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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO BERNARDO DO


CAMPO
DISCIPLINA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

CÂNCER DE
COLO

Prof Gilberto Nagahama


EPIDEMIOLOGI
A

 4ª neoplasia maligna mais frequente em mulheres


 incidência mundial: 528.000 casos novos
 mortalidade de 266.000 mulheres/ano
 85% dos casos são diagnosticados em países menos desenvolvidos, nos quais são registrados 87% dos
óbitos pela doença
 novos casos no Brasil: 16.370 para o ano de 2018, 3ª neoplasia maligna mais frequente em mulheres,
com estimativa de 15,8 casos para cada 100.000 mulheres
 4ª causa de morte por câncer em mulheres (2014), sendo responsável por 5.448 óbitos nesse grupo, com
estimativa de 4,88 mortes para cada 100.000 mulheres (Inca, 2015, s/d)
EPIDEMIOLOGI
A

HPV
 principal fator de risco: infecção por HPV de alto risco oncogênico
 maioria das infecções por HPV, 70% a 90%, não causará nenhum sintoma e regredirá espontaneamente
em 18 a 24 meses
 infecções persistentes por HPV de alto risco oncogênico poderão causar lesões precursoras e câncer, não
só do colo do útero, mas também de vulva, vagina, pênis e ânus, assim como alguns cânceres de cabeça e
pescoço
 prevalência global de infecção por HPV é estimada em 11,7%
PREVENÇÃ
O

 Vacina: tetravalente - HPV 16/18 e 6/11


 16 e 16: 70% lesões colo uterino
 6 e 11 : 90% verrugas genitais
 Redução de até 90% nos casos com a cobertura ampla de vacinação
 Duas doses para meninos e meninas com idade entre 9 e 14 anos
 Três doses para homens e mulheres com mais de 15 anos
 Imunogenicidade parece persistente e não há no momento evidências de que a
revacinação deva ser orientada para mulheres já vacinadas
FATORES DE RISCO

Alta paridade
Tabagismo
Imunossupressão
Sexarca precoce
DIAGNÓSTIC
O

 História e exame físico


 Sangramento vaginal anormal, sinusorragia, corrimento vaginal, dor
pélvica, dispareunia
 Em estádios avançados: compressão dos ureteres, insuficiência renal
pós-renal
 Exame especular com colposcopia para visualização da lesão e biópsia,
toque vaginal para avaliar o volume do colo, fundos de saco e paredes
vaginais, toque retal para avaliar as mucosas, o esfíncter anal e os
paramétrios (cervical cancer treatment, 2002)
DIAGNÓSTIC
O
HISTOLOGI
A

 Maioria: carcinomas epidermóide


 Em relação à diferenciação: bem, moderadamente e pouco diferenciadas
 Podem ser ceratinizantes ou não ceratinizantes
 Pleomorfismo nuclear e as figuras de mitose são, de modo geral, mais evidentes nos
tumores de alto grau histológico
 Variantes histológicas: basalóide, verrucosos, papilífero, linfoepitelioma símile
HISTOLOGI
A

 Adenocarcinomas: mais comum o adenocarcinoma endocervical

 Moderadamente diferenciadas

 Variante viloglandular, que costuma ocorrer em pacientes mais jovens está


relacionada a melhor prognóstico

 Adenocarcinomas mucinosos, adenocarcinoma seroso, carcinomas de células claras,


variante rara de adenocarcinoma (endometrioide), adenoescamoso
PROGNÓSTICO

 diretamente relacionado ao estadiamento


 estadiamento por imagem: apresentam desempenho superior ao exame físico no estadiamento do câncer
do colo do útero
 RM é o método com a melhor resolução na avaliação das partes moles (localização, tamanho,
profundidade, extensões vaginal, parametrial, retal ou vesical dos tumores macroscópicos do colo uterino
 European Society of Urogenital Radiology (ESUR), por exemplo, recomenda o estadiamento com RM
em todos os tumores FIGO ≥ IB1
 vários guidelines internacionais sugerem a RM em todos os estágios
 dimensão do linfonodo é o principal critério considerado pela TC e pela RM no diagnóstico de
metástases linfonodais
TRATAMENTO

 Estadio inicial (IA1 e IA2): diagnosticadas por meio de conização ou histerectomia,


peças nas quais toda a lesão estará incluída para avaliação histopatológica

 As margens do cone devem estar livres de qualquer grau de neoplasia, invasiva ou


intraepitelial

 Histerectomia total pode ser realizada como opção terapêutica em mulheres com
carcinoma escamoso ia1 com prole definida ou em mulheres menopausadas
TRATAMENTO

 IB1, IIA1: histerectomia radical com linfadenectomia pélvica bilateral (com ou sem biópsia de
(infonodo sentinela) quando a preservação da fertilidade não é desejada
 via cirúrgica (laparotomia, laparoscopia ou laparoscopia robótica assistida) tem sido alvo de muitos
estudos
 bem descritas as vantagens da cirurgia minimamente invasiva, laparoscópica ou robótica assistida ->
menor perda sanguínea e menores taxas de complicação
 necessidade de tratamento adjuvante após a cirurgia dependerá do resultado das peças cirúrgicas
TRATAMENTO

 Traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica pode ser considerada em casos


selecionados

 Tratamento exclusivo com quimiorradiação é uma alternativa para mulheres com


contraindicação cirúrgica por comorbidades ou para aquelas que recusam o
tratamento cirúrgico. Nesses casos, o tratamento inclui radioterapia pélvica externa
(teleterapia) concomitante à quimioterapia, seguida de braquiterapia
TRATAMENTO

 IB2 a IIIB: carcinomas restritos ao colo, porém volumosos apresentam


piores prognósticos do que os tumores de menor tamanho

 Cerca de 80% das pacientes apresentam margens comprometidas,


infiltração microscópica dos paramétrios ou linfonodos pélvicos positivos

 Há vantagem em utilizar a quimiorradiação como tratamento primário


TRATAMENTO

Carcinomas recorrentes ou IVB: tratamento-padrão para


mulheres com carcinoma de colo metastático inclui
radioterapia paliativa na doença central ou metástases ou
quimioterapia paliativa
Realizado por meio de
exames clínicos seriados e
citopatológico por um
CONTROLE período de cinco anos
PÓS
TRATAMENTO
Não há consenso sobre a
utilidade da RM do controle
pós-tratamento em mulheres
com câncer do colo do útero
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- Tratado Ginecologia FEBRASGO, capítulos 75


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