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HPV – O câncer de colo de

útero e a importância do
exame Papanicolau
O que é o HPV?
HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papiloma Virus). Estima-se que 600 milhões
de pessoas estejam infectadas pelo HPV e que 75% a 80% da população adquirem um ou mais tipos em
algum momento da vida, sendo a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo todo. Tanto
homens quanto mulheres podem ser infectados e desenvolver doenças relacionadas ao vírus.

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, sendo que aproximadamente 40 deles podem infectar o trato
anogenital. Alguns são considerados oncogênicos e podem desenvolver o câncer, são chamados de alto
risco. Outros são responsáveis por causar verrugas genitais, chamados de baixo risco.

Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas. Ele pode permanecer no organismo durante anos sem
qualquer manifestação e esta é uma grande preocupação, uma vez que pode evoluir silenciosamente,
provocando o câncer.

Já o tipo que causa verrugas genitais (anus, pênis e vulva), podem levar semanas ou meses após o contato
sexual com uma pessoa infectada para apresentar algum sintoma. Uma pessoa que tenha o HPV, mesmo que
não apresente sintomas, pode transmitir o vírus ao seu parceiro, sendo que a infecção por um tipo não exclui
outro. Assim, pode manifestar uma coinfecção (apresentando dois ou mais tipos de HPV ao mesmo tempo).

A relação entre HPV e o câncer de colo de útero


O HPV está envolvido em aproximadamente 100% dos casos de câncer do colo do útero, com percentual
menor em outros locais: 85% dos casos de câncer de anus, 40% de vulva, 70% de vagina, 50% de pênis,
35% de orofaringe, 10% de laringe e 23% de boca.

Embora tanto homens quanto mulheres possam ser infectados pelo HPV, o risco é maior principalmente às
mulheres, causando 530.000 casos de câncer de colo uterino e 275.000 mortes pela doença por ano.

Pelo menos 12 tipos de HPV são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de
provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da
doença). Dentre os HPV de alto risco, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo
de útero.
Cerca de metade de todas as mulheres diagnosticadas com câncer do colo de útero tem entre 35 e 55 anos de
idade. Muitas provavelmente foram expostas ao HPV na adolescência ou na faixa dos 20 anos de idade.

Diagnóstico de HPV e exames realizados


As verrugas genitais podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e
dermatológico (pele). Já o diagnóstico das lesões precursoras do câncer do colo de útero é realizado através
do exame preventivo Papanicolau.

Como as lesões precursoras antecedem o diagnóstico de câncer, identificá-las no estágio inicial é muito
importante, por isso o papel fundamental do exame preventivo.

O exame Papanicolau é feito para identificar alterações nas células do colo do útero. Encontrar essas
mudanças e tratá-las irá reduzir muito as chances de desenvolver câncer cervical. Vale ressaltar que o exame
não é feito para detectar o câncer do colo do útero, mas detectar lesões pré-cancerosas. Quando células
anormais são identificadas o médico pode tomar medidas para descobrir a causa dessas alterações e tratar a
doença antes que evolua para um câncer.

Colo do Útero
Evolução do câncer de colo do útero. (1) Útero normal (2 e 3) lesões precursoras (4) câncer.

O exame Papanicolau
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que o exame colpocitopatológico deve ser realizado em
mulheres de 25 a 60 anos de idade, ou que já tivessem tido atividade sexual mesmo antes desta faixa de
idade, uma vez por ano e, após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos.

No rastreamento através do exame Papanicolau uma amostra células cervicais é coletada com auxílio de
uma espátula ou uma pequena escova. Essas células são então fixadas em uma lâmina que posteriormente
será analisada em um microscópio por profissionais capacitados.

Entenda como é realizado passo-a-passo o exame Papanicolau (Exame Ginecológico: conceito, importância
e método).

A amostra deve ser coletada de maneira adequada e levada com segurança ao laboratório, processada e
interpretada corretamente. Caso seja detectada qualquer alteração, a paciente será encaminhada para receber
o tratamento adequado.

O Papanicolau ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas
antes de se tornarem câncer. Quando as lesões são detectadas

Referências
 Guia do HPV – Entenda de vez os papilomavírus, as doenças que causam e o que já é
possível fazer para evitá-los. Instituto do HPV. 2013
 Guia prático sobre o HPV – perguntas e respostas para profissionais da saúde. Ministério
da saúde. 2014
 Controle integral do câncer do colo do útero. Guia de práticas essenciais. Organização
Mundial da Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde, 2016.
 INCA. Instituto Nacional de Câncer – Controle do câncer do colo do útero
 Instituto vencer o câncer. Câncer de colo uterino

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