Fabiana, Marcela e Michelle - Obstetrícia
AULA 15 – CESÁREA apresentação pélvica deve-se aguardar o termo
• O parto cesáreo ou operação cesariana é o ato cirúrgico
que consiste na abertura da parede abdominal
(laparotomia) e da parede uterina (histerotomia) para
extração do concepto desenvolvido na cavidade uterina.
ATENÇÃO! O termo cesariana não inclui a cirurgia para
gestação ectópica ou extração fetal da cavidade
abdominal quando há rotura completa do útero e nas
gestações abdominais.
Epidemiologia
• Constitui o procedimento cirúrgico mais realizado na
mulher no Brasil.
• A OMS definiu que o índice máximo não deve ser
superior a 15%.
Razões Para o Aumento da Incidência
− Redução da paridade
− Aumento da idade das gestantes
− Monitorização fetal eletrônica
− Apresentação pélvica
− Decréscimo na aplicação do fórcipe médio
− Fatores socioeconômicos e demográficos
Indicações
• Apresentação Pélvica (Qualidade de Evidência 1)
− Em apresentação pélvica, é recomendada versão
cefálica externa com 36 semanas completas de
idade gestacional, na ausência de
intercorrências.
− A versão cefálica externa não é recomendada.
− A cesariana é recomendada para gestantes com
fetos em apresentação pélvica devido à redução
de mortalidade perinatal e morbidade neonatal.
Quando se oferece uma cesariana por
completo (pelo menos 39 semanas) e
preferencialmente o desencadeamento do
trabalho de parto.
• Placenta Baixa e Acretismo Placentário (Qualidade de
Evidência 3)
− Um exame ecográfico com Doppler é
recomendado em mulheres com cesariana
prévia e suspeita de placenta de inserção baixa
entre 32-34 semanas para investigação de
acretismo placentário.
− Caso o diagnóstico de placenta acreta seja
sugerido pelo exame ecográfico, é recomendada
a ressonância nuclear.
o É recomendado o programar a operação
cesariana
o É recomendada a presença de 2 médicos
obstetras, anestesista e pediatra para o
procedimento,
Técnicas Cirúrgicas
➢ Técnica de Misgav Ladah
Apresenta 3 alterações à técnica de Pfannenstiel:
o Abertura da pele pelo método de Joel-Cohen:
Incisão superficial transversal da pele e uma
pequena incisão transversal do tecido
subcutâneo e da fáscia, que é ampliada
lateralmente por dissecção romba para
minimizar o sangramento
o Sutura uterina em camada única
o Não fechamento do peritônio
➢ Técnica de Pfannenstiel
1) Abertura da Parede Abdominal
o Incisão de Pfannenstiel na pele
o Abertura com bisturi do tecido celular
subcutâneo na linha média, direcionado ao
retalho superior
o Abertura da aponeurose dos retos abdominais
com bisturi, 2 cm para cada lado da linha média
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o Extensão manual lateral da abertura do tecido
celular subcutâneo
o Extensão manual lateral da abertura da
aponeurose
o Quando a abertura da aponeurose é efetuada ao
nível dos músculos piramidais pode ser
necessária a dissecção com tesoura na linha
média entre os músculos piramidais e a
aponeurose dos retos abdominais
o Exploração digital e abertura do espaço entre os
músculos retos abdominais
o Abertura digital do peritônio parietal na parte
superior
o Colocação de valva suprapúbica
2) Abertura do Útero
o Incisão mediana com bisturi no segmento
inferior, envolvendo peritôneo e fibras
superficiais do miométrio subjacente.
o Abertura das fibras musculares restantes e
membranas fetais na linha média com pinça de
Kelly.
o Extensão digital lateral da abertura do
miométrio.
o Se necessário, completar a diseccção com
tesoura uterina.
8) Limpeza da Cavidade Pélvica e Exploração dos
Anexos
9) Não Encerramento dos Periôneos Visceral e Parietal
o A decisão de fechamento do peritônio é
opcional, embora estudos demonstrem que o
seu não fechamento reduz o tempo operatório,
a ocorrência de febre puerperal, a necessidade
de analgesia e o tempo de internação hospitalar.
10) Revisão da Hemostase Subaponeurótica
11) Encerramento das Aponeuroses dos Retos
Abdominais
o Com sutura contínua não cruzada
o Revisão da hemóstase do tecido celular
subcutâneo
12) Encerramento do Tecido Celular Subcutâneo
o Se superior a 2 cm de profundidade, em sutura
contínua
13) Encerramento da Pele
o Com pontos separados, ágrafos ou sutura
intradérmica de acordo com a preferência do
cirurgião, devendo-se indicar a técnica utilizada
no registro operatório.

3) Extração Fetal

4) Extração da Placenta
o Deve ser efetuada pela expressão do fundo
uterino (Manobra de Credé) acompanhada de
delicada tração do cordão umbilical, que
minimiza os riscos de infecção.
o A remoção manual da placenta aumenta a perda
sanguínea materna, logo, deve ser evitada,
particularmente em mulheres Rh negativas ou
em outras nas quais a hemorragia
transplacentária possa aumentar o risco de
isoimunização.

5) Exteriorização Opcional do Fundo de Útero da

Cavidade Abdominal

6) Revisão Uterina Interna

7) Encerramento Uterino
o Histerorrafia em camada única com pontos
contínuos não cruzados.
o Revisão da hemostase e, se necessário, suturas
adicionais.