de cura acima de 70%,
- Gradualmente substituída pela técnica de Burch,
- Complicação relata-se a osteíte púbica,
- Além disso, por aumentar o espaço reto-
uterino, tem maior risco de prolapso genital.
Cirúrgias com acesso por via
retropúbica:
 Burch
Tem sido substituída pelas cirúrgias de faixa
sintética (particularmente pelo TVT), pois estas
têm índices de cura semelhantes, mas são
indicadas para correção de todos os tipos de IUE
e têm menor morbidade. Ainda é uma técnica
bastante utilizada, particularmente quando
associada ao tratamento cirúrgico de miomas
uterinos por via abdominal.
TVT (Tension-free Vaginal Tape)
 TVT (Tension-free Vaginal Tape)
Coloca-se uma faixa de polipropileno auto-fixante
e livre de tensão sob a uretra média, por via
retropúbica, sob anestesia local, em regime de
Hospital Dia. Ideal que proporciona uma inter-
venção eficaz, com pouca morbidade, minima-
mente invasiva, com tempo de hospitalização e
imobilização reduzidos e resultados duradouros.
Indolor, a paciente retorna às suas atividades 3
dias. Esta técnica tem índices de cura acima de
80%.
Cirúrgia com acesso por via combinada:
 Sling
Após um período o TVT faixas sintéticas
passaram a ser comercializadas, produzidas
por vários laboratórios e diferindo entre si
nos seguintes aspectos:
Características da faixa:
 absorvível, não-absorvível ou mista
 monofilamentar ou multifilamentar
 macroporosa ou microporosa
Pós Operatório
Neste período deve-se ajudar a recuperação
funcional da paciente, até que suas funções
fisiológicas se normalizem.
 Promover conforto físico;

 Cicatrização cirúrgica;

 Prevenir lesões e complicações;

 Preparar a paciente para alta hospitalar;


"O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham até você."

Mario
Quintana

Obrigada!

Carla Cerbone Malamut

Você também pode gostar