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Afecções Ginecológicas

Prof: Bárbara R. de Oliveira


Email: enf.barbararoli@gmail.com
Todos anos, milhares de mulheres procuram um ginecologista com queixas que podem ser
sintomas de doenças ginecológicas. Entre as mais comuns, estão os sangramentos fora do
período menstrual, corrimentos e dor pélvica no abdômen.
Vulvovaginites

Vulvovaginite é um tipo de inflamação que afeta, ao mesmo tempo, a vagina e a vulva (a


parte externa da região genital feminina), causando inchaço, corrimento e dor ao urinar.
Apesar de não ser causada somente pela atividade sexual, a vulvovaginite é mais comum
em pacientes que já têm vida sexual ativa, uma vez que a troca de  fluídos sexuais aumenta
as chances de contato com bactérias e fungos que podem causar inflamação e irritação no
local.
Causa

Existem muitas causas para a vulvovaginite.  Pode ser causada, por exemplo, pelo contato
com vírus, bactérias e fungos diversos, como o fungo causador da candidíase. Infecções por
parasitas, como o trichomonas vaginalis.
A paciente também pode vir a desenvolver a vulvovaginite devido ao uso de pomadas,
cremes, sabonetes e lubrificantes que acabam por irritar a região genital, resultando na
inflamação, ou por realizar lavagens muito frequentes com o uso de chuveirinho, que pode
afetar o equilíbrio da região genital.
Até mesmo o uso de calcinhas de tecido sintético ou de roupa íntima muito apertada, o uso
de absorventes internos ou coletores menstruais e o contato com o látex da camisinha
podem desencadear a vulvovaginite. 
Também pode acontecer por mudanças hormonais, especialmente em crianças e
adolescentes na puberdade ou mulheres na menopausa, e por desequilíbrios temporários na
flora vaginal da paciente.
SINTOMAS

 Vermelhidão na vulva e na região genital;

 Eliminação de corrimento mal-cheiroso;

 Coceira intensa na região genital;

 Dor, queimação e desconforto ao urinar;

 Leve sangramento vaginal


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da vulvovaginite é feito por meio da análise dos sintomas da paciente.


Uma amostra da secreção vaginal pode ser coletada para avaliação laboratorial.
Tratamento

O tratamento da vulvovaginite depende de suas causas. Algumas pacientes podem ter que


fazer o uso de medicamentos antibióticos ou antimicóticos para tratar a vulvovaginite,
enquanto outras podem ter que suspender certos hábitos, como a utilização de duchas
higiênicas ou de absorventes íntimos diários.
De modo geral, recomenda-se que as pacientes deixem a região genital ventilar com  uso de
roupa íntima do tamanho correto e de algodão. Recomenda-se, ainda, evitar o uso de
sabonetes perfumados e cremes no local, porque podem piorar o quadro de irritação
da vulvovaginite.
Tipos de Vulvovaginites

 Candidíase

 Tricomoníase

 Vaginose Bacteriana
Candidíase
Tricomoníase
Vaginose Bacteriana
CA Colo de Útero

Em 2020, mais de meio milhão de mulheres tiveram câncer do colo do útero e cerca de 342
mil morreram em consequência - a maioria nos países mais pobres. Programas de rastreio
rápidos e precisos são essenciais para que todas as mulheres com doenças cervicais
recebam o tratamento de que precisam e para evitar mortes. 

A estratégia global da OMS para a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, endossada pela
Assembleia Mundial da Saúde em 2020, pede que 70% das mulheres em todo o mundo
sejam examinadas regularmente para doenças cervicais com um teste de alto desempenho
e que 90% delas precisam receber tratamento adequado. Juntamente com a vacinação de
meninas contra o papilomavírus humano (HPV), a implementação dessa estratégia global
poderia prevenir mais de 62 milhões de mortes por câncer do colo do útero nos próximos
100 anos.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção
persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos
oncogênicos).

A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa
doença. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.
Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como
Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a
realização periódica do exame preventivo.
Prevenção

O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente


contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina
para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.  Essa vacina protege contra os
tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos
são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. 
A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como
ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando
alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo
periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV. Para
mulheres com imunossupressão (diminuição de resposta imunológica), vivendo com
HIV/Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada até 45 anos de
idade. 
Sinais e Sintomas

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não
apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para
sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção
vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Detecção Precoce

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e,
assim, possibilitar maior chance de tratamento. Ela pode ser feita por meio da investigação
com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas
sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em
pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) pertencentes a grupos com maior chance de
ter a doença.
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção
de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do
exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura
do câncer cervical são de 100%. A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas
como sangramento vaginal, corrimento e dor aparecem em fases mais avançadas da
doença.
Colpocitologia Oncótica

O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para


detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser
feito em postos ou unidades de saúde da rede pública e sua realização periódica permite
reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.

É um exame simples e rápido, podendo, no máximo, causar um pequeno desconforto. Para


garantir um resultado correto, preferencialmente, não se deve ter relações sexuais (mesmo
com camisinha) no dia anterior ao exame e evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e
anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à sua realização. É importante também não
estar menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. Mulheres grávidas
também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê.
Como é feito

 Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo


(conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);

 O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;

 O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero


com uma espátula de madeira e uma escovinha;

 As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório
especializado em citopatologia.
Resultados

 Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer
novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano
anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
 Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis
meses;
 Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros
exames, como a colposcopia; 
 Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o
exame. Você deve repetir o exame logo que for possível.
Diagnóstico

Os seguintes testes podem ser utilizados:

 Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto
através de avaliação com espéculo, toque vaginal e toque retal.
 Exame Preventivo (Papanicolau)
 Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho
chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões
 Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é
necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para
análise no microscópio.
Tratamento

O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os
tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia.
O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho
do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
CA de Mama

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células


anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. 
Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros
crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo
oportuno, apresentam bom prognóstico.
O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do
total de casos da doença. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o câncer de mama em Unidades
Hospitalares especializadas.
Sinais e Sintomas

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos
seguintes sinais e sintomas:

 Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença,


estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria
mulher
 Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
 Alterações no bico do peito (mamilo)
 Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
 Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja
avaliado o risco de se tratar de câncer.
É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis
para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano),
sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
Em caso de permanecerem as alterações,  elas devem procurar logo os serviços de saúde
para avaliação diagnóstica.
A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a
detecção precoce do câncer da mama.
Diagnóstico

Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é
ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames
de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância
magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que
consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções
(extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo
patologista para a definição do diagnóstico.
Tratamento

As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

 Tratamento local: cirurgia e radioterapia.


 Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
Mamografia
O exame de mamografia é recomendado para todas as mulheres acima dos 50 anos de idade.
Porém, isso pode variar de mulher para mulher, uma vez que se houver histórico familiar, o
procedimento deverá ser feito a partir dos 40 anos após orientação médica.

 A mulher é posicionada em pé, de forma que o seio fique entre as duas placas do mamógrafo,
que é onde as imagens serão capturadas. Durante o exame a mulher deverá ficar imóvel e
segurando a respiração durante alguns segundos. Algumas mulheres podem sentir
desconforto por conta da compressão durante o procedimento.

 No dia do exame, não é recomendado o uso de produtos como desodorante ou talco na região
das mamas, para que não haja o risco de interferir nas imagens capturadas durante o exame.

 O exame não exige preparo prévio. A recomendação é ir vestida com roupas leves para
facilitar as captações de imagens na hora do exame.
 A mamografia não é indicada para pacientes que não tenham a idade mínima de 40 anos
para realizar o procedimento e para mulheres grávidas, pois a radiação pode interferir na
formação do bebê.

 O tempo de duração do exame de mamografia, geralmente, é de 15 a 25 minutos.

 Segundo o Ministério da Saúde, mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer o exame de


mamografia a cada dois anos. Porém, esse período deve ser decidido por um médico
especialista, que saberá avaliar o caso de cada paciente e avaliar se há histórico familiar
de câncer de mama.

 O resultado de uma mamografia geralmente sai em até 2 semanas.

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