Você está na página 1de 14

Projeto VacinAÇÃO

HPV
PAPILOMAVÍRUS HUMANO

Victória Gayoso Neves Soares Pereira


Bruna Markowicz Toro
Camila Halat da Silva
Gabriella Oldoni
Gustavo Guerarth Langhammer
Juliana Henriques Nunes
Mariana Damasceno de Faria
Sérgio Cesar Cordeiro Neto
Sofia Chagas Nalesso
Paulo Eduardo Przysiezny
Luciana Tironi Sanson Przysiezny

Projeto de Extensão VacinAÇÃO


Faculdades Pequeno Príncipe
2023
Projeto VacinAÇÃO - HPV

O HPV
O que é?
O HPV, sigla em inglês que corresponde a Papilomavírus Humano,
popularmente conhecida como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de
crista", é o vírus responsável pela infecção sexualmente transmissível
(IST) mais contagiosa. Estima-se que todas as pessoas sexualmente
ativas sejam contaminadas pelo menos uma vez durante sua vida. Todos
os anos, cerca de 32 milhões de casos novos de verrugas genitais são
registrados no mundo, sendo 1,9 milhão no Brasil.
Esse vírus provoca o condiloma acuminado, que são verrugas únicas ou
múltiplas, achatadas ou elevadas, com um aspecto de couve-flor.
Geralmente, sem outros sintomas associados, mas pode apresentar
coceira. Apesar de existirem tratamentos para os sintomas, a infecção
pelo HPV não tem cura. Portanto, é uma doença crônica que afeta
principalmente pessoas com hábitos sexuais com múltiplos parceiros,
com pouca ou incorreta utilização de preservativos. Tabagismo,
outras ISTs em curso, uso incorreto de camisinhas, carências nutricionais e
não realização de exames preventivos são fatores de risco.
Existem mais de 200 tipos desse vírus, sendo que a contaminação por
um tipo não impede a contaminação por outros. Em geral, os tipos
causadores de verrugas anogenitais não causam câncer. Os tipos 16 e 18
são os mais agressivos e mais relacionados ao câncer de colo de útero.

01
Projeto VacinAÇÃO - HPV

Qual é o vírus causador?


O HPV é um vírus de DNA e é recoberto
externamente por um capsídeo, uma estrutura
parecida com uma cápsula. Ele causa
proliferação na pele e mucosas, podendo
infectar humanos em olhos, boca, garganta,
brônquios, esôfago, bexiga, ânus, canal
anal e genitais.

Como é transmitido?
A transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosa
infectada. Pessoas infectadas, mesmo que assintomáticas, são capazes
de transmitir o vírus.
A principal forma de transmissão é pelo contato sexual (genital-genital,
oral-genital, anal-genital e manual-genital), e também pelo parto.
A transmissão por objetos e/ou superfícies contaminadas é
extremamente rara.

02
Projeto VacinAÇÃO - HPV

Como é a ação do vírus?


A infecção pelo HPV ocorre quando ele penetra o organismo através
de mucosa ou feridas na pele. Acomete a camada mais superficial da
pele e pode gerar várias lesões (verrugas). Depois de penetrar na célula
humana, o vírus inicia a multiplicação do seu DNA, utilizando os
recursos da própria célula. O ciclo de vida celular passa a ser mais
rápido e as células se dividem mais rapidamente, mas ainda sem destruir
a célula em que está alojado, gerando milhares de cópias do seu DNA.
A liberação dos novos vírus vai acontecer nos queratinócitos (tipo
específico de célula da pele mais superficial). Nas fases finais, ocorre a
maturação, quando ele se torna infeccioso; e a liberação, quando o
vírus é eliminado através do rompimento da célula hospedeira.
Alguns tipos de vírus possuem proteínas mais ativas que interferem
ativamente no ciclo celular, acelerando sua divisão e atrapalhando a
ação do corpo para destruição de células defeituosas, levando à
formação de tumores.
Como o vírus incorpora o próprio DNA no DNA humano, podem
permanecer incubados durante longos períodos e aparecer ou
reaparecer com a imunidade baixa.

Principais Complicações
Câncer de Colo de Útero;
Displasia severa no colo uterino na
forma de NIC II e NIC III;
Câncer vulvar ou intravaginal;
Câncer perineal ou anal;
Câncer peniano;
Amputação do pênis.

03
Projeto VacinAÇÃO - HPV

SINAIS E SINTOMAS
Quadro clínico
É assintomático na maioria das pessoas, podendo ficar incubado por
anos. Os sinais e sintomas geralmente aparecem em grávidas e
imunossuprimidos (pessoas com deficiência no sistema imunológico,
como pessoas com HIV, câncer, que passaram por transplante, etc).
Entre os assintomáticos e sintomáticos ocorrem alterações detectadas
no exame de Papanicolau, com diferentes classificações, de acordo
com cada tipo de HPV infectante.
As verrugas costumam ocorrer nos genitais e ânus, aparecendo na
vulva, períneo, vagina e colo uterino nas mulheres, e na glande,
corpo do pênis, bolsa escrotal e pubis nos homens.
Também, pode haver lesões na orofaringe, laringe e cordas vocais
(denominadas papilomatose respiratória recorrente), que não
representam a maioria dos casos, sendo encontradas em crianças que
foram contaminadas no parto ou em pessoas que praticam sexo oral-
genital.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através da inspeção das verrugas, realizada no
exame físico ginecológico, urológico e otorrinolaringológico. Se houver
alguma suspeita de malignidade, ou seja, câncer, é feita a análise
citopatológica, quando uma amostra é enviada para uma análise em
laboratório.

04
Projeto VacinAÇÃO - HPV

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO


O HPV está presente em mais de 99% dos Cânceres de Colo de
Útero, por isso, a pesquisa através do exame Papanicolau é uma etapa
importante do diagnóstico.
O exame citopatológico, mais conhecido como exame preventivo contra
HPV ou Papanicolau, é oferecido pelo SUS para mulheres a partir
dos 25 até os 64 anos, que iniciaram atividade sexual. A orientação
é repetir o exame uma vez por ano e, após 2 exames consecutivos sem
alterações, pode ser realizado a cada 3 anos.
O rastreamento do câncer de Colo de Útero através do exame
citopatológico, quando atinge a cobertura adequada, previne o
agravamento de cerca de 60-90% dos casos.

TRATAMENTO
O objetivo principal é a remoção das lesões, porém não há evidência
científica que o tratamento erradique ou afete a história natural da
infecção do HPV.
Esse tratamento leva em consideração as individualidades de cada
paciente, disponibilidade de recursos e as condições ambulatoriais e
domiciliares, podendo ser realizado por meio do uso de pomadas,
cremes ou ácidos, além da crioterapia e remoção cirúrgica. Cabe
ressaltar que imunossuprimidos são submetidos aos mesmos
procedimentos, porém necessitam de maior acompanhamento pois
tendem a apresentar pior resposta ao tratamento ministrado.

05
Projeto VacinAÇÃO - HPV

PREVENÇÃO
Uso de Preservativos
Embora o uso de preservativos não seja totalmente eficaz na prevenção
do HPV, essa prática ainda é muito importante para a prevenção.
Quando usados corretamente, os preservativos diminuem o risco de
transmissão do vírus, porém o HPV pode infectar áreas não cobertas
pelo preservativo.

Práticas Sexuais Seguras


Além do uso de preservativos, é importante realizar exames
regularmente, principalmente se a prática sexual for realizada com
parceiros diferentes. É interessante também, ter uma comunicação
aberta com os parceiros sobre o histórico sexual e manutenção de
uma boa higiene genital.

06
Projeto VacinAÇÃO - HPV

VACINAÇÃO
A vacina contra o HPV disponível no SUS é a quadrivalente, que
protege contra as variantes 6, 11, 16 e 18.
Ela contém proteínas da cápsula viral L1 expressas no HPV. No
organismo, essas proteínas induzem uma resposta imune que confere
proteção contra o papilomavírus humano.

Indicações Esquema de Doses


Meninas e mulheres de 9 a 26 Entre 9 e 14 anos:
anos
Meninos de 9 a 14 anos 1°dose 2ª dose
Pessoas imunossuprimidas ou
pacientes oncológicos, entre 9 6 meses

e 45 anos

A partir de 15 anos:
Contraindicações
1°dose 2°dose 3ª dose
Pessoas que apresentem reações
alérgicas após receber a primeira
2 meses 4 meses
dose da vacina

Vacina no SUS
Crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos;
Pessoas imunossuprimidos ou pacientes
oncológicos, entre 9 e 45 anos.

07
Projeto VacinAÇÃO - HPV

HISTÓRICO NO BRASIL
O número de casos do HPV no Brasil revela um cenário de elevada
prevalência e representa um problema de saúde pública. De acordo
com o Ministério da Saúde, a infecção por HPV é prevalente tanto em
homens quanto em mulheres, sendo a faixa etária dos jovens adultos
entre 16 e 25 anos as taxas mais elevadas de infecção, destacando-
se como o grupo mais vulnerável. Sendo assim, o vírus atinge
aproximadamente 32,8% das mulheres com idades entre 16 e 25 anos e
cerca de 16,1% dos homens na mesma faixa etária.
Uma das medidas mais importantes para contornar esses elevados
casos de HPV foi a introdução da vacinação em 2014, a qual teve um
impacto positivo na prevalência de casos de HPV no Brasil. Segundo o
Ministério da Saúde, a cobertura vacinal tem avançado ao longo dos
anos, alcançando aproximadamente 79% das meninas com idades
entre 9 e 14 anos e cerca de 52% dos meninos na mesma faixa etária
até 2019. Essa estratégia de imunização tem contribuído para reduzir a
disseminação do vírus e prevenir infecções futuras, resultando em
uma redução dos casos de câncer relacionados ao HPV, o qual,
segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), revela que o HPV
desempenha um papel substancial nos casos de câncer de colo do útero
no Brasil, sendo responsável por cerca de 70% desses casos.
Portanto, esses dados estatísticos enfatizam a importância do
monitoramento contínuo para controlar a disseminação do HPV e
suas potenciais complicações. A monitorização deverá incluir a
prevenção, o rastreamento e a vacinação contra o HPV como
estratégias essenciais para reduzir a carga de doenças associadas ao
vírus, incluindo cânceres.

08
Projeto VacinAÇÃO

O PROJETO VACINAÇÃO AGRADECE


E ENCORAJA A BUSCA AO
CONHECIMENTO!

Esperamos que tenha aprendido um pouco sobre o HPV e


que esse e-book tenha agregado no seu conhecimento e
entendimento das vacinas.

Para mais conteúdos sobre vacinação ou dúvidas sobre o


Projeto, converse conosco pelas redes sociais:

@extensaovacinacao

extensaovacinacaofpp@gmail.com

09
Projeto VacinAÇÃO - HPV

REFERÊNCIAS

BUTANTAN. Vacina HPV. Disponível em: <https://butantan.gov.br/hpv >.


CARVALHO, N. S.; SILVA, R. J. C.; VAL, I. C.; BAZZO, M. L.; SILVEIRA, M. F. Protocolo
Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecção
pelopapilomavirus humano (HPV). Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde.
Brasília, v. 30, n. esp. 1, Fev, 2021. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/s1679-
4974202100014.esp1 >.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA.
HPV. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/120-
hpv#:~:text=O%20HPV%3A,externamente%20est%C3%A1%20recoberto%20pelo%20
caps%C3%ADdeo
INCA. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e
Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Rio de
Janeiro: INCA, 2018.
MEDRADO, K. S.; SANTOS, M. O.; FILHO, A. V. M. Papiloma Vírus Humano (HPV):
revisão bibliográfica. Saúde e Ciência em Ação - Revista Acadêmica do Instituto
de Ciências da Saúde. Goiás, v.3, n. 2, Ago-Dez, 2017. Disponível em:
<https://revistas.unifan.edu.br/index.php/RevistaICS/article/view/350>.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção
Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília, Ago,
2022. Disponível em:
<http://antigo.aids.gov.br/system/tdf/pub/2016/57800/pcdt-ist-2022_isbn.pdf?
file=1&type=node&id=57800&force=1>.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. "Boletim Epidemiológico - HPV". Disponível em:
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-hpv-2017
MINISTÉRIO DA SAÚDE. "Cobertura vacinal HPV". Disponível em:
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-hpv-2017
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÃO. Vacina HPV4. Disponível em:
<https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-
hpv4#:~:text=Esquemas%20de%20doses%3A,a%202%20%2D%206%20meses)>

10
Projeto VacinAÇÃO

HPV
PAPILOMA VÍRUS HUMANO

Projeto de Extensão VacinAÇÃO


Faculdades Pequeno Príncipe
2023

Você também pode gostar