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Abordagem clínica do câncer de endométrio

Epidemiologia
 No Brasil, o câncer de endométrio é o 2º
tumor pélvico mais comum;
 Incidência aproximada de 6-8 casos por
100.000 mulheres ao ano;
 Doença da peri/pós menopausa;
 Pico de incidência: 55-65 anos;
 Avançar da idade → ↑agressividade;
 Aproximadamente 96% →
adenocarcinoma do endométrio;
 A hiperplasia endometrial (HE) Lesões precursoras: hiperplasia endometrial
frequentemente é a lesão precursora para
(HE)
câncer de endométrio;
Quanto às alterações arquiteturais:
 Simples: dilatadas ou císticas
Fatores de risco:
 Complexa: arquitetura complexa
 Exposição estrogênica sem oposição da
(brotamento ou invaginação) e ↓estroma
progesterona!
Quanto às atipias:
 Sem atipia
 Com atipia: células alargadas,
hipercromáticas, ↑nucléolos,
↑núcleo/citoplasma.

Risco de progressão para câncer

A hiperplasia endometrial com atipia pode


anteceder ou coexistir com câncer de
endométrio.

Fisiopatologia
Manifestações clínicas
Estrogênio:
• ~40% das mulheres com sangramento
✓ Ação mitogênica sobre células
vaginal anormal na pós-menopausa terão
endometriais;
câncer do trato reprodutivo, sendo a
✓ Replicação celular;
maioria endometrial ➔ toda mulher que
✓ Estimula fatores de crescimento –
sangra na pós-menopausa precisa ser
oncogenes.
investigada! (menopausa: 1 ano sem
menstruam em uma mulher entre 45-55
Progesterona:
anos).
✓ Diferenciação celular;
• A dor não é um sintoma comum, mas pode
✓ Efeito supressivo de crescimento tumoral.
haver leves cólicas uterinas;
• Exame abdominal pode revelar massa
amolecida na região hipogástrica, devido
ao aumento do volume uterino.
• Em doença avançada, pode ocorrer
distensão abdominal secundária à ascite e
linfonodos palpáveis na região ilíaca;
• Achado de células endometriais em um
exame citológico deve-se pensar em
câncer de endométrio (tumor endometrial
invadindo o colo).
• O exame citopatológico de colo pode
revelar atipias devido à extensão do tumor
do endométrio até o colo do útero.

*Casos de estenose cervical podem predispor


formação de hematometra ou piometra, que
podem ser confundidos com CA endometrial.

• Sangramento uterino anormal (75-90%)


• Corrimento vaginal purulento (10%)
• Achados na citologia cervical
o Adenocarcinoma
o Células glandulares atípicas
o Células endometriais em >40 anos

Rastreamento
 Não é preconizado exame de rotina para
mulheres assintomáticas e de baixo risco!!!
 USTV +- biópsia

Histeroscopia + biópsia

Quem biopsiar? Pacientes com SUA, espessamento


 Tamoxifeno é um modulador seletivo do endometrial e pacientes mais jovens na presença de
receptor de estrógeno. Na mama, é um fatores de risco.
antagonista do receptor. No endométrio, é
agonista do receptor de estrogênio. Carcinoma endometrial é um diagnóstico
histológico:
 Biópsia endometrial
 Curetagem
 Peça cirúrgica (histerectomia)

Conduta – hiperplasia endometrial

Diagnóstico
 O dx de HE e CE normalmente é feito a
partir da investigação de pacientes com
SUA, quando são realizados exames de
ultrassonografia e histeroscopia.
Conduta – hiperplasia endometrial sem atipia Tipos de câncer
 Maioria dos carcinomas endometriais são
adenocarcinomas;
 Eles podem ser classificados como
endometrioides (tipo 1) ou não
endometrioides (tipo 2).

Conduta – hiperplasia endometrial com atipia

Progestágeno se ainda deseja engravidar (biópsia


após 3 meses).
Tende a persistir após tratamento clínico e 25%
coexistem com câncer de endométrio.

Estadiamento
 É cirúrgico e tem importância para a
escolha do tratamento;
 O sistema de estadiamento inclui
características histológicas e extensão da
doença além do útero;
 Os locais de metástases mais comuns são
pulmão e vagina.

Tratamento
 O tratamento cirúrgico baseia-se na
histerectomia e anexectomia bilateral e
cirurgia de estadiamento;
 Pode ser necessário o tratamento
complementar com radioterapia;
 O tratamento das recidivas depende da
localização, do volume tumoral e das
terapias anteriormente administradas.
Prognóstico
 Tumores >5cm, idade >51 anos e pós
menopausa estão associados à piora da
sobrevida;
 Em tumores estritos ao corpo uterino
(estágio I) a sobrevida em 5 anos é 70-90%.
 Em tumores que invadem a cérvice
(estágio II) a frequência cai para 60%;
 Na doença pélvica avançada ou com
metástase à distância (estágio IV) é <10%.
*tumores com indiferenciação histológica,
penetração miometrial profunda, com ausência
de receptores de estrógeno e progesterona são os
de pior prognóstico.

Idna Sena – S5

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