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Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

8ª AULA - Conteúdo: Consulta de enfermagem na saúde da mulher.


Controle do câncer do colo de útero

Prof. Esp. Marcos Santos


Consulta de enfermagem na saúde da mulher. Controle do câncer do
colo de útero
Consulta de Enfermagem
• A consulta de Enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro(a) a qual faz parte de
uma série de atribuições do profissional que atua na estratégia de saúde da família.
• A legalização da Consulta de Enfermagem está pautada da Lei nº 7.498/86 que regulamentou
o exercício da Enfermagem e estabeleceu essa atividade como privativo do enfermeiro.
• Em 1993, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), através da Resolução nº 159,
estabeleceu a obrigatoriedade da realização da consulta em todos os níveis de assistência à
saúde em instituições públicas e privados.
• A Consulta de Enfermagem é uma atividade prestada pelo enfermeiro ao usuário na qual são
identificados problemas de saúde e/ou doenças e prescritos e implementadas medidas de
enfermagem com o objetivo de promoção, proteção, recuperação ou reabilitação do mesmo.
• É um conjunto de ações de sucessão ordenada para conhecer a situação de saúde da
clientela e tomar decisões quanto à assistência a ser prestada, visando a mudanças
favoráveis à saúde.
Consulta de Enfermagem na Saúde da Mulher
• A consulta de enfermagem deve abordar ao perfil da mulher, aspectos sociodemográficos,
condições de saúde, fatores de risco, perspectiva de vida, queixas, enfermidades ou situação
de saúde atual, histórico gineco-obstétrico, cobertura vacinal, entre outros.
Câncer
• A palavra câncer vem do grego karkínos, que significa caranguejo (Figura 1) e foi utilizada
pela primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C.
• Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças que têm em comum
o crescimento desordenado de células (figura 2), que tendem a invadir tecidos e órgãos
vizinhos.

Figura 1 – Caranguejo Figura 2 - Células cancerosas


Fonte: stock.xchng Fonte: Science Photo Library.

Controle do câncer do colo do útero


Aspectos conceituais e epidemiológicos
• O câncer do colo do útero ou cervical é definido pelo Ministério da Saúde do Brasil como a
replicação desordenada do epitélio de revestimento do referido órgão, comprometendo o
tecido subjacente (estroma), que pode invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância
(BRASIL, 2013a).
• É considerado um problema de saúde pública, sobretudo nos países em desenvolvimento.
• De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 528 mil casos novos de
câncer do colo do útero foram diagnosticados em todo o mundo no ano de 2012, dos quais
aproximadamente 85% ocorreram em regiões menos desenvolvidas.
• No mesmo ano, 266 mil mulheres morreram no mundo em função desse tipo de câncer.
• Nos países de baixa a média renda, cerca de 9 em cada 10 mulheres morreram pela doença,
enquanto 1 de cada 10 morreu em países de alta renda (OPAS, 2016).
• De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) do Brasil, o câncer cervical é o terceiro
tumor mais frequente nas mulheres brasileiras e a quarta causa de morte na população
feminina por câncer no país.
• Estimava-se para o ano de 2016 a ocorrência de 16.340 casos novos desse câncer e 5.430
óbitos em função dessa afecção.
OBS.: Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com
74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o
câncer colorretal, mas, nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Aspectos conceituais e epidemiológicos
• Uma das mais importantes descobertas na investigação etiológica do câncer cervical dos
últimos 30 anos foi a demonstração da relação entre o papilomavírus humano (HPV) e esse
tipo de câncer.
• Segundo a evidência científica, a infecção persistente pelos tipos carcinogênicos de HPV é a
causa da maioria dos cânceres do colo do útero.
Infecção pelo HPV
• A infecção genital pelo HPV é muito frequente. Acredita-se que em torno de 80% das
mulheres sexualmente ativas irão adquirir o vírus ao longo de suas vidas.
• No entanto, na maioria das vezes, a presença do HPV no corpo humano não desencadeia a
doença, apenas alguns casos evoluem para o câncer.
• Cerca de 100 tipos de HPV já foram identificados e tiveram seu genoma mapeado. Destes,
40 tipos podem infectar o trato genital inferior e entre 12 e 18 são considerados oncogênicos
ou carcinogênicos.
• A causa primária das lesões precursoras e do câncer cervical é a infecção assintomática,
persistente ou crônica por um ou mais dos tipos de HPV de alto risco.
• A maioria dos mais de 100 tipos de HPV não está associada ao câncer do colo do útero.
• Cerca de 70% dos casos de câncer cervical notificados no mundo são causados por apenas
dois tipos de HPV: 16 e 18.
• Outros quatro tipos de HPV de alto risco (31, 33, 45 e 58) estão associados com menor
frequência desse tipo de câncer.
• Dois tipos de HPV de baixo risco (6 e 11) não causam o câncer, mas são responsáveis pela
maioria das verrugas genitais (condilomas), sendo associados a até 90% das lesões
anogenitais (OPAS, 2016; BRASIL, 2016a).
• A principal forma de transmissão do HPV é pela via sexual.
• De acordo com a Opas, quase todos os homens e as mulheres contraem essa infecção pouco
depois do início da vida sexual.
• O vírus é transmitido pelo contato direto com a pele ou a mucosa infectada, que inclui o
contato pele a pele das regiões oral-genital, genital-genital e anal-genital. Desse modo, pode
ser transmitido mesmo sem que haja a penetração.
• Embora a infecção por um tipo de HPV de alto risco seja a causa subjacente de quase todos
os casos de câncer do colo do útero, não é correto afirmar que essas infecções sempre
causarão câncer.
• Na verdade, a maioria das mulheres infectadas pelo HPV de alto risco não desenvolve câncer,
pois grande parte das infecções pelo vírus, independentemente do tipo, tem curta duração, e
o organismo humano os elimina espontaneamente em menos de dois anos.
• Além da promoção da qualidade de vida, as ações de promoção à saúde considerando os
aspectos relacionados ao controle do câncer do colo do útero envolvem a melhoria do acesso
das mulheres aos serviços de saúde e à informação.
• O controle do tabagismo também é uma medida importante que pode ajudar a minimizar o
risco do câncer cervical.
Prevenção primária
• A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à redução do risco de
contaminação pelo HPV, transmitido via sexual.
• O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais constitui uma
das formas de proteção contra o câncer cervical.
• Outra intervenção importante para reduzir as infecções por HPV é a imunização (vacinação
contra o HPV).
• Em 2014, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o Ministério da Saúde
inseriu no Sistema Único de Saúde (SUS) a administração da vacina contra HPV no
calendário nacional de imunização do adolescente.
• Trata-se da vacina quadrivalente, que protege contra os tipos não oncogênicos 6 e 11 e os
tipos oncogênicos 16 e 18.
• Atualmente, a imunização limita-se às meninas e meninos na faixa etária entre 9 e 14 anos
de idade.
Prevenção primária
Esquema vacinal contra HPV:

IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS

9 a 14 anos HPV quadrivalente 2 doses Infecções pelo


Meninas e meninos Papilomavírus Humano 6,
11, 16 e 18

Fonte: instrucao-normativa-calendario-nacional-de-vacinacao-2024.pdf (www.gov.br)

Obs.: Administrar 2 (duas) doses, com intervalo de 6 (seis) meses entre a primeira e a segunda
dose, de 9 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias) para meninas e meninos.
Fonte: instrucao-normativa-calendario-nacional-de-vacinacao-2024.pdf (www.gov.br).

Prevenção primária
• A vacina administrada em mulheres jovens mostrou 100% de eficácia sem nenhum evento
adverso grave reportado; nessa faixa etária, os mais altos níveis de anticorpos foram
encontrados após a imunização; meninas que não foram infectadas por nenhum dos quatro
sorotipos presentes na vacina terão maiores benefícios e existe uma elevada probabilidade
de aquisição da infecção pelo HPV logo após o primeiro contato sexual.
• O objetivo da vacinação também para o sexo masculino é prevenir os cânceres de pênis e
verrugas genitais. Além disso, por serem os responsáveis pela transmissão do HPV para suas
parceiras sexuais, ao receberem a vacina, os homens colaborarão com a redução da
incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres, prevenindo também casos de
cânceres de boca, orofaringe, bem como verrugas genitais em ambos os sexos.
Prevenção secundária
• A prevenção secundária do câncer cervical. É de suma importância a realização periódica do
exame citopatológico cervical continua sendo a estratégia mais amplamente adotada no
Brasil para o rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras.
• Atingir alta cobertura da população definida como alvo é o componente mais importante no
âmbito da atenção primária em saúde, para que se obtenha significativa redução da
incidência e da mortalidade por câncer do colo do útero.
• O Brasil adotou a recomendação da OMS estabelecendo que o exame citopatológico do colo
do útero deve ser realizado em mulheres entre 25 e 64 anos de idade, uma vez por ano e,
após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos.
• O Ministério da Saúde recomenda que não há indicação para o rastreamento do câncer de
colo do útero e seus precursores em mulheres sem história de atividade sexual.
• O Ministério da Saúde preconiza que a realização do exame citopatológico do colo do útero
deve ocorrer na Unidade Básica de Saúde (UBS), podendo ser realizado durante a consulta
ou em agendamentos específicos para esse fim.
• Mulheres na fase climatérica ou após a menopausa devem ser rastreadas de acordo com as
orientações para as demais mulheres.
• Em mulheres parcialmente histerectomizadas (com permanência do colo do útero) deve-se
seguir a rotina de rastreamento.
• Se a usuária for submetida à histerectomia total por lesões benignas, sem história prévia de
diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, ela pode ser excluída do
rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais.
• Entretanto, nos casos de histerectomia total por lesão precursora ou câncer do colo do útero,
a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada.
Atuação do enfermeiro
• A coleta de citopatológico para o rastreio de lesões precursoras e de câncer cervical é uma
competência do enfermeiro.
• Na consulta de enfermagem para a coleta de colpocitologia oncótica, o enfermeiro deve obter
informações para a identificação do histórico da usuária.
• Durante a entrevista, o profissional deve colher os seguintes dados da mulher: a idade; a data
de realização do último exame e ocorrência de exames citopatológicos anormais;
• o preparo para o exame; os antecedentes pessoais obstétricos, cirurgias pélvicas e
antecedentes patológicos, em especial as infecções sexualmente transmissíveis (IST) e,
entre elas, a infecção pelo HPV;
• a data da última menstruação (DUM); a presença de queixas relacionadas a corrimentos
vaginais; relato de dispareunia (dor ou desconforto durantes as relações sexuais) e de
sangramentos vaginais pós-coito ou anormais.
• Ao proceder ao exame físico específico de ginecologia, o enfermeiro deve realizar a inspeção
dos órgãos genitais externos, atentando para a integridade do clitóris, do meato uretral e dos
grandes e pequenos lábios vaginais e para a presença de lesões anogenitais.
• Durante o exame especular, deve-se observar o aspecto do colo do útero, a presença de
secreção anormal ou friabilidade cervical e a presença de lesões vegetantes ou ulceradas.
Ilustração do colo do útero normal

Figura 1 – Colo do útero normal

Ilustração do colo do útero com identificação de lesões cervicais


As figuras apresentadas a seguir visam facilitar o entendimento sobre a identificação de lesões
cervicais:

Figura 2 – Colo do útero anormal

Ilustração do colo do útero com área de hiperemia friável

Figura 3 – Colo do útero com área de hiperemia friável

• Obs.: A hiperemia é uma alteração da circulação em que há aumento do fluxo sanguíneo para um órgão ou
tecido, o que pode acontecer de forma natural, quando o organismo precisa de maior quantidade de sangue
para que funcione corretamente, ou como consequência de doença. (Fonte: https://www.tuasaude.com/hiperemia).
• Obs.: Friável Que se desmancha ou desfaz com facilidade. (https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-médicos).
Ilustração do colo do útero com câncer e tumor vegetante

Figura 4 – Colo do útero com câncer e tumor vegetante

• Obs.: Tumor Vegetante: Tumores benignos ou malignos que crescem em superfície (pele
e mucosas).

Atuação do enfermeiro
• Antes de realizar o exame especular, o profissional deve orientar a usuária sobre o
procedimento, buscando esclarecer suas dúvidas e reduzir a ansiedade e o medo e preencher
a requisição de exame citopatológico do colo do útero (ficha).
• A realização de coleta de material citológico deve seguir as normas técnicas de coleta,
conforme padronizado pelo Inca e disposto no Caderno de Atenção Básica do Ministério da
Saúde.
Coleta de material para citologia oncótica cervical
As recomendações prévias para a realização da coleta de colpocitologia oncótica, segundo o
Ministério da Saúde (BRASIL, 2013a), são as seguintes:
• evitar a utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais por 48 horas
antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os elementos celulares, dificultando a
avaliação microscópica e prejudicando a qualidade da amostra para o exame citopatológico;
• evitar a realização de exames intravaginais, como a ultrassonografia, nas 48 horas anteriores
à coleta, pois é utilizado gel para a introdução do transdutor;
Coleta de material para citologia oncótica cervical
• a recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando são utilizados
preservativos com lubrificante ou espermicidas, pois a presença de espermatozoides não
compromete a avaliação microscópica;
• o exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar
o diagnóstico citopatológico; nesses casos, deve-se aguardar o quinto dia após o término da
menstruação.

O consultório ou sala de coleta deve ser equipado para a realização do exame ginecológico com:
mesa ginecológica; escada de dois degraus; mesa auxiliar; foco de luz com cabo flexível; biombo
ou local reservado para troca de roupa e cesto de lixo.
Os materiais necessários para a coleta do material são os seguintes (BRASIL, 2013a):
• espéculo vaginal de tamanhos variados, preferencialmente descartáveis;
• se for utilizado o espéculo metálico, ele deve ser esterilizado de acordo com as normas
vigentes;
• balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável;
• lâminas de vidro com extremidade fosca;
• espátula de Ayre;
• escova endocervical;
• par de luvas de procedimento descartáveis;
• pinça de Cherron;
• parsolução fixadora, álcool a 96% ou spray de polietilenoglicol;
• de luvas de procedimento descartáveis;
• pinça de Cherron;
• solução fixadora, álcool a 96% ou spray de polietilenoglicol;
• gaze;
Atuação do enfermeiro
Na prática o profissional enfermeiro(a) deve organizar:
• recipiente para acondicionamento das lâminas mais adequado para o tipo de solução fixadora
adotada pela unidade (frasco porta-lâmina, tipo tubete, ou caixa de madeira ou plástica para
transporte de lâminas);

• formulários de requisição do exame citopatológico;

• fita adesiva de papel para a identificação dos frascos;

• lápis grafite ou preto nº 2;

• avental ou camisola e lençóis, preferencialmente descartáveis.


Atuação do enfermeiro
• Previamente à coleta, o enfermeiro deve checar nome, data de nascimento e endereço da
mulher; explicar o propósito do exame citopatológico e as etapas do procedimento; colher
informações sobre a história clínica da usuária; preencher os dados nos formulários para a
requisição de exame citopatológico do colo do útero; preparar a lâmina (verificar se a lâmina
está limpa, identificar a lâmina com as iniciais do nome da mulher e o seu número de registro
na unidade, com lápis preto nº 2 ou grafite, na extremidade fosca) e, por fim, solicitar que a
mulher esvazie a bexiga e troque a roupa, em local reservado, por um avental ou camisola.
Atuação do enfermeiro
• Coletar material da ectocérvice (veja a figura a seguir):
• Utilizar a espátula de Ayre, do lado que apresenta reentrância.
• Encaixar a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo, apoiando-
a firmemente, fazendo uma raspagem em movimento rotativo de 360° em torno
de todo o orifício cervical, para que toda a superfície do colo seja raspada e
representada na lâmina, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada,
sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da amostra.

X 360º

Figura 5 – Coleta de material da ectocérvice

• Coletar material da endocérvice (veja a figura a seguir):


- Utilizar a escova endocervical.
- Recolher o material introduzindo a escova endocervical no orifício externo do colo do útero e fazer
um movimento giratório de 360°, percorrendo todo o contorno do orifício cervical.

X 360º

Figura 6 – Coleta de material da endocérvice


Atuação do enfermeiro
• Colocar o material sobre a lâmina de maneira delicada para a obtenção de um esfregaço
uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular (veja a figura a seguir):
• A amostra ectocervical deve ser disposta no sentido transversal, na metade superior da
lâmina, próximo da região fosca.
• O material retirado da endocérvice deve ser colocado na metade inferior da lâmina, no sentido
longitudinal.

Figura 7 – Colocação do material na lâmina

• Fixar, imediatamente, o esfregaço obtido na lâmina para evitar o dessecamento do material.


Essa conduta dependerá da apresentação do fixador, a saber:
• Fixação com álcool a 96% (considerada mundialmente como a melhor para os esfregaços
citológicos): colocar a lâmina dentro do frasco com álcool em quantidade suficiente para que
todo o esfregaço seja coberto, fechar o recipiente cuidadosamente e envolvê-lo com a
requisição.
• Fixação com spray de polietilenoglicol: borrifar a lâmina, que deve estar em posição
horizontal, imediatamente após a coleta, com o spray fixador, a uma distância de 20
centímetros.
Acondicionar cuidadosamente a lâmina em uma caixa de lâminas revestida com espuma de náilon
e papel, a fim de evitar a quebra, para o transporte ao laboratório, lacrando-se a tampa da caixa com
fita gomada.
Conduta do enfermeiro
• A conduta a ser adotada pelo profissional de saúde dependerá do resultado do exame de
citologia oncótica cervical.
É competência do enfermeiro na ABS no controle do câncer do colo do útero (BRASIL, 2013a):
• Atender integralmente as usuárias.
• Realizar a consulta de enfermagem e a coleta do exame citopatológico do colo do útero de
acordo com a faixa etária e quadro clínico da usuária.
• Solicitar exames de acordo com os protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor
local.
• Examinar e avaliar as usuárias com sinais e sintomas relacionados ao câncer do colo do
útero.
• Avaliar os resultados dos exames solicitados e coletados. De acordo com os protocolos e
diretrizes clínicas, realizar o encaminhamento para os serviços de referência em diagnóstico
e/ou tratamento dos cânceres de mama e do colo do útero.
• Prescrever o tratamento para outras doenças detectadas, como ISTs, na oportunidade do
rastreamento, de acordo com os protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor
local.
• Realizar os cuidados paliativos, na UBS ou no domicílio, de acordo com as necessidades da
usuária.
• Avaliar periodicamente, e sempre que ocorrer alguma intercorrência, as usuárias
acompanhadas em atendimento domiciliar, e, se necessário, realizar o encaminhamento para
unidades de internação.
• Contribuir, realizar e participar das atividades de educação permanente de todos os membros
da equipe.
• A atenção terciária em saúde é composta de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico
hospitalares. Constitui referência para a Atenção Básica dentro da lógica de hierarquização e
regionalização do Sistema Único de Saúde (SUS). É o nível assistencial no qual são
realizados os procedimentos cirúrgicos e de alta complexidade em oncologia – cirurgia
oncológica, radioterapia e quimioterapia – e que é responsável pela oferta ou coordenação
dos cuidados paliativos dos pacientes com câncer (BRASIL, 2013a).
BRASIL. Ministério da saúde. Instrução normativa do calendário nacional de vacinação 2024. Secretaria de vigilância
em saúde e ambiente departamento do programa nacional de imunizações coordenação-geral de incorporação científica
e imunização. Disponível em: <instrucao-normativa-calendario-nacional-de-vacinacao-2024.pdf (www.gov.br)>. Acesso
em: 05 de março de 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva; organização Mario Jorge Sobreira da Silva. – 4. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro:
Inca, 2018. Disponível em: < https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/livro-abc-4-
edicao.pdf>. Acesso em: 06 de maço de 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de assistência de enfermagem a saúde da mulher. Sus. SMS/SP -4ª ED. Em
atualização - Cidade de São Paulo. 2023. Disponível em: <
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/2_Atencao_a_Saude_da_Mulher.pdf>. Acesso em: 22
de março de 2024.

COREN. PROTOCOLO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. Maceo –


al. 2020. Disponível em: <https://www.corenms.gov.br/wp-content/uploads/2020/11/Protocolo-SA%C3%9ade-da-
mulher.pdf>. Acesso em: 22 de março de 2024.

SANTOS, Jaqueline de Oliveira. Políticas de atenção à saúde da mulher. / Jaqueline de Oliveira Santos. – São Paulo:
Editora Sol, 2018. 132 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série
Didática, ano XXIV, n. 2-035/18, ISSN 1517-9230. 1. Saúde da mulher. 2. Políticas de atenção. 3. Humanização da
assistência. I. Título. Disponível em: < https://ava.aquivocepode.com.br/arquivosavp/material/2014/SU-
P0043/unid_1.pdf>. Acesso em: 31 de março de 2024.
Atividade de Políticas de Atenção à Saúde da Mulher
8ª AULA - Conteúdo: Consulta de enfermagem na saúde da mulher. Controle do câncer do
colo de útero

Prof. Esp. Marcos Santos

01. Sobre o câncer. De acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA): O câncer é um termo
que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças que têm em comum o crescimento
desordenado de células. Com base na referente doença em questão. Assinale a
alternativa correta.
a) O câncer tende a invadir tecidos e órgãos vizinhos.
b) O câncer não tende a invadir tecidos e órgãos vizinhos.
c) O câncer tende a não invadir tecidos e órgãos vizinhos.
d) O câncer tende a invadir tecidos e não os órgãos vizinhos.
e) O câncer tende a invadir tecidos e órgãos não vizinhos.
02. Sobre o câncer do colo do útero ou cervical. De acordo com o Instituto Nacional de
Câncer (Inca) do Brasil, o câncer do colo do útero ou cervical, destaca-se como:
a) Primeiro tumor cancerígeno mais frequente nas mulheres brasileiras.
b) Terceiro tumor cancerígeno mais frequente nas mulheres brasileiras.
c) Quarto tumor cancerígeno mais frequente nas mulheres brasileiras.
d) Segundo tumor cancerígeno mais frequente nas mulheres brasileiras.
e) Quinto tumor cancerígeno mais frequente nas mulheres brasileiras.
03. Segundo a evidência científica, a infecção persistente pelos tipos carcinogênicos
de HPV é a causa da maioria dos cânceres do colo do útero. Com ênfase, ao percentual
evidenciado no estudo, com maior risco de incidência, apresentando um percentual de
cerca de 70% dos casos de câncer cervical notificados no mundo. Quais são os dois
tipos de HPV mais recorrente de câncer do colo do útero?
a) Tipos de HPV: 17 e 18.
b) Tipos de HPV: 16 e 17.
c) Tipos de HPV: 16 e 18.
d) Tipos de HPV: 15 e 18.
e) Tipos de HPV: 14 e 18.
04.Sobre as medidas preventivas em saúde. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), o
Ministério da Saúde inseriu no Sistema Único de Saúde (SUS) a administração da vacina
contra HPV no calendário nacional de imunização do adolescente. Dessa forma, atualmente o
esquema vacinal quadrivalente disponível se refere a imunização que protege contra aos tipos
de HPV não oncogênicos e oncogênicos. Assinale a alternativa correta.
a) Tipos 6 e 11 não oncogênicos (responsáveis pela maioria das verrugas genitais) e os tipos 15 e 18
oncogênicos (responsáveis pela maioria dos cânceres de colo do útero).
b) Tipos 6 e 11 não oncogênicos (responsáveis pela maioria das verrugas genitais) e os tipos 17 e 18
oncogênicos (responsáveis pela maioria dos cânceres de colo do útero).
c) Tipos 6 e 11 não oncogênicos (responsáveis pela maioria das verrugas genitais) e os tipos 16 e 17
oncogênicos (responsáveis pela maioria dos cânceres de colo do útero).
d) Tipos 6 e 11 não oncogênicos (responsáveis pela maioria das verrugas genitais) e os tipos 16 e 18
oncogênicos (responsáveis pela maioria dos cânceres de colo do útero).
e) Tipos 6 e 11 não oncogênicos (responsáveis pela maioria das verrugas genitais) e os tipos 14 e 18
oncogênicos (responsáveis pela maioria dos cânceres de colo do útero).
05. Sobre a Consulta de enfermagem e exame ginecológico na prevenção do colo do útero.
Ressalta-se que, na Unidade Básica de Saúde (UBS), o profissional de enfermagem assume a
responsabilidade pela a coleta de citopatológico para o rastreio de lesões precursoras e de câncer
cervical. Desse modo, qual é o profissional de enfermagem com competência e responsabilidade
na atuação e realização dos procedimentos citopatológicos?

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