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CÂNCER DE COLO DE

ÚTERO
Prof.ª Enfª Mayara Julliane Rodrigues
Enfermeira Especialista em UTI e Gestão
Especializanda em Pediatria e Neonatologia. Docência em Enfermagem.
CA DE COLO DE ÚTERO - INCIDÊNCIA
▪ O número de casos novos de câncer do colo do útero esperados
para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de
16.590, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil
mulheres.

▪ Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do


colo do útero é o segundo mais incidente nas Regiões Norte
(21,20/100 mil), Nordeste (17,62/100 mil) e Centro-Oeste
(15,92/100 mil). Já na Região Sul (17,48/100 mil), ocupa a
quarta posição e, na Região Sudeste (12,01/100 mil), a quinta
posição.
- Frequentemente a contaminação é por via sexual,
porém também pode contaminar através de objetos,
partos e contato íntimo.
PARA CA DE ÚTERO
FATORES DE RISCO
IMPORTANTE!!!
▪ 99% das mulheres com câncer do colo do útero apresentam HPV. Os
principais tipos de HPV oncogênicos são 16 e 18, que correspondem
a 70% dos casos.
▪ A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada
principalmente à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus
Humano (HPV). O que inclui o uso da vacina e uso de preservativo.
Também é considerada prevenção primária o combate ao tabagismo.
Entretanto, a mulher que recebe a imunização contra o HPV não está
liberada da realização do exame citopatológico.
▪ Prevenção secundária: Diagnóstico precoce (citopatológico)/
Rastreamento.
VACINA HPV
VACINA HPV
OBS: Dependendo do grau da imunossupressão é
necessário aguardar, pelo paciente não possuir produção
OBSERVAÇÃO 1 de anticorpos.
▪ A vacina HPV é indicada às pessoas com baixa imunidade: transplantados
de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos. Indicada
para homens e mulheres de 9 a 45 anos, com 3 doses, mediante a
apresentação de prescrição médica.

OBSERVAÇÃO 2
▪ A vacina HPV também é recomendada para homens e mulheres de 9 a
45 anos, que vivem com HIV/Aids, com 3 doses, mediante a
apresentação de prescrição médica.

OBSERVAÇÃO 3
▪ Contraindicada durante a gestação.
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
▪ Afecção progressiva iniciada com transformações intraepiteliais
progressivas;

▪ Podem evoluir para um processo invasor no período que varia de


10 a 20 anos.

▪ Lesões pré-invasivas (pré-malignas), que levam muitos anos para se


desenvolver Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC).
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
▪ NIC I: desordenação → camadas mais basais do epitélio
estratificado (1/3 proximal da membrana) → neoplasia intraepitelial
cervical grau I (lesões de baixo grau);
▪ NIC II: se a desordenação → 2/3 proximais da membrana →
neoplasia intraepitelial cervical grau II (lesões de alto grau);
▪ NIC III: na neoplasia intraepitelial cervical grau III (lesões de alto
grau), o desarranjo é observado em todas as camadas, SEM
ROMPER a membrana basal.
Atenção: A NIC I, por ter maior probabilidade de regressão ou persistência
do que progressão, não é considerada uma lesão precursora do câncer do
colo do útero. (Repetindo em 6 meses).
NIC – ESQUEMA HISTOLÓGICO
Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e no
grau de desarranjo, as células invadem o tecido conjuntivo
do colo do útero abaixo do epitélio e terá a formação do
CARCINOMA INVASOR (tumor maligno ou câncer, derivado
do tecido epitelial).

Para chegar a câncer invasor, a lesão não precisa,


obrigatoriamente, passar por todas essas etapas (NIC I até
NIC III).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO CÂNCER
DO COLO DO ÚTERO
▪ doença de crescimento lento e silencioso;

▪ existe uma fase pré-clínica, sem sintomas, com transformações


intra-epiteliais progressivas importantes, que a detecção de
possíveis lesões precursoras é por meio da realização periódica do
exame preventivo do colo do útero;

▪ progride lentamente, por anos, antes de atingir o estágio invasor da


doença, quando a cura se torna mais difícil, se não impossível, nessa
fase, os principais sintomas são sangramento vaginal, corrimento e
dor.
SINTOMAS DO ESTÁGIO INVASOR

▪ sangramento vaginal (espontâneo, após o


coito ou esforço);
▪ leucorreia;
▪ dor pélvica;
▪ podem estar associados com queixas
urinárias ou intestinais nos casos mais
avançados.
EXAME CITOPATOLÓGICO
EXEMPLO
A dona Joana, 25 anos, que já teve atividade sexual, fez o exame citopatológico
nos anos de 2012 e 2013, com os resultados negativos. Nesse caso, deverá
repetir o exame somente em 2016, 2019 e assim sucessivamente, caso
continue negativo.
COLETA DE EXAME CITOPATOLÓGICO
COLETA DE EXAME CITOPATOLÓGICO
COLETAS EM GESTANTES

▪ Pode ser feita em qualquer período da gestação, preferencialmente


até o 7º mês;
▪ A coleta deve ser feita com a espátula de Ayre(Coleta ectocérvice);
▪ Em regra, NÃO se deve usar escova de coleta endocervical.
MULHERES HISTERECTOMIZADAS
▪ Em caso de histerectomia subtotal (com permanência do colo do útero), deve
seguir rotina de rastreamento.
▪ Em caso de histerectomia total: não se faz mais rastreamento, pois a
possibilidade de encontrar lesão é desprezível.

Se a histerectomia foi realizada como tratamento de câncer de colo do útero ou lesão


precursora (ou foram diagnosticados na peça cirúrgica), seguir o protocolo de controle de
acordo com o caso (lesão precursora - controles cito/colposcópicos semestrais até dois
exames consecutivos normais; câncer invasor – controle por cinco anos (trimestral nos
primeiros dois anos e semestral nos três anos seguintes); se controle normal, citologia de
rastreio anual.
CUIDADOS A SEREM TOMADOS ANTES
DA COLETA DO CITOPATOLÓGICO
▪ Evitar uso de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais por 48 horas
antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os elementos celulares
dificultando a avaliação microscópica, prejudicando a qualidade da amostra para o
exame citopatológico;

▪ Evitar exame de USG vaginal nas 48 horas antes da coleta devido ao conteúdo do
gel para introduzir o transdutor;

▪ O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode
prejudicar o diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o 5º dia após o término
da menstruação. Porém, o Protocolo da Atenção Básica: Saúde das Mulheres (2016)
informa que se for a única oportunidade deve ser colhido e aplicado ácido acético.
OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES
SOBRE O CITOPATOLÓGICO

▪ Abstinência sexual e o exame citopatológico: embora usual, a recomendação de


abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando são utilizados preservativos
com lubrificante ou espermicidas.

▪ Climatério e pós menopausa: devem ser rastreadas segundo as recomendações para as


demais mulheres. Na eventualidade de o laudo do exame citopatológico mencionar
dificuldade diagnóstica decorrente de atrofia, realizar estrogenização.

▪ Imunossuprimidas: O exame citopatológico deve ser realizado após o início da atividade


sexual, com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter seguimento
anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão.
SÃO CONSIDERADOS RESULTADOS
ANORMAIS DO CITOPATOLÓGICO
▪ Atipias (sem forma) de significado indeterminado;
▪ Lesão intraepitelial de baixo grau (NIC I);
▪ Lesão intraepitelial de alto grau (NIC II);
▪ Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir
microinvasão (NIC III);
▪ Carcinoma epidermoide invasor;
▪ Adenocarcinoma in situ ou invasor.

De acordo com CAB nº 13 (Controle dos cânceres do colo do útero e da mama),


diante desses resultados anormais, deve-se fazer o seguimento, conforme orientação
abaixo:
COLPOSCOPIA
▪ Avaliação da vulva, a vagina e o colo do útero com aparelho de lentes de
aumento chamado colposcópio, semelhante a um microscópio, e
líquidos que, ao entrarem em contato com a mucosa que reveste a
vagina e o colo do útero, evidenciam manchas que podem significar
alterações muito iniciais.

Objetivos:
▪ Diagnóstico diferencial de lesões benignas e malignas;
▪ Localizar no colo lesões pré-malignas e carcinoma;
▪ Orientação para local de biópsia;
▪ Seguimentos com clientes que apresentam lesões atípicas.
Fundo de saco vaginal /
Fundo de saco de Douglas.
TRATAMENTO DO CA DE ÚTERO

▪ Cirurgia;
▪ Radioterapia externa ou braquiterapia (radioterapia intravaginal);
▪ Quimioterapia;
▪ Cuidados paliativos.

A Lei 12.732/2012 nos mostra que o direito de iniciar o


tratamento para neoplasia maligna é de até 60 dias.
ART. 2º
O paciente com neoplasia malígna tem direito de se submeter ao primeiro tratamento
no SUS, no prazo de até 60 dias contados a partir do dia em que for firmado o
diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade
terapêutica do caso registrada em prontuário único.

§ 1º - Para efeito do cumprimento do prazo estipulado acima, considerar-se-á


efetivamente iniciado o primeiro tratamento da neoplasia maligna, com a realização
de terapia cirúrgica ou com o início de radioterapia ou de quimioterapia, conforme a
necessidade terapêutica do caso.

§ 2º - Os pacientes acometidos por manifestações dolorosas consequentes de


neoplasia maligna terão tratamento privilegiado e gratuito, quanto ao acesso às
prescrições e dispensação de analgésicos opiáceos ou correlatos.
OBRIGADA!!!

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