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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL – UDF

Atuação da fisioterapia na mulher com câncer ginecológico


(estenoses vaginal e anal)

Curso: Fisioterapia Na Saúde Da Mulher e Do Homem


Professora: MSc.Albênica Paulino Bontempo
Acadêmicos: Jennfer Pereira Gomes
Uma das complicações mais
comuns da radioterapia pélvica é a
estenose vaginal, definida como
estreitamento e/ou encurtamento
anormal da vagina resultante do
aumento de produção de colágeno e
depósito de fibrose sobre o tecido que
compõe a mucosa vaginal.

Essa afecção pode levar à


dispareunia e restrição da penetração
vaginal, causando, portanto, disfunção
sexual feminina; e ainda limitar o exame
físico ginecológico, essencial para a
detecção precoce de recidiva do câncer
tratado.
Sintomas

Fisiopatologia Inflamação da mucosa


Resulta do acometimento, pela Hiperemia
radiação, das células funcionais Desnudação epitelial
da mucosa, dos tecidos Ulceração e lesão endotelial
conectivos e dos vasos Trombose de pequeno vasos
sanguíneos de menor calibre Edema e necrose da musc. lisa.
localizados na vagina. A Atrofia tecidual
dificuldade em se regenerar espessura da mucosa vaginal
devido ao dano provocado pela Dificuldade na passagem do
radiação ao DNA e a exsudato sanguíneo para a luz
consequente morte celular por vaginal (diminuição da lubrificação)
apoptose permitirão que a Formação de aderência e fibrose
mucosa vaginal seja substituída Perda da elasticidade vaginal.
por colágeno, cuja produção tem
elevação pela camada de tecido
fibroconectivo na submucosa.
Braquiterapia
RADIOTERAPIA
Avaliação e Classificação
Grau 0: mulher assintomática

Imagem Radiológica
Grau 1: quando a mulher refere alguma alteração
quando a vagina possui menos de 8 cm de ou desconforto vaginal, mas que não impede o uso
comprimento de absorventes internos, atividade sexual e exame

Exame Ginecológico por ginecológico
Palpação Grau 2: quando há estreitamento e/ou
encurtamento vaginal, que interfere parcialmente
Presença de estenose ao exame clínico é no uso de tampões, atividade sexual e na
caracterizada pela inabilidade em introduzir
dois dedos no canal vagina
realização de exame ginecológico
Grau 3: quando há constrição total da vagina

Instrumentos de Medida identificada à inspeção visual durante o exame
comparação e mensuração da diferença ginecológico e que impossibilita o exame e a
entre a distância da borda superior do púbis atividade sexual
e o ápice do cilindro introduzido na vagina
Grau 4: quando há úlcera e necrose no canal
vaginal
Grau 5: quando há fístulas vesicais e/ou
intestinais.48
O PAPEL DO FISIOTERAPEUTA
O objetivo é manter a função
sexual, prevenir ou curar dores
locais e dispareunia e viabilizar
o exame físico-ginecológico
com o mínimo de desconforto.
O raciocínio terapêutico é o de
manter ou recuperar o espaço
vaginal, tanto em relação ao
comprimento, quanto ao
diâmetro do canal vaginal
O trofismo é um aspecto
importante a ser avaliado, bem
como o ressecamento vaginal,
as alterações de coloração, a
sensibilidade ao toque e a
coordenação do movimento
muscular do assoalho pélvico.

A inspeção e a avaliação física


devem especial cuidado para a
penetração vaginal, que deve
ser iniciada com a palpação
unidigital de uma única falange
(distal) até ser possível a
penetração das falanges
medial e proximal, evoluindo
para a palpação bidigital.
RECURSOS DA FISIOTERAPIA

Orientação sobre o uso de lubrificante íntimo para manter relação
sexual

Hidratação vaginal não hormonal aplicável 2 a 3 vezes/semana

Conscientização pélvica e perineal por meio de educação
anatomofisiológica e de exercícios proprioceptivos e com espelho

Cinesioterapia para os músculos do assoalho pélvico

Alongamento da fáscia, dos músculos do assoalho pélvico e da
pelve por massagem, digitopressão ou com dispositivos infláveis e
dilatadores vaginais

Eletroanalgesia com TENS e corrente interferencial aplicáveis de
modo superficial às 5 e 7 h do relógio vaginal (Figura 16.5) ou
endovaginal, além de técnicas de dessensibilização vaginal, como
a liberação miofascial

Alongamento muscular realizado pelo fisioterapeuta durante a
sessão e orientado para que a paciente o mantenha em casa.
DILATADORES
O uso do dilatador deve acontecer de maneira
gradual e a escolha do tamanho do
dispositivo deve ser baseada na resistência
que a paciente pode encontrar durante sua
introdução.
Feita essa escolha, a paciente deve ser
orientada quanto a permanência do dilatador
no canal vaginal, sendo por 5 a 10 minutos,
numa frequência de 2 a 3 vezes por semana.
A medida em que a introdução do dilatador se
tornar mais fácil e menos resistente, deve-se
fazer o mesmo processo com um dilatador
maior, e assim sucessivamente
Cinesioterapia e Massagem Perineal
Para realizar a automassagem a paciente deve estar
sentada, em frente a um espelho, com os joelhos
dobrados. Nesta posição, deve ser orientada a
introduzir o polegar no introito vaginal, de forma
confortável, manter pressão por pelo menos 40
segundos em parede posterior e paredes laterais e,
em seguida, fazer movimento de “vai e vem” ou meia-
lua no sentido látero lateral em “U”, mobilizando o
tecido. É necessário manter uma pressão em ambos
os lados respeitando o nível de conforto
T L
A
E S
N S
S E
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A aplicação superficial de corrente elétrica, Um dos recursos que tenho utilizado muito nas
com eletrodos vaginais quando possível ou pacientes com estenose vaginal é o Laser de
adaptada com eletrodos anais inseridos na baixa potência (fotobiomodulação).
vagina, pode oferecer soluções terapêuticas na ⚡️Como o tratamento da estenose vaginal
fisiologia da estenose vaginal quanto à pode ser bastante dolorido, a
melhora da vascularização local, aporte de fotobiomodulação é um ótimo recurso,
oxigênio e propriocepção facilitando a dilatação vaginal e diminuindo a
Cuidados com contraindicações, sobretudo em dor.
mulheres com comprometimento nervoso local, ⚡️Utilizado ao final da dilatação, o laser de
devem ser adotados. baixa potência pode diminuir o sangramento

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