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- LSIL (Lesão de Baixo Grau): Repetir citológico em 6 meses (se =25 anos) ou 3 anos (se <25
anos)
- Lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir microinvasão: Encaminhar para
colposcopia
Nas mulheres com citologia de ASC-H há lesão de alto grau entre 12%-68% dos casos e câncer
entre 1,3%-3%. Todas as mulheres com laudo citopatológico ASC-H devem ser encaminhadas
para colposcopia. Realizada a colposcopia deve ser avaliada se a junção escamo-colunar (JEC) é
visível ou não. Se visão total da JEC e achados anormais maiores deve ser realizada biópsia. Se
a JEC não for visível proceder nova citologia do canal endocervical
A infecção pelo HPV é a infecção sexualmente transmissível mais incidente no mundo e ocorre
predominantemente após início da vida sexual. Está associada a quase 100% dos casos de
câncer do colo útero além de verrugas genitais e lesões precursoras. A vacinação contra HPV é
profilática e seu efeito baseia-se na produção de anticorpos contra o capsídeo viral, os quais
são capazes de inativar a infecção celular do HPV. Uma vez que a infecção já esteja instalada o
mecanismo de proteção da vacina por meio de anticorpos não ocorre, por isso a proteção
máxima da vacina será alcançada se realizada antes do início da vida sexual, como é o caso da
adolescente do caso. A captura híbrida para HPV não está indicada para mulheres com menos
de 25 anos. Anticoncepcional oral combinado não traria impacto na prevenção de lesões.
Colpocitologia oncótica só está indicada a partir de 25 anos de idade em mulheres
sexualmente ativas para o rastreio de neoplasia do colo uterino. Peniscopia do namorado
identificaria lesões que poderiam ser tratadas, porém o impacto da vacinação da adolescente
seria ainda maior. Vale lembrar que a cobertura da vacinação pelo programa nacional de
imunizações inclui meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos de idade sendo
duas doses com intervalo 0 e 6 a 12 meses, além de mulheres e homens com HIV ou
imunodeprimidos entre 9 a 26 anos de idade com 3 doses com intervalo 0, 2 e 6 meses.
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
CRISE HIPERTENSIVA
DOENÇAS DA MAMA
Principais fatores de risco para câncer de mama são: ser mulher, idade > 40 anos,
menacme longo, nuliparidade, primeira gravidez após os 30 anos, mutação BRCA 1 e
2 e história familiar de câncer de mama e/ou ovário. Além desses, uso de
contraceptivos orais, de terapia de reposição hormonal pós-menopausa e história de
radiação ionizante nas mamas também foram descritos.
Mamografia categoria BIRADS 3 significa alta probabilidade de benignidade; contudo,
há possibilidade muito pequena de ser tumor maligno, sendo prudente seguimento em
intervalo mais curto para avaliar sua estabilidade. Assim, recomenda-se repetir
mamografia em 6 meses.
Fibroadenomas são tumores benignos (estrutura glandular e epitelial envolta em
estroma) resultantes de anormalidade do desenvolvimento de um lóbulo mamário,
sendo muito prevalentes em mulheres entre 15 e 35 anos. Em geral, não ultrapassam
2 cm. A localização mais comum é no quadrante superior lateral. É um tumor
fibroelástico, móvel, não aderido ao tecido que o rodeia, bem delimitado.
Diante de nódulo mamário, pode-se proceder investigação complementar, a priori, com
USG/mamografia, ou partir direto para punção aspirativa com agulha fina (PAAF). Tais
abordagens completam o chamado teste triplo (exame clínico, imagenológico e
cito/histológico). A core biopsy e a mamotomia são ferramentas para diagnóstico
histológico e estudo imunohistoquímico. Podem ser feitas se PAAF positiva ou em
lesões (palpáveis ou não) suspeitas de malignidade.
Diagnóstico do fibroadenoma é predominantemente clínico, porém USG pode ser útil,
assim como a punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Na USG, o fibroadenoma se
apresenta como imagem nodular circunscrita, ovalada, hipoecoica, com margens bem
definidas e com maior eixo paralelo à pele (largura maior que altura). Nas pacientes
jovens, com menos de 25 anos e portadoras de tumores pequenos, pode ser feito o
acompanhamento clínico, com exame físico e/ou ultrassonográfico. A cirurgia pode ser
indicada em mulheres maiores de 35 anos ou com múltiplos nódulos.
Vamos a uma breve revisão sobre os exames de rastreio para doenças oncológicas:
mulheres acima de 25 anos, após a sexarca, devem realizar o rastreio para câncer de
colo uterino dos 25 aos 64 anos de idade através da colpocitologia oncótica (coleta
anual e, após dois resultados normais, coleta passa a ser trienal). Indivíduos acima de
50 anos de idade devem fazer rastreio para câncer colorretal através de sangue oculto
nas fezes ou colonoscopia. Nesta mesma faixa etária, as mulheres devem iniciar o
rastreio para câncer de mama, que deve ser feito (segundo diretrizes do Ministério da
Saúde) bienalmente dos 50 aos 69 anos de idade, através de mamografia. Em
homens acima de 50 anos, pode - se conversar individualmente com cada paciente
sobre o rastreio de câncer de próstata a partir do toque retal em associação com a
dosagem de PSA. Em pacientes tabagistas (ativos, ou que cessaram há menos de 15
anos, e com pelo menos 30 anos - maço) acima de 55 anos, deve - se rastrear o
câncer de pulmão através da tomografia computadorizada de tórax de baixa dosagem.
Com base nessa revisão, a resposta correta sobre o rastreamento oncológico para
uma paciente de 54 anos de idade encontra
As recomendações de rastreamento para câncer de mama apresentam várias
divergências entre as sociedades. Para população de risco habitual, o Ministério da
Saúde recomenda mamografia 2/2 anos dos 50 aos 69 anos, sem recomendação
específica para exame clínico das mamas. Por outro lado, a American Cancer Society
preconiza a mamografia anual dos 45 aos 54 anos e bienal a partir dos 55 anos (sem
data para término). A Sociedades Brasileira de Mastologia, Colégio Brasileiro de
Radiologia e FEBRASGO recomendam o rastreamento anual entre 40 e 74 anos.
DENGUE
Dengue é uma doença febril. A febre é alta e costuma durar de 2 a 7 dias. Outros
sintomas clássicos são mialgia intensa, artralgia, cefaleia e dor retro-orbitária. Até
metade dos pacientes com dengue podem apresentar exantema máculo-papular, com
ou sem prurido. Náuseas, vômitos, diarreia e anorexia também podem estar
presentes.
No paciente com dengue, a presença de sinais de alarme (dor abdominal intensa,
vômitos persistentes, derrames cavitários, hipotensão postural/lipotímia,
hepatomegalia, sangramento de mucosa, letargia/irritabilidade e aumento progressivo
do hematócrito) classifica o paciente como grupo C. O manejo do paciente requer
iniciar hidratação imediatamente (10mg/kg de soro fisiológico na primeira hora).
Hemograma e dosagem de albumina e transaminases são exames obrigatórios;
recomenda-se também realizar radiografia e de tórax e ultrassonografia de abdome.
Após a primeira hora, reavaliar sinais vitais e manter hidratação até análise do
hematócrito. Acompanhar hematócrito a cada 2 horas, caso necessário, e repetir
expansão volêmica até 3 vezes. Caso ocorra melhora clínica e laboratorial, iniciar a
fase de manutenção com 25ml/kg em 6 horas (primeira fase) e 25ml/kg em 8 horas
(segunda fase).
Na ausência de melhora clínica e laboratorial, conduzir como Grupo D. O tempo
mínimo de observação hospitalar é de 48h.
Conduta diante um paciente com dengue do grupo D: reposição volêmica imediata
(20ml/kg em 20 minutos), internação hospitalar em leito de UTI (mínimo 48h), exames
laboratoriais (testes diagnósticos, hemograma, transaminases e albumina) e imagem
(radiografia de tórax e ultrassonografia de abdome). Não esquecer a notificação!!!
Que tal relembrar a classificação da dengue pela OMS?
- Dengue clássica: com sinais e sintomas habituais, sem manifestações de gravidade;
- Dengue com sinais de alarme: representa a dengue clássica associada a alguma
manifestação que sugira possibilidade maior de evolução para forma grave;
- Dengue grave: dengue clássica associada a disfunção orgânica, incluindo
sangramentos graves e estado de choque.
E o manejo da dengue depende de sua classificação de risco. Pacientes do grupo A
(dengue clássica sem complicações ou comorbidades) necessitam apenas prescrição
de sintomáticos e hidratação oral domiciliar; grupo B (com comorbidades,
sangramento espontâneo ou induzido), recomenda-se avaliar o hemograma - se
hematócrito normal, hidratação oral e reavaliar em 48h; se hematócrito anormal,
devemos conduzir como grupo C (presença de sinal de alarme). Esses sinais de
alarme são dor abdominal intensa, vômitos persistentes, derrames cavitários,
hipotensão postural e/ou lipotímia, sangramento de mucosa, hepatomegalia,
sangramento de mucosa, letargia e aumento progressivo do hematócrito. A conduta
para pacientes do grupo C é a reposição volêmica imediata (10 ml/kg de soro
fisiológico na primeira hora), com nova dosagem de hematócrito em até 2h para
definição do tratamento nas próximas 48h. No grupo D estão os pacientes com sinais
de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos, tratados em terapia
intensiva com reposição volêmica inicial de 20 ml/kg em até 20 minutos.
No paciente com dengue, a presença de sinais de alarme (dor abdominal intensa,
vômitos persistentes, derrames cavitários, hipotensão postural/lipotímia,
hepatomegalia, sangramento de mucosa, letargia/irritabilidade e aumento progressivo
do hematócrito) classifica o paciente como grupo C. O manejo do paciente requer
iniciar hidratação imediatamente (10mg/kg de soro fisiológico na primeira hora).
Hemograma e dosagem de albumina e transaminases são exames obrigatórios;
recomenda-se também realizar radiografia e de tórax e ultrassonografia de abdome.
Após a primeira hora, reavaliar sinais vitais e manter hidratação até análise do
hematócrito. Acompanhar hematócrito a cada 2 horas, caso necessário, e repetir
expansão volêmica até 3 vezes. Caso ocorra melhora clínica e laboratorial, iniciar a
fase de manutenção com 25ml/kg em 6 horas (primeira fase) e 25ml/kg em 8 horas
(segunda fase).
Na ausência de melhora clínica e laboratorial, conduzir como Grupo D. O tempo
mínimo de observação hospitalar é de 48h.
Os sinais de alarme da dengue são: dor abdominal de forte intensidade, sangramento
de mucosa, vômitos persistentes, hipotensão postural, sonolência, irritabilidade,
derrames cavitários, hepatomegalia e aumento do hematócrito. Cuidado: prova do laço
positiva não é sinal de alarme!!!
A prova do laço deve ser realizada em todo paciente com suspeita de dengue, desde
que já não apresente algum sangramento espontâneo. Para realizar a prova do laço,
calcule o valor médio da pressão arterial (pressão sistólica + diastólica e divida por
dois) e insufle o manguito com esse valor por 5 minutos (três, em crianças). Desenhe
um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e conte o número de petéquias
formadas dentro dele. Prova positiva: 20 ou mais petéquias em adultos (10 ou mais
em crianças). Se a prova do laço apresentar-se positiva antes do tempo preconizado
para adultos e crianças, ela pode ser interrompida.
A avaliação do quadro clínico e laboratorial é essencial para definir a classificação do
paciente com dengue; grupo D inclui os pacientes com sinais de choque, sangramento
grave ou disfunção grave de órgãos.
A avaliação do quadro clínico e laboratorial é essencial para definir a classificação do
paciente com dengue; grupo A inclui os pacientes sem sinais de alarme, sem
comorbidades e que não fazem parte de nenhum grupo de risco (extremos de idade -
<2 anos e >65 anos - e gestantes).
Conduta diante um paciente do grupo C: reposição volêmica imediata (10ml/kg de
SF0,9% na primeira hora), internação hospitalar até estabilização (mínimo 48h),
exames laboratoriais (testes diagnósticos, hemograma transaminases e albumina) e
imagem (radiografia de tórax e ultrassonografia de abdome). Acompanhar hematócrito
a cada 2 horas caso necessário e repetir expansão volêmica até 3 vezes. Fase de
manutenção: 25ml/kg em 6 horas (primeira fase) e 25ml/kg em 8 horas (segunda
fase). Não esquecer a notificação!!!
A dengue grave pode se manifestar com extravasamento plasmático (levando a
pressão convergente e CHOQUE), SANGRAMENTOS GRAVES (nem sempre
relacionados à trombocitopenia) e DISFUNÇÃO DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS
(geralmente relacionados a miocardite, encefalite ou hepatite pelo vírus da dengue,
por exemplo). Laboratorialmente, esse extravasamento pode ser representado por
aumento do hematócrito e redução da albumina. O choque na dengue por
extravasamento é de rápida instalação e tem curta duração, por isso é de extrema
importância identificar precocemente os sinais de alarme e iniciar o monitoramento. O
choque compensado, que é a fase inicial, é caracterizado por taquicardia,
extremidades frias, pulso fraco e filiforme, enchimento capilar >2 segundos, pressão
arterial com redução da pressão de pulso (menor igual a 20mmHg), taquipneia e
oligúria, enquanto o choque com hipotensão (PA sistólica <90 mmHg ou PA média <70
mmHg em adultos, ou diminuição da PA sistólica >40 mmHg ou menor que 2 desvio-
padrão abaixo do intervalo normal para idade) é o tardio, com piora de todos os
parâmetros citados.
Comparando os achados de Dengue, Zika e Chikungunya, a dengue caracteriza-se
por apresentar mais mialgia e manifestações hemorrágicas que as demais; as dores
articulares são mais intensas e a febre mais alta na Chikungunya; na Zika, a
conjuntivite é mais frequente, mas o principal achado é o exantema (geralmente
pruriginoso). O Aedes aegypti é o vetor das 3 doenças.
Conduta diante um paciente do grupo B: solicitar hemograma e manter o paciente em
observação até resultado; caso hematócrito normal, acompanhamento ambulatorial
com reavaliação diária até 48h após defervescência; se hemoconcentração, reposição
volêmica imediata (10ml/kg de SF0,9% na primeira hora) e internação hospitalar até
estabilização (mínimo 48h). Não esquecer a notificação!!!
Testes diagnósticos da dengue: antígeno NS1 - é o teste rápido e deve ser coletado
até o quinto dia de doença; PCR (isolamento viral) - importante para monitorar o
sorotipo circulante e deve ser coletado até o quinto dia após início da febre; sorologia
(IgG e IgM) - solicitada após o sexto dia.
Conduta diante um paciente do grupo A: avaliar necessidade de exames laboratoriais,
prescrever antitérmicos, tratamento domiciliar com hidratação oral, notificar, e
reavaliação no dia da melhora da febre ou, caso não haja defervescência, no quinto
dia da doença.
MEDICINA DO TRABALHO
Preenchimento da declaração de óbito pelo médico possui duas partes: parte I, onde
as causas de morte são preenchidas em ordem temporal das causas que levaram à
morte e parte II, em que condições mórbidas que podem ter contribuído indiretamente
para o óbito devem ser especificadas.
Questão clássica sobre quem deve preencher a declaração de óbito (DO). A primeira
pergunta que nos devemos fazer é: a morte foi natural ou não-natural (por causas
externas)? Quando estamos diante de um óbito de causa não-natural (violência,
acidentes, intoxicações, etc) quem deve preencher a DO é o médico legista, em
localidades que possuem Instituto Médico Legal (IML). Em localidades, sem IML,
qualquer médico pode ser solicitado pela justiça a exercer a função de perito ad hoc.
Já quando estamos diante de uma morte natural, devemos fazer uma segunda
pergunta: a morte foi com assistência médica ou sem? Se a morte foi com assistência
médica, o médico que estava prestando assistência deveria ser o responsável pelo
preenchimento. Quando a morte foi sem assistência, a declaração pode ser
preenchida pelo médico do Serviço de Verificação de óbitos (SVO) em localidades em
que esse serviço for disponível.
Para óbitos por causas acidentais e/ou violentas: a declaração de óbito deverá ser
preenchida pelo médico legista do Instituto Médico-Legal (IML) ou, no caso de não
existir na localidade o IML, o perito designado para tal.
Na declaração de óbito por mortes não violentas ou suspeitas, na parte I, o primeiro
campo preenchido é da causa imediata do óbito (última condição mórbida a ocorrer e
que levou ao óbito) e o último campo é da causa básica do óbito, ou seja, a condição
mórbida que deu início a cadeia de eventos que culminaram no óbito. As demais são
consideradas causas intermediárias.
Questão clássica sobre declaração de óbito. Para resolvê - la, precisamos ter em
mente os conceitos básicos de preenchimento desse documento. A letra a) da PARTE
I deve conter a causa imediata (ou causa terminal) da morte, evitando - se o emprego
de termos vagos, tais como "SEPSE" ou "Parada Cardiorrespiratória". As letras b) e c)
da PARTE I englobam as causas intermediárias (ou antecedentes, consequenciais) da
morte, as quais (se existentes) podem ter contribuído para a causa terminal. Já a letra
d) da PARTE I deve ser sempre preenchida com a causa básica da morte. Nos
campos imediatamente à direita de cada linha da PARTE I, devo preencher o tempo
aproximado entre o início da doença e a morte (caso eu não tenha esse tempo
especificado, posso preencher o campo com "---"). Já a PARTE II engloba outras
condições mórbidas significativas que contribuíram para a morte, mas que não fizeram
parte da cadeia de eventos definida na PARTE I. No enunciado da questão podemos
mapear que, no preenchimento da PARTE I, a causa imediata da morte foi a embolia
pulmonar e a causa básica foi a trombose venosa profunda. Já na PARTE II, podemos
adicionar o tabagismo como condição mórbida significativa.
Segundo o Manual de Declaração de Óbito do Ministério da Saúde é de
responsabilidade do "médico do Programa de Saúde da Família, Programa de
Internação Domiciliar e outros assemelhados, para óbitos de pacientes em tratamento
sob regime domiciliar". Ou seja, se um paciente vinha sendo acompanhado por meio
de visitas domiciliares pela ESF (como na questão), e ele vem a óbito por
circunstâncias compatíveis com a doença pela qual ele vinha sendo acompanhado,
podemos considerar um óbito com assistência médica.
Para óbitos naturais não ocorridos em estabelecimentos de saúde, com assistência
médica: a declaração de óbito deve ser preenchida pelo profissional que prestou
assistência.
Para casos de mortes naturais sem assistência médica, em localidades com médico:
estes óbitos deverão ficar sob a responsabilidade do Serviço de Verificação de Obitos.
HANSENÍASE
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Exames no pré-operatório são sempre tema polêmico. A regra básica é: tudo depende
da idade e das comorbidades. Lembrando que o mais importante é sempre a
anamnese. Os exames laboratoriais e de imagem não são os melhores métodos para
se identificar os fatores de risco, mas sim a história clínica. Se houver comorbidade, o
exame será orientado para a doença em questão (por exemplo RX de tórax em
pacientes com doença cardiorrespiratória). Nos demais, caso a idade seja menor que
45 anos, nenhum exame é obrigatório; além de 45, podem ser considerados ECG,
hemograma, glicemia, função renal. Atualmente é considerado seguro o uso de
exames normais de até 180 dias.
O check list de cirurgia segura envolve uma série de medidas para evitar erros e
melhorar a qualidade do procedimento. São 4 tempos diferentes de checagem:
encaminhamento ao centro cirúrgico; antes da indução anestésica; antes de iniciar a
cirurgia e antes do paciente sair da sala de operação.
Ele consiste em um questionário realizado pela enfermagem na presente do
anestesista e da equipe cirúrgica em 3 momentos que devem ser seguidos à risca de
forma sistemática e criteriosa:
Se a questão não informar a uréia, não tem problema, podemos usar também o CRP-
65, o mesmo anterior sem ureia; a diferença é que a interpretação agora passa a ser
que se houver 1 dos fatores a internação deva ser considerada...
Vamos então relembrar as recomendações de tratamento de PAC?
Atualmente, a SBPT recomenda para pacientes ambulatoriais:
- sem comorbidade, sem risco para resistência (como imunossupressão), sem uso
recente de antibiótico: amoxicilina OU amoxicilina-clavulanato OU macrolídeo.
- com fatores de risco para resistência, doença mais grave, uso recente de
antibióticos: betalactâmico + macrolídeo. se alergia: quinolona respiratória.
Para os internados:
- enfermaria: cefalosporina de 3ª geração OU ampicilina/sulbactam + macrolídeo; OU
quinolona em monoterapia. se for excluída Legionella (antígeno urinário negativo),
podemos usar apenas cefalosporina ou amoxicilina/clavulanato.
- UTI: sempre associação: cefalosporina de 3ª geração ou ampicilina/sulbactam +
macrolídeo OU cefalosporina de 3ª geração + quinolona respiratória.
O paciente da questão indicação de internação.
DIABETES - COMPLICAÇÕES
CRISE DE ASMA
Sobre o corticoide, a regra é simples: sempre que possível ofertaremos por via oral. O
paciente é capaz de deglutir? Está tão mal que pode vomitar? Os corticoides iniciam
sua ação em cerca de 6 horas; a diferença entre o oral e o intravenoso é irrisória, de
cerca de 15 minutos...assim, a preferência é pelo oral. A questão nem problematizou
esse aspecto, e acabou sugerindo hidrocortisona ou metilprednisolona. Ambos podem
ser usados, mas há leve predileção pela metilprednisolona por comodidade posológica
e menor atividade mineralocorticoide. A recomendação é de 1-2mg/kg.
A conduta sequencial no trauma é representada pelo ABCDE: (A) garantir vias aéreas
e colocação do colar cervical; (B) respiração, com exame físico do tórax; (C) circulação
e controle de hemorragias; (D) neurológico, Glasgow/pupilas; (E) exposição e controle
da hipotermia.
Tente realmente imaginar-se chegando nessa cena do trauma. O preceito básico de
qualquer atendimento pré hospitalar é "NÃO SE TORNE MAIS UMA VÍTIMA." Você
está lá para salvar todos, por mais que no ímpeto de querer salvar uma vida, você tem
que ter em mente que a sua é primordial se não, você não vai poder salvar ninguém
se acabar se tornando mais uma vitima. Portanto, a segurança de cena vem antes de
qualquer atendimento médico. Muitas vezes temos que esperar a realização do
trabalho do corpo de bombeiros para garantir a segurança da cena e do nosso
atendimento para que então possamos iniciar.
Primeira avaliação: Qual a cena? Depois avaliamos para onde pode evoluir? E por
último como controlar a situação? Precisamos de uma equipe do bombeiro?
Precisamos acionar a policia? Precisamos chamar a equipe de manutenção de rede
elétrica?
Após garantir que não temos derramamento de combustível, que a arvore caída não
derrubou um poste com fios de alta tensão ou quaisquer outras possibilidade de
evolução da cena que possa por a equipe médica em risco, fazemos a análise da
cinemática que nos mostra uma deformidade extrema no carro da lado do motorista e,
do lado oposto, uma vítima fatal (é considerado um marcador isolado de uma
cinemática alta e com potenciais riscos graves).
Temos uma vítima no banco do motorista, com cinto afivelado, ao prosseguir para a
avaliação, você já tem que ter em mente as potenciais lesões que aquele paciente
pode ter baseado apenas na sua análise da cinemática do trauma. Lesão músculo
esquelética de membro superior e inferior esquerdos? Fratura de bacia por
esmagamento? Contusão torácica com hemo ou pneumotórax à esquerda? Lesão
cervical por desaceleração tipo chicote?
Trauma esplênico com sangramento intraabdominal? Trauma crânio encefálico com
contusão da cabeça no vidro do motorista?
Partindo para a avaliação primária encontramos diversas informações jogadas. Vamos
organizá-las em ABDCE
1. Se ele se queixa de dor, provavelmente está Vigil (confirmado pelo Glasgow de
13), portanto via aérea previa e a cervical vamos imobilizar.
2. Dor no hemitoráx esquerdo, mas ausculta simétrica. Levemente hipoxêmico e
taquidispneico
3. Hipotenso, taquicárdico, choque grau III aproximadamente, com enchimento
capilar lentificado e sangramento ativo na coxa esquerda.
4. Glg 13 com pupilas isofoto, talvez a simetria de mobilidade e sensação dos
membros
5. Apenas o ferimento descrito na coxa
B: Esse colar não sai até termos um exame de imagem (de preferencia uma
tomografia) para avaliação. Prancha rígida é apenas para transporte e deve ser
retirada o quanto antes (idealmente antes de 2h);
HÉRNIAS
Alguns dados sobre as hérnias. As inguinais são mais comuns em homens, e do lado
direito. São classificadas como diretas e indiretas. As indiretas são as mais comuns,
tanto no homem, quanto na mulher. No entanto, cuidado com as hérnias femorais, que
são mais frequentes em mulheres.
As cirurgias de hérnias são limpas e não precisariam de antibiótico, porém, o uso de
tela (prótese) exige antibiótico profilático.
Será necessária laparotomia mediana para correção das hérnias apenas em caso de
peritonite difusa, para lavar a cavidade. Em caso de peritonite localizada, mesmo que
haja necrose intestinal, opera-se por inguinotomia, sendo possível a ressecção da alça
isquêmica e correção da hérnia.
Paciente com queixa de dor na virilha sempre deve nos fazer pensar em Hérnia
inguinal, ainda mais em pacientes com fatores de risco como tossidor crônico
(tabagista com DPOC) ou quando o enunciado diz que o paciente é obeso ou que
trabalha realizando muito esforço físico.
Os paciente com hérnias inguinais não complicadas costumam se queixar de
abaulamento/caroço na região que pode ou não ser redutível, além disso não costuma
haver dor ou alteração ou alteração do hábito intestinal. Já os pacientes com hérnias
inguinais complicadas podem queixar de abaulamento não redutível, Hérnia
encarcerada, ou abaulamento não redutível associado a dor intensa, vermelhidão local
e algumas vezes queixas de Abdome agudo obstrutivo - na Hérnia Estrangulada.
O tratamento da hérnia femoral é feito pela técnica de McVay, que utiliza o ligamento
de Cooper (periósteo do ramo superior do pubis). É considerada Nyhus 3C
A hérnia femoral ou crural ocorre no canal femoral, abaixo do ligamento inguinal, na
raiz da coxa. É mais comum em mulheres e possui alto risco de encarceramento.
O tratamento definitivo das hérnias é cirúrgico, o que muda é o momento. Hérnias
redutíveis podem ser abordadas eletivamente. Se houver estrangulamento (sofrimento
vascular) e encarceradas agudas (não-redutíveis) devem ser operadas em caráter de
urgência.
As hérnias inguinais indiretas são congênitas, causadas pela persistência do conduto
peritônio-vaginal; estão sempre localizadas dentro do canal inguinal, e são laterais aos
vasos epigástricos inferiores. Já as hérnias diretas são adquiridas, e ocorrem dentro
do triângulo de Hasselbach e são mediais aos vasos epigástricos inferiores.
Dentro do canal inguinal encontramos o ligamento redondo na mulher e o funículo
espermático no homem. O funículo é recoberto pelo músculo cremáster e possui como
componentes: artéria e veias testiculares, plexo pampiniforme, ducto deferente e o
ramo genital do nervo genitofemoral.
A técnica de Lichtenstein (com tela e sem tensão) é a técnica com menor recidiva para
correção das hérnias. Fixa-se a tela no ligamento inguinal lateralmente e no tendão
conjunto medialmente criando-se um novo assoalho que reforça a parede abdominal.
A recidiva, apesar de rara, pode ocorre por defeito técnico na fixação da tela no púbis,
medialmente.
AVC
Nos pacientes com quadro clínico suspeito de acidente vascular encefálico isquêmico
existem dois exames obrigatórios: glicemia e tomografia de crânio sem contraste. A
glicemia tem como objetivo afastar a possibilidade de hipoglicemia; a tomografia para
afastar AVCH. Excluídos esses diagnósticos, o paciente é candidato a trombólise.
Agora, avaliamos o critério fundamental - a janela de tempo! A trombólise pode ser
realizada em até 4,5 horas - contadas a partir do último momento em que o indivíduo
foi visto sem déficit.
muito cuidado com os indícios de uma causa secundária de dor de cabeça!
Informações como "súbita de forte intensidade" com "perda de consciência" não são
habituais na migrânea...É interessante, inclusive, lembrar que "súbito" é o que atinge o
pico de manifestação em 1 minuto!
Nesse caso é fundamental prosseguir a investigação de causa secundária: meningite,
AVCH, tumores, abscesso, dentre outras possibildades...
Bem, o caso fornece pistas valiosas: observe que há rigidez de nuca, que pode sugerir
envolvimento meníngeo! Ora, na meningite teríamos um quadro de instalação um
pouco mais gradual, além de estigmas adicionais de infecção (como febre), não
descritos...a hipótese que acaba ganhando força é a de hemorragia subaracnoidea
(HSA), cuja apresentação clássica (mas não obrigatória) é com cefaleia intensa
(muitas vezes descrita como "a pior cefaleia da vida"), alteração de consciência e
sinais de irritação meníngea.
Considera-se um RNI abaixo ou igual a 1.7 como seguro para trombólise.
A indicação de anti-hipertensivos aqui deve ser questionada, pois temos um AVC
agudo, provavelmente de artéria cerebral média extensa, com risco de herniação e
hipertensão intracraniana, e abaixar a pressão arterial neste contexto pode levar a
isquemia cerebral por diminuição da pressão de perfusão cerebral, que depende da
pressão intracraniana e da pressão arterial sistêmica, e vasoconstricção cerebral, com
posterior piora do quadro de isquemia.
A fibrilação atrial é a arritmia mais encontrada em pacientes com acidente vascular
cerebral, podendo ser causa importante do evento. Como causa, produz formação de
trombos intracavitários em átrio e apêndice atrial esquerdos, com embolização, mais
para circulação anterior.
A fibrilação atrial deve ser avaliada com ecocardiograma, para avaliação de status
cardíaco e de válvulas cardíacas. Deve-se manter a medicação em uso
(anticoagulante) ou trocar por heparina, ou mesmo os novos anticoagulantes orais. E
deve-se controlar a frequência cardíaca. De nota, a fibrilação não deve ser revertida
agudamente, pois pode produzir novo evento isquêmico pelo deslocamento de novos
trombos intracavitários. Essa reversão deve ser abordada após semanas do uso de
anticoagulação com ecocardiograma transesofágico sem evidência de trombos.
Cuidado com os conceitos envolvendo a redução dos níveis pressóricos nas primeiras
24 horas de pacientes com AVCI! É que se não houver indicação de trombólise, a
redução da PA somente deve ser considerada em situações extremas, como na PA
diastólica acima de 120mmHg. E mesmo assim, cautela: reduziremos 10-15% apenas
nas primeiras 24h! Tudo isso para evitar hipoperfusão cerebral.
Nos casos de contraindicação a trombólise química ou nos casos de quadro
prolongado - após 4,5 horas-, podemos considerar a trombectomia mecânica - a janela
de tempo ideal é de até 6 horas.
Uma das complicações temidas da hemorragia subracnoidea é o vasoespasmo, que
costuma ocorrer entre o terceiro e sétimo dia após o sangramento, e manifesta-se com
piora do quadro neurológico - afinal, agora há isquemia associada! Para tentar reduzir
o impacto do vasoespasmo (mas não necessariamente sua ocorrência), recomenda-se
o uso da nimodipina (um antagonista de canal de cálcio) para todos os pacientes com
HSA.
O controle pressórico nas primeiras 24 horas de pacientes com AVCH é mais rígido
que dos pacientes com AVCI. Nos casos de AVCH intraparenquimatoso a
recomendação é de reduzir a pressão arterial sistólica para valores próximos a
140mmHg; na hemorragia subaracnoidea a avaliação é individualizada, mas
recomenda-se níveis próximos a 160mmHg. Em ambos os cenários o fármaco
utilizado no Brasil habitualmente é o nitroprussiato de sódio.
Cefaleia súbita de forte intensidade com sinais de meningismo em paciente jovem,
especialmente se hipertensa, sugere quadro de hemorragia subaracnoidea,
principalmente por ruptura de aneurisma cerebral - a causa não-traumática mais
comum dessa forma de AVCH. Isso é corroborado pelo exame clínico, que demonstra
hemorragias pré-retinianas. Logo, a tomografia de crânio é exame de escolha no
diagnóstico!
A ressonância magnética possui sensibilidade bem menor que a tomografia para
sangue na fase aguda do evento.
Angiografia cerebral de imediato, sem conhecer a natureza do evento, impões mais
riscos que benefícios; da mesma forma, um ecocardiograma não ajudará a elucidar a
causa da doença cerebral.
O quadro clássico da hemorragia subaracnoidea é de cefaleia repentina intensa,
classicamente descrita como a "pior cefaleia da vida"; ademais, pode haver alteração
da consciência e sinais de irritação meníngea. O diagnóstico pode ser feito pela
tomografia de crânio ou, caso negativa, através da punção liquórica - afinal, é lá que
está o sangue... Trauma e ruptura de aneurisma são causas comuns.
Atenção para medidas adicionais no AVCI: (a) antiagregantes: importante para reduzir
risco futuro - aspirina deve ser considerada, e nos casos em que a trombólise foi
realizada, aguardar 24-48 horas para introdução; se não foi feita trombólise pode ser
ofertada precocemente; estatinas também costumam ser utilizadas; (b) suporte global:
controle de temperatura, controle glicêmico, controle pressórico etc; (c)
anticoagulação: é medida excepcional, direcionado a causas específicas, como
exempos fibrilação atrial e dissecção de carótida; (d) controle de fatores de risco:
tabagismo, hipertensão...
A lista de contra-indicações aos trombolíticos é extensa, mas vale à pena lembrar
algumas das contra-indicações absolutas: AVC hemorrágico atual ou prévio,
sangramento ativo, neoplasia intracraniana, distúrbio de coagulação (incluindo
plaquetas <100mil). No caso do uso de anticoagulantes a trombólise dependerá da
possibilidade de mensurar o efeito do fármaco (por exemplo, varfarina com RNI<1,7
permite uso), ou do uso de reversores. Importante também lembrar dos níveis
tensionais: a PA necessita estar menor que 185x110mmHg - para tanto usaremos
nitroprussiato de sódio.
CICLO MENSTRUAL
Após a ovulação, inicia-se a fase lútea com período fixo de 14 dias, com formação do
corpo lúteo, responsável pela manutenção da produção de progesterona que estimula
o endométrio para uma possível gravidez. A função do corpo lúteo começa a diminuir
cerca de 9 a 11 dias após a ovulação. Em caso de gravidez, o HCG passa a estimular
o corpo lúteo que se mantém.
O ciclo menstrual pode ser divido em 3 fases: folicular, ovulação e fase lútea. A fase
inicial ou folicular, que dura em média 10 a 14 dias, consiste no período de
crescimento e desenvolvimento dos folículos, que culmina na formação de um folículo
maduro. Entretanto, inúmeros outros que foram também recrutados neste ciclo,
sofrerão atresia ao final do processo.
Síndrome pré-menstrual (SPM) é um conjunto de sintomas cíclicos e recorrentes que
se iniciam na semana anterior à menstruação e aliviam com o início do fluxo, sendo
altamente prevalente. Os sintomas mais frequentes são distensão abdominal,
sensibilidade mamária, irritabilidade, depressão, falta de concentração, mudança de
humor e apetite.
Tratamento da TPM inclui inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como
fluoxetina, sertralina e paroxetina; antidepressivos tricíclicos ou anticoncepcional oral
combinado. O uso de progestágenos não tem eficácia.
"Síndrome pré menstrual (ACOG)", forma moderada, quanto para o "Transtorno
disfórico pré menstrual (DSM-IV)". Nessa questão, ele foca em tratamentos de
primeira linha
O diagnóstico é clínico, podendo ser confirmado através de um diário prospectivo por
2-3 ciclos.
PBLS E PALS
Ritmo chocável indica desfibrilação com dose inicial de 2J/kg. Segundo choque deve
ser com 4J/kg, aumentando 2J/kg por choque, até atingir dose máxima de 10J/kg ou
dose máxima para adulto (o que for menor). Pode ser administrada lidocaína ou
amiodarona nos intervalos de tempo da adrenalina.
Ritmos de PCR chocáveis são fibrilação ventricular (ritmo anárquico) e taquicardia
ventricular (complexo QRS largo > 120ms ou 3 quadradinhos).
SUS
TUBERCULOSE
O tratamento da infecção latente por tuberculose pode ser feito com isoniazida (por 6
meses segundo a OMS, ou preferencialmente por 9, segundo o Ministério da Saúde)
ou rifampicina (por 4 meses).
Investigação de tuberculose no contatos dos bacilíferos:
- contatos sintomáticos: realizar o exame de escarro (baciloscopia ou TRM-TB),
radiografia de tórax e/ou outros exames, de acordo com sintomas
- contatos assintomáticos: realizar a investigação com prova tuberculínica e/ou
radiografia de tórax (e tratar doença latente*, quando indicado)
- contatos assintomáticos HIV+: realizar o tratamento de TB latente
independentemente do PPD.
*De acordo com o último Manual de Tuberculose do MS (2019), deve-se indicar o
tratamento de tuberculose latente em menores de 10 anos contactantes de casos
bacilíferos sempre que o PPD = 5mm (ou IGRA positivo), independente do tempo
decorrido da realização da BCG.
Sintomático respiratório é o indivíduo que apresenta tosse por período igual ou
superior a 3 semanas, e de acordo com o Ministério da Saúde, deve ser avaliado para
possibilidade de tuberculose. No entanto, existem populações especiais em que a
definição varia: (a) 2 semanas: pessoas que procurem a unidade de saúde ativamente,
ou diabéticos; (b) qualquer período: profissionais de saúde, portadores de HIV/AIDS,
entre outros.
Nos dias atuais, o exame de escolha para iniciar a investigação da tuberculose
pulmonar ou laríngea é o teste rápido molecular para TB (TRM-TB) - quando
disponível, claro! A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de
cerca de 90% sendo superior à da baciloscopia. O teste também detecta a resistência
à rifampicina, com uma sensibilidade de 95%.
No entanto, a baciloscopia, por ser um método simples, seguro e reprodutível em
quase todos os laboratórios, é a técnica mais utilizada em nosso meio.
Já entre os métodos de imagem, a radiografia do tórax é o de escolha na avaliação
inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. Os padrões radiológicos sugestivos de
atividade de doença são cavidades, nódulos, consolidações, massas, processo
intersticial (miliar), derrame pleural e alargamento de mediastino.
Em pacientes HIV+, a busca ativa da TB está baseada no rastreamento de quatro
sinais/sintomas (tosse, febre, emagrecimento ou sudorese noturna) em todas as
consultas de rotina.
A presença de qualquer um desses sintomas deve desencadear a investigação
específica. Na questão, a tosse produtiva nos guia a investigar tuberculose
pulmonar. No Brasil, desde 2018 o método diagnóstico de escolha é o TRM-TB (teste
rápido molecular), associado à cultura caso seja positivo ou negativo com persistência
dos sintomas.
O tratamento da tuberculose é feito por 6 meses, com rifampicina, isoniazida,
etambutol e pirazinamida por 2 meses, seguido por rifampicina e isoniazida por 4
meses. Atenção com o tratamento da tuberculose meníngea e osteoarticular, pois a
recomendação nova do Ministério da Saúde é de prolongar por 12 meses (RIPE por 2
meses; RI por 10 meses).
Essa é uma questão importante para avaliarmos as condutas diante casos de
abandono de tratamento por vulnerabilidade social (morador de rua).
Nesses casos, a hospitalização é indicada no início do tratamento (especialmente se
for um caso de retratamento, falência ou multirresistência), mas deve ser reduzida ao
mínimo possível. Além do abandono (por questões sociais), a hospitalização deve ser
indicada também nas seguintes situações: TB meningoencefálica; intolerância aos
medicamentos em ambulatório; estado geral que não permita tratamento em
ambulatório; intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB que
necessitem de tratamento e/ou procedimento em unidade hospitalar.
Ao confirmar doença em atividade (escarro positivo - vale lembrar que o TRM-TB não
deve ser utilizado para diagnóstico nos casos de retratamento ou pra controle de
tratamento por não conseguir diferenciar bacilos mortos ou vivos), o tratamento básico
deve ser reiniciado.
A cultura deve sempre ser solicitada, e após seu resultado o esquema poderá ser
modificado, se necessário.
Em relação ao manejo frente um diagnóstico simultâneo de tuberculose e HIV, temos
que ter em mente que o tratamento da tuberculose deve sempre ser iniciado
imediatamente.
Já para o início do tratamento antirretroviral, é necessário realizar a contagem de CD4:
caso CD4 < 50 céls/mm³, é recomendado o início do TARV em até duas semanas
após o início de tratamento da TB; CD4 = 50 céls/mm³, a recomendação de hoje (maio
de 2021) é que o início do TARV deve ocorrer no início da fase de manutenção do
tratamento da TB (8ª semana).
Pacientes que utilizarão agentes biológicos (principalmente anti-TNF, como
infliximabe) deverão ser avaliados para infecção latente por tuberculose. Se houver
PPD reator (maior ou igual a 5mm), IGRA (ensaio de interferon para tuberculose)
anormal, ou cicatriz radiográfica de tuberculose sem tratamento prévio, deverão
receber isoniazida profilática. O uso do agente biológico deve ser feito idealmente
após 1 mês do início da isoniazida.
A avaliação de comunicantes de pacientes com tuberculose bacilífera é feita com
avaliação clínica e radiográfica inicial para possibilidade de tuberculose doença. Não
havendo indícios, realizamos PPD. Se for reator (maior ou igual a 5mm em adultos ou
crianças independente da BCG) indica-se tratamento de tuberculose latente (ILTB). Se
for não-reator reavaliaremos em 2 meses; caso ocorra viragem (aumento maior ou
igual a 10mm do PPD), indica-se tratamento da ILTB.
Recém-nascido (RN) exposto a caso de tuberculose pulmonar podem ser infectados
pelo Mycobacterium tuberculosis e desenvolver formas graves da doença. Nessas
situações, recomenda-se a prevenção da infecção, mas o RN não deve ser vacinado
com a BCG ao nascer. Deve-se prescrever a isoniazida por 3 meses e, após esse
período, faz-se a prova tuberculínica (PT).
Se o resultado da PT for = ou > 5 mm, a isoniazida deve ser mantida por mais 3
meses, completando 6 meses de tratamento e o RN não deverá ser vacinado para
BCG, uma vez que já apresenta resposta imune ao bacilo da tuberculose.
Caso o resultado da PT seja < 5 mm, a isoniazida deve ser interrompida e a vacinação
com a BCG intradérmica efetuada, como descreve a alternativa D desta questão.
Atenção! Mãe considerada abacilífera ou em tratamento para tuberculose por 2 ou
mais semanas antes do parto deve amamentar o RN sem qualquer limitação.
O diagnóstico da tuberculose na infância é difícil pois a doença costuma ser
paucibacilar. Classicamente utilizamos um escore que envolve variáveis como: (a)
quadro clínico compatível (muitas vezes uma "pneumonia que não melhorou"); (b)
imagem suspeita; (c) contato com portador de tuberculose; (d) resultado do PPD; (e)
desnutrição grave. Pontuações elevadas (maior ou igual a 40) tornam tuberculose
provável; baixas (menor que 25), improvável.
O tratamento da infecção latente por tuberculose (ILTB) em pacientes com infecção
pelo HIV é recomendado em QUALQUER um dos cenários a seguir: (a) contagem de
CD4 for inferior a 350; (b) PPD reator atual ou prévio sem tratamento; (c) comunicante
de paciente com tuberculose bacilífero; (d) cicatriz radiográfica de tuberculose sem
tratamento prévio.
O teste molecular para tuberculose é superior à baciloscopia simples para detecção de
casos - tem maior sensibilidade e especificidade-, além de permitir identificação de
resistência à rifampicina. Há uma limitação importante: não pode ser utilizado para
seguimento, pois pode identificar fragmentos de DNA de bacilos mortos, inviáveis.
Que exame faremos para o diagnóstico de tuberculose? Se disponível, o ideal é o
escarro com teste molecular; e atenção: se o exame for positivo, o Ministério da Saúde
recomenda realização de cultura de escarro/teste de sensibilidade; o mesmo vale para
os testes negativos mas quadro clínico muito sugestivo. Ah, e se não tiver o teste
molecular? Bem, aí vamos pela clássica baciloscopia no escarro, com duas amostras
de escarro; nesse caso, a cultura/teste de sensibilidade deve ser solicitada em
conjunto (independente do resultado da baciloscopia).
Atenção para os recém-nascidos de mães portadoras de tuberculose bacilífera. A BCG
não deve ser ofertada de imediato. Receberão isoniazida (ou rifampicina) por 3 meses,
e a mãe pode amamentar com uso de máscara. Após esse período faremos um PPD.
Se reator (maior ou igual a 5mm), houve contato com o bacilo, e a isoniazida será
mantida por mais 3 meses; caso contrário, suspenderemos o fármaco e aplicaremos a
BCG para proteger de formas graves em contato futuro.
O tratamento da tuberculose é feito por 6 meses, com rifampicina, isoniazida,
etambutol e pirazinamida por 2 meses, seguido por rifampicina e isoniazida por 4
meses. Atenção com as crianças com menos de 10 anos: não utilizamos
etambutOLHO, ops, etambutol, pelo risco de neurite óptica.
TRAUMA TORÁCICO
Nosso paciente está hipotenso, com turgência jugular e o detalhe do pulso que some à
inspiração profunda, chamado pulso paradoxal que é uma queda na pressão arterial
sistólica com a inspiração profunda e aumento do retorno venoso.
O examinador não quis colocar para nós a fonese das bulhas cardíacas para
pensarmos na tríade de Beck, tampouco nos deu sobre o murmúrio para avaliarmos
um possível pneumotórax hipertensivo.
Mas nos disse inicialmente que estava com uma frequência respiratória discretamente
aumentada, mas nada alarmante e teve piora súbita com choque circulatório..
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
A profilaxia pós contato de varicela pode ser feita com vacina ou imunoglobulina.
Vacina está indicada apenas para bloqueio de surto hospitalar em > 9 meses e até o
5º dia após contato, enquanto que imunoglobulina está indicada para gestantes,
imunossuprimidos e RN em que a mãe teve varicela de início 5 dias antes do parto ou
até 2 dias após o parto.
A varicela é causada pelo vírus varicela-zóster, cujas manifestações são lesões
pruriginosas em diferentes estados evolutivos (mácula, pápula, vesícula, pústula,
crosta), podendo acometer mucosa e causar febre.
Nessa questão temos um quadro bastante sugestivo de Varicela. Lembrem-se que o
vírus da varicela-zoster (ou herpes tipo 3) é responsável por duas apresentações
clínicas distintas, sendo a catapora (ou varicela) mais comum em crianças e o herpes-
zoster (chamado popularmente de cobreiro) em idosos. Ou seja, examinador não
colocou essa avó na história à toa.
Na figura vemos vesículas confluentes de fundo eritematoso bastante sugestivas de
herpes zoster (lesões da avó). No herpes-zoster essas lesões se apresentam de forma
linear, respeitando os famosos dermátomos. Isso acontece, pois, esse vírus se aloja
no trajeto dos nervos, o que explica também o motivo da dor intensa que acompanha
essa apresentação.
O quadro de varicela apresenta também essas vesículas de base eritematosa, porém
espalhadas pelo corpo todo e em diferentes estados de resolução (algumas novas,
outras crostosas, outras já em cicatrização) e acompanhada de prurido intenso. Por
ser uma doença sistêmica, a varicela pode cursar também com febre e, com menor
frequência, pode evoluir para encefalite, pneumonite ou infecções de pele secundárias
devido à perda da barreira cutânea.
Como a maioria das doenças virais a varicela é autolimitada, e o tratamento indicado
é o chamado tratamento de suporte, com cuidado com as lesões, hidratação da
criança e sintomáticos para controle da febre e do prurido, se necessário.
Eritema infeccioso é causado pelo parvovírus B19 e apresenta exantema trifásico: nos
2 primeiros dias, há rubor intenso (face esbofeteada) e a partir do 3º dia, inicia-se
exantema reticular mais visível na superfície extensora dos membros. A 3ª fase é a
recidiva que pode ocorrer após muito tempo, quando a criança é exposta a alguns
fatores externos, como sol, calor e exercício físico.
ANEMIAS HIPOPROLIFERATIVAS
A anemia megaloblástica pode ser causada pela deficiência de ácido fólico (má
nutrição, alcoolismo, gravidez, doença celíaca, hipotireoidismo, fármacos como o
metotrexate que inibe a diidrofolato redutase, fenitoína) ou vitamina B12 (ingesta
inadequada - vegetarianos, uso de IBP, metformina, gastrectomia/cirurgia bariátrica,
síndrome da alça cega, anemia perniciosa - falta do fator intrínseco, doenças ileais
como a doença de Crohn, difilobotríase).
No diferencial das anemias microcíticas é bom ter ATENÇÃO. A causa mais comum é
anemia ferropriva! No entanto, se o perfil de ferro for normal, o diagnóstico deve ser
outro...o próximo diagnóstico a ser considerado é o de talassemia, que às vezes traz
uma pista adicional na questão, o RDW normal. Lembre-se que o RDW avalia a
diferença de tamanho entre as hemácias - está classicamente maior que 14% nas
anemias carenciais; na talassemia, o defeito é uniforme, todas as hemácias tem
globina a menos - resultado é RDW normal! E para investigar talassemia,
solicitaremos eletroforese de hemoglobina.
As causas mais comuns de anemia ferropriva são: perda pelo TGI (úlceras,
neoplasias, parasitoses), hipermenorreia (causa mais comum em mulheres), ingesta
ineficiente, baixa absorção em doenças como gastrite atrófica, uso de IBP, doença
celíaca, doença de Crohn, alguns tipos de gastrectomias. Adultos com mais de 50
anos e anemia ferropriva devem realizar EDA e colonoscopia.
As anemias podem ser classificadas em hipoproliferativas (reticulócitos < 2%) e
hiperproliferativas (reticulócitos >2%). Nas hiperproliferativas a função medular é
normal, mas a sobrevida das hemácias é pequena na periferia, como nas hemorragias
e hemólise.
O tratamento clássico da anemia ferropriva é feito com sulfato ferroso 300mg, três
vezes ao dia ou 60mg de ferro elementar 3 vezes ao dia, porém recentemente tem-se
preferido administrar a dose 1x ao dia e em dias alternados, porque facilita a absorção
intestinal do ferro. O ferro parenteral também pode ser prescrito em situações como
intolerância ao ferro oral e pacientes que persistem com anemia apesar do ferro VO.
Lembra da cara da anemia megaloblástica? Além de sintomas de anemia carencial,
como glossite, queilite angular, alguns achados laboratoriais são clássicos:
pancitopenia, aumento de DHL e bilirrubina indireta (há discreta hemólise
intramedular), e neutrófilos hipersegmentados. Mas atenção: nos casos por deficiência
de B12 podem aparecer sintomas neurológicos como parestesias, alterações na
marcha e demência. Ainda na deficiência de B12, o ácido metilmalônico e a
homocisteína estarão elevados, diferente da anemia por deficiência de ácido fólico que
apresentara apenas elevação de homocisteína.
A anemia megaloblástica pode ser causada pela deficiência de ácido fólico (má
nutrição, alcoolismo, gravidez, doença celíaca, hipotireoidismo, fármacos como o
metotrexate que inibe a diidrofolato redutase, fenitoína) ou vitamina B12 (ingesta
inadequada - vegetarianos, uso de IBP, metformina, gastrectomia/cirurgia bariátrica,
síndrome da alça cega, anemia perniciosa - falta do fator intrínseco, doenças ileais
como a doença de Crohn, difilobotríase).
No tratamento da anemia ferropriva é importante avaliarmos a resposta terapêutica. A
retomada de produção celular da medula é identificada por aumento de reticulócitos
com 4 a 5 dias, com pico em 7 a 10 dias; a hemoglobina se eleva em cerca de 1
semana, mas tende a normalizar apenas após 6 semanas. No entanto, o tratamento
deve ser mantido por até 6 a 12 meses após a normalização do hemograma, para que
se consiga restabelecer os estoques de ferro.
O diferencial de anemia ferropriva e de doença crônica é tema comum das provas!
Tudo bem que a ferropriva classicamente é microcítica e hipocrômica e a de doença
crônica normocítica e normocrômica, mas não é um aspecto definitivo. Na prática,
buscamos dados no perfil de ferro. É que na ferropriva há redução de ferritina,
aumento de TIBC e redução da saturação de transferrina; na doença crônica, a
ferritina estará normal ou elevada, com TIBC baixo (incapacidade de produzir proteína
de transporte) e saturação de transferrina normal ou baixa (já que o ferro não é
mobilizado).
São exemplos de poiquilócitos os dacriócitos ou hemácia em forma de lágrima
(mielofibrose, eritropoese extramedular), hemácias em alvo (hepatopatias,
hemoglobinopatias), acantócitos (hepatopatia), esferócitos (ATENÇÃO: esferocitose
hereditária e anemia hemolítica autoimune), drepanócitos (anemia
falciforme). questão aborda os diagnósticos diferenciais de pancitopenia em paciente
idosa. A grande dica de sua etiologia fica quando ele cita os Dacriócitos! Uma vez que
estas hemácias em formato de lágrima podem se associar com a Mielofibrose
Primária. Cuidado que sua presença não implica necessariamente neste diagnóstico
(processos de Mieloftise classicamente também se associam com sua presença).
Da Mielofibrose Primária, de maneira sucinta, trata-se de Neoplasia Mieloproliferativa
Crônica rara (incidência de 0.5 a 1.0:100.000 habitantes/ ano) que afeta
majoritariamente pacientes idosos (mediana de idade de 67 anos) e em sua fase
fibrótica, apresenta na periferia pancitopenia. Ademais, classicamente se vê
leucoeritroblastose na periferia. Isto é, presença de Eritroblastos e formas jovens da
série granulocítica em sangue periférico. Comum também a presença de sintomas
constitucionais e esplenomegalia de grande monta. Em termos de diagnóstico, este é
fundamentado, sobretudo, na avaliação medular (biópsia de medula óssea) com
achado de fibrose reticulogênica, na demonstração de clonalidade através da
presença de mutação da via JAK2 e achados em sangue periférico supracitados.
As leucemias agudas em geral evidenciam a presença de células jovens (blastos) em
sangue periférico e muitas vezes pancitopenia de rápido desenvolvimento.
Nas síndromes mielodisplásicas de fato se pode ver pancitopenia. Porém, pode-se ver
também, mesmo em sangue periférico, achados de displasia como: Pseudo Pelger-
Huet (ou granulócitos hipossegmentados), presença de anel de Cabot e grânulos
anormais como pseudo Chediak-Higashi.
A anemia aplásica também se apresenta com pancitopenia e geralmente sem
anormalidadesmorfológicas em sangue periférico/ medular. Importante citar que na
avaliação de biópsia de medula óssea há presença de lipossubstituição. Por fim, a
parvovirose B19 não é causa de anemia aplásica, e sim de Anemia Pura de Série
Vermelha. Uma outra entidade que pode ocorrer em pacientes suscetíveis, como por
exemplo, em pacientes com anemia falciforme.
ARTRITE REUMATOIDE
Nas meningites agudas os agentes principais são vírus e bactérias. O líquor é quem
auxilia no diferencial. Na viral teremos predomínio de linfócitos, proteínas elevadas e
glicose normal; na bacteriana, a contagem celular é mais exuberante, e com
predomínio de neutrófilos, proteínas elevadas e glicose habitualmente reduzida. A
pesquisa de germes pelo gram, látex ou cultura auxilia, também, na definição da
meningite bacteriana.
A quimioprofilaxia, embora não assegure efeito protetor absoluto e prolongado, tem
sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários. Os casos
secundários são raros, e geralmente ocorrem nas primeiras 48 horas a partir do
primeiro caso. O risco de doença entre os contatos próximos é maior durante os
primeiros dias após o
início da doença, o que requer que a quimioprofilaxia seja administrada o mais rápido
possível.
Está indicada para os contatos próximos (moradores do mesmo domicílio, indivíduos
que compartilham o mesmo dormitório, comunicantes de creches e escolas, e pessoas
diretamente expostas às secreções do paciente.de casos suspeitos de doença
meningocócica).
O esquema ideal é rifampicina 10mg/kg/dose 2x ao dia por 2 dias e iniciada até 48h da
exposição. Ciprofloxacino ou ceftriaxone em dose única são alternativas.
A profilaxia nas meningites bacterianas está indicada nos casos de infecção por
meningococo ou hemófilo. Os comunicantes íntimos serão envolvidos, além de
profissionais de saúde que tiveram exposição a gotículas (como intubação, aspiração
de vias aéreas) sem uso de máscara. Há uma ressalva importante para o hemófilo:
profilaxia só é indicada se houver, dentre os comunicantes, uma criança menor de 4
anos sem vacinação para H. influenzae.
Mais uma questão para relembrarmos as indicações de quimioprofilaxia na meningite
bacteriana pelo meningococo. A quimioprofilaxia está indicada para os contatos
próximas da criança acometida, o que inclui: co-habitantes do domicílio (pais, irmãos
etc.), colegas de creche/escola e profissionais de saúde que manusearam possíveis
secreções da criança sem a devida paramentação.
O esquema ideal é rifampicina 10mg/kg/dose 2x ao dia por 2 dias e iniciada até 48h da
exposição. Ciprofloxacino ou ceftriaxone em dose única são alternativas.
O tratamento empírico das meningites bacterianas pode ser feito com ceftriaxone.
Após identificação do germe pode-se ajustar o esquema caso necessário. O tempo de
tratamento é de ao menos 7 dias, sendo que nos casos de meningite por pneumococo
prolonga-se por 10 a 14 dias.
O tratamento empírico das meningites varia conforme idade e riscos específicos (como
internações, procedimentos neurocirúrgicos, etc).
Os principais microorganismos envolvidos em meningites em crianças abaixo de 2
meses são Estreptococos do grupo B, Enterobactérias e Listeria monocytogenes.
Assim, o tratamento empírico nessa faixa etária deve incluir uma cefalosporina de
terceira geração (fazemos Cefotaxima, pela contraindicação de Ceftriaxone nessa
faixa etária) associada a Ampicilina.
Em crianças acima de 2 anos, devemos tratar Neisseria meningitidis, Streptococcus
pneumoniae e Haemophilus influenzae - a escolha antimicrobiana é com Ceftriaxone.
Para adolescentes e adultos sem fator de risco, os microorganismos mais envolvidos
são Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae; o tratamento empírico deve
ser com Ceftriaxone.
No idosos, gestantes e imunossuprimidos, além da cobertura para Neisseria
meningitidis e Streptococcus pneumoniae, precisamos pensar em infecção por Listeria
monocytogenes. A escolha então deve ser Ceftriaxone associado a Ampicilina.
No entanto, devemos sempre insistir no diagnóstico etiológico. Assim, ao definir que
estamos lidando com uma meningite meningocóccica (diplococos gram-negativos na
bacterioscopia), o tratamento de escolha é com Ceftriaxone (2g 12/12h) por dias.
Ampicilina ou penicilina cristalina são alternativas. Meningite pneumocóccica (cocos
gram-positivos), Ceftriaxone (associado a Vancomicina caso o MIC para penicilina
>0,12µg/ml) por 10 a 14 dias. ATENÇÃO: precisamos associar dexametasona para
prevenir complicações neurológicas (principalmente perda da audição). O tratamento
guiado pra Haemophilus (cocobacilo gram-negativo) também é com Ceftriaxone por
pelo menos 7 dias. Já o tratamento de escolha para a meningite por Listeria (bacilos
gram-positivos) é com Ampicilina, frequentemente associada a Gentamicina, por 21
dias.
Quadro febril agudo acompanhado de perda do apetite, náuseas, vômitos e cefaleia já
levanta uma suspeita diagnóstica inicial: meningite. Assim, o exame físico é crucial e
no caso desta questão foram observados (no exame físico): sinais de desidratação,
apatia, petéquias puntiformes em membros inferiores e (atenção!) dor à flexão da
coluna cervical. Ou seja, há sinais de irritação meníngea e lesões de pele petequiais
(poderiam ser purpúricas e precedidas por exantema do tipo maculopapular) tornando
a doença meningocócica o diagnóstico mais provável.
Essa doença pode se manifestar com meningite, meningococcemia, ou meningite e
meningococcemia associadas, e deve sempre ser considerada como uma emergência
médica pelo alto índice de morbidade e mortalidade. Por isso, a conduta para este
menino de 5 anos de idade é iniciar a primeira dose de antibiótico, hidratação venosa,
antitérmico e transferi-lo da unidade básica para um serviço hospitalar - conforme
descrito na alternativa D.
A profilaxia para meningococo está indicada para todos os contatos próximos de um
caso de doença meningocócica, independente do estado vacinal; e as crianças
menores de 1 ano que não são vacinadas devem receber a quimioprofilaxia, mas
também atualizar o cartão vacinal.
Importante! Doença Meningocócica e outras meningites fazem parte da lista nacional
de notificação compulsória de doenças do Ministério da Saúde.
O diagnóstico de meningite é sugerido pela presença de síndrome febril, associada a
sinais de irritação meníngea, como rigidez de nuca, sinais de Kernig e Brudzinski. A
presença de alteração de nível de consciência sugere encefalite concomitante. Crise
convulsiva pode estar presente no início, mas sua persistência após o quarto dia
sugere complicações.
As meningites bacterianas por meningococo e hemófilos são transmissíveis pelas
gotículas, e por isso na suspeita de meningite bacteriana é obrigatória o isolamento do
doente até elucidação diagnóstica. Meningite viral não requer isolamento.
Questão ótima para relembrar as diferenças entre meningite aguda bacteriana e viral.
O quadro clínico pode ser muito semelhante no início (febre, cefaleia, rigidez de nuca,
vômitos), embora os pacientes com infecção viral habitualmente apresentam-se
menos toxemiados.
Assim, somente a análise do líquor é capaz de fazer essa diferenciação. A contagem
de células na infecção viral geralmente é bem menor que na bacteriana (10 a 500 na
viral, às custas de linfomononucleares - embora os polimorfonucleares podem ser
maioria nas primeiras 24-48h; acima de 1000 na bacteriana, com predomínio de
neutrófilos); glicorraquia normal ou discretamente reduzida na infecção viral e
notadamente reduzida na bacteriana; proteínas normais ou discretamente elevadas na
viral e muito aumentadas na bacteriana (entre 100 e 500mg/dL). Um outro achado que
ajuda bastante é a bacterioscopia: a presença de bactérias, claro, fecham o
diagnóstico de meningite bacteriana. Na questão, trata-se de uma infecção viral.
Tuberculose e criptococose são causas de meningite crônica; muitas vezes estão
associadas a imunodepressão, principalmente a meningite criptococcócica. O aspecto
global do líquor é bem similar, com predomínio de linfócitos, glicose normal ou
reduzida, e proteínas elevadas (embora na tuberculose o aumento seja bem
pronunciado). Dosagem da ADA ou teste molecular no líquor podem ajudar na
tuberculose, embora nem sempre sejam positivos; na neurocriptococose, a tinta da
china auxilia na identificação do fungo.
Trata-se de meningite crônica (sintomas por mais de 4 semanas), e as duas
representantes mais comum desse grupo são a meningite a criptocóccica e a
tuberculosa (única opção na questão). Para diferenciar essas causas, é importante a
análise do líquor. As características do líquor da meningite criptocóccica são: baixa
celularidade (leucócitos <50), com predomínio de linfócitos e monócitos; glicose baixa
ou normal; proteínas elevadas; os testes específicos são: teste de aglutinação com
látex, Tinta da China, e também a cultura. A tuberculose causa aumento da
celularidade (até 500 células, com predomínio de linfócitos), glicose muito baixa e
proteína muito alta.
O tratamento da tuberculose meníngea deve ser considerado sempre que houver
suspeita significativa, já que a confirmação laboratorial é difícil. É feito com esquema
RIPE por 12 meses (dois meses de rifampicina/isoniazida/etambutol/pirazinamida e
dez de rifampicina/isoniazida); está indicado o uso de corticoide na fase inicial.
O tratamento empírico das meningites pode ser feito com ceftriaxone. No entanto, se
houver fator de risco para Listeria (idade > 50 anos, imunodepressão, por exemplo),
associa-se ampicilina ao esquema (alguns grupos ainda adicionam gentamicina).
Ademais, nos casos de meningite por pneumococo e hemófilo acrescenta-se
corticoide nos dias iniciais para reduzir risco de sequelas.
Os principais agentes bacterianos envolvidos nas meningites são o Streptococcus
pneumoniae (pneumococo, coco gram positivo), a Neisseria meningitidis
(meningococo, diplococo gram negativo) e Haemophilus influenzae (bacilo gram
negativo). Adicionalmente valorizamos a Listeria (bacilo gram positivo) em pacientes
com mais de 50 anos e imunodeprimidos.
A meningite bacteriana tem como característica a apresentação aguda, geralmente
evoluindo com gravidade até 24horas após os primeiros sintomas. Tríade clássica:
febre, rigidez de nuca e alteração do nível de consciência. O sintoma mais comum, no
entanto, é a cefaleia. Em lactantes, achados como irritabilidade e abaulamento da
fontanela são muito frequentes. O diagnóstico é através da análise do líquor. As
características esperadas são celularidade elevada (frequentemente acima de 1000
células, com predomínio de neutrófilos), glicose muito consumida e proteína elevada
(chegando a valores acima de 200mg/dL). A análise do gram é muito importante por
sugerir alguns diagnósticos etiológicos:
- coco gram-positivo: pneumococo
- coco gram-negativos: meningococo
- bacilos gram-positivos: Listeria
- cocobacilo gram-negativo: Haemophilus influenzae
A púrpura fulminans é uma complicação possível de sepse por qualquer germe,
embora seja clássica da meningococcemia. É uma síndrome trombótica de progressão
rápida, com coagulação intravascular disseminada e infarto hemorrágico da pele.
Habitualmente há múltiplas equimoses pelo corpo; pode ocorrer infarto hemorrágico
das adrenais, culminando com instabilidade hemodinâmica grave (síndrome de
Waterhouse-Friderichsen).
Os esquemas preferencias de profilaxia para meningites por meningoco e hemófilo
usam rifampicina. No entanto existe diferença na dose. Nos casos de meningococo a
recomendação é de rifampicina 600mg 12/12h por 2 dias; para hemófilo, 600mg/dia
por 4 dias.
Questão importante para relembrarmos sobre a quimioprofilaxia da doença
meningocóccica.
A quimioprofilaxia, embora não assegure efeito protetor absoluto e prolongado, tem
sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários. Os casos
secundários são raros, e geralmente ocorrem nas primeiras 48 horas a partir do
primeiro caso. O risco de doença entre os contatos próximos é maior durante os
primeiros dias após o início da doença, o que requer que a quimioprofilaxia seja
administrada o mais rápido possível.
Está indicada para os contatos próximos (moradores do mesmo domicílio, indivíduos
que compartilham o mesmo dormitório, comunicantes de creches e escolas, e pessoas
diretamente expostas às secreções do paciente.de casos suspeitos de doença
meningocócica).
O esquema ideal é rifampicina 10mg/kg/dose 2x ao dia por 2 dias e iniciada até 48h da
exposição. Ciprofloxacino ou ceftriaxone em dose única são alternativas.
A meningite tuberculosa pode se apresentar de forma subaguda ou crônica. A
subaguda tem como sintomas cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de
comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre,
fotofobia e rigidez de nuca - por tempo superior a duas semanas. Na forma crônica o
principal achado são várias semanas com cefaleia.
São alternativas à rifampicina na profilaxia de meningite por meningococo:
ciprofloxacino, ceftriaxone e azitromicina.
DOENÇAS ORIFICIAIS
A doença hemorroidária surge por uma perda dos elementos de sustentação dos
coxins venosos (teoria do deslizamento). A grande maioria dos paciente é
assintomática e o tratamento costuma ser clínico. Casos mais graves serão operados
e na técnica clássica de Milligan Morgan realiza-se a exérese de mamilo hemorroidário
deixando-se aberto o leito da hemorroida, que cicatriza por segunda intenção; na
técnica de Ferguson realiza-se a sutura com fechamento do leito.
O tratamento da hemorroida externa trombosada a princípio é clínico com banho de
assento com água morna, analgésicos e anti-inflamatórios por via oral e laxantes
leves. Não se deve usar papel higiênico e sim lavagem com água. Evita-se a
hemorroidectomia na urgência pelo edema intenso e ressecção de áreas
desnecessárias.
Após a drenagem de um abscesso perianal, pode surgir uma fístula perianal,
comunicando a parte interna do canal anal com a pele com saída crônica de secreção
e presença de um cordão fibroso perianal. O tratamento da fístula é cirúrgico.
A clínica clássica do abscesso perianal é de dor intensa e sinais flogísticos como rubor
e aumento de temperatura local associado a febre. Ao exame encontramos uma área
endurecida, muito dolorosa ao toque que pode apresentar uma área de flutuação. A
conduta será a drenagem cirúrgica do abscesso.
O tratamento das hemorroidas depende da presença de sintomas e do grau da
doença. Graus I e II são tratadas clinicamente; casos muito sintomáticos de graus II e
III são candidatos à ligadura elástica ou cirurgia; no grau IV cirurgia. A colonoscopia
sempre dever realizada no pré-operatório para descartar outras causas de
sangramento. Está indicado antibiótico profilático devido à região contaminada.
A fissura anal é uma ferida na região anal, muito dolorosa e de difícil cicatrização,
geralmente localizadas às 6h. Podem estar presentes: fissura, papila hipertrófica e
plicoma sentinela (tríade da fissura anal). A constipação é um fator de risco para sua
formação. O tratamento é baseado na melhora da evacuação, limpeza local com água
e não usar papel, pomadas miorrelaxantes (cremes de diltiazem) e cirurgia como a
esfincterotomia lateral interna.
O tratamento da fístula perianal é cirúrgico com fistulotomia ou fistulectomia. Quando
existe grande envolvimento do esfincter anal utiliza-se um sedenho com a cirurgia em
2 tempos para se evitar a incontinência anal posterior. Uma opção mais complexa é a
fistulotomia, fechamento do orifício interno e avanço de retalho mucoso.
As hemorroidas internas são classificadas em 4 graus: I não se exteriorizam, II
exteriorizam-se ao esforço e reduzem-se espontaneamente, III exteriorizam-se ao
esforço e necessitam de redução manual, IV não reduzem
A fissura crônica é inicialmente tratada com cremes miorrelaxantes como diltiazem ou
nifedipina. Em casos refratários ao tratamento clínico é indicada cirurgia de
Esfincterectomia lateral interna parcial.
ENDOCARDITE
TRAUMA ABDOMINAL
TRIAGEM NEONATAL
UROLOGIA
ANEMIAS HIPERPROLIFERATIVAS
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Quer ver um jeito massa de testar uma hipótese? Ensaio clínico! Pense numa coisa
boa...aqui geralmente vamos estudar dois grupos, um que será exposto a uma
intervenção (e quem faz isso somos nós pesquisadores) e outro não exposto! A regra
é: se tiver intervenção é ensaio!
Esta questão aborda um tipo de estudo que não é cobrado tantas vezes em prova. É
sempre bom entender direitinho qual o desenho da pesquisa para que a resposta seja
mais clara e direta. Este estudo ocorre ao longo de um ano, em quatro observações
nas quais se mede peso e altura tanto de crianças que frequentam creche quanto de
crianças que não frequentam a creche. Com essas medidas, por meio de uma análise
de regressão, busca-se saber se frequentar creche é um fator que impacta no peso e
altura da criança. Agora vamos ver as alternativas:
A) randomizado: ERRADA. Randomizar significaria distribuir as crianças de maneira
aleatória nos grupos. A randomização é feita para garantir que os fatores que
poderiam influenciar a análise foram igualmente distribuídos. Porém, o que o
pesquisador quer aqui é algo bem diferente, apenas observa os 2 grupos que foram
determinados sem a sua intervenção e por um critério bem específico, frequentar
creche.
B) quasi-experimental: CORRETA. Os estudos quasi-experimentais são aqueles em
que se tenta analisar associações, ou relações de causa-efeito, mas sem
aleatorização dos participantes em grupos e sem grupo controle completo. Ou seja,
ele interfere na formação dos grupos (no caso, adotando critério para entrar na
creche), que não são formados de maneira aleatória. E neste caso, o grupo que não
frequenta creche não é um grupo controle? Não propriamente dito. Para formar grupos
controle, busca-se homogenizar os grupos em todos outros fatores que não estão
sendo analisados, mas que se sabe que influenciam o resultado, como, por exemplo,
distribuir igualmente filhos de pais separados, de acordo com a renda, etc.
C) caso-controle: ERRADA. Caso-controle é um tipo de estudo que parte de um
desfecho e se analisa os fatores de risco/exposições desejados. Como assim? Neste
caso, seria um caso-controle se o pesquisador tivesse selecionado crianças com baixa
estatura (desfecho, ou caso) e de estatura normal (controle) e observasse quantas
dessas crianças frequentaram e quantas não frequentaram a creche (exposição).
D) descritivo: ERRADA. Um estudo descritivo é aquele que apenas descreve as
variáveis observadas, como peso e altura das crianças, suas médias, desvios-padrão,
etc. Já um estudo analítico busca fazer associações entre as variáveis, ou seja, qual
associação que existe entre uma exposição (frequentar creche) e um desfecho (peso e
altura). Para isso, utiliza medidas de risco, odds-ratio, regressões, etc.
E) transversal: ERRADA. Estudo transversal é aquele em que a informação é obtida
apenas num momento, se observa exposição e desfecho apenas naquele instante. O
estudo é longitudinal, pois observou a exposição e os desfechos em diversos
momentos. Lembre-se, transversal é uma foto do momento, já o longitudinal é um
filme.
Nos estudos de coorte acompanhamos o indivíduo desde a exposição (ou não) a
determinado fator e aguardamos o desenvolvimento do desfecho, correto? Ora, sendo
assim são estudos que permitem avaliar INCIDÊNCIA de doenças (casos novos!). Já a
PREVALÊNCIA (número de casos em determinado momento) é estimada
habitualmente pelos estudos descritivos, como ecológico e transversal.
A interpretação do risco relativo (RR) é relativamente simples, mas precisa ser feito
respeitando o intervalo de confiança de 95% (IC). Se o RR estiver acima de 1,0 em
TODO O IC, a incidência no grupo exposto é maior que no não exposto. Caso o IC
envolva a unidade (por exemplo, variando entre 0,8 a 2,3), o estudo não teve
capacidade de definir se a incidência é menor, maior ou igual entre os grupos! E
atenção: esse cuidado com o intervalo de confiança deve ser aplicado em todas as
outras medidas de estudos epidemiológicos como no Odds Ratio, Razão de
Prevalências, etc.
Esta questão é para você não se esquecer de sempre analisar o risco relativo (RR) e o
intervalo de confiança (IC).
O risco relativo (RR) é uma medida que avalia a probabilidade de ocorrer um evento
num grupo exposto a um risco em relação a um grupo não exposto. Por isso seu
cálculo é a incidência no grupo exposto (iE) dividido pela incidência no grupo não
exposto (iNE). (iE / iNE)
Vamos supor que de 100 crianças nascidas de mães expostas a agrotóxicos, 30
crianças tiveram má formação (incidência de 30/100=0,3) ; e que de 100 crianças
nascidas de mães não expostas a agrotóxicos, 20 tiveram má formação (incidência de
20/100=0,2). Teríamos um RR de 1,5 (iE / iNE = 0,3 / 0,2). Ou seja, mães agricultoras
têm risco 1,5 vezes maior, ou 50% maior (RR -1) de ter filhos com má formação
congênita (se estamos falando de quantas vezes é maior, usamos o RR. Se estamos
falando de quantos % é maior, usamos RR-1 para obtermos o percentual)
E o que o intervalo de confiança nos diz? Ele atesta que podemos afirmar com 95% de
certeza que o verdadeiro valor do risco relativo se situa entre 1,02 e 2,57. Mas o RR
não foi de 1,5? Sim, mas nesta amostra! Se repetíssemos este estudo 100 vezes, com
amostras diferentes, 95 dessas vezes o valor do RR se situaria entre 1,02 e 2,57. É
isso que significa intervalo de confiança de 95%.
E por que o intervalo de confiança é importante? Imagine que o intervalo de confiança
fosse entre 0,9 e 2,57. Isso significaria que, com 95% de certeza, o verdadeiro valor do
RR se situaria entre 0,90 e 2,57. E o que significa um RR menor que 1? Significa que
a exposição é um fator protetor! Ou seja, a incidência no grupo exposto é 90% da
incidência no grupo não exposto. Ou ainda 10% menor no grupo exposto (RR-1). No
caso, um RR de 0,9 seria como se 27 filhos de mães expostas a agrotóxicos tivessem
má formação e 30 filhos de mãe não expostas tivessem má formação (RR= iE / iNE =
0,27/ 0,30 = 0,9).
E se o RR fosse 1? As incidências seriam iguais entre os grupos! Não haveria
diferença entre estar exposto ou não ao agrotóxico.
Assim, podemos ver que a alternativa correta é a A, pois um RR de 1,5 significa que
há risco 50% maior (lembre-se quando falamos em vezes utilizamos o RR e quando
falamos em percentual utilizamos o RR -1 = 1,5 -1 = 0,5 = 50%).
Um bom delineamento de estudo para conhecer o perfil epidemiológico de uma
população seria o de um estudo transversal. Por quê? Porque ele é rápido, barato
e não precisa partir da divisão da população em grupos para poder ser realizado.
Vamos revisar um pouco sobre esse tipo de estudo?
A principal característica, que é o que dá o nome, do estudo transversal é que ele é
um "corte" em um momento do tempo. Ele não segue os indivíduos longitudinalmente.
É uma foto, um retrato da população. Então, por causa disso, ele é muito mais simples
e rápido de ser realizado. Precisamos analisar cada indivíduo apenas uma vez!
Para tirar essa "foto" da população, podemos utilizar vários recursos (questionários,
exames, entrevistas...), dependendo de qual o objetivo principal do estudo. Após
obtermos os dados da população, podemos fazer descrições do perfil epidemiológico
dos indivíduos analisados. Ex: na situação da questão, após a realização do estudo,
pode-se ter dados como 15% da população era hipertensa, 5% tinham diabetes, 30%
apresentavam sobrepeso/obesidade, etc. Esses dados podem então ser utilizados
para a elaboração de intervenções, políticas, programas.
Muito cuidado! Já que no estudo transversal estamos analisando um único momento,
não sabemos o que veio antes e o que veio depois! Não sabemos o que é causa e o
que é consequência. Por isso, temos que ter cuidado para não confundir
ASSOCIAÇÃO com CAUSALIDADE. Não são a mesma coisa. Pode ser que em uma
população estuada eu perceba grande número de pessoas com depressão e, ao
mesmo tempo, eu veja que também tem um grande número de pessoas que comem
chocolate. Será que é o chocolate que causa depressão? Não poderia ser o contrário,
ter depressão faz a pessoa querer comer chocolate? Essas perguntas não podem ser
respondidas apenas com um estudo transversal e, por isso, para testar hipóteses de
associação acabamos usando outros delineamentos como o estudo de coorte ou
caso-controle.
O estudo transversal ou seccional é aquele em que estudaremos uma população e
nela encontraremos um grupo de indivíduos que desejamos investigar - com alguma
doença por exemplo. Encontrando-os, descreveremos suas características...ou seja, é
uma fotografia de um grupo. Cuidado pra não confundir com a série de casos: nessa
selecionamos diretamente um grupo de doentes já conhecidos, e não os "procurados
numa população"...
O estudo de caso-controle tem desenho simples. A ideia aqui é selecionar dois grupos,
um que apresente o desfecho (doença) e outro sem o desfecho (sadio) - um caso, um
controle! E aí? Ora, vamos conversar com cada grupo agora e verificar se tiveram ou
não exposição a determinado fator (que pode ser de risco ou de proteção). No final,
poderemos mensurar quantas vezes a mais um evento pode ocorrer ou não nas
pessoas expostas a determinado fator...ops...eis a razão de chances...eis o ODDS
RATIO!
Nos estudos de coorte acompanhamos o indivíduo desde a exposição (ou não) a
determinado fator e aguardamos o desenvolvimento do desfecho, correto? Ora, sendo
assim são estudos que permitem avaliar INCIDÊNCIA de doenças (casos novos!). Já a
PREVALÊNCIA (número de casos em determinado momento) é estimada
habitualmente pelos estudos descritivos, como ecológico e transversal.
CÂNCER COLORRETAL
Todo paciente que apresente sangue nas fezes ou anemia crônica deve ser submetido
a EDA e colonoscopia para investigação, pois os tumores gastrointestinais podem
apresentar sangramentos evidentes ou ocultos.
A síndrome de Gardner é uma variante da polipose adenomatosa familiar (pólipos
adenomatosos), que apresenta também osteoma de mandíbula, dentes
extranumerários e tumores desmoides.
Em pacientes com sintomas como sangue nas fezes, mudança do hábito intestinal,
fezes em fita ou anemia crônica a colonoscopia deve sempre ser realizada. Não
podemos nos contentar com o diagnóstico de hemorroidas pois corremos o risco de
deixar passar uma neoplasia de cólon.
Apesar da faixa etária da paciente em questão não ter uma frequencia elevada de
neoplasia colônica, a história de sangramento anal, associado à ausência de doença
hemorroidária e colonoscopia demonstrando lesão de borda elevada e centro
ulcerado, típico dos tumores de cólon, a hipótese de câncer colônico é a principal.
A Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) é uma doença hereditária caracterizada pela
presença de múltiplos adenomas de cólon, normalmente mais que 100. É causada por
uma mutação germinativa com herança genética autossômica dominante no gene
APC (adenomatous polyposis coli), localizado no cromossomo 5q21. Trata-se de uma
enfermidade pouco frequente, cuja prevalência varia entre 1/5000 a 1/7500 casos,
sendo responsável por apenas 1% dos casos de câncer colorretal.
A síndrome de Peutz-Jeghers é doença autossômica dominante rara e tem como
características a presença de pigmentação melânica mucocutânea em lábios, região
perioral e mucosa bucal, associada com polipose hamartomatosa do trato
gastrointestinal. Portadores da síndrome têm elevada propensão de desenvolverem
diversos tumores malignos.
A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica, que pode comprometer
qualquer segmento do aparelho digestivo, desde a boca até o ânus e a região
perianal, porém os locais mais afetados são o íleo terminal (Intestino delgado) e o
cólon. É peculiar da doença o acometimento segmentar da inflamação, entremeada
por áreas normais do intestino. A lesão pode estender-se para todas as camadas do
intestino causando espessamento e estreitamento intestinal. Os sintomas são
variados, mas tipicamente incluem: dor abdominal (em 70 a 80 % dos casos), diarreia
(em 70 a 75% dos pacientes) e perda de peso (em 60% dos pacientes). Sintomas de
mal-estar, perda de apetite ou febre são comuns. A doença pode evoluir para
obstruções intestinais por estenoses, fístulas na região perianal ou abscessos.
A mudança dos hábitos dietéticos é primordial para pacientes constipados crônicos.
No caso do paciente em questão, a sintomatologia, associado aos hábitos dietéticos
não saudáveis, nos leva a pensar em um quadro de constipação simples. Porém, o
paciente é idoso, acima de 55 anos e, por mais que já tenha realizado pesquisa de
sangue oculto nas fezes, tem indicação de realização de colonoscopia.
O enema opaco tem sua indicação bastante limitada no rastreamento do câncer
colorretal, cabendo principalmente nos casos de megacólon.
A retossigmoidoscopia se limita a avaliar o reto e a transição retossigmoide. O restante
do cólon não é avaliado neste exame, o que impossibilita eventual diagnóstico nessas
outras partes do intestino grosso.
Com relação ao ultrassom, presença de grande quantidade de fezes e meteorismo,
dificulta a realização do exame, bem como diminui a sua sensibilidade. E mesmo em
condições ideais de realização, não é um exame apropriado para pesquisa de
neoplasia colorretal.
Os principais fatores de risco para o câncer colorretal são a presença de pólipos
adenomatosos (principalmente o viloso), história familiar, síndromes hereditárias
(Peutz-Jeghers, polipose adenomatosa familiar, e síndrome de Lynch), e doenças
inflamatórias intestinais.
O câncer colorretal deve ser rastreado em pacientes acima de 45-50 anos. A
colonoscopia é o exame de escolha, podendo ser realizado a cada 10 anos caso seja
normal em pacientes de baixo risco. A pesquisa de sangue oculto nas fezes possui
altos índices de falsos positivos e falsos negativos; apesar disso, o ministério da saúde
ainda orienta sua realização anualmente após os 50 anos para pacientes
assintomáticos e solicitação posterior de colonoscopia caso o sangue oculto seja
positivo. Essa conduta é controversa e diverge das principais sociedades que orientam
a colonoscopia diretamente como rastreamento.
Vamos a uma breve revisão sobre os exames de rastreio para doenças oncológicas:
mulheres acima de 25 anos, após a sexarca, devem realizar o rastreio para câncer de
colo uterino dos 25 aos 64 anos de idade através da colpocitologia oncótica (coleta
anual e, após dois resultados normais, coleta passa a ser trienal). Indivíduos acima de
50 anos de idade devem fazer rastreio para câncer colorretal através de sangue oculto
nas fezes ou colonoscopia. Nesta mesma faixa etária, as mulheres devem iniciar o
rastreio para câncer de mama, que deve ser feito (segundo diretrizes do Ministério da
Saúde) bienalmente dos 50 aos 69 anos de idade, através de mamografia. Em
homens acima de 50 anos, pode - se conversar individualmente com cada paciente
sobre o rastreio de câncer de próstata a partir do toque retal em associação com a
dosagem de PSA. Em pacientes tabagistas (ativos, ou que cessaram há menos de 15
anos, e com pelo menos 30 anos - maço) acima de 55 anos, deve - se rastrear o
câncer de pulmão através da tomografia computadorizada de tórax de baixa dosagem.
Com base nessa revisão, a resposta correta sobre o rastreamento oncológico para
uma paciente de 54 anos de idade encontra - se na alternativa D
Os tumores do cólon direito costumam crescer para fora da luz (não causando
obstrução), levando a um quadro de massa palpável, dor e principalmente anemia
crônica. Por outro lado, os do cólon esquerdo crescem para dentro da luz, podendo
apresentar mudança de hábito intestinal, fezes em fita e obstrução intestinal. Os
tumores do reto podem apresentar tenesmo, hematoquezia e fezes em fita, além de
quadros obstrutivos.
O câncer colorretal possui um surgimento lento, originam-se de um pólipo
adenomatoso e transformam-se em adenocarcinoma em até 10 anos; por isso temos
chance de evitá-lo através do rastreamento pela colonoscopia, com extração dos
pólipos.
A rabdomiólise é causa potencial de IRA com lesão tubular direta pela mioglobina.
Classicamente encontraremos mioglobinúria, elevação de enzimas musculares (CPK,
mioglobina, aldolase, AST...), eventualmente acompanhada de anormalidades em
eletrólitos similar ao visto na síndrome de lise tumoral (afinal há destruição celular
exuberante): hiperK, hiperP, hiperUricemia e hipoCa. O tratamento é feito com
hidratação vigorosa com cristaloides e, eventualmente, com alcalinização urinária
(com bicarbonato), que não é consensual.
A questão traz um paciente jovem com história recente de atividade física intensa, que
agora apresenta oligúria, urina escura (possível mioglobinúria), além de dor muscular.
O primeiro diagnóstico que devemos pensar é a rabdomiólise. Essa síndrome ocorre
por lesão do músculo esquelético, que leva a liberação de componentes intracelulares
na circulação, como eletrólitos, mioglobina e proteínas. A rabdomiólise pode ter
inúmeras causas como trauma, infecções, queimaduras e atividade física extenuante.
A presença de mioglobinúria e insuficiência renal é marcante na rabdomiólise, sendo
que o mecanismo exato da lesão renal aguda é ainda incerto (vasoconstrição,
isquemia e obstrução tubular por mioglobina). Mialgia e fraqueza muscular são
queixas comuns. Uma das principais alterações laboratoriais observadas é a elevação
da CPK (valores de 500 a 1000 U/L são usados para definir rabdomiólise, mas o valor
absoluto é incerto). Em mais da metade dos pacientes também observamos
mioglobinúria (presença de hemopigmentos em urina rotina na ausência de
hematúria). Além disso, lesão renal aguda é uma complicação comum da
rabdomiólise, sendo que o risco é mais alto em pacientes com valores de CPK > 5.000
U/L. Além de corrigir a causa base da rabdomiólise, o objetivo principal do tratamento
é a prevenção da lesão renal, que é feita através de hidratação endovenosa vigorosa,
que deve ser mantida até resolução da rabdomiólise (valores de CPK < 1000UI/L).
Vale a pena lembrar que caso o paciente já apresente na entrada ou evolua para uma
lesão renal oligúrica, a hidratação vigorosa não apresenta benefícios e pode levar a
congestão pulmonar.
Um diagnóstico diferencial pode ser a leptospirose, contudo, sua manifestação
clássica é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia, insuficiência renal
e hemorragia.
A polimiosite também pode levar à aumento da CPK, contudo, sua apresentação
clínica é mais insidiosa, e se caracteriza por fraqueza proximal e simétrica de cinturas
escapular e pélvica e de musculatura cervical.
VALVULOPATIA
Pacientes que estão recebendo sulfato de magnésio devem ser monitorizadas quanto
à toxicidade do magnésio. Devem ser controlados reflexos patelares, frequência
respiratória e diurese.
Essa paciente tem alguns fatores de risco para pré eclâmpsia, entre eles a idade
(adolescente), a raça negra, ser primigesta e a gestação gemelar. Ela tem um quadro
clássico de iminência de eclâmpsia, uma emergência hipertensiva. É caracterizada por
pico pressórico (180x120mmHg) associado a cefaleia, epigastralgia e turvação visuais.
Devemos imediatamente monitorizar tanto a mãe quanto os 2 fetos, pegar 2 acessos
venosos calibrosos, administrar sulfato de magnésio endovenoso (dose de ataque com
MgSO4 20% EV leito em 20 minutos, seguido por infusão contínua de 2g/hora por
24h), passar sonda vesical de demora e colher exames (hemograma completo, DHL,
proteinuria de fita, urina 1, bilirrubinas, TGO, TGP, ureia, creatinina).
QUESTAO DISCURSIVA
a) Nessa questão, o examinador traz uma gestante de 30 semanas com pré eclâmpsia
grave (elevação pressórica acima de 20 semanas com proteinúria ++/4+ associada, e
sinais de gravidade), que está abrindo um quadro de iminência de eclâmpsia (cefaleia,
epigastralgia e alteração do nível de consciência e que, clinicamente, tem um quadro
sugestivo de síndrome HELLP, com icterícia e sinais clínicos de plaquetopenia
(petéguias e saneamento gengival).
b) O diagnóstico de HELLP é laboratorial, na vigência de Hemólise (DHL =600 e/ou
bilirrubina =1.2 e/ou esquizócitos), Elevação das enzimas hepáticas (TGO e TGP>70)
e Plaquetopenia (<100.000/mL).Devemos tambó;em solicitar coagulograma, função
renal, urina 1, ácido úrico, proteinúria de fita.
c) Algumas situações clínicas simulam uma síndrome HELLP, entre elas
Síndrome hemolítica urêmica - tem comprometimento renal importante
associado a plaquetopenia e hemólise
Púrpura trombocitopênica trombótica - Plaquetopenia que vai ter predomínio de
sintomas neurológicos, como alterações de comportamento
Esteatose hepática aguda da gravidez - Gravíssima, cursa com hipoglicemia
grave e coagulação intravascular disseminada
Púrpura trombocitopênica Idiopática - Plaquetopenia autoimune, não cursa com
hemólise
Hepatite viral - Aumento de transaminases e bilirrubinas
Dengue hemorrágica - Plaquetopenia associada a febre, dor retroocular,
hipotensão.
Colecistopatias - Aumento de bilirrubina direta
Pancreatopatias - Dor abdominal em faixa
Colagenoses
d) A paciente e o feto devem ser monitorizados, estabilizada clinicamente. Pegar 2
acessos venosos calorosose administrar sulfato de magnésio por via endovenosa,
com gluconato de cálcio a beira leito. Passar sonda vesical de demora.Os exames
laboratoriais devem ser seriados a cada 6 horas. Como está entre 24-34 semanas,
deve receber corticoterapia (caso tivesse mais de 34 semanas, estaria indicada a
resolução da gestação).
e) Caso evolua para indicação de parto, pode ser por via abdominal (nesse caso, com
anestesia geral pois a plaquetopenia contraindica raquianestesia) ou por via vaginal
(que tem menor sangramento).
A conduta na eclâmpsia (e iminência de eclâmpsia) é manutenção da oxigenação
materna, sulfato de magnésio para evitar convulsões, controle de níveis pressóricos,
avaliação laboratorial (síndrome HELLP), avaliação do bem estar fetal e, após
estabilização materna, parto por via obstétrica.
Essa paciente, na fase ativa do trabalho de parto, tem um quadro clássico de
iminência de eclâmpsia, uma emergência hipertensiva. É caracterizada por pico
pressórico associado a cefaleia, mal estar gástrico e alterações visuais. Devemos
imediatamente monitorizar a paciente e o feto, pegar 2 acessos venosos calibrosos,
administrar sulfato de magnésio endovenoso (dose de ataque com MgSO4 20% EV
leito em 20 minutos, seguido por infusão contínua de 2g/hora por 24h), passar sonda
vesical de demora e colher exames (hemograma completo, DHL, proteinuria de fita,
urina 1, bilirrubinas, TGO, TGP, ureia, creatinina). Devemos tranquilizar a paciente e,
caso ela não tenha plaquetopenia que contraindique analgesia de parto, podemos
prescrevê-la. Não está contraindicado o parto por via vaginal, se a vitalidade fetal
permitir. Pelo contrário, ele é preferido nessa paciente, pelo menor risco de
sangramento
A hipertensão arterial na gestação é definida pela presença de PA sistólica maior ou
igual a 140mmHg e/ou diastólica maior ou igual a 90mmHg (pelo 5º ruído de
Korotkoff), confirmada por medida adicional com intervalo mínimo de 4 horas. A
medida deve ser feita com a paciente sentada. As drogas de escolha para tratamento
da hipertensão na gestação são a alfametildopa, os bloqueadores de canal de cálcio
(nifedipina e amlodipina), labetolol. Devem ser evitados os iECA e os BRA.
Nas gestantes com hipertensão arterial sistêmica antes de 20 semanas, temos por
meta a normalização dos níveis pressóricos, o que possibilita melhores condições de
invasão trofoblástica e menor probabilidade de instalação de DHEG superajuntada,
restrição de crescimento fetal e alterações de resistência placentária.
As medicações preconizadas para controle pressórico em gestantes incluem
alfametildopa 750-2000mg/dia, labetalol (indisponível no Brasil), pindolol 10-30mg/dia
(indisponível no Brasil), anlodipino 5-20mg/dia. Caso seja necessária uma terceira
medicação para controle pressórico em gestante, pode-se optar por metoprolol,
carvedilol ou hidralazina.
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ex. captopril) e bloqueadores dos
receptores de angiotensina (ex. losartana) são contra-indicados na gravidez. A
hidroclorotiazida até pode ser mantida, desde que não haja oligoâmnio ou restrição de
crescimento fetal, mas raramente vamos introduzir na gravidez.
Essa paciente tem um quadro de elevação dos níveis pressóricos com idade
gestacional maior que 20 semanas, associada a edema, ganho de peso significativo e
proteinúria, sem sinais de gravidade. Tem o diagnóstico de pré eclâmpsia leve.
Essa paciente deverá ser submetida a repouso relativo, domiciliar ou internada. O
ministério da saúde e a FEBRASGO recomendam dieta normossódica. O bem estar
fetal deve ser avaliado e a gestação deve ser interrompida se não for possível
seguimento com vitalidade fetal pelo menos semanal.
Aumento dos níveis pressóricos após a vigésima semana de gestação, com ausência
de proteinúria (< 300 mg/dia) e de outros indícios de pré-eclâmpsia, além do
desaparecimento do quadro até 12 semanas após o parto, são sinais compatíveis com
hipertensão gestacional.
Paciente previamente normotensa, passa a apresentar em idade gestacional acima de
20 semanas PAS=140mmHg ou PAD=90 mmHg, associado a edema e/ou proteinúria
significativa (>0.3g/L em 24h), e sem outros sinais de gravidade. Tem o diagnóstico de
pré eclâmpsia leve, devendo ser orientada quanto à dieta hipossódica e repouso e
encaminhada para pré natal de alto risco. Deve também ser realizada vitalidade fetal
e, caso não obtenha controle fetal adequado com dieta hipossódica e repouso, devem
ser introduzidos antihipertensivos.
Vamos aproveitar as alternativas dessa questão para revisar os conceitos
respectivos?
A - Pré eclâmpsia leve - resposta correta - Com idade gestacional acima de 20
semanas, paciente evolui com PAS=140mmHg ou PAD=90 mmHg em 2 aferições em
repouso, associado a edema e/ou proteinúria significativa (>0.3g/L em 24h), e sem
outros sinais de gravidade
B - Pré eclâmpsia grave - Pré eclâmpsia associada a sinais de gravidade, como PAS
=160, PAD=110 (confirmadas em 2 aferições com intervalo de mínimo de 1-2h),
proteinúria =2-5g/24h), Edema generalizado, cianose, edema pulmonar, oligúria
(diurese <400-500mL/24h), sinais de iminência de eclâmpsia (cefaleia, epigastralgia e
alterações visuais), trombocitopenia (<100.000/mm3), coagulopatia, aumento em =2
vezes nas transaminases, hiperbilirrubinemia, piora da função renal (creatinina >1.1-
1.2mg/dL ou dobro do valor inicial), alterações visuais ou cerebrais, esquizócitos em
esfregaço de sangue periférico.
C - Iminência de eclâmpsia - Pico pressórico associado a cefaleia, epigastralgia e
alterações visuais
D - Hipertensão gestacional - Elevação da pressão arterial após 20a semana SEM
proteinúria
E - Hipertensão arterial crônica - Hipertensão prévia à gestação ou detectada antes de
20 semanas, ou que não se resolve após o parto
PROFILAXIA PRE-ECLAMPSIA
Para a prevenção de pré-eclâmpsia, as maiores evidências apontam para a utilização
de AAS nos casos de alto risco (75 a 150 mg, introduzidos até 16 semanas de idade
gestacional). Outros consideram a complementação com cálcio em gestantes com
dieta pobre nesse elemento.
A questão aborda o tema profilaxia de pré-eclâmpsia na gestação, e questiona qual
das medicações citadas pode ser usada com esse objetivo. Importante lembrar que a
Doença hipertensiva na gravidez é importante causa de mortalidade materna, em
algumas regiões do país até superando a hemorragia pós-parto como principal causa.
Algumas pacientes apresentam benefício bem estabelecido de realização de profilaxia
de pré-eclâmpsia na gestação, sendo consideradas de alto risco para desenvolvimento
dessa patologia. São elas: história prévia de pré-eclâmpsia, hipertensão crônica ou
diabetes mellitus prévio, doença renal, doença auto-imune, entre outros. Nesses
casos, é recomendado introdução de ácido acetil salicílico (AAS) em baixas
doses (grau de evidência A), iniciada entre 12 e 16 semanas de gestação idealmente.
Outra medicação utilizada com esse mesmo objetivo é a suplementação de cálcio
(pelo menos 1 grama/dia). Portanto, letra D correta. Analisando as outras alternativas:
A) Metildopa é um anti-hipertensivo agonista alfa-adrenérgico seletivo para alfa2,
utilizado para tratamento de doença hipertensiva na gestação, não para sua profilaxia.
B) O ácido fólico é utilizado na gestação para prevenção de malformações fetais,
principalmente neurológicas, sendo importante para a formação do tubo neural fetal.
Tem maior importância se introduzido no primeiro trimestre.
C) A progesterona não tem papel na profilaxia da pré-eclâmpsia. Pode ser usada em
casos selecionados para prevenção de parto prematuro
D) Resposta correta
Quando não houver sinais de gravidade de pré-eclampsia, a doença é classificada
como leve e o prognóstico é melhor. De acordo com o Ministério da Saúde, ainda
assim, essas gestantes devem ser inicialmente internadas. O parto pode ocorrer até
40 semanas. Em alguns serviços, mesmo em casos leves, o parto é indicado para
ocorrer no termo (37 semanas).
Síndrome HELLP é caracterizada por hemólise (elevação de DHL ou bilirrubinas,
presença de esquizócitos em sangue periférico), elevação de enzimas hepáticas (TGO
e/ou TGP maior ou igual a 70) e plaquetopenia (abaixo de 100mil/mm3).
Habitualmente, as pacientes são oligossintomáticas (pode haver dor epigástrica ou em
hipocôndrio direito) e não há uma ordem definida de surgimento das anormalidades
diagnósticas.
a) Nessa questão, o examinador traz uma gestante de 36+1/6 semanas com pré
eclâmpsia grave (elevação pressórica acima de 20 semanas com proteinúria 1.2g/24h
associada, e sinais de gravidade), e um quadro sugestivo de síndrome HELLP ou
HELLP parcial, que está abrindo uma iminência de eclâmpsia com cefaleia e
epigastralgia.
além disso, tem os diagnósticos de oligoâmnio e restrição do crescimento intrauterino
b) Paciente com PAS =160 e PAS =110 (pico pressórico) e proteinúria (>0.3g/24h),
com cefaleia e epigastralgia, elevação de ácido úrico e sinais laboratoriais deHELLP:
Elevação das enzimas hepáticas (TGO e TGP>70) e Plaquetopenia (<100.000/mL).
Nos casos de ferimento sem as características acima, a maior possibilidade é que seja
Superficial, então a conduta inicial é avaliar se a lesão atravessa ou não o músculo
platisma. A exploração digital em ferimentos no pescoço é controversa, mas foi a
resposta da banca. A paciente da questão se enquadra nesse cenário, sendo possível
examinar o local e se confirmado ser superficial pode ser realizada a sutura .
A fratura de bacia com sangramento (venoso do periósteo) no retroperitônio é uma das
causas de choque hipovolêmico no trauma; o tratamento inicial se faz com fechamento
da bacia com lençol na sala de emergência e tratamento cirúrgico ortopédico como a
fixação externa ou interna. Em casos muito graves, pode ser realizado o
tamponamento pélvico pré-peritoneal e embolização.
Temos um paciente com fratura de bacia, uma lesão muito associada a trauma de
uretra posterior.
Pacientes com fratura de bacia podem apresentar uretrorragia por lesão de uretra
(relacionada à fratura).
Nesse caso, o paciente deve ser avaliado através de uretrocistografia miccional
sempre antes da sondagem vesical.
Detectando-se a lesão na uretra, o paciente NÃO pode ser sondado, precisamos
realizar a cistostomia.
Porém, na questão ele já está sondado e está com bexigoma, o que fazer?
Vamos retirar a sonda vesical e realizar a cistostomia. Depois chamar o urologista!
Geralmente ocorre nas primeiras 24h do trauma e, após diagnosticada, deve ser
prontamente tratada com incisões longitudinais para a abertura da fáscia e
descompressão do membro afetado.
Todo paciente com fratura de bacia deve ser investigado para lesão de uretra com
toque retal (próstata deslocada cranialmente) ou sangue no meato. Na suspeita de
lesão de uretra não devemos realizar a sondagem vesical, mais sim a uretrocistografia
retrógrada para descartar a lesão. Caso seja confirmada, a conduta será cistostomia.
Pacientes com fratura de bacia podem apresentar uretrorragia por lesão de uretra
(relacionada à fratura) ou hematúria por trauma renal associado (trauma de alta
energia). Nesse caso, o paciente deve ser avaliado através de uretrocistografia
miccional sempre antes da sondagem vesical. A TC é um bom exame para avaliar
lesões renais e extravasamento de contraste. A hematúria costuma ser temporária,
porém, se houver instabilidade hemodinâmica estará indicada cirurgia de urgência.
Em casos de acidentes pérfuro-cortantes com anzol, devemos tomar cuidado para
evitar acidentes ao tentar retirar o objeto, principalmente se houver duas pontas
cortantes. Podemos realizar o corte da ponta livre com alicate, enquanto se está
removendo a ponta perfurante.
A boa e velha história de pescador. Antes de qualquer intervenção no trauma, seja na
rodovia, seja na equipe de saude da família ribeirinha, é PRIMORDIAL controlar o
ambiente e não aumentarmos o numero de vitimas, muito menos nos tornarmos uma
delas, portanto, esse anzol com duas pontas deve ter sim sua outra extremidade
removida.
Lembrar sempre que o anzol é feito para quanto mais se tracionar no sentido oposto
da entrada, mais ele encrava no tecido e tende a machucar ainda mais.
Na hora da remoção no centro cirúrgico em ambiente controlado, nunca tentar
tracionar o anzol para que ele volte por onde entrou.
O membro amputado traumaticamente não deve ser deixado em contato direto com o
gelo, pois isso leva a lesão tecidual direta. A melhor conduta é a: cobrir o membro
amputado com pano limpo e colocá-lo em um saco plástico e, depois, em um
recipiente com gelo.
A primeira medida no trauma com ferimento sangrante é parar a fonte de
sangramento, sendo a escolha inicial a compressão local. O garrote é uma opção
quando a compressão falha e o sangramento é volumoso, sendo indicado para evitar
instabilidade hemodinâmica e perdas volêmicas. Traumas de membros podem sangrar
grandes volumes, em especial lesões de ossos longos como fêmur.
Quanto aos cuidados com o membro amputado nunca devemos deixa-lo em contato
direto com o gelo, pois isso leva a lesão tecidual direta. A melhor conduta é a descrita
na alternativa D: cobrir o dedo amputado com pano limpo e colocá-lo em um saco
plástico e, depois, em um recipiente com gelo.
A lesão de uretra posterior (segmento membranoso) ocorre mais nas fraturas pélvicas
e a lesão de uretra anterior ocorre mais na "queda a cavaleiro".
TROMBOEMBOLIA PULMONAR
Se a probabilidade clínica de TEP for elevada o dímero-D não deve ser solicitado.
Nesse cenário, se vier negativo não é suficiente para afastar o diagnóstico.
Questão clássica de tromboembolia pulmonar: quadro respiratório súbito! Tudo bem
que não é a única doença que se apresenta dessa forma, mas sempre será um
diferencial, e é a queridinha das provas nesse contexto.
Observe que há outros dados compatíveis, como edema unilateral periférico (provável
TVP) e fator de risco - viagem prolongada... Importante lembrar que nenhum desses
dois dados é obrigatório na história da TEP.
Mas a questão explora ainda a abordagem terapêutica, e aqui temos um problema...é
que embora o tratamento intuitivo seja uso de trombolíticos, essa não é a realidade. A
trombólise tem riscos, e por isso só é considerara em pacientes com instabilidade
hemodinâmica (hipotensão), o cenário mais crítico da TEP; nos outros casos a ideia é
apenas anticoagular o paciente, com objetivo de impedir formação de novos trombos,
A anticoagulação pode ser feita com NOACS (como rivaroxabana, por exemplo),
combinação de heparina e varfarina (suspendendo a heparina assim que a varfarina
iniciar seu efeito) ou heparina isolada (casos de maior gravidade). Sendo assim, não
faz qualquer sentido considerar trombólise nesse caso...
As alterações mais comuns na radiografia de tórax na TEP são atelectasias pequenas
e derrame pleural. Achados clássicos ocorrem em menos de 15% dos casos: (a)
corcova de Hampton, consolidação triangular periférica, com ápice voltado para o hilo,
denotando infarto pulmonar; (b) sinal de Westmark, ou oligoemia focal, área de
hipotransparência por pobreza de vasos pela obstrução pelo trombo; (c) sinal de Palla
ou Fleschner, alargamento da artéria pulmonar por sobrecarga vascular.
Sintomas respiratórios súbitos devem motivar a suspeita de tromboembolia pulmonar,
principalmente na vigência de fatores de risco, como fratura ortopédica, pós-operatório
e imobilização...
Observe que além disso a paciente apresenta estigmas de trombose venosa profunda,
com edema unilateral de membro inferior direito...ora, tudo sugere TEP! O que fazer?
Iniciar a anticoagulação e investigar, e sabemos que o melhor exame é a
angiotomografia.
E o dímero-D, ajuda nesse caso? Importante Não, ainda que tenha sido fornecido pela
questão... importante lembrar que o dímero-D, que é um produto de degradação da
fibrina, não se presta para confirmar diagnóstico de TEP; sua utilidade é de evitar a
realização de angiotomografia em alguns casos se for negativo....
O problema é que no caso citado, a probabilidade clínica pré-teste de TEP é bem
elevada - não há um outro diagnóstico mais plausível! Sendo assim, um dímero-D
negativo não afastaria o diagnóstico, e continuaríamos necessitando da
angiotomografia...
O detalhe importante é que apesar de o enunciado ter fornecido valores de
normalidade, é sugerido já há algum tempo que quando a idade do paciente for
superior a 50 anos, o limite do exame seja o resultado da multiplicação da idade x
10...sendo assim, o normal nesse caso seria de 700...ou seja, o valor da paciente
estaria normal! Isso muda algo, não!!!
E a alteplase? Seria uma opção? Não! Trombolíticos podem ser considerados nos
casos de TEP com instabilidade hemodinâmica; nos demais, os riscos parecem não
suplantar os benefícios, e indicamos apenas a anticoagulação com o objetivo de evitar
formação de novos trombos.
O achado eletrocardiográfico mais comum na TEP é taquicardia sinusal. O padrão S1-
Q3-T3 ainda que clássico (denota sobrecarga de ventrículo direito), é pouco frequente
e inespecífico: onda S profunda em dI, onda Q em dIII, onda T invertida em dIII.
Os NOACs são os fármacos de escolha para anticoagulação na TEP de pacientes
estáveis. A associação de heparina e varfarina é opção secundária. Um detalhe
adicional: no paciente com tep instável, a heparina não-fracionada é preferível em
detrimento da heparina de baixo peso.
O dímero-D tem boa sensibilidade, mas baixa especificidade para o diagnóstico de
TEP. Jamais confirma o diagnóstico, mas pode ser útil para afastar a hipótese sem
necessidade de angiotomografia em casos de probabilidade clínica baixa a
intermediária.
O diagnóstico de TEP exige a visualização do trombo. O melhor método na atualidade
é a angiotomografia. Alternativas são o doppler de membros inferiores (principalmente
em pacientes que não podem ser deslocado à radiologia), cintilografia ventilação-
perfusão (pouco disponível na urgência) e arteriografia (habitualmente a última opção,
pela possibilidade de complicações).
principal característica clínica da TEP é quadro respiratório súbito, que pode vir
acompanhado de fatores de risco para trombose venosa profunda. Dentre os
sintomas, os mais comuns são tosse, dispneia, dor torácica e hemoptise; dentre os
sinais, taquicardia e taquipneia.
A angiotomografia de tórax é o método mais utilizado atualmente para o diagnóstico
de TEP. Tem como limitações alteração da função renal, alergia a contraste e
impossibilidade de deslocamento do paciente. Atenção: o exame pode ser realizado
em grávidas!
O uso de trombolíticos na TEP está recomendado apenas para pacientes com
instabilidade hemodinâmica (PA < 90x60mmHg), na ausência de contra-indicações. A
trombólise pode ser feita até 14 dias após o evento inicial. Se houver limitações pode
ser considerada a trombólise mecânica.
A gravidade da TEP tem relação com o grau de sobrecarga do ventrículo direito.
Elevações de BNP e troponinas podem ser utilizadas como marcadores prognósticos,
pois denotam estresse da parede ventricular.
O dímero-D tem boa sensibilidade, mas baixa especificidade para o diagnóstico de
TEP. Jamais confirma o diagnóstico, mas pode ser útil para afastar a hipótese sem
necessidade de angiotomografia em casos de probabilidade clínica baixa a
intermediária.
A principal característica clínica da TEP é quadro respiratório súbito, que pode vir
acompanhado de fatores de risco para trombose venosa profunda. Os fatores
trombogênicos podem ser hereditários (trombofilias como o fator V Leiden, mutação do
gene da protrombina etc) e adquiridos, como neoplasias, cirurgia (principalmente
ortopédica), fraturas, imobilização, antecedente de tvp/tep, anticoncepcional/TRH,
gravidez/puerpério etc.
DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS
RAIVA E TÉTANO
NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS
Porém a questão nos leva a acreditar que temos um quadro de mais longa data,
trazendo como importante hipótese diagnóstica o quadro de linfoma, o que é
corroborado pela radiografia de tórax mostrando alargamento do mediastino.
Realizada a biópsia, confirmamos o diagnóstico, já que encontramos células de Reed-
Sternberg (células gigantes, multinucleadas, com aspecto de olhos de coruja,
conforme mostrado na imagem).
Certo, a questão entrega tudo na nossa mão, temos apenas que entender que é um
linfoma hodgkin (grava isso: Reed-Sternberg = Linfoma Hodgkin). Entendendo isso,
a melhor resposta é a letra A, encaminhar para o centro de referência oncológica de
alta complexidade.
O diagnóstico dessas duas doenças, nessa fase inicial (menos de 6 dias), requer PCR
ou pesquisa de antígeno (NS1, no caso da dengue). Não há qualquer sinal de
complicação, então o acompanhamento é ambulatorial, sem necessidade de outros
exames complementares ou hidratação endovenosa. O retorno deve ser orientado em
caso de aparecimento de sinais de alarme da dengue.
A Chikungunya tem como quadro clínico clássico febre alta de início súbito
acompanhado de artralgia intensa. Outros achados são cefaleia, mialgia, rash e
indisposição. Pode ser classificada em aguda (até 7 dias), subaguda (até 3 meses) e
crônica (mais de 3 meses de sintomas).
Testes diagnóstico da Zika, Chikungunya e Febre Amarela: teste molecular (PCR) -
coletar até o quinto dia de doença; sorologia (IgG e IgM) - deve ser realizada a partir
do sexto dia após o início dos sintomas.
DOENÇAS GLOMERULARES
RESUMINHO!
Hematúria glomerular durante a infecção -> Provavelmente Nefropatia por IgA, GNMP
ou Membrana Fina
Hematúria glomerular após 2-3 semanas da infecção -> Provavelmente GNDA/GNPE
Questão confusa e bastante específica. Não é atoa que essa questão foi anulada pelo
concurso - Notamos uma paciente Diabética em tratamento irregular que desenvolveu
um quadro de Sindrome Nefrótica.
SAÚDE DA FAMÍLIA
CÂNCER DE ESÔFAGO
Outro detalhe, para considerarmos que o paciente tem o risco de exposição pelo
tabagismo diminuído após ter cessado, exige-se PELO MENOS 15 anos de
abstenção.
Radiografia de tórax não nos indica cirurgia, tampouco biopsia ou condutas invasivas.
Lembre-se que ela é um exame pouco específico. Tanto é que o exame de
RASTREIO de câncer de pulmão em pacientes tabagistas é a chamada TCBD do
inglês LDCT (tomografia computadorizada de baixa dose).
Que, portanto, será a nossa próxima conduta. Lesão nodular isolada pulmonar em
paciente tabagista, até que se prove o contrario, é câncer e precisamos prosseguir a
investigação com a tomografia computadorizada.
Outro adendo, até hoje não existe marcadores séricos para o câncer de pulmão como
o CEA para os tumores colorretais por exemplo. Não caia nessa.
O cigarro ainda continua sendo responsável por aproximadamente 75% dos tumores.
O câncer de pulmão é o que mais mata no mundo....e isso não é por acaso: sintomas
como tosse, dispneia, hemoptoicos, perda ponderal são tardios; nenhum é específico -
mesmo o baqueteamento digital, nem sempre ocorre, e pode estar associado a uma
série de outras doenças, como fibrose pulmonar, bronquiectasias, tuberculose,
cardiopatia congênita (lembrando que DPOC não gera baqueteamento!)... Fato é que
o diagnóstico muitas vezes ocorre em fase avançada...Obviamente ficaremos atentos
à história clínica para pensar na possibilidade de neoplasia, principalmente em
indivíduos que apresentarem os dois maiores fatores de risco para câncer de pulmão:
tabagismo e idade avançada.
A síndrome da veia cava superior ocorre por compressão mecânica dessa veia,
geralmente por neoplasia no tórax e mediastino. Nesse caso, o paciente apresenta
estase jugular, pletora facial, edema de face, tórax e membros superiores, além de
circulação colateral no tórax e pletora no tórax superior e pescoço (tonalidade
arroxeada). Dispneia pode estar presente e piora ao inclinar o tórax para frente - por
comprimir ainda mais a veia. A etiologia mais comum é neoplasia (linfoma,
principalmente não-Hodgkin, e neoplasia de pulmão, principalmente células
pequenas). O tratamento na maioria das vezes será voltado para a abordagem da
doença de base.
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
BCG quase sempre deixa cicatriz característica, com até 1cm de diâmetro, no local em
que foi aplicada (deltoide direito). Essa reação é esperada, começando com uma
mácula, evoluindo para pústula, úlcera e crosta. Linfadenopatia regional não supurada
e quelóide, quando surgem, exigem apenas observação clínica.
VITALIDADE FETAL
ANATOMIA E ITU