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A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição

do risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV). A transmissão do vírus


se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é
pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo
manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na
ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão
durante o parto. Não está comprovada a possibilidade de contaminação por
meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento
de toalhas e roupas íntimas. 
A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredindo
espontaneamente na maioria das vezes. No pequeno número de casos nos
quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral
oncogênico (com potencial para causar câncer), pode ocorrer o
desenvolvimento de lesões precursoras, que se não forem identificadas e
tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas
também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
A principal forma de prevenção, entretanto, é a vacina contra o HPV, e com isto
o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina
tetravalente contra o HPV para meninas e em 2017, para meninos. Esta vacina
protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam
verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos
casos de câncer do colo do útero.
O grupo etário alvo da vacina são as meninas com idade entre 9 e 14 anos e
meninos entre 11 e 14 anos, pois esta vacina é mais eficaz se usada antes do
início da vida sexual. Devem ser tomadas duas doses, com intervalo de seis
meses. Grupos especiais, como pessoas com imunodeficiência causada pelo
HIV, devem seguir orientações específicas. Para mulheres com
imunossupressão, vivendo com HIV/Aids, transplantadas e portadoras de
cânceres, a vacina é indicada até 45 anos de idade. 

Existem duas maneiras de impedir o desenvolvimento da doença: a primeira é


diagnosticar e tratar as lesões pré-cancerígenas antes que se tornem malignas,
e a segunda é prevenir as condições pré-cancerígenas. Uma maneira
comprovada para prevenir o câncer do colo do útero é a realização de exames,
como o exame Papanicolaou e o exame de detecção do papilomavírus humano
(HPV), para diagnosticar a presença de lesões pré-cancerígenas antes que
elas se transformem em tumores malignos. Uma lesão pré-cancerígenas
encontrada pode ser tratada, evitando que se torne um câncer.

O exame de Papanicolau é um procedimento realizado para coletar células do


colo do útero que serão analisadas sob um microscópio para determinar a
presença de câncer e pré-câncer. Essas células também podem ser usadas
para verificar a existência do HPV. O exame de Papanicolaou pode ser feito
durante um exame pélvico, mas nem todos os exames pélvicos incluem o
exame de Papanicolaou. O teste de HPV pode ser feito na mesma amostra das
células coletadas do Papanicolaou.
Como evitar lesões pré-cancerígenas

 Tomar vacina contra o HPV. Existem vacinas disponíveis que podem


proteger os jovens contra determinadas infecções pelo HPV. Essas vacinas
protegem contra a infecção com os subtipos de HPV mais comumente
ligados ao câncer, bem como alguns tipos que podem causar verrugas anal
e genitais. Essas vacinas agem apenas para prevenir a infecção pelo HPV,
elas não tratam uma infecção já existente. Por essa razão, para ser mais
eficaz, as vacinas contra o HPV devem ser administradas antes que uma
pessoa seja exposta ao HPV (atividade sexual). Essas vacinas ajudam a
prevenir pré-câncer e o câncer de colo do útero. Algumas vacinas contra o
HPV também estão aprovadas para a prevenção de outros tipos de câncer e
verrugas anal e genital. Importante: nenhuma vacina oferece proteção
completa contra todos os tipos de HPV causadores de câncer. É importante
fazer o rastreamento para o câncer de colo de útero regularmente.
 
 Evitar a exposição ao HPV. O HPV é transmitido de uma pessoa para
outra durante o contato pele a pele com uma área infectada do corpo.
Embora o HPV possa se espalhar durante o contato pele a pele - incluindo
sexo vaginal, anal e oral - o sexo não precisa ocorrer para a infecção se
disseminar. Isso significa que o vírus pode se espalhar sem sexo. Além
disso, a infecção pelo HPV parece ser capaz de se espalhar de uma parte
do corpo para outra. Isso significa que uma infecção pode começar no colo
do útero e depois se espalhar para a vagina e a vulva. Limitar o número de
parceiros sexuais e evitar sexo com pessoas que tiveram muitos parceiros
sexuais pode diminuir o risco de exposição ao HPV. Importante: uma pessoa
pode ter HPV há anos e não apresentar sintomas. Portanto, é possível ter
vírus e transmiti-lo sem saber.
 
Usar preservativo. Os preservativos fornecem um tipo de proteção contra o
HPV, mas não previnem completamente a infecção. A razão pela qual os
preservativos não protegem completamente é porque não cobrem todas as
áreas possíveis do corpo infectadas pelo HPV, como a pele da área genital ou
anal. Ainda assim, os preservativos fornecem alguma proteção contra o HPV e
também protegem contra o HIV e algumas outras infecções sexualmente
transmissíveis.
 
 Não fumar. Não fumar é outra maneira importante de reduzir o risco de pré-
câncer de colo do útero e câncer.

Na aula prática do dia 29 de abril foi realizada uma dinâmica em sala de aula,
em que nós do grupo 7 do módulo de integração ensino-serviço-comunidade
IV, com auxílio da professora Michela, podemos compreender e praticar o
exame do Papanicolau , que como já citado serve de preventivo contra o
câncer de colo de útero, na pratica entendemos todos os passos e manejo de
como o exame deve ser realizado, observando a forma de coleta das células
do colo do útero e como as mesmas devem ser armazenadas para
posteriormente serem analisadas laboratorialmente, é importante também
destacar a relação medico paciente neste tipo de exame, que por se tratar de
um exame mais invasivo, se faz essencial proporcionar um ambiente calmo e
tranquilo, através de uma boa comunicação com a paciente.

Referencias: BRASIL, INCA INSTITUTO NACIONAL DE CANCER MINISTERIO DA


SAUDE PREVENÇAO DO CANCER DE COLO DE UTERO, BRASILIA, DF, 13/05/2021.

AMERICAN CANCER SOCIETY, Can Cervical Cancer Be Prevented | Ways to Prevent


Cervical Cancer July 30, 2020.
O planejamento Familiar é um conjunto de ações que auxiliam homens e
mulheres a planejar a chegada dos filhos, e também a prevenir gravidez não
planejada. Todas as pessoas possuem o direito de decidir se terão ou não
filhos, e o Estado tem o dever de oferecer acesso a recursos informativos,
educacionais, técnicos e científicos que assegurem a prática do planejamento
familiar.
 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 120 milhões de
mulheres em todo mundo desejam evitar a gravidez. Por isso, a lei do
Planejamento Familiar foi desenvolvida pelo Governo Brasileiro, com intuito de
orientar e conscientizar a respeito da gravidez e da instituição familiar.
 
O Estado Brasileiro, desde 1998, possui medidas que auxiliam no
planejamento, como a distribuição gratuita de métodos anticoncepcionais. Já
em 2007, foi criada a Política Nacional de Planejamento Familiar, que incluiu a
distribuição de camisinhas, e a venda de anticoncepcionais, além de expandir
as ações educativas sobre a saúde sexual e a saúde reprodutiva.
 
Em 2009, o Ministério da Saúde reforçou a política de planejamento e ampliou
o acesso aos métodos contraceptivos, disponibilizando mais de oito tipos de
métodos nos postos de saúde e hospitais públicos.

Atualmente, existem diversos métodos contraceptivos disponíveis para evitar


uma gravidez indesejada e até mesmo infecções sexualmente transmissíveis
(IST). Os mais modernos e populares são a pílula e a camisinha, porém há
outras opções. Eles são classificados por: métodos de barreira e métodos
hormonais.

Os Métodos de barreira
Os métodos de barreira são removíveis, que evitam a entrada do esperma no
útero. Esses contraceptivos são indicados às mulheres que não podem tomar
algum tipo de hormônio ou que desejam proteção de ISTs. São eles:

 Preservativo masculino: popularmente conhecido como camisinha, é um


contraceptivo utilizado no pênis, para recolher o esperma, impedindo-o de
entrar no corpo da mulher. A camisinha é descartável e o material do
preservativo é composto por látex ou poliuretano. Além de prevenir uma
gravidez indesejada, previne também contra doenças sexualmente
transmissíveis (DST).

 Preservativo feminino: conhecido também como “camisinha feminina” é um


contraceptivo inserido na vagina antes da penetração do pênis, para impedir a
entrada do esperma no útero. O preservativo é pré-lubrificado com silicone,
porém, outros lubrificantes, à base de água ou óleo, podem ser usados, para
melhorar o desconforto e o ruído que o preservativo feminino pode causar.
Esse método contraceptivo também reduz o risco de contrair doenças
sexualmente transmissíveis (DST).

 Diafragma: é um contraceptivo composto por uma membrana de silicone, em


forma de cúpula, envolvido por um anel flexível. Existem diafragmas de vários
tamanhos, podendo variar entre 50 mm a 105 mm. O diafragma é inserido na
vagina antes da relação sexual, impedindo a entrada do esperma no útero. É
recomendável que o diafragma seja utilizado junto a um creme ou geleia
espermicida, para oferecer maior lubrificação e também para aumentar a
eficácia contraceptiva. O diafragma deve permanecer no lugar durante seis a
oito horas depois do coito para poder evitar a gravidez, mas deve ser removido
dentro de 24 horas.

 Espermicidas: são substâncias químicas em forma de geleia, creme,


comprimido, tablete ou espumas, que devem ser colocadas na vagina 15
minutos antes da relação sexual. Os espermicidas servem como barreira para
impedir o contato dos espermatozoides com o útero. Usados isoladamente, os
espermicidas não oferecem grande eficácia, mas associados a outros métodos
de barreira, como o diafragma, são úteis e oferecem mais proteção. Em
algumas mulheres, a substância pode provocar reações alérgicas.

 Dispositivo Intrauterino (DIU): é um método anticoncepcional constituído por


um aparelho pequeno e flexível que é inserido dentro do útero. Ele só pode ser
utilizado em pacientes saudáveis e que apresentem exames ginecológicos
normais; ausência de vaginites, tumores pélvicos, doença inflamatória pélvica
(DIP), etc. Existem vários modelos de DIU e é um contraceptivo que deve ser
colocado por um profissional da saúde.

Os métodos hormonais

Eles servem para controlar ou interromper a ovulação, evitando a gravidez,


mas não previnem contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).

 Pílula contraceptiva oral combinada: ou simplesmente pílula, como é


conhecida popularmente, é um método contraceptivo composto por diferentes
tipos de hormônios, que servem para inibir a ovulação e evitar a gravidez.  O
uso de pílulas anticoncepcionais não é recomendado para mulheres fumantes,
ou com pressão arterial elevada, histórico de câncer de mama, fígado, ou
câncer endometrial. O melhor tipo de pílula para cada paciente deve ser
indicado por um ginecologista.

 Contraceptivo hormonal injetável: esse método contraceptivo é feito com


uma injeção de hormônios, que é administrada uma vez por mês ou a cada três
meses, dependendo do tipo de contraceptivo injetável. Esse método é muito
eficaz para evitar gravidez.

 Anel vaginal: é um anel fino e flexível e deve ser colocado na vagina, durante
três semanas. Na quarta semana, o anel vaginal deve ser removido e, assim,
reinserir um novo anel depois de sete dias de pausa. O diâmetro externo é de
54 mm e a espessura é de 4 mm. O anel vaginal contém hormônios como
estrogênio e progesterona, que são absorvidos para a circulação e levam à
inibição da ovulação. Sua indicação e uso devem ser feitos com o
acompanhamento de um ginecologista. Esse método contraceptivo não pode
ser utilizado por mulheres que apresentem histórico de coágulos de sangue,
derrame ou ataque cardíaco, ou algum tipo de câncer.

 Adesivos cutâneos com hormônios: são pequenos selos que contêm


estrogênio e progesterona. Esses dois hormônios são absorvidos pela pele e
vão diretamente para a circulação sistêmica. Os adesivos devem ser usados
por 21 dias, seguido de pausa de sete dias. Os benefícios, eficácia e
contraindicações são as mesmas para os anéis vaginais e as pílulas.

Existem critérios médicos de elegibilidade para uso de métodos


anticoncepcionais. Eles são recomendações, e consistem em uma lista de
condições das(os) usuárias(os), que podem significar limitações para o uso dos
diferentes métodos. O profissional de saúde avalia os riscos e benefícios de
cada método, por isso a usuária deve falar com um profissional da saúde para
averiguar os critérios e qual deles se enquadra mais ao estilo de vida e
cuidados para a saúde. Não existe método 100% eficaz. Todos apresentam
taxa de falha. A eficácia das pílulas anticoncepcionais relaciona-se diretamente
à sua forma de administração, ou seja, esquecimento na ingestão de
comprimidos e irregularidades na dosagem, por isso é muito importante que a
mulher não se esqueça de tomar a pílula, e procure tomar sempre no mesmo
horário, todos os dias. Uma dica é colocar o medicamento em um local visível,
como próximo da escova de dente, ou ao lado da cama, por exemplo.

O que fazer se esquecer de ingerir as pílulas

 Se esquecer de tomar um dia: Tomar a pílula esquecida imediatamente e a


pílula regular no horário habitual. Tomar o restante regularmente, uma a
cada dia.
 Se esquecer de tomar duas ou mais pílulas: Tomar uma pílula
imediatamente e usar método de barreira ou evitar relações sexuais durante
sete dias. Conte quantas pílulas restam na cartela, se sobrarem entre sete
ou mais pílulas, tome o restante como de costume. Se restarem menos que
sete pílulas, tome o restante como de costume e inicie nova cartela no dia
seguinte após a última pílula da cartela. Nesse caso, a menstruação pode
não ocorrer naquele ciclo. Na ocorrência de sexo desprotegido nesse
período, pode ser feito o uso de anticoncepção de emergência
(popularmente conhecida como pílula do dia seguinte). Lembrando que a
contracepção de emergência deve ser tomada o quanto antes, podendo
chegar a um prazo de 72h depois da relação sexual. Ela pode ser
encontrada gratuitamente em Unidades de Saúde, e não há a necessidade
de prescrição médica.

Vale destacar que alguns tipos de medicamento podem diminuir a eficácia dos
contraceptivos orais, resultando em sangramentos fora do período da
menstruação e/ou gravidez. Em outras situações, o próprio anticoncepcional
pode interferir na ação do medicamento. É importante consultar um profissional
da saúde para saber mais sobre cada composição. Em ambas as situações,
pode ser feito o uso da camisinha para prevenir uma gravidez indesejada, e
que a pílula não previne as IST, o preservativo masculino ou feminino, serão os
mais indicados em todas as relações (oral, anal ou vaginal), independente do
uso do anticoncepcional oral. Também é possível fazer o uso combinado de
dois métodos, como camisinha e anticoncepcional oral, por exemplo.

Na estação da aula pratica do dia 29 de abril a professora Aline proporcionou


ao grupo 7 do módulo de integração ensino-serviço-comunidade IV, uma
abordagem de forma bem didática, sobre cada um dos métodos
contraceptivos, mostrando eles através de uma exposição, ela explicou sobre a
especificidade de cada um, como eles devem ser utilizados antes de uma
relação sexual, onde eles são disponibilizados , qual o mais eficaz e se há
contraindicações para cada um desses métodos, também foi explicado a
importância de manter o uso diário do anticoncepcional e do acompanhamento
médico, como já foi abordado neste resumo.

Referencias: BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área


Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual
Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4a edição –
Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos
anticoncepcionais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

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